Aplicação do conceito de Produção Mais Limpa na ... - TECLIM
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />
ESCOLA POLITÉCNICA<br />
DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA<br />
MESTRADO PROFISSIONAL EM<br />
GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS<br />
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO<br />
TAKAYOSHI OGATA<br />
APLICAÇÃO DO CONCEITO DE PRODUÇÃO MAIS<br />
LIMPA NA OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE<br />
PRODUÇÃO DE ÁLCOOL BUTÍLICO<br />
SALVADOR<br />
2004
UFBA<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA<br />
ESCOLA POLITÉCNICA<br />
DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA<br />
MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E<br />
TECNOLOGIAS<br />
AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO<br />
Rua Aristi<strong>de</strong>s Novis, 02, 4º andar, Fe<strong>de</strong>ração, Salva<strong>do</strong>r BA<br />
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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
DEDICATÓRIA<br />
Ao meu pai Ogata Masatugu (in memoriam), a minha mãe Yuhiko Tsukumi<br />
Ogata, a Vito Giuseppe Gravi<strong>na</strong> (in memoriam) e a Filome<strong>na</strong> Giannuzzi<br />
Gravi<strong>na</strong> por terem me mostra<strong>do</strong> o caminho da importância da educação.<br />
Aos meus filhos, Mayumi, Mari<strong>na</strong>, Leo<strong>na</strong>r<strong>do</strong> e Nara responsáveis pela minha<br />
motivação e esperança. E, fi<strong>na</strong>lmente, <strong>de</strong>dico este trabalho à Maria Gravi<strong>na</strong><br />
Ogata, minha companheira <strong>de</strong> tantos anos pelo incentivo, paciência, amor e<br />
parceria.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
AGRADECIMENTOS<br />
Agra<strong>de</strong>ço àqueles que direta ou indiretamente colaboraram para abreviar a<br />
conclusão <strong>de</strong>ste trabalho, inicia<strong>do</strong> há <strong>do</strong>is anos.<br />
Em primeiro lugar ao meu orienta<strong>do</strong>r Prof. Dr. Emerson Andra<strong>de</strong> Sales pelo<br />
incentivo e, principalmente, pela paciente e minuciosa leitura <strong>do</strong> texto e<br />
sobretu<strong>do</strong>, pela orientação dirigida, que proporcionou a conclusão <strong>de</strong>sse<br />
trabalho tão sonha<strong>do</strong>.<br />
Aos professores <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, que não mediram esforços em nos<br />
transmitir novos conhecimentos, os quais abriram novos caminhos e<br />
horizontes para os alunos.<br />
À Teclim, pelos recursos bibliográficos que tornou disponíveis o que, sem<br />
dúvida, abreviou a busca <strong>de</strong> literatura especializada.<br />
Aos meus colegas <strong>de</strong> trabalho, engenheiros e técnicos, pela colaboração no<br />
resgate <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos primários, <strong>na</strong> simulação <strong>do</strong> processo e <strong>na</strong><br />
elaboração <strong>do</strong> balanço material. Aos meus companheiros opera<strong>do</strong>res que se<br />
empenharam <strong>na</strong> realização <strong>do</strong>s testes reais <strong>na</strong> planta elabora<strong>do</strong>s com muita<br />
<strong>de</strong>dicação e zelo.<br />
À ELEKEIROZ S.A. que me incentivou e possibilitou a conclusão <strong>de</strong>ste<br />
trabalho.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
RESUMO<br />
Esta dissertação tem como objetivo mostrar um exemplo típico <strong>de</strong> problema<br />
industrial, ocorri<strong>do</strong> numa planta <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> álcool butílico.<br />
Historicamente, a produção era realizada com especificação a<strong>de</strong>quada às<br />
necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s seus clientes. Surgiu um novo cliente com grau <strong>de</strong><br />
exigência muito maior <strong>na</strong> especificação <strong>de</strong>sse produto. No primeiro<br />
momento, a empresa a<strong>do</strong>tou como solução, a repurificação <strong>do</strong> produto para<br />
atendê-lo. Essa solução aten<strong>de</strong>u ple<strong>na</strong>mente o cliente, mas elevou o custo <strong>de</strong><br />
produção, além <strong>de</strong> geração adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> efluentes com carga orgânica<br />
elevada. A empresa já estava se preparan<strong>do</strong> para um projeto <strong>de</strong> melhorias<br />
com investimentos em <strong>de</strong>sengargalamento das colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> purificação,<br />
quan<strong>do</strong> passou a a<strong>do</strong>tar uma postura <strong>de</strong> prevenção utilizan<strong>do</strong> os <strong>conceito</strong>s<br />
<strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>. Descobriu através da pesquisa <strong>do</strong>cumental (fonte<br />
primária) e registros técnicos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, um teste realiza<strong>do</strong> com um<br />
promotor em escala piloto pelo <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> tecnologia. Esse promotor inibia a<br />
formação <strong>de</strong> reações secundárias. Com base <strong>na</strong>quele resulta<strong>do</strong>, a empresa<br />
realizou testes em escala industrial, ou seja, evoluiu mais precisamente para<br />
a mudança no processo, com o intuito <strong>de</strong> minimizar uma reação secundária<br />
in<strong>de</strong>sejável no reator, com conseqüente redução <strong>na</strong> carga orgânica <strong>do</strong>s seus<br />
efluentes. O trabalho se apóia nos <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> Controle da Poluição,<br />
Prevenção da Poluição, <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong>, <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, discute as<br />
abordagens corretivas e estratégias preventivas. Discute, também, as<br />
principais técnicas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo e <strong>de</strong> prevenção. Conceitua as Estratégias<br />
Ambientais e suas características. Para maior compreensão <strong>do</strong> problema e<br />
sua resolução, discorre sobre o esta<strong>do</strong> da arte <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> oxo-álcoois<br />
com enfoque no processo e <strong>na</strong> reação que foi otimizada. Mostra os resulta<strong>do</strong>s<br />
obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da <strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong>s <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong><br />
otimização <strong>do</strong> processo. O trabalho mostra ante ao aspecto administrativo<br />
tradicio<strong>na</strong>l pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte, as vantagens ambientais e econômicas<br />
proporcio<strong>na</strong>das pela lógica da prevenção. Conclui, este estu<strong>do</strong>, que os velhos<br />
paradigmas da administração da produção não tem mais respal<strong>do</strong> nos dias<br />
<strong>de</strong> hoje, ante à lógica da prevenção pela <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>.<br />
Palavras chave: Poluição Industrial; <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>; Tecnologias<br />
<strong>Limpa</strong>s; Otimização <strong>de</strong> Processo; <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butanol.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
ABSTRACT<br />
The object of this treatise is to <strong>de</strong>scribe a typical industrial problem occurred<br />
in a butilic alcohol production plant. Historically, production was carried out<br />
to specifications a<strong>de</strong>quate to the needs of the client. A new client came up<br />
with a much higher <strong>de</strong>gree of requirement for specifications of the product.<br />
At first, the company solved the problem by repurifying the product. The<br />
client was entirely satisfied with this solution but production costs increased<br />
not to mention an additio<strong>na</strong>l generation of ema<strong>na</strong>tions with a high organic<br />
load. The company was already preparing itself for an improvement project<br />
with investments in wi<strong>de</strong>ning of purifying columns when it started to a<strong>do</strong>pt a<br />
preventive attitu<strong>de</strong> utilizing Cleaner Production concepts. It was found<br />
through <strong>do</strong>cumentary research (primary source) and old technical registers<br />
that a test was carried out by the owner of the technology (with a promoter<br />
on a pilot scale). This promoter inhibited the formation of secondary<br />
reactions. Based on these results, the company carried out tests on an<br />
industrial scale, that is to pay, it moved precisely towards a change in the<br />
process, aimed at reducing to a minimum un<strong>de</strong>sirable secondary reactions<br />
in the reactor and as a consequence a reduction of the organic load in<br />
ema<strong>na</strong>tions. The work is supported by concepts in Pollution Control,<br />
Pollution Prevention, Clean Production and Cleaner Production. Corrective<br />
approaches and preventive strategies are examined. The main pipe-end and<br />
prevention techniques are also consi<strong>de</strong>red. Environmental strategies and<br />
their characteristics are estimated. For a better un<strong>de</strong>rstanding of the<br />
problem and its solution, state-of-the art production of oxo-alcohols is<br />
discussed with a focus on the process and the reaction that was optimized.<br />
The work shows results obtained in the study of the application of cleaner<br />
production concepts in process optimization. Prevailing traditio<strong>na</strong>l<br />
ma<strong>na</strong>gement aspects are shown as well as environmental and economic<br />
advantages through a prevention logic. This study comes to the conclusion<br />
that old production ma<strong>na</strong>gement paradigms no longer have any support in<br />
the face of the prevention logics of cleaner production.<br />
Key words: Industrial Pollution; Cleaner Production; Clean Technologies;<br />
Optimization Process; Butanol Production.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
SUMÁRIO<br />
LISTA DE FIGURAS 11<br />
LISTA DE TABELAS 12<br />
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 13<br />
INTRODUÇÃO 14<br />
Estrutura <strong>do</strong> Trabalho 17<br />
CAPITULO-1: CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA<br />
Princípios Gerais<br />
1.1 A Empresa 19<br />
1.2 Situação Problema 22<br />
CAPÍTULO-2: FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS<br />
2.1 Procedimentos Meto<strong>do</strong>lógicos 26<br />
2.2 Marco Teórico e Conceitual 28<br />
2.3 Equação Mestra e o Fator 10 29<br />
2.4 <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (PML) 33<br />
2.4.1. Abordagem Corretiva versus Estratégias Preventivas 35<br />
2.4.2. Socieda<strong>de</strong> Sustentável 38<br />
2.4.3. Técnicas para Redução da Poluição segun<strong>do</strong><br />
LAGREGA<br />
2.4.4. Estratégias Ambientais 50<br />
47<br />
CAPÍTULO-3: ESTADO DA ARTE DE PRODUÇÃO DE ÁLCOOIS<br />
3.1 <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Oxo-Álcoois 53<br />
3.2 <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s 54<br />
3.3 Processo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butanol ou Álcool Butílico 55<br />
3.3.1. - Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> Fase Vapor 56<br />
3.3.2. - Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> Fase Líquida 58<br />
3.4 Formação <strong>de</strong> Éter 61<br />
3.5 Aci<strong>de</strong>z em Catalisa<strong>do</strong>res Sóli<strong>do</strong>s 66<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
CAPÍTULO-4: APLICAÇÃO DA PML NA OTIMIZAÇÃO DE PROCESSO<br />
4.1 Levantamento da Situação Inicial 70<br />
4.1.1 - Plano <strong>de</strong> Análises 71<br />
4.1.2 - Balanço Material 71<br />
4.2 Repurificação <strong>do</strong> Produto – Solução <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo 75<br />
4.2.1 - Balanço Material 77<br />
4.3 Projeto para Aumento <strong>de</strong> Capacida<strong>de</strong> com redução no teor<br />
<strong>de</strong> butil éter<br />
4.3.1 – Base <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> 80<br />
4.3.2 – Resulta<strong>do</strong> da Avaliação 82<br />
4.4 Injeção <strong>de</strong> um Promotor – Caminhan<strong>do</strong> da solução <strong>de</strong> Fim<br />
<strong>de</strong> Tubo para a Solução Preventiva<br />
4.4.1 - Balanço Material 87<br />
4.5 Resulta<strong>do</strong> Comparativo: Fim <strong>de</strong> Tubo versus PML 91<br />
4.5.1 – Especificação <strong>do</strong> Produto Obti<strong>do</strong> 91<br />
4.5.2 – Balanço Econômico 91<br />
4.5.3 – Impacto da mudança no processo sobre o meio<br />
ambiente<br />
80<br />
84<br />
93<br />
CAPÍTULO-5: CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS<br />
5.1 Consi<strong>de</strong>rações Fi<strong>na</strong>is 95<br />
5.2 Conclusões e Recomendações 99<br />
REFERÊNCIAS 101<br />
BIBLIOGRAFIA 104<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
LISTA DE FIGURAS<br />
Figura 1 - Fluxo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> 20<br />
Figura 2 -<br />
Socieda<strong>de</strong> Sustentáveis – Do Fim <strong>do</strong> Tubo à<br />
Sustentabilida<strong>de</strong> Ambiental<br />
38<br />
Figura 3 - Tratamento <strong>de</strong> Efluentes com Colu<strong>na</strong> Esgota<strong>do</strong>ra 40<br />
Figura 4 - Sistema Linear <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> Industrial 41<br />
Figura 5 -<br />
Reforma Catalítica <strong>de</strong> Gás Natural com Recuperação<br />
Energética e <strong>de</strong> Gás Carbônico<br />
43<br />
Figura 6 - Estratégia preventiva – Visão Circular <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> 44<br />
Figura 7 -<br />
Figura 8 -<br />
Figura 9 -<br />
Figura 10 -<br />
Figura 11-<br />
Figura 12<br />
Figura 13<br />
Figura 14<br />
Técnicas para Redução da Poluição - Organograma<br />
mestre das ações para prevenção e controle da<br />
poluição, basea<strong>do</strong> em LAGREGA.<br />
Fluxograma simplifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
butanol – Hidroge<strong>na</strong>ção em Fase Vapor<br />
Fluxograma simplifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
butanol – Hidroge<strong>na</strong>ção em Fase Líquida<br />
Balanço Material <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Butanol - Antes da<br />
modificação no processo<br />
Balanço Material da Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação <strong>de</strong><br />
Butanol<br />
Efeito <strong>do</strong> promotor <strong>na</strong> redução da formação <strong>de</strong> DNBE,<br />
teste realiza<strong>do</strong> em escala piloto<br />
Formação <strong>do</strong> DNBE em função da concentração <strong>de</strong><br />
Nitrogênio Básico no Reator <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> n-<br />
butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />
Balanço Material <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Butanol - Depois<br />
da modificação no processo<br />
49<br />
57<br />
60<br />
74<br />
78<br />
85<br />
87<br />
88<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
LISTA DE TABELAS<br />
Tabela 1 - Especificação <strong>do</strong> Butanol (BuOH). 23<br />
Tabela 2 - Nova Especificação <strong>do</strong> Normal Butanol (BuOH) 24<br />
Tabela 3 -<br />
Abordagens Corretivas versus Estratégias<br />
Preventivas, segun<strong>do</strong> PENEDA.<br />
36<br />
Tabela 4 - Características das Estratégias Ambientais 52<br />
Tabela 5 - Plano <strong>de</strong> Análises 71<br />
Tabela 6 - Especificação <strong>do</strong> Butanol pelo Balanço Material 73<br />
Tabela 7 - Especificação <strong>de</strong> BuOH com Nova Especificação 75<br />
Tabela 8 -<br />
Tabela 9 -<br />
Tabela 10 -<br />
Tabela 11 -<br />
Resulta<strong>do</strong> da Simulação da Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação<br />
T5<br />
Resulta<strong>do</strong> da Simulação sem a Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />
Repurificação<br />
Resulta<strong>do</strong> da avaliação <strong>do</strong>s principais equipamentos<br />
consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a nova especificação<br />
Orçamento <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação da planta <strong>de</strong> butanol <strong>na</strong><br />
nova especificação sem a colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> repurificação<br />
76<br />
82<br />
83<br />
84<br />
Tabela 12 - Especificação <strong>do</strong> Butanol com adição <strong>do</strong> promotor 90<br />
Tabela 13 -<br />
Comparativo <strong>de</strong> Especificação Típica <strong>do</strong> Produto<br />
Obti<strong>do</strong><br />
91<br />
Tabela 14 - Balanço Econômico 92<br />
Tabela 15 -<br />
Comparativo <strong>de</strong> Especificações antes e <strong>de</strong>pois da<br />
mudança no processo<br />
97<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />
ABIQUIM – Associação Brasileira <strong>de</strong> Industria Química<br />
BM – Balanço Material<br />
BuOH – Butanol<br />
BVQI – Bureau Viritas Quality Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l<br />
CETREL – Central <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Efluentes S.A.<br />
CIQUINE ou CPQ – Ciquine Companhia Petroquímica S.A.<br />
COPENE – Companhia Petroquímica <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste S.A.<br />
DBO – Demanda Bioquímica <strong>de</strong> Oxigênio<br />
DfE – Projeto para o Meio Ambiente ou “Design for Environment”<br />
DNBE – Di-normal butil éter ou dibutil éter ou butil éter<br />
DQO – Demanda Química <strong>de</strong> Oxigênio<br />
HE – “heavy end” ou pesa<strong>do</strong>s<br />
IBAL – Iso-butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />
i-BuOH - Isobutanol<br />
LE – “light end” ou leves<br />
MS – Material em suspensão<br />
NBAL – Normal butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />
PGQB – Prêmio Gestão Qualida<strong>de</strong> Bahia<br />
PL – <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong><br />
P+L ou PML – <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong><br />
P2 ou PP – Prevenção da Poluição<br />
Q - Vazão<br />
UNEP – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente<br />
UNIDO – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial<br />
UNIB – Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Insumos Básicos<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
14<br />
INTRODUÇÃO<br />
“Raramente são os novos paradigmas que nos <strong>de</strong>spertam<br />
para transformações: a crença em transformação, a<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar e o compromisso ético, existencial<br />
e espontâneo <strong>de</strong> sermos transforma<strong>do</strong>res é que nos levam<br />
a buscar novos paradigmas”. (Demóstenes Romano Filho,<br />
Patrícia Sartini e Margarida Maria Ferreira)<br />
A poluição <strong>do</strong> meio ambiente tornou-se assunto <strong>de</strong> interesse<br />
mundial. Não ape<strong>na</strong>s os países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s vêm sen<strong>do</strong> afeta<strong>do</strong>s pelos<br />
problemas ambientais, mas também as <strong>na</strong>ções em <strong>de</strong>senvolvimento<br />
começam a sofrer os graves impactos da poluição em to<strong>do</strong>s os seguimentos<br />
da produção, seja <strong>na</strong> agricultura, nos serviços e <strong>na</strong> indústria. Isso <strong>de</strong>corre <strong>de</strong><br />
um rápi<strong>do</strong> crescimento econômico associa<strong>do</strong> à exploração <strong>de</strong> recursos<br />
<strong>na</strong>turais, alguns até então intocáveis. Na origem <strong>do</strong>s crescentes problemas<br />
provoca<strong>do</strong>s pela contami<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> meio ambiente, estão os processos <strong>de</strong><br />
produção utiliza<strong>do</strong>s para extrair matérias-primas e para transformá-las em<br />
uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos para fins <strong>de</strong> consumo em escala<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
Embora se registrem progressos no setor das técnicas <strong>de</strong> controle<br />
da poluição, para vários <strong>de</strong>sses campos da indústria <strong>de</strong> extração e <strong>de</strong><br />
transformação, ainda não se chegou a méto<strong>do</strong>s que propiciem um controle<br />
efetivo das emissões <strong>de</strong> resíduos. É inegável, porém, a urgência <strong>de</strong> serem<br />
a<strong>do</strong>tadas medidas <strong>de</strong> controle mais voltadas para a prevenção a fim <strong>de</strong> se<br />
assegurar a não ocorrência <strong>de</strong> prejuízos irreparáveis, sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong><br />
meio ambiente.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
15<br />
Mas, se há uma palavra-chave que possa caracterizar a época atual, essa<br />
palavra é mudança. Mudança sob to<strong>do</strong>s os aspectos possíveis e imagináveis:<br />
<strong>de</strong> caráter político, social, econômico, tecnológico, organizacio<strong>na</strong>l e, também,<br />
no comportamento das pessoas com relação ao meio ambiente. O que talvez<br />
mais surpreenda e choque não é ape<strong>na</strong>s a mudança <strong>do</strong>s procedimentos<br />
tradicio<strong>na</strong>is, mas como essa mudança se processa, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> profun<strong>do</strong> e<br />
radical.<br />
Conforme KIPERSTOK (1999), “a necessária velocida<strong>de</strong> com que a<br />
redução <strong>do</strong> impacto ambiental das ativida<strong>de</strong>s produtivas <strong>de</strong>ve se dar exige<br />
uma mudança <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> se pensar a relação <strong>de</strong>stas com o meio ambiente.<br />
Deve-se evoluir das práticas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo para atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prevenção da<br />
poluição. Esta mudança exige uma participação tanto <strong>do</strong> setor produtivo como<br />
das agências regula<strong>do</strong>ras”. Sem dúvida, ainda existem dificulda<strong>de</strong>s<br />
tecnológicas, econômicas, e até <strong>de</strong> informação, mas para uma mudança<br />
radical, o mais importante é a mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s das pessoas.<br />
Este trabalho tem como objetivo mostrar um exemplo típico <strong>de</strong><br />
problema <strong>na</strong> área industrial, real, que a<strong>do</strong>tou inicialmente uma solução <strong>de</strong><br />
fim <strong>de</strong> tubo, e que, evoluiu para a prevenção, mais precisamente para a<br />
mudança no processo, com o intuito <strong>de</strong> minimizar uma reação secundária<br />
in<strong>de</strong>sejável, com conseqüente redução <strong>na</strong> carga orgânica <strong>do</strong>s seus efluentes.<br />
Essa atitu<strong>de</strong> foi induzida por fatores econômicos e comerciais, mas<br />
que, aliada aos novos paradigmas da administração <strong>de</strong> produção, a<br />
abordagem <strong>do</strong> problema foi evoluin<strong>do</strong>.<br />
O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> otimização e redução <strong>de</strong> poluentes <strong>na</strong> fonte apresenta<br />
uma gran<strong>de</strong> importância não só <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista ambiental, mas econômica<br />
e social também. A acirrada competição <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> mundial com grau <strong>de</strong><br />
exigência severa <strong>na</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto, aliada ao alto custo dispendi<strong>do</strong><br />
para o tratamento <strong>do</strong>s seus efluentes e com investimentos adicio<strong>na</strong>is, por si<br />
só justifica a realização <strong>do</strong> presente trabalho, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista econômico.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
16<br />
BAAS (1996) apud KIPERSTOK(2001), salienta que “a prevenção da<br />
Poluição e minimização <strong>de</strong> resíduos representa uma mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
o foco é muda<strong>do</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> tecnologias para o controle da poluição para uma<br />
atitu<strong>de</strong> pró-ativa <strong>de</strong> prevenção ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o processo produtivo. A<br />
a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong>stas práticas converge com a viabilização econômica da produção<br />
por aliar aspectos ambientais com lucrativida<strong>de</strong> econômica”.<br />
O presente estu<strong>do</strong> tem o intuito <strong>de</strong> ser um exemplo <strong>de</strong> <strong>Aplicação</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> empresa com mudanças no processo e <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong><br />
das pessoas e põe foco no processo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Álcool Butílico produzi<strong>do</strong><br />
<strong>na</strong> Elekeiroz S.A. 1 . Cumpre ressaltar que a conceituação e o <strong>de</strong>lineamento <strong>do</strong><br />
raciocínio com relação à minimização <strong>de</strong> poluentes com conseqüente<br />
melhoria nos rendimentos da reação, po<strong>de</strong>rão ser aplica<strong>do</strong>s em qualquer<br />
processo produtivo.<br />
Sem dúvida, os <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (PML) aplica<strong>do</strong>s<br />
<strong>na</strong> solução <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> problema enriqueceram o resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong>,<br />
proporcio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> uma visão mais abrangente <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> otimização da<br />
planta. Da solução <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> processo, o resulta<strong>do</strong> foi visualiza<strong>do</strong><br />
com a utilização racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> matéria-prima, minimizan<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong><br />
reações secundárias, com a conseqüente redução <strong>de</strong> sub-produtos<br />
minimizan<strong>do</strong> a utilização <strong>de</strong> insumos, utilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>scartes <strong>de</strong> efluentes, ou<br />
seja, reduzin<strong>do</strong> em vários aspectos, o impacto ambiental.<br />
No nível empresarial, percebe-se a mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e<br />
comportamentos <strong>de</strong> gestores, propician<strong>do</strong> uma nova cultura para resolução<br />
<strong>de</strong> problemas futuros. A base cultural <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (PML) e a<br />
meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> sua aplicação absorvidas durante o Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> em<br />
Gerenciamento e Tecnologia <strong>Limpa</strong> no Processo Produtivo, foi <strong>de</strong> suma<br />
importância para o alerta e visualização <strong>do</strong>s problemas relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s ao meio<br />
ambiente.<br />
1 Anteriormente a razão social <strong>de</strong>ssa empresa era Ciquine Companhia Petroquímica. Mu<strong>do</strong>u para ELEKEIROZ<br />
S.A. em agosto/2003.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
17<br />
Espera-se que este trabalho seja <strong>de</strong> alguma forma, um referencial<br />
<strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> para as futuras gerações <strong>de</strong> técnicos e<br />
engenheiros da empresa.<br />
Estrutura <strong>do</strong> trabalho<br />
A dissertação está dividida em cinco capítulos. O primeiro trata da<br />
caracterização <strong>do</strong> problema industrial, das principais questões que foram<br />
abordadas e relevantes para o seu equacio<strong>na</strong>mento, bem como <strong>do</strong>s<br />
princípios gerais que foram a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s.<br />
O segun<strong>do</strong> capítulo <strong>de</strong>screve os fundamentos teóricos e<br />
meto<strong>do</strong>lógicos que norteiam a condução <strong>do</strong> problema em foco. Os <strong>conceito</strong>s<br />
<strong>de</strong> Controle da Poluição, Prevenção da Poluição, <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong>, <strong>Produção</strong><br />
<strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, são discuti<strong>do</strong>s mediante o enfoque <strong>de</strong> abordagens corretivas<br />
versus estratégias preventivas. A<strong>na</strong>lisa as principais técnicas <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo<br />
e <strong>de</strong> prevenção. Conceitua as estratégias ambientais e suas características.<br />
O capítulo terceiro discorre sobre o esta<strong>do</strong> da arte <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> oxoálcoois<br />
com enfoque no processo e <strong>na</strong> reação que foi otimizada. Explica<br />
também o mecanismo das reações secundárias.<br />
O quarto capítulo mostra os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da <strong>Aplicação</strong> da<br />
<strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo, simulação <strong>de</strong> processo, e<br />
os testes reais em operação da planta com um promotor. <strong>Mais</strong><br />
especificamente, mostra a simulação <strong>de</strong> operação modificada com os novos<br />
equipamentos (abordagem <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo), balanços materiais da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
produção <strong>de</strong> butanol, antes <strong>de</strong> qualquer intervenção e após a instalação <strong>de</strong><br />
novos equipamentos; testes reais <strong>de</strong> operação da planta com o uso <strong>de</strong> um<br />
promotor reacio<strong>na</strong>l (abordagem <strong>de</strong> PML) e balanço material completo <strong>de</strong>sta<br />
nova situação. No fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>ste capítulo, foi realizada uma análise comparativa<br />
das soluções <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo com a <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, envolven<strong>do</strong><br />
aspecto econômico e ambiental.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
18<br />
O quinto capítulo trata das consi<strong>de</strong>rações fi<strong>na</strong>is e das perspectivas<br />
futuras: discussão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes, discussão da aplicação <strong>do</strong>s<br />
<strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, conclusões e recomendações.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
19<br />
CAPÍTULO 1<br />
CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA – Princípios Gerais<br />
“O mun<strong>do</strong> não vai superar sua crise atual usan<strong>do</strong> o<br />
mesmo pensamento que criou essa situação.”<br />
Albert Einstein<br />
1.1) A Empresa<br />
A Elekeiroz é uma empresa <strong>de</strong> segunda geração que produz<br />
produtos petroquímicos intermediários e tem como objetivo social a<br />
industrialização e a comercialização <strong>de</strong> produtos petroquímicos e<br />
plastificantes em geral, localizada em três regiões: a matriz em Várzea<br />
Paulista em São Paulo, uma planta em Taubaté, S.P. e um conjunto <strong>de</strong><br />
plantas no Complexo Básico <strong>do</strong> Pólo Petroquímico <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, no Município<br />
<strong>de</strong> Camaçari, Bahia. Neste trabalho, enfocaremos ape<strong>na</strong>s as plantas<br />
localizadas em Camaçari, BA.<br />
As plantas da Elekeiroz Camaçari, são responsáveis pela produção<br />
<strong>de</strong> Oxo-Álcoois, Anidri<strong>do</strong> Ftálico, Áci<strong>do</strong> Fumárico e Plastificantes Ftálicos ,<br />
conforme o Fluxo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong>, mostra<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-1, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a<br />
uma produção <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 280 mil t/ano <strong>de</strong> produtos químicos e<br />
petroquímicos, o que coloca a empresa como uma das maiores em volume <strong>de</strong><br />
produção no Pólo Petroquímico <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste e oferece uma diversificada<br />
gama <strong>de</strong> produtos.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
20<br />
MATERIAS PRIMAS<br />
ELEKEIROZ<br />
N<br />
A<br />
F<br />
T<br />
A<br />
PROPENO<br />
ALCOOIS<br />
SOLVENTES<br />
LUBRICANTES<br />
COMPOSTOS<br />
SAPATOS<br />
BRINQUEDOS<br />
BRASKEM<br />
ORTO-<br />
XILENO<br />
ANIDRIDO<br />
FTÁLICO<br />
PLASTIFICANTES<br />
TINTAS<br />
RESINAS<br />
POLIESTER<br />
EFLUENTES<br />
ADESIVOS<br />
RESINAS<br />
POLIESTER<br />
BENZENO<br />
ANIDRIDO<br />
MALEICO<br />
ÁCIDO<br />
FUMARICO<br />
TINTAS<br />
RESINAS<br />
POLIESTER<br />
ADESIVOS<br />
Figura-1: Fluxo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong><br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
21<br />
Fabrica<strong>do</strong>s em um Complexo <strong>de</strong> Plantas, os Oxo-Álcoois<br />
produzi<strong>do</strong>s <strong>na</strong> Elekeiroz Camaçari, são o Octanol (2-etil-hexanol), o Butanol<br />
e o Iso Butanol, utilizan<strong>do</strong> como matérias-primas o Propeno e o Gás Natural.<br />
A produção total <strong>de</strong>sses álcoois é <strong>de</strong> 120.000 t/ano.<br />
Da associação <strong>de</strong>sses três produtos com o Anidri<strong>do</strong> Ftálico, surgem<br />
os Plastificantes Ftálicos, cuja capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção da empresa é <strong>de</strong> 100<br />
mil t/ano. O Anidri<strong>do</strong> Ftálico, com produção <strong>de</strong> 36 mil t/ano, é o anidri<strong>do</strong><br />
mais utiliza<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, em função <strong>de</strong> sua diversificada aplicação. A<br />
matéria-prima principal é o Ortoxileno, adquiri<strong>do</strong> da Copene 2 e transporta<strong>do</strong><br />
através <strong>de</strong> dutovia para a Elekeiroz.<br />
Outro produto da empresa é o Áci<strong>do</strong> Fumárico, produzi<strong>do</strong> com<br />
tecnologia própria a partir <strong>do</strong> Áci<strong>do</strong> Maleico, oriun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s efluentes da Planta<br />
<strong>de</strong> Anidri<strong>do</strong> Ftálico. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção é <strong>de</strong> 1,2 mil t/ano.<br />
O maior faturamento da empresa vem da produção <strong>de</strong> Oxo-<br />
Álcoois, com duas plantas em operação. As plantas <strong>de</strong> oxo-álcoois foram<br />
instaladas em duas fases temporais distintas: A primeira, com início <strong>de</strong><br />
operação em 1973, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da <strong>de</strong> Planta-1, atualmente produz o Butanol e<br />
o Iso Butanol e, a segunda, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da <strong>de</strong> Planta-2, com início <strong>de</strong> operação<br />
em 1984, on<strong>de</strong> se produz o Octanol.<br />
Os efluentes das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Anidri<strong>do</strong> Ftálico e Plastificantes<br />
Ftálicos são áci<strong>do</strong>s que se juntam com os efluentes das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Álcoois<br />
(efluentes básicos), realizan<strong>do</strong> um pré-tratamento, antes <strong>de</strong> seguir para a<br />
CETREL 3 .<br />
É consi<strong>de</strong>rada empresa <strong>de</strong> médio porte no âmbito da sua força <strong>de</strong><br />
trabalho. Em produção <strong>de</strong> oxo-álcoois é a principal empresa da América<br />
Lati<strong>na</strong>, a única <strong>do</strong> Brasil e a maior empresa <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em Plastificantes.<br />
2 Copene – Companhia Petroquímica <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, é uma empresa <strong>do</strong> Pólo Petroquímico <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste,<br />
fornece<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> matérias-primas e utilida<strong>de</strong>s, para as empresas <strong>do</strong> Complexo Básico. À partir <strong>de</strong> 2003, a<br />
COPENE passou a chamar-se UNIB, Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Insumos Básicos da BRASKEM S.A.<br />
3 Cetrel – Central <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Efluentes, é uma empresa <strong>do</strong> Pólo Petroquímico <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, responsável<br />
por tratamento <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os efluentes gera<strong>do</strong>s no Pólo, antes da sua disposição fi<strong>na</strong>l.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
22<br />
A empresa foi certificada <strong>na</strong> Norma ISO 9002 pela BVQI, em 1996,<br />
ten<strong>do</strong> nesse perío<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> amadurecimento nos processos<br />
requeri<strong>do</strong>s e introduzi<strong>do</strong> inúmeras melhorias no sistema.<br />
Em 1996, implantou o Sistema <strong>de</strong> Gestão pela Qualida<strong>de</strong> Total,<br />
incorporan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os processos e programas da empresa volta<strong>do</strong>s para a<br />
qualida<strong>de</strong>.<br />
Em 1999 e 2000, foi avaliada através <strong>do</strong>s critérios <strong>do</strong> Prêmio<br />
Gestão Qualida<strong>de</strong> Bahia (PGQB), sen<strong>do</strong> premiada com Diploma e Placa,<br />
respectivamente.<br />
Cumpre as legislações fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal no tocante a<br />
Legislação Ambiental. Transcen<strong>de</strong> às exigências legais, por conta <strong>de</strong> sua<br />
participação no Programa <strong>de</strong> Atuação Responsável, li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pela Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Indústria Química (ABIQUIM), para, através das práticas<br />
gerenciais nele estabelecidas, melhorar continuamente o seu <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong> segurança , saú<strong>de</strong> ocupacio<strong>na</strong>l e meio ambiente.<br />
1.2) Situação Problema<br />
O presente trabalho foi realiza<strong>do</strong> <strong>na</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Oxo-<br />
Álcoois, especificamente <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> Normal Butanol da Elekeiroz,<br />
situada em Camaçari, Bahia.<br />
O Normal Butanol (BuOH) ou simplesmente Butanol, é produzi<strong>do</strong><br />
<strong>na</strong> Planta-1, através da hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Normal Butil Al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> (NBAL) num<br />
reator catalítico <strong>de</strong> leito fixo, objeto <strong>do</strong> nosso estu<strong>do</strong>. O NBAL e o solvente<br />
(com uma parte <strong>do</strong> BuOH que é reciclada) são envia<strong>do</strong>s, em uma relação<br />
<strong>de</strong>finida, ao reator R. Lá ocorre a reação <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> presença <strong>de</strong><br />
catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> níquel/cromo suporta<strong>do</strong> em alumi<strong>na</strong>, geran<strong>do</strong> o BuOH cru.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
23<br />
CH 3 CH 2 CH 2 CHO + H 2<br />
n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />
(NBAL)<br />
CH 3 CH 2 CH 2 COH<br />
n-butanol<br />
(BuOH)<br />
Além <strong>do</strong> produto principal, ocorrem reações secundarias, geran<strong>do</strong><br />
compostos in<strong>de</strong>sejáveis, tais como, iso-butanol (i-BuOH), dibutil éter (DNBE)<br />
e produtos pesa<strong>do</strong>s. O fluxo proveniente <strong>do</strong> reator <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção é então<br />
envia<strong>do</strong> para a Seção <strong>de</strong> Purificação <strong>do</strong> produto da reação.<br />
Da Seção <strong>de</strong> Purificação, o Butanol é extraí<strong>do</strong> com a seguinte<br />
especificação, constante no catálogo comercial da empresa:<br />
Tabela–1 - Especificação <strong>do</strong> Butanol (BuOH).<br />
ESPECIFICAÇÃO ATUAL<br />
BuOH - PUREZA<br />
i-BuOH - Iso Butanol<br />
DNBE – Di Butil Eter<br />
99,30 % P min.<br />
0,20 % P máx<br />
3000 ppm máx.<br />
Fonte: Elaboração própria com base no catálogo Elekeiroz Camaçari.<br />
Até mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2001, essa especificação atendia a 100% <strong>do</strong>s<br />
clientes. Com a chegada <strong>de</strong> um novo cliente multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o mesmo exigiu<br />
uma especificação mais rigorosa com a pureza mínima <strong>de</strong> Butanol <strong>de</strong><br />
99,70%, teor <strong>de</strong> Iso-Butanol <strong>de</strong> 0,10% máximo e teor <strong>de</strong> DNBE máximo <strong>de</strong><br />
200 ppm. Além disso, o referi<strong>do</strong> cliente entrou com o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> importação<br />
ao governo brasileiro, referente ao mesmo produto produzi<strong>do</strong> <strong>na</strong> sua matriz<br />
no exterior, solicitan<strong>do</strong> isenção <strong>do</strong>s impostos <strong>de</strong> importação, que <strong>na</strong> época<br />
eram cerca <strong>de</strong> 15%. A alegação era <strong>de</strong> que a Elekeiroz não teria capacida<strong>de</strong><br />
técnica para cumprir a exigência da especificação solicitada. O órgão<br />
competente <strong>do</strong> governo conce<strong>de</strong>u para a empresa, um prazo <strong>de</strong> 3 meses para<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
24<br />
a <strong>de</strong>vida solução, sob pe<strong>na</strong> <strong>de</strong> aprovar a importação <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> produto com<br />
imposto reduzi<strong>do</strong>.<br />
Tabela 2 – Nova Especificação <strong>do</strong> Butanol (BuOH).<br />
ESPECIFICAÇÃO<br />
ATUAL<br />
ANÁLISE<br />
TÍPICA<br />
NOVA<br />
ESPECIFICAÇÃO<br />
BuOH - PUREZA 99,30 % P min. 99,65% P 99,70% P<br />
i-BuOH - Iso Butanol 0,20 % P máx 0,06% P 0,10% P<br />
DNBE – Di Butil Eter 3000 ppm máx. 2000 ppm 200 ppm<br />
Fonte: Elabora<strong>do</strong> pelo autor<br />
Ocorre que a Elekeiroz para aten<strong>de</strong>r o novo cliente, já havia<br />
realiza<strong>do</strong> investimento parcial <strong>de</strong> <strong>de</strong>sengargalamento, com adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />
18.000 t/ano em al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s, representan<strong>do</strong> 15% da sua capacida<strong>de</strong> anterior,<br />
mas sem levar em conta a exigência da qualida<strong>de</strong> restritiva. Aten<strong>de</strong>r a nova<br />
especificação implicaria em reduzir a produção, ou seja, o investimento<br />
realiza<strong>do</strong> tor<strong>na</strong>ria sem efeito ou investiria em <strong>de</strong>sengargalamento das<br />
colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação. Por outro la<strong>do</strong>, conseguir manter esse cliente seria<br />
questão <strong>de</strong> sobrevivência da empresa, face às dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>.<br />
A empresa mobilizou o seu corpo técnico para a<strong>na</strong>lisar o problema<br />
e encontrou algumas soluções que po<strong>de</strong>riam aten<strong>de</strong>r à especificação exigida.<br />
Colocou em teste a solução mais rápida, a qualquer custo, isto é,<br />
repurifican<strong>do</strong> o produto fi<strong>na</strong>l em uma colu<strong>na</strong> ociosa já instalada <strong>na</strong> planta: a<br />
Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação <strong>do</strong> Butanol. Foram realizadas várias simulações <strong>de</strong><br />
processo, chegan<strong>do</strong>-se a conclusão <strong>de</strong> que, com peque<strong>na</strong> modificação nos<br />
equipamentos e tubulações, seria possível chegar ao intento.<br />
Foi colocada em operação a colu<strong>na</strong> estudada, obten<strong>do</strong> sucesso com<br />
a repurificação <strong>do</strong> produto, atingin<strong>do</strong>-se a especificação exigida pelo cliente,<br />
no entanto, a um custo <strong>de</strong> produção oneroso e, também, com aumento <strong>de</strong><br />
efluentes. É típico da solução <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo (“end of pipe”). Por pressão <strong>do</strong><br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
25<br />
merca<strong>do</strong>, a empresa a<strong>do</strong>tou, temporariamente, esta solução, apesar da<br />
consciência em torno da causa econômica e ambiental.<br />
Também, com a <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e aten<strong>de</strong>r o novo cliente, a<br />
empresa teria que aumentar a capacida<strong>de</strong> das colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação<br />
investin<strong>do</strong> em modificações das mesmas. Lembran<strong>do</strong> que quanto maior a<br />
produção maior será também a geração <strong>de</strong> DNBE, portanto, essas colu<strong>na</strong>s<br />
teriam que absorver maior fluxo <strong>na</strong> alimentação e ter maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
separação.<br />
Enquanto produzia o produto especial para o novo cliente, neste<br />
trabalho buscou-se também, uma solução tecnológica mais racio<strong>na</strong>l que<br />
tivesse uma melhoria não só econômica, mas ambiental também.<br />
KIPERSTOK (1999, p.45-51) afirma que “<strong>do</strong>is elementos po<strong>de</strong>m contribuir<br />
para uma aceleração <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> melhoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho ambiental no<br />
âmbito das empresas: a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar mudanças tecnológicas que<br />
impliquem em concomitantes reduções <strong>de</strong> custos (isto é, ganhar dinheiro a<br />
partir da redução da geração <strong>de</strong> resíduos); e, o esclarecimento <strong>do</strong> ritmo <strong>de</strong><br />
melhoria necessário para tor<strong>na</strong>r o processo ambientalmente sustentável”.<br />
Nessa busca <strong>de</strong> novos <strong>conceito</strong>s, os novos paradigmas da <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong><br />
<strong>Limpa</strong> e Tecnologia <strong>Limpa</strong> absorvi<strong>do</strong>s no Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>, foram <strong>de</strong>cisivos<br />
para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />
Nesta pesquisa rea<strong>na</strong>lisou-se os seus trabalhos, procuran<strong>do</strong><br />
soluções tecnológicas, resgatan<strong>do</strong> notas <strong>de</strong> reuniões técnicas <strong>do</strong> passa<strong>do</strong><br />
com os técnicos <strong>do</strong> <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> NBAL, a<br />
Mitsubishi Chemical Corporation 4 . A injeção <strong>de</strong> compostos orgânicos<br />
funcio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> como promotores, foi i<strong>de</strong>ntificada como uma das soluções para<br />
minimizar a formação <strong>de</strong> compostos pesa<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ntre eles o dibutil éter<br />
(DNBE), ou simplesmente butil éter.<br />
4 A Mitsubishi Chemical Corporation é uma empresa japonesa e uma das maiores empresas petroquímicas<br />
mundiais. É também <strong>de</strong>tentora <strong>do</strong> “know-how” <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> oxo álcoois utiliza<strong>do</strong> pela Elekeiroz.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
26<br />
CAPÍTULO 2–<br />
FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS<br />
“Nunca duvi<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um pequeno grupo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s cidadãos para mudar os rumos <strong>do</strong> Planeta. Na<br />
verda<strong>de</strong>, eles são a única esperança <strong>de</strong> que isto possa<br />
ocorrer.”<br />
Margareth Mead<br />
2.1) Procedimentos Meto<strong>do</strong>lógicos<br />
Este trabalho foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s seguintes procedimentos<br />
meto<strong>do</strong>lógicos, que constaram <strong>de</strong> cinco etapas:<br />
A primeira etapa consistiu <strong>na</strong> pesquisa <strong>do</strong>cumental (fontes<br />
primárias) e levantamento bibliográfico (fontes secundárias), referentes aos<br />
estu<strong>do</strong>s que dão suporte teórico a esta pesquisa. Nas fontes primárias<br />
buscou-se <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> arquivos particulares <strong>do</strong> autor <strong>de</strong>ste trabalho,<br />
anotações <strong>de</strong> visitas às plantas industriais no exterior, busca <strong>de</strong> registros<br />
técnicos e da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> testes realiza<strong>do</strong>s em escala piloto. No levantamento<br />
bibliográfico, tratou-se <strong>de</strong> conhecer os <strong>conceito</strong>s e as visões sobre o controle<br />
<strong>na</strong> fonte, principalmente a <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (PML) que, nos últimos<br />
anos, vem toman<strong>do</strong> impulso e um <strong>de</strong>staque especial <strong>na</strong> gestão <strong>de</strong><br />
administração <strong>de</strong> produção fazen<strong>do</strong> compreen<strong>de</strong>r com que os antigos<br />
paradigmas <strong>na</strong> gestão industrial não consigam se manter nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />
A segunda etapa consistiu <strong>na</strong> realização da simulação <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o<br />
sistema <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> e sua purificação, utilizan<strong>do</strong> um<br />
programa <strong>de</strong> simulação <strong>de</strong> processo PDPlus. As simulações das condições <strong>de</strong><br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
27<br />
operação antes da mudança <strong>do</strong> processo já existiam, os quais foram<br />
complementa<strong>do</strong>s com novas simulações das condições após a mudança no<br />
processo.<br />
A terceira etapa refere-se a realização <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> campo com o<br />
objetivo <strong>de</strong> conseguir informações e conhecimentos acerca <strong>do</strong> problema. A<br />
pesquisa <strong>de</strong> campo a<strong>do</strong>tada, insere-se <strong>na</strong> categoria experimental que<br />
consiste em investigação <strong>de</strong> pesquisa empírica cujo objetivo principal foi a<br />
confirmação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste em escala piloto.<br />
O teste propriamente dito, partiu <strong>de</strong> uma situação real <strong>na</strong><br />
empresa, cujos resulta<strong>do</strong>s foram colhi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma criteriosa <strong>na</strong> própria<br />
planta comercial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> butanol, utilizan<strong>do</strong> toda a conceituação da<br />
Operação Evolucionária, mais conhecida como EVOP (Evolutio<strong>na</strong>ry<br />
Operation). Como a EVOP se aplica a um processo industrial em pleno<br />
funcio<strong>na</strong>mento, qualquer perturbação <strong>de</strong>ve ser feita com muita cautela, para<br />
não se correr o risco <strong>de</strong> fabricar um produto não <strong>de</strong>sejável ou causar<br />
problemas operacio<strong>na</strong>is graves.<br />
Conforme BARROS NETO (2001), a EVOP ... “é muito diferente <strong>de</strong><br />
um planejamento experimental feito em laboratório, on<strong>de</strong> os fatores po<strong>de</strong>m ser<br />
varia<strong>do</strong>s à vonta<strong>de</strong>, não importan<strong>do</strong> muito se o produto fi<strong>na</strong>l prestará ou não.<br />
Na operação evolucionária, ao contrário, o que estamos buscan<strong>do</strong> é um ajuste<br />
fino. To<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong> é pouco. As perturbações, além <strong>de</strong> suaves, <strong>de</strong>vem ser<br />
realizadas <strong>de</strong> forma cuida<strong>do</strong>samente planejada, para que seja possível extrair<br />
<strong>de</strong>las alguma informação útil”. Portanto, foi <strong>de</strong> suma importância a busca da<br />
melhor <strong>do</strong>sagem, <strong>do</strong>s insumos e ponto <strong>de</strong> operação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu início.<br />
A quarta etapa <strong>do</strong> trabalho foi a montagem <strong>do</strong> Balanço Material da<br />
unida<strong>de</strong>, antes da mudança no processo, da Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação <strong>do</strong><br />
produto e por fim <strong>do</strong> sistema após a mudança no processo.<br />
Com base <strong>na</strong>s quatro etapas anteriores, a quinta e última etapa<br />
tratou <strong>de</strong> consolidar e a<strong>na</strong>lisar os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, realizan<strong>do</strong> um resumo<br />
comparativo das duas soluções a<strong>do</strong>tadas, a <strong>do</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo e da <strong>Produção</strong><br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
28<br />
<strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>. Nessa última etapa foram inseridas também as conclusões da<br />
pesquisa e as perspectivas futuras.<br />
2.2) Marco Teórico e Conceitual<br />
O rápi<strong>do</strong> crescimento econômico e a resultante expansão da<br />
estrutura industrial no mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>, tem si<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong>s por gran<strong>de</strong>s<br />
consumos <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais. O estilo <strong>de</strong> vida das pessoas mu<strong>do</strong>u<br />
também em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> com o advento da chamada socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
“consumo em massa”, como simboliza a popularização <strong>do</strong>s veículos a motor.<br />
Estes fatores tem também contribuí<strong>do</strong> para a consi<strong>de</strong>rável ruptura <strong>do</strong><br />
equilíbrio ambiental nos últimos anos.<br />
A inserção <strong>de</strong> substâncias tóxicas <strong>na</strong> ca<strong>de</strong>ia alimentar representa<br />
uma ameaça <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio ambiental. A origem <strong>do</strong>s contami<strong>na</strong>ntes po<strong>de</strong><br />
ser: lixiviamento <strong>de</strong> solos agrícolas, água subterrânea contami<strong>na</strong>da, água <strong>de</strong><br />
sedimentos contami<strong>na</strong><strong>do</strong>s, córregos urbanos, <strong>de</strong>scargas atmosféricas,<br />
<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos, resíduos industriais, esgoto <strong>do</strong>méstico e <strong>de</strong>pósitos<br />
<strong>de</strong> lixo. (KIPERSTOK et al, 2002).<br />
A divulgação <strong>do</strong>s problemas causa<strong>do</strong>s com gran<strong>de</strong>s aci<strong>de</strong>ntes<br />
ecológicos e com o conseqüente aumento da consciência ambiental da<br />
socieda<strong>de</strong> <strong>na</strong>s últimas décadas, têm revela<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s pressões nos setores<br />
produtivos, pela proteção ao meio ambiente. A legislação ambiental tem se<br />
tor<strong>na</strong><strong>do</strong> gradativamente mais restritiva em relação à manipulação e geração<br />
<strong>de</strong> produtos tóxicos e perigosos e à restituição <strong>de</strong> resíduos à <strong>na</strong>tureza.<br />
Tem aumenta<strong>do</strong> a responsabilida<strong>de</strong> civil e crimi<strong>na</strong>l das empresas,<br />
<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista legal, ante o reconhecimento <strong>do</strong> risco relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> com<br />
<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das ativida<strong>de</strong>s. A Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988, no inciso 3 o . <strong>do</strong><br />
artigo 225, no Capítulo <strong>do</strong> Meio Ambiente, <strong>de</strong>fine que a pessoa jurídica é<br />
passível <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> civil, administrativa e pe<strong>na</strong>l. A partir <strong>de</strong> então,<br />
não somente as pessoas físicas po<strong>de</strong>m ser pe<strong>na</strong>lizadas, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
29<br />
crimi<strong>na</strong>l, mas também as pessoas jurídicas. Em fevereiro <strong>de</strong> 1998, a Lei n.<br />
9.605 <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1998, que trata <strong>do</strong>s crimes ambientais, estabelece<br />
com rigor as pe<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s, <strong>na</strong> área crimi<strong>na</strong>l e administrativa, para as pessoas<br />
jurídicas. Segun<strong>do</strong> SHEN (1995) apud MARINHO (2001, p.52), “... como<br />
conseqüência, os custos <strong>do</strong>s procedimentos <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo para aten<strong>de</strong>r as<br />
essas exigências, tem se tor<strong>na</strong><strong>do</strong> igualmente crescentes assim como os riscos<br />
fi<strong>na</strong>nceiros relativos a não conformida<strong>de</strong> com a legislação, recuperação ou<br />
in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> danos”.<br />
O marco teórico e conceitual <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> se apóia nos <strong>conceito</strong>s<br />
<strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>. Sem dúvida, este marco teórico é o que existe <strong>de</strong><br />
mais atual no que diz respeito à prevenção da <strong>de</strong>gradação ambiental <strong>na</strong> fonte<br />
e, porque não dizer, <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> produção competitiva.<br />
Para dar embasamento às modificações <strong>de</strong> processo, recorreu-se<br />
também aos registros técnicos, relatórios corporativos, notas <strong>de</strong> reuniões,<br />
manuais <strong>de</strong> operação e <strong>de</strong> processo, projetos básicos e <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s da planta<br />
<strong>de</strong> processo, visan<strong>do</strong> dar uma <strong>de</strong>scrição clara <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
oxo-álcoois da empresa, mais especificamente <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
butanol.<br />
2.3) A Equação Mestra e o Fator 10<br />
Com o rápi<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento industrial no mun<strong>do</strong>, trouxe para a<br />
humanida<strong>de</strong> muito conforto e bem estar. Mas essa transformação trouxe<br />
também questio<strong>na</strong>mentos quanto ao uso exagera<strong>do</strong> <strong>do</strong>s recursos <strong>na</strong>turais<br />
limita<strong>do</strong>s. A velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>sses recursos com transformações <strong>de</strong><br />
matérias-primas para o produto fi<strong>na</strong>l é sempre questio<strong>na</strong>da pelos vários<br />
seguimentos da socieda<strong>de</strong>.<br />
Mas, o questio<strong>na</strong>mento que se faz é on<strong>de</strong> está o vilão da história?<br />
Imediatamente, a mente das pessoas voltam-se para a indústria. No entanto,<br />
será que somente a fase <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> um produto <strong>na</strong> indústria é que<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
30<br />
causa o impacto ambiental? Será que a fase da extração das matériasprimas,<br />
como minérios, petróleo ou carvão não causam maior ou menor<br />
impacto <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza? E a fase <strong>de</strong> distribuição, <strong>de</strong>stino fi<strong>na</strong>l ou mesmo a<br />
socieda<strong>de</strong> consumista não causa maior impacto ao meio ambiente? Quan<strong>do</strong><br />
se questio<strong>na</strong> a quantida<strong>de</strong> e a disposição fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> lixo industrial e também<br />
lixo <strong>do</strong>méstico, certamente o comportamento <strong>do</strong> consumo das pessoas, tem<br />
muito a ser a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong>. A<strong>do</strong>tar soluções econômica e ecologicamente<br />
sustentáveis, tor<strong>na</strong>r as empresas ecoeficientes, implica numa mudança<br />
radical <strong>de</strong> comportamentos e atitu<strong>de</strong>s tanto <strong>do</strong>s produtores, como das<br />
pessoas.<br />
Uma abordagem freqüente para estimar o impacto das ativida<strong>de</strong>s<br />
huma<strong>na</strong>s sobre o ambiente é o Fator 10.<br />
O Fator 10 é um <strong>conceito</strong> relativamente novo, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> com<br />
base <strong>na</strong> equação mestra (Master Equation) <strong>de</strong> impacto ambiental:<br />
“Impacto ambiental = (população) X (PIB/pessoa) X (impacto<br />
ambiental/unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> PIB)”<br />
É um <strong>conceito</strong> utiliza<strong>do</strong> por GRAEDEL e ALLENBY (1998, p.8) que<br />
incentiva o aumento da eficiência <strong>na</strong>s questões ambientais, econômicas e<br />
sociais da produção e consumo em 10 vezes em 50 anos. Este <strong>conceito</strong> é<br />
divulga<strong>do</strong> para chamar a atenção da socieda<strong>de</strong> para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
aumentar o ritmo da melhoria <strong>do</strong> aproveitamento <strong>do</strong>s recursos <strong>na</strong>turais,<br />
uma vez que são limita<strong>do</strong>s.<br />
A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> a referida equação, o primeiro e o segun<strong>do</strong> fator<br />
chamam a atenção da socieda<strong>de</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> controle da população e <strong>de</strong><br />
renda per capta.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
31<br />
O primeiro fator, a população mundial, continua crescen<strong>do</strong><br />
rapidamente, ainda que a taxa <strong>de</strong> crescimento venha se reduzin<strong>do</strong> nos<br />
últimos anos. Apesar da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se elaborar previsões, tem si<strong>do</strong><br />
consi<strong>de</strong>rada como razoável a estimativa <strong>de</strong> um pico <strong>de</strong> população da or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> 10 a 12 bilhões <strong>de</strong> pessoas até a meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XXI, o que significa<br />
que o primeiro fator da equação será multiplica<strong>do</strong> por 2, nesse perío<strong>do</strong>. O<br />
segun<strong>do</strong> fator <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> conhecimento <strong>de</strong> que o aumento da renda per<br />
capita , ainda que esta não implique necessariamente em elevação da<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida para to<strong>do</strong>s, tem implica<strong>do</strong> <strong>na</strong> elevação proporcio<strong>na</strong>l da<br />
pressão sobre o ambiente ou até em uma proporção maior. À revelia das<br />
<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre países e indivíduos, a tendência pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte é <strong>de</strong><br />
aumento da renda per capita <strong>na</strong> maior parte <strong>do</strong> globo. Estimativas<br />
grosseiras sugerem uma elevação da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 3 a 5 vezes nos próximos 50<br />
anos. (GRAEDEL e ALLENBY, 1998).<br />
O terceiro fator é o único que, ao menos no curto prazo, po<strong>de</strong> ser<br />
significativamente reduzi<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico. Com as<br />
projeções acima, a redução precisaria ser <strong>de</strong> 6 a 10 vezes, no mesmo<br />
intervalo, para que seja manti<strong>do</strong> o impacto ambiental <strong>de</strong> hoje. Entretanto,<br />
como o grau atual <strong>do</strong>s impactos já é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> insustentável por muitos, o<br />
terceiro fator, eventualmente, precisaria sofrer uma redução <strong>de</strong> 20 a 50<br />
vezes, para assegurar a sustentabilida<strong>de</strong>. (GRAEDEL e ALLENBY, 1998<br />
p.16). Este fator, impacto ambiental provoca<strong>do</strong> por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção, é<br />
da responsabilida<strong>de</strong> direta <strong>do</strong>s setores produtivos.<br />
Diante <strong>de</strong>ssas consi<strong>de</strong>rações, resulta a idéia <strong>de</strong> um Fator X, como<br />
a razão necessária <strong>de</strong> redução <strong>do</strong> impacto ambiental por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto<br />
para garantir a estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> planeta. As hipóteses quanto ao valor X, tem<br />
varia<strong>do</strong> entre 4 e 10, em função <strong>de</strong> diferentes previsões <strong>de</strong> crescimento <strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong>is primeiros fatores da equação, pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>n<strong>do</strong> o Fator 10. (SHIMIDT-<br />
BLEEK; GRAEDEL ALLEMBY; O’RIORDAN, 1997, 1998, 2000 apud<br />
MARINHO, 2001).<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
32<br />
Este <strong>conceito</strong> é muito interessante <strong>na</strong> medida em que chama a<br />
atenção <strong>do</strong>s perigos incontroláveis levan<strong>do</strong> à <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> meio ambiente e<br />
à conseqüente piora <strong>na</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida provocada pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />
acelera<strong>do</strong> <strong>de</strong> novos produtos e <strong>de</strong>senfrea<strong>do</strong> consumo <strong>do</strong>s mesmos nos países<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s.<br />
Existem países sem nenhum controle populacio<strong>na</strong>l, à beira <strong>do</strong><br />
caos, com pouquíssimos recursos econômicos como a África e Índia, mas há<br />
também países como o Japão, pobre <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais e, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às<br />
dificulda<strong>de</strong>s vivida no pós segunda guerra, o próprio Esta<strong>do</strong> se encarregou<br />
<strong>de</strong> conscientizar a população sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> não <strong>de</strong>sperdício.<br />
Atualmente, <strong>na</strong>quele país, o lançamento <strong>do</strong>s efluentes é<br />
extremamente questio<strong>na</strong><strong>do</strong> e limita<strong>do</strong> através <strong>de</strong> uma legislação rigorosa.<br />
Existem empresas como a Mitsubishi Chemical Corp., que está empenhada<br />
em mudança e otimização <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> plantas antigas, que conseguiu<br />
uma redução drástica <strong>de</strong> seus efluentes em 1/10 em 10 anos (Planta <strong>de</strong><br />
Hidroformilação <strong>de</strong> Olefi<strong>na</strong>s), fato observa<strong>do</strong> pessoalmente por este autor<br />
<strong>na</strong>quela empresa.<br />
No entanto, nem sempre os setores produtivos daquele país agiram<br />
assim. A Baía <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>mata que o diga, com a contami<strong>na</strong>ção da baía por<br />
mercúrio lança<strong>do</strong> pela empresa Chisso, provocan<strong>do</strong> mortes e cujos<br />
<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes da população contami<strong>na</strong>da há mais <strong>de</strong> 40 anos, sofrem as<br />
suas conseqüências até hoje. (MASHIMO, 1996).<br />
No caso <strong>do</strong> Japão, há um forte componente para resulta<strong>do</strong>s<br />
positivos em programas como o <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> Total ou <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> Fator 10.<br />
É a discipli<strong>na</strong> e a alta conscientização da população com relação ao limita<strong>do</strong><br />
recurso <strong>na</strong>tural existente <strong>na</strong>quele país. To<strong>do</strong>s são educa<strong>do</strong>s para o não<br />
<strong>de</strong>sperdício, cuja conscientização da população começa no berço <strong>de</strong> cada<br />
família, em razão das dificulda<strong>de</strong>s que historicamente tem passa<strong>do</strong>, alia<strong>do</strong><br />
ao pequeno espaço geográfico que dispõe, com alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
33<br />
O Fator 10 também po<strong>de</strong> ser interioriza<strong>do</strong> caso se pense em,<br />
mesmo com da<strong>do</strong>s conserva<strong>do</strong>res <strong>de</strong> crescimento populacio<strong>na</strong>l e <strong>de</strong> renda,<br />
ter como objetivo a redução <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> impacto ambiental, daqui a 50 anos,<br />
para a meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> atual. Este raciocínio levou à criação <strong>do</strong> Clube <strong>do</strong> Fator 10<br />
em 1993 (WEAVER et al, 2000 apud KIPERSTOK, mimeo 2002).<br />
Na indústria, esse <strong>conceito</strong> po<strong>de</strong> ser transporta<strong>do</strong> para cada<br />
modificação no processo, para cada otimização no processo, tal como<br />
redução <strong>de</strong> reações secundárias no processo produtivo o que <strong>na</strong> prática<br />
redunda em melhor utilização <strong>de</strong> matérias-primas, insumos e utilida<strong>de</strong>s.<br />
A maior divulgação <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> Fator 10, através <strong>de</strong> campanhas,<br />
capacitação <strong>de</strong> técnicos, educação e conscientização da população,<br />
certamente trará benefícios às futuras gerações. A necessida<strong>de</strong> é imediata e<br />
trata-se <strong>de</strong> questão <strong>de</strong> sobrevivência da espécie huma<strong>na</strong>.<br />
2.4) <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (PML)<br />
Como conseqüência da <strong>de</strong>gradação contínua e acelerada <strong>do</strong><br />
ambiente, as autorida<strong>de</strong>s mundiais tem se preocupa<strong>do</strong> cada vez mais com a<br />
sobrevivência <strong>do</strong> planeta. A divulgação <strong>de</strong>ssa preocupação tem se da<strong>do</strong><br />
através <strong>de</strong> congressos, palestras, cursos e meios mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> comunicação<br />
como a “internet”. Cada vez mais as empresas estão convencidas <strong>de</strong> que o<br />
único caminho para a sobrevivência <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s é tor<strong>na</strong>r seus processos<br />
produtivos não poluentes através <strong>de</strong> sua prevenção.<br />
KIPERSTOK et al. (2002, p.21), diz que “o ritmo <strong>de</strong> expansão <strong>do</strong><br />
processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental cresce dia a dia. Por outro la<strong>do</strong>, cresce a<br />
consciência ambiental da população e das corporações. Está estabelecida uma<br />
corrida entre estes <strong>do</strong>is processos. Do resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>la <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o futuro <strong>do</strong>s<br />
nossos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. Como em toda corrida, ganha quem supera os<br />
concorrentes. O corre<strong>do</strong>r que corre tu<strong>do</strong> quanto po<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá se sentir satisfeito<br />
com o seu <strong>de</strong>sempenho e <strong>do</strong>rmir tranqüilo <strong>de</strong>pois, mas não ganha<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
34<br />
necessariamente a corrida, e esta é uma corrida que não po<strong>de</strong>mos nos dar ao<br />
luxo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r”.<br />
Várias estratégias e abordagens são divulgadas a nível mundial por<br />
entida<strong>de</strong>s preocupadas com o tema. Po<strong>de</strong>mos sintetizar aqui os mais cita<strong>do</strong>s<br />
<strong>na</strong>s literaturas atuais:<br />
• P2 – Prevenção da Poluição, divulgada pela EPA,<br />
Environmental Protection Agency, focaliza especificamente a questão da<br />
geração <strong>de</strong> resíduos poluentes e sua prevenção;<br />
• PL – <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong>, divulgada pela maioria das<br />
entida<strong>de</strong>s ambientalistas. Segun<strong>do</strong> o Greenpeace, é uma aplicação<br />
sistemática <strong>de</strong> princípios que permitem satisfazer as necessida<strong>de</strong>s da<br />
socieda<strong>de</strong> por produtos ambientalmente corretos, através <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> sistemas<br />
<strong>de</strong> energia eficientes e renováveis e materiais que não ofereçam risco, nem<br />
ameacem a biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> planeta.<br />
• P+L – <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, amplamente divulgada em<br />
conjunto pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento<br />
Industrial (UNIDO) e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente<br />
(UNEP). Segun<strong>do</strong> a UNEP (2002), a <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, consiste <strong>na</strong><br />
“aplicação contínua <strong>de</strong> uma estratégia ambiental integrada em processos<br />
produtos e serviços, incorporan<strong>do</strong> o uso mais eficiente <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais e<br />
minimizan<strong>do</strong> resíduos e poluição, da mesma forma que os riscos para a saú<strong>de</strong><br />
huma<strong>na</strong> e segurança”.<br />
Segun<strong>do</strong> FURTADO (2002), PL - <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong> (Clean<br />
Production) e PML - <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> (Cleaner Production), são<br />
ferramentas <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> bens e serviços que<br />
oferecem ampla gama <strong>de</strong> critérios, estratégias e instrumentos para aumentar<br />
a lucrativida<strong>de</strong> das organizações. Segun<strong>do</strong> o mesmo autor, PL supera a PML,<br />
<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista tecnológico, ambiental e social.<br />
Na prática, o que é importante para as indústrias é que os antigos<br />
paradigmas da produção não são mais aplicáveis nos dias <strong>de</strong> hoje. Tanto PL<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
35<br />
como PML, enfatizam a prevenção como o caminho para se atingir a<br />
competitivida<strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento das empresas.<br />
Para a PML, no nível <strong>de</strong> processos e tecnologias <strong>de</strong> produção, visa a<br />
utilização racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> matérias primas, energia e água, e gerar poupanças à<br />
empresa, a elimi<strong>na</strong>ção da periculosida<strong>de</strong> e toxicida<strong>de</strong> das emissões e<br />
resíduos antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixarem o processo.<br />
No nível <strong>de</strong> produtos, atua <strong>na</strong> redução <strong>do</strong>s elementos impactantes<br />
ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s produtos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a extração <strong>de</strong> matérias<br />
primas até a disposição fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong>s resíduos gera<strong>do</strong>s <strong>na</strong> sua produção.<br />
E, no nível <strong>de</strong> gestão, influencia <strong>na</strong>s atitu<strong>de</strong>s e comportamentos <strong>de</strong><br />
to<strong>do</strong>s os níveis hierárquicos das organizações produtivas, propician<strong>do</strong> uma<br />
nova abordagem empresarial.<br />
2.4.1) Abordagem Corretiva versus Estratégias Preventivas<br />
O <strong>conceito</strong> é bastante abrangente. Para compreen<strong>de</strong>r melhor esse<br />
<strong>conceito</strong> encontram-se itemiza<strong>do</strong>s <strong>na</strong> Tabela-3 a seguir, as principais<br />
diferenças entre as abordagens corretivas e as estratégias preventivas,<br />
segun<strong>do</strong> PENEDA (1996).<br />
Nesta síntese, PENEDA (1996) mostra os <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong><br />
comportamento <strong>de</strong> uma indústria. Na abordagem corretiva, a indústria “suja<br />
e limpa”, ou seja, polui por sua tecnologia obsoleta, produzin<strong>do</strong> emissões<br />
atmosféricas, resíduos sóli<strong>do</strong>s e efluentes líqui<strong>do</strong>s. Por conseguinte, faz<br />
investimentos para se enquadrar às exigências da legislação ambiental,<br />
inserin<strong>do</strong> vários equipamentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> poluição, muitas vezes<br />
adicio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> insumos para ajustar os seus efluentes nos padrões exigi<strong>do</strong>s.<br />
São equipamentos <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> linha que exigem,<br />
também, gastos em manutenção.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
36<br />
Tabela - 3 – Abordagens Corretivas versus Estratégias Preventivas,<br />
segun<strong>do</strong> PENEDA<br />
Abordagem Corretiva<br />
Tecnologias <strong>de</strong> Tratamento<br />
(Adicio<strong>na</strong>das em Fim <strong>de</strong> Tubo)<br />
• Análise da poluição focalizada<br />
ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong>s emissões e resíduos<br />
(saídas) <strong>do</strong> processo produtivo;<br />
• Tratamento <strong>do</strong>s efeitos da<br />
poluição ao invés das suas<br />
causas;<br />
• Tratamento da poluição como<br />
fator <strong>de</strong> custos adicio<strong>na</strong>is;<br />
• Questões ambientais<br />
consi<strong>de</strong>radas ape<strong>na</strong>s como<br />
constrangimento e exclusivamente<br />
<strong>do</strong> foro <strong>do</strong>s peritos em ambiente;<br />
• Salvaguarda ambiental ape<strong>na</strong>s<br />
como questão <strong>de</strong> tecnologia;<br />
• Melhoria <strong>do</strong> ambiente para<br />
cumprir a regulamentação;<br />
• Qualida<strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong>s<br />
processos, produtos e serviços<br />
geralmente não consi<strong>de</strong>rada;<br />
• A<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> soluções reativas e<br />
exter<strong>na</strong>s ao processo <strong>de</strong><br />
produção;<br />
• Aceitação da produção <strong>de</strong><br />
resíduos como fato inevitável.<br />
Fonte: PENEDA (1996)<br />
Estratégias Preventivas<br />
<strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong><br />
(Integradas no Sistema <strong>de</strong> <strong>Produção</strong>)<br />
• Consi<strong>de</strong>ra entradas e saídas das<br />
várias operações unitárias;<br />
• Prevenção e minimização da<br />
formação <strong>de</strong> poluentes <strong>na</strong> origem,<br />
através <strong>de</strong> medidas integradas e<br />
como parte integrante <strong>do</strong>s<br />
produtos, processos e serviços;<br />
• Resíduos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como<br />
<strong>de</strong>feitos da produção e como<br />
recursos potenciais;<br />
• Melhorias ambientais como<br />
responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
elementos da empresa e fator <strong>de</strong><br />
oportunida<strong>de</strong>s;<br />
• Salvaguarda <strong>do</strong> ambiente,<br />
incluin<strong>do</strong> medidas não técnicas,<br />
técnicas, organizacio<strong>na</strong>is e <strong>de</strong><br />
gestão;<br />
• Melhoria <strong>do</strong> ambiente como<br />
processo contínuo para se<br />
assegurar os mais eleva<strong>do</strong>s<br />
padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e gerar<br />
divi<strong>de</strong>n<strong>do</strong>s;<br />
• Qualida<strong>de</strong> Ambiental integrada <strong>na</strong><br />
Qualida<strong>de</strong> Total, significan<strong>do</strong><br />
produtos com perfil ecológico<br />
diferencia<strong>do</strong>;<br />
• A<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> soluções pró-ativas<br />
integradas no sistema <strong>de</strong><br />
produção;<br />
• Priorida<strong>de</strong> à prevenção ou, pelo<br />
menos, a minimização <strong>de</strong> resíduos.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
37<br />
Nesta abordagem, evi<strong>de</strong>ntemente o custo <strong>de</strong> produção aumenta,<br />
diminuin<strong>do</strong> a sua competitivida<strong>de</strong> frente à sua concorrência. É um tipo <strong>de</strong><br />
abordagem sem uma visão integrada <strong>do</strong>s problemas ambientais da empresa,<br />
e muito menos <strong>do</strong> seu negócio. Neste tipo <strong>de</strong> abordagem não há<br />
preocupações ambientais e os produtos e processos foram projeta<strong>do</strong>s sob o<br />
paradigma <strong>de</strong> que a geração <strong>de</strong> resíduo faz parte integrante <strong>do</strong> processo<br />
produtivo.<br />
As Estratégias Preventivas levam em conta a prevenção das<br />
emissões <strong>na</strong> fonte, numa atitu<strong>de</strong> pró-ativa ou, pelo menos, em uma atitu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> minimização radical, integra o ambiente nos processos produtivos através<br />
<strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> tecnologias mais limpas, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> PML.<br />
A a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas preventivas leva as empresas a serem mais<br />
competitivas, com mínimo possível em investimentos, insumos e<br />
manutenções <strong>de</strong>snecessários. O uso racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> energia, matérias-primas,<br />
água, mão-<strong>de</strong>-obra tor<strong>na</strong> a produção mais simples, e conseqüentemente,<br />
traz a redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> produção.<br />
Cada vez mais empresas tem da<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s econômico e<br />
ambiental positivos ao aplicar esse <strong>conceito</strong>. Essas empresas abraçaram<br />
uma nova filosofia e mentalida<strong>de</strong> em a<strong>do</strong>tar a produção <strong>de</strong> bens e serviços <strong>de</strong><br />
forma a evitar a <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> ambiente, prevenin<strong>do</strong> ou geran<strong>do</strong> o menor<br />
impacto ambiental possível.<br />
No caso da empresa em análise, cujas características e condutas<br />
foram expla<strong>na</strong>das no item 1.2, para resolver um problema <strong>de</strong> especificação<br />
<strong>do</strong> produto, pressio<strong>na</strong>da por um cliente, passou <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> “fim <strong>de</strong><br />
tubo” utilizada inicialmente, para a busca <strong>de</strong> uma solução tecnológica,<br />
quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>u uma mudança no processo, adicio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> um promotor,<br />
alteran<strong>do</strong> totalmente o enfoque da<strong>do</strong> à primeira solução. Assim, passou da<br />
solução <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo para a solução <strong>de</strong> prevenção <strong>na</strong> fonte.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
38<br />
2.4.2) Socieda<strong>de</strong> Sustentável<br />
Esta nova abordagem <strong>na</strong> solução <strong>do</strong> problema tem, <strong>na</strong> origem, um<br />
fundamento teórico elabora<strong>do</strong> por KIPERSTOK et al (mimeo, cap.3, 2002),<br />
com base <strong>na</strong> Figura-2.<br />
SOCIEDADE SUSTENTÁVEL<br />
Consumo Sustentável<br />
Ecologia Industrial<br />
Modificação <strong>do</strong> Produto<br />
Tendências<br />
Modificação <strong>do</strong> Processo<br />
Melhoria <strong>na</strong> Operação<br />
Prevenção<br />
Reciclagem<br />
Tratamento<br />
Fim <strong>de</strong> Tubo<br />
Disposição <strong>de</strong><br />
Resíduos<br />
Figura-2: Socieda<strong>de</strong> Sustentável - Do Fim <strong>do</strong> Tubo à Sustentabilida<strong>de</strong><br />
Ambiental<br />
Fonte: KIPERSTOK et al (2002, p.86).<br />
A abordagem <strong>do</strong> tema <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da <strong>de</strong> Socieda<strong>de</strong> Sustentável, é<br />
realizada sugerin<strong>do</strong> uma evolução <strong>na</strong> resolução <strong>de</strong> problemas relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s<br />
com a produção <strong>de</strong> resíduos em geral. Aqui, a conotação resíduos significa,<br />
resíduos sóli<strong>do</strong>s, líqui<strong>do</strong>s e gasosos. A Figura-2 mostra os tipos <strong>de</strong> soluções<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
39<br />
<strong>de</strong> problemas dividi<strong>do</strong>s em três grupos. À medida que sobe o <strong>de</strong>grau, maior é<br />
a eficiência, a racio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> e a produtivida<strong>de</strong> no uso <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais,<br />
caminhan<strong>do</strong> da solução <strong>do</strong> fim <strong>de</strong> tubo, passan<strong>do</strong> pela prevenção e,<br />
fi<strong>na</strong>lmente, seguin<strong>do</strong> para a otimização <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o mecanismo <strong>de</strong><br />
ecoeficiência que KIPERSTOK <strong>de</strong>nominou <strong>de</strong> Tendências.<br />
Segun<strong>do</strong> HENRIQUES (1997) apud KIPERSTOK et al (mimeo,<br />
2002), a eco-eficiência aborda não só a eficiência <strong>na</strong>s questões ambientais e<br />
econômicas, mas também <strong>na</strong>s questões sociais. Também, PENEDA (1996<br />
p.5), relata que, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o organismo das Nações Unidas, “ Business<br />
Council for Sustai<strong>na</strong>ble Development”, a ecoeficiência, atinge-se pela oferta<br />
<strong>de</strong> bens e serviços fi<strong>na</strong>nceiramente competitivos, que satisfaçam as<br />
necessida<strong>de</strong>s huma<strong>na</strong>s e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, ao mesmo tempo que reduzem<br />
progressivamente os impactantes ecológicos e a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos ao<br />
longo <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s produtos aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sustentação<br />
<strong>do</strong> ambiente.<br />
Fim <strong>de</strong> Tubo<br />
O primeiro grupo <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo, compõe <strong>de</strong> duas<br />
soluções: a <strong>de</strong> Disposição e Tratamento <strong>de</strong> Resíduos.<br />
O primeiro <strong>de</strong>grau apresenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-2, é a Disposição <strong>de</strong><br />
Resíduos. A indústria sem uma visão integrada <strong>do</strong> meio ambiente, gera uma<br />
enorme quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos, realizan<strong>do</strong> a sua disposição no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu<br />
terreno. Um dia ela constata e observa que o seu terreno também tem limite.<br />
Já a indústria que a<strong>do</strong>ta a solução <strong>de</strong> tratamento, <strong>na</strong> gran<strong>de</strong><br />
maioria está movida pela pressão da legislação. Também com uma visão<br />
míope <strong>do</strong> seu negócio, aumenta o seu custo <strong>de</strong> produção, conforme discuti<strong>do</strong><br />
no item anterior, abordagem segun<strong>do</strong> PENEDA (1996).<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
40<br />
Como exemplo, po<strong>de</strong>-se citar a instalação <strong>de</strong> uma colu<strong>na</strong><br />
esgota<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> efluentes em uma planta, conforme mostra a Figura-3.<br />
Numa planta <strong>de</strong> processo, temos como entrada, as matériasprimas,<br />
insumos e utilida<strong>de</strong>s. Como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu processamento, temos<br />
como saída, as emissões atmosféricas, o produto fi<strong>na</strong>l para a comercialização<br />
e os efluentes. O Efluente-1 indica<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-3, é resulta<strong>do</strong> da má<br />
utilização das matérias-primas, insumos e utilida<strong>de</strong>s, com a vazão Q 1 e carga<br />
orgânica com a Demanda Química <strong>de</strong> Oxigênio, DQO 1.<br />
Emissões Atmosféricas<br />
Matérias-Primas<br />
Insumos<br />
Utilida<strong>de</strong>s<br />
PLANTA DE<br />
PROCESSO<br />
Produtos<br />
Efluentes-1<br />
Q 1<br />
DQO 1<br />
Separa<strong>do</strong>r<br />
<strong>de</strong> Óleo<br />
Efluentes-2<br />
Q 2<br />
DQO 2<br />
Colu<strong>na</strong><br />
Esgota<strong>do</strong>ra<br />
Oleo Recupera<strong>do</strong><br />
Figura-3: Tratamento <strong>de</strong> Efluentes com Colu<strong>na</strong> Esgota<strong>do</strong>ra<br />
Fonte: Construção própria.<br />
A <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da planta <strong>de</strong> processo, lançar esse efluente no meio<br />
ambiente tem restrições pela legislação, portanto, utiliza-se técnicas <strong>de</strong> seu<br />
tratamento como a instalação <strong>de</strong> um separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> óleo e posteriormente<br />
uma Colu<strong>na</strong> Esgota<strong>do</strong>ra. Pela base da colu<strong>na</strong>, é separa<strong>do</strong> o óleo que é<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
41<br />
recupera<strong>do</strong> para posterior utilização como combustível. Pelo topo da colu<strong>na</strong>,<br />
é retira<strong>do</strong> um efluente com a carga orgânica menor <strong>do</strong> que o efluente<br />
alimenta<strong>do</strong> (Efluente-1), com redução da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 80% a 90%, conforme<br />
experiência <strong>do</strong> autor.<br />
Nesta solução, além <strong>de</strong> continuar com a emissão <strong>de</strong> efluente,<br />
embora com menor carga orgânica (DQO 2 menor <strong>do</strong> que DQO 1 ), tem-se um<br />
aumento <strong>do</strong> custo <strong>de</strong> produção, com gastos em vapor e energia e aumento <strong>de</strong><br />
custo unitário Matéria-prima/Produto Fi<strong>na</strong>l, conforme abordagem corretiva<br />
apresentada no item anterior. Além disso, observa-se que nessa abordagem,<br />
a indústria realiza investimentos adicio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> produção. É típico da<br />
tecnologia <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>da <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Linha.<br />
Esta solução é muito utilizada <strong>na</strong>s indústrias, que aceitam a<br />
geração <strong>de</strong> resíduos como um fato inevitável, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong><strong>do</strong> por PENEDA<br />
(1996) <strong>de</strong> Estratégia Empresarial Curativa, com Processo Linear <strong>de</strong><br />
<strong>Produção</strong>. Na Figura-4, po<strong>de</strong>mos visualizar o Sistema Linear <strong>de</strong> <strong>Produção</strong><br />
Industrial, dita convencio<strong>na</strong>l, segun<strong>do</strong> THORPE (1999). Nessa estratégia, não<br />
há uma otimização <strong>na</strong> utilização <strong>de</strong> matérias-primas e utilida<strong>de</strong>s, e os<br />
resíduos gera<strong>do</strong>s não são reaproveita<strong>do</strong>s. Também, não há uma preocupação<br />
<strong>na</strong> recuperação energética ou <strong>de</strong> insumos. É um sistema <strong>de</strong> produção, dita<br />
Linear ou “one way”.<br />
MATÉRIAS-<br />
PRIMAS<br />
PROCESSAMENTO<br />
PRODUTOS TÓXICOS<br />
CICLO CURTO<br />
RESÍDUOS NÃO APROVEITÁVEIS<br />
RECURSOS<br />
NÃO RENOVÁVEIS<br />
Disposição Fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />
RESÍDUOS TÓXICOS<br />
Figura-4: SISTEMA LINEAR DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL<br />
Fonte: Construção própria, adaptada <strong>de</strong> THORPE (1999).<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
42<br />
Prevenção<br />
Melhor <strong>do</strong> que esses <strong>do</strong>is tratamentos <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo, tem-se o<br />
segun<strong>do</strong> grupo que compõe <strong>de</strong> reciclagem, da melhoria <strong>na</strong> operação e<br />
modificação no processo.<br />
Na Reciclagem, os resíduos gera<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser reaproveita<strong>do</strong>s<br />
como matéria-prima para o mesmo produto ou para produto diferente.<br />
Subin<strong>do</strong> o <strong>de</strong>grau, já <strong>na</strong> atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> prevenção, <strong>de</strong>para-se com a Melhoria <strong>na</strong><br />
Operação e Modificação no Processo. O primeiro procura melhorar a<br />
operação continuamente, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> a filosofia KAIZEN 5 , evitan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sperdício<br />
<strong>de</strong> matérias-primas, energia e água, a maioria, atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> origem. No caso<br />
da Modificação no Processo, visa uma ação integrada <strong>do</strong> processo com o<br />
meio ambiente, procuran<strong>do</strong> melhores soluções <strong>de</strong> operações unitárias,<br />
atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> fonte para minimizar a geração <strong>de</strong> seus resíduos.<br />
Po<strong>de</strong>-se citar como um bom exemplo <strong>de</strong> Recuperação Energética e<br />
Recuperação <strong>de</strong> Matérias-Primas, o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> gás <strong>de</strong> síntese<br />
ou oxo-gás.<br />
O Gás <strong>de</strong> Síntese é produzi<strong>do</strong> através da reforma catalítica <strong>do</strong> gás<br />
<strong>na</strong>tural, gás carbônico e vapor d´água (Figura-5). O Gás <strong>de</strong> síntese é uma<br />
mistura <strong>de</strong> hidrogênio e monóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono, em proporção molar <strong>de</strong> 1:1. O<br />
gás <strong>na</strong>tural é mistura<strong>do</strong> com o gás carbônico (CO 2 ) e vapor d´água e<br />
alimenta<strong>do</strong> nos tubos da for<strong>na</strong>lha <strong>de</strong> reforma carrega<strong>do</strong>s com catalisa<strong>do</strong>r à<br />
base <strong>de</strong> níquel.<br />
CH 4 + H 2 O CO + 3 H 2<br />
C0 2 + H 2 CO + H 2 O<br />
CH 4 + CO 2 2 CO + 2 H 2<br />
GÁS NATURAL<br />
GÁS DE SÍNTESE<br />
5 KAIZEN é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como peque<strong>na</strong> modificação para tor<strong>na</strong>r fácil o seu trabalho diário. É uma filosofia <strong>de</strong><br />
melhoria contínua que teve a sua origem <strong>na</strong>s empresas japonesas. (FUJITA, 1997).<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
43<br />
Esta reação é en<strong>do</strong>térmica, ou seja, para que ocorra a reação, há<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> energia exter<strong>na</strong>. Essa energia é fornecida<br />
pela queima <strong>de</strong> combustível, que po<strong>de</strong> ser o próprio gás <strong>na</strong>tural, externo ao<br />
tubo <strong>do</strong> reforma<strong>do</strong>r.<br />
Combustível<br />
Gás Natural<br />
Vapor<br />
Vapor<br />
Gera<strong>do</strong><br />
CO 2<br />
Recupera<strong>do</strong><br />
1000 0 C<br />
Gás <strong>de</strong><br />
Síntese<br />
Água<br />
Figura-5: Reforma Catalítica <strong>de</strong> Gás Natural com Recuperação<br />
Energética e <strong>de</strong> Gás Carbônico.<br />
O produto da queima é o gás <strong>de</strong> combustão com temperatura <strong>de</strong><br />
1000 0 C, rico em gás carbônico (CO 2 ). Esse calor é recupera<strong>do</strong> numa<br />
Cal<strong>de</strong>ira Recupera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Calor, instalada <strong>na</strong> saída <strong>do</strong> Reforma<strong>do</strong>r, geran<strong>do</strong><br />
um vapor <strong>de</strong> 30 a 40 bar <strong>de</strong> pressão. O fluxo resfria<strong>do</strong>, segue para a seção <strong>de</strong><br />
Recuperação <strong>de</strong> CO 2 por absorção utilizan<strong>do</strong> ami<strong>na</strong>s. O CO 2 recupera<strong>do</strong> é<br />
recicla<strong>do</strong>, e é utiliza<strong>do</strong> junto com o gás <strong>na</strong>tural e vapor como matéria-prima.<br />
Esta solução apresenta uma dupla recuperação <strong>de</strong> emissões, a<br />
Recuperação Energética e o Gás Carbônico aproveita<strong>do</strong> como matéria-prima.<br />
É um Processo Cíclico <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> e se enquadra <strong>na</strong>s Estratégias<br />
Preventivas, segun<strong>do</strong> a classificação apresentada por PENEDO (1996 p.10).<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
44<br />
THORPE (1999), apresenta a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Limpa</strong>, com base no<br />
<strong>conceito</strong> circular <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s produtos, conforme Figura-6, a seguir:<br />
MANUFATURA<br />
PRODUTOS<br />
CONSUMO<br />
RESÍDUOS<br />
MATERIAS-PRIMAS,<br />
ENERGIA<br />
RECURSOS<br />
Renováveis<br />
UTILIZAÇÃO<br />
Produtos<br />
Reutilizáveis,<br />
Recicláveis,<br />
Necessários.<br />
RESÍDUOS<br />
Figura-6: Estratégia Preventiva – Visão Circular <strong>de</strong> <strong>Produção</strong><br />
Fonte: Construção própria, adaptada <strong>de</strong> PENEDA (1996) e THORPE (1999)<br />
Apesar da geração <strong>de</strong> resíduos, nessa estratégia, há uma<br />
preocupação em minimizar a geração <strong>de</strong> resíduos atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> sua origem. A<br />
utilização <strong>de</strong> Recursos Renováveis é incentivada e a própria matéria-prima e<br />
energia, ou parte <strong>de</strong>las, são oriun<strong>do</strong>s da reciclagem, ou reaproveitamento<br />
energético <strong>do</strong>s resíduos gera<strong>do</strong>s.<br />
Tendências<br />
No estágio mais avança<strong>do</strong>, conforme constata <strong>na</strong> Figura-2, tem-se<br />
as tendências que englobam a <strong>de</strong> Mudança <strong>de</strong> Produto, Ecologia Industrial e<br />
Consumo Sustentável.<br />
A Mudança <strong>de</strong> Produto é uma atitu<strong>de</strong> radical que aban<strong>do</strong><strong>na</strong> um<br />
produto que gera muitos resíduos por um outro <strong>de</strong> melhor eco-eficiência.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
45<br />
Po<strong>de</strong> ser cita<strong>do</strong> o caso das baterias <strong>de</strong>scartáveis substituídas por<br />
recarregáveis, produto orgânico <strong>de</strong> um “spray” por uma formulação solúvel<br />
em água e líqui<strong>do</strong> refrigerante cloro flúor carbono (CFC) por amônia ou um<br />
produto ambientalmente seguro. (VIGNESWARAN, JEGATHEESAN e<br />
VISVANATHAN, 1999).<br />
A partir <strong>de</strong>sse ponto, as técnicas <strong>de</strong> prevenção, transcen<strong>de</strong>m o<br />
limite <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s uma indústria. Po<strong>de</strong>rá haver uma sinergia entre<br />
a industria gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> resíduos e uma outra que necessita <strong>do</strong> mesmo<br />
resíduo. Por exemplo, uma empresa que gera um efluente básico po<strong>de</strong>rá<br />
enviar o mesmo para uma indústria que gera efluente áci<strong>do</strong> e, quan<strong>do</strong><br />
junta<strong>do</strong>, produz um efluente que atenda os requisitos <strong>do</strong> <strong>de</strong>scarte.<br />
Na <strong>de</strong>finição tradicio<strong>na</strong>l, resíduo é qualquer material não<br />
aproveita<strong>do</strong> que será posteriormente recolhi<strong>do</strong> e disposto como lixo. O campo<br />
emergente da ecologia industrial, limita a perspectiva <strong>de</strong> escolher,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o problema <strong>do</strong>s resíduos, o projeto <strong>do</strong>s<br />
produtos e respectivos processos <strong>de</strong> fabricação. Na visão agora em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento, os projetistas tentam incorporar, em seus projetos, a<br />
prevenção <strong>de</strong> problemas potenciais <strong>de</strong> perdas e <strong>de</strong>sperdícios, segun<strong>do</strong><br />
FROSCH (1997).<br />
Segun<strong>do</strong> GRAEDEL e ALLEMBY (1998, p.19), a Ecologia Industrial<br />
é o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> meio através <strong>do</strong> qual a humanida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>, <strong>de</strong>liberada e<br />
racio<strong>na</strong>lmente, aproximar e manter uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga a<strong>de</strong>quada, com<br />
uma contínua evolução econômica, cultural e tecnológica. O <strong>conceito</strong> requer<br />
que o sistema industrial seja visto não isoladamente com os sistemas que<br />
estão à sua volta, mas fazen<strong>do</strong> parte <strong>de</strong>les. É uma visão <strong>de</strong> sistema <strong>na</strong> qual<br />
procura-se otimizar o ciclo total <strong>do</strong>s materiais, <strong>do</strong> material virgem ao<br />
material acaba<strong>do</strong>, produtos, produtos obsoletos e disposição fi<strong>na</strong>l. Os fatores<br />
a serem otimiza<strong>do</strong>s incluem os recursos <strong>na</strong>turais, energia e capital.<br />
A Ecologia Industrial propõe uma visão sistêmica integrada <strong>do</strong><br />
setor produtivo e, <strong>de</strong>sse, com o meio ambiente como caminho para a<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
46<br />
otimização <strong>do</strong> aproveitamento <strong>do</strong>s recursos <strong>na</strong>turais. Valoriza a consi<strong>de</strong>ração<br />
<strong>de</strong> todas as inter relações da organização social e econômica, e <strong>de</strong>sta com a<br />
<strong>na</strong>tureza, como meio <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novos arranjos que conduzam a<br />
essa otimização (MARINHO, 2001, p.107).<br />
Observa-se nesses <strong>conceito</strong>s que, mesmo com o projeto <strong>do</strong>s novos<br />
processos e produtos com os sistemas volta<strong>do</strong>s para a redução <strong>do</strong>s resíduos,<br />
aceita-se a perda ou <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> energia e <strong>de</strong> material. No primeiro<br />
momento, percebe-se que há um conflito entre as propostas da <strong>Produção</strong><br />
<strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> com as propostas da Ecologia Industrial. No entanto, a idéia da<br />
ecologia industrial é <strong>de</strong> que os resíduos gera<strong>do</strong>s <strong>na</strong> concepção tradicio<strong>na</strong>l, ao<br />
invés <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s automaticamente, se constituam em matériasprimas<br />
e utilida<strong>de</strong>s, para outros processos e produtos em outras plantas. O<br />
resíduo <strong>de</strong> uma indústria po<strong>de</strong>rá ser útil como matéria-prima para outra<br />
indústria.<br />
MARINHO e KIPERSTOK (2003), fazem referência a diferentes<br />
pontos <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> alguns autores à esse respeito. OLDENBURG e GEISER<br />
(1997) apud MARINHO e KIPERSTOK (2003), consi<strong>de</strong>ram que a prevenção da<br />
poluição já tem um histórico <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s a apresentar e seus mecanismos<br />
já conseguiram um significativo ganho ambiental nos processos produtivos.<br />
Forçadas por regulamentos e pela opinião pública, a reduzir as pressões<br />
sobre o meio ambiente, as empresas obtiveram, em paralelo, ganhos<br />
econômicos pelo aumento da eficiência <strong>do</strong>s processos. Essa experiência, que<br />
já permite somar ganhos ambientais com a melhoria da imagem das<br />
empresas perante os consumi<strong>do</strong>res e ganhos econômicos, mantida a pressão<br />
legal, <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ria um movimento crescente <strong>do</strong> sistema produtivo no senti<strong>do</strong><br />
da a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> tecnologias limpas.<br />
Segun<strong>do</strong> os mesmos autores, as incompatibilida<strong>de</strong>s da Ecologia<br />
Industrial com a Prevenção da Poluição seriam a valorização da reciclagem, a<br />
redução da eficiência no uso <strong>do</strong>s materiais nos processos e o aumento <strong>do</strong>s<br />
riscos.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
47<br />
MARINHO e KIPERSTOK (op. cit.), complementam que os riscos<br />
seriam <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s à admissão da produção e manejo <strong>de</strong> produtos perigosos,<br />
para alimentação <strong>de</strong> outro processo ou reciclagem, inclusive por áreas<br />
exter<strong>na</strong>s às zo<strong>na</strong>s industriais, o que submeteria a risco tanto os<br />
trabalha<strong>do</strong>res envolvi<strong>do</strong>s com os processos como as comunida<strong>de</strong>s vizinhas.<br />
Na opinião <strong>de</strong>sses autores, é que admitin<strong>do</strong>-se e incentivan<strong>do</strong>-se a<br />
reciclagem, a Ecologia Industrial estaria <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> um procedimento já<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> em um <strong>de</strong>grau inferior <strong>na</strong> hierarquia das alter<strong>na</strong>tivas para a<br />
redução <strong>do</strong>s impactos ambientais.<br />
Continuan<strong>do</strong> a análise <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-2,<br />
nota-se que nos <strong>de</strong>graus superiores os <strong>conceito</strong>s ficam mais abrangentes não<br />
se limitan<strong>do</strong> ao interior <strong>de</strong> uma fábrica. Há um alcance maior envolven<strong>do</strong> os<br />
setores produtivos com o merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r. Necessariamente, procura<br />
uma otimização <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a utilização racio<strong>na</strong>l das matérias-primas e energias<br />
até a integração da produção com o meio ambiente, buscan<strong>do</strong> o equilíbrio<br />
entre a <strong>de</strong>manda huma<strong>na</strong> com o equilíbrio <strong>do</strong>s ecosistemas, ou seja, com a<br />
sua sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
2.4.3) Técnicas para Redução <strong>de</strong> Poluição, segun<strong>do</strong> LAGREGA<br />
Para enfatizar este enfoque da Socieda<strong>de</strong> Sustentável, LAGREGA,<br />
BUCKINGHAM e EVANS (1994), apresentam um organograma mestre das<br />
ações para prevenção e controle da poluição, conforme Figura-7.<br />
Este organograma mostra as possíveis soluções <strong>de</strong> tecnologia,<br />
atitu<strong>de</strong>s gerenciais e técnicas in<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o fim <strong>de</strong> tubo, tais como, disposição<br />
fi<strong>na</strong>l, incineração, passan<strong>do</strong> por reciclagem, boas práticas operacio<strong>na</strong>is<br />
(housekeeping), mudanças <strong>na</strong> tecnologia, insumos, até chegar <strong>na</strong> prevenção,<br />
e redução <strong>na</strong> fonte. Mostra também que, quanto mais à sua esquerda e mais<br />
acima, as soluções se encontram voltadas para a prevenção, portanto, são<br />
melhores <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> eco-eficiência.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
48<br />
Po<strong>de</strong>-se observar que <strong>na</strong>s duas abordagens citadas, a solução<br />
a<strong>do</strong>tada pela empresa em foco, se enquadra <strong>na</strong> prevenção <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />
poluentes, mais propriamente <strong>na</strong> modificação <strong>do</strong> processo. São abordagens<br />
mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>s que <strong>na</strong>s literaturas mais antigas não havia qualquer referência<br />
<strong>de</strong>ssa <strong>na</strong>tureza.<br />
Por exemplo, segun<strong>do</strong> BRAILE e CAVALCANTI (1979),...”o nível <strong>de</strong><br />
controle, necessário ou imposto, é freqüentemente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> em termos da<br />
melhor tecnologia disponível, cuja <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>is fatores<br />
primordiais: informação disponível e condições econômicas. Diante da<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle, tor<strong>na</strong>-se lógico que se <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar a melhor<br />
tecnologia disponível quan<strong>do</strong> ela oferecer vantagens significativas em<br />
comparação com outras técnicas. Entretanto, a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifica-la e aplica-la,<br />
é indispensável contar com informações que <strong>de</strong>fi<strong>na</strong>m as condições <strong>de</strong><br />
aplicabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia <strong>de</strong> controle da poluição”.<br />
As idéias <strong>do</strong> Braile e Cavalcanti resolviam, em parte, os problemas<br />
ambientais, cujo enfoque era mais para a solução <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo, isto é a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle com a melhor tecnologia disponível <strong>na</strong> época, após a<br />
ocorrência <strong>do</strong> fato. São soluções localizadas, sem uma visão sistêmica como<br />
os <strong>conceito</strong>s mais mo<strong>de</strong>rnos aborda<strong>do</strong>s em <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>.<br />
A pressão da socieda<strong>de</strong>, aliada à pressão das exigências legais e<br />
comerciais, tem leva<strong>do</strong> as empresas a repensarem <strong>na</strong> estratégia <strong>de</strong> produção<br />
e <strong>na</strong> melhoria <strong>de</strong> processo. A conceituação da <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> tem<br />
<strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que processo polui<strong>do</strong>r é si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> ineficiência <strong>do</strong>s processos e,<br />
sobretu<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s administra<strong>do</strong>res. O processo polui<strong>do</strong>r é si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> prejuízo, da<br />
não competitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s seus produtos, é um atraso <strong>de</strong> vida para as<br />
empresas.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
49<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
50<br />
Segun<strong>do</strong> MARINHO (2001 p.51), “...o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong><br />
<strong>Limpa</strong> tem si<strong>do</strong> experimenta<strong>do</strong> em empresas <strong>de</strong> diferentes portes e<br />
características, em países diversos, confirman<strong>do</strong> as vantagens ambientais e<br />
econômicas previstas. Os resulta<strong>do</strong>s já obti<strong>do</strong>s mostram ser o <strong>conceito</strong><br />
amplamente acessível, ainda que a amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong>penda,<br />
<strong>na</strong>turalmente, das capacida<strong>de</strong>s econômica e gerencial <strong>de</strong> cada empresa”.<br />
As duas abordagens feitas por KIPERSTOK et al. (mimeo, 2002),<br />
acima, mostram uma clara mudança <strong>na</strong> lógica da estratégia <strong>de</strong> produção,<br />
com ação integrada <strong>de</strong> uso racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> matéria-prima e energia, com o<br />
mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>s e, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, uma gestão<br />
administrativa <strong>de</strong> produção avançada voltada ao bem estar <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s.<br />
Vale observar que a base fundamental <strong>de</strong> toda essa estratégia,<br />
simplesmente, são as boas práticas operacio<strong>na</strong>is. Na experiência vivida pelo<br />
autor <strong>de</strong>ste trabalho no Japão, essas práticas têm <strong>na</strong> origem o conheci<strong>do</strong><br />
Programa 5S, que tem no seu bojo a mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s, posturas e<br />
hábitos e, conseqüentemente, a mudança <strong>de</strong> cultura. Os japoneses são<br />
conduzi<strong>do</strong>s a essa prática, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu berço.<br />
SILVA (1995) <strong>de</strong>fine o 5S como um sistema <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> pessoal<br />
que enfatiza a prática <strong>do</strong>s bons hábitos aprecia<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong> o ser humano.<br />
Essa mudança <strong>na</strong> lógica da estratégia <strong>de</strong> produção, tem se<br />
traduzi<strong>do</strong> em vantagens competitivas para as corporações que já<br />
experimentaram e incorporaram o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>.<br />
2.4.4) Estratégias Ambientais<br />
ANDRADE (1997), observa que a evolução das tecnologias e<br />
procedimentos conforme ilustra<strong>do</strong> por LaGrega <strong>na</strong> Figura-7, reflete as<br />
mudanças <strong>de</strong> estratégias a<strong>do</strong>tadas pelas organizações <strong>na</strong> medida em que se<br />
<strong>de</strong>senvolve o processo <strong>de</strong> inter<strong>na</strong>lização da dimensão ambiental.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
51<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> MEREDITH (1994) apud ANDRADE (1997),<br />
este processo evolutivo começa com a estratégia reativa ou <strong>de</strong>fensiva, passa<br />
<strong>de</strong>pois por um estágio intermediário que é a estratégia ofensiva e termi<strong>na</strong><br />
com a estratégia inovativa.<br />
Na estratégia reativa as empresas se limitam a um atendimento<br />
mínimo e relutante da legislação ambiental. Não fazem modificações <strong>na</strong> sua<br />
estrutura produtiva e nos seus produtos, limitan<strong>do</strong>-se somente à<br />
incorporação <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> controle da poluição <strong>na</strong> saída <strong>do</strong>s<br />
efluentes para o meio ambiente (tecnologia <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo). A dimensão<br />
ambiental é percebida como um custo a mais e <strong>de</strong>sta forma representa uma<br />
ameaça à competitivida<strong>de</strong> empresarial.<br />
Na estratégia ofensiva, os princípios orienta<strong>do</strong>res passam a ser a<br />
prevenção da poluição, a redução <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais e o<br />
cumprimento além das exigências da legislação. Neste senti<strong>do</strong> são<br />
implementadas mudanças incrementais nos processos, produtos ou<br />
serviços, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a ven<strong>de</strong>r uma boa imagem para o consumi<strong>do</strong>r<br />
conscientiza<strong>do</strong> para a questão ambiental bem como para reduzir custos. O<br />
objetivo é obter vantagem competitiva, on<strong>de</strong> possível, sem muito<br />
investimento. A dimensão ambiental, muito embora seja gerenciada pela<br />
área <strong>de</strong> produção, já é encarada como uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />
custos <strong>de</strong> produção.<br />
Na estratégia inovativa, o princípio básico a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> é a integração<br />
entre as estratégias ambientais e <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> tal forma que elas passam a<br />
ser quase indiferenciáveis. As empresas se antecipam aos problemas<br />
ambientais futuros, através da sua resolução, simultaneamente com o<br />
fortalecimento <strong>de</strong> suas posições no merca<strong>do</strong>. A excelência ambiental passa a<br />
ser condição necessária para o sucesso da empresa, mas não é suficiente.<br />
Tor<strong>na</strong>-se necessária a integração da excelência ambiental com a comercial<br />
através <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, produção e comercialização <strong>de</strong> produtos com<br />
mudanças substanciais <strong>de</strong> performance ambiental e o gerenciamento <strong>do</strong>s<br />
ciclos <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s mesmos. A dimensão ambiental passa a ser uma função<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
52<br />
<strong>de</strong> toda a administração e é percebida simultaneamente como uma alta<br />
ameaça e uma alta oportunida<strong>de</strong>.<br />
FERNANDES et al. (2001), concentrou as características das<br />
estratégias ambientais à partir <strong>de</strong> ANDRADE (1997), conforme mostra a<br />
Tabela-4.<br />
Tabela-4: Características das Estratégias Ambientais<br />
CARACTERÍSTICA<br />
DEFENSIVA OU<br />
REATIVA<br />
ESTRATÉGIA AMBIENTAL<br />
OFENSIVA<br />
Legislação Atendimento mínimo Superação das<br />
exigências<br />
Tecnologia<br />
Estrutura <strong>de</strong><br />
<strong>Produção</strong><br />
Controle <strong>na</strong> saída <strong>do</strong>s<br />
efluentes<br />
Produtos e processos<br />
sem alterações<br />
Prevenção da<br />
poluição e redução <strong>do</strong><br />
consumo <strong>de</strong> recursos<br />
<strong>na</strong>turais através <strong>de</strong><br />
mudanças<br />
incrementais<br />
Processos e produtos<br />
convencio<strong>na</strong>is mas<br />
ambientalmente<br />
corretos e visan<strong>do</strong><br />
menor custo <strong>de</strong><br />
produção<br />
Objetivo Sobrevivência Aumento da<br />
competitivida<strong>de</strong><br />
Posição<br />
organizacio<strong>na</strong>l da<br />
variável ambiental<br />
Percepção da<br />
variável ambiental<br />
Fonte: FERNANDES et al. (2001)<br />
INOVATIVA<br />
Fator <strong>de</strong><br />
diferenciação e<br />
competitivida<strong>de</strong><br />
Prevenção da<br />
poluição e redução <strong>do</strong><br />
consumo <strong>de</strong> recursos<br />
<strong>na</strong>turais através <strong>de</strong><br />
inovações<br />
tecnológicas<br />
Novos processos e<br />
produtos com alta<br />
performance<br />
ambiental e<br />
gerenciamento <strong>do</strong><br />
ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s<br />
mesmos.<br />
Assimetria<br />
competitiva<br />
Operacio<strong>na</strong>l Negócio Corporativa<br />
Ameaça Oportunida<strong>de</strong> Alta ameaça e alta<br />
oportunida<strong>de</strong><br />
A escalada progressiva <strong>de</strong> uma indústria através das três<br />
estratégias apresentadas, exige uma discipli<strong>na</strong> e uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> metas<br />
muito bem consolidada. É preciso um <strong>de</strong>svencilhamento radical das<br />
estratégias empresariais tradicio<strong>na</strong>is.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
53<br />
CAPÍTULO-3<br />
ESTADO DA ARTE EM PRODUÇÃO DE ÁLCOOIS<br />
“Só será atingida uma consistente melhoria da<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s efluentes, se as indústrias levarem a<br />
sério o compromisso <strong>de</strong> aprimorar seus processos<br />
produtivos”.<br />
Asher Kiperstok<br />
3.1) <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Oxo-Álcoois<br />
As informações a seguir são adaptadas pelo autor, com base <strong>na</strong>s<br />
informações contidas <strong>na</strong>s seguintes referências: CORNILS e MULLEN (1980),<br />
CIQUINE (1981, 1983, 1986), MITSUBISHI (1970, 1979, 1980) e MORRISON<br />
e BOYD (1978).<br />
Os álcoois primários <strong>de</strong> 4 a 15 carbonos tem a sua aplicação<br />
principalmente em solventes, e como matéria-prima para a produção <strong>de</strong><br />
plastificantes e <strong>de</strong>tergentes, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> comprimento da corrente<br />
molecular e ramificações. Uma peque<strong>na</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> butanois (álcool com<br />
4 carbonos) e octanol (álcool com 8 carbonos) são <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> acetal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>,<br />
segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação al<strong>do</strong>olica e hidroge<strong>na</strong>ção. Uma quantida<strong>de</strong> mínima<br />
<strong>de</strong> álcoois C 12 e C 14 são obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s produtos <strong>na</strong>turais como côco. (CIQUINE,<br />
1981).<br />
O Processo Oxo ou normalmente conheci<strong>do</strong> como Hidroformilação,<br />
é uma reação <strong>de</strong> olefi<strong>na</strong>s com monóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carborno e hidrogênio<br />
produzin<strong>do</strong> um al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>. Esta reação foi <strong>de</strong>scoberta pelo químico alemão<br />
Otto Roelen da Ruhrchemie (atualmente parte da Celanese) <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 30.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
54<br />
O processo envolve a adição <strong>de</strong> monóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono e hidrogênio<br />
quebran<strong>do</strong> a dupla ligação <strong>de</strong> uma olefi<strong>na</strong>.<br />
seguintes:<br />
As principais reações <strong>de</strong> hidroformilação <strong>de</strong> olefi<strong>na</strong>s são as<br />
RCH=CH 2 + CO + H 2<br />
(olefi<strong>na</strong>s)<br />
R(CH 2 ) 2 CHO<br />
(al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s)<br />
RCH=CH 2 + CO + 2H 2<br />
(olefi<strong>na</strong>s)<br />
R(CH 2 ) 3 OH<br />
(álcoois)<br />
Sen<strong>do</strong>, R representa<strong>do</strong> por um grupo alkil ten<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1 a 12 atomos<br />
<strong>de</strong> carbonos. As equações acima, representam a maioria das conversões <strong>de</strong><br />
olefi<strong>na</strong>s para al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s e álcoois. Nessas equações são representadas também<br />
simultaneamente a formação <strong>de</strong> normal al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s e seus isômeros, o isoal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s<br />
e os álcoois correspon<strong>de</strong>ntes, normal álcoois e iso-álcoois. A relação<br />
molar <strong>de</strong> normal al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s com iso-al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r e seu<br />
ligante utiliza<strong>do</strong>. (Morrison & Boyd, 1978).<br />
3.2) <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s<br />
Assim, a hidroformilação <strong>de</strong> propeno, produz-se o normal<br />
butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> e o iso-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, conforme equação a seguir (Morrison &<br />
Boyd, 1978 e CIQUINE, 1981 e 1983):<br />
catalisa<strong>do</strong>r<br />
CH 3 CH=CH 2 + CO + H 2<br />
CH 3 CH 2 CH 2 CHO + (CH 3 ) 2 CHCHO<br />
(propeno) (n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>) (iso-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>)<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
55<br />
A relação molar <strong>de</strong> n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> com iso-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> é<br />
<strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong> pela concentração <strong>de</strong> catalisa<strong>do</strong>r e seu ligante. Atualmente<br />
existem no mun<strong>do</strong> alguns processos consagra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> hidroformilação <strong>de</strong><br />
olefi<strong>na</strong>s e essa relação molar normalmente varia <strong>de</strong> 6 a 20. Mas, sabe-se que<br />
existem pesquisas realizadas com essa relação chegan<strong>do</strong> a 80.<br />
Na década <strong>de</strong> 70, a Celanese iniciou a produção <strong>de</strong> butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s<br />
utilizan<strong>do</strong> o catalisa<strong>do</strong>r ródio e posteriormente a Union Carbi<strong>de</strong>/Davy McKee<br />
e Johnson Matthey licenciaram a tecnologia utilizan<strong>do</strong> o catalisa<strong>do</strong>r<br />
ródio/fosfi<strong>na</strong>. Atualmente, o butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> é produzi<strong>do</strong> pela hidroformilação <strong>de</strong><br />
propeno utilizan<strong>do</strong> vários tipos <strong>de</strong> fosfi<strong>na</strong>s com catalisa<strong>do</strong>r ródio. A BASF e a<br />
Mitsubishi Chemicals introduziram a sua tecnologia ródio/fosfi<strong>na</strong> <strong>na</strong><br />
Europa, Japão e América <strong>do</strong> Sul. A Ruhrchemie que usava o catalisa<strong>do</strong>r<br />
cobalto, juntou-se com a Rhone Poulanc e <strong>de</strong>senvolveu o processo <strong>de</strong><br />
produção <strong>de</strong> butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> o ródio/fosfi<strong>na</strong> solúvel em água.<br />
Existem diversos processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s por<br />
muitos fabricantes no mun<strong>do</strong>. Para a maioria <strong>do</strong>s produtores, o n-<br />
butila<strong>de</strong>í<strong>do</strong> é produzi<strong>do</strong> como intermediário para a produção <strong>de</strong> butanol.<br />
3.3) Processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Butanol (Álcool Butílico)<br />
Utilizan<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>sses al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s produz-se<br />
os álcoois correspon<strong>de</strong>ntes, isto é, <strong>do</strong> n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> produz-se o n-butanol e<br />
<strong>do</strong> iso-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, produz-se o iso-butanol. (Morrison & Boyd, 1978).<br />
CH 3 CH 2 CH 2 CHO + H 2<br />
(n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>)<br />
CH 3 CH 2 CH 2 CH 2 OH<br />
(n-butanol)<br />
CH 3 CH 2 CHO + H 2 CH 3 CH 2 CH 2 OH<br />
CH 3 CH 3<br />
(Iso-Butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>)<br />
(iso-butanol)<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
56<br />
Basicamente, existem duas linhas <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
butanol produzi<strong>do</strong> através da hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>: O primeiro<br />
processo, a hidroge<strong>na</strong>ção ocorre em fase vapor e o segun<strong>do</strong> processo, ocorre<br />
em fase líquida utilizan<strong>do</strong> um catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> leito fixo. A Union<br />
Carbi<strong>de</strong>/Davy McKee/Johnson Matthey, utilizam a tecnologia <strong>de</strong><br />
hidroge<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> fase vapor com catalisa<strong>do</strong>r à base <strong>de</strong> CuO/ZnO. To<strong>do</strong>s os<br />
outros, como a Celanese, Mitsubishi Chemicals utilizam a tecnologia <strong>de</strong><br />
hidroge<strong>na</strong>ção <strong>na</strong> fase líquida com o catalisa<strong>do</strong>r à base <strong>de</strong> Ni/Cr. Hoje, as<br />
patentes <strong>de</strong>sses processos <strong>de</strong> produção são todas <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio público.<br />
(CIQUINE, mimeo1981 e 1983)<br />
3.3.1) Hidroge<strong>na</strong>ção em Fase Vapor<br />
Conforme mostra a Figura-8, o n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> é hidroge<strong>na</strong><strong>do</strong><br />
adiabaticamente através <strong>de</strong> tecnologia <strong>na</strong> fase vapor <strong>de</strong>senvolvida pela Union<br />
Carbi<strong>de</strong>. O reator é <strong>do</strong> tipo multi-tubular, utilizan<strong>do</strong> o catalisa<strong>do</strong>r CuO/ZnO.<br />
Inicialmente o n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> proveniente da hidroformilação <strong>de</strong><br />
propeno, é alimenta<strong>do</strong> em contra-corrente com a corrente <strong>de</strong> gás conten<strong>do</strong> o<br />
hidrogênio e o gás <strong>de</strong> reciclo no vaporiza<strong>do</strong>r. O calor <strong>de</strong> vaporização é<br />
proveniente parte <strong>do</strong> gás e parte <strong>do</strong> calor externo.<br />
O efluente gasoso proveniente <strong>do</strong> vaporiza<strong>do</strong>r é aqueci<strong>do</strong> antes <strong>de</strong><br />
alimentar o reator <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção. A reação ocorre a uma temperatura T e<br />
a pressão P. O produto da reação é con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong> posteriormente. Neste<br />
resfriamento há uma recuperação <strong>de</strong> calor, produzin<strong>do</strong> vapor.<br />
O produto da reação conten<strong>do</strong> butanol, após con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong> e<br />
<strong>de</strong>gaseifica<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> os al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s não reagi<strong>do</strong>s voltam <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> vapor para<br />
o vaporiza<strong>do</strong>r antes <strong>do</strong> reator.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
57<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
58<br />
O produto líqui<strong>do</strong> é alimenta<strong>do</strong> no Reator ( R2 ) <strong>de</strong> alta pressão <strong>de</strong><br />
10 a 20 kg/cm 2 , com catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Ni/Cr. O produto da reação separa<strong>do</strong> é<br />
então envia<strong>do</strong> à seção <strong>de</strong> purificação, on<strong>de</strong> são utilizadas técnicas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>stilação convencio<strong>na</strong>l para a separação <strong>de</strong> butanol.<br />
O vapor produzi<strong>do</strong> <strong>na</strong> con<strong>de</strong>nsação <strong>do</strong> produto após o reator é<br />
utiliza<strong>do</strong> nos referve<strong>do</strong>res das colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação e é um item <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
mérito no custo <strong>de</strong> produção.<br />
3.3.2) Hidroge<strong>na</strong>ção em Fase Líquida<br />
As informações a seguir foram adaptadas pelo autor, com base<br />
<strong>na</strong>s informações contidas <strong>na</strong>s seguintes referências <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio público:<br />
Mitsubishi (1970, 1979,1980).<br />
Conforme a Figura-9, o n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> é hidroge<strong>na</strong><strong>do</strong><br />
adiabaticamente através <strong>de</strong> tecnologia <strong>na</strong> fase líquida <strong>de</strong>senvolvida pela<br />
Celanese e também pela Mitsubishi Chemicals a uma temperatura <strong>de</strong> 120 0 C<br />
a 170 0 C e pressão <strong>de</strong> 30 kg/cm 2 a 100 kg/cm 2 . O reator é <strong>do</strong> tipo tubular<br />
com 3 ou 4 leitos, utilizan<strong>do</strong> o catalisa<strong>do</strong>r Ni/Cr suporta<strong>do</strong> em alumi<strong>na</strong>.<br />
Inicialmente o n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> proveniente da hidroformilação <strong>de</strong><br />
propeno, e o solvente é alimenta<strong>do</strong> no reator com o hidrogênio. O solvente é<br />
o próprio butanol especifica<strong>do</strong> e tem a função <strong>de</strong> remover o calor da reação<br />
<strong>do</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> com o hidrogênio. Neste processo não tem a recuperação <strong>de</strong> calor<br />
geran<strong>do</strong> vapor. (CIQUINE, 1981).<br />
O produto da reação além <strong>do</strong> produto principal BuOH, contém os<br />
produtos resultantes das reações secundarias, tais como, i-BuOH – iso<br />
butanol, DNBE – dibutil éter e produtos pesa<strong>do</strong>s. O fluxo proveniente <strong>do</strong><br />
reator <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção é envia<strong>do</strong> para a Seção <strong>de</strong> Purificação. A purificação<br />
<strong>do</strong> butanol ocorre em uma seqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilações utilizan<strong>do</strong> técnicas<br />
convencio<strong>na</strong>is.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
59<br />
Primeiramente o produto da reação é alimenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sidratação (T1). Pela base é retira<strong>do</strong> o principal produto BuOH e seus<br />
pesa<strong>do</strong>s e pelo topo os leves. O produto <strong>de</strong> base é alimenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Torre <strong>do</strong><br />
Produto Principal (T2). O produto <strong>do</strong> topo <strong>de</strong>ssa colu<strong>na</strong> é o butanol.<br />
Pela base da colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> butanol (T2), retira-se o BuOH não<br />
especifica<strong>do</strong>, alimentan<strong>do</strong> <strong>na</strong> colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s (T4). O produto <strong>de</strong> topo<br />
<strong>de</strong>ssa colu<strong>na</strong> é um butanol não especifica<strong>do</strong>, que é envia<strong>do</strong> para o tanque <strong>de</strong><br />
solvente para posterior reaproveitamento no reator. E o produto da base da<br />
colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s (T4) é <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong> como efluente para o Separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />
Óleo. Após separação <strong>do</strong> óleo, a parte aquosa é enviada para uma colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />
esgotamento, daí o efluente segue para ao tratamento <strong>na</strong> CETREL.<br />
Os leves retira<strong>do</strong>s da colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação (T1) é um azeótropo<br />
ternário, forma<strong>do</strong> por DNBE – di normal butil éter, butanol e água. Portanto,<br />
para ter uma boa retirada <strong>do</strong> DNBE pelo topo, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentar<br />
água junto com a alimentação da torre. O produto <strong>de</strong> topo após passar por<br />
um con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r é envia<strong>do</strong> a um separa<strong>do</strong>r. A fase aquosa é <strong>de</strong>scartada<br />
como efluente para o separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> óleo e posteriormente para a Colu<strong>na</strong><br />
Esgota<strong>do</strong>ra e o efluente separa<strong>do</strong> segue também para a CETREL. A fase<br />
oleosa é enviada para a colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> leves (T3); o produto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> é envia<strong>do</strong><br />
para o tanque <strong>de</strong> solvente e o produto <strong>de</strong> topo após separação, a fase oleosa<br />
é envia<strong>do</strong> para o tanque <strong>de</strong> solvente e a fase aquosa é <strong>de</strong>scartada como<br />
efluente para o Separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Óleo, seguin<strong>do</strong> para a mesma colu<strong>na</strong><br />
esgota<strong>do</strong>ra e após para a CETREL.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
60<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
61<br />
3.4) Formação <strong>de</strong> Eter<br />
A produção <strong>de</strong> Butanol para utilização como solvente, produção <strong>de</strong><br />
plastificantes e <strong>de</strong>tergentes é <strong>de</strong> suma importância <strong>na</strong> indústria<br />
petroquímica. Como vimos, o Butanol é obti<strong>do</strong> através da hidroge<strong>na</strong>ção<br />
catalítica <strong>de</strong> normal butil al<strong>de</strong>i<strong>do</strong> (NBAL), passan<strong>do</strong> pelo catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Ni/Cr<br />
para o caso <strong>do</strong> processo <strong>na</strong> fase líquida. Face à reação exotérmica a<br />
temperatura é controlada fazen<strong>do</strong> uma mistura <strong>de</strong> Álcool Butílico/N butil<br />
al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> (BuOH/NBAL) numa temperatura T e pressão P.<br />
As informações a seguir são adaptadas pelo autor, com base no<br />
artigo <strong>do</strong> CORNILS e MULLEN (1980). O produto da reação principal, como<br />
vimos é o butanol, obti<strong>do</strong> através da hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> normal butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>,<br />
conforme a reação:<br />
C H 3<br />
C<br />
O<br />
H<br />
n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />
+ H 2<br />
catalisa<strong>do</strong>r<br />
HC 3<br />
butanol<br />
O H<br />
Como <strong>na</strong> maioria das reações químicas em escala industrial,<br />
ocorrem também reações secundárias, as reações in<strong>de</strong>sejáveis, tais como:<br />
• Reação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação:<br />
C H 3<br />
butanol<br />
O H<br />
C H<br />
+ 2 H 2<br />
3<br />
+<br />
C H<br />
H 3 2 O<br />
butano<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
62<br />
• Reação <strong>de</strong> Decarbonilação:<br />
C H 3<br />
C<br />
O<br />
H<br />
n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />
C H 3<br />
C H 3<br />
propano<br />
+ CO<br />
• Reação <strong>de</strong> Dehidroximetilação:<br />
C H 3 O H + 2 H C H 2<br />
3 CH 3 + C H 4<br />
+<br />
butanol<br />
propano<br />
H 2<br />
O<br />
• Reação <strong>de</strong> Al<strong>do</strong>olização:<br />
C H 3<br />
C H O<br />
2 3<br />
C<br />
H<br />
n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />
catalisa<strong>do</strong>r<br />
básico<br />
C H 3<br />
O H<br />
C8 al<strong>do</strong>l<br />
C<br />
O<br />
H<br />
• Formação <strong>de</strong> C 8 diol<br />
C H 3<br />
C H 3<br />
C H 3<br />
O H<br />
C<br />
O<br />
H<br />
+ H 2 catalisa<strong>do</strong>r<br />
C H 3<br />
O H<br />
OH<br />
C8 al<strong>do</strong>l<br />
C8 diol<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
63<br />
• Reação <strong>de</strong> Esterificação<br />
C H 3<br />
C H 3<br />
C H 3<br />
O<br />
C<br />
H<br />
O H<br />
C8 al<strong>do</strong>l<br />
+<br />
C H O<br />
3<br />
C<br />
H<br />
n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />
cat.<br />
C H 3<br />
O<br />
O H O<br />
Ester C12<br />
CH 3<br />
C H O C H 3 O H<br />
C H 3 O C H 3<br />
3 +<br />
C<br />
cat.<br />
O H<br />
O<br />
Áci<strong>do</strong> Butílico butanol<br />
Ester C 8<br />
Complementan<strong>do</strong> as reações secundárias, temos a formação <strong>de</strong> um<br />
éter, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong><strong>do</strong> Di-butil éter (DNBE) ou simplesmente butil éter. A<br />
formação <strong>de</strong>sse éter traz um problema bastante gran<strong>de</strong> <strong>na</strong> especificação <strong>do</strong><br />
produto principal.<br />
Numa reação química, a formação <strong>de</strong> éter é favorecida pelo<br />
ambiente reacio<strong>na</strong>l muito áci<strong>do</strong>. Neste caso, essa formação é resultante da<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sitio áci<strong>do</strong> no suporte <strong>de</strong> alumi<strong>na</strong> <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />
hidroge<strong>na</strong>ção com alta temperatura.<br />
Nesse ambiente favorável, o di-butil éter é forma<strong>do</strong> por duas<br />
reações, conforme segue:<br />
1 0 ) Formação <strong>de</strong> éter através <strong>do</strong> álcool<br />
2<br />
C H 3<br />
butanol<br />
O H<br />
catalisa<strong>do</strong>r<br />
C H<br />
meio áci<strong>do</strong> 3<br />
O<br />
di-butil éter<br />
CH 3<br />
+ H 2<br />
O<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
64<br />
2 0 ) Formação <strong>de</strong> éter através <strong>do</strong> Acetal<br />
Nesta rota em primeiro lugar o álcool reage com o n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong><br />
forman<strong>do</strong> o hemiacetal, por sua vez reage com outra molécula <strong>de</strong> butanol,<br />
forman<strong>do</strong> o C 12 acetal mais água. O acetal forma<strong>do</strong> reage com o hidrogênio,<br />
forman<strong>do</strong> o butanol e di-butil éter.<br />
A) Formação <strong>de</strong> Acetal<br />
C H<br />
3<br />
butanol<br />
O H<br />
+ C H O<br />
3<br />
C<br />
n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> H<br />
Catalisa<strong>do</strong>r<br />
Meio áci<strong>do</strong><br />
CH 3<br />
O<br />
HO<br />
hemiacetal<br />
C H<br />
CH 3 O CH 3<br />
O<br />
C12 acetal<br />
CH 3<br />
Catalisa<strong>do</strong>r CH 3<br />
+ H 2 O<br />
butanol<br />
+<br />
O H<br />
B) Formação <strong>de</strong> éter através <strong>do</strong> Acetal<br />
CH 3<br />
O H<br />
CH 3 O CH 3<br />
Catalisa<strong>do</strong>r<br />
butanol<br />
+ H 2<br />
+<br />
Meio áci<strong>do</strong><br />
O<br />
C12 acetal H<br />
CH 3<br />
3<br />
O CH 3<br />
di-butil éter<br />
O catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> leito fixo utiliza<strong>do</strong> <strong>na</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s,<br />
quan<strong>do</strong> novo, inicia-se com uma temperatura baixa em torno <strong>de</strong> 100 0 C a<br />
125 0 C . Com a utilização ao longo <strong>do</strong> seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> produção, a sua<br />
ativida<strong>de</strong> diminui aumentan<strong>do</strong> o não reagi<strong>do</strong> <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s. Para que não haja<br />
um aumento <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> não reagi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s, aumenta-se a<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
65<br />
temperatura gradativamente <strong>de</strong> grau em grau. Mas, com o aumento da<br />
temperatura e o meio áci<strong>do</strong> <strong>do</strong> suporte <strong>de</strong> alumi<strong>na</strong> <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r favorece<br />
cada vez mais a formação <strong>do</strong> éter. Em outras palavras, há maior conversão<br />
<strong>do</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> em álcool, porém aumenta também a reação secundária. Nas<br />
análises diárias esse equilíbrio técnico-econômico é um <strong>do</strong>s trabalhos <strong>de</strong> um<br />
Engenheiro Químico.<br />
Aqui cabe <strong>de</strong>finir os <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong> não reagi<strong>do</strong>s, conversão e<br />
seletivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s neste trabalho:<br />
1) O não reagi<strong>do</strong> <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s significa os al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s alimenta<strong>do</strong>s que<br />
não conseguiram reagir com o hidrogênio e não conseguiram<br />
transformar-se em outros componentes;<br />
2) Conversão <strong>de</strong> Al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s é quanto <strong>do</strong>s al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s alimenta<strong>do</strong>s no<br />
reator foram reagi<strong>do</strong>s e transforma<strong>do</strong>s em outros componentes;<br />
3) Seletivida<strong>de</strong> em Álcoois, significa, quanto <strong>do</strong>s al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s<br />
alimenta<strong>do</strong>s no reator foram transforma<strong>do</strong>s em álcoois.<br />
Para minimizar a formação <strong>de</strong> éter sem prejudicar a seletivida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s em álcoois, é usual aplicar os seguintes meios:<br />
1) Alimenta-se uma peque<strong>na</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água juntamente com<br />
a alimentação <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> no reator. A reação <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />
álcool para éter é reversível. Então, em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das condições<br />
<strong>de</strong> processo, há um <strong>de</strong>slocamento da reação <strong>de</strong> éter para o<br />
álcool, com a alimentação <strong>de</strong> água;<br />
2) Alteração da aci<strong>de</strong>z <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r, com alimentação <strong>de</strong> um<br />
promotor no meio reacio<strong>na</strong>l.<br />
A primeira solução já vem sen<strong>do</strong> utilizada há muitos anos <strong>na</strong><br />
empresa e atendia ple<strong>na</strong>mente a exigência <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> com referência à<br />
especificação <strong>do</strong> éter. No entanto, pela experiência <strong>do</strong>s últimos anos pelo<br />
próprio autor <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong>, a primeira solução aten<strong>de</strong> em parte a reversão<br />
<strong>do</strong> éter para o álcool, mas à medida que o catalisa<strong>do</strong>r per<strong>de</strong> a sua ativida<strong>de</strong> e<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
66<br />
a temperatura aumentan<strong>do</strong>, somente a alimentação <strong>de</strong> água não solucio<strong>na</strong><br />
o problema <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s.<br />
A segunda solução é mais eficiente para aten<strong>de</strong>r as novas<br />
exigências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. O promotor utiliza<strong>do</strong> geralmente é um composto<br />
orgânico <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias longas com peso molecular muito maior <strong>do</strong> que o <strong>do</strong><br />
produto e ponto <strong>de</strong> ebulição muito distante um <strong>do</strong> outro, ou seja a diferença<br />
<strong>de</strong> volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um componente em relação a outro é gran<strong>de</strong>, o que facilita<br />
a sua separação <strong>na</strong> colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação, evitan<strong>do</strong> assim a sua<br />
contami<strong>na</strong>ção. A gran<strong>de</strong> vantagem da utilização <strong>do</strong> promotor é que ele<br />
colmata o próprio catalisa<strong>do</strong>r, evitan<strong>do</strong> ou minimizan<strong>do</strong> assim a formação <strong>de</strong><br />
éter <strong>na</strong> fonte.<br />
3.5) Aci<strong>de</strong>z em Catalisa<strong>do</strong>res Sóli<strong>do</strong>s<br />
As informações a seguir foram adaptadas pelo autor, com base <strong>na</strong>s<br />
informações contidas <strong>na</strong>s seguintes referências: PERI (1960, 1965, 1984),<br />
BENESI (1957), ANDERSON e BOUDART (1981).<br />
Muitos catalisa<strong>do</strong>res possuem superfícies ácidas, o que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><br />
as possíveis rotas reacio<strong>na</strong>is, e conseqüentemente a formacão <strong>do</strong>s diversos<br />
produtos <strong>de</strong>sejáveis ou não. Esta aci<strong>de</strong>z é localizada em sítios específicos,<br />
cuja <strong>de</strong>scrição envolve sua <strong>na</strong>tureza e quantida<strong>de</strong>, ambas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da<br />
<strong>na</strong>tureza <strong>do</strong> sóli<strong>do</strong> e <strong>do</strong> procedimento usa<strong>do</strong> <strong>na</strong> preparação e ativação <strong>do</strong><br />
mesmo.<br />
Quanto à <strong>na</strong>tureza, os sítios áci<strong>do</strong>-base em sóli<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>m ser<br />
classifica<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is tipos distintos como Lowry-BrÖnsted (áci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>am<br />
prótons e base os aceitam) ou sítios <strong>do</strong> tipo Lewis (bases <strong>do</strong>am elétrons e<br />
áci<strong>do</strong>s os aceitam), <strong>de</strong> maneira análoga à química áci<strong>do</strong>-base em solução<br />
homogênea.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
67<br />
Na alumi<strong>na</strong>, Al 2 O 3 , que é um <strong>do</strong>s constituintes <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r<br />
usa<strong>do</strong> neste estu<strong>do</strong>, estes sítios po<strong>de</strong>m ser visualiza<strong>do</strong>s como seguem,<br />
conforme explica TANABE (1981 p.250):<br />
H H +<br />
OH OH<br />
calor +<br />
O -<br />
O - O -<br />
- O – Al – O - Al - - O – Al – O - Al - - O – Al – O - Al -<br />
-H2O<br />
+H2O<br />
(I) (III) (II)<br />
Sen<strong>do</strong>;<br />
(I) Sítio áci<strong>do</strong> <strong>de</strong> Lewis<br />
(II) Sítio áci<strong>do</strong> <strong>de</strong> BrÖnsted<br />
(III) Sítio Básico<br />
Se <strong>na</strong> preparação houver contato com HCl por exemplo, a alumi<strong>na</strong><br />
po<strong>de</strong> ter sua superfície clorada, com substituição <strong>de</strong> alguns grupos hidroxila<br />
superficiais:<br />
Al – OH + HCl Al - Cl + H 2 O<br />
O que por sua vez altera a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> eletrônica <strong>do</strong> seu entorno,<br />
elevan<strong>do</strong> a força ácida <strong>do</strong>s sítios vizinhos. A adição <strong>de</strong> potássio ou sódio,<br />
teria portanto um efeito contrário.<br />
Íons carbônio são intermediários <strong>de</strong> várias reações envolven<strong>do</strong><br />
hidrocarbonetos, tais como craqueamento, isomerização, <strong>de</strong>sidratação e<br />
polimerização. Eles po<strong>de</strong>m ser forma<strong>do</strong>s por reação entre os hidrocarbonetos<br />
e áci<strong>do</strong>s. Se o áci<strong>do</strong> for <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> BrÖnsted, o íon é forma<strong>do</strong> por adição <strong>do</strong><br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
68<br />
próton a alguma parte insaturada da molécula <strong>do</strong> hidrocarboneto. Se o áci<strong>do</strong><br />
é <strong>do</strong> tipo Lewis, o íon carbônio é forma<strong>do</strong> por abstração <strong>de</strong> hidreto da<br />
molécula <strong>do</strong> hidrocarboneto.<br />
O principal produto in<strong>de</strong>sejável <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong>, no processo <strong>de</strong><br />
hidroge<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, o dibutil éter, é forma<strong>do</strong> provavelmente<br />
pelas rotas <strong>de</strong>scritas no item 3.4, adaptadas <strong>do</strong> CORNILS e MULLEN (1980),<br />
ambas envolven<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> íons carbônio nos sítios áci<strong>do</strong>s da alumi<strong>na</strong>.<br />
A alumi<strong>na</strong> é um constituinte estrutural importante <strong>na</strong> formação <strong>do</strong><br />
catalisa<strong>do</strong>r em estu<strong>do</strong>, pois confere alta superfície específica, boa resistência<br />
mecânica e estabilida<strong>de</strong> térmica ao mesmo, mas apresenta inerentemente<br />
uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sítios áci<strong>do</strong>s, que po<strong>de</strong> atingir a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
10 12 /cm 2 . Em algumas reações, esta aci<strong>de</strong>z é <strong>de</strong>sejável, mas neste processo,<br />
é uma característica in<strong>de</strong>sejável.<br />
Conforme explica<strong>do</strong> no item anterior, a formação <strong>do</strong> éter po<strong>de</strong> ser<br />
minimizada com a adição <strong>de</strong> água ao sistema reacio<strong>na</strong>l, visan<strong>do</strong> reverter a<br />
<strong>de</strong>sidratação, mas este recurso per<strong>de</strong> sua eficácia quan<strong>do</strong> a temperatura é<br />
elevada para compensar a perda <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r, conforme<br />
experiência em escala industrial <strong>do</strong> autor. Cabe portanto, a alteração <strong>do</strong><br />
meio áci<strong>do</strong>, pela adição <strong>de</strong> reagentes <strong>do</strong>pantes, capazes <strong>de</strong> neutralizar a ação<br />
in<strong>de</strong>sejável <strong>do</strong>s sítios áci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alumi<strong>na</strong>.<br />
A maioria <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> caracterização <strong>do</strong>s sítios áci<strong>do</strong>s em<br />
sóli<strong>do</strong>s são incapazes <strong>de</strong> distinguir os <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> sítios; eles simplesmente<br />
me<strong>de</strong>m o total <strong>de</strong> sítios áci<strong>do</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da <strong>na</strong>tureza, e algum<br />
distinguem os sítios em termos <strong>de</strong> força ácida, através da medida da energia<br />
<strong>de</strong> ligação. Contu<strong>do</strong>, existem méto<strong>do</strong>s que são capazes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a<br />
<strong>na</strong>tureza <strong>do</strong>s sítios, monitoran<strong>do</strong> a adsorção <strong>de</strong> moléculas-sonda por<br />
espectroscopia infra-vermelho.<br />
De uma forma geral, os méto<strong>do</strong>s usa<strong>do</strong>s para caracterizar os sítios<br />
áci<strong>do</strong>s, baseiam-se <strong>na</strong> adsorção <strong>de</strong> moléculas sonda gasosas básicas, que<br />
interagem com os vários tipos <strong>de</strong> sítios e a seguir é feita sua quantificação,<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
69<br />
e/ou análise espectroscópica, com variação da temperatura para avaliar a<br />
distribuição da força ácida. As moléculas mais comumente empregadas são<br />
amônia e ami<strong>na</strong>s, como a n-butil ami<strong>na</strong>, a piridi<strong>na</strong> e seus <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s, mas<br />
existem trabalhos fundamentais basea<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> da superfície, ape<strong>na</strong>s<br />
utilizan<strong>do</strong> tratamentos térmicos, como os pioneiros estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> PERI (1960),<br />
sobre a água adsorvida e os grupos hidroxilas superficiais da γ-alumi<strong>na</strong>.<br />
Neste trabalho foram utilizadas moléculas, chamadas aqui <strong>de</strong><br />
promotores, capazes <strong>de</strong> minimizar a aci<strong>de</strong>z da alumi<strong>na</strong> constituinte <strong>do</strong><br />
catalisa<strong>do</strong>r, por formação <strong>de</strong> uma ligação forte com os sítios áci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />
tipos, neutralizan<strong>do</strong>-os. Foi escolhi<strong>do</strong> um composto orgânico <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia<br />
longa, com proprieda<strong>de</strong>s básicas, e com volatilida<strong>de</strong> bem distinta <strong>do</strong>s<br />
produtos envolvi<strong>do</strong>s, butanol e n-butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, para evitar contami<strong>na</strong>ção.<br />
Este promotor foi adicio<strong>na</strong><strong>do</strong> em quantida<strong>de</strong>s controladas no meio reacio<strong>na</strong>l,<br />
conforme será explica<strong>do</strong> adiante.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
70<br />
CAPÍTULO-4 -<br />
APLICAÇÃO DA PML NA OTIMIZAÇÃO DE PROCESSO<br />
“Há hoje um <strong>de</strong>scompasso entre a mente huma<strong>na</strong> e o<br />
mun<strong>do</strong> que as pessoas habitam...<br />
Precisamos ser alfabetiza<strong>do</strong>s em discipli<strong>na</strong>s inteiramente<br />
novas...<br />
Precisamos substituir por novas as nossas velhas<br />
mentes.”<br />
Paulo Ehrlich e Robert Ornstein<br />
4.1) Levantamento da situação inicial<br />
A Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butanol da Elekeiroz funcio<strong>na</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
sua partida, em 1972. Conforme já <strong>de</strong>scrito no Capítulo 2, item 2.7.2, o<br />
processo <strong>de</strong> produção é <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Butilal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>. O processo é da<br />
Mitsubishi Chemical Corporation muito conheci<strong>do</strong> no nível mundial, cuja<br />
patente já expirou.<br />
Des<strong>de</strong> a sua partida, a planta operou à ple<strong>na</strong> carga, com qualida<strong>de</strong><br />
a<strong>de</strong>quada às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e fiel ao objetivo da qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>na</strong> empresa: “O objetivo da Elekeiroz é produzir produtos <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> assegurada a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s à necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>”.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
71<br />
4.1.1) Plano <strong>de</strong> Análises<br />
Para o levantamento da situação inicial da planta, tomou-se como<br />
referência, a planta em operação normal <strong>de</strong> roti<strong>na</strong>.<br />
O Plano <strong>de</strong> análises foi elabora<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração as<br />
práticas diárias existentes com adição <strong>de</strong> análises extras <strong>de</strong> tal forma que,<br />
com os resulta<strong>do</strong>s, pu<strong>de</strong>sse realizar o balanço material e <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> toda<br />
a planta. Aparentemente isso é fácil, mas <strong>na</strong> prática, face aos recursos<br />
humanos e econômicos escassos disponíveis, há entraves <strong>na</strong>turais. No<br />
entanto, foi realiza<strong>do</strong> um plano <strong>de</strong> análises que aten<strong>de</strong>sse aos interesses <strong>do</strong><br />
momento, conforme segue:<br />
Tabela-5 : Plano <strong>de</strong> Análises<br />
Ponto <strong>de</strong> Amostragem Freqüência Componentes <strong>de</strong><br />
interesse<br />
Entrada <strong>do</strong> Reator 2 a e 4 a feiras NBAL, BuOH, DNBE,<br />
HE, i-BuOH<br />
Saida <strong>do</strong> Reator 2 a e 4 a feiras NBAL, NBuOH, DNBE,<br />
HE, i-BuOH<br />
Colu<strong>na</strong> T1 – Base 2 a e 4 a feiras NBAL, NBuOH, DNBE,<br />
HE, i-BuOH<br />
Colu<strong>na</strong> T2 – Topo 2 a e 4 a feiras BuOH, i-BuOH, DNBE<br />
Colu<strong>na</strong> T3 – Fase oleosa 2 a e 4 a feiras BuOH, DNBE<br />
Colu<strong>na</strong> T3 – Fase<br />
aquosa<br />
2 a e 4 a feiras DQO, MS<br />
Colu<strong>na</strong> T4 - Base 2 a e 4 a feiras BuOH, HE<br />
Colu<strong>na</strong> T5 - Topo 2 a e 4 a feiras DQO, BuOH,<br />
Colu<strong>na</strong> T5 - Base 2 a e 4 a feiras BuOH, i-BuOH, DNBE<br />
4.1.2) Balanço Material<br />
O Balanço Material apresenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-10 foi realiza<strong>do</strong> antes<br />
<strong>do</strong> problema em questão. Foi elabora<strong>do</strong> um Plano <strong>de</strong> Análises <strong>de</strong> roti<strong>na</strong>,<br />
conforme apresenta<strong>do</strong> no item anterior. Como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong>, as<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
72<br />
análises foram realizadas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os pontos <strong>de</strong> entradas e saídas <strong>de</strong><br />
equipamentos principais para possibilitar o fechamento <strong>do</strong> Balanço Material.<br />
Vale ressaltar que o Balanço Material é pontual <strong>de</strong> um dia, cujas amostras<br />
<strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, foram tiradas no mesmo horário. As vazões <strong>do</strong>s<br />
produtos indicadas, foram baseadas nos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> análises e medições<br />
<strong>de</strong> vazão <strong>na</strong> hora da retirada das amostras. Algumas vazões foram ajustadas<br />
para fechar o Balanço Material, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os critérios geralmente<br />
a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para tal.<br />
Nem to<strong>do</strong>s os componentes foram cita<strong>do</strong>s com nomes conheci<strong>do</strong>s<br />
<strong>na</strong> empresa. Foram mencio<strong>na</strong><strong>do</strong>s somente aqueles importantes para o foco<br />
em questão. No entanto, foi manti<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> das análises <strong>do</strong>s principais<br />
componentes que interessaram no presente trabalho, extraí<strong>do</strong> da análise<br />
cromatográfica realizada pelo laboratório da empresa. As análises qualiquantitativas<br />
<strong>de</strong> todas as amostras foram completas como <strong>de</strong> roti<strong>na</strong>. O<br />
resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> representa um valor pontual mas típico da unida<strong>de</strong>.<br />
importantes:<br />
Pelo Balanço Material, po<strong>de</strong>-se observar os seguintes pontos<br />
• A concentração <strong>de</strong> DNBE <strong>na</strong> alimentação foi <strong>de</strong> 0,151 % sain<strong>do</strong> <strong>do</strong> reator<br />
com 0,223 %. Para a carga <strong>do</strong> momento da amostragem, a formação <strong>de</strong><br />
DNBE foi <strong>de</strong> 12,41 kg/h;<br />
• A água utilizada <strong>na</strong> alimentação <strong>do</strong> reator é importante e tem a função <strong>de</strong><br />
minimizar a formação <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s como o C 12 Acetal. Conforme foi visto<br />
capítulo 2, o álcool reage com o al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>, produzin<strong>do</strong> o hemiacetal e álcool.<br />
Por sua vez, favorecida por meio áci<strong>do</strong> e alta temperatura, há formação <strong>de</strong><br />
acetal mais água. Essa reação é reversível, portanto, a alimentação <strong>de</strong><br />
água <strong>de</strong>sloca a reação para a produção <strong>de</strong> álcool e al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>;<br />
• A água utilizada <strong>na</strong> alimentação da Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> leves T1, tem a função <strong>de</strong><br />
formar com BuOH e DNBE uma mistura <strong>de</strong> azeótropo ternária e ser<br />
retirada pelo topo da colu<strong>na</strong>. Esta mistura é separada no Balão <strong>de</strong><br />
Refluxo das torres T1 e T3. Essas duas correntes oleosas são enviadas a<br />
um Separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Óleo tipo API, sen<strong>do</strong> a fase oleosa com características <strong>de</strong><br />
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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
73<br />
óleo combustível é comercializa<strong>do</strong> e a fase aquosa é enviada a uma<br />
Colu<strong>na</strong> Esgota<strong>do</strong>ra para separação <strong>do</strong> óleo remanescente e o restante<br />
envia<strong>do</strong> para a CETREL.<br />
• Os <strong>do</strong>is fluxos da fase aquosa das colu<strong>na</strong>s T1 e T3, são as correntes 4a e<br />
8a, com 200 kg/h e 150 kg/h, respectivamente. A carga orgânica total<br />
<strong>de</strong>sses efluentes soma 56,25 kg/h para a produção <strong>de</strong> 4.050 kg/h <strong>de</strong><br />
produto fi<strong>na</strong>l, isto é, 13,89 kg <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> carga orgânica, por tonelada<br />
<strong>de</strong> butanol produzi<strong>do</strong>.<br />
• Conforme análise cromatográfica, a especificação <strong>do</strong> produto fi<strong>na</strong>l<br />
(corrente 8) foi <strong>de</strong>:<br />
Tabela-6: Especificação <strong>do</strong> BuOH pelo Balanço Material<br />
ESPECIFICAÇÃO ANÁLISE DO<br />
PRODUTO<br />
BuOH - PUREZA 99,30 % P min. 99,74% P<br />
i-BuOH – Iso-Butanol 0,20 % P máx 0,09% P<br />
DNBE – Dibutil éter 3000 ppm máx. 1400 ppm<br />
Fonte: Elaboração própria.<br />
• Para a realização <strong>do</strong> Balanço Material foram realizadas análise<br />
cromatográfica completa <strong>de</strong> 11 pontos da planta durante 5 dias a um<br />
custo total <strong>de</strong> R$ 11.000,00. A mão <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> engenharia, <strong>de</strong> execução e<br />
coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção foi <strong>de</strong> 200 homens-hora a um custo total <strong>de</strong> R$ 10.000,00.<br />
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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
74<br />
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75<br />
4.2) Repurificação <strong>do</strong> Produto - Solução <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo<br />
Este resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> análise <strong>do</strong> produto é uma situação típica da<br />
planta. Des<strong>de</strong> o inicio <strong>de</strong> operação da unida<strong>de</strong>, a especificação origi<strong>na</strong>l era o<br />
padrão e aceita pela totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s clientes.<br />
Com a exigência <strong>do</strong> novo cliente, a empresa <strong>de</strong>cidiu repurificar o<br />
butanol já produzi<strong>do</strong>. I<strong>de</strong>ntificou uma colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação em <strong>de</strong>suso, que<br />
po<strong>de</strong>ria ser colocada em operação para a repurificação <strong>do</strong> produto. Foi<br />
simulada a colu<strong>na</strong> <strong>na</strong>s condições solicitadas pelo cliente, ou seja para a<br />
especificação <strong>de</strong> 99,70% <strong>de</strong> pureza mínima <strong>de</strong> butanol (BuOH), 0,10% em<br />
peso máximo <strong>de</strong> Iso-butanol (i-BuOH) e teor máximo <strong>de</strong> dibutil éter (DNBE)<br />
<strong>de</strong> 200 ppm. É uma especificação muito severa, principalmente no que se<br />
refere ao componente éter. Observa-se que houve uma redução <strong>de</strong> 3000 ppm<br />
para 200 ppm.<br />
Tabela-7: Especificação <strong>do</strong> BuOH com nova especificação<br />
ESPECIFICAÇÃO<br />
NOVA<br />
ESPECIFICAÇÃO<br />
BuOH - PUREZA 99,30 % P min. 99,70% P min.<br />
i-BuOH – Iso-Butanol 0,20 % P máx 0,10% P máx.<br />
DNBE – Dibutil Eter 3000 ppm máx. 200 ppm máx.<br />
Fonte: Elaboração própria.<br />
Para a construção <strong>do</strong> Balanço Material e <strong>de</strong> Energia, foi utiliza<strong>do</strong> o<br />
PDPlus Chemical Process Simulator, um software <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pela<br />
Deerhaven Technical Software – Massachusets, EUA e para o cálculo da<br />
hidráulica da colu<strong>na</strong> foi utiliza<strong>do</strong> um software forneci<strong>do</strong> pela ACS Industries,<br />
LP <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, fabricante <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> torres <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação.<br />
O programa foi monta<strong>do</strong> com base no balanço material da seção <strong>de</strong><br />
purificação da Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Butanol em operação, inserin<strong>do</strong> os<br />
requisitos da nova especificação. A colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> repurificação <strong>de</strong> Butanol que<br />
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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
76<br />
foi batiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> T5 tem 700 mm <strong>de</strong> diâmetro e 55 pratos valvula<strong>do</strong>s da Koch<br />
Glitch 6 . A base <strong>de</strong> cálculo para o balanço material da colu<strong>na</strong> foi para a<br />
alimentação <strong>de</strong> 1.500 kg/h <strong>de</strong> Butanol especifica<strong>do</strong> <strong>na</strong> Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Produto<br />
T3. Essa alimentação é menor <strong>do</strong> que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Butanol<br />
em condições normais, pois a intenção da empresa foi <strong>de</strong> repurificar ape<strong>na</strong>s<br />
a quantida<strong>de</strong> necessária para o novo cliente, cuja exigência era diferencia<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais.<br />
A simulação apresentou um resulta<strong>do</strong> bastante favorável e<br />
<strong>de</strong>monstrou uma esperança que po<strong>de</strong>ria aten<strong>de</strong>r ao cliente em pouco tempo.<br />
O produto repurifica<strong>do</strong> foi extraí<strong>do</strong> com 99,95 % <strong>de</strong> pureza em butanol,<br />
0,049 % em iso-butanol e ape<strong>na</strong>s 38 ppm em DNBE, portanto, muito menor<br />
<strong>do</strong> que o máximo exigi<strong>do</strong> pelo novo cliente.<br />
Tabela-8 : Resulta<strong>do</strong> da Simulação da Torre <strong>de</strong> Repurificação T5<br />
Componentes BuOH<br />
BuOH Especificação<br />
Alimenta<strong>do</strong> Repurifica<strong>do</strong> Exigida<br />
BuOH 99,70 % 99,95 % 99,70% min.<br />
i-BuOH 0,10 % 0,049% 0,10% max.<br />
DNBE 600 ppm 38 ppm 200 ppm max.<br />
Fonte: Elaboração própria.<br />
A colu<strong>na</strong>, os seus periféricos como referve<strong>do</strong>r, con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r, vasos<br />
e tubulações estavam em <strong>de</strong>suso por vários anos. Portanto, houve<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um trabalho muito criterioso <strong>de</strong> engenharia com<br />
modificações nos alinhamentos <strong>de</strong> tubulação, revisão nos instrumentos,<br />
inspeções e manutenção nos equipamentos, o que <strong>de</strong>man<strong>do</strong>u um<br />
investimento da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 100 mil.<br />
6 Koch Glitch é fabricante <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> torres <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação.<br />
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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
77<br />
Fi<strong>na</strong>lmente foi colocada em operação to<strong>do</strong> o conjunto, inician<strong>do</strong><br />
com uma cuida<strong>do</strong>sa alimentação, pois a matéria-prima era o próprio produto<br />
fi<strong>na</strong>l com base <strong>na</strong> especificação anterior. Em poucas horas, o produto saiu<br />
com a nova especificação, conforme mostra o balanço material a seguir.<br />
4.2.1) Balanço Material<br />
A Figura-11, mostra o Balanço Material completo da colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />
repurificação <strong>do</strong> álcool em funcio<strong>na</strong>mento. O balanço é pontual, isto é, os<br />
valores <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e análises quali-quantitativa <strong>do</strong>s componentes<br />
foram no mesmo horário <strong>de</strong> um dia, mas representa perfeitamente a<br />
condição típica contínua da operação.<br />
De maneira análoga, neste Balanço Material, nem to<strong>do</strong>s os<br />
componentes foram cita<strong>do</strong>s com nomes conheci<strong>do</strong>s <strong>na</strong> empresa. Assim,<br />
também foi manti<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> análises <strong>do</strong>s componentes principais que<br />
interessaram ao presente trabalho, extraí<strong>do</strong> da análise cromatográfica<br />
realizada pelo laboratório da empresa. O número <strong>de</strong> cada componente<br />
indica<strong>do</strong> <strong>na</strong> situação inicial, foi manti<strong>do</strong> para o mesmo componente neste<br />
balanço material.<br />
importantes:<br />
Pelo Balanço Material, po<strong>de</strong>-se observar os seguintes pontos<br />
• A alimentação da colu<strong>na</strong> no momento da coleta da amostra era <strong>de</strong> 1000<br />
kg/h, portanto, diferente da a<strong>do</strong>tada <strong>na</strong> simulação;<br />
• A especificação obtida foi <strong>de</strong> 99,96 % em pureza <strong>de</strong> BuOH, 0,0006 % em<br />
i-BuOH e ape<strong>na</strong>s 47 ppm em DNBE, portanto muito abaixo <strong>do</strong>s 200 ppm<br />
exigi<strong>do</strong>s pelo cliente e com pureza melhor <strong>do</strong> que obti<strong>do</strong> <strong>na</strong> simulação;<br />
A água alimentada é para formar o azeótropo com o álcool e o éter,<br />
com o objetivo principal <strong>de</strong> retirar este último pelo topo da torre e seguir<br />
como efluente.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
78<br />
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79<br />
É uma situação típica <strong>de</strong> solução <strong>do</strong> fim <strong>de</strong> tubo (end of pipe). A<br />
empresa para aten<strong>de</strong>r ao exigente merca<strong>do</strong>, ape<strong>na</strong>s focou o problema <strong>de</strong><br />
merca<strong>do</strong>/cliente e também aceitou a produção <strong>de</strong> efluentes como fato<br />
inevitável. É um paradigma típico da situação <strong>de</strong> controle. Evi<strong>de</strong>ntemente<br />
isto traz além <strong>do</strong> problema ambiental, o custo adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> produção em<br />
tratamento, o custo adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> vapor para a <strong>de</strong>stilação e perda <strong>de</strong> butanol<br />
no efluente. Para se ter uma idéia o que uma atitu<strong>de</strong> como esta representa<br />
no custo <strong>do</strong> produto, levantou-se os principais parâmetros:<br />
• Vapor - Levantamento realiza<strong>do</strong> para uma produção <strong>de</strong> 600 kg/h <strong>de</strong><br />
Butanol Repurifica<strong>do</strong>, foram consumi<strong>do</strong>s 950 kg/h <strong>de</strong> vapor, cujo o valor<br />
atualiza<strong>do</strong> é <strong>de</strong> R$ 55,00/ton. Portanto, o custo adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> vapor gasto<br />
foi <strong>de</strong> R$ 87,00/ton <strong>de</strong> butanol;<br />
• Efluentes - Além <strong>do</strong> gasto adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> vapor, consi<strong>de</strong>rou-se a geração <strong>de</strong><br />
efluente, separa<strong>do</strong> no topo da colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> repurificação estuda<strong>do</strong>. Para<br />
uma produção real levantada <strong>de</strong> 432 ton, foram gera<strong>do</strong>s 16,21 kg <strong>de</strong> DBO<br />
– Demanda Bioquímica <strong>de</strong> Oxigênio por tonelada <strong>de</strong> butanol. A CETREL<br />
cobra pelo tratamento <strong>de</strong> seus efluentes, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> três parâmetros: a<br />
DBO - Demanda Bioquímica <strong>de</strong> Oxigênio, a vazão Q e material em<br />
suspensão MS. Para o efluente da empresa, cerca <strong>de</strong> 90% <strong>do</strong> custo <strong>de</strong><br />
tratamento se <strong>de</strong>ve ao custo <strong>de</strong> DBO, portanto, para o caso em foco foi<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> ape<strong>na</strong>s esse parâmetro. Com base no valor cobra<strong>do</strong> pela<br />
CETREL, o valor atualiza<strong>do</strong> da DBO é <strong>de</strong> R$ 0,95/kg DBO. Portanto, o<br />
custo adicio<strong>na</strong>l para o tratamento <strong>de</strong> efluente foi <strong>de</strong> R$ 15,40/t <strong>de</strong><br />
butanol. Ressalta-se que os 16,21 kg/t da carga orgânica gerada, <strong>de</strong>ve ser<br />
adicio<strong>na</strong>da aos 13,89 kg/t gera<strong>do</strong>s <strong>na</strong> condição inicial, ou seja, gerou-se<br />
16,21 + 13,89 = 30,10 kg <strong>de</strong> carga orgânica por tonelada <strong>de</strong> butanol<br />
produzi<strong>do</strong>;<br />
• Butanol perdi<strong>do</strong> – Observa-se pelo balanço material que há perda<br />
através <strong>do</strong> efluente <strong>de</strong> 6,14 kg/h <strong>de</strong> butanol para 600 kg/h <strong>de</strong> butanol<br />
produzi<strong>do</strong> (repurifica<strong>do</strong>), ou seja, índice <strong>de</strong> 0,01023 ton BuOH perdi<strong>do</strong><br />
por ton BuOH produzi<strong>do</strong>, o que representa cerca <strong>de</strong> R$ 15,34/t BuOH;<br />
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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
80<br />
Totalizan<strong>do</strong> os três parâmetros, foi apura<strong>do</strong> um aumento nos<br />
custos <strong>de</strong> produção em cerca <strong>de</strong> 7% a 9%.<br />
Para a realização <strong>do</strong> Balanço Material foram realizadas análise<br />
cromatográfica completa <strong>de</strong> 5 pontos <strong>do</strong> novo sistema durante 5 dias a um<br />
custo total <strong>de</strong> R$ 5.000,00. A mão <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> engenharia, <strong>de</strong> execução e<br />
coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção foi <strong>de</strong> 200 homens-hora a um custo total <strong>de</strong> R$ 10.000,00.<br />
4.3) Projeto para Aumento da Capacida<strong>de</strong> com redução <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> Butil<br />
Éter<br />
Para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, foi realiza<strong>do</strong> um projeto <strong>de</strong><br />
“<strong>de</strong>sengargalamento” <strong>de</strong> toda a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Hidroformilação <strong>de</strong><br />
Propeno. Especificamente a Seção <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Butil Al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> para a<br />
produção <strong>de</strong> Butanol e a sua seção <strong>de</strong> purificação, havia capacida<strong>de</strong><br />
suficiente para a produção adicio<strong>na</strong>l se mantida a especificação anterior.<br />
Com a nova especificação, houve necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rever to<strong>do</strong> o<br />
estu<strong>do</strong> conceitual <strong>do</strong> projeto. O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong> consta no trabalho<br />
intitula<strong>do</strong> “Avaliação <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Reação <strong>do</strong> Reator <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong><br />
Butil Al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> para 36.000 t/ano <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção com baixo teor<br />
<strong>de</strong> Butil Éter” (CELEGHIN, 2001). Toda essa avaliação contou com a<br />
participação ativa <strong>do</strong> autor <strong>de</strong>sta dissertação.<br />
4.3.1) Base <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong><br />
Nessa avaliação foi mantida a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 36.000 t/ano, mas<br />
com baixo teor <strong>de</strong> Butil éter. Novamente para a Simulação <strong>de</strong> Processo, foi<br />
utiliza<strong>do</strong> o PDPlus Chemical Process Simulator, já cita<strong>do</strong>. No curso <strong>do</strong><br />
trabalho foi feita a a<strong>de</strong>quação da simulação da planta para o caso <strong>de</strong> baixo<br />
teor <strong>de</strong> butil éter no Butanol, estu<strong>do</strong>u-se o caso <strong>de</strong> se utilizar o Butanol ou<br />
Octanol como solvente e fi<strong>na</strong>lmente, proce<strong>de</strong>u-se a verificação <strong>do</strong>s<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
81<br />
equipamentos principais da planta <strong>na</strong>s novas condições. Para este estu<strong>do</strong>,<br />
consi<strong>de</strong>rar-se-á ape<strong>na</strong>s o caso <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> Butanol como solvente.<br />
Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Equilíbrio - Em virtu<strong>de</strong> da criticida<strong>de</strong> da distribuição <strong>do</strong><br />
Dibutil-éter <strong>na</strong>s colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação e <strong>de</strong> leves, foi ampliada a base <strong>do</strong>s<br />
da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> equilíbrio líqui<strong>do</strong> vapor <strong>de</strong> forma a melhor representar as<br />
separações. Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> operação <strong>do</strong> equilíbrio dibutil-éter/butanol/água,<br />
foi confronta<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> literatura. Realizou-se uma bateria <strong>de</strong><br />
ensaios <strong>na</strong> seção <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação colocan<strong>do</strong> à disposição uma massa<br />
importante <strong>de</strong> informação. Os parâmetros foram a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong>s resultan<strong>do</strong> num<br />
conjunto <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s que melhor representasse este sistema ternário.<br />
Para os pares <strong>de</strong> equilíbrio não disponíveis <strong>na</strong> literatura, foi feita a<br />
predição, utilizan<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> Unifac e Asog sen<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> que<br />
melhor representasse o sistema estuda<strong>do</strong>.<br />
Reator – Para a simulação <strong>do</strong> reator <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> normal<br />
butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> foram consi<strong>de</strong>radas as seguintes reações:<br />
- Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> NBAL para BuOH, a conversão a<strong>do</strong>tada foi <strong>de</strong><br />
0,99 <strong>do</strong> NBAL alimenta<strong>do</strong>;<br />
- Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> IBAL para i-BuOH, a conversão a<strong>do</strong>tada foi <strong>de</strong><br />
1,00 <strong>do</strong> iso-butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong> alimenta<strong>do</strong>;<br />
- Formação <strong>de</strong> Acetal BuOH/NBAL, com conversão <strong>de</strong> 0,0007 <strong>do</strong><br />
NBAL alimenta<strong>do</strong>;<br />
- Formação <strong>de</strong> DNBE, com conversão <strong>de</strong> 0,00175 <strong>do</strong> NBAL<br />
alimenta<strong>do</strong>.<br />
Estas condições refletem a experiência real da empresa <strong>na</strong><br />
hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> NBAL.<br />
Na Seção <strong>de</strong> Purificação seguiu-se a avaliação normal como<br />
conseqüência <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s das novas condições.<br />
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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
82<br />
4.3.2) Resulta<strong>do</strong> da Avaliação<br />
A simulação apresentou um resulta<strong>do</strong> que aten<strong>de</strong>sse à nova<br />
especificação, sem a torre <strong>de</strong> repurificação, cuja corrente <strong>do</strong> produto<br />
principal teve a seguinte qualida<strong>de</strong>:<br />
Tabela-9 : Resulta<strong>do</strong> da Simulação sem a Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação<br />
Componentes<br />
Especificação <strong>do</strong> Butanol<br />
(Simula<strong>do</strong>)<br />
BuOH 99,90%<br />
i-BuOH 0,0095%<br />
DNBE<br />
54 ppm<br />
Fonte: Elaboração própria.<br />
Para conseguir esta especificação foram avalia<strong>do</strong>s os equipamentos<br />
principais quanto às suas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processamento. A tabela a seguir<br />
apresenta alterações mais significativas a serem feitas <strong>na</strong> planta e reflete a<br />
verificação prelimi<strong>na</strong>r que foi realizada no Balanço Material da unida<strong>de</strong>,<br />
conforme a simulação citada. Como vimos, a estrutura <strong>do</strong> processo,<br />
evi<strong>de</strong>ntemente foi mantida, isto é, o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> butanol<br />
utilizan<strong>do</strong> da Hidroge<strong>na</strong>cão em Fase Líquida.<br />
Com base nessa avaliação, realizou-se um trabalho <strong>de</strong> engenharia.<br />
Com cotações <strong>de</strong> novos equipamentos, novos recheios <strong>de</strong> colu<strong>na</strong>s,<br />
modificações <strong>na</strong>s tubulações, ajustes <strong>de</strong> novos instrumentos e a<strong>de</strong>quação<br />
<strong>de</strong>sses instrumentos no SDCD – Sistema Digital <strong>de</strong> Controle Distribuí<strong>do</strong>, foi<br />
obti<strong>do</strong> o seguinte orçamento para a<strong>de</strong>quar toda a Planta <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>de</strong><br />
Butanol <strong>na</strong> nova especificação sem a Torre <strong>de</strong> Repurificação.<br />
O total <strong>do</strong> investimento para atendimento às novas exigências da<br />
especificação, foi orça<strong>do</strong> em quase R$ 2 milhões, conforme mostra a Tabela-<br />
11.<br />
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<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
83<br />
Tabela-10: Resulta<strong>do</strong> da avaliação <strong>do</strong>s principais equipamentos<br />
consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a nova especificação.<br />
Colu<strong>na</strong>s<br />
Equipamentos<br />
T1 – Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Desidratação<br />
T2 - Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Butanol<br />
T3 – Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Leves<br />
T4 – Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Pesa<strong>do</strong>s<br />
Troca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Calor<br />
Equipamentos<br />
Pré-Aquece<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Alimentação<br />
Con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Separa<strong>do</strong>r<br />
Referve<strong>do</strong>r da T1<br />
Con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r da T1<br />
Referve<strong>do</strong>r da T2<br />
Con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r da T2<br />
Referve<strong>do</strong>r da T3<br />
Con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r da T3<br />
Referve<strong>do</strong>r da T4<br />
Con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r da T4<br />
Bombas<br />
Bomba <strong>de</strong> alimentação<br />
Bomba <strong>de</strong> Fun<strong>do</strong> da T1<br />
Bomba <strong>de</strong> Refluxo da T1<br />
Bomba <strong>de</strong> Fun<strong>do</strong> da T2<br />
Bomba <strong>de</strong> Refluxo da T2<br />
Bomba <strong>de</strong> Fun<strong>do</strong> da T3<br />
Bomba <strong>de</strong> Refluxo da T3<br />
Bomba <strong>de</strong> Fun<strong>do</strong> da T4<br />
Bomba <strong>de</strong> Refluxo da T4<br />
Fonte: Elaboração própria.<br />
Aten<strong>de</strong><br />
Avaliação<br />
Fica Instável – Trocar as Ban<strong>de</strong>jas<br />
Substituir Recheio<br />
Aten<strong>de</strong><br />
Aten<strong>de</strong><br />
Aten<strong>de</strong><br />
Avaliação<br />
Não Aten<strong>de</strong> - Substituir<br />
Não Aten<strong>de</strong> - Substituir<br />
Fica no Limite sem folga<br />
Aten<strong>de</strong><br />
Não Aten<strong>de</strong> – Substituir<br />
Não Aten<strong>de</strong> - Substituir<br />
Não Aten<strong>de</strong> - Substituir<br />
Aten<strong>de</strong><br />
Não Aten<strong>de</strong><br />
Aten<strong>de</strong><br />
Aten<strong>de</strong><br />
Aten<strong>de</strong><br />
Aten<strong>de</strong><br />
Aten<strong>de</strong><br />
Aten<strong>de</strong><br />
Aten<strong>de</strong><br />
Não Aten<strong>de</strong> - Substituir<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
84<br />
Tabela-11: Orçamento da A<strong>de</strong>quação da Planta <strong>de</strong> Butanol <strong>na</strong> nova<br />
especificação sem a Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> Repurificação<br />
Discrimi<strong>na</strong>ção<br />
Valores em Reais<br />
Equipamentos Principais 640.000<br />
Engenharia Básica 100.000<br />
Engenharia Detalhada 200.000<br />
Construção Civil/Fundação 19.200<br />
Instrumentação 100.000<br />
Materiais 224.000<br />
Montagem 320.000<br />
Assistência Técnica 20.480<br />
Administração E Organização 64.000<br />
TOTAL-A (REAIS) 1.687.680<br />
Pré-Operação 12.800<br />
Frete, Seguro E Taxas 25.600<br />
Impostos 96.000<br />
Eventuais 100.000<br />
Total <strong>do</strong> Investimento (R$) 1.922.080<br />
Fonte: Elaboração própria.<br />
Nessa fase <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> com ape<strong>na</strong>s uma avaliação <strong>de</strong> processo e<br />
avaliação prelimi<strong>na</strong>r <strong>de</strong> equipamentos principais o valor <strong>do</strong> investimento<br />
apura<strong>do</strong> também po<strong>de</strong>rá ter uma variação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> mais ou menos 30%,<br />
segun<strong>do</strong> PETERS e TIMMERHAUS (1981) e também os autores RASE e<br />
BARROW(1973).<br />
4.4. Injeção <strong>de</strong> um promotor – caminhan<strong>do</strong> da solução <strong>de</strong> “fim <strong>de</strong> tubo”<br />
para a solução preventiva<br />
“Transforme o seu me<strong>do</strong> numa curiosida<strong>de</strong> a<br />
experimentar.”<br />
Jean Clau<strong>de</strong> Obry<br />
A injeção <strong>de</strong> um promotor teve a origem no teste <strong>de</strong> bancada<br />
realizada nos laboratórios <strong>do</strong> <strong>de</strong>tentor da tecnologia <strong>de</strong> Processo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong><br />
<strong>de</strong> Butanol. A fundamentação <strong>do</strong> propósito <strong>de</strong>sse teste era <strong>de</strong> que a formação<br />
das reações secundárias forman<strong>do</strong> pesa<strong>do</strong>s como C 12 Acetal e por<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
85<br />
conseguinte a formação <strong>de</strong> DNBE no segun<strong>do</strong> momento, era <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />
existência <strong>de</strong> sítios áci<strong>do</strong>s no suporte da alumi<strong>na</strong> <strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />
hidroge<strong>na</strong>ção com alta temperatura.<br />
Foi resgata<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse teste realiza<strong>do</strong> nos anos 80 que<br />
teve a conformação, conforme mostra a Figura-12:<br />
RESULTADO DO TESTE EM ESCALA<br />
PILOTO<br />
Formação <strong>de</strong> HB (%)<br />
110<br />
90<br />
70<br />
50<br />
30<br />
10<br />
-5<br />
-10<br />
0 5 10 15 20 25 30<br />
N básico (Y ppm)<br />
Figura-12 : Efeito <strong>do</strong> promotor <strong>na</strong> redução da formação <strong>de</strong> HB (pesa<strong>do</strong>s).<br />
Teste realiza<strong>do</strong> em escala piloto.<br />
Fonte: Ciquine (1986), adapta<strong>do</strong> pelo autor.<br />
A concentração <strong>do</strong> promotor está expresso em nitrogênio básico e<br />
está multiplica<strong>do</strong> por um fator Y por questão <strong>de</strong> sigilo da empresa. E a<br />
Formação <strong>de</strong> HB (pesa<strong>do</strong>s) está representa<strong>do</strong> em porcentagem em relação ao<br />
total <strong>de</strong> HB forma<strong>do</strong>. Enten<strong>de</strong>-se por HB, to<strong>do</strong>s os pesa<strong>do</strong>s incluin<strong>do</strong> o<br />
Acetal e Dibutil-éter. Observa-se nesse gráfico, uma queda brusca <strong>na</strong><br />
formação <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s, mesmo com peque<strong>na</strong> concentração <strong>de</strong> promotor,<br />
expresso em nitrogênio básico. Essa queda <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> reações<br />
secundárias, significa que a matéria-prima foi melhor utilizada para a<br />
obtenção <strong>do</strong> produto principal.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
86<br />
Com base nessa experiência <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong><br />
tecnologia, o teste foi realiza<strong>do</strong> <strong>na</strong> planta comercial utilizan<strong>do</strong> os <strong>conceito</strong>s<br />
da EVOP – operação evolucionária. A cada passo e ajuste fino foi realiza<strong>do</strong><br />
com muito cuida<strong>do</strong>. Apesar <strong>do</strong> conhecimento prévio <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s positivos<br />
em escala piloto pelo <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> tecnologia, esse teste envolvia fatores que<br />
exigiam cuida<strong>do</strong>s especiais, pois uma única falha po<strong>de</strong>ria comprometer toda<br />
a produção e com o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sativar o catalisa<strong>do</strong>r.<br />
O ponto principal da amostragem para a análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s foi<br />
a entrada e a saída <strong>do</strong> reator, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria ser medida diretamente a<br />
eficiência <strong>do</strong> promotor.<br />
Inicialmente, antes da alimentação <strong>do</strong> promotor foram realizadas<br />
análises <strong>de</strong> 5 dias distintos.<br />
Após obtenção <strong>de</strong>sses resulta<strong>do</strong>s sem o promotor, iniciamos o<br />
teste, alimentan<strong>do</strong> o mesmo em bateladas <strong>de</strong> 100 a 200 litros cada. O<br />
promotor foi alimenta<strong>do</strong> no tanque <strong>de</strong> solvente <strong>de</strong> álcoois, com circulação<br />
contínua <strong>do</strong> mesmo para o reator <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção.<br />
A cada alimentação, foi realizada a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção da concentração<br />
<strong>do</strong> promotor, expressa em nitrogênio básico e análises <strong>de</strong> DNBE <strong>na</strong> entrada e<br />
saída <strong>do</strong> reator, obten<strong>do</strong> assim a formação <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> éter correspon<strong>de</strong>nte. A<br />
freqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> DNBE para a elaboração <strong>do</strong> Balanço Material<br />
no entorno <strong>do</strong> reator foi <strong>de</strong> 3 a 5 dias. Obteve-se assim, um conjunto <strong>de</strong><br />
resulta<strong>do</strong>s bastante satisfatório, conforme po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-13.<br />
O gráfico foi representa<strong>do</strong> pela Formação <strong>de</strong> DNBE em função da<br />
concentração <strong>de</strong> N básico. A formação <strong>de</strong> DNBE está representada em<br />
porcentagem em relação ao total <strong>de</strong> DNBE forma<strong>do</strong>. E, a concentração <strong>de</strong><br />
Nitrogênio Básico está multiplica<strong>do</strong> por um fator Y por questão <strong>de</strong> sigilo.<br />
Entretanto, para o propósito <strong>de</strong>ste trabalho po<strong>de</strong>-se notar que um<br />
incremento muito pequeno <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> nitrogênio da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> ppm, obti<strong>do</strong><br />
com a adição <strong>do</strong> promotor, a redução <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> DNBE – dibutil éter é<br />
drástica.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
87<br />
RESULTADO DO TESTE NA PLANTA<br />
Formação <strong>de</strong> DNBE (%)<br />
110<br />
90<br />
70<br />
50<br />
30<br />
10<br />
-10<br />
0 1 2 3 4 5<br />
N básico (Y ppm)<br />
Figura-13 : Formação <strong>do</strong> DNBE em função da concentração <strong>de</strong><br />
Nitrogênio Básico no Reator <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> n-butil al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>.<br />
Fonte: Ciquine (2001), adapta<strong>do</strong> pelo autor.<br />
Nota-se também que à partir <strong>de</strong> 1,5 Y ppm, a formação <strong>de</strong> DNBE<br />
quase não se altera, fican<strong>do</strong> no nível <strong>de</strong> 0,02 % <strong>do</strong> total <strong>de</strong> DNBE forma<strong>do</strong>.<br />
Foi recomenda<strong>do</strong> manter uma concentração 2,0 Y ppm <strong>de</strong> Nitrogênio Básico<br />
no sistema.<br />
4.4.1) Balanço Material<br />
Com base nesse teste, foi realiza<strong>do</strong> o Balanço Material e o<br />
resulta<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura-14. Como <strong>de</strong> roti<strong>na</strong>, foi manti<strong>do</strong> o Plano <strong>de</strong><br />
Análises, conforme apresenta<strong>do</strong> anteriormente. Novamente po<strong>de</strong> ser<br />
observa<strong>do</strong> que as análises foram realizadas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os pontos <strong>de</strong> entradas e<br />
saídas <strong>de</strong> equipamentos principais para possibilitar o fechamento <strong>do</strong><br />
Balanço Material. Neste caso também o Balanço Material é pontual <strong>de</strong> um<br />
dia, cujas amostras <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, foram tiradas no mesmo horário.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
88<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
89<br />
As vazões <strong>do</strong>s produtos indicadas, foram com base nos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
análises e medições <strong>de</strong> vazão <strong>na</strong> hora da retirada das amostras.<br />
Nem to<strong>do</strong>s os componentes foram cita<strong>do</strong>s com nomes conheci<strong>do</strong>s<br />
<strong>na</strong> empresa. Foram cita<strong>do</strong>s somente aqueles importantes para o foco em<br />
questão, no entanto, foi manti<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> componentes com análise<br />
quantitativa correspon<strong>de</strong>nte extraída da análise cromatográfica realizada<br />
pelo laboratório da empresa. As análises quali-quantitativas <strong>de</strong> todas as<br />
amostras, foram completas como <strong>de</strong> roti<strong>na</strong>.<br />
O resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> representa um valor pontual mas típico da<br />
unida<strong>de</strong> com catalisa<strong>do</strong>r em fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> campanha. Pelo Balanço Material, po<strong>de</strong>se<br />
observar os seguintes pontos importantes:<br />
• A concentração <strong>de</strong> DNBE <strong>na</strong> alimentação foi <strong>de</strong> 0,0089 % sain<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
reator com 0,0127 %. Para a carga <strong>do</strong> momento da amostragem, a<br />
formação <strong>de</strong> DNBE foi <strong>de</strong> 0,61 kg/h;<br />
• Os <strong>do</strong>is fluxos da fase aquosa das colu<strong>na</strong>s T1 e T3, são as correntes 4a e<br />
8a, com 90 kg/h e 60 kg/h, respectivamente. A carga orgânica total<br />
<strong>de</strong>sses efluentes soma 20,45 kg/h para a produção <strong>de</strong> 4.000 kg/h <strong>de</strong><br />
butanol produzi<strong>do</strong>, isto é, 5,11 kg <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> carga orgânica por<br />
tonelada <strong>de</strong> produto fi<strong>na</strong>l produzi<strong>do</strong>. Portanto, a geração <strong>de</strong> carga<br />
orgânica <strong>de</strong> efluentes por tonelada <strong>de</strong> butanol, reduziu <strong>de</strong> 13,89 kg para<br />
5,11 kg, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a situação inicial e após a mudança no processo.<br />
Ressalta-se que se consi<strong>de</strong>rar com base <strong>na</strong> condição <strong>de</strong> repurificação <strong>do</strong><br />
produto (solução <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tubo), discutida no item anterior, a carga<br />
orgânica reduziu <strong>de</strong> 30,10 kg para 5,11 kg por tonelada <strong>de</strong> butanol.<br />
Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> uma produção <strong>de</strong> 25.000 ton/ano <strong>de</strong> butanol, essa redução<br />
representa cerca <strong>de</strong> R$ 600 mil/ano.<br />
• Conforme ocorreu com a redução <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> éter, também a<br />
formação <strong>do</strong>s pesa<strong>do</strong>s diminuíram, a ponto <strong>de</strong> retirar a Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />
Pesa<strong>do</strong>s (T4) <strong>de</strong> operação. Esta retirada representou uma redução no<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
90<br />
consumo <strong>de</strong> vapor em 300 kg/h. Uma economia <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 150<br />
mil/ano;<br />
• Menor geração <strong>de</strong> carga orgânica nos efluentes e redução <strong>na</strong> geração <strong>de</strong><br />
pesa<strong>do</strong>s, significa menor formação <strong>de</strong> reações secundárias. Ou seja, a<br />
matéria-prima e utilida<strong>de</strong>s estão sen<strong>do</strong> utilizadas <strong>de</strong> forma racio<strong>na</strong>l com<br />
redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios. Nesta fase <strong>do</strong> trabalho, não foi possível apurar<br />
com exatidão essa economia, no entanto, uma estimativa conserva<strong>do</strong>ra<br />
indica uma redução no custo variável em torno <strong>de</strong> R$ 200 mil/ano,<br />
somente com este item.<br />
• A Tabela-12 mostra a especificação <strong>do</strong> produto fi<strong>na</strong>l.<br />
Tabela-12: Especificação <strong>do</strong> Butanol com adição <strong>do</strong> promotor<br />
ANÁLISE OBTIDA<br />
BuOH - PUREZA<br />
i-BuOH – Iso-Butanol<br />
DNBE – Dibutil Eter<br />
99,83% P<br />
0,09% P<br />
127 ppm<br />
Fonte: Elaboração própria.<br />
Por tanto, o produto foi produzi<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à nova especificação<br />
sem utilizar a colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> repurificação. É o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma mudança no<br />
processo atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> fonte.<br />
Para a realização <strong>do</strong> Balanço Material foram realizadas análise<br />
cromatográfica completa em 11 pontos da planta durante 5 dias a um custo<br />
total <strong>de</strong> R$ 11.000,00. A mão <strong>de</strong> obra <strong>de</strong> engenharia, <strong>de</strong> execução e<br />
coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção foi <strong>de</strong> 200 homens-hora a um custo total <strong>de</strong> R$ 10.000,00.<br />
Especificamente as análises <strong>de</strong> entrada e saída para a apuração da formação<br />
<strong>de</strong> DNBE <strong>na</strong>s novas condições com a adição <strong>do</strong> promotor, foram realizadas<br />
em 30 dias distintos, portanto 60 análises a um custo total <strong>de</strong> R$ 9.000,00.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
91<br />
4.5. Resulta<strong>do</strong> comparativo: Fim <strong>de</strong> Tubo versus PML<br />
Consolidan<strong>do</strong> as duas soluções estudadas neste capítulo, foi<br />
realizada uma análise comparativa, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os seguintes aspectos:<br />
4.5.1. Especificação <strong>do</strong> Produto Obti<strong>do</strong><br />
Conforme mostra a Tabela-13, as duas soluções a<strong>do</strong>tadas,<br />
aten<strong>de</strong>ram ple<strong>na</strong>mente o propósito <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e com especificação muito<br />
melhor <strong>do</strong> que a situação inicial. A Solução <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo, quan<strong>do</strong> foi<br />
repurifica<strong>do</strong> o produto já especifica<strong>do</strong> <strong>na</strong> situação inicial, teve o resulta<strong>do</strong> da<br />
especificação melhor, no entanto como foi visto, a um custo <strong>de</strong> produção<br />
muito eleva<strong>do</strong>.<br />
Tabela-13: Comparativo <strong>de</strong> Especificação Típica <strong>do</strong> Produto Obti<strong>do</strong><br />
COMPONENTES<br />
SITUAÇÃO<br />
INICIAL<br />
SOLUÇÃO DE<br />
FIM DE TUBO<br />
SOLUÇÃO PML<br />
Butanol (%) 99,74 99,95 99,83<br />
i-BuOH (%) 0,09 0,049 0,09<br />
DNBE (ppm) 1354 38 127<br />
Fonte: Elaboração própria.<br />
4.5.2. Balanço Econômico<br />
Na Tabela-14 a seguir, foram consolida<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os méritos e<br />
<strong>de</strong>méritos das duas soluções.<br />
Observa-se que <strong>na</strong> solução <strong>de</strong> Fim <strong>de</strong> Tubo, houve um aumento <strong>de</strong><br />
custo <strong>de</strong> produção pela geração adicio<strong>na</strong>l da carga orgânica nos seus<br />
efluentes, pelo aumento <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inclusão <strong>de</strong> uma<br />
nova colu<strong>na</strong> e pela perda <strong>do</strong> produto, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à formação <strong>de</strong> azeótropo<br />
ternário forma<strong>do</strong> por butanol, DNBE e água. Também se insistisse nesta<br />
solução, haveria necessida<strong>de</strong> inevitável <strong>de</strong> investimentos adicio<strong>na</strong>is. Não há<br />
retorno para esses investimentos.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
92<br />
Tabela-14: Balanço Econômico<br />
Do Balanço Material<br />
SITUAÇÃO<br />
INCIAL<br />
SOLUÇÃO DE<br />
FIM DE TUBO<br />
SOLUÇÃO DE<br />
PML<br />
Base: <strong>Produção</strong> <strong>de</strong> Butanol (t/ano) 25.000 25.000 25.000<br />
Formação <strong>de</strong> DNBE (kg/h) 12,41 12,41 0,61<br />
Carga Orgânica Gerada (kg/ton<br />
produto)<br />
Quantida<strong>de</strong> Adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Vapor<br />
(kg/ton produto)<br />
Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Butanol perdi<strong>do</strong><br />
(kg/ton produto)<br />
Redução <strong>de</strong> Vapor <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a retirada<br />
da T4 (kg/ton produto)<br />
Do Acréscimo/Redução <strong>do</strong> Custo <strong>de</strong> <strong>Produção</strong><br />
13,89 30,10 5,11<br />
158<br />
0,01023<br />
(105,1)<br />
Carga Orgânica ( mil R$/ano) 330 715 121<br />
Vapor Adicio<strong>na</strong>l/Redução (mil<br />
R$/ano)<br />
Butanol Perdi<strong>do</strong> (Butanol Perdi<strong>do</strong> (mil<br />
R$/ano)<br />
217 (145)<br />
384<br />
Total (em mil R$/ano) 330 1.316 (24)<br />
Diferença (em mil R$/ano) 986 (354)<br />
Diferença em (mil R$/ano)<br />
(Fim <strong>de</strong> Tubo) – (PML)<br />
Do Investimento<br />
(1340)<br />
Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> (mil R$) 12<br />
Engenharia <strong>de</strong> Processo (mil R$) 10 10 10<br />
Análises <strong>de</strong> Laboratório (mil R$) 11 11+5=16 11+9=20<br />
Melhorias em Colu<strong>na</strong> T5 (mil R$) 100<br />
Melhorias em Colu<strong>na</strong>s (mil R$) 2.000 0<br />
Total <strong>do</strong> Investimento (mil R$) 2.126 42<br />
Retorno <strong>de</strong> Investimento Simples<br />
(Pay-Back) em meses....................<br />
Fonte: Elaboração Própria<br />
x 1,4<br />
Por outro la<strong>do</strong> com a a<strong>do</strong>ção da solução aplican<strong>do</strong> os <strong>conceito</strong>s <strong>de</strong><br />
<strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> fonte gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> reações secundárias,<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
93<br />
houve uma redução drástica <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> DNBE, menor geração <strong>de</strong> carga<br />
orgânica total, melhor utilização <strong>de</strong> matérias-primas com conseqüente<br />
redução nos gastos em vapor, obten<strong>do</strong> assim, substancialmente maior<br />
produtivida<strong>de</strong> no uso <strong>de</strong> recursos disponíveis e maior lucrativida<strong>de</strong> com<br />
redução no custo <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> produto. Também não houve necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> investimentos adicio<strong>na</strong>is em instalações. Estes benefícios foram<br />
<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong><strong>do</strong>s pelo PORTER (1995) <strong>de</strong> “duplo divi<strong>de</strong>n<strong>do</strong>”.<br />
4.5.3. Impacto da mudança no processo sobre o meio ambiente<br />
Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> Fator 10 discuti<strong>do</strong> no capítulo 2, e<br />
transpon<strong>do</strong> o mesmo para a redução <strong>do</strong> impacto da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processo<br />
industrial sobre o meio ambiente, observa-se o seguinte:<br />
• A redução <strong>de</strong> DNBE, sem dúvida é um benefício para a redução <strong>do</strong><br />
impacto ambiental, uma vez que há uma melhor utilização da matériaprima,<br />
reduzin<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> reações secundárias. Toman<strong>do</strong> por base<br />
os valores pontuais <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> 1.354 ppm antes da mudança <strong>de</strong><br />
processo para 127 ppm após a mudança no processo <strong>na</strong> especificação<br />
fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> produto, obtém-se um Fator <strong>de</strong> 1.354/127 = 10,66;<br />
• Se tomar por base a formação <strong>de</strong> DNBE no reator, observa-se que houve<br />
uma redução <strong>de</strong> 12,41 kg/h para 0,61 kg/h. Assim, obtém-se um Fator<br />
<strong>de</strong> 12,41/0,61 = 20,3;<br />
• E se tomar por base a especificação <strong>de</strong> garantia, houve uma redução <strong>de</strong><br />
3000 ppm para 200 ppm, o que resulta num Fator <strong>de</strong> 3000/200 = 15;<br />
• Se tomar por base a geração unitária da carga orgânica, ou seja, carga<br />
orgânica gerada por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto, houve uma redução <strong>de</strong> 13,89<br />
kg/ton para 5,11 kg/ton, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> antes e <strong>de</strong>pois da mudança no<br />
processo. Obtém-se assim um Fator <strong>de</strong> 13,89/5,11 = 2,7. Neste mesmo<br />
parâmetro, se for consi<strong>de</strong>rada a carga orgânica gerada com a solução <strong>do</strong><br />
fim <strong>de</strong> tubo em relação à solução <strong>de</strong> PML, obtém-se um Fator <strong>de</strong><br />
30,10/5,11 = 5,9.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
94<br />
Po<strong>de</strong>-se observar que qualquer que seja o critério a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, houve<br />
uma sensível melhora no impacto da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processo sobre o ambiente.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
95<br />
CAPÍTULO 5<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS<br />
“A vida é cheia e transbordante <strong>do</strong> novo.<br />
Mas é necessário esvaziar o velho para dar<br />
espaço à entrada <strong>do</strong> novo”.<br />
Eileen Caddy<br />
Footprints on the Path<br />
5.1) Consi<strong>de</strong>rações Fi<strong>na</strong>is<br />
Como acontece com certa freqüência nos problemas industriais,<br />
este é mais um caso que os técnicos e engenheiros <strong>de</strong> uma fábrica se<br />
<strong>de</strong>param no seu dia a dia.<br />
No entanto, para uma empresa que sempre assegurou a qualida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s seus produtos aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s seus clientes, <strong>de</strong> repente ser<br />
obrigada a mudar a sua especificação num patamar bastante eleva<strong>do</strong>, sem<br />
dúvida houve um esforço muito gran<strong>de</strong> por parte <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s. O <strong>de</strong>safio<br />
da mudança <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> DNBE <strong>de</strong> 3000 ppm para 200 ppm, significa atingir o<br />
Fator 15, transpon<strong>do</strong> o <strong>conceito</strong> <strong>do</strong> Fator 10, discuti<strong>do</strong> no capítulo 4. Para<br />
superar um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>ssa <strong>na</strong>tureza, é necessário que esse esforço não seja<br />
ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> resolução <strong>de</strong> problemas técnicos, mas também que haja uma<br />
superação <strong>do</strong>s <strong>conceito</strong>s tradicio<strong>na</strong>is e obsoletos <strong>de</strong> administração. É preciso<br />
enten<strong>de</strong>r que os antigos paradigmas não respon<strong>de</strong>m mais aos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong><br />
<strong>na</strong>tureza complexa <strong>de</strong> hoje.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
96<br />
A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> a primeira solução, quan<strong>do</strong> foi instalada a Colu<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />
Repurificação <strong>do</strong> Butanol, nota-se claramente que a mesma foi a<strong>do</strong>tada sob<br />
um clima <strong>de</strong> pressão, optan<strong>do</strong> por uma imediata abordagem corretiva. Essa<br />
abordagem, conforme discuti<strong>do</strong> no item 2.4, <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, a<br />
indústria utilizou <strong>de</strong> forma i<strong>na</strong><strong>de</strong>quada a sua matéria-prima, e por sua<br />
tecnologia obsoleta, produziu resíduos <strong>de</strong>snecessários e aceitou o mesmo<br />
como fato inevitável. Como conseqüência, os custos <strong>de</strong> produção<br />
aumentaram, diminuin<strong>do</strong> a sua competitivida<strong>de</strong>. Na solução a<strong>do</strong>tada, houve<br />
uma geração adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> efluentes com carga orgânica elevada com<br />
aumento <strong>de</strong> gastos em vapor e perda <strong>de</strong> produto.<br />
Além disso, insistin<strong>do</strong> nesse paradigma <strong>de</strong> que a produção <strong>de</strong><br />
resíduos ou reações secundárias são inevitáveis, tem-se como conseqüência<br />
a inevitável necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos <strong>de</strong>snecessários, conforme o caso<br />
estuda<strong>do</strong>. As modificações nos equipamentos <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> Hidroge<strong>na</strong>ção e<br />
Purificação exigiam investimentos razoáveis para a sua implementação, para<br />
aten<strong>de</strong>r a nova especificação, conforme discuti<strong>do</strong> no item 4.3.2.<br />
Porém, no momento seguinte, com mudança no processo, foi<br />
redirecio<strong>na</strong><strong>do</strong> o enfoque <strong>de</strong> uma abordagem corretiva para uma abordagem<br />
preventiva, atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> fonte <strong>do</strong> problema. A alimentação <strong>do</strong> promotor,<br />
trouxe como conseqüência a redução <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> reações secundárias. A<br />
utilização mais racio<strong>na</strong>l da matéria-prima e utilida<strong>de</strong>s foi marcante,<br />
reduzin<strong>do</strong> drasticamente o seu custo <strong>de</strong> produção. Conforme o organograma<br />
mestre das ações para a prevenção e controle da poluição, basea<strong>do</strong> em<br />
LAGREGA (1994), discuti<strong>do</strong> no item 2.4.3, on<strong>de</strong> foram abordadas as<br />
Técnicas para a Redução <strong>de</strong> Poluição, a empresa caminhou da solução <strong>de</strong><br />
fim <strong>de</strong> tubo para a prevenção, atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> fonte.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes <strong>na</strong> planta, observou-se<br />
que as concentrações expressas em nitrogênio básico, ficaram diferentes <strong>do</strong>s<br />
resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em escala piloto. Isto é explicável, pois no teste realiza<strong>do</strong><br />
em escala piloto pelo <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> tecnologia, foi <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong> o total <strong>de</strong><br />
pesa<strong>do</strong>s (HB) incluin<strong>do</strong> o DNBE. Também <strong>de</strong>ve ser leva<strong>do</strong> em conta que o<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
97<br />
teste foi realiza<strong>do</strong> num ambiente isento <strong>de</strong> impurezas e interferências<br />
exter<strong>na</strong>s com medições <strong>de</strong> acuracida<strong>de</strong> elevada, o que não se caracteriza<br />
num ambiente industrial.<br />
No entanto, observan<strong>do</strong> as duas curvas <strong>de</strong> tendências (Figura-12 e<br />
Figura-13), o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> teste é perfeitamente aceitável pela semelhança <strong>do</strong><br />
comportamento e o mais importante é que <strong>na</strong> prática, o resulta<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>u<br />
perfeitamente o propósito da empresa e aten<strong>de</strong>u a um <strong>do</strong>s objetivos <strong>de</strong>ste<br />
trabalho. A empresa evoluiu o seu comportamento pela ação <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s<br />
da abordagem corretiva para a abordagem preventiva utilizan<strong>do</strong> os <strong>conceito</strong>s<br />
<strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong>, o resulta<strong>do</strong> fi<strong>na</strong>l é bastante claro conforme mostra<br />
a Tabela-15 .<br />
Ainda observan<strong>do</strong> a formação <strong>do</strong> dibutil éter (DNBE) no reator,<br />
antes e <strong>de</strong>pois da adição <strong>do</strong> promotor, o teor <strong>de</strong> éter caiu drasticamente <strong>de</strong><br />
0,223% para 0,0127%, isto é, reduziu em 95% à formação inicial.<br />
Tabela-15: Comparativo <strong>de</strong> Especificações antes e <strong>de</strong>pois da mudança<br />
no processo<br />
COMPONENTES ESPECIFICAÇÃO<br />
ANTES<br />
ESPECIFICAÇÃO<br />
APÓS<br />
ESPECIFICAÇÃO<br />
TÍPICA - ANTES<br />
ESPECIFICAÇÃO<br />
TÍPICA – APÓS<br />
Butanol (%) 99,30 99,70 99,74 99,83<br />
i-BuOH (%) 0,20 máx. 0,10 0,09 0,09<br />
DNBE (ppm) 3.000 máx 200 1354 127<br />
Esse <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> DNBE, indica que houve uma redução <strong>na</strong><br />
mesma proporção <strong>de</strong> outros leves e pesa<strong>do</strong>s da reação a ponto <strong>de</strong> conseguir<br />
uma folga <strong>de</strong> operação <strong>na</strong> colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação (T1) e colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> leves (T3),<br />
e a retirada <strong>de</strong> operação das colu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s (T4). Com essa folga, não<br />
houve necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento cita<strong>do</strong> no item 4.3.<br />
Conforme foi a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong> no item 4.5.3, houve uma evolução<br />
bastante gran<strong>de</strong> no que se refere à redução <strong>do</strong> impacto da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
98<br />
processo industrial sobre o ambiente, com base nos <strong>conceito</strong>s discuti<strong>do</strong>s no<br />
item 2.3, a Equação Mestra e o Fator 10.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista das Estratégias Ambientais da empresa, foram<br />
observa<strong>do</strong>s os seguintes pontos, com base <strong>na</strong>s características apresentadas<br />
por ANDRADE (1997), discutidas no item 2.4.4.:<br />
• Legislação – A empresa que tinha um comportamento <strong>de</strong> atendimento<br />
mínimo à legislação e está caminhan<strong>do</strong> para a superação das exigências<br />
<strong>do</strong>s órgãos regula<strong>do</strong>res;<br />
• Tecnologia – A empresa se preocupava ape<strong>na</strong>s com o controle <strong>na</strong> saída<br />
<strong>do</strong>s efluentes. Agora com essa experiência, caminha para a prevenção da<br />
poluição e redução <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> recursos através <strong>de</strong> mudanças<br />
incrementais. Há disposição, mas ainda não chegou a prevenção da<br />
poluição e redução <strong>do</strong>s consumos <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais através <strong>de</strong><br />
inovações tecnológicas;<br />
• Estrutura <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> – A empresa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu início <strong>de</strong> produção em<br />
1973 manteve os seus produtos e processos sem alterações. Este trabalho<br />
trouxe para a mesma, um horizonte em melhorias <strong>na</strong> estrutura <strong>de</strong><br />
produção visan<strong>do</strong> reduzir os seus custos e impactos;<br />
• Objetivo – Sem dúvida com essa mudança houve um aumento <strong>de</strong><br />
competitivida<strong>de</strong> melhoran<strong>do</strong> o seu <strong>de</strong>sempenho fi<strong>na</strong>nceiro;<br />
• Percepção da variável ambiental – Hoje a empresa ainda que<br />
timidamente, está <strong>de</strong>spertan<strong>do</strong> para a dimensão ambiental como uma<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> produção.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista econômico, a aplicação <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> para a resolução <strong>do</strong> problema em foco, apresentou um<br />
resulta<strong>do</strong> muito atraente. O mérito da redução no custo anual <strong>de</strong> produção<br />
<strong>de</strong> R$ 1.340 mil é incomparável frente a um investimento <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s R$ 42<br />
mil.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
99<br />
5.2) Conclusões e Recomendações<br />
A mudança <strong>de</strong> abordagem para a resolução <strong>do</strong> problema, chamou<br />
a atenção <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s <strong>de</strong>cisões estratégicas da empresa. Do ponto <strong>de</strong><br />
vista <strong>de</strong> atendimento ao cliente superou todas as expectativas, garantin<strong>do</strong><br />
assim a manutenção <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e redução <strong>do</strong> custo <strong>de</strong> produção.<br />
Vale ressaltar que mesmo sem a exigência <strong>de</strong> uma especificação<br />
mais rígida, a solução <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> apontou resulta<strong>do</strong>s mais<br />
eficientes <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista tecnológico e mais competitivo <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista<br />
<strong>de</strong> custo <strong>de</strong> produção.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista das Estratégias Ambientais, com essa mudança<br />
no processo, os envolvi<strong>do</strong>s começaram a encarar a dimensão ambiental<br />
como uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> produção, ou seja há<br />
possibilida<strong>de</strong> em futuro próximo, a empresa passar <strong>do</strong> comportamento<br />
reativo ou <strong>de</strong>fensivo e ten<strong>de</strong>r para a característica ofensiva, com base <strong>na</strong><br />
classificação a<strong>do</strong>tada por MEREDITH (1994), discuti<strong>do</strong> em Estratégias<br />
Ambientais, no item 2.4.4.<br />
em várias frentes:<br />
Esta experiência abriu espaço para uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria<br />
a) Outros três reatores <strong>de</strong> hidroge<strong>na</strong>ção também estão sen<strong>do</strong> prepara<strong>do</strong>s<br />
para a adição <strong>do</strong> promotor com o intuito <strong>de</strong> reduzir as reações<br />
secundárias;<br />
b) A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> otimização <strong>de</strong> matérias-primas, insumos e utilida<strong>de</strong>s<br />
ficaram evi<strong>de</strong>ntes para a redução <strong>do</strong> <strong>de</strong>sperdício com conseqüente<br />
redução <strong>do</strong> seu custo <strong>de</strong> produção e impactos das ativida<strong>de</strong>s industriais<br />
sobre o meio ambiente. O último Balanço Material apresenta<strong>do</strong>, retrata<br />
uma situação pontual após a mudança no processo, portanto sem uma<br />
otimização da operação das colu<strong>na</strong>s. A empresa <strong>de</strong>verá continuar com<br />
esse trabalho, ca<strong>na</strong>lizan<strong>do</strong> os seus esforços para essa melhoria. Há muita<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria nessa área;<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
100<br />
c) A adição <strong>do</strong> promotor é uma solução <strong>de</strong> mudança no processo que teve<br />
uma resposta quase que imediata <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista da compreensão da<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuação <strong>na</strong> fonte. No entanto, essa solução po<strong>de</strong> ser<br />
aprimorada. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a formação <strong>de</strong> pesa<strong>do</strong>s da reação, tais<br />
como acetais e éteres é favorecida por sítios áci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> suporte <strong>de</strong> alumi<strong>na</strong><br />
<strong>do</strong> catalisa<strong>do</strong>r a alta temperatura da reação, é <strong>de</strong>sejável uma pesquisa<br />
para a produção <strong>de</strong> um novo catalisa<strong>do</strong>r que tenha essas vantagens;<br />
d) Todas essas vantagens estudadas neste trabalho, se constituem em<br />
subsídios bastante importantes para as futuras plantas envolven<strong>do</strong><br />
processo químico. Do ponto <strong>de</strong> vista econômico, haverá uma substancial<br />
redução no custo variável e sobretu<strong>do</strong> no custo <strong>de</strong> investimento. É<br />
imprescindível a introdução <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> Projeto para o Meio Ambiente,<br />
mais conheci<strong>do</strong> como “Design for Environment” (DfE) nos novos projetos,<br />
on<strong>de</strong> são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s fatores diversos com o objetivo <strong>de</strong> reduzir impactos<br />
ambientais e custos, buscan<strong>do</strong> a eficiência <strong>do</strong> processo e sua<br />
sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu <strong>na</strong>sce<strong>do</strong>uro;<br />
e) Apesar da compreensão momentânea <strong>do</strong>s lí<strong>de</strong>res da empresa no que<br />
tange a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> paradigma da administração <strong>de</strong><br />
produção, é preciso um aprimoramento maior <strong>na</strong> assimilação <strong>do</strong> <strong>conceito</strong><br />
e prática <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> no seu dia a dia. É preciso que esse<br />
programa seja melhor dissemi<strong>na</strong><strong>do</strong> em toda a empresa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o topo da<br />
administração até os ajudantes <strong>de</strong> opera<strong>do</strong>res. É preciso compreen<strong>de</strong>r<br />
profundamente que os velhos paradigmas da produção não respon<strong>de</strong>m<br />
mais aos novos <strong>de</strong>safios da concorrência e exigência <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />
TAKAYOSHI OGATA
<strong>Aplicação</strong> <strong>do</strong> <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>Produção</strong> <strong>Mais</strong> <strong>Limpa</strong> <strong>na</strong> otimização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Álcool Butílico<br />
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