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Aplicação do conceito de Produção Mais Limpa na ... - TECLIM

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

ESCOLA POLITÉCNICA<br />

DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA<br />

MESTRADO PROFISSIONAL EM<br />

GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS<br />

AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO<br />

TAKAYOSHI OGATA<br />

APLICAÇÃO DO CONCEITO DE PRODUÇÃO MAIS<br />

LIMPA NA OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE<br />

PRODUÇÃO DE ÁLCOOL BUTÍLICO<br />

SALVADOR<br />

2004


UFBA<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />

ESCOLA POLITÉCNICA<br />

DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA<br />

MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E<br />

TECNOLOGIAS<br />

AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO<br />

Rua Aristi<strong>de</strong>s Novis, 02, 4º andar, Fe<strong>de</strong>ração, Salva<strong>do</strong>r BA<br />

CEP: 40.210-630<br />

Tels: (71) 235-4436 / 203-9798<br />

Fax: (71) 203-9892<br />

E-mail: cteclim@ufba.br<br />

Home page: http://www.teclim.ufba.br


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

DEDICATÓRIA<br />

Ao meu pai Ogata Masatugu (in memoriam), a minha mãe Yuhiko Tsukumi<br />

Ogata, a Vito Giuseppe Gravi<strong>na</strong> (in memoriam) e a Filome<strong>na</strong> Giannuzzi<br />

Gravi<strong>na</strong> por terem me mostra<strong>do</strong> o caminho da importância da educação.<br />

Aos meus filhos, Mayumi, Mari<strong>na</strong>, Leo<strong>na</strong>r<strong>do</strong> e Nara responsáveis pela minha<br />

motivação e esperança. E, fi<strong>na</strong>lmente, <strong>de</strong>dico este trabalho à Maria Gravi<strong>na</strong><br />

Ogata, minha companheira <strong>de</strong> tantos anos pelo incentivo, paciência, amor e<br />

parceria.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Agra<strong>de</strong>ço àqueles que direta ou indiretamente colaboraram para abreviar a<br />

conclusão <strong>de</strong>ste trabalho, inicia<strong>do</strong> há <strong>do</strong>is anos.<br />

Em primeiro lugar ao meu orienta<strong>do</strong>r Prof. Dr. Emerson Andra<strong>de</strong> Sales pelo<br />

incentivo e, principalmente, pela paciente e minuciosa leitura <strong>do</strong> texto e<br />

sobretu<strong>do</strong>, pela orientação dirigida, que proporcionou a conclusão <strong>de</strong>sse<br />

trabalho tão sonha<strong>do</strong>.<br />

Aos professores <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, que não mediram esforços em nos<br />

transmitir novos conhecimentos, os quais abriram novos caminhos e<br />

horizontes para os alunos.<br />

À Teclim, pelos recursos bibliográficos que tornou disponíveis o que, sem<br />

dúvida, abreviou a busca <strong>de</strong> literatura especializada.<br />

Aos meus colegas <strong>de</strong> trabalho, engenheiros e técnicos, pela colaboração no<br />

resgate <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos primários, <strong>na</strong> simulação <strong>do</strong> processo e <strong>na</strong><br />

elaboração <strong>do</strong> balanço material. Aos meus companheiros opera<strong>do</strong>res que se<br />

empenharam <strong>na</strong> realização <strong>do</strong>s testes reais <strong>na</strong> planta elabora<strong>do</strong>s com muita<br />

<strong>de</strong>dicação e zelo.<br />

À ELEKEIROZ S.A. que me incentivou e possibilitou a conclusão <strong>de</strong>ste<br />

trabalho.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

RESUMO<br />

Esta dissertação tem como objetivo mostrar um exemplo típico <strong>de</strong> problema<br />

industrial, ocorri<strong>do</strong> numa planta <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> álcool butílico.<br />

Historicamente, a produção era realizada com especificação a<strong>de</strong>quada às<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s seus clientes. Surgiu um novo cliente com grau <strong>de</strong><br />

exigência muito maior <strong>na</strong> especificação <strong>de</strong>sse produto. No primeiro<br />

momento, a empresa a<strong>do</strong>tou como solução, a repurificação <strong>do</strong> produto para<br />

atendê-lo. Essa solução aten<strong>de</strong>u ple<strong>na</strong>mente o cliente, mas elevou o custo <strong>de</strong><br />

produção, além <strong>de</strong> geração adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> efluentes com carga orgânica<br />

elevada. A empresa já estava se preparan<strong>do</strong> para um projeto <strong>de</strong> melhorias<br />

com investimentos em <strong>de</strong>sengargalamento das colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> purificação,<br />

quan<strong>do</strong> passou a a<strong>do</strong>tar uma postura <strong>de</strong> prevenção utilizan<strong>do</strong> os <strong>conceito</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>. Descobriu através da pesquisa <strong>do</strong>cumental (fonte<br />

primária) e registros técnicos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, um teste realiza<strong>do</strong> com um<br />

promotor em escala piloto pelo <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> tecnologia. Esse promotor inibia a<br />

formação <strong>de</strong> reações secundárias. Com base <strong>na</strong>quele resulta<strong>do</strong>, a empresa<br />

realizou testes em escala industrial, ou seja, evoluiu mais precisamente para<br />

a mudança no processo, com o intuito <strong>de</strong> minimizar uma reação secundária<br />

in<strong>de</strong>sejável no reator, com conseqüente redução <strong>na</strong> carga orgânica <strong>do</strong>s seus<br />

efluentes. O trabalho se apóia nos <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> Controle da Poluição,<br />

Prevenção da Poluição, <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong>, <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, discute as<br />

abordagens corretivas e estratégias preventivas. Discute, também, as<br />

principais técnicas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo e <strong>de</strong> prevenção. Conceitua as Estratégias<br />

Ambientais e suas características. Para maior compreensão <strong>do</strong> problema e<br />

sua resolução, discorre sobre o esta<strong>do</strong> da arte <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> oxo-álcoois<br />

com enfoque no processo e <strong>na</strong> reação que foi otimizada. Mostra os resulta<strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da <strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong>s <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong><br />

otimização <strong>do</strong> processo. O trabalho mostra ante ao aspecto administrativo<br />

tradicio<strong>na</strong>l pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte, as vantagens ambientais e econômicas<br />

proporcio<strong>na</strong>das pela lógica da prevenção. Conclui, este estu<strong>do</strong>, que os velhos<br />

paradigmas da administração da produção não tem mais respal<strong>do</strong> nos dias<br />

<strong>de</strong> hoje, ante à lógica da prevenção pela <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>.<br />

Palavras chave: Poluição Industrial; <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>; Tecnologias<br />

<strong>Limpa</strong>s; Otimização <strong>de</strong> Processo; <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butanol.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

ABSTRACT<br />

The object of this treatise is to <strong>de</strong>scribe a typical industrial problem occurred<br />

in a butilic alcohol production plant. Historically, production was carried out<br />

to specifications a<strong>de</strong>quate to the needs of the client. A new client came up<br />

with a much higher <strong>de</strong>gree of requirement for specifications of the product.<br />

At first, the company solved the problem by repurifying the product. The<br />

client was entirely satisfied with this solution but production costs increased<br />

not to mention an additio<strong>na</strong>l generation of ema<strong>na</strong>tions with a high organic<br />

load. The company was already preparing itself for an improvement project<br />

with investments in wi<strong>de</strong>ning of purifying columns when it started to a<strong>do</strong>pt a<br />

preventive attitu<strong>de</strong> utilizing Cleaner Production concepts. It was found<br />

through <strong>do</strong>cumentary research (primary source) and old technical registers<br />

that a test was carried out by the owner of the technology (with a promoter<br />

on a pilot scale). This promoter inhibited the formation of secondary<br />

reactions. Based on these results, the company carried out tests on an<br />

industrial scale, that is to pay, it moved precisely towards a change in the<br />

process, aimed at reducing to a minimum un<strong>de</strong>sirable secondary reactions<br />

in the reactor and as a consequence a reduction of the organic load in<br />

ema<strong>na</strong>tions. The work is supported by concepts in Pollution Control,<br />

Pollution Prevention, Clean Production and Cleaner Production. Corrective<br />

approaches and preventive strategies are examined. The main pipe-end and<br />

prevention techniques are also consi<strong>de</strong>red. Environmental strategies and<br />

their characteristics are estimated. For a better un<strong>de</strong>rstanding of the<br />

problem and its solution, state-of-the art production of oxo-alcohols is<br />

discussed with a focus on the process and the reaction that was optimized.<br />

The work shows results obtained in the study of the application of cleaner<br />

production concepts in process optimization. Prevailing traditio<strong>na</strong>l<br />

ma<strong>na</strong>gement aspects are shown as well as environmental and economic<br />

advantages through a prevention logic. This study comes to the conclusion<br />

that old production ma<strong>na</strong>gement paradigms no longer have any support in<br />

the face of the prevention logics of cleaner production.<br />

Key words: Industrial Pollution; Cleaner Production; Clean Technologies;<br />

Optimization Process; Butanol Production.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

SUMÁRIO<br />

LISTA DE FIGURAS 11<br />

LISTA DE TABELAS 12<br />

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 13<br />

INTRODUÇÃO 14<br />

Estrutura <strong>do</strong> Trabalho 17<br />

CAPITULO-1: CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA<br />

Princípios Gerais<br />

1.1 A Empresa 19<br />

1.2 Situação Problema 22<br />

CAPÍTULO-2: FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS<br />

2.1 Procedimentos Meto<strong>do</strong>lógicos 26<br />

2.2 Marco Teórico e Conceitual 28<br />

2.3 Equação Mestra e o Fator 10 29<br />

2.4 <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (PML) 33<br />

2.4.1. Abordagem Corretiva versus Estratégias Preventivas 35<br />

2.4.2. Socieda<strong>de</strong> Sustentável 38<br />

2.4.3. Técnicas para Redução da Poluição segun<strong>do</strong><br />

LAGREGA<br />

2.4.4. Estratégias Ambientais 50<br />

47<br />

CAPÍTULO-3: ESTADO DA ARTE DE PRODUÇÃO DE ÁLCOOIS<br />

3.1 <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Oxo-Álcoois 53<br />

3.2 <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s 54<br />

3.3 Processo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butanol ou Álcool Butílico 55<br />

3.3.1. - Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> Fase Vapor 56<br />

3.3.2. - Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> Fase Líquida 58<br />

3.4 Formação <strong>de</strong> Éter 61<br />

3.5 Aci<strong>de</strong>z em Catalisa<strong>do</strong>res Sóli<strong>do</strong>s 66<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

CAPÍTULO-4: APLICAÇÃO DA PML NA OTIMIZAÇÃO DE PROCESSO<br />

4.1 Levantamento da Situação Inicial 70<br />

4.1.1 - Plano <strong>de</strong> Análises 71<br />

4.1.2 - Balanço Material 71<br />

4.2 Repurificação <strong>do</strong> Produto – Solução <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo 75<br />

4.2.1 - Balanço Material 77<br />

4.3 Projeto para Aumento <strong>de</strong> Capacida<strong>de</strong> com redução no teor<br />

<strong>de</strong> butil éter<br />

4.3.1 – Base <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> 80<br />

4.3.2 – Resulta<strong>do</strong> da Avaliação 82<br />

4.4 Injeção <strong>de</strong> um Promotor – Caminhan<strong>do</strong> da solução <strong>de</strong> Fim<br />

<strong>de</strong> Tubo para a Solução Preventiva<br />

4.4.1 - Balanço Material 87<br />

4.5 Resulta<strong>do</strong> Comparativo: Fim <strong>de</strong> Tubo versus PML 91<br />

4.5.1 – Especificação <strong>do</strong> Produto Obti<strong>do</strong> 91<br />

4.5.2 – Balanço Econômico 91<br />

4.5.3 – Impacto da mudança no processo sobre o meio<br />

ambiente<br />

80<br />

84<br />

93<br />

CAPÍTULO-5: CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS<br />

5.1 Consi<strong>de</strong>rações Fi<strong>na</strong>is 95<br />

5.2 Conclusões e Recomendações 99<br />

REFERÊNCIAS 101<br />

BIBLIOGRAFIA 104<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 - Fluxo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> 20<br />

Figura 2 -<br />

Socieda<strong>de</strong> Sustentáveis – Do Fim <strong>do</strong> Tubo à<br />

Sustentabilida<strong>de</strong> Ambiental<br />

38<br />

Figura 3 - Tratamento <strong>de</strong> Efluentes com Colu<strong>na</strong> Esgota<strong>do</strong>ra 40<br />

Figura 4 - Sistema Linear <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> Industrial 41<br />

Figura 5 -<br />

Reforma Catalítica <strong>de</strong> Gás Natural com Recuperação<br />

Energética e <strong>de</strong> Gás Carbônico<br />

43<br />

Figura 6 - Estratégia preventiva – Visão Circular <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> 44<br />

Figura 7 -<br />

Figura 8 -<br />

Figura 9 -<br />

Figura 10 -<br />

Figura 11-<br />

Figura 12<br />

Figura 13<br />

Figura 14<br />

Técnicas para Redução da Poluição - Organograma<br />

mestre das ações para prevenção e controle da<br />

poluição, basea<strong>do</strong> em LAGREGA.<br />

Fluxograma simplifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

butanol – Hidroge<strong>na</strong>ção em Fase Vapor<br />

Fluxograma simplifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

butanol – Hidroge<strong>na</strong>ção em Fase Líquida<br />

Balanço Material <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Butanol - Antes da<br />

modificação no processo<br />

Balanço Material da Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação <strong>de</strong><br />

Butanol<br />

Efeito <strong>do</strong> promotor <strong>na</strong> redução da formação <strong>de</strong> DNBE,<br />

teste realiza<strong>do</strong> em escala piloto<br />

Formação <strong>do</strong> DNBE em função da concentração <strong>de</strong><br />

Nitrogênio Básico no Reator <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> n-<br />

butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />

Balanço Material <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Butanol - Depois<br />

da modificação no processo<br />

49<br />

57<br />

60<br />

74<br />

78<br />

85<br />

87<br />

88<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1 - Especificação <strong>do</strong> Butanol (BuOH). 23<br />

Tabela 2 - Nova Especificação <strong>do</strong> Normal Butanol (BuOH) 24<br />

Tabela 3 -<br />

Abordagens Corretivas versus Estratégias<br />

Preventivas, segun<strong>do</strong> PENEDA.<br />

36<br />

Tabela 4 - Características das Estratégias Ambientais 52<br />

Tabela 5 - Plano <strong>de</strong> Análises 71<br />

Tabela 6 - Especificação <strong>do</strong> Butanol pelo Balanço Material 73<br />

Tabela 7 - Especificação <strong>de</strong> BuOH com Nova Especificação 75<br />

Tabela 8 -<br />

Tabela 9 -<br />

Tabela 10 -<br />

Tabela 11 -<br />

Resulta<strong>do</strong> da Simulação da Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação<br />

T5<br />

Resulta<strong>do</strong> da Simulação sem a Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

Repurificação<br />

Resulta<strong>do</strong> da avaliação <strong>do</strong>s principais equipamentos<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a nova especificação<br />

Orçamento <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação da planta <strong>de</strong> butanol <strong>na</strong><br />

nova especificação sem a colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> repurificação<br />

76<br />

82<br />

83<br />

84<br />

Tabela 12 - Especificação <strong>do</strong> Butanol com adição <strong>do</strong> promotor 90<br />

Tabela 13 -<br />

Comparativo <strong>de</strong> Especificação Típica <strong>do</strong> Produto<br />

Obti<strong>do</strong><br />

91<br />

Tabela 14 - Balanço Econômico 92<br />

Tabela 15 -<br />

Comparativo <strong>de</strong> Especificações antes e <strong>de</strong>pois da<br />

mudança no processo<br />

97<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

ABIQUIM – Associação Brasileira <strong>de</strong> Industria Química<br />

BM – Balanço Material<br />

BuOH – Butanol<br />

BVQI – Bureau Viritas Quality Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l<br />

CETREL – Central <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Efluentes S.A.<br />

CIQUINE ou CPQ – Ciquine Companhia Petroquímica S.A.<br />

COPENE – Companhia Petroquímica <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste S.A.<br />

DBO – Demanda Bioquímica <strong>de</strong> Oxigênio<br />

DfE – Projeto para o Meio Ambiente ou “Design for Environment”<br />

DNBE – Di-normal butil éter ou dibutil éter ou butil éter<br />

DQO – Demanda Química <strong>de</strong> Oxigênio<br />

HE – “heavy end” ou pesa<strong>do</strong>s<br />

IBAL – Iso-butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />

i-BuOH - Isobutanol<br />

LE – “light end” ou leves<br />

MS – Material em suspensão<br />

NBAL – Normal butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />

PGQB – Prêmio Gestão Qualida<strong>de</strong> Bahia<br />

PL – <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong><br />

P+L ou PML – <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong><br />

P2 ou PP – Prevenção da Poluição<br />

Q - Vazão<br />

UNEP – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente<br />

UNIDO – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial<br />

UNIB – Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Insumos Básicos<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

14<br />

INTRODUÇÃO<br />

“Raramente são os novos paradigmas que nos <strong>de</strong>spertam<br />

para transformações: a crença em transformação, a<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar e o compromisso ético, existencial<br />

e espontâneo <strong>de</strong> sermos transforma<strong>do</strong>res é que nos levam<br />

a buscar novos paradigmas”. (Demóstenes Romano Filho,<br />

Patrícia Sartini e Margarida Maria Ferreira)<br />

A poluição <strong>do</strong> meio ambiente tornou-se assunto <strong>de</strong> interesse<br />

mundial. Não ape<strong>na</strong>s os países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s vêm sen<strong>do</strong> afeta<strong>do</strong>s pelos<br />

problemas ambientais, mas também as <strong>na</strong>ções em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

começam a sofrer os graves impactos da poluição em to<strong>do</strong>s os seguimentos<br />

da produção, seja <strong>na</strong> agricultura, nos serviços e <strong>na</strong> indústria. Isso <strong>de</strong>corre <strong>de</strong><br />

um rápi<strong>do</strong> crescimento econômico associa<strong>do</strong> à exploração <strong>de</strong> recursos<br />

<strong>na</strong>turais, alguns até então intocáveis. Na origem <strong>do</strong>s crescentes problemas<br />

provoca<strong>do</strong>s pela contami<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> meio ambiente, estão os processos <strong>de</strong><br />

produção utiliza<strong>do</strong>s para extrair matérias-primas e para transformá-las em<br />

uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos para fins <strong>de</strong> consumo em escala<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Embora se registrem progressos no setor das técnicas <strong>de</strong> controle<br />

da poluição, para vários <strong>de</strong>sses campos da indústria <strong>de</strong> extração e <strong>de</strong><br />

transformação, ainda não se chegou a méto<strong>do</strong>s que propiciem um controle<br />

efetivo das emissões <strong>de</strong> resíduos. É inegável, porém, a urgência <strong>de</strong> serem<br />

a<strong>do</strong>tadas medidas <strong>de</strong> controle mais voltadas para a prevenção a fim <strong>de</strong> se<br />

assegurar a não ocorrência <strong>de</strong> prejuízos irreparáveis, sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong><br />

meio ambiente.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

15<br />

Mas, se há uma palavra-chave que possa caracterizar a época atual, essa<br />

palavra é mudança. Mudança sob to<strong>do</strong>s os aspectos possíveis e imagináveis:<br />

<strong>de</strong> caráter político, social, econômico, tecnológico, organizacio<strong>na</strong>l e, também,<br />

no comportamento das pessoas com relação ao meio ambiente. O que talvez<br />

mais surpreenda e choque não é ape<strong>na</strong>s a mudança <strong>do</strong>s procedimentos<br />

tradicio<strong>na</strong>is, mas como essa mudança se processa, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> profun<strong>do</strong> e<br />

radical.<br />

Conforme KIPERSTOK (1999), “a necessária velocida<strong>de</strong> com que a<br />

redução <strong>do</strong> impacto ambiental das ativida<strong>de</strong>s produtivas <strong>de</strong>ve se dar exige<br />

uma mudança <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> se pensar a relação <strong>de</strong>stas com o meio ambiente.<br />

Deve-se evoluir das práticas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo para atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prevenção da<br />

poluição. Esta mudança exige uma participação tanto <strong>do</strong> setor produtivo como<br />

das agências regula<strong>do</strong>ras”. Sem dúvida, ainda existem dificulda<strong>de</strong>s<br />

tecnológicas, econômicas, e até <strong>de</strong> informação, mas para uma mudança<br />

radical, o mais importante é a mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s das pessoas.<br />

Este trabalho tem como objetivo mostrar um exemplo típico <strong>de</strong><br />

problema <strong>na</strong> área industrial, real, que a<strong>do</strong>tou inicialmente uma solução <strong>de</strong><br />

fim <strong>de</strong> tubo, e que, evoluiu para a prevenção, mais precisamente para a<br />

mudança no processo, com o intuito <strong>de</strong> minimizar uma reação secundária<br />

in<strong>de</strong>sejável, com conseqüente redução <strong>na</strong> carga orgânica <strong>do</strong>s seus efluentes.<br />

Essa atitu<strong>de</strong> foi induzida por fatores econômicos e comerciais, mas<br />

que, aliada aos novos paradigmas da administração <strong>de</strong> produção, a<br />

abordagem <strong>do</strong> problema foi evoluin<strong>do</strong>.<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> otimização e redução <strong>de</strong> poluentes <strong>na</strong> fonte apresenta<br />

uma gran<strong>de</strong> importância não só <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista ambiental, mas econômica<br />

e social também. A acirrada competição <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> mundial com grau <strong>de</strong><br />

exigência severa <strong>na</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto, aliada ao alto custo dispendi<strong>do</strong><br />

para o tratamento <strong>do</strong>s seus efluentes e com investimentos adicio<strong>na</strong>is, por si<br />

só justifica a realização <strong>do</strong> presente trabalho, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista econômico.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

16<br />

BAAS (1996) apud KIPERSTOK(2001), salienta que “a prevenção da<br />

Poluição e minimização <strong>de</strong> resíduos representa uma mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

o foco é muda<strong>do</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> tecnologias para o controle da poluição para uma<br />

atitu<strong>de</strong> pró-ativa <strong>de</strong> prevenção ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o processo produtivo. A<br />

a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong>stas práticas converge com a viabilização econômica da produção<br />

por aliar aspectos ambientais com lucrativida<strong>de</strong> econômica”.<br />

O presente estu<strong>do</strong> tem o intuito <strong>de</strong> ser um exemplo <strong>de</strong> <strong>Aplicação</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> empresa com mudanças no processo e <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong><br />

das pessoas e põe foco no processo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Álcool Butílico produzi<strong>do</strong><br />

<strong>na</strong> Elekeiroz S.A. 1 . Cumpre ressaltar que a conceituação e o <strong>de</strong>lineamento <strong>do</strong><br />

raciocínio com relação à minimização <strong>de</strong> poluentes com conseqüente<br />

melhoria nos rendimentos da reação, po<strong>de</strong>rão ser aplica<strong>do</strong>s em qualquer<br />

processo produtivo.<br />

Sem dúvida, os <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (PML) aplica<strong>do</strong>s<br />

<strong>na</strong> solução <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> problema enriqueceram o resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong>,<br />

proporcio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> uma visão mais abrangente <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> otimização da<br />

planta. Da solução <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> processo, o resulta<strong>do</strong> foi visualiza<strong>do</strong><br />

com a utilização racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> matéria-prima, minimizan<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong><br />

reações secundárias, com a conseqüente redução <strong>de</strong> sub-produtos<br />

minimizan<strong>do</strong> a utilização <strong>de</strong> insumos, utilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>scartes <strong>de</strong> efluentes, ou<br />

seja, reduzin<strong>do</strong> em vários aspectos, o impacto ambiental.<br />

No nível empresarial, percebe-se a mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e<br />

comportamentos <strong>de</strong> gestores, propician<strong>do</strong> uma nova cultura para resolução<br />

<strong>de</strong> problemas futuros. A base cultural <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (PML) e a<br />

meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> sua aplicação absorvidas durante o Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> em<br />

Gerenciamento e Tecnologia <strong>Limpa</strong> no Processo Produtivo, foi <strong>de</strong> suma<br />

importância para o alerta e visualização <strong>do</strong>s problemas relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s ao meio<br />

ambiente.<br />

1 Anteriormente a razão social <strong>de</strong>ssa empresa era Ciquine Companhia Petroquímica. Mu<strong>do</strong>u para ELEKEIROZ<br />

S.A. em agosto/2003.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

17<br />

Espera-se que este trabalho seja <strong>de</strong> alguma forma, um referencial<br />

<strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> para as futuras gerações <strong>de</strong> técnicos e<br />

engenheiros da empresa.<br />

Estrutura <strong>do</strong> trabalho<br />

A dissertação está dividida em cinco capítulos. O primeiro trata da<br />

caracterização <strong>do</strong> problema industrial, das principais questões que foram<br />

abordadas e relevantes para o seu equacio<strong>na</strong>mento, bem como <strong>do</strong>s<br />

princípios gerais que foram a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s.<br />

O segun<strong>do</strong> capítulo <strong>de</strong>screve os fundamentos teóricos e<br />

meto<strong>do</strong>lógicos que norteiam a condução <strong>do</strong> problema em foco. Os <strong>conceito</strong>s<br />

<strong>de</strong> Controle da Poluição, Prevenção da Poluição, <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong>, <strong>Produção</strong><br />

<strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, são discuti<strong>do</strong>s mediante o enfoque <strong>de</strong> abordagens corretivas<br />

versus estratégias preventivas. A<strong>na</strong>lisa as principais técnicas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo<br />

e <strong>de</strong> prevenção. Conceitua as estratégias ambientais e suas características.<br />

O capítulo terceiro discorre sobre o esta<strong>do</strong> da arte <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> oxoálcoois<br />

com enfoque no processo e <strong>na</strong> reação que foi otimizada. Explica<br />

também o mecanismo das reações secundárias.<br />

O quarto capítulo mostra os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da <strong>Aplicação</strong> da<br />

<strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo, simulação <strong>de</strong> processo, e<br />

os testes reais em operação da planta com um promotor. <strong>Mais</strong><br />

especificamente, mostra a simulação <strong>de</strong> operação modificada com os novos<br />

equipamentos (abordagem <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo), balanços materiais da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> butanol, antes <strong>de</strong> qualquer intervenção e após a instalação <strong>de</strong><br />

novos equipamentos; testes reais <strong>de</strong> operação da planta com o uso <strong>de</strong> um<br />

promotor reacio<strong>na</strong>l (abordagem <strong>de</strong> PML) e balanço material completo <strong>de</strong>sta<br />

nova situação. No fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>ste capítulo, foi realizada uma análise comparativa<br />

das soluções <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo com a <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, envolven<strong>do</strong><br />

aspecto econômico e ambiental.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

18<br />

O quinto capítulo trata das consi<strong>de</strong>rações fi<strong>na</strong>is e das perspectivas<br />

futuras: discussão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes, discussão da aplicação <strong>do</strong>s<br />

<strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, conclusões e recomendações.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

19<br />

CAPÍTULO 1<br />

CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA – Princípios Gerais<br />

“O mun<strong>do</strong> não vai superar sua crise atual usan<strong>do</strong> o<br />

mesmo pensamento que criou essa situação.”<br />

Albert Einstein<br />

1.1) A Empresa<br />

A Elekeiroz é uma empresa <strong>de</strong> segunda geração que produz<br />

produtos petroquímicos intermediários e tem como objetivo social a<br />

industrialização e a comercialização <strong>de</strong> produtos petroquímicos e<br />

plastificantes em geral, localizada em três regiões: a matriz em Várzea<br />

Paulista em São Paulo, uma planta em Taubaté, S.P. e um conjunto <strong>de</strong><br />

plantas no Complexo Básico <strong>do</strong> Pólo Petroquímico <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, no Município<br />

<strong>de</strong> Camaçari, Bahia. Neste trabalho, enfocaremos ape<strong>na</strong>s as plantas<br />

localizadas em Camaçari, BA.<br />

As plantas da Elekeiroz Camaçari, são responsáveis pela produção<br />

<strong>de</strong> Oxo-Álcoois, Anidri<strong>do</strong> Ftálico, Áci<strong>do</strong> Fumárico e Plastificantes Ftálicos ,<br />

conforme o Fluxo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong>, mostra<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-1, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a<br />

uma produção <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 280 mil t/ano <strong>de</strong> produtos químicos e<br />

petroquímicos, o que coloca a empresa como uma das maiores em volume <strong>de</strong><br />

produção no Pólo Petroquímico <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste e oferece uma diversificada<br />

gama <strong>de</strong> produtos.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

20<br />

MATERIAS PRIMAS<br />

ELEKEIROZ<br />

N<br />

A<br />

F<br />

T<br />

A<br />

PROPENO<br />

ALCOOIS<br />

SOLVENTES<br />

LUBRICANTES<br />

COMPOSTOS<br />

SAPATOS<br />

BRINQUEDOS<br />

BRASKEM<br />

ORTO-<br />

XILENO<br />

ANIDRIDO<br />

FTÁLICO<br />

PLASTIFICANTES<br />

TINTAS<br />

RESINAS<br />

POLIESTER<br />

EFLUENTES<br />

ADESIVOS<br />

RESINAS<br />

POLIESTER<br />

BENZENO<br />

ANIDRIDO<br />

MALEICO<br />

ÁCIDO<br />

FUMARICO<br />

TINTAS<br />

RESINAS<br />

POLIESTER<br />

ADESIVOS<br />

Figura-1: Fluxo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong><br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

21<br />

Fabrica<strong>do</strong>s em um Complexo <strong>de</strong> Plantas, os Oxo-Álcoois<br />

produzi<strong>do</strong>s <strong>na</strong> Elekeiroz Camaçari, são o Octanol (2-etil-hexanol), o Butanol<br />

e o Iso Butanol, utilizan<strong>do</strong> como matérias-primas o Propeno e o Gás Natural.<br />

A produção total <strong>de</strong>sses álcoois é <strong>de</strong> 120.000 t/ano.<br />

Da associação <strong>de</strong>sses três produtos com o Anidri<strong>do</strong> Ftálico, surgem<br />

os Plastificantes Ftálicos, cuja capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção da empresa é <strong>de</strong> 100<br />

mil t/ano. O Anidri<strong>do</strong> Ftálico, com produção <strong>de</strong> 36 mil t/ano, é o anidri<strong>do</strong><br />

mais utiliza<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, em função <strong>de</strong> sua diversificada aplicação. A<br />

matéria-prima principal é o Ortoxileno, adquiri<strong>do</strong> da Copene 2 e transporta<strong>do</strong><br />

através <strong>de</strong> dutovia para a Elekeiroz.<br />

Outro produto da empresa é o Áci<strong>do</strong> Fumárico, produzi<strong>do</strong> com<br />

tecnologia própria a partir <strong>do</strong> Áci<strong>do</strong> Maleico, oriun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s efluentes da Planta<br />

<strong>de</strong> Anidri<strong>do</strong> Ftálico. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção é <strong>de</strong> 1,2 mil t/ano.<br />

O maior faturamento da empresa vem da produção <strong>de</strong> Oxo-<br />

Álcoois, com duas plantas em operação. As plantas <strong>de</strong> oxo-álcoois foram<br />

instaladas em duas fases temporais distintas: A primeira, com início <strong>de</strong><br />

operação em 1973, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da <strong>de</strong> Planta-1, atualmente produz o Butanol e<br />

o Iso Butanol e, a segunda, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da <strong>de</strong> Planta-2, com início <strong>de</strong> operação<br />

em 1984, on<strong>de</strong> se produz o Octanol.<br />

Os efluentes das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Anidri<strong>do</strong> Ftálico e Plastificantes<br />

Ftálicos são áci<strong>do</strong>s que se juntam com os efluentes das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Álcoois<br />

(efluentes básicos), realizan<strong>do</strong> um pré-tratamento, antes <strong>de</strong> seguir para a<br />

CETREL 3 .<br />

É consi<strong>de</strong>rada empresa <strong>de</strong> médio porte no âmbito da sua força <strong>de</strong><br />

trabalho. Em produção <strong>de</strong> oxo-álcoois é a principal empresa da América<br />

Lati<strong>na</strong>, a única <strong>do</strong> Brasil e a maior empresa <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em Plastificantes.<br />

2 Copene – Companhia Petroquímica <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, é uma empresa <strong>do</strong> Pólo Petroquímico <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste,<br />

fornece<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> matérias-primas e utilida<strong>de</strong>s, para as empresas <strong>do</strong> Complexo Básico. À partir <strong>de</strong> 2003, a<br />

COPENE passou a chamar-se UNIB, Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Insumos Básicos da BRASKEM S.A.<br />

3 Cetrel – Central <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Efluentes, é uma empresa <strong>do</strong> Pólo Petroquímico <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, responsável<br />

por tratamento <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os efluentes gera<strong>do</strong>s no Pólo, antes da sua disposição fi<strong>na</strong>l.<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

22<br />

A empresa foi certificada <strong>na</strong> Norma ISO 9002 pela BVQI, em 1996,<br />

ten<strong>do</strong> nesse perío<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> amadurecimento nos processos<br />

requeri<strong>do</strong>s e introduzi<strong>do</strong> inúmeras melhorias no sistema.<br />

Em 1996, implantou o Sistema <strong>de</strong> Gestão pela Qualida<strong>de</strong> Total,<br />

incorporan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os processos e programas da empresa volta<strong>do</strong>s para a<br />

qualida<strong>de</strong>.<br />

Em 1999 e 2000, foi avaliada através <strong>do</strong>s critérios <strong>do</strong> Prêmio<br />

Gestão Qualida<strong>de</strong> Bahia (PGQB), sen<strong>do</strong> premiada com Diploma e Placa,<br />

respectivamente.<br />

Cumpre as legislações fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal no tocante a<br />

Legislação Ambiental. Transcen<strong>de</strong> às exigências legais, por conta <strong>de</strong> sua<br />

participação no Programa <strong>de</strong> Atuação Responsável, li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pela Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Indústria Química (ABIQUIM), para, através das práticas<br />

gerenciais nele estabelecidas, melhorar continuamente o seu <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong> segurança , saú<strong>de</strong> ocupacio<strong>na</strong>l e meio ambiente.<br />

1.2) Situação Problema<br />

O presente trabalho foi realiza<strong>do</strong> <strong>na</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Oxo-<br />

Álcoois, especificamente <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> Normal Butanol da Elekeiroz,<br />

situada em Camaçari, Bahia.<br />

O Normal Butanol (BuOH) ou simplesmente Butanol, é produzi<strong>do</strong><br />

<strong>na</strong> Planta-1, através da hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Normal Butil Al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> (NBAL) num<br />

reator catalítico <strong>de</strong> leito fixo, objeto <strong>do</strong> nosso estu<strong>do</strong>. O NBAL e o solvente<br />

(com uma parte <strong>do</strong> BuOH que é reciclada) são envia<strong>do</strong>s, em uma relação<br />

<strong>de</strong>finida, ao reator R. Lá ocorre a reação <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> presença <strong>de</strong><br />

catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> níquel/cromo suporta<strong>do</strong> em alumi<strong>na</strong>, geran<strong>do</strong> o BuOH cru.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

23<br />

CH 3 CH 2 CH 2 CHO + H 2<br />

n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />

(NBAL)<br />

CH 3 CH 2 CH 2 COH<br />

n-butanol<br />

(BuOH)<br />

Além <strong>do</strong> produto principal, ocorrem reações secundarias, geran<strong>do</strong><br />

compostos in<strong>de</strong>sejáveis, tais como, iso-butanol (i-BuOH), dibutil éter (DNBE)<br />

e produtos pesa<strong>do</strong>s. O fluxo proveniente <strong>do</strong> reator <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção é então<br />

envia<strong>do</strong> para a Seção <strong>de</strong> Purificação <strong>do</strong> produto da reação.<br />

Da Seção <strong>de</strong> Purificação, o Butanol é extraí<strong>do</strong> com a seguinte<br />

especificação, constante no catálogo comercial da empresa:<br />

Tabela–1 - Especificação <strong>do</strong> Butanol (BuOH).<br />

ESPECIFICAÇÃO ATUAL<br />

BuOH - PUREZA<br />

i-BuOH - Iso Butanol<br />

DNBE – Di Butil Eter<br />

99,30 % P min.<br />

0,20 % P máx<br />

3000 ppm máx.<br />

Fonte: Elaboração própria com base no catálogo Elekeiroz Camaçari.<br />

Até mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2001, essa especificação atendia a 100% <strong>do</strong>s<br />

clientes. Com a chegada <strong>de</strong> um novo cliente multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o mesmo exigiu<br />

uma especificação mais rigorosa com a pureza mínima <strong>de</strong> Butanol <strong>de</strong><br />

99,70%, teor <strong>de</strong> Iso-Butanol <strong>de</strong> 0,10% máximo e teor <strong>de</strong> DNBE máximo <strong>de</strong><br />

200 ppm. Além disso, o referi<strong>do</strong> cliente entrou com o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> importação<br />

ao governo brasileiro, referente ao mesmo produto produzi<strong>do</strong> <strong>na</strong> sua matriz<br />

no exterior, solicitan<strong>do</strong> isenção <strong>do</strong>s impostos <strong>de</strong> importação, que <strong>na</strong> época<br />

eram cerca <strong>de</strong> 15%. A alegação era <strong>de</strong> que a Elekeiroz não teria capacida<strong>de</strong><br />

técnica para cumprir a exigência da especificação solicitada. O órgão<br />

competente <strong>do</strong> governo conce<strong>de</strong>u para a empresa, um prazo <strong>de</strong> 3 meses para<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

24<br />

a <strong>de</strong>vida solução, sob pe<strong>na</strong> <strong>de</strong> aprovar a importação <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> produto com<br />

imposto reduzi<strong>do</strong>.<br />

Tabela 2 – Nova Especificação <strong>do</strong> Butanol (BuOH).<br />

ESPECIFICAÇÃO<br />

ATUAL<br />

ANÁLISE<br />

TÍPICA<br />

NOVA<br />

ESPECIFICAÇÃO<br />

BuOH - PUREZA 99,30 % P min. 99,65% P 99,70% P<br />

i-BuOH - Iso Butanol 0,20 % P máx 0,06% P 0,10% P<br />

DNBE – Di Butil Eter 3000 ppm máx. 2000 ppm 200 ppm<br />

Fonte: Elabora<strong>do</strong> pelo autor<br />

Ocorre que a Elekeiroz para aten<strong>de</strong>r o novo cliente, já havia<br />

realiza<strong>do</strong> investimento parcial <strong>de</strong> <strong>de</strong>sengargalamento, com adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

18.000 t/ano em al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s, representan<strong>do</strong> 15% da sua capacida<strong>de</strong> anterior,<br />

mas sem levar em conta a exigência da qualida<strong>de</strong> restritiva. Aten<strong>de</strong>r a nova<br />

especificação implicaria em reduzir a produção, ou seja, o investimento<br />

realiza<strong>do</strong> tor<strong>na</strong>ria sem efeito ou investiria em <strong>de</strong>sengargalamento das<br />

colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação. Por outro la<strong>do</strong>, conseguir manter esse cliente seria<br />

questão <strong>de</strong> sobrevivência da empresa, face às dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

A empresa mobilizou o seu corpo técnico para a<strong>na</strong>lisar o problema<br />

e encontrou algumas soluções que po<strong>de</strong>riam aten<strong>de</strong>r à especificação exigida.<br />

Colocou em teste a solução mais rápida, a qualquer custo, isto é,<br />

repurifican<strong>do</strong> o produto fi<strong>na</strong>l em uma colu<strong>na</strong> ociosa já instalada <strong>na</strong> planta: a<br />

Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação <strong>do</strong> Butanol. Foram realizadas várias simulações <strong>de</strong><br />

processo, chegan<strong>do</strong>-se a conclusão <strong>de</strong> que, com peque<strong>na</strong> modificação nos<br />

equipamentos e tubulações, seria possível chegar ao intento.<br />

Foi colocada em operação a colu<strong>na</strong> estudada, obten<strong>do</strong> sucesso com<br />

a repurificação <strong>do</strong> produto, atingin<strong>do</strong>-se a especificação exigida pelo cliente,<br />

no entanto, a um custo <strong>de</strong> produção oneroso e, também, com aumento <strong>de</strong><br />

efluentes. É típico da solução <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo (“end of pipe”). Por pressão <strong>do</strong><br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

25<br />

merca<strong>do</strong>, a empresa a<strong>do</strong>tou, temporariamente, esta solução, apesar da<br />

consciência em torno da causa econômica e ambiental.<br />

Também, com a <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e aten<strong>de</strong>r o novo cliente, a<br />

empresa teria que aumentar a capacida<strong>de</strong> das colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação<br />

investin<strong>do</strong> em modificações das mesmas. Lembran<strong>do</strong> que quanto maior a<br />

produção maior será também a geração <strong>de</strong> DNBE, portanto, essas colu<strong>na</strong>s<br />

teriam que absorver maior fluxo <strong>na</strong> alimentação e ter maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

separação.<br />

Enquanto produzia o produto especial para o novo cliente, neste<br />

trabalho buscou-se também, uma solução tecnológica mais racio<strong>na</strong>l que<br />

tivesse uma melhoria não só econômica, mas ambiental também.<br />

KIPERSTOK (1999, p.45-51) afirma que “<strong>do</strong>is elementos po<strong>de</strong>m contribuir<br />

para uma aceleração <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> melhoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho ambiental no<br />

âmbito das empresas: a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar mudanças tecnológicas que<br />

impliquem em concomitantes reduções <strong>de</strong> custos (isto é, ganhar dinheiro a<br />

partir da redução da geração <strong>de</strong> resíduos); e, o esclarecimento <strong>do</strong> ritmo <strong>de</strong><br />

melhoria necessário para tor<strong>na</strong>r o processo ambientalmente sustentável”.<br />

Nessa busca <strong>de</strong> novos <strong>conceito</strong>s, os novos paradigmas da <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong><br />

<strong>Limpa</strong> e Tecnologia <strong>Limpa</strong> absorvi<strong>do</strong>s no Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, foram <strong>de</strong>cisivos<br />

para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

Nesta pesquisa rea<strong>na</strong>lisou-se os seus trabalhos, procuran<strong>do</strong><br />

soluções tecnológicas, resgatan<strong>do</strong> notas <strong>de</strong> reuniões técnicas <strong>do</strong> passa<strong>do</strong><br />

com os técnicos <strong>do</strong> <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> NBAL, a<br />

Mitsubishi Chemical Corporation 4 . A injeção <strong>de</strong> compostos orgânicos<br />

funcio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> como promotores, foi i<strong>de</strong>ntificada como uma das soluções para<br />

minimizar a formação <strong>de</strong> compostos pesa<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ntre eles o dibutil éter<br />

(DNBE), ou simplesmente butil éter.<br />

4 A Mitsubishi Chemical Corporation é uma empresa japonesa e uma das maiores empresas petroquímicas<br />

mundiais. É também <strong>de</strong>tentora <strong>do</strong> “know-how” <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> oxo álcoois utiliza<strong>do</strong> pela Elekeiroz.<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

26<br />

CAPÍTULO 2–<br />

FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS<br />

“Nunca duvi<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um pequeno grupo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s cidadãos para mudar os rumos <strong>do</strong> Planeta. Na<br />

verda<strong>de</strong>, eles são a única esperança <strong>de</strong> que isto possa<br />

ocorrer.”<br />

Margareth Mead<br />

2.1) Procedimentos Meto<strong>do</strong>lógicos<br />

Este trabalho foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s seguintes procedimentos<br />

meto<strong>do</strong>lógicos, que constaram <strong>de</strong> cinco etapas:<br />

A primeira etapa consistiu <strong>na</strong> pesquisa <strong>do</strong>cumental (fontes<br />

primárias) e levantamento bibliográfico (fontes secundárias), referentes aos<br />

estu<strong>do</strong>s que dão suporte teórico a esta pesquisa. Nas fontes primárias<br />

buscou-se <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> arquivos particulares <strong>do</strong> autor <strong>de</strong>ste trabalho,<br />

anotações <strong>de</strong> visitas às plantas industriais no exterior, busca <strong>de</strong> registros<br />

técnicos e da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> testes realiza<strong>do</strong>s em escala piloto. No levantamento<br />

bibliográfico, tratou-se <strong>de</strong> conhecer os <strong>conceito</strong>s e as visões sobre o controle<br />

<strong>na</strong> fonte, principalmente a <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (PML) que, nos últimos<br />

anos, vem toman<strong>do</strong> impulso e um <strong>de</strong>staque especial <strong>na</strong> gestão <strong>de</strong><br />

administração <strong>de</strong> produção fazen<strong>do</strong> compreen<strong>de</strong>r com que os antigos<br />

paradigmas <strong>na</strong> gestão industrial não consigam se manter nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />

A segunda etapa consistiu <strong>na</strong> realização da simulação <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o<br />

sistema <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> e sua purificação, utilizan<strong>do</strong> um<br />

programa <strong>de</strong> simulação <strong>de</strong> processo PDPlus. As simulações das condições <strong>de</strong><br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

27<br />

operação antes da mudança <strong>do</strong> processo já existiam, os quais foram<br />

complementa<strong>do</strong>s com novas simulações das condições após a mudança no<br />

processo.<br />

A terceira etapa refere-se a realização <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> campo com o<br />

objetivo <strong>de</strong> conseguir informações e conhecimentos acerca <strong>do</strong> problema. A<br />

pesquisa <strong>de</strong> campo a<strong>do</strong>tada, insere-se <strong>na</strong> categoria experimental que<br />

consiste em investigação <strong>de</strong> pesquisa empírica cujo objetivo principal foi a<br />

confirmação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste em escala piloto.<br />

O teste propriamente dito, partiu <strong>de</strong> uma situação real <strong>na</strong><br />

empresa, cujos resulta<strong>do</strong>s foram colhi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma criteriosa <strong>na</strong> própria<br />

planta comercial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> butanol, utilizan<strong>do</strong> toda a conceituação da<br />

Operação Evolucionária, mais conhecida como EVOP (Evolutio<strong>na</strong>ry<br />

Operation). Como a EVOP se aplica a um processo industrial em pleno<br />

funcio<strong>na</strong>mento, qualquer perturbação <strong>de</strong>ve ser feita com muita cautela, para<br />

não se correr o risco <strong>de</strong> fabricar um produto não <strong>de</strong>sejável ou causar<br />

problemas operacio<strong>na</strong>is graves.<br />

Conforme BARROS NETO (2001), a EVOP ... “é muito diferente <strong>de</strong><br />

um planejamento experimental feito em laboratório, on<strong>de</strong> os fatores po<strong>de</strong>m ser<br />

varia<strong>do</strong>s à vonta<strong>de</strong>, não importan<strong>do</strong> muito se o produto fi<strong>na</strong>l prestará ou não.<br />

Na operação evolucionária, ao contrário, o que estamos buscan<strong>do</strong> é um ajuste<br />

fino. To<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong> é pouco. As perturbações, além <strong>de</strong> suaves, <strong>de</strong>vem ser<br />

realizadas <strong>de</strong> forma cuida<strong>do</strong>samente planejada, para que seja possível extrair<br />

<strong>de</strong>las alguma informação útil”. Portanto, foi <strong>de</strong> suma importância a busca da<br />

melhor <strong>do</strong>sagem, <strong>do</strong>s insumos e ponto <strong>de</strong> operação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu início.<br />

A quarta etapa <strong>do</strong> trabalho foi a montagem <strong>do</strong> Balanço Material da<br />

unida<strong>de</strong>, antes da mudança no processo, da Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação <strong>do</strong><br />

produto e por fim <strong>do</strong> sistema após a mudança no processo.<br />

Com base <strong>na</strong>s quatro etapas anteriores, a quinta e última etapa<br />

tratou <strong>de</strong> consolidar e a<strong>na</strong>lisar os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, realizan<strong>do</strong> um resumo<br />

comparativo das duas soluções a<strong>do</strong>tadas, a <strong>do</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo e da <strong>Produção</strong><br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

28<br />

<strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>. Nessa última etapa foram inseridas também as conclusões da<br />

pesquisa e as perspectivas futuras.<br />

2.2) Marco Teórico e Conceitual<br />

O rápi<strong>do</strong> crescimento econômico e a resultante expansão da<br />

estrutura industrial no mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>, tem si<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong>s por gran<strong>de</strong>s<br />

consumos <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais. O estilo <strong>de</strong> vida das pessoas mu<strong>do</strong>u<br />

também em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> com o advento da chamada socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

“consumo em massa”, como simboliza a popularização <strong>do</strong>s veículos a motor.<br />

Estes fatores tem também contribuí<strong>do</strong> para a consi<strong>de</strong>rável ruptura <strong>do</strong><br />

equilíbrio ambiental nos últimos anos.<br />

A inserção <strong>de</strong> substâncias tóxicas <strong>na</strong> ca<strong>de</strong>ia alimentar representa<br />

uma ameaça <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio ambiental. A origem <strong>do</strong>s contami<strong>na</strong>ntes po<strong>de</strong><br />

ser: lixiviamento <strong>de</strong> solos agrícolas, água subterrânea contami<strong>na</strong>da, água <strong>de</strong><br />

sedimentos contami<strong>na</strong><strong>do</strong>s, córregos urbanos, <strong>de</strong>scargas atmosféricas,<br />

<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos, resíduos industriais, esgoto <strong>do</strong>méstico e <strong>de</strong>pósitos<br />

<strong>de</strong> lixo. (KIPERSTOK et al, 2002).<br />

A divulgação <strong>do</strong>s problemas causa<strong>do</strong>s com gran<strong>de</strong>s aci<strong>de</strong>ntes<br />

ecológicos e com o conseqüente aumento da consciência ambiental da<br />

socieda<strong>de</strong> <strong>na</strong>s últimas décadas, têm revela<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s pressões nos setores<br />

produtivos, pela proteção ao meio ambiente. A legislação ambiental tem se<br />

tor<strong>na</strong><strong>do</strong> gradativamente mais restritiva em relação à manipulação e geração<br />

<strong>de</strong> produtos tóxicos e perigosos e à restituição <strong>de</strong> resíduos à <strong>na</strong>tureza.<br />

Tem aumenta<strong>do</strong> a responsabilida<strong>de</strong> civil e crimi<strong>na</strong>l das empresas,<br />

<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista legal, ante o reconhecimento <strong>do</strong> risco relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> com<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das ativida<strong>de</strong>s. A Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988, no inciso 3 o . <strong>do</strong><br />

artigo 225, no Capítulo <strong>do</strong> Meio Ambiente, <strong>de</strong>fine que a pessoa jurídica é<br />

passível <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> civil, administrativa e pe<strong>na</strong>l. A partir <strong>de</strong> então,<br />

não somente as pessoas físicas po<strong>de</strong>m ser pe<strong>na</strong>lizadas, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

29<br />

crimi<strong>na</strong>l, mas também as pessoas jurídicas. Em fevereiro <strong>de</strong> 1998, a Lei n.<br />

9.605 <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1998, que trata <strong>do</strong>s crimes ambientais, estabelece<br />

com rigor as pe<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s, <strong>na</strong> área crimi<strong>na</strong>l e administrativa, para as pessoas<br />

jurídicas. Segun<strong>do</strong> SHEN (1995) apud MARINHO (2001, p.52), “... como<br />

conseqüência, os custos <strong>do</strong>s procedimentos <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo para aten<strong>de</strong>r as<br />

essas exigências, tem se tor<strong>na</strong><strong>do</strong> igualmente crescentes assim como os riscos<br />

fi<strong>na</strong>nceiros relativos a não conformida<strong>de</strong> com a legislação, recuperação ou<br />

in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> danos”.<br />

O marco teórico e conceitual <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> se apóia nos <strong>conceito</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>. Sem dúvida, este marco teórico é o que existe <strong>de</strong><br />

mais atual no que diz respeito à prevenção da <strong>de</strong>gradação ambiental <strong>na</strong> fonte<br />

e, porque não dizer, <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> produção competitiva.<br />

Para dar embasamento às modificações <strong>de</strong> processo, recorreu-se<br />

também aos registros técnicos, relatórios corporativos, notas <strong>de</strong> reuniões,<br />

manuais <strong>de</strong> operação e <strong>de</strong> processo, projetos básicos e <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s da planta<br />

<strong>de</strong> processo, visan<strong>do</strong> dar uma <strong>de</strong>scrição clara <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

oxo-álcoois da empresa, mais especificamente <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

butanol.<br />

2.3) A Equação Mestra e o Fator 10<br />

Com o rápi<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento industrial no mun<strong>do</strong>, trouxe para a<br />

humanida<strong>de</strong> muito conforto e bem estar. Mas essa transformação trouxe<br />

também questio<strong>na</strong>mentos quanto ao uso exagera<strong>do</strong> <strong>do</strong>s recursos <strong>na</strong>turais<br />

limita<strong>do</strong>s. A velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>sses recursos com transformações <strong>de</strong><br />

matérias-primas para o produto fi<strong>na</strong>l é sempre questio<strong>na</strong>da pelos vários<br />

seguimentos da socieda<strong>de</strong>.<br />

Mas, o questio<strong>na</strong>mento que se faz é on<strong>de</strong> está o vilão da história?<br />

Imediatamente, a mente das pessoas voltam-se para a indústria. No entanto,<br />

será que somente a fase <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> um produto <strong>na</strong> indústria é que<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

30<br />

causa o impacto ambiental? Será que a fase da extração das matériasprimas,<br />

como minérios, petróleo ou carvão não causam maior ou menor<br />

impacto <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza? E a fase <strong>de</strong> distribuição, <strong>de</strong>stino fi<strong>na</strong>l ou mesmo a<br />

socieda<strong>de</strong> consumista não causa maior impacto ao meio ambiente? Quan<strong>do</strong><br />

se questio<strong>na</strong> a quantida<strong>de</strong> e a disposição fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> lixo industrial e também<br />

lixo <strong>do</strong>méstico, certamente o comportamento <strong>do</strong> consumo das pessoas, tem<br />

muito a ser a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong>. A<strong>do</strong>tar soluções econômica e ecologicamente<br />

sustentáveis, tor<strong>na</strong>r as empresas ecoeficientes, implica numa mudança<br />

radical <strong>de</strong> comportamentos e atitu<strong>de</strong>s tanto <strong>do</strong>s produtores, como das<br />

pessoas.<br />

Uma abordagem freqüente para estimar o impacto das ativida<strong>de</strong>s<br />

huma<strong>na</strong>s sobre o ambiente é o Fator 10.<br />

O Fator 10 é um <strong>conceito</strong> relativamente novo, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> com<br />

base <strong>na</strong> equação mestra (Master Equation) <strong>de</strong> impacto ambiental:<br />

“Impacto ambiental = (população) X (PIB/pessoa) X (impacto<br />

ambiental/unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> PIB)”<br />

É um <strong>conceito</strong> utiliza<strong>do</strong> por GRAEDEL e ALLENBY (1998, p.8) que<br />

incentiva o aumento da eficiência <strong>na</strong>s questões ambientais, econômicas e<br />

sociais da produção e consumo em 10 vezes em 50 anos. Este <strong>conceito</strong> é<br />

divulga<strong>do</strong> para chamar a atenção da socieda<strong>de</strong> para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

aumentar o ritmo da melhoria <strong>do</strong> aproveitamento <strong>do</strong>s recursos <strong>na</strong>turais,<br />

uma vez que são limita<strong>do</strong>s.<br />

A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> a referida equação, o primeiro e o segun<strong>do</strong> fator<br />

chamam a atenção da socieda<strong>de</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> controle da população e <strong>de</strong><br />

renda per capta.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

31<br />

O primeiro fator, a população mundial, continua crescen<strong>do</strong><br />

rapidamente, ainda que a taxa <strong>de</strong> crescimento venha se reduzin<strong>do</strong> nos<br />

últimos anos. Apesar da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se elaborar previsões, tem si<strong>do</strong><br />

consi<strong>de</strong>rada como razoável a estimativa <strong>de</strong> um pico <strong>de</strong> população da or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> 10 a 12 bilhões <strong>de</strong> pessoas até a meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XXI, o que significa<br />

que o primeiro fator da equação será multiplica<strong>do</strong> por 2, nesse perío<strong>do</strong>. O<br />

segun<strong>do</strong> fator <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> conhecimento <strong>de</strong> que o aumento da renda per<br />

capita , ainda que esta não implique necessariamente em elevação da<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida para to<strong>do</strong>s, tem implica<strong>do</strong> <strong>na</strong> elevação proporcio<strong>na</strong>l da<br />

pressão sobre o ambiente ou até em uma proporção maior. À revelia das<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre países e indivíduos, a tendência pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte é <strong>de</strong><br />

aumento da renda per capita <strong>na</strong> maior parte <strong>do</strong> globo. Estimativas<br />

grosseiras sugerem uma elevação da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 3 a 5 vezes nos próximos 50<br />

anos. (GRAEDEL e ALLENBY, 1998).<br />

O terceiro fator é o único que, ao menos no curto prazo, po<strong>de</strong> ser<br />

significativamente reduzi<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico. Com as<br />

projeções acima, a redução precisaria ser <strong>de</strong> 6 a 10 vezes, no mesmo<br />

intervalo, para que seja manti<strong>do</strong> o impacto ambiental <strong>de</strong> hoje. Entretanto,<br />

como o grau atual <strong>do</strong>s impactos já é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> insustentável por muitos, o<br />

terceiro fator, eventualmente, precisaria sofrer uma redução <strong>de</strong> 20 a 50<br />

vezes, para assegurar a sustentabilida<strong>de</strong>. (GRAEDEL e ALLENBY, 1998<br />

p.16). Este fator, impacto ambiental provoca<strong>do</strong> por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção, é<br />

da responsabilida<strong>de</strong> direta <strong>do</strong>s setores produtivos.<br />

Diante <strong>de</strong>ssas consi<strong>de</strong>rações, resulta a idéia <strong>de</strong> um Fator X, como<br />

a razão necessária <strong>de</strong> redução <strong>do</strong> impacto ambiental por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto<br />

para garantir a estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> planeta. As hipóteses quanto ao valor X, tem<br />

varia<strong>do</strong> entre 4 e 10, em função <strong>de</strong> diferentes previsões <strong>de</strong> crescimento <strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>is primeiros fatores da equação, pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>n<strong>do</strong> o Fator 10. (SHIMIDT-<br />

BLEEK; GRAEDEL ALLEMBY; O’RIORDAN, 1997, 1998, 2000 apud<br />

MARINHO, 2001).<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

32<br />

Este <strong>conceito</strong> é muito interessante <strong>na</strong> medida em que chama a<br />

atenção <strong>do</strong>s perigos incontroláveis levan<strong>do</strong> à <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> meio ambiente e<br />

à conseqüente piora <strong>na</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida provocada pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

acelera<strong>do</strong> <strong>de</strong> novos produtos e <strong>de</strong>senfrea<strong>do</strong> consumo <strong>do</strong>s mesmos nos países<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s.<br />

Existem países sem nenhum controle populacio<strong>na</strong>l, à beira <strong>do</strong><br />

caos, com pouquíssimos recursos econômicos como a África e Índia, mas há<br />

também países como o Japão, pobre <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais e, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às<br />

dificulda<strong>de</strong>s vivida no pós segunda guerra, o próprio Esta<strong>do</strong> se encarregou<br />

<strong>de</strong> conscientizar a população sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> não <strong>de</strong>sperdício.<br />

Atualmente, <strong>na</strong>quele país, o lançamento <strong>do</strong>s efluentes é<br />

extremamente questio<strong>na</strong><strong>do</strong> e limita<strong>do</strong> através <strong>de</strong> uma legislação rigorosa.<br />

Existem empresas como a Mitsubishi Chemical Corp., que está empenhada<br />

em mudança e otimização <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> plantas antigas, que conseguiu<br />

uma redução drástica <strong>de</strong> seus efluentes em 1/10 em 10 anos (Planta <strong>de</strong><br />

Hidroformilação <strong>de</strong> Olefi<strong>na</strong>s), fato observa<strong>do</strong> pessoalmente por este autor<br />

<strong>na</strong>quela empresa.<br />

No entanto, nem sempre os setores produtivos daquele país agiram<br />

assim. A Baía <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>mata que o diga, com a contami<strong>na</strong>ção da baía por<br />

mercúrio lança<strong>do</strong> pela empresa Chisso, provocan<strong>do</strong> mortes e cujos<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes da população contami<strong>na</strong>da há mais <strong>de</strong> 40 anos, sofrem as<br />

suas conseqüências até hoje. (MASHIMO, 1996).<br />

No caso <strong>do</strong> Japão, há um forte componente para resulta<strong>do</strong>s<br />

positivos em programas como o <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> Total ou <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> Fator 10.<br />

É a discipli<strong>na</strong> e a alta conscientização da população com relação ao limita<strong>do</strong><br />

recurso <strong>na</strong>tural existente <strong>na</strong>quele país. To<strong>do</strong>s são educa<strong>do</strong>s para o não<br />

<strong>de</strong>sperdício, cuja conscientização da população começa no berço <strong>de</strong> cada<br />

família, em razão das dificulda<strong>de</strong>s que historicamente tem passa<strong>do</strong>, alia<strong>do</strong><br />

ao pequeno espaço geográfico que dispõe, com alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

33<br />

O Fator 10 também po<strong>de</strong> ser interioriza<strong>do</strong> caso se pense em,<br />

mesmo com da<strong>do</strong>s conserva<strong>do</strong>res <strong>de</strong> crescimento populacio<strong>na</strong>l e <strong>de</strong> renda,<br />

ter como objetivo a redução <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> impacto ambiental, daqui a 50 anos,<br />

para a meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> atual. Este raciocínio levou à criação <strong>do</strong> Clube <strong>do</strong> Fator 10<br />

em 1993 (WEAVER et al, 2000 apud KIPERSTOK, mimeo 2002).<br />

Na indústria, esse <strong>conceito</strong> po<strong>de</strong> ser transporta<strong>do</strong> para cada<br />

modificação no processo, para cada otimização no processo, tal como<br />

redução <strong>de</strong> reações secundárias no processo produtivo o que <strong>na</strong> prática<br />

redunda em melhor utilização <strong>de</strong> matérias-primas, insumos e utilida<strong>de</strong>s.<br />

A maior divulgação <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> Fator 10, através <strong>de</strong> campanhas,<br />

capacitação <strong>de</strong> técnicos, educação e conscientização da população,<br />

certamente trará benefícios às futuras gerações. A necessida<strong>de</strong> é imediata e<br />

trata-se <strong>de</strong> questão <strong>de</strong> sobrevivência da espécie huma<strong>na</strong>.<br />

2.4) <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (PML)<br />

Como conseqüência da <strong>de</strong>gradação contínua e acelerada <strong>do</strong><br />

ambiente, as autorida<strong>de</strong>s mundiais tem se preocupa<strong>do</strong> cada vez mais com a<br />

sobrevivência <strong>do</strong> planeta. A divulgação <strong>de</strong>ssa preocupação tem se da<strong>do</strong><br />

através <strong>de</strong> congressos, palestras, cursos e meios mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> comunicação<br />

como a “internet”. Cada vez mais as empresas estão convencidas <strong>de</strong> que o<br />

único caminho para a sobrevivência <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s é tor<strong>na</strong>r seus processos<br />

produtivos não poluentes através <strong>de</strong> sua prevenção.<br />

KIPERSTOK et al. (2002, p.21), diz que “o ritmo <strong>de</strong> expansão <strong>do</strong><br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental cresce dia a dia. Por outro la<strong>do</strong>, cresce a<br />

consciência ambiental da população e das corporações. Está estabelecida uma<br />

corrida entre estes <strong>do</strong>is processos. Do resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>la <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o futuro <strong>do</strong>s<br />

nossos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. Como em toda corrida, ganha quem supera os<br />

concorrentes. O corre<strong>do</strong>r que corre tu<strong>do</strong> quanto po<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá se sentir satisfeito<br />

com o seu <strong>de</strong>sempenho e <strong>do</strong>rmir tranqüilo <strong>de</strong>pois, mas não ganha<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

34<br />

necessariamente a corrida, e esta é uma corrida que não po<strong>de</strong>mos nos dar ao<br />

luxo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r”.<br />

Várias estratégias e abordagens são divulgadas a nível mundial por<br />

entida<strong>de</strong>s preocupadas com o tema. Po<strong>de</strong>mos sintetizar aqui os mais cita<strong>do</strong>s<br />

<strong>na</strong>s literaturas atuais:<br />

• P2 – Prevenção da Poluição, divulgada pela EPA,<br />

Environmental Protection Agency, focaliza especificamente a questão da<br />

geração <strong>de</strong> resíduos poluentes e sua prevenção;<br />

• PL – <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong>, divulgada pela maioria das<br />

entida<strong>de</strong>s ambientalistas. Segun<strong>do</strong> o Greenpeace, é uma aplicação<br />

sistemática <strong>de</strong> princípios que permitem satisfazer as necessida<strong>de</strong>s da<br />

socieda<strong>de</strong> por produtos ambientalmente corretos, através <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> sistemas<br />

<strong>de</strong> energia eficientes e renováveis e materiais que não ofereçam risco, nem<br />

ameacem a biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> planeta.<br />

• P+L – <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, amplamente divulgada em<br />

conjunto pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento<br />

Industrial (UNIDO) e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente<br />

(UNEP). Segun<strong>do</strong> a UNEP (2002), a <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, consiste <strong>na</strong><br />

“aplicação contínua <strong>de</strong> uma estratégia ambiental integrada em processos<br />

produtos e serviços, incorporan<strong>do</strong> o uso mais eficiente <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais e<br />

minimizan<strong>do</strong> resíduos e poluição, da mesma forma que os riscos para a saú<strong>de</strong><br />

huma<strong>na</strong> e segurança”.<br />

Segun<strong>do</strong> FURTADO (2002), PL - <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong> (Clean<br />

Production) e PML - <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (Cleaner Production), são<br />

ferramentas <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> bens e serviços que<br />

oferecem ampla gama <strong>de</strong> critérios, estratégias e instrumentos para aumentar<br />

a lucrativida<strong>de</strong> das organizações. Segun<strong>do</strong> o mesmo autor, PL supera a PML,<br />

<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista tecnológico, ambiental e social.<br />

Na prática, o que é importante para as indústrias é que os antigos<br />

paradigmas da produção não são mais aplicáveis nos dias <strong>de</strong> hoje. Tanto PL<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

35<br />

como PML, enfatizam a prevenção como o caminho para se atingir a<br />

competitivida<strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento das empresas.<br />

Para a PML, no nível <strong>de</strong> processos e tecnologias <strong>de</strong> produção, visa a<br />

utilização racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> matérias primas, energia e água, e gerar poupanças à<br />

empresa, a elimi<strong>na</strong>ção da periculosida<strong>de</strong> e toxicida<strong>de</strong> das emissões e<br />

resíduos antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixarem o processo.<br />

No nível <strong>de</strong> produtos, atua <strong>na</strong> redução <strong>do</strong>s elementos impactantes<br />

ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s produtos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a extração <strong>de</strong> matérias<br />

primas até a disposição fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong>s resíduos gera<strong>do</strong>s <strong>na</strong> sua produção.<br />

E, no nível <strong>de</strong> gestão, influencia <strong>na</strong>s atitu<strong>de</strong>s e comportamentos <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong>s os níveis hierárquicos das organizações produtivas, propician<strong>do</strong> uma<br />

nova abordagem empresarial.<br />

2.4.1) Abordagem Corretiva versus Estratégias Preventivas<br />

O <strong>conceito</strong> é bastante abrangente. Para compreen<strong>de</strong>r melhor esse<br />

<strong>conceito</strong> encontram-se itemiza<strong>do</strong>s <strong>na</strong> Tabela-3 a seguir, as principais<br />

diferenças entre as abordagens corretivas e as estratégias preventivas,<br />

segun<strong>do</strong> PENEDA (1996).<br />

Nesta síntese, PENEDA (1996) mostra os <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong><br />

comportamento <strong>de</strong> uma indústria. Na abordagem corretiva, a indústria “suja<br />

e limpa”, ou seja, polui por sua tecnologia obsoleta, produzin<strong>do</strong> emissões<br />

atmosféricas, resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes líqui<strong>do</strong>s. Por conseguinte, faz<br />

investimentos para se enquadrar às exigências da legislação ambiental,<br />

inserin<strong>do</strong> vários equipamentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> poluição, muitas vezes<br />

adicio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> insumos para ajustar os seus efluentes nos padrões exigi<strong>do</strong>s.<br />

São equipamentos <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> linha que exigem,<br />

também, gastos em manutenção.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

36<br />

Tabela - 3 – Abordagens Corretivas versus Estratégias Preventivas,<br />

segun<strong>do</strong> PENEDA<br />

Abordagem Corretiva<br />

Tecnologias <strong>de</strong> Tratamento<br />

(Adicio<strong>na</strong>das em Fim <strong>de</strong> Tubo)<br />

• Análise da poluição focalizada<br />

ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong>s emissões e resíduos<br />

(saídas) <strong>do</strong> processo produtivo;<br />

• Tratamento <strong>do</strong>s efeitos da<br />

poluição ao invés das suas<br />

causas;<br />

• Tratamento da poluição como<br />

fator <strong>de</strong> custos adicio<strong>na</strong>is;<br />

• Questões ambientais<br />

consi<strong>de</strong>radas ape<strong>na</strong>s como<br />

constrangimento e exclusivamente<br />

<strong>do</strong> foro <strong>do</strong>s peritos em ambiente;<br />

• Salvaguarda ambiental ape<strong>na</strong>s<br />

como questão <strong>de</strong> tecnologia;<br />

• Melhoria <strong>do</strong> ambiente para<br />

cumprir a regulamentação;<br />

• Qualida<strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong>s<br />

processos, produtos e serviços<br />

geralmente não consi<strong>de</strong>rada;<br />

• A<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> soluções reativas e<br />

exter<strong>na</strong>s ao processo <strong>de</strong><br />

produção;<br />

• Aceitação da produção <strong>de</strong><br />

resíduos como fato inevitável.<br />

Fonte: PENEDA (1996)<br />

Estratégias Preventivas<br />

<strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong><br />

(Integradas no Sistema <strong>de</strong> <strong>Produção</strong>)<br />

• Consi<strong>de</strong>ra entradas e saídas das<br />

várias operações unitárias;<br />

• Prevenção e minimização da<br />

formação <strong>de</strong> poluentes <strong>na</strong> origem,<br />

através <strong>de</strong> medidas integradas e<br />

como parte integrante <strong>do</strong>s<br />

produtos, processos e serviços;<br />

• Resíduos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como<br />

<strong>de</strong>feitos da produção e como<br />

recursos potenciais;<br />

• Melhorias ambientais como<br />

responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

elementos da empresa e fator <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s;<br />

• Salvaguarda <strong>do</strong> ambiente,<br />

incluin<strong>do</strong> medidas não técnicas,<br />

técnicas, organizacio<strong>na</strong>is e <strong>de</strong><br />

gestão;<br />

• Melhoria <strong>do</strong> ambiente como<br />

processo contínuo para se<br />

assegurar os mais eleva<strong>do</strong>s<br />

padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e gerar<br />

divi<strong>de</strong>n<strong>do</strong>s;<br />

• Qualida<strong>de</strong> Ambiental integrada <strong>na</strong><br />

Qualida<strong>de</strong> Total, significan<strong>do</strong><br />

produtos com perfil ecológico<br />

diferencia<strong>do</strong>;<br />

• A<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> soluções pró-ativas<br />

integradas no sistema <strong>de</strong><br />

produção;<br />

• Priorida<strong>de</strong> à prevenção ou, pelo<br />

menos, a minimização <strong>de</strong> resíduos.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

37<br />

Nesta abordagem, evi<strong>de</strong>ntemente o custo <strong>de</strong> produção aumenta,<br />

diminuin<strong>do</strong> a sua competitivida<strong>de</strong> frente à sua concorrência. É um tipo <strong>de</strong><br />

abordagem sem uma visão integrada <strong>do</strong>s problemas ambientais da empresa,<br />

e muito menos <strong>do</strong> seu negócio. Neste tipo <strong>de</strong> abordagem não há<br />

preocupações ambientais e os produtos e processos foram projeta<strong>do</strong>s sob o<br />

paradigma <strong>de</strong> que a geração <strong>de</strong> resíduo faz parte integrante <strong>do</strong> processo<br />

produtivo.<br />

As Estratégias Preventivas levam em conta a prevenção das<br />

emissões <strong>na</strong> fonte, numa atitu<strong>de</strong> pró-ativa ou, pelo menos, em uma atitu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> minimização radical, integra o ambiente nos processos produtivos através<br />

<strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> tecnologias mais limpas, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> PML.<br />

A a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas preventivas leva as empresas a serem mais<br />

competitivas, com mínimo possível em investimentos, insumos e<br />

manutenções <strong>de</strong>snecessários. O uso racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> energia, matérias-primas,<br />

água, mão-<strong>de</strong>-obra tor<strong>na</strong> a produção mais simples, e conseqüentemente,<br />

traz a redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> produção.<br />

Cada vez mais empresas tem da<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s econômico e<br />

ambiental positivos ao aplicar esse <strong>conceito</strong>. Essas empresas abraçaram<br />

uma nova filosofia e mentalida<strong>de</strong> em a<strong>do</strong>tar a produção <strong>de</strong> bens e serviços <strong>de</strong><br />

forma a evitar a <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> ambiente, prevenin<strong>do</strong> ou geran<strong>do</strong> o menor<br />

impacto ambiental possível.<br />

No caso da empresa em análise, cujas características e condutas<br />

foram expla<strong>na</strong>das no item 1.2, para resolver um problema <strong>de</strong> especificação<br />

<strong>do</strong> produto, pressio<strong>na</strong>da por um cliente, passou <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> “fim <strong>de</strong><br />

tubo” utilizada inicialmente, para a busca <strong>de</strong> uma solução tecnológica,<br />

quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>u uma mudança no processo, adicio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> um promotor,<br />

alteran<strong>do</strong> totalmente o enfoque da<strong>do</strong> à primeira solução. Assim, passou da<br />

solução <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo para a solução <strong>de</strong> prevenção <strong>na</strong> fonte.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

38<br />

2.4.2) Socieda<strong>de</strong> Sustentável<br />

Esta nova abordagem <strong>na</strong> solução <strong>do</strong> problema tem, <strong>na</strong> origem, um<br />

fundamento teórico elabora<strong>do</strong> por KIPERSTOK et al (mimeo, cap.3, 2002),<br />

com base <strong>na</strong> Figura-2.<br />

SOCIEDADE SUSTENTÁVEL<br />

Consumo Sustentável<br />

Ecologia Industrial<br />

Modificação <strong>do</strong> Produto<br />

Tendências<br />

Modificação <strong>do</strong> Processo<br />

Melhoria <strong>na</strong> Operação<br />

Prevenção<br />

Reciclagem<br />

Tratamento<br />

Fim <strong>de</strong> Tubo<br />

Disposição <strong>de</strong><br />

Resíduos<br />

Figura-2: Socieda<strong>de</strong> Sustentável - Do Fim <strong>do</strong> Tubo à Sustentabilida<strong>de</strong><br />

Ambiental<br />

Fonte: KIPERSTOK et al (2002, p.86).<br />

A abordagem <strong>do</strong> tema <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da <strong>de</strong> Socieda<strong>de</strong> Sustentável, é<br />

realizada sugerin<strong>do</strong> uma evolução <strong>na</strong> resolução <strong>de</strong> problemas relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s<br />

com a produção <strong>de</strong> resíduos em geral. Aqui, a conotação resíduos significa,<br />

resíduos sóli<strong>do</strong>s, líqui<strong>do</strong>s e gasosos. A Figura-2 mostra os tipos <strong>de</strong> soluções<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

39<br />

<strong>de</strong> problemas dividi<strong>do</strong>s em três grupos. À medida que sobe o <strong>de</strong>grau, maior é<br />

a eficiência, a racio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> e a produtivida<strong>de</strong> no uso <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais,<br />

caminhan<strong>do</strong> da solução <strong>do</strong> fim <strong>de</strong> tubo, passan<strong>do</strong> pela prevenção e,<br />

fi<strong>na</strong>lmente, seguin<strong>do</strong> para a otimização <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o mecanismo <strong>de</strong><br />

ecoeficiência que KIPERSTOK <strong>de</strong>nominou <strong>de</strong> Tendências.<br />

Segun<strong>do</strong> HENRIQUES (1997) apud KIPERSTOK et al (mimeo,<br />

2002), a eco-eficiência aborda não só a eficiência <strong>na</strong>s questões ambientais e<br />

econômicas, mas também <strong>na</strong>s questões sociais. Também, PENEDA (1996<br />

p.5), relata que, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o organismo das Nações Unidas, “ Business<br />

Council for Sustai<strong>na</strong>ble Development”, a ecoeficiência, atinge-se pela oferta<br />

<strong>de</strong> bens e serviços fi<strong>na</strong>nceiramente competitivos, que satisfaçam as<br />

necessida<strong>de</strong>s huma<strong>na</strong>s e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, ao mesmo tempo que reduzem<br />

progressivamente os impactantes ecológicos e a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos ao<br />

longo <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s produtos aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sustentação<br />

<strong>do</strong> ambiente.<br />

Fim <strong>de</strong> Tubo<br />

O primeiro grupo <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo, compõe <strong>de</strong> duas<br />

soluções: a <strong>de</strong> Disposição e Tratamento <strong>de</strong> Resíduos.<br />

O primeiro <strong>de</strong>grau apresenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-2, é a Disposição <strong>de</strong><br />

Resíduos. A indústria sem uma visão integrada <strong>do</strong> meio ambiente, gera uma<br />

enorme quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos, realizan<strong>do</strong> a sua disposição no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu<br />

terreno. Um dia ela constata e observa que o seu terreno também tem limite.<br />

Já a indústria que a<strong>do</strong>ta a solução <strong>de</strong> tratamento, <strong>na</strong> gran<strong>de</strong><br />

maioria está movida pela pressão da legislação. Também com uma visão<br />

míope <strong>do</strong> seu negócio, aumenta o seu custo <strong>de</strong> produção, conforme discuti<strong>do</strong><br />

no item anterior, abordagem segun<strong>do</strong> PENEDA (1996).<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

40<br />

Como exemplo, po<strong>de</strong>-se citar a instalação <strong>de</strong> uma colu<strong>na</strong><br />

esgota<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> efluentes em uma planta, conforme mostra a Figura-3.<br />

Numa planta <strong>de</strong> processo, temos como entrada, as matériasprimas,<br />

insumos e utilida<strong>de</strong>s. Como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu processamento, temos<br />

como saída, as emissões atmosféricas, o produto fi<strong>na</strong>l para a comercialização<br />

e os efluentes. O Efluente-1 indica<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-3, é resulta<strong>do</strong> da má<br />

utilização das matérias-primas, insumos e utilida<strong>de</strong>s, com a vazão Q 1 e carga<br />

orgânica com a Demanda Química <strong>de</strong> Oxigênio, DQO 1.<br />

Emissões Atmosféricas<br />

Matérias-Primas<br />

Insumos<br />

Utilida<strong>de</strong>s<br />

PLANTA DE<br />

PROCESSO<br />

Produtos<br />

Efluentes-1<br />

Q 1<br />

DQO 1<br />

Separa<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong> Óleo<br />

Efluentes-2<br />

Q 2<br />

DQO 2<br />

Colu<strong>na</strong><br />

Esgota<strong>do</strong>ra<br />

Oleo Recupera<strong>do</strong><br />

Figura-3: Tratamento <strong>de</strong> Efluentes com Colu<strong>na</strong> Esgota<strong>do</strong>ra<br />

Fonte: Construção própria.<br />

A <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da planta <strong>de</strong> processo, lançar esse efluente no meio<br />

ambiente tem restrições pela legislação, portanto, utiliza-se técnicas <strong>de</strong> seu<br />

tratamento como a instalação <strong>de</strong> um separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> óleo e posteriormente<br />

uma Colu<strong>na</strong> Esgota<strong>do</strong>ra. Pela base da colu<strong>na</strong>, é separa<strong>do</strong> o óleo que é<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

41<br />

recupera<strong>do</strong> para posterior utilização como combustível. Pelo topo da colu<strong>na</strong>,<br />

é retira<strong>do</strong> um efluente com a carga orgânica menor <strong>do</strong> que o efluente<br />

alimenta<strong>do</strong> (Efluente-1), com redução da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 80% a 90%, conforme<br />

experiência <strong>do</strong> autor.<br />

Nesta solução, além <strong>de</strong> continuar com a emissão <strong>de</strong> efluente,<br />

embora com menor carga orgânica (DQO 2 menor <strong>do</strong> que DQO 1 ), tem-se um<br />

aumento <strong>do</strong> custo <strong>de</strong> produção, com gastos em vapor e energia e aumento <strong>de</strong><br />

custo unitário Matéria-prima/Produto Fi<strong>na</strong>l, conforme abordagem corretiva<br />

apresentada no item anterior. Além disso, observa-se que nessa abordagem,<br />

a indústria realiza investimentos adicio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> produção. É típico da<br />

tecnologia <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>da <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Linha.<br />

Esta solução é muito utilizada <strong>na</strong>s indústrias, que aceitam a<br />

geração <strong>de</strong> resíduos como um fato inevitável, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong><strong>do</strong> por PENEDA<br />

(1996) <strong>de</strong> Estratégia Empresarial Curativa, com Processo Linear <strong>de</strong><br />

<strong>Produção</strong>. Na Figura-4, po<strong>de</strong>mos visualizar o Sistema Linear <strong>de</strong> <strong>Produção</strong><br />

Industrial, dita convencio<strong>na</strong>l, segun<strong>do</strong> THORPE (1999). Nessa estratégia, não<br />

há uma otimização <strong>na</strong> utilização <strong>de</strong> matérias-primas e utilida<strong>de</strong>s, e os<br />

resíduos gera<strong>do</strong>s não são reaproveita<strong>do</strong>s. Também, não há uma preocupação<br />

<strong>na</strong> recuperação energética ou <strong>de</strong> insumos. É um sistema <strong>de</strong> produção, dita<br />

Linear ou “one way”.<br />

MATÉRIAS-<br />

PRIMAS<br />

PROCESSAMENTO<br />

PRODUTOS TÓXICOS<br />

CICLO CURTO<br />

RESÍDUOS NÃO APROVEITÁVEIS<br />

RECURSOS<br />

NÃO RENOVÁVEIS<br />

Disposição Fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

RESÍDUOS TÓXICOS<br />

Figura-4: SISTEMA LINEAR DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL<br />

Fonte: Construção própria, adaptada <strong>de</strong> THORPE (1999).<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

42<br />

Prevenção<br />

Melhor <strong>do</strong> que esses <strong>do</strong>is tratamentos <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo, tem-se o<br />

segun<strong>do</strong> grupo que compõe <strong>de</strong> reciclagem, da melhoria <strong>na</strong> operação e<br />

modificação no processo.<br />

Na Reciclagem, os resíduos gera<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser reaproveita<strong>do</strong>s<br />

como matéria-prima para o mesmo produto ou para produto diferente.<br />

Subin<strong>do</strong> o <strong>de</strong>grau, já <strong>na</strong> atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> prevenção, <strong>de</strong>para-se com a Melhoria <strong>na</strong><br />

Operação e Modificação no Processo. O primeiro procura melhorar a<br />

operação continuamente, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> a filosofia KAIZEN 5 , evitan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sperdício<br />

<strong>de</strong> matérias-primas, energia e água, a maioria, atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> origem. No caso<br />

da Modificação no Processo, visa uma ação integrada <strong>do</strong> processo com o<br />

meio ambiente, procuran<strong>do</strong> melhores soluções <strong>de</strong> operações unitárias,<br />

atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> fonte para minimizar a geração <strong>de</strong> seus resíduos.<br />

Po<strong>de</strong>-se citar como um bom exemplo <strong>de</strong> Recuperação Energética e<br />

Recuperação <strong>de</strong> Matérias-Primas, o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> gás <strong>de</strong> síntese<br />

ou oxo-gás.<br />

O Gás <strong>de</strong> Síntese é produzi<strong>do</strong> através da reforma catalítica <strong>do</strong> gás<br />

<strong>na</strong>tural, gás carbônico e vapor d´água (Figura-5). O Gás <strong>de</strong> síntese é uma<br />

mistura <strong>de</strong> hidrogênio e monóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono, em proporção molar <strong>de</strong> 1:1. O<br />

gás <strong>na</strong>tural é mistura<strong>do</strong> com o gás carbônico (CO 2 ) e vapor d´água e<br />

alimenta<strong>do</strong> nos tubos da for<strong>na</strong>lha <strong>de</strong> reforma carrega<strong>do</strong>s com catalisa<strong>do</strong>r à<br />

base <strong>de</strong> níquel.<br />

CH 4 + H 2 O CO + 3 H 2<br />

C0 2 + H 2 CO + H 2 O<br />

CH 4 + CO 2 2 CO + 2 H 2<br />

GÁS NATURAL<br />

GÁS DE SÍNTESE<br />

5 KAIZEN é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como peque<strong>na</strong> modificação para tor<strong>na</strong>r fácil o seu trabalho diário. É uma filosofia <strong>de</strong><br />

melhoria contínua que teve a sua origem <strong>na</strong>s empresas japonesas. (FUJITA, 1997).<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

43<br />

Esta reação é en<strong>do</strong>térmica, ou seja, para que ocorra a reação, há<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> energia exter<strong>na</strong>. Essa energia é fornecida<br />

pela queima <strong>de</strong> combustível, que po<strong>de</strong> ser o próprio gás <strong>na</strong>tural, externo ao<br />

tubo <strong>do</strong> reforma<strong>do</strong>r.<br />

Combustível<br />

Gás Natural<br />

Vapor<br />

Vapor<br />

Gera<strong>do</strong><br />

CO 2<br />

Recupera<strong>do</strong><br />

1000 0 C<br />

Gás <strong>de</strong><br />

Síntese<br />

Água<br />

Figura-5: Reforma Catalítica <strong>de</strong> Gás Natural com Recuperação<br />

Energética e <strong>de</strong> Gás Carbônico.<br />

O produto da queima é o gás <strong>de</strong> combustão com temperatura <strong>de</strong><br />

1000 0 C, rico em gás carbônico (CO 2 ). Esse calor é recupera<strong>do</strong> numa<br />

Cal<strong>de</strong>ira Recupera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Calor, instalada <strong>na</strong> saída <strong>do</strong> Reforma<strong>do</strong>r, geran<strong>do</strong><br />

um vapor <strong>de</strong> 30 a 40 bar <strong>de</strong> pressão. O fluxo resfria<strong>do</strong>, segue para a seção <strong>de</strong><br />

Recuperação <strong>de</strong> CO 2 por absorção utilizan<strong>do</strong> ami<strong>na</strong>s. O CO 2 recupera<strong>do</strong> é<br />

recicla<strong>do</strong>, e é utiliza<strong>do</strong> junto com o gás <strong>na</strong>tural e vapor como matéria-prima.<br />

Esta solução apresenta uma dupla recuperação <strong>de</strong> emissões, a<br />

Recuperação Energética e o Gás Carbônico aproveita<strong>do</strong> como matéria-prima.<br />

É um Processo Cíclico <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> e se enquadra <strong>na</strong>s Estratégias<br />

Preventivas, segun<strong>do</strong> a classificação apresentada por PENEDO (1996 p.10).<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

44<br />

THORPE (1999), apresenta a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong>, com base no<br />

<strong>conceito</strong> circular <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s produtos, conforme Figura-6, a seguir:<br />

MANUFATURA<br />

PRODUTOS<br />

CONSUMO<br />

RESÍDUOS<br />

MATERIAS-PRIMAS,<br />

ENERGIA<br />

RECURSOS<br />

Renováveis<br />

UTILIZAÇÃO<br />

Produtos<br />

Reutilizáveis,<br />

Recicláveis,<br />

Necessários.<br />

RESÍDUOS<br />

Figura-6: Estratégia Preventiva – Visão Circular <strong>de</strong> <strong>Produção</strong><br />

Fonte: Construção própria, adaptada <strong>de</strong> PENEDA (1996) e THORPE (1999)<br />

Apesar da geração <strong>de</strong> resíduos, nessa estratégia, há uma<br />

preocupação em minimizar a geração <strong>de</strong> resíduos atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> sua origem. A<br />

utilização <strong>de</strong> Recursos Renováveis é incentivada e a própria matéria-prima e<br />

energia, ou parte <strong>de</strong>las, são oriun<strong>do</strong>s da reciclagem, ou reaproveitamento<br />

energético <strong>do</strong>s resíduos gera<strong>do</strong>s.<br />

Tendências<br />

No estágio mais avança<strong>do</strong>, conforme constata <strong>na</strong> Figura-2, tem-se<br />

as tendências que englobam a <strong>de</strong> Mudança <strong>de</strong> Produto, Ecologia Industrial e<br />

Consumo Sustentável.<br />

A Mudança <strong>de</strong> Produto é uma atitu<strong>de</strong> radical que aban<strong>do</strong><strong>na</strong> um<br />

produto que gera muitos resíduos por um outro <strong>de</strong> melhor eco-eficiência.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

45<br />

Po<strong>de</strong> ser cita<strong>do</strong> o caso das baterias <strong>de</strong>scartáveis substituídas por<br />

recarregáveis, produto orgânico <strong>de</strong> um “spray” por uma formulação solúvel<br />

em água e líqui<strong>do</strong> refrigerante cloro flúor carbono (CFC) por amônia ou um<br />

produto ambientalmente seguro. (VIGNESWARAN, JEGATHEESAN e<br />

VISVANATHAN, 1999).<br />

A partir <strong>de</strong>sse ponto, as técnicas <strong>de</strong> prevenção, transcen<strong>de</strong>m o<br />

limite <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s uma indústria. Po<strong>de</strong>rá haver uma sinergia entre<br />

a industria gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> resíduos e uma outra que necessita <strong>do</strong> mesmo<br />

resíduo. Por exemplo, uma empresa que gera um efluente básico po<strong>de</strong>rá<br />

enviar o mesmo para uma indústria que gera efluente áci<strong>do</strong> e, quan<strong>do</strong><br />

junta<strong>do</strong>, produz um efluente que atenda os requisitos <strong>do</strong> <strong>de</strong>scarte.<br />

Na <strong>de</strong>finição tradicio<strong>na</strong>l, resíduo é qualquer material não<br />

aproveita<strong>do</strong> que será posteriormente recolhi<strong>do</strong> e disposto como lixo. O campo<br />

emergente da ecologia industrial, limita a perspectiva <strong>de</strong> escolher,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o problema <strong>do</strong>s resíduos, o projeto <strong>do</strong>s<br />

produtos e respectivos processos <strong>de</strong> fabricação. Na visão agora em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, os projetistas tentam incorporar, em seus projetos, a<br />

prevenção <strong>de</strong> problemas potenciais <strong>de</strong> perdas e <strong>de</strong>sperdícios, segun<strong>do</strong><br />

FROSCH (1997).<br />

Segun<strong>do</strong> GRAEDEL e ALLEMBY (1998, p.19), a Ecologia Industrial<br />

é o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> meio através <strong>do</strong> qual a humanida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>, <strong>de</strong>liberada e<br />

racio<strong>na</strong>lmente, aproximar e manter uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga a<strong>de</strong>quada, com<br />

uma contínua evolução econômica, cultural e tecnológica. O <strong>conceito</strong> requer<br />

que o sistema industrial seja visto não isoladamente com os sistemas que<br />

estão à sua volta, mas fazen<strong>do</strong> parte <strong>de</strong>les. É uma visão <strong>de</strong> sistema <strong>na</strong> qual<br />

procura-se otimizar o ciclo total <strong>do</strong>s materiais, <strong>do</strong> material virgem ao<br />

material acaba<strong>do</strong>, produtos, produtos obsoletos e disposição fi<strong>na</strong>l. Os fatores<br />

a serem otimiza<strong>do</strong>s incluem os recursos <strong>na</strong>turais, energia e capital.<br />

A Ecologia Industrial propõe uma visão sistêmica integrada <strong>do</strong><br />

setor produtivo e, <strong>de</strong>sse, com o meio ambiente como caminho para a<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

46<br />

otimização <strong>do</strong> aproveitamento <strong>do</strong>s recursos <strong>na</strong>turais. Valoriza a consi<strong>de</strong>ração<br />

<strong>de</strong> todas as inter relações da organização social e econômica, e <strong>de</strong>sta com a<br />

<strong>na</strong>tureza, como meio <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novos arranjos que conduzam a<br />

essa otimização (MARINHO, 2001, p.107).<br />

Observa-se nesses <strong>conceito</strong>s que, mesmo com o projeto <strong>do</strong>s novos<br />

processos e produtos com os sistemas volta<strong>do</strong>s para a redução <strong>do</strong>s resíduos,<br />

aceita-se a perda ou <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> energia e <strong>de</strong> material. No primeiro<br />

momento, percebe-se que há um conflito entre as propostas da <strong>Produção</strong><br />

<strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> com as propostas da Ecologia Industrial. No entanto, a idéia da<br />

ecologia industrial é <strong>de</strong> que os resíduos gera<strong>do</strong>s <strong>na</strong> concepção tradicio<strong>na</strong>l, ao<br />

invés <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s automaticamente, se constituam em matériasprimas<br />

e utilida<strong>de</strong>s, para outros processos e produtos em outras plantas. O<br />

resíduo <strong>de</strong> uma indústria po<strong>de</strong>rá ser útil como matéria-prima para outra<br />

indústria.<br />

MARINHO e KIPERSTOK (2003), fazem referência a diferentes<br />

pontos <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> alguns autores à esse respeito. OLDENBURG e GEISER<br />

(1997) apud MARINHO e KIPERSTOK (2003), consi<strong>de</strong>ram que a prevenção da<br />

poluição já tem um histórico <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s a apresentar e seus mecanismos<br />

já conseguiram um significativo ganho ambiental nos processos produtivos.<br />

Forçadas por regulamentos e pela opinião pública, a reduzir as pressões<br />

sobre o meio ambiente, as empresas obtiveram, em paralelo, ganhos<br />

econômicos pelo aumento da eficiência <strong>do</strong>s processos. Essa experiência, que<br />

já permite somar ganhos ambientais com a melhoria da imagem das<br />

empresas perante os consumi<strong>do</strong>res e ganhos econômicos, mantida a pressão<br />

legal, <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ria um movimento crescente <strong>do</strong> sistema produtivo no senti<strong>do</strong><br />

da a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> tecnologias limpas.<br />

Segun<strong>do</strong> os mesmos autores, as incompatibilida<strong>de</strong>s da Ecologia<br />

Industrial com a Prevenção da Poluição seriam a valorização da reciclagem, a<br />

redução da eficiência no uso <strong>do</strong>s materiais nos processos e o aumento <strong>do</strong>s<br />

riscos.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

47<br />

MARINHO e KIPERSTOK (op. cit.), complementam que os riscos<br />

seriam <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s à admissão da produção e manejo <strong>de</strong> produtos perigosos,<br />

para alimentação <strong>de</strong> outro processo ou reciclagem, inclusive por áreas<br />

exter<strong>na</strong>s às zo<strong>na</strong>s industriais, o que submeteria a risco tanto os<br />

trabalha<strong>do</strong>res envolvi<strong>do</strong>s com os processos como as comunida<strong>de</strong>s vizinhas.<br />

Na opinião <strong>de</strong>sses autores, é que admitin<strong>do</strong>-se e incentivan<strong>do</strong>-se a<br />

reciclagem, a Ecologia Industrial estaria <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> um procedimento já<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> em um <strong>de</strong>grau inferior <strong>na</strong> hierarquia das alter<strong>na</strong>tivas para a<br />

redução <strong>do</strong>s impactos ambientais.<br />

Continuan<strong>do</strong> a análise <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-2,<br />

nota-se que nos <strong>de</strong>graus superiores os <strong>conceito</strong>s ficam mais abrangentes não<br />

se limitan<strong>do</strong> ao interior <strong>de</strong> uma fábrica. Há um alcance maior envolven<strong>do</strong> os<br />

setores produtivos com o merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r. Necessariamente, procura<br />

uma otimização <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a utilização racio<strong>na</strong>l das matérias-primas e energias<br />

até a integração da produção com o meio ambiente, buscan<strong>do</strong> o equilíbrio<br />

entre a <strong>de</strong>manda huma<strong>na</strong> com o equilíbrio <strong>do</strong>s ecosistemas, ou seja, com a<br />

sua sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

2.4.3) Técnicas para Redução <strong>de</strong> Poluição, segun<strong>do</strong> LAGREGA<br />

Para enfatizar este enfoque da Socieda<strong>de</strong> Sustentável, LAGREGA,<br />

BUCKINGHAM e EVANS (1994), apresentam um organograma mestre das<br />

ações para prevenção e controle da poluição, conforme Figura-7.<br />

Este organograma mostra as possíveis soluções <strong>de</strong> tecnologia,<br />

atitu<strong>de</strong>s gerenciais e técnicas in<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o fim <strong>de</strong> tubo, tais como, disposição<br />

fi<strong>na</strong>l, incineração, passan<strong>do</strong> por reciclagem, boas práticas operacio<strong>na</strong>is<br />

(housekeeping), mudanças <strong>na</strong> tecnologia, insumos, até chegar <strong>na</strong> prevenção,<br />

e redução <strong>na</strong> fonte. Mostra também que, quanto mais à sua esquerda e mais<br />

acima, as soluções se encontram voltadas para a prevenção, portanto, são<br />

melhores <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> eco-eficiência.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

48<br />

Po<strong>de</strong>-se observar que <strong>na</strong>s duas abordagens citadas, a solução<br />

a<strong>do</strong>tada pela empresa em foco, se enquadra <strong>na</strong> prevenção <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />

poluentes, mais propriamente <strong>na</strong> modificação <strong>do</strong> processo. São abordagens<br />

mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>s que <strong>na</strong>s literaturas mais antigas não havia qualquer referência<br />

<strong>de</strong>ssa <strong>na</strong>tureza.<br />

Por exemplo, segun<strong>do</strong> BRAILE e CAVALCANTI (1979),...”o nível <strong>de</strong><br />

controle, necessário ou imposto, é freqüentemente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> em termos da<br />

melhor tecnologia disponível, cuja <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>is fatores<br />

primordiais: informação disponível e condições econômicas. Diante da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle, tor<strong>na</strong>-se lógico que se <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar a melhor<br />

tecnologia disponível quan<strong>do</strong> ela oferecer vantagens significativas em<br />

comparação com outras técnicas. Entretanto, a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifica-la e aplica-la,<br />

é indispensável contar com informações que <strong>de</strong>fi<strong>na</strong>m as condições <strong>de</strong><br />

aplicabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia <strong>de</strong> controle da poluição”.<br />

As idéias <strong>do</strong> Braile e Cavalcanti resolviam, em parte, os problemas<br />

ambientais, cujo enfoque era mais para a solução <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo, isto é a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle com a melhor tecnologia disponível <strong>na</strong> época, após a<br />

ocorrência <strong>do</strong> fato. São soluções localizadas, sem uma visão sistêmica como<br />

os <strong>conceito</strong>s mais mo<strong>de</strong>rnos aborda<strong>do</strong>s em <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>.<br />

A pressão da socieda<strong>de</strong>, aliada à pressão das exigências legais e<br />

comerciais, tem leva<strong>do</strong> as empresas a repensarem <strong>na</strong> estratégia <strong>de</strong> produção<br />

e <strong>na</strong> melhoria <strong>de</strong> processo. A conceituação da <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> tem<br />

<strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que processo polui<strong>do</strong>r é si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> ineficiência <strong>do</strong>s processos e,<br />

sobretu<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s administra<strong>do</strong>res. O processo polui<strong>do</strong>r é si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> prejuízo, da<br />

não competitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s seus produtos, é um atraso <strong>de</strong> vida para as<br />

empresas.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

49<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

50<br />

Segun<strong>do</strong> MARINHO (2001 p.51), “...o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong><br />

<strong>Limpa</strong> tem si<strong>do</strong> experimenta<strong>do</strong> em empresas <strong>de</strong> diferentes portes e<br />

características, em países diversos, confirman<strong>do</strong> as vantagens ambientais e<br />

econômicas previstas. Os resulta<strong>do</strong>s já obti<strong>do</strong>s mostram ser o <strong>conceito</strong><br />

amplamente acessível, ainda que a amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong>penda,<br />

<strong>na</strong>turalmente, das capacida<strong>de</strong>s econômica e gerencial <strong>de</strong> cada empresa”.<br />

As duas abordagens feitas por KIPERSTOK et al. (mimeo, 2002),<br />

acima, mostram uma clara mudança <strong>na</strong> lógica da estratégia <strong>de</strong> produção,<br />

com ação integrada <strong>de</strong> uso racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> matéria-prima e energia, com o<br />

mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>s e, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, uma gestão<br />

administrativa <strong>de</strong> produção avançada voltada ao bem estar <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s.<br />

Vale observar que a base fundamental <strong>de</strong> toda essa estratégia,<br />

simplesmente, são as boas práticas operacio<strong>na</strong>is. Na experiência vivida pelo<br />

autor <strong>de</strong>ste trabalho no Japão, essas práticas têm <strong>na</strong> origem o conheci<strong>do</strong><br />

Programa 5S, que tem no seu bojo a mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s, posturas e<br />

hábitos e, conseqüentemente, a mudança <strong>de</strong> cultura. Os japoneses são<br />

conduzi<strong>do</strong>s a essa prática, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu berço.<br />

SILVA (1995) <strong>de</strong>fine o 5S como um sistema <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> pessoal<br />

que enfatiza a prática <strong>do</strong>s bons hábitos aprecia<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong> o ser humano.<br />

Essa mudança <strong>na</strong> lógica da estratégia <strong>de</strong> produção, tem se<br />

traduzi<strong>do</strong> em vantagens competitivas para as corporações que já<br />

experimentaram e incorporaram o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>.<br />

2.4.4) Estratégias Ambientais<br />

ANDRADE (1997), observa que a evolução das tecnologias e<br />

procedimentos conforme ilustra<strong>do</strong> por LaGrega <strong>na</strong> Figura-7, reflete as<br />

mudanças <strong>de</strong> estratégias a<strong>do</strong>tadas pelas organizações <strong>na</strong> medida em que se<br />

<strong>de</strong>senvolve o processo <strong>de</strong> inter<strong>na</strong>lização da dimensão ambiental.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

51<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> MEREDITH (1994) apud ANDRADE (1997),<br />

este processo evolutivo começa com a estratégia reativa ou <strong>de</strong>fensiva, passa<br />

<strong>de</strong>pois por um estágio intermediário que é a estratégia ofensiva e termi<strong>na</strong><br />

com a estratégia inovativa.<br />

Na estratégia reativa as empresas se limitam a um atendimento<br />

mínimo e relutante da legislação ambiental. Não fazem modificações <strong>na</strong> sua<br />

estrutura produtiva e nos seus produtos, limitan<strong>do</strong>-se somente à<br />

incorporação <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> controle da poluição <strong>na</strong> saída <strong>do</strong>s<br />

efluentes para o meio ambiente (tecnologia <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo). A dimensão<br />

ambiental é percebida como um custo a mais e <strong>de</strong>sta forma representa uma<br />

ameaça à competitivida<strong>de</strong> empresarial.<br />

Na estratégia ofensiva, os princípios orienta<strong>do</strong>res passam a ser a<br />

prevenção da poluição, a redução <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais e o<br />

cumprimento além das exigências da legislação. Neste senti<strong>do</strong> são<br />

implementadas mudanças incrementais nos processos, produtos ou<br />

serviços, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a ven<strong>de</strong>r uma boa imagem para o consumi<strong>do</strong>r<br />

conscientiza<strong>do</strong> para a questão ambiental bem como para reduzir custos. O<br />

objetivo é obter vantagem competitiva, on<strong>de</strong> possível, sem muito<br />

investimento. A dimensão ambiental, muito embora seja gerenciada pela<br />

área <strong>de</strong> produção, já é encarada como uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

custos <strong>de</strong> produção.<br />

Na estratégia inovativa, o princípio básico a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> é a integração<br />

entre as estratégias ambientais e <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> tal forma que elas passam a<br />

ser quase indiferenciáveis. As empresas se antecipam aos problemas<br />

ambientais futuros, através da sua resolução, simultaneamente com o<br />

fortalecimento <strong>de</strong> suas posições no merca<strong>do</strong>. A excelência ambiental passa a<br />

ser condição necessária para o sucesso da empresa, mas não é suficiente.<br />

Tor<strong>na</strong>-se necessária a integração da excelência ambiental com a comercial<br />

através <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, produção e comercialização <strong>de</strong> produtos com<br />

mudanças substanciais <strong>de</strong> performance ambiental e o gerenciamento <strong>do</strong>s<br />

ciclos <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s mesmos. A dimensão ambiental passa a ser uma função<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

52<br />

<strong>de</strong> toda a administração e é percebida simultaneamente como uma alta<br />

ameaça e uma alta oportunida<strong>de</strong>.<br />

FERNANDES et al. (2001), concentrou as características das<br />

estratégias ambientais à partir <strong>de</strong> ANDRADE (1997), conforme mostra a<br />

Tabela-4.<br />

Tabela-4: Características das Estratégias Ambientais<br />

CARACTERÍSTICA<br />

DEFENSIVA OU<br />

REATIVA<br />

ESTRATÉGIA AMBIENTAL<br />

OFENSIVA<br />

Legislação Atendimento mínimo Superação das<br />

exigências<br />

Tecnologia<br />

Estrutura <strong>de</strong><br />

<strong>Produção</strong><br />

Controle <strong>na</strong> saída <strong>do</strong>s<br />

efluentes<br />

Produtos e processos<br />

sem alterações<br />

Prevenção da<br />

poluição e redução <strong>do</strong><br />

consumo <strong>de</strong> recursos<br />

<strong>na</strong>turais através <strong>de</strong><br />

mudanças<br />

incrementais<br />

Processos e produtos<br />

convencio<strong>na</strong>is mas<br />

ambientalmente<br />

corretos e visan<strong>do</strong><br />

menor custo <strong>de</strong><br />

produção<br />

Objetivo Sobrevivência Aumento da<br />

competitivida<strong>de</strong><br />

Posição<br />

organizacio<strong>na</strong>l da<br />

variável ambiental<br />

Percepção da<br />

variável ambiental<br />

Fonte: FERNANDES et al. (2001)<br />

INOVATIVA<br />

Fator <strong>de</strong><br />

diferenciação e<br />

competitivida<strong>de</strong><br />

Prevenção da<br />

poluição e redução <strong>do</strong><br />

consumo <strong>de</strong> recursos<br />

<strong>na</strong>turais através <strong>de</strong><br />

inovações<br />

tecnológicas<br />

Novos processos e<br />

produtos com alta<br />

performance<br />

ambiental e<br />

gerenciamento <strong>do</strong><br />

ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s<br />

mesmos.<br />

Assimetria<br />

competitiva<br />

Operacio<strong>na</strong>l Negócio Corporativa<br />

Ameaça Oportunida<strong>de</strong> Alta ameaça e alta<br />

oportunida<strong>de</strong><br />

A escalada progressiva <strong>de</strong> uma indústria através das três<br />

estratégias apresentadas, exige uma discipli<strong>na</strong> e uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> metas<br />

muito bem consolidada. É preciso um <strong>de</strong>svencilhamento radical das<br />

estratégias empresariais tradicio<strong>na</strong>is.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

53<br />

CAPÍTULO-3<br />

ESTADO DA ARTE EM PRODUÇÃO DE ÁLCOOIS<br />

“Só será atingida uma consistente melhoria da<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s efluentes, se as indústrias levarem a<br />

sério o compromisso <strong>de</strong> aprimorar seus processos<br />

produtivos”.<br />

Asher Kiperstok<br />

3.1) <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Oxo-Álcoois<br />

As informações a seguir são adaptadas pelo autor, com base <strong>na</strong>s<br />

informações contidas <strong>na</strong>s seguintes referências: CORNILS e MULLEN (1980),<br />

CIQUINE (1981, 1983, 1986), MITSUBISHI (1970, 1979, 1980) e MORRISON<br />

e BOYD (1978).<br />

Os álcoois primários <strong>de</strong> 4 a 15 carbonos tem a sua aplicação<br />

principalmente em solventes, e como matéria-prima para a produção <strong>de</strong><br />

plastificantes e <strong>de</strong>tergentes, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> comprimento da corrente<br />

molecular e ramificações. Uma peque<strong>na</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> butanois (álcool com<br />

4 carbonos) e octanol (álcool com 8 carbonos) são <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> acetal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>,<br />

segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação al<strong>do</strong>olica e hidroge<strong>na</strong>ção. Uma quantida<strong>de</strong> mínima<br />

<strong>de</strong> álcoois C 12 e C 14 são obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s produtos <strong>na</strong>turais como côco. (CIQUINE,<br />

1981).<br />

O Processo Oxo ou normalmente conheci<strong>do</strong> como Hidroformilação,<br />

é uma reação <strong>de</strong> olefi<strong>na</strong>s com monóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carborno e hidrogênio<br />

produzin<strong>do</strong> um al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>. Esta reação foi <strong>de</strong>scoberta pelo químico alemão<br />

Otto Roelen da Ruhrchemie (atualmente parte da Celanese) <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 30.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

54<br />

O processo envolve a adição <strong>de</strong> monóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono e hidrogênio<br />

quebran<strong>do</strong> a dupla ligação <strong>de</strong> uma olefi<strong>na</strong>.<br />

seguintes:<br />

As principais reações <strong>de</strong> hidroformilação <strong>de</strong> olefi<strong>na</strong>s são as<br />

RCH=CH 2 + CO + H 2<br />

(olefi<strong>na</strong>s)<br />

R(CH 2 ) 2 CHO<br />

(al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s)<br />

RCH=CH 2 + CO + 2H 2<br />

(olefi<strong>na</strong>s)<br />

R(CH 2 ) 3 OH<br />

(álcoois)<br />

Sen<strong>do</strong>, R representa<strong>do</strong> por um grupo alkil ten<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1 a 12 atomos<br />

<strong>de</strong> carbonos. As equações acima, representam a maioria das conversões <strong>de</strong><br />

olefi<strong>na</strong>s para al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s e álcoois. Nessas equações são representadas também<br />

simultaneamente a formação <strong>de</strong> normal al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s e seus isômeros, o isoal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s<br />

e os álcoois correspon<strong>de</strong>ntes, normal álcoois e iso-álcoois. A relação<br />

molar <strong>de</strong> normal al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s com iso-al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r e seu<br />

ligante utiliza<strong>do</strong>. (Morrison & Boyd, 1978).<br />

3.2) <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s<br />

Assim, a hidroformilação <strong>de</strong> propeno, produz-se o normal<br />

butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> e o iso-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, conforme equação a seguir (Morrison &<br />

Boyd, 1978 e CIQUINE, 1981 e 1983):<br />

catalisa<strong>do</strong>r<br />

CH 3 CH=CH 2 + CO + H 2<br />

CH 3 CH 2 CH 2 CHO + (CH 3 ) 2 CHCHO<br />

(propeno) (n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>) (iso-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>)<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

55<br />

A relação molar <strong>de</strong> n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> com iso-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> é<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong> pela concentração <strong>de</strong> catalisa<strong>do</strong>r e seu ligante. Atualmente<br />

existem no mun<strong>do</strong> alguns processos consagra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> hidroformilação <strong>de</strong><br />

olefi<strong>na</strong>s e essa relação molar normalmente varia <strong>de</strong> 6 a 20. Mas, sabe-se que<br />

existem pesquisas realizadas com essa relação chegan<strong>do</strong> a 80.<br />

Na década <strong>de</strong> 70, a Celanese iniciou a produção <strong>de</strong> butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s<br />

utilizan<strong>do</strong> o catalisa<strong>do</strong>r ródio e posteriormente a Union Carbi<strong>de</strong>/Davy McKee<br />

e Johnson Matthey licenciaram a tecnologia utilizan<strong>do</strong> o catalisa<strong>do</strong>r<br />

ródio/fosfi<strong>na</strong>. Atualmente, o butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> é produzi<strong>do</strong> pela hidroformilação <strong>de</strong><br />

propeno utilizan<strong>do</strong> vários tipos <strong>de</strong> fosfi<strong>na</strong>s com catalisa<strong>do</strong>r ródio. A BASF e a<br />

Mitsubishi Chemicals introduziram a sua tecnologia ródio/fosfi<strong>na</strong> <strong>na</strong><br />

Europa, Japão e América <strong>do</strong> Sul. A Ruhrchemie que usava o catalisa<strong>do</strong>r<br />

cobalto, juntou-se com a Rhone Poulanc e <strong>de</strong>senvolveu o processo <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> o ródio/fosfi<strong>na</strong> solúvel em água.<br />

Existem diversos processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s por<br />

muitos fabricantes no mun<strong>do</strong>. Para a maioria <strong>do</strong>s produtores, o n-<br />

butila<strong>de</strong>í<strong>do</strong> é produzi<strong>do</strong> como intermediário para a produção <strong>de</strong> butanol.<br />

3.3) Processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Butanol (Álcool Butílico)<br />

Utilizan<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>sses al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s produz-se<br />

os álcoois correspon<strong>de</strong>ntes, isto é, <strong>do</strong> n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> produz-se o n-butanol e<br />

<strong>do</strong> iso-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, produz-se o iso-butanol. (Morrison & Boyd, 1978).<br />

CH 3 CH 2 CH 2 CHO + H 2<br />

(n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>)<br />

CH 3 CH 2 CH 2 CH 2 OH<br />

(n-butanol)<br />

CH 3 CH 2 CHO + H 2 CH 3 CH 2 CH 2 OH<br />

CH 3 CH 3<br />

(Iso-Butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>)<br />

(iso-butanol)<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

56<br />

Basicamente, existem duas linhas <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

butanol produzi<strong>do</strong> através da hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>: O primeiro<br />

processo, a hidroge<strong>na</strong>ção ocorre em fase vapor e o segun<strong>do</strong> processo, ocorre<br />

em fase líquida utilizan<strong>do</strong> um catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> leito fixo. A Union<br />

Carbi<strong>de</strong>/Davy McKee/Johnson Matthey, utilizam a tecnologia <strong>de</strong><br />

hidroge<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> fase vapor com catalisa<strong>do</strong>r à base <strong>de</strong> CuO/ZnO. To<strong>do</strong>s os<br />

outros, como a Celanese, Mitsubishi Chemicals utilizam a tecnologia <strong>de</strong><br />

hidroge<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> fase líquida com o catalisa<strong>do</strong>r à base <strong>de</strong> Ni/Cr. Hoje, as<br />

patentes <strong>de</strong>sses processos <strong>de</strong> produção são todas <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio público.<br />

(CIQUINE, mimeo1981 e 1983)<br />

3.3.1) Hidroge<strong>na</strong>ção em Fase Vapor<br />

Conforme mostra a Figura-8, o n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> é hidroge<strong>na</strong><strong>do</strong><br />

adiabaticamente através <strong>de</strong> tecnologia <strong>na</strong> fase vapor <strong>de</strong>senvolvida pela Union<br />

Carbi<strong>de</strong>. O reator é <strong>do</strong> tipo multi-tubular, utilizan<strong>do</strong> o catalisa<strong>do</strong>r CuO/ZnO.<br />

Inicialmente o n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> proveniente da hidroformilação <strong>de</strong><br />

propeno, é alimenta<strong>do</strong> em contra-corrente com a corrente <strong>de</strong> gás conten<strong>do</strong> o<br />

hidrogênio e o gás <strong>de</strong> reciclo no vaporiza<strong>do</strong>r. O calor <strong>de</strong> vaporização é<br />

proveniente parte <strong>do</strong> gás e parte <strong>do</strong> calor externo.<br />

O efluente gasoso proveniente <strong>do</strong> vaporiza<strong>do</strong>r é aqueci<strong>do</strong> antes <strong>de</strong><br />

alimentar o reator <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção. A reação ocorre a uma temperatura T e<br />

a pressão P. O produto da reação é con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong> posteriormente. Neste<br />

resfriamento há uma recuperação <strong>de</strong> calor, produzin<strong>do</strong> vapor.<br />

O produto da reação conten<strong>do</strong> butanol, após con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong> e<br />

<strong>de</strong>gaseifica<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> os al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s não reagi<strong>do</strong>s voltam <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> vapor para<br />

o vaporiza<strong>do</strong>r antes <strong>do</strong> reator.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

57<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

58<br />

O produto líqui<strong>do</strong> é alimenta<strong>do</strong> no Reator ( R2 ) <strong>de</strong> alta pressão <strong>de</strong><br />

10 a 20 kg/cm 2 , com catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Ni/Cr. O produto da reação separa<strong>do</strong> é<br />

então envia<strong>do</strong> à seção <strong>de</strong> purificação, on<strong>de</strong> são utilizadas técnicas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stilação convencio<strong>na</strong>l para a separação <strong>de</strong> butanol.<br />

O vapor produzi<strong>do</strong> <strong>na</strong> con<strong>de</strong>nsação <strong>do</strong> produto após o reator é<br />

utiliza<strong>do</strong> nos referve<strong>do</strong>res das colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação e é um item <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

mérito no custo <strong>de</strong> produção.<br />

3.3.2) Hidroge<strong>na</strong>ção em Fase Líquida<br />

As informações a seguir foram adaptadas pelo autor, com base<br />

<strong>na</strong>s informações contidas <strong>na</strong>s seguintes referências <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio público:<br />

Mitsubishi (1970, 1979,1980).<br />

Conforme a Figura-9, o n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> é hidroge<strong>na</strong><strong>do</strong><br />

adiabaticamente através <strong>de</strong> tecnologia <strong>na</strong> fase líquida <strong>de</strong>senvolvida pela<br />

Celanese e também pela Mitsubishi Chemicals a uma temperatura <strong>de</strong> 120 0 C<br />

a 170 0 C e pressão <strong>de</strong> 30 kg/cm 2 a 100 kg/cm 2 . O reator é <strong>do</strong> tipo tubular<br />

com 3 ou 4 leitos, utilizan<strong>do</strong> o catalisa<strong>do</strong>r Ni/Cr suporta<strong>do</strong> em alumi<strong>na</strong>.<br />

Inicialmente o n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> proveniente da hidroformilação <strong>de</strong><br />

propeno, e o solvente é alimenta<strong>do</strong> no reator com o hidrogênio. O solvente é<br />

o próprio butanol especifica<strong>do</strong> e tem a função <strong>de</strong> remover o calor da reação<br />

<strong>do</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> com o hidrogênio. Neste processo não tem a recuperação <strong>de</strong> calor<br />

geran<strong>do</strong> vapor. (CIQUINE, 1981).<br />

O produto da reação além <strong>do</strong> produto principal BuOH, contém os<br />

produtos resultantes das reações secundarias, tais como, i-BuOH – iso<br />

butanol, DNBE – dibutil éter e produtos pesa<strong>do</strong>s. O fluxo proveniente <strong>do</strong><br />

reator <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção é envia<strong>do</strong> para a Seção <strong>de</strong> Purificação. A purificação<br />

<strong>do</strong> butanol ocorre em uma seqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilações utilizan<strong>do</strong> técnicas<br />

convencio<strong>na</strong>is.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

59<br />

Primeiramente o produto da reação é alimenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sidratação (T1). Pela base é retira<strong>do</strong> o principal produto BuOH e seus<br />

pesa<strong>do</strong>s e pelo topo os leves. O produto <strong>de</strong> base é alimenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Torre <strong>do</strong><br />

Produto Principal (T2). O produto <strong>do</strong> topo <strong>de</strong>ssa colu<strong>na</strong> é o butanol.<br />

Pela base da colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> butanol (T2), retira-se o BuOH não<br />

especifica<strong>do</strong>, alimentan<strong>do</strong> <strong>na</strong> colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s (T4). O produto <strong>de</strong> topo<br />

<strong>de</strong>ssa colu<strong>na</strong> é um butanol não especifica<strong>do</strong>, que é envia<strong>do</strong> para o tanque <strong>de</strong><br />

solvente para posterior reaproveitamento no reator. E o produto da base da<br />

colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s (T4) é <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong> como efluente para o Separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

Óleo. Após separação <strong>do</strong> óleo, a parte aquosa é enviada para uma colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

esgotamento, daí o efluente segue para ao tratamento <strong>na</strong> CETREL.<br />

Os leves retira<strong>do</strong>s da colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação (T1) é um azeótropo<br />

ternário, forma<strong>do</strong> por DNBE – di normal butil éter, butanol e água. Portanto,<br />

para ter uma boa retirada <strong>do</strong> DNBE pelo topo, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentar<br />

água junto com a alimentação da torre. O produto <strong>de</strong> topo após passar por<br />

um con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r é envia<strong>do</strong> a um separa<strong>do</strong>r. A fase aquosa é <strong>de</strong>scartada<br />

como efluente para o separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> óleo e posteriormente para a Colu<strong>na</strong><br />

Esgota<strong>do</strong>ra e o efluente separa<strong>do</strong> segue também para a CETREL. A fase<br />

oleosa é enviada para a colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> leves (T3); o produto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> é envia<strong>do</strong><br />

para o tanque <strong>de</strong> solvente e o produto <strong>de</strong> topo após separação, a fase oleosa<br />

é envia<strong>do</strong> para o tanque <strong>de</strong> solvente e a fase aquosa é <strong>de</strong>scartada como<br />

efluente para o Separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Óleo, seguin<strong>do</strong> para a mesma colu<strong>na</strong><br />

esgota<strong>do</strong>ra e após para a CETREL.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

60<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

61<br />

3.4) Formação <strong>de</strong> Eter<br />

A produção <strong>de</strong> Butanol para utilização como solvente, produção <strong>de</strong><br />

plastificantes e <strong>de</strong>tergentes é <strong>de</strong> suma importância <strong>na</strong> indústria<br />

petroquímica. Como vimos, o Butanol é obti<strong>do</strong> através da hidroge<strong>na</strong>ção<br />

catalítica <strong>de</strong> normal butil al<strong>de</strong>i<strong>do</strong> (NBAL), passan<strong>do</strong> pelo catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Ni/Cr<br />

para o caso <strong>do</strong> processo <strong>na</strong> fase líquida. Face à reação exotérmica a<br />

temperatura é controlada fazen<strong>do</strong> uma mistura <strong>de</strong> Álcool Butílico/N butil<br />

al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> (BuOH/NBAL) numa temperatura T e pressão P.<br />

As informações a seguir são adaptadas pelo autor, com base no<br />

artigo <strong>do</strong> CORNILS e MULLEN (1980). O produto da reação principal, como<br />

vimos é o butanol, obti<strong>do</strong> através da hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> normal butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>,<br />

conforme a reação:<br />

C H 3<br />

C<br />

O<br />

H<br />

n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />

+ H 2<br />

catalisa<strong>do</strong>r<br />

HC 3<br />

butanol<br />

O H<br />

Como <strong>na</strong> maioria das reações químicas em escala industrial,<br />

ocorrem também reações secundárias, as reações in<strong>de</strong>sejáveis, tais como:<br />

• Reação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação:<br />

C H 3<br />

butanol<br />

O H<br />

C H<br />

+ 2 H 2<br />

3<br />

+<br />

C H<br />

H 3 2 O<br />

butano<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

62<br />

• Reação <strong>de</strong> Decarbonilação:<br />

C H 3<br />

C<br />

O<br />

H<br />

n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />

C H 3<br />

C H 3<br />

propano<br />

+ CO<br />

• Reação <strong>de</strong> Dehidroximetilação:<br />

C H 3 O H + 2 H C H 2<br />

3 CH 3 + C H 4<br />

+<br />

butanol<br />

propano<br />

H 2<br />

O<br />

• Reação <strong>de</strong> Al<strong>do</strong>olização:<br />

C H 3<br />

C H O<br />

2 3<br />

C<br />

H<br />

n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />

catalisa<strong>do</strong>r<br />

básico<br />

C H 3<br />

O H<br />

C8 al<strong>do</strong>l<br />

C<br />

O<br />

H<br />

• Formação <strong>de</strong> C 8 diol<br />

C H 3<br />

C H 3<br />

C H 3<br />

O H<br />

C<br />

O<br />

H<br />

+ H 2 catalisa<strong>do</strong>r<br />

C H 3<br />

O H<br />

OH<br />

C8 al<strong>do</strong>l<br />

C8 diol<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

63<br />

• Reação <strong>de</strong> Esterificação<br />

C H 3<br />

C H 3<br />

C H 3<br />

O<br />

C<br />

H<br />

O H<br />

C8 al<strong>do</strong>l<br />

+<br />

C H O<br />

3<br />

C<br />

H<br />

n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />

cat.<br />

C H 3<br />

O<br />

O H O<br />

Ester C12<br />

CH 3<br />

C H O C H 3 O H<br />

C H 3 O C H 3<br />

3 +<br />

C<br />

cat.<br />

O H<br />

O<br />

Áci<strong>do</strong> Butílico butanol<br />

Ester C 8<br />

Complementan<strong>do</strong> as reações secundárias, temos a formação <strong>de</strong> um<br />

éter, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong><strong>do</strong> Di-butil éter (DNBE) ou simplesmente butil éter. A<br />

formação <strong>de</strong>sse éter traz um problema bastante gran<strong>de</strong> <strong>na</strong> especificação <strong>do</strong><br />

produto principal.<br />

Numa reação química, a formação <strong>de</strong> éter é favorecida pelo<br />

ambiente reacio<strong>na</strong>l muito áci<strong>do</strong>. Neste caso, essa formação é resultante da<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sitio áci<strong>do</strong> no suporte <strong>de</strong> alumi<strong>na</strong> <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

hidroge<strong>na</strong>ção com alta temperatura.<br />

Nesse ambiente favorável, o di-butil éter é forma<strong>do</strong> por duas<br />

reações, conforme segue:<br />

1 0 ) Formação <strong>de</strong> éter através <strong>do</strong> álcool<br />

2<br />

C H 3<br />

butanol<br />

O H<br />

catalisa<strong>do</strong>r<br />

C H<br />

meio áci<strong>do</strong> 3<br />

O<br />

di-butil éter<br />

CH 3<br />

+ H 2<br />

O<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

64<br />

2 0 ) Formação <strong>de</strong> éter através <strong>do</strong> Acetal<br />

Nesta rota em primeiro lugar o álcool reage com o n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />

forman<strong>do</strong> o hemiacetal, por sua vez reage com outra molécula <strong>de</strong> butanol,<br />

forman<strong>do</strong> o C 12 acetal mais água. O acetal forma<strong>do</strong> reage com o hidrogênio,<br />

forman<strong>do</strong> o butanol e di-butil éter.<br />

A) Formação <strong>de</strong> Acetal<br />

C H<br />

3<br />

butanol<br />

O H<br />

+ C H O<br />

3<br />

C<br />

n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> H<br />

Catalisa<strong>do</strong>r<br />

Meio áci<strong>do</strong><br />

CH 3<br />

O<br />

HO<br />

hemiacetal<br />

C H<br />

CH 3 O CH 3<br />

O<br />

C12 acetal<br />

CH 3<br />

Catalisa<strong>do</strong>r CH 3<br />

+ H 2 O<br />

butanol<br />

+<br />

O H<br />

B) Formação <strong>de</strong> éter através <strong>do</strong> Acetal<br />

CH 3<br />

O H<br />

CH 3 O CH 3<br />

Catalisa<strong>do</strong>r<br />

butanol<br />

+ H 2<br />

+<br />

Meio áci<strong>do</strong><br />

O<br />

C12 acetal H<br />

CH 3<br />

3<br />

O CH 3<br />

di-butil éter<br />

O catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> leito fixo utiliza<strong>do</strong> <strong>na</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s,<br />

quan<strong>do</strong> novo, inicia-se com uma temperatura baixa em torno <strong>de</strong> 100 0 C a<br />

125 0 C . Com a utilização ao longo <strong>do</strong> seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> produção, a sua<br />

ativida<strong>de</strong> diminui aumentan<strong>do</strong> o não reagi<strong>do</strong> <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s. Para que não haja<br />

um aumento <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> não reagi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s, aumenta-se a<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

65<br />

temperatura gradativamente <strong>de</strong> grau em grau. Mas, com o aumento da<br />

temperatura e o meio áci<strong>do</strong> <strong>do</strong> suporte <strong>de</strong> alumi<strong>na</strong> <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r favorece<br />

cada vez mais a formação <strong>do</strong> éter. Em outras palavras, há maior conversão<br />

<strong>do</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> em álcool, porém aumenta também a reação secundária. Nas<br />

análises diárias esse equilíbrio técnico-econômico é um <strong>do</strong>s trabalhos <strong>de</strong> um<br />

Engenheiro Químico.<br />

Aqui cabe <strong>de</strong>finir os <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> não reagi<strong>do</strong>s, conversão e<br />

seletivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s neste trabalho:<br />

1) O não reagi<strong>do</strong> <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s significa os al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s alimenta<strong>do</strong>s que<br />

não conseguiram reagir com o hidrogênio e não conseguiram<br />

transformar-se em outros componentes;<br />

2) Conversão <strong>de</strong> Al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s é quanto <strong>do</strong>s al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s alimenta<strong>do</strong>s no<br />

reator foram reagi<strong>do</strong>s e transforma<strong>do</strong>s em outros componentes;<br />

3) Seletivida<strong>de</strong> em Álcoois, significa, quanto <strong>do</strong>s al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s<br />

alimenta<strong>do</strong>s no reator foram transforma<strong>do</strong>s em álcoois.<br />

Para minimizar a formação <strong>de</strong> éter sem prejudicar a seletivida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s em álcoois, é usual aplicar os seguintes meios:<br />

1) Alimenta-se uma peque<strong>na</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água juntamente com<br />

a alimentação <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> no reator. A reação <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />

álcool para éter é reversível. Então, em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das condições<br />

<strong>de</strong> processo, há um <strong>de</strong>slocamento da reação <strong>de</strong> éter para o<br />

álcool, com a alimentação <strong>de</strong> água;<br />

2) Alteração da aci<strong>de</strong>z <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r, com alimentação <strong>de</strong> um<br />

promotor no meio reacio<strong>na</strong>l.<br />

A primeira solução já vem sen<strong>do</strong> utilizada há muitos anos <strong>na</strong><br />

empresa e atendia ple<strong>na</strong>mente a exigência <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> com referência à<br />

especificação <strong>do</strong> éter. No entanto, pela experiência <strong>do</strong>s últimos anos pelo<br />

próprio autor <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong>, a primeira solução aten<strong>de</strong> em parte a reversão<br />

<strong>do</strong> éter para o álcool, mas à medida que o catalisa<strong>do</strong>r per<strong>de</strong> a sua ativida<strong>de</strong> e<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

66<br />

a temperatura aumentan<strong>do</strong>, somente a alimentação <strong>de</strong> água não solucio<strong>na</strong><br />

o problema <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s.<br />

A segunda solução é mais eficiente para aten<strong>de</strong>r as novas<br />

exigências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. O promotor utiliza<strong>do</strong> geralmente é um composto<br />

orgânico <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias longas com peso molecular muito maior <strong>do</strong> que o <strong>do</strong><br />

produto e ponto <strong>de</strong> ebulição muito distante um <strong>do</strong> outro, ou seja a diferença<br />

<strong>de</strong> volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um componente em relação a outro é gran<strong>de</strong>, o que facilita<br />

a sua separação <strong>na</strong> colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação, evitan<strong>do</strong> assim a sua<br />

contami<strong>na</strong>ção. A gran<strong>de</strong> vantagem da utilização <strong>do</strong> promotor é que ele<br />

colmata o próprio catalisa<strong>do</strong>r, evitan<strong>do</strong> ou minimizan<strong>do</strong> assim a formação <strong>de</strong><br />

éter <strong>na</strong> fonte.<br />

3.5) Aci<strong>de</strong>z em Catalisa<strong>do</strong>res Sóli<strong>do</strong>s<br />

As informações a seguir foram adaptadas pelo autor, com base <strong>na</strong>s<br />

informações contidas <strong>na</strong>s seguintes referências: PERI (1960, 1965, 1984),<br />

BENESI (1957), ANDERSON e BOUDART (1981).<br />

Muitos catalisa<strong>do</strong>res possuem superfícies ácidas, o que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><br />

as possíveis rotas reacio<strong>na</strong>is, e conseqüentemente a formacão <strong>do</strong>s diversos<br />

produtos <strong>de</strong>sejáveis ou não. Esta aci<strong>de</strong>z é localizada em sítios específicos,<br />

cuja <strong>de</strong>scrição envolve sua <strong>na</strong>tureza e quantida<strong>de</strong>, ambas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da<br />

<strong>na</strong>tureza <strong>do</strong> sóli<strong>do</strong> e <strong>do</strong> procedimento usa<strong>do</strong> <strong>na</strong> preparação e ativação <strong>do</strong><br />

mesmo.<br />

Quanto à <strong>na</strong>tureza, os sítios áci<strong>do</strong>-base em sóli<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>m ser<br />

classifica<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is tipos distintos como Lowry-BrÖnsted (áci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>am<br />

prótons e base os aceitam) ou sítios <strong>do</strong> tipo Lewis (bases <strong>do</strong>am elétrons e<br />

áci<strong>do</strong>s os aceitam), <strong>de</strong> maneira análoga à química áci<strong>do</strong>-base em solução<br />

homogênea.<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

67<br />

Na alumi<strong>na</strong>, Al 2 O 3 , que é um <strong>do</strong>s constituintes <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r<br />

usa<strong>do</strong> neste estu<strong>do</strong>, estes sítios po<strong>de</strong>m ser visualiza<strong>do</strong>s como seguem,<br />

conforme explica TANABE (1981 p.250):<br />

H H +<br />

OH OH<br />

calor +<br />

O -<br />

O - O -<br />

- O – Al – O - Al - - O – Al – O - Al - - O – Al – O - Al -<br />

-H2O<br />

+H2O<br />

(I) (III) (II)<br />

Sen<strong>do</strong>;<br />

(I) Sítio áci<strong>do</strong> <strong>de</strong> Lewis<br />

(II) Sítio áci<strong>do</strong> <strong>de</strong> BrÖnsted<br />

(III) Sítio Básico<br />

Se <strong>na</strong> preparação houver contato com HCl por exemplo, a alumi<strong>na</strong><br />

po<strong>de</strong> ter sua superfície clorada, com substituição <strong>de</strong> alguns grupos hidroxila<br />

superficiais:<br />

Al – OH + HCl Al - Cl + H 2 O<br />

O que por sua vez altera a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> eletrônica <strong>do</strong> seu entorno,<br />

elevan<strong>do</strong> a força ácida <strong>do</strong>s sítios vizinhos. A adição <strong>de</strong> potássio ou sódio,<br />

teria portanto um efeito contrário.<br />

Íons carbônio são intermediários <strong>de</strong> várias reações envolven<strong>do</strong><br />

hidrocarbonetos, tais como craqueamento, isomerização, <strong>de</strong>sidratação e<br />

polimerização. Eles po<strong>de</strong>m ser forma<strong>do</strong>s por reação entre os hidrocarbonetos<br />

e áci<strong>do</strong>s. Se o áci<strong>do</strong> for <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> BrÖnsted, o íon é forma<strong>do</strong> por adição <strong>do</strong><br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

68<br />

próton a alguma parte insaturada da molécula <strong>do</strong> hidrocarboneto. Se o áci<strong>do</strong><br />

é <strong>do</strong> tipo Lewis, o íon carbônio é forma<strong>do</strong> por abstração <strong>de</strong> hidreto da<br />

molécula <strong>do</strong> hidrocarboneto.<br />

O principal produto in<strong>de</strong>sejável <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong>, no processo <strong>de</strong><br />

hidroge<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, o dibutil éter, é forma<strong>do</strong> provavelmente<br />

pelas rotas <strong>de</strong>scritas no item 3.4, adaptadas <strong>do</strong> CORNILS e MULLEN (1980),<br />

ambas envolven<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> íons carbônio nos sítios áci<strong>do</strong>s da alumi<strong>na</strong>.<br />

A alumi<strong>na</strong> é um constituinte estrutural importante <strong>na</strong> formação <strong>do</strong><br />

catalisa<strong>do</strong>r em estu<strong>do</strong>, pois confere alta superfície específica, boa resistência<br />

mecânica e estabilida<strong>de</strong> térmica ao mesmo, mas apresenta inerentemente<br />

uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sítios áci<strong>do</strong>s, que po<strong>de</strong> atingir a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

10 12 /cm 2 . Em algumas reações, esta aci<strong>de</strong>z é <strong>de</strong>sejável, mas neste processo,<br />

é uma característica in<strong>de</strong>sejável.<br />

Conforme explica<strong>do</strong> no item anterior, a formação <strong>do</strong> éter po<strong>de</strong> ser<br />

minimizada com a adição <strong>de</strong> água ao sistema reacio<strong>na</strong>l, visan<strong>do</strong> reverter a<br />

<strong>de</strong>sidratação, mas este recurso per<strong>de</strong> sua eficácia quan<strong>do</strong> a temperatura é<br />

elevada para compensar a perda <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r, conforme<br />

experiência em escala industrial <strong>do</strong> autor. Cabe portanto, a alteração <strong>do</strong><br />

meio áci<strong>do</strong>, pela adição <strong>de</strong> reagentes <strong>do</strong>pantes, capazes <strong>de</strong> neutralizar a ação<br />

in<strong>de</strong>sejável <strong>do</strong>s sítios áci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alumi<strong>na</strong>.<br />

A maioria <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> caracterização <strong>do</strong>s sítios áci<strong>do</strong>s em<br />

sóli<strong>do</strong>s são incapazes <strong>de</strong> distinguir os <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> sítios; eles simplesmente<br />

me<strong>de</strong>m o total <strong>de</strong> sítios áci<strong>do</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da <strong>na</strong>tureza, e algum<br />

distinguem os sítios em termos <strong>de</strong> força ácida, através da medida da energia<br />

<strong>de</strong> ligação. Contu<strong>do</strong>, existem méto<strong>do</strong>s que são capazes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a<br />

<strong>na</strong>tureza <strong>do</strong>s sítios, monitoran<strong>do</strong> a adsorção <strong>de</strong> moléculas-sonda por<br />

espectroscopia infra-vermelho.<br />

De uma forma geral, os méto<strong>do</strong>s usa<strong>do</strong>s para caracterizar os sítios<br />

áci<strong>do</strong>s, baseiam-se <strong>na</strong> adsorção <strong>de</strong> moléculas sonda gasosas básicas, que<br />

interagem com os vários tipos <strong>de</strong> sítios e a seguir é feita sua quantificação,<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

69<br />

e/ou análise espectroscópica, com variação da temperatura para avaliar a<br />

distribuição da força ácida. As moléculas mais comumente empregadas são<br />

amônia e ami<strong>na</strong>s, como a n-butil ami<strong>na</strong>, a piridi<strong>na</strong> e seus <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s, mas<br />

existem trabalhos fundamentais basea<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> da superfície, ape<strong>na</strong>s<br />

utilizan<strong>do</strong> tratamentos térmicos, como os pioneiros estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> PERI (1960),<br />

sobre a água adsorvida e os grupos hidroxilas superficiais da γ-alumi<strong>na</strong>.<br />

Neste trabalho foram utilizadas moléculas, chamadas aqui <strong>de</strong><br />

promotores, capazes <strong>de</strong> minimizar a aci<strong>de</strong>z da alumi<strong>na</strong> constituinte <strong>do</strong><br />

catalisa<strong>do</strong>r, por formação <strong>de</strong> uma ligação forte com os sítios áci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

tipos, neutralizan<strong>do</strong>-os. Foi escolhi<strong>do</strong> um composto orgânico <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia<br />

longa, com proprieda<strong>de</strong>s básicas, e com volatilida<strong>de</strong> bem distinta <strong>do</strong>s<br />

produtos envolvi<strong>do</strong>s, butanol e n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, para evitar contami<strong>na</strong>ção.<br />

Este promotor foi adicio<strong>na</strong><strong>do</strong> em quantida<strong>de</strong>s controladas no meio reacio<strong>na</strong>l,<br />

conforme será explica<strong>do</strong> adiante.<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

70<br />

CAPÍTULO-4 -<br />

APLICAÇÃO DA PML NA OTIMIZAÇÃO DE PROCESSO<br />

“Há hoje um <strong>de</strong>scompasso entre a mente huma<strong>na</strong> e o<br />

mun<strong>do</strong> que as pessoas habitam...<br />

Precisamos ser alfabetiza<strong>do</strong>s em discipli<strong>na</strong>s inteiramente<br />

novas...<br />

Precisamos substituir por novas as nossas velhas<br />

mentes.”<br />

Paulo Ehrlich e Robert Ornstein<br />

4.1) Levantamento da situação inicial<br />

A Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butanol da Elekeiroz funcio<strong>na</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

sua partida, em 1972. Conforme já <strong>de</strong>scrito no Capítulo 2, item 2.7.2, o<br />

processo <strong>de</strong> produção é <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>. O processo é da<br />

Mitsubishi Chemical Corporation muito conheci<strong>do</strong> no nível mundial, cuja<br />

patente já expirou.<br />

Des<strong>de</strong> a sua partida, a planta operou à ple<strong>na</strong> carga, com qualida<strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>quada às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e fiel ao objetivo da qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>na</strong> empresa: “O objetivo da Elekeiroz é produzir produtos <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> assegurada a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s à necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>”.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

71<br />

4.1.1) Plano <strong>de</strong> Análises<br />

Para o levantamento da situação inicial da planta, tomou-se como<br />

referência, a planta em operação normal <strong>de</strong> roti<strong>na</strong>.<br />

O Plano <strong>de</strong> análises foi elabora<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração as<br />

práticas diárias existentes com adição <strong>de</strong> análises extras <strong>de</strong> tal forma que,<br />

com os resulta<strong>do</strong>s, pu<strong>de</strong>sse realizar o balanço material e <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> toda<br />

a planta. Aparentemente isso é fácil, mas <strong>na</strong> prática, face aos recursos<br />

humanos e econômicos escassos disponíveis, há entraves <strong>na</strong>turais. No<br />

entanto, foi realiza<strong>do</strong> um plano <strong>de</strong> análises que aten<strong>de</strong>sse aos interesses <strong>do</strong><br />

momento, conforme segue:<br />

Tabela-5 : Plano <strong>de</strong> Análises<br />

Ponto <strong>de</strong> Amostragem Freqüência Componentes <strong>de</strong><br />

interesse<br />

Entrada <strong>do</strong> Reator 2 a e 4 a feiras NBAL, BuOH, DNBE,<br />

HE, i-BuOH<br />

Saida <strong>do</strong> Reator 2 a e 4 a feiras NBAL, NBuOH, DNBE,<br />

HE, i-BuOH<br />

Colu<strong>na</strong> T1 – Base 2 a e 4 a feiras NBAL, NBuOH, DNBE,<br />

HE, i-BuOH<br />

Colu<strong>na</strong> T2 – Topo 2 a e 4 a feiras BuOH, i-BuOH, DNBE<br />

Colu<strong>na</strong> T3 – Fase oleosa 2 a e 4 a feiras BuOH, DNBE<br />

Colu<strong>na</strong> T3 – Fase<br />

aquosa<br />

2 a e 4 a feiras DQO, MS<br />

Colu<strong>na</strong> T4 - Base 2 a e 4 a feiras BuOH, HE<br />

Colu<strong>na</strong> T5 - Topo 2 a e 4 a feiras DQO, BuOH,<br />

Colu<strong>na</strong> T5 - Base 2 a e 4 a feiras BuOH, i-BuOH, DNBE<br />

4.1.2) Balanço Material<br />

O Balanço Material apresenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-10 foi realiza<strong>do</strong> antes<br />

<strong>do</strong> problema em questão. Foi elabora<strong>do</strong> um Plano <strong>de</strong> Análises <strong>de</strong> roti<strong>na</strong>,<br />

conforme apresenta<strong>do</strong> no item anterior. Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong>, as<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

72<br />

análises foram realizadas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os pontos <strong>de</strong> entradas e saídas <strong>de</strong><br />

equipamentos principais para possibilitar o fechamento <strong>do</strong> Balanço Material.<br />

Vale ressaltar que o Balanço Material é pontual <strong>de</strong> um dia, cujas amostras<br />

<strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, foram tiradas no mesmo horário. As vazões <strong>do</strong>s<br />

produtos indicadas, foram baseadas nos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> análises e medições<br />

<strong>de</strong> vazão <strong>na</strong> hora da retirada das amostras. Algumas vazões foram ajustadas<br />

para fechar o Balanço Material, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os critérios geralmente<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para tal.<br />

Nem to<strong>do</strong>s os componentes foram cita<strong>do</strong>s com nomes conheci<strong>do</strong>s<br />

<strong>na</strong> empresa. Foram mencio<strong>na</strong><strong>do</strong>s somente aqueles importantes para o foco<br />

em questão. No entanto, foi manti<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> das análises <strong>do</strong>s principais<br />

componentes que interessaram no presente trabalho, extraí<strong>do</strong> da análise<br />

cromatográfica realizada pelo laboratório da empresa. As análises qualiquantitativas<br />

<strong>de</strong> todas as amostras foram completas como <strong>de</strong> roti<strong>na</strong>. O<br />

resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> representa um valor pontual mas típico da unida<strong>de</strong>.<br />

importantes:<br />

Pelo Balanço Material, po<strong>de</strong>-se observar os seguintes pontos<br />

• A concentração <strong>de</strong> DNBE <strong>na</strong> alimentação foi <strong>de</strong> 0,151 % sain<strong>do</strong> <strong>do</strong> reator<br />

com 0,223 %. Para a carga <strong>do</strong> momento da amostragem, a formação <strong>de</strong><br />

DNBE foi <strong>de</strong> 12,41 kg/h;<br />

• A água utilizada <strong>na</strong> alimentação <strong>do</strong> reator é importante e tem a função <strong>de</strong><br />

minimizar a formação <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s como o C 12 Acetal. Conforme foi visto<br />

capítulo 2, o álcool reage com o al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, produzin<strong>do</strong> o hemiacetal e álcool.<br />

Por sua vez, favorecida por meio áci<strong>do</strong> e alta temperatura, há formação <strong>de</strong><br />

acetal mais água. Essa reação é reversível, portanto, a alimentação <strong>de</strong><br />

água <strong>de</strong>sloca a reação para a produção <strong>de</strong> álcool e al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>;<br />

• A água utilizada <strong>na</strong> alimentação da Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> leves T1, tem a função <strong>de</strong><br />

formar com BuOH e DNBE uma mistura <strong>de</strong> azeótropo ternária e ser<br />

retirada pelo topo da colu<strong>na</strong>. Esta mistura é separada no Balão <strong>de</strong><br />

Refluxo das torres T1 e T3. Essas duas correntes oleosas são enviadas a<br />

um Separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Óleo tipo API, sen<strong>do</strong> a fase oleosa com características <strong>de</strong><br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

73<br />

óleo combustível é comercializa<strong>do</strong> e a fase aquosa é enviada a uma<br />

Colu<strong>na</strong> Esgota<strong>do</strong>ra para separação <strong>do</strong> óleo remanescente e o restante<br />

envia<strong>do</strong> para a CETREL.<br />

• Os <strong>do</strong>is fluxos da fase aquosa das colu<strong>na</strong>s T1 e T3, são as correntes 4a e<br />

8a, com 200 kg/h e 150 kg/h, respectivamente. A carga orgânica total<br />

<strong>de</strong>sses efluentes soma 56,25 kg/h para a produção <strong>de</strong> 4.050 kg/h <strong>de</strong><br />

produto fi<strong>na</strong>l, isto é, 13,89 kg <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> carga orgânica, por tonelada<br />

<strong>de</strong> butanol produzi<strong>do</strong>.<br />

• Conforme análise cromatográfica, a especificação <strong>do</strong> produto fi<strong>na</strong>l<br />

(corrente 8) foi <strong>de</strong>:<br />

Tabela-6: Especificação <strong>do</strong> BuOH pelo Balanço Material<br />

ESPECIFICAÇÃO ANÁLISE DO<br />

PRODUTO<br />

BuOH - PUREZA 99,30 % P min. 99,74% P<br />

i-BuOH – Iso-Butanol 0,20 % P máx 0,09% P<br />

DNBE – Dibutil éter 3000 ppm máx. 1400 ppm<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

• Para a realização <strong>do</strong> Balanço Material foram realizadas análise<br />

cromatográfica completa <strong>de</strong> 11 pontos da planta durante 5 dias a um<br />

custo total <strong>de</strong> R$ 11.000,00. A mão <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> engenharia, <strong>de</strong> execução e<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção foi <strong>de</strong> 200 homens-hora a um custo total <strong>de</strong> R$ 10.000,00.<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

74<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

75<br />

4.2) Repurificação <strong>do</strong> Produto - Solução <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo<br />

Este resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> análise <strong>do</strong> produto é uma situação típica da<br />

planta. Des<strong>de</strong> o inicio <strong>de</strong> operação da unida<strong>de</strong>, a especificação origi<strong>na</strong>l era o<br />

padrão e aceita pela totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s clientes.<br />

Com a exigência <strong>do</strong> novo cliente, a empresa <strong>de</strong>cidiu repurificar o<br />

butanol já produzi<strong>do</strong>. I<strong>de</strong>ntificou uma colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação em <strong>de</strong>suso, que<br />

po<strong>de</strong>ria ser colocada em operação para a repurificação <strong>do</strong> produto. Foi<br />

simulada a colu<strong>na</strong> <strong>na</strong>s condições solicitadas pelo cliente, ou seja para a<br />

especificação <strong>de</strong> 99,70% <strong>de</strong> pureza mínima <strong>de</strong> butanol (BuOH), 0,10% em<br />

peso máximo <strong>de</strong> Iso-butanol (i-BuOH) e teor máximo <strong>de</strong> dibutil éter (DNBE)<br />

<strong>de</strong> 200 ppm. É uma especificação muito severa, principalmente no que se<br />

refere ao componente éter. Observa-se que houve uma redução <strong>de</strong> 3000 ppm<br />

para 200 ppm.<br />

Tabela-7: Especificação <strong>do</strong> BuOH com nova especificação<br />

ESPECIFICAÇÃO<br />

NOVA<br />

ESPECIFICAÇÃO<br />

BuOH - PUREZA 99,30 % P min. 99,70% P min.<br />

i-BuOH – Iso-Butanol 0,20 % P máx 0,10% P máx.<br />

DNBE – Dibutil Eter 3000 ppm máx. 200 ppm máx.<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Para a construção <strong>do</strong> Balanço Material e <strong>de</strong> Energia, foi utiliza<strong>do</strong> o<br />

PDPlus Chemical Process Simulator, um software <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pela<br />

Deerhaven Technical Software – Massachusets, EUA e para o cálculo da<br />

hidráulica da colu<strong>na</strong> foi utiliza<strong>do</strong> um software forneci<strong>do</strong> pela ACS Industries,<br />

LP <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, fabricante <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> torres <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação.<br />

O programa foi monta<strong>do</strong> com base no balanço material da seção <strong>de</strong><br />

purificação da Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Butanol em operação, inserin<strong>do</strong> os<br />

requisitos da nova especificação. A colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> repurificação <strong>de</strong> Butanol que<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

76<br />

foi batiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> T5 tem 700 mm <strong>de</strong> diâmetro e 55 pratos valvula<strong>do</strong>s da Koch<br />

Glitch 6 . A base <strong>de</strong> cálculo para o balanço material da colu<strong>na</strong> foi para a<br />

alimentação <strong>de</strong> 1.500 kg/h <strong>de</strong> Butanol especifica<strong>do</strong> <strong>na</strong> Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Produto<br />

T3. Essa alimentação é menor <strong>do</strong> que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Butanol<br />

em condições normais, pois a intenção da empresa foi <strong>de</strong> repurificar ape<strong>na</strong>s<br />

a quantida<strong>de</strong> necessária para o novo cliente, cuja exigência era diferencia<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais.<br />

A simulação apresentou um resulta<strong>do</strong> bastante favorável e<br />

<strong>de</strong>monstrou uma esperança que po<strong>de</strong>ria aten<strong>de</strong>r ao cliente em pouco tempo.<br />

O produto repurifica<strong>do</strong> foi extraí<strong>do</strong> com 99,95 % <strong>de</strong> pureza em butanol,<br />

0,049 % em iso-butanol e ape<strong>na</strong>s 38 ppm em DNBE, portanto, muito menor<br />

<strong>do</strong> que o máximo exigi<strong>do</strong> pelo novo cliente.<br />

Tabela-8 : Resulta<strong>do</strong> da Simulação da Torre <strong>de</strong> Repurificação T5<br />

Componentes BuOH<br />

BuOH Especificação<br />

Alimenta<strong>do</strong> Repurifica<strong>do</strong> Exigida<br />

BuOH 99,70 % 99,95 % 99,70% min.<br />

i-BuOH 0,10 % 0,049% 0,10% max.<br />

DNBE 600 ppm 38 ppm 200 ppm max.<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

A colu<strong>na</strong>, os seus periféricos como referve<strong>do</strong>r, con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r, vasos<br />

e tubulações estavam em <strong>de</strong>suso por vários anos. Portanto, houve<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um trabalho muito criterioso <strong>de</strong> engenharia com<br />

modificações nos alinhamentos <strong>de</strong> tubulação, revisão nos instrumentos,<br />

inspeções e manutenção nos equipamentos, o que <strong>de</strong>man<strong>do</strong>u um<br />

investimento da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 100 mil.<br />

6 Koch Glitch é fabricante <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> torres <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação.<br />

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77<br />

Fi<strong>na</strong>lmente foi colocada em operação to<strong>do</strong> o conjunto, inician<strong>do</strong><br />

com uma cuida<strong>do</strong>sa alimentação, pois a matéria-prima era o próprio produto<br />

fi<strong>na</strong>l com base <strong>na</strong> especificação anterior. Em poucas horas, o produto saiu<br />

com a nova especificação, conforme mostra o balanço material a seguir.<br />

4.2.1) Balanço Material<br />

A Figura-11, mostra o Balanço Material completo da colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

repurificação <strong>do</strong> álcool em funcio<strong>na</strong>mento. O balanço é pontual, isto é, os<br />

valores <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e análises quali-quantitativa <strong>do</strong>s componentes<br />

foram no mesmo horário <strong>de</strong> um dia, mas representa perfeitamente a<br />

condição típica contínua da operação.<br />

De maneira análoga, neste Balanço Material, nem to<strong>do</strong>s os<br />

componentes foram cita<strong>do</strong>s com nomes conheci<strong>do</strong>s <strong>na</strong> empresa. Assim,<br />

também foi manti<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> análises <strong>do</strong>s componentes principais que<br />

interessaram ao presente trabalho, extraí<strong>do</strong> da análise cromatográfica<br />

realizada pelo laboratório da empresa. O número <strong>de</strong> cada componente<br />

indica<strong>do</strong> <strong>na</strong> situação inicial, foi manti<strong>do</strong> para o mesmo componente neste<br />

balanço material.<br />

importantes:<br />

Pelo Balanço Material, po<strong>de</strong>-se observar os seguintes pontos<br />

• A alimentação da colu<strong>na</strong> no momento da coleta da amostra era <strong>de</strong> 1000<br />

kg/h, portanto, diferente da a<strong>do</strong>tada <strong>na</strong> simulação;<br />

• A especificação obtida foi <strong>de</strong> 99,96 % em pureza <strong>de</strong> BuOH, 0,0006 % em<br />

i-BuOH e ape<strong>na</strong>s 47 ppm em DNBE, portanto muito abaixo <strong>do</strong>s 200 ppm<br />

exigi<strong>do</strong>s pelo cliente e com pureza melhor <strong>do</strong> que obti<strong>do</strong> <strong>na</strong> simulação;<br />

A água alimentada é para formar o azeótropo com o álcool e o éter,<br />

com o objetivo principal <strong>de</strong> retirar este último pelo topo da torre e seguir<br />

como efluente.<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

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79<br />

É uma situação típica <strong>de</strong> solução <strong>do</strong> fim <strong>de</strong> tubo (end of pipe). A<br />

empresa para aten<strong>de</strong>r ao exigente merca<strong>do</strong>, ape<strong>na</strong>s focou o problema <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong>/cliente e também aceitou a produção <strong>de</strong> efluentes como fato<br />

inevitável. É um paradigma típico da situação <strong>de</strong> controle. Evi<strong>de</strong>ntemente<br />

isto traz além <strong>do</strong> problema ambiental, o custo adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> produção em<br />

tratamento, o custo adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> vapor para a <strong>de</strong>stilação e perda <strong>de</strong> butanol<br />

no efluente. Para se ter uma idéia o que uma atitu<strong>de</strong> como esta representa<br />

no custo <strong>do</strong> produto, levantou-se os principais parâmetros:<br />

• Vapor - Levantamento realiza<strong>do</strong> para uma produção <strong>de</strong> 600 kg/h <strong>de</strong><br />

Butanol Repurifica<strong>do</strong>, foram consumi<strong>do</strong>s 950 kg/h <strong>de</strong> vapor, cujo o valor<br />

atualiza<strong>do</strong> é <strong>de</strong> R$ 55,00/ton. Portanto, o custo adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> vapor gasto<br />

foi <strong>de</strong> R$ 87,00/ton <strong>de</strong> butanol;<br />

• Efluentes - Além <strong>do</strong> gasto adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> vapor, consi<strong>de</strong>rou-se a geração <strong>de</strong><br />

efluente, separa<strong>do</strong> no topo da colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> repurificação estuda<strong>do</strong>. Para<br />

uma produção real levantada <strong>de</strong> 432 ton, foram gera<strong>do</strong>s 16,21 kg <strong>de</strong> DBO<br />

– Demanda Bioquímica <strong>de</strong> Oxigênio por tonelada <strong>de</strong> butanol. A CETREL<br />

cobra pelo tratamento <strong>de</strong> seus efluentes, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> três parâmetros: a<br />

DBO - Demanda Bioquímica <strong>de</strong> Oxigênio, a vazão Q e material em<br />

suspensão MS. Para o efluente da empresa, cerca <strong>de</strong> 90% <strong>do</strong> custo <strong>de</strong><br />

tratamento se <strong>de</strong>ve ao custo <strong>de</strong> DBO, portanto, para o caso em foco foi<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> ape<strong>na</strong>s esse parâmetro. Com base no valor cobra<strong>do</strong> pela<br />

CETREL, o valor atualiza<strong>do</strong> da DBO é <strong>de</strong> R$ 0,95/kg DBO. Portanto, o<br />

custo adicio<strong>na</strong>l para o tratamento <strong>de</strong> efluente foi <strong>de</strong> R$ 15,40/t <strong>de</strong><br />

butanol. Ressalta-se que os 16,21 kg/t da carga orgânica gerada, <strong>de</strong>ve ser<br />

adicio<strong>na</strong>da aos 13,89 kg/t gera<strong>do</strong>s <strong>na</strong> condição inicial, ou seja, gerou-se<br />

16,21 + 13,89 = 30,10 kg <strong>de</strong> carga orgânica por tonelada <strong>de</strong> butanol<br />

produzi<strong>do</strong>;<br />

• Butanol perdi<strong>do</strong> – Observa-se pelo balanço material que há perda<br />

através <strong>do</strong> efluente <strong>de</strong> 6,14 kg/h <strong>de</strong> butanol para 600 kg/h <strong>de</strong> butanol<br />

produzi<strong>do</strong> (repurifica<strong>do</strong>), ou seja, índice <strong>de</strong> 0,01023 ton BuOH perdi<strong>do</strong><br />

por ton BuOH produzi<strong>do</strong>, o que representa cerca <strong>de</strong> R$ 15,34/t BuOH;<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

80<br />

Totalizan<strong>do</strong> os três parâmetros, foi apura<strong>do</strong> um aumento nos<br />

custos <strong>de</strong> produção em cerca <strong>de</strong> 7% a 9%.<br />

Para a realização <strong>do</strong> Balanço Material foram realizadas análise<br />

cromatográfica completa <strong>de</strong> 5 pontos <strong>do</strong> novo sistema durante 5 dias a um<br />

custo total <strong>de</strong> R$ 5.000,00. A mão <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> engenharia, <strong>de</strong> execução e<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção foi <strong>de</strong> 200 homens-hora a um custo total <strong>de</strong> R$ 10.000,00.<br />

4.3) Projeto para Aumento da Capacida<strong>de</strong> com redução <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> Butil<br />

Éter<br />

Para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, foi realiza<strong>do</strong> um projeto <strong>de</strong><br />

“<strong>de</strong>sengargalamento” <strong>de</strong> toda a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Hidroformilação <strong>de</strong><br />

Propeno. Especificamente a Seção <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Butil Al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> para a<br />

produção <strong>de</strong> Butanol e a sua seção <strong>de</strong> purificação, havia capacida<strong>de</strong><br />

suficiente para a produção adicio<strong>na</strong>l se mantida a especificação anterior.<br />

Com a nova especificação, houve necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rever to<strong>do</strong> o<br />

estu<strong>do</strong> conceitual <strong>do</strong> projeto. O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong> consta no trabalho<br />

intitula<strong>do</strong> “Avaliação <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Reação <strong>do</strong> Reator <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong><br />

Butil Al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> para 36.000 t/ano <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção com baixo teor<br />

<strong>de</strong> Butil Éter” (CELEGHIN, 2001). Toda essa avaliação contou com a<br />

participação ativa <strong>do</strong> autor <strong>de</strong>sta dissertação.<br />

4.3.1) Base <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong><br />

Nessa avaliação foi mantida a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 36.000 t/ano, mas<br />

com baixo teor <strong>de</strong> Butil éter. Novamente para a Simulação <strong>de</strong> Processo, foi<br />

utiliza<strong>do</strong> o PDPlus Chemical Process Simulator, já cita<strong>do</strong>. No curso <strong>do</strong><br />

trabalho foi feita a a<strong>de</strong>quação da simulação da planta para o caso <strong>de</strong> baixo<br />

teor <strong>de</strong> butil éter no Butanol, estu<strong>do</strong>u-se o caso <strong>de</strong> se utilizar o Butanol ou<br />

Octanol como solvente e fi<strong>na</strong>lmente, proce<strong>de</strong>u-se a verificação <strong>do</strong>s<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

81<br />

equipamentos principais da planta <strong>na</strong>s novas condições. Para este estu<strong>do</strong>,<br />

consi<strong>de</strong>rar-se-á ape<strong>na</strong>s o caso <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> Butanol como solvente.<br />

Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Equilíbrio - Em virtu<strong>de</strong> da criticida<strong>de</strong> da distribuição <strong>do</strong><br />

Dibutil-éter <strong>na</strong>s colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação e <strong>de</strong> leves, foi ampliada a base <strong>do</strong>s<br />

da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> equilíbrio líqui<strong>do</strong> vapor <strong>de</strong> forma a melhor representar as<br />

separações. Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> operação <strong>do</strong> equilíbrio dibutil-éter/butanol/água,<br />

foi confronta<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> literatura. Realizou-se uma bateria <strong>de</strong><br />

ensaios <strong>na</strong> seção <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação colocan<strong>do</strong> à disposição uma massa<br />

importante <strong>de</strong> informação. Os parâmetros foram a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong>s resultan<strong>do</strong> num<br />

conjunto <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s que melhor representasse este sistema ternário.<br />

Para os pares <strong>de</strong> equilíbrio não disponíveis <strong>na</strong> literatura, foi feita a<br />

predição, utilizan<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> Unifac e Asog sen<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> que<br />

melhor representasse o sistema estuda<strong>do</strong>.<br />

Reator – Para a simulação <strong>do</strong> reator <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> normal<br />

butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> foram consi<strong>de</strong>radas as seguintes reações:<br />

- Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> NBAL para BuOH, a conversão a<strong>do</strong>tada foi <strong>de</strong><br />

0,99 <strong>do</strong> NBAL alimenta<strong>do</strong>;<br />

- Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> IBAL para i-BuOH, a conversão a<strong>do</strong>tada foi <strong>de</strong><br />

1,00 <strong>do</strong> iso-butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> alimenta<strong>do</strong>;<br />

- Formação <strong>de</strong> Acetal BuOH/NBAL, com conversão <strong>de</strong> 0,0007 <strong>do</strong><br />

NBAL alimenta<strong>do</strong>;<br />

- Formação <strong>de</strong> DNBE, com conversão <strong>de</strong> 0,00175 <strong>do</strong> NBAL<br />

alimenta<strong>do</strong>.<br />

Estas condições refletem a experiência real da empresa <strong>na</strong><br />

hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> NBAL.<br />

Na Seção <strong>de</strong> Purificação seguiu-se a avaliação normal como<br />

conseqüência <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s das novas condições.<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

82<br />

4.3.2) Resulta<strong>do</strong> da Avaliação<br />

A simulação apresentou um resulta<strong>do</strong> que aten<strong>de</strong>sse à nova<br />

especificação, sem a torre <strong>de</strong> repurificação, cuja corrente <strong>do</strong> produto<br />

principal teve a seguinte qualida<strong>de</strong>:<br />

Tabela-9 : Resulta<strong>do</strong> da Simulação sem a Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação<br />

Componentes<br />

Especificação <strong>do</strong> Butanol<br />

(Simula<strong>do</strong>)<br />

BuOH 99,90%<br />

i-BuOH 0,0095%<br />

DNBE<br />

54 ppm<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Para conseguir esta especificação foram avalia<strong>do</strong>s os equipamentos<br />

principais quanto às suas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processamento. A tabela a seguir<br />

apresenta alterações mais significativas a serem feitas <strong>na</strong> planta e reflete a<br />

verificação prelimi<strong>na</strong>r que foi realizada no Balanço Material da unida<strong>de</strong>,<br />

conforme a simulação citada. Como vimos, a estrutura <strong>do</strong> processo,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente foi mantida, isto é, o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> butanol<br />

utilizan<strong>do</strong> da Hidroge<strong>na</strong>cão em Fase Líquida.<br />

Com base nessa avaliação, realizou-se um trabalho <strong>de</strong> engenharia.<br />

Com cotações <strong>de</strong> novos equipamentos, novos recheios <strong>de</strong> colu<strong>na</strong>s,<br />

modificações <strong>na</strong>s tubulações, ajustes <strong>de</strong> novos instrumentos e a<strong>de</strong>quação<br />

<strong>de</strong>sses instrumentos no SDCD – Sistema Digital <strong>de</strong> Controle Distribuí<strong>do</strong>, foi<br />

obti<strong>do</strong> o seguinte orçamento para a<strong>de</strong>quar toda a Planta <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong><br />

Butanol <strong>na</strong> nova especificação sem a Torre <strong>de</strong> Repurificação.<br />

O total <strong>do</strong> investimento para atendimento às novas exigências da<br />

especificação, foi orça<strong>do</strong> em quase R$ 2 milhões, conforme mostra a Tabela-<br />

11.<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

83<br />

Tabela-10: Resulta<strong>do</strong> da avaliação <strong>do</strong>s principais equipamentos<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a nova especificação.<br />

Colu<strong>na</strong>s<br />

Equipamentos<br />

T1 – Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Desidratação<br />

T2 - Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Butanol<br />

T3 – Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Leves<br />

T4 – Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Pesa<strong>do</strong>s<br />

Troca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Calor<br />

Equipamentos<br />

Pré-Aquece<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Alimentação<br />

Con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Separa<strong>do</strong>r<br />

Referve<strong>do</strong>r da T1<br />

Con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r da T1<br />

Referve<strong>do</strong>r da T2<br />

Con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r da T2<br />

Referve<strong>do</strong>r da T3<br />

Con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r da T3<br />

Referve<strong>do</strong>r da T4<br />

Con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r da T4<br />

Bombas<br />

Bomba <strong>de</strong> alimentação<br />

Bomba <strong>de</strong> Fun<strong>do</strong> da T1<br />

Bomba <strong>de</strong> Refluxo da T1<br />

Bomba <strong>de</strong> Fun<strong>do</strong> da T2<br />

Bomba <strong>de</strong> Refluxo da T2<br />

Bomba <strong>de</strong> Fun<strong>do</strong> da T3<br />

Bomba <strong>de</strong> Refluxo da T3<br />

Bomba <strong>de</strong> Fun<strong>do</strong> da T4<br />

Bomba <strong>de</strong> Refluxo da T4<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Aten<strong>de</strong><br />

Avaliação<br />

Fica Instável – Trocar as Ban<strong>de</strong>jas<br />

Substituir Recheio<br />

Aten<strong>de</strong><br />

Aten<strong>de</strong><br />

Aten<strong>de</strong><br />

Avaliação<br />

Não Aten<strong>de</strong> - Substituir<br />

Não Aten<strong>de</strong> - Substituir<br />

Fica no Limite sem folga<br />

Aten<strong>de</strong><br />

Não Aten<strong>de</strong> – Substituir<br />

Não Aten<strong>de</strong> - Substituir<br />

Não Aten<strong>de</strong> - Substituir<br />

Aten<strong>de</strong><br />

Não Aten<strong>de</strong><br />

Aten<strong>de</strong><br />

Aten<strong>de</strong><br />

Aten<strong>de</strong><br />

Aten<strong>de</strong><br />

Aten<strong>de</strong><br />

Aten<strong>de</strong><br />

Aten<strong>de</strong><br />

Não Aten<strong>de</strong> - Substituir<br />

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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

84<br />

Tabela-11: Orçamento da A<strong>de</strong>quação da Planta <strong>de</strong> Butanol <strong>na</strong> nova<br />

especificação sem a Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação<br />

Discrimi<strong>na</strong>ção<br />

Valores em Reais<br />

Equipamentos Principais 640.000<br />

Engenharia Básica 100.000<br />

Engenharia Detalhada 200.000<br />

Construção Civil/Fundação 19.200<br />

Instrumentação 100.000<br />

Materiais 224.000<br />

Montagem 320.000<br />

Assistência Técnica 20.480<br />

Administração E Organização 64.000<br />

TOTAL-A (REAIS) 1.687.680<br />

Pré-Operação 12.800<br />

Frete, Seguro E Taxas 25.600<br />

Impostos 96.000<br />

Eventuais 100.000<br />

Total <strong>do</strong> Investimento (R$) 1.922.080<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Nessa fase <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> com ape<strong>na</strong>s uma avaliação <strong>de</strong> processo e<br />

avaliação prelimi<strong>na</strong>r <strong>de</strong> equipamentos principais o valor <strong>do</strong> investimento<br />

apura<strong>do</strong> também po<strong>de</strong>rá ter uma variação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> mais ou menos 30%,<br />

segun<strong>do</strong> PETERS e TIMMERHAUS (1981) e também os autores RASE e<br />

BARROW(1973).<br />

4.4. Injeção <strong>de</strong> um promotor – caminhan<strong>do</strong> da solução <strong>de</strong> “fim <strong>de</strong> tubo”<br />

para a solução preventiva<br />

“Transforme o seu me<strong>do</strong> numa curiosida<strong>de</strong> a<br />

experimentar.”<br />

Jean Clau<strong>de</strong> Obry<br />

A injeção <strong>de</strong> um promotor teve a origem no teste <strong>de</strong> bancada<br />

realizada nos laboratórios <strong>do</strong> <strong>de</strong>tentor da tecnologia <strong>de</strong> Processo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong><br />

<strong>de</strong> Butanol. A fundamentação <strong>do</strong> propósito <strong>de</strong>sse teste era <strong>de</strong> que a formação<br />

das reações secundárias forman<strong>do</strong> pesa<strong>do</strong>s como C 12 Acetal e por<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

85<br />

conseguinte a formação <strong>de</strong> DNBE no segun<strong>do</strong> momento, era <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

existência <strong>de</strong> sítios áci<strong>do</strong>s no suporte da alumi<strong>na</strong> <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

hidroge<strong>na</strong>ção com alta temperatura.<br />

Foi resgata<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse teste realiza<strong>do</strong> nos anos 80 que<br />

teve a conformação, conforme mostra a Figura-12:<br />

RESULTADO DO TESTE EM ESCALA<br />

PILOTO<br />

Formação <strong>de</strong> HB (%)<br />

110<br />

90<br />

70<br />

50<br />

30<br />

10<br />

-5<br />

-10<br />

0 5 10 15 20 25 30<br />

N básico (Y ppm)<br />

Figura-12 : Efeito <strong>do</strong> promotor <strong>na</strong> redução da formação <strong>de</strong> HB (pesa<strong>do</strong>s).<br />

Teste realiza<strong>do</strong> em escala piloto.<br />

Fonte: Ciquine (1986), adapta<strong>do</strong> pelo autor.<br />

A concentração <strong>do</strong> promotor está expresso em nitrogênio básico e<br />

está multiplica<strong>do</strong> por um fator Y por questão <strong>de</strong> sigilo da empresa. E a<br />

Formação <strong>de</strong> HB (pesa<strong>do</strong>s) está representa<strong>do</strong> em porcentagem em relação ao<br />

total <strong>de</strong> HB forma<strong>do</strong>. Enten<strong>de</strong>-se por HB, to<strong>do</strong>s os pesa<strong>do</strong>s incluin<strong>do</strong> o<br />

Acetal e Dibutil-éter. Observa-se nesse gráfico, uma queda brusca <strong>na</strong><br />

formação <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s, mesmo com peque<strong>na</strong> concentração <strong>de</strong> promotor,<br />

expresso em nitrogênio básico. Essa queda <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> reações<br />

secundárias, significa que a matéria-prima foi melhor utilizada para a<br />

obtenção <strong>do</strong> produto principal.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

86<br />

Com base nessa experiência <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong><br />

tecnologia, o teste foi realiza<strong>do</strong> <strong>na</strong> planta comercial utilizan<strong>do</strong> os <strong>conceito</strong>s<br />

da EVOP – operação evolucionária. A cada passo e ajuste fino foi realiza<strong>do</strong><br />

com muito cuida<strong>do</strong>. Apesar <strong>do</strong> conhecimento prévio <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s positivos<br />

em escala piloto pelo <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> tecnologia, esse teste envolvia fatores que<br />

exigiam cuida<strong>do</strong>s especiais, pois uma única falha po<strong>de</strong>ria comprometer toda<br />

a produção e com o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sativar o catalisa<strong>do</strong>r.<br />

O ponto principal da amostragem para a análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s foi<br />

a entrada e a saída <strong>do</strong> reator, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria ser medida diretamente a<br />

eficiência <strong>do</strong> promotor.<br />

Inicialmente, antes da alimentação <strong>do</strong> promotor foram realizadas<br />

análises <strong>de</strong> 5 dias distintos.<br />

Após obtenção <strong>de</strong>sses resulta<strong>do</strong>s sem o promotor, iniciamos o<br />

teste, alimentan<strong>do</strong> o mesmo em bateladas <strong>de</strong> 100 a 200 litros cada. O<br />

promotor foi alimenta<strong>do</strong> no tanque <strong>de</strong> solvente <strong>de</strong> álcoois, com circulação<br />

contínua <strong>do</strong> mesmo para o reator <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção.<br />

A cada alimentação, foi realizada a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção da concentração<br />

<strong>do</strong> promotor, expressa em nitrogênio básico e análises <strong>de</strong> DNBE <strong>na</strong> entrada e<br />

saída <strong>do</strong> reator, obten<strong>do</strong> assim a formação <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> éter correspon<strong>de</strong>nte. A<br />

freqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> DNBE para a elaboração <strong>do</strong> Balanço Material<br />

no entorno <strong>do</strong> reator foi <strong>de</strong> 3 a 5 dias. Obteve-se assim, um conjunto <strong>de</strong><br />

resulta<strong>do</strong>s bastante satisfatório, conforme po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-13.<br />

O gráfico foi representa<strong>do</strong> pela Formação <strong>de</strong> DNBE em função da<br />

concentração <strong>de</strong> N básico. A formação <strong>de</strong> DNBE está representada em<br />

porcentagem em relação ao total <strong>de</strong> DNBE forma<strong>do</strong>. E, a concentração <strong>de</strong><br />

Nitrogênio Básico está multiplica<strong>do</strong> por um fator Y por questão <strong>de</strong> sigilo.<br />

Entretanto, para o propósito <strong>de</strong>ste trabalho po<strong>de</strong>-se notar que um<br />

incremento muito pequeno <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> nitrogênio da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> ppm, obti<strong>do</strong><br />

com a adição <strong>do</strong> promotor, a redução <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> DNBE – dibutil éter é<br />

drástica.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

87<br />

RESULTADO DO TESTE NA PLANTA<br />

Formação <strong>de</strong> DNBE (%)<br />

110<br />

90<br />

70<br />

50<br />

30<br />

10<br />

-10<br />

0 1 2 3 4 5<br />

N básico (Y ppm)<br />

Figura-13 : Formação <strong>do</strong> DNBE em função da concentração <strong>de</strong><br />

Nitrogênio Básico no Reator <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> n-butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>.<br />

Fonte: Ciquine (2001), adapta<strong>do</strong> pelo autor.<br />

Nota-se também que à partir <strong>de</strong> 1,5 Y ppm, a formação <strong>de</strong> DNBE<br />

quase não se altera, fican<strong>do</strong> no nível <strong>de</strong> 0,02 % <strong>do</strong> total <strong>de</strong> DNBE forma<strong>do</strong>.<br />

Foi recomenda<strong>do</strong> manter uma concentração 2,0 Y ppm <strong>de</strong> Nitrogênio Básico<br />

no sistema.<br />

4.4.1) Balanço Material<br />

Com base nesse teste, foi realiza<strong>do</strong> o Balanço Material e o<br />

resulta<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-14. Como <strong>de</strong> roti<strong>na</strong>, foi manti<strong>do</strong> o Plano <strong>de</strong><br />

Análises, conforme apresenta<strong>do</strong> anteriormente. Novamente po<strong>de</strong> ser<br />

observa<strong>do</strong> que as análises foram realizadas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os pontos <strong>de</strong> entradas e<br />

saídas <strong>de</strong> equipamentos principais para possibilitar o fechamento <strong>do</strong><br />

Balanço Material. Neste caso também o Balanço Material é pontual <strong>de</strong> um<br />

dia, cujas amostras <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, foram tiradas no mesmo horário.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

88<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

89<br />

As vazões <strong>do</strong>s produtos indicadas, foram com base nos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

análises e medições <strong>de</strong> vazão <strong>na</strong> hora da retirada das amostras.<br />

Nem to<strong>do</strong>s os componentes foram cita<strong>do</strong>s com nomes conheci<strong>do</strong>s<br />

<strong>na</strong> empresa. Foram cita<strong>do</strong>s somente aqueles importantes para o foco em<br />

questão, no entanto, foi manti<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> componentes com análise<br />

quantitativa correspon<strong>de</strong>nte extraída da análise cromatográfica realizada<br />

pelo laboratório da empresa. As análises quali-quantitativas <strong>de</strong> todas as<br />

amostras, foram completas como <strong>de</strong> roti<strong>na</strong>.<br />

O resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> representa um valor pontual mas típico da<br />

unida<strong>de</strong> com catalisa<strong>do</strong>r em fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> campanha. Pelo Balanço Material, po<strong>de</strong>se<br />

observar os seguintes pontos importantes:<br />

• A concentração <strong>de</strong> DNBE <strong>na</strong> alimentação foi <strong>de</strong> 0,0089 % sain<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

reator com 0,0127 %. Para a carga <strong>do</strong> momento da amostragem, a<br />

formação <strong>de</strong> DNBE foi <strong>de</strong> 0,61 kg/h;<br />

• Os <strong>do</strong>is fluxos da fase aquosa das colu<strong>na</strong>s T1 e T3, são as correntes 4a e<br />

8a, com 90 kg/h e 60 kg/h, respectivamente. A carga orgânica total<br />

<strong>de</strong>sses efluentes soma 20,45 kg/h para a produção <strong>de</strong> 4.000 kg/h <strong>de</strong><br />

butanol produzi<strong>do</strong>, isto é, 5,11 kg <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> carga orgânica por<br />

tonelada <strong>de</strong> produto fi<strong>na</strong>l produzi<strong>do</strong>. Portanto, a geração <strong>de</strong> carga<br />

orgânica <strong>de</strong> efluentes por tonelada <strong>de</strong> butanol, reduziu <strong>de</strong> 13,89 kg para<br />

5,11 kg, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a situação inicial e após a mudança no processo.<br />

Ressalta-se que se consi<strong>de</strong>rar com base <strong>na</strong> condição <strong>de</strong> repurificação <strong>do</strong><br />

produto (solução <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo), discutida no item anterior, a carga<br />

orgânica reduziu <strong>de</strong> 30,10 kg para 5,11 kg por tonelada <strong>de</strong> butanol.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> uma produção <strong>de</strong> 25.000 ton/ano <strong>de</strong> butanol, essa redução<br />

representa cerca <strong>de</strong> R$ 600 mil/ano.<br />

• Conforme ocorreu com a redução <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> éter, também a<br />

formação <strong>do</strong>s pesa<strong>do</strong>s diminuíram, a ponto <strong>de</strong> retirar a Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

Pesa<strong>do</strong>s (T4) <strong>de</strong> operação. Esta retirada representou uma redução no<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

90<br />

consumo <strong>de</strong> vapor em 300 kg/h. Uma economia <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 150<br />

mil/ano;<br />

• Menor geração <strong>de</strong> carga orgânica nos efluentes e redução <strong>na</strong> geração <strong>de</strong><br />

pesa<strong>do</strong>s, significa menor formação <strong>de</strong> reações secundárias. Ou seja, a<br />

matéria-prima e utilida<strong>de</strong>s estão sen<strong>do</strong> utilizadas <strong>de</strong> forma racio<strong>na</strong>l com<br />

redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios. Nesta fase <strong>do</strong> trabalho, não foi possível apurar<br />

com exatidão essa economia, no entanto, uma estimativa conserva<strong>do</strong>ra<br />

indica uma redução no custo variável em torno <strong>de</strong> R$ 200 mil/ano,<br />

somente com este item.<br />

• A Tabela-12 mostra a especificação <strong>do</strong> produto fi<strong>na</strong>l.<br />

Tabela-12: Especificação <strong>do</strong> Butanol com adição <strong>do</strong> promotor<br />

ANÁLISE OBTIDA<br />

BuOH - PUREZA<br />

i-BuOH – Iso-Butanol<br />

DNBE – Dibutil Eter<br />

99,83% P<br />

0,09% P<br />

127 ppm<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Por tanto, o produto foi produzi<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à nova especificação<br />

sem utilizar a colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> repurificação. É o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma mudança no<br />

processo atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> fonte.<br />

Para a realização <strong>do</strong> Balanço Material foram realizadas análise<br />

cromatográfica completa em 11 pontos da planta durante 5 dias a um custo<br />

total <strong>de</strong> R$ 11.000,00. A mão <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> engenharia, <strong>de</strong> execução e<br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção foi <strong>de</strong> 200 homens-hora a um custo total <strong>de</strong> R$ 10.000,00.<br />

Especificamente as análises <strong>de</strong> entrada e saída para a apuração da formação<br />

<strong>de</strong> DNBE <strong>na</strong>s novas condições com a adição <strong>do</strong> promotor, foram realizadas<br />

em 30 dias distintos, portanto 60 análises a um custo total <strong>de</strong> R$ 9.000,00.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

91<br />

4.5. Resulta<strong>do</strong> comparativo: Fim <strong>de</strong> Tubo versus PML<br />

Consolidan<strong>do</strong> as duas soluções estudadas neste capítulo, foi<br />

realizada uma análise comparativa, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os seguintes aspectos:<br />

4.5.1. Especificação <strong>do</strong> Produto Obti<strong>do</strong><br />

Conforme mostra a Tabela-13, as duas soluções a<strong>do</strong>tadas,<br />

aten<strong>de</strong>ram ple<strong>na</strong>mente o propósito <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e com especificação muito<br />

melhor <strong>do</strong> que a situação inicial. A Solução <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo, quan<strong>do</strong> foi<br />

repurifica<strong>do</strong> o produto já especifica<strong>do</strong> <strong>na</strong> situação inicial, teve o resulta<strong>do</strong> da<br />

especificação melhor, no entanto como foi visto, a um custo <strong>de</strong> produção<br />

muito eleva<strong>do</strong>.<br />

Tabela-13: Comparativo <strong>de</strong> Especificação Típica <strong>do</strong> Produto Obti<strong>do</strong><br />

COMPONENTES<br />

SITUAÇÃO<br />

INICIAL<br />

SOLUÇÃO DE<br />

FIM DE TUBO<br />

SOLUÇÃO PML<br />

Butanol (%) 99,74 99,95 99,83<br />

i-BuOH (%) 0,09 0,049 0,09<br />

DNBE (ppm) 1354 38 127<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

4.5.2. Balanço Econômico<br />

Na Tabela-14 a seguir, foram consolida<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os méritos e<br />

<strong>de</strong>méritos das duas soluções.<br />

Observa-se que <strong>na</strong> solução <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo, houve um aumento <strong>de</strong><br />

custo <strong>de</strong> produção pela geração adicio<strong>na</strong>l da carga orgânica nos seus<br />

efluentes, pelo aumento <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inclusão <strong>de</strong> uma<br />

nova colu<strong>na</strong> e pela perda <strong>do</strong> produto, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à formação <strong>de</strong> azeótropo<br />

ternário forma<strong>do</strong> por butanol, DNBE e água. Também se insistisse nesta<br />

solução, haveria necessida<strong>de</strong> inevitável <strong>de</strong> investimentos adicio<strong>na</strong>is. Não há<br />

retorno para esses investimentos.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

92<br />

Tabela-14: Balanço Econômico<br />

Do Balanço Material<br />

SITUAÇÃO<br />

INCIAL<br />

SOLUÇÃO DE<br />

FIM DE TUBO<br />

SOLUÇÃO DE<br />

PML<br />

Base: <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butanol (t/ano) 25.000 25.000 25.000<br />

Formação <strong>de</strong> DNBE (kg/h) 12,41 12,41 0,61<br />

Carga Orgânica Gerada (kg/ton<br />

produto)<br />

Quantida<strong>de</strong> Adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Vapor<br />

(kg/ton produto)<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Butanol perdi<strong>do</strong><br />

(kg/ton produto)<br />

Redução <strong>de</strong> Vapor <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a retirada<br />

da T4 (kg/ton produto)<br />

Do Acréscimo/Redução <strong>do</strong> Custo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong><br />

13,89 30,10 5,11<br />

158<br />

0,01023<br />

(105,1)<br />

Carga Orgânica ( mil R$/ano) 330 715 121<br />

Vapor Adicio<strong>na</strong>l/Redução (mil<br />

R$/ano)<br />

Butanol Perdi<strong>do</strong> (Butanol Perdi<strong>do</strong> (mil<br />

R$/ano)<br />

217 (145)<br />

384<br />

Total (em mil R$/ano) 330 1.316 (24)<br />

Diferença (em mil R$/ano) 986 (354)<br />

Diferença em (mil R$/ano)<br />

(Fim <strong>de</strong> Tubo) – (PML)<br />

Do Investimento<br />

(1340)<br />

Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> (mil R$) 12<br />

Engenharia <strong>de</strong> Processo (mil R$) 10 10 10<br />

Análises <strong>de</strong> Laboratório (mil R$) 11 11+5=16 11+9=20<br />

Melhorias em Colu<strong>na</strong> T5 (mil R$) 100<br />

Melhorias em Colu<strong>na</strong>s (mil R$) 2.000 0<br />

Total <strong>do</strong> Investimento (mil R$) 2.126 42<br />

Retorno <strong>de</strong> Investimento Simples<br />

(Pay-Back) em meses....................<br />

Fonte: Elaboração Própria<br />

x 1,4<br />

Por outro la<strong>do</strong> com a a<strong>do</strong>ção da solução aplican<strong>do</strong> os <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> fonte gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> reações secundárias,<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

93<br />

houve uma redução drástica <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> DNBE, menor geração <strong>de</strong> carga<br />

orgânica total, melhor utilização <strong>de</strong> matérias-primas com conseqüente<br />

redução nos gastos em vapor, obten<strong>do</strong> assim, substancialmente maior<br />

produtivida<strong>de</strong> no uso <strong>de</strong> recursos disponíveis e maior lucrativida<strong>de</strong> com<br />

redução no custo <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> produto. Também não houve necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> investimentos adicio<strong>na</strong>is em instalações. Estes benefícios foram<br />

<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong><strong>do</strong>s pelo PORTER (1995) <strong>de</strong> “duplo divi<strong>de</strong>n<strong>do</strong>”.<br />

4.5.3. Impacto da mudança no processo sobre o meio ambiente<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> Fator 10 discuti<strong>do</strong> no capítulo 2, e<br />

transpon<strong>do</strong> o mesmo para a redução <strong>do</strong> impacto da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processo<br />

industrial sobre o meio ambiente, observa-se o seguinte:<br />

• A redução <strong>de</strong> DNBE, sem dúvida é um benefício para a redução <strong>do</strong><br />

impacto ambiental, uma vez que há uma melhor utilização da matériaprima,<br />

reduzin<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> reações secundárias. Toman<strong>do</strong> por base<br />

os valores pontuais <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> 1.354 ppm antes da mudança <strong>de</strong><br />

processo para 127 ppm após a mudança no processo <strong>na</strong> especificação<br />

fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> produto, obtém-se um Fator <strong>de</strong> 1.354/127 = 10,66;<br />

• Se tomar por base a formação <strong>de</strong> DNBE no reator, observa-se que houve<br />

uma redução <strong>de</strong> 12,41 kg/h para 0,61 kg/h. Assim, obtém-se um Fator<br />

<strong>de</strong> 12,41/0,61 = 20,3;<br />

• E se tomar por base a especificação <strong>de</strong> garantia, houve uma redução <strong>de</strong><br />

3000 ppm para 200 ppm, o que resulta num Fator <strong>de</strong> 3000/200 = 15;<br />

• Se tomar por base a geração unitária da carga orgânica, ou seja, carga<br />

orgânica gerada por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto, houve uma redução <strong>de</strong> 13,89<br />

kg/ton para 5,11 kg/ton, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> antes e <strong>de</strong>pois da mudança no<br />

processo. Obtém-se assim um Fator <strong>de</strong> 13,89/5,11 = 2,7. Neste mesmo<br />

parâmetro, se for consi<strong>de</strong>rada a carga orgânica gerada com a solução <strong>do</strong><br />

fim <strong>de</strong> tubo em relação à solução <strong>de</strong> PML, obtém-se um Fator <strong>de</strong><br />

30,10/5,11 = 5,9.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

94<br />

Po<strong>de</strong>-se observar que qualquer que seja o critério a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, houve<br />

uma sensível melhora no impacto da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processo sobre o ambiente.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

95<br />

CAPÍTULO 5<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS<br />

“A vida é cheia e transbordante <strong>do</strong> novo.<br />

Mas é necessário esvaziar o velho para dar<br />

espaço à entrada <strong>do</strong> novo”.<br />

Eileen Caddy<br />

Footprints on the Path<br />

5.1) Consi<strong>de</strong>rações Fi<strong>na</strong>is<br />

Como acontece com certa freqüência nos problemas industriais,<br />

este é mais um caso que os técnicos e engenheiros <strong>de</strong> uma fábrica se<br />

<strong>de</strong>param no seu dia a dia.<br />

No entanto, para uma empresa que sempre assegurou a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s seus produtos aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s seus clientes, <strong>de</strong> repente ser<br />

obrigada a mudar a sua especificação num patamar bastante eleva<strong>do</strong>, sem<br />

dúvida houve um esforço muito gran<strong>de</strong> por parte <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s. O <strong>de</strong>safio<br />

da mudança <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> DNBE <strong>de</strong> 3000 ppm para 200 ppm, significa atingir o<br />

Fator 15, transpon<strong>do</strong> o <strong>conceito</strong> <strong>do</strong> Fator 10, discuti<strong>do</strong> no capítulo 4. Para<br />

superar um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>ssa <strong>na</strong>tureza, é necessário que esse esforço não seja<br />

ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> resolução <strong>de</strong> problemas técnicos, mas também que haja uma<br />

superação <strong>do</strong>s <strong>conceito</strong>s tradicio<strong>na</strong>is e obsoletos <strong>de</strong> administração. É preciso<br />

enten<strong>de</strong>r que os antigos paradigmas não respon<strong>de</strong>m mais aos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong><br />

<strong>na</strong>tureza complexa <strong>de</strong> hoje.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

96<br />

A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> a primeira solução, quan<strong>do</strong> foi instalada a Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

Repurificação <strong>do</strong> Butanol, nota-se claramente que a mesma foi a<strong>do</strong>tada sob<br />

um clima <strong>de</strong> pressão, optan<strong>do</strong> por uma imediata abordagem corretiva. Essa<br />

abordagem, conforme discuti<strong>do</strong> no item 2.4, <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, a<br />

indústria utilizou <strong>de</strong> forma i<strong>na</strong><strong>de</strong>quada a sua matéria-prima, e por sua<br />

tecnologia obsoleta, produziu resíduos <strong>de</strong>snecessários e aceitou o mesmo<br />

como fato inevitável. Como conseqüência, os custos <strong>de</strong> produção<br />

aumentaram, diminuin<strong>do</strong> a sua competitivida<strong>de</strong>. Na solução a<strong>do</strong>tada, houve<br />

uma geração adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> efluentes com carga orgânica elevada com<br />

aumento <strong>de</strong> gastos em vapor e perda <strong>de</strong> produto.<br />

Além disso, insistin<strong>do</strong> nesse paradigma <strong>de</strong> que a produção <strong>de</strong><br />

resíduos ou reações secundárias são inevitáveis, tem-se como conseqüência<br />

a inevitável necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos <strong>de</strong>snecessários, conforme o caso<br />

estuda<strong>do</strong>. As modificações nos equipamentos <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção e<br />

Purificação exigiam investimentos razoáveis para a sua implementação, para<br />

aten<strong>de</strong>r a nova especificação, conforme discuti<strong>do</strong> no item 4.3.2.<br />

Porém, no momento seguinte, com mudança no processo, foi<br />

redirecio<strong>na</strong><strong>do</strong> o enfoque <strong>de</strong> uma abordagem corretiva para uma abordagem<br />

preventiva, atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> fonte <strong>do</strong> problema. A alimentação <strong>do</strong> promotor,<br />

trouxe como conseqüência a redução <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> reações secundárias. A<br />

utilização mais racio<strong>na</strong>l da matéria-prima e utilida<strong>de</strong>s foi marcante,<br />

reduzin<strong>do</strong> drasticamente o seu custo <strong>de</strong> produção. Conforme o organograma<br />

mestre das ações para a prevenção e controle da poluição, basea<strong>do</strong> em<br />

LAGREGA (1994), discuti<strong>do</strong> no item 2.4.3, on<strong>de</strong> foram abordadas as<br />

Técnicas para a Redução <strong>de</strong> Poluição, a empresa caminhou da solução <strong>de</strong><br />

fim <strong>de</strong> tubo para a prevenção, atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> fonte.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes <strong>na</strong> planta, observou-se<br />

que as concentrações expressas em nitrogênio básico, ficaram diferentes <strong>do</strong>s<br />

resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em escala piloto. Isto é explicável, pois no teste realiza<strong>do</strong><br />

em escala piloto pelo <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> tecnologia, foi <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong> o total <strong>de</strong><br />

pesa<strong>do</strong>s (HB) incluin<strong>do</strong> o DNBE. Também <strong>de</strong>ve ser leva<strong>do</strong> em conta que o<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

97<br />

teste foi realiza<strong>do</strong> num ambiente isento <strong>de</strong> impurezas e interferências<br />

exter<strong>na</strong>s com medições <strong>de</strong> acuracida<strong>de</strong> elevada, o que não se caracteriza<br />

num ambiente industrial.<br />

No entanto, observan<strong>do</strong> as duas curvas <strong>de</strong> tendências (Figura-12 e<br />

Figura-13), o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> teste é perfeitamente aceitável pela semelhança <strong>do</strong><br />

comportamento e o mais importante é que <strong>na</strong> prática, o resulta<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>u<br />

perfeitamente o propósito da empresa e aten<strong>de</strong>u a um <strong>do</strong>s objetivos <strong>de</strong>ste<br />

trabalho. A empresa evoluiu o seu comportamento pela ação <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s<br />

da abordagem corretiva para a abordagem preventiva utilizan<strong>do</strong> os <strong>conceito</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, o resulta<strong>do</strong> fi<strong>na</strong>l é bastante claro conforme mostra<br />

a Tabela-15 .<br />

Ainda observan<strong>do</strong> a formação <strong>do</strong> dibutil éter (DNBE) no reator,<br />

antes e <strong>de</strong>pois da adição <strong>do</strong> promotor, o teor <strong>de</strong> éter caiu drasticamente <strong>de</strong><br />

0,223% para 0,0127%, isto é, reduziu em 95% à formação inicial.<br />

Tabela-15: Comparativo <strong>de</strong> Especificações antes e <strong>de</strong>pois da mudança<br />

no processo<br />

COMPONENTES ESPECIFICAÇÃO<br />

ANTES<br />

ESPECIFICAÇÃO<br />

APÓS<br />

ESPECIFICAÇÃO<br />

TÍPICA - ANTES<br />

ESPECIFICAÇÃO<br />

TÍPICA – APÓS<br />

Butanol (%) 99,30 99,70 99,74 99,83<br />

i-BuOH (%) 0,20 máx. 0,10 0,09 0,09<br />

DNBE (ppm) 3.000 máx 200 1354 127<br />

Esse <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> DNBE, indica que houve uma redução <strong>na</strong><br />

mesma proporção <strong>de</strong> outros leves e pesa<strong>do</strong>s da reação a ponto <strong>de</strong> conseguir<br />

uma folga <strong>de</strong> operação <strong>na</strong> colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação (T1) e colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> leves (T3),<br />

e a retirada <strong>de</strong> operação das colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s (T4). Com essa folga, não<br />

houve necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento cita<strong>do</strong> no item 4.3.<br />

Conforme foi a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong> no item 4.5.3, houve uma evolução<br />

bastante gran<strong>de</strong> no que se refere à redução <strong>do</strong> impacto da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

98<br />

processo industrial sobre o ambiente, com base nos <strong>conceito</strong>s discuti<strong>do</strong>s no<br />

item 2.3, a Equação Mestra e o Fator 10.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista das Estratégias Ambientais da empresa, foram<br />

observa<strong>do</strong>s os seguintes pontos, com base <strong>na</strong>s características apresentadas<br />

por ANDRADE (1997), discutidas no item 2.4.4.:<br />

• Legislação – A empresa que tinha um comportamento <strong>de</strong> atendimento<br />

mínimo à legislação e está caminhan<strong>do</strong> para a superação das exigências<br />

<strong>do</strong>s órgãos regula<strong>do</strong>res;<br />

• Tecnologia – A empresa se preocupava ape<strong>na</strong>s com o controle <strong>na</strong> saída<br />

<strong>do</strong>s efluentes. Agora com essa experiência, caminha para a prevenção da<br />

poluição e redução <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> recursos através <strong>de</strong> mudanças<br />

incrementais. Há disposição, mas ainda não chegou a prevenção da<br />

poluição e redução <strong>do</strong>s consumos <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais através <strong>de</strong><br />

inovações tecnológicas;<br />

• Estrutura <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> – A empresa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu início <strong>de</strong> produção em<br />

1973 manteve os seus produtos e processos sem alterações. Este trabalho<br />

trouxe para a mesma, um horizonte em melhorias <strong>na</strong> estrutura <strong>de</strong><br />

produção visan<strong>do</strong> reduzir os seus custos e impactos;<br />

• Objetivo – Sem dúvida com essa mudança houve um aumento <strong>de</strong><br />

competitivida<strong>de</strong> melhoran<strong>do</strong> o seu <strong>de</strong>sempenho fi<strong>na</strong>nceiro;<br />

• Percepção da variável ambiental – Hoje a empresa ainda que<br />

timidamente, está <strong>de</strong>spertan<strong>do</strong> para a dimensão ambiental como uma<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> produção.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista econômico, a aplicação <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> para a resolução <strong>do</strong> problema em foco, apresentou um<br />

resulta<strong>do</strong> muito atraente. O mérito da redução no custo anual <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong> R$ 1.340 mil é incomparável frente a um investimento <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s R$ 42<br />

mil.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

99<br />

5.2) Conclusões e Recomendações<br />

A mudança <strong>de</strong> abordagem para a resolução <strong>do</strong> problema, chamou<br />

a atenção <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s <strong>de</strong>cisões estratégicas da empresa. Do ponto <strong>de</strong><br />

vista <strong>de</strong> atendimento ao cliente superou todas as expectativas, garantin<strong>do</strong><br />

assim a manutenção <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e redução <strong>do</strong> custo <strong>de</strong> produção.<br />

Vale ressaltar que mesmo sem a exigência <strong>de</strong> uma especificação<br />

mais rígida, a solução <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> apontou resulta<strong>do</strong>s mais<br />

eficientes <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista tecnológico e mais competitivo <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista<br />

<strong>de</strong> custo <strong>de</strong> produção.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista das Estratégias Ambientais, com essa mudança<br />

no processo, os envolvi<strong>do</strong>s começaram a encarar a dimensão ambiental<br />

como uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> produção, ou seja há<br />

possibilida<strong>de</strong> em futuro próximo, a empresa passar <strong>do</strong> comportamento<br />

reativo ou <strong>de</strong>fensivo e ten<strong>de</strong>r para a característica ofensiva, com base <strong>na</strong><br />

classificação a<strong>do</strong>tada por MEREDITH (1994), discuti<strong>do</strong> em Estratégias<br />

Ambientais, no item 2.4.4.<br />

em várias frentes:<br />

Esta experiência abriu espaço para uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria<br />

a) Outros três reatores <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção também estão sen<strong>do</strong> prepara<strong>do</strong>s<br />

para a adição <strong>do</strong> promotor com o intuito <strong>de</strong> reduzir as reações<br />

secundárias;<br />

b) A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> matérias-primas, insumos e utilida<strong>de</strong>s<br />

ficaram evi<strong>de</strong>ntes para a redução <strong>do</strong> <strong>de</strong>sperdício com conseqüente<br />

redução <strong>do</strong> seu custo <strong>de</strong> produção e impactos das ativida<strong>de</strong>s industriais<br />

sobre o meio ambiente. O último Balanço Material apresenta<strong>do</strong>, retrata<br />

uma situação pontual após a mudança no processo, portanto sem uma<br />

otimização da operação das colu<strong>na</strong>s. A empresa <strong>de</strong>verá continuar com<br />

esse trabalho, ca<strong>na</strong>lizan<strong>do</strong> os seus esforços para essa melhoria. Há muita<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria nessa área;<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

100<br />

c) A adição <strong>do</strong> promotor é uma solução <strong>de</strong> mudança no processo que teve<br />

uma resposta quase que imediata <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista da compreensão da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuação <strong>na</strong> fonte. No entanto, essa solução po<strong>de</strong> ser<br />

aprimorada. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a formação <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s da reação, tais<br />

como acetais e éteres é favorecida por sítios áci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> suporte <strong>de</strong> alumi<strong>na</strong><br />

<strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r a alta temperatura da reação, é <strong>de</strong>sejável uma pesquisa<br />

para a produção <strong>de</strong> um novo catalisa<strong>do</strong>r que tenha essas vantagens;<br />

d) Todas essas vantagens estudadas neste trabalho, se constituem em<br />

subsídios bastante importantes para as futuras plantas envolven<strong>do</strong><br />

processo químico. Do ponto <strong>de</strong> vista econômico, haverá uma substancial<br />

redução no custo variável e sobretu<strong>do</strong> no custo <strong>de</strong> investimento. É<br />

imprescindível a introdução <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> Projeto para o Meio Ambiente,<br />

mais conheci<strong>do</strong> como “Design for Environment” (DfE) nos novos projetos,<br />

on<strong>de</strong> são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s fatores diversos com o objetivo <strong>de</strong> reduzir impactos<br />

ambientais e custos, buscan<strong>do</strong> a eficiência <strong>do</strong> processo e sua<br />

sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu <strong>na</strong>sce<strong>do</strong>uro;<br />

e) Apesar da compreensão momentânea <strong>do</strong>s lí<strong>de</strong>res da empresa no que<br />

tange a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> paradigma da administração <strong>de</strong><br />

produção, é preciso um aprimoramento maior <strong>na</strong> assimilação <strong>do</strong> <strong>conceito</strong><br />

e prática <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> no seu dia a dia. É preciso que esse<br />

programa seja melhor dissemi<strong>na</strong><strong>do</strong> em toda a empresa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o topo da<br />

administração até os ajudantes <strong>de</strong> opera<strong>do</strong>res. É preciso compreen<strong>de</strong>r<br />

profundamente que os velhos paradigmas da produção não respon<strong>de</strong>m<br />

mais aos novos <strong>de</strong>safios da concorrência e exigência <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

TAKAYOSHI OGATA


<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />

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