universidade federal da paraÃba centro de ciências ... - CCA/UFPb
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA<br />
ASPECTOS FENOLÓGICO, PRODUTIVO E QUALITATIVO DA<br />
FLOR DE SEDA (Calotropis procera) EM FUNÇÃO DA DENSIDADE<br />
E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />
Maria Verônica Meira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />
-Zootecnista-<br />
AREIA-PARAÍBA<br />
FEVEREIRO DE 2005
MARIA VERÔNICA MEIRA DE ANDRADE<br />
ASPECTOS FENOLÓGICO, PRODUTIVO E QUALITATIVO DA FLOR DE SEDA<br />
(Calotropis procera) EM FUNÇÃO DA DENSIDADE E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />
Dissertação apresenta<strong>da</strong> à<br />
Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba, em<br />
cumprimento às exigências do<br />
Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em<br />
Zootecnia, para obtenção do título <strong>de</strong><br />
Mestre.<br />
Comitê <strong>de</strong> Orientação:<br />
D. Sc. Divan Soares <strong>da</strong> Silva – Orientador<br />
D.Sc. Alberício Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />
AREIA-PARAÍBA<br />
FEVEREIRO DE 2005
MARIA VERÔNICA MEIRA DE ANDRADE<br />
ASPECTOS FENOLÓGICO, PRODUTIVO E QUALITATIVO DA FLOR DE SEDA<br />
(Calotropis procera) EM FUNÇÃO DA DENSIDADE E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />
Dissertação aprova<strong>da</strong> pela Comissão Examinadora em: 18 / 02 / 2005<br />
BANCA EXAMINADORA<br />
Prof. Dr. Divan Soares <strong>da</strong> Silva<br />
Orientador<br />
Prof. Dr. Magno José Duarte Cândido<br />
Examinador<br />
Prof. Dr. Ivandro <strong>de</strong> França <strong>da</strong> Silva<br />
Examinador<br />
AREIA-PARAÍBA<br />
FEVEREIRO DE 2005
Á minha família<br />
Aos meus pais, Severino Xavier <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> (in memorian), por todo seu amor e cui<strong>da</strong>dos para comigo,<br />
meu eterno agra<strong>de</strong>cimento e<br />
Maria <strong>da</strong> Penha Meira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, por ter me ensinado a viver,<br />
A Dorival José, meu esposo, pela compreensão e incentivo,<br />
Aos meus irmãos, Raquel, Mercí, Leví e Eliane com muito carinho,<br />
Aos meus avós, em especial a Severina Meira, obriga<strong>da</strong> por tudo,<br />
A Berna<strong>de</strong>te Carneiro (in memorian), com sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />
Ao meu afilhado, Joan<strong>de</strong>rson João, pessoa que muito gosto.<br />
Dedico.<br />
iv
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”<br />
Fernando Pessoa<br />
O po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> é eterno,<br />
não carece <strong>de</strong> tempo e espaço,<br />
com só um momento terno,<br />
<strong>de</strong>scanso do estresse e do cansaço.<br />
Autor <strong>de</strong>sconhecido<br />
v
Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
Os autores agra<strong>de</strong>cem o apoio financeiro do Conselho Nacional <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa <strong>de</strong> estudo concedi<strong>da</strong> ao<br />
primeiro autor e o apoio financeiro ao nosso projeto, que é parte do projeto <strong>de</strong> forrageiras<br />
nativas, assim como ao Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias, pela disponibilização do transporte<br />
quando necessário para as avaliações <strong>de</strong> campo. Agra<strong>de</strong>cemos ao senhor Osvaldo Nunes<br />
<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros por ter nos concedido a área experimental em sua fazen<strong>da</strong> sítio Cumatí-PB.<br />
vi
A Deus, por tudo <strong>de</strong> bom que tem feito por mim.<br />
Ao professor Divan Soares <strong>da</strong> Silva, pelos anos <strong>de</strong> orientação, pela compreensão e<br />
pelos ensinamentos transmitidos seja <strong>da</strong> literatura ou <strong>de</strong> sua experiência <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, os quais<br />
foram fun<strong>da</strong>mentais na minha formação.<br />
A Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba, pelo investimento e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong><br />
mais esta etapa na minha carreira.<br />
Ao Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsas CNPq, pela concessão <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> estudo.<br />
Aos professores que contribuíram para a melhoria <strong>de</strong>ste trabalho tanto na qualificação,<br />
quanto na <strong>de</strong>fesa, professores Jacob Souto, Ivandro <strong>de</strong> França, Alberício Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e<br />
Magno José Duarte Cândido os quais tenho muito que agra<strong>de</strong>cer.<br />
Aos professores, Walter Esfraim, Ariosvaldo Nunes <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, Riselane Bruno,<br />
pela contribuição <strong>da</strong><strong>da</strong> ao nosso trabalho.<br />
Ao professor Alberício Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> pelas sugestões e contribuições para o<br />
enriquecimento <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />
A coor<strong>de</strong>nação do PPGZ, representado pelo professor Edgard Cavalcante Pimenta<br />
Filho pela <strong>de</strong>dicação e atenção.<br />
A todos os professores do Programa <strong>de</strong> Pós - Graduação em Zootecnia.<br />
Ao professor José Leite <strong>de</strong> Queiroz pela amiza<strong>de</strong>.<br />
A Maria <strong>da</strong>s Graças, secretária do Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Zootecnia por tudo<br />
que fez, sempre procurando nos aju<strong>da</strong>r, meu reconhecimento.<br />
Aos funcionários do Programa <strong>de</strong> Pós - Graduação em Zootecnia, Carmem, André e<br />
Damião, pela contribuição <strong>da</strong><strong>da</strong> para facilitar nossa permanência no local <strong>de</strong> estudo.<br />
Aos funcionários <strong>da</strong> Biblioteca, do Laboratório Química e Física <strong>de</strong> Solos e do<br />
Setor <strong>de</strong> Transportes.<br />
vii
A todos os funcionários do Laboratório <strong>de</strong> Nutrição Animal e em especial a José<br />
Alves, pessoa muito prestativa, sempre pronta a nos aju<strong>da</strong>r.<br />
A Maria do Socorro <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s Pinto, minha amiga e companheira <strong>de</strong> todos os<br />
momentos, pela amiza<strong>de</strong> e cumplici<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
A companheira <strong>de</strong> residência Rosilene Agra pela amiza<strong>de</strong> e convivência.<br />
A Merilândia Vieira por to<strong>da</strong> aju<strong>da</strong>, e pelos momentos <strong>de</strong> trabalho pesado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
graduação até a colheita dos <strong>da</strong>dos em Cubatí, meu muito obriga<strong>da</strong>.<br />
A Cyro Cabral do Rego pessoa que admiro e estimo muito.<br />
Aos alunos <strong>de</strong> graduação que contribuíram na colheita <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, Iracema, Junior,<br />
Emilson e Geneilson.<br />
Aos amigos <strong>da</strong> turma <strong>de</strong> mestrado, não citarei nomes para não ser injusta, mas<br />
todos têm a mesma importância. Agra<strong>de</strong>ço a Deus a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ter podido fazer essas<br />
amiza<strong>de</strong>s.<br />
Em fim a todos que contribuíram, seja intensamente ou com participação breve,<br />
porém importante, para que o nosso mestrado fosse concluído.<br />
OBRIGADA<br />
viii
SUMÁRIO<br />
RESUMO........................................................................................................................... xvi<br />
ABSTRACT ..................................................................................................................... xvii<br />
1. INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................ 1<br />
2. REFERENCIAL TEÒRICO .......................................................................................... 4<br />
2.1. Potencial forrageiro <strong>da</strong> Caatinga.............................................................................. 4<br />
2.2. Flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, características gerais ................................................................................. 5<br />
2.3. Composição química e produção <strong>de</strong> fitomassa ........................................................... 7<br />
2.4. Utilização <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> na alimentação animal .................................................... 8<br />
2.5. Toxi<strong>de</strong>z <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> .............................................................................................. 9<br />
2.6. Aspectos Fenológicos ............................................................................................... 11<br />
2.7. Sistema <strong>de</strong> manejo do solo em Semi-Árido............................................................... 13<br />
2.8. Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio................................................................................................ 15<br />
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 17<br />
CAPÍTULO I – Estudo Fenológico <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em Função <strong>da</strong><br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do Sistema <strong>de</strong> Plantio................................................................. 23<br />
RESUMO............................................................................................................................ 23<br />
ABSTRACT ....................................................................................................................... 24<br />
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 25<br />
2. METODOLOGIA.......................................................................................................... 27<br />
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 31<br />
3.1- Crescimento vegetativo ............................................................................................. 31<br />
4. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 46<br />
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 47<br />
ix
CAPÍTULO II - Aspecto Qualitativo e Produtivo <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em<br />
Função <strong>da</strong> Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do Sistema <strong>de</strong> Plantio............................................. 49<br />
RESUMO............................................................................................................................ 49<br />
ABSTRACT ....................................................................................................................... 50<br />
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 51<br />
2. METODOLOGIA.......................................................................................................... 53<br />
3. RESULTADOS E DISCUSSAO .................................................................................. 56<br />
3.1- Composição química <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera).................................. 56<br />
3.2- Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fitomassa <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera)........................ 73<br />
4. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 76<br />
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................ 77<br />
x
LISTA DE FIGURAS<br />
Referencial Teórico<br />
Figura 1. Morfologia do ramo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> com <strong>de</strong>talhes <strong>da</strong> posição <strong>da</strong>s folhas,<br />
inflorescência e frutos............................................................................................ 7<br />
CAPÍTULO I - Estudo Fenológico <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em Função <strong>da</strong><br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do Sistema <strong>de</strong> Plantio<br />
Figura 1. Distribuição <strong>da</strong> precipitação mensal ocorri<strong>da</strong> nos anos <strong>de</strong> 2003 e 2004 no<br />
Município <strong>de</strong> Cubatí – PB. ................................................................................. 27<br />
Figura 2. Medição do diâmetro do caule (a), plantio em camalhão (b), visão geral (c) e<br />
altura <strong>de</strong> corte (d) <strong>da</strong> planta <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> na área experimental. .................... 30<br />
Figura 3. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e<br />
120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) em relação às <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x<br />
2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha no sistema <strong>de</strong><br />
plantio sem camalhão (SC).................................................................................. 33<br />
Figura 4. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos tempos <strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90<br />
e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão (CC). ........... 33<br />
Figura 5. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30a, 60b, 90c<br />
e 120d dias após o corte (<strong>da</strong>c) em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m<br />
x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha e dos sistemas<br />
<strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão (CC)........................................ 34<br />
Figura 6. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação<br />
30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) em relação às <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio<br />
2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha no<br />
sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão (SC)................................................................ 36<br />
Figura 7. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />
avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com<br />
camalhão (CC). ................................................................................................... 36<br />
Figura 8. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />
avaliação 30a, 60b, 90c e 120d dias após o corte (<strong>da</strong>c) em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) e dos<br />
sistemas <strong>de</strong> plantio sem camalhão (SC) e com camalhão (CC)........................... 37<br />
Figura 9. Número <strong>de</strong> folhas <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30,<br />
60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão<br />
(CC)...................................................................................................................... 39<br />
xi
Figura 10. Número <strong>de</strong> brotações primárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatros tempos<br />
<strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com<br />
camalhão (CC)................................................................................................... 40<br />
Figura 11 Número <strong>de</strong> brotações secundárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos<br />
<strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong><br />
plantio, a-sem camalhão (SC); b-com camalhão (CC) e c-dois sistemas. .......... 41<br />
Figura 12. Número <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30,<br />
60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, a-sem<br />
camalhão (SC); b-com camalhão (CC) e c-dois sistemas. ................................. 43<br />
Figura 13. Comprimento dos ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />
avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio,<br />
a - sem camalhão (SC); b - com camalhão (CC) e c - dois sistemas. .............. 44<br />
CAPÍTULO II – Aspecto Qualitativo e Produtivo <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em<br />
Função <strong>da</strong> Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do Sistema <strong>de</strong> Plantio<br />
Figura 1. Distribuição <strong>da</strong> precipitação mensal ocorri<strong>da</strong> nos anos <strong>de</strong> 2003 e 2004 no<br />
Município <strong>de</strong> Cubatí – PB.................................................................................. 53<br />
Figura 2. Matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0 x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha. ........................................................................................................... 57<br />
Figura 3. Matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC)..................................................................................................................... 57<br />
Figura 4. Matéria orgânica <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC). .................................................................................................................... 58<br />
Figura 5. Proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha, no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão (CC)......................................... 60<br />
Figura 6. Proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC). ..................................................................................................................... 61<br />
xii
Figura 7. Extrato etéreo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC). 62<br />
Figura 8. Matéria mineral <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m),<br />
plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC)...................................................................................................................... 64<br />
Figura 9. Fibra em <strong>de</strong>tergente neutro <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x<br />
1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />
camalhão (CC)...................................................................................................... 65<br />
Figura 10. Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />
x 1,5m) plantas/ha.............................................................................................. 66<br />
Figura 11. Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />
x 1,5m) plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />
camalhão (CC)................................................................................................... 67<br />
Figura 12. Hemicelulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha........................................................................................................... 68<br />
Figura 13. Hemicelulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC). .................................................................................................................. 68<br />
Figura 14. Celulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC). .................................................................................................................. 69<br />
Figura 15. Lignina <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC). .................................................................................................................. 71<br />
Figura 16. Carboidratos não fibrosos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />
x 1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />
camalhão (CC)................................................................................................... 72<br />
xiii
Figura 17. Carboidratos totais <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />
x 1,5m) plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />
camalhão (CC).................................................................................................. 73<br />
Figura 18. Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função<br />
<strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666<br />
(1,0m x 1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, a - sem camalhão (SC);<br />
b - com camalhão (CC) e c - dois sistemas <strong>de</strong> plantio....................................... 75<br />
xiv
LISTA DE TABELAS<br />
CAPÍTULO II - Estudo Fenológico <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em Função do<br />
Sistema <strong>de</strong> Manejo do Solo e <strong>da</strong> Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Plantio<br />
Tabela 1. Caracterização física e química do solo <strong>da</strong> área do experimento <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />
(Calotropis procera) localizado no Município <strong>de</strong> Cubatí PB. ............................ 28<br />
CAPÍTULO III – Aspecto Qualitativo e Produtivo <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em<br />
Função do Sistema <strong>de</strong> Manejo do Solo e <strong>da</strong> Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Plantio<br />
Tabela 1. Caracterização física e química do solo <strong>da</strong> área do experimento <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />
(Calotropis procera) localizado no Município <strong>de</strong> Cubatí PB. ............................ 54<br />
xv
ASPECTOS FENOLÓGICO, PRODUTIVO E QUALITATIVO DA FLOR DE SEDA<br />
(Calotropis procera) EM FUNÇÃO DA DENSIDADE E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />
RESUMO<br />
Avaliou-se o efeito <strong>de</strong> dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo sem camalhão e com<br />
camalhão, três espaçamentos (1,0m x 1,5m; 1,5m x 2,0m e 2,0m x 2,0 m) e quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> rebrotação (30; 60; 90 e 120) dias, sobre a fenologia, avaliaram-se o (número <strong>de</strong> folhas,<br />
flores, frutos, brotações primárias e secundária, número e cumprimento <strong>de</strong> ramos, altura e<br />
diâmetro do caule), a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>. O <strong>de</strong>lineamento foi <strong>de</strong><br />
blocos casualizados em esquema fatorial 2 x 3 x 4 (dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo e três<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio e quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> rebrotação) com 5 repetições, em parcelas<br />
subdividi<strong>da</strong>s no espaço e no tempo. Para avaliar a composição química, to<strong>da</strong>s as plantas<br />
foram corta<strong>da</strong>s e separa<strong>da</strong>s por tratamento e leva<strong>da</strong>s ao Laboratório <strong>de</strong> Análise e Avaliação<br />
<strong>de</strong> Alimentos do <strong>CCA</strong>/UFPB/ Campus II – Areia/PB, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminou-se os teores <strong>de</strong>:<br />
matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE),<br />
proteína bruta (PB), fibra em <strong>de</strong>tergente neutro (FDN), fibra em <strong>de</strong>tergente ácido (FDA),<br />
celulose, hemicelulose, lignina, carboidratos não fibrosos e carboidratos totais e a produção<br />
<strong>de</strong> matéria seca/ha. A altura e o diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera) foi<br />
influenciado pela <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio (P< 0,05), on<strong>de</strong> a maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> resultou em<br />
melhores resultados. Quando se utilizou o plantio mais a<strong>de</strong>nsado, não foi verificado efeito<br />
significativo do sistema <strong>de</strong> manejo do solo. O número <strong>de</strong> brotações secundárias e o número<br />
<strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> apresentaram respostas lineares <strong>de</strong>crescentes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do sistema <strong>de</strong> manejo do solo, com o aumento <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação. Com base nos<br />
resultados <strong>da</strong> composição química, observou-se que os sistemas <strong>de</strong> manejo do solo e as<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio não influenciaram (P>0,05) a matéria orgânica, matéria mineral,<br />
fibra em <strong>de</strong>tergente neutro, extrato etéreo, lignina, celulose, carboidratos não fibrosos e<br />
carboidratos totais. A <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio afetou os teores <strong>de</strong> matéria seca, hemicelulose e<br />
fibra em <strong>de</strong>tergente ácido. A proteína bruta apresentou efeito significativo (P
PHENOLOGY ASPECTS PRODUCTIVE AND QUALITATIVE OF FLOR DE<br />
SEDA (Calotropis Procera) IN FUNCTION OF THE DENSITY AND OF THE<br />
SYSTEM OF PLANTING<br />
ABSTRACT<br />
The effect of two systems of handling of the soil was evaluated without furrow and<br />
with furrow, three spacing (1.0m x 1.5m; 1.5m x 2.0m and 2.0m x 2.0 m) and four ages<br />
after the grouth (30; 60; 90 and 120) <strong>da</strong>ys, on the phenology (number of leaves, flowers,<br />
fruits, primary and secon<strong>da</strong>ry bud, height and diameter) the quality and the productivity of<br />
the silk flower. The statistical <strong>de</strong>lineation was of randomized blocks <strong>de</strong>sign in factorial<br />
outline 2 x 3 x 4, in portions subdivi<strong>de</strong>d in the space and in the time. The height and the<br />
diameter of the stem of the silk flower (Calotropis procera) it was influenced by the<br />
planting <strong>de</strong>nsity (P
Ficha catalográfica elabora<strong>da</strong> na Seção <strong>de</strong> Processos Técnicos <strong>da</strong> Biblioteca Setorial <strong>de</strong><br />
Areia-PB, <strong>CCA</strong>/UFPB.<br />
Bibliotecária: Márcia Maria Marques CRB4 – 1409<br />
A553a Andra<strong>de</strong>, Maria Verônica Meira <strong>de</strong>.<br />
Aspectos fenológico, produtivo e qualitativo <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Sê<strong>da</strong><br />
(Calotropis procera) em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema <strong>de</strong> plantio./<br />
Maria Verônica Meira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. – Areia, PB: <strong>CCA</strong>/UFPB, 2005.<br />
78 p.: il.<br />
Dissertação (Mestrado em Zootecnia) pelo Centro <strong>de</strong> Ciências<br />
Agrárias <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba.<br />
Orientador: Divan Soares <strong>da</strong> Silva.<br />
1. Flor <strong>de</strong> Sê<strong>da</strong> - Calotropis procera. 2. Aspecto fenológico. 3.<br />
Aspecto produtivo. 4. Aspecto qualitativo. I. Silva, Divan Soares <strong>da</strong><br />
(orientador). II. Título.<br />
CDU: 633.913.4(043.3)<br />
xviii
1. INTRODUÇÃO GERAL<br />
O Semi-árido brasileiro é uma região marca<strong>da</strong> pela irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s chuvas,<br />
<strong>de</strong>terminando longos períodos <strong>de</strong> secas, com fortes <strong>de</strong>ficiências hídricas nos rios, solos e<br />
ecossistemas xerófilos e graves conseqüências sociais para seus vinte milhões <strong>de</strong><br />
habitantes, que apresentam eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong>pendência dos recursos naturais e os piores<br />
indicadores econômicos e sociais do país.<br />
A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no período seco é uma constante em todos<br />
os sistemas <strong>de</strong> produção, sendo mais acentua<strong>da</strong> nas regiões tropicais <strong>de</strong> clima semi-árido.<br />
Nestas regiões, <strong>de</strong>vido aos baixos níveis <strong>de</strong> pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a produção <strong>de</strong> alimentos para a<br />
época <strong>da</strong> entresafra é mais complexa. A carência <strong>de</strong> forrageiras, que possam produzir<br />
volumosos <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e que estes possam ser facilmente processados e armazenados,<br />
é uma constante nestas regiões, que ocupam quase todo o nor<strong>de</strong>ste e norte do estado <strong>de</strong><br />
Minas Gerais.<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento econômico do Semi-árido brasileiro é totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />
incremento dos níveis <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pecuária. As condições e<strong>da</strong>fo-climáticas <strong>de</strong>ssa<br />
região não suportam, em quase to<strong>da</strong> a área, uma economia fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> em agricultura,<br />
constituindo-se, reconheci<strong>da</strong>mente, a pecuária como a vocação natural <strong>da</strong> região (Pimenta<br />
Filho e Silva, 2002). Neste contexto, o setor agropecuário do Semi-árido vem merecendo<br />
uma atenção especial, <strong>de</strong>vido não só ao seu potencial econômico, mas, sobretudo, à<br />
expressão geográfica. O Trópico Semi-árido cobre, aproxima<strong>da</strong>mente dois milhões <strong>de</strong><br />
quilômetros quadrados na América do sul, o que correspon<strong>de</strong> a aproxima<strong>da</strong>mente 10% <strong>da</strong><br />
superfície total do continente (IBGE,1998). Sendo, uma região muito vasta, populosa e<br />
muito pobre, portanto é preciso incrementar a geração <strong>de</strong> tecnologias agropecuárias<br />
próprias às condições ecológicas do Semi-árido, gera<strong>da</strong>s na própria região.<br />
1
Em função dos conhecimentos acumulados, <strong>de</strong> conceitos estabelecidos e <strong>de</strong> análises<br />
técnicas, econômicas e sociais, admite-se que um dos principais e mais eficazes<br />
instrumentos para auxiliar no combate ao processo <strong>de</strong> empobrecimento <strong>da</strong> região é a<br />
melhoria <strong>da</strong> produção pecuária via utilização dos recursos forrageiros nativos e exóticos<br />
a<strong>da</strong>ptados (Pimenta Filho e Silva, 2002).<br />
O estudo <strong>da</strong>s plantas xerófilas se reveste <strong>de</strong> importância, consi<strong>de</strong>rando que esses<br />
vegetais formam um gran<strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> espécies, ocupando uma consi<strong>de</strong>rável área geográfica<br />
do planeta, com plantas <strong>de</strong> interesse ecológico e econômico. No Brasil, a área ocupa<strong>da</strong><br />
com as xerófilas correspon<strong>de</strong> a 74,3% do Nor<strong>de</strong>ste e 13,5% <strong>da</strong> superfície total do País<br />
(IBGE,1998). O grupo é composto <strong>de</strong> inúmeras famílias botânicas <strong>de</strong> ervas, arbustos,<br />
árvores e cipós com diversas caracterizações, to<strong>da</strong>s com um aspecto <strong>de</strong> alta relevância que<br />
é o <strong>de</strong> persistir nas condições ári<strong>da</strong>s do Nor<strong>de</strong>ste, suportar baixas precipitações,<br />
apresentando uma única estação <strong>de</strong> crescimento anual, correspon<strong>de</strong>nte à época <strong>da</strong>s chuvas,<br />
fornecendo biomassa como fonte <strong>de</strong> energia, para a fauna silvestre e os animais domésticos<br />
do Semi-árido. Assim sendo, a seleção e posterior cultivo <strong>de</strong>ssas espécies po<strong>de</strong>rão<br />
proporcionar gran<strong>de</strong>s lucros, <strong>de</strong>vido especialmente à sua resistência e, provavelmente, a<br />
sua forma <strong>de</strong> propagação (Araújo Filho et al., 1995).<br />
Não são poucas as iniciativas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s principais espécies<br />
forrageiras nativas no Semi-árido nor<strong>de</strong>stino, como a maniçoba, a jureminha, o fejãobravo,<br />
etc. Também existe uma razoável quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhos realizados sobre a<br />
composição químico-bromatológica <strong>de</strong> várias <strong>de</strong>ssas espécies, maniçoba, feijão-bravo. No<br />
entanto, muitos estudos ain<strong>da</strong> precisam ser efetuados em função <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> variação<br />
concernente ao material coletado, além <strong>da</strong> variação associa<strong>da</strong> às diferenças entre regiões. O<br />
mais importante, e que precisa ser enfatizado, é que a i<strong>de</strong>ntificação e a <strong>de</strong>terminação do<br />
2
potencial como forrageira não são suficientes para fun<strong>da</strong>mentar uma tecnologia <strong>de</strong><br />
aproveitamento racional dos recursos naturais (Pimenta Filho e Silva, 2002).<br />
Consi<strong>de</strong>rando que o extrativismo não é a melhor forma <strong>de</strong> utilização dos recursos<br />
naturais, propõe-se o cultivo orientado, <strong>de</strong> forma isola<strong>da</strong> ou em consórcios, <strong>da</strong>s espécies<br />
que apresentam potencial forrageiro. Neste sentido, faz-se necessária a implementação <strong>de</strong><br />
projetos voltados para a investigação multidisciplinar <strong>de</strong>sses potenciais, bem como para o<br />
manejo e a conservação dos recursos naturais do meio em questão (Men<strong>de</strong>s, 1997).<br />
Portanto, na busca <strong>de</strong> soluções, tendo em vista uma exploração racional com fins <strong>de</strong><br />
promover o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>da</strong> região, assegurando as produções<br />
indispensáveis ao <strong>de</strong>senvolvimento sócio-econômico, surgem às plantas encontra<strong>da</strong>s na<br />
caatinga como uma opção bastante promissora. Assim sendo, preten<strong>de</strong>-se com a realização<br />
<strong>de</strong>ste trabalho, estu<strong>da</strong>r a fenologia, a produção e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis<br />
procera) em função <strong>de</strong> dois sistemas <strong>de</strong> plantio e diferentes espaçamentos.<br />
3
2. REFERENCIAL TEÓRICO<br />
2.1- Potencial forrageiro <strong>da</strong> caatinga<br />
O sistema <strong>de</strong> produção tradicional <strong>da</strong> região semi-ári<strong>da</strong> é basicamente voltado à<br />
exploração extensiva na caatinga, on<strong>de</strong> a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies botânicas representa<br />
enorme potencial forrageiro.<br />
A pecuária é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s principais causas <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> caatinga e<br />
não são poucos os estudos que buscam uma melhor utilização do suporte forrageiro<br />
oferecido por esse ecossistema. Peter (1992), Araújo Filho et al. (1993), Carvalho (1994),<br />
Leite et al. (1994), Silva et al. (1995), Araújo Filho et al. (1995), Silva (1998), abor<strong>da</strong>ram<br />
aspectos relacionados com o potencial forrageiro, composição botânica, utilização ou<br />
manipulação <strong>da</strong> caatinga.<br />
As características fitossociológicas, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, cobertura e frequência <strong>de</strong>sta<br />
vegetação são <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s, principalmente, pelas variações locais <strong>da</strong> topografia, tipo <strong>de</strong><br />
solo e pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por outro lado, a produção <strong>de</strong> forragem correspon<strong>de</strong> a<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 7% do total <strong>da</strong> fitomassa produzi<strong>da</strong> na caatinga nativa, levando a baixos<br />
índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho animal (Araújo Filho, 1990).<br />
O conhecimento <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> matéria seca total (MS) por espécie é fun<strong>da</strong>mental<br />
para se <strong>de</strong>terminar à carga animal por área, sendo possível se avaliar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
alimento que estará disponível ao rebanho durante um período <strong>de</strong>terminado. O<br />
conhecimento <strong>da</strong> composição química e dos valores <strong>de</strong> digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos alimentos que<br />
compõem a dieta dos ruminantes é <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância <strong>de</strong>ntro do processo<br />
produtivo (Pimenta Filho e Silva, 2002).<br />
A produção <strong>de</strong> alimentos para o rebanho constitui, provavelmente, o maior <strong>de</strong>safio<br />
que enfrenta a pecuária nas regiões semi-ári<strong>da</strong>s, principalmente <strong>de</strong>vido à variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
4
incertezas climáticas, tornando a cultura <strong>de</strong> forrageiras uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alto risco, além <strong>de</strong><br />
competir com a agricultura tradicional (Araújo Filho e Silva, 1994). Durante o período<br />
chuvoso, as forrageiras anuais dominantes na vegetação herbácea, característica <strong>da</strong><br />
caatinga, apresentam rápido crescimento, porém com curta duração do ciclo fenológico,<br />
resultando em forte periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> e excesso <strong>de</strong> forragem nesse período. Assim, a produção<br />
<strong>de</strong> fitomassa do estrato herbáceo exce<strong>de</strong> a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo dos rebanhos, o que<br />
permite conservar o exce<strong>de</strong>nte disponível, sob forma <strong>de</strong> feno ou silagem, para serem<br />
utilizados no período <strong>de</strong> maior escassez <strong>de</strong> alimentos, selecionando as espécies que melhor<br />
se prestam para conservação e apresentam características forrageiras <strong>de</strong>sejáveis. Então, o<br />
pasto nativo tem servido <strong>de</strong> suporte para o rebanho, que na maioria <strong>da</strong>s vezes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>le<br />
como única fonte <strong>de</strong> alimento (Pimenta Filho e Silva 2002).<br />
Algumas espécies <strong>da</strong> vegetação <strong>da</strong> caatinga possuem características que as tornam<br />
particularmente úteis à exploração pastoril, tanto pelo valor nutritivo (Viana e Carneiro,<br />
1994; Sousa et al., 1995) e (Lima, 1990; Germano et al., 1991; Araújo, 1994). Neste<br />
sentido, o conhecimento a<strong>de</strong>quado do comportamento, <strong>da</strong>s características produtivas e do<br />
valor nutritivo <strong>da</strong>s plantas é, essencial para a manipulação <strong>de</strong> árvores e arbustos forrageiros<br />
com o objetivo <strong>de</strong> melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a produção <strong>de</strong> forragem. Esses fatores<br />
relacionados com ciclo fenológico <strong>da</strong>s plantas, servem como base para <strong>de</strong>terminar a<br />
melhor época <strong>de</strong> utilização.<br />
2.2- Flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera): características gerais<br />
Na busca <strong>de</strong> plantas que suportem os rigores <strong>de</strong>ste clima, Calotropis procera <strong>da</strong><br />
família Asclepia<strong>da</strong>ceae, conheci<strong>da</strong> vulgarmente como Algodão <strong>de</strong> Se<strong>da</strong>, Leiteiro,<br />
Queima<strong>de</strong>ira, Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> e Ciúme, tem se <strong>de</strong>stacado na a<strong>da</strong>ptação às áreas Semi-ári<strong>da</strong>s.<br />
O gênero Calotropis e outros 279 pertencem à família Asclepia<strong>da</strong>ceae, incluindo 2000<br />
5
espécies, sendo encontra<strong>da</strong>s comumente em áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s. A flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> é uma planta<br />
conheci<strong>da</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos remotos, possuindo ampla distribuição geográfica,<br />
especialmente em regiões tropicais e subtropicais <strong>de</strong> todo o mundo (particularmente Ásia e<br />
África), <strong>de</strong>senvolvendo-se em solos <strong>de</strong> baixa fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> e locais com baixos níveis <strong>de</strong><br />
pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Sharma 1934). Atualmente encontra-se naturaliza<strong>da</strong>, inclusive na caatinga do<br />
sertão nor<strong>de</strong>stino.<br />
Lindley (1985) citado por Oliveira (2002), afirmou que a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> <strong>de</strong>senvolve-se<br />
bem nas mais diversas regiões do planeta, on<strong>de</strong> a precipitação anual varia <strong>de</strong> 150 a 1000<br />
mm e, algumas vezes, é encontra<strong>da</strong> crescendo em solos excessivamente drenados, com<br />
precipitação superior a 2000 mm.<br />
Em relação às características botânicas <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, a planta po<strong>de</strong> atingir <strong>de</strong> 2,5<br />
a 6,0 metros <strong>de</strong> altura, possuindo uma ou poucas hastes e poucos galhos. A casca é<br />
corticiforme, sulca<strong>da</strong>, <strong>de</strong> coloração cinza, apresentando abun<strong>da</strong>nte fluxo <strong>de</strong> seiva branca<br />
(látex), que po<strong>de</strong> ser observado sempre que o caule e as folhas são cortados (Francis, s.d).<br />
Segundo Little et al. (1974), o florescimento e a frutificação ocorrem durante o ano<br />
todo, on<strong>de</strong> centenas a milhares <strong>de</strong> sementes po<strong>de</strong>m ser produzi<strong>da</strong>s por planta a ca<strong>da</strong> ano.<br />
As sementes são dissemina<strong>da</strong>s pelo vento, po<strong>de</strong>ndo alcançar vários quilômetros.<br />
Sendo uma planta que se dissemina facilmente através do vento, <strong>de</strong>vido suas<br />
sementes serem ala<strong>da</strong>s, freqüentemente encontram-se plantas <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> se<br />
<strong>de</strong>senvolvendo nas margens <strong>da</strong>s rodovias, e em áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, especialmente em solos<br />
arenosos.<br />
6
Figura 1- Morfologia do ramo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera), com <strong>de</strong>talhes <strong>da</strong><br />
posição <strong>da</strong>s folhas, inflorescência e frutos.<br />
2.3- Composição química e produção <strong>de</strong> fitomassa<br />
Quanto à composição química <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, Abbas (1992) observou que a planta é<br />
um arbusto sempre ver<strong>de</strong> e abun<strong>da</strong>nte nas regiões ári<strong>da</strong>s do Sudão e possui folhas com<br />
94,62% <strong>de</strong> matéria seca e 19,46% <strong>de</strong> proteína bruta.<br />
Vaz et al. (1998) verificaram, ao <strong>de</strong>terminar a composição química dos fenos <strong>de</strong> flor<br />
<strong>de</strong> se<strong>da</strong>, teores <strong>de</strong> 29,55% <strong>de</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente neutro, 21,03% <strong>de</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente<br />
ácido, 8,54% <strong>de</strong> hemicelulose, 11,13% <strong>de</strong> celulose e 21,23% <strong>de</strong> proteína bruta. Já Oliveira<br />
(2002) encontrou para flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> um percentual <strong>de</strong> 14,30; 14,00; 31,53 e 18,24% para<br />
proteína bruta, matéria mineral, fibra em <strong>de</strong>tergente neutro e fibra em <strong>de</strong>tergente ácido<br />
respectivamente.<br />
Quanto a resultados <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> fitomassa <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> é um aspecto<br />
pouco explorado, com poucos <strong>da</strong>dos na literatura, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se encontrar algumas<br />
estimativas. Oliveira (2002) estimou a produção <strong>de</strong> fitomassa <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em função <strong>da</strong><br />
7
circunferência do caule e <strong>de</strong> espaçamentos em dois sítios I (Patos PB) e II (Santa Luzia PB),<br />
obtendo os seguintes resultados: no espaçamento <strong>de</strong> 0,5 x 0,5; 1,0 x 0,5 e 1,0 x 1,0, obteve-se<br />
49,40; 24,70 e 12,30 t/ha <strong>de</strong> biomassa respectivamente para o sítio I aos 10 cm <strong>de</strong> altura do<br />
solo e a 15 cm os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> produção foram: 103,20; 51,60 e 25,80 t/ha respectivamente. Para<br />
o sítio II os <strong>da</strong>dos foram os seguintes: 26,0; 13,0 e 6,5 ton/ha respectivamente e 56,7; 28,3 e<br />
17,2 t/ha, utilizando os mesmos espaçamentos e as mesmas alturas <strong>de</strong> corte.<br />
Ain<strong>da</strong> o mesmo autor estu<strong>da</strong>ndo a distribuição <strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em duas<br />
classes <strong>de</strong> circunferências do caule medi<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> 10 cm <strong>de</strong> altura do solo, sendo incluído<br />
na classe I todos os indivíduos que apresentaram circunferência menor ou igual a 15 cm, e na<br />
classe II os indivíduos com circunferência maior que 15 cm, em dois sítios ecológicos, Patos<br />
(sítio I) e Santa Luzia (sítio II) na Paraíba observaram que 79% <strong>da</strong>s plantas do sítio I<br />
apresentaram circunferência menor que 15 cm, evi<strong>de</strong>nciando que as plantas <strong>de</strong>sse sítio eram<br />
mais jovens.<br />
A partir dos poucos <strong>da</strong>dos encontrados na literatura e na observação empírica com<br />
base em <strong>da</strong>dos dos produtores, a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> apresenta-se como uma forrageira bastante<br />
promissora, mas, no entanto, poucas têm sido as pesquisas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s. Portanto, fica<br />
evi<strong>de</strong>nte a importância <strong>de</strong> se conhecer melhor o potencial forrageiro <strong>de</strong>sta espécie, visando<br />
sua utilização racional.<br />
2.4- Utilização <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera) na alimentação animal<br />
Ain<strong>da</strong> são poucos os estudos direcionados para o cultivo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> como<br />
forrageira; no entanto, algumas pesquisas têm <strong>de</strong>monstrado que a planta apresenta algumas<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s que a apontam como uma espécie que tem potencial para ser utiliza<strong>da</strong> na<br />
nutrição <strong>de</strong> ruminantes.<br />
8
Quanto à utilização <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> na nutrição animal, vários trabalhos na literatura<br />
<strong>de</strong>monstram sua viabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a exemplo <strong>de</strong> Fall (1991), que na busca <strong>de</strong> novas espécies<br />
forrageiras disponíveis em pastagens naturais do Senegal, <strong>de</strong>senvolveu trabalho para testar a<br />
digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> in vitro e a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> in situ no rúmen. As folhas <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />
apresentaram 72 e 68% <strong>de</strong> digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para matéria seca e matéria orgânica,<br />
respectivamente.<br />
Estu<strong>da</strong>ndo a digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Brachiaria <strong>de</strong>cumbens trata<strong>da</strong> com hidróxido <strong>de</strong> sódio,<br />
amônia anidra, ou em associação com o feno <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, Moreira et al (1996) não<br />
observaram diferença significativa para o uso <strong>de</strong>ssa forragem, no entanto, constataram que a<br />
flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser consumi<strong>da</strong> por caprinos, proporcionando aumento na digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
proteína bruta, retenção <strong>de</strong> nitrogênio, sem prejuízo <strong>da</strong> matéria orgânica. Estes mesmos<br />
resultados foram observados por Vaz et al. (1998a e 1998b) que, avaliando a digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
dos componentes <strong>de</strong> dietas contendo folhas <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos níveis <strong>de</strong> 0; 20; 40 e 60 % em<br />
substituição ao feno <strong>de</strong> Coast-cross, observaram aumento nos coeficientes <strong>de</strong> digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> todos os nutrientes para os referidos tratamentos, além <strong>de</strong> proporcionar maiores ingestão e<br />
retenção <strong>de</strong> nitrogênio.<br />
Existem relatos sobre flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> consorcia<strong>da</strong> com Zizyphus mauritiana na formação<br />
<strong>de</strong> sistemas agroflorestais, visando a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebanhos bovinos durante o período<br />
<strong>de</strong> carência alimentar na Índia. Outras publicações revelam associações <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> com<br />
outras espécies (Oliveira, 2002).<br />
2.5-Toxi<strong>de</strong>z <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera)<br />
Diversos fatores caracterizam uma planta como tóxica fitoterápica ou como<br />
alimento. Entre eles po<strong>de</strong>-se citar: a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados elementos químicos no solo,<br />
9
umi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa do ar, índice pluviométrico, temperatura ambiente, parte <strong>da</strong> planta<br />
utiliza<strong>da</strong>, estado <strong>da</strong> planta (seca ou fresca), dose ou concentração utiliza<strong>da</strong>, época do ano<br />
em que a mesma é consumi<strong>da</strong>, etc (Melo 1998). No estudo fitoquímico <strong>da</strong>s folhas <strong>de</strong> flor<br />
<strong>de</strong> se<strong>da</strong> foram <strong>de</strong>tectados glicosí<strong>de</strong>os flavônicos, glicosí<strong>de</strong>os cardiotônicos, esterói<strong>de</strong>s,<br />
triterpenos e polifenóis, concor<strong>da</strong>ndo com os achados <strong>de</strong> Khan e Malik (1989); Aktar et al.<br />
(1992); Basu et al. (1992); Hussein et al. (1994) e Tanira et al. (1994), que <strong>de</strong>tectaram nas<br />
folhas com látex, glicosí<strong>de</strong>os flavônicos (calotropsi<strong>de</strong>), glicosí<strong>de</strong>os cardiotônicos<br />
(proceragenin) e esterói<strong>de</strong>s/ triterpenos (procesterol).<br />
Diferentes partes <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> têm sido usa<strong>da</strong>s como fitoterápicos em muitas<br />
enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na tradicional medicina <strong>da</strong> Índia, como analgésicos, anti-inflamatórios,<br />
agentes purgativos, anti-helmínticos, anti-microbianos, larvici<strong>da</strong>s, nematici<strong>da</strong>s, anticancerígenos,<br />
no tratamento <strong>da</strong>s úlceras gástricas, nas doenças hepáticas e como antídoto<br />
<strong>de</strong> envenenamento por serpentes (Khan e Malik, 1989; Aktar et al. 1992; Basu et al.<br />
1992; Hussein et al. 1994; Tanira et al. 1994). Porém, Sharma et al. (1934), relataram que o<br />
látex <strong>da</strong> planta é muito irritante e corrosivo, usado com fins criminais (abortivo) Hussein et<br />
al. (1994).<br />
Mello et al. (2001) realizaram estudo fitoquímico nas folhas <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> e<br />
<strong>de</strong>tectaram na sua composição substâncias como: glicosí<strong>de</strong>os flavônicos, cardiotônicos,<br />
esterói<strong>de</strong>s entre outros. Seiber et al. (1982), analisando o látex <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificaram<br />
vários compostos, tais como: car<strong>de</strong>nolí<strong>de</strong>os, enzimas proteolíticas, alcalói<strong>de</strong>s e<br />
carboidratos.<br />
Ain<strong>da</strong> os mesmos autores, estu<strong>da</strong>ndo a toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> e sua possível<br />
utilização na alimentação <strong>de</strong> ruminantes, realizaram um estudo fitoquímico <strong>da</strong>s partes<br />
aéreas (folhas e galhos) e a administração <strong>da</strong>s mesmas em diferentes concentrações para<br />
caprinos. Os animais foram divididos aleatoriamente em quatro grupos iguais <strong>de</strong> cinco<br />
10
animais ca<strong>da</strong>. O grupo I serviu como Testemunha, recebendo somente feno <strong>de</strong> Coast-cross<br />
(100%), e os <strong>de</strong>mais grupos (II, III e IV) receberam diariamente, durante 40 dias<br />
consecutivos, folhas secas e pica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nas concentrações <strong>de</strong> 20, 40 e 60%<br />
respectivamente, e o restante <strong>da</strong> alimentação com feno <strong>de</strong> Coast-cross. A ingestão diária<br />
<strong>da</strong>s folhas <strong>de</strong>sidrata<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, em até 60% na dieta <strong>de</strong> caprinos, não causou<br />
alterações clínicas nem enzimáticas séricas que inviabilizassem sua utilização como<br />
forragem (Khan et al., 1999).<br />
2.6- Aspectos Fenológicos<br />
Fenologia é o estudo <strong>da</strong>s fases ou ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> plantas ou animais<br />
e sua ocorrência temporal ao longo do ano, contribuindo para o entendimento dos padrões<br />
reprodutivos e vegetativos <strong>de</strong> plantas e animais que <strong>de</strong>las <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m (Morellato, 1995).<br />
Estes estudos são <strong>de</strong> suma importância para compreensão <strong>da</strong> complexa dinâmica dos<br />
ecossistemas florestais, sendo o conhecimento fenológico escasso e fragmentário nas<br />
regiões tropicais (Fournier e Charpantier, 1975).<br />
A falta <strong>de</strong> informação fenológica dificulta estudos sobre a biologia <strong>da</strong>s espécies e a<br />
<strong>de</strong>terminação do manejo mais a<strong>de</strong>quado, assim como <strong>da</strong> época <strong>de</strong> coleta <strong>da</strong>s sementes.<br />
Alvim (1964), cita que as espécies <strong>de</strong> regiões tropicais mostram oscilações periódicas <strong>de</strong><br />
crescimento e floração, mas há muitas dúvi<strong>da</strong>s sobre os fatores que controlam esta<br />
periodici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Portanto, o conhecimento fenológico é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no<br />
entendimento <strong>da</strong> completa dinâmica dos ecossistemas. De acordo com Frankie et al.<br />
(1974), esse tipo <strong>de</strong> conhecimento não apenas permite explicar muitas <strong>da</strong>s reações <strong>da</strong>s<br />
plantas às condições climáticas e edáficas, como também é importante no estudo <strong>da</strong>s<br />
relações planta-animal <strong>de</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> biótica e seus vizinhos.<br />
11
A fenologia permite avaliar a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos ao longo do ano<br />
(Morellato, 1995). Assim, o conhecimento <strong>da</strong> floração e frutificação permite prever<br />
períodos <strong>de</strong> reprodução <strong>da</strong>s plantas, seus ciclos <strong>de</strong> crescimento e outras características <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> valia no manejo <strong>da</strong>s espécies (Fournier, 1974; 1976), po<strong>de</strong>ndo ser aplicado em<br />
várias áreas <strong>de</strong> atuação, possibilitando <strong>de</strong>terminar estratégias <strong>de</strong> colheita <strong>de</strong> sementes e<br />
disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> frutos, o que influenciará a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> dispersão <strong>da</strong>s<br />
sementes (Mariot et al., 2003).<br />
O conhecimento e a compreensão dos padrões fenológicos <strong>da</strong>s espécies nos<br />
ecossistemas naturais são <strong>de</strong> interesse básico nos estudos ecológicos sobre a<br />
biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e organização <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e sobre as interações <strong>da</strong>s<br />
plantas com a fauna, sendo também <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância em programas <strong>de</strong> conservação<br />
<strong>de</strong> recursos genéticos, manejo florestal e planificação <strong>de</strong> áreas silvestres (Mooney et al.,<br />
1980; Camacho e Orozco, 1998).<br />
Os estudos sobre fenologia reprodutiva <strong>de</strong> espécies arbóreas em áreas florestais são<br />
necessários para fornecer parâmetros com vistas à conservação e exploração racional,<br />
conciliando sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com economici<strong>da</strong><strong>de</strong> (Fantini et al., 1992; Reis, 1996; Reis et<br />
al., 2000).<br />
No manejo <strong>de</strong> espécies arbustivas, <strong>de</strong>vem ser levados em consi<strong>de</strong>ração vários<br />
parâmetros como a respostas morfofisiológica e a sobrevivência <strong>da</strong>s plantas. Entre estas se<br />
<strong>de</strong>staca para o estágio <strong>de</strong> crescimento e a altura <strong>de</strong> corte <strong>da</strong>s plantas, o que afeta o<br />
rendimento e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> planta como forrageira (Costa et al., 2000).<br />
Os padrões fenológicos po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma espécie, se avaliados em<br />
diferentes ecossistemas (Newstrom et al., 1994), <strong>de</strong>vendo ser ressaltado que as taxas <strong>de</strong><br />
floração e <strong>de</strong> frutificação po<strong>de</strong>m variar entre populações, entre indivíduos e entre anos<br />
(Stephenson, 1981). Vários fatores po<strong>de</strong>m influenciar as variações fenológicas, com a<br />
12
exposição à luz, o <strong>da</strong>no foliar (Marquis, 1988), o estresse hídrico (Wright, 1991) e o aborto<br />
<strong>de</strong> flores (Bawa e Webb, 1984). Já a época <strong>de</strong> ocorrência e a duração do período <strong>de</strong><br />
produção <strong>de</strong> sementes po<strong>de</strong>m estar relaciona<strong>da</strong> à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> polinizadores e dispersores,<br />
ao <strong>de</strong>senvolvimento do fruto e <strong>da</strong> semente, ao comportamento <strong>de</strong> pre<strong>da</strong>dores <strong>de</strong> sementes e<br />
às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s específicas para a germinação (Janzen, 1976).<br />
2.7- Sistema <strong>de</strong> manejo do solo em Situação <strong>de</strong> Semi-Árido<br />
Para o <strong>de</strong>senvolvimento agropecuário <strong>de</strong> uma região, necessita-se, <strong>de</strong>ntre outros<br />
fatores <strong>da</strong> adoção <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> manejo e do aproveitamento racional dos recursos<br />
ambientais (água, solo etc). O interrelacionamento entre esses fatores promove a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
vegetativa e, conseqüentemente uma maior produção <strong>da</strong>s culturas (Silva e Oliveira, 1980).<br />
O uso <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> manejo do solo é uma alternativa que favorece o<br />
estabelecimento, crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s culturas, reduzindo as per<strong>da</strong>s no<br />
rendimento causa<strong>da</strong>s pelos fatores ambientais adversos (Souto, 2001).<br />
O manejo do solo, portanto, compreen<strong>de</strong> o conjunto <strong>de</strong> práticas utiliza<strong>da</strong>s para<br />
possibilitar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma cultura, visando á sua manutenção e/ou melhoria<br />
do potencial produtivo do solo no médio e no longo prazo; controle <strong>da</strong> erosão hídrica e<br />
eólica e uso racional dos recursos disponíveis (Freitas, 1992).<br />
Os solos na região semi-ári<strong>da</strong> brasileira são predominantemente <strong>de</strong> origem<br />
cristalina, rasos, silicosos e pedregosos, com baixa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água e, em<br />
geral, pobres em nutrientes (Faria 1992).<br />
Os sistemas <strong>de</strong> manejo adotados no mundo inteiro são os mais variados possíveis,<br />
porém os princípios básicos consistem em se fazer aração segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma ou mais<br />
gra<strong>da</strong>gens no solo. Grid-Papp et al., 1992 acreditam que tais práticas po<strong>de</strong>m favorecer a<br />
13
compactação, a erosão e levar à formação <strong>de</strong> uma crosta superficial dura. Nesse sentido,<br />
vários pesquisadores sugerem a adoção <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> manejo do solo que evitem a<br />
compactação, assegurem a erosão, bem como proporcione um maior aproveitamento <strong>da</strong><br />
água pelas plantas, reduzindo a taxa <strong>de</strong> escoamento superficial e a evaporação.<br />
Bertoni e Lombardi Neto (1990), mencionaram a eficiência <strong>de</strong> práticas como a<br />
construção <strong>de</strong> camalhões quando comparados ao preparo convencional do solo,<br />
<strong>de</strong>stacando-se que em zonas mais secas as mesmas <strong>de</strong>vem ser preferidos, por apresentarem<br />
alta capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água <strong>da</strong>s chuvas, sendo ain<strong>da</strong> mais eficientes ao serem<br />
usados com outras práticas, como a cobertura vegetal morta. Não obstante, esses autores<br />
afirmaram que o uso <strong>de</strong> cobertura vegetal morta necessita <strong>de</strong> bom nível <strong>de</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> no<br />
solo, principalmente do nitrogênio, uma vez que ao aumentar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
dos microrganismos, estimula-se a <strong>de</strong>composição <strong>da</strong> matéria orgânica, <strong>de</strong>terminando<br />
rápi<strong>da</strong> redução na disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste nutriente. Um outro aspecto importante do<br />
camalhão é o fato <strong>de</strong> promover modificações microambientais melhorando as condições <strong>de</strong><br />
temperatura do solo.<br />
O sistema tradicional <strong>de</strong> cultivo na região semi-ári<strong>da</strong> é a semeadura em covas, com<br />
o auxílio <strong>de</strong> uma enxa<strong>da</strong>, o que dá origem a uma pequena <strong>de</strong>pressão, capaz <strong>de</strong> armazenar<br />
certa quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva. Este sistema é aparentemente pouco agressivo ao meio<br />
ambiente, no entanto, como o solo não foi preparado (arado), a sua superfície apresenta-se<br />
ligeiramente compacta<strong>da</strong>, dificultando a infiltração e facilitando o escoamento superficial,<br />
o que contribui para o processo erosivo. No entanto, técnicas simples <strong>de</strong> preparo do solo,<br />
visando à captação <strong>da</strong> água <strong>de</strong> chuva in situ são mais apropria<strong>da</strong>s aos sistemas <strong>de</strong> produção<br />
adotados pelos agricultores (Duret et al., 1986).<br />
Segundo Silva et al. (1993), em função <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> variação <strong>da</strong>s chuvas registra<strong>da</strong>s<br />
nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s geoambientais, i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s na região Semi-ári<strong>da</strong> do Brasil, é <strong>de</strong><br />
14
fun<strong>da</strong>mental importância o preparo do solo com técnicas <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva in<br />
situ, visando a assegurar principalmente os cultivos implantados em regime <strong>de</strong> sequeiro,<br />
para amenizar os efeitos do déficit hídrico ocorrido em anos <strong>de</strong> pouca precipitação.<br />
Nas regiões ári<strong>da</strong>s e Semi-ári<strong>da</strong>s, on<strong>de</strong> assume importância a manutenção do<br />
conteúdo <strong>de</strong> água do solo, verifica-se ser mais vantajoso para a produção os sistemas <strong>de</strong><br />
manejo com camalhões (Bertoni e Lombardi Neto, 1990).<br />
Diniz (1996), afirmou que em sistemas <strong>de</strong> manejo do solo, on<strong>de</strong> o déficit hídrico<br />
torna-se evi<strong>de</strong>ntes, a ocorrência <strong>de</strong> que<strong>da</strong> <strong>de</strong> órgãos reprodutivos passa a ser gran<strong>de</strong>,<br />
enquanto que em condições satisfatórias <strong>de</strong> água no solo a planta apresenta maior retenção<br />
dos mesmos.<br />
Com base nestas informações, é importante ressaltar que os estudos <strong>de</strong> forrageiras<br />
nativas <strong>de</strong>verão ser orientados para um manejo a<strong>de</strong>quado do solo e <strong>da</strong> vegetação, buscando<br />
alternativas viáveis, no sentido <strong>de</strong> favorecer o aumento <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> forragem.<br />
2.8- Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
O plantio <strong>de</strong> uma lavoura <strong>de</strong>ve ser muito bem planejado, pois <strong>de</strong>termina o início <strong>de</strong><br />
um processo que po<strong>de</strong>rá afetar to<strong>da</strong>s as operações envolvi<strong>da</strong>s, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar as<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> sucesso. É por ocasião do plantio que se obtêm uma boa ou ruim<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> que se <strong>de</strong>fine como o número <strong>de</strong> plantas por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área e tem papel<br />
importante no rendimento final.<br />
O espaçamento e a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio são aspectos tecnológicos, que <strong>de</strong>finem a<br />
população e o arranjo <strong>de</strong> plantas, po<strong>de</strong>ndo interferir no rendimento e nas operações a serem<br />
realiza<strong>da</strong>s em uma lavoura.<br />
15
A população i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> uma cultura por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área é um dos<br />
componentes <strong>da</strong> produção que contribuem significativamente para o aumento <strong>da</strong><br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> população <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong>staca-se por tratar-se <strong>de</strong> uma<br />
técnica <strong>de</strong> baixo custo e relativamente simples. Porém apesar <strong>de</strong> simples ela é influencia<strong>da</strong><br />
por vários fatores, <strong>de</strong>ntre eles o porte <strong>da</strong> planta, a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo e as técnicas <strong>de</strong><br />
manejo (Bolonhezi et al., 1997).<br />
No tocante à <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio, as pressões exerci<strong>da</strong>s pela população <strong>de</strong> plantas<br />
afetam <strong>de</strong> modo marcante o seu <strong>de</strong>senvolvimento. Quando se aumenta a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
plantas por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área, estas competem mais por fatores essenciais <strong>de</strong> crescimento,<br />
como nutrientes, luz e água (Janick, 1968).<br />
O espaçamento, ou <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio é provavelmente uma <strong>da</strong>s principais<br />
técnicas <strong>de</strong> manejo que visa à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e à produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> matéria-prima.<br />
Deve ser <strong>de</strong>finido em função dos objetivos do plantio, consi<strong>de</strong>rando-se que a influência do<br />
espaçamento é mais expressiva no crescimento em diâmetro do que em altura. O<br />
planejamento <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio também <strong>de</strong>ve visar à obtenção do máximo retorno<br />
por área (Carneiro, 1995).<br />
16
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22
CAPÍTULO I<br />
ESTUDO FENOLÓGICO DA FLOR DE SEDA (Calotropis procera) EM FUNÇÃO DA<br />
DENSIDADE E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />
RESUMO<br />
Avaliou-se o efeito <strong>de</strong> dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo sem camalhão e com camalhão,<br />
três espaçamentos (1,0m x 1,5m; 1,5 m x 2,0m e 2,0m x 2,0m) e quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s após o<br />
inicio <strong>da</strong> rebrotação (30; 60; 90 e 120 dias), sobre a fenologia (número <strong>de</strong> folhas, flores,<br />
frutos, brotações primárias, altura e diâmetro do caule) <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis<br />
procera). O <strong>de</strong>lineamento foi <strong>de</strong> blocos casualizados em esquema fatorial 2 x 3 x 4 (dois<br />
sistemas <strong>de</strong> plantio, três <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio e quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> avaliação) com 5<br />
repetições, em parcelas subdividi<strong>da</strong>s no espaço e no tempo. A altura e o diâmetro do caule<br />
<strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foram influenciados pela <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio (P
PHENOLOGY ASPECTS OF THE FLOR DE SEDA (Calotropis procera) IN<br />
FUNCTION OF THE DENSITY AND OF THE SYSTEM OF PLANTING<br />
ABSTRACT<br />
The effect of two systems of handling of the soil was evaluated (with furrow and<br />
without furrow), three spacing (1.0m x 1.5m; 1.5m x 2.0m and 2.0 x 2.0m) and four ages<br />
after the planting (30; 60; 90 and 120) <strong>da</strong>ys on the phenology (number of leaves, flowers,<br />
fruits, primary germinate, height and diameter) of the silk flower (Calotropis procera). The<br />
statistical <strong>de</strong>lineation was of randomized blocks <strong>de</strong>sign in factorial outline 2 x 3 x 4, in<br />
portions subdivi<strong>de</strong>d in the space and in the time. The height and the diameter of the stem of<br />
the silk flower it was influenced by the planting <strong>de</strong>nsity (P
1. INTRODUÇÃO<br />
Fenologia po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como o estudo <strong>da</strong>s modificações periódicas que<br />
ocorrem ao longo do tempo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s plantas, on<strong>de</strong> os <strong>da</strong>dos básicos para qualquer<br />
estudo fenológico incluem registros sobre a época, duração e intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong><br />
uma ou mais fenofases <strong>da</strong>s plantas: foliação, floração e frutificação.<br />
Segundo Costa (2002), os estudos publicados sobre a fenologia <strong>de</strong> árvores tropicais<br />
po<strong>de</strong>m ser reunidos em dois gran<strong>de</strong>s grupos. , on<strong>de</strong> o primeiro documenta a fenologia <strong>de</strong><br />
espécies com polinizadores ou dispersores em comum ou <strong>de</strong> um agrupamento local <strong>de</strong><br />
espécies <strong>de</strong> plantas ("comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s"), tendo normalmente por objetivo revelar padrões<br />
temporais na disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> produção primária (principalmente flores e frutos) para os<br />
animais consumidores. O segundo grupo abrange estudos que procuram examinar mais <strong>de</strong><br />
perto as relações entre a fenologia <strong>da</strong>s árvores e as flutuações registra<strong>da</strong>s em certos<br />
parâmetros ambientais, nota<strong>da</strong>mente na disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água no solo (quase sempre<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> com a precipitação pluvial) ou na temperatura do ar. O principal objetivo<br />
<strong>de</strong>sses estudos é <strong>de</strong>scobrir que fatores induzem ou pelo menos limitam as mu<strong>da</strong>nças<br />
fenológicas observa<strong>da</strong>s.<br />
Levando em conta a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s variações sazonais na temperatura e na<br />
umi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa do ar, Jackson (1998), propôs um mo<strong>de</strong>lo para explicar o comportamento<br />
<strong>de</strong> substituição foliar em plantas tropicais. O mo<strong>de</strong>lo pressupõe que em climas sazonais, o<br />
comportamento mais vantajoso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa <strong>da</strong>s fontes <strong>de</strong> estresse.<br />
Nesse caso, por exemplo, se a sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> na temperatura é acentua<strong>da</strong>, a substituição <strong>da</strong>s<br />
folhas <strong>de</strong>ve evitar o estresse térmico e as folhas velhas serão perdi<strong>da</strong>s na estação fria, a<br />
<strong>de</strong>speito <strong>da</strong> sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> na umi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ao contrário, se a sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> na umi<strong>da</strong><strong>de</strong> é<br />
acentua<strong>da</strong>, a substituição foliar <strong>de</strong>ve evitar o estresse hídrico e, assim, as folhas são<br />
perdi<strong>da</strong>s na estação seca.<br />
25
Quanto à época <strong>de</strong> floração, freqüentemente está relaciona<strong>da</strong> com um ou outro fator<br />
abiótico. Em florestas sujeitas a um regime sazonal <strong>de</strong> chuvas, por exemplo, muitas árvores<br />
só produzem flores no início <strong>da</strong> estação seca. Já em locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s com um regime constante<br />
ou irregular <strong>de</strong> chuvas, a floração po<strong>de</strong> ser in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> precipitação, a exemplo do que<br />
ocorre com a produção foliar. Nesses casos, a floração tem sido correlaciona<strong>da</strong> com<br />
flutuações em outros fatores, nota<strong>da</strong>mente a temperatura. A produção <strong>de</strong> frutos também<br />
po<strong>de</strong> ser afeta<strong>da</strong> por esses fatores. Nem to<strong>da</strong>s as flores fecun<strong>da</strong><strong>da</strong>s, por exemplo, dão<br />
origem a frutos e entre os frutos iniciados muitos não se <strong>de</strong>senvolvem plenamente e são<br />
abortados (Costa 2002).<br />
Estudos fenológicos po<strong>de</strong>m produzir <strong>da</strong>dos e informações úteis em todos os níveis<br />
<strong>da</strong> pesquisa, on<strong>de</strong> o conhecimento adquirido nesses estudos tem implicações práticas<br />
importantes, incluindo práticas <strong>de</strong> manejo a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> culturas<br />
agroflorestais, recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s e manejo <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação.<br />
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento fenológico <strong>da</strong> flor<br />
<strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema <strong>de</strong> plantio.<br />
26
2. METODOLOGIA<br />
O trabalho foi realizado no município <strong>de</strong> Cubatí, microrregião do Curimataú<br />
paraibano. Pela classificação <strong>de</strong> Köopen (1936), o tipo climático <strong>da</strong> região é Bsh semiárido<br />
quente com chuvas <strong>de</strong> janeiro a abril, com precipitação média em torno <strong>de</strong> 400 mm<br />
anuais em condições climáticas normais e temperatura média <strong>de</strong> 27 0 C. Na Figura 1<br />
encontram-se os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> precipitação ocorri<strong>da</strong> durante o período experimental.<br />
Precipitação,mm<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
2003 2004<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12<br />
Meses<br />
Figura 1. Distribuição <strong>da</strong> precipitação mensal ocorri<strong>da</strong> nos anos <strong>de</strong> 2003 e 2004 no<br />
Município <strong>de</strong> Cubatí – PB.<br />
Para a caracterização físico-química <strong>da</strong> área experimental foram coleta<strong>da</strong>s amostras<br />
na cama<strong>da</strong> superficial do solo até a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 20 cm, as quais<br />
foram conduzi<strong>da</strong>s ao Laboratório <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Solos e Água do <strong>CCA</strong>/UFPB. As<br />
<strong>de</strong>terminações constaram <strong>de</strong> granulometria, argila dispersa e grau <strong>de</strong> floculação,<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do solo e <strong>de</strong> partículas, porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> total, e água disponível no solo a 0,01 e a<br />
1,5 MPa, segundo metodologia proposta por Forsythe (1975). As <strong>de</strong>terminações químicas<br />
constaram <strong>de</strong> pH em água, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Alumínio, Sódio, e<br />
matéria orgânica (MO), conforme EMBRAPA (1999) (Tabela 1).<br />
27
Tabela 1- Caracterização físico-química do solo <strong>da</strong> área do experimento <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />
(Calotropis procera) localizado no Município <strong>de</strong> Cubatí PB.<br />
Granulometria<br />
Argila<br />
Grau <strong>de</strong><br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
P.Total<br />
H 2 O<br />
Classe<br />
Areia<br />
Silte Argila<br />
Dispersa<br />
Floculação<br />
Solo Partícula<br />
Disp.<br />
Textural*<br />
-------------------------g kg -1 --------------------------- -----g/cm -3 ----- m m -3 g kg -1<br />
Areia<br />
810 130 60 38 367 1,70 2,63 0,35 105,1<br />
Franca<br />
pH Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Al Na M.O<br />
H 2 O ----------mg dm -3 ------------ --------------cmol c dm -3 --------------- g dm 3<br />
8,0 30,6 171,98 6,95 1,55 0 0,076 11,17<br />
* Conforme Lemos e Santos (1996)<br />
O <strong>de</strong>lineamento utilizado foi o <strong>de</strong> blocos casualizados num arranjo fatorial <strong>de</strong> 3 x 2<br />
x 4, sendo três espaçamentos (1,0m x 1,5m; 1,5m x 2,0m e 2,0m x 2,0m) correspon<strong>de</strong>nte a<br />
6.666, 3.333 e 2.500 plantas/ha e dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão e com camalhão,<br />
com quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> avaliação (30, 60, 90 e 120 dias) em parcelas subdividi<strong>da</strong>s no tempo,<br />
com cinco repetições.<br />
As mu<strong>da</strong>s provenientes <strong>de</strong> sementes foram prepara<strong>da</strong>s no viveiro florestal do<br />
Departamento <strong>de</strong> Fitotecnia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba <strong>CCA</strong>/Areia-PB, sendo<br />
transplanta<strong>da</strong>s para o campo com aproxima<strong>da</strong>mente 60 dias após a germinação.<br />
Foi efetuado na área experimental a limpeza, roço e plantio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor <strong>de</strong><br />
se<strong>da</strong>, no dia 30/04/2003. A profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s covas foi <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> 20cm com<br />
parcelas <strong>de</strong> 6m x 6m e 1,0m entre ca<strong>da</strong> parcela, <strong>de</strong> acordo com ca<strong>da</strong> espaçamento préestabelecido.<br />
Foram consi<strong>de</strong>rados dois sistemas <strong>de</strong> plantio, com camalhão e sem camalhão. No<br />
sistema com camalhões, nas parcelas foram feitos os leirões e o plantio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor<br />
<strong>de</strong> se<strong>da</strong> efetuado ao lado <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> camalhão. Após 30 dias do plantio foram realizados, uma<br />
capina e um replantio e aplicado em ca<strong>da</strong> cova, em cobertura, 1,5 kg <strong>de</strong> esterco <strong>de</strong> ovinos.<br />
28
Foi efetuado um corte <strong>de</strong> uniformização em 15/03/2004 e a ca<strong>da</strong> 30 dias foram<br />
feitas às avaliações, em número <strong>de</strong> quatros, on<strong>de</strong> se verificou o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> planta<br />
através <strong>da</strong>s medições lineares e contagem <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s estruturais.<br />
As variáveis estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s foram: altura <strong>da</strong> planta, número <strong>de</strong> brotações, número <strong>de</strong><br />
ramos, comprimento <strong>de</strong> ramos, número <strong>de</strong> folhas, diâmetro do caule principal, número <strong>de</strong><br />
flores e frutos, época <strong>de</strong> floração e frutificação <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> realiza<strong>da</strong> em três plantas por<br />
parcelas representativas do stand escolhi<strong>da</strong>s ao acaso.<br />
A altura <strong>da</strong> planta foi obti<strong>da</strong> com o uso <strong>de</strong> uma fita métrica e régua gradua<strong>da</strong>, sendo<br />
consi<strong>de</strong>rado o nível do solo e o ápice <strong>da</strong> última folha. O comprimento <strong>de</strong> ramos foi obtido<br />
através <strong>da</strong> medição com fita métrica (Figura 2).<br />
O número <strong>de</strong> folhas, <strong>de</strong> brotações primárias e secundárias, número <strong>de</strong> ramos, flores<br />
e frutos foram obtidos através <strong>da</strong> contagem, o diâmetro do caule foi medido com um<br />
paquímetro a 5 cm do nível do solo, conforme (Figura 2).<br />
Foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como brotações primárias, to<strong>da</strong>s as brotações que surgiram <strong>da</strong><br />
base <strong>da</strong> planta e do caule principal. Para brotações secundárias, foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s aquelas<br />
que surgiram a partir <strong>da</strong>s brotações primárias. Para número <strong>de</strong> ramos, foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s<br />
to<strong>da</strong>s as brotações primárias e secundárias.<br />
29
a<br />
b<br />
c<br />
d<br />
Figura 2. Medição do diâmetro do caule (a), plantio em camalhão (b), visão geral (c) e<br />
altura <strong>de</strong> corte (d) <strong>da</strong> planta <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> na área experimental.<br />
30
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
3.1- Crescimento vegetativo<br />
Altura <strong>da</strong>s plantas<br />
Para a variável altura <strong>da</strong> planta, houve efeito (P0,05) <strong>da</strong> interação i<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio, sistema <strong>de</strong> manejo e<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio. Foi observado efeito linear crescente (P
Dos resultados, verifica-se que não houve diferença entre os sistemas <strong>de</strong> manejo e a<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 6.666 plantas/ha (1,0m x 1,5m) em to<strong>da</strong>s as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s avalia<strong>da</strong>s.<br />
Verifica-se também que foi nesta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> que as plantas apresentaram maior<br />
crescimento. Esse comportamento po<strong>de</strong> ser conseqüência do maior sombreamento <strong>da</strong><br />
superfície do solo e conseqüentemente menor evaporação <strong>da</strong> água do solo, on<strong>de</strong> essa água<br />
possivelmente po<strong>de</strong> ter sido utiliza<strong>da</strong> nos processos fisiológicos do vegetal, resultando num<br />
maior crescimento.<br />
Com relação às <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio, observa-se que houve uma variação<br />
<strong>da</strong> altura <strong>da</strong> planta em função dos sistemas <strong>de</strong> manejo do solo testados, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se<br />
observar que a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> que apresentou menor altura foi a <strong>de</strong> 3.333 plantas/ha (1,5m x<br />
2,0m) no sistema <strong>de</strong> manejo do solo sem camalhão. Portanto, em região semi-ári<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> a<br />
água é fator limitante, a utilização <strong>de</strong> práticas que visem a aumentar a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
água no solo se mostra eficaz, principalmente quando se utiliza plantio menos a<strong>de</strong>nsado.<br />
Os resultados encontrados neste trabalho estão <strong>de</strong> acordo com as afirmações <strong>de</strong><br />
Pereira (1992) e Souza et al. (1999), ao constatarem que a <strong>de</strong>ficiência hídrica do solo afeta<br />
negativamente o processo vegetativo e produtivo <strong>da</strong>s plantas cultiva<strong>da</strong>s, isto é, os maiores<br />
valores em geral referem-se à maior disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água no solo.<br />
Andra<strong>de</strong> et al. (2004) trabalhando com maniçoba no Curimataú paraibano,<br />
utilizando dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo, com camalhão e sem camalhão, observaram<br />
(P
Ŷ= 17,8633+0,011531*E+0,8396*D<br />
R 2 = 0,91<br />
ALT<br />
156<br />
120<br />
84<br />
6666<br />
5277<br />
49<br />
120<br />
90<br />
EP<br />
60<br />
30<br />
2500<br />
3889<br />
ES<br />
Figura 3. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e<br />
120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) em relação às <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x<br />
2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha no sistema <strong>de</strong><br />
plantio sem camalhão (SC).<br />
Altura <strong>da</strong> planta, cm<br />
160<br />
140<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
ŷ = 34,66 + 0,8923x<br />
R 2 = 0,93<br />
0 30 60 90 120<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
Figura 4. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos tempos <strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90<br />
e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão (CC).<br />
33
Altura <strong>da</strong> planta, cm<br />
200<br />
180<br />
160<br />
140<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
a<br />
sc<br />
cc<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Altura <strong>da</strong> planta, cm<br />
b<br />
200<br />
180<br />
160<br />
sc<br />
140<br />
cc<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
c<br />
d<br />
Altura <strong>da</strong> planta,cm<br />
200<br />
180<br />
sc<br />
160<br />
cc<br />
140<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Altura <strong>da</strong> planta, cm<br />
200<br />
sc<br />
180<br />
cc<br />
160<br />
140<br />
120<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 5. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30a, 60b, 90c e<br />
120d dias após o corte (<strong>da</strong>c) em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x<br />
2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha e dos sistemas <strong>de</strong><br />
plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão (CC).<br />
Diâmetro do caule<br />
Para a variável diâmetro do caule, houve efeito (P
a altura <strong>da</strong>s plantas. O tipo <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> plantio não exerceu influência sobre o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do caule <strong>da</strong> planta.<br />
Não foi verificado efeito (P>0,05) para interação sistema <strong>de</strong> plantio e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
plantio e i<strong>da</strong><strong>de</strong> com <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio no sistema com camalhão, on<strong>de</strong> baseado nas<br />
análises estatísticas, expressaram-se os resultados isolados, on<strong>de</strong> se observa na Figura 7<br />
uma resposta linear crescente do diâmetro do caule em relação aos tempos <strong>de</strong> avaliação.<br />
Na Figura 8 é mostrado o comportamento do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em<br />
função do sistema <strong>de</strong> manejo do solo e <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio nos quatro tempos <strong>de</strong><br />
avaliação. Assim como observado no crescimento <strong>da</strong>s plantas em altura, Figura 2, observase<br />
praticamente o mesmo comportamento para o diâmetro do caule, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
6.666 plantas/ha (1,0m x 1,5m) apresentou diâmetro similar para os dois sistemas <strong>de</strong><br />
manejo do solo, no entanto, quando reduziu a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio, o sistema <strong>de</strong> manejo do<br />
solo com camalhão mostrou-se mais eficiente em todos os tempos <strong>de</strong> avaliação. O fato do<br />
diâmetro do caule ter apresentado maior <strong>de</strong>senvolvimento, no sistema <strong>de</strong> plantio com<br />
camalhão mostra a importância <strong>de</strong> se utilizar esta prática simples, mas, no entanto<br />
eficiente. Outro aspecto importante observado, é que as plantas apresentaram o mesmo<br />
comportamento para a altura, sendo, portanto, necessário um maior diâmetro do caule para<br />
sua sustentação.<br />
35
Ŷ= 1,69383+0,268667**E+0,27175*D<br />
R 2 = 0,70<br />
DIAM<br />
2.69<br />
2.25<br />
1.82<br />
6666<br />
5277<br />
1.38<br />
120<br />
90<br />
EP<br />
60<br />
30<br />
2500<br />
3889<br />
ES<br />
Figura 6. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação<br />
30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) em relação às <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500<br />
(2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha no sistema<br />
<strong>de</strong> plantio sem camalhão (SC).<br />
Diametro do caule <strong>da</strong> planta, mm<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
ŷ = 1,415 + 0,0093x<br />
R 2 = 0,79<br />
0 30 60 90<br />
120<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
Figura 7. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />
avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com<br />
camalhão (CC).<br />
36
a<br />
B<br />
4<br />
4<br />
Diâmetro do caule, mm<br />
3<br />
2<br />
1<br />
sc<br />
cc<br />
Diâmetro do caule, mm<br />
3<br />
2<br />
1<br />
sc<br />
cc<br />
0<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
0<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
c<br />
d<br />
Diâmetro do caule, mm<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
sc<br />
cc<br />
Diâmetro do caule, mm<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
sc<br />
cc<br />
0<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
0<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 8. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />
avaliação 30a, 60b, 90c e 120d dias após o corte (<strong>da</strong>c) em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) e dos<br />
sistemas <strong>de</strong> plantio sem camalhão (SC) e com camalhão (CC).<br />
Número <strong>de</strong> folhas<br />
Para a variável número <strong>de</strong> folhas, não houve efeito (P>0,05) para a interação i<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio e sistema <strong>de</strong> plantio, sendo verificado efeito principal do tempo<br />
apenas para o sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão.<br />
37
Observa-se na Figura 9 que houve efeito (P
Número <strong>de</strong> folhas<br />
80<br />
70<br />
60<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
ŷ = 62,367 - 0,1024X<br />
R 2 = 0,47<br />
0 30 60 90 120<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
Figura 9. Número <strong>de</strong> folhas <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30,<br />
60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão (CC).<br />
Número <strong>de</strong> brotações primárias<br />
Com relação ao número <strong>de</strong> brotações primárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> não houve efeito<br />
(P>0,05) para a interação i<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e sistema <strong>de</strong> plantio, sendo<br />
verificado efeito principal apenas para o sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão.<br />
Verifica-se na Figura 10 uma resposta linear crescente para número <strong>de</strong> brotações<br />
primárias no sistema <strong>de</strong> manejo do solo com camalhão em função dos tempos <strong>de</strong> avaliação,<br />
on<strong>de</strong> à medi<strong>da</strong> que aumentou a i<strong>da</strong><strong>de</strong>, observou-se maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> brotações nas<br />
plantas analisa<strong>da</strong>s.<br />
O valor médio para brotações primárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> estimado pela equação no<br />
sistema <strong>de</strong> manejo do solo com camalhão foi <strong>de</strong> 2,15 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, com incremento <strong>de</strong> 0,0067<br />
a ca<strong>da</strong> tempo avaliado. Esses <strong>da</strong>dos <strong>de</strong>monstram que provavelmente, com a utilização <strong>de</strong><br />
camalhões houve uma maior disponibilização <strong>de</strong> água e conseqüentemente um maior<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> planta, o que vem a constatar a eficácia <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> práticas<br />
simples como, por exemplo, a construção <strong>de</strong> camalhões. Esses <strong>da</strong>dos são muito<br />
39
importantes, pois auxiliam no processo <strong>de</strong> maximização <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> alimentos em uma<br />
região on<strong>de</strong> esse aspecto hoje limita a produção animal.<br />
Número <strong>de</strong> broatações primárias<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
ŷ = 2,15 + 0,0067X<br />
R 2 = 0,80<br />
0 30 60 90 120<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
Figura 10. Número <strong>de</strong> brotações primárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatros tempos<br />
<strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com<br />
camalhão (CC).<br />
Número <strong>de</strong> brotações secundárias<br />
Para número <strong>de</strong> brotações secundárias, foi verificado efeito (P0,05) nos dois<br />
sistemas avaliados.<br />
40
Os valores médios <strong>da</strong>s brotações secundárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> estimados pela<br />
equação <strong>de</strong> regressão foram 3,8 e 5,5 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, com redução <strong>de</strong> 0,0107 e 0,016 no sistema<br />
<strong>de</strong> plantio sem camalhão e com camalhão respectivamente.<br />
Esse comportamento observado po<strong>de</strong> está associado à morte <strong>de</strong>ssas brotações, pois<br />
na fase <strong>de</strong> coleta dos <strong>da</strong>dos, foi verificado o surgimento <strong>de</strong> brotações, mas na avaliação<br />
seguinte, constatou-se redução <strong>da</strong>s mesmas. Esse fenômeno po<strong>de</strong> estar associado também a<br />
uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do vegetal que, por algum estresse, seja nutricional ou hídrico, po<strong>de</strong><br />
inibir o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s gemas para garantir sua sobrevivência. No presente estudo,<br />
verificou-se uma redução nos índices <strong>de</strong> precipitação, o que provavelmente tenha levado a<br />
este resultado.<br />
a- sem camalhão<br />
b- com camalhão<br />
Número <strong>de</strong> brotação<br />
secundária<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
yŷ = = 3,8 3,8 -- 0,0107X<br />
R 2 2 = 0,94<br />
0 30 60 90 120<br />
Número <strong>de</strong> brotacão<br />
secundária<br />
ŷ = 5,5 - 0,016X<br />
y = 5,5 ,016X<br />
5<br />
R<br />
- 2 0<br />
= 0,99<br />
R 2 = 0,99<br />
4<br />
3<br />
2<br />
0 30 60 90 120<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
c<br />
Número <strong>de</strong> brotações secundária<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
sc<br />
cc<br />
0 30 60 90 120<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
Figura 11. Número <strong>de</strong> brotações secundárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos<br />
<strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong><br />
plantio, a-sem camalhão (SC); b-com camalhão (CC) e c-dois sistemas.<br />
41
Número <strong>de</strong> ramos<br />
Para número <strong>de</strong> ramos, foi verificado efeito (P0,05) nos dois sistemas avaliados.<br />
O número <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> <strong>de</strong>cresceu linearmente com o avanço do tempo<br />
<strong>de</strong> rebrotação, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> plantio utilizado, Figura (12a e 12b).<br />
Esses <strong>da</strong>dos estão <strong>de</strong> acordo com aqueles observados para número <strong>de</strong> brotações<br />
secundárias, on<strong>de</strong> foi verificado redução com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebrotação. Como o número <strong>de</strong><br />
ramos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s brotações que surgem. Quando se comparam os <strong>da</strong>dos em relação aos<br />
dois sistemas <strong>de</strong> plantio, observa-se que apesar <strong>da</strong> redução, o sistema que apresentou<br />
melhor condição para uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> maior <strong>de</strong> ramos foi o sistema com camalhão (Figura<br />
12c).<br />
Os valores médios estimados pela equação <strong>de</strong> regressão para o número <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong><br />
flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foram: 4,055 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s no sistema sem camalhão e 5,1 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s no sistema<br />
com camalhão com redução <strong>de</strong> 0,012 e 0,013 respectivamente para os tempos avaliados.<br />
As características morfofisiológicas, tais como número <strong>de</strong> ramos por planta e<br />
comprimento <strong>de</strong> ramos, têm relação com o potencial produtivo <strong>da</strong> planta, uma vez que<br />
representam maior superfície fotossintetizante e também potencialmente produtiva por<br />
meio do número <strong>de</strong> locais para surgimento <strong>de</strong> flores. Por outro lado, o número e<br />
comprimento <strong>de</strong> ramos po<strong>de</strong>m também representar <strong>de</strong>man<strong>da</strong> adicional que <strong>de</strong>svia os<br />
fotoassimilados que, <strong>de</strong> outra forma, seriam aproveitados na fixação e na produção <strong>de</strong><br />
estruturas reprodutivas (Jiang e Egli, 1993).<br />
42
a-sem camalhão<br />
b-com camalhão<br />
Número <strong>de</strong> ramos<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
y ŷ = 4,055 - 0,012X<br />
R 2 = 0,52<br />
0 30 60 90 120<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
Número <strong>de</strong> ramos<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
y ŷ = 5,1 -0,013X - 0,013X<br />
R 2 2 = = 0,96 0,96<br />
0 30 60 90 120<br />
Tempo, dias<br />
c<br />
Número <strong>de</strong> ramos<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
sc<br />
cc<br />
0 30 60 90 120<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
Figura 12. Número <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30,<br />
60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, a-sem<br />
camalhão (SC); b-com camalhão (CC) e c-dois sistemas.<br />
Comprimento <strong>de</strong> ramos<br />
Para comprimento <strong>de</strong> ramos, foi verificado efeito (P0,05) nos dois sistemas avaliados.<br />
Para a variável, comprimento dos ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi verificado uma resposta<br />
linear crescente (P
plantio, verifica-se que no sistema com camalhão houve um maior crescimento dos ramos<br />
em to<strong>da</strong>s as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s avalia<strong>da</strong>s (Figura 13c).<br />
Os valores médios do comprimento <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> estimados pela<br />
equação <strong>de</strong> regressão foram: 13,165cm e 22,07cm no sistema sem camalhão e com<br />
camalhão respectivamente, com incremento <strong>de</strong> 0,5714 e 0,562 para os tempos <strong>de</strong> avaliação<br />
observados.<br />
a- sem camalhão<br />
b- com camalhão<br />
Comprimento <strong>de</strong> ramos (cm)<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
y ŷ = 13,165 + 0,5714X<br />
R 2 2 = 0,97<br />
0,97<br />
0 30 60 90 120<br />
Comprimento <strong>de</strong> ramos (cm)<br />
100<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
y ŷ = 22,07 + 0,562X<br />
R 2 2 = 0,85<br />
0,85<br />
0 30 60 90 120<br />
Tem po, <strong>da</strong>c<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
c<br />
Comprimento <strong>de</strong> ramos, cm<br />
100<br />
90<br />
sc<br />
80<br />
cc<br />
70<br />
60<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
0<br />
0 30 60 90 120<br />
Tempo, <strong>da</strong>c<br />
Figura 13. Comprimento dos ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />
avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, a<br />
- sem camalhão (SC); b - com camalhão (CC) e c - dois sistemas.<br />
44
Número <strong>de</strong> flores e frutos<br />
Os valores médios do número <strong>de</strong> flores e frutos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos<br />
<strong>de</strong> avaliação foram: 0; 30; 28 e 24 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s/planta e 0; 0; 0 e 04 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s/planta,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do sistema <strong>de</strong> manejo do solo e <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio respectivamente.<br />
Observa-se que durante o tempo <strong>de</strong> avaliação que correspon<strong>de</strong>u aos meses <strong>de</strong> abril,<br />
maio, junho e julho, constatou-se a presença <strong>de</strong> flores a partir <strong>de</strong> maio com 30 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />
mas a presença <strong>de</strong> frutos apenas em julho, mostrando que a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> apresenta<br />
florescimento e frutificação quando submeti<strong>da</strong> ao corte em condições <strong>de</strong> semi-árido em<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 60 e 120 dias <strong>de</strong> rebrota respectivamente. Trabalhando com flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>,<br />
Allem et al. (2004), afirmam que, as plantas florescem no final <strong>de</strong> outubro-início <strong>de</strong><br />
novembro e produzindo frutos maduros entre janeiro a junho. Uma vez que, por se tratar <strong>de</strong><br />
uma espécie nativa do semi-árido, estas plantas no início do período chuvoso (pouco mais<br />
<strong>de</strong> três meses) ten<strong>de</strong>m a completar o seu ciclo fenológico (floração, frutificação e<br />
ressemeio) o mais cedo possível, entrando em período latente durante todo o ano, para<br />
assim economizar reservas para o ano seguinte. No entanto, verificando a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />
encontra<strong>da</strong> na caatinga, observa-se que a planta apresenta flor e fruto praticamente o ano<br />
todo, mas principalmente na época mais seca.<br />
Segundo Morellato e Leitão-Filho (1990), as fenofases estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s estão<br />
correlaciona<strong>da</strong>s com fatores climáticos. Os autores sugerem que, em ambientes pouco<br />
sazonais, os fatores ambientais <strong>de</strong>vem ter menor influência sobre as fenofases do que em<br />
ambientes nota<strong>da</strong>mente sazonais. Sendo assim, a temperatura, o comprimento do dia e a<br />
pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong> correlacionam-se entre si, interferindo nas fenofases (Talora, 1996).<br />
45
4. CONCLUSÃO<br />
A altura e o diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera) foram maiores<br />
quando o plantio foi mais a<strong>de</strong>nsado;<br />
Quando se utilizou o plantio mais a<strong>de</strong>nsado não foi verificado efeito significativo<br />
dos sistemas <strong>de</strong> plantio;<br />
O número <strong>de</strong> brotações secundárias e o número <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> plantio foram reduzidos com o aumento <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
avaliação.<br />
A floração <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> ocorreu a partir do mês <strong>de</strong> maio, 60 dias após o corte, e a<br />
presença <strong>de</strong> frutos, no mês <strong>de</strong> julho, 120 dias após o corte.<br />
46
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
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procedure for estimating crop water requeriments. In: INTERNATIONAL<br />
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48
CAPÍTULO II<br />
ASPECTO QUALITATIVO E PRODUTIVO DA FLOR DE SEDA (Calotropis procera)<br />
EM FUNÇÃO DA DENSIDADE E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />
RESUMO<br />
Avaliou-se o efeito <strong>de</strong> dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo sem camalhão e com<br />
camalhão, três espaçamentos (1,0m x 1,5m; 1,5m x 2,0m e 2,0m x 2,0m) sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrotação. O <strong>de</strong>lineamento foi em blocos<br />
casualizados em esquema fatorial 2 x 3 x 4 (dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo e três<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio e cinco i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação) com 5 repetições, em parcelas<br />
subdividi<strong>da</strong>s no espaço e no tempo. Para avaliar a composição química, aos 60 dias <strong>de</strong><br />
rebrotação, to<strong>da</strong>s as plantas foram corta<strong>da</strong>s e separa<strong>da</strong>s por tratamento e leva<strong>da</strong>s ao<br />
Laboratório <strong>de</strong> Análise e Avaliação <strong>de</strong> Alimentos do <strong>CCA</strong>/UFPB/ Campus II – Areia, PB,<br />
on<strong>de</strong>, <strong>de</strong>terminou-se à composição química: porcentagem <strong>de</strong> matéria seca (MS), matéria<br />
orgânica (MO), matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE) os teores <strong>de</strong> proteína bruta<br />
(PB), fibra em <strong>de</strong>tergente neutro (FDN), fibra em <strong>de</strong>tergente ácido (FDA), celulose,<br />
hemicelulose, lignina, carboidratos não fibrosos (CNF) e carboidratos totais (CT) e a<br />
produção <strong>de</strong> matéria seca/ha. Observou-se que os sistemas <strong>de</strong> manejo do solo e as<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio não influenciaram (P>0,05) a matéria orgânica, matéria mineral,<br />
fibra em <strong>de</strong>tergente neutro, extrato etéreo, lignina, celulose, carboidratos não fibrosos e<br />
carboidratos totais. A <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio afetou os teores <strong>de</strong> matéria seca, hemicelulose e<br />
fibra em <strong>de</strong>tergente ácido. A proteína bruta apresentou efeito linear <strong>de</strong>crescente (P
QUALITATIVE AND PRODUCTIVE ASPECT OF THE FLOR DE SEDA<br />
(Calotropis procera) IN FUNCTION THE DENSITY AND OF THE SYSTEM<br />
PLANTING<br />
ABSTRACT<br />
The effect of two systems of handling of the soil was evaluated without furrow and<br />
with furrow, three spacing (1.0m x 1.5m; 1.5m x 2.0m and 2.0m x 2.0m) about the quality<br />
and the productivity of the silk flower to the 60 <strong>da</strong>ys after the cut. The statistical<br />
<strong>de</strong>lineation was of randomized blocks <strong>de</strong>sign in factorial outline 2 x 3 x 4 (two systems of<br />
handling of the soil and three planting <strong>de</strong>nsities and four age evaluate) with 5 repetitions,<br />
in portions subdivi<strong>de</strong>d in the space and in the time. To evaluate the chemical composition,<br />
to the 60 <strong>da</strong>ys after <strong>da</strong>y cut, all the plants were cut and separate for treatment and taken to<br />
the Laboratory of Analysis and Evaluation of Foods of <strong>CCA</strong>/UFPB / Campus II – Areia-<br />
PB, was <strong>de</strong>termined the chemical composition: percentage of dry matter (DM), organic<br />
matter (OM), mineral matter (MM), ethereal extract (EE) the tenors of cru<strong>de</strong> protein (CP),<br />
fiber in neutral <strong>de</strong>tergent (NDF), fiber in acid <strong>de</strong>tergent (ADF), cellulose, hemicelulose,<br />
lignin, WSC non fiber carbohydrate and TC total carbohydrate and the production of dry<br />
matter. Observed that the systems of handling of the soil and the planting <strong>de</strong>nsities didn't<br />
influence (P>0,05) the organic matter, mineral matter, fiber in neutral <strong>de</strong>tergent, ethereal<br />
extract, lignin, cellulose, fiber non carbohydrates (WSC) and total carbohydrates (TC). The<br />
planting <strong>de</strong>nsity affected the dry matter tenors, hemicelulose and fiber in acid <strong>de</strong>tergent.<br />
The cru<strong>de</strong> protein presented significant effect (P
1. INTRODUÇÃO<br />
Forragens <strong>de</strong> alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vem fornecer energia, proteína, minerais e vitaminas,<br />
para aten<strong>de</strong>r as exigências dos animais. A composição química po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> como<br />
parâmetro <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s espécies forrageiras, contudo se <strong>de</strong>ve ter em mente, que tal<br />
composição é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> aspectos <strong>de</strong> natureza genética e ambiental, e, além disso, não<br />
<strong>de</strong>ve ser utilizado como único <strong>de</strong>terminante <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma pastagem (Norton, s.d.).<br />
Segundo Van Soest (1994), eleva<strong>da</strong>s temperaturas, características marcantes <strong>da</strong>s<br />
condições tropicais, promovem rápi<strong>da</strong> lignificação <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> celular, acelerando a<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> metabólica <strong>da</strong>s células, resultando em <strong>de</strong>créscimo do pool <strong>de</strong> metabólitos no<br />
conteúdo celular, além <strong>de</strong> promover a rápi<strong>da</strong> conversão dos produtos fotossintéticos em<br />
componentes <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> celular. São verificados reduções nas concentrações <strong>de</strong> lipídios,<br />
proteínas e carboidratos solúveis, e aumento nos teores <strong>de</strong> carboidratos estruturais <strong>de</strong><br />
maneira generaliza<strong>da</strong> nas espécies forrageiras, tendo como conseqüência, a redução<br />
sensível dos níveis <strong>de</strong> digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Ain<strong>da</strong> o mesmo autor afirma que o solo, o clima, o animal, e doenças influenciam<br />
no crescimento e na composição <strong>da</strong>s plantas forrageiras. As plantas utilizam a energia solar<br />
para fixação do carbono <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas estruturas, e a distribuição <strong>de</strong>ste carbono, bem<br />
como <strong>da</strong> energia fixa<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s partes <strong>da</strong> planta são amplamente afeta<strong>da</strong>s por fatores<br />
externos do ambiente. Deste modo, o valor nutritivo e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> forragem são<br />
conseqüências <strong>de</strong>stas condições.<br />
Para a obtenção <strong>de</strong> forragens <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> superior é fun<strong>da</strong>mental que sejam<br />
conhecidos os efeitos dos diferentes fatores do meio, a fim <strong>de</strong> que se possa a<strong>de</strong>quar<br />
medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> manejo com vista a atingir estes objetivos. Assim, aspectos como a<br />
individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s espécies, o estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> planta, e a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> corte,<br />
51
além <strong>da</strong> influência <strong>de</strong> fatores ambientais como clima e solo, são <strong>de</strong>cisivos para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> forragem (Heath et al., 1985).<br />
O estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> planta apresenta ampla relação com a composição<br />
química e digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s forrageiras. Com o crescimento <strong>da</strong>s forrageiras, ocorrem<br />
aumento nos teores <strong>de</strong> carboidratos estruturais e lignina, e redução no conteúdo celular, o<br />
que invariavelmente proporcionará redução na digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Vários trabalhos foram realizados com composição bromatológica <strong>de</strong> forrageiras<br />
nativas do semi-árido paraibano. Pereira Filho et al. (2001), trabalhando com jurema-preta<br />
a uma altura <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> 50cm, obtiveram valores médios <strong>de</strong> 11,73; 52,03; 42,91 e 9,12%<br />
para os teores <strong>de</strong> PB, FDN, FDA e hemicelulose respectivamente.<br />
Quanto à produção <strong>de</strong> forragem e utilização, po<strong>de</strong> ser feita tanto pelo<br />
aproveitamento dos recursos <strong>da</strong> natureza com seus amplos domínios, como pelas áreas<br />
restritas trabalha<strong>da</strong>s pelo homem, ou também pelo uso racional e estratégico <strong>de</strong> ambos.<br />
Para se <strong>de</strong>terminar à produção, a água <strong>da</strong> amostra <strong>de</strong> forragem é removi<strong>da</strong> através<br />
<strong>da</strong> secagem, permanecendo somente uma fração sóli<strong>da</strong>, que po<strong>de</strong> ser converti<strong>da</strong> em<br />
nutrientes. Esta fração é <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong> matéria seca (MS), e as comparações <strong>de</strong> produção<br />
entre plantas forrageiras são sempre feitas com base na MS. A obtenção <strong>de</strong> produtos<br />
animais em uma área <strong>de</strong> pasto é fruto <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> forragem produzi<strong>da</strong>, bem como <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta forragem. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema <strong>de</strong> plantio.<br />
52
2. METODOLOGIA<br />
O trabalho foi realizado no município <strong>de</strong> Cubatí, microrregião do Curimataú<br />
paraibano. Pela classificação <strong>de</strong> Köopen (1936), o tipo climático <strong>da</strong> região é Bsh semiárido<br />
quente com chuvas <strong>de</strong> janeiro a abril, com precipitação média em torno <strong>de</strong> 400 mm<br />
anuais em condições climáticas normais e temperatura média <strong>de</strong> 27 0 C. Na Figura 1<br />
encontram-se os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> precipitação ocorri<strong>da</strong> durante o período experimental.<br />
Precipitação,mm<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
2003 2004<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12<br />
Meses<br />
Figura 1. Distribuição <strong>da</strong> precipitação mensal ocorri<strong>da</strong> nos anos <strong>de</strong> 2003 e 2004 no<br />
Município <strong>de</strong> Cubatí – PB.<br />
Para a caracterização físico-química <strong>da</strong> área experimental foram coleta<strong>da</strong>s amostras<br />
na cama<strong>da</strong> superficial do solo na profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 20 cm, as quais foram<br />
conduzi<strong>da</strong>s ao Laboratório <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Solos e Água do <strong>CCA</strong> / UFPB.<br />
As <strong>de</strong>terminações físicas e químicas Tabela 1, constaram <strong>de</strong> granulometria, argila<br />
dispersa e grau <strong>de</strong> floculação, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do solo e <strong>de</strong> partículas, porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> total,<br />
(EMBRAPA, 1999) e água disponível no solo a 0,01 e a 1,5 MPa, segundo metodologia<br />
proposta por Forsythe (1975). As <strong>de</strong>terminações químicas Tabela 1 constaram <strong>de</strong> pH em<br />
53
água, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Alumínio e Sódio, também segundo<br />
metodologia <strong>da</strong> Embrapa (1999).<br />
Tabela 1- Caracterização física e química do solo <strong>da</strong> área do experimento com flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />
localizado no Município <strong>de</strong> Cubatí PB, para a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 0-20 cm.<br />
Granulometria<br />
Argila<br />
Grau <strong>de</strong><br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
P.Total<br />
H 2 O<br />
Classe<br />
Areia Silte Argila<br />
Dispersa<br />
Floculação<br />
Solo Partícula<br />
Disp.<br />
Textural*<br />
-------------------------g kg -1 --------------------------- -----g/cm -3 ----- m m -3 g kg -1<br />
Areia<br />
810 130 60 38 367 1,70 2,63 0,35 105,1<br />
Franca<br />
pH Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Al Na M.O<br />
H 2 O ----------mg dm -3 ------------ --------------cmol c dm -3 --------------- g dm 3<br />
8,0 30,6 171,98 6,95 1,55 0 0,076 11,17<br />
* Lemos e Santos (1996)<br />
O <strong>de</strong>lineamento utilizado foi o <strong>de</strong> blocos casualizados num arranjo fatorial <strong>de</strong> 3 x 2<br />
x 4, sendo três <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio (1,0m x 1,5m; 1,5m x 2,0m e 2,0m x 2,0m), dois<br />
sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão e com camalhão e quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> avaliação (30, 60,<br />
90 e 120 dias) para os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> fenologia, como consta no capítulo II e para a<br />
<strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a avaliação foi feita aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota<br />
após a obtenção dos <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> fenologia e corte <strong>de</strong> uniformização.<br />
As mu<strong>da</strong>s foram provenientes <strong>de</strong> sementes prepara<strong>da</strong>s no viveiro florestal do<br />
Departamento <strong>de</strong> Fitotecnia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba <strong>CCA</strong>/Areia -PB, sendo<br />
transplanta<strong>da</strong>s para o campo com aproxima<strong>da</strong>mente 60 dias após a germinação.<br />
O plantio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi realizado no dia 30/04/2003, em covas <strong>de</strong><br />
20 cm <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> em parcelas <strong>de</strong> 6,0 m x 6,0 m com 1,0 m <strong>de</strong> rua entre ca<strong>da</strong> parcela,<br />
obe<strong>de</strong>cendo ca<strong>da</strong> espaçamento.<br />
Foram consi<strong>de</strong>rados dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo, com e sem camalhão, em<br />
ambos os sistemas foi realizado a limpeza <strong>da</strong> área, roço e plantio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s nos<br />
54
espaçamentos estabelecidos. No sistema com camalhões, nas parcelas foram feitos os<br />
leirões e o plantio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi feito ao lado <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> camalhão. Após 30<br />
dias do plantio foi realizado uma capina e um replantio, e aplicado em ca<strong>da</strong> cova, em<br />
cobertura, 1,5 kg <strong>de</strong> esterco ovino.<br />
Para as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio foram utilizados três espaçamentos (1,0m x 1,5m,<br />
1,5m x 2,0m e 2,0m x 2,0m), on<strong>de</strong> a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas por hectare foi <strong>de</strong> 6.666; 3.333<br />
e 2.500 respectivamente.<br />
Para avaliar a composição química e a produção/ ha aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota <strong>da</strong> flor<br />
<strong>de</strong> se<strong>da</strong> to<strong>da</strong>s as plantas foram corta<strong>da</strong>s e separa<strong>da</strong>s por tratamento e leva<strong>da</strong>s ao<br />
Laboratório <strong>de</strong> Análise e Avaliação <strong>de</strong> Alimentos do <strong>CCA</strong>/UFPB/Campus II – Areia, PB,<br />
on<strong>de</strong> uma amostra foi coloca<strong>da</strong> em saco <strong>de</strong> papel, pesa<strong>da</strong> e coloca<strong>da</strong> em uma estufa <strong>de</strong><br />
ventilação força<strong>da</strong> a 65ºC por 72 horas. Em segui<strong>da</strong>, as amostras foram retira<strong>da</strong>s <strong>da</strong> estufa<br />
e moí<strong>da</strong>s passando por peneira <strong>de</strong> 5 mm. Então, foram novamente moí<strong>da</strong>s, em peneira <strong>de</strong> 1<br />
mm e acondiciona<strong>da</strong>s em recipiente <strong>de</strong> vidros, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente i<strong>de</strong>ntificados para as análises<br />
químicas. Determinou-se a porcentagem <strong>de</strong> matéria seca (MS), extrato etéreo (EE), matéria<br />
orgânica (MO), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB) fibra em <strong>de</strong>tergente neutro<br />
(FDN), fibra em <strong>de</strong>tergente ácido (FDA), lignina, celulose e hemicelulose pela<br />
metodologia <strong>de</strong>scrita por Silva e Queiroz (2002), e carboidratos totais e solúveis, (COHT)<br />
(CNF), <strong>de</strong> acordo com metodologia <strong>de</strong> Sniffen et al. (1992). As fórmulas para calcular os<br />
carboidratos totais e não fibrosos foram as seguintes: CHOT = 100 – (%PB + %EE + %<br />
Cinzas) e CNF(%) = 100 – (%FDN + %PB + %EE + %Cinzas).<br />
55
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
3.1- Composição química <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />
Matéria Seca<br />
Para o teor <strong>de</strong> matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, foi verificado efeito (P0,05), sendo apresentado na (Figura 3), o comportamento biológico<br />
<strong>de</strong>sta variável.<br />
Quando comparamos estes <strong>da</strong>dos obtidos neste trabalho com os <strong>da</strong> pesquisa<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> pela EMPARN (2004), avaliando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> cultiva<strong>da</strong> em<br />
diferentes <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio, foi verificado para os teores <strong>de</strong> MS 10 a 12% nos<br />
espaçamentos <strong>de</strong> 1,0 x 0,5m e 1,0 x 1,0m com 70 dias <strong>de</strong> rebrota, on<strong>de</strong> os valores foram<br />
semelhantes apesar <strong>da</strong> planta apresentar uma i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebrotação mais avança<strong>da</strong>.<br />
56
15<br />
14<br />
ŷ = 13,251- 0,0002X<br />
R2 = 0,96<br />
MS (%)<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 2. Matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0 x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha.<br />
15<br />
Matéria seca, %<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
sc<br />
cc<br />
10<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 3. Matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC).<br />
57
Matéria orgânica<br />
Não houve efeito (P>0,05) para a variável matéria orgânica <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> foi<br />
verificado que os valores médios foram semelhantes para to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio<br />
testa<strong>da</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> plantio utilizado.<br />
O valor médio <strong>de</strong> matéria orgânica <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 86,46 % para o sistema <strong>de</strong><br />
plantio sem camalhão, e no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão <strong>de</strong> 86,93 % (Figura 4).<br />
ARAÚJO et al. (1995), trabalhando com feijão-bravo em Serra Talha<strong>da</strong>-PE, encontraram<br />
um valor médio <strong>de</strong> 89,46 % para o teor <strong>de</strong> matéria orgânica, valor que encontra-se bastante<br />
próximo ao encontrado neste estudo. Araújo e Brito (1998), avaliando a composição<br />
química <strong>da</strong> parte área do mamãozinho-<strong>de</strong>-viado (Jacaratia corumbensis Kuntze), aos 150<br />
dias, para folhas e caule observaram teores médios <strong>de</strong> 68,69% e 77,60% para MO<br />
respectivamente. Em relação ao mamãozinho-<strong>de</strong>-viado, que é uma forrageira que vem<br />
sendo estu<strong>da</strong>do no semi-árido, os valores encontrados para flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, estão bem acima<br />
<strong>da</strong>queles verificado para o mamãozinho-<strong>de</strong>-viado.<br />
90<br />
Matéria orgânica, %<br />
88<br />
86<br />
84<br />
82<br />
sc<br />
cc<br />
80<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 4. Matéria orgânica <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC).<br />
58
Proteína bruta<br />
Para a variável proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, foi verificado efeito (P0, 05).<br />
O valor médio <strong>de</strong> proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, estimado pela equação <strong>de</strong><br />
regressão foi <strong>de</strong> 19,437 % no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão para as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio testa<strong>da</strong>s 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha, respectivamente. Na Figura 6, observa-se o comportamento <strong>da</strong> variável proteína<br />
bruta em relação aos dois sistemas <strong>de</strong> manejo estu<strong>da</strong>dos. Esse comportamento observado<br />
para proteína bruta po<strong>de</strong> está associado a uma maior competição <strong>da</strong>s plantas,<br />
principalmente por nutrientes, haja vista, que numa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> maior, a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por<br />
nutrientes certamente será mais acentua<strong>da</strong>. Os valores encontrados para proteína bruta<br />
po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados bons em termos quantitativos, pois estão acima dos valores<br />
recomen<strong>da</strong>do pela literatura para ruminantes, além <strong>de</strong> que em se tratando <strong>de</strong> uma forrageira<br />
nativa que não recebeu nenhum tratamento especial em relação à fertilização do solo, estes<br />
valores são bastante expressivos.<br />
Pesquisas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s pela EMPARN (2004), avaliando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong><br />
se<strong>da</strong> cultiva<strong>da</strong> em diferentes <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio, obtiveram 20 a 22% <strong>de</strong> PB nos<br />
espaçamentos <strong>de</strong> 1,0 x 0,5m e 1,0 x 1,0m com 70 dias <strong>de</strong> rebrota, valores que são<br />
semelhantes aos observados neste trabalho.<br />
Existem vários trabalhos que tem avaliado a composição bromatológica <strong>de</strong> várias<br />
plantas forrageiras tropicais, como feijão-bravo, moleque duro, mela bo<strong>de</strong> e malva branca,<br />
59
Nozella et al. (2001), on<strong>de</strong> encontraram teores médios que variaram <strong>de</strong> 11,70 a 13,49%<br />
para PB.<br />
Em trabalhos realizados sobre a composição bromatológica <strong>de</strong> forrageiras<br />
arbustivas e sub-arbustivas nativas no Estado <strong>da</strong> Bahia, foram encontrados teores médios<br />
<strong>de</strong> 14,16; 17,78; 17,90; 18,14; 19,75 e 15,14% para PB. As plantas analisa<strong>da</strong>s foram:<br />
carquejo (Calliandra <strong>de</strong>pauperata Benth), mata pasto (Senna uniflora), quebra – facão<br />
(Croton mucronifoliuos), moleque duro (Cordia leucocephala), pau-<strong>de</strong>-acauã (Coursetia<br />
rostrata Benth) e umbuzeiro (Spondias tuberosa), respectivamente (Passos, 1994).<br />
Portanto, há uma variação em relação a proteína bruta <strong>de</strong>stas plantas, mas a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />
está <strong>de</strong>ntre as plantas que apresentam uma porcentagem maior <strong>de</strong> proteína bruta.<br />
Proteína bruta, %<br />
20<br />
18<br />
16<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
ŷ = 19,437 -0,0008X<br />
R 2 = 0,91<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 5. Proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha, no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão (CC).<br />
60
20<br />
Proteína bruta, %<br />
18<br />
16<br />
14<br />
12<br />
sc<br />
cc<br />
10<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 6. Proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC).<br />
Extrato etéreo<br />
Não houve efeito (P>0, 05) para a variável extrato etéreo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> foi<br />
verificado que os valores médios foram semelhantes para to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio<br />
testa<strong>da</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> plantio utilizado.<br />
O valor médio <strong>de</strong> extrato etéreo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 3,76 % no sistema <strong>de</strong> plantio<br />
sem camalhão na <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e<br />
6.666 (1,0m x 1,5m), plantas/ha, respectivamente. Já no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão<br />
o valor médio <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 3,46 %, para as mesmas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio (Figura<br />
7). Observa-se que os valores médios <strong>de</strong> extrato etéreo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foram semelhantes<br />
para to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio testa<strong>da</strong>s, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> manejo do<br />
solo utilizado.<br />
61
Os valores <strong>de</strong> extrato etéreo encontrados neste estudo estão próximos aos citados na<br />
literatura para as forrageiras Maniçoba e Catingueira que apresentam valores médios <strong>de</strong> 4,0<br />
e 5,0 % <strong>da</strong> MS.<br />
Em trabalhos realizados sobre a composição bromatológica <strong>de</strong> forrageiras arbustivas<br />
e sub-arbustivas nativas no Estado <strong>da</strong> Bahia, foram encontrados teores médios para EE <strong>de</strong><br />
1,02; 2,85; 0,99; 2,66; 1,72 e 2,42% na matéria seca. As plantas analisa<strong>da</strong>s foram: carquejo<br />
(Calliandra <strong>de</strong>pauperata Benth), mata pasto (Senna uniflora), quebra-facão (Croton<br />
mucronifoliuos), moleque duro (Cordia leucocephala), pau-<strong>de</strong>-acauã (Coursetia rostrata<br />
Benth) e umbuzeiro (Spondias tuberosa), respectivamente (Passos, 1994).<br />
5<br />
4<br />
Extrato etéreo, %<br />
3<br />
2<br />
1<br />
sc<br />
cc<br />
0<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 7. Extrato etéreo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC).<br />
62
Matéria mineral<br />
Não foi verificado efeito (P>0, 05) para a variável matéria mineral <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>,<br />
on<strong>de</strong> se observa que os valores médios foram semelhantes para to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio testa<strong>da</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do sistema <strong>de</strong> plantio utilizado.<br />
O valor médio <strong>de</strong> matéria mineral <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 13,74% no sistema <strong>de</strong><br />
plantio sem camalhão, nas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x<br />
2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m), plantas/ha respectivamente. No sistema <strong>de</strong> plantio com<br />
camalhão o valor médio encontrado para a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 13,70%, nas mesmas<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio (Figura 8).<br />
Através do levantamento <strong>de</strong> plantas forrageiras arbóreas do sertão paraibano e sua<br />
composição bromatológica, Santos et al. (1990), fazem referências à jurema preta,<br />
catingueira, aroeira, sabiá, mororó, jucá e marmeleiro quanto aos valores <strong>de</strong> MM foram <strong>de</strong><br />
2,96; 4,14; 4,42; 9,35; 6,76; 5,48; 7,34% respectivamente na matéria seca.<br />
Avaliando a composição bromatológica <strong>de</strong> várias plantas forrageiras tropicais,<br />
como feijão-bravo, moleque duro, mela bo<strong>de</strong> e malva branca, Nozella et al. (2001)<br />
encontraram teores médios que variaram <strong>de</strong> 5,36 a 7,99% para matéria mineral. Araújo et<br />
al. (1995), trabalhando com feijão-bravo em Serra Talha<strong>da</strong>-PE, encontraram um valor<br />
médio <strong>de</strong> 10,54% para o teor <strong>de</strong> MM, observa-se que a matéria mineral do feijão-bravo<br />
apresenta um valor próximo ao observado para flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>.<br />
63
15<br />
Matéria mineral, %<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
sc<br />
cc<br />
10<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 8. Matéria mineral <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m),<br />
plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC).<br />
Fibra em <strong>de</strong>tergente neutro<br />
Para a variável fibra em <strong>de</strong>tergente neutro na flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> não foi verificado efeito<br />
(P>0,05) <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio e do sistema <strong>de</strong> manejo do solo.<br />
O valor médio <strong>de</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente neutro <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong>: 43,43 % para o<br />
sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão nas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333<br />
(1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m), plantas/ha respectivamente. No sistema <strong>de</strong> plantio<br />
com camalhão o valor médio na flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 40,91 %, para as mesmas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio (Figura 9). Observa-se que os valores médios <strong>de</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente neutro foram<br />
semelhantes para a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 6.666 plantas/ha (1,0m x 1,5m), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
do sistema <strong>de</strong> plantio utilizado. Nas <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio apesar <strong>de</strong> não ter havido<br />
efeito significativo, observa-se que a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> FDN aumentou quando se utilizou o<br />
sistema <strong>de</strong> manejo do solo sem camalhão.<br />
64
Sabe-se que a FDN compreen<strong>de</strong> to<strong>da</strong> a pare<strong>de</strong> celular e, portanto quanto maior for a<br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> fibra, menor será o consumo <strong>de</strong> forragens pelo animal. Avaliando a<br />
composição bromatológica <strong>de</strong> várias plantas forrageiras tropicais, como feijão-bravo,<br />
moleque duro, mela bo<strong>de</strong> e malva branca, Nozella et al. (2001) encontraram teores médios<br />
que variaram <strong>de</strong> 48,58 a 53, 89% <strong>de</strong> FDN na matéria seca. O valor <strong>de</strong> FDN encontrado<br />
para flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> é menor do que o verificado para estas plantas, o que lhe confere melhor<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Fibra em <strong>de</strong>tergente neutro, %<br />
50<br />
48<br />
46<br />
44<br />
42<br />
40<br />
38<br />
36<br />
34<br />
32<br />
30<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
sc<br />
cc<br />
Figura 9. Fibra em <strong>de</strong>tergente neutro <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x<br />
1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />
camalhão (CC).<br />
Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido<br />
Para a variável fibra em <strong>de</strong>tergente ácido foi verificado efeito (P
comportamento <strong>da</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente ácido nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio estu<strong>da</strong>dos, on<strong>de</strong><br />
se verifica que os valores foram muito próximos na maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio. Observa-se<br />
que os valores médios <strong>de</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente ácido foram semelhantes para a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
plantio <strong>de</strong> 6.666 plantas/ha (1,0m x 1,5m), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> plantio<br />
utilizado. Analisando os resultados encontrados para a fenologia <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, e mais<br />
precisamente para a variável altura <strong>da</strong> planta e diâmetro do caule, observa-se que a maior<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> resultou em maior crescimento e diâmetro, portanto, maior percentual <strong>de</strong><br />
carboidratos estruturais, o que po<strong>de</strong> ter levado ao aumento <strong>da</strong> FDA na maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
plantio. Quanto a FDA, avaliando a composição bromatológica <strong>de</strong> várias plantas<br />
forrageiras tropicais, como feijão-bravo, moleque duro, mela bo<strong>de</strong> e malva branca, Nozella<br />
et al. (2001) encontraram teores médios que variaram <strong>de</strong> 34,69 a 42,89% na matéria seca.<br />
Após avaliar a composição química <strong>de</strong> plantas forrageiras nativas no semi-árido<br />
paraibano, Guim (1999), obteve para FDA o valor <strong>de</strong> 28,22% para relógio branco; 23,92%<br />
para relógio roxo; 47,70% para cuité; 47,80% para jureminha; 32,02% para jurema<br />
amorosa e 36,80% para fato <strong>de</strong> piaba respectivamente.<br />
FDA (%)<br />
35<br />
34<br />
33<br />
32<br />
31<br />
30<br />
29<br />
28<br />
27<br />
26<br />
25<br />
ŷ =28,481+ 0,0003X<br />
R 2 = 0,78<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 10. Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />
x 1,5m) plantas/ha.<br />
66
Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido, %<br />
34<br />
32<br />
30<br />
28<br />
26<br />
24<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
sc<br />
cc<br />
Figura 11. Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />
x 1,5m) plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />
camalhão (CC).<br />
Hemicelulose<br />
Para a variável hemicelulose foi verificado efeito (P0,05) <strong>da</strong> hemicelulose em relação aos sistemas <strong>de</strong> plantio, observou-se que<br />
quando aumentou a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas, houve uma redução <strong>da</strong> percentagem <strong>de</strong><br />
hemicelulose (Figura 13). Comportamento inverso foi observado para a fibra em<br />
<strong>de</strong>tergente ácido, ou seja, no maior a<strong>de</strong>nsamento houve uma maior percentagem <strong>de</strong> FDA.<br />
67
Hemicelulose (%)<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
ŷ = 14,59 - 0,0007X<br />
R 2 = 0,77<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 12. Hemicelulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha.<br />
Hemicelulosse, %<br />
20<br />
18<br />
16<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
sc<br />
cc<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 13. Hemicelulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC).<br />
68
Celulose<br />
Não foi verificado efeito (P>0,05) para a variável celulose em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e do sistema <strong>de</strong> plantio. O valor médio <strong>de</strong> celulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 21,16 % no<br />
sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão na <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333<br />
(1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha, respectivamente. No sistema <strong>de</strong> plantio<br />
com camalhão, o valor médio foi o seguinte: 19,34 %, para as mesmas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio (Figura 14). Observa-se que os valores médios <strong>de</strong> celulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foram<br />
semelhantes para a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 6.666 plantas/ha (1,0m x 1,5m) in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
do sistema <strong>de</strong> plantio adotado. Entretanto, mesmo não tendo havido efeito significativo do<br />
sistema <strong>de</strong> plantio, quando reduziu a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, houve um aumento <strong>da</strong> percentagem <strong>de</strong><br />
celulose para o sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão, muito embora esse aumento não seja<br />
muito expressivo.<br />
25<br />
20<br />
Celulose, %<br />
15<br />
10<br />
5<br />
sc<br />
cc<br />
0<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 14. Celulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC).<br />
69
Lignina<br />
Para a variável lignina não foi verificado efeito (P>0,05) <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema<br />
<strong>de</strong> plantio utilizado. Foram observados valores próximos ao encontrados na literatura para<br />
alimentos forrageiros, ou seja, em 9,0%, on<strong>de</strong> quanto menor for à percentagem <strong>de</strong>sse<br />
constituinte maior será a digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do alimento, caso não haja nenhum elemento<br />
antinutricional.<br />
O valor médio <strong>de</strong> lignina <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong>: 9,31 % no sistema <strong>de</strong> plantio sem<br />
camalhão nas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666<br />
(1,0m x 1,5m) plantas/ha, respectivamente. No sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão, o valor<br />
médio foi o seguinte: 9,20 %, para as mesmas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s (Figura 15).<br />
Avaliando a composição bromatológica <strong>de</strong> forrageiras arbustivas e sub-arbustivas nativas<br />
no Estado <strong>da</strong> Bahia, foram encontrados teores médios <strong>de</strong> 5,82; 5,89; 21,42; 25,25; 2,02 e<br />
6,17% para lignina na matéria seca, valores que estão abaixo dos encontrados para flor <strong>de</strong><br />
se<strong>da</strong>, apesar do valor <strong>de</strong> lignina está <strong>de</strong>ntro dos indicados pela literatura. As plantas<br />
analisa<strong>da</strong>s foram: carquejo (Calliandra <strong>de</strong>pauperata Benth), mata pasto (Senna uniflora),<br />
quebra-facão (Croton mucronifoliuos), moleque duro (Cordia leucocephala), pau-<strong>de</strong>-acauã<br />
(Coursetia rostrata Benth) e umbuzeiro (Spondias tuberosa), respectivamente (Passos,<br />
1994).<br />
70
10<br />
9,6<br />
Lignina, %<br />
9,2<br />
8,8<br />
8,4<br />
sc<br />
cc<br />
8<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 15. Lignina <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />
plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />
(CC).<br />
Carboidratos não fibrosos<br />
Para a variável carboidratos não fibrosos não foi verificado efeito (P>0,05) <strong>da</strong><br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema <strong>de</strong> plantio, nem <strong>da</strong> interação, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> com sistema <strong>de</strong> plantio.<br />
Os valores médios encontrados na flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> para carboidratos não fibrosos foram<br />
23, 57; 27,07 e 24, 34 % para o sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão na <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
<strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha,<br />
respectivamente. No sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão os valores médios foram os<br />
seguintes: 25,25; 24,06 e 27,07 %, para as mesmas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio (Figura 16).<br />
Observa-se que não houve muita variação para as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e os sistemas <strong>de</strong> plantio<br />
testados.<br />
Os carboidratos são nutrientes que fornece energia, tanto as frações <strong>da</strong> parece<br />
celular, como os carboidratos não fibrosos. Portanto é <strong>de</strong> extrema importância sua<br />
71
<strong>de</strong>terminação uma vez que, segundo Vala<strong>da</strong>res Filho (2001) a digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> FDN e<br />
dos CNF encontram-se próximos a 50% e 90%, respectivamente.<br />
Carboidratos não fibrosos, %<br />
30<br />
28<br />
26<br />
24<br />
22<br />
20<br />
sc<br />
cc<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 16. Carboidratos não fibrosos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />
x 1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />
camalhão (CC).<br />
Carboidratos totais<br />
Não foi verificado efeito significativo (P>0,05) <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema <strong>de</strong><br />
plantio e interação, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> com sistema <strong>de</strong> plantio, para a percentagem <strong>de</strong> carboidratos<br />
totais na matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>.<br />
O valor médio <strong>de</strong> carboidratos totais encontrados na flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi em torno <strong>de</strong><br />
66,0 % e 65,0 % para o sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão e com camalhão, respectivamente<br />
(Figura 17).<br />
Os carboidratos são os principais constituintes <strong>da</strong>s plantas forrageiras,<br />
correspon<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> 50 a 80% <strong>da</strong> MS <strong>da</strong>s forrageiras e cereais. A natureza e concentração<br />
dos carboidratos estruturais <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> celular são os principais <strong>de</strong>terminantes <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
dos alimentos volumosos, especialmente <strong>de</strong> forragens. A pare<strong>de</strong> celular po<strong>de</strong> constituir <strong>de</strong><br />
72
30 a 80 % <strong>da</strong> MS <strong>da</strong> planta forrageira, on<strong>de</strong> se concentram os carboidratos como a celulose,<br />
a hemicelulose e a pectina (Rocha Junior et al, 2003).<br />
Carboidratos totais, %<br />
70<br />
69<br />
68<br />
67<br />
66<br />
65<br />
64<br />
63<br />
62<br />
61<br />
60<br />
sc<br />
cc<br />
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 17. Carboidratos totais <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />
x 1,5m) plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />
camalhão (CC).<br />
3.2- Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fitomassa <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />
Observa-se na Figura 18 que houve efeito (P
com camalhão, no entanto, quando reduziu a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas, verificou-se que o<br />
sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão foi mais eficiente.<br />
Pesquisas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s pela EMPARN (2004) avaliando a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva<br />
<strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera) cultiva<strong>da</strong>s em diferentes <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio aos 70<br />
dias <strong>de</strong> rebrota, obtiveram rendimentos <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1,0 t MS/ha/corte, nos espaçamentos<br />
<strong>de</strong> 1,0m x 0,5m e 1,0m x 1,0m. Cortes posteriores, realizados aos 120 dias <strong>de</strong> rebrota,<br />
possibilitaram rendimentos <strong>de</strong> 3,0 t MS/ha/corte.<br />
Observa-se uma diferença <strong>de</strong> valores em relação à produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra<strong>da</strong> em<br />
nosso estudo, mas é importante levar em consi<strong>de</strong>ração a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebrotação <strong>da</strong> planta,<br />
assim como a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio, on<strong>de</strong> foi utilizado um espaçamento mais a<strong>de</strong>nsado,<br />
além <strong>de</strong> uma i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebrotação mais avança<strong>da</strong> que no nosso trabalho, nos dois cortes<br />
para produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
74
a<br />
b<br />
Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> MS, kg/ha<br />
800<br />
ŷ<br />
y<br />
= 206,44<br />
206,44<br />
+<br />
+<br />
0,1347X<br />
0,1347X<br />
R 2 = 0,98<br />
600<br />
R 2 = 0,98<br />
400<br />
200<br />
0<br />
0 2000 4000 6000 8000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> MS, kg/ha<br />
800<br />
600<br />
y ŷ = = 179,97 + 0,0529X 0,529X<br />
R 2 = 0,99<br />
400<br />
200<br />
0<br />
0 2000 4000 6000 8000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria seca,<br />
kg/ha<br />
900<br />
800<br />
700<br />
600<br />
500<br />
400<br />
300<br />
200<br />
100<br />
c<br />
sc<br />
cc<br />
0<br />
0 2000 4000 6000 8000<br />
Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
Figura 18. Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função<br />
<strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666<br />
(1,0m x 1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, a - sem camalhão (SC);<br />
b - com camalhão (CC) e c - dois sistemas <strong>de</strong> plantio.<br />
75
4. CONCLUSÃO<br />
Que a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o sistema <strong>de</strong> plantio não afetou os teores <strong>de</strong> MO, MM, FDN, EE,<br />
lignina, celulose, CHOnf e CHOt <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>.<br />
Que a maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio reduziu os teores <strong>de</strong> MS, hemicelulose e PB e<br />
aumentou os teores <strong>de</strong> FDA.<br />
Que a maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio aumentou a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> matéria seca/ha.<br />
76
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
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