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Symphony Draconis<br />
Supreme Art of Renunciation<br />
Eternal Hatred Records/Misanthopic<br />
Records/Corvo Records – Nacional<br />
Black Metal nacional vem ganhando<br />
cada vez mais força (não me<br />
O<br />
diga...)! E importante reforçar: com<br />
bandas que realmente têm qualidade!<br />
Apesar de surgida em 2006, foi em<br />
2013 que a Symphony Draconis soltou<br />
seu ‘debut’. É latente que os anos de estrada<br />
trouxeram ótimos resultados para<br />
o registro.<br />
E engana-se quem acha que o som<br />
tem aquela pegada mais modernosa,<br />
com teclados, orquestrações, diferentes<br />
vocais ou coisas do tipo. Não, a banda<br />
consegue fazer um ótimo trabalho tocando<br />
o tradicional do estilo. Ponto pra ela!<br />
Mas não se trata daquele Black ríspido<br />
e movido a pura velocidade não:<br />
é algo mais trabalhado, sem deixar de<br />
ser extremo, e muito, muito bem feito e<br />
hipnotizante.<br />
Os bumbos do baterista Helles Vogel<br />
quase não cessam, o que dá uma pegada<br />
ainda mais agressiva às músicas que, por<br />
sua vez, contam com certa quantidade de<br />
melodia. Mas calma, é aquela melodia<br />
típica do Black Metal! Portanto, há um<br />
equilíbrio no quesito brutalidade.<br />
Veja bem, isso não significa que só<br />
tem faixas cadenciadas não, hein? Confiram,<br />
por exemplo, as mortais “The Visions<br />
and Mysteries of the Great Ones”<br />
e “Crushing the Concepts”.<br />
A capa é linda, assim como o restante<br />
do caprichado encarte. E a gravação<br />
está tinindo, pesada na medida certa!<br />
Souberam fazer um investimento profissional!<br />
Nota 10!<br />
Pode ser pretensão, mas parece que<br />
estamos diante de uma boa revelação<br />
do Metal negro tupiniquim. Tá dado o<br />
recado! (CK)<br />
Slasher<br />
Katharsis<br />
Programa de Ação Cultural do<br />
Estado de São Paulo – Nacional<br />
Esse aqui já é certeza: estará em diversas<br />
listas de melhores de 2014.<br />
Impossível ficar fora delas. A Slasher<br />
soltou um dos mais surpreendentes discos<br />
dos últimos tempos. Afinal, anteriormente,<br />
já estavam bem cotados com<br />
“Pray for the Dead” (2011), um Thrash<br />
Metal comum, mas bem executado.<br />
Agora, essa obra prima “Katharsis”<br />
impressiona – E MUITO – pelo fato de<br />
eles alcançarem outro nível em termos<br />
de qualidade. Sério, é quase incomparável<br />
com o ‘full’ anterior!<br />
O que antes era mais veloz e direto<br />
recebeu uma belíssima roupagem cheia<br />
de ‘groovie’ e uma refinada geral nas<br />
composições. Mas não deixaram de ser<br />
agressivos em nenhum momento. Aliás,<br />
talvez o novo petardo esteja até mais<br />
violento, e essa impressão aumenta<br />
quando percebemos o competente vocal<br />
de Skeeter, que deixou a sonoridade da<br />
banda ainda mais extrema.<br />
A aula de Thrash Metal é tanta, que<br />
destacar uma ou outra canção é tarefa<br />
inexecutável. E pra que se importar com<br />
isso, quando todas elas são absolutamente<br />
fodas? Mas só pra registro, a faixa<br />
“Hostile” é a mais porrada, como o título<br />
sugere, enquanto a que fecha o disco,<br />
“All Covered in Blood”, destoa um pouco<br />
das músicas restantes, com variações<br />
vocais e estruturas mais trabalhadas.<br />
Ah, e também tem um cover de “Suffocated”,<br />
da Mosh. O que já era bom,<br />
ficou mais assassino.<br />
A produção está espetacular, seja na<br />
gravação pesadíssima e límpida, seja na<br />
parte visual, cujo capricho nos brindou<br />
com a ilustração fantástica da capa e o<br />
lançamento em digipack.<br />
Sem exagero, isso aqui tem tudo pra se<br />
tornar um clássico do Metal extremo nacional.<br />
Ainda está lendo aqui??? Que perda<br />
de tempo... cara, sai correndo pra adquirir<br />
esse material excepcional! Não haverá arrependimentos.<br />
Só dores no pescoço.(CK)<br />
Scourge – Hate Metal<br />
Cogumelo Records/Greyhaze<br />
Records – Nacional<br />
Pra situar: banda de Death Metal vindo<br />
de Minas Gerais, e cheirando a<br />
registros noventistas daquele estado.<br />
Pronto, já é motivo para você se preocupar<br />
em ir atrás desse material. Incrivelmente,<br />
até a gravação remete àquela<br />
época. Calma, ela é muito boa, refinada<br />
mesmo.<br />
E que clima sombrio e malévolo tem<br />
esse petardo! Varia a velocidade, puxando<br />
vez ou outra até para o Doom (no<br />
andamento), e outras, para os ‘blast beats’<br />
característicos do Death. A técnica<br />
está acima da média.<br />
Pois bem, se passou pela sua cabeça<br />
Sarcófago com o descrito até o momento,<br />
você pensou em uma boa referência<br />
sobre “Hate Metal”. É perceptível a<br />
influência aqui, a começar pelo próprio<br />
nome da banda.<br />
A qualidade fala alto no disco, já que<br />
as composições são bem elaboradas,<br />
coesas, pesadas, desgraçadas. Tanto é<br />
que se você escolher aleatoriamente alguma<br />
para escutar, vai se empolgar com<br />
a mesma intensidade em cada uma. Em<br />
outras palavras, o destaque real é para<br />
todas as faixas, inclusive a “Intro - Sentenced<br />
to Die”. Apenas para constar,<br />
a que fecha o play, a faixa-título, nos<br />
invoca a berrar junto o refrão: “HATE<br />
METAL, HATE METAL”!<br />
É no bom sentido que direi isso, obviamente:<br />
se quer um exemplo de uma<br />
sonoridade maldita, violenta e densa,<br />
Scourge é a opção, com um dos melhores<br />
álbuns recentes retratando o underground<br />
nacional do início dos anos<br />
noventa. (CK)<br />
Tellus Terror<br />
EZ Life DV8: Easy Life Deviate<br />
Independente – Nacional<br />
Mesclando os mais variados gêneros<br />
derivados do rock n’ roll, o<br />
Tellus Terror, banda carioca de Niterói<br />
foi fundada exatamente no dia 17 de<br />
Novembro de 2012.<br />
Tiveram como primeiro desafio definir<br />
o próprio estilo da banda, para o<br />
som idealizado, e com isso foi criado o<br />
M.M.S – Mixed Metal Styles -, deixando<br />
a banda livre para misturar em suas<br />
composições o Death Metal, Black Metal,<br />
Thrash Metal, Doom Metal, Gothic<br />
Metal, Heavy Metal, Power Metal,<br />
Splatter, Grindcore, Hard Rock e etc.<br />
Criatividade, muita técnica e ousadia<br />
em excesso definem muito bem<br />
o Tellus Terror, que é sem duvidas,<br />
uma magnifica miscelânea de ritmos e<br />
timbres do metal. O talento que esses<br />
grandes músicos tem para diferenciar e<br />
impressionar o ouvinte em uma musica<br />
para outra é monstruosamente avassalador!<br />
Não é repetitivo, nem cansativo.<br />
É exclusivo, inesperado, energético e<br />
muito precisamente bem elaborado.<br />
“EZ Life DV8: Easy Life Deviate“<br />
é de um vasto conteúdo musical e<br />
lírico. O disco, como define Felipe Borges,<br />
vocalista: “conta um pouco sobre<br />
como nossa vida começou, como tudo<br />
começou a ser formado (de acordo com<br />
o que nossa espécie conhece atualmente),<br />
sobre como Tellus (Tellus significa<br />
Planeta Terra em Latim), tomou forma,<br />
sobre o posicionamento do nosso planeta<br />
em nossa galáxia, falando um pouco<br />
também sobre fenômenos naturais, a<br />
adaptação do ser Humano na Terra, e de<br />
como somos capazes de gerar grandes<br />
conflitos por poder, em que na verdade<br />
onde nós vivemos é o verdadeiro inferno,<br />
refletindo sobre como seria o nosso<br />
definitivo Panorama do Fim dos Tempos,<br />
e finalmente a conclusão de que<br />
nós não sabemos nada, e que tudo que<br />
possamos imaginar sobre o fim do mundo<br />
ou a continuação da nossa espécie é<br />
um Erro.”<br />
O mais impressionante é que cada<br />
vez que se escuta ”EZ Life DV8”, descobrimos<br />
algo novo. Um som, um timbre,<br />
um arranjo, um compasso. O disco<br />
é realmente cheio de detalhes, que você<br />
só vai percebendo aos poucos. Relativamente<br />
nova, a banda acertou em cheio<br />
quando decidiu não optar por um EP ou<br />
uma DEMO, logo de início nos trouxeram<br />
10 faixas viciantes e instigantes<br />
para apreciadores do metal.<br />
Se o primeiro disco já tem arrancado<br />
respeito e admiração de muitos headbangers,<br />
estou ansioso para ver o que<br />
pode vir num provável segundo disco!<br />
Tellus Terror é uma banda na qual eu pagaria<br />
para ver uma apresentação, e conferir<br />
tudo isso na primeira fileira! (YN)<br />
Mutran<br />
A Life Preview<br />
Black Legion Productions – Nacional<br />
full-length “Yellow Pictures”<br />
O (2013) da banda carioca Mutran<br />
já mostrava suas qualidades com um<br />
Hard/Classic Rock de primeira, que<br />
trazia influências de Blues e da Black<br />
Music.<br />
“A Life Preview” já tem início com<br />
uma faixa potente, pois Signor Luiz já<br />
abre o trabalho de forma enérgica e empolgante,<br />
com um refrão muito legal e<br />
uma mescla de estilos bem característico<br />
da banda. Preste bastante atenção na<br />
letra e proposta da canção no clipe do<br />
final da resenha.<br />
O novo EP mostra que é uma continuação<br />
natural de “Yellow Pictures” e<br />
a evolução é latente. Hungry mostra o<br />
lado Blues e Progressivo da banda, com<br />
ótimos arranjos, enquanto Close Your<br />
Eyes, mesmo sendo cadenciada, é uma<br />
das faixas mais pesadas da banda com<br />
um ótimo riff.<br />
O EP ainda conta com três composições<br />
ao vivo em estúdio que mostra<br />
a coesão da banda e dá uma noção da<br />
qualidade dos músicos. São elas Galactic<br />
Tales: The Legend Of Captain Pollen,<br />
Are You Still Out There? e Crossroad.<br />
Não há dúvidas que o Mutran é uma<br />
banda diferenciada. (VHF)<br />
Crown of Scorn<br />
Agenda 21<br />
Alldead Records/Black Legion<br />
Produtions – Nacional<br />
Desta vez a assessoria e selo Black<br />
Legion Productions trouxe<br />
uma banda das terras do Tio Sam que<br />
debuta neste trabalho curiosamente<br />
chamado “Agenda 21”. O quarteto<br />
formado em 2012 conta com Allyan<br />
Lang Lopes (de origem brasileira) no<br />
vocal, Don Dumond (guitarra), Steve<br />
Grayson (baixo) e Alan Alsheimer<br />
(bateria) – sendo que Rob Cadrain<br />
gravou a guitarra, mas não faz mais<br />
parte da banda.<br />
O som da banda transita entre o<br />
Thrash Metal e o Death Metal, assim<br />
como as influências caminham entre<br />
uma tênue linha entre o ‘old school’<br />
e o contemporâneo. Portanto, sua música<br />
possui elementos tanto do Metal<br />
<strong>UNDERGROUND</strong> <strong>ROCK</strong> <strong>REPORT</strong> - 33