quantificação de sedimentos na zona costeira com recurso a ...
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QUANTIFICAÇÃO DE SEDIMENTOS NA<br />
ZONA COSTEIRA COM RECURSO A<br />
TÉCNICAS DE DETECÇÃO REMOTA<br />
Integração dos resultados num Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica (SIG)<br />
TEODORO, A<strong>na</strong> Cláudia; ALMEIDA, César; MARÇAL, André; GOMES, Fer<strong>na</strong>ndo Veloso<br />
Resumo<br />
As zo<strong>na</strong>s <strong>costeira</strong>s são caracterizadas por processos altamente dinâmicos, on<strong>de</strong> fenómenos <strong>com</strong><br />
diferentes origens, escalas e efeitos interagem. A <strong>de</strong>tecção remota tem-se mostrado um instrumento cada<br />
vez mais po<strong>de</strong>roso para monitorizar as zo<strong>na</strong>s <strong>costeira</strong>s.<br />
Os <strong>sedimentos</strong> sólidos suspensos aumentam os valores <strong>de</strong> radiância emergente da água <strong>na</strong> região do<br />
visível e do infra-vermelho próximo. Deste modo é possível relacio<strong>na</strong>r a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong><br />
sólidos suspensos (mg/l) e a reflectância da água do mar. A quantificação directa da concentração <strong>de</strong><br />
<strong>sedimentos</strong> suspensos foi feita utilizando um espectrorradiómetro e recorrendo a dois tipos <strong>de</strong><br />
embarcações, um helicóptero e simulações <strong>na</strong> praia. Preten<strong>de</strong>u-se <strong>com</strong> estas medidas relacio<strong>na</strong>r a curva<br />
<strong>de</strong> reflectância da água do mar <strong>com</strong> a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> sólidos suspensos. Foram testadas<br />
imagens <strong>de</strong> satélite <strong>de</strong> 3 sensores diferentes: Landsat TM, SPOT HRV e ASTER. Foram estabelecidas<br />
relações empíricas entre a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> sólidos suspensos e a reflectância da água do mar,<br />
para a zo<strong>na</strong> do visível e infravermelho próximo. Foram ainda usados dados já calibrados para<br />
concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> sólidos suspensos do sensor MODIS. A zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> estudo escolhida foi uma<br />
faixa da costa noroeste portuguesa, <strong>com</strong>preendida entre a Aguda e Mira.<br />
Está a ser <strong>de</strong>senvolvido um Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica (SIG) cujo objectivo fi<strong>na</strong>l é ter<br />
informação multi-espectral <strong>com</strong> actualizações periódicas, quer da linha <strong>de</strong> costa quer da distribuição<br />
espacial da concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> sólidos suspensos ao longo da faixa <strong>costeira</strong>.<br />
PALAVRAS-CHAVE: Detecção Remota; Zo<strong>na</strong> Costeira; Concentração <strong>de</strong> Sedimentos Sólidos Suspensos; SIG<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
A maior parte dos <strong>sedimentos</strong> provêm <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> erosão, são transportados pelos rios e <strong>de</strong>positam-se<br />
maioritariamente perto da costa. A diminuição do transporte sedimentar para as praias tem sido evi<strong>de</strong>nte <strong>na</strong> costa<br />
portuguesa, nos últimos anos. A causa <strong>de</strong>sta diminuição tem sido atribuída, principalmente, às barragens e às dragagens,<br />
que “bloqueiam” a alimentação <strong>na</strong>tural das praias. A quantificação dos <strong>sedimentos</strong> sólidos suspensos <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> <strong>costeira</strong> e a<br />
forma <strong>com</strong>o espacialmente estão distribuídos, po<strong>de</strong>rá ajudar a <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r melhor este fenómeno e inferir uma<br />
<strong>com</strong>ponente tridimensio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> variabilida<strong>de</strong> morfológica <strong>de</strong>sta zo<strong>na</strong>. Nas zo<strong>na</strong>s <strong>costeira</strong>s po<strong>de</strong>mos encontrar gran<strong>de</strong>s<br />
variações <strong>na</strong> concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> suspensos, o que altera dramaticamente a resposta espectral da água. Deste<br />
modo é possível, recorrendo a técnicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção remota, estimar a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> sólidos suspensos. No<br />
entanto convém sempre relacio<strong>na</strong>r estes medidas <strong>com</strong> medidas in situ.<br />
Os principais objectivos <strong>de</strong>ste trabalho são relacio<strong>na</strong>r a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> suspensos (mg/l) e a reflectância da<br />
água do mar, estabelecer uma relação entre a reflectância equivalente das imagens <strong>de</strong> satélite testadas e a concentração <strong>de</strong><br />
Sedimentos Sólidos Totais (SST) e integrar esses resultados e toda a informação recolhida sobre a zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> estudo num<br />
Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica (SIG).
2. CARACTERÍSTICAS ESPECTRAIS DA ÁGUA<br />
Os menores valores <strong>de</strong> absorção e dispersão da luz inci<strong>de</strong>nte numa colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> água acontece <strong>na</strong> região do azul e os<br />
menores valores acontecem <strong>na</strong> região do ver<strong>de</strong> e do vermelho. Por esta razão a água pura, água que não contém matéria<br />
orgânica e inorgânica, parece azul aos nossos olhos. No entanto a maior parte dos corpos <strong>de</strong> água não são constituídos por<br />
água pura [1].<br />
ESol<br />
ATMOSFERA Lp<br />
ECéu<br />
Ls<br />
Lv<br />
Lb<br />
ÁGUA<br />
FUNDO<br />
Figura 1. Radiação total recebida por um sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção remota sobre água<br />
A resposta espectral da água (Lν) é função da concentração <strong>de</strong> água pura (W), <strong>de</strong> minerais suspensos (SM), <strong>de</strong> clorofila<br />
(CHL), <strong>de</strong> matéria orgânica dissolvida (DOM) e da absorção e dispersão total da colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> água on<strong>de</strong> se encontram esses<br />
constituintes.<br />
L =<br />
V<br />
f<br />
[ W ( λ),<br />
SM ( λ),<br />
CHL ( λ),<br />
DOM ( λ)<br />
]<br />
c<br />
c<br />
c<br />
c<br />
3. IMAGENS DE SATÉLITE TESTADAS<br />
Foram seleccio<strong>na</strong>das para teste imagens <strong>de</strong> três sensores <strong>com</strong> resolução espectral, temporal e espacial consi<strong>de</strong>rada<br />
a<strong>de</strong>quada para a discrimi<strong>na</strong>ção e classificação <strong>de</strong> zo<strong>na</strong>s <strong>com</strong> diferentes concentrações <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong>. Foram testadas<br />
imagens dos sensores ASTER, SPOT HRVIR e Landsat TM. As imagens foram calibradas para reflectância, corrigidas<br />
atmosférica e geometricamente.<br />
Satélite<br />
Número<br />
Bandas<br />
N.º Bandas entre<br />
[400-1000] nm<br />
Resolução<br />
Espacial (m)<br />
Arquiv<br />
o<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
SPOT<br />
(HRVIR)<br />
Landsat<br />
(TM)<br />
1+4 1+3 10 e 20 1986<br />
7 4 30 (120) 1982<br />
TERRA 14 3 15 (30 e 90) 2000<br />
(ASTER)<br />
Tabela 1. Principais características das imagens dos sensores testados<br />
4. RELAÇÃO ENTRE A REFLECTÃNCIA DA ÁGUA E A CONCENTRAÇÃO DE SEDIMENTOS SUSPENSOS<br />
Vários estudos foram efectuados <strong>com</strong> o objectivo <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>r a reflectância da água e a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong><br />
suspensos. No entanto poucos <strong>de</strong>sses estudos tentaram usar essas relações para estimar a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong><br />
suspensos noutra data ou noutro local [2].<br />
Ritchie et al. [3] <strong>de</strong>senvolveram um mo<strong>de</strong>lo empírico que pretendia estimar a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> a partir <strong>de</strong><br />
medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção remota. A forma geral das equações que relacio<strong>na</strong> a reflectância (Y) e a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong><br />
(X) é:<br />
Y = A + BX<br />
ou<br />
Y = AB X<br />
on<strong>de</strong>: Y é a medida obtida por <strong>de</strong>tecção remota (por exemplo, a reflectância); X é o parâmetro da água a a<strong>na</strong>lisar (por
exemplo, a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong>); A e B são factores empíricos.<br />
5. METODOLOGIA<br />
Neste trabalho são apresentados resultados obtidos por diferentes técnicas (plataformas marítimas, plataformas aéreas e<br />
simulações) para a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> uma relação entre a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> suspensos e a resposta espectral da<br />
água do mar. É ainda feita uma <strong>com</strong>paração entre as várias técnicas, evi<strong>de</strong>nciando as vantagens e limitações <strong>de</strong> cada uma.<br />
Para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a reflectância, em qualquer uma das técnicas utilizadas, foi utilizado um espectrorradiómetro, o<br />
FieldSpec FR, que opera entre os 350 nm e os 2500 nm. O cone <strong>de</strong> visualização <strong>de</strong>ste aparelho é <strong>de</strong> 25º e a colecta dos<br />
dados é feita através <strong>de</strong> um cabo <strong>de</strong> fibra óptica <strong>com</strong> 1.2 metros <strong>de</strong> <strong>com</strong>primento. A qualida<strong>de</strong> dos dados <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>,<br />
principalmente, da calibração efectuada, que por sua vez está directamente relacio<strong>na</strong>da <strong>com</strong> as condições luminosida<strong>de</strong>.<br />
A concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> suspensos (mg/l) das amostras recolhidas, efectuada no laboratório <strong>de</strong> Engenharia<br />
Química da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia da Universida<strong>de</strong> do Porto, foi obtida através <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> filtragem.<br />
• Plataforma maritima<br />
De forma a obter simultaneamente a reflectância e a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> suspensos, foi realizada uma campanha,<br />
on<strong>de</strong> foram recolhidas 10 amostras <strong>de</strong> água (cerca <strong>de</strong> 1 litro) e medida a reflectância <strong>de</strong> cada local correspon<strong>de</strong>nte à<br />
amostra recolhida. Para além do equipamento necessário para efectuar estas medidas foi ainda utilizado um receptor GPS<br />
e uma eco-sonda, para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a posição e a profundida<strong>de</strong> do local on<strong>de</strong> foi recolhida a amostra <strong>de</strong> água e efectuada a<br />
medida <strong>de</strong> reflectância.<br />
Os principais problemas <strong>de</strong>sta abordagem foram, por uma lado, a dificulda<strong>de</strong> em imobilizar <strong>com</strong>pletamente a embarcação<br />
<strong>de</strong>vido à ondulação e a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nos <strong>de</strong>slocarmos para a zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> rebentação, <strong>de</strong>vido às regras <strong>de</strong> segurança da<br />
<strong>na</strong>vegação marítima.<br />
• Plataforma aérea<br />
Figura 2. Campanha realizada usando uma embarcação<br />
Devido aos problemas verificados <strong>com</strong> a utilização da embarcação foi necessário recorrer a uma alter<strong>na</strong>tiva que por um<br />
lado fosse mais fácil <strong>de</strong> imobilizar e por outro conseguisse monitorizar a zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> rebentação. Foi utilizado um helicóptero,<br />
que estabilizou a cerca <strong>de</strong> 2 – 3 metros da superfície do mar e foram recolhidas cerca <strong>de</strong> 30 amostras <strong>de</strong> água e medida a<br />
reflectância da zo<strong>na</strong> on<strong>de</strong> foram recolhidas as amostras. A posição do helicóptero foi obtida por GPS. Este processo é<br />
bastante mais eficiente do que através <strong>de</strong> embarcações, mas só po<strong>de</strong> ser efectuado <strong>com</strong> pouca ondulação e além disso é<br />
bastante dispendioso.<br />
• Simulações <strong>na</strong> praia<br />
Figura 3. Campanha realizada recorrendo a um helicóptero<br />
Com o objectivo <strong>de</strong> simular diferentes concentrações <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> suspensos foram realizadas 4 campanhas em
diferentes praias, <strong>de</strong> forma a consi<strong>de</strong>rar diferentes tipos <strong>de</strong> areia (textura, cor e tamanho do grão). Foi utilizado um<br />
recipiente <strong>com</strong> 80 cm <strong>de</strong> altura e 40 cm <strong>de</strong> diâmetro. Para minimizar os efeitos <strong>de</strong> reflexão dos lados e do fundo, o<br />
recipiente foi forrado <strong>com</strong> um plástico preto e <strong>com</strong>pletamente opaco. Foi medida a reflectância da água do mar para<br />
várias concentrações <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> e retirada uma amostra para cada medida.<br />
Figura 4. Simulações realizadas em diferentes praias da zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> estudo<br />
6. ZONA DE ESTUDO<br />
Portugal possui uma faixa litoral <strong>com</strong> cerca <strong>de</strong> 900 km <strong>de</strong> extensão. O litoral entre Espinho e o Cabo Mon<strong>de</strong>go enquadrase<br />
<strong>na</strong>s situações mais problemáticas <strong>de</strong> toda a faixa <strong>costeira</strong> portuguesa. Esta zo<strong>na</strong> tem apresentado, nos últimos anos,<br />
forte tendência para o recuo da linha <strong>de</strong> costa [4]. A zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> estudo escolhida para testar a metodologia <strong>de</strong>scrita foi a faixa<br />
<strong>costeira</strong> entre Aguda e Mira, por ser uma das zo<strong>na</strong>s mais instáveis da costa portuguesa.<br />
Figura 5. Zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> estudo (Aguda – Mira)<br />
7. ANÁLISE E CONCLUSÕES<br />
• Na zo<strong>na</strong> entre os 550 e 600 nm existe um “pico” <strong>na</strong> reflectância e a partir dos 900 nm esta é praticamente nula.<br />
Figura 6. Relação entre a reflectância e o <strong>com</strong>primento <strong>de</strong> onda <strong>com</strong>o função da concentração <strong>de</strong> SST
• Para além <strong>de</strong> se concluir que existe uma relação directa entre a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> sólidos suspensos e a<br />
reflectância da água, po<strong>de</strong>mos também concluir que as condições em que se realizam as medidas condicio<strong>na</strong>m os<br />
resultados. A influência dos fundos e do oceano aberto <strong>na</strong>s medidas <strong>de</strong> reflectância e a distribuição heterogénea<br />
dos <strong>sedimentos</strong> <strong>na</strong> colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados.<br />
• Foi ainda estabelecida uma relação entre a reflectância da água do mar e a concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> para cada<br />
banda do visível e do infra-vermelho próximo <strong>de</strong> cada sensor. Os resultados obtidos foram bastante consistentes<br />
<strong>com</strong> os vários estudos já realizados.<br />
Figura 7. Relação entre a reflectância equivalente do satélite (ASTER VNIR 1 ) e a SST<br />
8. SIG<br />
Uma parte integrante <strong>de</strong>ste trabalho é o <strong>de</strong>senvolvimento um Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica, cujo objectivo é integrar<br />
todos os dados quantitativos e qualitativos disponíveis para zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> estudo. Para esse efeito foram incorporados dados<br />
“rasters” das folhas 133, 143, 153, 162A, 163, 173, 174, 184, 185, 195, 206 da carta militar das séries <strong>de</strong> 1974 e 1998; Dados<br />
vectoriais da linha <strong>de</strong> costa <strong>de</strong> 1996 (INAG); Ortofotomapas <strong>de</strong> 1995 (CNIG); Imagens Landsat (1989,1992,1997), ASTER<br />
(2001) e SPOT (1998) e dados vectoriais <strong>de</strong> alguns troços da linha <strong>de</strong> costa da zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> estudo obtidos por técnicas <strong>de</strong> GPS<br />
cinemático (2001).<br />
Figura 8. Diferentes tipos <strong>de</strong> dados que integram o SIG<br />
Existe uma dificulda<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nte em <strong>de</strong>finir a linha <strong>de</strong> costa. A informação vectorial da linha <strong>de</strong> costa das folhas da carta<br />
militar está referida à cota zero. Esta cota é obtida a partir dos dados da triangulação aérea, efectuado o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong>sta a<br />
cota constante seguindo os contornos do terreno. Com este método surgem algumas dificulda<strong>de</strong>s quando as águas se<br />
encontram acima <strong>de</strong>sta linha (IGeoE, <strong>com</strong>unicação pessoal). A linha <strong>de</strong> costa, quer nos dados originários <strong>de</strong> fotografia<br />
aérea, quer <strong>na</strong>s imagens <strong>de</strong> satélite, é <strong>de</strong>finida <strong>com</strong>o sendo a base da du<strong>na</strong>. Esta dualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> critérios cria problemas <strong>na</strong><br />
<strong>com</strong>paração entre fontes <strong>de</strong> dados diferentes. Existem ainda amostras <strong>com</strong> valores <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> <strong>sedimentos</strong> sólidos
suspensos, obtidas em trabalhos <strong>de</strong> campo, cuja posição foi obtida por GPS.<br />
Figura 9. Valores <strong>de</strong> SST<br />
9. TRABALHO FUTURO<br />
As imagens <strong>de</strong> satélite testadas irão ser classificadas baseadas nos critérios estabelecidos (relação entre a SST e a<br />
reflectância) a partir dos resultados experimentais. Preten<strong>de</strong>-se <strong>com</strong>parar estes resultados <strong>com</strong> dados já calibrados para<br />
SST (MODIS e MERIS). Preten<strong>de</strong>-se ainda incorporar no SIG mais informação sobre a zo<strong>na</strong> <strong>costeira</strong>, actual e <strong>de</strong> arquivo e<br />
criar para cada época um layer sobre SST. A base <strong>de</strong> dados associada será actualizada <strong>com</strong> toda a informação que irá<br />
sendo reunida da zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> estudo.<br />
AGRADECIMENTOS<br />
Este trabalho foi realizado no âmbito do projecto COSAT (COastal zones monitoring using remote sensing SATellite data)<br />
através <strong>de</strong> fundos POCTI/FEDER. A realização <strong>de</strong>ste trabalho só foi possível <strong>de</strong>vido à colaboração do Instituto <strong>de</strong><br />
Meteorologia, que gentilmente ce<strong>de</strong>u o espectrorradiómetro, ao Departamento <strong>de</strong> Engenharia Química da FEUP, que<br />
ce<strong>de</strong>u as suas instalações e equipamento para realizar as filtragens, e ao auxílio da Dra. Janete Borges, Dr. Paulo Re<strong>na</strong>to,<br />
Dra. Sónia Rey, Eng. Marlene Antunes e Alexandre Dias nos trabalhos <strong>de</strong> campo.<br />
REFERÊNCIAS<br />
1. Jensen, J.R. Remote Sensing of the environmental. Prentice Hall Series in Geographical Information Science, 2000.<br />
2. Ritchie, J.C., Zimba, P.V., Everitt, J.H. Remote Sensing Techniques to Acess Water Quality. Photogrammetric Engineering<br />
& Remote Sensing, Vol. 69, N.º 6, 695-704, 2003.<br />
3. Ritchie, J.C., McHenry, J.R., Schiebe, F.R., Wilson, R.B. The relationship of refelcted solar radiation and the concentration of<br />
sediment in the surfece water of reservoirs. Remote Sensing of Earth Resources, Vol. III, 57-72, 1974.<br />
4. Ângelo, C. Taxas <strong>de</strong> variação do litoral Oeste: uma avaliação temporal e espacial. Actas do Seminário “A zo<strong>na</strong> <strong>costeira</strong> e os<br />
problemas Ambientais”, 109-120, Aveiro, 1991.<br />
A<strong>na</strong> Cláudia TEODORO<br />
amteodor@fc.up.pt<br />
A<strong>na</strong> Cláudia Teodoro é Assistente do Departamento <strong>de</strong> Matemática Aplicada da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências da Universida<strong>de</strong> do Porto e<br />
investigadora do Centro <strong>de</strong> Investigação em Ciências Geo-Espaciais da Universida<strong>de</strong> do Porto. Alu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Doutoramento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001 do<br />
Departamento <strong>de</strong> Matemática Aplicada da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências da Universida<strong>de</strong> do Porto em colaboração <strong>com</strong> a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Engenharia da Universida<strong>de</strong> do Porto, Mestre em Ciências da Engenharia Geográfica (2001) e licenciada em Engenharia Geográfica<br />
(1998) pela mesma instituição. Participou <strong>com</strong>o investigadora em vários projectos fi<strong>na</strong>nciados pela Fundação <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia:<br />
COSAT(COastal zones monitoring using remote sensing SATellite data), SADAMOS (A study of the potential use of medium resolution<br />
SAtellite data for the Detection And Monitoring of Oil Spill events at sea) e SATFISH (Remote Sensing Applied to Fisheries Monitoring in<br />
the Cabo Ver<strong>de</strong> Region).
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências da Universida<strong>de</strong> do Porto, Departamento <strong>de</strong> Matemática Aplicada<br />
Rua do Campo Alegre, 687<br />
4169-007 Porto<br />
Tel: 220100874<br />
Fax: 220100809<br />
URL: http://www.fc.up.pt