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pluralidade cultural - Diretoria de Ensino Centro-Oeste

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VL I - DVD 49REPERTÓRIO AFRO-BRASILEIRO NA ESCOLASérie que tem como objetivo uma reflexão sobre práticas pedagógicas eumaavaliação sobre a responsabilida<strong>de</strong> da escola na manutenção <strong>de</strong>estereotipias. Ofoco principal será a lei 10.639 e as Diretrizes Curriculares Nacionais paraaEducação das Relações Étnico - Raciais e para o <strong>Ensino</strong> <strong>de</strong> História eCultura Afro-Brasileira e Africana que vem exigindo modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atualizaçãocontinuada paraos educadores, seja para o repertório informativo específico, seja para aformação <strong>de</strong>excelência conforme almeja a regulamentação.Realização: TV Escola / MEC. Brasil, 20041. A Lei n. 10.639 na sala <strong>de</strong> aula (60’) - O Brasil adiou ao máximo alibertação <strong>de</strong>africanos escravizados ou <strong>de</strong>les <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. Último país a <strong>de</strong>cretar aabolição, atéhoje essa população luta por sua inclusão numa <strong>de</strong>mocracia substantiva. AEscolatantas vezes silenciou ou fingiu não ver racismos circularem e atingiremcomviolência a vida <strong>de</strong> estudantes. Seremos o último país a abolir preconceitosediscriminações do nosso ambiente escolar? A Lei n. 10.639/2003 queestabelece aobrigatorieda<strong>de</strong> do ensino <strong>de</strong> História e Cultura Afro-Brasileira e AfricananaEducação Básica ainda dá seus primeiros passos. Como aprimorá-la para asmudanças que adiaríamos por mais 10 ou 100 anos? Essa lei surgiu agoraimposta<strong>de</strong> cima para baixo, ou ela é resultante <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas sociais quefinalmente foramincorporadas? O primeiro programa da série procura informar sobre a Lein. 10.639,sua contextualização política e as diretrizes <strong>de</strong> ensino para a suaimplementação.2. Áfricas e afro-brasileiros nas bibliotecas (60’) - As associações em tornodo que seimagina como afro-brasileiro, África e africanos se apóiam nas páginas <strong>de</strong>livros,sejam <strong>de</strong> ficção ou didáticos, que circulam à disposição do alunado, e noslivrosvoltados para a formação <strong>de</strong> educadores. O segundo programa da sériepreten<strong>de</strong>tratar da urgência <strong>de</strong> se avaliar essas imagens e chamar a atenção para anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar o escopo <strong>de</strong> referências com tais repertórios.Por que não lembrar que: "(...) na África existem milhares <strong>de</strong>africanida<strong>de</strong>s, em forma<strong>de</strong> contos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> épocas incontáveis. Mas todas po<strong>de</strong>m ser contadas outravez. Maspor on<strong>de</strong> começar? Pela primeira história? Que tal pelas histórias daCriação? Vocêsabe como o mundo foi criado pelos africanos? Ou como os africanos foramcriados


pelo mundo? Ou como a criação criou o mundo africano? Ou como muitosafricanoscriaram as histórias da criação do mundo? Os Shiluck, por exemplo, quesão povospastores, criadores <strong>de</strong> gado, contam que o mundo surgiu <strong>de</strong> uma gota <strong>de</strong>leite."Este pequeno trecho4introduz o programa, que irá tratar da linguagem daliteraturaficcional ou da linguagem dos livros didáticos, que trazem para <strong>de</strong>ntro dasala <strong>de</strong>aula a informação sobre africanos, o que significa uma referênciaimportante naprópria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasil e não somente na dos afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. Aliteraturaficcional ou os livros didáticos são espelhos on<strong>de</strong> me vejo e me percebo. Aorelacionar a Biblioteca como um instrumento auxiliar na implementação daLei n.10.639, a quantas anda a presença <strong>de</strong> personagens negros nesse universo? Temosavanços nessa direção?3. Áfricas e afro-brasileiros nas vi<strong>de</strong>otecas (60’) - O programa tem porobjetivoabordar o maior aproveitamento e a leitura crítica do acervo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>oseducativos eficcionais. Também visa incentivar o registro das ativida<strong>de</strong>s em ví<strong>de</strong>o. Avi<strong>de</strong>otecaguarda <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> histórias em movimento. Esse material, em geral <strong>de</strong>fácil acesso,também é capaz <strong>de</strong> nos contar uma história <strong>de</strong> ausências ou presençasnegras, pormeio <strong>de</strong> abordagens cuidadosas ou <strong>de</strong>scuidadas, ser enfim um instrumentoconstrutor ou <strong>de</strong>smantelador <strong>de</strong> estereotipias sobre a realida<strong>de</strong>. O acervoem ví<strong>de</strong>ospo<strong>de</strong> ser potencializado para a formação do aluno e do educador para otema queapresenta afro-brasileiros e africanos. De um lado, o material <strong>de</strong> apoiopo<strong>de</strong> auxiliarna riqueza das tradições nessa chave temática. Por outro lado, muitasvezes asabordagens po<strong>de</strong>m fixar estereotipias. É a socieda<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> o queperpetuar.Como a escola brasileira tem se colocado à frente <strong>de</strong>ssa produção?VL I - DVD 504. Áfricas e afro-brasileiros nos brinquedos e brinca<strong>de</strong>iras (60’) - "Escravos<strong>de</strong> Jó","Barra manteiga na fuça da nega" ou "Chicotinho Queimado" sãobrinca<strong>de</strong>iras quepreenchem nosso imaginário social. De um lado, renovam os contextos <strong>de</strong>opressãoon<strong>de</strong> foram construídas. Por outro lado, carregam uma memória afetivadifícil <strong>de</strong> serapagada. Nesse jogo entre reiterar ou <strong>de</strong>scartar <strong>de</strong>sumanizações noambienteescolar, quem é que sai ganhando? O programa aborda a questão dasemânticacotidiana expressa nos apelidos, nas brinca<strong>de</strong>iras que fixam caricaturas arespeito


dos afro-brasileiros e africanos. Também trata do tema das açõesafirmativas quevalorizam a imagem negra nos brinquedos. Por outro lado, o programaaponta para aimportância do repertório <strong>de</strong> danças, músicas, símbolos, nas inúmerasmanifestações <strong>de</strong>ssa vertente temática, que po<strong>de</strong>m ser instrumentos paraa maior<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> na apresentação da referência.5. Áfricas e afro-brasileiros nos currículos (60’) - Para repensarmos nossaescolanuma perspectiva anti-racista, localizamos as visões universalistas quedizemsermos todos iguais enquanto humanida<strong>de</strong> e as visões particularistas querecolocampontos <strong>de</strong> vista próprios <strong>de</strong> cada experiência histórica-social-afetiva. Todosnósestamos apren<strong>de</strong>ndo a olhar ora para um lado, ora para o outro. Ao longodos cincoprogramas começamos a conversar sobre aspectos específicos <strong>de</strong>ssaquestão.Escolhemos algumas linguagens, mas há muitas outras para <strong>de</strong>limitarmos,nareflexão sobre seus usos. De toda forma, um currículo também é umprocesso <strong>de</strong>seleção do que tornar ou não visível. É uma história <strong>de</strong> lutas ereavaliações. O quintoprograma procura chamar a atenção para uma dinâmica da socieda<strong>de</strong>brasileira. Seos currículos silenciaram ou apagaram ou apresentaram os afro-brasileiros<strong>de</strong> modoina<strong>de</strong>quado, ou restrito a clichês, é importante enfatizar as iniciativas nadireçãocontrária. Alguns casos lembrados procuram <strong>de</strong>monstrar que a Lei éresultado <strong>de</strong>iniciativas em curso há décadas que, finalmente, chegam ao centro, ouseja, saemda marginalida<strong>de</strong> para se tornarem oficiais. A estrela do programa, a Lei n.10.639,será vista em perspectiva.PLURALIDADE CULTURALVL II – DISCO 27 - MOJUBÁ - A COR DA CULTURAUma ampla pesquisa sobre o Candomblé no Brasil, orientada porespecialistas, <strong>de</strong>u origem a essa série1 ... • .. 1 ',('1 i('. com formatodidático-documental que reúne <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> pessoas , , '111",,, 'doI riSdo assunto, seja pela prática da religião ou pelo estudo da mesma. Osrelatos '.1111.1111 () Candomblé e a Umbanda no país, abordandoaspectos históricos, etnográficos e I' ·",I'.IO·,OS. entre outros. A sériemostra como as práticas do Candomblé variam nas regiões I" .'·.il, 'ir d~ Crevela <strong>de</strong> que forma a socieda<strong>de</strong> incorporou elementos <strong>de</strong>ssa religião.Duraçõo: 7 episódios <strong>de</strong> 30'Realizaçõo: Canal Futura. Brasil, 2005


1.. A fé - O episódio aponta as diferenças entre as tradições religiosas <strong>de</strong>origem africana, mostra a luta <strong>de</strong> seus seguidores contra a perseguição erelata a conquista da livre expressão religiosa. São apresentadas tambémas influências européias e indígenas nos cultos afro-brasileiros. Ayê, comoé chamado o mundo na língua iorubá, po<strong>de</strong> ser o lugar do encontro e dacelebração das diferenças.2. Origens, O programa mostra como se estruturam as religiões afrobrasileirase nos conta sobre a origem <strong>de</strong>sses cultos no Brasil. A fé na forçados orixás foi trazida por nossos ancestrais africanos e é preservada pelosatuais seguidores. O telespectador experimenta um novo olhar sobre omundo, no qual tudo é movimento e on<strong>de</strong> não existe bem ou mal, masintegração e complementarida<strong>de</strong> nas diferenças.3. Meio ambiente e saú<strong>de</strong> - "Sem folha não existe orixá, sem orixá nãoexiste folha". A natureza apresenta-se como veículo <strong>de</strong> manifestaçãodivina, portanto é importante respeitá-la. Neste programa são reveladas asrelações das religiões <strong>de</strong> matriz africana com a natureza - traço em comumcom as culturas indígenas, incorporadas pelos cultos afroobrasileiros.4. Influências - Os quitutes do tabuleiro da baiana, os sons e cores dosblocos <strong>de</strong> afoxé, os movimentos das danças populares e os <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>nossas vestimentas provam o quão próximos estamos da África. No quartoepisódio da série, vemos como nosso cotidiano foi enriquecido pelatradição religiosa africana e percebemos que a distância que separa oscontinentes não afasta as culturas.VL II – DISCO 275. Literatura e oralida<strong>de</strong> - Cada orixá tem sua história, cheia <strong>de</strong>sentimentos. Amor, ciúmes, vaida<strong>de</strong> são alguns dos ingredientes dasnarrativas orais da África. Construímos uma literatura enriquecida porpalavras <strong>de</strong> origem africana e por um olhar negro sobre o mundo, queserão mostrados neste episódio. Luiz Gama, Lima Barreto, Cruz e Souza eSolano Trinda<strong>de</strong> são alguns dos expoentes das letras que provam essainfluência.6. Quilombos - O programa mostra a trajetória <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> muitosnegros, cuja luta pelo sonho <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> sustentou quilombos e motivoumuitas rebeliões. Ganga Zumba, Zumbi, Luiza Mahin e Cosme Bento dasChagas são alguns dos nomes que escreveram essa história, aindapresente na memória e na atual resistência <strong>de</strong> remanescentes qui lomboIas.7. Comunida<strong>de</strong>s e festas - Os <strong>de</strong>uses dançam e celebram a vida, assimcomo aqueles que acreditam nestas entida<strong>de</strong>s. As festas em grupo, o somdo tambor e os movimentos da dança po<strong>de</strong>m ser instrumentos <strong>de</strong> oração ereverência às forças espirituais. O episódio apresenta os cultos africanos erevela como o divino se manifesta na comunhão da alegria e na vidafestejada na companhia do próximo.VL II – DISCO 39 – VALORES AFRO-BRASILEIROS NA EDUCAÇÃO – PARTE ISérie que, a partir da obrigatorieda<strong>de</strong> do ensino da história da África nasre<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino no Brasil, trata do <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> disseminar, num curto


espaço <strong>de</strong> tempo, uma gama <strong>de</strong> conhecimentos multidisciplinares sobre omundo africano.Duração: 5 programas <strong>de</strong> 60'Realização. TV Escola / MEC. Brasil, 20051. Novas bases para o ensino da História da África no Brasil.A generalização do ensino da história da África apresenta problemasespecíficos. No texto do primeiro programa <strong>de</strong>ssa série, assinalamos, <strong>de</strong>maneira sumária e a título indicativo, alguns dos problemas que <strong>de</strong>verãoser levados em conta na formação inicial e continuada das/osprofessoras/es das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino incumbidas/os <strong>de</strong>ssa missão. Vamosnos limitar aos problemas menos evi<strong>de</strong>ntes contidos na problemáticaepistemológica, metodológica e didática em relação à África, tendo emmente que se trata <strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>sta contribuição, entre outras, num campotradicionalmente semeado <strong>de</strong> abordagens conflitantes e <strong>de</strong> muitascontrovérsias. A proposta do primeiro programa é subsidiar o ensino <strong>de</strong>História da África no <strong>Ensino</strong> Básico.2. Valores civilizatórios afro-brasileiros na Educação Infantil.Valores que, se consolidados na Educação Infantil, po<strong>de</strong>m ganhar fôlego epotência para se ampliarem para além dos muros da escola com o statusque nos é socialmente <strong>de</strong>vido, neste longo processo <strong>de</strong> constituição dasocieda<strong>de</strong> brasileira. Mas que valores são estes? Como se constituíram nanossa socieda<strong>de</strong>? Como po<strong>de</strong>m estar presentes numa escola marcada ecomprovadamente eurocêntrica? Que estratégias enquanto docentespo<strong>de</strong>mos tomar nesta direção? O que ler? On<strong>de</strong> pesquisar? Com quemdialogar? Esses são os eixos básicos a serem abordados neste programa.3. Africanida<strong>de</strong>s na organização educacional em comunida<strong>de</strong>s quilombolas.A proposta do terceiro programa inscreve-se no âmbito <strong>de</strong> ações que têmpor objetivo oferecer a professoras e professores um recurso político<strong>cultural</strong>-pedagógicopara compreensão das diversida<strong>de</strong>s étnico-culturais,que se encontram nas Comunida<strong>de</strong>s Remanescentes <strong>de</strong> Quilombos. A oralida<strong>de</strong> assegura um processo educacional milenar, formando pessoas numaprática que se realiza no cotidiano, afirmando o orgulho do pertencimentoétnico, cultivando formas <strong>de</strong> vida comunitárias, integradas, em certamedida, à dinâmica social das socieda<strong>de</strong>s contemporâneas, sem per<strong>de</strong>r <strong>de</strong>vista marcas africanas que perpassam valores, crenças, costumes,tradições, que constituem as dimensões simbólicas, mitológicas, rituais davida nos Quilombos.VL II – DISCO 40 – VALORES AFRO-BRASILEIROS NA EDUCAÇÃO – PARTEII4. Matemática e culturas africana e afro-brasileira.A finalida<strong>de</strong> do quarto programa é introduzir a afroetnomatemática, comoforma <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar os alunos para a importância <strong>de</strong> africanos eafro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes no campo do uso da Matemática. Pesquisas recentesmostram que há uma percepção errônea <strong>de</strong> que os afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes nãosão completamente aptos para o aprendizado da Matemática. Esse fatoleva professores a <strong>de</strong>senvolverem formas preconceituosas <strong>de</strong> justificar oinsucesso dos afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes em Matemática, como também cria certoreceio do alunado para o aprendizado <strong>de</strong>sta área do conhecimento. Esteprograma visa apresentar a perspectiva <strong>de</strong> negros na Matemática emquatro aspectos: a) Negros na Matemática na história do Brasil; b) Aportesà Matemática pelos africanos; c) Pesquisadores negros na área da


Matemática; d) O uso <strong>de</strong> um jogo africano em sala <strong>de</strong> aula, para o<strong>de</strong>senvolvimento cognitivo na área do raciocínio lógico.5. Matriz africana: educação e ética.As culturas africanas assentam-se em três pilares básicos: oralida<strong>de</strong>,relação dinâmica com a ancestral ida<strong>de</strong> e sincronicida<strong>de</strong> entre o espaçohistórico (aye) e o espaço sagrado (orun). A oralida<strong>de</strong> dá sustentação àshistórias humanas e sagradas <strong>de</strong>sses povos. Entre os iorubas (povo daÁfrica Oci<strong>de</strong>ntal: Nigéria, Togo e Daomé), a "oratura" sustenta-se nosVersos Sagrados <strong>de</strong> Ifá, transmitidos pelos mais velhos aos mais jovens,iniciados na tradição. Essa é a forma <strong>de</strong> veiculação do axé (força vitalancestral), inoculado no rito <strong>de</strong> passagem iniciático. A relação dinâmicacom o ancestral não o segrega no passado. Pelo contrário: o ancestralhistóricoe mítico, orixá - está presente no dia-a-dia do fazer humano. Ele éo elo que liga o ioruba ao mundo sagrado, orun. Mundo que retroalimentaos sonhos e as realizações dos seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. Por esses portais,torna-se possível o ingresso no "multiverso" civilizatório <strong>de</strong>sse povo. É aarquitetura civilizatória que dá sustentação à educação, às relaçõesmorais, à ética e à <strong>de</strong>ontologia. A estrutura civilizatória dá apoio àeducação, em seu duplo aspecto: a escolarização e a relação orgânica como tecido social. Debater estes e outros temas é a proposta do quintoprograma da série, uma vez que a África, em sua diversida<strong>de</strong>, tambémcontempla, ao lado das religiões tradicionais, outras crenças, muitas dasquais, tendo sidotrazidas pelos colonizadores, foram ressignificadas.VL III - DISCO 23CURRÍCULO, RELAÇÕES RACIAIS E CULTURAAFRO-BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO BÁSICASérie que tem como proposta a incorporação <strong>de</strong> práticas pedagógicas maispróximas da realida<strong>de</strong>da comunida<strong>de</strong> escolar. Para tanto, subdivi<strong>de</strong>-se emtópicos, a serem discutidos em cinco programas, tendo como<strong>de</strong>batedoras(es) especialistas e professoras(es) que atuam em sala <strong>de</strong>aula, objetivando criar possibilida<strong>de</strong>s para o exercício do que <strong>de</strong>termina aLei nº 10.639/032e estimular a construção <strong>de</strong> um projeto político-pedagógico comoferramenta teórica emetodológica que cumpra o papel social e a função educativa da escola,que é promover a transformação pessoal e a ampliação do cabedal <strong>de</strong>conhecimentos das(os) educandas(os).Duração: 5 programas <strong>de</strong> 60’Realização: TV Escola. Brasil, 2006CURRÍCULO, RELAÇÕES RACIAIS E CULTURAAFRO-BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO BÁSICA - Parte I1. História e Cultura Afro-Brasileira e Africana – No primeiro programa dasérie,procuraremos indicar um novo continente teórico, assentado na erudiçãodos valorese linguagens do continuum civilizatório africano-brasileiro, cujo legado nospermiteencontrar novas percepções e elaborações sobre educação. Apesar dapujança docontinente africano, encontramos no cotidiano escolar professores/as ealunos/as quelêem a África como um país, não conseguem percebê-la como umimportante continente


que protagoniza a história da humanida<strong>de</strong>. Diante <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>sinformações,são organizados cursos para professores e elaborados materiais didáticos,além <strong>de</strong> serem implementadas diversas iniciativas que possam respon<strong>de</strong>rao <strong>de</strong>safio da Lei.2. As Relações Étnico-Raciais – História e Cultura Afro-Brasileira naEducação Infantil – O cumprimento da Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 10.639/03, que tornaobrigatório o ensino <strong>de</strong> História e Cultura Afro-Brasileira, bem como dasDiretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o <strong>Ensino</strong> da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira(2004), têm provocado mudanças nas práticas pedagógicas <strong>de</strong> professorese professoras <strong>de</strong> toda a educação básica. Para tanto, profissionais daeducação têm procurado a<strong>de</strong>quar suas práticas educativas, buscando taisconhecimentos em formações continuadas, em grupos <strong>de</strong> estudos para queo ambiente escolar e o <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula possam, <strong>de</strong> fato, incluir a cultura <strong>de</strong>origem africana e promover a educação para as relações étnico-raciais.VL III - DISCO 233. Diversida<strong>de</strong> Étnico-Racial no Currículo Escolar do <strong>Ensino</strong> Fundamental –Tomar consciência <strong>de</strong> que o Brasil é um país multirracial e pluriétnico ereconhecer eaceitar que, nesta diversida<strong>de</strong>, negros e indígenas têm papéis da maiorrelevância paraa socieda<strong>de</strong> brasileira são aprendizagens que convergem para a educaçãodas relaçõesétnico-raciais porque, conforme expressa o Parecer CNE/CP 3/2004, estaeducaçãopo<strong>de</strong> oferecer conhecimentos e segurança para negros orgulharem-se <strong>de</strong>sua origemafricana; para os brancos, permitir que i<strong>de</strong>ntifiquem as influências, ascontribuições, aparticipação e a importância da história e da cultura dos negros no seujeito <strong>de</strong> ser,viver, <strong>de</strong> se relacionarem com as outras pessoas. O processo educativo queviabilizaessas aprendizagens necessárias encontra embasamento nos princípios daconsciênciapolítica e histórica da diversida<strong>de</strong>, do fortalecimento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>direitos, dasações educativas <strong>de</strong> combate ao racismo e às discriminações, tambémapontados nomesmo Parecer. A escola <strong>de</strong>ve cumprir a parte que lhe toca noscompromissos <strong>de</strong> Estado assumidos pelo Brasil, enquanto signatário <strong>de</strong>tratados internacionais, <strong>de</strong> constituir uma <strong>de</strong>mocracia em que as pessoasusufruam em sua plenitu<strong>de</strong> a condição <strong>de</strong> cidadãos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong>raça/etnia, cor, posição e papel social, religião, gênero. A instituiçãoescolar tem <strong>de</strong> criar mecanismos e instrumentos <strong>de</strong> uso permanente, viaprojeto político-pedagógico e currículo, para intervir na realida<strong>de</strong> queexclui o negro(pretos e pardos), bem como os indígenas, entre outros, do acesso aosdireitos humanosfundamentais.VL III - DISCO 24CURRÍCULO, RELAÇÕES RACIAIS E CULTURAAFRO-BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO BÁSICA - Parte II4. O Legado Ancestral Africano na Diáspora e a Formação Docente –Estudos


vários sobre as culturas brasileiras nos apontam a construção <strong>de</strong> umimaginário do povobrasileiro, educado para valorizar elementos culturais e raciais que seenquadrem nascategorias branca e cristã. Tal formação torna-se um <strong>de</strong>safio para aeducação brasileira,em face do proposto pela Lei n. 10.639/03 que alterou a LDB n. 9.394/96,<strong>de</strong>terminandoa obrigatorieda<strong>de</strong> do ensino <strong>de</strong> História e Cultura Afro-brasileiras eAfricana, visando<strong>de</strong>senvolver políticas <strong>de</strong> reparações com as ações afirmativas para aspopulações negras,isto porque, ao longo da história da educação brasileira, os/as docentesforam formados/as para enten<strong>de</strong>r o legado africano como “saberes do mal”, saberes <strong>de</strong>culturas atrasadas e pré-lógicas, repercutindo nos currículos escolares comuma carga preconceituosa, que gera as discriminações com estas culturas.Nesta perspectiva, vamos abordar a Antropologia dos povos africanos eAfro-brasileiros, levando-se em consi<strong>de</strong>ração seus mitos e saberespopulares, bem como seus símbolos, a partir <strong>de</strong> suas formulaçõessimbólicas.5. As Relações Étnico-Raciais, a Cultura Afro-Brasileira e o Projeto Político-Pedagógico – A trajetória da população negra brasileira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seqüestrona África,é marcada pela luta contra o preconceito, a discriminação e o racismo quemarcaram– e marcam – a vida <strong>de</strong>ssa população. Nesse processo <strong>de</strong> enfrentamento,po<strong>de</strong>mosconsi<strong>de</strong>rar – entre outros – três momentos fundamentais <strong>de</strong> resistência: a)a estratégias<strong>de</strong> luta contra a escravidão negra na formação dos quilombos; b) aresistência pósescravidão, com a fundação <strong>de</strong> várias entida<strong>de</strong>s negraslocais, regionais e nacionais;c) o processo vivido ao longo <strong>de</strong>sses quase dois séculos, em torno daconstituição <strong>de</strong>dispositivos legais que atendam às reivindicações históricas da populaçãonegra. Entreas reivindicações históricas, a educação sempre foi pautada como umapossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> capaz <strong>de</strong> assegurar direitos sociais, políticos,econômicose culturais a todos/as brasileiros/as. O <strong>de</strong>safio atual da educação éimplementar nosmunicípios e estados da Fe<strong>de</strong>ração políticas públicas <strong>de</strong> promoção daigualda<strong>de</strong> racial.Para isso, três fatores são fundamentais: investimentos na escola pública;uma proposta<strong>de</strong> formação dos profissionais <strong>de</strong> educação, centrada na reflexão sobre as<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>sraciais historicamente construídas que permeiam o espaço escolar, e aconstrução <strong>de</strong>projetos político-pedagógicos nas escolas que dêem conta da diversida<strong>de</strong>na formaçãodo povo brasileiro.

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