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avaliação microbiológica de queijo ralado e requeijão ... - SOVERGS

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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE QUEIJO RALADO E REQUEIJÃO<br />

COMERCIALIZADOS EM MINAS GERAIS<br />

MICROBIOLOGICAL EVALUATION OF GRATED CHEESE AND CREAM CHEESE<br />

MARKETED IN MINAS GERAIS<br />

Abiah Narumi Ido <strong>de</strong> Abreu 1 , Luis Roberto Batista 2 , Luiz Ronaldo <strong>de</strong> Abreu 3 , Sandra Maria<br />

Pinto 4 , Guilherme Prado 5 , Marize Silva <strong>de</strong> Oliveira 6 .<br />

1 Mestranda em Ciência dos Aimentos, DCA/UFLA<br />

2 Professor Adjunto DCA/UFLA<br />

3 Professor Titular DCA/UFLA<br />

4 Professor Adjunto II DCA/UFLA<br />

5 Pesquisador Pleno III da FUNED<br />

6 Analista e Pesquisador <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Tecnologia da FUNED<br />

Palavras-chave: <strong>requeijão</strong>, <strong>queijo</strong> <strong>ralado</strong>, <strong>avaliação</strong> <strong>microbiológica</strong>.<br />

Introdução<br />

Dentre os microrganismos frequentemente encontrados em produtos lácteos, que oferecem<br />

risco a saú<strong>de</strong> dos consumidores, <strong>de</strong>stacam-se, as Enterobactérias e o Staphylococcus spp.<br />

Já os fungos filamentosos, além <strong>de</strong> produzirem micotoxinas, são os principais<br />

<strong>de</strong>terioradores <strong>de</strong> alimentos.<br />

As toxinfecções alimentares <strong>de</strong>vem ser preocupações constantes na indústria <strong>de</strong> laticínios,<br />

pois as chances <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong>sses produtos são muito altas, com isso o presente<br />

trabalho teve como objetivo avaliar a qualida<strong>de</strong> <strong>microbiológica</strong> do <strong>queijo</strong> <strong>ralado</strong> e do<br />

<strong>requeijão</strong> comercializado no Estado <strong>de</strong> Minas Gerais.<br />

Material e Métodos<br />

No período <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2009 à novembro <strong>de</strong> 2010, foram analisadas 24 amostras <strong>de</strong><br />

<strong>queijo</strong> <strong>ralado</strong> e 13 amostras <strong>de</strong> <strong>requeijão</strong>, comercializados no estado <strong>de</strong> Minas Gerais. As<br />

análises foram realizadas no Departamento <strong>de</strong> Ciência dos Alimentos da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Lavras - UFLA, no laboratório <strong>de</strong> Microbiologia. As amostras foram analisadas<br />

todas em triplicatas e em três diluições (10 -1 , 10 -2 e 10 -3 ), respeitando os prazos <strong>de</strong> valida<strong>de</strong><br />

das mesmas, <strong>de</strong> acordo com Wehr & Frank (2004). Para a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> Enterobacterias foi<br />

utilizado o meio <strong>de</strong> cultura VRBG (Violet Red Bile Agar), a contagem <strong>de</strong> Staphylococcus spp<br />

foi realizada em meio BP (Agar Baird-Parker) e foi realizado teste <strong>de</strong> catalase e Gram para<br />

confirmação das colônias típicas. E para fungos filamentosos o isolamento foi realizado em<br />

meio DG 18 (Dicloran Glicerol -18%) para <strong>queijo</strong> <strong>ralado</strong> e DRBC ( Dichloran Rose Bengal<br />

Chloramphenicol) para <strong>requeijão</strong>. Todas as análises foram realizadas conforme Silva et al.<br />

(2007).<br />

Resultados e Discussão<br />

Segundo a Resolução n° 12 <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2001, da ANVISA, que regulamenta<br />

padrões microbiológicos para alimentos, a tolerância em <strong>queijo</strong> <strong>ralado</strong> e <strong>requeijão</strong> para<br />

Staphylococcus aureus coagulase positivo é <strong>de</strong> 10 3 UFC/g. Com base nestes dados, 18%<br />

das amostras <strong>de</strong> <strong>queijo</strong> <strong>ralado</strong> e 8% das amostras <strong>de</strong> <strong>requeijão</strong> foram consi<strong>de</strong>radas em<br />

condições sanitárias insatisfatórias. Contagens para Enterobactérias acima <strong>de</strong> 10 3 UFC/g<br />

foram encontradas em 32% das amostras <strong>de</strong> <strong>queijo</strong> <strong>ralado</strong> e em 8% do <strong>requeijão</strong>. E para<br />

fungos e leveduras 41% das amostras <strong>de</strong> <strong>queijo</strong> <strong>ralado</strong> apresentaram altas contagens<br />

(acima <strong>de</strong> 10 3 UFC/g). A presença reduzida ou mesmo a ausência <strong>de</strong>stes microrganismos<br />

no <strong>requeijão</strong> po<strong>de</strong> ser justificada pelo seu processamento e por ser um produto<br />

comercializado sob refrigeração.


A origem da contaminação com Staphylococcus po<strong>de</strong> estar na matéria prima, em falha <strong>de</strong><br />

higienização <strong>de</strong> equipamentos e utensílios e na falta <strong>de</strong> higiene pessoal. Embora a produção<br />

<strong>de</strong> enterotoxinas estaficócicas esteja geralmente associada a Staphylococcus coagulase<br />

positivo, algumas espécies não produtoras da enzima (coagulase negativa) também<br />

produzem a toxina e po<strong>de</strong>m causar intoxicações alimentares (BORGES et al., 2008), isso<br />

justifica a não realização do teste <strong>de</strong> coagulase, pois o objetivo do trabalho é avaliar a<br />

qualida<strong>de</strong> do produto e seus riscos potenciais. A presença <strong>de</strong> Enterobactérias indica<br />

contaminação <strong>de</strong> origem fecal e possível presença <strong>de</strong> bactérias patogênicas. E é importante<br />

ressaltar que alguns fungos filamentosos são produtores <strong>de</strong> micotoxinas, que são<br />

substâncias potencialmente carcinogênicas. Na família das enterobactérias incluem-se<br />

alguns gêneros importantes como a Escherichia spp. e a Salmonella spp. que po<strong>de</strong>m causar<br />

graves doenças, além dos grupos <strong>de</strong> Coliformes a 35°C e Coliformes termotolerantes que<br />

são freqüentemente utilizados como indicadores das condições sanitárias no controle da<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água e alimentos (SOUZA, 2006).<br />

A Portaria n° 451, revogada pela Resolução n° 12 da ANVISA <strong>de</strong>terminava a contagem <strong>de</strong><br />

bolores e leveduras. Entretanto a extinção <strong>de</strong> parâmetros para análise <strong>de</strong> bolores e<br />

leveduras não parece coerente, pois estes microrganismos tem gran<strong>de</strong>s chances <strong>de</strong><br />

crescimento nestes alimentos por sua baixa ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água (aw) como o <strong>queijo</strong> <strong>ralado</strong><br />

(PIMENTEL et al., 2002), po<strong>de</strong>ndo causar <strong>de</strong>terioração do produto ou ainda produzirem<br />

micotoxinas.<br />

Conclusões<br />

Os resultados obtidos neste estudo <strong>de</strong>monstram contagens significativas, principalmente no<br />

<strong>queijo</strong> <strong>ralado</strong>, para Enterobactérias, Staphyloccoccus e fungos filamentos, indicando que no<br />

comércio do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais, o produto po<strong>de</strong> estar <strong>de</strong>teriorado ou principalmente<br />

representar um risco à saú<strong>de</strong> dos consumidores, uma vez que estes microrganismos po<strong>de</strong>m<br />

causar graves toxinfecções alimentares. De modo geral, é necessária uma maior<br />

fiscalização <strong>de</strong>stes produtos e nas condições higiênico sanitárias <strong>de</strong> processamento e<br />

produção.<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Agra<strong>de</strong>ço à Fapemig e ao CNPQ pelo apoio financeiro para a realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Referências Bibliográficas<br />

BORGES, M. F; NASSU, R. T.; PEREIRA, J. L.; ANDRADE, A. P. C.; KUAYE, A. Y. Perfil <strong>de</strong><br />

contaminação por Staphylococcus e suas enterotoxinas e monitorização das condições <strong>de</strong><br />

higiene em uma linha <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> <strong>queijo</strong> <strong>de</strong> coalho. Ciência Rural, Santa Maria, v.38,<br />

n.5, p. 1431-1438. 2008.<br />

PIMENTEL, E. F; DIAS, R. S.; RIBEIRO, C. M.; GLORIA, M. B. A. Evaluation of the labelling<br />

and physico-chemical and microbiological quality of grated cheese. Ciência e Tecnologia<br />

<strong>de</strong> Alimentos, Campinas, v. 22, n. 3. 2002.<br />

SILVA, N. JUNQUEIRA, V. C. A., SILVEIRA, N. F. A. et al. Manual <strong>de</strong> Métodos <strong>de</strong> Análise<br />

Microbiológica <strong>de</strong> Alimentos. São Paulo. 3ª ed. Ed. Livraria Varela, 2007.<br />

SOUZA, C. P.; Segurança alimentar e doenças veiculadas por alimentos: utilização do grupo<br />

coliforme como um dos indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos. Revista <strong>de</strong> Atenção<br />

Primária à Saú<strong>de</strong>, v. 9. p. 1-11. 2006.<br />

WEHR, H. M.; FRANK, J. F. Standard Methods for the Examination of Dairy Product. 17ª<br />

ed. Ed. American Public Health Association, Washington, D.C. 2004.


Autor a ser contactado: Abiah Narumi Ido <strong>de</strong> Abreu; en<strong>de</strong>reço: Rua João Matiolli, 588/203-centro Lavras/MG;<br />

email: abiahnarumi@yahoo.com.br

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