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RReleases<br />
Apoteom<br />
Alienation<br />
MS Metal Press - nacional<br />
Você olha a bela capa e o encarte,<br />
bastante caprichados, com layout<br />
refinado, enfim, e alimenta expectativas<br />
à altura da parte gráfica. Ao dar o play,<br />
percebe que o som desse pessoal de Santa<br />
Maria, Rio Grande do Sul, toca Metal que<br />
transita pelo Thrash (o mais marcante), o<br />
Heavy e até, lá e cá, pelo Death Metal.<br />
As músicas são pesadas e agressivas,<br />
com diversas mudanças de andamento<br />
e ‘groovie’ para dar e vender. Mostram<br />
que potencial não falta no ‘debut’.<br />
Se alguém pensa que o vocal de Pedro<br />
Ferreira (também guitarrista) vai pro<br />
gutural ou berrado, engana-se: o sujeito<br />
manda ver em sua voz limpa, porém áspera,<br />
potente e com um timbre bacana.<br />
Parece que tudo acabará bem, né?<br />
Parece... com um investimento na mencionada<br />
parte gráfica e no poderio das<br />
composições, por que diabos também<br />
não pegaram firme em um dos mais importantes<br />
aspectos, a gravação?<br />
Estou torcendo para que tenha sido<br />
algum problema unicamente no CD<br />
que recebi. Afinal, parece um registro<br />
amador, retirado de alguma antiga fita<br />
cassete lá do início da década de noventa,<br />
com sérios problemas na sonoridade<br />
da bateria (o bumbo é lamentável) e das<br />
cordas, especialmente nos riffs mais<br />
distorcidos. Apenas a voz se salvou<br />
aqui. E sim, isso fez com que a nota baixasse<br />
consideravelmente.<br />
Como deixaram acontecer? Um negócio<br />
bem abafado, ‘clipado’, enfim,<br />
um fiasco. Esse fator colocou tudo a<br />
perder, sério. Desperdício de talento.<br />
Repito: torço para que o problema tenha<br />
sido somente na minha cópia do material.<br />
Se sim, podem desconsiderar tudo o que<br />
foi relatado sobre a gravação e o aumento<br />
da nota será substancial. Mas se todos estão<br />
assim... puxa, nem quero pensar.<br />
Que a banda tem futuro, não há dúvida.<br />
Mas falta um tratamento profissional<br />
no próximo registro.(CK)<br />
Beastkrieg<br />
Beastkrieg (demo)<br />
Independente – Nacional<br />
amor pela música extrema é tão<br />
O marcante que, por mais que já te-<br />
32 - <strong>UNDERGROUND</strong> <strong>ROCK</strong> <strong>REPORT</strong><br />
nham anunciado um zilhão de vezes<br />
que o Metal irá morrer (ou que está<br />
morto), sempre haverá aqueles que resgatam<br />
o estilo. Neste caso específico, os<br />
primórdios do Black e do Death Metal.<br />
A Beastkrieg, de São Carlos/SP, nos<br />
brinda com uma homenagem muito<br />
bem executada, primando pelo primeiro<br />
estilo mencionado. Até os pseudônimos<br />
dos integrantes têm seu charme: Emperor<br />
of Evil Chants (vocal/baixo), Gordo<br />
Butcher (guitarra) e Perversor of The<br />
Holy Order (bateria).<br />
A sonoridade é algo demoníaco,<br />
como já era de se esperar, não muito<br />
veloz (claro que há exceções), mas violento<br />
a ponto de causar pesadelos, com<br />
uma aura malévola e empolgante. As influências?<br />
Surrupiando da própria página<br />
da banda: Sarcófago, Mystifier, Holocausto,<br />
Mutilator, Venom, Bathory,<br />
Hellhammer, Sabbat, Blasphemy. Seis<br />
faixas de alto quilate!<br />
A gravação, felizmente, está muito<br />
boa (para os padrões), coisa que ainda<br />
não era possível ter lá nos anos oitenta.<br />
Portanto, escutar essa demo é uma<br />
tarefa (tarefa?) ainda mais prazerosa.<br />
Mas não esperem algo cristalino saindo<br />
das caixas de som não, hein? É sujo na<br />
medida certa!<br />
E nessa atmosfera maligna, merece<br />
menção também a bonita capa, criada por<br />
Emerson Maia. Mais “true”, impossível.<br />
Está aí uma grata surpresa do nosso<br />
underground, que merece ser espalhada<br />
mundo afora. No que depender desse<br />
trio, as raízes da música extrema sempre<br />
estarão a salvo! (CK)<br />
Brutal Exuberância<br />
Território Perdido<br />
Independente – 2012 – Brasil<br />
Manaus/Amazonas está bem barulhenta!<br />
Dez anos de experiência<br />
no Crossover/Thrash Metal trazem um<br />
‘debut’ de repeito por parte da Brutal<br />
Exuberância! E chama a atenção o fato<br />
de o pessoal cantar quase todas as músicas<br />
em português. Sabe que ficou interessante<br />
o resultado?<br />
Pois então, com essa proposta de<br />
estilo, o negócio não poderia ser outra<br />
coisa senão extremo e veloz. São faixas<br />
relativamente simples, bem na fuça, dotadas<br />
de uma energia que te faria entrar<br />
no ‘mosh pit’ sem pensar duas vezes.<br />
Porrada mesmo, meu amigo!<br />
A paixão dos integrantes pela música<br />
pesada está devidamente registrada<br />
com “Metal, Essa é Minha Vida”. Mas<br />
nem precisava desse título para constar<br />
que os caras realmente gostam do que<br />
fazem.<br />
Enfim, é algo bem tradicional e ‘old<br />
school’, com uma produção acima da<br />
média (o timbre do baixo está lindo!) e<br />
uma arte bem bonita do encarte. É curto<br />
– pouco mais de vinte minutos -, mas<br />
faz um bom estrago! Fãs de Thrash/<br />
Crossover, isso é pra vocês!(CK)<br />
Cemitério<br />
Cemitério<br />
Kill Again Records – Nacional<br />
Vou ser sincero: poucas vezes vi<br />
um projeto assim dar tão certo<br />
e ser tão agradável! Trata-se de<br />
uma one-man band cujo responsável<br />
é Hugo Golon, que também atua na<br />
Blasthrash, Side Effectz e em outras<br />
podreiras. Aqui, o negócio é Thrash/<br />
Death Metal bem ‘old school’. Fantástico!<br />
O músico investe na velocidade em<br />
quase todo o registro, seja na bateria<br />
(mas não chega nos ‘blast beats’),<br />
seja nos riffs brutais e extremamente<br />
inspirados. Sim, a guitarra aqui é um<br />
elemento de muito destaque no CD.<br />
O timbre vocal de Golon lembra<br />
uma boa mistura entre Chuck Schuldiner<br />
da primeira fase da Death, com<br />
John Tardy (Obituary). Falando nisso,<br />
vale mencionar que o cara canta muito<br />
rápido, com poucos momentos para<br />
pegar fôlego. Ficou demais!<br />
Por sua vez, as letras também são<br />
um show à parte: homenageiam diversos<br />
filmes clássicos de terror com<br />
letras que contam uma espécie de<br />
resumo das películas. Tudo muito divertido.<br />
Além da sonoridade, a produção<br />
cuidadosamente suja e crua deixou<br />
o material ainda mais interessante,<br />
assim como a arte gráfica que, embora<br />
seja bastante simples, ilustra bem<br />
cada um dos filmes abordados.<br />
Enfim, um dos mais empolgantes e<br />
viciantes discos do ano, em um resgate<br />
fenomenal da velha escolha. Kill<br />
Again Records (www.killagainrec.<br />
com.br): vocês se superaram mais<br />
uma vez! (CK)<br />
Creptum<br />
The Age of Darkness<br />
Independente – 2014 - Brasil<br />
Caramba, como uma banda desse<br />
nível ainda não é tão conhecida<br />
assim no nosso cenário extremo? Falo<br />
na cara: uma das melhores demos de<br />
2014, e fim! É um Black Metal furioso,<br />
barulhento, sem frescuras. Ah,<br />
e trata-se de uma regravação do material,<br />
lançado originalmente há uma<br />
década.<br />
Velocidade máxima, quase ininterrupta,<br />
riffs típicos, vocal rasgado/<br />
rouco/sombrio, enfim, esses itens de<br />
qualidade estão todos presentes, de<br />
modo que fã nenhum do estilo terá do<br />
que reclamar.<br />
São seis faixas, sendo que as duas<br />
últimas são na verdade bônus do primeiro<br />
registro dos caras, a também<br />
demo “...Make This World Burn”.<br />
Vale lembrar que a blasfêmia veio<br />
num envelope caprichado, profissional<br />
mesmo, bem no clima obscuro<br />
da sonoridade da banda. E a gravação<br />
está excelente, com o charme da aura<br />
noventista nórdica. Um show!<br />
Mas não temam, afoitos por Metal<br />
negro bem feito, pois é possível fazer<br />
download gratuito dessa maravilha!<br />
Bem, agora vou intimar: e aí, Creptum,<br />
quando sai o ‘debut’?? Porque<br />
isso aqui instiga demais, rapaziada!<br />
Passou da hora de presentear ainda<br />
mais o nosso underground, hein?<br />
Longa vida ao trio Animus Atra<br />
(bateria), Deimous Nefus (guitarra/<br />
baixo) e Tanatos (guitarra/vocal), que<br />
espalha a ótima maldade sonora (sub)<br />
mundo afora! (CK)<br />
The Assault<br />
The Assault (demo)<br />
Independente – 2014 – Brasil<br />
Eis o primeiro registro da araraquarense<br />
The Assault, que traz<br />
um Heavy/Thrash Metal porrada na<br />
face. É uma sonoridade trabalhada,<br />
cheia de mudanças de andamento e<br />
que realmente caminha nessa linha<br />
tênue entre os dois estilos mencionados.<br />
O vocal de Artur Rinaldi, também<br />
guitarrista, é venenoso, meio rasgado<br />
e rouco. Acreditem, tem um quê<br />
surpreendente de... Janis Joplin! Mas<br />
calma, a semelhança (pouca) é só no<br />
timbre vocal e nada mais! (mesmo<br />
assim, sei que vão falar que viajei na<br />
comparação)<br />
São seis faixas executadas com<br />
raça, bem “fala você mesmo”, com<br />
destaque para “Jump of Death (D-<br />
Day)” e sua agressividade desenfreada.<br />
Frescura aqui passa bem longe!<br />
Apesar de a produção mostrar bem<br />
o baixo (bacana!), ela ficou um tanto<br />
crua. O reverb no vocal também ficou<br />
meio esquisito, mas é muito legal<br />
constatar que a demo está cheia de<br />
boas ideias e que sim, a The Assault é<br />
uma banda promissora.<br />
Inclusive há até um cover de “Troops<br />
of Doom” (Sepultura), pra mostrar<br />
que essa molecada está cercada de<br />
boas influências para evoluir.<br />
Parece que agora estão investindo<br />
no ‘debut’! Se levarmos em consideração<br />
o que foi apresentado aqui, a<br />
expectativa para o vindouro ‘full’ é<br />
positiva! (CK)