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Características da Carcaça de Caprinos das Raças ... - CCA/UFPb

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS<br />

PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA<br />

Características <strong>da</strong> Carcaça <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong> <strong>da</strong>s Raças Canindé e Moxotó<br />

Criados em Confinamento e Alimentados com Dietas Contendo Dois Níveis<br />

<strong>de</strong> Energia<br />

Ana Cristina Chacon Lisboa<br />

Zootecnista<br />

AREIA – PARAÍBA<br />

AGOSTO - 2008


ANA CRISTINA CHACON LISBOA<br />

Características <strong>da</strong> Carcaça <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong> <strong>da</strong>s Raças Canindé e Moxotó<br />

Criados em Confinamento e Alimentados com Dietas Contendo Dois Níveis<br />

<strong>de</strong> Energia<br />

Defesa apresenta<strong>da</strong> ao Programa <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação em Zootecnia, do Centro <strong>de</strong><br />

Ciências Agrárias, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>da</strong> Paraíba, como parte <strong>da</strong>s exigências para<br />

a obtenção do titulo <strong>de</strong> Mestre em<br />

Zootecnia, Área <strong>de</strong> concentração:<br />

Produção Animal.<br />

Comitê <strong>de</strong> Orientação:<br />

Prof. Dr. Dermeval Araújo Furtado<br />

Prof. Dr. Ariosvaldo Nunes <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros<br />

Prof. Dr. Roberto Germano <strong>da</strong> Costa<br />

AREIA - PB<br />

AGOSTO – 2008


L769c<br />

Ficha Catalográfica Elabora<strong>da</strong> na Seção <strong>de</strong> Processos<br />

Técnicos <strong>da</strong><br />

Biblioteca Setorial <strong>de</strong> Areia-PB, <strong>CCA</strong>/UFPB.<br />

Bibliotecária: Katiane <strong>da</strong> Cunha Souza CRB-15/353<br />

Lisboa, Ana Cristina Chacon<br />

Características <strong>da</strong> carcaça <strong>de</strong> caprinos <strong>da</strong>s raças canindé e moxotó criados em<br />

confinamento e alimentados com dietas contendo dois níveis <strong>de</strong> energia. / Ana<br />

Cristina Chacon Lisboa – Areia- PB: UFPB/<strong>CCA</strong>, 2008.<br />

68 f.<br />

Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba -<br />

Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias, Areia, 2008.<br />

Bibliografia<br />

Orientador: Dermeval Araújo Furtado<br />

Co-orientador: Ariosvaldo Nunes <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros; Roberto Germano <strong>da</strong> Costa<br />

1. Feno <strong>de</strong> Maniçoba 2. Características <strong>de</strong> Carcaça 3. <strong>Caprinos</strong> Nativos 4.<br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Carne I Furtado, Dermeval Araújo (Orientador) II.Título.<br />

CDU: 636.39 (043.2)


DEDICO<br />

Aos meus pais Pedro Martinho e Maria do Carmo, pelos ensinamentos<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, pelo incentivo, compreensão, amor, pela presença constante<br />

sempre me apoiando, aos meus irmãos Luciano, Marília e Eduardo pelo<br />

carinho <strong>de</strong> sempre, e a minha sobrinha Isabela por encher nosso lar <strong>de</strong><br />

alegria.


AGRADECIMENTOS<br />

A Deus, pela presença constante em minha vi<strong>da</strong>.<br />

À minha família, pelo apoio, confiança e educação.<br />

Ao meu noivo Tiago Araújo, pelo seu amor em mim <strong>de</strong>positado, pela paciência<br />

nos momentos difíceis, pelo companheirismo e por to<strong>da</strong> contribuição <strong>da</strong><strong>da</strong> a este<br />

trabalho.<br />

Ao meu orientador Prof. Dr. Dermeval Araujo Furtado, pela orientação,<br />

ensinamento e <strong>de</strong>dicação na realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Ao Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba, pelas<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s ofereci<strong>da</strong>s.<br />

A Estação Experimental <strong>de</strong> São João do Cariri, na pessoa do Coor<strong>de</strong>nador José<br />

Moraes, local on<strong>de</strong> esta pesquisa foi realiza<strong>da</strong>.<br />

Ao Laboratório <strong>de</strong> Bromatologia do Departamento <strong>de</strong> Nutrição do Centro <strong>de</strong><br />

Ciências <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> UFPB, João Pessoa, on<strong>de</strong> foram feitas to<strong>da</strong>s as análises físico<br />

químicas. Em especial a Eliei<strong>de</strong>, Gabriela, Estefania e Ilka, por todo apoio e<br />

contribuição <strong>da</strong><strong>da</strong> a este trabalho.<br />

Ao Professor e amigo Ariosvaldo Nunes <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, pelas valiosas<br />

contribuições, ensinamentos, <strong>de</strong>dicação, pessoa esta que admiro.<br />

Ao Professor Roberto Germano Costa pelas orientações e tempo a mim<br />

dispensado.<br />

A Professora Rita <strong>de</strong> Cássia Ramos do Egypto Queiroga, pelas valiosas<br />

orientações e ensinamentos.<br />

A todos os professores do Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em Zootecnia do Centro<br />

<strong>de</strong> Ciências Agrárias. Em especial a Professora Patrícia Emilia Givisiez.<br />

A coor<strong>de</strong>nação do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Zootecnia – UFPB, Prof. Dr.<br />

Ariosvaldo Nunes <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros.<br />

A CAPES, pela concessão <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> estudo.<br />

A secretária Graça pela amiza<strong>de</strong> e carinho que guar<strong>da</strong>rei na lembrança. A Dona<br />

Carmen por seus maravilhosos cafezinhos e ao Sr. Damião.<br />

As amigas <strong>de</strong> trabalho Ligia e Jória, pelos momentos vividos em São João do<br />

Cariri, e a Robson que tanto contribuiu para este trabalho.


Aos meus compadres e eternos amigos e irmãos Tobyas e Carol, Valdi e Aline,<br />

Henrique e Michelle, Edvaldo Beltrão e Robéria e a Delka pelo carinho e amiza<strong>de</strong>.<br />

Aos meu colegas contemporâneos do curso <strong>de</strong> mestrado, Aurinês, Aluska,<br />

Delka, Denise, Camila, Emerson, Emannuel, Helton, Tiago Araújo, Wlisses, Samuel,<br />

Andréa, Lígia, Janaína e Michelle.<br />

Aos amigos <strong>de</strong> Pós Graduação Érllens, Leilson, Nelson, Teodorico, Ana Sancha,<br />

Claudia Goulart, Thiago Tobata, Sidney, Raul Cunha, Ebson, Welington, André Tinoco,<br />

Josimar, Marcos Jácome, Luciana, Jória, Alexandre, Marcelo, Maurício.<br />

As moradoras <strong>da</strong> casa feminina do mestrado on<strong>de</strong> dividimos vários momentos<br />

inesquecíveis: Alessandra, Ligia, Julicely, Lili, Edvania, Jailma, Samara, Cicília,<br />

Darklê, Juliana, Jussara, Delka e Ludimila.<br />

Aos participantes <strong>da</strong> análise sensorial, pela disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e preciosa aju<strong>da</strong>.<br />

A todos que, traídos pela memória, foram esquecidos e que contribuíram<br />

direta ou indiretamente para a realização <strong>de</strong>ste trabalho: minha eterna gratidão.


Sumário<br />

Pagina<br />

Lista <strong>de</strong> Tabelas<br />

IX<br />

Lista <strong>de</strong> Figuras<br />

XI<br />

Resumo<br />

Abstract<br />

Capítulo I Referencial Teórico 1<br />

Grupo Genético Nativo 2<br />

Níveis <strong>de</strong> Energia x Volumoso 4<br />

Confinamento 5<br />

Características <strong>da</strong> Carcaça 8<br />

Componentes Não Constituintes <strong>da</strong> Carcaça 9<br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Carne 10<br />

Referências Bibliográficas 13<br />

Capítulo II<br />

Características Quantitativa <strong>da</strong> Carcaça <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong><br />

<strong>da</strong>s Raças Canindé e Moxotó Criados em Sistema <strong>de</strong><br />

Confinamento, Alimentados com Dois Níveis <strong>de</strong><br />

Energia<br />

17<br />

Resumo 18<br />

Abstract<br />

Introdução 19<br />

Material e Métodos 22<br />

Resultados e Discussão 30<br />

Conclusões 40<br />

Referências Bibliográficas 41


Capítulo III<br />

Características Físicas, Químicas e Sensoriais <strong>da</strong><br />

carne <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong> <strong>da</strong>s Raças Canindé e Moxotó<br />

Criados em Sistema <strong>de</strong> Confinamento, Alimentados<br />

com Dois Níveis <strong>de</strong> Energia 43<br />

Resumo 44<br />

Abstract<br />

Introdução 45<br />

Material e Métodos 47<br />

Resultados e Discussão 56<br />

Conclusões 62<br />

Referências Bibliográficas 63<br />

Apêndice 65


Tabela 1<br />

Lista <strong>de</strong> Tabelas<br />

Capítulo II<br />

Página<br />

Participação dos ingredientes e composição química <strong>da</strong><br />

dieta experimental com base na matéria seca 23<br />

Tabela 2<br />

Médias <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s barimétricas, <strong>de</strong>svio padrão e<br />

coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> caprinos nativos criados em<br />

confinamento 31<br />

Tabela 3<br />

Médias dos rendimentos <strong>de</strong> carcaça, <strong>de</strong>svio padrão e<br />

coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> caprinos confinados<br />

alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia 32<br />

Tabela 4<br />

Médias <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s morfométricas, <strong>de</strong>svio padrão e<br />

coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> caprinos alimentados com dois<br />

níveis <strong>de</strong> energia 35<br />

Tabela 5<br />

Médias dos pesos e percentagem dos cortes comerciais,<br />

<strong>de</strong>svio padrão e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> caprinos nativos<br />

alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia 36<br />

Tabela 6<br />

Médias dos componentes não constituintes <strong>de</strong> carcaça,<br />

<strong>de</strong>svio padrão e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> caprinos<br />

nativos alimentados com diferentes níveis <strong>de</strong> energia 38


Tabela 1<br />

Capítulo III<br />

Página<br />

Participação dos ingredientes e composição química <strong>da</strong><br />

dieta experimental com base na matéria seca 48<br />

Tabela 2<br />

Médias <strong>da</strong> composição centesimal e coeficiente <strong>de</strong> variação<br />

<strong>de</strong> caprinos nativos criados em sistema <strong>de</strong> confinamento<br />

alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia<br />

57<br />

Tabela 3<br />

Medias <strong>da</strong> analise sensorial e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong><br />

caprinos nativos criados em sistema <strong>de</strong> confinamento<br />

alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia<br />

58<br />

Tabela 4<br />

Medias <strong>da</strong> cor (L*, a* e b*), pH e coeficiente <strong>de</strong> variação<br />

<strong>de</strong> caprinos nativos criados em confinamento alimentados<br />

com dois níveis <strong>de</strong> energia<br />

60


Lista <strong>de</strong> Figuras<br />

Capítulo II<br />

Página<br />

Figura 1 Carcaça <strong>de</strong> caprinos nativos manti<strong>da</strong>s na câmara fria 26<br />

Figura 2<br />

Cortes comerciais na meia carcaça esquer<strong>da</strong> <strong>de</strong> caprinos<br />

1-Perna, 2-Lombo, 3-Costelas,<br />

4-Paleta, 5-Pescoço 27<br />

Figura 3<br />

Mensurações no músculo longissumus dorsi, na altura <strong>da</strong><br />

13 a costela: A (largura máxima): B (profundi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

máxima); C (espessura mínima <strong>de</strong> gordura) 28<br />

Lista <strong>de</strong> Figuras<br />

Capítulo III<br />

Página<br />

Figura 1 Amostra para composição centesimal 49<br />

Figura 2 Estufa utiliza<strong>da</strong> para obtenção <strong>da</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> 50<br />

Figura 3 Mufla on<strong>de</strong> as amostras foram incinera<strong>da</strong>s 51<br />

Figura 4 Amostras esfriando após a digestão 52<br />

Figura 5 Triturador Biomatic 53<br />

Figura 6 Preparação <strong>da</strong> carne para analise sensorial 54


Capítulo I-Referencial Teórico<br />

Características <strong>da</strong> Carcaça <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong> <strong>da</strong>s Raças Canindé e Moxotó Criados em<br />

Sistema <strong>de</strong> Confinamento, Alimentados com Dois Níveis <strong>de</strong> Energia


Características <strong>da</strong> Carcaça <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong> <strong>da</strong>s Raças Canindé e Moxotó Criados em<br />

Sistema <strong>de</strong> Confinamento, Alimentados com Dois Níveis <strong>de</strong> Energia<br />

Resumo: Objetivou-se com esse trabalho avaliar, os rendimentos <strong>da</strong> carcaça e a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carne <strong>de</strong> caprinos nativos em confinamento, alimentados com dois níveis<br />

<strong>de</strong> energia. O experimento foi realizado na Estação Experimental <strong>de</strong> São João do Cariri,<br />

<strong>da</strong> UFPB. Utilizou-se 40 animais, todos machos, castrados, sendo 20 animais <strong>da</strong> raça<br />

Moxotó e 20 animais <strong>da</strong> raça Canindé. Utilizaram-se duas dietas, sendo uma <strong>de</strong> alto<br />

valor energético 2,71 (Mcal/kg MS), com uma relação volumoso: concentrado (V:C) <strong>de</strong><br />

35:65 e outra <strong>de</strong> baixo valor energético 2,20 (Mcal/kg MS), sendo a relação V:C <strong>de</strong><br />

70:30. O experimento teve duração <strong>de</strong> 86 dias. Foram analisa<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s<br />

zoométricas e morfométricas, os rendimentos <strong>de</strong> carcaça, os cortes comerciais e os<br />

componentes não constituintes <strong>de</strong> carcaça. Para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carne foi realiza<strong>da</strong> as<br />

seguintes analises: Composição centesimal e sensorial. Os animais <strong>da</strong> raça Canindé e os<br />

animais que consumiram a dieta com maior nível <strong>de</strong> energia 2,71 (Mcal/kg.MS)<br />

apresentaram para os rendimentos <strong>de</strong> carcaça fria e conformação <strong>de</strong> carcaça 46,51% e<br />

3,38 (em escala <strong>de</strong> 1-5) e 48,33% e 3,50, respectivamente. Os animais <strong>da</strong> raça Moxotó<br />

apresentaram uma carne com maior teor <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> (75,5%) do que os animais <strong>da</strong> raça<br />

Canindé (73,87%), como também sua carne foi mais macia e suculenta quando<br />

compara<strong>da</strong> a raça Canindé. A dieta não influenciou (p>0,05) na composição centesimal<br />

<strong>da</strong> carne, porém, influenciou na analise sensorial. A dieta com maior nível <strong>de</strong> energia<br />

obteve uma carne mais macia e suculenta. Conclui-se que os animais <strong>da</strong> raça Canindé<br />

apresentaram melhores resultados na avaliação quantitativa <strong>da</strong> carcaça quando<br />

comparados com a raça Moxotó. Para a avaliação qualitativa a raça Moxotó apresentou<br />

melhores resultados quando compara<strong>da</strong> a raça Canindé. A dieta com maior nível <strong>de</strong><br />

energia 2,71 Mcal/kg.MS apresentou melhores resultados tanto para avaliação<br />

quantitativa quanto para a qualitativa, quando compara<strong>da</strong> a dieta <strong>de</strong> menor nível <strong>de</strong><br />

energia (2,20 Mcal/kg.MS).<br />

Palavras chave: feno <strong>de</strong> Maniçoba; raças nativas; rendimento <strong>de</strong> carcaça, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

carne.


Carcass characteristics of the breeds of goats and Canindé Moxotó Raised in<br />

confinement and fed diets containing two levels of Energy<br />

Abstract: The objective is to evaluate this work, yields of carcass and meat quality of<br />

native goats in confinement, fed two energy levels. The experiment was conducted at<br />

the Experimental Station of St. John the Cariri, the UFPB. We used 40 animals, all<br />

male, castrated, and 20 animals of the breed Moxotó and 20 animals of the breed<br />

Canindé. We used two diets, one high-energy 2.71 (Mcal / kg DM) with a forage:<br />

concentrate (F: C) of 35:65 and a low energy 2.20 (Mcal / kg MS), with the V: C, 70:30.<br />

The experiment lasted for 86 <strong>da</strong>ys. Were analyzed and morphometric measures<br />

zoométricas, yields of carcass, the commercial cuts and the non carcass constituents.<br />

For meat quality was conducted the following analysis: proximate composition and<br />

sensory. The race Canindé animals and animals that consumed a diet with higher energy<br />

level of 2.71 (Mcal / kg.MS) presented to the cold carcass yield and carcass<br />

conformation of 46.51% and 3.38 (scale of 1-5) and 48.33% and 3.50, respectively. The<br />

animals of the breed Moxotó had a beef with a higher moisture content (75.5%) than the<br />

animals of the breed Canindé (73.87%), but its meat was more ten<strong>de</strong>r and juicy when<br />

compared to race Canindé. The diet did not influence (p> 0.05) in proximate<br />

composition of meat, however, influenced the sensory analysis. The diet with higher<br />

energy level had a more ten<strong>de</strong>r meat and succulent. It is conclu<strong>de</strong>d that the animal's<br />

breed Canindé showed better results in the quantitative evaluation of the carcass when<br />

compared with race Moxotó. For the qualitative assessment Moxotó race showed better<br />

results when compared to race Canindé. The diet with higher energy level of 2.71 Mcal<br />

/ kg.MS showed better results both for quantitative evaluation as to the quality,<br />

compared the diets of lower energy (2.20 Mcal / kg.MS).<br />

Keywords: carcass yield; maniçoba of hay, native breeds, meat quality


Grupo genético nativo<br />

Os primeiros animais domésticos chegaram ao Brasil na época <strong>da</strong> colonização,<br />

on<strong>de</strong> os animais trazidos <strong>da</strong> Europa não tinham especificação <strong>de</strong> raça, conceito<br />

<strong>de</strong>sconhecido naquela época. Segundo historiadores, tratava-se <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> pequena<br />

estatura e rústicos, para comerem pouco e sobreviverem durante o trajeto marítimo até a<br />

América.<br />

Dentre os recursos genéticos disponíveis no semi-árido, enfatiza-se o potencial<br />

<strong>de</strong> uso <strong>da</strong>s raças caprinas e ovinas nativas. Tem-se, como pressuposto teórico, que os<br />

cinco séculos <strong>de</strong> seleção natural promoveram elevado valor a<strong>da</strong>ptativo em relação ao<br />

ambiente semi-árido, com expectativa <strong>de</strong> maior eficiência na produção animal. Entre os<br />

problemas encontrados para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> caprina <strong>da</strong> região semiári<strong>da</strong>,<br />

<strong>de</strong>stacam-se o genótipo e seu potencial produtivo (Silva et al., 2006).<br />

Muito se tem avançado nas discussões sobre a importância <strong>da</strong> conservação dos<br />

recursos genéticos no Brasil. A visão <strong>de</strong> que as raças <strong>de</strong> outros países eram sempre<br />

melhores que as raças brasileiras vêm per<strong>de</strong>ndo terreno a ca<strong>da</strong> dia. Profissionais mais<br />

conscientes <strong>da</strong>s suas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s científicas, já se aventuram na utilização dos recursos<br />

genéticos brasileiros como objeto <strong>de</strong> estudo e como alternativa viável para o surgimento<br />

<strong>de</strong> uma raça mais produtiva e a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> ao ambiente em que vive. Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50,<br />

Octavio Domingues já chamava a atenção para a importância do uso dos recursos<br />

genéticos locais, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>screve e caracteriza as principais raças nativas brasileiras<br />

(Me<strong>de</strong>iros et al., 2004).<br />

Os caprinos e ovinos, através <strong>de</strong> suas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção, representam<br />

elementos estratégicos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância econômica e social, sendo uma <strong>da</strong>s<br />

poucas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s agropecuárias viáveis nas regiões semi-ári<strong>da</strong>s do Nor<strong>de</strong>ste. Esta é<br />

uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que apresenta enorme potencial produtivo (tanto em termos <strong>de</strong> carne,<br />

como pele e esterco), caracteriza<strong>da</strong> por apresentar alta eficiência para ganhar peso nos<br />

primeiros seis meses <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, aliando-se a um rápido ciclo reprodutivo e a um mercado<br />

ávido, com eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> pelos produtos.<br />

A maioria <strong>da</strong> área utiliza<strong>da</strong> para produção animal na região semi-ári<strong>da</strong> do<br />

Nor<strong>de</strong>ste é constituí<strong>da</strong> <strong>da</strong> vegetação típica <strong>da</strong> caatinga, com gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> árvores<br />

e arbustos e, em menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, por um estrato herbáceo constituído,


principalmente, <strong>de</strong> espécies anuais. A composição botânica e as baixas precipitações<br />

pluviométricas contribuem para baixas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas e extremas variações,<br />

tanto em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> como em quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pastagens nativas do semi-árido (Oliveira<br />

et al., 2002).<br />

A espécie caprina caracteriza-se pela a<strong>da</strong>ptação as mais diversas condições <strong>de</strong><br />

ambiente, verificando-se a sua ocorrência em quase to<strong>da</strong>s as regiões do mundo. Isso<br />

<strong>de</strong>corre <strong>da</strong> facili<strong>da</strong><strong>de</strong> do caprino a<strong>da</strong>ptar-se as mais diferentes dietas, associa<strong>da</strong> à sua<br />

acentua<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aclimatação (Oliveira et al., 2006). As raças nativas, pela<br />

seleção natural a que foram submeti<strong>da</strong>s, suportam o rigor do clima e são a<strong>de</strong>quados aos<br />

sistemas <strong>de</strong> produção predominantes <strong>da</strong> região. Apesar <strong>de</strong>ssa habili<strong>da</strong><strong>de</strong>, estudos<br />

mostram que o número <strong>de</strong> animais dos grupos nativos está diminuindo (Ribeiro et al.,<br />

2004), em <strong>de</strong>corrência dos cruzamentos <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados com raças exótica.<br />

A seguir apresenta-se uma <strong>de</strong>scrição pormenoriza<strong>da</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> genótipo, ecotipo<br />

ou raça que serão avalia<strong>da</strong>s neste estudo transcrito <strong>de</strong> Ribeiro et al. (2004):<br />

Moxotó ⇒ Raça naturaliza<strong>da</strong> do nor<strong>de</strong>ste brasileiro. Foi introduzi<strong>da</strong> no país pelos<br />

colonizadores, é rústica e a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> a zona semi-ári<strong>da</strong> <strong>da</strong> região nor<strong>de</strong>ste. A origem do<br />

nome "Moxotó" provém do vale do Rio Moxotó, no estado <strong>de</strong> Pernambuco, on<strong>de</strong> se<br />

concentrava a raça. Na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> é cria<strong>da</strong>, principalmente, nos estados <strong>da</strong> Bahia, Ceará,<br />

Paraíba, Pernambuco e Piauí. Esta é a única raça brasileira com padrão reconhecido e<br />

homologado junto à Associação Brasileira <strong>de</strong> Criadores <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong>. Apresenta<br />

pelagem branca ou baia, com uma listra negra <strong>de</strong>scendo <strong>da</strong> base dos chifres até a ponta<br />

do focinho, po<strong>de</strong>ndo formar uma auréola em torno <strong>da</strong>s cavi<strong>da</strong><strong>de</strong>s orbitárias. Apresenta<br />

pelagem branca, com o ventre, uma lista que se esten<strong>de</strong> do bordo superior do pescoço à<br />

base <strong>da</strong> cau<strong>da</strong>, duas faixas longitudinais que se esten<strong>de</strong>m até a ponta do focinho e as<br />

extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos membros, <strong>de</strong> coloração preta. As orelhas são pequenas e as mucosas,<br />

as unhas e o úbere, pigmentados. O peso médio <strong>da</strong>s fêmeas é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 31 kg, com<br />

uma estatura média <strong>de</strong> 62 cm. São animais <strong>de</strong>stinados para a produção <strong>de</strong> pele,mas que<br />

estão sendo melhorados para a produção <strong>de</strong> carne e leite.<br />

Canindé ⇒ Raça dita como nativa do nor<strong>de</strong>ste brasileiro. Raça naturaliza<strong>da</strong> do<br />

Nor<strong>de</strong>ste Brasileiro e provavelmente originária <strong>da</strong> raça Grisonne Negra, dos Alpes<br />

Suíços. Alguns afirmam que o nome é oriundo <strong>de</strong> "Calindé" que era a tanga branca, <strong>de</strong><br />

algodão rústico, usa<strong>da</strong> pelos escravos. O escravo vestia sua "calindé" <strong>da</strong> mesma maneira


que essa cabra vestia a sua "calindé", alusão <strong>da</strong> parte baixa do corpo <strong>de</strong> cor branca,<br />

mantendo-se o restante <strong>de</strong> cor preta. Outros afirmam ter origem <strong>da</strong> região do Vale do<br />

Rio Canindé, no Piauí. O nome consolidou-se como Canindé. Este significa "faca<br />

pontu<strong>da</strong>", usa<strong>da</strong> principalmente no sertão cearense ou também po<strong>de</strong> significar as pedras<br />

ou lascas rochosas que serviam para afiar lâminas ou peixeiras no sertão do Piauí.<br />

Apresenta a cabeça negra, com mancha baia, <strong>de</strong> tamanho variado, na região <strong>da</strong> garganta.<br />

Na face, uma faixa branca ("lágrima") estreita percorre a arca<strong>da</strong> orbitária pelo lado<br />

interno (cranial), <strong>de</strong>scendo até os lacrimais, ou pouco mais. Os pêlos <strong>da</strong> parte externa <strong>da</strong><br />

orelha são negros, mas claros na parte interna e nos bordos são claros. O focinho é<br />

negro. A linha branca ventral tem início na base do peito, seguindo pelas axilas,<br />

passando pela região inguinal e pelas ná<strong>de</strong>gas, chegando até á base <strong>da</strong> inserção <strong>da</strong><br />

cau<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> os pêlos <strong>da</strong>s bor<strong>da</strong>s inferiores são claros. Os membros dianteiros e traseiros<br />

são negros na frente e brancos atrás, com exceção dos joelhos que são brancos, tanto na<br />

frente como atrás. Os cascos são sempre negros. E comum encontrar-se animais com<br />

pelagem preta e vermelha ao invés <strong>de</strong> preta e baia. Apresenta peso corporal médio <strong>de</strong> 35<br />

kg a 40 kg e altura aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 55 cm. São rústicas e prolíferas. Esta raça apresenta<br />

dupla aptidão, leite, carne e produção <strong>de</strong> pele. Apresenta uma produção <strong>de</strong> leite acima<br />

<strong>da</strong> média dos caprinos nativos do Brasil.<br />

Níveis <strong>de</strong> energia x volumoso<br />

A alimentação dos animais é um dos principais componentes, constituindo um<br />

fator fortemente restritivo na produção <strong>de</strong> carne caprina, no nor<strong>de</strong>ste do Brasil. Sua<br />

crescente procura requer melhorias nos <strong>de</strong>sempenhos produtivos do rebanho, exigindo,<br />

<strong>de</strong>ssa forma, estudos que possibilitem estabelecer quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> energia que aten<strong>da</strong>m<br />

às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses animais, observando o tipo <strong>de</strong> alimento empregado, pois o<br />

melhor <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> caprinos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s características do animal e <strong>da</strong> elaboração<br />

<strong>de</strong> dietas mais eficientes (Alves, 2002).<br />

O termo freqüentemente empregado para <strong>de</strong>screver o limite máximo <strong>de</strong> apetite é<br />

o consumo voluntário, adquirido quando o alimento é oferecido à vonta<strong>de</strong>. De acordo<br />

com Mertens (1992), o consumo é função do alimento (<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> energética, teor <strong>de</strong><br />

nutrientes, necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mastigação, capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enchimento, entre outros); do<br />

animal (peso vivo, variação do peso vivo, estado fisiológico, nível <strong>de</strong> produção, etc), e


<strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> alimentação (espaço no cocho, disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento, tempo <strong>de</strong><br />

acesso ao alimento, freqüência <strong>de</strong> alimentação, entre outros).<br />

Os ruminantes, como outras espécies, procuram ajustar o consumo alimentar às<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nutricionais, especialmente em energia. A <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> energia retar<strong>da</strong> o<br />

crescimento, aumenta a i<strong>da</strong><strong>de</strong> à puber<strong>da</strong><strong>de</strong>, reduz a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>, diminui o ganho <strong>de</strong> peso<br />

e a produção leiteira (Resen<strong>de</strong> et al., 2001).<br />

Segundo Oliveira et al. (1998) através do fornecimento <strong>de</strong> rações balancea<strong>da</strong>s é<br />

possível conseguir maior ganho diário em peso e redução <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> ao abate, com<br />

reflexos positivos sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s carcaças e sobre a oferta <strong>de</strong> carne na<br />

entressafra. Existem fatores <strong>de</strong>terminantes <strong>da</strong>s características relaciona<strong>da</strong>s à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carcaça e <strong>da</strong> carne, tais como raça, sexo, i<strong>da</strong><strong>de</strong> e principalmente aqueles<br />

relativos ao meio e à nutrição (Osório, 1998). Dentre esses fatores, vários po<strong>de</strong>m afetar<br />

o rendimento <strong>de</strong> carcaça, sobretudo a alimentação, que, inquestionavelmente, é um dos<br />

mais prepon<strong>de</strong>rantes, especialmente os níveis <strong>de</strong> energia na dieta.<br />

O teor energético <strong>da</strong>s rações também tem gran<strong>de</strong> influência sobre o <strong>de</strong>sempenho<br />

dos animais, pois, o animal consome alimento para manter a ingestão constante <strong>de</strong><br />

energia em que, o fator <strong>de</strong>terminante <strong>da</strong> sacie<strong>da</strong><strong>de</strong>, nesse caso, é a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> calórica <strong>da</strong><br />

ração (Van Soest, 1994).<br />

Existem poucos trabalhos <strong>de</strong> pesquisa no Brasil <strong>de</strong>stinados ao conhecimento dos<br />

níveis i<strong>de</strong>ais dos nutrientes exigidos pela espécie caprinas e ovinas, e seus possíveis<br />

efeitos sobre as características <strong>de</strong> carcaça. Dentre os nutrientes a serem supridos, a<br />

energia tem recebido atenção especial por ser <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância para o<br />

funcionamento dos órgãos vitais, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e renovação <strong>da</strong>s células e processos <strong>de</strong><br />

utilização dos nutrientes, entre outros (Zundt et al., 2002). De acordo com Zambom et<br />

al. (2006), a suplementação <strong>de</strong> energia melhora a eficiência <strong>de</strong> crescimento e aumenta<br />

com isto o rendimento e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carcaça.<br />

Confinamento<br />

Sistema <strong>de</strong> produção é um conjunto <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> tal forma or<strong>de</strong>nados que<br />

estejam dirigidos ao objetivo <strong>de</strong> produzir bem e com quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Se um <strong>de</strong>sses elementos<br />

não funcionar corretamente, to<strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia entrará em <strong>de</strong>sequilíbrio. Os sistemas <strong>de</strong>


produção dos ruminantes no mundo, mais nota<strong>da</strong>mente os <strong>de</strong> caprinos, são<br />

predominantemente extensivos. Portanto, a observação <strong>da</strong> interação genótipo e meio<br />

ambiente, se constitui fatores <strong>de</strong>terminantes para o sucesso dos sistemas (Siqueira et al.,<br />

1993).<br />

No caso brasileiro, <strong>da</strong><strong>da</strong> a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terras, a <strong>de</strong>scapitalização dos<br />

produtores rurais, o ain<strong>da</strong> baixo po<strong>de</strong>r aquisitivo dos consumidores e a insipiência <strong>de</strong><br />

um efetivo sistema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> carcaças, po<strong>de</strong> ser viável adotar o sistema <strong>de</strong><br />

confinamentos, visando a terminação dos animais durante a entressafra, utilizando-se<br />

instalações simples e práticas, fornecendo-se alimentos produzidos na própria fazen<strong>da</strong>,<br />

como feno e silagem.<br />

Para Siqueira et al. (1993) não há um sistema <strong>de</strong> produção padrão para a criação<br />

<strong>de</strong> caprinos que funcione <strong>de</strong> maneira eficiente em to<strong>da</strong>s as regiões, <strong>de</strong>vendo-se levar em<br />

consi<strong>de</strong>ração as características climáticas, a localização, a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos<br />

e a raça.<br />

A terminação em confinamento é um sistema que é utilizado e apresenta bons<br />

resultados, esta prática po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as regiões do País. No Nor<strong>de</strong>ste<br />

brasileiro, ela é especificamente recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> para as áreas semi-ári<strong>da</strong>s, nota<strong>da</strong>mente<br />

durante a época seca, on<strong>de</strong> se observa gran<strong>de</strong> carência <strong>de</strong> forragem nas pastagens. Para<br />

outras regiões do país, on<strong>de</strong> a preocupação com as helmintoses gastrintestinais são<br />

muito maiores, o confinamento po<strong>de</strong>rá ser realizado em qualquer época do ano.<br />

Segundo Ribeiro et al. (2001) o uso do confinamento para terminação <strong>de</strong><br />

caprinos tem sido recomen<strong>da</strong>do por apresentar várias vantagens, tais como, bons<br />

ganhos <strong>de</strong> peso, menor mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> e maior lucro final para os produtores.<br />

Na avaliação do confinamento, outros benefícios indiretos ao sistema <strong>de</strong> ciclo<br />

completo <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados, como a aceleração do giro <strong>de</strong> capital, redução <strong>da</strong><br />

carga animal <strong>da</strong>s pastagens durante a escassez, programação <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong><br />

comercialização e abate <strong>de</strong> animais mais jovens, com melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> carcaça e<br />

carne (Almei<strong>da</strong> et al., 2004). As instalações <strong>de</strong>vem ser simples e <strong>de</strong> baixo custo,<br />

constituí<strong>da</strong>s, basicamente, <strong>de</strong> curral, comedouros, bebedouros e saleiros. O curral<br />

po<strong>de</strong>rá ter piso <strong>de</strong> "chão batido" ou cimentado na área coberta.


Segundo Carvalho et al. (2001), no Brasil, são utilizados basicamente três tipos<br />

<strong>de</strong> confinamento: a céu aberto, semi-coberto e coberto, em duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s, o<br />

confinamento <strong>de</strong> recria e engor<strong>da</strong> e confinamento <strong>de</strong> acabamento. É necessário o<br />

preparo dos animais, condicionamento para alimentação em cochos, medi<strong>da</strong>s sanitárias,<br />

instalações a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para o manejo e localização estratégica<br />

Em condições <strong>de</strong> pastejo, os caprinos apresentam comportamento mais ativo do<br />

que os ovinos e os bovinos, o que se reflete no maior tempo <strong>de</strong>spendido em pastejo.<br />

Segundo Garcia et al. (1999) a principal causa <strong>de</strong>sse fato é a seleção que esses animais<br />

fazem na escolha do alimento. Segundo estes autores, quando em confinamento, os<br />

caprinos mantêm a maioria <strong>da</strong>s características <strong>de</strong> comportamento dos animais em<br />

pastejo, como a ocupação <strong>da</strong> maior parte do tempo em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s à<br />

alimentação. Da mesma forma que em pastejo, quando confinado, o caprino se mostra<br />

extremamente hábil na seleção <strong>da</strong> parte mais tenra e palatável <strong>da</strong> forragem,<br />

normalmente a <strong>de</strong> maior valor nutritivo.<br />

Entretanto, <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> diversas or<strong>de</strong>ns são verificados e necessitam <strong>de</strong> resolução<br />

imediata, sendo necessário que modificações no sistema tradicional <strong>de</strong> criação, sejam<br />

efetua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> maneira a favorecer a expressão <strong>da</strong> potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos animais, elevar sua<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e conseqüentemente tornar mais rentável a exploração. (Barros et al.,<br />

2003).<br />

Estudos têm sido realizados para comparar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e o rendimento <strong>da</strong>s<br />

carcaças <strong>de</strong> animais terminados a campo e a confinamento. A maciez, a suculência, a<br />

cor, o odor e o sabor <strong>da</strong> carne caprina e ovina são atributos que estão diretamente<br />

relacionados com a satisfação do consumidor. Consi<strong>de</strong>rando que cabritos terminados<br />

em confinamento são abatidos em i<strong>da</strong><strong>de</strong> precoce (cinco a seis meses), sua carne ain<strong>da</strong><br />

apresenta to<strong>da</strong>s as características organolépticas e sensoriais <strong>de</strong>sejáveis numa carne <strong>de</strong><br />

eleva<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Em geral os resultados têm indicado que os animais confinados crescem mais<br />

rapi<strong>da</strong>mente, utilizam alimentos mais eficientemente e produzem carcaças com mais<br />

carne comercializável: com menos gordura e mais carne vermelha. Estes apresentam<br />

uma carcaça <strong>de</strong> melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, carne mais saborosa e macia, embora apresentem<br />

uma tendência ao acúmulo <strong>de</strong> gordura (Silva et al., 2000).<br />

Sendo assim, o confinamento apresenta-se como uma boa alternativa entre os<br />

diferentes sistemas <strong>de</strong> criação (Carvalho et al., 2001). Várias pesquisas têm sido<br />

realiza<strong>da</strong>s comparando os diversos sistemas <strong>de</strong> criação praticados, verificando-se


superiori<strong>da</strong><strong>de</strong> dos caprinos confinados em relação aos criados em pastejo (Osório,<br />

1996).<br />

Características <strong>da</strong> carcaça<br />

O conhecimento <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> carcaça é <strong>de</strong> suma importância para<br />

complementar a avaliação <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valores ao produto, relatam Jorge et al.<br />

(1999). A melhor carcaça é aquela que possui máxima proporção <strong>de</strong> músculo e mínima<br />

<strong>de</strong> ossos, e uma certa proporção <strong>de</strong> gordura, que o mercado ao qual se <strong>de</strong>stina exige e<br />

que seja suficiente para garantir as condições <strong>de</strong> suculência <strong>da</strong> carne, bem como sua<br />

apresentação e conservação (Madruga, 2003). Em algumas regiões, on<strong>de</strong> existe a oferta<br />

<strong>de</strong> carcaças com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> comprova<strong>da</strong> e apresenta<strong>da</strong> em cortes especiais, o consumo<br />

<strong>da</strong> carne caprina expandiu-se, assim como suas formas <strong>de</strong> utilização.<br />

Os diferentes cortes que compõem a carcaça caprina possuem diferentes valores<br />

econômicos e a proporção dos mesmos constitui importante índice para avaliação <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> comercial <strong>de</strong> carcaças. A padronização <strong>de</strong> cortes <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pelo<br />

mercado consumidor, <strong>de</strong>terminando pesos mínimos e máximos, <strong>de</strong> acordo com os<br />

costumes regionais. Para Furusho-Garcia et al. (2004) um corte i<strong>de</strong>al é aquele <strong>de</strong> fácil<br />

utilização na culinária, que não tenha excesso e nem falta <strong>de</strong> gordura. Um ótimo peso<br />

conseguido para ca<strong>da</strong> corte será aquele em que a valorização for máxima, tanto para o<br />

produtor como para o consumidor (Honório, 2003).<br />

O rendimento <strong>de</strong> carcaça é uma característica diretamente relaciona<strong>da</strong> à<br />

produção <strong>de</strong> carne e po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> acordo com fatores intrínsecos (genótipo, sexo, peso<br />

e i<strong>da</strong><strong>de</strong> do cor<strong>de</strong>iro) e/ou extrínsecos (alimentação, tempo <strong>de</strong> jejum e transporte).<br />

A avaliação do rendimento <strong>de</strong> carcaça é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para julgar o<br />

<strong>de</strong>sempenho alcançado pelo animal. Para Tonetto (2004), geralmente os índices <strong>de</strong><br />

rendimento <strong>de</strong> carcaça no rebanho nativo e SRD do nor<strong>de</strong>ste estão e torno <strong>de</strong> 45%,<br />

variando com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> do animal, apesar <strong>de</strong> sempre consi<strong>de</strong>rar no processo <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> do<br />

animal 50% <strong>de</strong> rendimento. Outros fatores como o nível <strong>de</strong> alimentação, jejum préabate<br />

(Sañudo, 2002) e características <strong>da</strong> própria carcaça (Silva Sobrinho, 2001),<br />

também influem no seu rendimento.<br />

Segundo Sainz (1996) o rendimento <strong>da</strong> carcaça <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> também do conteúdo<br />

visceral que correspon<strong>de</strong> ao aparelho digestório, o qual po<strong>de</strong> variar entre 8 e 18% do<br />

peso vivo <strong>de</strong> acordo com o nível <strong>de</strong> alimentação do animal previamente ao abate. O


conteúdo gastrintestinal é influenciado pela dieta e pelo tempo em que o animal<br />

ingeriu alimentos sólidos ou líquidos antes <strong>de</strong> ser abatido; <strong>da</strong>í a importância do jejum<br />

pré-abate para não sub ou superestimar o rendimento <strong>da</strong> carcaça.<br />

O peso dos órgãos, conteúdo do trato gastrintestinal (TGI), efeito <strong>da</strong> dieta e<br />

genótipo po<strong>de</strong>m ter fortes relações com o rendimento <strong>da</strong> carcaça. Os órgãos internos<br />

po<strong>de</strong>m apresentar tamanho absoluto e relativo diferentes entre si, e em relação ao<br />

peso do corpo vazio (PCV), que, aliás, <strong>de</strong>verá substituir o peso vivo como base <strong>de</strong><br />

referência <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> peso, evitando-se influencia do conteúdo gastrintestinal<br />

(Moron-Fuenmayor et al., 1999).<br />

Alves (2002) trabalhando com diferentes níveis <strong>de</strong> energia, observou que o<br />

aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> energia na dieta elevou a relação peso <strong>de</strong> corpo vazio e<br />

conteúdo do TGI, <strong>de</strong>vido ao menor conteúdo gastrintestinal.<br />

Santos (2003) estu<strong>da</strong>ndo a relação volumoso:concentrado na dieta <strong>de</strong><br />

caprinos, constatou que o aumento dos níveis <strong>de</strong> fibra provocou redução nos pesos e<br />

rendimentos <strong>de</strong> carcaça, ou seja, animais que receberam altas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

volumoso apresentaram menores rendimentos <strong>de</strong> carcaça, em comparação a animais<br />

que receberam alta quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> concentrado com essa diferença po<strong>de</strong>ndo chegar até<br />

6%.<br />

Componentes não constituintes <strong>da</strong> carcaça<br />

De acordo com Me<strong>de</strong>iros (2001) durante o abate obtêm-se produtos que não<br />

fazem parte <strong>da</strong> carcaça (componentes não constituintes <strong>da</strong> carcaça), porém afetam o seu<br />

rendimento. To<strong>da</strong>via, são poucos os estudos sobre os <strong>de</strong>mais componentes corporais,<br />

além <strong>da</strong> carcaça, e o valor comercial <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>mais componentes (quinto quarto), que<br />

tradicionalmente, servem para pagar os custos <strong>de</strong> abate e formar a margem líqui<strong>da</strong> do<br />

lucro do abatedouro.<br />

Segundo Silva Sobrinho et al. (2002) estes componentes são conhecidos<br />

tradicionalmente no nor<strong>de</strong>ste como bucha<strong>da</strong>. Para Costa et al. (1990) o aproveitamento<br />

dos órgãos e vísceras caprinas na elaboração <strong>de</strong> produtos como a “bucha<strong>da</strong>”, prato<br />

típico <strong>da</strong> culinária nor<strong>de</strong>stina, representa uma importante alternativa econômica na<br />

utilização <strong>de</strong>stes componentes comestíveis, visto que os mercados encontram-se ca<strong>da</strong>


vez mais competitivos, tornando-se necessário o aproveitamento racional dos<br />

subprodutos gerados no processo produtivo.<br />

Além <strong>da</strong> carcaça, os <strong>de</strong>mais componentes do peso vivo apresentam interesse<br />

comercial, como é o caso do componente não carcaça do peso vivo, que é <strong>de</strong>finido<br />

como o conjunto <strong>de</strong> subprodutos obtidos após o sacrifício do animal, que não fazem<br />

parte <strong>da</strong> carcaça (Rosa et al., 2002). De acordo com Silva Sobrinho et al. (2002),<br />

<strong>de</strong>nomina-se componentes não constituintes <strong>da</strong> carcaça, “quinto quarto”, “miúdos” ou<br />

“saí<strong>da</strong>s” todos os componentes do peso vivo, exceto a carcaça. A pele é a mais<br />

importante e valiosa dos componentes que não fazem parte <strong>da</strong> carcaça, pois atinge <strong>de</strong> 10<br />

a 20% do valor do animal.<br />

O restante do quinto quarto tem menor valor, em torno <strong>de</strong> 5% do total do animal<br />

abatido. O fígado e a gordura são, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> pele, as partes mais valiosas (Honório<br />

2003). Sobre o mesmo assunto, Pires et al. (2000) <strong>de</strong>screvem que, na espécie ovina, o<br />

cor<strong>de</strong>iro apresenta os maiores rendimentos, por isso o estudo do crescimento dos<br />

constituintes do corpo do animal (patas, sangue, pele e vísceras) auxilia na <strong>de</strong>terminação<br />

do peso ótimo do abate. Também comentam que tais constituintes têm importância<br />

econômica, uma vez que po<strong>de</strong>m agregar valores à produção ovina.<br />

Segundo Osório et al. (1995a), a importância dos <strong>de</strong>mais componentes do animal<br />

não está somente na per<strong>da</strong> econômica do setor, mas também no alimento ou matériasprimas<br />

que po<strong>de</strong>riam colaborar para diminuir o preço dos produtos e melhorar o nível<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, em países como o Brasil, on<strong>de</strong> a população possui baixo po<strong>de</strong>r aquisitivo.<br />

O peso e o valor <strong>de</strong>stes componentes variam com a espécie, estado sanitário,<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>, sexo, raça e alimentação do animal (Rosa et al., 2002). A valorização <strong>de</strong> todos os<br />

componentes corporais motivará o produtor a tomar maiores cui<strong>da</strong>dos sanitários, para<br />

posterior aproveitamento <strong>da</strong>s vísceras, melhorando as condições para que o animal<br />

manifeste todo o seu potencial genético; bem como estará proporcionando uma fonte<br />

alternativa <strong>de</strong> alimento para parte <strong>da</strong> população (Siqueira et al.,2001).<br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carne<br />

Para fazer frente a um mercado competitivo, é necessário que a carne caprina<br />

apresente parâmetros quali-quantitativos <strong>de</strong>sejáveis, e que possa ser bem aproveita<strong>da</strong>,<br />

seja através <strong>de</strong> cortes diferenciados, seja nas formas <strong>de</strong> processamento, agregando valor


ao produto, o que contribuiria para a diversificação <strong>da</strong> indústria local <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />

carnes (Zapata et al., 2000).<br />

Segundo Madruga et al. (2000) a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carne caprina também é afeta<strong>da</strong><br />

pela falta <strong>de</strong> padronização dos cortes, má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos produtos, falta <strong>de</strong> canais<br />

a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> comercialização, ausência <strong>de</strong> crédito e assistência técnica <strong>de</strong>ficiente.<br />

Além disso, vale ressaltar que outros fatores influem na produção e no consumo <strong>da</strong><br />

carne caprina, estando estes diretamente ligados à quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre os quais a raça, a<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abate, o sistema <strong>de</strong> produção e a castração. Nos últimos anos especial atenção<br />

tem sido <strong>da</strong><strong>da</strong> aos perigos <strong>da</strong>s dietas ricas em gorduras, e como conseqüência, observase<br />

uma crescente valorização dos produtos com quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s reduzi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>sse<br />

componente. Atualmente se observa intensa competição entre os setores <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos nas indústrias, para oferecer aos consumidores alimentos<br />

com baixo teor <strong>de</strong> gordura (Madruga et al., 2002).<br />

O valor comercial <strong>da</strong> carne está baseado no seu grau <strong>de</strong> aceitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pelos<br />

consumidores, o qual está diretamente correlacionado aos parâmetros <strong>de</strong> palatabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do produto. As características <strong>da</strong> carne que contribuem com a palatabili<strong>da</strong><strong>de</strong> são aquelas<br />

agradáveis aos olhos, nariz e pala<strong>da</strong>r, <strong>de</strong>ntre as quais sobressaem os aspectos<br />

organolépticos <strong>de</strong> sabor ou "flavour" e <strong>de</strong> suculência. Ambas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser<br />

influencia<strong>da</strong>s por diversos fatores, os quais exercem forte influência na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e na<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s gorduras.<br />

Nos últimos anos o interesse pela carne caprina tem crescido, em função também<br />

<strong>de</strong> suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s nutricionais, pois apresenta baixos teores <strong>de</strong> colesterol, gordura<br />

satura<strong>da</strong> e calorias, quando compara<strong>da</strong> com as <strong>de</strong>mais carnes vermelhas (Madruga<br />

2004a). No entanto, a carne caprina possui sabor e odor característicos, que se acentuam<br />

em animais (Madruga et al., 2000).<br />

Dentre os parâmetros que apresentam influência direta na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carne <strong>de</strong><br />

caprinos do Nor<strong>de</strong>ste do Brasil, os químicos tem sido objeto <strong>de</strong> diversas pesquisas.<br />

Observa-se que os conhecimentos científicos relativos à composição centesimal,<br />

composição mineral, perfil <strong>de</strong> ácidos graxos e colesterol <strong>de</strong>stas carnes, sob a influência<br />

dos fatores pré e pós-abate, estão registrados na literatura em revisão <strong>de</strong> Madruga<br />

(2003).


Os aspectos sensoriais também vêm ganhando <strong>de</strong>staque, principalmente no que<br />

diz respeito à correlação entre os atributos sensoriais e a composição química (Madruga<br />

et al., 2002). A carne caprina apresenta uma cor vermelho intenso, bastante<br />

característica. Beserra et al. (2001) relataram que carne caprina apresentou maior pH<br />

final em comparação com outras carnes, levando a uma carne com coloração vermelho<br />

escuro e <strong>de</strong> maior capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água e conseqüentemente menores per<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> água durante o cozimento. Diversos fatores afetam o gosto e o aroma ("flavour") <strong>da</strong><br />

carne caprina, no entanto as recentes informações ain<strong>da</strong> são insuficientes para que<br />

melhor se compreen<strong>da</strong> o sabor característico <strong>de</strong>sse produto.


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Capítulo II<br />

Características Quantitativa <strong>da</strong> Carcaça <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong> <strong>da</strong>s Raças Canindé e Moxotó<br />

Criados em Sistema <strong>de</strong> Confinamento, Alimentados com Dois Níveis <strong>de</strong> Energia


Características Quantitativa <strong>da</strong> Carcaça <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong> <strong>da</strong>s Raças Canindé e Moxotó<br />

Criados em Sistema <strong>de</strong> Confinamento, Alimentados com Dois Níveis <strong>de</strong> Energia<br />

Resumo: Objetivou-se com esse trabalho avaliar quantitativamente, os rendimentos <strong>da</strong><br />

carcaça <strong>de</strong> caprinos nativos em confinamento, alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia.<br />

O experimento foi realizado na Estação Experimental <strong>de</strong> São João do Cariri, <strong>da</strong> UFPB.<br />

Utilizou-se 40 animais, todos machos, castrados, sendo 20 animais <strong>da</strong> raça Moxotó e 20<br />

animais <strong>da</strong> raça Canindé. Utilizaram-se duas dietas, sendo uma <strong>de</strong> alto valor energético<br />

2,71 (Mcal/kg MS), com uma relação volumoso: concentrado (V:C) <strong>de</strong> 35:65 e outra <strong>de</strong><br />

baixo valor energético 2,20 (Mcal/kg MS), sendo a relação V:C <strong>de</strong> 70:30. O<br />

experimento teve duração <strong>de</strong> 86 dias. Foram analisa<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s zoométricas e<br />

morfométricas, os rendimentos <strong>de</strong> carcaça, os cortes comerciais e os componentes não<br />

constituintes <strong>de</strong> carcaça. Para as medi<strong>da</strong>s barimétricas houve efeito significativo<br />

(P


Quantitative characteristics of the carcass of Canindé breeds of goats and Moxotó<br />

Created in Containment System, supplied at Two Levels of Energy<br />

Abstract: The objective of this work is to assess quantitatively, the income from the<br />

carcass of native goats in confinement, fed with two levels of energy. The experiment<br />

was conducted at the Experimental Station of St. John the Cariri of UFPB. It was used<br />

40 animals, all male, castrated, and 20 animals of racial Moxotó and 20 animals of the<br />

race Canindé. Using two diets, one high-energy 2.71 (Mcal / kg DM), with a forage:<br />

concentrate (F: C) in 35:65 and another low in energy 2.20 (Mcal / kg MS), and the V:<br />

C, 70:30. The experiment lasted for 86 <strong>da</strong>ys. We analyzed the zoometric and<br />

morphometric measures, the income of carcass, cuts and commercial components are<br />

not constituents of carcass. For measures barimétricas significant effects (P


INTRODUÇÃO<br />

A produção <strong>de</strong> carne caprina constitui-se em importante ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica no<br />

semi-árido Nor<strong>de</strong>stino, por apresentar-se como uma fonte <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, proveniente <strong>da</strong><br />

comercialização <strong>da</strong> carne, <strong>da</strong> pele e do leite, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar-se como pecuária <strong>de</strong><br />

subsistência, tornando-se uma importante fonte protéica alimentar <strong>da</strong>s famílias <strong>da</strong><br />

região. No entanto, são vários os problemas a serem superados pela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> caprina no<br />

semi-árido nor<strong>de</strong>stino, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a superação <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s geo-climáticas, como os<br />

longos períodos <strong>de</strong> estiagem, tipos <strong>de</strong> solo, <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do ecossistema <strong>da</strong> caatinga,<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> capital a ser investido, até mesmo, aspectos sócio-culturais.<br />

Nesta região a baixa produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos rebanhos e suas pequenas taxas <strong>de</strong><br />

crescimento geométrico geram expectativa <strong>de</strong> déficit na oferta <strong>de</strong> carne nos mercados<br />

internos e externos em um futuro próximo (Siqueira et al., 1993). Por outro lado, <strong>de</strong>vese<br />

levar em consi<strong>de</strong>ração que o maior rebanho <strong>de</strong> caprinos no Nor<strong>de</strong>ste é composto por<br />

animais <strong>de</strong> raças nativas e Sem Padrão Racial Definido (SPRD), <strong>de</strong> notável rustici<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

porém com baixa produção <strong>de</strong> leite e carne, além <strong>de</strong> possuir pequena variabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

genética (Ribeiro et al., 2001).<br />

Além <strong>da</strong>s restrições climáticas, o baixo nível tecnológico em uso pelos<br />

caprinocultores do semi-árido nor<strong>de</strong>stinos, particularmente nas áreas <strong>da</strong> sani<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

alimentação, reprodução e genética, po<strong>de</strong> ser apontado como um dos principais<br />

responsáveis pelos baixos índices produtivos, eleva<strong>da</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> animais jovens,<br />

baixas taxas <strong>de</strong> crescimento, i<strong>da</strong><strong>de</strong> tardia ao abate e à primeira cobrição e pelos<br />

insignificantes rendimentos econômicos. Uma alternativa para aumentar estas<br />

produções e diminuir a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abate seria o confinamento. Este sistema <strong>de</strong> criação<br />

beneficia os animais, já que <strong>de</strong> acordo com Macedo et al., (1999) os animais em<br />

confinamento são favorecidos pelo ambiente <strong>da</strong>s instalações, principalmente pela<br />

menor possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> infestação por helmintos e outros parasitas, obtendo-se melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho e atingem peso <strong>de</strong> abate mais cedo que os terminados em pastagens.


Um dos problemas ain<strong>da</strong> a serem resolvidos para caprinos confinados é<br />

<strong>de</strong>terminar a relação ótima entre o volumoso:concentrado. O NRC (1998), preconiza<br />

que o nível <strong>de</strong> concentrado na ração não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r a 70%, pois, <strong>de</strong>ssa forma, a<br />

forragem ingeri<strong>da</strong> não seria a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para manter uma fermentação ruminal normal.<br />

Forbes (1995) afirma que a manutenção <strong>da</strong>s condições i<strong>de</strong>ais do ambiente ruminal<br />

promove um máximo crescimento microbiano, e como conseqüência, o animal mantém<br />

alta ingestão <strong>de</strong> alimentos com satisfatórias produções <strong>de</strong> energia e proteína no rúmen,<br />

sem prejudicar o seu <strong>de</strong>senvolvimento, maximizando sua produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Os ruminantes, como outras espécies, procuram ajustar o consumo alimentar às<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nutricionais, especialmente em energia. A <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> energia retar<strong>da</strong> o<br />

crescimento, aumenta a i<strong>da</strong><strong>de</strong> à puber<strong>da</strong><strong>de</strong>, reduz a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>, diminui o ganho <strong>de</strong> peso<br />

e a produção leiteira (Resen<strong>de</strong>, 2001). Segundo Oliveira et al. (1998) através do<br />

fornecimento <strong>de</strong> rações balancea<strong>da</strong>s é possível conseguir maior ganho diário em peso e<br />

redução <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> ao abate, com reflexos positivos sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s carcaças e<br />

sobre a oferta <strong>de</strong> carne na entressafra.<br />

No animal <strong>de</strong>stinado à produção <strong>de</strong> carne, a carcaça constitui-se no principal<br />

produto comercializável (Santos et al.,2001). A melhor carcaça é aquela que possui<br />

máxima proporção <strong>de</strong> músculo e mínima <strong>de</strong> ossos, e uma certa proporção <strong>de</strong> gordura<br />

que o mercado ao qual se <strong>de</strong>stina exige e que seja suficiente para garantir as condições<br />

<strong>de</strong> suculência <strong>da</strong> carne, bem como sua apresentação e conservação.<br />

Silva Sobrinho et al. (2001) afirmam que no sistema <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> carne, as<br />

características quantitativas e qualitativas <strong>da</strong> carcaça são <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância,<br />

pois estão diretamente relaciona<strong>da</strong>s ao produto final. No entanto, para a melhoria <strong>da</strong><br />

produção e <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o conhecimento do potencial do animal em produzir carne<br />

é fun<strong>da</strong>mental e, entre as formas para avaliar essa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>, está o rendimento <strong>de</strong><br />

carcaça. No estudo <strong>de</strong> carcaças caprinas, o rendimento é, geralmente, o primeiro índice<br />

a ser consi<strong>de</strong>rado, expressando a relação percentual entre os pesos <strong>da</strong> carcaça e do<br />

animal.<br />

As carcaças po<strong>de</strong>m ser comercializa<strong>da</strong>s inteiras ou sob forma <strong>de</strong> cortes. Os<br />

cortes cárneos em peças individualiza<strong>da</strong>s associados à apresentação do produto são<br />

importantes fatores na comercialização. O tipo <strong>de</strong> corte varia <strong>de</strong> região para região e


principalmente entre países. To<strong>da</strong>via, os sistemas <strong>de</strong> cortes, além <strong>de</strong> proporcionarem<br />

obtenção <strong>de</strong> preços diferenciados entre diversas partes <strong>da</strong> carcaça, permitem<br />

aproveitamento racional, evitando-se <strong>de</strong>sperdícios (Silva Sobrinho et al., 2001), e a<br />

proporção <strong>de</strong>sses cortes constitui um importante índice para avaliação <strong>da</strong> sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar as características <strong>da</strong>s carcaças <strong>de</strong> caprinos<br />

<strong>da</strong>s raças Moxotó e Canindé criados em sistema <strong>de</strong> confinamento na região semi-ári<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> Paraíba, alimentados com diferentes níveis <strong>de</strong> energia.


MATERIAL E MÉTODOS<br />

Local<br />

O experimento foi realizado na Estação Experimental <strong>de</strong> Pesquisa em Pequenos<br />

Ruminantes, do Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias <strong>da</strong> UFPB, localiza<strong>da</strong> no município <strong>de</strong> São<br />

João do Cariri-PB. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> esta localiza<strong>da</strong> na microrregião do Cariri Oci<strong>de</strong>ntal <strong>da</strong><br />

Paraíba, entre as coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s 7° 23’ 27” <strong>de</strong> Latitu<strong>de</strong> sul e 36° 31' 58” <strong>de</strong> Longitu<strong>de</strong><br />

Oeste, <strong>de</strong>ntro do semi-árido nor<strong>de</strong>stino. Durante o período experimental as temperaturas<br />

médias diárias, a média máxima e a média <strong>da</strong>s temperaturas mínimas registra<strong>da</strong>s foram:<br />

24,85°C; 28,49°C e 21,21 °C, respectivamente, com umi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa média <strong>de</strong> 57,41%.<br />

Animais e tratamentos<br />

Foram utilizados 40 animais, sendo 20 animais <strong>da</strong> raça Moxotó e 20 Canindé,<br />

todos machos castrados, com i<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>de</strong> cinco meses e peso médio inicial <strong>de</strong> 15,2 ±<br />

1,91 kg. Os animais ficaram confinados por um período <strong>de</strong> 107 dias, sendo 21 dias <strong>de</strong><br />

a<strong>da</strong>ptação, em 4 galpões abertos, cobertos com telhas <strong>de</strong> cerâmica, piso em chão batido,<br />

orientados no sentido leste-oeste, compostos por 10 baias individuais em ca<strong>da</strong> galpão,<br />

medindo uma área <strong>de</strong> 3,75 m 2 por baia, provi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> comedouro e bebedouro individual.<br />

Os animais foram i<strong>de</strong>ntificados através <strong>de</strong> brincos nas orelhas, pesados no início do<br />

experimento e semanalmente, para controle do <strong>de</strong>senvolvimento corporal, os animais<br />

antes <strong>de</strong> serem pesados não passaram por nenhum tipo <strong>de</strong> jejum. No período préexperimental<br />

eles receberam uma dose <strong>de</strong> vermífugo, com reforço após 21 dias e foi<br />

aplicado ain<strong>da</strong> um modificador orgânico (complexo vitamínico e mineral).<br />

Os tratamentos foram constituídos em função do nível <strong>de</strong> energia metabolizável<br />

e <strong>da</strong>s raças, sendo: D1 = a dieta contendo 2,71 Mcal/kg.MS <strong>de</strong> energia metabolizável<br />

(EM) e D2 = dieta contendo 2,2 Mcal/kg.MS <strong>de</strong> EM, como consta na Tabela 1. A oferta<br />

era ajusta<strong>da</strong> diariamente <strong>de</strong> forma a permitir 20% <strong>de</strong> sobras e <strong>de</strong>sta sobra era retira<strong>da</strong><br />

10% que foram acondiciona<strong>da</strong>s em freezer, juntamente com as amostras do alimento<br />

ofertado.


Tabela1. Participação dos ingredientes e composição química <strong>da</strong> dieta experimental<br />

com base na matéria seca<br />

Ingredientes (%) 2,71 Mcal/kg.MS 2,20 Mcal/kg.MS<br />

Farelo <strong>de</strong> milho 57 21<br />

Farelo <strong>de</strong> soja 5 6<br />

Melaço 1 1<br />

Núcleo mineral 1 1<br />

Calcário 1 1<br />

Feno <strong>de</strong> maniçoba 35 70<br />

Composição Química (%)<br />

Matéria seca 89,25 89,85<br />

Proteína bruta 12,23 12,16<br />

Energia metabolizável (Mcal/kg MS) 2,71 2,20<br />

Extrato etéreo 6,99 3,80<br />

Fibra em <strong>de</strong>tergente neutro 40,50 53,09<br />

Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido 20,22 33,46<br />

Medi<strong>da</strong>s zoométricas<br />

As medi<strong>da</strong>s foram realiza<strong>da</strong>s com a metodologia a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> <strong>de</strong> Garcia et al.<br />

(1998), Osório et al. (1998) e Calegari, (1999). Os animais ficaram em pé em uma<br />

superfície fixa e plana, evitando-se o máximo <strong>de</strong> movimentação, em segui<strong>da</strong> foram<br />

realiza<strong>da</strong>s as seguintes medi<strong>da</strong>s, com fita métrica e compasso, expressas em cm.<br />

Comprimento corporal:<br />

Método Espanhol: distância entra a articulação <strong>da</strong> ultima vértebra cervical com a<br />

primeira torácica, até a base <strong>da</strong> cau<strong>da</strong>;<br />

Método Neozelandês: distância <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o trocânter do fêmur até a face cranial <strong>da</strong><br />

articulação escápulo-umeral;<br />

Comprimento <strong>da</strong> perna: distância <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a tuberosi<strong>da</strong><strong>de</strong> coxal do ílio até a face<br />

lateral <strong>da</strong> articulação tíbio-tarsica;<br />

Altura do anterior: distância <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a região <strong>da</strong> cernelha (cartilagem <strong>da</strong> escapula e<br />

apófise espinhosa <strong>da</strong>s primeiras vértebras torácica) até a extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> distal do<br />

membro anterior;


Altura do posterior: distância <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a tuberosi<strong>da</strong><strong>de</strong> sacra, na garupa, até a<br />

extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> distal do membro posterior.<br />

Perímetro torácico: perímetro tomando-se como base a parte inferior do peito e a<br />

cernelha, passando a fita métrica <strong>de</strong>trás <strong>da</strong> paleta;<br />

Largura <strong>da</strong> garupa: distância entre os trocânteres maiores dos fêmures;<br />

Largura do peito: distância entre as faces laterais <strong>da</strong>s articulações escápuloumerais.<br />

Condição corporal: foi realiza<strong>da</strong> mediante palpação <strong>da</strong> região lombar (sobre as<br />

vértebras lombares, os músculos e gordura correspon<strong>de</strong>ntes) e esternal (massa<br />

muscular e gordura que envolve a ponta do esterno ate, aproxima<strong>da</strong>mente, 10-15<br />

cm ao longo do peito), classificando-os em escores <strong>de</strong> 0,0 a 5,0, obtendo –se o<br />

escore final <strong>da</strong> média <strong>da</strong>s notas lombar e esternal.<br />

Procedimentos para abate<br />

Antes do abate os animais foram pesados, obtendo-se seu peso vivo (PV), logo<br />

após foram submetidos a um jejum sólido e liquido <strong>de</strong> 16h; novamente pesados<br />

obtendo-se o peso vivo ao abate (PVA) e calculando-se a per<strong>da</strong> <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> ao jejum (PJ)<br />

pela razão PJ= PV- PVA/PV x 100.<br />

Os animais foram insensibilizados por atordoamento com concussão cerebral,<br />

seguido <strong>de</strong> sangria através <strong>da</strong> secção <strong>da</strong>s caróti<strong>da</strong>s e jugulares, com conseqüente<br />

recolhimento do sangue. Após a esfola e evisceração, o trato digestório (TD) foi<br />

pesado e esvaziado, para obtenção do peso do corpo vazio (PCV = PVA – conteúdo<br />

do trato digestório) e do rendimento ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro ou biológico, segundo metodologia<br />

<strong>de</strong> Silva Sobrinho (2002). Imediatamente após o abate foi anotado o peso <strong>da</strong> carcaça<br />

quente (PCQ), obtendo o rendimento <strong>da</strong> carcaça quente (RCQ).<br />

As carcaças permaneceram sob refrigeração em câmara fria em 4 ºC por 24<br />

horas, pendura<strong>da</strong>s pela articulação tarso-metatarsiana, em ganchos apropriados com<br />

distanciamento <strong>de</strong> 17 cm. Após este período, as carcaças foram pesa<strong>da</strong>s, para<br />

obtenção do peso <strong>da</strong> carcaça fria (PCF) e também calculado a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso pelo<br />

resfriamento (PPR) e o rendimento <strong>de</strong> carcaça fria (RCF) ou comercial.


Obtenção dos não-constituintes <strong>da</strong> carcaça<br />

Obtiveram-se os pesos dos não-constituintes <strong>da</strong> carcaça, que correspon<strong>de</strong>ram<br />

aos órgãos vermelhos (fígado, rins, aparelho respiratório, baço, coração) e os órgãos<br />

brancos (rúmen - retículo, omaso, abomaso, intestino <strong>de</strong>lgado e intestino grosso) e<br />

ain<strong>da</strong> os pesos <strong>da</strong>s patas, cabeça e pele. Posteriormente, foram esvaziados, lavados e<br />

pesados separa<strong>da</strong>mente, objetivando-se quantificar o conteúdo gastrintestinal, por<br />

diferença, CTGI =TGIC – TGIV em que TGIC (TGI cheio) e TGIV (TGI vazio).<br />

Foi <strong>de</strong>terminado o rendimento <strong>da</strong> “bucha<strong>da</strong>” através do somatório dos órgãos<br />

comestíveis (OC) e seu percentual em relação ao peso vivo ao abate, seguindo a<br />

metodologia <strong>de</strong> Costa (1990) através <strong>da</strong> fórmula: RB (%) = [(ΣOC (kg) / PVA (kg))] x<br />

100. O rendimento <strong>da</strong> “panela<strong>da</strong>” foi <strong>de</strong>terminado através do calculo do somatório <strong>da</strong><br />

bucha<strong>da</strong> + pés + cabeça, o OC foi constituído <strong>de</strong>: fígado, coração, esôfago, diafragma,<br />

pulmões e brônquios, sangue, estômagos, intestinos e gorduras.<br />

Medi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> carcaça<br />

Após o resfriamento, foram feitas as mensurações na carcaça, obtendo-se as<br />

seguintes medi<strong>da</strong>s feitas com fita métrica e compasso (cm):<br />

- comprimento externo <strong>da</strong> carcaça, pelo método espanhol (CEC-E): distância entre a<br />

articulação <strong>da</strong> última vértebra cervical com a primeira torácica, até a articulação <strong>da</strong> 2 a<br />

e 3 a vértebras coccígeas ;<br />

- Comprimento externo <strong>da</strong> carcaça, pelo método neo-zeolandês (CEC-NZ): distância<br />

entre a face lateral <strong>da</strong> articulação tíbio-tásica e a face cranial <strong>da</strong> articulação escapuloumeral;<br />

- Comprimento interno <strong>da</strong> carcaça (CIC): distância entre a bor<strong>da</strong> cranial do púbis, em<br />

seu ponto médio, e a bor<strong>da</strong> cranial <strong>da</strong> primeira costela em seu ponto médio;<br />

- Largura <strong>de</strong> garupa (LG): distância entre os trôcanteres maiores dos fêmures;


- Perímetro <strong>da</strong> garupa (PG): perímetro contornando a garupa, tomando-se como base<br />

os troncantêres maiores dos fêmures.<br />

- Profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> do tórax (PROFT): distância máxima entre o esterno e a cernelha <strong>da</strong><br />

carcaça;<br />

- Largura máxima do tórax (LMT): largura máxima entre as costelhas;<br />

- Comprimento <strong>da</strong> perna (CP): distância entre a face lateral <strong>da</strong> articulação tíbio-társica<br />

e o trocânter maior do fêmur.<br />

- Perímetro <strong>da</strong> perna (PP): perímetro <strong>de</strong>sta região anatômica em seu ponto médio;<br />

As carcaças foram avalia<strong>da</strong>s subjetivamente, para estimativa do seu grau <strong>de</strong><br />

conformação (GC): avaliação visual <strong>da</strong> carcaça (Figura 1), consi<strong>de</strong>rando-a como um<br />

todo em relação à espessura <strong>de</strong> seus planos musculares e adiposos, se conferindo valor<br />

1 para ca<strong>da</strong> conformação mais <strong>de</strong>ficiente e 5, para a excelente.<br />

Figura 1. Carcaça <strong>de</strong> caprinos nativos manti<strong>da</strong>s na câmara fria


Obtenção dos cortes comerciais e componentes corporais<br />

Após as medi<strong>da</strong>s objetivas e subjetivas as carcaças foram secciona<strong>da</strong>s em<br />

carcaça direita e esquer<strong>da</strong>, proce<strong>de</strong>ndo-se em segui<strong>da</strong> os cortes <strong>da</strong> carcaça <strong>de</strong> acordo<br />

com as metodologias <strong>de</strong>scritas por Osório et al. (1998), conforme po<strong>de</strong> ser visualizado<br />

na figura 2.<br />

- Pescoço: constituído pelo espaço entre a 1ª e a 7ª vértebra cervical;<br />

- Paleta: tendo como base óssea, a escápula, úmero, rádio, cartilagem <strong>da</strong> escápula, ulna<br />

e carpo;<br />

- Costelas: <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s pela composição <strong>da</strong> 6ª a 13ª vértebras torácicas e costelas<br />

correspon<strong>de</strong>ntes;<br />

- Lombo: vértebras lombares;<br />

- Perna: foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a base óssea do tarso, tíbia, fêmur, ísquio, púbis, vértebras<br />

sacras e as duas primeiras vértebras coccígeas;<br />

- 1/2 carcaça direita: composta por: pescoço, paleta, costelas, lombo e perna;<br />

- Cabeça e patas: A cabeça envolvi<strong>da</strong> pela pele foi separa<strong>da</strong> na 1ª vértebra cervical. As<br />

patas foram obti<strong>da</strong>s pela separação na articulação carpo metacarpiana e tarso<br />

metatarsiana.<br />

1<br />

2<br />

4<br />

3<br />

5<br />

Figura 2. Cortes comerciais na meia carcaça <strong>de</strong> caprinos 1 - Pescoço, 2 - Costelas, 3<br />

- Paleta, 4 - Lombo, 5 - Perna.


Área <strong>de</strong> olho <strong>de</strong> lombo e espessura <strong>de</strong> gordura<br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> área <strong>de</strong> olho <strong>de</strong> lombo foi realiza<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> um corte<br />

transversal entre a 13ª vértebra torácica e a 1ª lombar, em correspondência com a porção<br />

cranial do lombo, estabelecendo-se as seguintes medi<strong>da</strong>s: utilizando uma régua (cm):<br />

largura máxima (A) e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima (B). Para a espessura <strong>da</strong> gordura sobre o<br />

músculo foi utilizado um paquímetro digital (C).<br />

A<br />

B<br />

C


Figura 3. Mensurações no músculo longissumus dorsi, na altura <strong>da</strong> 13 a costela: A<br />

(largura máxima): B (profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima); - C (espessura mínima <strong>de</strong><br />

gordura).<br />

Análise estatística e <strong>de</strong>lineamento experimental<br />

O <strong>de</strong>lineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), num<br />

esquema fatorial 2 x 2 (2 raças e 2 dietas), com 10 repetições. Os <strong>da</strong>dos foram<br />

submetidos à análise <strong>de</strong> variância e, quando necessário, as médias compara<strong>da</strong>s pelo teste<br />

F a 5% <strong>de</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> através do programa estatístico SAS (1998), <strong>de</strong> acordo com o<br />

mo<strong>de</strong>lo matemático a baixo:<br />

Y ijk = µ + ri + ij + rik + erroijk:<br />

Y ijk = valor observado;<br />

µ ijk = media geral;<br />

r i = efeito raça;<br />

i j = efeito dieta;<br />

ri k = efeito <strong>da</strong> interação raça X dieta, e;<br />

erro ijk = efeito do erro experimental nas parcelas.


RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Medi<strong>da</strong>s zoométricas<br />

As médias <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s zoométricas e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>da</strong>s raças Canindé<br />

e Moxotó estão apresenta<strong>da</strong>s na Tabela 2. Não foi observa<strong>da</strong> influência (P>0,05) <strong>da</strong><br />

interação raça x dieta em nenhuma <strong>da</strong>s variáveis analisa<strong>da</strong>s neste estudo. Com relação<br />

às medi<strong>da</strong>s corporais em relação a raça, tanto o comprimento Neozelandês (55,82 cm)<br />

como o espanhol (58,57 cm), não houve efeito significativo (P>0,05). Menezes et al.<br />

(2005) estu<strong>da</strong>ndo <strong>de</strong>sempenho e medi<strong>da</strong>s zoométricas <strong>de</strong> caprinos <strong>de</strong> diferentes grupos<br />

raciais, encontraram para comprimento corporal os seguintes resultados para animais<br />

alpinos, ½ boer e ¾ boer todos estes animais com i<strong>da</strong><strong>de</strong> variando <strong>de</strong> 60 a 120 dias,<br />

valores médios dos dois métodos: 68,7; 67,0 e 65,7 cm respectivamente. Estes<br />

resultados foram superiores ao encontrado neste trabalho, porém as raças estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s por<br />

os autores são exóticas e esses animais são <strong>de</strong> maior porte que os nativos. Já Yáñez et<br />

al. (2004) estu<strong>da</strong>ndo cabritos Saanen com peso médio <strong>de</strong> 20 kg encontraram valores<br />

inferiores ao do presente trabalho 55,8cm para comprimento corporal.<br />

Para a altura do dorso e <strong>da</strong> garupa encontrou-se neste trabalho valores médios <strong>de</strong><br />

53,7 e 55,65 cm respectivamente, e estes valores foram superiores ao encontrados por<br />

Menezes et al. (2007), com animais ¾ boer (53,2 e 53,7 cm) e inferior aos encontrados<br />

por Yáñez et al. (2004) em cabritos Saanen com peso <strong>de</strong> 20 kg (59,9 e 56,9 cm). As raça<br />

Moxotó e Canindé são raças nativas, e estas raças são predominantes em regiões <strong>de</strong><br />

vegetação caatinga, por isto estes animais levam vantagem para se locomover nesta<br />

região.<br />

Para o comprimento <strong>da</strong> perna, largura <strong>de</strong> peito, largura <strong>de</strong> garupa, perímetro do<br />

tórax, <strong>da</strong> coxa, <strong>da</strong> garupa, comprimento <strong>da</strong> perna e o escore o efeito <strong>da</strong> raça não foi<br />

observado influencia significativa (P>0,05). Observa-se na Tabela 2 que estas medi<strong>da</strong>s<br />

estão <strong>de</strong>ntro do padrão racial <strong>da</strong> raça Moxotó e Canindé <strong>de</strong> acordo com Ribeiro et al.<br />

(2004).<br />

A dieta influenciou significativamente (P0,05). Os animais que<br />

alimentaram-se com a dieta contendo 2,71 Mcal/kg MS, apresentaram maior valor para<br />

perímetro <strong>de</strong> garupa, este resultado (72,25 cm) foi superior ao dos alimentados com a


ação contendo 2,20 Mcal/kg MS que foi <strong>de</strong> 63,33 cm. Porém, todos os resultados estão<br />

<strong>de</strong>ntro do padrão racial <strong>da</strong>s raças estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s. (Ribeiro et al., 2004)<br />

Tabela 2. Médias <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s zoométricas, <strong>de</strong>svio padrão e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong><br />

caprinos nativos criados em confinamento<br />

Variáveis<br />

Raças Dietas (Mcal/kgMS)<br />

Moxoto Canindé 2,71 2,2<br />

CV (%)<br />

Comprimento neozolandês (cm) 55,10 56,55 56,95 54,70 4,96<br />

Comprimento espanhol (cm) 57,75 59,40 60,05 57,10 6,05<br />

Altura do dorso (cm) 53,45 53,95 54,75 52,65 6,37<br />

Altura <strong>da</strong> garupa (cm) 54,95 56,35 56,50 54,80 6,15<br />

Comprimento <strong>da</strong> perna (cm) 30,95 31,80 32,15 30,60 13,20<br />

Largura <strong>de</strong> peito (cm) 15,43 15,88 16,18 15,13 10,10<br />

Largura <strong>de</strong> garupa (cm) 15,10 15,45 15,65 14,90 10,66<br />

Perímetro do tórax (cm) 74,35 76,05 77,00 73,40 5,80<br />

Perímetro <strong>da</strong> coxa (cm) 36,20 36,60 38,45 34,35 13,22<br />

Perímetro <strong>da</strong> garupa (cm) 65,23 70,35 72,25 A 63,33 B 15,19<br />

Comprimento <strong>da</strong> perna (cm) 47,75 48,30 48,85 47,20 6,74<br />

Escore (1-5) 3,33 3,50 3,83 A 3,00 B 23,32<br />

Médias segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> letras diferentes nas linhas diferem pelo teste F a 5% <strong>de</strong><br />

probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Letras minúsculas refere-se a raças e letras maiúsculas refere-se a dieta<br />

Os cabritos submetidos ao maior nível energético na dieta, observou-se que<br />

houve diferença significativa (P


por resfriamento, peso do corpo vazio, rendimento biológico, espessura <strong>de</strong> gordura e o<br />

grau <strong>de</strong> conformação <strong>da</strong> carcaça estão apresentados na Tabela 3.<br />

Quando comparado as raças, houve efeito significativo (P0,05), encontrousse os seguintes resultados: 46,62% e 55,25% para a<br />

raça Moxotó, e para a Canindé 47,62% e 55,95%.<br />

A espécie caprina apresenta rendimento <strong>de</strong> carcaça quente <strong>de</strong> 39 a 54% (Anous<br />

& Mourad, 2001), rendimento comercial ou <strong>de</strong> carcaça fria <strong>de</strong> 38 a 51% (Dhan<strong>da</strong> et al.,<br />

2003) e rendimento ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro ou biológico <strong>de</strong> 51 a 57% (Sen et al., 2004). Essas<br />

variações são influencia<strong>da</strong>s, em geral, por fatores como raça, i<strong>da</strong><strong>de</strong>, peso ao abate, sexo<br />

e sistema <strong>de</strong> criação.<br />

Tabela 3. Médias dos rendimentos <strong>de</strong> carcaça e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> caprinos<br />

confinados alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia<br />

Variáveis<br />

Raças<br />

Dietas<br />

(Mcal/kgMS) CV (%)<br />

Moxotó Canindé 2,71 2,2<br />

Peso inicial (kg) 15,29 15,15 15,46 14,97 13,47<br />

Peso final (kg) 19,96 b 21,65 a 22,88 A 18,73 B 11,36<br />

Peso vivo abate pos jejum (kg) 18,81 b 20,49 a 21,74 A 17,57 B 10,68<br />

% Per<strong>da</strong>s pos jejum 5,73 5,31 4,91 6,12 46,00<br />

Peso carcaça quente (kg) 8,77 b 9,87 a 10,83 A 7,81 B 13,91<br />

Rendimento carcaça quente (%) 46,42 47,62 49,69 A 44,34 B 5,91<br />

Peso carcaça fria (kg) 8,44 b 9,64 a 10,53 A 7,55 B 14,11<br />

Rendimento carcaça fria (%) 44,59 46,51 48,33 A 42,78 B 5,71<br />

Per<strong>da</strong>s por resfriamento (%) 3,93 b 2,30 a 2,74 3,48 52,89<br />

Peso do corpo vazio (kg) 15,87 b 17,49 a 18,93 A 14,42 B 12,09<br />

Rendimento biológico (%) 55,25 55,95 57,10 A 54,09 B 4,72<br />

Espessura <strong>de</strong> gordura (cm) 0,87 b 1,01 a 1,02 0,86 3,45<br />

Conformação <strong>da</strong> carcaça (1-5) 3,03 b 3,38 a 3,50 A 2,90 B 23,77<br />

Médias segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> letras diferentes nas linhas diferem pelo teste F a 5% <strong>de</strong><br />

probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Letras minúsculas refere-se a raças e letras maiúsculas refere-se a dieta


Os resultados referentes aos rendimentos condizem com os encontrados por<br />

outros autores. Bellaver et al. (1983), avaliando características <strong>de</strong> carcaça <strong>de</strong> quatro<br />

raças caprinas do Nor<strong>de</strong>ste brasileiro (Moxotó, Canindé, Marota e Reparti<strong>da</strong>),<br />

encontraram rendimentos <strong>de</strong> carcaça quente e fria <strong>de</strong> 39,5 e 40,6%, respectivamente.<br />

Costa et al. (1990), estu<strong>da</strong>ndo características <strong>de</strong> caprinos nativos criados em sistema<br />

tradicional <strong>de</strong> manejo no Nor<strong>de</strong>ste do Brasil, verificaram rendimento <strong>de</strong> carcaça quente<br />

e fria em torno <strong>de</strong> 34,5 e 39,4%, respectivamente.<br />

Quando comparamos o efeito <strong>da</strong> dieta, os animais que consumiram a ração com<br />

maior nível <strong>de</strong> energia apresentaram maiores resultados para o peso vivo final,<br />

rendimento <strong>de</strong> carcaça fria, rendimento <strong>de</strong> carcaça quente e o rendimento biológico:<br />

22,88 kg; 49,69; 48,33 e 57,10% respectivamente. Já os animais que receberam a dieta<br />

com menor energia, para estas variáveis encontraram os seguintes resultados: 18,73 kg;<br />

44,34; 42,78; 54,09%.<br />

A influência do peso vivo final sobre o rendimento <strong>da</strong> carcaça po<strong>de</strong> ser altera<strong>da</strong><br />

pelo conteúdo gastrintestinal, o qual, por sua vez, é influenciado pelo número <strong>de</strong> horas<br />

em jejum a que os animais são submetidos e pelo tipo <strong>de</strong> dieta. Mattos et al. (2006),<br />

estu<strong>da</strong>ndo dois níveis <strong>de</strong> alimentação para caprinos <strong>da</strong> raça Moxotó e Canindé<br />

obteveram resultados semelhantes ao encontrados neste trabalho. Animais que<br />

submeteram a uma restrição alimentar <strong>de</strong> 30% obtiveram os seguintes valores: 19,42<br />

kg; 45,95; 43,56 e 53,88%; os animais que receberam alimentação a vonta<strong>de</strong><br />

apresentaram melhor resultado 26 kg, 48,09, 46,01 e 55,42%.<br />

As per<strong>da</strong>s por resfriamento que são <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />

carcaça quando manti<strong>da</strong>s na câmara fria e as reações químicas ocorri<strong>da</strong>s no músculo<br />

durante o resfriamento, os animais que receberam uma dieta com maior energia<br />

obtiveram melhor resultado quando comparado ao <strong>de</strong> menor energia 2,74% e 3,48%.<br />

Estes resultados são explicados já que os animais que receberam a dieta com 2,71<br />

Mcal/kgMS tinham uma maior cobertura <strong>de</strong> gordura na carcaça, esta cobertura evita a<br />

per<strong>da</strong> <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carne. Mattos et al. (2006) trabalhando com as mesmas raças <strong>de</strong>ste<br />

trabalho encontraram resultados inferiores ao do nosso trabalho, on<strong>de</strong> animais que<br />

submeteu-se a um restrição alimentar apresentou 4,35%, já os que receberam<br />

alimentação a vonta<strong>de</strong> 5,21%.


Medi<strong>da</strong>s morfométricas<br />

A morfométria <strong>da</strong> carcaça permite avaliar a conformação <strong>da</strong> mesma<br />

objetivamente. Os resultados <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s morfométricas <strong>da</strong>s carcaças obtidos neste<br />

experimento estão apresentados na Tabela 4.<br />

A analise dos resultados revelou que não houve efeito significativo (P>0,05)<br />

quando comparousse raças para nenhuma <strong>da</strong>s variáveis, porém, a raça Canindé<br />

apresentou melhores resultados para to<strong>da</strong>s as variáveis estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s do que a raça Moxotó.<br />

Para o comprimento Neozolandês, comprimento Espanhol, comprimento interno <strong>da</strong><br />

carcaça os animais <strong>da</strong> raça Moxotó apresentaram os seguintes resultados: 59,28; 47,63;<br />

56,50 cm respectivamente. Já para os <strong>da</strong> raça Canindé temos: 61,93; 49,80; 58,53 cm.<br />

Para comprimento <strong>da</strong> perna, perímetro <strong>da</strong> coxa, perímetro <strong>da</strong> garupa e perímetro do<br />

tórax os resultados encontrados na raça Moxotó foram: 32,35; 27,08; 41,50 e 60,25 cm.<br />

Estas mesmas variáveis avaliando a raça Canindé encontramos: 32,48; 28,30; 42,68 e<br />

60,53 cm.<br />

Porém quando o efeito estu<strong>da</strong>do foi a dieta, houve efeito significativo (P


Tabela 4. Médias <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s morfométricas e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> caprinos<br />

alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia<br />

Variáveis<br />

Raças Dietas (Mcal/kgMS)<br />

CV (%)<br />

Moxotó Canindé 2,71 2,20<br />

Comprimento neozolandês (cm) 59,28 61,93 61,98 59,23 7,09<br />

Comprimento espanhol (cm) 47,63 49,80 49,93 47,50 4,77<br />

Com interno <strong>da</strong> carcaça (cm) 56,50 58,53 59,40 A 55,63 B 6,10<br />

Comprimento <strong>da</strong> perna (cm) 32,35 32,48 33,23 31,60 7,14<br />

Perímetro <strong>da</strong> coxa (cm) 27,08 28,30 28,48 26,90 8,90<br />

Perímetro <strong>da</strong> garupa (cm) 41,50 42,68 44,30 A 39,88 B 7,60<br />

Largura máxima <strong>da</strong> garupa (cm) 17,75 17,83 18,03 17,55 7,95<br />

Largura mínima <strong>da</strong> garupa (cm) 13,63 13,70 14,08 13,25 10,17<br />

Perímetro do tórax (cm) 60,25 60,53 63,05 A 57,73 B 4,30<br />

Profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> do tórax (cm) 24,58 24,93 25,53 A 23,98 B 3,93<br />

Largura máxima do tórax (cm) 13,13 13,48 13,83 12,78 15,01<br />

Médias segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> letras diferentes nas linhas diferem pelo teste F a 5% <strong>de</strong><br />

probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Letras minúsculas refere-se a raças e letras maiúsculas refere-se a dieta<br />

Cortes comerciais<br />

Os valores médios e coeficiente <strong>de</strong> variação dos cortes comerciais (kg) e seus<br />

rendimentos utilizados no presente experimento foram: paleta, perna, pescoço, lombo e<br />

costilhar, para a raça Moxotó encontram os seguintes resultados em kg: 0,85; 1,24;<br />

0,38; 0,42 e 1,05 respectivamente. Os animais Canindés para estas mesmas variáveis<br />

encontramos: 0,95; 1,41, 0,39, 0,52 e 1,20 kg. Diante dos resultados apresentados<br />

po<strong>de</strong>mos ver que a raça Canindé se mostrou superior ao Moxotó. Mattos et al. (2006)<br />

estu<strong>da</strong>ndo a mesmas raças não encontraram diferenças significativas. Para a raça<br />

Moxotó os mesmos autores encontraram 1,02, 1,485, 0,66, 0,50 e 0,94 kg, para Canindé<br />

encontraram 1,0, 1,44, 0,61, 0,47 e 0,91 kg, respectivamente.<br />

Quando comparamos o efeito <strong>da</strong> dieta, os animais que receberam a dieta 2,71<br />

Mcal/kg MS apresentaram resultados superiores ao <strong>da</strong> dieta 2,2 Mcal/kg MS, ou seja, a<br />

alimentação dos animais influenciou diretamente os pesos <strong>da</strong>s carcaças e com isto<br />

influenciou nos cortes: paleta 1,03 kg, perna 1,50 kg, pescoço 0,43 kg, lombo 0,56 kg e


costilhar 1,33 kg para a dieta <strong>de</strong> maior nível energético. Já para a dieta <strong>de</strong> menor nível<br />

os resultados foram 0,77, 1,15, 0,34, 0,39, 0,92 kg.<br />

As dietas não sendo isoenergéticas, contribuiram para os resultados obtidos. À<br />

medi<strong>da</strong> que aumentou o teor <strong>de</strong> energia na ração aumentou também o peso <strong>de</strong>stes<br />

cortes. Já no caso <strong>de</strong> seus percentuais em relação ao peso <strong>da</strong> carcaça fria (PCF), não<br />

houve efeito significativo. A paleta, perna, lombo e costilhar, são os cortes <strong>de</strong> maior<br />

valor comercial em caprinos. Constatando-se que o nível mais alto <strong>de</strong> alimentação<br />

(maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia consumi<strong>da</strong>), influenciou contribuindo para o acréscimo<br />

do tecido adiposo em pesos mais elevados, e com isso valorizando os cortes comercias.<br />

Tabela 5. Médias dos pesos e percentagem dos cortes comerciais e coeficiente <strong>de</strong><br />

variação <strong>de</strong> caprinos nativos alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia<br />

Raças Dietas (Mcal/ kg.MS)<br />

Variáveis (kg)<br />

CV (%)<br />

Moxotó Canindé 2,71 2,2<br />

Peso ½ Carcaça 3,94 b 4,48 a 4,85 A 3,57 B 14,10<br />

Paleta 0,85 b 0,95 a 1,03 A 0,77 B 17,47<br />

Perna 1,24 b 1,41 a 1,50 A 1,15 B 14,75<br />

Pescoço 0,38 0,39 0,43 A 0,34 B 23,37<br />

Lombo 0,42 b 0,52 a 0,56 A 0,39 B 21,82<br />

Costilhar 1,05 1,20 1,33 A 0,92 B 17,00<br />

(%)<br />

Paleta 21,4 21,2 21,26 21,44 7,85<br />

Perna 31,54 31,58 32,17 30,95 7,38<br />

Pescoço 9,5 b 8,6 a 8,76 9,47 17,13<br />

Lombo 10,71 11,69 11,39 11,00 15,41<br />

Costilhar 26,55 26,62 27,44 25,74 9,31<br />

Médias segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> letras diferentes nas linhas diferem pelo teste F a 5% <strong>de</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Letras minúsculas refere-se a raças e letras maiúsculas refere-se a dieta<br />

Mattos et al. (2006) estu<strong>da</strong>ndo níveis <strong>de</strong> restrição alimentar em caprinos <strong>da</strong>s<br />

mesmas raças estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s neste trabalho, encontraram para estas variáveis os seguintes<br />

resultados: 1,17; 1,68; 0,73; 0,58 e 1,11 kg, estes valores foram os encontrados nos<br />

animais que receberam alimentação a vonta<strong>de</strong>, sem nenhuma restrição. Os resultados<br />

apresentados por estes autores comprovam que, a alimentação influencia diretamente<br />

nos pesos dos cortes comerciais, animais que sofreram restrição alimentar ou que


alimentaram-se com uma dieta com menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia apresentaram paleta,<br />

perna,costilhar, pescoço e lombo menos pesados.<br />

Apesar <strong>da</strong> resposta positiva do nível <strong>de</strong> energia sobre os pesos dos cortes<br />

comerciais <strong>da</strong> carcaça, torna-se necessária a avaliação em termos percentuais, para<br />

verificar a importância <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> corte em relação ao peso <strong>da</strong> carcaça fria.<br />

Os resultados obtidos consi<strong>de</strong>rando-se a semelhança entre as raças, quanto às<br />

porcentagens dos cortes, reforçam a lei <strong>da</strong> harmonia anatômica (Siqueira et al., 2001)<br />

<strong>de</strong> que, em carcaças com pesos e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> gordura similares, quase to<strong>da</strong>s as<br />

regiões corporais se encontram em proporções semelhantes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong><br />

conformação dos genótipos consi<strong>de</strong>rados.<br />

Yáñez (2002) encontrou reduções nas proporções <strong>da</strong>s costelas e aumento nas <strong>de</strong><br />

paleta e pescoço com o aumento <strong>da</strong> restrição alimentar; to<strong>da</strong>via, as proporções <strong>da</strong>s<br />

pernas, costelas e baixos mantiveram-se constantes. A participação dos cortes na<br />

carcaça permite uma avaliação qualitativa, pois <strong>de</strong>ve apresentar a melhor proporção<br />

possível <strong>de</strong> cortes com maior conteúdo <strong>de</strong> tecidos comestíveis, principalmente<br />

músculos (Yáñez, 2002), ou ain<strong>da</strong>, a melhor proporção possível <strong>de</strong> cortes <strong>de</strong> interesse<br />

ao consumidor.<br />

Componentes não constituintes <strong>de</strong> carcaça<br />

Os valores médios <strong>de</strong> peso e rendimento <strong>da</strong>s vísceras abdominais, representa<strong>da</strong>s<br />

pelo fígado, rins, rúmen/retículo, omaso, abomaso, intestinos <strong>de</strong>lgado e grosso<br />

encontram-se na Tabela 6.<br />

Quando comparamos o efeito <strong>da</strong> raça, ocorreu efeito significativo (P0,05), porém os<br />

valores encontrados neste trabalho estão <strong>de</strong>ntro do padrão <strong>da</strong> raça Moxotó e Canindé.<br />

Mattos et al. (2006), estu<strong>da</strong>ndo diferentes níveis <strong>de</strong> alimentação encontraram<br />

para peso <strong>de</strong> algumas vísceras os seguintes resultados em kg para a raça Moxotó:<br />

coração 0,09; fígado 0,35; pulmão 0,16; língua 0,07; sangue 0,87. Para Canindé os<br />

valores são: 0,10; 0,32; 0,16; 0,07; 0,75 kg respectivamente.


Para peso <strong>da</strong> língua (0,07 kg) foi encontrado resultado semelhante por Rosa et<br />

al. (2002), em caprinos SRD nativos do Nor<strong>de</strong>ste. Para o coração os valores<br />

apresentados por Bueno et al. (1999), que avaliaram animais <strong>da</strong> raça Saanen<br />

corroboram com os <strong>de</strong>ste trabalho. Além <strong>da</strong>s diferenças no peso <strong>de</strong> abate dos animais,<br />

as diferenças no rendimento <strong>de</strong> coração po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>ver a influência <strong>da</strong> técnica <strong>de</strong><br />

separação dos órgãos utiliza<strong>da</strong> pelos diferentes autores, a qual nem sempre segue<br />

exatamente a linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação anatômica.<br />

Tabela 6. Médias dos componentes não constituintes <strong>de</strong> carcaça e coeficiente <strong>de</strong><br />

variação <strong>de</strong> caprinos nativos alimentados com diferentes níveis <strong>de</strong> energia<br />

Variáveis<br />

Dietas<br />

CV<br />

Raças<br />

(Mcal/kgMS)<br />

(%)<br />

Moxotó Canindé 2,71 2,2<br />

Peso do corpo vazio (kg) 15,87 17,49 18,93 A 14,42 B 12,09<br />

Sangue (kg) 0,75b 0,81a 0,85 A 0,71 B 14,59<br />

Pulmão (kg) 0,16 b 0,19 a 0,18 0,17 21,26<br />

Diafragmas (kg) 0,05 0,06 0,06 0,05 28,10<br />

Traquéia+esôfago (kg) 0,10 0,09 0,10 0,09 21,04<br />

Baço (kg) 0,03 0,03 0,03 0,02 20,43<br />

Coração (kg) 0,09 0,10 0,10 A 0,08 B 18,29<br />

Língua (kg) 0,07 0,07 0,07 0,07 17,34<br />

Pâncreas (kg) 0,04 0,04 0,05 A 0,03 B 38,8<br />

Fígado (kg) 0,29 0,32 0,34 A 0,27 B 17,59<br />

Rins (kg) 0,06 0,06 0,06 A 0,05 B 12,39<br />

Trato gastrointestinal cheio (kg) 4,36 4,47 4,37 4,46 14,17<br />

Trato gastrointestinal vazio (kg) 1,41 1,47 1,57 1,31 21,41<br />

Conteúdo gastrointestinal (kg) 2,95 3,00 2,81 3,14 19,64<br />

Gordura omental (kg) 0,41 b 0,58 a 0,68 A 0,30 B 38,86<br />

Gordura mesentérica (kg) 0,16 0,17 0,21 A 0,12 B 55,36<br />

Gordura perirenal (kg) 0,37 0,41 0,53 A 0,25 B 63,30<br />

Cabeça (kg) 1,32 1,26 1,36 A 1,23 B 11,37<br />

Patas (kg) 0,52 0,56 0,60 A 0,48 B 8,93<br />

Peles (kg) 1,25 1,25 1,36 A 1,14 B 15,06<br />

Rendimento bucha<strong>da</strong> (%) 18,27 18,58 18,85 18,01 11,99<br />

Rendimento panela<strong>da</strong> (%) 28,11 27,53 27,89 27,75 8,30<br />

Médias segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> letras diferentes nas linhas diferem pelo teste F a 5% <strong>de</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Letras minúsculas refere-se a raças e letras maiúsculas refere-se a dieta<br />

A dieta teve efeito significativo (P


com menor nível energético: 0,71; 0,08; 0,27 e 1,31 kg, respectivamente. Estes<br />

resultados estão semelhantes ao encontrados por Mattos et al. (2006) em animais que<br />

foram alimentados a vonta<strong>de</strong>, apresentaram para estas variáveis os seguintes resultados:<br />

0,92; 0,12; 0,40 e 1,09 kg. Em animais que tiveram restrição <strong>de</strong> 30% na sua dieta os<br />

resultados foram menores: 0,70; 0,07; 0,27 e 0,91 kg.<br />

A influência do nível <strong>de</strong> energia sobre o peso <strong>de</strong> órgãos <strong>de</strong> crescimento precoce<br />

como coração, fígado, pulmão e rins, provavelmente pelo fato dos animais terem<br />

consumido mais, com um maior aporte <strong>de</strong> nutrientes ocasionando assim um possível<br />

incremento na taxa metabólica. A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento ingeri<strong>da</strong> durante o período<br />

experimental foi responsável pelo maior <strong>de</strong>senvolvimento (kg) do trato gastrintestinal<br />

vazio.


CONCLUSÕES<br />

A raça Canindé apresentou, neste estudo, melhores resultados para rendimentos<br />

<strong>de</strong> carcaça e cortes comerciais (pescoço, perna, costilhar, lombo e paleta) quando<br />

compara<strong>da</strong> a raça Moxotó.<br />

Os animais que consumiram a dieta com maior nível <strong>de</strong> energia<br />

(2,71Mcal/kg.MS) obtiveram maiores rendimentos <strong>de</strong> carcaça e cortes comerciais<br />

(pescoço, perna, costilhar, lombo e paleta) quando compara<strong>da</strong> aos animais que<br />

consumiram a dieta com menor nível <strong>de</strong> energia (2,20 Mcal/kg.MS).


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1572, 2004.


Capítulo III<br />

Características Físicas, Químicas e Sensoriais <strong>da</strong> carne <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong> <strong>da</strong>s Raças Canindé<br />

e Moxotó Criados em Sistema <strong>de</strong> Confinamento, Alimentados com Dois Níveis <strong>de</strong><br />

Energia


Características Físicas, Químicas e Sensoriais <strong>da</strong> Carne <strong>de</strong> <strong>Caprinos</strong> <strong>da</strong>s Raças<br />

Canindé e Moxotó Criados em Sistema <strong>de</strong> Confinamento, Alimentados com Dois<br />

Níveis <strong>de</strong> Energia<br />

Resumo: Objetivou-se com esse trabalho avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carne caprina <strong>da</strong>s raças<br />

Canindé e Moxotó criados em sistema <strong>de</strong> confinamento, alimentados com dois níveis<br />

<strong>de</strong> energia. O experimento foi realizado na Estação Experimental <strong>de</strong> São João do Cariri,<br />

<strong>da</strong> UFPB. Utilizou-se 40 animais, todos machos, castrados, sendo 20 animais <strong>da</strong> raça<br />

Moxotó e 20 animais <strong>da</strong> raça Canindé. Utilizaram-se duas dietas, sendo uma <strong>de</strong> alto<br />

valor energético 2,71 (Mcal/kg MS), com uma relação volumoso: concentrado (V:C) <strong>de</strong><br />

35:65 e outra <strong>de</strong> baixo valor energético 2,20 (Mcal/kg MS), sendo a relação V:C <strong>de</strong><br />

70:30. Foram avaliados os parâmetros físicos (pH e cor), composição centesimal<br />

(umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, proteína, lipí<strong>de</strong>os e cinzas) e a análise sensorial. Os animais <strong>da</strong> raça Moxotó<br />

apresentaram uma carne com um maior teor <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> (75,5%) do que os <strong>da</strong> raça<br />

Canindé (73,87), como também sua carne foi mais macia e suculenta quando<br />

compara<strong>da</strong> a raça Canindé. A dieta não influenciou (P>0,05) na composição centesimal<br />

<strong>da</strong> carne, porém, influenciou na analise sensorial. A dieta com maior nível <strong>de</strong> energia<br />

obtiveram uma carne mais macia e suculenta. Tanto o efeito <strong>da</strong> raça quanto o <strong>da</strong> dieta<br />

não influenciou significativamente (P>0,05) a cor <strong>da</strong> carne nem o pH. O valor médio<br />

encontrado neste trabalho para pH foi 5,95. Para as variáveis <strong>da</strong> cor L*, a* e b*<br />

apresentaram os seguintes resultados 23,36; 8,36 e 20,49 respectivamente. Animais <strong>da</strong><br />

raça Moxotó quando comparado com a raça Canindé apresentaram carnes com maior<br />

teor <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mais macia, suculenta, diferenciando-se quando alimentados com o<br />

maior nível <strong>de</strong> energia.<br />

Palavras chaves: Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> carne caprina; raças nativas; feno <strong>de</strong> Maniçoba


Physical, chemical and Sensorial of meat breeds of goats and Canindé Moxotó<br />

Created in Containment System, supplied at Two Levels of Energy<br />

Abstract: The objective of this work is to evaluate the quality of meat goat breeds<br />

Canindé Moxotó and raised in confinement system, fed with two levels of energy. The<br />

experiment was conducted at the Experimental Station of St. John the Cariri of UFPB. It<br />

was used 40 animals, all male, castrated, and 20 animals of racial Moxotó and 20<br />

animals of the race Canindé. Using two diets, one high-energy 2.71 (Mcal / kg DM),<br />

with a forage: concentrate (F: C) in 35:65 and another low in energy 2.20 (Mcal / kg<br />

MS), and the V: C, 70:30. We evaluated the physical parameters (pH and color),<br />

proximate composition (moisture, protein, lipid and ash) and sensory analysis. The<br />

animals race Moxotó had a beef with a higher moisture content (75.5%) than those of<br />

race Canindé (73.87), but its meat was more ten<strong>de</strong>r and juicy when compared to racial<br />

Canindé. The diet had no effect (P> 0.05) proximate composition of meat, however,<br />

influenced the sensory analysis. The diet with a higher energy level had a meat more<br />

ten<strong>de</strong>r and juicy. Both the effect of race on the diet did not affect significantly (P> 0.05)<br />

the color of the meat or the pH. The average value found in this study for pH was 5.95.<br />

For the variables of color L *, a * b * showed the following results 23.36, 8.36 and<br />

20.49 respectively. Animals race Moxotó compared to the race Canindé had meat with<br />

higher moisture content, more ten<strong>de</strong>r, juicy, differentiating when fed with the highest<br />

energy level.<br />

Key words: hay maniçoba ; native breeds; quality of goat meat


INTRODUÇÃO<br />

A carne caprina é consumi<strong>da</strong> por milhares <strong>de</strong> pessoas ao redor do mundo, sendo<br />

consumi<strong>da</strong>s, mesmo que em pequena escala, em todos os países, uma vez que não<br />

existem tabus religiosos ou culturais aplicados ao consumo <strong>da</strong>s mesmas, a exemplo <strong>da</strong><br />

carne bovina (hindus) e <strong>da</strong> carne suína (mulçumanos). Esta espécie vem se<br />

sobressaindo, ao longo <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s, como uma <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s opções <strong>de</strong>ntre as carnes<br />

vermelhas, por seu valor nutricional e suas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s organolépticas. As vantagens<br />

comparativas, em termos nutricionais, <strong>da</strong> carne <strong>de</strong> caprino relativamente às <strong>de</strong>mais<br />

carnes consumi<strong>da</strong>s no mercado, estão relaciona<strong>da</strong>s aos baixos teores <strong>de</strong> gorduras e<br />

colesterol, à alta digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e aos elevados níveis <strong>de</strong> proteína e ferro. Outra<br />

característica que vem sendo referencia para a carne é o baixo teor <strong>de</strong> gorduras e<br />

elevado índice <strong>de</strong> ácidos graxos insaturados (Dias et al., 2008).<br />

A maciez, a suculência, a cor, o odor, e o sabor <strong>da</strong> carne caprina são atributos<br />

que estão relacionados com a satisfação do consumidor. O valor comercial <strong>da</strong> carne está<br />

baseado no seu grau <strong>de</strong> aceitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por estes consumidores, estes estão<br />

correlacionado aos parâmetros <strong>de</strong> palatabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do produto. As características <strong>da</strong> carne<br />

que contribuem com a "palatabili<strong>da</strong><strong>de</strong>" são aquelas agradáveis aos olhos, nariz e<br />

pala<strong>da</strong>r, <strong>de</strong>ntre elas sobressaem os aspectos organolépticos <strong>de</strong> sabor ou "flavour" e <strong>de</strong><br />

suculência. Ambas as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser influencia<strong>da</strong>s por diversos fatores, os<br />

quais exercem forte influência na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s gorduras.<br />

Nos últimos anos o interesse pela carne caprina tem crescido, em função<br />

também <strong>de</strong> suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s nutricionais, pois apresenta baixos teores <strong>de</strong> colesterol,<br />

gordura satura<strong>da</strong> e calorias, quando compara<strong>da</strong> com as <strong>de</strong>mais carnes vermelhas<br />

(Madruga et al, 2005).<br />

No Brasil, o consumo direto e a preferência é por carne <strong>de</strong> animais jovens,<br />

<strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> “cabrito”, caracteriza<strong>da</strong> por ser mais macia, mais suculenta e possuir<br />

sabor e odor característicos menos intensos. A carne <strong>de</strong> animais adultos não tem a<br />

mesma aceitação, haja vista apresentar menor maciez, textura mais firme associados a<br />

um sabor e odor característicos mais intenso <strong>da</strong> espécie e in<strong>de</strong>sejável pelo consumidor.<br />

A carne caprina vem sendo pesquisa<strong>da</strong> sobre os aspectos sensoriais, enfatizando-se a<br />

influência <strong>de</strong> alguns fatores pré-abate neste parâmetro <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Vale ressaltar que a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, no tocante à carne caprina, está relaciona<strong>da</strong> a diversos fatores relativos ao


animal, ao meio, à nutrição, ao manejo antes do abate e às condições <strong>de</strong> processamento<br />

e conservação <strong>da</strong>s carcaças após o abate (Sañudo, 2002).<br />

Dentre os fatores “anti-mortem”, a raça é um dos fatores altamente<br />

correlacionados com a maciez. Historicamente a carne dos animais nativos é<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> como dura, porque esses animais são criados à pastos em nenhum tipo <strong>de</strong><br />

suplementação, com isto aumenta a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abate, se comparados com as raças<br />

exóticas que são abatidos precocemente. Diante <strong>de</strong>sse diagnóstico, foi preconizado por<br />

vários técnicos <strong>da</strong> área, modificações no sistema <strong>de</strong> criação, visando obter carcaças com<br />

maior acabamento (maior cobertura <strong>de</strong> gordura) e oriun<strong>da</strong>s <strong>de</strong> animais mais jovem, a<br />

fim <strong>de</strong> resolver os problemas <strong>de</strong> maciez <strong>de</strong> carne caprina (Zapata et al., 2000)<br />

Animais confinados ou suplementados à pasto ten<strong>de</strong>m a apresentar melhor<br />

acabamento <strong>de</strong> gordura em menos tempo, <strong>de</strong>vido a uma alimentação mais rica em<br />

energia, sendo assim, os caprinos serão abatidos mais cedo. O nível <strong>de</strong> energia na ração<br />

influencia diretamente na maciez <strong>da</strong> carne, pois quanto maior for o teor energético <strong>da</strong><br />

ração, maior será a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> gordura na carcaça, e, esta <strong>da</strong>rá maciez e suculência na<br />

carne (Madruga et al., 2005).<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar as características físicas, químicas e<br />

sensoriais <strong>da</strong> carne <strong>de</strong> caprinos <strong>da</strong>s raças Moxotó e Canindé criados em sistema <strong>de</strong><br />

confinamento na região semi-ári<strong>da</strong> <strong>da</strong> Paraíba, alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia.


MATERIAL E MÉTODOS<br />

Local<br />

O experimento foi realizado na Estação Experimental <strong>de</strong> Pesquisa em Pequenos<br />

Ruminantes, do Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias <strong>da</strong> UFPB, localiza<strong>da</strong> no município <strong>de</strong> São<br />

João do Cariri-PB. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> esta localiza<strong>da</strong> na microrregião do Cariri Oci<strong>de</strong>ntal <strong>da</strong><br />

Paraíba, entre as coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s 7° 23’ 27” <strong>de</strong> Latitu<strong>de</strong> sul e 36° 31' 58” <strong>de</strong> Longitu<strong>de</strong><br />

Oeste, <strong>de</strong>ntro do semi-árido nor<strong>de</strong>stino. Durante o período experimental as temperaturas<br />

médias diárias, a média máxima e a média <strong>da</strong>s temperaturas mínimas registra<strong>da</strong>s foram:<br />

28,11°C; 28,49°C e 21,21°C, respectivamente, com umi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa média <strong>de</strong> 57,41%.<br />

Animais e tratamentos<br />

Foram utilizados 40 animais, sendo 20 animais <strong>da</strong> raça Moxotó e 20 Canindé,<br />

todos machos castrados, com i<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>de</strong> cinco meses e peso médio inicial <strong>de</strong> 15,2 ±<br />

1,91 kg. Os animais ficaram confinados por um período <strong>de</strong> 107 dias, sendo 21 dias <strong>de</strong><br />

a<strong>da</strong>ptação, em 4 galpões abertos, cobertos com telhas <strong>de</strong> cerâmica, piso em chão batido,<br />

orientados no sentido leste-oeste, compostos por 10 baias individuais em ca<strong>da</strong> galpão,<br />

medindo uma área <strong>de</strong> 3,75 m 2 por baia, provi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> comedouro e bebedouro individual,.<br />

Os animais foram i<strong>de</strong>ntificados através <strong>de</strong> brincos nas orelhas, pesados no início do<br />

experimento e semanalmente, para controle do <strong>de</strong>senvolvimento corporal. No período<br />

pré-experimental eles receberam uma dose <strong>de</strong> vermífugo, com reforço após 21 dias e foi<br />

aplicado ain<strong>da</strong> um modificador orgânico (complexo vitamínico e mineral).<br />

Os tratamentos foram constituídos em função do nível <strong>de</strong> energia metabolizável<br />

e <strong>da</strong>s raças, sendo: D1 = a dieta contendo 2,71 Mcal/kg.MS <strong>de</strong> energia metabolizável<br />

(EM) e D2 = dieta contendo 2,20 Mcal/kg.MS <strong>de</strong> energia metabolizável como consta na<br />

Tabela 1. A oferta era ajusta<strong>da</strong> diariamente <strong>de</strong> forma a permitir 20% <strong>de</strong> sobras e <strong>de</strong>sta<br />

sobra era retira<strong>da</strong> 10% que foram acondiciona<strong>da</strong>s em freezer, juntamente com as<br />

amostras do alimento ofertado.


Tabela1. Participação dos ingredientes e composição química <strong>da</strong> dieta experimental<br />

com base na matéria seca<br />

Ingredientes (%) 2,71 Mcal/kg.MS 2,20 Mcal/kg.MS<br />

Farelo <strong>de</strong> milho 57 21<br />

Farelo <strong>de</strong> soja 5 6<br />

Melaço 1 1<br />

Núcleo mineral 1 1<br />

Calcário 1 1<br />

Feno <strong>de</strong> maniçoba 35 70<br />

Composição Química (%)<br />

Matéria seca 89,25 89,85<br />

Proteína bruta 12,23 12,16<br />

Energia metabolizável (Mcal/kg MS) 2,71 2,20<br />

Extrato etéreo 6,99 3,80<br />

Fibra em <strong>de</strong>tergente neutro 40,50 53,09<br />

Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido 20,22 33,46<br />

Amostragem<br />

Terminado o período <strong>de</strong> confinamento os animais foram submetidos a um jejum<br />

hídrico-alimentar <strong>de</strong> 16 horas e abatidos <strong>de</strong> acordo com a metodologia <strong>de</strong>scrita por.<br />

Osório et al. (1998).<br />

Os animais foram atordoados por concussão cerebral, suspensos pelos membros<br />

posteriores e sangrados, perfurando a veia jugular e a artéria caróti<strong>da</strong>, com coleta e<br />

pesagem do sangue. Após a evisceração, foram obtidos os pesos dos componentes não<br />

constituintes <strong>da</strong> carcaça. As carcaças foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s por animal e tratamento e,<br />

transporta<strong>da</strong>s para uma câmara fria, on<strong>de</strong> permaneceram por um período <strong>de</strong> 24 horas a<br />

uma temperatura <strong>de</strong> 4 ˚C. Após este período as carcaças foram secciona<strong>da</strong>s em carcaça<br />

direita e esquer<strong>da</strong>, proce<strong>de</strong>ndo em segui<strong>da</strong> os cortes comerciais: pescoço, paleta,<br />

costelas, lombo e perna. De ca<strong>da</strong> animal foi guar<strong>da</strong>do o lombo, para analise<br />

posteriomente.<br />

Os lombos foram retirados do freezer e colocados sob refrigeração por 24 horas<br />

para o <strong>de</strong>scongelamento, seguido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sossa, retirou-se o músculo longissimus dorsi o<br />

qual foi fracionado em duas partes iguais para analises sensorial e a composição


centesimal. Aproxima<strong>da</strong>mente 250 g <strong>de</strong> tecido muscular <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> lombo foram<br />

utilizados para as análises como esta exemplificado na Figura1.<br />

Figura 1. Amostra para composição centesimal<br />

Métodos analíticos<br />

As análises físicas (pH e cor), composição centesimal (umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, cinza, proteínas<br />

e lipí<strong>de</strong>os) e a analise sensorial foram realiza<strong>da</strong>s no laboratório <strong>de</strong> Bromatólogia no<br />

Departamento do Centro <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> (CCS), pertencente a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba.<br />

Analises física<br />

pH<br />

Analise do pH foi feita por meio <strong>de</strong> potenciômetro digital (Digimed PS2),<br />

segundo procedimentos AOAC (2000). Do mesmo músculo foi feita 3 leituras,<br />

posteriormente foi calculado uma média para ca<strong>da</strong> animal.<br />

Cor<br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> cor foi feita mediante colorímetro Minolta CR-200, o qual<br />

<strong>de</strong>termina as coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s L*, a* e b*, responsáveis pela luminosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, teor <strong>de</strong><br />

vermelho e teor <strong>de</strong> amarelo, respectivamente (Miltenburg et al., 1992). Para avaliação<br />

<strong>da</strong> cor, foi feito 3 leituras em diferentes locais no músculo (longissimus dorsi) <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

animal, <strong>de</strong>pois foi calculado uma média <strong>de</strong>stes resultados.


Analises <strong>de</strong> composição centesimal<br />

Umi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> foi realiza<strong>da</strong> seguindo a metodologia <strong>de</strong>scrita <strong>da</strong><br />

AOAC (2000). Pesou-se 3 g <strong>da</strong> amostra em cápsula previamente tara<strong>da</strong>, aquece-se em<br />

estufa a 105 °C por 24 horas (Figura 2), resfria-se em <strong>de</strong>ssecador ate temperatura<br />

ambiente, pesou-se novamente e através <strong>da</strong> formula foi encontra<strong>da</strong> a umi<strong>da</strong><strong>de</strong> conti<strong>da</strong><br />

na amostra: Umi<strong>da</strong><strong>de</strong> = (100xN)/P; on<strong>de</strong> N é a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso em grama, P é igual a<br />

numero <strong>de</strong> grama <strong>da</strong> amostra.<br />

Figura 2. Estufa utiliza<strong>da</strong> para obtenção <strong>da</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Cinzas ou resíduo mineral<br />

Pesou-se 3 g <strong>da</strong> amostra em cadinho <strong>de</strong> porcelana previamente tarado,<br />

carbonizou totalmente a amostra em chapa aquecedora, em segui<strong>da</strong> incinerou em mufla<br />

a 550 °C (Figura 3), ate que as cinzas fiquem totalmente brancas e sem pontos pretos.<br />

Resfriou ate temperatura ambiente e pesou novamente e através <strong>da</strong> formula foi<br />

encontra<strong>da</strong> o teor <strong>de</strong> cinzas contido na amostra: Cinzas = (100xN)/P; on<strong>de</strong> N é o


numero <strong>de</strong> gramas <strong>de</strong> cinzas; P é o numero <strong>de</strong> gramas <strong>da</strong> amostra. Foi realiza<strong>da</strong><br />

segundo os procedimentos analíticos <strong>da</strong> AOAC (2000).<br />

Figura 3. Mufla on<strong>de</strong> as amostras foram incinera<strong>da</strong>s<br />

Proteína<br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> proteína foi realiza<strong>da</strong> segundo os procedimentos analíticos<br />

<strong>da</strong> AOAC (2000). Pesou-se 1g <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> amostra e embrulhou em papel manteiga,<br />

transferiu este embrulho para um tubo <strong>de</strong> Kje<strong>da</strong>hl, adicionou 5g <strong>da</strong> mistura catalítica, 7<br />

mL <strong>de</strong> acido sulfúrico concentrado e 3 pedrinhas <strong>de</strong> porcelana. Estes tubos foram<br />

levados para um digestor, a temperatura inicial <strong>de</strong> 55 °C e aos poucos esta temperatura<br />

foi aumentando gra<strong>da</strong>tivamente ate atingir a temperatura <strong>de</strong> 300 °C. A digestão foi<br />

finaliza<strong>da</strong> quando a solução apresentou-se incolor.<br />

Após a digestão esperou a solução esfriar por completo e só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> fria<br />

iniciou a <strong>de</strong>stilação (Figura 4). Adicionou a solução já digeri<strong>da</strong> 1ml <strong>da</strong> solução <strong>de</strong><br />

fenolftaleina e conecta o tubo ao <strong>de</strong>stilador <strong>de</strong> Kjel<strong>da</strong>hl. Em um erlenmeyer <strong>de</strong> 125 mL<br />

colocou-se 25 mL <strong>de</strong> acido bórico a 4%, este erlenmeyer é mergulhado a saí<strong>da</strong> do<br />

con<strong>de</strong>sador, a temperatura foi manti<strong>da</strong> na posição 2, após aquecer adiciona uma solução<br />

<strong>de</strong> NaOH a 40% lentamente ate conseguir pH alcalino, ocorrendo mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> cor<br />

alaranja<strong>da</strong> para marrom. Após esta viragem <strong>de</strong> cor acontecer aumentou a temperatura


do <strong>de</strong>stilador ate a posição 8 afim <strong>de</strong> promover a <strong>de</strong>stilação. Quando o volume do<br />

erlenmeyer atingiu 75 mL esta solução foi retira<strong>da</strong> e leva<strong>da</strong> para a titulação. As<br />

amostras foram titula<strong>da</strong>s com acido clorídrico 0,1N, após a titulação foi anotado o<br />

volume gasto do acido e através <strong>da</strong> formula foi encontrado o valor <strong>de</strong> proteína <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

amostra: Proteínas Totais = (VA-VB)xfaxFx0,14 /P. On<strong>de</strong> Va é o volume <strong>de</strong> acido<br />

clorídrico; VB volume acido clorídrico gasto no branco; fa é o fator <strong>de</strong> correção <strong>da</strong><br />

solução <strong>de</strong> acido clorídrico; F 6,36 (fator <strong>de</strong> correspondência do nitrogênio) e P o peso<br />

<strong>da</strong> amostra.<br />

Figura 4. Amostras esfriando após a digestão<br />

Lipídios totais<br />

A extração <strong>de</strong> lipídios foi feita através <strong>da</strong> metodologia <strong>de</strong> Folch et al. (1957).<br />

Pesou-se 2 g <strong>da</strong> amostra, adicionou 30 mL <strong>da</strong> mistura <strong>de</strong> clorofórmio:metanol (2:1) a<br />

mistura foi agita<strong>da</strong> por 3 minutos em um triturador Biomatic (Figura 5), cobriu-se a<br />

lateral do vidro com papel alumínio para evitar a evaporação, após a trituração esta<br />

mistura foi filtra<strong>da</strong> em papel <strong>de</strong> filtro qualitativo em uma proveta <strong>de</strong> 100 mL com boca<br />

esmerilha<strong>da</strong>. Adicionou 10 mL do solvente para lavagem do vidro, foi anotado o<br />

volume final do extrato filtrado que estava na proveta.<br />

Após a filtragem foi adicionado 20% do volume final do extrato <strong>da</strong> proveta <strong>de</strong><br />

sulfato <strong>de</strong> sódio a 1,5%, a proveta foi <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente fecha<strong>da</strong> e a mistura foi bem agita<strong>da</strong> e<br />

<strong>de</strong>pois ficou em repouso para que acontecesse a separação, a solução foi dividi<strong>da</strong> em<br />

duas fases a superior e a inferior, anotou-se rigorosamente o volume <strong>da</strong> fase inferior.


Tomou-se 5 mL <strong>da</strong> extrato inferior com uma pipeta volumétrica e transferiu para um<br />

béquer previamente tarado, este béquer foi levado para uma estufa a 90 °C para<br />

evaporar a mistura do solvente. Após a evaporação o béquer foi levado para um<br />

<strong>de</strong>ssecador ate esfriar, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> frio o béquer foi novamente pesado.<br />

Figura 5. Triturador Biomatic<br />

Análise sensorial<br />

Para a analise sensorial foi aplicado o teste <strong>da</strong> analise <strong>de</strong>scritiva<br />

quantitativa utilizando-se um painel composto por 11 provadores treinados,<br />

segindo-se a metodologia <strong>de</strong> Faria-Yotsuyanagi (2002).<br />

Inicialmente foram pré-selecionados 20 pessoas <strong>de</strong> ambos os sexos, com i<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

entre 20 e 50 anos, formado por estu<strong>da</strong>ntes <strong>de</strong> graduação em Nutrição e <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em Ciências e Tecnologia <strong>de</strong> Alimentos <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba.<br />

Na etapa <strong>de</strong> pré-seleção avaliaram-se a afini<strong>da</strong><strong>de</strong> dos candi<strong>da</strong>tos com o produto, à<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo, o interesse em participar dos testes, os parâmetros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

hábitos, mediante a aplicação <strong>de</strong> um questionário. A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> visual e a habili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em usar escalas dos candi<strong>da</strong>tos a provador foram avalia<strong>da</strong>s através do teste <strong>da</strong>s figuras<br />

geométricas.<br />

Dos 20 prováveis provadores 11 foram selecionados e treinados em analise<br />

sensorial <strong>da</strong> carne caprina, enfatizando-se a avaliação sensorial dos atributos <strong>de</strong> textura,


suculência e dureza. Para o treinamento na avaliação do atributo textura foi aplica<strong>da</strong> o<br />

teste triangular no qual ca<strong>da</strong> provador recebeu três amostras, sendo duas iguais e uma<br />

diferente, <strong>de</strong> carne bovina dos cortes lombo (dura) e file mingon (macia). Foi solicitado<br />

a ca<strong>da</strong> provador que i<strong>de</strong>ntificasse a amostra diferente em relação a textura (Apêndice 1,<br />

2 e 3).<br />

Uma equipe <strong>de</strong> 11 provadores treinados realizaram as análises sensoriais. Ca<strong>da</strong><br />

atributo foi pontuado numa escala <strong>de</strong> 1 a 9, <strong>de</strong> tal forma que 1 referiu-se à condição<br />

menos favorável e 9 à mais favorável (Apêndice 4), em relação aos parâmetros<br />

sensoriais <strong>de</strong>, dureza, suculência, sabor, odor e cor. Ca<strong>da</strong> provador repetiu 3 vezes a<br />

sensorial.<br />

Durante o treinamento foi efetua<strong>da</strong> a calibração do grill elétrico utilizado no<br />

preparo <strong>da</strong>s amostras, com o uso <strong>de</strong> um termômetro digital (Delta OHM mo<strong>de</strong>lo HD<br />

9218) até atingir 71°C no centro geométrico, o que levou oito minutos, quatro minutos<br />

para ca<strong>da</strong> lado <strong>da</strong> porção prepara<strong>da</strong> (Figura 6). Para a avaliação <strong>da</strong>s amostras, a carne<br />

foi corta<strong>da</strong> em cubos <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 2,0 cm <strong>de</strong> aresta, submeti<strong>da</strong>s a tratamento<br />

térmico, conforme calibração, e sem adição <strong>de</strong> nenhum condimento, quando então<br />

foram acondicionados em embalagens térmicas. Foram servidos, a ca<strong>da</strong> julgador, quatro<br />

cubos <strong>de</strong> carne cozi<strong>da</strong> nas embalagens codificados com números aleatórios <strong>de</strong> três<br />

dígitos, seguindo-se um balanceamento <strong>da</strong> posição <strong>da</strong>s amostras proposto por Macfie et<br />

al. (1989).<br />

Os testes foram realizados em cabines individuais, sob condições <strong>de</strong> temperatura<br />

e iluminação controla<strong>da</strong>s. As amostras ficaram embala<strong>da</strong>s em papel alumínio e<br />

acondiciona<strong>da</strong>s em um aquecedor, para manter a temperatura até a realização <strong>da</strong> análise.<br />

A ficha <strong>de</strong> avaliação foi entregue junto com as amostras <strong>de</strong> carne caprina.<br />

Figura 6. Preparação <strong>da</strong> carne para analise sensorial


Análise estatística e <strong>de</strong>lineamento experimental<br />

O <strong>de</strong>lineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), num<br />

esquema fatorial 2 x 2 (2 raças e 2 dietas), com 10 repetições para a analise físicoquímica<br />

e <strong>da</strong> cor e para a analise sensorial foi utilizado 11 repetições que foi o numero<br />

dos provadores. Os <strong>da</strong>dos foram submetidos à análise <strong>de</strong> variância e, quando necessário,<br />

as médias compara<strong>da</strong>s pelo teste F a 5% <strong>de</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> através do programa<br />

estatístico SAS (1998), <strong>de</strong> acordo com o mo<strong>de</strong>lo matemático a baixo:<br />

Y ijk = µ + ri + ij + rik + erroijk:<br />

Y ijk = valor observado;<br />

µ ijk = media geral;<br />

r i = efeito raça;<br />

i j = efeito dieta;<br />

ri k = efeito <strong>da</strong> interação raça X dieta, e;<br />

erro ijk = efeito do erro experimental nas parcelas.


RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Composição centesimal<br />

Valores médios e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>da</strong> composição centesimal estão<br />

apresentados na Tabela 2. Não foi observa<strong>da</strong> influencia (P>0,05) <strong>da</strong> interação raça x<br />

dieta sobre to<strong>da</strong>s as variáveis analisa<strong>da</strong>s neste estudo.<br />

O teor <strong>de</strong> energia na dieta não apresentou nenhum efeito significativo (P>0,05)<br />

na composição centesimal <strong>da</strong> carne caprina. A dieta contendo 2,20 Mcal/kg.MS<br />

apresentou resultados semelhantes aos animais que consumiram um maior valor<br />

energético.<br />

A umi<strong>da</strong><strong>de</strong> na composição <strong>da</strong> carne é muito importante, pois a sua presença<br />

influencia no sabor, suculência e maciez <strong>da</strong> carne. Na presente pesquisa raça influenciou<br />

significativamente (P0,05) para o efeito<br />

<strong>da</strong> raça nem para a dieta. Os animais <strong>da</strong> raça Moxotó apresentaram 22,57% e os <strong>da</strong> raça<br />

Canindé 22,12%, para o valor médio <strong>de</strong> proteína. Estes resultados concor<strong>da</strong>m com os<br />

encontrados na literatura. Madruga et al.( 2008) estu<strong>da</strong>ndo as mesmas raças citaram<br />

para proteína os seguintes valores: Moxotó 21,4% e para a raça Canindé 22,1%. Dias et<br />

al. (2008) estu<strong>da</strong>ndo a raça Anglo-nubiana, encontraram resultados inferiores ao <strong>de</strong>ste<br />

trabalho (18,7%). Os resultados <strong>de</strong>ste trabalho condiz com os apresentados por Arru<strong>da</strong><br />

(2003), que em revisão <strong>de</strong> literatura sobre carne caprina, reporta valores 20,74% para<br />

proteína.<br />

Segundo Madruga et al. (1999) a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> proteína presente na carne<br />

caprina é influencia<strong>da</strong> pela i<strong>da</strong><strong>de</strong> do animal, em que animais mais velhos apresentam


uma maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> proteína na sua composição. Tovar-Luna et al.(2007) tambem<br />

afirmaram que animais mais pesados, apresentam na composição <strong>de</strong> sua carne um teor<br />

<strong>de</strong> proteína maior que animais mais leves.<br />

Tabela 2. Médias <strong>da</strong> composição centesimal e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> caprinos<br />

nativos criados em sistema <strong>de</strong> confinamento alimentados com dois níveis <strong>de</strong><br />

energia<br />

Dieta<br />

Variáveis<br />

CV<br />

Raças<br />

(Mcal/kg.MS)<br />

(%)<br />

(%)<br />

Moxotó Canindé 2,71 2,20<br />

Umi<strong>da</strong><strong>de</strong> 75,50a 73,87b 74,32 75,05 2,12<br />

Proteína 22,57 22,12 22,16 22,53 4,75<br />

Lipí<strong>de</strong>os 3,51 4,14 4,17 3,48 38,84<br />

Cinzas 1,03 0,98 1,02 0,99 7,38<br />

Médias segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> letras diferentes nas linhas diferem pelo teste F a 5% <strong>de</strong><br />

probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Letras minúsculas refere-se a raças e letras maiúsculas refere-se a dieta<br />

A concentração média <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os foi 3,51% para a raça Moxotó e 4,14% para<br />

a Canindé. Não sendo influencia<strong>da</strong> significativamente (P>0,05) esta variável. Madruga<br />

et al. (2008) estu<strong>da</strong>ndo as mesmas raças encontraram resultados inferiores ao <strong>de</strong>ste<br />

trabalho, para a raça Moxotó 2,8% e para a Canindé 2,7%. O teor <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os é<br />

importante estar presente na composição <strong>da</strong> carne, pois, sua presença interfere<br />

diretamente na suculência, maciez e sabor <strong>da</strong> carne. Madruga et al., 1999 afirmaram que<br />

a i<strong>da</strong><strong>de</strong> influenciou no teor <strong>de</strong> gordura, animais mais jovens apresentaram menos<br />

gordura na sua composição muscular, os nutrientes ingeridos por estes animais são<br />

convertidos em na formação <strong>da</strong> sua estrutura física (formação <strong>de</strong> ossos e tecidos). Como<br />

neste estudo os animais eram <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>s aproxima<strong>da</strong>s isto possivelmente justifica o fato<br />

<strong>de</strong> não ter acontecido efeito significativo para o teor <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os quando o fator estu<strong>da</strong>do<br />

foi a raça. Outro fator que influencia diretamente na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os na carne é a<br />

alimentação que estes animais receberam, pois to<strong>da</strong> a energia em excesso consumi<strong>da</strong> é<br />

converti<strong>da</strong> em tecido <strong>de</strong> reserva.<br />

Os valores médios apresentados neste estudo para cinzas <strong>de</strong>monstra não haver<br />

efeito significativo (P>0,05), entre as raças com teores <strong>de</strong> 1,03% para a Moxotó e os <strong>da</strong><br />

raça Canindé 0,98%. Estes resultados condizem com os encontrados na literatura.<br />

Madruga et al. (2008) estu<strong>da</strong>ndo as mesmas raças encontraram resultados semelhantes


ao <strong>de</strong>ste estudo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> raça o valor encontrado por estes autores foi 1%.<br />

Madruga et al. (1999) avaliando o efeito <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abate encontrou resultados<br />

aproximados ao <strong>de</strong>sta pesquisa, sendo que os animais mais jovens (175 dias) para cinzas<br />

apresentaram o seguinte resultado 0,99% e os <strong>de</strong> 265 dias apresentaram 0,88%.<br />

Segundo Gaili et al.(1985) o teor <strong>de</strong> cinzas diminui com o aumento <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

animais mais jovens apresentam na composição <strong>de</strong> seus músculos uma maior<br />

concentração <strong>de</strong> cinzas. A dieta também não influenciou (P>0,05) os resultados<br />

encontrados neste estudo para cinzas. O fato <strong>da</strong> dieta não influenciar os resultados<br />

encontrados para cinzas po<strong>de</strong> ter sido em função <strong>da</strong>s rações terem sido formula<strong>da</strong>s para<br />

aten<strong>de</strong>rem as exigências nutricionais dos animais, sendo assim, nenhum dos animais<br />

teve restrição mineral.<br />

Características sensoriais<br />

Os valores médios e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>da</strong> analise sensorial <strong>da</strong> carne <strong>de</strong><br />

caprinos <strong>da</strong> raça Canindé e Moxoto estão contidos na Tabela 3. Ca<strong>da</strong> variável <strong>de</strong>sta<br />

tabela foi pontuado numa escala <strong>de</strong> 1 a 9, <strong>de</strong> tal forma que 1 referiu-se à condição<br />

menos favorável e 9 à mais favorável.<br />

Tabela 3. Medias <strong>da</strong> analise sensorial e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> caprinos nativos<br />

criados em sistema <strong>de</strong> confinamento alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia<br />

Dieta<br />

CV<br />

Variáveis<br />

Raças<br />

(Mcal/kg.MS)<br />

(%)<br />

Moxotó Canindé 2,71 2,20<br />

Dureza 2,77a 3,63b 2,93A 3,77B 32,61<br />

Suculência 4,23a 3,69b 4,27A 3,66B 26,75<br />

Sabor 4,20 4,36 4,29 4,32 27,14<br />

Odor 4,23 4,09 4,06 4,23 24,93<br />

Cor 3,79 4,07 3,62A 4,19B 27,26<br />

Médias segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> letras diferentes nas linhas diferem pelo teste F a 5% <strong>de</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Letras minúsculas refere-se a raças e letras maiúsculas refere-se a dieta<br />

Para o atributo dureza verificou-se que houve efeito significativo (P


3,63 em uma escala <strong>de</strong> 1 a 9. Observando-se o efeito <strong>da</strong> dieta, a com maior nível <strong>de</strong><br />

energia (2,71 Mcal/kg.MS) apresentou resultado mais favorável 2,93 do que a <strong>de</strong> menor<br />

nível <strong>de</strong> energia (2,2Mcal/kg.MS) 3,77.<br />

A raça Moxotó apresentou carne mais suculenta quando compara<strong>da</strong> a raça<br />

Canindé, neste estudo a raça influenciou significativamente (P


Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas – Cor e pH<br />

Na Tabela 4 estão apresenta<strong>da</strong>s os valores médios <strong>de</strong> cor <strong>da</strong> carne (L*, a* e b*:)<br />

<strong>de</strong> caprinos <strong>da</strong>s raças Moxotó e Canindé e o coeficiente <strong>de</strong> variação. O efeito <strong>da</strong> raça e<br />

<strong>da</strong> dieta não influenciou significativamente (P>0,05) a coloração <strong>da</strong> carne. A raça<br />

Moxotó apresentou 22,92, 8,16 e 20,56 para L*, a* e b*, respectivamente, e, a Canindé<br />

23,80, 8,56 e 20,43, para os mesmos. Kadim et al. (2004) relataram que o efeito do<br />

genótipo não influenciou na cor <strong>da</strong> carne. Também afirmam que a alimentação, o tipo<br />

<strong>de</strong> músculo e o sistema <strong>de</strong> criação interferem na coloração <strong>da</strong> carne.<br />

Tabela 4. Medias <strong>da</strong> cor (L*, a* e b*), pH e coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> caprinos nativos<br />

criados em confinamento alimentados com dois níveis <strong>de</strong> energia<br />

Dieta<br />

CV<br />

Variáveis<br />

Raças<br />

(Mcal/kg.MS)<br />

(%)<br />

Moxotó Canindé 2,71 2,20<br />

L* 22,92 23,80 22,69 24,03 8,56<br />

a* 8,16 8,56 8,01 8,71 9,60<br />

b* 20,56 20,43 20,62 20,37 4,89<br />

pH 5,89a 6,09b 5,96 6,02 4,92<br />

Médias segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> letras diferentes nas linhas diferem pelo teste F a 5% <strong>de</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Letras minúsculas refere-se a raças e letras maiúsculas refere-se a dieta<br />

Madruga et al. (2008), trabalhando com o músculo Semimembranosus <strong>de</strong><br />

caprinos Moxotó apresentaram para L*, a* e b*: 37,52, 16,8 e 11,6 e para a raça<br />

Canindé 46,1, 10,8 e 10,6, respectivamente.<br />

A letra L* representa a luminosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carne sendo seu valor diretamente<br />

influenciado pelo pH <strong>da</strong> carne, quanto mais áci<strong>da</strong> for a carne menor será o valor <strong>de</strong> L*.<br />

A carne com baixo pH e baixo valor <strong>de</strong> L* será uma carne vermelho muito escuro<br />

puxado para marrom. O valor b* normalmente <strong>de</strong>termina a coloração amarela, que é<br />

influenciado pela presença <strong>de</strong> betacaroteno, esta coloração é influencia<strong>da</strong> pela<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gordura. Como no presente estudo, os animais apresentaram valores<br />

aproximados para o teor <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os na carne, isto po<strong>de</strong> se justificar o fato <strong>de</strong> não ter<br />

ocorrido diferença significativa no efeito raça nem dieta para esta variável.<br />

Essas diferenças estão relaciona<strong>da</strong>s com a proporção dos diferentes tipos <strong>de</strong><br />

fibras nos músculos. Naqueles em que predominam fibras do tipo I que é o caso do<br />

músculo <strong>da</strong> perna, o valor <strong>de</strong> a* ten<strong>de</strong> a ser maior, <strong>de</strong>vido ao elevado teor <strong>de</strong>


mioglobina nesta região, sendo assim, carne se torna mais vermelha, do que naqueles<br />

com predomínio <strong>de</strong> fibras do tipo IIB, como é o caso do músculo localizado no lombo<br />

do animal, apresentando uma carne menos vermelha. (Prata, 1999).<br />

A raça influenciou significativamente (P


CONCLUSÕES<br />

Animais <strong>da</strong> raça Moxotó quando comparado com a raça Canindé apresentaram<br />

carnes com maior teor <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mais macia, suculenta.<br />

Os animais que consumiram a dieta com maior nível <strong>de</strong> energia (2,71<br />

Mcal/kg.MS) apresentaram carne mais macia e suculenta quando comparado aos<br />

animais que consumiram a dieta com menor nível <strong>de</strong> energia (2,20 Mcal/kg.MS).


REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS<br />

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APÊNDICES


QUESTIONÁRIO<br />

Nome: .....................................................................................................................................................<br />

En<strong>de</strong>reço: .................................................................................................................................................<br />

Telefone resi<strong>de</strong>ncial: ................................ Celular:................................ Trabalho:...............................<br />

Profissão:.................................................. E-mail: .................................................................................<br />

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino<br />

Faixa etária: ( ) 15 – 20 anos ( ) 20 – 30 anos<br />

( ) 30 – 40 anos ( ) 40 – 50 anos ( ) 50 – 60 anos<br />

Escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>: Ensino fun<strong>da</strong>mental ( ) incompleto ( ) completo<br />

Ensino médio ( ) incompleto ( ) completo<br />

Ensino superior ( ) incompleto ( ) completo<br />

Pós-graduação ( ) incompleto ( ) completo<br />

Existe algum dia ou horário durante o qual você não po<strong>de</strong>rá participar <strong>da</strong>s sessões <strong>de</strong> <strong>de</strong>gustação?<br />

Indique o período em que você preten<strong>de</strong> tirar férias este ano.<br />

Cite alimentos e ingredientes que você não po<strong>de</strong> comer ou beber por razões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou que não<br />

tolera.<br />

Você tem conhecimento <strong>de</strong> que seja alérgico a algum alimento? Qual?<br />

Você usa prótese <strong>de</strong>ntária (fixa ou móvel) ou aparelho ortodôntico?<br />

Indique o quanto você gosta <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>sses produtos:<br />

Carne bovina Carne ovina Carne caprina<br />

Gosto muito ( ) ( ) ( )<br />

Gosto regularmente ( ) ( ) ( )<br />

Gosto ligeiramente ( ) ( ) ( )<br />

Nem gosto, nem <strong>de</strong>sgosto ( ) ( ) ( )<br />

Desgosto ligeiramente ( ) ( ) ( )<br />

Desgosto regularmente ( ) ( ) ( )<br />

Desgosto muito ( ) ( ) ( )<br />

Com que freqüência você consome carnes?<br />

( ) menos <strong>de</strong> 1 vez por mês ( ) 1 a 2 vezes por mês ( ) 1 vez por semana<br />

( ) 2 a 3 vezes por semana ( ) 4 vezes ou mais semana ( ) todos os dias ( ) nunca<br />

Quais os tipos <strong>de</strong> cortes <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> sua preferência?<br />

Cite carnes que você consi<strong>de</strong>re:<br />

Muito duras: .............................................................................................................................................<br />

Média dureza:...........................................................................................................................................<br />

Pouca dureza:............................................................................................................................................<br />

Cite três tipos <strong>de</strong> produtos alimentícios que apresentam característica <strong>de</strong> suculência?<br />

Apêndice 1.Mo<strong>de</strong>lo do questionário usado no recrutamento <strong>de</strong> julgadores.


Nome __________________________________________<br />

Data: __________<br />

Você está recebendo três amostras <strong>de</strong> carne. Duas amostras são iguais e uma<br />

é diferente. Por favor, prove as amostras <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> para a direita e<br />

i<strong>de</strong>ntifique, com um círculo, a amostra diferente quanto a TEXTURA.<br />

--------- ---------- ----------<br />

Comentários: _________________________________________________<br />

Apêndice 2. Mo<strong>de</strong>lo <strong>da</strong> ficha do teste triangular emprega<strong>da</strong> na pré-seleção dos<br />

julgadores.<br />

TERMOS<br />

DESCRITIVOS<br />

DEFINIÇÃO<br />

Força necessária para comprimir um<br />

POUCA<br />

REFERÊNCIAS<br />

MUITA<br />

pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> carne entre os <strong>de</strong>ntes<br />

FILÉ MIGNON<br />

PEITO<br />

DUREZA<br />

molares, avalia<strong>da</strong> na primeira mordi<strong>da</strong>.<br />

BOVINO<br />

BOVINO<br />

Percepção <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> líquido<br />

SUCULÊNCIA<br />

liberado <strong>da</strong> amostra <strong>de</strong> carne na boca,<br />

LAGARTO<br />

FILÉ MIGNON<br />

após a 5ª mastiga<strong>da</strong>.<br />

BOVINO<br />

BOVINO<br />

Apêndice 3. Ficha <strong>de</strong> instrução para avaliação dos atributos dureza e suculência <strong>da</strong><br />

carne.


NOME: ______________________________ AMOSTRA: ________- DATA: ____/____/____<br />

Você está recebendo um pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> carne caprina. Avalie o ODOR<br />

característico <strong>da</strong> carne e a COR mais agradável. Por favor, coloque o pe<strong>da</strong>ço entre os<br />

<strong>de</strong>ntes molares e dê a 1ª mordi<strong>da</strong>. Avalie a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> percebi<strong>da</strong> para DUREZA,<br />

colocando um traço vertical na escala correspon<strong>de</strong>nte. Depois continue mastigando, e<br />

após a 5ª mastiga<strong>da</strong> avalie a SUCULÊNCIA <strong>da</strong> amostra na escala correspon<strong>de</strong>nte. E<br />

por fim, avalie a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> do SABOR percebido.<br />

DUREZA<br />

pouca<br />

muita<br />

SUCULÊNCIA<br />

pouca<br />

muita<br />

SABOR<br />

pouco<br />

muito<br />

ODOR<br />

pouco<br />

muito<br />

COR (carne assa<strong>da</strong>)<br />

Pouco<br />

muito<br />

Comentários:<br />

________________________________________________________________________<br />

________________________________________________________________________<br />

________________________________________________________________________<br />

Apêndice 4. Mo<strong>de</strong>lo <strong>da</strong> ficha utiliza<strong>da</strong> para avaliação dos atributos dureza, suculência,<br />

sabor e cor.

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