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<strong>Maranduba</strong>, 04 de Outubro de 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 16<br />
Eleições 2010:<br />
Geraldo Alckmin eleito governador de SP<br />
Dilma e Serra vão para 2º Turno<br />
Confira os candidatos eleitos<br />
Notícias:<br />
Creche do Sertão da Quina<br />
é alvo de vandalismo<br />
Zona Azul cobra estacionamento<br />
em área alagada<br />
Ônibus são assaltados<br />
e bandidos levam R$ 400<br />
Gestor do parque estadual<br />
da Serra do Mar visita região sul<br />
Turismo:<br />
<strong>Brilhante</strong>: mistérios e belezas num só lugar<br />
Gente da Nossa História:<br />
Andrelino Perez: O homem São Cruzeiro<br />
Cultura:<br />
Lenda antiga renasce na horta de moradora<br />
A história do bolo de barro
Página 2 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> 04 Outubro 2010<br />
Editorial<br />
Imparcialidade e independência<br />
têm um preço. Alguns<br />
meios de comunicação têm<br />
como princípio ser imparcial e<br />
independente. Mostram sempre<br />
os dois lados de um fato,<br />
com total isenção ou tendência<br />
para qualquer parte. Isso<br />
gera credibilidade e confiança<br />
do leitor para com o veículo<br />
de comunicação. O <strong>Jornal</strong><br />
<strong>Maranduba</strong> <strong>News</strong> foi criado<br />
com esses princípios.<br />
Diferente de outros veículos<br />
de comunicação que são patrocinados<br />
com recursos de grandes<br />
grupos (ou do poder público),<br />
que apresentam apenas<br />
informações de interesse de<br />
seus patrocinadores, o <strong>Jornal</strong><br />
<strong>Maranduba</strong> vem se mantendo<br />
fiel a seus leitores, apresentando<br />
informações com total isenção<br />
e imparcialidade. Mas isso<br />
tem um preço.<br />
Para manter um jornal é necessário<br />
um investimento fixo<br />
por edição que corresponde a<br />
custos de gráfica, equipamento,<br />
pessoal, manutenção e distribuição.<br />
Sem contar os custos<br />
de levantamento e checagem<br />
das informações publicadas.<br />
Por mais enxuto que seja, existe<br />
um custo por edição.<br />
Para manter a imparcialidade<br />
e independência o <strong>Jornal</strong><br />
<strong>Maranduba</strong> <strong>News</strong> tem como<br />
única fonte de renda seus<br />
anunciantes, todos empresários,<br />
comerciantes e prestadores<br />
de serviço da região. São<br />
eles que se beneficiam com as<br />
Editado por:<br />
Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.<br />
Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970<br />
Fones: (12) 3843.1262 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563<br />
Nextel ID: 55*96*28016<br />
e-mail: jornal@maranduba.com.br<br />
Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: quinzenal<br />
Responsabilidade Editorial:<br />
Emilio Campi<br />
informações divulgadas, pois<br />
assim a região se faz presente<br />
com mais força, proporcionando<br />
aos leitores informação,<br />
cultura, entretenimento e turismo<br />
local. Mostra também o<br />
nível de progresso que a região<br />
atingiu. Os estabelecimentos,<br />
produtos e serviços disponíveis,<br />
tanto para moradores<br />
como para turistas.<br />
Diante da atual situação econômica<br />
que vivemos, entendemos<br />
a dificuldade dos atuais<br />
e possíveis patrocinadores em<br />
investir em publicidade. É frustrante<br />
ao ouvir “Fiquei o dia inteiro<br />
aberto para vender só 20<br />
reais”, “Não tenho como anunciar<br />
agora”, ou então “Vamos<br />
anunciar uma edição sim, uma<br />
edição não”. O pior é ouvir “Vamos<br />
ter que suspender o anúncio”.<br />
Esse sim mata qualquer<br />
esperança de imparcialidade e<br />
independência. Mata o jornal.<br />
Acreditamos que tanto os<br />
nossos leitores e patrocinadores<br />
já perceberam a tendência<br />
do <strong>Jornal</strong> <strong>Maranduba</strong> <strong>News</strong>.<br />
Somos imparciais, e para manter<br />
essa imparcialidade necessitamos<br />
de independência. E<br />
essa independência necessita<br />
de anunciantes fiéis que acreditam<br />
no potencial da região.<br />
Sem isso, a única saída seria<br />
se sujeitar aos grandes grupos,<br />
ou pior ainda, ao poder<br />
público. Mas nós não queremos<br />
isso. Preferimos sacrificar<br />
o jornal.<br />
Emilio Campi<br />
Colaboradores:<br />
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues,<br />
Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira<br />
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores<br />
e não refletem a opinião da direção deste informativo<br />
Chás caseiros ainda presentes<br />
na formação da cultura litorânea<br />
CRISTINA A. DE OLIVIEIRA<br />
Na época em que minha<br />
mãe era pequena, a farmácia<br />
era muito longe de onde morávamos<br />
e tinha de ir a pé.<br />
Mas como resolver ou aliviar<br />
algumas dores físicas e até psicológicas?<br />
Todas as mulheres<br />
recebiam conhecimentos específicos<br />
sobre nossa cultura,<br />
costumes, dizeres e fazeres.<br />
A nossa humilde farmácia<br />
estava sempre na soleira da<br />
porta da cozinha e arredores.<br />
O bom é saber que as coisas<br />
(receitas) realmente funcionavam.<br />
Você que nos lê agora já<br />
deve ter experimentado alguma<br />
destas receitas, que além<br />
da lembrança, nos remete a<br />
uma infância saudável e gostosa.<br />
Lembro-me que minha mãe<br />
era craque em chá caseiro. Dizia<br />
ela que chá de erva curava<br />
tudo. Quando estávamos com<br />
dor de barriga ela buscava<br />
umas folhas de Erva Cidreira<br />
e Hortelã, secava e punha na<br />
caneca, fervia a água e deixava<br />
em cima do chá socado, um<br />
santo remédio.<br />
Pra verme (a tal de “bicha”),<br />
bem cedinho, pegava umas folhas<br />
de Erva Santa Maria (Canema),<br />
socava com um dente<br />
de alho assado, misturava com<br />
leite e nos dava uma canecada<br />
logo cedo em jejum. Era tiro e<br />
queda! O dia que acordávamos<br />
tossindo, ela preparava um xarope<br />
de Canema: duas colheres<br />
de açúcar em uma panela<br />
pequena, deixar em ponto de<br />
calda (amarelinha), misturar<br />
com folhas de canema e um<br />
copo de água, deixar ferver.<br />
Depois da fervura, deixar esfriar<br />
e ir tomando pequenas<br />
colheres durante o dia. Isso<br />
sempre acalmava a tosse.<br />
Para diarréia, mamãe sabia<br />
que se socasse a Marcelinha e<br />
misturasse com água resolveria.<br />
Mesmo amarga era melhor<br />
que ficar sentado no trono por<br />
um bom tempo. Para desinteria,<br />
ela fazia um chá preparado<br />
com casca e broto de goiaba,<br />
nada podia com este chá. Até<br />
para os desconfortos femininos<br />
minha mãe tinha algum um chá<br />
na “manga”. Inflamação do canal<br />
da urina e partes íntimas<br />
ela usava a Caninha-do-brejo e<br />
a folha do Capiá (planta da família<br />
do milho, que nasce perto<br />
dos rios, onde de sua frutinha<br />
faze-se o rosário e o terço tradicional).<br />
A folha do Picão Preto era<br />
usada como antiinflamatório.<br />
Minha mãe dizia que fazia bom<br />
efeito, mesmo tomando como<br />
chá, como banho de assento<br />
ou lavando a parte machucada.<br />
Bendito era a Erva de São<br />
João com seu cheirinho gostoso,<br />
que socado com sal é uma<br />
beleza para curar torção no pé<br />
e tornozelo, um machucado<br />
feio que “magoa” o osso. Esta<br />
erva junto com a Canema era<br />
usada como emplasto para dores<br />
na “escadeiras” (coluna).<br />
Ela fazia assim: aquecia o emplasto,<br />
colocava sobre o lugar,<br />
aquecia também duas colheres<br />
de óleo, molhava um pedaço<br />
de jornal, colocava sobre as<br />
ervas pra aliviar as dores. Meu<br />
pai sempre se utilizava deste<br />
método.<br />
Quebra-pedra, aquela plan-<br />
tinha que nasce no quintal é<br />
uma beleza para quem sofre<br />
de pedras nos rins, é que ela<br />
ajuda a expulsar as pedras, enquanto<br />
isto vai aliviando a dor.<br />
Minha mãe comentava sobre<br />
os chás sempre com sua comadre,<br />
que vivia com folhas de<br />
café na testa, que servia para<br />
aliviar dores de cabeça. Usava<br />
também fatias de batata ao redor<br />
da cabeça, dizia que cozinhava<br />
na testa.<br />
Esta comadre de mamãe era<br />
uma figura. Simples como era<br />
mamãe sempre de vestido de<br />
chita pregueado, de pés descalço<br />
e roupa cheirando a anil,<br />
aquela barrinha azul igual a<br />
sabão, só que bem pequenininha,<br />
muito usado para clarear<br />
roupa. Não sei por que o pé<br />
de anil me lembra as folhas<br />
de Atroveram, uma erva que a<br />
planta parece com a de Alfavaca,<br />
mas tem cheiro de anil.<br />
As folhas são um santo remédio<br />
pra aliviar cólica menstrual.<br />
Alfavaca sabemos que é tempero,<br />
mas alivia também os<br />
brônquios, dizia mamãe.<br />
Lembro-me muito bem do pé<br />
de pitanga que tinha em frente<br />
à porta da cozinha, que suas<br />
frutinhas e suas folhas, feitos<br />
com chá auxiliavam no combate<br />
a gripe ou constipado, era<br />
assim que mamãe dizia. Com<br />
o tempo descobri que além do<br />
conhecimento, havia outros ingredientes<br />
que faziam os chás<br />
serem eficientes: era o amor,<br />
a dedicação, o carinho com<br />
que tratava o assunto, aliados<br />
a boa relação com a natureza,<br />
com respeito à floresta, que<br />
tudo tinha, tudo dava, mas que<br />
também de nós recebia.<br />
Cristina Ap. de Olivieira<br />
Técnica em Turismo Rural,<br />
Artesã e moradora tradicional<br />
do Araribá
04 Outubro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 3<br />
ELEIÇÕES<br />
2010<br />
Apuração em Ubatuba<br />
A apuração em Ubatuba foi<br />
finalizada pouco depois de<br />
01h00 da manhã.<br />
José Serra (PSDB) é o candidato<br />
mais votado, com 47,8%.<br />
Em segundo, Dilma Rousseff<br />
(PT), com 30%.<br />
Para governador, Alckmin<br />
(PSDB), já eleito, lidera com<br />
60,4%. Mercadante (PT) vem<br />
em segundo, com 28,3%.<br />
Aloysio Nunes (PSDB), já eleito,<br />
ficou com 34,2% dos votos.<br />
A candidata do PT, Marta<br />
Suplicy, também eleita, ficou<br />
em segundo, com 20,1% dos<br />
votos válidos.<br />
Para Deputado Federal, Maurão<br />
(PSC) liderou, com 9,1%.<br />
Em segundo, Tiririca (PR),<br />
com 7,8%. Gabriel Chalita<br />
(PSB) ficou em terceiro, com<br />
5,1%.<br />
Deputado Estadual: Gil Arantes<br />
(DEM) lidera, com 14,78%.<br />
Em segundo, o jurista Fernando<br />
Capez (PSDB), com 5,9%.<br />
Em terceiro, Bernardo Ortiz Jr<br />
(PSDB), com 5%.<br />
Dados das Eleições no Brasil<br />
Seções: 400.001<br />
Seções Apuradas: 399.982 (99,99%)<br />
Eleitorado: 135.804.433<br />
Apurado: 135.798.750 (99,99%)<br />
Abstenção: 24.608.548 (18,12%)<br />
Comparecimento: 111.190.202 (81,88%)<br />
Votos: 111.190.202<br />
Brancos: 3.479.269 (3,13%)<br />
Nulos: 6.123.961 (5,51%)<br />
Válidos: 101.586.972 (91,36%)<br />
Dados das Eleições em SP<br />
Seções: 80.220<br />
Seções Apuradas: 80.220 (100,00%)<br />
Eleitorado: 30.289.723<br />
Apurado: 30.289.723 (100,00%)<br />
Abstenção: 4.979.456 (16,44%)<br />
Comparecimento: 25.310.267 (83,56%)<br />
Votos: 25.310.267<br />
Brancos: 1.230.124 (4,86%)<br />
Nulos: 1.326.601 (5,24%)<br />
Válidos: 22.753.542 (89,90%)<br />
Presidente - Dilma e Serra disputam 2º turno<br />
Seq Nº Candidato Partido / Coligação Qtde. Votos<br />
1 13 * DILMA PT-PRB/PDT/PT/PMDB/PTN/PSC/PR/PTC/PSB/ PCdoB 47.649.616 (46,91%)<br />
2 45 * JOSÉ SERRA PSDB - PTB / PPS / DEM / PMN / PSDB / PT do B 33.131.003 (32,61%)<br />
3 43 MARINA PV 19.636.095 (19,33%)<br />
4 50 PLÍNIO PSOL 886.805 (0,87%)<br />
5 27 EYMAEL PSDC 89.349 (0,09%)<br />
6 16 ZÉ MARIA PSTU 84.609 (0,08%)<br />
7 28 LEVY FIDELIX PRTB 57.959 (0,06%)<br />
8 21 IVAN PCB 39.134 (0,04%)<br />
9 29 RUI COSTA PCO 12.206 (0,01%)<br />
Governador<br />
Seq Num. Nome Candidato Partido / Coligação Qtde. Votos<br />
1 45 * GERALDO ALKMIN PSDB-PMDB/PSC/PPS/DEM/PHS/PMN/ 11.519.314 (50,63%)<br />
PSDB<br />
Senador<br />
Seq Num. Nome Candidato Partido / Coligação Qtde. Votos<br />
1 451 * ALOYSIO NUNES PSDB-PMDB/PSC/PPS/DEM/PHS/PMN/ 11.189.168 (30,42%)<br />
PSDB<br />
2 133 * MARTA SUPLICY PT-PRB/PDT/PT/PTN/PR/PSDC/PRTB/<br />
PRP/PC do B/ PTdo B<br />
8.314.027 (22,61%)<br />
Deputado Federal<br />
Seq Num Nome Candidato Partido / Coligação Qtde. Votos<br />
1 2222 * TIRIRICA PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 1.353.820 (6,35%)<br />
2 4030 * GABRIEL CHALITA PSB - PSL / PSB 560.022 (2,63%)<br />
3 4585 * BRUNA FURLAN PSDB - PPS / DEM / PSDB 270.661 (1,27%)<br />
4 1212 * PAULINHO DA FORÇA PDT 267.208 (1,25%)<br />
5 1325 * JOÃO PAULO CUNHA PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 255.497 (1,20%)<br />
6 1353 * JILMAR TATTO PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 250.467 (1,17%)<br />
7 2525 * RODRIGO GARCIA DEM - PPS / DEM / PSDB 226.073 (1,06%)<br />
8 4515 * EMANUEL FERNANDES PSDB - PPS / DEM / PSDB 218.789 (1,03%)<br />
9 1370 * ZARATTINI PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 216.403 (1,02%)<br />
10 4021 * LUIZA ERUNDINA PSB - PSL / PSB 214.114 (1,00%)<br />
11 4096 * OTA PSB - PSL / PSB 213.024 (1,00%)<br />
12 2010 * MARCO FELICIANO PSC - PSC / PHS 211.855 (0,99%)<br />
13 1322 * ARLINDO CHINAGLIA PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 207.465 (0,97%)<br />
14 1452 * ARNALDO FARIA DE SÁ PTB 192.336 (0,90%)<br />
15 5050 * IVAN VALENTE PSOL 189.014 (0,89%)<br />
16 4545 * EDSON APARECIDO PSDB - PPS / DEM / PSDB 184.403 (0,87%)<br />
17 2299 * VALDEMAR COSTA NETO PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 174.826 (0,82%)<br />
18 4040 * MÁRCIO FRANÇA PSB - PSL / PSB 172.005 (0,81%)<br />
19 4586 * JOSÉ ANIBAL PSDB - PPS / DEM / PSDB 170.957 (0,80%)<br />
20 4567 * VAZ DE LIMA PSDB - PPS / DEM / PSDB 170.777 (0,80%)<br />
21 2500 * JORGE TADEU DEM - PPS / DEM / PSDB 164.650 (0,77%)<br />
22 1010 * ANTONIO BULHÕES PRB - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 162.667 (0,76%)<br />
23 4000 * JONAS DONIZETTE PSB - PSL / PSB 162.144 (0,76%)<br />
24 2233 * PR PAULO FREIRE PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 161.083 (0,76%)<br />
25 1155 * MISSION. JOSÉ OLIMPIO PP 160.813 (0,75%)<br />
26 1301 * VICENTE CANDIDO PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 160.242 (0,75%)<br />
27 4517 * MARA GABRILLI PSDB - PPS / DEM / PSDB 160.138 (0,75%)<br />
28 1321 * FILIPPI PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 149.525 (0,70%)<br />
29 4500 * CARLOS SAMPAIO PSDB - PPS / DEM / PSDB 145.585 (0,68%)<br />
30 1387 * JANETE PIETÁ PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 144.529 (0,68%)<br />
31 1390 * VICENTINHO PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 141.068 (0,66%)<br />
32 2345 * ARNALDO JARDIM PPS - PPS / DEM / PSDB 140.641 (0,66%)<br />
33 1331 * RICARDO BERZOINI PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 140.525 (0,66%)<br />
34 4577 * THAME PSDB - PPS / DEM / PSDB 139.727 (0,66%)<br />
35 1332 * JOSÉ MENTOR PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 139.691 (0,66%)<br />
36 2325 * DIMAS RAMALHO PPS - PPS / DEM / PSDB 139.636 (0,66%)<br />
37 4565 * TRIPOLI PSDB - PPS / DEM / PSDB 134.884 (0,63%)<br />
38 1398 * PAULO TEIXEIRA PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 134.479 (0,63%)<br />
39 1316 * CARLINHOS ALMEIDA PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 134.190 (0,63%)<br />
40 6565 * ALDO REBELO PC do B - PRB / PT / PR / PC do B / PT B 132.109 (0,62%)<br />
41 1312 * VACCAREZZA PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 131.685 (0,62%)<br />
42 2255 * MILTON MONTI PR - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 131.654 (0,62%)<br />
43 4547 * LUIZ FERNANDO MACHADO PSDB - PPS / DEM / PSDB 129.620 (0,61%)<br />
44 1369 * DEVANIR RIBEIRO PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 127.952 (0,60%)<br />
45 4554 * DUARTE NOGUEIRA PSDB - PPS / DEM / PSDB 124.737 (0,59%)<br />
46 2577 * ELI CORREA FILHO DEM - PPS / DEM / PSDB 124.608 (0,58%)<br />
47 2323 * ROBERTO FREIRE PPS - PPS / DEM / PSDB 121.471 (0,57%)<br />
48 1434 * NELSON MARQUEZELLI PTB 117.634 (0,55%)<br />
49 4074 * JEFFERSON CAMPOS PSB - PSL / PSB 116.317 (0,55%)<br />
50 4525 * DIB PSDB - PPS / DEM / PSDB 113.823 (0,53%)<br />
51 4555 * JULIO SEMEGHINI PSDB - PPS / DEM / PSDB 113.333 (0,53%)<br />
52 2545 * JUNJI ABE DEM - PPS / DEM / PSDB 113.156 (0,53%)<br />
53 2513 * ALEXANDRE LEITE DEM - PPS / DEM / PSDB 112.950 (0,53%)<br />
54 2590 * GUILHERME CAMPOS DEM - PPS / DEM / PSDB 112.852 (0,53%)<br />
55 1318 * NEWTON LIMA NETO PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 110.207 (0,52%)<br />
56 1523 * EDINHO ARAUJO PMDB 100.195 (0,47%)<br />
57 2012 * MARCELO AGUIAR PSC - PSC / PHS 98.842 (0,46%)<br />
58 4300 * GUILHERME MUSSI PV 98.702 (0,46%)<br />
59 1023 * OTONIEL LIMA PRB - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 95.971 (0,45%)<br />
60 6588 * DELEGADO PROTÓGENES PC do B - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 94.906 (0,45%)<br />
61 1345 * VANDERLEI SIRAQUE PT - PRB / PT / PR / PC do B / PT do B 93.314 (0,44%)<br />
62 4363 * RICARDO IZAR PV 87.347 (0,41%)<br />
63 1133 * ALINE CORREA PP 78.317 (0,37%)<br />
64 4343 * PENNA PV 78.301 (0,37%)<br />
65 4070 * ABELARDO CAMARINHA PSB - PSL / PSB 71.637 (0,34%)<br />
66 4344 * ROBERTO DE LUCENA PV 70.611 (0,33%)<br />
67 1211 * JOÃO DADO PDT 70.486 (0,33%)<br />
68 4315 * ROBERTO SANTIAGO PV 60.180 (0,28%)<br />
69 4311 * DR. SINVAL MALHEIROS PV 59.209 (0,28%)<br />
70 1250 * SALVADOR ZIMBALDI PDT 42.743 (0,20%)<br />
Deputado Estadual<br />
Seq Num Nome Candidato Partido / Coligação Qtde. Votos<br />
1 45145 * BRUNO COVAS PSDB - DEM / PSDB 239.150 (1,13%)<br />
2 45633 * PAULO ALEXANDRE BARBOSA PSDB - DEM / PSDB 215.061 (1,01%)<br />
3 45700 * FERNANDO CAPEZ PSDB - DEM / PSDB 214.592 (1,01%)<br />
4 14140 * CAMPOS MACHADO PTB 214.519 (1,01%)<br />
5 45100 * PEDRO TOBIAS PSDB - DEM / PSDB 198.379 (0,93%)<br />
6 13113 * EDINHO SILVA PT - PRB / PT / PR / PT do B 184.397 (0,87%)<br />
7 45545 * BARROS MUNHOZ PSDB - DEM / PSDB 183.859 (0,87%)<br />
8 15000 * BALEIA ROSSI PMDB 176.787 (0,83%)<br />
9 13156 * RUI FALCÃO PT - PRB / PT / PR / PT do B 174.691 (0,82%)<br />
10 13114 * ENIO TATTO PT - PRB / PT / PR / PT do B 161.170 (0,76%)<br />
11 43134 * RITA PASSOS PV 154.351 (0,73%)<br />
12 13570 * ALENCAR PT - PRB / PT / PR / PT do B 154.272 (0,73%)<br />
13 25558 * GIL ARANTES DEM - DEM / PSDB 145.128 (0,68%)<br />
14 45680 * ORLANDO MORANDO PSDB - DEM / PSDB 138.630 (0,65%)<br />
15 43007 * FELICIANO PV 137.573 (0,65%)<br />
16 25005 * ANDRE SOARES DEM - DEM / PSDB 136.919 (0,64%)<br />
17 12181 * MAJOR OLIMPIO PDT 135.409 (0,64%)<br />
18 13147 * GERALDO CRUZ PT - PRB / PT / PR / PT do B 131.206 (0,62%)<br />
19 45245 * SAMUEL MOREIRA PSDB - DEM / PSDB 130.865 (0,62%)<br />
20 13690 * CARLOS GRANA PT - PRB / PT / PR / PT do B 126.973 (0,60%)<br />
21 45400 * ANALICE FERNANDES PSDB - DEM / PSDB 125.116 (0,59%)<br />
22 20633 * RODRIGO MORAES PSC - PSC / PHS 124.278 (0,59%)<br />
23 45157 * CELINO PSDB - DEM / PSDB 123.667 (0,58%)<br />
24 45125 * MAURO BRAGATO PSDB - DEM / PSDB 123.283 (0,58%)<br />
25 13134 * SIMÃO PEDRO PT - PRB / PT / PR / PT do B 118.453 (0,56%)<br />
26 13121 * ANA PERUGINI PT - PRB / PT / PR / PT do B 115.342 (0,54%)<br />
27 23423 * ALEX MANENTE PPS 114.714 (0,54%)<br />
28 13622 * JOÃO PAULO RILLO PT - PRB / PT / PR / PT do B 111.822 (0,53%)<br />
29 13644 * JOÃO ANTONIO PT - PRB / PT / PR / PT do B 110.684 (0,52%)<br />
30 45321 * CARLOS BEZERRA JR. PSDB - DEM / PSDB 107.837 (0,51%)<br />
31 23623 * ROBERTO MORAIS PPS 107.145 (0,50%)<br />
32 25250 * MILTON LEITE FILHO DEM - DEM / PSDB 106.538 (0,50%)<br />
33 13913 * DONISETE BRAGA PT - PRB / PT / PR / PT do B 105.436 (0,50%)<br />
34 13800 * LUIZ MOURA PT - PRB / PT / PR / PT do B 104.705 (0,49%)<br />
35 23456 * GONDIM PPS 104.663 (0,49%)<br />
36 25118 * EDMIR CHEDID DEM - DEM / PSDB 104.602 (0,49%)<br />
37 25199 * ESTEVAM GALVAO DEM - DEM / PSDB 101.883 (0,48%)<br />
38 50789 * CARLOS GIANNAZI PSOL 100.808 (0,47%)<br />
39 13611 * ISAC REIS PT - PRB / PT / PR / PT do B 100.638 (0,47%)<br />
40 12345 * RAFAEL SILVA PDT 97.183 (0,46%)<br />
41 40789 * VINICIUS CAMARINHA PSB 97.028 (0,46%)<br />
42 10123 * GILMACI SANTOS PRB - PRB / PT / PR / PT do B 96.976 (0,46%)<br />
43 13310 * LUIZ CLAUDIO MARCOLINO PT - PRB / PT / PR / PT do B 96.594 (0,46%)<br />
44 45156 * ROBERTO ENGLER PSDB - DEM / PSDB 95.279 (0,45%)<br />
45 15113 * CARUSO PMDB 94.894 (0,45%)<br />
46 13199 * ANTONIO MENTOR PT - PRB / PT / PR / PT do B 94.174 (0,44%)<br />
47 45200 * CÉLIA LEÃO PSDB - DEM / PSDB 93.318 (0,44%)<br />
48 43001 * GIRIBONI PV 93.123 (0,44%)<br />
49 45555 * CELSO GIGLIO PSDB - DEM / PSDB 91.289 (0,43%)<br />
50 43477 * PASTOR DILMO DOS SANTOS PV 90.909 (0,43%)<br />
51 14235 * CORONEL EDSON FERRARINI PTB 90.466 (0,43%)<br />
52 13004 * TELMA DE SOUZA PT - PRB / PT / PR / PT do B 90.361 (0,43%)<br />
53 13112 * GERSON BITTENCOURT PT - PRB / PT / PR / PT do B 89.920 (0,42%)<br />
54 43135 * PADRE AFONSO PV 87.674 (0,41%)<br />
55 12123 * ROGERIO NOGUEIRA PDT 86.985 (0,41%)<br />
56 25122 * ALDO DEMARCHI DEM - DEM / PSDB 86.672 (0,41%)<br />
57 22999 * ANDRE DO PRADO PR - PRB / PT / PR / PT do B 86.346 (0,41%)<br />
58 65035 * LECI BRANDÃO PC do B 86.298 (0,41%)<br />
59 45780 * MARCOS ZERBINI PSDB - DEM / PSDB 85.678 (0,40%)<br />
60 14160 * ROQUE BARBIERE - ROQUINHO PTB 84.012 (0,40%)<br />
61 15622 * JOOJI HATO PMDB 83.855 (0,40%)<br />
62 45477 * ROBERTO MASSAFERA PSDB - DEM / PSDB 81.380 (0,38%)<br />
63 13290 * HAMILTON PEREIRA PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.963 (0,38%)<br />
64 14222 * HEROILMA SOARES TAVARES PTB 80.819 (0,38%)<br />
65 13632 * ANA DO CARMO PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.452 (0,38%)<br />
66 13131 * MARCOS MARTINS PT - PRB / PT / PR / PT do B 80.131 (0,38%)<br />
67 15300 * ITAMAR BORGES PMDB 79.195 (0,37%)<br />
68 43363 * REINALDO ALGUZ PV 78.964 (0,37%)<br />
69 45610 * HELIO NISHIMOTO PSDB - DEM / PSDB 78.906 (0,37%)<br />
70 13222 * ADRIANO DIOGO PT - PRB / PT / PR / PT do B 77.924 (0,37%)<br />
71 25011 * GILSON DE SOUZA DEM - DEM / PSDB 77.664 (0,37%)<br />
72 45160 * ARY FOSSEN PSDB - DEM / PSDB 76.406 (0,36%)<br />
73 10321 * SEBASTIÃO SANTOS PRB - PRB / PT / PR / PT do B 73.805 (0,35%)<br />
74 25255 * MILTON VIEIRA DEM - DEM / PSDB 71.523 (0,34%)<br />
75 13123 * ZICO PT - PRB / PT / PR / PT do B 71.502 (0,34%)<br />
76 45232 * CARLÃO PIGNATARI PSDB - DEM / PSDB 70.337 (0,33%)<br />
77 13130 * MARCO AURÉLIO DE SOUZA PT - PRB / PT / PR / PT do B 69.485 (0,33%)<br />
78 43033 * CHICO SARDELLI PV 68.721 (0,32%)<br />
79 23123 * DAVI ZAIA PPS 68.658 (0,32%)<br />
80 13640 * JOSÉ CANDIDO PT - PRB / PT / PR / PT do B 68.202 (0,32%)<br />
81 45114 * MARIA LÚCIA AMARY PSDB - DEM / PSDB 67.804 (0,32%)<br />
82 65123 * PEDRO BIGARDI PC do B 67.758 (0,32%)<br />
83 20112 * PR. CARLOS CEZAR PSC - PSC / PHS 67.189 (0,32%)<br />
84 45451 * CAUÊ MACRIS PSDB - DEM / PSDB 66.412 (0,31%)<br />
85 20200 * ADILSON ROSSI PSC - PSC / PHS 64.646 (0,30%)<br />
86 45123 * WELSON GASPARINI PSDB - DEM / PSDB 62.679 (0,30%)<br />
87 45111 * GERALDO VINHOLI PSDB - DEM / PSDB 62.580 (0,29%)<br />
88 12133 * JOSE BITTENCOURT PDT 58.954 (0,28%)<br />
89 40123 * ED THOMAS PSB 57.853 (0,27%)<br />
90 11111 * CURIATI PP 57.727 (0,27%)<br />
91 20688 * MARCOS NEVES PSC - PSC / PHS 54.759 (0,26%)<br />
92 43333 * DR. ULYSSES PV 41.623 (0,20%)<br />
93 43433 * REGINA GONÇALVES PV 37.618 (0,18%)<br />
94 40023 * BOLÇONE PSB 31.274 (0,15%)<br />
*Candidatos eleitos segundo o site do TSE - http://divulgacao.tse.gov.br
Página 4 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> 04 Outubro 2010<br />
Artes Marciais destacam atletas da Região Sul<br />
Atletas representantes da<br />
<strong>Maranduba</strong> participaram da primeira<br />
etapado do XXI Campeonato<br />
Brasileiro de Kung Fu (wu-<br />
-shu), realizada na cidade de<br />
São Jose dos Campos com represententes<br />
de varios estados.<br />
Destaque para nossos atletas<br />
na categoria Sanshou (boxe<br />
chines) com medalha de bronze<br />
para o atleta Carlinhos. Na<br />
categoria mãos destaque para<br />
atleta Lara, que conquistou o<br />
quarto lugar.<br />
Na categoria armas curtas<br />
e médias vice campeã Lara<br />
Luccas Barreiros. Na categoria<br />
masculino senior destaque<br />
para o atleta Valdir (Xaiulong),<br />
o nosso dragao vice campeao<br />
brasileiro 2010 em armas curtas<br />
e medias com um quinto lugar.<br />
Agora vamos pra segunda<br />
etapa de Campinas no kung fu.<br />
Parabéns aos atletas que estão<br />
sempre levando o nome da<br />
nossa cidade lá encima, entre<br />
os melhores do país no quesito<br />
artes marciais. O atleta Valdir<br />
Xiaulong agradece o apoio de<br />
alguns colaboradores: Mercadinho<br />
e Padaria Santa Cruz, Banca<br />
do Sapé, Drogaria Renascer,<br />
Hotel Porto do Eixo, Secretaria<br />
Municipal de Esportes e <strong>Jornal</strong><br />
<strong>Maranduba</strong> <strong>News</strong>.<br />
Creche do Sertão da Quina é alvo<br />
de vandalismo e roubo de brinquedos<br />
Na tarde do último dia 07<br />
de setembro, a CEI Nativa<br />
Fernandes de Faria no Sertão<br />
da Quina foi invadida por vândalos,<br />
que além de bagunçar<br />
o local, roubaram brinquedos<br />
das crianças. Os vândalos entraram<br />
na Secretaria, beberam<br />
os refrigerantes que foram doados<br />
pelos pais das crianças<br />
para o bingo do dia 09/10. A<br />
bebida foi jogada no chão, no<br />
computador, telefone e livros.<br />
Danificaram os livros pedagógicos<br />
que foram jogados pelo<br />
corredor da escola. As salas<br />
foram invadidas, notou-se sinal<br />
de que crianças brincaram<br />
em seus interiores e também<br />
exteriores da escola.<br />
Foram levados somente<br />
brinquedos, entre eles: um<br />
cavalinho, carrinho grande<br />
vermelho, fantoches, baú de<br />
legos, pasta de CD e DVDs,<br />
dedoches, bolinha de sabão.<br />
Foram levados somente brinquedos, entre eles: um cavalinho,<br />
carrinho grande vermelho, fantoches, baú de legos,<br />
pasta de CD e DVDs, dedoches, bolinha de sabão.<br />
A comunidade encontra-se indignada<br />
com a bagunça e com<br />
o roubo e caso vejam algum<br />
brinquedo como estes, entre<br />
em contato com a creche, que<br />
já notificou a Delegacia de Polícia.<br />
Também podem acionar o<br />
190, não precisa se identificar.<br />
“Passos sobre Passos”<br />
Será lançado no próximo dia<br />
8 de outubro o livro “Passos<br />
sobre Passos” de Edgar Izarelli.<br />
Edgar Izarelli, nascido em<br />
Ubatuba no dia 07 de abril de<br />
1.990, adotou para seu nome<br />
artístico o sobrenome Izarelli,<br />
provido da família de sua avó<br />
materna, por sentir grande<br />
identificação com a cultura<br />
Italiana. Desde o nascimento<br />
convive com limitações motoras,<br />
necessitando, para se<br />
locomover, de cadeiras de<br />
rodas.Já suas capacidades<br />
intelectuais e criativas são<br />
plenamente desenvolvidas.<br />
Começou sua vida literária, as<br />
11 anos, escrevendo alguns<br />
contos infantis logo passando<br />
à criação lírica, aos 12. Em<br />
2007 participou do XX Concurso<br />
de Poesia Idalina Graça,<br />
em Ubatuba, no qual se<br />
classificou emterceiro lugar<br />
com a poesia “Aquela Foto”.<br />
Essa poesia se encontra em<br />
sua primeira obra intitulada<br />
“Essência”, lançada em julho<br />
de 2009, onde apresenta mais<br />
43 poesias. Neste mesmo ano,<br />
participou do XIII Concurso<br />
Nacional de Poesia - Edição<br />
Castro Alves, organizado pelo<br />
CBE (Clube Brasileiro dos Escritores<br />
e Poetas Independentes),<br />
classificando-se entre os<br />
30 primeiros.<br />
O lançamento do livro “Passos<br />
sobre Passos” será no dia<br />
08 de outubro, as 20.00 hs, no<br />
Casarão de Ubatuba.<br />
Moradores fazem doação de<br />
Cadeiras de Rodas a PSF´s<br />
Moradores da região sul de<br />
Ubatuba fizeram no último dia<br />
29 a doação de três cadeiras<br />
de rodas aos Postos de Saúde<br />
da Família da <strong>Maranduba</strong>, Sertão<br />
da Quina e Araribá. A ação<br />
foi realizada por Cleber Fontes<br />
(Chalés Mais), Pedro Carneiro<br />
(Cond. dos Coqueiros), B.<br />
Pedro Marques (Conveniência)<br />
e Valdir (<strong>Maranduba</strong> Condomínio).<br />
A população agradece<br />
o nobre gesto em pról da<br />
comunidade.
04 Outubro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 5<br />
Merenda escolar é tema de<br />
reunião de produtores rurais<br />
com Sindicato e CATI<br />
Na tarde do ultimo dia 21,<br />
16 produtores rurais e quilombolas<br />
se reuniram no bairro do<br />
Araribá para uma importante<br />
reunião cuja pauta é a preparação<br />
para o fornecimento de<br />
gêneros alimentícios para a<br />
merenda escolar. A reunião foi<br />
conduzida pelo Presidente do<br />
Conselho de Alimentação Escolar<br />
Tadeu Mendes e administrador<br />
do Sindicato dos Trabalhadores<br />
e Trabalhadoras Rurais<br />
de Ubatuba – STR explicou sobre<br />
o fornecimento da merenda<br />
as escolas do município. 30%<br />
da merenda escolar devem ser<br />
adquiridas de produtores da<br />
agricultura familiar local.<br />
Tadeu explicou que são atualmente<br />
17 mil refeições todos os<br />
dias em Ubatuba e que existe<br />
o atendimento até com o açaí<br />
de palmito Jussara. No caso de<br />
alimentos orgânicos existe um<br />
acréscimo de 30% no valor dos<br />
produtos. Para o engenheiro da<br />
Cati Antonio Marchiori existe a<br />
possibilidade de aproveitar o<br />
que a região oferece. Marchiori<br />
leu ainda a lista de produtos<br />
que existe no cardápio, suas<br />
quantidades por ano e o valor<br />
médio por quilo pago. No dia 16<br />
o STTR realizou outra reunião<br />
como o mesmo tema com ou-<br />
tros 11 produtores.<br />
A aquisição de alimentos da<br />
produção local é determinação<br />
de uma lei federal para atender<br />
aos pequenos produtores<br />
e oferecer alimentos de melhor<br />
qualidade aos alunos. A lei prevê<br />
30% como inicial de compra,<br />
mas nada impede que haja um<br />
aumento de até 100% da compra<br />
local.<br />
A Cati acompanha atenta<br />
a demanda de informações<br />
e tecnologia para melhorar a<br />
produção. Marchiori falou da<br />
construção de estufas, que no<br />
município de Ubatuba faz a<br />
diferença quando se trata de<br />
um tempo instável como o que<br />
ocorre na região. O comentário<br />
entre os presentes foi positivo,<br />
que segundo eles, buscarão<br />
mais detalhes para ingressarem<br />
nesta empreitada. Os produtores<br />
que não puderam comparecer<br />
buscaram informações com<br />
os que estiveram na reunião.<br />
Agora é aguardar e trabalhar<br />
para que todos possam sair<br />
ganhando, principalmente às<br />
crianças. Os participantes agradecem<br />
a Dona Annie Kamiyama<br />
pelo empréstimo do local<br />
e pelos quitutes de gengibre<br />
oferecidos que estavam maravilhosos.<br />
Aniversário de Motoclube é comemorado em alto estilo<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Nos dias 24, 25 e 26 último, no<br />
campo do Sertão da Quina, o<br />
Motoclube Barbados do Asfalto<br />
comemorou seus 11 anos de<br />
existência. O motoclube começou<br />
em 1998 com a “carreira<br />
solo” do Diretor Presidente Josué<br />
do Prado, 41. No ano seguinte,<br />
outros integrantes montaram<br />
o motoclube que tem 17<br />
amigos, sendo três de Cornélio<br />
Procópio, um de Mogi das<br />
Cruzes, um de Guararema e o<br />
restante de Ubatuba. O evento<br />
contou com show ao vivo da<br />
Banda BR 116, Blues Ubatuba<br />
e Bruno ao som de muito rock.<br />
Quem chegou na sexta foi<br />
recepcionado com um jantar<br />
regado a Carapau (peixe)<br />
assado, arroz e vinagrete.<br />
Mesmo com a chuva forte o<br />
evento recebeu cerca de mil<br />
pessoas. O ingresso era a doação<br />
de um quilo de alimento<br />
não perecível que foi doado a<br />
entidade religiosa São Vicente<br />
de Paula. No domingo foi<br />
oferecido café da manhã com<br />
frutas, pães, frios e churrasco.<br />
Famílias inteiras vieram sobre<br />
duas rodas para engrandecer<br />
o aniversario dos Barbados do<br />
Asfalto. Os motoclubes participantes<br />
foram: Cruz de Ferro,<br />
Puro Veneno, Cardume, Dose<br />
Letal, Nativos, Tamoios, Cavalo<br />
Marinho, Abutres, Vira Lata,<br />
Lacraios, Serralheria Deus é<br />
Amor, Companheiros, Phantom,<br />
Sky Demons, Equipe<br />
Estrada, Cavaleiros Negros,<br />
Mundo Loco, Kaipira, Guardiões,<br />
Apolo, Abominados,<br />
Leões do Asfalto, Águia estrangeira,<br />
Pertubados, Gênesis,<br />
Storvos, Pirata de Angra,<br />
Guardiões da Honra, Anjos da<br />
Noite, Canibais, Manha Negra,<br />
Os Muchachos, 22 Beleza, Os<br />
Motocos, Irmandade Estradeira,<br />
Falcões, Ong Dubem, Lost,<br />
Polvo do Asfalto, Apolo, Família<br />
Góes, que vieram dos mais<br />
diversos lugares: Ubatuba,<br />
Caraguatatuba, Angra, Itajubá,<br />
Mogi das Cruzes, São<br />
Paulo, São Jose dos Campos,<br />
São Sebastião, Guaratinguetá,<br />
Biritiba Mirim, Águas de<br />
Lindóia, Campos do Jordão,<br />
Pedra Bela, Rio de Janeiro e<br />
Guarulhos.<br />
Segundo Josué do Prado, os<br />
próximos aniversários serão<br />
comemorados um ano sim e<br />
outro não. O evento contou<br />
com o apoio da Prefeitura Municipal,<br />
da Regional Sul, Blofor,<br />
Chalés Quero-Quero, Auto<br />
Posto Frediani & Frediani, Farol<br />
das Tintas, Eletro Maringá,<br />
Jorge Mecamar e da Capela<br />
Nossa Senhora das Graças.<br />
“O Barbados MC tem como<br />
padroeira do grupo Nossa Senhora<br />
Aparecida e a festividade<br />
é para fortalecer a irmandade<br />
sobre duas rodas, além<br />
de trazer os amigos para esta<br />
comemoração”, termina o diretor<br />
presidente.
Página 6 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> 04 Outubro 2010<br />
Comunidade aprova estudo preliminar da cobertura para encontros do Emaús<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
A Comissão da igreja e os padres<br />
da comunidade de Nossa<br />
Senhora das Graças se reuniram<br />
para ver o anteprojeto<br />
(estudo preliminar) da cobertura<br />
do espaço para encontro<br />
no Morro do Emaús no Sertão<br />
da Quina. O estudo preliminar<br />
apresenta formas relacionadas<br />
à identidade religiosa da<br />
região, preservando a espiritualidade<br />
e os segredos aqui<br />
revelados as quatro meninas<br />
em 1915.<br />
As obras que aqui foram<br />
construídas no decorrer das<br />
décadas ao atendimento de<br />
fiéis, religiosos e visitantes,<br />
sempre pareceram imponentes<br />
no começo, porém no decorrer<br />
dos tempos se tornou pequeno<br />
e insuficiente devido o grande<br />
número de peregrinos que<br />
aqui buscam o algo a mais. O<br />
estudo foi realizado por conta<br />
de um outro projeto que não<br />
atendia as expectativas da<br />
comissão da igreja e dos moradores.<br />
Segundo seus integrantes<br />
deixaria muita gente<br />
de fora, estava em desacordo<br />
com a história e a aptidão religiosa<br />
do local, além de não<br />
atender num futuro próximo o<br />
crescimento de fiéis que virão.<br />
O anteprojeto apresentado<br />
foi recebido com muita satisfação<br />
pela comissão e com<br />
festa pelos moradores. Todos<br />
foram unânimes na aprovação.<br />
“A idéia é preservar a história,<br />
a cultura e a identidade<br />
religiosa desta região oferecendo<br />
algo diferente, porém<br />
sempre remetendo o visitante<br />
a espiritualidade, não só a um<br />
espaço comum, mas a um espaço<br />
que dê mais sentimento<br />
a população, que ele se sinta<br />
realmente à vontade para expressar<br />
a sua fé”, comenta o<br />
idealizador do estudo, arquiteto<br />
e urbanista Sérgio Cabral,<br />
34. Segundo moradores ouvidos<br />
pelo <strong>Maranduba</strong>, o local<br />
ainda pode ser um atrativo a<br />
Zona Azul cobra estacionamento em área alagada<br />
Após períodos de chuvas,<br />
comerciantes e usuários da<br />
<strong>Maranduba</strong> se deparam há<br />
mais de dois anos com uma<br />
enorme poça d´água em frente<br />
ao Quiosque Valerine.<br />
Além de prejudicar o visual<br />
e o acesso à praia, a água ali<br />
existente demora para se escoar<br />
devido ao afundamento<br />
do solo no local.<br />
Segundo Luís Carlos Pedroso,<br />
o problema seria resolvido<br />
se realizassem corretamente<br />
os serviços de nivelamento<br />
para escoamento para o final<br />
da área calçada.<br />
Segundo o administrador da<br />
Regional Sul, Moralino Valim<br />
Coelho, esse é um problema<br />
antigo e que a administração<br />
já tem conhecimento, porém<br />
aguarda liberação de recursos<br />
e equipamentos para realizar<br />
as obras necessárias.<br />
Enquanto isso vamos torcer<br />
para que o local não seja<br />
transformado pelo IBAMA em<br />
APA Marinha.<br />
mais para o turismo religioso.<br />
O estudo prevê capacidade<br />
para sete mil pessoas em pé e<br />
3.500 sentadas, possuem um<br />
palco, banheiros e vãos livres<br />
que não tiram à liberdade e a<br />
beleza do lugar. Sérgio realizou<br />
o trabalho gratuitamente à<br />
comunidade, foram dias e noites<br />
de estudos e preparação,<br />
que para ele valeu a pena.<br />
O projeto foi visto também<br />
pelo ex-secretario estadual de<br />
educação Gabriel Chalita, que<br />
gostou do quer viu. A comunidade<br />
agradece o ex-secretario<br />
pelo acompanhamento do<br />
processo. O arquiteto é descendente<br />
direto de uma das<br />
Em menos de 63 horas dois<br />
ônibus da Litorânea, que faz a<br />
linha Ubatuba- Caraguatatuba<br />
foram assaltos. Os bandidos<br />
levaram o equivalente a<br />
R$ 400 reais. O último caso<br />
foi registrado na noite de<br />
quinta-feira (30), no bairro<br />
<strong>Maranduba</strong>.<br />
Segundo a polícia, por volta<br />
das 20h20, no ponto localizado<br />
na rodovia Rio-Santos (SP-<br />
55), três homens teriam subido<br />
no veículo, sendo que um<br />
deles estava de capacete e os<br />
outros com a cara limpa. Um<br />
dos bandidos apontou o revólver<br />
para o cobrador, exigindo<br />
que entregasse o dinheiro.<br />
Nesse momento, teria percebido<br />
a presença do cobrador,<br />
e do caixa retirou o dinheiro,<br />
em torno de R$ 200.<br />
Na madrugada da terça-feira<br />
(28), outro assalto foi registrado<br />
na mesma região, dessa<br />
vez no bairro da Lagoinha, às<br />
meninas que foram agraciadas<br />
com a visita da mãe de<br />
Deus no Emaús. Sua avó foi<br />
uma das mais devotas servas<br />
de Nossa Senhora das Graças,<br />
por assim pode se dizer que<br />
seu entendimento e sentimento<br />
sobre o que ocorreu neste<br />
solo esta no sangue de Sérgio<br />
e de outros colaboradores.<br />
O espaço tem condições de<br />
atender não só a eventos religiosos,<br />
mas também eventos<br />
culturais, históricos e as festividades.<br />
A comunidade que<br />
aprovou o estudo preliminar<br />
aguarda a decisão do Bispo de<br />
forma a tender aos anseios da<br />
comunidade.<br />
Ônibus são assaltados e<br />
bandidos levam R$ 400<br />
Em menos de 63 horas dois ônibus<br />
foram assaltados na região<br />
da <strong>Maranduba</strong><br />
5h30. O crime teria sido praticado<br />
por um homem que<br />
também entrou no veículo armado<br />
e levou também, cerca<br />
de R$ 200.<br />
Em nenhum dos casos os<br />
assaltantes foram presos e a<br />
Polícia de Ubatuba investiga<br />
as ações.
04 Outubro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 7<br />
Gestor do parque estadual da Serra do Mar visita região sul de Ubatuba<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
No último dia 21 o novo<br />
gestor do Parque Estadual da<br />
Serra do Mar - PESM, Adriano<br />
Melo, realizou visitas a região<br />
sul de Ubatuba acompanhado<br />
de moradores tradicionais para<br />
“sentir” a real situação e necessidade<br />
dos moradores tradicionais.<br />
Adriano que assumiu<br />
há poucos meses a direção do<br />
PESM reconheceu que existe<br />
um “ranço” entre a comunidade<br />
e o parque, porém acredita<br />
no diálogo para a aproximação<br />
e interação junto às populações<br />
que tiveram suas posses<br />
centenárias inseridas nos limites<br />
do parque estadual. Moradores<br />
que o acompanharam<br />
gostaram da postura para o<br />
diálogo e entendimento nestas<br />
questões delicadas.<br />
Foram esclarecidos ao gestor<br />
as reais intenções e os<br />
prejuízos sociais, culturais e<br />
econômicos causados pela falta<br />
de diálogo e entendimento<br />
Na tarde do último dia 21,<br />
o Gestor do Parque Estadual -<br />
PESM recebeu oficio solicitando<br />
o religamento imediato do relógio<br />
de energia na propriedade<br />
do casal Antonio Fernandes<br />
da Silva e Clarice da Silva Fernandes,<br />
no bairro do Sertão da<br />
Quina, retirado por uma ação<br />
espetaculosa entre o Ministério<br />
Publico do Meio Ambiente,<br />
a Policia Ambiental, uma jornalista<br />
e o Parque Estadual na<br />
época. O bloco de documentos<br />
foi entregue anexado ao Oficio<br />
RF CM nº 58/10 assinado pelo<br />
vereador Rogério Frediani, que<br />
tem 790 assinaturas e os ofícios<br />
da Associação de Moradores<br />
e Amigos do Sertão da<br />
Quina - AMASQ, Associação<br />
de Moradores da <strong>Maranduba</strong><br />
e Amigos - AMMA, Associação<br />
com o parque no passado, e<br />
que os próprios moradores<br />
tem se qualificado para esta<br />
nova empreitada. Adriano pretende<br />
ainda montar uma base<br />
na região para melhor conhecer<br />
a comunidade e com isto<br />
estreitar as relações entre as<br />
comunidades. Moradores ainda<br />
estão desconfiados das<br />
intenções do novo gestor,<br />
mas estão satisfeitos com a<br />
visita positiva estabelecida<br />
por Adriano. As famílias tradicionais<br />
da região perderam<br />
cerca de 75% de suas terras<br />
quando foi criado o parque,<br />
muitas delas ainda possuem<br />
vestígios das antigas roças,<br />
como o plantio de arroz em<br />
partes altas. Há quem pretenda<br />
retomar as atividades, ou<br />
pelos menos alguma coisa que<br />
possa gerar emprego e renda,<br />
mas quando lembram da luta<br />
dos pais com policiais, processos<br />
e outras dores de cabeça<br />
ainda se irritam com a idéia.<br />
dos Pescadores e Maricultores<br />
da Barra da <strong>Maranduba</strong> e<br />
Região Sul de Ubatuba - AS-<br />
PEMUB, Associação dos Remanescentes<br />
da Comunidade<br />
de Quilombo Caçandoquinha,<br />
Raposa, Saco das Bananas e<br />
Frade - APQCAQUILOMBO,<br />
Colônia de Pescadores Z-10<br />
Ministro Fernandes Costa, Amigos<br />
na Preservação, Proteção<br />
e Respeito à Ubatuba - APPRU,<br />
Associação dos Moradores e<br />
Amigos da Folha Seca - AMAFS<br />
e do Sindicato de Trabalhadores<br />
e Trabalhadoras Rurais de<br />
Ubatuba - STTR, que assinaram<br />
em favor do casal. Várias<br />
outras associações se manifestaram<br />
em favor da causa dos<br />
aposentados.<br />
O martírio da família ocorreu<br />
por conta da implantação<br />
Adriano recebeu da comunidade<br />
um DVD da história da<br />
aparição de Nossa Senhora<br />
das Graças que apareceu no<br />
Sertão da Quina para começar<br />
a entender como funciona a<br />
comunidade e da necessidade<br />
religiosa e interativa com a natureza.<br />
O sindicato dos Trabalhadores<br />
e Trabalhadoras Rurais<br />
de Ubatuba - STTR luta há<br />
pelo menos uma década para<br />
se fazer ouvir pelos gestores<br />
do parque e que o entendimento<br />
que existe hoje tem seu<br />
mérito, pois insistiu na manutenção<br />
da cultura e da produção<br />
diferenciada de alimentos<br />
no município. “Sempre mostramos<br />
a tese de que as tradições<br />
antigas e as novas técnicas<br />
se utilizadas em conjunto<br />
surtem o efeito esperado para<br />
os dois lados, entendemos que<br />
não é de hoje que desta forma<br />
a economia pode caminhar ao<br />
lado da ecologia, disso sempre<br />
soubemos”, comenta Luciano<br />
do Programa Federal Luz Para<br />
Todos as residências lá existentes.<br />
Após o término das obras,<br />
uma jornalista de São Sebastião<br />
publicou num jornal regional<br />
que a prefeitura havia aberto<br />
a estrada dentro do parque.<br />
Na época, a antiga gestora não<br />
sabia que as áreas tinham sido<br />
inseridas dentro dos limites do<br />
parque estadual. A denúncia foi<br />
através de um telefonema anônimo<br />
da localidade. A jornalista<br />
informou ainda de que a antiga<br />
gestora sabia da publicação<br />
antes do jornal ir às bancas. O<br />
caso foi do conhecimento de<br />
pessoas de várias regiões do<br />
estado e fora dele, que se manifestavam<br />
em apoio à comunidade<br />
e ao casal.<br />
Na primeira audiência, o casal<br />
foi intimado a comparecer<br />
Adriano (dir) com os técnicos do IF visitam propriedade antiga<br />
no fórum, mas representantes<br />
do estado não comparecerem.<br />
A ordem da retirada da energia<br />
elétrica foi cumprida e todos<br />
estes anos o casal sofre com<br />
o frio e o descaso. A geladeira<br />
que Clarice comprou após<br />
quarenta anos de vida se desgastou,<br />
virou prateleira. Na<br />
época a comunidade quis realizar<br />
ações mais radicais, mais<br />
por conta dos moradores mais<br />
velhos nenhuma atitude foi<br />
posta em prática. “Não adianta<br />
ser igual ao parque: estúpidos,<br />
violentos, desrespeitosos<br />
e sem noção, se utilizarmos<br />
nosso conhecimento para o<br />
mal como eles, seremos iguais<br />
a eles, estaríamos por baixo<br />
também”, comentam os moradores<br />
P.F.S., 74 e J. M. S., 70.<br />
Adriano Melo, atual gestor,<br />
Seiti Niyama, Presidente do<br />
Sindicato de Trabalhadores<br />
Rurais de Ubatuba.<br />
No dia em que houve a visita<br />
do gestor famílias inteiras<br />
se reuniram e buscaram informações<br />
sobre sua visita e suas<br />
intenções. Boa parte deles torce<br />
para que o futuro possa ser<br />
diferente do passado que foi<br />
sombrio e triste para a comunidade.<br />
Político e Sociedade organizada defendem casal de produtores rurais<br />
declarou que o problema é com<br />
a concessionária de energia<br />
que não solicitou autorização<br />
e que não vê problemas em<br />
restabelecer a energia na propriedade.<br />
No dia seguinte a visita,<br />
técnicos e funcionários do<br />
parque estiveram na propriedade<br />
levantando dados sobre<br />
o local e deixando uma cópia<br />
do requerimento que estabelece<br />
a religação de energia elétrica.<br />
Segundo os técnicos um<br />
documento será encaminhado<br />
à concessionária para o atendimento.<br />
Não é a primeira vez<br />
em que o estado interfere negativamente<br />
no processo histórico,<br />
cultural, religioso e natural<br />
da comunidade de Ubatuba.<br />
Moradores da região aguardam<br />
com reservas a efetivação do<br />
pedido.
Página 8 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> 04 Outubro 2010<br />
<strong>Brilhante</strong>: mistérios e belezas num só lugar<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
O local mais parece ter saído<br />
de algum livro de aventuras<br />
escritas por quem realmente<br />
viveu cada etapa do percurso.<br />
O <strong>Brilhante</strong> é um poço de<br />
mistérios, lendas e contos antigos,<br />
que muitos deles, mesmo<br />
sem o visitante saber se<br />
arrepia só de chegar ao local.<br />
Tudo lá é dificultoso, o caminho<br />
inspira cuidados extremos<br />
e em alguns pontos o perigo<br />
literalmente mora ao lado.<br />
Mas apesar dos cuidados a serem<br />
tomados o trecho esconde<br />
belezas raras e mistérios a<br />
serem desvendados.<br />
O local recebeu o nome ainda<br />
no período anterior aos<br />
primeiros colonizadores locais,<br />
que vem de uma pedra que<br />
brilha, também do brilho do sol<br />
refletido em suas águas, ou os<br />
dois juntos. Estranho mesmo<br />
é que o sol caminha por cima<br />
de um de seus rios o dia todo,<br />
parece que é a montanha que<br />
anda e não o sol. Existem relatos<br />
pela tradição oral que o<br />
caminho já era velha conhecida<br />
dos escravos das antigas<br />
fazendas da região, que com<br />
certeza só mantiveram o que<br />
os índios que aqui habitavam<br />
realizaram. Os mais antigos<br />
contam que muita coisa estranha<br />
aconteceu no perímetro,<br />
não é para menos, em seu<br />
quadrante há alguns anos caiu<br />
o helicóptero com o presidente<br />
da Avibras e sua esposa.<br />
Levou um ano para ser localizado<br />
e só foi encontrado por<br />
moradores tradicionais que vinham<br />
do Vale do Paraíba para<br />
o litoral.<br />
O percurso esconde o segredo<br />
da entrada para seguir até<br />
o <strong>Brilhante</strong>, vale lembrar de<br />
que só uma pessoa preparada<br />
fisicamente pode transpor o<br />
paredão e que para se chegar<br />
lá somente com guias e mateiros<br />
locais experientes. A parte<br />
baixa até que não é difícil<br />
caminhar, requer os cuidados<br />
de uma trilha em nível médio-<br />
-alta, num dado momento<br />
tem de se descobrir à entrada<br />
para encarar o paredão. Antes,<br />
porém, um descanso. É<br />
isso mesmo, é necessário um<br />
descanso para encarar uma<br />
subida de 120 metros de puro<br />
Granito Verde Ubatuba, é uma<br />
subida íngreme e requer muita<br />
habilidade, os mateiros já<br />
sabem onde pisar e segurar.<br />
No caminho você vai ouvindo<br />
o som das quedas da<br />
Cachoeira da Água Branca e<br />
em alguns pontos de segurança<br />
também se ouve e vê vários<br />
pássaros, o mais comum<br />
é o Cavalo Froxô ou Frechó<br />
como dizem os mais antigos<br />
da localidade. O local inspira<br />
cuidados, a atenção na trilha<br />
também revela os sons da natureza,<br />
no silencio absoluto dá<br />
a sensação de poder ouvir o<br />
próprio coração devido ao esforço<br />
para subir a montanha.<br />
Passado o paredão em seu<br />
cume tem-se a espetacular<br />
imagem da praia e de todo o<br />
vale entre a <strong>Maranduba</strong> e o<br />
Sertão da Quina. Neste ponto<br />
é fácil descobrir onde realmente<br />
é mata primaria e onde<br />
já foi utilizada para as grandes<br />
roças. O local é chique, à<br />
frente parece uma pintura de<br />
uma imagem que parece nunca<br />
mexer, do lado direito uma<br />
enorme “plantação” natural de<br />
bromélias e orquídeas, muitas<br />
delas desconhecidas dos especialistas,<br />
do lado esquerdo<br />
o som e pedaços das imagens<br />
por entre as grandes árvores<br />
da primeira queda da Água<br />
Branca, já no planalto.<br />
São tantas flores e belezas<br />
que mesmo os mais experientes<br />
mateiros param para contemplar<br />
esta obra de Deus. A<br />
Com a névoa, que é comum no local, parece coisa do filme Jurassic Park<br />
fauna começa a mudar a esta<br />
altitude, lá em cima é possível<br />
ouvir e por vezes observar<br />
com mais freqüência animais<br />
como Anta, Onças, Porco do<br />
Mato, cobras, macacos e muito<br />
mais. As aves, pequenas<br />
ou grandes dão o ar da graça<br />
sempre, todos estes animais<br />
vão aos rios do lugar para beber<br />
água, realmente é um espetáculo<br />
a parte.
04 Outubro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 9<br />
Cenário desafia a lógica e atrai curisosos<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Seguindo o caminho é possível<br />
avistar árvores gigantescas.<br />
Naquele trecho é comum<br />
ver pés de xaxim ou Samambaiaçu<br />
da altura das grandes<br />
arvores, elas tem de 30 a 50<br />
metros de altura e de um diâmetro<br />
por vezes da cintura<br />
de um homem adulto. Ë possível<br />
perceber olhando atento<br />
no chão ao seu redor de que<br />
estas plantas já foram bem<br />
maiores no passado, algumas<br />
precisavam de pelo menos três<br />
pessoas para abraçar a planta.<br />
Com a névoa o local parece<br />
coisa do filme Jurassic Park,<br />
plantas como a guaricanga, a<br />
imbira branca é visível no lugar.<br />
A neblina que desce dizem<br />
ser mística e estranha e tenta<br />
desviar a atenção dos visitantes,<br />
estas condições propiciam<br />
a pessoa a se perder na mata<br />
e não mais encontrar o caminho<br />
de volta. Os vários rios,<br />
alguns como o Água Branca,<br />
<strong>Brilhante</strong>, o Paciência. Uns têm<br />
coloração amarelada e outros<br />
totalmente brancos, algumas<br />
vezes eles se misturam, outras<br />
não. É difícil distinguir o rio que<br />
desce e o rio que sobe. Um a<br />
coisa é comum entre eles, a<br />
água é muito fria, até mesmo<br />
no verão. No inverno é chega<br />
a ser “cortante”. Lá você não<br />
sabe pra que lado ir, só com o<br />
acompanhamento de um mateiro<br />
experiente é possível sair<br />
com segurança.<br />
Daquele ponto é possível ir<br />
para Vargem Grande, Campinho,<br />
Cachoeira do Poço Verde,<br />
Caraguatatuba, Armazém e na<br />
antiga linha de trem. Existem<br />
outros caminhos para sair no<br />
Corcovado, em São Luiz, Palmeiras,<br />
o centro da cidade e<br />
assim sucessivamente. O legal<br />
mesmo é quando você encontra<br />
com o cerrado, vê o que é a<br />
natureza, o que Deus realizou,<br />
Após vencer o paredão, uma imagem magnífica da praia e do vale da <strong>Maranduba</strong><br />
Curiosidades: paredão de granito e cavernas fazem parte do mistério da trilha<br />
de um lado as grandes arvores<br />
da Mata Atlântica do outro lado<br />
arvores pequenas e velhas, até<br />
o mato rasteiro é diferente. Já<br />
foram encontrados montes de<br />
tijolos no local, estranhamente<br />
colocados amontoados como<br />
se fosse o inicio de uma viga.<br />
Um dos mateiros nos revela<br />
que na descida da Vargem<br />
Grande para o litoral, um dos<br />
membros da comitiva resolveu<br />
pegar um tijolo e colocar na<br />
mochila. Quando desceu o paredão,<br />
lá embaixo numa área<br />
de descanso, resolveu abrir a<br />
mochila para ver direito o que<br />
tinha pegado. Ao abrir a surpresa,<br />
o tijolo não estava lá,<br />
havia sumido. O interessante<br />
que ele tinha enrolado o tijolo<br />
num plástico e amarrado bem<br />
apertado e não pararam em<br />
ponto algum, mais a embalagem<br />
estava amarrada dentro<br />
da mochila e sem o tijolo. Todos<br />
se espantaram, pois haviam<br />
visto o amigo colocar o<br />
objeto na mochila. Estes são<br />
os mistérios que por vezes o<br />
homem urbano não entende<br />
e que esta mística entre o<br />
homem, a natureza, a cultura<br />
seja imensurável para o morador<br />
tradicional.<br />
A conversa entre moradores,<br />
a troca de informações entre<br />
os mais velhos do que viu, do<br />
que conhece, de como proceder,<br />
de como era no passado<br />
tem muito valor, não tem dinheiro<br />
que pague, são atividades<br />
que o colocam dentro do<br />
contexto de uma cultura que<br />
ajudou a civilizar e a contar a<br />
história do país antes das leis<br />
e das posturas oficiais que o<br />
descriminaram.<br />
Vários outros mistérios cercam<br />
o lugar. Lá existem cavernas<br />
que ainda não foram<br />
exploradas, buracos no chão<br />
que parecem não ter fim, muitos<br />
outros acontecimentos são<br />
guardados em segredos que serão<br />
passados de pai para filho.<br />
Ah! Ía me esquecendo, para<br />
se chegar ao meio do perímetro<br />
do brilhante um mateiro<br />
experiente leva em média cinco<br />
horas e os próprios recomendam<br />
não deixarem sacos<br />
plásticos, garrafas e até pedaços<br />
de panos. Muitos destes<br />
objetos são encontrados por<br />
moradores e trazidos para o<br />
lixo aqui embaixo. Eles sentem<br />
tristeza quando alguém não<br />
respeita a natureza, pois parece<br />
que está sujando a nossa<br />
casa, o que é verdade, com<br />
isto são os moradores tradicionais<br />
que muitas vezes “pagam<br />
o pato”, como acontece no<br />
caso dos palmiteiros. Agora é<br />
se preparar fisicamente, espiritualmente<br />
para encarar esta<br />
aventura. Põe aventura nisso!
Página 10 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> 04 Outubro 2010<br />
Gente apaixonada por Ubatuba: A saga Patural (parte III)<br />
JOSE´RONALDO DOS SANTOS<br />
Na parte precedente, dona<br />
Silvia descreveu a parte emocionante<br />
de iniciar algo novo em<br />
uma realidade totalmente estranha.<br />
Logo o casal percebeu<br />
que, os seres humanos, apesar<br />
de espalharem por todo o globo<br />
e de apresentarem infinitos<br />
aspectos culturais, também têm<br />
vícios idênticos, cobiçam sempre,<br />
sentem inveja etc. Isso é<br />
tão desgastante como um vizinho<br />
que quer obrigar os demais<br />
a suportarem o mesmo “gosto”<br />
musical, no mesmo volume ignorante,<br />
algo muito frequente<br />
em nossa cidade. Dependendo<br />
do tipo de vizinho vira “caso de<br />
polícia”, pois existe uma lei a<br />
ser cumprida não só por donos<br />
de quiosques, mas por qualquer<br />
morador ou visitante deste município.<br />
Afinal, nós pagamos impostos<br />
que também incluem ter<br />
sossego em nosso próprio lar!<br />
Porém, o que nos interessa agora<br />
é a continuidade da história<br />
da família Patural. Por altivez,<br />
compreensão, sobretudo com<br />
muita paciência, Jean-Pierre<br />
ultrapassou pequenos desgastes<br />
para poder voar mais alto.<br />
Tinha urgência em suas realizações;<br />
talvez tivesse a intuição<br />
de que dispunha de um tempo<br />
exíguo a escapar como areia<br />
seca nas mãos. Vislumbrou o<br />
quanto seria útil um outro meio<br />
de transporte. Sua casa se tornou<br />
um ponto de referência aos<br />
moradores quando os recursos<br />
culturais, a sabedoria popular já<br />
se esvaía como esperança. Um<br />
morador daquelas paragens me<br />
disse em certa ocasião: “O meu<br />
filho é vivo porque o francês tinha<br />
um avião que o socorreu.<br />
Ele levou a Taubaté o menino<br />
picado de cobra”.<br />
Imaginem um avião no jundu<br />
do Ubatumirim! Com a palavra,<br />
a corajosa e fiel companheira,<br />
dona Silvia:<br />
“O barco ajudava, mas mesmo<br />
assim, devido ao gênio de<br />
praticidade do meu marido, era<br />
necessário outra alternativa de<br />
transporte que diminuísse a<br />
perda de tempo. Havia também,<br />
no caso do barco, uma dependência<br />
das condições do mar.<br />
Nesse ínterim já tínhamos construído<br />
a nossa primeira casa no<br />
Ubatumirim. Assim, Jean-Pierre<br />
resolveu adquirir um avião, ou<br />
melhor, encomendou as instruções<br />
de uma empresa francesa.<br />
Novamente o nosso quintal em<br />
Taubaté se transformou. Agora<br />
era um hangar. Logo estava<br />
pronta a fuselagem; as asas deram<br />
mais trabalho. Um serviço<br />
que mais me impressionou foi a<br />
confecção da hélice: dos pedaços<br />
de madeira marfim surgiram<br />
as pás com suas aerodinâmicas<br />
perfeitas. Depois de pronto ele<br />
saiu do nosso quintal seguindo<br />
o mesmo modo da retirada do<br />
barco.<br />
Após aprovação do Centro<br />
Técnico Aeroespacial de São<br />
José dos Campos, Jean-Pierre<br />
tirou brevê de piloto no Campo<br />
de Marte, em São Paulo. Aí<br />
foi uma maravilha!!! A partir<br />
de Pindamonhangaba, pois<br />
em Taubaté não havia campo<br />
de aviação, levávamos trinta<br />
e oito minutos até alcançarmos<br />
a nossa área de pouso<br />
no Ubatumirim, que construímos<br />
na proximidade da nossa<br />
casa. Na cabine havia espaço<br />
para duas pessoas; a Patrícia<br />
viajava no colo.<br />
Aproveitávamos as férias escolares<br />
todas na roça. Quando<br />
a Patrícia tinha quatro anos,<br />
nasceu Jean-Pierre Patural Júnior.<br />
É, pois é! Ele nasceu no<br />
Ubatumirim!<br />
Ele veio antes do previsto.<br />
Essas coisas acontecem; as<br />
mulheres entendem bem disso:<br />
as crianças não nascem no<br />
dia em que achamos que vão<br />
nascer. Estávamos no Ubatumirim,<br />
na nossa aconchegante<br />
casinha, quando comecei a<br />
sentir as contrações. Só que eu<br />
não fiquei nem um pouco preocupada,<br />
pois confiava muito<br />
no meu marido. Ele também<br />
era zootecnólogo; tinha sido o<br />
parteiro no momento do nascimento<br />
da Patrícia, em nossa<br />
casa de Taubaté. E, convenhamos,<br />
cá entre nós: não existe<br />
muita diferença entre o parto<br />
de uma mulher e o parto de<br />
uma vaca. Além do mais eu<br />
pensava: muitas mulheres já<br />
deram à luz neste lugar, com<br />
condições mínimas de higiene;<br />
seus filhos estão todos vivos.<br />
Isso sem contar que tínhamos<br />
uma farmácia bem montada<br />
para atender, em casos de<br />
emergência, a população local.<br />
Ah!!! Quantas vezes ela foi<br />
usada!!!<br />
Assim nasceu a nossa segunda<br />
criança. A única inconveniência<br />
foi a falta de roupinhas e<br />
de fraldas para protegê-lo. Um<br />
lençol, que ainda era parte do<br />
nosso enxoval, foi cortado em<br />
pedaços regulares e resultou<br />
em oito fraldas. Ah! Nós mantínhamos<br />
na praia um ponto<br />
comercial, uma “vendinha”,<br />
para atendimento, sobretudo,<br />
dos empregados. Lá tinha, inclusive,<br />
o morim, que era um<br />
tecido muito barato. Foi de lá<br />
que o meu marido trouxe os<br />
panos que eu os transformei,<br />
costurando a mão, em várias<br />
pecinhas de roupas. Um balaio<br />
serviu de berço para o bebê.<br />
(Neste momento, a entrevistada<br />
vai buscar uma peça de roupa<br />
infantil minúscula já amarelada,<br />
dizendo que era azul. É<br />
uma relíquia feita com todo o<br />
carinho que só uma mãe muito<br />
sensível é capaz de conservá-<br />
-la por meio século). É deste<br />
tempo a nossa relação com a<br />
caiçara Carmem”.
04 Outubro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 11<br />
Classificados<br />
jornal@maranduba.com.br<br />
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A criança que ainda há em mim<br />
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Uma vida seria, acordar todos os dias ouvindo<br />
o canto dos pássaros, o perfume das flores,<br />
o abrir a janela e notar, sempre uma flor diferente no jardim.<br />
Levantar, beber um gostoso copo de café quente,<br />
sempre acompanhado de alguns biscoitos.<br />
Sair para caminhar a beira do rio,<br />
pular as pedras, molhar as pontas dos dedos,<br />
apreciar os pequenos peixes e camarões.<br />
Cantar as frases sem sentidos, falar sozinho,<br />
brincar com folhas, ouvir estórias, contar estórias.<br />
Ver o pôr-do-sol e acompanhá-lo pelo caminho longo,<br />
Lembrando-me sempre desta vida.<br />
Destas lembranças que hoje é dividida entre você e eu.<br />
Jéssica Oliveira Nascimento 15 anos - Araribá<br />
Lenda antiga renasce na horta de moradora<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
A Moradora A.M.S., 34, do<br />
Sertão da Quina, levou um susto<br />
na manhã do último dia 20<br />
quando foi buscar tempero na<br />
horta que tem no quintal. Ela<br />
se deparou com duas “peças”<br />
que se elevaram próximo aos<br />
pés de cebola verde na leira do<br />
meio. O objeto estranho subiu<br />
da terra como se brotasse como<br />
algo que estava enterrado há<br />
tempos. Os parentes logo se<br />
deslocaram até a casa da moradora<br />
para tentar descobrir do<br />
que se tratava. Muitos especularam<br />
terem achado os pés do<br />
“Capitão do Mato”, lenda antiga<br />
que assustava os moradores de<br />
toda a região.<br />
Segundo a lenda ele aparecia<br />
assustando os cães e as pessoas<br />
que maltratavam a floresta<br />
e as pessoas que dela cuidava.<br />
O local, que é próximo a<br />
um riacho, foi antigo trecho de<br />
trilha por onde fugiam os índios<br />
e depois os negros que eram<br />
perseguidos por capangas das<br />
fazendas. Segundo a moradora<br />
no dia anterior ao acontecido<br />
ela lembra bem que não havia<br />
nada no local e não tinha como<br />
alguém colocar o objeto em sua<br />
horta, já que tem um cachorro<br />
bravo no terreno. Estranho<br />
mesmo é que ela não ouviu o<br />
cachorro latir e nestes dias ele<br />
(cachorro) anda calado e fica só<br />
dentro de sua casa.<br />
Os moradores mais velhos<br />
que viram o objeto estranho<br />
buscam tentar desvendar o<br />
mistério. “Mas só de ver arrepia!”,<br />
comenta M.J.S, 70.<br />
O Capitão do Mato, segundo<br />
moradores antigos, trata-se de<br />
uma espécie de cachorro, que é<br />
muito estranho e inteligente, às<br />
vezes aparece e às vezes some.<br />
Ele aterroriza quem não obedece<br />
aos calendários na utilização<br />
dos recursos naturais. Houve<br />
um tempo em que um morador<br />
foi atacado por uma fêmea do<br />
Capitão do Mato e sobreviveu.<br />
O <strong>Maranduba</strong> <strong>News</strong> está em<br />
contato com o morador para<br />
dar o seu depoimento e até o<br />
momento não obteve resposta<br />
do sobrevivente. Os pés achados<br />
ainda estão no quintal são<br />
muito pequenos e recebem todos<br />
os cuidados de que a tradição<br />
manda realizar.<br />
Quanto à moradora nada vai<br />
acontecer a ela, já que o local<br />
escolhido para aparecer está<br />
sendo tratado conforme a tradição.<br />
Agora não se sabe quem<br />
será aterrorizado pela lenda,<br />
basta saber quem está maltratando<br />
a natureza ou quem está<br />
maltratando quem cuida da<br />
mata. O local é mantido em segredo<br />
absoluto e as famílias não<br />
querem se manifestar sobre o<br />
caso. O mistério continua.<br />
ACESSE O JORNAL MARANDUBA NEWS NA INTERNET<br />
www.jornalmaranduba.com.br
Página 12 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> 04 Outubro 2010<br />
Gente da nossa história: Andrelino Perez - O homem São Cruzeiro<br />
EZEQUIEL DOS SANTOS<br />
Andrelino Perez nasceu no<br />
trecho compreendido entre a<br />
Lagoinha e o Bonete em 14<br />
de fevereiro de 1906, filho de<br />
Valentim Perez, um viajante<br />
do mar e de Maria Francisca<br />
da Conceição uma lavradora e<br />
dona de casa. Desde menino<br />
souberam que ele seria diferente,<br />
e realmente foi, não só<br />
pela estatura, mas pelo coração,<br />
pela alma, pela honradez<br />
e pela educação que possuía.<br />
Casou-se com Georgina Maria<br />
de Oliveira. Deste matrimônio<br />
nasceram os filhos Manoel,<br />
Maria, Benedito, Francisca,<br />
Rosa e Edna. Muitos netos e<br />
bisnetos caminham hoje pelas<br />
estradas que Andrelino ainda<br />
viu “carreiros” e trilhas. Sua<br />
família sempre foi sua primeira<br />
paixão. Chegou a morar na<br />
Caçandoca. Os mais respeitados<br />
membros do Sapé e da<br />
<strong>Maranduba</strong> na época eram:<br />
Andrelino, Nestor, Maria Balio<br />
e João Paulo.<br />
Devoto de Nossa Senhora<br />
Aparecida, ele ajudava na<br />
acolhida do pessoal da Folia<br />
de Reis e do Divino. Para<br />
ele a chegada desta tradição<br />
religiosa e cultural era uma<br />
honra e alimentava as esperanças<br />
na lida do dia-a-dia.<br />
Na época a sua casa era pequena<br />
e não cabia a acolhida,<br />
mais ele colaborava para que<br />
os foliões ficassem na casa do<br />
compadre Nestor ou Leôncio.<br />
Andrelino trabalhou por muitos<br />
anos nos bananais em<br />
Santos, época que iam a pé<br />
e levavam em média quatro<br />
dias até o serviço.<br />
Quem o conheceu sabe que<br />
ele não era muito de pesca,<br />
mas presenciaram-no pescando<br />
nas puxadas de rede. Em<br />
Santos ele trabalhava muito,<br />
usava “Sapatão Bandarra” e<br />
ou “Colordino” (sapatos confeccionados<br />
de couro cru, costurado<br />
grosseiramente e com<br />
uma sola grossa e alta, que de<br />
tão duro machucava os pés e<br />
só depois de muito tempo ele<br />
amaciava) que duravam muito<br />
tempo, cerca de uma década<br />
de uso. Quando chegou aos<br />
bananais ele se assustou com<br />
o número de “musquitinho<br />
pórva” (mosquito<br />
pólvora), que de tanto,<br />
chegavam a “carregar”<br />
uma galinha grande em<br />
noite de lua cheia.<br />
Certa vez fez uma<br />
aposta com os camaradas<br />
dos bananais de<br />
quantos cachos de bananas<br />
cada um conseguia<br />
levantar (jogar no<br />
ombro). Muitos foram<br />
às especulações e risos,<br />
mas ela conseguiu<br />
ganhar aposta, conseguiu<br />
jogar ao ombro<br />
17 cachos de bananas.<br />
Mas este monte de cachos<br />
nos ombros às<br />
vezes o atrapalhava. É<br />
que alguns moleques<br />
da época, que hoje são<br />
avós, se escondiam nos<br />
bananais e esperavam<br />
seu Andrelino chegar<br />
perto das pinguelas que<br />
atravessavam o Rio do<br />
Boi e ao pisar no meio<br />
da pequena ponte, os<br />
moleques arteiros balançavam<br />
a ponte até<br />
Andrelino cair com os<br />
cachos e tudo na água.<br />
Pensa num homem<br />
bravo! Pensa!<br />
Quando não era isto amarravam<br />
o capim para ele, e<br />
outros caírem no caminho. Ô<br />
molecada arteira! Hoje “ralham”<br />
com os netos. Andrelino<br />
gostava mesmo é da roça.<br />
Mesmo quando sofreu o primeiro<br />
infarto ficava até a noite<br />
na roça, a esposa ia buscá-lo.<br />
Na <strong>Maranduba</strong> e no Ingá ele<br />
saía de casa no cerão da noite<br />
e voltava depois que as galinhas<br />
subiam no poleiro. No<br />
Ingá sua roça foi onde atualmente<br />
é o campo do Campo<br />
Beira Rio, sua casa de farinha<br />
ficava onde é a nascente. Certa<br />
vez comprou um cavalo do<br />
compadre Mané Belo para ajudá-lo<br />
a carregar os cachos de<br />
bananas. O cavalo na realidade<br />
o deixava furioso, é que o<br />
cavalo era velho demais para<br />
carregar peso e segundo o<br />
próprio Andrelino ele carregava<br />
bananas por dez metros e<br />
caía no chão, “arriava”. Andrelino<br />
dizia que já teve reumatismo,<br />
cansaço, mas o cavalo ia<br />
matá-lo, de raiva. Nesta roça<br />
no Ingá ele plantava de tudo.<br />
Tinha milho, feijão, arroz, batata,<br />
cana, mandioca, cará,<br />
mamão, não faltava nada.<br />
Andrelino foi um homem acima<br />
da média de estatura para<br />
os homens da época,<br />
tinha ainda uma força<br />
física invejável e uma<br />
força de vontade que<br />
sempre utilizava como<br />
exemplo para o bem,<br />
para a união e a construção<br />
da comunidade.<br />
Sua estatura rendeu-<br />
-lhe o apelido de São<br />
Cruzeiro, quando ele<br />
vinha pela praia da<br />
Lagoinha até o Sapé,<br />
todos sabiam quem<br />
era, diziam: “Lá vem o<br />
São Cruzeiro no meio<br />
daqueles homens.”<br />
Na <strong>Maranduba</strong>, por<br />
volta de 1952, na<br />
Rua do Eixo existia<br />
a “venda” do Hipólito<br />
Alexandre da Cruz.<br />
Num dado momento<br />
os compadres Xico Pinhai<br />
estranhou Élcio<br />
Salomão. Começou a<br />
briga dentro da venda,<br />
derrubaram tudo que<br />
estava de pé. Vendo<br />
a situação Andrelino<br />
calmamente entrou no<br />
recinto, catou o Chico<br />
pelo “cóis” da calça<br />
e o lançou por cima<br />
do balcão que caiu na<br />
entrada do estabelecimento.<br />
O outro viu a cena,<br />
se levantou e caminhou para<br />
fora, ficou com medo de ser<br />
lançado por cima do balcão<br />
por Andrelino. A briga acabou<br />
ali como se não tivesse começado.<br />
“Que pôca vergonha,<br />
lhéi só, á mode!”.<br />
Seu Andrelino por fora era<br />
assim fisicamente: magro, alto<br />
e muito forte, mas dentro de<br />
toda esta rigidez escondia um<br />
homem bom que tinha como<br />
segunda paixão a roça. Justo,<br />
sério, calmo, gostava das coisas<br />
certas, não levava desaforo<br />
pra casa, tirava a camisa<br />
para oferecer a quem não tinha.<br />
Homem de passos largos<br />
e firmes não tinha ninguém<br />
melhor para cobrir uma casa<br />
de sapé, o acabamento não<br />
tinha igual. Trazia nos ombros<br />
cargas de lenha que um homem<br />
comum não conseguia<br />
carregar.<br />
Contador de histórias, que<br />
mesmo não sabendo ler pedia<br />
aos amigos que compravam livros<br />
de cordel em Santos para<br />
que contasse a ele a história.<br />
Ele repetia a todos da rua os<br />
contos que ouvia naquela cidade.<br />
Não eram poucas histórias,<br />
ele lembrava de todas.<br />
Mas infelizmente a sua própria<br />
história não conseguiu contar.<br />
Seus contos da vida real cessaram<br />
no dia 25 de setembro<br />
de 1987. Aqueles olhos que<br />
viram tanto sofrimento, mas<br />
também tanta alegria fecharam-se<br />
para sempre. Parece<br />
que até os bananais, as roças<br />
sentiram o trágico dia. Um infarto<br />
levou este homem de fé<br />
e de muita coragem, que nos<br />
dias mais difíceis não fez faltar<br />
o essencial, carinho e muito<br />
amor em tudo que fazia.<br />
Não tive o privilégio de tê-lo<br />
conhecido, mas a emoção de<br />
quem contou parte de sua história<br />
me fez refletir sobre os<br />
homens bons que aqui existiram<br />
e que merecem todo o<br />
nosso respeito e carinho. Neste<br />
final, tomo agora a liberdade<br />
de pedir a sua benção seu<br />
Andrelino e muito obrigado<br />
por contribuir na formação de<br />
nossa história e de nossas vidas.<br />
Que Deus o abençoe.
04 Outubro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 13<br />
A história do bolo de barro<br />
ROZALIA LUIZA<br />
Quando eu era pequena, morava<br />
no Araribá. Lá eu cuidava<br />
de meu avô Luiz Jesuíno de Oliveira,<br />
mais conhecido como Luiz<br />
Gago, um italiano alto de pele<br />
clara, cabelos pretos de olhos<br />
bem azuis como o mar, faleceu<br />
com 109 anos. Ele que gostava<br />
de sentar em uma pedra no<br />
quintal da mamãe (Tiana Luiza)<br />
para “tomar” sol. Para chegar<br />
lá ele usava um “cacetinho”<br />
(bordão). É que o sol aliviava o<br />
reumatismo que tinha. Depois<br />
de cuidar da casa, punha água<br />
no fogão de lenha para ferver e<br />
sentava ao seu lado para ouvir<br />
suas experiências, seus causos,<br />
histórias que ele conhecia. Uma<br />
delas me chamou muita atenção.<br />
Contou-me que há muitos<br />
anos na região era comum as<br />
fazendas de café, cana, banana.<br />
A fazenda tinha muitos “camaradas”,<br />
alguns ainda eram escravos.<br />
Esses camaradas eram<br />
responsáveis por toda a família<br />
e quando um deles morria,<br />
toda a família era despejada da<br />
fazenda. Um destas famílias é<br />
protagonista desta história.<br />
Quando ficou viúva, a mulher<br />
de um camarada teve que<br />
sobreviver a beira de uma trilha<br />
fora da fazenda, começou<br />
construindo uma casinha de<br />
taipa, ao redor uma pequena<br />
roça, tudo a beira de um riacho<br />
pequeno. Os filhos (que eram<br />
três) catavam frutas e lenha<br />
para a mãe, como não tinham<br />
outra opção, se sentiam bem<br />
com a forma que viviam.<br />
Mas algo mudou para mãe<br />
quando a filha mais nova lembrou-a<br />
de seu aniversário. Já<br />
que quando o pai estava vivo<br />
fazia ao menos um bolinho. A<br />
mãe começou a pensar como<br />
ia atender a filha, que não tinha<br />
nada, nem para comer. O<br />
desespero começou a bater na<br />
mãe e aumentava quando se<br />
aproximava da data do aniversário.<br />
No meio do mato, ligada<br />
apenas por um riacho e uma trilha,<br />
como conseguir ingredientes<br />
para atender a menina?<br />
Na manhã do aniversário a<br />
mãe acordou mais cedo. Lá<br />
fora começou a chorar bem<br />
baixinho, colocou a água para<br />
ferventar, cortou a cana para<br />
“virar no escaçador” (moenda<br />
de cana feita de cilindros de<br />
madeira fixados ao chão). Triste<br />
e sentida ela passava a mão<br />
no forno e lagrimas desciam de<br />
seus lindos olhos. A saudade do<br />
marido também apertava. Mas o<br />
que fazer para atender a filha?<br />
Mesmo triste ela pediu a Deus<br />
que a atendesse e começou a<br />
rezar para a Sua mãe (peça a<br />
Mãe que o filho atenderá).<br />
Seus lábios molhados de lágrimas<br />
e suas palavras doces<br />
a Nossa Senhora conduziam a<br />
mão ao chão fazendo um monte<br />
de barro que foi colocado numa<br />
forma velha e depois no forno<br />
do fogão de lenha. Parada em<br />
pé olhando o que havia feito,<br />
pensou: “Não tenho farinha,<br />
mas ao menos um bolo de barro<br />
à minha filha”. Ouvi palmas na<br />
frente da casa, era uma senhora<br />
de cor, simples e muito bonita,<br />
disse que não tinha nada<br />
para oferecer. Ela só queria<br />
água, quando fui buscar ela pediu<br />
para ir ao fundo da casa que<br />
lá havia uma bica de água muito<br />
mais fresca. Como ela sabia?<br />
Quando fui com ela ao fundo<br />
da casa, ela me questionou<br />
sobre um cheiro de bolo. Fiquei<br />
assustada, pois achei que ela<br />
me “engabelava” (enganava)<br />
com aquela conversa. Mas eu<br />
senti o cheiro do bolo, corri para<br />
o forno, tirei as brasas, depois<br />
à forma e comecei a chorar de<br />
emoção.<br />
Na minha mão o tão sonhado<br />
bolo de aniversário de minha<br />
filha. Corri atrás daquela senhora<br />
que sorrindo me respondeu<br />
sem eu perguntar. Mas como?<br />
Eu não tinha nada. Ela me disse<br />
que a farinha foi a minha fé, os<br />
ingredientes foram as minhas<br />
lágrimas e o recheio foi a minha<br />
esperança. “Filha, por tudo que<br />
você passou nunca perdeu a fé<br />
e esperança, e em lágrimas quis<br />
atender quem mais ama por<br />
isso Ele te atendeu”.<br />
De joelhos ouvi que era mesmo<br />
um milagre. Era Nossa Senhora,<br />
que a pedido de seu filho<br />
vinha atender ao pedido de<br />
minha filha. “Peça a Mãe que o<br />
filho atenderá”, dizia meu avô.<br />
Dizem que a filha nunca soube<br />
de fato quem realmente lhe<br />
dera o bolo que a fez tão feliz<br />
naquele dia. O filho mais velho<br />
conseguiu ter seu próprio lote<br />
de terra e cuidou da mãe até<br />
sua morte. Mas uma pergunta<br />
ficava no ar quando tudo parecia<br />
perdido, que também serve<br />
para todos nós.<br />
Aliás como vai o seu bolo?<br />
Rozalia Luiza do Prado dos<br />
Santos é artesã, costureira e<br />
moradora do Sertão da Quina.
Página 14 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> 04 Outubro 2010<br />
Desopilando o mau humor<br />
Grande Mulher<br />
Numa ocasião, o presidente<br />
dos Estados Unidos, Barack<br />
Obama, saiu para jantar com<br />
sua esposa, Michelle, e foram<br />
a um restaurante não muito<br />
luxuoso, porque queriam fazer<br />
algo diferente e sair da rotina.<br />
Estando sentados à sua mesa<br />
no restaurante, o dono pediu<br />
aos guarda-costas para aproximar-se<br />
e cumprimentar a<br />
primeira dama, e assim o fez.<br />
Quando o dono do restaurante<br />
se afastou, Obama perguntou<br />
a Michelle:<br />
- Qual é o interesse deste<br />
homem em te cumprimentar?<br />
Michele respondeu:<br />
- Acontece, que na minha<br />
adolescência, este homem foi<br />
muito apaixonado por mim<br />
durante muito tempo.<br />
Obama disse então:<br />
- Ah, quer dizer que se você<br />
tivesse se casado com ele,<br />
hoje você seria dona deste<br />
restaurante?<br />
Michelle respondeu:<br />
- Não, meu querido, se eu<br />
tivesse me casado com ele,<br />
hoje ele seria o Presidente dos<br />
Estados Unidos.<br />
* * *<br />
Receita Médica<br />
Um jovem médico, viajando<br />
de carro, percebeu que estava<br />
ficando sem combustível. Entrou<br />
num vilarejo e dirigiu-se<br />
a um posto de gasolina para<br />
abastecer o carro. Não viu<br />
uma viva alma no posto e,<br />
apesar de buzinar várias vezes,<br />
ninguém vinha atendê-lo.<br />
Finalmente apareceu um rapazinho<br />
que lhe disse:<br />
- Não adianta buzinar,<br />
porque o posto está fechado;<br />
a filha do dono morreu ontem<br />
e todos estão no velório.<br />
O jovem médico pensa uns<br />
segundos e chega à seguinte<br />
conclusão:<br />
- Se não posso prosseguir<br />
e não sei a que horas irão<br />
retornar, vou até ao velório<br />
também, já que não posso<br />
fazer mais nada. Lá chegando,<br />
aproxima-se do caixão por<br />
mera curiosidade, e de repente,<br />
observa algo extremamente<br />
raro. Chama o pai da<br />
‘falecida’ e diz-lhe:<br />
- Olhe, sou médico, a sua<br />
filha não está morta, está em<br />
estado catatônico; parece<br />
morta, mas está viva!<br />
O pai, nervosíssimo, pergunta:<br />
- O Sr. pode fazer alguma<br />
coisa?<br />
O jovem médico, explicalhe<br />
que há uma possibilidade,<br />
embora remota, de trazê-la<br />
à vida. Para isso, teriam que<br />
submetê-la a uma sensação<br />
muito forte.<br />
Pergunta então ao pai:<br />
- A sua filha tinha namorado?<br />
Embora estranhando a pergunta,<br />
o pai respondeu sim, e<br />
que ele se encontrava presente.<br />
- Bem - disse o jovem médico<br />
- então tirem o corpo do<br />
caixão, levem-no para uma<br />
cama junto com o namorado<br />
e deixem que eles façam sexo.<br />
Ainda que com algumas<br />
reservas, o pai dá ordens para<br />
que seja feito tudo o que o<br />
doutor disse, mas pede para<br />
que ele fique, a fim de comprovar<br />
o ‘resultado’.<br />
Passadas quatro horas abrese<br />
a porta do quarto e, como<br />
por um milagre, a moça aparece<br />
vivinha da silva!<br />
Foi uma grande alegria para<br />
todos, que logo programam<br />
uma festa e convidam o jovem<br />
doutor.<br />
Este se desculpa, alegando<br />
que tem de ir visitar um familiar<br />
que se encontra doente,<br />
mas promete passar pela aldeia<br />
na viagem de regresso.<br />
Tanque cheio, o médico<br />
prossegue sua viagem.<br />
Passados 15 dias ele regressa<br />
e decide cumprir o que<br />
prometera: passar pela aldeia<br />
para ver como estava a jovem<br />
ex-defunta.<br />
Ao chegar ao posto, avista<br />
o mesmo rapaz, que desta<br />
vez esta ali tomando conta do<br />
negócio.<br />
Assim que reconhece o doutor,<br />
o rapaz corre desesperado<br />
ao seu encontro e lhe diz:<br />
Graças a Deus o senhor<br />
voltou! Não sabíamos como<br />
encontrá-lo e estávamos a sua<br />
espera!<br />
O Sr. Engrácio, pai da menina<br />
que o senhor salvou, morreu<br />
há 10 dias!<br />
Metade do vilarejo já comeu<br />
o velho, mas nada do homem<br />
ressuscitar!<br />
Moral da História: O mesmo<br />
medicamento não serve para<br />
todos!<br />
* * *<br />
Para tudo dá-se um jeito<br />
Um fazendeiro resolveu<br />
ir a pé da cidade, de volta<br />
para sua fazenda. No caminho,<br />
comprou um balde e um<br />
galão de tinta,dois frangos e<br />
um ganso vivo. Quando saiu,<br />
parou e ficou matutanto sobre<br />
como levar as compras para<br />
casa.<br />
Enquanto coçava a cabeça,<br />
apareceu uma velhinha que<br />
lhe disse estar perdida e lhe<br />
perguntou:<br />
- Pode me explicar como<br />
chegar até a Estrada das Andorinhas,<br />
1603?<br />
- Bem, minha fazenda fica<br />
próxima a esse local. Eu a levaria<br />
até lá, mas ainda não resolvi<br />
como carregar tudo isto.<br />
A velhinha sugeriu:<br />
- Coloque o galão de tinta<br />
dentro do balde, carregue o<br />
balde em uma das mãos, um<br />
frango sob cada braço e o<br />
ganso na outra mão.<br />
- Muito obrigado, – disse o<br />
homem – é uma boa idéia.<br />
A seguir, partiram os dois<br />
para o destino.<br />
No caminho, ele disse:<br />
- Vamos cortar caminho e<br />
pegar este atalho, pois economizaremos<br />
muito tempo.<br />
A velhinha o olhou cautelosamente<br />
e disse:<br />
- Eu sou uma viúva solitária<br />
e não tenho marido para me<br />
defender. Como saberei se<br />
quando estivermos no atalho<br />
você não avançará em cima<br />
de mim e levantará minha saia<br />
pra transar comigo?<br />
- Impossível, estou carregando<br />
um balde, um galão<br />
de tinta, dois frangos e um<br />
ganso vivos. Como eu poderia<br />
fazer isso com tanta coisa nas<br />
mãos, sendo que se soltar as<br />
aves elas fugirão?<br />
- Muito simples: coloque o<br />
ganso no chão, ponha o balde<br />
invertido sobre ele, coloque o<br />
galão sobre o balde e eu seguro<br />
os frangos…<br />
* * *<br />
Mentira Espetacular<br />
O mineirinho saiu do escritório,<br />
encontrou a sua secretária<br />
no ponto de ônibus e<br />
caía a maior chuva. Ele parou<br />
o carro e perguntou:<br />
- Você quer uma carona?<br />
- Claro... respondeu ela, entrando<br />
no carro.<br />
Chegando no edifício onde<br />
ela mora, ele parou o carro<br />
para que ela saísse e ela o<br />
convidou para entrar no seu<br />
apartamento.<br />
- Não quer tomar um cafezinho,<br />
um whisky, ou alguma<br />
coisa?<br />
- Não, obrigado, tenho que<br />
ir para casa.<br />
- Imagine, o Sr. foi tão gentil<br />
comigo, vamos entrar só um<br />
pouquinho.<br />
Ele subiu, atendendo ao<br />
pedido da moça. Ao chegarem<br />
no apartamento, ele tomava<br />
seu drink enquanto ela<br />
foi para dentro e voltou toda<br />
gostosa e perfumada.<br />
Depois de alguns gorós,<br />
transou com a secretária e<br />
acabou adormecendo.<br />
Por volta das 4:00 hs da<br />
manhã ele acordou, olhou no<br />
relógio e levou o maior susto.<br />
Aí ele pensou um pouco e<br />
disse à sua secretária:<br />
- Você me empresta um<br />
pedaço de giz?<br />
Ela entregou-lhe o giz, ele<br />
pegou, colocou atrás da orelha<br />
e foi pra casa..<br />
Lá chegando, encontrou a<br />
mulher louca de raiva e ele foi<br />
logo contando....<br />
- Quando saí do trabalho dei<br />
carona para a minha secretária.<br />
Depois que chegamos<br />
no prédio onde ela mora, ela<br />
me convidou para subir e me<br />
ofereceu um drink; em seguida,<br />
ela foi para o banho e<br />
retornou com uma camisola<br />
transparente e muito linda, e<br />
após vários goles acabamos<br />
indo para a cama e fizemos<br />
amor. Aí dormi e acordei agora<br />
há pouco...<br />
A mulher deu um berro e<br />
falou...<br />
-Seu mentiroso sem vergonha,<br />
estava no bar jogando<br />
sinuca com os seus amigos.<br />
Nem sabe mentir, até esqueceu<br />
o giz aí atrás da orelha...<br />
* * *
04 Outubro 2010 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> Página 15<br />
Coluna da<br />
Túnel do Tempo<br />
Por Adelina Campi<br />
A vaca no precipício<br />
Um filósofo e seu discípulo<br />
resolveram fazer uma pesquisa<br />
e saber como viviam as pessoas<br />
na sua região.<br />
Chegando à primeira residência,<br />
foram recebidos pelos<br />
moradores: um casal, cinco<br />
filhos - todos com roupas limpas,<br />
porém rasgadas.<br />
Depois de servir um cafezinho<br />
(tão fraco, que quase<br />
não conseguia sair do bule),<br />
dispôs-se a responder as perguntas<br />
do visitante.<br />
- O senhor está no meio desta<br />
floresta, não há nenhum<br />
comércio nas redondezas. -<br />
observou o mestre ao pai de<br />
família - Como sobrevivem<br />
aqui? E o homem, calmamente,<br />
respondeu:<br />
- Meu amigo, a situação é<br />
muito difícil. Mas, graças à<br />
Deus, temos aqui uma vaquinha<br />
que não nos deixa passar<br />
fome. Às vezes sobra um pouco<br />
de leite e, com essa parte,<br />
fazemos um pouco de queijo e<br />
vendemos na cidade vizinha. E<br />
assim vamos sobrevivendo.<br />
O filósofo agradeceu pela informação,<br />
contemplou o lugar<br />
por m momento e foi embora.<br />
No meio do caminho, disse ao<br />
discípulo:<br />
- Jogue a vaquinha deste pobre<br />
homem no precipício.<br />
- Não posso fazer isso, é a<br />
única forma de sustento da família!<br />
- espantou-se o discípulo.<br />
O filósofo permaneceu calado.<br />
Sem alternativa, o rapaz<br />
fez o que lhe mandara o mestre,<br />
e a vaquinha morreu na<br />
queda. A cena ficou gravada<br />
em sua memória.<br />
Muitos anos depois, já um<br />
empresário bem-sucedido, o<br />
ex-discípulo resolveu voltar ao<br />
mesmo lugar, contar tudo a família,<br />
pedir perdão e ajudá-la<br />
financeiramente.<br />
Chegando lá, para sua surpresa,<br />
encontrou o local transformado<br />
num belíssimo sítio,<br />
com árvores floridas, carro na<br />
garagem e rapazes e moças<br />
bem vestidos e felizes. Ficou<br />
desesperado, imaginando que<br />
a humilde família tivesse precisado<br />
vender o sítio para sobreviver.<br />
Apertou o passo e foi recebido<br />
por um caseiro muito simpático.<br />
- Para onde foi a família que<br />
vivia aqui há dez anos? - perguntou.<br />
- Continuam donos do sítio -<br />
foi a resposta.<br />
Espantado, ele entrou correndo<br />
na casa, e o senhor<br />
logo o reconheceu. Perguntou<br />
como estava o filósofo, mas<br />
o rapaz nem respondeu, pois<br />
se achava por demais ansioso<br />
para saber como o homem<br />
conseguira melhorar tanto o<br />
sítio e ficar tão bem de vida.<br />
- Bem, nós tínhamos uma<br />
vaquinha, mas ela caiu no precipício<br />
e morreu - disse o senhor.<br />
- Então, para sustentar<br />
minha família, tive que plantar<br />
ervas e legumes. Como plantas<br />
demoravam a crescer, comecei<br />
a cortar madeira para<br />
vender. Ao fazer isso, tive que<br />
replantar as árvores e precisei<br />
comprar mudas. Ao comprar<br />
mudas, lembrei-me da roupa<br />
de meus filhos e pensei que<br />
talvez pudesse cultivar algodão.<br />
Passei um ano difícil, mas<br />
quando a colheita chegou, eu<br />
já estava exportando legumes,<br />
algodão e ervas aromáticas.<br />
Nunca havia me dado conta<br />
de todo o meu potencial aqui:<br />
ainda bem que aquela vaquinha<br />
morreu. Era um atraso em<br />
nossas vidas.<br />
É necessário ver como está a<br />
sua vaquinha. Não lastime se<br />
ela cair no precipício. A vaquinha<br />
pode estar representada<br />
por um emprego, um relacionamento<br />
ou uma sociedade.<br />
Erga a cabeça e lute. Você vai<br />
vencer.<br />
1942 1938<br />
Largo do Sapé, principal acesso ao Sertão da Quina<br />
1957<br />
Casa de farinha próxima ao atual campo do Ingá<br />
1965<br />
Rancho de descanso utilizado em viagens a Vargem Grande e Palmeiras<br />
1946<br />
Hora do rush em plena temporada da pesca da tainha<br />
Trilha do Eixo, esquina com a trilha do S. da Quina<br />
1965<br />
<strong>Maranduba</strong>, Caçandoca e Sertão no mesmo ônibus<br />
1991<br />
1990<br />
Conceituado PM em seu aniversário<br />
Não disse que a gente ia sair no jornal <strong>Maranduba</strong>?