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universidade federal da paraíba centro de ciências ... - CCA/UFPb

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA<br />

ASPECTOS FENOLÓGICO, PRODUTIVO E QUALITATIVO DA<br />

FLOR DE SEDA (Calotropis procera) EM FUNÇÃO DA DENSIDADE<br />

E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />

Maria Verônica Meira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

-Zootecnista-<br />

AREIA-PARAÍBA<br />

FEVEREIRO DE 2005


MARIA VERÔNICA MEIRA DE ANDRADE<br />

ASPECTOS FENOLÓGICO, PRODUTIVO E QUALITATIVO DA FLOR DE SEDA<br />

(Calotropis procera) EM FUNÇÃO DA DENSIDADE E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />

Dissertação apresenta<strong>da</strong> à<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba, em<br />

cumprimento às exigências do<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em<br />

Zootecnia, para obtenção do título <strong>de</strong><br />

Mestre.<br />

Comitê <strong>de</strong> Orientação:<br />

D. Sc. Divan Soares <strong>da</strong> Silva – Orientador<br />

D.Sc. Alberício Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

AREIA-PARAÍBA<br />

FEVEREIRO DE 2005


MARIA VERÔNICA MEIRA DE ANDRADE<br />

ASPECTOS FENOLÓGICO, PRODUTIVO E QUALITATIVO DA FLOR DE SEDA<br />

(Calotropis procera) EM FUNÇÃO DA DENSIDADE E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />

Dissertação aprova<strong>da</strong> pela Comissão Examinadora em: 18 / 02 / 2005<br />

BANCA EXAMINADORA<br />

Prof. Dr. Divan Soares <strong>da</strong> Silva<br />

Orientador<br />

Prof. Dr. Magno José Duarte Cândido<br />

Examinador<br />

Prof. Dr. Ivandro <strong>de</strong> França <strong>da</strong> Silva<br />

Examinador<br />

AREIA-PARAÍBA<br />

FEVEREIRO DE 2005


Á minha família<br />

Aos meus pais, Severino Xavier <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> (in memorian), por todo seu amor e cui<strong>da</strong>dos para comigo,<br />

meu eterno agra<strong>de</strong>cimento e<br />

Maria <strong>da</strong> Penha Meira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, por ter me ensinado a viver,<br />

A Dorival José, meu esposo, pela compreensão e incentivo,<br />

Aos meus irmãos, Raquel, Mercí, Leví e Eliane com muito carinho,<br />

Aos meus avós, em especial a Severina Meira, obriga<strong>da</strong> por tudo,<br />

A Berna<strong>de</strong>te Carneiro (in memorian), com sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

Ao meu afilhado, Joan<strong>de</strong>rson João, pessoa que muito gosto.<br />

Dedico.<br />

iv


“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”<br />

Fernando Pessoa<br />

O po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> é eterno,<br />

não carece <strong>de</strong> tempo e espaço,<br />

com só um momento terno,<br />

<strong>de</strong>scanso do estresse e do cansaço.<br />

Autor <strong>de</strong>sconhecido<br />

v


Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Os autores agra<strong>de</strong>cem o apoio financeiro do Conselho Nacional <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa <strong>de</strong> estudo concedi<strong>da</strong> ao<br />

primeiro autor e o apoio financeiro ao nosso projeto, que é parte do projeto <strong>de</strong> forrageiras<br />

nativas, assim como ao Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias, pela disponibilização do transporte<br />

quando necessário para as avaliações <strong>de</strong> campo. Agra<strong>de</strong>cemos ao senhor Osvaldo Nunes<br />

<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros por ter nos concedido a área experimental em sua fazen<strong>da</strong> sítio Cumatí-PB.<br />

vi


A Deus, por tudo <strong>de</strong> bom que tem feito por mim.<br />

Ao professor Divan Soares <strong>da</strong> Silva, pelos anos <strong>de</strong> orientação, pela compreensão e<br />

pelos ensinamentos transmitidos seja <strong>da</strong> literatura ou <strong>de</strong> sua experiência <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, os quais<br />

foram fun<strong>da</strong>mentais na minha formação.<br />

A Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba, pelo investimento e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong><br />

mais esta etapa na minha carreira.<br />

Ao Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsas CNPq, pela concessão <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> estudo.<br />

Aos professores que contribuíram para a melhoria <strong>de</strong>ste trabalho tanto na qualificação,<br />

quanto na <strong>de</strong>fesa, professores Jacob Souto, Ivandro <strong>de</strong> França, Alberício Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e<br />

Magno José Duarte Cândido os quais tenho muito que agra<strong>de</strong>cer.<br />

Aos professores, Walter Esfraim, Ariosvaldo Nunes <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, Riselane Bruno,<br />

pela contribuição <strong>da</strong><strong>da</strong> ao nosso trabalho.<br />

Ao professor Alberício Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> pelas sugestões e contribuições para o<br />

enriquecimento <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

A coor<strong>de</strong>nação do PPGZ, representado pelo professor Edgard Cavalcante Pimenta<br />

Filho pela <strong>de</strong>dicação e atenção.<br />

A todos os professores do Programa <strong>de</strong> Pós - Graduação em Zootecnia.<br />

Ao professor José Leite <strong>de</strong> Queiroz pela amiza<strong>de</strong>.<br />

A Maria <strong>da</strong>s Graças, secretária do Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Zootecnia por tudo<br />

que fez, sempre procurando nos aju<strong>da</strong>r, meu reconhecimento.<br />

Aos funcionários do Programa <strong>de</strong> Pós - Graduação em Zootecnia, Carmem, André e<br />

Damião, pela contribuição <strong>da</strong><strong>da</strong> para facilitar nossa permanência no local <strong>de</strong> estudo.<br />

Aos funcionários <strong>da</strong> Biblioteca, do Laboratório Química e Física <strong>de</strong> Solos e do<br />

Setor <strong>de</strong> Transportes.<br />

vii


A todos os funcionários do Laboratório <strong>de</strong> Nutrição Animal e em especial a José<br />

Alves, pessoa muito prestativa, sempre pronta a nos aju<strong>da</strong>r.<br />

A Maria do Socorro <strong>de</strong> Cal<strong>da</strong>s Pinto, minha amiga e companheira <strong>de</strong> todos os<br />

momentos, pela amiza<strong>de</strong> e cumplici<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A companheira <strong>de</strong> residência Rosilene Agra pela amiza<strong>de</strong> e convivência.<br />

A Merilândia Vieira por to<strong>da</strong> aju<strong>da</strong>, e pelos momentos <strong>de</strong> trabalho pesado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

graduação até a colheita dos <strong>da</strong>dos em Cubatí, meu muito obriga<strong>da</strong>.<br />

A Cyro Cabral do Rego pessoa que admiro e estimo muito.<br />

Aos alunos <strong>de</strong> graduação que contribuíram na colheita <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, Iracema, Junior,<br />

Emilson e Geneilson.<br />

Aos amigos <strong>da</strong> turma <strong>de</strong> mestrado, não citarei nomes para não ser injusta, mas<br />

todos têm a mesma importância. Agra<strong>de</strong>ço a Deus a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ter podido fazer essas<br />

amiza<strong>de</strong>s.<br />

Em fim a todos que contribuíram, seja intensamente ou com participação breve,<br />

porém importante, para que o nosso mestrado fosse concluído.<br />

OBRIGADA<br />

viii


SUMÁRIO<br />

RESUMO........................................................................................................................... xvi<br />

ABSTRACT ..................................................................................................................... xvii<br />

1. INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................ 1<br />

2. REFERENCIAL TEÒRICO .......................................................................................... 4<br />

2.1. Potencial forrageiro <strong>da</strong> Caatinga.............................................................................. 4<br />

2.2. Flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, características gerais ................................................................................. 5<br />

2.3. Composição química e produção <strong>de</strong> fitomassa ........................................................... 7<br />

2.4. Utilização <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> na alimentação animal .................................................... 8<br />

2.5. Toxi<strong>de</strong>z <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> .............................................................................................. 9<br />

2.6. Aspectos Fenológicos ............................................................................................... 11<br />

2.7. Sistema <strong>de</strong> manejo do solo em Semi-Árido............................................................... 13<br />

2.8. Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio................................................................................................ 15<br />

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 17<br />

CAPÍTULO I – Estudo Fenológico <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em Função <strong>da</strong><br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do Sistema <strong>de</strong> Plantio................................................................. 23<br />

RESUMO............................................................................................................................ 23<br />

ABSTRACT ....................................................................................................................... 24<br />

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 25<br />

2. METODOLOGIA.......................................................................................................... 27<br />

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 31<br />

3.1- Crescimento vegetativo ............................................................................................. 31<br />

4. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 46<br />

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 47<br />

ix


CAPÍTULO II - Aspecto Qualitativo e Produtivo <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em<br />

Função <strong>da</strong> Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do Sistema <strong>de</strong> Plantio............................................. 49<br />

RESUMO............................................................................................................................ 49<br />

ABSTRACT ....................................................................................................................... 50<br />

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 51<br />

2. METODOLOGIA.......................................................................................................... 53<br />

3. RESULTADOS E DISCUSSAO .................................................................................. 56<br />

3.1- Composição química <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera).................................. 56<br />

3.2- Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fitomassa <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera)........................ 73<br />

4. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 76<br />

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................ 77<br />

x


LISTA DE FIGURAS<br />

Referencial Teórico<br />

Figura 1. Morfologia do ramo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> com <strong>de</strong>talhes <strong>da</strong> posição <strong>da</strong>s folhas,<br />

inflorescência e frutos............................................................................................ 7<br />

CAPÍTULO I - Estudo Fenológico <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em Função <strong>da</strong><br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do Sistema <strong>de</strong> Plantio<br />

Figura 1. Distribuição <strong>da</strong> precipitação mensal ocorri<strong>da</strong> nos anos <strong>de</strong> 2003 e 2004 no<br />

Município <strong>de</strong> Cubatí – PB. ................................................................................. 27<br />

Figura 2. Medição do diâmetro do caule (a), plantio em camalhão (b), visão geral (c) e<br />

altura <strong>de</strong> corte (d) <strong>da</strong> planta <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> na área experimental. .................... 30<br />

Figura 3. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e<br />

120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) em relação às <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x<br />

2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha no sistema <strong>de</strong><br />

plantio sem camalhão (SC).................................................................................. 33<br />

Figura 4. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos tempos <strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90<br />

e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão (CC). ........... 33<br />

Figura 5. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30a, 60b, 90c<br />

e 120d dias após o corte (<strong>da</strong>c) em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m<br />

x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha e dos sistemas<br />

<strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão (CC)........................................ 34<br />

Figura 6. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação<br />

30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) em relação às <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio<br />

2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha no<br />

sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão (SC)................................................................ 36<br />

Figura 7. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />

avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com<br />

camalhão (CC). ................................................................................................... 36<br />

Figura 8. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />

avaliação 30a, 60b, 90c e 120d dias após o corte (<strong>da</strong>c) em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) e dos<br />

sistemas <strong>de</strong> plantio sem camalhão (SC) e com camalhão (CC)........................... 37<br />

Figura 9. Número <strong>de</strong> folhas <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30,<br />

60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão<br />

(CC)...................................................................................................................... 39<br />

xi


Figura 10. Número <strong>de</strong> brotações primárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatros tempos<br />

<strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com<br />

camalhão (CC)................................................................................................... 40<br />

Figura 11 Número <strong>de</strong> brotações secundárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos<br />

<strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong><br />

plantio, a-sem camalhão (SC); b-com camalhão (CC) e c-dois sistemas. .......... 41<br />

Figura 12. Número <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30,<br />

60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, a-sem<br />

camalhão (SC); b-com camalhão (CC) e c-dois sistemas. ................................. 43<br />

Figura 13. Comprimento dos ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />

avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio,<br />

a - sem camalhão (SC); b - com camalhão (CC) e c - dois sistemas. .............. 44<br />

CAPÍTULO II – Aspecto Qualitativo e Produtivo <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em<br />

Função <strong>da</strong> Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do Sistema <strong>de</strong> Plantio<br />

Figura 1. Distribuição <strong>da</strong> precipitação mensal ocorri<strong>da</strong> nos anos <strong>de</strong> 2003 e 2004 no<br />

Município <strong>de</strong> Cubatí – PB.................................................................................. 53<br />

Figura 2. Matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0 x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha. ........................................................................................................... 57<br />

Figura 3. Matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC)..................................................................................................................... 57<br />

Figura 4. Matéria orgânica <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC). .................................................................................................................... 58<br />

Figura 5. Proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha, no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão (CC)......................................... 60<br />

Figura 6. Proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC). ..................................................................................................................... 61<br />

xii


Figura 7. Extrato etéreo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC). 62<br />

Figura 8. Matéria mineral <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m),<br />

plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC)...................................................................................................................... 64<br />

Figura 9. Fibra em <strong>de</strong>tergente neutro <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x<br />

1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />

camalhão (CC)...................................................................................................... 65<br />

Figura 10. Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />

x 1,5m) plantas/ha.............................................................................................. 66<br />

Figura 11. Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />

x 1,5m) plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />

camalhão (CC)................................................................................................... 67<br />

Figura 12. Hemicelulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha........................................................................................................... 68<br />

Figura 13. Hemicelulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC). .................................................................................................................. 68<br />

Figura 14. Celulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC). .................................................................................................................. 69<br />

Figura 15. Lignina <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC). .................................................................................................................. 71<br />

Figura 16. Carboidratos não fibrosos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />

x 1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />

camalhão (CC)................................................................................................... 72<br />

xiii


Figura 17. Carboidratos totais <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />

x 1,5m) plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />

camalhão (CC).................................................................................................. 73<br />

Figura 18. Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função<br />

<strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666<br />

(1,0m x 1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, a - sem camalhão (SC);<br />

b - com camalhão (CC) e c - dois sistemas <strong>de</strong> plantio....................................... 75<br />

xiv


LISTA DE TABELAS<br />

CAPÍTULO II - Estudo Fenológico <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em Função do<br />

Sistema <strong>de</strong> Manejo do Solo e <strong>da</strong> Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Plantio<br />

Tabela 1. Caracterização física e química do solo <strong>da</strong> área do experimento <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />

(Calotropis procera) localizado no Município <strong>de</strong> Cubatí PB. ............................ 28<br />

CAPÍTULO III – Aspecto Qualitativo e Produtivo <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em<br />

Função do Sistema <strong>de</strong> Manejo do Solo e <strong>da</strong> Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Plantio<br />

Tabela 1. Caracterização física e química do solo <strong>da</strong> área do experimento <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />

(Calotropis procera) localizado no Município <strong>de</strong> Cubatí PB. ............................ 54<br />

xv


ASPECTOS FENOLÓGICO, PRODUTIVO E QUALITATIVO DA FLOR DE SEDA<br />

(Calotropis procera) EM FUNÇÃO DA DENSIDADE E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />

RESUMO<br />

Avaliou-se o efeito <strong>de</strong> dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo sem camalhão e com<br />

camalhão, três espaçamentos (1,0m x 1,5m; 1,5m x 2,0m e 2,0m x 2,0 m) e quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> rebrotação (30; 60; 90 e 120) dias, sobre a fenologia, avaliaram-se o (número <strong>de</strong> folhas,<br />

flores, frutos, brotações primárias e secundária, número e cumprimento <strong>de</strong> ramos, altura e<br />

diâmetro do caule), a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>. O <strong>de</strong>lineamento foi <strong>de</strong><br />

blocos casualizados em esquema fatorial 2 x 3 x 4 (dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo e três<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio e quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> rebrotação) com 5 repetições, em parcelas<br />

subdividi<strong>da</strong>s no espaço e no tempo. Para avaliar a composição química, to<strong>da</strong>s as plantas<br />

foram corta<strong>da</strong>s e separa<strong>da</strong>s por tratamento e leva<strong>da</strong>s ao Laboratório <strong>de</strong> Análise e Avaliação<br />

<strong>de</strong> Alimentos do <strong>CCA</strong>/UFPB/ Campus II – Areia/PB, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminou-se os teores <strong>de</strong>:<br />

matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE),<br />

proteína bruta (PB), fibra em <strong>de</strong>tergente neutro (FDN), fibra em <strong>de</strong>tergente ácido (FDA),<br />

celulose, hemicelulose, lignina, carboidratos não fibrosos e carboidratos totais e a produção<br />

<strong>de</strong> matéria seca/ha. A altura e o diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera) foi<br />

influenciado pela <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio (P< 0,05), on<strong>de</strong> a maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> resultou em<br />

melhores resultados. Quando se utilizou o plantio mais a<strong>de</strong>nsado, não foi verificado efeito<br />

significativo do sistema <strong>de</strong> manejo do solo. O número <strong>de</strong> brotações secundárias e o número<br />

<strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> apresentaram respostas lineares <strong>de</strong>crescentes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do sistema <strong>de</strong> manejo do solo, com o aumento <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação. Com base nos<br />

resultados <strong>da</strong> composição química, observou-se que os sistemas <strong>de</strong> manejo do solo e as<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio não influenciaram (P>0,05) a matéria orgânica, matéria mineral,<br />

fibra em <strong>de</strong>tergente neutro, extrato etéreo, lignina, celulose, carboidratos não fibrosos e<br />

carboidratos totais. A <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio afetou os teores <strong>de</strong> matéria seca, hemicelulose e<br />

fibra em <strong>de</strong>tergente ácido. A proteína bruta apresentou efeito significativo (P


PHENOLOGY ASPECTS PRODUCTIVE AND QUALITATIVE OF FLOR DE<br />

SEDA (Calotropis Procera) IN FUNCTION OF THE DENSITY AND OF THE<br />

SYSTEM OF PLANTING<br />

ABSTRACT<br />

The effect of two systems of handling of the soil was evaluated without furrow and<br />

with furrow, three spacing (1.0m x 1.5m; 1.5m x 2.0m and 2.0m x 2.0 m) and four ages<br />

after the grouth (30; 60; 90 and 120) <strong>da</strong>ys, on the phenology (number of leaves, flowers,<br />

fruits, primary and secon<strong>da</strong>ry bud, height and diameter) the quality and the productivity of<br />

the silk flower. The statistical <strong>de</strong>lineation was of randomized blocks <strong>de</strong>sign in factorial<br />

outline 2 x 3 x 4, in portions subdivi<strong>de</strong>d in the space and in the time. The height and the<br />

diameter of the stem of the silk flower (Calotropis procera) it was influenced by the<br />

planting <strong>de</strong>nsity (P


Ficha catalográfica elabora<strong>da</strong> na Seção <strong>de</strong> Processos Técnicos <strong>da</strong> Biblioteca Setorial <strong>de</strong><br />

Areia-PB, <strong>CCA</strong>/UFPB.<br />

Bibliotecária: Márcia Maria Marques CRB4 – 1409<br />

A553a Andra<strong>de</strong>, Maria Verônica Meira <strong>de</strong>.<br />

Aspectos fenológico, produtivo e qualitativo <strong>da</strong> Flor <strong>de</strong> Sê<strong>da</strong><br />

(Calotropis procera) em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema <strong>de</strong> plantio./<br />

Maria Verônica Meira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. – Areia, PB: <strong>CCA</strong>/UFPB, 2005.<br />

78 p.: il.<br />

Dissertação (Mestrado em Zootecnia) pelo Centro <strong>de</strong> Ciências<br />

Agrárias <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba.<br />

Orientador: Divan Soares <strong>da</strong> Silva.<br />

1. Flor <strong>de</strong> Sê<strong>da</strong> - Calotropis procera. 2. Aspecto fenológico. 3.<br />

Aspecto produtivo. 4. Aspecto qualitativo. I. Silva, Divan Soares <strong>da</strong><br />

(orientador). II. Título.<br />

CDU: 633.913.4(043.3)<br />

xviii


1. INTRODUÇÃO GERAL<br />

O Semi-árido brasileiro é uma região marca<strong>da</strong> pela irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s chuvas,<br />

<strong>de</strong>terminando longos períodos <strong>de</strong> secas, com fortes <strong>de</strong>ficiências hídricas nos rios, solos e<br />

ecossistemas xerófilos e graves conseqüências sociais para seus vinte milhões <strong>de</strong><br />

habitantes, que apresentam eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong>pendência dos recursos naturais e os piores<br />

indicadores econômicos e sociais do país.<br />

A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no período seco é uma constante em todos<br />

os sistemas <strong>de</strong> produção, sendo mais acentua<strong>da</strong> nas regiões tropicais <strong>de</strong> clima semi-árido.<br />

Nestas regiões, <strong>de</strong>vido aos baixos níveis <strong>de</strong> pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a produção <strong>de</strong> alimentos para a<br />

época <strong>da</strong> entresafra é mais complexa. A carência <strong>de</strong> forrageiras, que possam produzir<br />

volumosos <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e que estes possam ser facilmente processados e armazenados,<br />

é uma constante nestas regiões, que ocupam quase todo o nor<strong>de</strong>ste e norte do estado <strong>de</strong><br />

Minas Gerais.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento econômico do Semi-árido brasileiro é totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

incremento dos níveis <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pecuária. As condições e<strong>da</strong>fo-climáticas <strong>de</strong>ssa<br />

região não suportam, em quase to<strong>da</strong> a área, uma economia fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> em agricultura,<br />

constituindo-se, reconheci<strong>da</strong>mente, a pecuária como a vocação natural <strong>da</strong> região (Pimenta<br />

Filho e Silva, 2002). Neste contexto, o setor agropecuário do Semi-árido vem merecendo<br />

uma atenção especial, <strong>de</strong>vido não só ao seu potencial econômico, mas, sobretudo, à<br />

expressão geográfica. O Trópico Semi-árido cobre, aproxima<strong>da</strong>mente dois milhões <strong>de</strong><br />

quilômetros quadrados na América do sul, o que correspon<strong>de</strong> a aproxima<strong>da</strong>mente 10% <strong>da</strong><br />

superfície total do continente (IBGE,1998). Sendo, uma região muito vasta, populosa e<br />

muito pobre, portanto é preciso incrementar a geração <strong>de</strong> tecnologias agropecuárias<br />

próprias às condições ecológicas do Semi-árido, gera<strong>da</strong>s na própria região.<br />

1


Em função dos conhecimentos acumulados, <strong>de</strong> conceitos estabelecidos e <strong>de</strong> análises<br />

técnicas, econômicas e sociais, admite-se que um dos principais e mais eficazes<br />

instrumentos para auxiliar no combate ao processo <strong>de</strong> empobrecimento <strong>da</strong> região é a<br />

melhoria <strong>da</strong> produção pecuária via utilização dos recursos forrageiros nativos e exóticos<br />

a<strong>da</strong>ptados (Pimenta Filho e Silva, 2002).<br />

O estudo <strong>da</strong>s plantas xerófilas se reveste <strong>de</strong> importância, consi<strong>de</strong>rando que esses<br />

vegetais formam um gran<strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> espécies, ocupando uma consi<strong>de</strong>rável área geográfica<br />

do planeta, com plantas <strong>de</strong> interesse ecológico e econômico. No Brasil, a área ocupa<strong>da</strong><br />

com as xerófilas correspon<strong>de</strong> a 74,3% do Nor<strong>de</strong>ste e 13,5% <strong>da</strong> superfície total do País<br />

(IBGE,1998). O grupo é composto <strong>de</strong> inúmeras famílias botânicas <strong>de</strong> ervas, arbustos,<br />

árvores e cipós com diversas caracterizações, to<strong>da</strong>s com um aspecto <strong>de</strong> alta relevância que<br />

é o <strong>de</strong> persistir nas condições ári<strong>da</strong>s do Nor<strong>de</strong>ste, suportar baixas precipitações,<br />

apresentando uma única estação <strong>de</strong> crescimento anual, correspon<strong>de</strong>nte à época <strong>da</strong>s chuvas,<br />

fornecendo biomassa como fonte <strong>de</strong> energia, para a fauna silvestre e os animais domésticos<br />

do Semi-árido. Assim sendo, a seleção e posterior cultivo <strong>de</strong>ssas espécies po<strong>de</strong>rão<br />

proporcionar gran<strong>de</strong>s lucros, <strong>de</strong>vido especialmente à sua resistência e, provavelmente, a<br />

sua forma <strong>de</strong> propagação (Araújo Filho et al., 1995).<br />

Não são poucas as iniciativas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s principais espécies<br />

forrageiras nativas no Semi-árido nor<strong>de</strong>stino, como a maniçoba, a jureminha, o fejãobravo,<br />

etc. Também existe uma razoável quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhos realizados sobre a<br />

composição químico-bromatológica <strong>de</strong> várias <strong>de</strong>ssas espécies, maniçoba, feijão-bravo. No<br />

entanto, muitos estudos ain<strong>da</strong> precisam ser efetuados em função <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> variação<br />

concernente ao material coletado, além <strong>da</strong> variação associa<strong>da</strong> às diferenças entre regiões. O<br />

mais importante, e que precisa ser enfatizado, é que a i<strong>de</strong>ntificação e a <strong>de</strong>terminação do<br />

2


potencial como forrageira não são suficientes para fun<strong>da</strong>mentar uma tecnologia <strong>de</strong><br />

aproveitamento racional dos recursos naturais (Pimenta Filho e Silva, 2002).<br />

Consi<strong>de</strong>rando que o extrativismo não é a melhor forma <strong>de</strong> utilização dos recursos<br />

naturais, propõe-se o cultivo orientado, <strong>de</strong> forma isola<strong>da</strong> ou em consórcios, <strong>da</strong>s espécies<br />

que apresentam potencial forrageiro. Neste sentido, faz-se necessária a implementação <strong>de</strong><br />

projetos voltados para a investigação multidisciplinar <strong>de</strong>sses potenciais, bem como para o<br />

manejo e a conservação dos recursos naturais do meio em questão (Men<strong>de</strong>s, 1997).<br />

Portanto, na busca <strong>de</strong> soluções, tendo em vista uma exploração racional com fins <strong>de</strong><br />

promover o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>da</strong> região, assegurando as produções<br />

indispensáveis ao <strong>de</strong>senvolvimento sócio-econômico, surgem às plantas encontra<strong>da</strong>s na<br />

caatinga como uma opção bastante promissora. Assim sendo, preten<strong>de</strong>-se com a realização<br />

<strong>de</strong>ste trabalho, estu<strong>da</strong>r a fenologia, a produção e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis<br />

procera) em função <strong>de</strong> dois sistemas <strong>de</strong> plantio e diferentes espaçamentos.<br />

3


2. REFERENCIAL TEÓRICO<br />

2.1- Potencial forrageiro <strong>da</strong> caatinga<br />

O sistema <strong>de</strong> produção tradicional <strong>da</strong> região semi-ári<strong>da</strong> é basicamente voltado à<br />

exploração extensiva na caatinga, on<strong>de</strong> a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies botânicas representa<br />

enorme potencial forrageiro.<br />

A pecuária é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s principais causas <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> caatinga e<br />

não são poucos os estudos que buscam uma melhor utilização do suporte forrageiro<br />

oferecido por esse ecossistema. Peter (1992), Araújo Filho et al. (1993), Carvalho (1994),<br />

Leite et al. (1994), Silva et al. (1995), Araújo Filho et al. (1995), Silva (1998), abor<strong>da</strong>ram<br />

aspectos relacionados com o potencial forrageiro, composição botânica, utilização ou<br />

manipulação <strong>da</strong> caatinga.<br />

As características fitossociológicas, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, cobertura e frequência <strong>de</strong>sta<br />

vegetação são <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s, principalmente, pelas variações locais <strong>da</strong> topografia, tipo <strong>de</strong><br />

solo e pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por outro lado, a produção <strong>de</strong> forragem correspon<strong>de</strong> a<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 7% do total <strong>da</strong> fitomassa produzi<strong>da</strong> na caatinga nativa, levando a baixos<br />

índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho animal (Araújo Filho, 1990).<br />

O conhecimento <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> matéria seca total (MS) por espécie é fun<strong>da</strong>mental<br />

para se <strong>de</strong>terminar à carga animal por área, sendo possível se avaliar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alimento que estará disponível ao rebanho durante um período <strong>de</strong>terminado. O<br />

conhecimento <strong>da</strong> composição química e dos valores <strong>de</strong> digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos alimentos que<br />

compõem a dieta dos ruminantes é <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância <strong>de</strong>ntro do processo<br />

produtivo (Pimenta Filho e Silva, 2002).<br />

A produção <strong>de</strong> alimentos para o rebanho constitui, provavelmente, o maior <strong>de</strong>safio<br />

que enfrenta a pecuária nas regiões semi-ári<strong>da</strong>s, principalmente <strong>de</strong>vido à variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

4


incertezas climáticas, tornando a cultura <strong>de</strong> forrageiras uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alto risco, além <strong>de</strong><br />

competir com a agricultura tradicional (Araújo Filho e Silva, 1994). Durante o período<br />

chuvoso, as forrageiras anuais dominantes na vegetação herbácea, característica <strong>da</strong><br />

caatinga, apresentam rápido crescimento, porém com curta duração do ciclo fenológico,<br />

resultando em forte periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> e excesso <strong>de</strong> forragem nesse período. Assim, a produção<br />

<strong>de</strong> fitomassa do estrato herbáceo exce<strong>de</strong> a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo dos rebanhos, o que<br />

permite conservar o exce<strong>de</strong>nte disponível, sob forma <strong>de</strong> feno ou silagem, para serem<br />

utilizados no período <strong>de</strong> maior escassez <strong>de</strong> alimentos, selecionando as espécies que melhor<br />

se prestam para conservação e apresentam características forrageiras <strong>de</strong>sejáveis. Então, o<br />

pasto nativo tem servido <strong>de</strong> suporte para o rebanho, que na maioria <strong>da</strong>s vezes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>le<br />

como única fonte <strong>de</strong> alimento (Pimenta Filho e Silva 2002).<br />

Algumas espécies <strong>da</strong> vegetação <strong>da</strong> caatinga possuem características que as tornam<br />

particularmente úteis à exploração pastoril, tanto pelo valor nutritivo (Viana e Carneiro,<br />

1994; Sousa et al., 1995) e (Lima, 1990; Germano et al., 1991; Araújo, 1994). Neste<br />

sentido, o conhecimento a<strong>de</strong>quado do comportamento, <strong>da</strong>s características produtivas e do<br />

valor nutritivo <strong>da</strong>s plantas é, essencial para a manipulação <strong>de</strong> árvores e arbustos forrageiros<br />

com o objetivo <strong>de</strong> melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a produção <strong>de</strong> forragem. Esses fatores<br />

relacionados com ciclo fenológico <strong>da</strong>s plantas, servem como base para <strong>de</strong>terminar a<br />

melhor época <strong>de</strong> utilização.<br />

2.2- Flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera): características gerais<br />

Na busca <strong>de</strong> plantas que suportem os rigores <strong>de</strong>ste clima, Calotropis procera <strong>da</strong><br />

família Asclepia<strong>da</strong>ceae, conheci<strong>da</strong> vulgarmente como Algodão <strong>de</strong> Se<strong>da</strong>, Leiteiro,<br />

Queima<strong>de</strong>ira, Flor <strong>de</strong> Se<strong>da</strong> e Ciúme, tem se <strong>de</strong>stacado na a<strong>da</strong>ptação às áreas Semi-ári<strong>da</strong>s.<br />

O gênero Calotropis e outros 279 pertencem à família Asclepia<strong>da</strong>ceae, incluindo 2000<br />

5


espécies, sendo encontra<strong>da</strong>s comumente em áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s. A flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> é uma planta<br />

conheci<strong>da</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos remotos, possuindo ampla distribuição geográfica,<br />

especialmente em regiões tropicais e subtropicais <strong>de</strong> todo o mundo (particularmente Ásia e<br />

África), <strong>de</strong>senvolvendo-se em solos <strong>de</strong> baixa fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> e locais com baixos níveis <strong>de</strong><br />

pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Sharma 1934). Atualmente encontra-se naturaliza<strong>da</strong>, inclusive na caatinga do<br />

sertão nor<strong>de</strong>stino.<br />

Lindley (1985) citado por Oliveira (2002), afirmou que a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> <strong>de</strong>senvolve-se<br />

bem nas mais diversas regiões do planeta, on<strong>de</strong> a precipitação anual varia <strong>de</strong> 150 a 1000<br />

mm e, algumas vezes, é encontra<strong>da</strong> crescendo em solos excessivamente drenados, com<br />

precipitação superior a 2000 mm.<br />

Em relação às características botânicas <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, a planta po<strong>de</strong> atingir <strong>de</strong> 2,5<br />

a 6,0 metros <strong>de</strong> altura, possuindo uma ou poucas hastes e poucos galhos. A casca é<br />

corticiforme, sulca<strong>da</strong>, <strong>de</strong> coloração cinza, apresentando abun<strong>da</strong>nte fluxo <strong>de</strong> seiva branca<br />

(látex), que po<strong>de</strong> ser observado sempre que o caule e as folhas são cortados (Francis, s.d).<br />

Segundo Little et al. (1974), o florescimento e a frutificação ocorrem durante o ano<br />

todo, on<strong>de</strong> centenas a milhares <strong>de</strong> sementes po<strong>de</strong>m ser produzi<strong>da</strong>s por planta a ca<strong>da</strong> ano.<br />

As sementes são dissemina<strong>da</strong>s pelo vento, po<strong>de</strong>ndo alcançar vários quilômetros.<br />

Sendo uma planta que se dissemina facilmente através do vento, <strong>de</strong>vido suas<br />

sementes serem ala<strong>da</strong>s, freqüentemente encontram-se plantas <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> se<br />

<strong>de</strong>senvolvendo nas margens <strong>da</strong>s rodovias, e em áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, especialmente em solos<br />

arenosos.<br />

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Figura 1- Morfologia do ramo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera), com <strong>de</strong>talhes <strong>da</strong><br />

posição <strong>da</strong>s folhas, inflorescência e frutos.<br />

2.3- Composição química e produção <strong>de</strong> fitomassa<br />

Quanto à composição química <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, Abbas (1992) observou que a planta é<br />

um arbusto sempre ver<strong>de</strong> e abun<strong>da</strong>nte nas regiões ári<strong>da</strong>s do Sudão e possui folhas com<br />

94,62% <strong>de</strong> matéria seca e 19,46% <strong>de</strong> proteína bruta.<br />

Vaz et al. (1998) verificaram, ao <strong>de</strong>terminar a composição química dos fenos <strong>de</strong> flor<br />

<strong>de</strong> se<strong>da</strong>, teores <strong>de</strong> 29,55% <strong>de</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente neutro, 21,03% <strong>de</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente<br />

ácido, 8,54% <strong>de</strong> hemicelulose, 11,13% <strong>de</strong> celulose e 21,23% <strong>de</strong> proteína bruta. Já Oliveira<br />

(2002) encontrou para flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> um percentual <strong>de</strong> 14,30; 14,00; 31,53 e 18,24% para<br />

proteína bruta, matéria mineral, fibra em <strong>de</strong>tergente neutro e fibra em <strong>de</strong>tergente ácido<br />

respectivamente.<br />

Quanto a resultados <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> fitomassa <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> é um aspecto<br />

pouco explorado, com poucos <strong>da</strong>dos na literatura, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se encontrar algumas<br />

estimativas. Oliveira (2002) estimou a produção <strong>de</strong> fitomassa <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em função <strong>da</strong><br />

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circunferência do caule e <strong>de</strong> espaçamentos em dois sítios I (Patos PB) e II (Santa Luzia PB),<br />

obtendo os seguintes resultados: no espaçamento <strong>de</strong> 0,5 x 0,5; 1,0 x 0,5 e 1,0 x 1,0, obteve-se<br />

49,40; 24,70 e 12,30 t/ha <strong>de</strong> biomassa respectivamente para o sítio I aos 10 cm <strong>de</strong> altura do<br />

solo e a 15 cm os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> produção foram: 103,20; 51,60 e 25,80 t/ha respectivamente. Para<br />

o sítio II os <strong>da</strong>dos foram os seguintes: 26,0; 13,0 e 6,5 ton/ha respectivamente e 56,7; 28,3 e<br />

17,2 t/ha, utilizando os mesmos espaçamentos e as mesmas alturas <strong>de</strong> corte.<br />

Ain<strong>da</strong> o mesmo autor estu<strong>da</strong>ndo a distribuição <strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em duas<br />

classes <strong>de</strong> circunferências do caule medi<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> 10 cm <strong>de</strong> altura do solo, sendo incluído<br />

na classe I todos os indivíduos que apresentaram circunferência menor ou igual a 15 cm, e na<br />

classe II os indivíduos com circunferência maior que 15 cm, em dois sítios ecológicos, Patos<br />

(sítio I) e Santa Luzia (sítio II) na Paraíba observaram que 79% <strong>da</strong>s plantas do sítio I<br />

apresentaram circunferência menor que 15 cm, evi<strong>de</strong>nciando que as plantas <strong>de</strong>sse sítio eram<br />

mais jovens.<br />

A partir dos poucos <strong>da</strong>dos encontrados na literatura e na observação empírica com<br />

base em <strong>da</strong>dos dos produtores, a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> apresenta-se como uma forrageira bastante<br />

promissora, mas, no entanto, poucas têm sido as pesquisas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s. Portanto, fica<br />

evi<strong>de</strong>nte a importância <strong>de</strong> se conhecer melhor o potencial forrageiro <strong>de</strong>sta espécie, visando<br />

sua utilização racional.<br />

2.4- Utilização <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera) na alimentação animal<br />

Ain<strong>da</strong> são poucos os estudos direcionados para o cultivo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> como<br />

forrageira; no entanto, algumas pesquisas têm <strong>de</strong>monstrado que a planta apresenta algumas<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s que a apontam como uma espécie que tem potencial para ser utiliza<strong>da</strong> na<br />

nutrição <strong>de</strong> ruminantes.<br />

8


Quanto à utilização <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> na nutrição animal, vários trabalhos na literatura<br />

<strong>de</strong>monstram sua viabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a exemplo <strong>de</strong> Fall (1991), que na busca <strong>de</strong> novas espécies<br />

forrageiras disponíveis em pastagens naturais do Senegal, <strong>de</strong>senvolveu trabalho para testar a<br />

digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> in vitro e a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> in situ no rúmen. As folhas <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />

apresentaram 72 e 68% <strong>de</strong> digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para matéria seca e matéria orgânica,<br />

respectivamente.<br />

Estu<strong>da</strong>ndo a digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Brachiaria <strong>de</strong>cumbens trata<strong>da</strong> com hidróxido <strong>de</strong> sódio,<br />

amônia anidra, ou em associação com o feno <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, Moreira et al (1996) não<br />

observaram diferença significativa para o uso <strong>de</strong>ssa forragem, no entanto, constataram que a<br />

flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser consumi<strong>da</strong> por caprinos, proporcionando aumento na digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

proteína bruta, retenção <strong>de</strong> nitrogênio, sem prejuízo <strong>da</strong> matéria orgânica. Estes mesmos<br />

resultados foram observados por Vaz et al. (1998a e 1998b) que, avaliando a digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos componentes <strong>de</strong> dietas contendo folhas <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos níveis <strong>de</strong> 0; 20; 40 e 60 % em<br />

substituição ao feno <strong>de</strong> Coast-cross, observaram aumento nos coeficientes <strong>de</strong> digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> todos os nutrientes para os referidos tratamentos, além <strong>de</strong> proporcionar maiores ingestão e<br />

retenção <strong>de</strong> nitrogênio.<br />

Existem relatos sobre flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> consorcia<strong>da</strong> com Zizyphus mauritiana na formação<br />

<strong>de</strong> sistemas agroflorestais, visando a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebanhos bovinos durante o período<br />

<strong>de</strong> carência alimentar na Índia. Outras publicações revelam associações <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> com<br />

outras espécies (Oliveira, 2002).<br />

2.5-Toxi<strong>de</strong>z <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera)<br />

Diversos fatores caracterizam uma planta como tóxica fitoterápica ou como<br />

alimento. Entre eles po<strong>de</strong>-se citar: a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados elementos químicos no solo,<br />

9


umi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa do ar, índice pluviométrico, temperatura ambiente, parte <strong>da</strong> planta<br />

utiliza<strong>da</strong>, estado <strong>da</strong> planta (seca ou fresca), dose ou concentração utiliza<strong>da</strong>, época do ano<br />

em que a mesma é consumi<strong>da</strong>, etc (Melo 1998). No estudo fitoquímico <strong>da</strong>s folhas <strong>de</strong> flor<br />

<strong>de</strong> se<strong>da</strong> foram <strong>de</strong>tectados glicosí<strong>de</strong>os flavônicos, glicosí<strong>de</strong>os cardiotônicos, esterói<strong>de</strong>s,<br />

triterpenos e polifenóis, concor<strong>da</strong>ndo com os achados <strong>de</strong> Khan e Malik (1989); Aktar et al.<br />

(1992); Basu et al. (1992); Hussein et al. (1994) e Tanira et al. (1994), que <strong>de</strong>tectaram nas<br />

folhas com látex, glicosí<strong>de</strong>os flavônicos (calotropsi<strong>de</strong>), glicosí<strong>de</strong>os cardiotônicos<br />

(proceragenin) e esterói<strong>de</strong>s/ triterpenos (procesterol).<br />

Diferentes partes <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> têm sido usa<strong>da</strong>s como fitoterápicos em muitas<br />

enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na tradicional medicina <strong>da</strong> Índia, como analgésicos, anti-inflamatórios,<br />

agentes purgativos, anti-helmínticos, anti-microbianos, larvici<strong>da</strong>s, nematici<strong>da</strong>s, anticancerígenos,<br />

no tratamento <strong>da</strong>s úlceras gástricas, nas doenças hepáticas e como antídoto<br />

<strong>de</strong> envenenamento por serpentes (Khan e Malik, 1989; Aktar et al. 1992; Basu et al.<br />

1992; Hussein et al. 1994; Tanira et al. 1994). Porém, Sharma et al. (1934), relataram que o<br />

látex <strong>da</strong> planta é muito irritante e corrosivo, usado com fins criminais (abortivo) Hussein et<br />

al. (1994).<br />

Mello et al. (2001) realizaram estudo fitoquímico nas folhas <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> e<br />

<strong>de</strong>tectaram na sua composição substâncias como: glicosí<strong>de</strong>os flavônicos, cardiotônicos,<br />

esterói<strong>de</strong>s entre outros. Seiber et al. (1982), analisando o látex <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificaram<br />

vários compostos, tais como: car<strong>de</strong>nolí<strong>de</strong>os, enzimas proteolíticas, alcalói<strong>de</strong>s e<br />

carboidratos.<br />

Ain<strong>da</strong> os mesmos autores, estu<strong>da</strong>ndo a toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> e sua possível<br />

utilização na alimentação <strong>de</strong> ruminantes, realizaram um estudo fitoquímico <strong>da</strong>s partes<br />

aéreas (folhas e galhos) e a administração <strong>da</strong>s mesmas em diferentes concentrações para<br />

caprinos. Os animais foram divididos aleatoriamente em quatro grupos iguais <strong>de</strong> cinco<br />

10


animais ca<strong>da</strong>. O grupo I serviu como Testemunha, recebendo somente feno <strong>de</strong> Coast-cross<br />

(100%), e os <strong>de</strong>mais grupos (II, III e IV) receberam diariamente, durante 40 dias<br />

consecutivos, folhas secas e pica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nas concentrações <strong>de</strong> 20, 40 e 60%<br />

respectivamente, e o restante <strong>da</strong> alimentação com feno <strong>de</strong> Coast-cross. A ingestão diária<br />

<strong>da</strong>s folhas <strong>de</strong>sidrata<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, em até 60% na dieta <strong>de</strong> caprinos, não causou<br />

alterações clínicas nem enzimáticas séricas que inviabilizassem sua utilização como<br />

forragem (Khan et al., 1999).<br />

2.6- Aspectos Fenológicos<br />

Fenologia é o estudo <strong>da</strong>s fases ou ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> plantas ou animais<br />

e sua ocorrência temporal ao longo do ano, contribuindo para o entendimento dos padrões<br />

reprodutivos e vegetativos <strong>de</strong> plantas e animais que <strong>de</strong>las <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m (Morellato, 1995).<br />

Estes estudos são <strong>de</strong> suma importância para compreensão <strong>da</strong> complexa dinâmica dos<br />

ecossistemas florestais, sendo o conhecimento fenológico escasso e fragmentário nas<br />

regiões tropicais (Fournier e Charpantier, 1975).<br />

A falta <strong>de</strong> informação fenológica dificulta estudos sobre a biologia <strong>da</strong>s espécies e a<br />

<strong>de</strong>terminação do manejo mais a<strong>de</strong>quado, assim como <strong>da</strong> época <strong>de</strong> coleta <strong>da</strong>s sementes.<br />

Alvim (1964), cita que as espécies <strong>de</strong> regiões tropicais mostram oscilações periódicas <strong>de</strong><br />

crescimento e floração, mas há muitas dúvi<strong>da</strong>s sobre os fatores que controlam esta<br />

periodici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Portanto, o conhecimento fenológico é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no<br />

entendimento <strong>da</strong> completa dinâmica dos ecossistemas. De acordo com Frankie et al.<br />

(1974), esse tipo <strong>de</strong> conhecimento não apenas permite explicar muitas <strong>da</strong>s reações <strong>da</strong>s<br />

plantas às condições climáticas e edáficas, como também é importante no estudo <strong>da</strong>s<br />

relações planta-animal <strong>de</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> biótica e seus vizinhos.<br />

11


A fenologia permite avaliar a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos ao longo do ano<br />

(Morellato, 1995). Assim, o conhecimento <strong>da</strong> floração e frutificação permite prever<br />

períodos <strong>de</strong> reprodução <strong>da</strong>s plantas, seus ciclos <strong>de</strong> crescimento e outras características <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> valia no manejo <strong>da</strong>s espécies (Fournier, 1974; 1976), po<strong>de</strong>ndo ser aplicado em<br />

várias áreas <strong>de</strong> atuação, possibilitando <strong>de</strong>terminar estratégias <strong>de</strong> colheita <strong>de</strong> sementes e<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> frutos, o que influenciará a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> dispersão <strong>da</strong>s<br />

sementes (Mariot et al., 2003).<br />

O conhecimento e a compreensão dos padrões fenológicos <strong>da</strong>s espécies nos<br />

ecossistemas naturais são <strong>de</strong> interesse básico nos estudos ecológicos sobre a<br />

biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e organização <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e sobre as interações <strong>da</strong>s<br />

plantas com a fauna, sendo também <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância em programas <strong>de</strong> conservação<br />

<strong>de</strong> recursos genéticos, manejo florestal e planificação <strong>de</strong> áreas silvestres (Mooney et al.,<br />

1980; Camacho e Orozco, 1998).<br />

Os estudos sobre fenologia reprodutiva <strong>de</strong> espécies arbóreas em áreas florestais são<br />

necessários para fornecer parâmetros com vistas à conservação e exploração racional,<br />

conciliando sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com economici<strong>da</strong><strong>de</strong> (Fantini et al., 1992; Reis, 1996; Reis et<br />

al., 2000).<br />

No manejo <strong>de</strong> espécies arbustivas, <strong>de</strong>vem ser levados em consi<strong>de</strong>ração vários<br />

parâmetros como a respostas morfofisiológica e a sobrevivência <strong>da</strong>s plantas. Entre estas se<br />

<strong>de</strong>staca para o estágio <strong>de</strong> crescimento e a altura <strong>de</strong> corte <strong>da</strong>s plantas, o que afeta o<br />

rendimento e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> planta como forrageira (Costa et al., 2000).<br />

Os padrões fenológicos po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma espécie, se avaliados em<br />

diferentes ecossistemas (Newstrom et al., 1994), <strong>de</strong>vendo ser ressaltado que as taxas <strong>de</strong><br />

floração e <strong>de</strong> frutificação po<strong>de</strong>m variar entre populações, entre indivíduos e entre anos<br />

(Stephenson, 1981). Vários fatores po<strong>de</strong>m influenciar as variações fenológicas, com a<br />

12


exposição à luz, o <strong>da</strong>no foliar (Marquis, 1988), o estresse hídrico (Wright, 1991) e o aborto<br />

<strong>de</strong> flores (Bawa e Webb, 1984). Já a época <strong>de</strong> ocorrência e a duração do período <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> sementes po<strong>de</strong>m estar relaciona<strong>da</strong> à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> polinizadores e dispersores,<br />

ao <strong>de</strong>senvolvimento do fruto e <strong>da</strong> semente, ao comportamento <strong>de</strong> pre<strong>da</strong>dores <strong>de</strong> sementes e<br />

às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s específicas para a germinação (Janzen, 1976).<br />

2.7- Sistema <strong>de</strong> manejo do solo em Situação <strong>de</strong> Semi-Árido<br />

Para o <strong>de</strong>senvolvimento agropecuário <strong>de</strong> uma região, necessita-se, <strong>de</strong>ntre outros<br />

fatores <strong>da</strong> adoção <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> manejo e do aproveitamento racional dos recursos<br />

ambientais (água, solo etc). O interrelacionamento entre esses fatores promove a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

vegetativa e, conseqüentemente uma maior produção <strong>da</strong>s culturas (Silva e Oliveira, 1980).<br />

O uso <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> manejo do solo é uma alternativa que favorece o<br />

estabelecimento, crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s culturas, reduzindo as per<strong>da</strong>s no<br />

rendimento causa<strong>da</strong>s pelos fatores ambientais adversos (Souto, 2001).<br />

O manejo do solo, portanto, compreen<strong>de</strong> o conjunto <strong>de</strong> práticas utiliza<strong>da</strong>s para<br />

possibilitar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma cultura, visando á sua manutenção e/ou melhoria<br />

do potencial produtivo do solo no médio e no longo prazo; controle <strong>da</strong> erosão hídrica e<br />

eólica e uso racional dos recursos disponíveis (Freitas, 1992).<br />

Os solos na região semi-ári<strong>da</strong> brasileira são predominantemente <strong>de</strong> origem<br />

cristalina, rasos, silicosos e pedregosos, com baixa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água e, em<br />

geral, pobres em nutrientes (Faria 1992).<br />

Os sistemas <strong>de</strong> manejo adotados no mundo inteiro são os mais variados possíveis,<br />

porém os princípios básicos consistem em se fazer aração segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma ou mais<br />

gra<strong>da</strong>gens no solo. Grid-Papp et al., 1992 acreditam que tais práticas po<strong>de</strong>m favorecer a<br />

13


compactação, a erosão e levar à formação <strong>de</strong> uma crosta superficial dura. Nesse sentido,<br />

vários pesquisadores sugerem a adoção <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> manejo do solo que evitem a<br />

compactação, assegurem a erosão, bem como proporcione um maior aproveitamento <strong>da</strong><br />

água pelas plantas, reduzindo a taxa <strong>de</strong> escoamento superficial e a evaporação.<br />

Bertoni e Lombardi Neto (1990), mencionaram a eficiência <strong>de</strong> práticas como a<br />

construção <strong>de</strong> camalhões quando comparados ao preparo convencional do solo,<br />

<strong>de</strong>stacando-se que em zonas mais secas as mesmas <strong>de</strong>vem ser preferidos, por apresentarem<br />

alta capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água <strong>da</strong>s chuvas, sendo ain<strong>da</strong> mais eficientes ao serem<br />

usados com outras práticas, como a cobertura vegetal morta. Não obstante, esses autores<br />

afirmaram que o uso <strong>de</strong> cobertura vegetal morta necessita <strong>de</strong> bom nível <strong>de</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> no<br />

solo, principalmente do nitrogênio, uma vez que ao aumentar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos microrganismos, estimula-se a <strong>de</strong>composição <strong>da</strong> matéria orgânica, <strong>de</strong>terminando<br />

rápi<strong>da</strong> redução na disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste nutriente. Um outro aspecto importante do<br />

camalhão é o fato <strong>de</strong> promover modificações microambientais melhorando as condições <strong>de</strong><br />

temperatura do solo.<br />

O sistema tradicional <strong>de</strong> cultivo na região semi-ári<strong>da</strong> é a semeadura em covas, com<br />

o auxílio <strong>de</strong> uma enxa<strong>da</strong>, o que dá origem a uma pequena <strong>de</strong>pressão, capaz <strong>de</strong> armazenar<br />

certa quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva. Este sistema é aparentemente pouco agressivo ao meio<br />

ambiente, no entanto, como o solo não foi preparado (arado), a sua superfície apresenta-se<br />

ligeiramente compacta<strong>da</strong>, dificultando a infiltração e facilitando o escoamento superficial,<br />

o que contribui para o processo erosivo. No entanto, técnicas simples <strong>de</strong> preparo do solo,<br />

visando à captação <strong>da</strong> água <strong>de</strong> chuva in situ são mais apropria<strong>da</strong>s aos sistemas <strong>de</strong> produção<br />

adotados pelos agricultores (Duret et al., 1986).<br />

Segundo Silva et al. (1993), em função <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> variação <strong>da</strong>s chuvas registra<strong>da</strong>s<br />

nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s geoambientais, i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s na região Semi-ári<strong>da</strong> do Brasil, é <strong>de</strong><br />

14


fun<strong>da</strong>mental importância o preparo do solo com técnicas <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva in<br />

situ, visando a assegurar principalmente os cultivos implantados em regime <strong>de</strong> sequeiro,<br />

para amenizar os efeitos do déficit hídrico ocorrido em anos <strong>de</strong> pouca precipitação.<br />

Nas regiões ári<strong>da</strong>s e Semi-ári<strong>da</strong>s, on<strong>de</strong> assume importância a manutenção do<br />

conteúdo <strong>de</strong> água do solo, verifica-se ser mais vantajoso para a produção os sistemas <strong>de</strong><br />

manejo com camalhões (Bertoni e Lombardi Neto, 1990).<br />

Diniz (1996), afirmou que em sistemas <strong>de</strong> manejo do solo, on<strong>de</strong> o déficit hídrico<br />

torna-se evi<strong>de</strong>ntes, a ocorrência <strong>de</strong> que<strong>da</strong> <strong>de</strong> órgãos reprodutivos passa a ser gran<strong>de</strong>,<br />

enquanto que em condições satisfatórias <strong>de</strong> água no solo a planta apresenta maior retenção<br />

dos mesmos.<br />

Com base nestas informações, é importante ressaltar que os estudos <strong>de</strong> forrageiras<br />

nativas <strong>de</strong>verão ser orientados para um manejo a<strong>de</strong>quado do solo e <strong>da</strong> vegetação, buscando<br />

alternativas viáveis, no sentido <strong>de</strong> favorecer o aumento <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> forragem.<br />

2.8- Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

O plantio <strong>de</strong> uma lavoura <strong>de</strong>ve ser muito bem planejado, pois <strong>de</strong>termina o início <strong>de</strong><br />

um processo que po<strong>de</strong>rá afetar to<strong>da</strong>s as operações envolvi<strong>da</strong>s, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar as<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> sucesso. É por ocasião do plantio que se obtêm uma boa ou ruim<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> que se <strong>de</strong>fine como o número <strong>de</strong> plantas por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área e tem papel<br />

importante no rendimento final.<br />

O espaçamento e a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio são aspectos tecnológicos, que <strong>de</strong>finem a<br />

população e o arranjo <strong>de</strong> plantas, po<strong>de</strong>ndo interferir no rendimento e nas operações a serem<br />

realiza<strong>da</strong>s em uma lavoura.<br />

15


A população i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> uma cultura por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área é um dos<br />

componentes <strong>da</strong> produção que contribuem significativamente para o aumento <strong>da</strong><br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> população <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong>staca-se por tratar-se <strong>de</strong> uma<br />

técnica <strong>de</strong> baixo custo e relativamente simples. Porém apesar <strong>de</strong> simples ela é influencia<strong>da</strong><br />

por vários fatores, <strong>de</strong>ntre eles o porte <strong>da</strong> planta, a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo e as técnicas <strong>de</strong><br />

manejo (Bolonhezi et al., 1997).<br />

No tocante à <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio, as pressões exerci<strong>da</strong>s pela população <strong>de</strong> plantas<br />

afetam <strong>de</strong> modo marcante o seu <strong>de</strong>senvolvimento. Quando se aumenta a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

plantas por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área, estas competem mais por fatores essenciais <strong>de</strong> crescimento,<br />

como nutrientes, luz e água (Janick, 1968).<br />

O espaçamento, ou <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio é provavelmente uma <strong>da</strong>s principais<br />

técnicas <strong>de</strong> manejo que visa à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e à produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> matéria-prima.<br />

Deve ser <strong>de</strong>finido em função dos objetivos do plantio, consi<strong>de</strong>rando-se que a influência do<br />

espaçamento é mais expressiva no crescimento em diâmetro do que em altura. O<br />

planejamento <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio também <strong>de</strong>ve visar à obtenção do máximo retorno<br />

por área (Carneiro, 1995).<br />

16


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22


CAPÍTULO I<br />

ESTUDO FENOLÓGICO DA FLOR DE SEDA (Calotropis procera) EM FUNÇÃO DA<br />

DENSIDADE E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />

RESUMO<br />

Avaliou-se o efeito <strong>de</strong> dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo sem camalhão e com camalhão,<br />

três espaçamentos (1,0m x 1,5m; 1,5 m x 2,0m e 2,0m x 2,0m) e quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s após o<br />

inicio <strong>da</strong> rebrotação (30; 60; 90 e 120 dias), sobre a fenologia (número <strong>de</strong> folhas, flores,<br />

frutos, brotações primárias, altura e diâmetro do caule) <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis<br />

procera). O <strong>de</strong>lineamento foi <strong>de</strong> blocos casualizados em esquema fatorial 2 x 3 x 4 (dois<br />

sistemas <strong>de</strong> plantio, três <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio e quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> avaliação) com 5<br />

repetições, em parcelas subdividi<strong>da</strong>s no espaço e no tempo. A altura e o diâmetro do caule<br />

<strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foram influenciados pela <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio (P


PHENOLOGY ASPECTS OF THE FLOR DE SEDA (Calotropis procera) IN<br />

FUNCTION OF THE DENSITY AND OF THE SYSTEM OF PLANTING<br />

ABSTRACT<br />

The effect of two systems of handling of the soil was evaluated (with furrow and<br />

without furrow), three spacing (1.0m x 1.5m; 1.5m x 2.0m and 2.0 x 2.0m) and four ages<br />

after the planting (30; 60; 90 and 120) <strong>da</strong>ys on the phenology (number of leaves, flowers,<br />

fruits, primary germinate, height and diameter) of the silk flower (Calotropis procera). The<br />

statistical <strong>de</strong>lineation was of randomized blocks <strong>de</strong>sign in factorial outline 2 x 3 x 4, in<br />

portions subdivi<strong>de</strong>d in the space and in the time. The height and the diameter of the stem of<br />

the silk flower it was influenced by the planting <strong>de</strong>nsity (P


1. INTRODUÇÃO<br />

Fenologia po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como o estudo <strong>da</strong>s modificações periódicas que<br />

ocorrem ao longo do tempo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s plantas, on<strong>de</strong> os <strong>da</strong>dos básicos para qualquer<br />

estudo fenológico incluem registros sobre a época, duração e intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong><br />

uma ou mais fenofases <strong>da</strong>s plantas: foliação, floração e frutificação.<br />

Segundo Costa (2002), os estudos publicados sobre a fenologia <strong>de</strong> árvores tropicais<br />

po<strong>de</strong>m ser reunidos em dois gran<strong>de</strong>s grupos. , on<strong>de</strong> o primeiro documenta a fenologia <strong>de</strong><br />

espécies com polinizadores ou dispersores em comum ou <strong>de</strong> um agrupamento local <strong>de</strong><br />

espécies <strong>de</strong> plantas ("comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s"), tendo normalmente por objetivo revelar padrões<br />

temporais na disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> produção primária (principalmente flores e frutos) para os<br />

animais consumidores. O segundo grupo abrange estudos que procuram examinar mais <strong>de</strong><br />

perto as relações entre a fenologia <strong>da</strong>s árvores e as flutuações registra<strong>da</strong>s em certos<br />

parâmetros ambientais, nota<strong>da</strong>mente na disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água no solo (quase sempre<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> com a precipitação pluvial) ou na temperatura do ar. O principal objetivo<br />

<strong>de</strong>sses estudos é <strong>de</strong>scobrir que fatores induzem ou pelo menos limitam as mu<strong>da</strong>nças<br />

fenológicas observa<strong>da</strong>s.<br />

Levando em conta a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s variações sazonais na temperatura e na<br />

umi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa do ar, Jackson (1998), propôs um mo<strong>de</strong>lo para explicar o comportamento<br />

<strong>de</strong> substituição foliar em plantas tropicais. O mo<strong>de</strong>lo pressupõe que em climas sazonais, o<br />

comportamento mais vantajoso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa <strong>da</strong>s fontes <strong>de</strong> estresse.<br />

Nesse caso, por exemplo, se a sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> na temperatura é acentua<strong>da</strong>, a substituição <strong>da</strong>s<br />

folhas <strong>de</strong>ve evitar o estresse térmico e as folhas velhas serão perdi<strong>da</strong>s na estação fria, a<br />

<strong>de</strong>speito <strong>da</strong> sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> na umi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ao contrário, se a sazonali<strong>da</strong><strong>de</strong> na umi<strong>da</strong><strong>de</strong> é<br />

acentua<strong>da</strong>, a substituição foliar <strong>de</strong>ve evitar o estresse hídrico e, assim, as folhas são<br />

perdi<strong>da</strong>s na estação seca.<br />

25


Quanto à época <strong>de</strong> floração, freqüentemente está relaciona<strong>da</strong> com um ou outro fator<br />

abiótico. Em florestas sujeitas a um regime sazonal <strong>de</strong> chuvas, por exemplo, muitas árvores<br />

só produzem flores no início <strong>da</strong> estação seca. Já em locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s com um regime constante<br />

ou irregular <strong>de</strong> chuvas, a floração po<strong>de</strong> ser in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> precipitação, a exemplo do que<br />

ocorre com a produção foliar. Nesses casos, a floração tem sido correlaciona<strong>da</strong> com<br />

flutuações em outros fatores, nota<strong>da</strong>mente a temperatura. A produção <strong>de</strong> frutos também<br />

po<strong>de</strong> ser afeta<strong>da</strong> por esses fatores. Nem to<strong>da</strong>s as flores fecun<strong>da</strong><strong>da</strong>s, por exemplo, dão<br />

origem a frutos e entre os frutos iniciados muitos não se <strong>de</strong>senvolvem plenamente e são<br />

abortados (Costa 2002).<br />

Estudos fenológicos po<strong>de</strong>m produzir <strong>da</strong>dos e informações úteis em todos os níveis<br />

<strong>da</strong> pesquisa, on<strong>de</strong> o conhecimento adquirido nesses estudos tem implicações práticas<br />

importantes, incluindo práticas <strong>de</strong> manejo a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> culturas<br />

agroflorestais, recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s e manejo <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação.<br />

O presente trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento fenológico <strong>da</strong> flor<br />

<strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera) em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema <strong>de</strong> plantio.<br />

26


2. METODOLOGIA<br />

O trabalho foi realizado no município <strong>de</strong> Cubatí, microrregião do Curimataú<br />

paraibano. Pela classificação <strong>de</strong> Köopen (1936), o tipo climático <strong>da</strong> região é Bsh semiárido<br />

quente com chuvas <strong>de</strong> janeiro a abril, com precipitação média em torno <strong>de</strong> 400 mm<br />

anuais em condições climáticas normais e temperatura média <strong>de</strong> 27 0 C. Na Figura 1<br />

encontram-se os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> precipitação ocorri<strong>da</strong> durante o período experimental.<br />

Precipitação,mm<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

2003 2004<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12<br />

Meses<br />

Figura 1. Distribuição <strong>da</strong> precipitação mensal ocorri<strong>da</strong> nos anos <strong>de</strong> 2003 e 2004 no<br />

Município <strong>de</strong> Cubatí – PB.<br />

Para a caracterização físico-química <strong>da</strong> área experimental foram coleta<strong>da</strong>s amostras<br />

na cama<strong>da</strong> superficial do solo até a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 20 cm, as quais<br />

foram conduzi<strong>da</strong>s ao Laboratório <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Solos e Água do <strong>CCA</strong>/UFPB. As<br />

<strong>de</strong>terminações constaram <strong>de</strong> granulometria, argila dispersa e grau <strong>de</strong> floculação,<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do solo e <strong>de</strong> partículas, porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> total, e água disponível no solo a 0,01 e a<br />

1,5 MPa, segundo metodologia proposta por Forsythe (1975). As <strong>de</strong>terminações químicas<br />

constaram <strong>de</strong> pH em água, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Alumínio, Sódio, e<br />

matéria orgânica (MO), conforme EMBRAPA (1999) (Tabela 1).<br />

27


Tabela 1- Caracterização físico-química do solo <strong>da</strong> área do experimento <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />

(Calotropis procera) localizado no Município <strong>de</strong> Cubatí PB.<br />

Granulometria<br />

Argila<br />

Grau <strong>de</strong><br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

P.Total<br />

H 2 O<br />

Classe<br />

Areia<br />

Silte Argila<br />

Dispersa<br />

Floculação<br />

Solo Partícula<br />

Disp.<br />

Textural*<br />

-------------------------g kg -1 --------------------------- -----g/cm -3 ----- m m -3 g kg -1<br />

Areia<br />

810 130 60 38 367 1,70 2,63 0,35 105,1<br />

Franca<br />

pH Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Al Na M.O<br />

H 2 O ----------mg dm -3 ------------ --------------cmol c dm -3 --------------- g dm 3<br />

8,0 30,6 171,98 6,95 1,55 0 0,076 11,17<br />

* Conforme Lemos e Santos (1996)<br />

O <strong>de</strong>lineamento utilizado foi o <strong>de</strong> blocos casualizados num arranjo fatorial <strong>de</strong> 3 x 2<br />

x 4, sendo três espaçamentos (1,0m x 1,5m; 1,5m x 2,0m e 2,0m x 2,0m) correspon<strong>de</strong>nte a<br />

6.666, 3.333 e 2.500 plantas/ha e dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão e com camalhão,<br />

com quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> avaliação (30, 60, 90 e 120 dias) em parcelas subdividi<strong>da</strong>s no tempo,<br />

com cinco repetições.<br />

As mu<strong>da</strong>s provenientes <strong>de</strong> sementes foram prepara<strong>da</strong>s no viveiro florestal do<br />

Departamento <strong>de</strong> Fitotecnia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba <strong>CCA</strong>/Areia-PB, sendo<br />

transplanta<strong>da</strong>s para o campo com aproxima<strong>da</strong>mente 60 dias após a germinação.<br />

Foi efetuado na área experimental a limpeza, roço e plantio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor <strong>de</strong><br />

se<strong>da</strong>, no dia 30/04/2003. A profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s covas foi <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> 20cm com<br />

parcelas <strong>de</strong> 6m x 6m e 1,0m entre ca<strong>da</strong> parcela, <strong>de</strong> acordo com ca<strong>da</strong> espaçamento préestabelecido.<br />

Foram consi<strong>de</strong>rados dois sistemas <strong>de</strong> plantio, com camalhão e sem camalhão. No<br />

sistema com camalhões, nas parcelas foram feitos os leirões e o plantio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor<br />

<strong>de</strong> se<strong>da</strong> efetuado ao lado <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> camalhão. Após 30 dias do plantio foram realizados, uma<br />

capina e um replantio e aplicado em ca<strong>da</strong> cova, em cobertura, 1,5 kg <strong>de</strong> esterco <strong>de</strong> ovinos.<br />

28


Foi efetuado um corte <strong>de</strong> uniformização em 15/03/2004 e a ca<strong>da</strong> 30 dias foram<br />

feitas às avaliações, em número <strong>de</strong> quatros, on<strong>de</strong> se verificou o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> planta<br />

através <strong>da</strong>s medições lineares e contagem <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s estruturais.<br />

As variáveis estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s foram: altura <strong>da</strong> planta, número <strong>de</strong> brotações, número <strong>de</strong><br />

ramos, comprimento <strong>de</strong> ramos, número <strong>de</strong> folhas, diâmetro do caule principal, número <strong>de</strong><br />

flores e frutos, época <strong>de</strong> floração e frutificação <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> realiza<strong>da</strong> em três plantas por<br />

parcelas representativas do stand escolhi<strong>da</strong>s ao acaso.<br />

A altura <strong>da</strong> planta foi obti<strong>da</strong> com o uso <strong>de</strong> uma fita métrica e régua gradua<strong>da</strong>, sendo<br />

consi<strong>de</strong>rado o nível do solo e o ápice <strong>da</strong> última folha. O comprimento <strong>de</strong> ramos foi obtido<br />

através <strong>da</strong> medição com fita métrica (Figura 2).<br />

O número <strong>de</strong> folhas, <strong>de</strong> brotações primárias e secundárias, número <strong>de</strong> ramos, flores<br />

e frutos foram obtidos através <strong>da</strong> contagem, o diâmetro do caule foi medido com um<br />

paquímetro a 5 cm do nível do solo, conforme (Figura 2).<br />

Foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como brotações primárias, to<strong>da</strong>s as brotações que surgiram <strong>da</strong><br />

base <strong>da</strong> planta e do caule principal. Para brotações secundárias, foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s aquelas<br />

que surgiram a partir <strong>da</strong>s brotações primárias. Para número <strong>de</strong> ramos, foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s<br />

to<strong>da</strong>s as brotações primárias e secundárias.<br />

29


a<br />

b<br />

c<br />

d<br />

Figura 2. Medição do diâmetro do caule (a), plantio em camalhão (b), visão geral (c) e<br />

altura <strong>de</strong> corte (d) <strong>da</strong> planta <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> na área experimental.<br />

30


3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

3.1- Crescimento vegetativo<br />

Altura <strong>da</strong>s plantas<br />

Para a variável altura <strong>da</strong> planta, houve efeito (P0,05) <strong>da</strong> interação i<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio, sistema <strong>de</strong> manejo e<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio. Foi observado efeito linear crescente (P


Dos resultados, verifica-se que não houve diferença entre os sistemas <strong>de</strong> manejo e a<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 6.666 plantas/ha (1,0m x 1,5m) em to<strong>da</strong>s as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s avalia<strong>da</strong>s.<br />

Verifica-se também que foi nesta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> que as plantas apresentaram maior<br />

crescimento. Esse comportamento po<strong>de</strong> ser conseqüência do maior sombreamento <strong>da</strong><br />

superfície do solo e conseqüentemente menor evaporação <strong>da</strong> água do solo, on<strong>de</strong> essa água<br />

possivelmente po<strong>de</strong> ter sido utiliza<strong>da</strong> nos processos fisiológicos do vegetal, resultando num<br />

maior crescimento.<br />

Com relação às <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio, observa-se que houve uma variação<br />

<strong>da</strong> altura <strong>da</strong> planta em função dos sistemas <strong>de</strong> manejo do solo testados, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se<br />

observar que a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> que apresentou menor altura foi a <strong>de</strong> 3.333 plantas/ha (1,5m x<br />

2,0m) no sistema <strong>de</strong> manejo do solo sem camalhão. Portanto, em região semi-ári<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> a<br />

água é fator limitante, a utilização <strong>de</strong> práticas que visem a aumentar a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

água no solo se mostra eficaz, principalmente quando se utiliza plantio menos a<strong>de</strong>nsado.<br />

Os resultados encontrados neste trabalho estão <strong>de</strong> acordo com as afirmações <strong>de</strong><br />

Pereira (1992) e Souza et al. (1999), ao constatarem que a <strong>de</strong>ficiência hídrica do solo afeta<br />

negativamente o processo vegetativo e produtivo <strong>da</strong>s plantas cultiva<strong>da</strong>s, isto é, os maiores<br />

valores em geral referem-se à maior disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água no solo.<br />

Andra<strong>de</strong> et al. (2004) trabalhando com maniçoba no Curimataú paraibano,<br />

utilizando dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo, com camalhão e sem camalhão, observaram<br />

(P


Ŷ= 17,8633+0,011531*E+0,8396*D<br />

R 2 = 0,91<br />

ALT<br />

156<br />

120<br />

84<br />

6666<br />

5277<br />

49<br />

120<br />

90<br />

EP<br />

60<br />

30<br />

2500<br />

3889<br />

ES<br />

Figura 3. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e<br />

120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) em relação às <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x<br />

2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha no sistema <strong>de</strong><br />

plantio sem camalhão (SC).<br />

Altura <strong>da</strong> planta, cm<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

ŷ = 34,66 + 0,8923x<br />

R 2 = 0,93<br />

0 30 60 90 120<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

Figura 4. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos tempos <strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90<br />

e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão (CC).<br />

33


Altura <strong>da</strong> planta, cm<br />

200<br />

180<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

a<br />

sc<br />

cc<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Altura <strong>da</strong> planta, cm<br />

b<br />

200<br />

180<br />

160<br />

sc<br />

140<br />

cc<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

c<br />

d<br />

Altura <strong>da</strong> planta,cm<br />

200<br />

180<br />

sc<br />

160<br />

cc<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Altura <strong>da</strong> planta, cm<br />

200<br />

sc<br />

180<br />

cc<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 5. Evolução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30a, 60b, 90c e<br />

120d dias após o corte (<strong>da</strong>c) em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x<br />

2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha e dos sistemas <strong>de</strong><br />

plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão (CC).<br />

Diâmetro do caule<br />

Para a variável diâmetro do caule, houve efeito (P


a altura <strong>da</strong>s plantas. O tipo <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> plantio não exerceu influência sobre o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do caule <strong>da</strong> planta.<br />

Não foi verificado efeito (P>0,05) para interação sistema <strong>de</strong> plantio e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

plantio e i<strong>da</strong><strong>de</strong> com <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio no sistema com camalhão, on<strong>de</strong> baseado nas<br />

análises estatísticas, expressaram-se os resultados isolados, on<strong>de</strong> se observa na Figura 7<br />

uma resposta linear crescente do diâmetro do caule em relação aos tempos <strong>de</strong> avaliação.<br />

Na Figura 8 é mostrado o comportamento do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em<br />

função do sistema <strong>de</strong> manejo do solo e <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio nos quatro tempos <strong>de</strong><br />

avaliação. Assim como observado no crescimento <strong>da</strong>s plantas em altura, Figura 2, observase<br />

praticamente o mesmo comportamento para o diâmetro do caule, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

6.666 plantas/ha (1,0m x 1,5m) apresentou diâmetro similar para os dois sistemas <strong>de</strong><br />

manejo do solo, no entanto, quando reduziu a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio, o sistema <strong>de</strong> manejo do<br />

solo com camalhão mostrou-se mais eficiente em todos os tempos <strong>de</strong> avaliação. O fato do<br />

diâmetro do caule ter apresentado maior <strong>de</strong>senvolvimento, no sistema <strong>de</strong> plantio com<br />

camalhão mostra a importância <strong>de</strong> se utilizar esta prática simples, mas, no entanto<br />

eficiente. Outro aspecto importante observado, é que as plantas apresentaram o mesmo<br />

comportamento para a altura, sendo, portanto, necessário um maior diâmetro do caule para<br />

sua sustentação.<br />

35


Ŷ= 1,69383+0,268667**E+0,27175*D<br />

R 2 = 0,70<br />

DIAM<br />

2.69<br />

2.25<br />

1.82<br />

6666<br />

5277<br />

1.38<br />

120<br />

90<br />

EP<br />

60<br />

30<br />

2500<br />

3889<br />

ES<br />

Figura 6. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação<br />

30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) em relação às <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500<br />

(2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha no sistema<br />

<strong>de</strong> plantio sem camalhão (SC).<br />

Diametro do caule <strong>da</strong> planta, mm<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

ŷ = 1,415 + 0,0093x<br />

R 2 = 0,79<br />

0 30 60 90<br />

120<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

Figura 7. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />

avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com<br />

camalhão (CC).<br />

36


a<br />

B<br />

4<br />

4<br />

Diâmetro do caule, mm<br />

3<br />

2<br />

1<br />

sc<br />

cc<br />

Diâmetro do caule, mm<br />

3<br />

2<br />

1<br />

sc<br />

cc<br />

0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

c<br />

d<br />

Diâmetro do caule, mm<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

sc<br />

cc<br />

Diâmetro do caule, mm<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

sc<br />

cc<br />

0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 8. Evolução do diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />

avaliação 30a, 60b, 90c e 120d dias após o corte (<strong>da</strong>c) em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) e dos<br />

sistemas <strong>de</strong> plantio sem camalhão (SC) e com camalhão (CC).<br />

Número <strong>de</strong> folhas<br />

Para a variável número <strong>de</strong> folhas, não houve efeito (P>0,05) para a interação i<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio e sistema <strong>de</strong> plantio, sendo verificado efeito principal do tempo<br />

apenas para o sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão.<br />

37


Observa-se na Figura 9 que houve efeito (P


Número <strong>de</strong> folhas<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

ŷ = 62,367 - 0,1024X<br />

R 2 = 0,47<br />

0 30 60 90 120<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

Figura 9. Número <strong>de</strong> folhas <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30,<br />

60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão (CC).<br />

Número <strong>de</strong> brotações primárias<br />

Com relação ao número <strong>de</strong> brotações primárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> não houve efeito<br />

(P>0,05) para a interação i<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e sistema <strong>de</strong> plantio, sendo<br />

verificado efeito principal apenas para o sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão.<br />

Verifica-se na Figura 10 uma resposta linear crescente para número <strong>de</strong> brotações<br />

primárias no sistema <strong>de</strong> manejo do solo com camalhão em função dos tempos <strong>de</strong> avaliação,<br />

on<strong>de</strong> à medi<strong>da</strong> que aumentou a i<strong>da</strong><strong>de</strong>, observou-se maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> brotações nas<br />

plantas analisa<strong>da</strong>s.<br />

O valor médio para brotações primárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> estimado pela equação no<br />

sistema <strong>de</strong> manejo do solo com camalhão foi <strong>de</strong> 2,15 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, com incremento <strong>de</strong> 0,0067<br />

a ca<strong>da</strong> tempo avaliado. Esses <strong>da</strong>dos <strong>de</strong>monstram que provavelmente, com a utilização <strong>de</strong><br />

camalhões houve uma maior disponibilização <strong>de</strong> água e conseqüentemente um maior<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> planta, o que vem a constatar a eficácia <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> práticas<br />

simples como, por exemplo, a construção <strong>de</strong> camalhões. Esses <strong>da</strong>dos são muito<br />

39


importantes, pois auxiliam no processo <strong>de</strong> maximização <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> alimentos em uma<br />

região on<strong>de</strong> esse aspecto hoje limita a produção animal.<br />

Número <strong>de</strong> broatações primárias<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

ŷ = 2,15 + 0,0067X<br />

R 2 = 0,80<br />

0 30 60 90 120<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

Figura 10. Número <strong>de</strong> brotações primárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatros tempos<br />

<strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) no sistema <strong>de</strong> plantio com<br />

camalhão (CC).<br />

Número <strong>de</strong> brotações secundárias<br />

Para número <strong>de</strong> brotações secundárias, foi verificado efeito (P0,05) nos dois<br />

sistemas avaliados.<br />

40


Os valores médios <strong>da</strong>s brotações secundárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> estimados pela<br />

equação <strong>de</strong> regressão foram 3,8 e 5,5 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, com redução <strong>de</strong> 0,0107 e 0,016 no sistema<br />

<strong>de</strong> plantio sem camalhão e com camalhão respectivamente.<br />

Esse comportamento observado po<strong>de</strong> está associado à morte <strong>de</strong>ssas brotações, pois<br />

na fase <strong>de</strong> coleta dos <strong>da</strong>dos, foi verificado o surgimento <strong>de</strong> brotações, mas na avaliação<br />

seguinte, constatou-se redução <strong>da</strong>s mesmas. Esse fenômeno po<strong>de</strong> estar associado também a<br />

uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do vegetal que, por algum estresse, seja nutricional ou hídrico, po<strong>de</strong><br />

inibir o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s gemas para garantir sua sobrevivência. No presente estudo,<br />

verificou-se uma redução nos índices <strong>de</strong> precipitação, o que provavelmente tenha levado a<br />

este resultado.<br />

a- sem camalhão<br />

b- com camalhão<br />

Número <strong>de</strong> brotação<br />

secundária<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

yŷ = = 3,8 3,8 -- 0,0107X<br />

R 2 2 = 0,94<br />

0 30 60 90 120<br />

Número <strong>de</strong> brotacão<br />

secundária<br />

ŷ = 5,5 - 0,016X<br />

y = 5,5 ,016X<br />

5<br />

R<br />

- 2 0<br />

= 0,99<br />

R 2 = 0,99<br />

4<br />

3<br />

2<br />

0 30 60 90 120<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

c<br />

Número <strong>de</strong> brotações secundária<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

sc<br />

cc<br />

0 30 60 90 120<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

Figura 11. Número <strong>de</strong> brotações secundárias <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos<br />

<strong>de</strong> avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong><br />

plantio, a-sem camalhão (SC); b-com camalhão (CC) e c-dois sistemas.<br />

41


Número <strong>de</strong> ramos<br />

Para número <strong>de</strong> ramos, foi verificado efeito (P0,05) nos dois sistemas avaliados.<br />

O número <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> <strong>de</strong>cresceu linearmente com o avanço do tempo<br />

<strong>de</strong> rebrotação, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> plantio utilizado, Figura (12a e 12b).<br />

Esses <strong>da</strong>dos estão <strong>de</strong> acordo com aqueles observados para número <strong>de</strong> brotações<br />

secundárias, on<strong>de</strong> foi verificado redução com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebrotação. Como o número <strong>de</strong><br />

ramos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s brotações que surgem. Quando se comparam os <strong>da</strong>dos em relação aos<br />

dois sistemas <strong>de</strong> plantio, observa-se que apesar <strong>da</strong> redução, o sistema que apresentou<br />

melhor condição para uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> maior <strong>de</strong> ramos foi o sistema com camalhão (Figura<br />

12c).<br />

Os valores médios estimados pela equação <strong>de</strong> regressão para o número <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong><br />

flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foram: 4,055 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s no sistema sem camalhão e 5,1 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s no sistema<br />

com camalhão com redução <strong>de</strong> 0,012 e 0,013 respectivamente para os tempos avaliados.<br />

As características morfofisiológicas, tais como número <strong>de</strong> ramos por planta e<br />

comprimento <strong>de</strong> ramos, têm relação com o potencial produtivo <strong>da</strong> planta, uma vez que<br />

representam maior superfície fotossintetizante e também potencialmente produtiva por<br />

meio do número <strong>de</strong> locais para surgimento <strong>de</strong> flores. Por outro lado, o número e<br />

comprimento <strong>de</strong> ramos po<strong>de</strong>m também representar <strong>de</strong>man<strong>da</strong> adicional que <strong>de</strong>svia os<br />

fotoassimilados que, <strong>de</strong> outra forma, seriam aproveitados na fixação e na produção <strong>de</strong><br />

estruturas reprodutivas (Jiang e Egli, 1993).<br />

42


a-sem camalhão<br />

b-com camalhão<br />

Número <strong>de</strong> ramos<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

y ŷ = 4,055 - 0,012X<br />

R 2 = 0,52<br />

0 30 60 90 120<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

Número <strong>de</strong> ramos<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

y ŷ = 5,1 -0,013X - 0,013X<br />

R 2 2 = = 0,96 0,96<br />

0 30 60 90 120<br />

Tempo, dias<br />

c<br />

Número <strong>de</strong> ramos<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

sc<br />

cc<br />

0 30 60 90 120<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

Figura 12. Número <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong> avaliação 30,<br />

60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, a-sem<br />

camalhão (SC); b-com camalhão (CC) e c-dois sistemas.<br />

Comprimento <strong>de</strong> ramos<br />

Para comprimento <strong>de</strong> ramos, foi verificado efeito (P0,05) nos dois sistemas avaliados.<br />

Para a variável, comprimento dos ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi verificado uma resposta<br />

linear crescente (P


plantio, verifica-se que no sistema com camalhão houve um maior crescimento dos ramos<br />

em to<strong>da</strong>s as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s avalia<strong>da</strong>s (Figura 13c).<br />

Os valores médios do comprimento <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> estimados pela<br />

equação <strong>de</strong> regressão foram: 13,165cm e 22,07cm no sistema sem camalhão e com<br />

camalhão respectivamente, com incremento <strong>de</strong> 0,5714 e 0,562 para os tempos <strong>de</strong> avaliação<br />

observados.<br />

a- sem camalhão<br />

b- com camalhão<br />

Comprimento <strong>de</strong> ramos (cm)<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

y ŷ = 13,165 + 0,5714X<br />

R 2 2 = 0,97<br />

0,97<br />

0 30 60 90 120<br />

Comprimento <strong>de</strong> ramos (cm)<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

y ŷ = 22,07 + 0,562X<br />

R 2 2 = 0,85<br />

0,85<br />

0 30 60 90 120<br />

Tem po, <strong>da</strong>c<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

c<br />

Comprimento <strong>de</strong> ramos, cm<br />

100<br />

90<br />

sc<br />

80<br />

cc<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

0 30 60 90 120<br />

Tempo, <strong>da</strong>c<br />

Figura 13. Comprimento dos ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em relação aos quatro tempos <strong>de</strong><br />

avaliação 30, 60, 90 e 120 dias após o corte (<strong>da</strong>c) nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, a<br />

- sem camalhão (SC); b - com camalhão (CC) e c - dois sistemas.<br />

44


Número <strong>de</strong> flores e frutos<br />

Os valores médios do número <strong>de</strong> flores e frutos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> nos quatro tempos<br />

<strong>de</strong> avaliação foram: 0; 30; 28 e 24 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s/planta e 0; 0; 0 e 04 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s/planta,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do sistema <strong>de</strong> manejo do solo e <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio respectivamente.<br />

Observa-se que durante o tempo <strong>de</strong> avaliação que correspon<strong>de</strong>u aos meses <strong>de</strong> abril,<br />

maio, junho e julho, constatou-se a presença <strong>de</strong> flores a partir <strong>de</strong> maio com 30 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

mas a presença <strong>de</strong> frutos apenas em julho, mostrando que a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> apresenta<br />

florescimento e frutificação quando submeti<strong>da</strong> ao corte em condições <strong>de</strong> semi-árido em<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 60 e 120 dias <strong>de</strong> rebrota respectivamente. Trabalhando com flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>,<br />

Allem et al. (2004), afirmam que, as plantas florescem no final <strong>de</strong> outubro-início <strong>de</strong><br />

novembro e produzindo frutos maduros entre janeiro a junho. Uma vez que, por se tratar <strong>de</strong><br />

uma espécie nativa do semi-árido, estas plantas no início do período chuvoso (pouco mais<br />

<strong>de</strong> três meses) ten<strong>de</strong>m a completar o seu ciclo fenológico (floração, frutificação e<br />

ressemeio) o mais cedo possível, entrando em período latente durante todo o ano, para<br />

assim economizar reservas para o ano seguinte. No entanto, verificando a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />

encontra<strong>da</strong> na caatinga, observa-se que a planta apresenta flor e fruto praticamente o ano<br />

todo, mas principalmente na época mais seca.<br />

Segundo Morellato e Leitão-Filho (1990), as fenofases estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s estão<br />

correlaciona<strong>da</strong>s com fatores climáticos. Os autores sugerem que, em ambientes pouco<br />

sazonais, os fatores ambientais <strong>de</strong>vem ter menor influência sobre as fenofases do que em<br />

ambientes nota<strong>da</strong>mente sazonais. Sendo assim, a temperatura, o comprimento do dia e a<br />

pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong> correlacionam-se entre si, interferindo nas fenofases (Talora, 1996).<br />

45


4. CONCLUSÃO<br />

A altura e o diâmetro do caule <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera) foram maiores<br />

quando o plantio foi mais a<strong>de</strong>nsado;<br />

Quando se utilizou o plantio mais a<strong>de</strong>nsado não foi verificado efeito significativo<br />

dos sistemas <strong>de</strong> plantio;<br />

O número <strong>de</strong> brotações secundárias e o número <strong>de</strong> ramos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> plantio foram reduzidos com o aumento <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

avaliação.<br />

A floração <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> ocorreu a partir do mês <strong>de</strong> maio, 60 dias após o corte, e a<br />

presença <strong>de</strong> frutos, no mês <strong>de</strong> julho, 120 dias após o corte.<br />

46


5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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48


CAPÍTULO II<br />

ASPECTO QUALITATIVO E PRODUTIVO DA FLOR DE SEDA (Calotropis procera)<br />

EM FUNÇÃO DA DENSIDADE E DO SISTEMA DE PLANTIO<br />

RESUMO<br />

Avaliou-se o efeito <strong>de</strong> dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo sem camalhão e com<br />

camalhão, três espaçamentos (1,0m x 1,5m; 1,5m x 2,0m e 2,0m x 2,0m) sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrotação. O <strong>de</strong>lineamento foi em blocos<br />

casualizados em esquema fatorial 2 x 3 x 4 (dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo e três<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio e cinco i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação) com 5 repetições, em parcelas<br />

subdividi<strong>da</strong>s no espaço e no tempo. Para avaliar a composição química, aos 60 dias <strong>de</strong><br />

rebrotação, to<strong>da</strong>s as plantas foram corta<strong>da</strong>s e separa<strong>da</strong>s por tratamento e leva<strong>da</strong>s ao<br />

Laboratório <strong>de</strong> Análise e Avaliação <strong>de</strong> Alimentos do <strong>CCA</strong>/UFPB/ Campus II – Areia, PB,<br />

on<strong>de</strong>, <strong>de</strong>terminou-se à composição química: porcentagem <strong>de</strong> matéria seca (MS), matéria<br />

orgânica (MO), matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE) os teores <strong>de</strong> proteína bruta<br />

(PB), fibra em <strong>de</strong>tergente neutro (FDN), fibra em <strong>de</strong>tergente ácido (FDA), celulose,<br />

hemicelulose, lignina, carboidratos não fibrosos (CNF) e carboidratos totais (CT) e a<br />

produção <strong>de</strong> matéria seca/ha. Observou-se que os sistemas <strong>de</strong> manejo do solo e as<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio não influenciaram (P>0,05) a matéria orgânica, matéria mineral,<br />

fibra em <strong>de</strong>tergente neutro, extrato etéreo, lignina, celulose, carboidratos não fibrosos e<br />

carboidratos totais. A <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio afetou os teores <strong>de</strong> matéria seca, hemicelulose e<br />

fibra em <strong>de</strong>tergente ácido. A proteína bruta apresentou efeito linear <strong>de</strong>crescente (P


QUALITATIVE AND PRODUCTIVE ASPECT OF THE FLOR DE SEDA<br />

(Calotropis procera) IN FUNCTION THE DENSITY AND OF THE SYSTEM<br />

PLANTING<br />

ABSTRACT<br />

The effect of two systems of handling of the soil was evaluated without furrow and<br />

with furrow, three spacing (1.0m x 1.5m; 1.5m x 2.0m and 2.0m x 2.0m) about the quality<br />

and the productivity of the silk flower to the 60 <strong>da</strong>ys after the cut. The statistical<br />

<strong>de</strong>lineation was of randomized blocks <strong>de</strong>sign in factorial outline 2 x 3 x 4 (two systems of<br />

handling of the soil and three planting <strong>de</strong>nsities and four age evaluate) with 5 repetitions,<br />

in portions subdivi<strong>de</strong>d in the space and in the time. To evaluate the chemical composition,<br />

to the 60 <strong>da</strong>ys after <strong>da</strong>y cut, all the plants were cut and separate for treatment and taken to<br />

the Laboratory of Analysis and Evaluation of Foods of <strong>CCA</strong>/UFPB / Campus II – Areia-<br />

PB, was <strong>de</strong>termined the chemical composition: percentage of dry matter (DM), organic<br />

matter (OM), mineral matter (MM), ethereal extract (EE) the tenors of cru<strong>de</strong> protein (CP),<br />

fiber in neutral <strong>de</strong>tergent (NDF), fiber in acid <strong>de</strong>tergent (ADF), cellulose, hemicelulose,<br />

lignin, WSC non fiber carbohydrate and TC total carbohydrate and the production of dry<br />

matter. Observed that the systems of handling of the soil and the planting <strong>de</strong>nsities didn't<br />

influence (P>0,05) the organic matter, mineral matter, fiber in neutral <strong>de</strong>tergent, ethereal<br />

extract, lignin, cellulose, fiber non carbohydrates (WSC) and total carbohydrates (TC). The<br />

planting <strong>de</strong>nsity affected the dry matter tenors, hemicelulose and fiber in acid <strong>de</strong>tergent.<br />

The cru<strong>de</strong> protein presented significant effect (P


1. INTRODUÇÃO<br />

Forragens <strong>de</strong> alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vem fornecer energia, proteína, minerais e vitaminas,<br />

para aten<strong>de</strong>r as exigências dos animais. A composição química po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> como<br />

parâmetro <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s espécies forrageiras, contudo se <strong>de</strong>ve ter em mente, que tal<br />

composição é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> aspectos <strong>de</strong> natureza genética e ambiental, e, além disso, não<br />

<strong>de</strong>ve ser utilizado como único <strong>de</strong>terminante <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma pastagem (Norton, s.d.).<br />

Segundo Van Soest (1994), eleva<strong>da</strong>s temperaturas, características marcantes <strong>da</strong>s<br />

condições tropicais, promovem rápi<strong>da</strong> lignificação <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> celular, acelerando a<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> metabólica <strong>da</strong>s células, resultando em <strong>de</strong>créscimo do pool <strong>de</strong> metabólitos no<br />

conteúdo celular, além <strong>de</strong> promover a rápi<strong>da</strong> conversão dos produtos fotossintéticos em<br />

componentes <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> celular. São verificados reduções nas concentrações <strong>de</strong> lipídios,<br />

proteínas e carboidratos solúveis, e aumento nos teores <strong>de</strong> carboidratos estruturais <strong>de</strong><br />

maneira generaliza<strong>da</strong> nas espécies forrageiras, tendo como conseqüência, a redução<br />

sensível dos níveis <strong>de</strong> digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Ain<strong>da</strong> o mesmo autor afirma que o solo, o clima, o animal, e doenças influenciam<br />

no crescimento e na composição <strong>da</strong>s plantas forrageiras. As plantas utilizam a energia solar<br />

para fixação do carbono <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas estruturas, e a distribuição <strong>de</strong>ste carbono, bem<br />

como <strong>da</strong> energia fixa<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s partes <strong>da</strong> planta são amplamente afeta<strong>da</strong>s por fatores<br />

externos do ambiente. Deste modo, o valor nutritivo e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> forragem são<br />

conseqüências <strong>de</strong>stas condições.<br />

Para a obtenção <strong>de</strong> forragens <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> superior é fun<strong>da</strong>mental que sejam<br />

conhecidos os efeitos dos diferentes fatores do meio, a fim <strong>de</strong> que se possa a<strong>de</strong>quar<br />

medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> manejo com vista a atingir estes objetivos. Assim, aspectos como a<br />

individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s espécies, o estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> planta, e a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> corte,<br />

51


além <strong>da</strong> influência <strong>de</strong> fatores ambientais como clima e solo, são <strong>de</strong>cisivos para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> forragem (Heath et al., 1985).<br />

O estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> planta apresenta ampla relação com a composição<br />

química e digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s forrageiras. Com o crescimento <strong>da</strong>s forrageiras, ocorrem<br />

aumento nos teores <strong>de</strong> carboidratos estruturais e lignina, e redução no conteúdo celular, o<br />

que invariavelmente proporcionará redução na digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Vários trabalhos foram realizados com composição bromatológica <strong>de</strong> forrageiras<br />

nativas do semi-árido paraibano. Pereira Filho et al. (2001), trabalhando com jurema-preta<br />

a uma altura <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> 50cm, obtiveram valores médios <strong>de</strong> 11,73; 52,03; 42,91 e 9,12%<br />

para os teores <strong>de</strong> PB, FDN, FDA e hemicelulose respectivamente.<br />

Quanto à produção <strong>de</strong> forragem e utilização, po<strong>de</strong> ser feita tanto pelo<br />

aproveitamento dos recursos <strong>da</strong> natureza com seus amplos domínios, como pelas áreas<br />

restritas trabalha<strong>da</strong>s pelo homem, ou também pelo uso racional e estratégico <strong>de</strong> ambos.<br />

Para se <strong>de</strong>terminar à produção, a água <strong>da</strong> amostra <strong>de</strong> forragem é removi<strong>da</strong> através<br />

<strong>da</strong> secagem, permanecendo somente uma fração sóli<strong>da</strong>, que po<strong>de</strong> ser converti<strong>da</strong> em<br />

nutrientes. Esta fração é <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong> matéria seca (MS), e as comparações <strong>de</strong> produção<br />

entre plantas forrageiras são sempre feitas com base na MS. A obtenção <strong>de</strong> produtos<br />

animais em uma área <strong>de</strong> pasto é fruto <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> forragem produzi<strong>da</strong>, bem como <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta forragem. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema <strong>de</strong> plantio.<br />

52


2. METODOLOGIA<br />

O trabalho foi realizado no município <strong>de</strong> Cubatí, microrregião do Curimataú<br />

paraibano. Pela classificação <strong>de</strong> Köopen (1936), o tipo climático <strong>da</strong> região é Bsh semiárido<br />

quente com chuvas <strong>de</strong> janeiro a abril, com precipitação média em torno <strong>de</strong> 400 mm<br />

anuais em condições climáticas normais e temperatura média <strong>de</strong> 27 0 C. Na Figura 1<br />

encontram-se os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> precipitação ocorri<strong>da</strong> durante o período experimental.<br />

Precipitação,mm<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

2003 2004<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12<br />

Meses<br />

Figura 1. Distribuição <strong>da</strong> precipitação mensal ocorri<strong>da</strong> nos anos <strong>de</strong> 2003 e 2004 no<br />

Município <strong>de</strong> Cubatí – PB.<br />

Para a caracterização físico-química <strong>da</strong> área experimental foram coleta<strong>da</strong>s amostras<br />

na cama<strong>da</strong> superficial do solo na profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 20 cm, as quais foram<br />

conduzi<strong>da</strong>s ao Laboratório <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Solos e Água do <strong>CCA</strong> / UFPB.<br />

As <strong>de</strong>terminações físicas e químicas Tabela 1, constaram <strong>de</strong> granulometria, argila<br />

dispersa e grau <strong>de</strong> floculação, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do solo e <strong>de</strong> partículas, porosi<strong>da</strong><strong>de</strong> total,<br />

(EMBRAPA, 1999) e água disponível no solo a 0,01 e a 1,5 MPa, segundo metodologia<br />

proposta por Forsythe (1975). As <strong>de</strong>terminações químicas Tabela 1 constaram <strong>de</strong> pH em<br />

53


água, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Alumínio e Sódio, também segundo<br />

metodologia <strong>da</strong> Embrapa (1999).<br />

Tabela 1- Caracterização física e química do solo <strong>da</strong> área do experimento com flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />

localizado no Município <strong>de</strong> Cubatí PB, para a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 0-20 cm.<br />

Granulometria<br />

Argila<br />

Grau <strong>de</strong><br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

P.Total<br />

H 2 O<br />

Classe<br />

Areia Silte Argila<br />

Dispersa<br />

Floculação<br />

Solo Partícula<br />

Disp.<br />

Textural*<br />

-------------------------g kg -1 --------------------------- -----g/cm -3 ----- m m -3 g kg -1<br />

Areia<br />

810 130 60 38 367 1,70 2,63 0,35 105,1<br />

Franca<br />

pH Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Al Na M.O<br />

H 2 O ----------mg dm -3 ------------ --------------cmol c dm -3 --------------- g dm 3<br />

8,0 30,6 171,98 6,95 1,55 0 0,076 11,17<br />

* Lemos e Santos (1996)<br />

O <strong>de</strong>lineamento utilizado foi o <strong>de</strong> blocos casualizados num arranjo fatorial <strong>de</strong> 3 x 2<br />

x 4, sendo três <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio (1,0m x 1,5m; 1,5m x 2,0m e 2,0m x 2,0m), dois<br />

sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão e com camalhão e quatro i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> avaliação (30, 60,<br />

90 e 120 dias) para os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> fenologia, como consta no capítulo II e para a<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a avaliação foi feita aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota<br />

após a obtenção dos <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> fenologia e corte <strong>de</strong> uniformização.<br />

As mu<strong>da</strong>s foram provenientes <strong>de</strong> sementes prepara<strong>da</strong>s no viveiro florestal do<br />

Departamento <strong>de</strong> Fitotecnia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Paraíba <strong>CCA</strong>/Areia -PB, sendo<br />

transplanta<strong>da</strong>s para o campo com aproxima<strong>da</strong>mente 60 dias após a germinação.<br />

O plantio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi realizado no dia 30/04/2003, em covas <strong>de</strong><br />

20 cm <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> em parcelas <strong>de</strong> 6,0 m x 6,0 m com 1,0 m <strong>de</strong> rua entre ca<strong>da</strong> parcela,<br />

obe<strong>de</strong>cendo ca<strong>da</strong> espaçamento.<br />

Foram consi<strong>de</strong>rados dois sistemas <strong>de</strong> manejo do solo, com e sem camalhão, em<br />

ambos os sistemas foi realizado a limpeza <strong>da</strong> área, roço e plantio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s nos<br />

54


espaçamentos estabelecidos. No sistema com camalhões, nas parcelas foram feitos os<br />

leirões e o plantio <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi feito ao lado <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> camalhão. Após 30<br />

dias do plantio foi realizado uma capina e um replantio, e aplicado em ca<strong>da</strong> cova, em<br />

cobertura, 1,5 kg <strong>de</strong> esterco ovino.<br />

Para as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio foram utilizados três espaçamentos (1,0m x 1,5m,<br />

1,5m x 2,0m e 2,0m x 2,0m), on<strong>de</strong> a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas por hectare foi <strong>de</strong> 6.666; 3.333<br />

e 2.500 respectivamente.<br />

Para avaliar a composição química e a produção/ ha aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota <strong>da</strong> flor<br />

<strong>de</strong> se<strong>da</strong> to<strong>da</strong>s as plantas foram corta<strong>da</strong>s e separa<strong>da</strong>s por tratamento e leva<strong>da</strong>s ao<br />

Laboratório <strong>de</strong> Análise e Avaliação <strong>de</strong> Alimentos do <strong>CCA</strong>/UFPB/Campus II – Areia, PB,<br />

on<strong>de</strong> uma amostra foi coloca<strong>da</strong> em saco <strong>de</strong> papel, pesa<strong>da</strong> e coloca<strong>da</strong> em uma estufa <strong>de</strong><br />

ventilação força<strong>da</strong> a 65ºC por 72 horas. Em segui<strong>da</strong>, as amostras foram retira<strong>da</strong>s <strong>da</strong> estufa<br />

e moí<strong>da</strong>s passando por peneira <strong>de</strong> 5 mm. Então, foram novamente moí<strong>da</strong>s, em peneira <strong>de</strong> 1<br />

mm e acondiciona<strong>da</strong>s em recipiente <strong>de</strong> vidros, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente i<strong>de</strong>ntificados para as análises<br />

químicas. Determinou-se a porcentagem <strong>de</strong> matéria seca (MS), extrato etéreo (EE), matéria<br />

orgânica (MO), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB) fibra em <strong>de</strong>tergente neutro<br />

(FDN), fibra em <strong>de</strong>tergente ácido (FDA), lignina, celulose e hemicelulose pela<br />

metodologia <strong>de</strong>scrita por Silva e Queiroz (2002), e carboidratos totais e solúveis, (COHT)<br />

(CNF), <strong>de</strong> acordo com metodologia <strong>de</strong> Sniffen et al. (1992). As fórmulas para calcular os<br />

carboidratos totais e não fibrosos foram as seguintes: CHOT = 100 – (%PB + %EE + %<br />

Cinzas) e CNF(%) = 100 – (%FDN + %PB + %EE + %Cinzas).<br />

55


3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

3.1- Composição química <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />

Matéria Seca<br />

Para o teor <strong>de</strong> matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, foi verificado efeito (P0,05), sendo apresentado na (Figura 3), o comportamento biológico<br />

<strong>de</strong>sta variável.<br />

Quando comparamos estes <strong>da</strong>dos obtidos neste trabalho com os <strong>da</strong> pesquisa<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> pela EMPARN (2004), avaliando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> cultiva<strong>da</strong> em<br />

diferentes <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio, foi verificado para os teores <strong>de</strong> MS 10 a 12% nos<br />

espaçamentos <strong>de</strong> 1,0 x 0,5m e 1,0 x 1,0m com 70 dias <strong>de</strong> rebrota, on<strong>de</strong> os valores foram<br />

semelhantes apesar <strong>da</strong> planta apresentar uma i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebrotação mais avança<strong>da</strong>.<br />

56


15<br />

14<br />

ŷ = 13,251- 0,0002X<br />

R2 = 0,96<br />

MS (%)<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 2. Matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0 x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha.<br />

15<br />

Matéria seca, %<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

sc<br />

cc<br />

10<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 3. Matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC).<br />

57


Matéria orgânica<br />

Não houve efeito (P>0,05) para a variável matéria orgânica <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> foi<br />

verificado que os valores médios foram semelhantes para to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio<br />

testa<strong>da</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> plantio utilizado.<br />

O valor médio <strong>de</strong> matéria orgânica <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 86,46 % para o sistema <strong>de</strong><br />

plantio sem camalhão, e no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão <strong>de</strong> 86,93 % (Figura 4).<br />

ARAÚJO et al. (1995), trabalhando com feijão-bravo em Serra Talha<strong>da</strong>-PE, encontraram<br />

um valor médio <strong>de</strong> 89,46 % para o teor <strong>de</strong> matéria orgânica, valor que encontra-se bastante<br />

próximo ao encontrado neste estudo. Araújo e Brito (1998), avaliando a composição<br />

química <strong>da</strong> parte área do mamãozinho-<strong>de</strong>-viado (Jacaratia corumbensis Kuntze), aos 150<br />

dias, para folhas e caule observaram teores médios <strong>de</strong> 68,69% e 77,60% para MO<br />

respectivamente. Em relação ao mamãozinho-<strong>de</strong>-viado, que é uma forrageira que vem<br />

sendo estu<strong>da</strong>do no semi-árido, os valores encontrados para flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, estão bem acima<br />

<strong>da</strong>queles verificado para o mamãozinho-<strong>de</strong>-viado.<br />

90<br />

Matéria orgânica, %<br />

88<br />

86<br />

84<br />

82<br />

sc<br />

cc<br />

80<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 4. Matéria orgânica <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC).<br />

58


Proteína bruta<br />

Para a variável proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, foi verificado efeito (P0, 05).<br />

O valor médio <strong>de</strong> proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, estimado pela equação <strong>de</strong><br />

regressão foi <strong>de</strong> 19,437 % no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão para as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio testa<strong>da</strong>s 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha, respectivamente. Na Figura 6, observa-se o comportamento <strong>da</strong> variável proteína<br />

bruta em relação aos dois sistemas <strong>de</strong> manejo estu<strong>da</strong>dos. Esse comportamento observado<br />

para proteína bruta po<strong>de</strong> está associado a uma maior competição <strong>da</strong>s plantas,<br />

principalmente por nutrientes, haja vista, que numa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> maior, a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por<br />

nutrientes certamente será mais acentua<strong>da</strong>. Os valores encontrados para proteína bruta<br />

po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados bons em termos quantitativos, pois estão acima dos valores<br />

recomen<strong>da</strong>do pela literatura para ruminantes, além <strong>de</strong> que em se tratando <strong>de</strong> uma forrageira<br />

nativa que não recebeu nenhum tratamento especial em relação à fertilização do solo, estes<br />

valores são bastante expressivos.<br />

Pesquisas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s pela EMPARN (2004), avaliando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> flor <strong>de</strong><br />

se<strong>da</strong> cultiva<strong>da</strong> em diferentes <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio, obtiveram 20 a 22% <strong>de</strong> PB nos<br />

espaçamentos <strong>de</strong> 1,0 x 0,5m e 1,0 x 1,0m com 70 dias <strong>de</strong> rebrota, valores que são<br />

semelhantes aos observados neste trabalho.<br />

Existem vários trabalhos que tem avaliado a composição bromatológica <strong>de</strong> várias<br />

plantas forrageiras tropicais, como feijão-bravo, moleque duro, mela bo<strong>de</strong> e malva branca,<br />

59


Nozella et al. (2001), on<strong>de</strong> encontraram teores médios que variaram <strong>de</strong> 11,70 a 13,49%<br />

para PB.<br />

Em trabalhos realizados sobre a composição bromatológica <strong>de</strong> forrageiras<br />

arbustivas e sub-arbustivas nativas no Estado <strong>da</strong> Bahia, foram encontrados teores médios<br />

<strong>de</strong> 14,16; 17,78; 17,90; 18,14; 19,75 e 15,14% para PB. As plantas analisa<strong>da</strong>s foram:<br />

carquejo (Calliandra <strong>de</strong>pauperata Benth), mata pasto (Senna uniflora), quebra – facão<br />

(Croton mucronifoliuos), moleque duro (Cordia leucocephala), pau-<strong>de</strong>-acauã (Coursetia<br />

rostrata Benth) e umbuzeiro (Spondias tuberosa), respectivamente (Passos, 1994).<br />

Portanto, há uma variação em relação a proteína bruta <strong>de</strong>stas plantas, mas a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />

está <strong>de</strong>ntre as plantas que apresentam uma porcentagem maior <strong>de</strong> proteína bruta.<br />

Proteína bruta, %<br />

20<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

ŷ = 19,437 -0,0008X<br />

R 2 = 0,91<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 5. Proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha, no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão (CC).<br />

60


20<br />

Proteína bruta, %<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

sc<br />

cc<br />

10<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 6. Proteína bruta <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC).<br />

Extrato etéreo<br />

Não houve efeito (P>0, 05) para a variável extrato etéreo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> foi<br />

verificado que os valores médios foram semelhantes para to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio<br />

testa<strong>da</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> plantio utilizado.<br />

O valor médio <strong>de</strong> extrato etéreo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 3,76 % no sistema <strong>de</strong> plantio<br />

sem camalhão na <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e<br />

6.666 (1,0m x 1,5m), plantas/ha, respectivamente. Já no sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão<br />

o valor médio <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 3,46 %, para as mesmas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio (Figura<br />

7). Observa-se que os valores médios <strong>de</strong> extrato etéreo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foram semelhantes<br />

para to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio testa<strong>da</strong>s, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> manejo do<br />

solo utilizado.<br />

61


Os valores <strong>de</strong> extrato etéreo encontrados neste estudo estão próximos aos citados na<br />

literatura para as forrageiras Maniçoba e Catingueira que apresentam valores médios <strong>de</strong> 4,0<br />

e 5,0 % <strong>da</strong> MS.<br />

Em trabalhos realizados sobre a composição bromatológica <strong>de</strong> forrageiras arbustivas<br />

e sub-arbustivas nativas no Estado <strong>da</strong> Bahia, foram encontrados teores médios para EE <strong>de</strong><br />

1,02; 2,85; 0,99; 2,66; 1,72 e 2,42% na matéria seca. As plantas analisa<strong>da</strong>s foram: carquejo<br />

(Calliandra <strong>de</strong>pauperata Benth), mata pasto (Senna uniflora), quebra-facão (Croton<br />

mucronifoliuos), moleque duro (Cordia leucocephala), pau-<strong>de</strong>-acauã (Coursetia rostrata<br />

Benth) e umbuzeiro (Spondias tuberosa), respectivamente (Passos, 1994).<br />

5<br />

4<br />

Extrato etéreo, %<br />

3<br />

2<br />

1<br />

sc<br />

cc<br />

0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 7. Extrato etéreo <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC).<br />

62


Matéria mineral<br />

Não foi verificado efeito (P>0, 05) para a variável matéria mineral <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>,<br />

on<strong>de</strong> se observa que os valores médios foram semelhantes para to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio testa<strong>da</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do sistema <strong>de</strong> plantio utilizado.<br />

O valor médio <strong>de</strong> matéria mineral <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 13,74% no sistema <strong>de</strong><br />

plantio sem camalhão, nas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x<br />

2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m), plantas/ha respectivamente. No sistema <strong>de</strong> plantio com<br />

camalhão o valor médio encontrado para a flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 13,70%, nas mesmas<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio (Figura 8).<br />

Através do levantamento <strong>de</strong> plantas forrageiras arbóreas do sertão paraibano e sua<br />

composição bromatológica, Santos et al. (1990), fazem referências à jurema preta,<br />

catingueira, aroeira, sabiá, mororó, jucá e marmeleiro quanto aos valores <strong>de</strong> MM foram <strong>de</strong><br />

2,96; 4,14; 4,42; 9,35; 6,76; 5,48; 7,34% respectivamente na matéria seca.<br />

Avaliando a composição bromatológica <strong>de</strong> várias plantas forrageiras tropicais,<br />

como feijão-bravo, moleque duro, mela bo<strong>de</strong> e malva branca, Nozella et al. (2001)<br />

encontraram teores médios que variaram <strong>de</strong> 5,36 a 7,99% para matéria mineral. Araújo et<br />

al. (1995), trabalhando com feijão-bravo em Serra Talha<strong>da</strong>-PE, encontraram um valor<br />

médio <strong>de</strong> 10,54% para o teor <strong>de</strong> MM, observa-se que a matéria mineral do feijão-bravo<br />

apresenta um valor próximo ao observado para flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>.<br />

63


15<br />

Matéria mineral, %<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

sc<br />

cc<br />

10<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 8. Matéria mineral <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m),<br />

plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC).<br />

Fibra em <strong>de</strong>tergente neutro<br />

Para a variável fibra em <strong>de</strong>tergente neutro na flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> não foi verificado efeito<br />

(P>0,05) <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio e do sistema <strong>de</strong> manejo do solo.<br />

O valor médio <strong>de</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente neutro <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong>: 43,43 % para o<br />

sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão nas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333<br />

(1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m), plantas/ha respectivamente. No sistema <strong>de</strong> plantio<br />

com camalhão o valor médio na flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 40,91 %, para as mesmas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio (Figura 9). Observa-se que os valores médios <strong>de</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente neutro foram<br />

semelhantes para a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 6.666 plantas/ha (1,0m x 1,5m), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

do sistema <strong>de</strong> plantio utilizado. Nas <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio apesar <strong>de</strong> não ter havido<br />

efeito significativo, observa-se que a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> FDN aumentou quando se utilizou o<br />

sistema <strong>de</strong> manejo do solo sem camalhão.<br />

64


Sabe-se que a FDN compreen<strong>de</strong> to<strong>da</strong> a pare<strong>de</strong> celular e, portanto quanto maior for a<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> fibra, menor será o consumo <strong>de</strong> forragens pelo animal. Avaliando a<br />

composição bromatológica <strong>de</strong> várias plantas forrageiras tropicais, como feijão-bravo,<br />

moleque duro, mela bo<strong>de</strong> e malva branca, Nozella et al. (2001) encontraram teores médios<br />

que variaram <strong>de</strong> 48,58 a 53, 89% <strong>de</strong> FDN na matéria seca. O valor <strong>de</strong> FDN encontrado<br />

para flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> é menor do que o verificado para estas plantas, o que lhe confere melhor<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Fibra em <strong>de</strong>tergente neutro, %<br />

50<br />

48<br />

46<br />

44<br />

42<br />

40<br />

38<br />

36<br />

34<br />

32<br />

30<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

sc<br />

cc<br />

Figura 9. Fibra em <strong>de</strong>tergente neutro <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x<br />

1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />

camalhão (CC).<br />

Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido<br />

Para a variável fibra em <strong>de</strong>tergente ácido foi verificado efeito (P


comportamento <strong>da</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente ácido nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio estu<strong>da</strong>dos, on<strong>de</strong><br />

se verifica que os valores foram muito próximos na maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio. Observa-se<br />

que os valores médios <strong>de</strong> fibra em <strong>de</strong>tergente ácido foram semelhantes para a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

plantio <strong>de</strong> 6.666 plantas/ha (1,0m x 1,5m), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sistema <strong>de</strong> plantio<br />

utilizado. Analisando os resultados encontrados para a fenologia <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>, e mais<br />

precisamente para a variável altura <strong>da</strong> planta e diâmetro do caule, observa-se que a maior<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> resultou em maior crescimento e diâmetro, portanto, maior percentual <strong>de</strong><br />

carboidratos estruturais, o que po<strong>de</strong> ter levado ao aumento <strong>da</strong> FDA na maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

plantio. Quanto a FDA, avaliando a composição bromatológica <strong>de</strong> várias plantas<br />

forrageiras tropicais, como feijão-bravo, moleque duro, mela bo<strong>de</strong> e malva branca, Nozella<br />

et al. (2001) encontraram teores médios que variaram <strong>de</strong> 34,69 a 42,89% na matéria seca.<br />

Após avaliar a composição química <strong>de</strong> plantas forrageiras nativas no semi-árido<br />

paraibano, Guim (1999), obteve para FDA o valor <strong>de</strong> 28,22% para relógio branco; 23,92%<br />

para relógio roxo; 47,70% para cuité; 47,80% para jureminha; 32,02% para jurema<br />

amorosa e 36,80% para fato <strong>de</strong> piaba respectivamente.<br />

FDA (%)<br />

35<br />

34<br />

33<br />

32<br />

31<br />

30<br />

29<br />

28<br />

27<br />

26<br />

25<br />

ŷ =28,481+ 0,0003X<br />

R 2 = 0,78<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 10. Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />

x 1,5m) plantas/ha.<br />

66


Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido, %<br />

34<br />

32<br />

30<br />

28<br />

26<br />

24<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

sc<br />

cc<br />

Figura 11. Fibra em <strong>de</strong>tergente ácido <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />

x 1,5m) plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />

camalhão (CC).<br />

Hemicelulose<br />

Para a variável hemicelulose foi verificado efeito (P0,05) <strong>da</strong> hemicelulose em relação aos sistemas <strong>de</strong> plantio, observou-se que<br />

quando aumentou a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas, houve uma redução <strong>da</strong> percentagem <strong>de</strong><br />

hemicelulose (Figura 13). Comportamento inverso foi observado para a fibra em<br />

<strong>de</strong>tergente ácido, ou seja, no maior a<strong>de</strong>nsamento houve uma maior percentagem <strong>de</strong> FDA.<br />

67


Hemicelulose (%)<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

ŷ = 14,59 - 0,0007X<br />

R 2 = 0,77<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 12. Hemicelulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha.<br />

Hemicelulosse, %<br />

20<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

sc<br />

cc<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 13. Hemicelulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC).<br />

68


Celulose<br />

Não foi verificado efeito (P>0,05) para a variável celulose em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e do sistema <strong>de</strong> plantio. O valor médio <strong>de</strong> celulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 21,16 % no<br />

sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão na <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333<br />

(1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha, respectivamente. No sistema <strong>de</strong> plantio<br />

com camalhão, o valor médio foi o seguinte: 19,34 %, para as mesmas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio (Figura 14). Observa-se que os valores médios <strong>de</strong> celulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foram<br />

semelhantes para a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 6.666 plantas/ha (1,0m x 1,5m) in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

do sistema <strong>de</strong> plantio adotado. Entretanto, mesmo não tendo havido efeito significativo do<br />

sistema <strong>de</strong> plantio, quando reduziu a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, houve um aumento <strong>da</strong> percentagem <strong>de</strong><br />

celulose para o sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão, muito embora esse aumento não seja<br />

muito expressivo.<br />

25<br />

20<br />

Celulose, %<br />

15<br />

10<br />

5<br />

sc<br />

cc<br />

0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 14. Celulose <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC).<br />

69


Lignina<br />

Para a variável lignina não foi verificado efeito (P>0,05) <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema<br />

<strong>de</strong> plantio utilizado. Foram observados valores próximos ao encontrados na literatura para<br />

alimentos forrageiros, ou seja, em 9,0%, on<strong>de</strong> quanto menor for à percentagem <strong>de</strong>sse<br />

constituinte maior será a digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do alimento, caso não haja nenhum elemento<br />

antinutricional.<br />

O valor médio <strong>de</strong> lignina <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi <strong>de</strong>: 9,31 % no sistema <strong>de</strong> plantio sem<br />

camalhão nas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666<br />

(1,0m x 1,5m) plantas/ha, respectivamente. No sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão, o valor<br />

médio foi o seguinte: 9,20 %, para as mesmas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s (Figura 15).<br />

Avaliando a composição bromatológica <strong>de</strong> forrageiras arbustivas e sub-arbustivas nativas<br />

no Estado <strong>da</strong> Bahia, foram encontrados teores médios <strong>de</strong> 5,82; 5,89; 21,42; 25,25; 2,02 e<br />

6,17% para lignina na matéria seca, valores que estão abaixo dos encontrados para flor <strong>de</strong><br />

se<strong>da</strong>, apesar do valor <strong>de</strong> lignina está <strong>de</strong>ntro dos indicados pela literatura. As plantas<br />

analisa<strong>da</strong>s foram: carquejo (Calliandra <strong>de</strong>pauperata Benth), mata pasto (Senna uniflora),<br />

quebra-facão (Croton mucronifoliuos), moleque duro (Cordia leucocephala), pau-<strong>de</strong>-acauã<br />

(Coursetia rostrata Benth) e umbuzeiro (Spondias tuberosa), respectivamente (Passos,<br />

1994).<br />

70


10<br />

9,6<br />

Lignina, %<br />

9,2<br />

8,8<br />

8,4<br />

sc<br />

cc<br />

8<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 15. Lignina <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m)<br />

plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com camalhão<br />

(CC).<br />

Carboidratos não fibrosos<br />

Para a variável carboidratos não fibrosos não foi verificado efeito (P>0,05) <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema <strong>de</strong> plantio, nem <strong>da</strong> interação, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> com sistema <strong>de</strong> plantio.<br />

Os valores médios encontrados na flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> para carboidratos não fibrosos foram<br />

23, 57; 27,07 e 24, 34 % para o sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão na <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

<strong>de</strong> 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m x 1,5m) plantas/ha,<br />

respectivamente. No sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão os valores médios foram os<br />

seguintes: 25,25; 24,06 e 27,07 %, para as mesmas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio (Figura 16).<br />

Observa-se que não houve muita variação para as <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e os sistemas <strong>de</strong> plantio<br />

testados.<br />

Os carboidratos são nutrientes que fornece energia, tanto as frações <strong>da</strong> parece<br />

celular, como os carboidratos não fibrosos. Portanto é <strong>de</strong> extrema importância sua<br />

71


<strong>de</strong>terminação uma vez que, segundo Vala<strong>da</strong>res Filho (2001) a digestibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> FDN e<br />

dos CNF encontram-se próximos a 50% e 90%, respectivamente.<br />

Carboidratos não fibrosos, %<br />

30<br />

28<br />

26<br />

24<br />

22<br />

20<br />

sc<br />

cc<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 16. Carboidratos não fibrosos <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />

x 1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />

camalhão (CC).<br />

Carboidratos totais<br />

Não foi verificado efeito significativo (P>0,05) <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do sistema <strong>de</strong><br />

plantio e interação, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> com sistema <strong>de</strong> plantio, para a percentagem <strong>de</strong> carboidratos<br />

totais na matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>.<br />

O valor médio <strong>de</strong> carboidratos totais encontrados na flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> foi em torno <strong>de</strong><br />

66,0 % e 65,0 % para o sistema <strong>de</strong> plantio sem camalhão e com camalhão, respectivamente<br />

(Figura 17).<br />

Os carboidratos são os principais constituintes <strong>da</strong>s plantas forrageiras,<br />

correspon<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> 50 a 80% <strong>da</strong> MS <strong>da</strong>s forrageiras e cereais. A natureza e concentração<br />

dos carboidratos estruturais <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> celular são os principais <strong>de</strong>terminantes <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos alimentos volumosos, especialmente <strong>de</strong> forragens. A pare<strong>de</strong> celular po<strong>de</strong> constituir <strong>de</strong><br />

72


30 a 80 % <strong>da</strong> MS <strong>da</strong> planta forrageira, on<strong>de</strong> se concentram os carboidratos como a celulose,<br />

a hemicelulose e a pectina (Rocha Junior et al, 2003).<br />

Carboidratos totais, %<br />

70<br />

69<br />

68<br />

67<br />

66<br />

65<br />

64<br />

63<br />

62<br />

61<br />

60<br />

sc<br />

cc<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 17. Carboidratos totais <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666 (1,0m<br />

x 1,5m) plantas/ha nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, sem camalhão (SC) e com<br />

camalhão (CC).<br />

3.2- Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fitomassa <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong><br />

Observa-se na Figura 18 que houve efeito (P


com camalhão, no entanto, quando reduziu a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas, verificou-se que o<br />

sistema <strong>de</strong> plantio com camalhão foi mais eficiente.<br />

Pesquisas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s pela EMPARN (2004) avaliando a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva<br />

<strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> (Calotropis procera) cultiva<strong>da</strong>s em diferentes <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio aos 70<br />

dias <strong>de</strong> rebrota, obtiveram rendimentos <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1,0 t MS/ha/corte, nos espaçamentos<br />

<strong>de</strong> 1,0m x 0,5m e 1,0m x 1,0m. Cortes posteriores, realizados aos 120 dias <strong>de</strong> rebrota,<br />

possibilitaram rendimentos <strong>de</strong> 3,0 t MS/ha/corte.<br />

Observa-se uma diferença <strong>de</strong> valores em relação à produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra<strong>da</strong> em<br />

nosso estudo, mas é importante levar em consi<strong>de</strong>ração a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebrotação <strong>da</strong> planta,<br />

assim como a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio, on<strong>de</strong> foi utilizado um espaçamento mais a<strong>de</strong>nsado,<br />

além <strong>de</strong> uma i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rebrotação mais avança<strong>da</strong> que no nosso trabalho, nos dois cortes<br />

para produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

74


a<br />

b<br />

Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> MS, kg/ha<br />

800<br />

ŷ<br />

y<br />

= 206,44<br />

206,44<br />

+<br />

+<br />

0,1347X<br />

0,1347X<br />

R 2 = 0,98<br />

600<br />

R 2 = 0,98<br />

400<br />

200<br />

0<br />

0 2000 4000 6000 8000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> MS, kg/ha<br />

800<br />

600<br />

y ŷ = = 179,97 + 0,0529X 0,529X<br />

R 2 = 0,99<br />

400<br />

200<br />

0<br />

0 2000 4000 6000 8000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria seca,<br />

kg/ha<br />

900<br />

800<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

c<br />

sc<br />

cc<br />

0<br />

0 2000 4000 6000 8000<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />

Figura 18. Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria seca <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong> aos 60 dias <strong>de</strong> rebrota em função<br />

<strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio 2.500 (2,0m x 2,0m); 3.333 (1,5m x 2,0m) e 6.666<br />

(1,0m x 1,5m) plantas/ha, nos dois sistemas <strong>de</strong> plantio, a - sem camalhão (SC);<br />

b - com camalhão (CC) e c - dois sistemas <strong>de</strong> plantio.<br />

75


4. CONCLUSÃO<br />

Que a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o sistema <strong>de</strong> plantio não afetou os teores <strong>de</strong> MO, MM, FDN, EE,<br />

lignina, celulose, CHOnf e CHOt <strong>da</strong> flor <strong>de</strong> se<strong>da</strong>.<br />

Que a maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio reduziu os teores <strong>de</strong> MS, hemicelulose e PB e<br />

aumentou os teores <strong>de</strong> FDA.<br />

Que a maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio aumentou a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> matéria seca/ha.<br />

76


5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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78

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