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FORAL MANUELINO DE CASTELO BRANCO - Jornal de Oleiros

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2010 JUNHO <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> OLEIROS 11RURALIDA<strong>DE</strong>SMarketing rurale a imagemdos territóriosOs territórios rurais compreen<strong>de</strong>mregiões ou localida<strong>de</strong>s queintegram geralmente um conjunto<strong>de</strong> agentes económicos, sociais eculturais <strong>de</strong> pequena escala, apresentamalguma fragilida<strong>de</strong> sócioculturalmas que, acima <strong>de</strong> tudo,<strong>de</strong>têm recursos com gran<strong>de</strong> potencialatractivo e valor intrínseco.Garantir a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas regiõesimplica saber tirar partido dosseus pontos fortes, ter coragem paraolhar os pontos fracos e reconhecereventuais vantagens.Desta forma, aplicar uma estratégia<strong>de</strong> Marketing a um território,seja ele um país, uma região ouuma localida<strong>de</strong>, parece ser a únicavia para garantir a competitivida<strong>de</strong>num mundo que se caracterizapela Globalização. O chamadoMarketing rural consiste num processosistemático que se inicia por<strong>de</strong>finições estratégicas e que pressupõeum claro conhecimento domercado-alvo e do posicionamentoque se preten<strong>de</strong> atingir parao território.No que diz respeito ao conhecimentodos públicos, sejam resi<strong>de</strong>ntes,visitantes (turistas e excursionistas),agentes económicos ouinvestidores, <strong>de</strong>vemos ter em contaque estes são bastante diversificadose que têm interesses emotivações distintos, nem semprefáceis <strong>de</strong> conciliar.Já no que se refere ao posicionamentopretendido, é fundamentalter um bom conhecimento das especificida<strong>de</strong>sdo território e das suaspopulações, dos aspectos únicos apreservar (naturais e culturais) e dascapacida<strong>de</strong>s e potencialida<strong>de</strong>s existentesou por explorar, semprenuma óptica <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>. Sóassim se consegue criar uma“imagem <strong>de</strong> marca” que resulta emmais-valias económicas, sociais eculturais.A questão das “imagens” quepassam para o exterior assumeextrema relevância, nomeadamentese enten<strong>de</strong>rmos que os produtos eserviços associados aos territóriossão complexos e por vezes, difíceis<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir e promover. A qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida <strong>de</strong> um local ou o potencial<strong>de</strong> um concelho para a realização <strong>de</strong><strong>de</strong>terminadas activida<strong>de</strong>s, são sóalguns exemplos.Nesse campo, uma boa estratégia<strong>de</strong> comunicação é <strong>de</strong>cisiva paragarantir o sucesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadoposicionamento ou <strong>de</strong>senvolver“imagens <strong>de</strong> marca” que i<strong>de</strong>ntifiquemclaramente um produto ouum território. Essas “imagens”<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>finidas e percebidaslocalmente por todos os actoresintervenientes, compreen<strong>de</strong>ndo operfil e as aspirações da própriacomunida<strong>de</strong>, para que não sejam<strong>de</strong>sfasadas da realida<strong>de</strong> e para quetransmitam a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do território,envolvendo toda a população.Não nos po<strong>de</strong>mos esquecer quesão os actores no terreno quemoldam a realida<strong>de</strong>, concretizandoe dinamizando a imagem doterritório. A questão da auto-estimadas populações e o sentimento <strong>de</strong>pertença das pessoas aos lugares,são aspectos fulcrais para que seconsiga aplicar eficazmente umaestratégia <strong>de</strong> Marketing a umterritório rural.Assistimos actualmente e cadavez mais, ao comprometimento dosterritórios do Interior. As medidasque têm sido tomadas há váriosanos pelo Po<strong>de</strong>r Central, apenastêm apelado ao <strong>de</strong>spovoamento<strong>de</strong>stes territórios, fomentandoassimetrias regionais e afectando oequilíbrio e bem-estar das populaçõesà escala nacional.No meu enten<strong>de</strong>r, a solução estáno investimento em territóriosrurais multifuncionais, mais coesos,eficientes e que se consigam afirmaratravés <strong>de</strong> reais vantagens competitivas.A revitalização do Interior<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>elaborar uma estratégia <strong>de</strong> Marketingorientada para a sustentabilida<strong>de</strong>das regiões, pelo que oMarketing rural se apresenta comoa mais promissora via para adinamização dos territórios. Sóassim se conseguirá atrair novospúblicos e motivar os já existentes.■Inês MartinsEngenheira Agrónoma“ ELES COMEM TUDO…”Quando se <strong>de</strong>u o o golpe militar <strong>de</strong>25 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1974, houve no seio dopovo português um sentimento profundoe generalizado, <strong>de</strong> que, tudo oque estava errado na governação dopaís, iria acabar, e que uma nova era<strong>de</strong> progresso, prosperida<strong>de</strong> e justiçasocial se abria para todos os portugueses.Pensámos que iríamos tergovernantes e políticos honestos,competentes e patriotas, já que –como então nos diziam - os que nostinham governado até então, ehaviam sido <strong>de</strong>postos, tinham sidouns corruptos, uns malfeitores que sósouberam explorar-nos.Tudo isto nos era dito em discursos,mais ou menos inflamados,pelos “iluminados” que então <strong>de</strong>tinhamas ré<strong>de</strong>as do po<strong>de</strong>r, e o povona sua ingenuida<strong>de</strong> e com a suabonda<strong>de</strong> lá ia acreditando nestas“verda<strong>de</strong>s”, a<strong>de</strong>rindo <strong>de</strong> alma ecoração ao clima revolucionárioque então se vivia.Agora sim! Iríamos ter um paísjusto em que cada um tivesse o seulugar sem atropelos e com remuneraçãojusta. Uma nova esperançanascia e acreditava-se que o novoregime que <strong>de</strong>spontava, iria trazer,para todos em geral, um bem estarestar assente na justiça social em quecada um tivesse o seu lugar alicerçadono trabalho competente equalificado.A verda<strong>de</strong> é que, no meio <strong>de</strong> tudoisto, nascia uma nova classe <strong>de</strong>parasitas: a dos oportunistas, que nasua maioria nada sabiam fazer,tinham uma incompetência gritante,e contudo eram eles os previligiadosque por meio dos sindicatos erampromovidos. E falo com conhecimento<strong>de</strong> causa, porque fui, algumasvezes, um dos muitos prejudicados.Quantos milhares <strong>de</strong> <strong>de</strong>silusõeshouve ao longo <strong>de</strong>stes trinta e taisanos que levamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia?!Os sonhos lindos que o povosonhou, <strong>de</strong>sfizeram-se em fumo e,pior do que isso, uma triste realida<strong>de</strong>,que era <strong>de</strong> todo inimaginável, seabateu sobre este povo or<strong>de</strong>iro etrabalhador, que pensava que numpaís livre e <strong>de</strong>mocrático baseado numestado <strong>de</strong> direito, jamais era possívelhaver uma tal corrupção nopanorama político e financeiro.Nesse tempo do “Prec” – processorevolucionário em curso – apenas seouvia nas rádios e televisão cançõesrevolucionárias, que até entãohaviam sido proibidas pela censura.Entre as várias que se ouviam, dosmais variados intérpretes, havia umado ZECAAFONSO – “ Os vampiros“ – que dizia: “eles comem tudo…eles comem tudo e não <strong>de</strong>ixamnada…”.Eles, como é óbvio, eram osgovernantes e os políticos do regime<strong>de</strong>posto. Tudo bem, tudo normal noambiente <strong>de</strong> mudanças políticas quese vivia.Só que passados 36 anos após ogolpe militar, nesta <strong>de</strong>mocracia emque vivemos, espraiamos o olharpelo panorama político e financeiroque temos e…Credo! Não dá paraacreditar…Céus! Como é possívelhaver tanto <strong>de</strong>scaramento para tantacorrupção com tamanha impunida<strong>de</strong>?!Os “outros”, os do passado,comiam tudo e não <strong>de</strong>ixavam nada.Estes agora comem tudo e <strong>de</strong>ixamalguma coisa: dívidas para o povopagar. Comem o que há e o que nãohá!É uma vergonha! É um escândalo!O vocabulário da língua portuguesa,já não tem palavras paraclassificar, cabalmente, tais <strong>de</strong>saforos.O paísestá <strong>de</strong> rastos enão sei se po<strong>de</strong>rá<strong>de</strong>scer maisabaixo, mas nomeio <strong>de</strong>ste lodaçal, quero lançar umgrito <strong>de</strong> alarme que possa alertaralgumas consciências e <strong>de</strong>spertar,talvez o único sentimento capaz <strong>de</strong>inverter este movimento para aqueda, em que estamos todosenvolvidos. Esse sentimento, chamase“ PATRIOTISMO” e, noutrostempos teve força invencível.Tenham vergonha, senhorespolíticos e, em vez <strong>de</strong> pôr emprimeiro lugar os vossos proventosmesquinhos, pensem primeiro nointeresse da PÁTRIA.Se assim for, teremos um POR-TUGAL novo, em que se goste <strong>de</strong>viver e se tenha orgulho em serportuguês.■Augusto <strong>de</strong> MatosNota da Direcção: Augusto <strong>de</strong> Matos é umIlustre Amigo Oleirense, assinante nº 5 do<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Oleiros</strong>. Com orgulho damos àestampa esta Sua peça, importante,prometendo, <strong>de</strong>ntro das nossas possibilida<strong>de</strong>scontinuar a publicar todos os artigos <strong>de</strong>Oleirenses que nos vão chegando.

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