Volume 30 No 1 - sbmet

Boletim SBMET abril/06
1.1. Evidências Observacionais
A análise da Figura 5 mostra que a Avenida Arthur
Monteiro Paiva perdeu grande trecho de calçamento na
praia do Bessa, fazendo com que os bares localizados
à sua margem tivessem que providenciar proteção
ante a força das ondas. A análise das Figuras 2 e 3
referentes a Olinda e das Figura 4 e 5, referentes a
João Pessoa, sugere que nos últimos quinze ou vinte
anos, o oceano avançou sobre as regiões praieiras das
principais capitais do NEB, provocando desabamentos
de muros de arrimo, partes de casas situadas à beira mar
e até fazendo desaparecer ruas inteiras, ou partes delas.
Figura 5: Imagem do avanço do mar sobre o continente na área da Praia do Bessa em João Pessoa - PB, em janeiro de 2005: a) Tentativas
de proteção das casas; b) O que restou de uma rua.
Uma análise inicial dos dados diários do nível
médio do mar no Porto de Cabedelo, em João Pessoa
e no Porto de Recife, fornecidos pela Diretoria de
Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil
para os últimos cinco anos (março de 2001 a março de
2005), revela que no mês de janeiro de 2002, o nível
passou de 1,18 m, para 1,34 m com um aumento de
0,16 metros em cinco anos. Entretanto, é necessária
uma série temporal mais extensa para que se possam
tirar conclusões mais precisas sobre essa variação possam
ser obtidas. Ressalta-se que essa variação não é pequena,
pois considerando o ajuste linear sugerido nas Figuras
6 a e 6 b, 16 centímetros em cinco anos significa que o
nível pode chegar a 160 centímetros no ano 2050, um
aumento maior do que o previsto em alguns dos trabalhos
divulgados sobre o assunto até o presente momento
(IPCC, 2001; Wainer, 2003; Pereira et al. 2004).
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