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Untitled - Unifenas

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VENTOS NA VILA FORMOSAV“Buenas e me espalho, nos pequenos dou de prancha e nosgrandes dou de talho.”E a ilusão-presença do personagem do romance de ÉricoVeríssimo voa comigo a São Paulo, repetindo como esse escritorque marcou os anos juvenis. “Sempre quando acontecealguma coisa importante, está ventando. Noite de vento, noitedos mortos.” Aconteceu-me alguma coisa importante, sim,mas não venta; não ao luar de agosto. A noite limpa permitevoo sereno do helicóptero trazendo passageiros nervosos. Senão venta, se não esfria, deve acontecer alguma coisa importante,segundo o romance! Concluo então que resta a noitedos mortos na imagem do escritor gaúcho. É o que diz oromance. Dentro da cabeça, bem dentro da minha cabeça, oateroma parece gargalhar ao ver as mais mãos que acariciamas minhas. Vem a canção popular, antiga:“Meu coração é mesmo sem juízo,Meu coração às vezes me entristece,Meu coração pareceque não gosta de mim..”Algumas nuvens dentro da noite. De vez em quando háo sussurro da memória da realidade que virá: será precisoaprender a andar, a comer, a escrever. Estranho que, diantedessa tragédia particular, não havia vento, nem minuano gelado,frio, gemendo na escuridão. Por quê? No luar de agos-51

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