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PAGINA 42<br />
NOTIFISCO<br />
JANEIRO/90<br />
ÁLCOOL<br />
Beber ou<br />
não beber?<br />
Mistério do<br />
:sofrimento no mundo<br />
Um adeus a<br />
ZUANAllJ<br />
Dentro do grande mistério que é o sofrimento, há um<br />
pequenino mistério, maior, mais profundo, mais mistério.<br />
É o sofrimento do inocente. De quem não tem culpa,<br />
pequeno ou grande, pequena ou grande.<br />
Quando jovem estudante se<br />
eu soubesse que o alcoolismo é<br />
uma doença que pode atacar qualquer<br />
pessoa, independente de raça,<br />
sexo, religião ou posição social,<br />
eu jamais teria ingerido bebidas<br />
alcoólicas<br />
Creio que pela ética, pois<br />
não temos mais censura, somente<br />
eu tenho o direito e o dever de falar<br />
um pouco sabre esta terrível<br />
doença – o alcoolismo – da<br />
qual eu fui uma das tantas vítimas<br />
de nossos dias Prejuízos financeiros,<br />
morais, físicos e, por<br />
que não dizer, espirituais.<br />
Essa mulher que está ao meu<br />
lado, digo essa heroína, soube,<br />
com honra e dignidade ter paciência,<br />
ser honesta, zelar por nossos<br />
oito filhos, e quem sabe, até<br />
de mim mesmo. Por tudo isso fiz<br />
questão que ela fosse fotografada<br />
ao meu lado.<br />
Em muitas das vezes fui considerado<br />
inteligente, menciono<br />
aqui uma frase Bíblica "Mas<br />
disse ao homem eis que o temor<br />
do Senhor é a sabedoria e o apartar-se<br />
do mal é a inteligência" –<br />
Jo, Cap. 28, V. 28.<br />
Não sou o que desejaria ser,<br />
mas graças à Deus já não sou o<br />
que era.<br />
Tenho angústias, tenho vergonha.de<br />
não ter podido ser uma<br />
pessoa saudável e útil aos meus semelhantes,<br />
todavia se este meu<br />
testemunho ajudar alguém, já valeu<br />
a pena ter vivido.<br />
Curitiba, 11 de novembro de<br />
1989.<br />
Benjamim de Castro<br />
R. Raimundo Bon, 125 - B. Vista.<br />
CEP 82.500 - Curitiba -PR.<br />
(Visitem-me)<br />
Noel SR. Mendes<br />
AR de Araucária<br />
Devicto justamente<br />
à sua dose de mistério,<br />
o sofrimento<br />
do inocente é assunto<br />
para o qual se procura ver<br />
as suas causas possíveis,<br />
mas não se consegu iu<br />
penetrar ainda na sua<br />
essência. Para o sofrimento<br />
consciente, merecido<br />
vemos e compreendemos<br />
suas razões, suas<br />
utilidades, seus motivos,<br />
e parece justo ao nosso<br />
sistema humano de medir<br />
e pesar as coisas. Mas<br />
para o sofrimento do inocente,<br />
procuramos ver,<br />
procuramos compreender<br />
sua razão e sua utilidade.<br />
A psicologia humana não<br />
chega a penetrar até ao<br />
fundo da dor do inocente.<br />
0 sofrimento do inocente<br />
é tão escuro que o<br />
próprio CRISTO, aquele<br />
que pagou por crimes que<br />
não cometeu, que sofreu<br />
sem ter praticado nenhum<br />
mal, que padeceu<br />
sendo puro, humilde e<br />
bom, que sofreu inocente<br />
portanto — o próprio<br />
CRISTO, desprovido<br />
de sua divindade no Horto<br />
do Sofrimento, nãocompreendeu<br />
a razão de<br />
tanta dor para ele, "cordeiro<br />
alvo, sem mancha".<br />
Tanto que no auge da<br />
dor, perguntou, quase<br />
duvidando, porque o PAI<br />
O abandonara, e pediu<br />
ajoelhado diante da<br />
mesma dor: "MEU PAI,<br />
SE POSSÍVEL, AFAS-<br />
TA DE MIM ESTE CÁ-<br />
LICE."<br />
Mas essa impotência<br />
foi momentânea, foi curta.<br />
Depois veio a força de<br />
DEUS, vestida de anjo,<br />
depois veio a graça de<br />
DEUS, o auxílio de<br />
DEUS, e o CRISTO —<br />
mesmo como homem e<br />
como inocente — encontrou<br />
razão no sofrimento.<br />
Mais do que isso, encontrou<br />
beneficio. E disse ao<br />
PA I: "F IAT! "<br />
E por causa desse<br />
"fiat" maravilhoso, um<br />
fio de suor vermelho<br />
escorreu depois, pela terra,<br />
Calvário abaixo, lavando<br />
os homens através<br />
dos séculos e formando<br />
um rio — o Rio da Graça<br />
— cuja nascente é na cruz<br />
e vai desembocar no Céu.<br />
Mas não é só dizer o<br />
"fiat" da compreensão, o<br />
"fiat" do consentimento<br />
do amor infinito. Jesus<br />
Cristo precisava dizer<br />
com atos e disse, ensinar<br />
com a ação e ensinou que<br />
a dor valoriza, que o<br />
sofrimento torna forte o<br />
homem; que a cruz é<br />
pesada de carregar, que o<br />
homem cai muitas vezes,<br />
mas que encontra pela<br />
sua via Crucis um Cirineu<br />
e uma Verônica; que o<br />
homem pregado na Cruz<br />
fica bem no cume do<br />
Calvário, acima de todos<br />
os homens, olhando do<br />
alto os companheiros<br />
abaixo. Jesus Cristo quis<br />
dizer aos homens que o<br />
homem pregado na Cruz<br />
não permanece eternamente<br />
pregado nela; que<br />
por mais culpado que<br />
seja pode entrar no reino<br />
de Deus ou o reino de<br />
Deus pode entrar nele, se<br />
souber encarar a cruz<br />
como o bom ladrão encarou.<br />
Jesus Cristo quis<br />
sobretudo provar aos<br />
homens que o homem<br />
que aparentemente morre<br />
crucificado aos olhos de<br />
outros homens, na verdade<br />
não morre, mas ressuscita<br />
ainda para este mundo<br />
que o viu morrer.<br />
Portanto a cruz, o<br />
sofrimento, o calvário<br />
deixa-nos aparentemente<br />
mortos durante uns<br />
dias (três, trinta ou trezentos),<br />
mas depois vem<br />
a ressurreição, vem o<br />
triunfo, vem a vida em<br />
plenitude. Isso não é um<br />
símbolo. Em absoluto.<br />
a pura realidade.<br />
Ainda mesmo assim o<br />
mistério permanece. Só o<br />
amor impede a revolta.<br />
Lição de vida<br />
Dinarte Ferreira de Almeida<br />
Eu ainda lembro, ah . . . como lembro . . . entardecia, a tarde recebia os últimos raios<br />
do sol, do qual banhava o todo, daquela vastidão verde, tornando-a verd'ourada.<br />
Como tal fosse um leão ferido, o entardecer exalava seus suspiros<br />
emanando uma melancolia.<br />
Ambientava a campina esverdeante um triste morrer do dia, vi aquele vulto alto ereto,<br />
parecia-lhe o garbo, mas maltrapilho, mirava os confins do horizonte.<br />
Atento aquela figura, era vista lançar seu olhar à maior longitude possível,<br />
não sei o que buscava.<br />
Apesar de uma certa distância, vi que as lágrimas desciam daquele rosto surrado pelas rugas<br />
do tempo, brilhavam como exaltassem pétalas de diamantes.<br />
Sobressaltei-me ao vê-lo num repente a sua incontida emoção,<br />
ajoelhado, chorando convulsivamente, repetia:<br />
— Obrigado meu Deus, meu Senhor! — Agradeço em nome da minha saúde,<br />
das amizades que tenho e por mais este dia que vós proporcionastes<br />
a mim o dom da tua vida.<br />
Enlevado na emoção daquele quadro, onde havia a mostra da beleza e pureza d'alma,<br />
não vi a chegada do anoitecer.<br />
21 de outubro<br />
um trágico acidente<br />
levou deste mundo<br />
Antonio Zuanazzi<br />
Sobrinho.<br />
Atualmente<br />
desempenhava suas<br />
funções como chefe da<br />
A. R. de Matelândia,<br />
meio que deixou<br />
muita saudade.<br />
Colega no trabalho,<br />
Companheiro nos<br />
momentos difíceis,<br />
Amigo em todas as<br />
ocasiões.<br />
Obrigado<br />
pelo que você foi,<br />
Obrigado<br />
pelas lições de vida.<br />
Colega<br />
O material fotográfico<br />
enriquece o seu artigo.<br />
Sempre que possível,<br />
as fotos deverão ser em<br />
preto e branco.<br />
As fotos coloridas<br />
perdem a qualidade,<br />
quando da sua<br />
publicação.<br />
Sejam elas em preto e<br />
branco ou coloridas,<br />
devem estar bem claras.<br />
Fotos escuras não se<br />
prestam para publicação.