pedaço da vida ao burgo. Formado um ano antes da vindade Jânio Quadros, aqui é chamado também para quase tudo,para servir à comunidade. De 1958 até hoje, presencia a mudançaurbana da Vila Formosa, os edifícios chegando, o trânsitopiorando, mas continua a profunda afeição pelas nossascercanias. Naquele dia de Reis em 1960, há 123 automóveis.Caminhões? 139. Motocicletas? 30. O número de eleitoresnão chegava a 6.000, que iriam escolher entre Jânio, Lott,Ademar de Barros. De 1958 para cá, Benedito tem presençamais do que positiva em nossa cidade aberta; seu destinogruda-se aos rumos da Vila Formosa de São José e Dores deAlfenas. Ao longo da vida, é cidadão mais do que útil.Muitos anunciam que vão se casar. São casais de noivosque, em 6 de janeiro de 1960, data em que a igreja ocidentalcomemora a Epifania, a manifestação de Deus aos homens,os Reis Magos ou, principalmente, as bodas de Caná,os nubentes esperam que as portas do futuro cheguem destrancadase leves. Colocam em um recanto o mundo inteiro.Encaram de frente e com serenidade os dias que virão. Nãoestá ausente a emoção em nenhum deles; em quem nasceem Macedo de Cavaleiros, lá longe, em Portugal, país ondevivem seus pais, e se casa com Izabel Bruzadelli. Para JoãoEvangelista Borges é o recomeço que culmina em abandonarmais tarde sua atividade de viajante comercial no BrooklinPaulista para o Bacharelado em Direito. O cirurgião-dentistaAntonio Trivoli escolhe Maria Colombina Sacksida; ManoelDomingues de Sá Fortes Netto se forma em Farmácia e, bemantes de ser Prefeito por mais de uma vez em Perdões, elegeHelena Maria Toledo Vilela, dando sequência ao amorávelromance começado nas intermináveis voltas pela praça. Éapresentado à tia Elvira Toledo, em uma noite, talvez seu primeiroencontro, tendo um menino curioso ouvindo ao lado.Os moços, naquele 6 de janeiro, sobretudo os que iam38
fazer 16 anos, esparramam-se nos bancos da praça centralque acaba sendo o “cartão postal de apresentação” da VilaFormosa, como diz e repete o jornalista Francisco NavarroPrado. De que falam os rapazes? À noite, alguns verão ZéTrindade e Grande Otelo no Cine Alfenas, no filme “Mulheres,Cheguei”. Não é só Jânio que chega. Haverá espaçona fila? Outros comentarão que o Alterosa E.C. venceu,por 7x4, Monte Belo, com gols de Pacini (4), Resckinho(2)e Décio Silveira. Outros, sobre nada, sobre os anos que searrastam esverdeados. Alguém se lembra de que aos quinzeanos tenta versejar: “No meu aniversário, não queria beijar alua, solitário”. Mas, que pensamentos voam, vindos daquelesbancos!!! A morte para ninguém existe; o futuro, ora, ofuturo virá: que será, será. O reino da felicidade pintado porJânio? Ora, meu pai é quem sabe. Há muitos risos; alguns seapertam na brincadeira da “gata pariu”; outros veem as meninas-moçasque transitam, distantes para eles, distanciadasdeles. Viajar? Em 6 de janeiro de 1960 não acontece. Em dataquase nenhuma. Continuam conversando. “Não é um “dolcefar niente” mas não fazem nada, só conversam. A “baladadas horas” nada significa. Eles, nos bancos do jardim. Horade almoçar, almoçar; hora de jantar, jantar. Voltas à noite pelapraça? Talvez, para alguns. “As moças não gostam de crianças:para elas quem tem 16 anos ainda é criança” – diz um deles.“Querem homem mais velho”. As meninas-moças, os paisnão as deixam sair de casa. Alguns são pobres: demonstramnopelas roupas simples e gastas. A juventude não escondesua pobreza. Com exceção de poucos esnobes, os colegasde dezesseis anos não os rejeitam. Inquieta essa falta dedinheiro? Às vezes, mas deixa longe o álcool, a cerveja, ocigarro. Alguns desses desprovidos rapazolas trabalham, nãopodem permanecer nos bancos do jardim em todos os períodos.Drogas? Ah, o que é isso, remédio? Em 6 de janeiro de39
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