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nutrir - Nestlé

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sumáriointroduçãoCulinaristas:Ana Maria D’Angelo e Agostinha AssisNutricionistas:Márcia Kitagawa - CRN3 - 12559Gabriela Raggio - CRN3 - 12736avaliaçãodo estadonutricionalAvaliação 09 Os equipamentosnecessários 10Metodologia 11Antropometria 04 Antropometriapara o ProgramaNutrir 06 Fome 06 Desnutrição07 Sobrepeso eobesidade 08 A transiçãonutricional no Brasil 08Fonte dos gráficos: Ministério da Saúde, atualizadoem Fevereiro de 2010.classificaçãodo estadonutricionalfaz bemNUTRIRUma Iniciativa Socialações pósavaliaçãonutricionalAções pós-avaliação 28Como usar as curvas decrescimento 13 Curvas decrescimento de altura poridade 14 Curvas de crescimentode peso por idade 16Curvas de IMC por idade 18Curvas de crescimento pesopor estatura (apenas até oscinco anos) 20 Avaliação doestado nutricional de adolescentesde dez a 19 anos 23Avaliação do estado nutricionalde adultos 26 Avaliaçãodo estado nutricional deidosos (a partir de 60 anos) 27Saiba mais: www.nestle.com.br


Introdução[Antropometria]O uso de medidas antropométricasna avaliação do estado nutricionaltem se tornado, embora com limitações,o modo mais prático e de menorcusto para a análise de indivíduos epopulações, seja em condições clínicas,de triagem, ou mesmo em monitoramentode tendências.O estado nutricional é excelenteindicador da qualidade de vida e dobalanço ingestão-gasto de nutrientes.Ele exerce influência decisiva sobre osriscos de morbi-mortalidadee sobre o crescimentoe desenvolvimentoinfantil.O instrumento mais usado paraavaliar o estado nutricional de criançase adolescentes é a Curva de Crescimento.Com ela é possível verificarse o crescimento da criança estáacompanhando ou se afastando dopadrão saudável.As curvas de crescimento que veremosneste manual foram desenvolvidaspela Organização Mundialde Saúde (OMS) e são adotadas peloMinistério da Saúde como referencial.Para desenhá-las, a OMS acompanhouo crescimento e desenvolvimento de800 crianças entre zero e cinco anosde idade com condições de atingir odesenvolvimento máximo: filhos demães não fumantes, com renda superiora seis salários mínimos do país,com acesso a serviços de saúde, vacinaçãocorreta e aleitamento maternoexclusivo de quatro a seis meses.O grupo de estudo estava divididoem seis países: Brasil, Gana, Índia,Noruega, Omã e Estados Unidos. Estaamostra heterogênea (com criançasde etnias e estruturas físicas distintas)O uso de medidas antropométricasna avaliação do estado nutricionaltem se tornado o modo mais práticoe de menor custo para a análisede indivíduos e populações.faz com que acurva possa serusada no mundotodo com segurança.A possibilidadedeum diagnósticoerrado, como acontecia antigamentequando brasileiros eram avaliados emcurvas americanas, fica reduzida.Assim, o peso e a altura das criançassaudáveis devem seguir as curvasde crescimento. Se o peso estiveracima da curva, a criança estará comexcesso de peso e se ficar abaixo, desnutridaou com risco de desenvolverdesnutrição. O mesmo acontece coma altura, que exige atenção para ascrianças que ficam abaixo do padrãomundial. Elas estariam com o crescimentocomprometido provavelmentepor alguma doença ou por carênciasnutricionais crônicas.5


Introdução[Antropometria para o Programa Nutrir]A avaliação nutricional é umaprática regular de colaboradores voluntáriosda <strong>Nestlé</strong>. Desde 1999, os voluntáriosdo Nutrir realizam avaliaçõesnutricionais das crianças e dos adolescentesatendidos para verificar se aação está ou não tendo impacto sobre oestado nutricional do público atendido.[Fome]A fome crônica, que ronda as casasde pessoas empobrecidas, constituiuma violação do direito fundamentalde todos os seres humanos à alimentação,estabelecido em 1948, pela DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos:“Todo homem tem direito a um padrãode vida capaz de assegurar a si eà sua família saúde e bem-estar, inclusivealimentação, vestuário, habitação,cuidados médicos e os serviços sociaisindispensáveis e direito à segurançaem caso de desemprego, doença, invalidez,viuvez, velhice, ou outros casosde perda dos meios de subsistência emcircunstâncias fora de seu controle.”A fome crônica ocorre quando a alimentaçãodiária é insuficiente parafornecer a energia necessária para aAlém disso, a avaliação permite direcionarsuas ações. Se entre as criançaso problema mais grave é a obesidade,é interessante, por exemplo, trabalharcom as mães (nas oficinas de culinária)receitas nutritivas, saborosas e combaixas calorias e, ao mesmo tempo,promover gincanas para as criançascom brincadeiras que estimulem atividadescom grande gasto de energia.O trabalho dos voluntários do ProgramaNutrir tem grande impacto noslocais em que atuam porque, em doisou três anos de trabalho, a confiança ea amizade entre voluntários e comunidadesão muito fortes.Pensando nesse laço de confiança,o Programa Nutrir incentiva queprofissionais das secretarias de educação(professores, diretores, nutricionistas)e de saúde (agentes desaúde, enfermeiros, nutricionistas)realizem avaliações antropométricas:em escolas, instituições sociais emutirões nos bairros.manutenção das funções orgânicas epara o desenvolvimento das atividadescotidianas.A consequência da fome crônica éo baixo peso e a deficiência estatural,pois, quando a criança não recebe todosos alimentos de que necessita, emquantidade suficiente, ela se desnu-tre e, com o tempo, seu crescimentopode ficar comprometido. A desnutriçãoe a anemia ferropriva (deficiênciade ferro) são doenças carenciais queocorrem também em virtude de umaproveitamento inadequado dos nutrientes,geralmente consequente dapresença de doenças.Por ser um problema de naturezasocial, a erradicação da fome e da desnutriçãodepende fundamentalmenteda melhora das condições sociais.No Brasil, convivemos com um problemagrave, numericamente maior[Desnutrição]A desnutrição energético-proteicaé uma síndrome que compreendeuma série de doenças, cada uma dasquais tem uma causa específica relacionadacom um ou mais nutrientes(por exemplo, proteínas, iodo ou cálcio)e se caracteriza pela existênciade um desequilíbrio celular entre ofornecimento de nutrientes e energiapor um lado, e por outro, a demandacorporal para assegurar o crescimento,manutenção e funções específicas.Ocorre mais facilmente em criançasem fase de amamentação e menoresde cinco anos.A desnutrição, quando é diagnosticadano início, atinge apenas o peso dacriança, o que é relativamente simplesde ser corrigido. Porém, se diagnosticadacom a doença avançada, a altura dacriança pode ser comprometida (desnutriçãocrônica), e esta, na maioriadas vezes, não pode ser sanada.do que a fome crônica, que é a pobreza.A complexidade que envolve apobreza faz dela uma somatória deproblemas de várias naturezas: habitaçõesinsalubres, roupas que nãoprotegem adequadamente o corponos dias frios, não ter acesso a tratamentosde saúde, escolas precárias oufalta de acesso à escola, falta de meiosde transporte, falta de trabalho, delazer, de repouso adequado e até decomida. É ilusório pensar que se estátratando a questão da pobreza dandoou doando alimentos. A fome é apenasuma parte do problema.A identificação da desnutriçãotambém pode ser feita pela observaçãode alguns sinais físicos. Essessinais nem sempre aparecem todosjuntos na criança. São eles:Fraqueza e magreza;Presença de edema (inchaço nospés e nas mãos);Poucos cabelos, descoloridos esecos;Pele seca;Olhos embaçados, sem lágrimase secos;A criança parece triste, não brinca, fica muito quieta, chora poucoou fica irritada facilmente;A criança adoece com facilidade,repetidas vezes e por longos períodos(são comuns diarreia, infecçõesna garganta e no ouvido, gripe,anemia, verminose e pneumonia).6 7


Introdução[Sobrepeso e obesidade]AvaliaçãoA obesidade pode ser definidacomo a condição na qual o indivíduoapresenta quantidade excessiva degordura corporal e o sobrepeso comouma proporção relativa de pesomaior que a desejável para a altura.Vários fatores são importantes nagênese da obesidade, como os genéticos,os fisiológicos e os metabólicos; noentanto, os que mais se destacam sãoos relacionados às mudanças no estilode vida e aos hábitos alimentares.Entre as complicações que o excessode peso pode trazer, destacam-se:diabetes mellitus tipo 2, hipercolesterolemia,hipertensão arterial, doençascardiovasculares, apneia do sono, problemaspsicossociais, doenças ortopédicase vários tipos de câncer (principalmentede cólon, ovário, mama,próstata, esôfago, endométrio e rim).[A transição nutricional no Brasil - Da desnutrição à obesidade]O conceito de transição nutricionaldiz respeito a mudanças seculares empadrões nutricionais que resultam demodificações na dieta e que se correlacionamcom as mudanças econômicas,sociais, demográficas e relacionadas àsaúde. A dieta rica em gorduras (principalmentede origem animal), açúcar ealimentos refinados e reduzida em carboidratoscomplexos e fibras, além dodeclínio da atividade física, são aspectoscomuns encontrados em diferentesregiões do mundo que contribuempara o aumento da obesidade.Nas últimas décadas, o Brasil vemrapidamente substituindo o problemada escassez pelo problemado excesso dietético. A desnutrição,embora ainda relevante, particularmenteem famílias de baixa renda,vem diminuindo em todas as idadese em todos os estratos econômicos. Oaumento da prevalência da obesidadeentre adultos ocorre em todos osestratos econômicos, com aumentoproporcional mais elevado nas famíliasde mais baixa renda.A redução da desnutrição infantilno Brasil pode ser atribuída a um aumentomoderado da renda familiarcombinado com a expansão dos serviçospúblicos de saúde, saneamento eeducação. Esses fatores foram facilitadospelo cenário demográfico favorável,que envolveu a rápida urbanizaçãoe o declínio das taxas de fertilidade.Independente das razões subjacentesao fenômeno da transição nutricionalno Brasil, é certo que ele determinaimportantes implicações para a definiçãode prioridades e de estratégiasde ação da saúde pública. Entre outrosaspectos, impõe-se que a agenda dasaúde pública do país incorpore de veza prevenção e o controle das doençascrônico-degenerativas, reservando lugarde destaque a ações de educaçãoem alimentação e nutrição que alcancemde modo eficaz todos os estratoseconômicos da população.Este capítulo trará o passo a passo daavaliação antropométrica, para que possaser realizada por qualquer profissionaltreinado da sua escola ou instituição.8


AvaliaçãoOs equipamentosnecessários são:Balança regulada;Fita métrica (uma ou duasunidades) ou estadiômetro;Fita adesiva transparente para fixaras fitas métricas na parede;Calço de madeira ou bloco (se aparede em que for realizada amedida de altura tiver rodapé);Esquadro de madeira ou de acrílico;Canetas;Ficha de identificação e descriçãoda saúde da criança (modeloem anexo 2);Gráficos de crescimento – idealé que cada criança tenha o seu.Pedir autorização para os paisou responsáveis – é interessanteescrever uma carta explicandoo que será realizado equais são os objetivos da avaliação(modelo em anexo 1);Capacitar as equipes de trabalho;Verificar a disponibilidade e aconfiabilidade dos equipamentose materiais necessários;Após a tomada de medidas, a equipetrabalha junta para preencher osgráficos de crescimento e ter o diagnósticodo estado nutricional dascrianças e adolescentes avaliados.Dependendo do número de pessoasavaliadas, há a possibilidade daavaliação ser realizada utilizando umprograma de estatística, mas essaprática requer treinamento para usodo programa.É recomendado que a avaliaçãoantropométrica seja realizada comtodas as crianças e adolescentespelo menos três vezes por ano, comintervalo de, no máximo, seis meses.No caso de escolas, quatro vezes: nocomeço do ano letivo, antes das férias,após as férias e no final do anoletivo seria o ideal para verificarmoso papel da alimentação escolar noestado nutricional dos alunos.Para realizar a avaliação nutricional, é necessário:Realizar a tomada de medidas;Avaliar as crianças por meio dosgráficos de crescimento (anexo 4);Apresentar os resultados para ospais ou responsáveis;Realizar parceria com o posto ouunidade básica de saúde maispróxima da escola ou da comunidade.[Metodologia]Mensuração do pesoAs crianças menores de dois anosdevem ser pesadas em balança pediátrica(manual ou eletrônica) ou balançatipo gancho (para crianças até 23kg),sem roupas, sapatos ou fraldas.As crianças maiores de dois anospodem ser pesadas em balança tipoplataforma, balança eletrônica ou mecânicaportátil. Antes da pesagem, a balançadeve ser testada para ver se estáregulada. O teste pode ser feito pesan -do, por exemplo, um saco de arroz.Devem-se pesar as meninas e osmeninos separadamente.Em uma antessala é necessário pedirpara que as crianças fiquem descalças,retirem os acessórios (bolsas,mochilas, pochetes, bonés, chapéusetc.) e o excesso de roupas (jaquetas,blusas de frio).A criança ou adolescente deve ficarem pé no centro da balança, parada,com os pés completamente apoiados,os braços ao longo do corpo para quenão se apoiem em nada e sem segurarnenhum objeto nas mãos.Se for possível, realize a pesagemduas vezes, para garantir que não hádiferença. A medida não pode diferirem mais de 100g.Mensuração da estatura (comprimentoe altura)As crianças menores de dois anosdevem ser medidas (comprimento)com régua pediátrica ou antropômetroinfantil, sem roupas nem sapatos.As crianças maiores de dois anospodem ser medidas (altura) com umestadiômetro ou com as fitas métricase um esquadro de madeira ou acrílico.As fitas métricas devem ser fixadasde baixo para cima (com o zero na partede baixo) em parede lisa. Se houver rodapé,é indicado o uso de calço ou bloco.Para a tomada de altura, são necessáriaspelo menos duas pessoas, poisé difícil que a criança permaneça naposição correta:• Apoie as costas da criança no localonde estão fixadas as fitas métricas;• A criança deve permanecer comos braços estendidos ao longo do corpo,os pés descalços e juntos. Os calcanhares,joelhos, glúteos, ombros e acabeça tocando a parede;• Mantenha a criança olhandopara frente;• Uma das pessoas segura o queixo,tentando manter a cabeça ereta, emantém os joelhos e calcanhares tambémeretos e a outra pessoa desliza oesquadro sobre a fita até que toque acabeça, formando um ângulo de 90 o ;• Se possível, tomar duas vezes amedida de cada criança até que duasdelas não sejam diferentes em maisde 0,5cm;• É importante que as medidassejam realizadas sempre pelas mesmaspessoas ou por pessoal previamentetreinado.Não é indicado utilizar o estadiômetrodas balanças, pois a criança podenão estar na posição correta.10 11


Curvas de IMC* por idade*IMC - Índice de Massa CorpóreaA curva de crescimento IMC x idadeé indicada para população com altoíndice de excesso de peso. A necessidadedesta curva se dá, principalmente,quando a avaliação de peso xidade de alguma criança (até 10 anos)resulta em peso excessivo para a idadee para avaliar o estado nutricionalde adolescentes (10 a 19 anos).O IMC relaciona o peso e a alturado indivíduo. Se houver excessode peso para uma altura média, porexemplo, o IMC será alto, e se enquadraráem obesidade ou sobrepeso.Para calcular, basta seguir a fórmulamatemática:Classificação para IMC:Classificação IMC x idadeabaixo de -3 abaixo de -2 entre +1 e -2 acima de +1 acima de +2 acima de +3DesnutriçãoseveraDesnutriçãoNormalidadeRisco parasobrepesoSobrepesoObesidadeApós calcular o IMC, inclua-o no gráfico assim como é feito nas outras curvas.Exemplo: Paula, três anos, 18kg e 0,95mInterpretação:Paula, de três anos, diagnosticadacom peso excessivo na curvapeso x idade, possui IMC de 19,9 kg/m 2 . Ao avaliá-la neste gráfico, podemosobservar que ela está comsobrepeso, pois ficou entre a linhavermelha e a preta, ou seja, acimade +2 e abaixo de +3.OEsta curva exige atenção ao ser utilizadacom uma população com altoíndice de desnutrição. Se uma criançativer baixa estatura devido à desnutriçãocrônica, o IMC por idade poderáser considerado erroneamentenormal para a idade e, muitas vezes,obeso ou com sobrepeso.Por outro lado, como já dissemos anteriormente,é fundamental para a classificaçãode crianças com excesso de peso.Exemplo de viés na classificação de crianças com baixo peso:Fabiano, três anos, 11kg (baixo peso para a idade) e 0,85m (baixa estaturapara a idade)O IMC para a idade de Fabianoestá normal, mesmo apresentandobaixo peso e baixa estatura para aidade. Isso nos mostra que a curva decrescimento IMC x idade não é umacurva adequada para crianças combaixo peso para a idade. Veja esteexemplo (com a linha vermelha tracejada)e alguns outros no gráfico dapróxima página:18 19


QClassificação peso x estaturaabaixo de -3 abaixo de -2 entre +1 e -2 acima de +1 acima de +2 acima de +3DesnutriçãoseveraDesnutrição NormalidadeRisco parasobrepesoSobrepesoObesidadeA curva peso x estatura tambémexige atenção ao trabalhar com criançasdesnutridas e necessita avaliar aestatura obrigatoriamente para evitarerros de classificação. Portanto,evite considerá-la quando a criançaavaliada tiver baixa estatura (use acurva peso x idade).Antes de tudo, é necessário escolhera curva referente à idade deJosé. O próximo passo é localizar noeixo vertical os 14kg e no horizontalos 95cm. Projetando para o centro dográfico, no local do cruzamento dascurvas, marque o ponto.Exemplo: José, três anos com 95cm(estatura adequada para a idade) e 14kg.• Ponto preto: Desnutrição severa• Ponto vermelho: Desnutrição• Ponto verde: Normalidade• Ponto rosa: Risco para sobrepeso• Ponto laranja: Sobrepeso• Ponto roxo: ObesidadeQCurvas de crescimento peso por estatura (apenas até os cinco anos)A última curva existente para avaliaro estado nutricional das crianças éa que relaciona peso com a estatura. Émuito usada aliada à estatura x idadeao avaliar crianças de zero a cinco anosde idade, faixa que ela compreende.Ela é dividida em duas curvas, a quevai do nascimento até os dois anos e aque compreende de dois a cinco anos.No eixo vertical está o peso e, no horizontal,a estatura.20 21


AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES DE DEZ A 19 ANOSJosé está com o peso adequado parasua estatura, e como ele foi avaliadocom boa estatura para a sua idade, pode-seconcluir que está com desenvolvimentonormal.OVeja alguns exemplos de classificaçãona curva abaixo. Observetambém que ela compreende donascimento aos dois anos de idade.Segundo a Organização Mundial deSaúde, a adolescência compreende operíodo de vida que se estende dos dezaos 19 anos de idade. Cerca de 50% dopeso total e 20 a 25% da estatura finaldo indivíduo são adquiridos nessa faseda vida.Os índices antropométricos adotadospelo Ministério da Saúde são ascurvas de IMC por idade e estatura poridade (IMC e E/I). Não há, para esta faixaetária, a curva peso x idade (existeapenas até os dez anos).Para avaliar adolescentes, devem serconsiderados critérios de maturação sexual,pois a idade cronológica apresentaimportância secundária durante a adolescência,dada a grande variabilidadebiológica no processo de maturação.Por isso, a avaliação nutricionalrealizada em escolas ou instituiçõessem profissionais de saúde capacitadospara avaliar a maturação sexualpode ser um pouco frágil. Mesmoassim, ainda é recomendável que elaseja realizada e, após esta triagem, comunicaraos pais e encaminhar para osistema de saúde disponível.A metodologia para realizar as mensuraçõese as análises gráficas das curvasde crescimento de IMC x idade ealtura x idade é igual à explicada nestemanual para crianças de zero a dez anos.A classificação também é a mesma.O• Ponto preto: Desnutrição severa• Ponto vermelho: Desnutrição• Ponto verde: Normalidade• Ponto rosa: Risco para sobrepeso• Ponto laranja: Sobrepeso• Ponto roxo: Obesidade22 23


Classificação de estatura x idadeabaixo de -3 entre -2 e -3 acima de -2Classificação IMC x idadeabaixo de -3 abaixo de -2 entre +1 e -2 acima de +1 acima de +2 acima de +3Baixa estatura severa Baixa estatura Estatura adequadaDesnutriçãoseveraDesnutriçãoNormalidadeRisco parasobrepesoSobrepesoObesidadePonto pretoPontovermelhoPonto verde Ponto rosa Ponto laranja Ponto roxoAvaliação do IMCLocalizar na curva de crescimento:PASSO A PASSO DA AVALIAÇÃO NUTRICIONALColetar data de nascimentoQPesar e medirSelecionar as curvas adequadas para a faixa etária trabalhada:0 a 5 anos 5 a 10 anos 10 a 19 anos• Estatura por idade• Peso por idade• IMC por idade• Peso por estatura• Estatura por idade• Peso por idade• IMC por idade• IMC por idade• Estatura por idadeCLASSIFICAR24 25


AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ADULTOSIMCMenor que 18,5kg/m 2Para obter o estado nutricional deadultos, basta calcular a fórmula doIMC e conferir na tabela abaixo emqual intervalo se encontra. A classificaçãofica ao lado e o define como baixopeso, eutrófico ou peso adequado paraa altura, com sobrepeso ou obeso.ClassificaçãoBaixo pesoAVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS (a partir de 60 anos)IMCClassificação< 22 kg/m 2 Baixo peso22 e < 27 kg/m 2 Adequado27 kg/m 2 Sobrepeso18,5 kg/m 2 e < 25kg/m 2 Adequado ou eutrófico25 kg/m 2 e < 30kg/m 2 Sobrepeso30 kg/m 2 ObesidadeO cálculo do IMC para a classificaçãodos adultos é igual ao das crianças,mas vale ressaltar que essa tabelanão deve ser utilizada para criançasou adolescentes, somente para pessoascom mais de 19 anos. Para os menoresde 19 anos, o diagnóstico por meioda curva é indispensável, pois leva emconsideração a faixa etária e o sexo.Outra forma de diagnóstico doestado nutricional de adultos muitoutilizada atualmente é a circunferênciada cintura (menor circunferênciada região abdominal). Esta avaliaçãoindica se há risco aumentado ou nãopara doenças cardiovasculares. Veja aclassificação abaixo:Sexomedida (cm)Mulheres menor que 80,0Homens menor que 94,0A região abdominal é usada comomedida, pois a gordura depositadanesta região é mais danosa à saúdedo que o próprio IMC elevado. Estudosapontam que o acúmulo degordura nesta região tem relaçãocom a hipertensão, diabetes tipo II ecolesterol elevado.26 27


Ações pós-avaliaçãoA proposta da escola ou instituiçãorealizar antropometria com os alunosnão tem, em momento algum, a intençãode substituir o profissional de saúde,muito pelo contrário, o educadorapenas fará o diagnóstico, que pode serrealizado por qualquer pessoa, desdeque seja de forma padronizada, comoensina este manual.Os postos de saúde, programas dogoverno e outras organizações que trabalhamcom a saúde têm como principalprioridade crianças menores de cincoanos. Sabemos que essa é a faixa deidade que realmente necessita de maiscuidado, mas nossa maior dúvida é: edepois? Quem faz o acompanhamentodas crianças maiores de cinco anos edos adolescentes?Durante as capacitações que oPrograma Nutrir realiza para professorese merendeiras da rede pública,questionamos aos participantes sobrea avaliação dascrianças maioresde cinco anos ea resposta quasesempre foi amesma: não fazemoso acompanhamento.Em algumascidades, os nutricionistasquetrabalham na Secretariade Educaçãotentamrea lizar parcerias com a Secretariade Saúde ou com Universidades paratentar traçar o perfil nutricional dascrianças da rede, mas nem sempre otrabalho é concluído. Muitas vezes,o grande número de crianças e o pequenonúmero de pesquisadores fazcom que o trabalho seja realizado comamostras. E os resultados nem semprechegam até os pais das criançasavaliadas, viram teses ou estudos.Na maioria das escolas, as criançasaté são pesadas e medidas pelo professorde Educação Física, mas esses dadossó fazem parte da ficha das crianças.Quando a escola ou instituição decideadotar a Educação Nutricionalcomo projeto institucional, envolvendonão só os professores, mas todos osprofissionais que trabalham na escola,a avaliação antropométrica é uma ferramentamuito importante para direcionaras ações prioritárias.Após a avaliação antropométrica,os responsáveis da escola ou instituiçãodeverão se reunir com ospais das crianças que apresentaramalgum problema nutricionalpara explicar, individualmente,como foi realizado o diagnóstico,mostrar a curva de crescimento esugerir que eles procurem o postode saúde ou hospital mais próximopara acompanhamento médico.Para o sucesso dos projetos, é interessanteo trabalho com os pais eresponsáveis pelas crianças. Primeiro,eles devemsaber que a escolatambém sepreocupa coma alimentaçãodos alunos eque o papel delesé muito importantepara osucesso do projeto.Não adiantaabordarmoso tema com ascrianças e adolescentesse, quando eles chegamem casa, a realidade é outra e não háperspectivas de mudanças.28 29


Anexo - 1[Exemplo de pedido de autorização para avaliação antropométrica]Rodas de conversa para que os problemas(e também soluções) sejam expostospodem ser bons recursos parafortalecer o vínculo com a família e,assim, chegar ao objetivo principal:ajudar o desenvolvimento da criança.Parcerias comas Secretariasde Educação ede Saúde podemtrazer profissionaisque possampalestrarsobre temas relacionadosà alimentação. As criançasque apresentarem problemasde peso (falta ou excesso) poderãoser encaminhadas para os postosde saúde ou hospitais parceiros eos nutricionistas que trabalham noDepartamento de Alimentação Escolarpodem fazer um trabalho específicocom essas crianças, por meioda dieta oferecida.Não devemosnunca nosaco modar. Sesomarmos o trabalhodas escolas ou insti -tui çõ es, com otrabalho dos paise o apoio das Secretariasde Educação e de Saúde, teremos,com certeza, crianças e adolescentesmais saudáveis e muitobem assistidos.Rodas de conversa para que osproblemas (e também soluções)sejam expostos, podem ser bonsrecursos para fortalecer o vínculocom a família e, assim, chegar aoobjetivo principal: ajudar o desenvolvimentoda criança._______________________, _______ de __________________ de 20___.Caros pais e responsáveis,Este ano estaremos realizando ____ avaliações antropométricas, que consisteem pesar e medir as crianças e adolescentes da escola/instituição para sabero estado nutricional deles, se estão com peso e altura normais para a idade,abaixo ou acima do peso. Cada criança terá uma curva de crescimento, queserá apresentada para os pais.Autorização para avaliação antropométricaEu, _______________________________________________________________, portador do RG número __________________, autorizo as avaliaçõesantropométricas (pesar e medir) do meu(minha) filho(a): ____ _________________________________________________________________________, que serão realizadas pelos professores e funcionários da escola/instituição _________________________________________________________________________. Os resultados serão divulgados para os pais eresponsáveis individualmente.__________________________________________________________Assinatura do pai ou responsávelAgradecemos a colaboração.Att,_________________________________________________Diretor(a) da escola/instituição30


Anexo - 2[Modelo de ficha de identificação e descrição da saúde da criança]Anexo - 3[Tabela de dados da pesagem por classe]Nome da escola/instituição: ___________________________________________Período que frequenta a escola/instituição: ________________________________Nome da criança: ____________________________________________________Nome da mãe/responsável: ____________________________________________Endereço (rua e referência): ____________________________________________Vacinação em dia: ( ) sim ( ) nãoPeso ao nascer: ______________________________________________________A mãe trabalha? ( ) sim ( ) nãoHorário: ________________________Escolaridade da mãe: _________________________________________________O pai trabalha? ( ) sim ( ) nãoHorário: ________________________Escolaridade do pai: __________________________________________________O pai mora com a família? ( ) sim ( ) nãoNúmero de pessoas que moram na casa: __________________________________Número de cômodos da casa (não contar o banheiro): _________________________A criança está matriculada no posto de saúde? ( ) sim ( ) nãoQual? _____________________________________________________________Data de nascimento: ___/___/______ Sexo: ( ) feminino ( ) masculinoDataIdade(anos e meses)Peso(kg)Altura(m)IMC(kg/m 2 )Classificação doEst. NutricionalObservações: ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Equipe responsável pelas avaliações antropométricas:___________________________________________________________________________________________SÉRIE:_________ TURMA:_________ PROFESSOR:____________________DATA DA MEDIÇÃO: ____________________N o12345678910111213141516171819202122232425262728293031NomeData denasc.Idade(anos emeses)Peso(kg)Altura(m)________ VEZ DO ANO(1ª, 2ª, 3ª a ou 4ª medição)IMC(kg/m 2 )Classificaçãodo Est.Nutricional


Anexo - 4[Curvas de Crescimento]Anexo - 4


Anexo - 4[Curvas de Crescimento]Anexo - 4


Anexo - 4[Curvas de Crescimento]Anexo - 4


Anexo - 4[Curvas de Crescimento]Anexo - 4


Anexo - 4[Curvas de Crescimento]Anexo - 4


Anexo - 4[Curvas de Crescimento]Anexo - 4


Anexo - 4[Curvas de Crescimento]Anexo - 4


[Bibliografia consultada]BARBOSA, V.L.P. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência: exercício,nutrição e psicologia. Barueri: Manole, 2004.BATISTA FILHO M.; RISSIN, A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais etemporais. Cad. Saúde Publica (Rio de Janeiro). 2003; 19 (Supl. 1): S181-S191.BOOG, M.C.F. O professor e a alimentação escolar: ensinando a amar a terra e o que aterra produz. Campinas: Komedi, 2008.BOSA, V.L. et al. Diagnóstico nutricional de crianças. J. Pediatr. Rio de Janeiro, 2008; 84n o 5.CONDE, W.L.; MONTEIRO C.A. Body mass index cutoff points for evaluation ofnutritional status in Brazilian children and adolescents. J. Pediatr. (Rio de Janeiro).2006; 82: 266-72.MELLO, E.D. O que significa a avaliação do estado nutricional. J. Pediatr. Rio de Janeiro,2003; 78 n o 5.MONTEIRO, C.A. Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evolução do país e suasdoenças. 2 a ed. rev. e aumentada. São Paulo: Hucitec, Nupens/USP, 2000.NOBREGA, F.J. O que você quer saber sobre nutrição: perguntas e respostascomentadas. Barueri: Manole, 2008.[Portal do Ministério da Saúde]http://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=curvas_cresc_omshttp://nutricao.saude.gov.br/documentos/nova_curva_cresc_sec_xxi.pdfhttp://nutricao.saude.gov.br/documentos/curvas_oms_2006_2007.pdf[Organização Mundial da Saúde – World Health Organization]http://www.who.int/childgrowth/en/http://www.who.int/childgrowth/training/module_c_interpreting_indicators.pdf[Organização Pan-Americana de Saúde]http://www.opas.org.br/

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