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1. CONTEXTUALIZAÇÃO<br />
O Governo do Estado do Pará define como macro-objetivos da sua política de<br />
desenvolvimento a redução da pobreza e das desigualdades sociais, uma vez que cerca de<br />
39% da população paraense vivem abaixo da linha da pobreza e 40% estão enquadradas<br />
em nível de insegurança alimentar.<br />
Mas, o Estado do Pará, pela riqueza e diversidade de seus recursos naturais, possui<br />
um amplo e diferenciado leque de oportunidades para impulsionar um processo de<br />
desenvolvimento duradouro e sustentável em prol de sua população, cuja efetivação, como<br />
bem definido na política governamental, passa necessariamente por três grandes eixos de<br />
sustentação: o conhecimento, a produção e a gestão e governança.<br />
O Pará, na condição de área de expansão de fronteira agrícola, tem no setor<br />
agropecuário um dos pilares de sua matriz econômica e, como tal, esse setor assume papel<br />
estratégico para o alcance dos objetivos da política de desenvolvimento estadual, dada a<br />
sua contribuição tanto para a segurança alimentar, quanto para a produção de matérias<br />
primas e geração de riqueza, emprego e renda. Com efeito, esse setor é o que apresenta<br />
uma melhor distribuição de atividades no Estado, constituindo a base econômica de 34%<br />
dos municípios, quando se exclui o valor adicionado pela Administração Pública,<br />
contribuindo, em média, com mais de 21% para composição dos respectivos PIB<br />
(IDESP/IBGE,2009). Além disso, representa a principal fonte de trabalho em 57 municípios,<br />
absorvendo mais de 50% da população ocupada.<br />
Todavia, o atual modelo de exploração agropecuária chegou ao seu limite e, hoje, a<br />
evolução do setor requer mudanças de paradigmas de produção, de forma a atender às<br />
exigências de uma nova ordem mundial, caracterizada pela globalização de mercados e<br />
consolidação de uma consciência ambiental, que impõem novos e maiores requisitos à<br />
dimensão ambiental e social das atividades econômicas.<br />
Sob essa ótica, cresce o rigor das regulamentações ambientais, alteram-se padrões<br />
de consumo e, por via de consequência, as formas de produção e de produtos ofertados, os<br />
quais passam a ser valorados não só pelas suas características e qualidades físicas<br />
intrínsecas, mas, também, pelas práticas ambientais e sociais envolvidas em seu processo<br />
produtivo.<br />
Além disso, o crescimento da preocupação mundial com a aceleração de mudanças<br />
climáticas tem levado ao estabelecimento de agendas nacionais, com propostas e metas de<br />
medidas mitigadoras, que impactam e alteram significativamente a dinâmica social e<br />
produtiva, na medida em que, cada vez mais, aumentam as exigências do mercado com<br />
relação a práticas produtivas com baixa emissão de carbono.<br />
Nessa perspectiva, o Pará pode vir a assumir uma posição de destaque no cenário<br />
nacional e internacional com uma matriz econômica de baixo carbono, considerando que<br />
possui, de um lado, um área preservada de floresta de cerca de 90 milhões de hectares, que<br />
representa grande potencial econômico para a captação de recursos oriundos da prestação<br />
de serviços ambientais e, de outro, uma área antropizada estimada em 27 milhões de<br />
hectares, para o desenvolvimento de atividades e práticas produtivas de baixa emissão de<br />
carbono. Importante ressaltar, também, o fantástico capital de recursos naturais contidos em<br />
seu bioma florestal, cuja expressão máxima é a sua biodiversidade, compreendendo um<br />
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