Pequenas crianças, - OPEE

zados por povos católicos não priorizavam o ato
de fazer e empreender. Nesses, a maioria formou
uma colônia de exploração e não de povoamento.
As regiões ocupadas por protestantes, após
o movimento de Lutero em 1517 e sobretudo
após Calvino, foram colônias de povoamento.
Nós conhecemos um tipo de machado e sua
filha única, a machadinha. Instrumento para cortar
e derrubar. Visitando o museu da colonização
em Nova York encontramos uns onze tipos de
machado, seja para destruir, seja para construir.
Daí se vê a diferença. As grandes escolas que tratam
do meio ambiente dão o tom à educação:
a escola determinista liderada por Frederick Ratzel,
uma escola alemã, conhecida como ecológica,
defende a natureza para que ela fique intacta.
A escola possibilista e que teve a liderança de
um judeu, Henry La Blache, vê o meio ambiente
de outra forma, buscando empreender para
sobreviver. Um fato explica melhor: quando o
imperador Carlos V enviou os judeus ibéricos,
os marranos, para a região de Flandres, esperava
que eles fossem dizimados pelas febres e falta
de alimentos. Região inóspita e alagada. Eles,
sendo empreendedores, construíram o primeiro
DAM junto ao rio AMSTEL, o que possibilitou
controlar as águas e definir terras para o plantio.
Foi o primeiro DAM do rio AMSTEL. Surgiu, desse
empreendimento, AMSTERDÃ.
ORIENTADOR: Quais os benefícios da escola
empreendedora?
WERNECK: Ela prepara a pessoa para o imprevisível,
para as mudanças que não sabemos quais
serão. Num mundo em que as mais importantes
profissões dos anos 20 ainda não surgiram,
só podemos esperar que seja diferente. Quem
se prepara para repetir ficará desempregado. A
nossa escola do mundo ocidental quando trabalha
bem e os alunos aprendem, forma dois
tipos de gente: desempregado e monstrinho
treinado. Desempregado porque nada sabe fazer,
nem tem espírito empreendedor e criativo; e
monstrinho treinado porque, com diploma sob
o braço, pode jogar crianças pelas janelas dos
apartamentos.
ORIENTADOR: As escolas erram quando investem
apenas em colocar os alunos dentro
da universidade?
WERNECK: As escolas erram quando preparam
os seus alunos para um momento da vida, ou
seja: o vestibular. O erro é claro quando assim
agem, pelo alto índice evasão que presenciamos
no ensino superior. Esta evasão atinge quarenta
por cento conforme os cursos. São pessoas
preparadas para passar de ano, passar para determinado
curso e que, ao mesmo tempo, não
estruturaram nenhum “curso de ação”, nenhum
projeto de vida, nem sabem o que se faz em determinadas
profissões. As escolas preparam para
ontem e para hoje, estão desligadas do amanhã.
Nesse sentido acabam deixando de prestar um
serviço necessário à sociedade.
O OLHAR WERNECK
Empreender logo cedo
“Basta olhar as
crianças brincando.
Elas discutem regras,
ajustam-se às realidades”
Professor e aluno
“Quando um professor
não sabe lecionar,
os alunos se encarregam de
‘inventar’ indisciplinas”
A educação empreendedora
“Ela prepara a pessoa
para o imprevisível, para
as mudanças que não
sabemos quais serão”
Contexto a ser mudado
“A nossa escola do mundo
ocidental forma dois tipos
de gente: desempregado
e monstrinho treinado”
Foco errado
“As escolas erram quando
preparam os seus alunos
para um momento da vida,
ou seja: o vestibular.”
Foto: Marcos Brogna / Orientador
WERNECK | Em visita a São Paulo, onde
esteve na clínica do professor Leo Fraiman
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Orientador 15