athhouse (Termas), and parts of the forum complexwhere the caementicium (the typical Romanconcrete) core of the temple podium was stillpresent above ground. In addition, a residentialarea underneath an abandoned farmhouse(Quinta do Deão) that now hosts the museum,betão romano), ainda era visível acima do solo. Alémdisso, procedeu-se à escavação integral de uma árearesidencial situada sob um edifício abandonado daQuinta do Deão, que agora alberga o museu monográfico,e de uma pequena área suburbana situadaentre a <strong>cidade</strong> e o rio Sever. Em 2001, a par das escavações,tiveram início outros tipos de investigação,nomeadamente um extenso programa de pesquisageoarqueológica, levando à descoberta dos aquedutosromanos 8 , à delineação hipotética do circuitoda muralha 18, à compreensão da relação entre a<strong>cidade</strong> e a paisagem circundante e à identificaçãode alguns recursos básicos da economia urbana, taiscomo as pedras usadas nas construções, os mineraise os metais.<strong>Uma</strong> nova etapa da investigação teve início em 2009,com o lançamento do projeto Radio-Past, que selecionou<strong>Ammaia</strong>, como um dos principais laboratóriosabertos para testar a integração de abordagens não--destrutivas. Um levantamento «integral» da <strong>cidade</strong>e dos seus subúrbios permitiu a reconstituição dodesenho urbano, com a delimitação da sua rede deruas e a definição das características planimétricas dosseus principais monumentos e áreas habitacionais 18.Enquanto parte integrante da nova agenda de investigação,o estudo das diversas categorias de artefactos(cerâmicas finas e comuns, ânforas, moedas,vidros, etc.) e a reavaliação dos registos das antigasescavações conduziram a um novo entendimentoda história de <strong>Ammaia</strong> distinto do anteriormenteconhecido. <strong>Ammaia</strong> não conheceu grande projeçãona literatura antiga: praticamente não é citada, comexceção de uma indicação das suas coordenadasastronómicas em Ptolemeu (II, 5, 8) e de uma brevemenção da serrania próxima (a Ammaeensia Iuga)na enciclopédica obra de Plínio o Velho, como localonde foi encontrado um cristal de rocha de dimensãoexcecional (N.H. XXXVII, 24; XXXVII, 127). Mas ofamoso erudito não refere <strong>Ammaia</strong> na sua lista decivitates da Lusitânia, contida no livro IV, 117-118da sua Naturalis Historia.A análise do registo arqueológico até agora produzidopermite estabelecer que a fundação de <strong>Ammaia</strong> sedeu durante o principado de Augusto, possivelmentenos últimos anos do século primeiro a.C., ou logono início da nossa Era. A sua fundação resulta claramentede um projeto bem definido, destinado a estabelecerum ponto de povoamento que funcionasse13
and a small suburban area between the town andthe River Sever were fully excavated. Starting as2001, other types of investigation have paralleledthe traditional excavations, and an extensiveprogram of geo-archaeological research hasstarted, leading to the discovery of the Romanaqueducts 8 , the hypothetical delineation ofthe wall circuit 18, the comprehension of therelationship between the town and countryside,and to the identification of primary resources forthe economy of the town, such as stones, mineralsand metals.As we saw, in 2009, with the launch of the projectRadio-Past which selected <strong>Ammaia</strong> as one ofthe main open-labs for testing the integrationof non-destructive approaches, a new season ofresearch has started and a “total” survey of thetown and its suburbium has allowed the reconstructionof the town layout, with the delineationof the street-grid and the definition ofthe characteristics of its main monuments andhousing sectors 18.The study of several categories of finds (fine andcoarse wares, amphorae, coins, glasses, etc.)and the re-processing of old excavation records,integrated within the new research agenda, havebrought to a new understanding of the historyof <strong>Ammaia</strong>, which is otherwise not very detailedin the ancient sources. On the contrary, <strong>Ammaia</strong>never reached the headlines in ancient literature:it is never cited in ancient sources, with theexception of an indication of its astronomicalcoordinates in Ptolemy (II, 5, 8) and a briefmention in Pliny the Elder’s encyclopaedia of themountain range (the Ammaeensia Iuga) where apiece of rock crystal of outstanding dimensionwas found (N.H. XXXVII, 24; XXXVII, 127). Butthe famous scholar fails to name <strong>Ammaia</strong> in thelist of civitates of Lusitania contained in the bookIV, 117-118 of the Naturalis Historia.The above mentioned analysis of the archaeologicalrecord collected so far allows us to proposefor <strong>Ammaia</strong> a foundation during the Principate ofAugustus, possibly in the last years of the firstcentury BC or the very beginning of the new Era.The foundation is clearly framed in a well-definedproject, intended to create a settlement thatcould serve as “central place” for the exploitationcomo «lugar central» na exploração da terra e dosseus recursos naturais, e como ponto de confluênciada rede de estradas que ligavam o interior e o litoralda Lusitânia, a qual terá certamente orientado odesenho da <strong>cidade</strong>.Nesta fase, não é possível determinar o estatutojurídico da povoação. <strong>Uma</strong> inscrição de 44/45 d.C.atribuiu a <strong>Ammaia</strong> a designação de «civitas» (IRCP,615: civitas Ammaiensis), e uma outra de 166refere-a como «municipium» (IRCP, 616: municipesAmmaienses: 9 ), o que permite aferir comsegurança que a <strong>cidade</strong> terá alcançado primeiro adignidade de civitas e posteriormente o estatutomunicipal. A elevação ao estatuto de municipiumlatino teria assim ocorrido no espaço de tempo compreendidoentre a segunda metade do século I d.C.e a primeira metade do II.<strong>Ammaia</strong> é tradicionalmente integrada no ConventusPacensis, uma das três circunscrições administrativasem que se dividia a Lusitânia, segundo Plínio, sendoas restantes o Conventus Emeritensis e o ConventusScallabitanus 3 . No entanto, têm sido avançadaspropostas, ainda provisórias, para a redefinição defronteiras e a consequente inclusão de <strong>Ammaia</strong> noConventus Emeritensis.Os estudos de artefactos arqueológicos parecemdemonstrar que a <strong>cidade</strong> floresceu durante os séculosII e III d.C. No decorrer do IV, foram renovadosalguns monumentos e, ainda que alguns setores nãoaparentem ter sido muito «dinâmicos», o período814