Maria e Fidencio somam 2 séculos de história pra contar - Jornal ...
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Maranduba, 01 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 19<br />
Destaque:<br />
No retorno à Câmara, Frediani dispara: “Vocês vão ter <strong>de</strong> me engolir”<br />
Notícias:<br />
CRAS começa aten<strong>de</strong>r famílias da região<br />
Ban<strong>de</strong>iras abóbora no encontro latino-americano do MST<br />
Alunas da Tiana Luiza ganham medalhas nos Jogos Municipais<br />
Show <strong>de</strong> talentos Gospel anima Maranduba<br />
Tecnologia genuinamente caiçara<br />
Um cérebro, três rodas e muita <strong>de</strong>dicação<br />
Quilombo lança CD <strong>de</strong> memória cantada<br />
Turismo:<br />
Maranduba: tradição, mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e potencial num só lugar<br />
Maranduba a um clique do mundo<br />
Gente da Nossa História:<br />
<strong>Maria</strong> e <strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong> <strong>somam</strong> 2 séculos <strong>de</strong> história <strong>pra</strong> <strong>contar</strong><br />
Cultura:<br />
Sauda<strong>de</strong> como fonte <strong>de</strong> emprego e renda as comunida<strong>de</strong>s
Página 2 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News 01 Dezembro 2010<br />
Editorial<br />
A internet vem oferecendo<br />
a cada dia mais facilida<strong>de</strong>s<br />
e interativida<strong>de</strong> para todos.<br />
Nunca a informação esteve<br />
tão disponível como agora.<br />
O problema é a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> informação é tão gran<strong>de</strong><br />
que o difícil é encontrar<br />
o que <strong>de</strong>seja. A tendência<br />
mostra que os sites mais<br />
procurados são aqueles que<br />
se especializam em <strong>de</strong>terminado<br />
nicho ou assunto.<br />
Seguindo esta tendência,<br />
estamos lançando no site<br />
www.maranduba.com.br<br />
que apresenta informações<br />
específicas da Região Sul <strong>de</strong><br />
Ubatuba. Tudo concentrado<br />
num só lugar: turismo, hospedagem,<br />
cultura, história,<br />
mapas, fotos, ví<strong>de</strong>os e uma<br />
infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações que<br />
po<strong>de</strong>m ser acessadas <strong>de</strong> qualquer<br />
lugar do planeta.<br />
Aproveitando a experiência<br />
do Litoral Virtual, <strong>de</strong>senvolvemos<br />
um site limpo, <strong>de</strong> fácil<br />
navegação, com sistema <strong>de</strong><br />
busca interna com palavras-<br />
-chave que utiliza a tecnologia<br />
do Google para que usuário<br />
encontre o que <strong>de</strong>sejar em<br />
nosso site.<br />
Implantamos um sistema <strong>de</strong><br />
mapas personalizados (também<br />
do Google) que mostra os<br />
principais pontos <strong>de</strong> interesse<br />
turístico com a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> encontrar en<strong>de</strong>reços precisos,<br />
além <strong>de</strong> traçar uma rota a<br />
partir do en<strong>de</strong>reço do usuário<br />
até o local apresentado.<br />
Uma outra facilida<strong>de</strong> que<br />
estamos em fase final <strong>de</strong><br />
produção serão as imagens<br />
em 360 graus, on<strong>de</strong> se tem<br />
uma experiência <strong>de</strong> imersão<br />
total no ambiente visitado.<br />
Com as belas paisagens<br />
que a nossa região oferece,<br />
este será um dos principais<br />
atrativos para atrairmos turistas<br />
e alavancar a sustentabilida<strong>de</strong><br />
local, que basicamente<br />
vive do turismo.<br />
Além das informações<br />
institucionais, também inserimos<br />
os anunciantes do<br />
<strong>Jornal</strong> Maranduba News e<br />
do site Litoral Virtual, enriquecendo<br />
ainda mais o resultado<br />
<strong>de</strong> quem consulta o<br />
site. Com isso promovemos<br />
os produtos e serviços da<br />
região, colaborando assim<br />
com o progresso local. Afinal,<br />
são os nossos colaboradores,<br />
patrocinadores e<br />
anunciantes que proporcionam<br />
os recursos necessários<br />
para as pesquisas, <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e produção<br />
<strong>de</strong>ste importante meio <strong>de</strong><br />
comunicação.<br />
E você, vai ficar fora <strong>de</strong>ssa?<br />
Consulte o site e avalie o<br />
custo-benefício <strong>de</strong> ser nosso<br />
parceiro.<br />
Aproveite que ainda dá<br />
tempo <strong>de</strong> colher ótimos resultados<br />
ainda nessa temporada.<br />
Emilio Campi<br />
Editor<br />
Carta do leitor<br />
Estacionamento<br />
Segue abaixo ata escrita pessoalmente<br />
em reunião com o Sr.<br />
Geraldo (assessor do prefeito) em<br />
27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2010.<br />
1 - Nós sugerimos que a Prefeitura<br />
coloque no estacionamento<br />
placas informando a proibição aos<br />
veículos ali estacionados <strong>de</strong> acionar<br />
equipamentos sonoros assim<br />
como das penalida<strong>de</strong>s, que variam<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> multa até apreenção do veículo.<br />
2 - Colocação <strong>de</strong> correntes nos<br />
acessos ao estacionamento. Sugerimos<br />
à Prefeitura regulamentar a<br />
utilização <strong>de</strong>ste espaço no tocante<br />
aos horários <strong>de</strong> ingresso e permanência<br />
dos veículos sendo que a<br />
noite tais acessos estariam fechados<br />
por correntes. Lembramos<br />
que tal procedimento já foi normal<br />
e adotado rotineiramente pela<br />
Prefeitura a poucos anos atrás.<br />
3 - Na reunião foi elaborado um<br />
croqui esquemático <strong>de</strong> parte do<br />
estacionamento e o Sr. Geraldo se<br />
dispos a enviar à Arquitetura para<br />
solução da questão.<br />
4 - O Sr. Geraldo irá interagir<br />
com a Secretaria <strong>de</strong> Segurança e<br />
outros Orgãos no sentido <strong>de</strong> efetuar<br />
ações conjuntas na Maranduba.<br />
5 - O Sr. Geraldo entrará em contato<br />
com o Sr. Moralino para solucionar<br />
sobre o acúmulo <strong>de</strong> água,<br />
em especial no piso <strong>de</strong> bloquetes na<br />
Avenida Tenente Manoel Barbosa<br />
da Silva - altura do n. 150 - e uma<br />
canaleta que represa as águas pluviais.<br />
Conforme alertamos trata-se<br />
<strong>de</strong> um foco <strong>de</strong> Dengue e que infelizmente<br />
virou bebedouro <strong>de</strong> urubus.<br />
Prezados leitores. O estacionamento<br />
em questão está sendo<br />
alvo <strong>de</strong> <strong>de</strong>linquentes e drogados<br />
e a Prefeitura está ciente disto a<br />
muitos meses.<br />
Após um ano <strong>de</strong> ida e vindas na<br />
Ouvidoria <strong>de</strong> Ubatuba e seis meses<br />
<strong>de</strong> conversa com o Assessor<br />
da Prefeitura eis o balanço -<br />
O que foi feito até agora????<br />
NADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!<br />
Muita incompetência e <strong>de</strong>scaso<br />
com os cidadãos <strong>de</strong> Maranduba.<br />
O posto policial <strong>de</strong> Maranduba<br />
continua fechado a noite que é<br />
quando necessitamos <strong>de</strong>le. O alto<br />
volume dos sons dos carros também<br />
continua madrugada a fora.<br />
Os urubus também continuam na<br />
<strong>pra</strong>ia <strong>de</strong> Maranduba. Também não<br />
foram colocadas nem placas nem<br />
correntes no estacionamento da<br />
prefeitura.<br />
A mesma, foi informada <strong>de</strong> que<br />
lá (estacionamento zona azul - em<br />
frente posto BR - a 50 m posto policial)<br />
tornou-se ponto <strong>de</strong> uso <strong>de</strong><br />
drogas, e o fato <strong>de</strong> não fazer nada<br />
a torna conivente com as drogas.<br />
A <strong>de</strong>ngue está chegando... e a<br />
Prefeitura continua inoperante.<br />
Parece que se torna patente que<br />
o único instrumento que nos resta<br />
é uma ação junto a Procuradoria e<br />
Ministério Público.<br />
Ainda <strong>de</strong>sejo uma prestação <strong>de</strong><br />
contas no que se refere ao <strong>de</strong>stino<br />
do dinheiro arrecadado na zona<br />
azul e cobrado no estacionamento<br />
em questão.<br />
Sem mais,<br />
Belinda Goldberg<br />
Via e-mail<br />
Orquí<strong>de</strong>as<br />
Pessoal, precisamos ter aqui<br />
na região sul, na Enseada do<br />
Mar Virado, uma estrutura que<br />
possa reunir muita gente, para<br />
se organizar eventos e exposições<br />
como da apresentação<br />
a seguir, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>remos ter<br />
produtores locais <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as,<br />
tudo a ver com ativida<strong>de</strong>s<br />
econômicas locais totalmente<br />
a<strong>de</strong>quadas com o meio ambiente.<br />
Saudações Ambientais<br />
Luiz Carlos Lima<br />
via e-mail<br />
Agra<strong>de</strong>cimento<br />
Quero agra<strong>de</strong>cer vcs por nao<br />
<strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> manter-me informada<br />
dos acontecimentos <strong>de</strong><br />
nosso Municipio.<br />
Desdo falecimento <strong>de</strong> meu<br />
esposo NEY MARTINS sai muito<br />
pouco <strong>de</strong> casa, ate o falecimento<br />
da mãe <strong>de</strong>le fiquei em<br />
Sao jose dos Campos com ela,<br />
agora com seu falecimento estou<br />
aqui em<br />
Ubatuba direto, mas saio<br />
muito pouco, ainda me tras<br />
muitas lembrancas, mas quero<br />
agra<strong>de</strong>cer <strong>de</strong> coracao o carinho<br />
e atencao por me manter<br />
informada das noticias e<br />
aproveito para parabenizalos<br />
pelo belo trabalho <strong>de</strong> vcs, um<br />
trabalho serio e <strong>de</strong> uma forma<br />
inteligente <strong>de</strong> informarmos,<br />
obrigado <strong>de</strong> coracao.<br />
Da leitora e admiradora<br />
Teresa Goes Lemes<br />
via e-mail<br />
Editado por:<br />
Litoral Virtual Produção e Publicida<strong>de</strong> Ltda.<br />
Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970<br />
Fones: (12) 3843.1262 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563<br />
Nextel ID: 55*96*28016<br />
e-mail: jornal@maranduba.com.br<br />
Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicida<strong>de</strong>: quinzenal<br />
Responsabilida<strong>de</strong> Editorial:<br />
Emilio Campi<br />
Colaboradores:<br />
A<strong>de</strong>lina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues,<br />
Camilo <strong>de</strong> Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira<br />
Os artigos assinados são <strong>de</strong> inteira responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus autores<br />
e não refletem a opinião da direção <strong>de</strong>ste informativo
01 Dezembro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News Página 3<br />
No retorno à Câmara, Frediani dispara: “vocês vão ter <strong>de</strong> me engolir”<br />
SAULO GIL<br />
O vereador Rogério Frediani<br />
do PSDB era o único vereador<br />
que permanecia afastado da<br />
Câmara, em função do processo<br />
que apura irregularida<strong>de</strong>s nas<br />
últimas eleições do Conselho<br />
Tutelar do município.<br />
Em julho, o juiz <strong>de</strong> Ubatuba<br />
chegou a afastar seis vereadores<br />
que estariam envolvidos no<br />
caso. No entanto, em outubro,<br />
o Tribunal <strong>de</strong> Justiça, que é instância<br />
superior, reverteu essa<br />
<strong>de</strong>cisão e <strong>de</strong>terminou o regresso<br />
<strong>de</strong> todos à Câmara.<br />
Porém, pouco <strong>de</strong>pois do retorno,<br />
uma nova <strong>de</strong>núncia do<br />
Ministério Público local, relatou<br />
que Frediani teria ameaçado<br />
uma testemunha do caso. A<br />
promotoria impetrou novo pedido<br />
<strong>de</strong> afastamento, <strong>de</strong>ssa vez,<br />
exclusivo ao tucano, e a solicitação<br />
foi acatada pelo Juiz da<br />
cida<strong>de</strong>.<br />
Rogério foi afastado pela segunda<br />
vez e teve <strong>de</strong> entrar com<br />
novo recurso na instância superior.<br />
Então, nesta segunda-feira,<br />
mais uma <strong>de</strong>cisão foi revertida<br />
no Tribunal Justiça <strong>de</strong> São<br />
Paulo e o vereador teve garantido<br />
seu retorno à Casa <strong>de</strong> Leis.<br />
De volta, Frediani protagonizou<br />
a sessão ordinária <strong>de</strong>sta<br />
terça-feira, no Legislativo ubatubense.<br />
Ele abriu o encontro<br />
negando as acusações <strong>de</strong> ameaças<br />
e reforçando a tese <strong>de</strong><br />
perseguição contra seu mandato.<br />
“A testemunha que se disse<br />
ameaçada trabalha na prefeitura<br />
e me vê como opositor. Ou<br />
seja, tudo isso não passa <strong>de</strong><br />
uma situação armada contra<br />
minha pessoa e contra minha<br />
atuação como vereador”, disse<br />
Rogério. O vereador tucano<br />
continuou como <strong>de</strong>staque da<br />
sessão, <strong>de</strong>sta vez, reforçando<br />
seu posicionamento <strong>de</strong> oposição<br />
ao prefeito Eduardo Cesar.<br />
Ele foi voto único contrário na<br />
aprovação <strong>de</strong> dois projetos <strong>de</strong><br />
autoria do Executivo.<br />
A oposição ficou evi<strong>de</strong>nte<br />
quando Rogério rejeitou o texto<br />
que conce<strong>de</strong> o título <strong>de</strong> “Cida<strong>de</strong>s<br />
Irmãs”, aos municípios <strong>de</strong><br />
Ubatuba e Benalmá<strong>de</strong>na, da<br />
Espanha. O vereador do PSDB<br />
disse que na última viagem<br />
promovida por cida<strong>de</strong>s irmãs<br />
da prefeitura nenhum resultado<br />
positivo foi apresentado à população.<br />
“Da outra vez, o pessoal só<br />
curtiu e ninguém prestou contas<br />
<strong>de</strong> nada. Nunca mais tivemos<br />
notícias <strong>de</strong> possíveis<br />
acordos. Agora, os espanhóis<br />
dizem que querem produzir<br />
azeite aqui, em um município<br />
que tem mais <strong>de</strong> 90% do seu<br />
território <strong>de</strong> área preservada. É<br />
brinca<strong>de</strong>ira!”, ironizou Rogério<br />
Frediani, criticando a Prefeitura<br />
por tanta atenção dispensada<br />
na recente vista dos espanhóis<br />
ao município. Como não podia<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser, o político regresso<br />
ao Legislativo ainda solicitou<br />
uma última palavra antes do<br />
encerramento da sessão. Com<br />
o espaço concedido, Frediani<br />
finalizou o encontro, parodiando<br />
uma frase do ex-técnico da<br />
seleção brasileira Mário Lobo<br />
Zagalo: “Vocês vão ter <strong>de</strong> me<br />
engolir”, concluiu o tucano, arrancando<br />
risos da platéia.<br />
Tribunal rejeita contas da Prefeitura <strong>de</strong> 2008<br />
O Tribunal <strong>de</strong> Contas do Estado<br />
<strong>de</strong> São Paulo divulgou, no<br />
Díário Oficial <strong>de</strong>sta última quarta-feira,<br />
rejeição sobre a prestação<br />
<strong>de</strong> contas elaborada pela<br />
Prefeitura <strong>de</strong> Ubatuba, referente<br />
à gestão municipal <strong>de</strong> 2008.<br />
Apesar da publicação oficial, o<br />
relatório final do processo ainda<br />
não foi concluído. De acordo<br />
com a assessoria <strong>de</strong> comunicação<br />
do TC, como os documentos<br />
estão sendo digitalizados,<br />
os <strong>de</strong>talhes do caso, como o<br />
parecer do relator e os votos<br />
dos Conselheiros ainda não estão<br />
disponíveis ao público.<br />
No entanto, a assessoria <strong>de</strong><br />
imprensa confirmou a rejeição<br />
das contas <strong>de</strong> 2008 da Prefeitura<br />
<strong>de</strong> Ubatuba e citou a publicação<br />
do Diário Oficial do último<br />
dia 24 <strong>de</strong> novembro. O documento<br />
traz a seguinte mensagem<br />
na página 46:<br />
“Pelo voto dos Conselheiros<br />
Cláudio Ferraz <strong>de</strong> Alvarenga,<br />
Presi<strong>de</strong>nte e Relator, Antonio<br />
Roque Citadini e Eduardo Bittencourt<br />
Carvalho, a Câmara,<br />
diante do exposto no voto do<br />
Relator, juntado aos autos, <strong>de</strong>cidiu<br />
emitir parecer <strong>de</strong>sfavorável<br />
à aprovação das contas da<br />
Prefeitura Municipal da Estância<br />
Balneária <strong>de</strong> Ubatuba, exercício<br />
<strong>de</strong> 2008”, diz um trecho da <strong>de</strong>cisão<br />
publicada, acrescentando<br />
que os autos serão remetidos à<br />
Promotoria local, para as <strong>de</strong>vidas<br />
providências.<br />
“Determinando o encaminhamento<br />
<strong>de</strong> cópia do parecer e<br />
das correspon<strong>de</strong>ntes notas taquigráficas<br />
à consi<strong>de</strong>ração do<br />
Ministério Público. Esta <strong>de</strong>liberação<br />
não alcança os atos pen<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> apreciação por este<br />
Tribunal”, conclui a mensagem<br />
contida no Diário Oficial nesta<br />
quarta-feira.<br />
Além da apreciação por parte<br />
da Promotoria local, a <strong>de</strong>cisão<br />
do Tribunal <strong>de</strong> Contas também<br />
servirá <strong>de</strong> base para a aprovação<br />
das contas <strong>de</strong> Eduardo Cesar<br />
na Câmara Municipal. Caso<br />
o Legislativo local acompanhe o<br />
posicionamento do TC e rejeite<br />
a prestação do Executivo sobre<br />
as arrecadações e <strong>de</strong>spesas do<br />
ano retrasado, o prefeito Eduardo<br />
Cesar corre o risco <strong>de</strong> entrar<br />
na lista dos inelegíveis pela Lei<br />
da Ficha Limpa.<br />
Segundo a assessoria <strong>de</strong> comunicação<br />
do Tribunal <strong>de</strong> Contas<br />
<strong>de</strong> São Paulo, os <strong>de</strong>talhes<br />
sobre a <strong>de</strong>cisão dos Conselheiros<br />
<strong>de</strong>vem ficar disponíveis<br />
nos próximos dias, no próprio<br />
site do TC-SP (http://www.tce.<br />
sp.gov.br).<br />
A reportagem entrou em contato<br />
com a prefeitura. A assessoria<br />
<strong>de</strong> imprensa informou que<br />
estaria difícil <strong>de</strong> conseguir alguma<br />
informação, uma vez que o<br />
setor jurídico estaria mudando<br />
<strong>de</strong> prédio ontem, além do representante<br />
da pasta. O setor <strong>de</strong><br />
comunicação ficou <strong>de</strong> averiguar,<br />
mas até o fechamento <strong>de</strong>sta<br />
edição não obteve retorno.
Página 4 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News 01 Dezembro 2010<br />
CRAS começa aten<strong>de</strong>r famílias da região<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
O CRAS - Centro <strong>de</strong> Referencia<br />
<strong>de</strong> Assistência Social <strong>Maria</strong> Balio<br />
está aten<strong>de</strong>ndo ao lado da se<strong>de</strong><br />
da Administração Regional Sul<br />
na Maranduba. O centro foi inaugurado<br />
no último dia 28, aniversário<br />
<strong>de</strong> Ubatuba e começou a<br />
funcionar efetivamente no último<br />
dia 16 em seu próprio espaço.<br />
Nos primeiros dias o atendimento<br />
foi realizado no espaço<br />
da regional sul. O espaço próprio<br />
do centro <strong>de</strong> referencia<br />
estava em fase <strong>de</strong> acabamento<br />
e adaptação dos pequenos<br />
<strong>de</strong>talhes ao atendimento da<br />
população. O atendimento funcionará<br />
das oito da manhã até<br />
as 18 horas. O Centro conta<br />
com uma assistente social, uma<br />
auxiliar administrativo e uma<br />
coor<strong>de</strong>nadora. Em parceria com<br />
a saú<strong>de</strong> conta ainda com uma<br />
psicóloga que aten<strong>de</strong>rá duas<br />
vezes por semana. O CRAS vai<br />
prestar apoio às famílias da<br />
região sul até alcançarem autonomia<br />
e não mais necessita-<br />
Ban<strong>de</strong>iras abóbora no encontro <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>ranças latino-americanas do MST<br />
Nos últimos dias 14 e 15,<br />
68 integrantes do movimento<br />
MST América Latina estiveram<br />
na <strong>pra</strong>ia da Caçandoca para<br />
apren<strong>de</strong>r sobre a organização<br />
social e política do Brasil. Dos<br />
países integrantes do Cone<br />
Sul só o Uruguai não mandou<br />
representante. Segundo<br />
os integrantes visitantes o<br />
Brasil tem a maior e a melhor<br />
organização da América, principalmente<br />
no quesito propaganda.<br />
As visitas são partes <strong>de</strong><br />
um curso cuja duração é <strong>de</strong><br />
quatro meses, on<strong>de</strong> os integrantes<br />
visitam todos os paises<br />
latinos. O encerramento<br />
está previsto para o próximo<br />
dia 29, on<strong>de</strong> mostrarão para<br />
as li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> seus países<br />
suas experiências. Todos se<br />
encantaram com Ubatuba,<br />
principalmente com a Praia da<br />
Caçandoca, já que costumam<br />
freqüentar as do pacífico, que<br />
tem águas mais frias e muitas<br />
pedras em suas <strong>pra</strong>ias.<br />
Emocionante foi o reencontro<br />
<strong>de</strong> amigos que há tempos<br />
não se viam, o que aconteceu<br />
com um integrante brasileiro<br />
<strong>de</strong> Pernambuco que achou<br />
seu amigo no grupo latino<br />
americano. Ficaram ainda<br />
encantados com a diversida<strong>de</strong><br />
do artesanato quilombola brasileiro<br />
aqui representado pela<br />
artesã Nei<strong>de</strong> Antunes <strong>de</strong> Sá.<br />
rem do centro <strong>de</strong> referência. Os<br />
projetos sociais Renda Cidadã,<br />
Ação Jovem, palestras e outros<br />
cursos <strong>de</strong> capacitação serão<br />
concentrados no CRAS facilitando<br />
o acesso das famílias da<br />
região, sem precisar do <strong>de</strong>slocamento<br />
até o centro. Segundo<br />
os organizadores, as áreas <strong>de</strong><br />
quilombos e al<strong>de</strong>ias serão atendidas<br />
no local <strong>de</strong> domicilio já<br />
que é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> das<br />
equipes o <strong>de</strong>slocamento até estas<br />
áreas.<br />
<strong>Maria</strong> Balio é consi<strong>de</strong>rada uma<br />
das personalida<strong>de</strong>s feminina<br />
mais importantes do município e<br />
que para muitos foi consi<strong>de</strong>rada<br />
“Mãe dos Pobres”. Moradores<br />
aprovaram o nome <strong>de</strong> <strong>Maria</strong> Balio<br />
e esperam que o atendimento<br />
seja a altura do comprometimento,<br />
da responsabilida<strong>de</strong>, da<br />
garra e da competência <strong>de</strong> que<br />
<strong>Maria</strong> Balio trabalhou com a<br />
comunida<strong>de</strong>.<br />
“Nós “cambiamos” (trocamos)<br />
vários presentes e gentilezas,<br />
não <strong>de</strong>u para matar toda a<br />
nossa curiosida<strong>de</strong> sobre os<br />
países <strong>de</strong> origem”, comenta a<br />
artesã brasileira.<br />
O que ninguém esperava foi<br />
a discriminação realizada por<br />
alguns membros da comunida<strong>de</strong><br />
na colocação <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>iras<br />
cor <strong>de</strong> abóbora em pontos<br />
que serviam para <strong>de</strong>limitar<br />
aon<strong>de</strong> os convidados podiam<br />
ir e conversar. Muitos locais<br />
e comércios da <strong>pra</strong>ia foram<br />
excluídos. Moradores ouvidos<br />
pelo JMN não enten<strong>de</strong>ram o<br />
porquê <strong>de</strong>sta atitu<strong>de</strong> que discriminou<br />
os próprios iguais no<br />
mesmo quilombo.<br />
Alunas da escola Tiana Luiza<br />
ganham medalhas nos Jogos<br />
Escolares Municipais<br />
Alunos da escola municipal<br />
Sebastiana Luiza do bairro do<br />
Araribá se <strong>de</strong>stacaram nos Jogos<br />
escolares. A melhor pontuação<br />
ficou por conta <strong>de</strong> Tainara<br />
Pereira Custódio, 10 anos, que<br />
conquistou <strong>pra</strong>ta na modalida<strong>de</strong><br />
pulo-extensão e Milena<br />
Pereira dos Santos da mesma<br />
ida<strong>de</strong> que conquistou ouro na<br />
corrida <strong>de</strong> 75 metros rasos. Não<br />
é a primeira vez que a jovem<br />
atleta conquista o pódio. Moradores<br />
e conhecidos <strong>de</strong> Milena<br />
e Tainara encontram-se <strong>de</strong>sapontados<br />
com a falta continua<br />
<strong>de</strong> incentivo e investimento a<br />
conquista <strong>de</strong> outras medalhas e<br />
até mesmo ao profissionalismo.<br />
A escola participou das ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> atletismo, pulo-extensão<br />
e queimada num total<br />
<strong>de</strong> 30 alunos. A queimada não<br />
alcançou pontuação, mas animou<br />
a arquibancada. Tiraram<br />
até fotos como Secretario <strong>de</strong><br />
Esportes do município. Os responsáveis<br />
pelo <strong>de</strong>sempenho<br />
e acompanhamento dos pequenos<br />
atletas foi o professor<br />
<strong>de</strong> educação física Woldney<br />
Moreira da Silva e do monitor<br />
<strong>de</strong> artes João Donizete. As<br />
crianças se animaram com a<br />
participação e aguardam para<br />
o próximo ano o tão esperado<br />
jogos escolares. A direção da<br />
escola parabeniza os alunos.
01 Dezembro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News Página 5<br />
Pequenos atletas <strong>de</strong> futebol<br />
<strong>de</strong> salão animam torcedores<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Na última tar<strong>de</strong> do dia 20,<br />
cerca <strong>de</strong> 100 pequenos atletas<br />
participaram da 1ª rodada<br />
<strong>de</strong> um torneio <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong><br />
salão realizado pelo professor<br />
<strong>de</strong> Educação Física Pérsio<br />
Jordano Monteiro. O evento<br />
contou como o apoio da Secretaria<br />
Municipal <strong>de</strong> Esportes.<br />
As disputas aconteceram<br />
na quadra da escola municipal<br />
Nativa Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Faria no<br />
Sertão da Quina.<br />
O torneio terá sua final no próximo<br />
dia 27 e conta com quatro<br />
equipes masculino sub-10<br />
e oito equipes feminino sub-<br />
Moradores revoltados com a<br />
aplicação do BHC em seus rios<br />
realizaram manifestação em<br />
frente ao armazém do Sertão<br />
da Quina. Na ocasião um policial<br />
tentou sacar um revolver<br />
para intimidar a manifestação<br />
quando foi contido por um morador<br />
<strong>de</strong> nome “Zé Jean”. Na<br />
confusão policiais solicitaram<br />
reforço. Com a chegada <strong>de</strong><br />
mais policiais alguns moradores<br />
foram algemados e conduzidos<br />
a <strong>de</strong>legacia no centro da<br />
cida<strong>de</strong>. No camburão estavam<br />
os moradores Manoel Gaspar<br />
dos Santos, João Correia, José<br />
Jean, Benedito Félix e outros<br />
10/13/15. Sua torcida será<br />
muito importante na final que<br />
acontecerá no próximo dia 27.<br />
Pais das crianças agra<strong>de</strong>cem<br />
a <strong>de</strong>terminação do professor<br />
Pérsio e dos professores<br />
voluntários Joel e Ivan aos<br />
quais <strong>de</strong>ram seu brilho para o<br />
sucesso do torneio. Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
também à direção da<br />
escola. Muitos torcedores ficaram<br />
roucos por conta da torcida<br />
e para a próxima rodada é<br />
esperado um aumento <strong>de</strong> torcedores.<br />
O evento acontecerá<br />
a partir da 13:30hs. do dia 27.<br />
Vale a pena conferir. Traga os<br />
amigos e a ban<strong>de</strong>ira.<br />
Show <strong>de</strong> talentos Gospel anima Maranduba<br />
No último sábado 27, a Igreja<br />
Assembléia <strong>de</strong> Deus Bom<br />
Retiro do Sertão da Quina<br />
apresentou o 1º Show <strong>de</strong> Talentos<br />
da Musica Gospel da região<br />
sul <strong>de</strong> Ubatuba. O evento<br />
que foi realizado na <strong>pra</strong>ia da<br />
Maranduba apresentou cantores,<br />
bandas e músicos evangélicos<br />
e <strong>de</strong> outras religiões,<br />
o que agradou muita gente.<br />
Foi possível observar famílias<br />
inteiras no evento. O local<br />
também teve barracas <strong>de</strong> alimentação.<br />
Segundo Pastor<br />
Marcos, organizador do evento,<br />
trata-se <strong>de</strong> mais uma oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> exaltar o nome <strong>de</strong><br />
Deus, além <strong>de</strong> revelar novos<br />
talentos para a música gospel.<br />
“É bom ver tanta família, as<br />
religiões participando, e que<br />
estes talentos estimulem outros<br />
jovens na busca do Divino”,<br />
comenta o Pastor Marcos.<br />
O evento conta ainda contou<br />
ainda com a Pastora Tatiana,<br />
Leila, Márcia Corrêa Eventos e<br />
Lí<strong>de</strong>res da Igreja. Vale lembrar<br />
que a musicalida<strong>de</strong> e a religiosida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sta parte do município<br />
é muito forte, o evento<br />
<strong>de</strong>ve aproveitar estes talentos<br />
para estimular e reforçar os<br />
laços familiares e religiosos<br />
comenta a organização. Após<br />
o louvor foi apresentado coral,<br />
que em seguida foi anunciado<br />
o show <strong>de</strong> talentos. As crianças<br />
<strong>de</strong>stacaram-se dando o ar da<br />
graça na apresentação e nos<br />
cantos. Percebeu-se o nervosismo<br />
nos competidores e na<br />
torcida dos familiares. Após a<br />
apresentação os jurados José<br />
Correa, Márcia e Carla <strong>de</strong>ram<br />
suas notas. A premiação ficou<br />
o seguinte: 1º- Juliano (voz e<br />
violão), 2º - Bruno (play-back)<br />
Em 1967 moradores são presos por <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem a natureza<br />
moradores que não foram<br />
lembrados. No caminho outra<br />
viatura parou para dar apoio<br />
na condução dos “meliantes”.<br />
Quando anoiteceu foram liberados.<br />
O doutor De Lucca encaminhou<br />
um memorando con<strong>de</strong>nando<br />
a aplicação, segundo o<br />
médico a continuida<strong>de</strong> do veneno<br />
nas águas causaria graves<br />
danos a saú<strong>de</strong> da população,<br />
além <strong>de</strong> matar todos os peixes,<br />
animais e aves que também<br />
se abastecem daquelas<br />
águas. Policiais também foram<br />
à casa <strong>de</strong> Antonio Gonçalo no<br />
Araribá reprimi-lo por apoiar a<br />
manifestação. Na época o responsável<br />
pela distribuição <strong>de</strong><br />
material e pessoal do governo<br />
era um homem chamado Juca<br />
<strong>de</strong> Caraguatatuba. A aplicação<br />
era parte <strong>de</strong> uma campanha<br />
estadual para erradicar os<br />
pernilongos no litoral. O que se<br />
sabe foi que os rios levaram <strong>de</strong>z<br />
anos para se recuperar, muitos<br />
moradores trouxeram peixes e<br />
aves <strong>de</strong> outros lugares para o<br />
repovoamento. Muitas aves e<br />
pequenos outros animais foram<br />
encontrados mortos a beira dos<br />
rios <strong>de</strong> toda a região. Alguns<br />
chegaram a ficar doente tamanha<br />
a tristeza em ver o rio malcheiroso,<br />
cheio <strong>de</strong> limo ver<strong>de</strong> e<br />
sem vida, as lágrimas corriam<br />
quando em um “<strong>pra</strong>iado” viam<br />
piabas, jundiás e camarões<br />
mortos aos montes. O ciclo <strong>de</strong><br />
uso foi quebrado, pois o lugar<br />
propiciava água e alimento <strong>de</strong><br />
peixes a população e aos animais<br />
da época. Moradores subiam<br />
as montanhas, nas gran<strong>de</strong>s<br />
roças, para buscar água<br />
limpa em novos “olhos dáguas”<br />
e nascentes.<br />
Para Manoel Gaspar, 75, foi a<br />
pior <strong>de</strong>sgraça que eu já vi em<br />
toda a região. “São recordações<br />
que não gostamos <strong>de</strong> lembrar,<br />
no passado <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos e fomos<br />
e 3º - Gabriel e Janine (voz e<br />
violão). O <strong>de</strong>staque mesmo ficou<br />
por conta do jovem Bruno<br />
que surpreen<strong>de</strong>u a todos com<br />
sua voz forte e doce. Nem o<br />
pequeno contratempo na qualida<strong>de</strong><br />
do som tirou o brilho do<br />
evento.<br />
Pastor Marcos agra<strong>de</strong>ceu os<br />
colaboradores e principalmente<br />
ao Damião da Secretaria <strong>de</strong><br />
Assuntos Comunitários da prefeitura<br />
e a Regional Sul. Existe<br />
um sentimento <strong>de</strong> espera<br />
para o um segundo evento. É<br />
aguardar <strong>pra</strong> ver!<br />
presos, hoje não po<strong>de</strong>mos usufruir<br />
o que cuidamos”, comenta<br />
Manoel Gaspar <strong>de</strong>sapontado. O<br />
BHC é um inseticida e sua sigla<br />
advém do nome inglês - Benzene<br />
Hexachlori<strong>de</strong> (hexacloro-<br />
-ciclo-hexano)- é um produto<br />
que combate <strong>pra</strong>gas na lavoura,<br />
seu uso está proibido no Brasil<br />
há mais <strong>de</strong> 20 anos. A equipe<br />
do governo <strong>de</strong>pois reconheceu<br />
o mal que causou a natureza e<br />
a aquela população mudando a<br />
postura <strong>de</strong> tratamento ao povo<br />
dos lugares afetados e na aplicação<br />
produtos no combate ao<br />
pernilongo. Desta vez aplicadas<br />
só aos pernilongos.
Página 6 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News 01 Dezembro 2010<br />
Tecnologia genuinamente caiçara<br />
Um cérebro, três rodas e muita <strong>de</strong>dicação<br />
Tião Plácido é um daqueles<br />
caiçaras que representa bem<br />
o povo tradicional <strong>de</strong> Ubatuba.<br />
Assim como outros moradores<br />
tem varias qualida<strong>de</strong>s e uma<br />
<strong>de</strong>las é a arte <strong>de</strong> transformar<br />
matéria prima em arte. Nos<br />
tempos vagos em sua peixaria<br />
ele vai aos poucos juntando flechas<br />
para produzir gaiola, meramente<br />
<strong>de</strong>corativas. Alguns<br />
<strong>de</strong> seu trabalho chegam quase<br />
a dois metros <strong>de</strong> altura e 1,5<br />
m. <strong>de</strong> largura. Mas como po<strong>de</strong>?<br />
Como ele consegue? Muito simples,<br />
os moradores tradicionais<br />
tem uma capacida<strong>de</strong> e visualização<br />
em 3D (três dimensões).<br />
Ele visualiza a peça antes mesmo<br />
<strong>de</strong> estar pronta. Tudo isto<br />
em fração <strong>de</strong> segundos. Começa<br />
assim, quando verifica-se a<br />
lua já esta pensando no tipo<br />
<strong>de</strong> material, quando esta com<br />
o material, já está pensando<br />
no seu tratamento e assim vai.<br />
Quando está montando ele vê<br />
o passo seguinte antes mesmo<br />
<strong>de</strong> fazê-lo, com isto tem tempo<br />
e material para realizar alguma<br />
mudança.<br />
Recentemente uma renomada<br />
arquiteta adquiriu um <strong>de</strong><br />
seus trabalhos para construir<br />
uma casa em estilo <strong>de</strong> gaiola,<br />
ela quer utilizar o sistema <strong>de</strong><br />
sustentação e espaços <strong>de</strong> que<br />
a peça proporciona. A profissional<br />
ficou impressionada com a<br />
técnica e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visualização<br />
<strong>de</strong> Tião Plácido. Este<br />
é apenas um dos exemplos<br />
da tecnologia genuinamente<br />
caiçara. Parabéns!<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Os extremos do município<br />
tem inovadores e “professores<br />
pardais” que se utilizam da<br />
tecnologia da escassez para<br />
realizar alguma obra. No Ubatumirim<br />
o morador Jorge Inocêncio<br />
criou através <strong>de</strong> pecas<br />
<strong>de</strong> caminhoneta, cambio <strong>de</strong><br />
gol, pecas <strong>de</strong> maquina <strong>de</strong> lavar,<br />
chassi <strong>de</strong> rural, ferro elétrico,<br />
tabuas e outras peças<br />
sem valor comercial um trator<br />
adaptado as roças da localida<strong>de</strong>.<br />
De tão potente e útil o trator<br />
tem o apelido <strong>de</strong> “Raçudo”.<br />
No sul o morador Ivanildo<br />
Schuks - Nildo há tempos<br />
vinha <strong>de</strong>senvolvendo outra<br />
maquina, uma <strong>de</strong> três rodas.<br />
A surpresa foi a qualida<strong>de</strong> da<br />
peça que não <strong>de</strong>ixa nada a<br />
<strong>de</strong>sejar das gran<strong>de</strong>s montadoras.<br />
Muitos curiosos querem<br />
saber on<strong>de</strong> comprou, a<br />
surpresa é quando a pessoa<br />
<strong>de</strong>scobre que não foi com<strong>pra</strong>da<br />
e sim produzida “em casa”.<br />
A informação é <strong>de</strong> que já esta<br />
em andamento o segundo<br />
protótipo da maquina esta em<br />
andamento. Além do talento,<br />
é necessária muita <strong>de</strong>dicação.<br />
O resultado é esta peça única<br />
e bela que <strong>de</strong>sperta até um<br />
pouco <strong>de</strong> “inveja” nos curiosos<br />
e amantes <strong>de</strong> motores. Parabéns<br />
pela criativida<strong>de</strong> e pelo<br />
empreen<strong>de</strong>dorismo!<br />
Sentimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida na missa no encerramento <strong>de</strong> retiro na região<br />
No ultimo dia 28 aconteceu<br />
à missa <strong>de</strong> encerramento do<br />
IDE: Jovem Evangelizando<br />
Jovem na igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora<br />
das Graças no Sertão<br />
da Quina. O I<strong>de</strong> trata-se <strong>de</strong><br />
um retiro <strong>de</strong> aprofundamento<br />
que realiza experimentos da<br />
realida<strong>de</strong> da própria região.<br />
Foi um trabalho <strong>de</strong> quatro<br />
meses <strong>de</strong> preparação. 33 jovens<br />
realizaram visitas a APAE<br />
e ao Lar Vicentino, também a<br />
casas para a tradicional reza<br />
do terço. Uma família recebeu<br />
alimentos e houve uma entrevista<br />
com o Padre Carlos sobre<br />
sua vida sacerdotal.<br />
Segundo o seminarista Diego<br />
Serena, é um trabalho para<br />
que a palavra <strong>de</strong> Deus chegue<br />
as pessoas mais simples. Na<br />
missa <strong>de</strong> encerramento, realizada<br />
pelo padre goiano Delton<br />
Filho, foi apresentado o pai do<br />
sacerdote recebido com muitas<br />
palmas pela comunida<strong>de</strong>.<br />
Foi apresentado ainda um<br />
ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> todo o trabalho dos<br />
jovens e seus organizadores<br />
além da musica campeã <strong>de</strong> um<br />
encontro em Caraguatatuba.<br />
Na pergunta do sacerdote aos<br />
jovens sobre a satisfação do<br />
encontro, houve um sonoro<br />
sim como resposta, que valeu<br />
a pena a experiência vivida.<br />
Por outro lado, a missa, por<br />
vezes animada e jovial arrancava<br />
suspiros e risos com as<br />
colocações sobre a vida real<br />
com e sem Deus do padre<br />
Delton. Percebeu-se um ar<br />
<strong>de</strong> tristeza e <strong>de</strong>spedida do seminarista<br />
Diego, que ganhou<br />
uma gran<strong>de</strong> família.<br />
Segundo Letícia Amorim,<br />
“todos os jovens tem <strong>de</strong><br />
agra<strong>de</strong>cer o esforço <strong>de</strong> Diego,<br />
ele é mais do que um<br />
amigo, um irmão”.<br />
Diego conduziu e animou o<br />
Evangelizashow que aconteceu<br />
na noite do sábado 27 junto<br />
com a Banda do Araribá. O<br />
seminarista informa ainda que<br />
no próximo dia 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
será realizada uma Cristotéca<br />
no bairro da Lagoinha com entrada<br />
franca. Diego confirma<br />
sua partida em janeiro para<br />
a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté no Vale<br />
do Paraíba. Com uma lista em<br />
mãos agra<strong>de</strong>ceu cada um que<br />
colaborou no evento. Na igreja<br />
ficou um clima <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida<br />
e que o jovem seminarista<br />
partirá com o <strong>de</strong>ver cumprido,<br />
<strong>de</strong>ixando muitas sauda<strong>de</strong>s.<br />
Ativida<strong>de</strong> espiritual antes do encerramento do retiro
01 Dezembro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News Página 7<br />
Ubatuba é alvo <strong>de</strong> pesquisas<br />
CAMILO DE LELLIS SANTOS<br />
A famosa Ubatuba é internacionalmente<br />
conhecida pela beleza<br />
<strong>de</strong> suas <strong>pra</strong>ias e cachoeiras,<br />
por sua importância histórica,<br />
por seus campeonatos <strong>de</strong> surfe<br />
e nas últimas décadas por oferecer<br />
um vasto campo <strong>de</strong> estudo<br />
para pesquisadores.<br />
Por ser uma cida<strong>de</strong> litorânea<br />
e <strong>de</strong>vido a sua proximida<strong>de</strong> com<br />
a Serra do Mar, nossa cida<strong>de</strong><br />
tornou-se o laboratório permanente<br />
<strong>de</strong> muitos cientistas, que<br />
interessados na biodiversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> nossa fauna e flora, submetem<br />
vários projetos a agências<br />
<strong>de</strong> fomento para que estas possam<br />
subsidiar seus respectivos<br />
trabalhos.<br />
O Projeto Biota-Fapesp, é o<br />
projeto mais integrador, pois<br />
reúne diversos pesquisadores<br />
e muitas universida<strong>de</strong>s, com<br />
o propósito <strong>de</strong> fornecer dados<br />
científicos sobre a caracterização,<br />
conservação e uso sustentável<br />
da biodiversida<strong>de</strong> do Estado<br />
<strong>de</strong> São Paulo.<br />
Como projeto integrante do<br />
Biota-Fapesp está o “Levantamento<br />
fisionômico das comunida<strong>de</strong>s<br />
bentônicas <strong>de</strong> substrato<br />
consolidado do litoral”, coor<strong>de</strong>nado<br />
pelo professor Dr. Flávio<br />
Berchez do Instituto <strong>de</strong> Biociências<br />
da USP. Em seu projeto, é<br />
proposta uma nova metodologia<br />
<strong>de</strong> estudo da ecologia <strong>de</strong> costões<br />
rochosos (conhecida aqui<br />
por costeira). Através da análise<br />
<strong>de</strong> imagens, já foram <strong>de</strong>svendados<br />
quatro quilômetros da<br />
costa brasileira. E gran<strong>de</strong> parte<br />
do litoral do Parque Estadual<br />
da Ilha Anchieta já foi estudada<br />
pela equipe. Além <strong>de</strong> fazer ciência,<br />
o grupo mantém na ilha o<br />
Projeto Trilha Subaquática, que<br />
oferece ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação<br />
ambiental no próprio ambiente<br />
marinho.<br />
Outro caiçara por pesquisa é<br />
o professor Dr. Adilson Fransozo,<br />
coor<strong>de</strong>nador do Núcleo <strong>de</strong><br />
Estudos em Biologia, Ecologia<br />
e Cultivo <strong>de</strong> Crustáceos do Instituto<br />
<strong>de</strong> Biociências da UNESP<br />
<strong>de</strong> Botucatu, que publicou no<br />
ano passado um artigo científico<br />
sobre a composição e abundância<br />
dos caranguejos nas regiões<br />
<strong>de</strong> Ubatuba e Caraguatatuba.<br />
Segundo o estudo, na região<br />
<strong>de</strong> Ubatuba foi encontrado um<br />
total <strong>de</strong> 33 espécies e o estudo<br />
po<strong>de</strong> servir <strong>de</strong> base para futuros<br />
monitoramentos ambientais na<br />
região e para mecanismos <strong>de</strong><br />
conservação e manutenção da<br />
biodiversida<strong>de</strong> do litoral norte<br />
paulista.<br />
Além <strong>de</strong>sses projetos, muitos<br />
outros estão em andamento,<br />
e instituições <strong>de</strong> nossa cida<strong>de</strong>,<br />
como o Instituto <strong>de</strong> Pesca, Projeto<br />
Tamar, Aquário <strong>de</strong> Ubatuba,<br />
entre outras, também realizam<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa. No entanto,<br />
quando se faz uma busca<br />
pela Scielo (uma biblioteca eletrônica<br />
que abrange uma coleção<br />
<strong>de</strong> artigos científicos brasileiros)<br />
<strong>de</strong> trabalhos relacionados com<br />
Ubatuba, encontramos um total<br />
<strong>de</strong> 42 publicações, um número<br />
razoavelmente gran<strong>de</strong> para a<br />
quantida<strong>de</strong> circulante <strong>de</strong> revistas<br />
científicas nacionais, porém<br />
minúsculo perante o potencial<br />
natural que nossa terra oferece.<br />
Camilo <strong>de</strong> Lellis Santos é biólogo<br />
Quilombo lança CD <strong>de</strong> memória cantada<br />
na semana da Consciência Negra<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
No último final <strong>de</strong> semana,<br />
20 e 21, a Fe<strong>de</strong>ração<br />
dos Quilombos do estado <strong>de</strong><br />
São Paulo em parceria com a<br />
Associação do Quilombo da<br />
Caçandoquinha realizaram<br />
varias ativida<strong>de</strong>s para marcar<br />
o dia da Consciência Negra<br />
no litoral norte paulista. Participaram<br />
das ativida<strong>de</strong>s as<br />
comunida<strong>de</strong>s quilombolas do<br />
Cafundó, Brotas, Jaó e Capão<br />
Redondo, além das centenas<br />
<strong>de</strong> amigos e simpatizantes da<br />
arte e cultura quilombola. A<br />
comunida<strong>de</strong> anfitriã recebeu<br />
os convidados com um café da<br />
manhã e organizou um almoço<br />
comunitário como <strong>de</strong> costume.<br />
Participou ainda o engenheiro<br />
florestal Clodoaldo Cajado do<br />
Instituto Luiz Gama.<br />
Dois dias foi pouco para as<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> divulgação do<br />
movimento. Ocorreram palestras<br />
sobre saú<strong>de</strong>, teatro sobre<br />
o combate as drogas, danças<br />
<strong>de</strong> Jongo <strong>de</strong> Cafundó e Brotas.<br />
As crianças do quilombo<br />
da região mais uma vez <strong>de</strong>stacaram-se<br />
na apresentação<br />
das danças <strong>de</strong> roda e ciranda.<br />
Desta vez as mães participaram<br />
das danças abrilhantando<br />
ainda mais o trabalho dos<br />
organizadores e das crianças.<br />
A apresentação mais esperada<br />
foi o lançamento do CD<br />
intitulado TURIVIMBA (Terra<br />
<strong>de</strong> Negro) que é o resultado<br />
<strong>de</strong> anos <strong>de</strong> pesquisa sobre a<br />
memória falada e cantada <strong>de</strong><br />
Crianças ensaiam com entusiásmo para a apresentação<br />
Kimbomdo, território do norte<br />
da África <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vieram<br />
os antepassados do quilombo<br />
Cafundó. Trata-se <strong>de</strong> seis músicas<br />
na língua mãe da tribo.<br />
Vale lembra que o quilombo<br />
cafundó é o único do Brasil<br />
a manter o dialeto original e<br />
que segundo Regina Aparecida,<br />
uma das representantes<br />
da comunida<strong>de</strong>, preten<strong>de</strong> trabalhar<br />
a língua Banto dos originais<br />
do quilombo Caçandoca<br />
e outros.<br />
Foi apresentada ainda partes<br />
do alfabeto Banto, o que<br />
causou curiosida<strong>de</strong> e satisfação<br />
entre as comunida<strong>de</strong>s.<br />
O CD contou com o apoio da<br />
Secretaria Estadual <strong>de</strong> Cultura<br />
do estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Interessante mesmo é ouvir<br />
os membros do Cafundó conversando<br />
no dialeto apresentado<br />
o que causou emoção<br />
nos mais velhos e curiosida<strong>de</strong><br />
nos mais novos. A noite houve<br />
ainda um bailão e um microfone<br />
esteve à disposição para<br />
uma tribuna livre. Todos pu<strong>de</strong>ram<br />
se manifestar. No centro<br />
da cida<strong>de</strong> a comunida<strong>de</strong><br />
participou <strong>de</strong> uma missa afro<br />
como parte do encerramento<br />
das festivida<strong>de</strong>s sobre o tema,<br />
on<strong>de</strong> novamente as crianças<br />
se <strong>de</strong>stacaram. Quem participou<br />
e enten<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultura, arte<br />
e musica sabe que não é todo<br />
o lugar em que se po<strong>de</strong> apreciar<br />
um evento <strong>de</strong>sta envergadura,<br />
principalmente num lugar<br />
paradisíaco como a <strong>pra</strong>ia<br />
do quilombo. Parabéns aos<br />
organizadores, já que esta tarefa<br />
é muito difícil e cansativa.
Página 8 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News 01 Dezembro 2010<br />
Maranduba: tradição, mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e potencial num só lugar<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Cheiros, sabores, sons,<br />
temperaturas e texturas é o<br />
que <strong>de</strong> melhor a região po<strong>de</strong><br />
oferecer. Numa esfera <strong>de</strong> região<br />
<strong>pra</strong>iana que por um lado<br />
tem vestígios da formação do<br />
povo brasileiro, consegue se<br />
mo<strong>de</strong>rnizar sem per<strong>de</strong>r a leveza<br />
das flores e aves que a<br />
ro<strong>de</strong>iam. Por outro lado a roça<br />
mantém as tradições caboclas<br />
das rodas <strong>de</strong> viola, do feijão<br />
no fogão a lenha, das falas<br />
caiçaras e da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />
com a natureza que<br />
<strong>de</strong>ixa tudo aparente.<br />
A Maranduba está localizada<br />
a 25 quilômetros do centro<br />
e possui vida própria, com<br />
centro comercial, quiosques,<br />
hotéis, pousadas, restaurantes,<br />
lojas, postos <strong>de</strong> gasolina,<br />
bancas <strong>de</strong> jornais e sub-prefeitura.<br />
Sua orla disputa com a<br />
Praia Gran<strong>de</strong> como point mais<br />
badalado da região. Tem vida<br />
noturna agitada, barzinhos e<br />
quiosques com música ao vivo.<br />
Ponto <strong>de</strong> partida para as<br />
<strong>pra</strong>ias do Perez, Bonete, Gran<strong>de</strong><br />
do Bonete ao quilombo<br />
Caçandoca, Caçandoquinha<br />
e do condomínio do Pulso.<br />
Ponto <strong>de</strong> partida para várias<br />
cachoeiras no Sertão da Quina<br />
como a do Corrêa e Água<br />
Branca. Para quem vem <strong>de</strong><br />
Caraguatatuba, esta é a primeira<br />
<strong>pra</strong>ia <strong>de</strong> Ubatuba com<br />
acesso direto pela rodovia.<br />
Praia com 2 km <strong>de</strong> extensão,<br />
boa para banho, ela forma<br />
com a <strong>pra</strong>ia do Sapê e a <strong>pra</strong>ia<br />
da Lagoinha uma das maiores<br />
orlas contínuas <strong>de</strong> Ubatuba,<br />
com cerca <strong>de</strong> 7 Km <strong>de</strong> extensão<br />
e uma bela vista para ilhas<br />
da Maranduba e do Pontal.<br />
Maranduba e Lagoinha foram<br />
palco <strong>de</strong> espetáculos sobre<br />
o mar e seu povo. Ponto<br />
<strong>de</strong> encontro das comunida<strong>de</strong>s<br />
locais foi elo da formação<br />
cultural que marcou todas<br />
as gerações. Todos têm<br />
o que falar <strong>de</strong>sta <strong>pra</strong>ia. Nem<br />
só <strong>de</strong> vinho ela viveu, muitos<br />
pães amassou para mostrar-<br />
-se como peça fundamental<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento aliado a<br />
preservação histórica, cultural<br />
e ambiental da região sul<br />
<strong>de</strong> Ubatuba. Seus parentes<br />
mais próximos são as outras<br />
29 <strong>pra</strong>ias, passando por<br />
quilombos, condomínios, comunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> pescadores,<br />
<strong>de</strong>sertas e escondidas. Sua<br />
estrutura é pequena, porém<br />
caminhando ao profissionalismo<br />
<strong>de</strong> que tanto é necessário<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento i<strong>de</strong>al.<br />
O mais importante é que<br />
as instituições privadas é que<br />
dão o ar da graça. Suas areias<br />
e marés têm diversida<strong>de</strong> em<br />
toda a sua orla.<br />
Nem só <strong>de</strong> <strong>pra</strong>ia vive a região.<br />
Em seu interior temos<br />
lindas cachoeiras, ruínas espetaculares,<br />
flores e frutos ao<br />
alcance da mão. As aves dão<br />
um espetáculo diferenciado <strong>de</strong><br />
tudo que você já viu. A região<br />
foi o maior exportador <strong>de</strong> gengibre<br />
do Brasil. Tem em suas<br />
matas vestígios da única estrada<br />
<strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> um século e<br />
meio atrás, tem matas com as<br />
maiores formações <strong>de</strong> bromélias<br />
e orquí<strong>de</strong>as já vistas. Tem<br />
canhões e muros <strong>de</strong> pedras<br />
que combatiam as tropas do<br />
governo no período do trafico<br />
negreiro. Tem artesanato<br />
<strong>de</strong> primeira. Tem opções <strong>de</strong><br />
estadia, mercado, postos <strong>de</strong><br />
combustíveis e serviços para<br />
todos os públicos. Tem ainda<br />
lugares que pararam no tempo:<br />
corridas <strong>de</strong> canoas, festas<br />
religiosas, ativida<strong>de</strong>s esportivas,<br />
trilhas, mergulho, passeios<br />
<strong>de</strong> barcos, gastronomia.<br />
Muitos pequenos empresários<br />
se qualificam por isso se <strong>de</strong>stacam<br />
como fazem os produtores<br />
rurais e artesãos <strong>de</strong>sta<br />
parte do paraíso. A região<br />
tem fazenda <strong>de</strong>baixo dágua,<br />
as <strong>de</strong> mexilhões. Tem <strong>pra</strong>ias<br />
on<strong>de</strong> as areias emitem os “ics,<br />
ics” tamanha pureza <strong>de</strong> suas<br />
águas e areias. Tem <strong>pra</strong>ias<br />
que formam verda<strong>de</strong>iras lagoas<br />
que <strong>de</strong> tão próximas ao<br />
mar dá para ir com um pulo.<br />
Águas calmas e por vezes silenciosas.<br />
É possível se aventurar<br />
na chuva, na fazenda.<br />
O lugar tem tantas qualida<strong>de</strong>s<br />
que po<strong>de</strong>ria ser um<br />
município. Ele é tão bom que<br />
muitos turistas vêm todo o<br />
ano do município vizinho para<br />
apreciar nossas belezas. A<br />
serra possui uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> caminhos<br />
e trilhas que outrora<br />
foi utilizado pelos índios Tupinambás<br />
e reaproveitado pelos<br />
negros e <strong>de</strong>pois pelas comunida<strong>de</strong>s<br />
tradicionais, dá para ir<br />
ao planalto, ao Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
e a Santos. Até OVNIS foram<br />
recolhidos em nossas águas.<br />
A comunida<strong>de</strong> vai se adaptando<br />
as novas tendências,<br />
mesmo pagando pelos pecados<br />
das gran<strong>de</strong>s metrópoles.<br />
Maranduba é assim, uma<br />
mulher bonita que vem sendo<br />
cuidada aos poucos e que<br />
quando estiver pronta surpreen<strong>de</strong>rá<br />
muita gente. Gente<br />
que ajudou a cuidar <strong>de</strong>ste lugar<br />
tão belo e tão importante<br />
para as pessoas, as plantas e<br />
os animais que aqui habitam e<br />
vem nos visitar.
01 Dezembro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News Página 9<br />
Maranduba a um clique do mundo<br />
De forma <strong>pra</strong>tica, simples<br />
e produtiva o Litoral Virtual<br />
inova mais uma vez. O estúdio<br />
colocou no ar o www.<br />
maranduba.com.br que é uma<br />
versão atualizada dos dados<br />
e fotos da região sul <strong>de</strong><br />
Ubatuba. A diferença esta na<br />
qualida<strong>de</strong> das informações e<br />
nos colaboradores, que sua<br />
gran<strong>de</strong> maioria são <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes<br />
das comunida<strong>de</strong>s indígenas,<br />
quilombolas, pescadores,<br />
artesãos e produtores<br />
rurais que viram em sua cultura<br />
algo que po<strong>de</strong> se transformar<br />
em negócio, geração <strong>de</strong><br />
emprego e renda e melhoria<br />
da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população<br />
da região. Os temas<br />
são variados e sempre atualizados.<br />
Algumas fotos po<strong>de</strong>m<br />
ser observadas em 360 graus,<br />
on<strong>de</strong> o visitante busca <strong>de</strong>talhes<br />
numa sensação <strong>de</strong> realmente<br />
estar naquele lugar.<br />
Temas sobre turismo, cultura,<br />
historia e meio ambiente<br />
dão a maior importância sobre<br />
o patrimônio material e imaterial<br />
<strong>de</strong>ste paraíso. A navegabilida<strong>de</strong><br />
é fácil. O visitante<br />
virtual po<strong>de</strong> seguir varias seqüências<br />
<strong>de</strong> visitas: pelo texto,<br />
pelas fotos, pelo menu ou por<br />
temas. A qualida<strong>de</strong> das fotos<br />
é outro atrativo que mostra as<br />
realida<strong>de</strong>s e as belezas nuas e<br />
cruas <strong>de</strong>ste paraíso.<br />
Quando se navega no site as<br />
fotos não se repetem. Existe<br />
um mapa <strong>de</strong> satélite do trecho<br />
a ser visitado, guia local, hospedagens<br />
e também humor.<br />
Todos os anunciantes do <strong>Jornal</strong><br />
Maranduba e Litoral Virtual<br />
fazem parte do site. Existem<br />
outras surpresas a serem colocadas<br />
no site, principalmente<br />
sobre turismo diferenciado.<br />
Quem quiser anunciar e só<br />
entrar em contato via e-mail<br />
contato@maranduba.com.br<br />
De fácil navegação, o novo site maranduba.com.br tem tudo que você quer saber sobre a região. Confira algumas telas do site
Página 10 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News 01 Dezembro 2010<br />
Gente apaixonada por Ubatuba: A saga Patural (parte VI)<br />
Eis a última parte da Saga<br />
Patural. Foi com muita satisfação<br />
que <strong>de</strong>i uma revisada,<br />
parte por parte, conforme ia<br />
sendo publicada. Agra<strong>de</strong>ço<br />
aos editores (Sidney e Emílio)<br />
e aos leitores pelo interesse<br />
na história <strong>de</strong> coragem <strong>de</strong><br />
Jean-Pierre e Silvia. Creio ter<br />
alcançado o meu objetivo principal,<br />
ou seja, dar a conhecer<br />
um pouco <strong>de</strong>ssa gente apaixonada<br />
por Ubatuba. Depois da<br />
conclusão da entrevistada, encerro<br />
com as últimas consi<strong>de</strong>rações<br />
que não posso omitir.<br />
‘Infelizmente não tive sorte<br />
com a Sesmaria, pois o meu<br />
caseiro Melentino tentou uma<br />
ação <strong>de</strong> usucapião, mas sem<br />
nenhum êxito. Apesar disso<br />
<strong>de</strong>clarou-se dono da Sesmaria<br />
e, há anos, vem ven<strong>de</strong>ndo pequenas<br />
áreas a com<strong>pra</strong>dores<br />
<strong>de</strong> Ubatuba que sabem perfeitamente<br />
que o mesmo não é<br />
proprietário. A Patrícia, minha<br />
primeira filha, assim que<br />
alcança os <strong>de</strong>zoito anos se volta<br />
para a questão. Nós temos<br />
os documentos, os registros<br />
dos funcionários. Até in<strong>de</strong>nização<br />
o Melentino recebeu.<br />
Em 1992, Jean Pierre Júnior,<br />
sendo engenheiro civil, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
vir morar em Ubatuba, iniciando<br />
a construção <strong>de</strong> seu primeiro<br />
barco <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong> camarão<br />
e <strong>de</strong>dicando-se exclusivamente<br />
a essa ativida<strong>de</strong>. É casado;<br />
tem uma filhinha. Aqui nesta<br />
casa somos nós: eu e Patrícia.<br />
Eu <strong>de</strong>cidi, após me aposentar<br />
pela Unitau, vir também para<br />
Ubatuba. Afinal o meu filho<br />
já estava morando aqui, além<br />
<strong>de</strong>sta terra ter fascinado por<br />
tanto tempo a família Patural.<br />
Atualmente não pensamos<br />
mais em mexer na questão<br />
do Ubatumirim. Porém, toda a<br />
documentação está em nosso<br />
po<strong>de</strong>r. Há alguns anos estivemos<br />
na proprieda<strong>de</strong>; <strong>de</strong>u pena<br />
ver tudo aquilo sem nenhum<br />
investimento, as pessoas que<br />
se apo<strong>de</strong>raram estão vivendo<br />
numa situação <strong>de</strong> miséria e<br />
não têm nenhuma perspectiva<br />
<strong>de</strong> vida. Vocês acreditam<br />
que eles continuam usando as<br />
duas casas que ainda foram<br />
construídas por nós, sem fazerem<br />
nada <strong>de</strong> melhorias?<br />
Antes <strong>de</strong> concluir a minha<br />
fala, preciso dizer que até<br />
um estudo do potencial das<br />
águas das cachoeiras foi feito<br />
com muita <strong>de</strong>dicação pelo<br />
Jean Pierre; já tinha o projeto<br />
<strong>de</strong> energia gerada alí mesmo,<br />
tornando, certamente, uma<br />
fazenda-mo<strong>de</strong>lo.<br />
Para finalizar: assim que<br />
os meus pais souberam do<br />
acorrido, me escreveram pedindo<br />
que retornasse à França<br />
com as crianças. Eu pensei<br />
bem, refleti sobre a situação<br />
da Europa e sobre os sonhos<br />
em que eu e meu marido tanto<br />
apostamos, me alegrei da<br />
nossa ousadia e coragem que<br />
se baseava num gran<strong>de</strong> amor.<br />
Além do mais, eu estava empregada,<br />
ganhando razoavelmente<br />
bem e, as crianças estavam<br />
estudando e se dando<br />
bem no Brasil. É lógico que<br />
eu pensei: se voltasse para lá<br />
teria que recomeçar tudo <strong>de</strong><br />
novo. E eu amo este país!”<br />
Algumas consi<strong>de</strong>rações<br />
minhas: 1- o norte do município<br />
teria lucrado muito se<br />
os sonhos do francês fossem<br />
concluídos, pois sua fazenda<br />
<strong>de</strong>monstraria aos caiçaras<br />
as alternativas tecnológicas<br />
e as medidas mais racionais<br />
para acreditar no potencial<br />
produtivo que temos; 2- o<br />
povo caiçara teria uma outra<br />
perspectiva <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> resistência<br />
frente à especulação<br />
imobiliária que acompanhou<br />
um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> turismo predatório,<br />
ou seja, que condicionou<br />
melhoria <strong>de</strong> vida à renúncia<br />
das terras ancestrais;<br />
3- a cultura, continuando<br />
enraizada e circundada pela<br />
realida<strong>de</strong> próxima, se fortaleceria<br />
mais e contribuiria para<br />
a preservação <strong>de</strong> todos os aspectos<br />
implícitos no binômio<br />
natureza-homem; 4-um povo<br />
vivendo bem com suas raízes<br />
também ama a cultura erudita<br />
e fermenta as bases para uma<br />
socieda<strong>de</strong> mais justa, solidária<br />
e com mais amor, ou dizendo<br />
<strong>de</strong> outra maneira, re-cria a<br />
Terra.<br />
Entrevistada:<br />
Sílvia Polacco Patural<br />
Relatório:<br />
José Ronaldo dos Santos<br />
Moradores fazem peregrinação no socorro a<br />
criança perdida na <strong>pra</strong>ia da Maranduba<br />
No último dia 20, sábado,<br />
moradores da região<br />
realizam uma intensa peregrinação<br />
para socorrer<br />
um casal <strong>de</strong> turistas que<br />
per<strong>de</strong>u a filha na <strong>pra</strong>ia da<br />
Maranduba.<br />
Populares se sentiram indignados<br />
com a informação<br />
dada pelo 193 no socorro<br />
ao casal.<br />
Do outro lado da linha foram<br />
informados que havia<br />
apenas três bombeiros para<br />
o atendimento em todo o<br />
município. No momento das<br />
ações o posto <strong>de</strong> bombeiros<br />
da <strong>pra</strong>ia da Maranduba<br />
também estava fechado.<br />
Moradores, comerciantes<br />
e ambulantes informam que<br />
não é a primeira vez que o<br />
posto fica fechado, além do<br />
mais em períodos <strong>de</strong> férias<br />
e temporada, são poucos os<br />
dias em que se vê a unida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> resgate no local.<br />
Segundo a moradora<br />
A.M.S., 34, os pais estavam<br />
muito nervosos a ponto <strong>de</strong><br />
entrarem em choque. Felizmente<br />
a criança foi encon-<br />
trada na <strong>pra</strong>ia da Lagoinha.<br />
Os pais foram conduzidos<br />
até a criança no carro<br />
particular <strong>de</strong> um policial<br />
militar que estava em serviço.<br />
A <strong>pra</strong>ia da Maranduba<br />
e a Lagoinha formam a segunda<br />
maior faixa <strong>de</strong> areia<br />
do município, só per<strong>de</strong>ndo<br />
para a do Ubatumirim.<br />
A comunida<strong>de</strong> da região<br />
espera que nesta temporada<br />
não falte bombeiros<br />
nem viaturas no atendimento<br />
a população e aos<br />
turistas.
01 Dezembro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News Página 11<br />
Cantinho da Poesia<br />
Criança na escola e no lazer<br />
Aos amigos Rui e Marilda<br />
Caminhos um dia se cruzam,<br />
A gente nem sabe os porquês.<br />
Talvez idéias perdidas que ainda vivam<br />
E que acabam convergindo para vocês.<br />
Gente, pessoas, corpos ou talvez apenas almas.<br />
Pedaços <strong>de</strong> alguma coisa que ficou no passado.<br />
Talvez ontem vidas intensas, hoje vidas mais calmas.<br />
Amor perdido que voltou a ser pensado.<br />
Sabor <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong> num universo,<br />
Confissão <strong>de</strong> amor perdida no espaço.<br />
Sonhos escondidos num momento disperso<br />
Dirigindo meu ser por tudo que faço.<br />
Sei que não sou o dono <strong>de</strong> meu <strong>de</strong>stino<br />
Mas me permito escolher aqueles a quem amo.<br />
De <strong>de</strong>talhe escondido, e com certeza o mais fino,<br />
Meu coração me diz que quase nunca me engano!<br />
Aquela foto...<br />
Manoel Del Valle Neto<br />
Antes <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> casa<br />
Olho para ti, pendurada na pare<strong>de</strong> do meu quarto,<br />
Passos lentos, dou, para trás, contemplando as pare<strong>de</strong>s.<br />
Daquele sonho, ainda tenho nossos olhares,<br />
Mas, sobrou, apenas, a imensidão dos sete mares,<br />
E, quando fecham-se as portas, sorrisos falsos aos pares.<br />
Quero que saibas disto:<br />
Nunca rasguei aquela foto<br />
Que você não me <strong>de</strong>u, eu a roubei do vento... lembra??<br />
Pois naquele simples olhar, ainda <strong>de</strong> menina,<br />
Me reencontro, sem saber bem on<strong>de</strong>....<br />
Por mais distante que você esteja, te encontro,<br />
Talvez, porque não saiba, eu, viver sem você,<br />
Mas, essa foto, roubada, te <strong>de</strong>volverei,<br />
Não bem como ela era, pois no verso, escrevi meus amores por ti,<br />
Deixarei on<strong>de</strong> a encontrei, voando com o vento....<br />
Pedirei ao tempo para que lhe entregue, para que você possa ler...<br />
Os versos <strong>de</strong> um sonho e gostaria que viesse com a resposta...<br />
Edgar Izarelli <strong>de</strong> Oliveira<br />
*Encoraje seus filhos a andar<br />
e brincar sempre acompanhados;<br />
* Diga-lhes para evitarem<br />
locais perigosos como prédios<br />
vazios, vielas, quadras, parques<br />
isolados, terrenos baldios,<br />
etc;<br />
*Ensine as crianças a resolver<br />
problemas com palavras;<br />
* Tenha certeza <strong>de</strong> que<br />
seu filho esta fazendo os percursos<br />
mais seguros <strong>de</strong> seus<br />
caminhos rotineiros (escola,<br />
casa dos amigos, lojas, etc).<br />
Faça os percursos e i<strong>de</strong>ntifique<br />
pontos arriscados e pontos<br />
<strong>de</strong> apoio;<br />
*Encoraje seus filhos a ficar<br />
sempre alerta e a avisar um<br />
adulto – professor, vizinho,<br />
policial, sobre alguma coisa<br />
que aparentar estar errado;<br />
*Evitar ficar parado em “rodinhas”<br />
na porta da escola,<br />
entre assim que possível no<br />
colégio;<br />
*Não aceite carona <strong>de</strong> estranhos<br />
ou convites para,<br />
entrar em casas, passear em<br />
carros, brincar em terrenos ou<br />
garagens, mesmo que atraídas<br />
pela promessa <strong>de</strong> doces,<br />
refrigerantes ou presentes;<br />
*Não aceite doces, balas,<br />
suco, refrigerantes, etc <strong>de</strong> estranhos<br />
e <strong>de</strong>sconhecidos;<br />
*Conduza seus filhos à escola<br />
ou entregue-as a pessoas<br />
<strong>de</strong> sua confiança. Uma boa<br />
medida é que vizinhos ou parentes<br />
se revezem na tarefa,<br />
semanalmente;<br />
*Oriente-as para irem e voltarem<br />
das aulas sempre em<br />
grupo;<br />
Microempreen<strong>de</strong>dor individual<br />
O microempreen<strong>de</strong>dor individual<br />
(MEI) foi criado pela Lei<br />
Complementar 128/2008 e entrou<br />
em vigor no dia 1º <strong>de</strong> julho<br />
<strong>de</strong> 2009.<br />
Manicure, artesão, feirante,<br />
ambulante, sapateiro, mecânico,<br />
encanador, cabeleireiro,<br />
pedreiro, pintor, até a<strong>de</strong>strador<br />
<strong>de</strong> animais, entre outros,<br />
po<strong>de</strong>m se formalizar e virar um<br />
microempreen<strong>de</strong>dor individual.<br />
O objetivo da lei é legalizar<br />
a ativida<strong>de</strong> informal e dar proteção<br />
previ<strong>de</strong>nciária a esses<br />
microempresários. Além da relação<br />
<strong>de</strong> ocupações que po<strong>de</strong>m<br />
a<strong>de</strong>rir ao MEI, é importante<br />
informar-se sobre as leis da sua<br />
cida<strong>de</strong>. O ambulante ou quem<br />
trabalha em lugar fixo <strong>de</strong>verá<br />
ter autorização da Prefeitura<br />
com relação ao tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />
e ao local on<strong>de</strong> irá trabalhar.<br />
A obtenção do CNPJ e<br />
a inscrição da Junta Comercial<br />
não substituem as normas <strong>de</strong><br />
ocupação dos municípios que<br />
<strong>de</strong>vem ser observadas e obe<strong>de</strong>cidas.<br />
Quem virar um microempreen<strong>de</strong>dor<br />
individual terá direito a<br />
oito benefícios da Previdência.<br />
Entre eles, licença-maternida<strong>de</strong>,<br />
auxílio-doença e aposentadoria.<br />
A lei garante ainda vantagens<br />
como ter a tranquilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
atuar regularmente no mercado,<br />
ter a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprovar<br />
a renda e <strong>de</strong> participar<br />
<strong>de</strong> licitações, principalmente<br />
junto às prefeituras, maior facilida<strong>de</strong><br />
no acesso a crédito e<br />
divulgação da empresa como<br />
microempreen<strong>de</strong>dora.<br />
A formalização <strong>de</strong> pequenos<br />
negócios é feita pela internet no<br />
site www.portaldoempreen<strong>de</strong>dor.gov.br.<br />
O processo <strong>de</strong> legalização<br />
e a primeira <strong>de</strong>claração<br />
anual po<strong>de</strong>rão ser feitas <strong>de</strong> forma<br />
gratuita, pelos contadores.<br />
O CNPJ provisório sairá na<br />
hora, o que segundo o Sebrae,<br />
muda a vida do trabalhador.<br />
*Oriente-os a não pararem<br />
em casas <strong>de</strong> jogos eletrônicos,<br />
parques <strong>de</strong><br />
diversão, campos ou parques,<br />
especialmente sozinhos;<br />
Manual <strong>de</strong> Auto Proteção<br />
do Cidadão da Polícia Militar<br />
do Estado <strong>de</strong> São Paulo Setor<br />
<strong>de</strong> Comunicação Social - Base<br />
<strong>de</strong> Segurança Comunitária da<br />
Maranduba<br />
DISK DENÚNCIA<br />
181<br />
VOCÊ NÃO PRECISA<br />
SE IDENTIFICAR<br />
AJUDE A POLÍCIA<br />
A AJUDAR VOCÊ<br />
“A partir do momento em que<br />
você está formalizado, você<br />
po<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r para outras empresas,<br />
porque você po<strong>de</strong>, por<br />
exemplo, emitir notas fiscais.<br />
E você também po<strong>de</strong> com<strong>pra</strong>r<br />
diretamente dos fornecedores<br />
e com isso ter vantagens porque<br />
você vai ter produtos mais<br />
baratos”, diz Paulo Okamoto,<br />
presi<strong>de</strong>nte do Sebrae.<br />
O microempreen<strong>de</strong>dor terá<br />
6 meses para adquirir o alvará<br />
<strong>de</strong>finitivo junto à Prefeitura.<br />
Atenção: No dia 09 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro,<br />
quinta-feira, às 9h30,<br />
na Associação Comercial <strong>de</strong><br />
Ubatuba (Rua Dr. Esteves da<br />
Silva, 51- Centro), será realizada<br />
uma palestra gratuita sobre<br />
o tema.<br />
Inscrições: Posto Sebrae <strong>de</strong><br />
Atendimento ao Empreen<strong>de</strong>dor<br />
<strong>de</strong> Ubatuba (PAE): 3834 1445.<br />
A entida<strong>de</strong> oferece cartilha<br />
do MEI gratuitamente. (Fonte:<br />
Assessoria <strong>de</strong> Comunicação<br />
ACIU e Sebrae)
Página 12 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News 01 Dezembro 2010<br />
Gente da nossa história: <strong>Maria</strong> e <strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong> <strong>somam</strong> 2 séculos <strong>de</strong> história <strong>pra</strong> <strong>contar</strong><br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
“Amar <strong>pra</strong> ser amado” foi assim,<br />
baseando-se nesta frase<br />
que foram criados junto com<br />
os familiares e amigos. Único<br />
casal vivo que guarda os reais<br />
segredos da aparição da santa<br />
Nossa Senhora das Graças no<br />
Morro do São Cruzeiro no Sertão<br />
da Quina, seu <strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong> e<br />
tia <strong>Maria</strong> possuem juntos 202<br />
anos <strong>de</strong> vida e muita história<br />
<strong>pra</strong> <strong>contar</strong>.<br />
Ele nasceu <strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong> Manoel<br />
<strong>de</strong> Oliveira em 16 <strong>de</strong> novembro<br />
<strong>de</strong> 1907 na Praia da Fortaleza.<br />
Ela <strong>Maria</strong> Gaspar dos<br />
Santos nascida em 29 <strong>de</strong><br />
junho <strong>de</strong> 1912 no Sertão<br />
da Maranduba (S. da<br />
Quina), filha <strong>de</strong> Messias<br />
Manoel Gaspar dos Santos<br />
e Antonia <strong>de</strong> Amorim,<br />
neta <strong>de</strong> Manoel Gaspar<br />
dos Santos e Rosa Félix<br />
Gaspar <strong>de</strong> Jesus, um dos<br />
casais que fundaram a<br />
região. Ele, filho do segundo<br />
casamento <strong>de</strong><br />
Manoel Zacarias e <strong>Maria</strong><br />
Bernardina <strong>de</strong> Santana,<br />
seus irmãos são: João<br />
Zacarias, Val<strong>de</strong>vino,<br />
Sebastiana, Benedita e<br />
<strong>Maria</strong> Conceição. O casal<br />
teve os filhos: José,<br />
Zacarias, Braz, <strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong>,<br />
Pedro, Sebastião, <strong>Maria</strong><br />
Conceição, <strong>Maria</strong> <strong>de</strong> Oliveira<br />
e Manoel <strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong>. Todos criados<br />
com muito sacrifício mais<br />
com muito amor para dar e<br />
distribuir. <strong>Maria</strong> foi até “ama”<br />
<strong>de</strong> leite <strong>de</strong> vários meninos,<br />
hoje alguns são avós.<br />
Casaram no dia <strong>de</strong> todas as<br />
almas e todos os santos- 31<br />
<strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1928, isso<br />
mesmo possuem 82 anos <strong>de</strong><br />
casamento. Seu <strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong> relata<br />
que ganhou <strong>de</strong> presente <strong>de</strong><br />
casamento 1.500 pés <strong>de</strong> café,<br />
1.000 pés <strong>de</strong> laranja e dois alqueires<br />
<strong>de</strong> mandioca “<strong>pra</strong> capiná”.<br />
Os noivos e convidados<br />
foram um dia antes a cida<strong>de</strong><br />
para o casório, levaram quatro<br />
horas e meia a pé. Lá fizeram<br />
um pouso para casar na parte<br />
da manha para dar tempo <strong>de</strong><br />
chegar em casa casado e fazer<br />
a primeira refeição como marido<br />
e mulher literalmente a luz<br />
<strong>de</strong> velas (fifó-lamparina). Na<br />
chegada tiveram <strong>de</strong> atravessar<br />
o Rio Gran<strong>de</strong> (Maranduba)<br />
sobre um tronco talhado que<br />
servia <strong>de</strong> ponte. Os homens<br />
carregavam as mulheres no<br />
colo para não se molharem.<br />
<strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong> cavalheiro como era<br />
foi atravessar com a Ana Correia<br />
e como o tronco estava<br />
molhado os dois caíram na<br />
água e o agora marido molhou<br />
o terno branco que vestia.<br />
Ele trabalhou na prefeitura<br />
com o prefeito Cel. Ernesto<br />
<strong>de</strong> Oliveira, sua função era<br />
ascen<strong>de</strong>r e apagar o pavio<br />
das lamparinas da re<strong>de</strong> publica<br />
<strong>de</strong> iluminação no centro<br />
da cida<strong>de</strong>. Trabalhou ainda<br />
na Santa Casa e na fazenda<br />
Jundiaquara. Depois trabalhou<br />
na Fazenda dos Ingleses<br />
na Vila <strong>de</strong> Santo Antonio<br />
(Caraguatatuba). Lá jogou<br />
futebol na posição <strong>de</strong> ponta<br />
esquerda, apren<strong>de</strong>u Kung Fu<br />
e Box, era 1925. Ela quando<br />
menina participou <strong>de</strong> todas<br />
as visitas da Imaculada a este<br />
território. Foi peça fundamental<br />
na montagem do único documentário<br />
em ví<strong>de</strong>o sobre a<br />
historia da aparição. Muitos<br />
outros <strong>de</strong>poimentos não foram<br />
publicados por solicitação<br />
<strong>de</strong> <strong>Maria</strong>.<br />
Ela é dona <strong>de</strong> uma musica<br />
que apren<strong>de</strong>u em sonho,<br />
foi por indicação da Virgem,<br />
também <strong>de</strong> uma oração para<br />
rosário que só existe<br />
aqui em todo o<br />
planeta. Quando<br />
fala sobre o tema,<br />
lagrimas correm em<br />
seu lindo rosto, percebe-se<br />
que é pela<br />
<strong>de</strong>scrença e perda<br />
do respeito sobre<br />
o tema e também<br />
pela felicida<strong>de</strong> que<br />
a aguarda. Suas<br />
orações e cantos<br />
saem <strong>de</strong> sua boca<br />
como se não fosse<br />
ela que esta dizendo.<br />
Sai como doce e<br />
como canto <strong>de</strong> pássaro.<br />
Ela ainda recorda<br />
das gran<strong>de</strong>s roças<br />
na Pedra Preta, <strong>de</strong> mandioca<br />
brava para farinha, café,<br />
banana, dos feijões <strong>de</strong> corda<br />
como a fava, rama doce para<br />
acompanhar o café e da Mulaé,<br />
segundo moradores a<br />
rama <strong>de</strong> mandioca mais antiga<br />
do Brasil, espécie que foi<br />
trazida pelos negros escravos.<br />
<strong>Maria</strong> é da Irmanda<strong>de</strong><br />
Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus e<br />
da Legião <strong>de</strong> <strong>Maria</strong>, <strong>de</strong>voção<br />
<strong>de</strong>ixada a pedido da Imaculada<br />
em 1915-17, a qual não<br />
participa por conta das condições<br />
físicas, mas todos sabem<br />
que participa na fé, que<br />
é inabalável. “É tanta pouca-<br />
-vergonha hoje em dia, que se<br />
soubessem o que os aguarda<br />
pediriam perdão a Virgem”,<br />
<strong>de</strong>sabafa <strong>Maria</strong>.<br />
Perguntado o que eles<br />
aguardam a resposta foi<br />
curta: “DEUS”. Quando casaram<br />
as únicas coisas que<br />
com<strong>pra</strong>vam era a querosene,<br />
sal, “fórfi” (fósforo), sapato e<br />
fazendas <strong>de</strong> panos. <strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong><br />
trabalhava com as tamancas<br />
(calçado) <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, algumas<br />
eram produzidas em<br />
Ubatuba na antiga Fazenda<br />
Usina Velha. As mais chiques<br />
eram trazidas <strong>de</strong> Portugal,<br />
umas abertas e outras fechadas.<br />
A fazenda Usina Velha<br />
tinha trazido do Porto <strong>de</strong> São<br />
Sebastião do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
um automóvel que era a fascinação<br />
<strong>de</strong> todos. Um dia um<br />
pneu furou e o estepe tinha<br />
<strong>de</strong> esperar chegar <strong>de</strong> Portugal,<br />
mais um carpinteiro muito<br />
bom <strong>de</strong> Ubatuba provi<strong>de</strong>nciou<br />
uma roda completa <strong>de</strong><br />
ma<strong>de</strong>ira, a fama do carpinteiro<br />
cresceu ainda mais. Muita<br />
gente passava pelo carreiro<br />
<strong>de</strong>sta fazenda para ouvir o<br />
ronco do motor do “automóver”.<br />
Ele ainda tem a replica <strong>de</strong><br />
legítima Henrique Laporte,<br />
cartucheira <strong>de</strong> 1925 com peças<br />
<strong>de</strong> vidro calibre 40. Sempre<br />
simples o casal é hoje<br />
Patrimônio da região. Quando<br />
<strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong> nasceu o Sertão da<br />
Quina tinha pouco mais <strong>de</strong><br />
setenta anos <strong>de</strong> vida. Chegou<br />
a ver muitos escravos bisavós<br />
dos remanescentes quilombolas<br />
da Ubatuba atual.<br />
Seus <strong>de</strong>talhes impressionam.<br />
Ao conhecer a vida <strong>de</strong>les e<br />
<strong>de</strong> tantos outros <strong>de</strong>scobrimos<br />
que mesmo com<br />
a vida dura a região era<br />
linda e as pessoas não<br />
eram tão gananciosas<br />
como hoje, que a nossa<br />
vida é cheia <strong>de</strong> frescura,<br />
com o dizia minha avó.<br />
Tratavam-se pessoas<br />
puras, mesmo com o inicio<br />
da especulação imobiliária<br />
e a tomada das<br />
terras, como bem relata<br />
o livro Ubatuba Terra<br />
e População da Mestra<br />
<strong>Maria</strong> Luiza Marcilia.<br />
Ao ver a paz que buscam<br />
neste tempo e o<br />
silencio mostram a sabedoria<br />
que cabe a nós<br />
tirar o chapéu e agra<strong>de</strong>cer<br />
a Deus pelo privilégio e a<br />
honra <strong>de</strong> të-los como testemunhas<br />
oculares da história<br />
e da formação <strong>de</strong> nosso país.<br />
Principalmente a mim que<br />
ouviu, sentiu, abraçou, falou<br />
com <strong>Fi<strong>de</strong>ncio</strong> e <strong>Maria</strong>. Ao pedir<br />
a benção a este casal parece-<br />
-me que pedi a todos que um<br />
dia conheci e partiram, num<br />
coro imagino ouvir o “Deus<br />
Te Abençoe, Te Guar<strong>de</strong> e Te<br />
Proteja Meu Filho”. Confesso<br />
que não tem dinheiro que pague<br />
esta sensação, uma das<br />
<strong>pra</strong>zerosas que vivenciei.
01 Dezembro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News Página 13<br />
Sauda<strong>de</strong> como fonte <strong>de</strong> emprego e renda as comunida<strong>de</strong>s<br />
CRISTINA OLIVEIRA<br />
Mesmo com a simplicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> nossas vidas,<br />
havia sempre alguma que<br />
nos marcavam. Muita <strong>de</strong>las<br />
era sobre coisas simples<br />
que não envolviam<br />
dinheiro e nem status.<br />
Em algumas situações,<br />
dinheiro nenhum neste<br />
mundo pagaria por este<br />
<strong>pra</strong>zer ou privilégio. Lembro-me<br />
da comoção que<br />
era a visita da Folia <strong>de</strong><br />
Reis e do Divino a nossa<br />
região.<br />
A folia era como o jornal<br />
da época. Através <strong>de</strong><br />
seus membros sabíamos<br />
o que acontecia em todos<br />
os cantos da cida<strong>de</strong>. Todos<br />
paravam para acompanhar<br />
os Reis. Eram servidas<br />
boas bebidas, café<br />
com bolo, “escardado <strong>de</strong><br />
galinha”. Tudo <strong>de</strong>baixo<br />
<strong>de</strong> muita alegria. Seus<br />
membros tinham casas<br />
marcadas para pouso.<br />
Outra festa boa foi a da<br />
Nossa Senhora das Graças,<br />
daquela que tinha o<br />
leilão, bate-pé, Moçambique<br />
trazido da Serra<br />
Acima, tinha ainda seus<br />
moradores que faziam<br />
peças teatrais animadas.<br />
Era história, cultura e entretenimento<br />
tudo junto.<br />
Era bom porque todos<br />
participavam <strong>de</strong> todas<br />
as etapas. Para a festa<br />
os rapazes vestiam suas<br />
melhores roupas, aquelas<br />
<strong>de</strong> domingo, tudo passado<br />
a fero <strong>de</strong> brasa, pesadões,<br />
<strong>de</strong> difícil manuseio.<br />
As moças com suas<br />
roupas <strong>de</strong> festa e com<br />
brilhantina no cabelo, estilo<br />
“cashimere bouquet”<br />
no rosto (pó <strong>de</strong> arroz).<br />
Programação boa mesmo<br />
era fazer rodinha <strong>pra</strong><br />
<strong>contar</strong> e ouvir causos, os<br />
mais assanhados se chegavam<br />
aos pais das moçoilas<br />
e ficavam papeando (o tal<br />
do xavéco). Se a menina<br />
<strong>de</strong>sse um sorriso, a noite ia<br />
ser boa.<br />
Naquela época era um<br />
escândalo ver a canela <strong>de</strong><br />
uma moça. As modas <strong>de</strong><br />
viola e rodadas <strong>de</strong> truco<br />
atraiam mais gente do que<br />
o campeonato brasileiro.<br />
Aos domingos as missas e<br />
<strong>de</strong>pois o campo <strong>de</strong> futebol<br />
era o ponto <strong>de</strong> encontro do<br />
pessoal, ali você sabia <strong>de</strong><br />
tudo, era um ponto <strong>de</strong> referencia<br />
para tudo, principalmente<br />
para os mutirões.<br />
Tinha ainda o jogo <strong>de</strong> malha<br />
que era na venda do<br />
seu Moisés, que tinha um<br />
uniforme padrão, sunga<br />
azul, camisa <strong>de</strong> botão e<br />
chapéu <strong>de</strong> palha, que utiliza<br />
até hoje. Família bacana<br />
<strong>de</strong>ste homem.<br />
Os primeiros doces comprei<br />
no bar do “Zé Leal”. Lá<br />
tinha <strong>de</strong> quase tudo. Outro<br />
armazém que meu pai fala<br />
muito foi o do “Mané Gaspá”,<br />
on<strong>de</strong> é parte do prédio<br />
da escola Tereza dos Santos.<br />
Uma ou duas vezes por<br />
ano aparecia o barbeiro e o<br />
<strong>de</strong>ntista. Era um acontecimento<br />
”tirar” o <strong>de</strong>nte. As<br />
romarias para Aparecida<br />
eram por vezes realizadas a<br />
pé, outras no pau <strong>de</strong> arara.<br />
As vias sacras eram representadas<br />
por atos, queria<br />
eu saber quem era aquela<br />
mulher que subia no banquinho<br />
e cantava “Por aqui<br />
passou um homem...”, e<br />
os soldados que batiam<br />
as lanças umas nas outras<br />
quando cruzavam a procissão.<br />
Fé a parte, tratava-se<br />
<strong>de</strong> um espetáculo ao ar livre,<br />
assim como a missa<br />
afro realizada no quilombo<br />
da Caçandoca.<br />
As missas comemorativas<br />
eram aguardadas o<br />
ano todo. Era uma beleza,<br />
turistas vinham aos montes<br />
ver a tradição e a preparação<br />
<strong>de</strong> um povo leigo,<br />
que se fosse profissional<br />
não faria tão bem. Isso era<br />
em todas as comunida<strong>de</strong>s<br />
da região. O presépio, as<br />
luzes natalinas, as canções,<br />
os violeiros. As festas<br />
particulares também eram<br />
ro<strong>de</strong>adas <strong>de</strong> charme, beleza<br />
e fartura, mesmo que<br />
a família fosse <strong>de</strong>sprovida,<br />
algo acontecia e nada faltava.<br />
Moradores da região costumavam<br />
se consultar com<br />
Dona Quininha (Joaquina),<br />
mãe do João Américo, que<br />
fazia remédios caseiros a<br />
base <strong>de</strong> ervas da localida<strong>de</strong>.<br />
Outros iam a cida<strong>de</strong><br />
consultar com o Seu Juquinha,<br />
antecessor do Seu Filhinho.<br />
Juquinha tinha uma<br />
Botica no centro, vendia<br />
remédios por doses, tinha<br />
também o “suador”, método<br />
usado para expulsar<br />
a doença do corpo. O paciente<br />
tomava chá quente<br />
e um comprimido, <strong>de</strong>pois<br />
se enrolava num cobertor<br />
ou numa esteira <strong>de</strong> palha,<br />
ficava quietinho por horas<br />
<strong>de</strong>itado até o suador passar.<br />
Pronto resolvido!<br />
O que mais me dói é saber<br />
que não trata <strong>de</strong> saudosismo<br />
e sim <strong>de</strong> formulas<br />
antigas que com roupagens<br />
novas po<strong>de</strong>m muito bem<br />
substituir este marasmo<br />
que está nossa cida<strong>de</strong> por<br />
algo que, além <strong>de</strong> animar o<br />
povo e o visitante, po<strong>de</strong>rá<br />
proporcionar a geração <strong>de</strong><br />
emprego e renda a muita<br />
gente. Quem se habilita?<br />
“Juquinha tinha uma Botica<br />
no centro, vendia remédios<br />
por doses, tinha<br />
também o “suador”, método<br />
usado para expulsar a doença<br />
do corpo”
Página 14 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News 01 Dezembro 2010<br />
Cinco vidas em uma só: experiências e<br />
<strong>de</strong>sventuras <strong>de</strong> uma jornalista em livro<br />
Izabela Vasconcelos, <strong>de</strong> São<br />
Paulo<br />
A vida reservou para ela momentos<br />
inéditos, um conjunto <strong>de</strong><br />
situações que pouca gente viveu<br />
em 34 anos <strong>de</strong> vida. De jornalista<br />
a imigrante ilegal na Europa e<br />
técnica <strong>de</strong> enfermagem em clínica<br />
psiquiatra no Brasil. É assim a vida<br />
nada comum <strong>de</strong> Cláudia Canto,<br />
que, <strong>de</strong> cada aventura e aprendizado,<br />
fez um livro.<br />
Empregada doméstica, enfermeira,<br />
freelancer e escritora<br />
Chegar à Europa com 500 euros<br />
do bolso, viver como imigrante<br />
ilegal, trabalhar como empregada<br />
doméstica em cárcere privado<br />
são algumas das lembranças<br />
que a jornalista tem para <strong>contar</strong>.<br />
“Cheguei a fazer frilas na Europa,<br />
escrever para jornais, e a ven<strong>de</strong>r<br />
anúncios também, mas não podia<br />
mostrar minha cara, porque eu estava<br />
como ilegal”, conta Claudia,<br />
que encontrou na função <strong>de</strong> empregada<br />
doméstica um caminho<br />
para o sustento.<br />
De um ano que ficou na Europa,<br />
oito meses foram em cárcere<br />
privado em um Palácio em Lisboa,<br />
on<strong>de</strong> trabalhou cuidando da mansão.<br />
Entre as experiências vividas,<br />
essa foi a mais difícil. “Trabalhava<br />
e cuidava <strong>de</strong> dois idosos na casa,<br />
não tinha <strong>pra</strong>ticamente folga, nem<br />
podia sair <strong>pra</strong> nada, nem <strong>pra</strong> telefonar”.<br />
Não voltar <strong>de</strong> “mãos abanando”<br />
foi o que motivou Claudia<br />
a continuar na “prisão”.<br />
A jornalista, que só tinha algumas<br />
horas para sair no domingo,<br />
recebeu propostas para se prostituir,<br />
conheceu algumas pessoas<br />
da noite, mas se negou a entrar<br />
nessa vida. “Tive sim a opção <strong>de</strong><br />
ter me tornado uma prostituta,<br />
mas <strong>de</strong>scobri que, para tal, o talento<br />
é primordial, e me falta este<br />
recurso, felizmente, ou infelizmente”,<br />
revela.<br />
Foi <strong>de</strong>ssa “aventura” que nasceu<br />
o “Morte às vassouras – Diário <strong>de</strong><br />
uma jornalista que se tornou empregada<br />
doméstica em Portugal”,<br />
publicado em 2002 pela editora<br />
Edicon, que, <strong>de</strong> acordo com ela,<br />
“retrata a mediocrida<strong>de</strong> humana”.<br />
O livro foi lançado em Portugal<br />
e está sendo traduzido para o<br />
espanhol. Apesar <strong>de</strong>ssas vitórias,<br />
Claudia critica a imprensa, por não<br />
dar espaço aos projetos alternativos.<br />
“Não saiu nada sobre o meu<br />
livro na gran<strong>de</strong> imprensa européia.<br />
Houve uma certa censura.<br />
Foi publicado só nos jornais alternativos”,<br />
<strong>de</strong>sabafa.<br />
Transtornado e escritor: todo<br />
mundo tem um pouco<br />
Depois <strong>de</strong>ssa obra, Claudia mal<br />
imaginava que estava prestes a<br />
passar por outra experiência que<br />
lhe ren<strong>de</strong>ria mais um livro, a <strong>de</strong><br />
técnica <strong>de</strong> enfermagem, uma <strong>de</strong><br />
suas formações, em uma clínica<br />
psiquiatra. No primeiro dia em seu<br />
novo emprego, foi recepcionada<br />
por um homem que apresentava<br />
todos pelas suas respectivas doenças<br />
mentais.<br />
“Agora você <strong>de</strong>ve estar querendo<br />
saber o que eu tenho, né?! Eu<br />
sou o genro do George Bush e só<br />
não saí com a Madonna porque<br />
eu não quis”, apresentou-se o homem<br />
com transtorno bipolar. “Isso<br />
é para eu escrever <strong>de</strong> novo, pensei.<br />
Eu creio nas oportunida<strong>de</strong>s. E<br />
esse foi até um livro didático, <strong>de</strong><br />
acordo com os conhecimentos que<br />
tenho <strong>de</strong>sses casos”, diz a jornalista,<br />
que publicou seu segundo livro,<br />
o “Bem-vindo ao mundo dos raros<br />
– Contos e crônicas <strong>de</strong> uma psiquiatra”.<br />
Depois da passagem pela<br />
clínica, Claudia também participou<br />
<strong>de</strong> palestras sobre o tema, on<strong>de</strong>,<br />
vestida como paciente, interpretava<br />
os casos que presenciou.<br />
“Mulher Mo<strong>de</strong>rna Tem Cúmplice”,<br />
uma provocação aos machistas,<br />
<strong>de</strong> palntão. No livro, a<br />
jornalista aborda o drama dos<br />
relacionamentos atuais e violência<br />
contra as mulheres.<br />
A cida<strong>de</strong> dormitório virou<br />
mulher<br />
Nascida e criada em Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes,<br />
periferia da zona leste <strong>de</strong><br />
São Paulo, a jornalista faz do bairro,<br />
conhecido como “cida<strong>de</strong> dormitório”,<br />
sua nova obra. “Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes,<br />
<strong>de</strong> menina a mulher”, a<br />
região é tratada como uma personagem<br />
que cresce entre <strong>de</strong>safios e<br />
conquistas.<br />
“Faz tempo que eu queria fazer<br />
um livro sobre o meu bairro. Fui<br />
então convidada pelo Instituto Polis<br />
para montar um site sobre Cida<strong>de</strong><br />
Tira<strong>de</strong>ntes e reunir material<br />
sobre o bairro para o site. Essa foi<br />
a oportunida<strong>de</strong>”, explica Cláudia,<br />
que sempre atuou e ainda trabalha<br />
em projetos e veículos alternativos,<br />
palestras, saraus, e com tudo<br />
isso, divi<strong>de</strong> também espaço entre<br />
a enfermagem e o jornalismo, em<br />
veículos da zona leste da cida<strong>de</strong>.<br />
Arrependimento por alguma das<br />
experiências? Nunca. “Não me arrependi<br />
com nada. Pelo contrário,<br />
estou caçando outros assuntos<br />
polêmicos. Essas experiências me<br />
trouxeram maturida<strong>de</strong> e humilda<strong>de</strong>”,<br />
diz a jornalista, imigrante ilegal,<br />
empregada doméstica, enfermeira<br />
e escritora, com suas “cinco<br />
vidas”.<br />
Claudia CANTO<br />
<strong>Jornal</strong>ista MTB 32.809<br />
F 9881 1451
01 Dezembro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA News Página 15<br />
Coluna da<br />
Túnel do Tempo<br />
A<strong>de</strong>lina Campi<br />
Qual o segredo do amor?<br />
No dia <strong>de</strong> hoje trago uma<br />
mensagem que nos emociona<br />
pela gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> uma pequena<br />
criança com seu gesto.<br />
Reflitam!!<br />
Foi num dia <strong>de</strong>sses. Eram<br />
dois irmãos vindos da favela.<br />
Um <strong>de</strong>les <strong>de</strong>veria ter cinco<br />
anos e o outro <strong>de</strong>z. Pés <strong>de</strong>scalços,<br />
braços nus. Batiam <strong>de</strong><br />
porta em porta, pedindo comida.<br />
Estavam famintos.<br />
Mas as portas não se abriam.<br />
A indiferença lhes atirava ao<br />
rosto expressões ru<strong>de</strong>s, em<br />
que palavras como moleque,<br />
trabalho e filhos <strong>de</strong> ninguém<br />
se misturavam.<br />
Finalmente, em uma casa<br />
singela, uma senhora atenta<br />
lhes disse: Vou ver se tenho<br />
alguma coisa para lhes dar.<br />
Coitadinhos.<br />
E voltou com uma caixinha<br />
<strong>de</strong> leite. Que alegria!<br />
Os garotos se sentaram na<br />
calçada. O menor disse para<br />
o irmão: Você é mais velho,<br />
tome primeiro...<br />
Esten<strong>de</strong>u a caixa e ficou<br />
olhando-o, com a boca semiaberta,<br />
mexendo a ponta<br />
da língua, parecendo sentir<br />
o gosto do líquido entre seus<br />
<strong>de</strong>ntes brancos.<br />
O menino <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos levou<br />
a caixa à boca, no gesto<br />
<strong>de</strong> beber. Mas, apertou fortemente<br />
os lábios para que<br />
nenhuma gota do leite penetrasse.<br />
Depois, <strong>de</strong>volveu a<br />
caixinha ao irmãozinho: Agora<br />
é a sua vez. Só um pouco, recomendou.<br />
O pequeno <strong>de</strong>u um gran<strong>de</strong><br />
gole e exclamou: Como está<br />
gostoso.<br />
Agora eu, disse o mais velho.<br />
Tornou a levar a caixinha, já<br />
meio vazia, à boca e repetiu o<br />
gesto <strong>de</strong> beber, sem beber nada.<br />
Agora você. Agora eu. Agora<br />
você...<br />
Depois <strong>de</strong> quatro ou cinco<br />
goles, talvez seis, o menorzinho,<br />
<strong>de</strong> cabelo encaracolado,<br />
barrigudinho, esgotou o leite<br />
todo. Sozinho.<br />
Foi nesse momento que o<br />
extraordinário aconteceu. O<br />
menino maior começou a cantar<br />
e a jogar futebol com a caixinha.<br />
Estava radiante, todo<br />
felicida<strong>de</strong>. De estômago vazio.<br />
De coração transbordando <strong>de</strong><br />
alegria.<br />
Pulava com a naturalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> quem está habituado a fazer<br />
coisas grandiosas sem dar<br />
importância.<br />
Observando aqueles dois irmãos<br />
e o Agora você, Agora<br />
eu, nossos olhos se encheram<br />
<strong>de</strong> lágrimas.<br />
Que lição <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>! Que<br />
<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> altruísmo! O<br />
maior, em verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>monstrou,<br />
pelo seu gesto, que é<br />
sempre mais feliz aquele que<br />
dá do que aquele que recebe.<br />
Este é o segredo do amor.<br />
Sacrificar-se a criatura com<br />
tal naturalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma tão<br />
discreta, que o amado nem<br />
possa agra<strong>de</strong>cer pelo que está<br />
recebendo.<br />
Enquanto os dois irmãos<br />
<strong>de</strong>sciam a rua, cantarolando,<br />
abraçados, em nossa mente<br />
vários ensinos <strong>de</strong> Jesus foram<br />
sendo recordados.<br />
Fazer ao outro o que gostaria<br />
que lhe fosse feito.<br />
O óbolo da viúva.<br />
Amai-vos uns aos outros...<br />
* * *<br />
Coloca, nas janelas da tua<br />
alma, o amor, a bonda<strong>de</strong>, a<br />
compaixão, a ternura para<br />
que alcances a felicida<strong>de</strong>.<br />
* * *<br />
Amando, ampliarás o círculo<br />
dos teus afetos e serás, para<br />
os teus amigos, uma bênção.<br />
* * *<br />
Faze o bem, sempre que<br />
possas. E, se a ocasião não<br />
aparecer, cria a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> servir. Deste modo, a felicida<strong>de</strong><br />
estará esperando por ti.<br />
2000 2002<br />
No começo todos remavam na mesma direção...<br />
1973<br />
Naquele tempo, bolo <strong>de</strong> 3 andares, só com mutirão<br />
2001<br />
Nós continuamos os mesmos,<br />
mas os nosso cabelos... cairam!<br />
1990<br />
Já tivemos bom candidato...<br />
2000<br />
Famlia <strong>de</strong> colaboradores <strong>de</strong>ste jornal<br />
e reunião secreta<br />
1985<br />
Já exportamos Folia <strong>de</strong> Reis para o Vale do Paraíba<br />
1993<br />
Esse não buzinava para sair na<br />
foto com a família na moto<br />
1999<br />
Capela antes do incêndio criminoso. Será<br />
que os autores dormem sossegado?<br />
1988<br />
Daqui saiu namoros e casamentos<br />
1996<br />
Se alguns não tivessam casado, hoje<br />
estariam jogando na Eurocopa<br />
Passeio <strong>de</strong> caiaque nas enchentes da Maranduba...<br />
1995<br />
SPA caiçara incluia sauna seca,<br />
biju, café e banana assada<br />
1986<br />
Capitão Nascimento começou assim,<br />
bem cedo já era orgulho da mãe