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2 simpósio técnico sobre matrizes de frangos de corte - Embrapa ...

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2 o SIMPÓSIO TÉCNICO SOBREMATRIZES DE FRANGOS DECORTE13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999Chapecó, SC, BrasilANAISSuínos e Aves


República Fe<strong>de</strong>rativa do BrasilMinisterio da Agricultura e do AbastecimentoEmpresa Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa AgropecuáriaCentro Nacional <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong> Suínos e Aves


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes<strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999Chapecó, SC, BrasilAnaisSuínos e Aves


<strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves.Exemplares <strong>de</strong>sta publicação po<strong>de</strong>m ser solicitados a:<strong>Embrapa</strong> Suínos e AvesBR 153, km 110, Vila TamanduáCaixa Postal 21CEP 89700-000 – Concórdia, SCTelefone: (49) 442-8555Fax: (49) 442-8559Tratamento Editorial: Tânia Maria Biavatti Celant2 o SIMPÓSIO TÉCNICO SOBRE MATRIZES DE FRANGOS DECORTE, 2., 1999, Chapecó, SC. Anais. . . Concórdia:<strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves; Florianópolis: ACAV, 1999. 133 p.1. Frango <strong>de</strong> <strong>corte</strong> – <strong>matrizes</strong> – congresso. I. Título.CDD 636.50063c○ EMBRAPA – 1999


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilREALIZAÇÃOACAV – Associação Catarinense <strong>de</strong> AviculturaAv. Osmar Cunha, 183Ed. Ceisa Center, bloco A, sala 815CEP 88.015–100 Florianópolis – SCFone/Fax (48) 222-8734Suínos e AvesCaixa Postal, 21–89.700–000 Concórdia SCTelefone (49) 442-8555 – Fax (49) 442-8559http: / / www.cnpsa.embrapa.br /iii


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilDIRETORIA DA ACAVDiretoria ExecutivaPresi<strong>de</strong>nte: Carlos Alberto Gradin – PerdigãoVice-Presi<strong>de</strong>ntes:Administrativo: Walter Bampi – Macedo KoerichFinanceiro: José Carlos Soares Fonseca – Agrop. DaoraDivisão <strong>de</strong> Ovos: Fernando Imhof – Granja ImhofDivisão <strong>de</strong> Matrizes e Pintos: Celso Mattiolo – AveparDivisão Sanida<strong>de</strong>: Ricardo Soncini – SadiaDivisão Rações: Gilberto Vasconcellos – AuroraDivisão Equipamentos: Bento Zanoni – E<strong>de</strong>geDivisão <strong>de</strong> Exportação: Sérgio Waldrich – SearaConselho FiscalSinésio Volpato — AgrovenetoMauri Delai — AgrofrangoCarlos Luiz Morais — Aviário Moraisiv


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilCOMISSÃO ORGANIZADORA DO SIMPÓSIOPresi<strong>de</strong>nte da Comissão Organizadora: Celso Mattiolo — Avepar LtdaCoor<strong>de</strong>nador Geral do Simpósio: Bento Zanoni — E<strong>de</strong>ge Ltda.Antonio D. Wouters — Chapecó AlimentosCláudio Luiz Schell — Sadia S.A.Fábio L. Bittencourt — Sadia S.A.Gelson Vacaro — Avepar LtdaIvoney Sócha — Perdigão S.A.Jaime Roque Nunnenmacher — Seara Alimentos S.A.João Argenta — Perdigão S.A.Leocádio Ulin Júnior — AuroraMatias Cezar Petersen — Seara Alimentos S.A.Mauri Mazonetto — Chapecó AlimentosNadir José Cervelin — Sadia S.A.Nelva Grando — Sadia S.A.Paulo Sérgio Rosa — <strong>Embrapa</strong> Suínos e AvesSergio Renan S. Alves — <strong>Embrapa</strong> Suínos e AvesSecretária do Simpósio: Tiliana Cellav


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilPATROCINADORES• Agroceres Avicultura e NutriçãoAnimal Ltda• Agromarau S.A.• Amoco do Brasil Ltda• Art Labex• Avicomave Indústria <strong>de</strong> MáquinasLtda• Bayer S.A.• Casp S.A.• Clemar Engenharia Ltda• Cobb – Vantres Brasil Ltda• Coopers Brasil• Des Vet Desenvolvimento <strong>de</strong>Produtos Farmacêuticos e VeterináriosLtda• Embrex• Farmabase• Fatec S.A.• Fort Dodge Saú<strong>de</strong> Animal Ltda• Granja Ipê – Agrovícola Ltda• Granja Planalto• Granja Rossi• Imafi – Indústria Comércio <strong>de</strong>Máquinas para Frigoríficos Ltda• Intervet• Laboratório Bio Vet S.A.• Merial Saú<strong>de</strong> Animal Ltda• Nutron• Plasson do Brasil Ltda• Polyssel Ltda• Produtos Veterinários Ouro FinoLtda• Raiza-Kern• Rooster S.A.• São Paulo Alpargatas S.A.• Skavetvi


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilPROGRAMADia 13/10/99A partir das 18:00hEntrega do material20:00hCoquetel <strong>de</strong> aberturaDia 14/10/998:30 às 10:00hPrograma <strong>de</strong> luz para <strong>matrizes</strong> machose fêmeasDr. Irton BoniAGROGEM, Monte Negro, BR10:00 às 10:30hIntervalo10:30 às 12:00hRelação entre manejo <strong>de</strong> reprodutoras<strong>de</strong> carne e a qualida<strong>de</strong> dos ovosincubáveisDr. Miguel Elguera, PhDAGRISTAT, Georgia, EUA12:00 às 14:00hIntervalo almoço14:00 às 15:30hSegurança alimentar na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>produção <strong>de</strong> <strong>frangos</strong>Dr. Mauro F. <strong>de</strong> Freitas Leitão, DSUNICAMP, Campinas, BR15:30 às 16:00hIntervalo16:00 às 17:30hAmbientação para aviários <strong>de</strong> reprodutoraspesadasDr. Mike Czarick, PhDUniversida<strong>de</strong> da Georgia, EUA18:30hVisite a EFAPIDia 15/10/9908:00 às 09:30hMortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>matrizes</strong> em produçãoDr. Ricardo ValleARBOR ACRES, Glastonbury, EUA09:30 às 10:00hIntervalo10:00 às 11:30hDoenças ocasionais em emergência einterações: Bronquite infecciosa dasgalinhas e doença <strong>de</strong> MarekDra. Nair Katayama Ito, PhDSPAVE, São Paulo, BR12:00hAlmoço do galovii


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilSUMÁRIOProgramas <strong>de</strong> luz para <strong>matrizes</strong>: Machos e fêmeasIrton José Boni, Alci<strong>de</strong>s Óliver Sêncio Paes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1Relação entre o Manejo <strong>de</strong> Reprodutoras <strong>de</strong> carne e a qualida<strong>de</strong> dos ovosincubáveisMiguel A. Elguera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17Segurança alimentar na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> <strong>frangos</strong>Mauro Faber <strong>de</strong> Freitas Leitão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28Ambientação para aviários <strong>de</strong> reprodutoras pesadasMike Czarick, Ph.D. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31Mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>matrizes</strong> em produçãoRicardo Valle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40Doenças ocasionais em emergência e interações: Bronquite infecciosa dasgalinhas e doença <strong>de</strong> MarekNair Massako Katayama Ito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55viii


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilPROGRAMAS DE LUZ PARA MATRIZES: MACHOS EFÊMEASIrton José BoniAlci<strong>de</strong>s Óliver Sêncio PaesAgrogen Desenvolvimento Genético LtdaRS 124, km 2, Bairro Estação, Montenegro, RS, CEP: 95780-000Fone: (51)632-4955; FAX: (51)632-6124email: agrogen@voyager.com.br1 IntroduçãoNos últimos <strong>de</strong>z anos, há uma movimentação significativa em todo o Brasil, parase utilizar instalações <strong>de</strong> criação em aviários escuros (Dark-House) ou semi-escuros.Estas mudanças são impulsionadas à medida que as pesquisas genéticas avançamcada vez mais em busca <strong>de</strong> uma ave com maior ganho <strong>de</strong> peso (alta conformação),com isso as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manejo aumentam a cada ano.Os lotes criados em diferentes períodos do ano, alcançam a maturida<strong>de</strong> sexualem diferentes ida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do período <strong>de</strong> recria, se a luz é crescente ou<strong>de</strong>crescente, com efeitos in<strong>de</strong>sejáveis. Estes efeitos sazonais são mais acentuadosquando trabalhamos com aves <strong>de</strong> alta conformação, trazendo sérios problemas <strong>de</strong>previsão da produção e produtivida<strong>de</strong>.As aves <strong>de</strong> conformação são mais exigentes quanto ao manejo <strong>de</strong> luz, maissensíveis a restrição alimentar e susceptíveis à <strong>de</strong>suniformida<strong>de</strong>. Portanto, somenteteremos uma boa resposta <strong>de</strong> produção, com uma sincronização <strong>de</strong> restrição alimentar,gerando boa conformação corporal em todos os diferentes períodos fisiológicos darecria com <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> massa muscular (fleshing) principalmente entre 16 a22 semanas, aliado a um bom programa <strong>de</strong> luz.O principal objetivo dos sistemas <strong>de</strong> aviários escuros e ou semi-escuros (sombrite)para recria <strong>de</strong> reprodutores pesados, é <strong>de</strong> não permitir a <strong>sobre</strong>posição do hormônio<strong>de</strong> crescimento com a liberação dos hormônios sexuais (16 a 22 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>), oqual são antagônicos. Como iremos manter as aves em ambiente escuro, até 21 a 22semanas, não haverá liberação dos hormônios sexuais, antes da completa formaçãocorporal.Após a transferência do lote, o aparelho reprodutivo das aves <strong>de</strong>ve mudar em trêssemanas para um órgão ativo fisiologicamente, objetivando 5% <strong>de</strong> produção às 25semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, o que irá gerar uma melhor viabilida<strong>de</strong>, melhor aproveitamento <strong>de</strong>ovos, resultando um maior número <strong>de</strong> pintos por ave alojada.2 Ação da luz nas avesOs limites do olho das aves são semelhantes aos do olho humano, ou seja, tema visão em cores. Por via transorbitária ou craniana as aves respon<strong>de</strong>m mais aoestímulo luminoso quando a iluminação é produzida por raios do final do espectro,como o roxo e alaranjado, produzindo mais hormônios reprodutivos.1


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilA capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ovulação das aves, obe<strong>de</strong>ce a uma hierarquia folicular<strong>de</strong>nominada ciclo ou seqüência <strong>de</strong> ovulação. A ovulação está na <strong>de</strong>pendência<strong>de</strong> um mecanismo endógeno extremamente relacionado com fatores externos, asincronização é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> ritmo circadiano ou oscilatório, que permite aprodução da ovulação, periodicamente no <strong>de</strong>correr do período produtivo da ave.As aves usam ritmos circadianos para a percepção da duração do dia a umafase fotossensível máxima que ocorre entre 11 à 15 horas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ligar as luzes(Figura 1). Nesta fase fotossensível ocorre um mecanismo neurohormonal quecontrola as funções reprodutivas.A luz é percebida pelos fotorreceptores hipotalâmicos que convertem o sinaleletromagnético em uma mensagem hormonal através <strong>de</strong> seus efeitos nos neurônioshipotalâmicos que secretam o hormônio liberador <strong>de</strong> gonadotrofina (GnRH). O GnRHatua na hipófise produzindo as gonadotrofinas: hormônio luteinizante (LH), e hormôniofolículo estimulante (FSH). O LH e o FSH ligam-se aos seus receptores na tecae células granulosas do folículo ovariano, estimulando a produção <strong>de</strong> andrógenose estrógenos pelos folículos pequenos e produção <strong>de</strong> progesterona pelos folículospré-ovulatórios maiores. Dias curtos não estimulam a secreção a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>gonadotrofinas porque não iluminam toda a fase fotossensível. Dias mais longos,entretanto, fazem a estimulação, e <strong>de</strong>ste modo a produção <strong>de</strong> LH é iniciada. Estemecanismo neurohormonal controla as funções reprodutivas, comportamentais e ascaracterísticas sexuais secundárias.A hierarquia folicular é a responsável direta pela intensida<strong>de</strong> e persistência dapostura. Nas fêmeas maduras, a ovulação ocorre 20 a 30 minutos após a postura.A postura ocorre normalmente num prazo constante <strong>de</strong> 25–26 horas após a ovulação.A ave põe um ovo, diariamente, durante 3–7 dias consecutivos e <strong>de</strong>pois cessa durante1–2 dias. A freqüência relativa dos dias com postura e dos dias <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso,<strong>de</strong>terminam a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> postura individual da ave durante o período reprodutivo.Com o passar da ida<strong>de</strong> ocorre um encurtamento da séries <strong>de</strong> ovulação e um aumentoda duração dos períodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso. Em lotes velhos é comum o aumento <strong>de</strong>posturas abdominais e atresias ovarianas.No macho as gonadotrofinas estimulam a produção <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s e váriosandrógenos, incluindo a testosterona.3 Efeitos da luzHá muitos anos a avicultura vem enfrentando problemas principalmente com oslotes chamados <strong>de</strong> “fora <strong>de</strong> estação”, alterando o seu rendimento da seguinte maneira:• Demora <strong>de</strong> três a quatro semanas na ida<strong>de</strong> do início da produção.• Picos baixos <strong>de</strong> produção e atrasados.• Falta <strong>de</strong> persistência <strong>de</strong> produção.• Diferenças <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> sexual entre fêmeas e machos, e possíveis problemas<strong>de</strong> eclosão.• Sobre-peso das fêmeas.2


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil213Despertar186Duração dosdias <strong>de</strong> verão15Fotosensibilida<strong>de</strong>9Duração dosdias <strong>de</strong> invernoAdaptado <strong>de</strong> Bernardo Sauveur (1992)Figura 1 — Indicação da fase diária <strong>de</strong> fotossensibilida<strong>de</strong> das aveson<strong>de</strong> o “<strong>de</strong>spertar” indica a hora que acen<strong>de</strong> a luz noaviário. Duração dos dias no inverno e verão paralatitu<strong>de</strong> 30 o (os extremos <strong>de</strong> luz)3


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilA baixa produtivida<strong>de</strong> dos lotes fora <strong>de</strong> estação, se <strong>de</strong>ve à combinação <strong>de</strong> váriosfatores, relacionados com a duração e a intensida<strong>de</strong> da luz natural, principalmente:• Mudança na duração da luz natural, durante a recria.• Mudança na intensida<strong>de</strong> da luz, durante a recria.• Número <strong>de</strong> semanas com luz natural <strong>de</strong>crescente após às 11 semanas.• Número <strong>de</strong> semanas acima <strong>de</strong> 13 horas <strong>de</strong> luz natural após 11 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>das aves. Quanto mais semanas, maior será o atraso na maturida<strong>de</strong> sexual.• Tempo quente, retarda a alimentação, o que interfere no ganho <strong>de</strong> peso semanal.• O aumento da duração do dia e da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz durante o crescimentoinicial e o <strong>de</strong>créscimo da duração da luz natural do dia (janeiro, fevereiro), nofinal da recria, interfere no <strong>de</strong>senvolvimento endócrino.• A reação natural, quando um lote parece imaturo, é aumentar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ração, o que aumenta o ganho <strong>de</strong> peso e acúmulo <strong>de</strong> gordura, comprometendoa futura produção.O principal efeito da luz é que altera a ida<strong>de</strong> que as aves alcançam a maturida<strong>de</strong>sexual. Esta diferença não é produzida pela intensida<strong>de</strong> da luz, e sim pela duração doperíodo <strong>de</strong> luz, que altera a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção dos primeiros ovos. A intensida<strong>de</strong> daluz está mais relacionada com a uniformida<strong>de</strong> da maturida<strong>de</strong> sexual e com o aumentoda sensibilida<strong>de</strong> orgânica em respon<strong>de</strong>r aos estímulos luminosos.Se diminuirmos a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz das aves que estão no período final <strong>de</strong>crescimento, aumentará a ida<strong>de</strong> necessária para alcançar a maturida<strong>de</strong> sexual, docontrário, se aumentar a duração da luz, diminui a ida<strong>de</strong> para alcançar a maturida<strong>de</strong>sexual. Em ambos os casos lotes recriados em galpões abertos <strong>de</strong>ve-se empregarsistemas especiais, com luz constante, para amenizar os efeitos sazonais do ano.É importante para lotes em produção, acen<strong>de</strong>r as luzes dos aviários durante o diaquando o tempo estiver muito fechado, para as aves não per<strong>de</strong>rem o período maisfotossensível do dia.A Tabela 1, <strong>de</strong>monstra as divergências encontradas no campo, com dadostotalmente diferenciados pela estação do ano (lotes <strong>de</strong> estação e lotes fora <strong>de</strong>estação), on<strong>de</strong> sabemos os problemas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> causados pelos doisextremos.4 Resultados do controle <strong>de</strong> luz4.1 Lotes <strong>de</strong> estação• O atraso do início da produção <strong>de</strong> ovos por meio <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> controle<strong>de</strong> luz, também altera outros fatores da produção como: melhor qualida<strong>de</strong> dacasca do ovo, menor número <strong>de</strong> ovos <strong>de</strong> duas gemas e <strong>de</strong>formados, e menormortalida<strong>de</strong> por prolapso.4


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilTabela 1 — Efeito sazonal, por mês <strong>de</strong> nascimentoMês <strong>de</strong>NascimentoIda<strong>de</strong> (semana)<strong>de</strong> 10% <strong>de</strong>produçãoIda<strong>de</strong> (semana)do pico <strong>de</strong>produçãoPeríodoMarçoAbril24,3 30,1 <strong>de</strong> estaçãoMaioSetembroOutubro27,4 35,2 fora <strong>de</strong> estaçãoLotes <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> 27 a 30 o sul <strong>de</strong> equador.Lotes criados com luz natural até 18 semanas e estímulos <strong>de</strong> luz, a partir <strong>de</strong> 19semanas, diferenciados por época do ano.FONTE: BONI et al. (1995)• Controlar a duração da luz do dia na fase <strong>de</strong> crescimento, aumenta a produção<strong>de</strong> ovos na primeira fase <strong>de</strong> produção, porém o aumento do número <strong>de</strong> ovostotais não é significativo. O que melhora é o número <strong>de</strong> ovos incubáveis.• Com a redução da duração da luz do dia no período <strong>de</strong> crescimento, aumenta otamanho dos primeiros ovos, com o aumento <strong>de</strong> todos os restantes produzidos.4.2 Lotes fora <strong>de</strong> estação• O lote não atrasa a produção respon<strong>de</strong>ndo melhor a fotoestimulação, obtendo5 % <strong>de</strong> produção às 25 semanas.• Atinge um pico <strong>de</strong> produção melhor.• Evita o <strong>sobre</strong>peso nas aves pelo armazenamento excessivo <strong>de</strong> gordura, pois osincrementos <strong>de</strong> ração nesta fase são para mantença e produção.5 Fundamentos para cria e recria <strong>de</strong> aves <strong>matrizes</strong>pesadas em aviários escuros ou semi-escuros1. As aves recriadas sob luz natural <strong>de</strong>crescente, não são estimuladas a<strong>de</strong>quadamente,se estabelece um efeito fotorrefratário e como consequência entramem produção mais tar<strong>de</strong> e necessitam <strong>de</strong> mais peso para iniciar a produção,consumindo mais ração no período <strong>de</strong> recria.2. A restrição <strong>de</strong> alimento durante a fase <strong>de</strong> crescimento, também atrasa amaturida<strong>de</strong> sexual.3. As aves criadas com luz natural crescente, são facilmente sensibilizadas peloefeito luminoso e antecipam o início da produção com peso mais baixo e comisso, produz ovos <strong>de</strong> menor tamanho, maior mortalida<strong>de</strong> por prolapso e menorprodução total.5


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil4. Lotes adiantados, tem aves que são super estimuladas, sofrendo um <strong>de</strong>sequilíbriona hierarquia folicular ovariana, o que causa aumento anormal do número<strong>de</strong> ovos <strong>de</strong> duas gemas. Além disso, os folículos maduros não captadospelo infundíbulo são <strong>de</strong>positados na cavida<strong>de</strong> abdominal, gerando posturasabdominais, sendo um potencial causador <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por peritonite, poisa gema é um substrato i<strong>de</strong>al para bactérias (contaminação via ascen<strong>de</strong>nte ouvia sistêmica).5. A recria em aviários escuros ou sombrite, permite neutralizar os efeitos sazonaise fazer com que os lotes alcancem a maturida<strong>de</strong> sexual na ida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quadain<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da época do ano (sincronização sexual).6. Maior sensibilida<strong>de</strong> ao programa <strong>de</strong> fotoestimulação.7. Diminuição do consumo <strong>de</strong> alimento até as 24 semanas (1 a 1,5 kg por ave emaviários escuros e 0,5 kg com sombrite) pela redução do stress e da ativida<strong>de</strong>da aves.8. Melhor viabilida<strong>de</strong> dos lotes na recria.9. Melhor uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peso e sexual, com menor número <strong>de</strong> seleções <strong>de</strong> aves.10. Utilização <strong>de</strong> um mesmo guia <strong>de</strong> peso para aves nascidas em qualquer épocado ano.11. Mais exatidão na planificação da produção.12. Alcançam o pico mais cedo (1 a 2 semanas).6 Pontos negativos1. Custo <strong>de</strong> energia elétrica (aviários escuros).2. Maior custo na construção civil e equipamentos.3. Situações <strong>de</strong> emergência por falha <strong>de</strong> energia e falhas <strong>de</strong> ventilação(aviáriosescuros).4. Maior número <strong>de</strong> aves chocas, por peso baixo na recria. Aves que respon<strong>de</strong>mao estímulo, e permanecem abaixo do peso e após o pico tornam-se chocas.5. Adaptação das aves <strong>de</strong> aviários escuros, para efeitos adversos <strong>de</strong> frio ou calor,quando são transferidas para a produção em aviários convencionais.6. Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerador <strong>de</strong> luz (aviários escuros).7. Em aviário <strong>de</strong> sombrite, as cortinas, <strong>de</strong>vem ser fechadas às 19 horas, apóso período <strong>de</strong> luz, po<strong>de</strong>ndo ser reabertas à noite, e fechar novamente aoamanhecer, exigindo mais manejos.6


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil7 Condições necessárias para que o programa <strong>de</strong> luzseja eficazExige treinamento constante das pessoas envolvidas para as novas tecnologias.O período <strong>de</strong> luz recomendado para criação em aviários escuros é <strong>de</strong> 8 horas e,a intensida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 8 à 11 lux. As literaturas anteriores à 1990, citam ente 3 a 6 luxe as mais recentes, após 1994, citam como i<strong>de</strong>al entre 8 a 12 lux, alguns manuaiscitam intensida<strong>de</strong>s maiores (15 a 20 lux, manual do Ross e 10,8 a 21,6 no manual daCobb-USA). Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz, inferior a 3 lux, po<strong>de</strong> provocar cegueira nas aves.Na criação <strong>de</strong> aves em aviários com sombrite, o tempo <strong>de</strong> restrição <strong>de</strong> luz é <strong>de</strong>10 horas, (com intensida<strong>de</strong> entre 10 à 30 lux), normalmente entre 9 e 19 horas,coincidindo com o período <strong>de</strong> maior calor, para melhorar a ventilação.É <strong>de</strong> extrema importância que a intensida<strong>de</strong> seja uniforme, e que no período <strong>de</strong>escuro a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz seja menor que 2 lux, valores superiores comprometem oresultado. As portas centrais, teto, entradas <strong>de</strong> ar, exautores, <strong>de</strong>vem ser impermeáveisa luz.Nunca iniciar o programa <strong>de</strong> restrição <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz antes<strong>de</strong> quatro semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> para não causar <strong>sobre</strong>peso nas aves. Nunca iniciar oprograma <strong>de</strong> restrição após as 10 semanas, para que as aves pesadas do lote nãoiniciem o <strong>de</strong>senvolvimento reprodutivo.No período <strong>de</strong> verão realizar vacinas e seleções <strong>de</strong> madrugada para evitar o stresscalórico, <strong>de</strong>sligando a luz quando completar 8 horas (aviários escuros).Abrir os galpões 2 dias antes da transferência fornecendo luz natural durante às 8horas <strong>de</strong> iluminação para facilitar o carregamento e diminuir o stress <strong>de</strong> transferência.Suplementar a ração no dia da transferência e um dia após (10 a 30% <strong>de</strong> acordo coma distância).A intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz na produção <strong>de</strong>ve ser 4 a 5 vezes maior que a utilizada noperíodo da recria. O recomendado é: mínimo <strong>de</strong> 50 lux e no máximo 100 lux <strong>de</strong> luzartificial. Isto porque quanto mais selecionamos as aves para peso, tornam-se maisexigentes para respon<strong>de</strong>r à luz. O aviário <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>ve estar pintado <strong>de</strong> brancointernamente, e com as cortinas laterais brancas. A disposição dos equipamentos,não po<strong>de</strong> formar sombreamentos.Transferir os machos e <strong>de</strong>ixá-los separados das fêmeas com re<strong>de</strong> duranteduas semanas, para melhorar a eficiência do manejo <strong>de</strong> arraçoamento e evitaragressivida<strong>de</strong> do macho em relação às fêmeas.8 Erros comuns na produção8.1 Fotoestimulação precoce causando• Subida acelerada da produção.• Alta mortalida<strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> sustentação.• Envelhecimento precoce.7


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil• Baixo aproveitamento <strong>de</strong> ovos (aumento do n o <strong>de</strong> ovos pequenos, 2 gemas e<strong>de</strong>formados).8.2 Lotes fora <strong>de</strong> estação• Estimulação muito cedo em aves sem completa formação corporal não respon<strong>de</strong>ndoao estímulo luminoso, causando <strong>sobre</strong>peso, e gerando baixo pico <strong>de</strong>produção.• É normal e esperado um atraso <strong>de</strong> uma à duas semanas no início <strong>de</strong> produçãoem lotes <strong>de</strong> aviários convencionais. Para estes lotes, fornecer ração pelopercentual <strong>de</strong> produção a partir <strong>de</strong> 24 semanas, para que o lote não ganhepeso excessivamente. Para estes lotes fornecer ração à mais, sem a produçãoequivalente, é o gran<strong>de</strong> erro.8.3 Outros• Esquecimento <strong>de</strong> luz ligada (24 horas).• Não correção do timer <strong>de</strong> luz (relógio <strong>de</strong> luz).9 Programa <strong>de</strong> luzO programa somente funcionará quando sincronizar com o manejo alimentar:Aumento gradual semanal <strong>de</strong> alimento semana pós semana, tomando cuidado com osconsumos baixos, e levando sempre em consi<strong>de</strong>ração o peso médio, a uniformida<strong>de</strong>,o coeficiente <strong>de</strong> variação, e o ganho <strong>de</strong> peso semanal.Quando o lote estiver com 17 horas <strong>de</strong> luz, a luz natural + artificial, <strong>de</strong>ve serfornecida entre 1,00 ou 2,00 horas da manhã até as 18 ou 19 horas. Fornecer aração no máximo 4 horas após ligar as luzes. Com este manejo, a ave sofrerá menosstress pelo calor e também a produção <strong>de</strong> ovos é antecipada para o período da manhã,diminuindo a mortalida<strong>de</strong> nos períodos <strong>de</strong> calor extremo. Este manejo se aplica paraa latitu<strong>de</strong> 0 o a 20 o sul do equador.Em aviários convencionais abertos, para que tenhamos uma boa eficiência doprograma <strong>de</strong> luz, é necessário trabalhar com luz constante à partir do início <strong>de</strong> 11semanas, sempre que o lote tiver um aumento ou diminuição <strong>de</strong> 45 a 50 minutos dofotoperíodo <strong>de</strong> luz natural entre 11 e 20 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A luz constante <strong>de</strong>ve teruma duração maior, do que a duração da luz natural, no período citado.A duração do dia varia durante o ano pelo efeito da posição da terra com relaçãoao sol (Tabela 2). Este efeito é menos acentuado a medida que nos aproximamosda linha do equador, on<strong>de</strong> a duração do dia é igual durante todo ano. Quanto maiscedo for ligada as luzes do aviário, maior será a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz durante o período<strong>de</strong> fotossensibilida<strong>de</strong> (11–15 horas após acen<strong>de</strong>r as luzes), resultando em melhorresposta fisiológica, e consequentemente melhor produção. Mas no verão em regiõescom latitu<strong>de</strong> 25 o a 40 o não é possível fornecer muita luz <strong>de</strong> madrugada, pois os diassão muito longos, o que provocaria um excesso <strong>de</strong> estímulo.8


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilLembrar que os lotes mais difíceis, são os nascidos em setembro e outubro,porque a luz aumenta nos primeiras semanas e <strong>de</strong>cresce no final do período <strong>de</strong> recriacoincidindo com o momento ótimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do aparelho reprodutivo.Levar em consi<strong>de</strong>ração que as fêmeas respon<strong>de</strong>m à luz (amadurecimento folicular)21 dias após o estímulo e nos machos a espermatogênese ocorre aproximadamente5 semanas após o estímulo. Os machos <strong>de</strong>vem ter o mesmo ou programa semelhanteas fêmeas para sincronizar a maturida<strong>de</strong> sexual.Tabela 2 — Número aproximado <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> luz natural/dia em várias latitu<strong>de</strong>s dohemisfério sulHoras Aproximadas <strong>de</strong> luzMÊS 0 o 10 o 20 o 30 o 35 oJaneiro 12h 12h54 13h08 14h04 14h20Fevereiro 12h 12h36 12h44 13h20 13h30Março 12h 12h18 12h20 12h24 12h26Abril 12h 11h48 11h30 11h26 11h18Maio 12h 11h28 11h16 10h30 10h20Junho 12h 11h18 11h04 10h02 09h48Julho 12h 11h24 11h00 10h15 10h04Agosto 12h 11h40 11h34 11h04 10h56Setembro 12h 12h04 12h02 11h56 11h54Outubro 12h 12h26 12h32 12h58 13h04Novembro 12h 12h48 12h56 13h50 14h02Dezembro 12h 13h02 13h14 14h16 14h30FONTE: BONI et al.9.1 Programa <strong>de</strong> luz: Aviários convencionais9.1.1 Latitu<strong>de</strong> 0 a 10 o sul do equador• Luz natural até 19 semanas.• Início das 20 semanas : 14 horas• Início das 22 semanas : 15 horas• Início das 24 semanas : 16 horas• Início das 26 semanas : 17 horas9


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil9.1.2 Latitu<strong>de</strong> 10 a 24 o sul do equadorMês <strong>de</strong>nascimentoRecria: Luz naturalou luz constante(natural + artificial) apartir <strong>de</strong> 11 semanasInício19 asem.Início20 asem.Início21 asem.Início22 asem.Início24 asem.Início26 asem.JaneiroFevereiro luz natural – 14 h – 15 h 16 h 17 hMarçoAbril 13 horasMaio luz constante– – 15 h – 16 h 17 hJunho13 horasluz constante– 15 h – 16 h – 17 hJulho Luz – 15 h – 16 h 17 h –Agosto naturalSetembro Luz 15 h – 16 h 17 h – –Outubro naturalNovembro 13 horas – 15 h – 16 h 17 h —Dezembro Luz constanteFornecer o máximo <strong>de</strong> luz (17 horas), na data indicada ou 60% <strong>de</strong> produção ave dia9.1.3 Latitu<strong>de</strong> 25 a 35 o sul do equadorMês <strong>de</strong>nascimentoRecria: Luz naturalou luz constante(natural + artificial) apartir <strong>de</strong> 11 semanasInício19 asem.Início20 asem.Início21 asem.Início22 asem.Início24 asem.Início26 asem.Início27 asem.Janeiro Luz natural 14 h 15 h – 16 h 17 h – –Fevereiro Luz – 14 h – 15 h 16 h – 17 hMarço naturalAbril 12 h – 14 h – 15 h 16 h – 17 hLuz constanteMaio 13 h – 14 h – 15 h 16 h – 17 hLuz constanteJunho 13 h – 15 h – 16 h – 17 h –Luz constanteJulho 13 h 15 h 16 h – 17 h – – –Luz constanteAgosto 14 hSetembro Luz constante 15 h 16 h – 17 h – – –OutubroNovembro 13 h 15 h 16 h – 17 h – – –Dezembro Luz constanteFornecer o máximo <strong>de</strong> luz (17 horas), na data indicada ou 60% <strong>de</strong> produção ave dia10


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil9.2 Programa <strong>de</strong> luz: Aviários com sombrite9.2.1 Latitu<strong>de</strong> 0 o a 15 o• Até 20 semanas: 10 horas <strong>de</strong> luz (controlada através <strong>de</strong> sombrite)• Início das 21 semanas: 13 horas• Início das 24 semanas: 15 horas• Início das 26 semanas: 16 horas• Início das 27 semanas ou 60% <strong>de</strong> produção dia: 17 horas9.2.2 Latitu<strong>de</strong> 15 o a 30 o – sul do equador:Lote <strong>de</strong> estação (nascidos entre fevereiro e junho)• Até 21 semanas: 10 horas <strong>de</strong> luz (controlada através <strong>de</strong> sombrite)• Início das 22 semanas : 13 horas• Início das 23 semanas : 14 horas• Início das 24 semanas : 15 horas• Início das 26 semanas : 16 horas• Início das 27 semanas ou 60% <strong>de</strong> produção dia: 17 horasLote fora <strong>de</strong> estação (nascidos entre julho a janeiro)• Até 20 semanas: 10 horas <strong>de</strong> luz (controlada através <strong>de</strong> sombrite)• Início das 21 semanas : 14 horas• Início das 23 semanas : 15 horas• Início das 25 semanas : 16 horas• Início das 27 semanas ou 60% <strong>de</strong> produção dia: 17 horas9.3 Programa <strong>de</strong> luz – aviários escurosInício da Luz controlada com 4 semanas (8–11 lux) 8 horas por dia.Lotes <strong>de</strong> estação (nascidos em fevereiro, março, abril)• Transferência com 22 semanas completas• Início das 23 semanas : 13 horas• Início das 26 semanas : 15 horas• Início das 27 semanas ou 60% <strong>de</strong> produção dia: 16 horas11


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilLotes <strong>de</strong> estação (nascidos em maio e junho)• Início das 23 semanas : 14 horas• Início das 25 semanas : 15 horas• Início das 27 semanas ou 60% <strong>de</strong> produção dia: 16 horasLotes fora <strong>de</strong> estação (nascidos em julho, agosto, setembro e outubro)• Transferência com 21 semanas completas• Início das 22 semanas : 14 horas• Início das 24 semanas : 15 horas• Início das 25 semanas : 16 horas• Início das 27 semanas ou 60% <strong>de</strong> produção dia: 17 horasLotes fora <strong>de</strong> estação (nascidos em novembro, <strong>de</strong>zembro e janeiro)• Transferência com 21 semanas completas• Início das 22 semanas : 13 horas• Início das 24 semanas : 14 horas• Início das 25 semanas : 15 horas• Início das 26 semanas : 16 horas• Início das 27 semanas ou 60% <strong>de</strong> produção dia: 17 horas10 Tipo <strong>de</strong> luz10.1 Incan<strong>de</strong>scente• Instalação barata• Necessita <strong>de</strong> refletores (pratos <strong>de</strong> plásticos ou metal louçado), que aumenta aeficiência da lâmpada em 50%: usar refletor do tipo plano, para não direcionar ofoco da luz• Funciona com a colocação em altura baixa• Duração baixa da lâmpada = 750 a 1.000 horas12


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil10.2 Fluorescente• A luz fluorescente branca convencional não é indicada, porque ocorre muitavariação <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> e somente tem a sua máxima eficiência quando atemperatura do ar está entre 21 a 27 o . Fora <strong>de</strong>stes patamares sua eficiênciaé reduzida• É indicada a utilização da luz fluorescente quente (fluorescente eletrônicacompacta ou Pl)• Maior custo <strong>de</strong> instalação• Menor consumo <strong>de</strong> energia (70% a menos)• Duração da lâmpada = 8 – 10 vezes, maior que a incan<strong>de</strong>scente• Não po<strong>de</strong> ser usada com reostato (dimer)• Po<strong>de</strong> ser instalado em altura <strong>de</strong> 1,70 a 2,0 metros10.3 Vapor <strong>de</strong> mercúrio• Instalação à mais <strong>de</strong> 3 metros <strong>de</strong> altura (não po<strong>de</strong> ser em teto baixo), pela mádistribuição• Distribuição da luz, geralmente não é uniforme• É necessária complementação com luz incan<strong>de</strong>scente, para que não tenhazonas escuras, ou colocação <strong>de</strong> 03 linhas <strong>de</strong> lâmpadas• Eficiência semelhante a fluorescente• Duração = 24.000 horas• Melhor que a fluorescente, quanto a variação <strong>de</strong> temperatura.• Requer vários minutos para religar novamente, quando há falta <strong>de</strong> energia• Os reatores, tem que ser a prova d’água para evitar incêndios10.4 Lâmpadas mistas• Utilizadas com potência <strong>de</strong> 160 watts• Demoram a reacen<strong>de</strong>r após quedas <strong>de</strong> luz ou flutuação na tensão elétrica• Boa distribuição <strong>de</strong> luz• Alto consumo <strong>de</strong> energia elétrica13


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil11 Comparativo <strong>de</strong> custos para instalação elétricapara iluminação <strong>de</strong> aviário 120 metrosMaterial Unid. Quant.Iluminação tipoincan<strong>de</strong>scente 100 wattsValorUnit.ValorTotalUnid.Iluminação tipoPL-Compacta 20 wattsQuant.ValorUnit.ValorTotalCabo 1x 4mm Mts 450 0,30 135,00 Mts 450 0,03 13,50Cabo 1x2,5 mm Mts 300 0,22 66,00 Mts 300 0,22 66,00Contactor 3TF 42 UN 1 54,80 54,80 UN 1 54,80 54,80Chave comutadora UN 1 33,20 33,20 UN 1 32,20 32,20Suporte p/ lâmpada UN 120 4,80 576,00 UN 90 4,80 432,00Lâmpada e reatores UN 120 1,02 122,40 UN 90 22,00 1980,00Corrente p/ pendurar Mts 180 0,60 108,00 Mts 135 0,60 81,00Isolador plástico 3/4 UN 225 0,05 11,25 UN 225 0,05 11,25Refletores UN 120 2,64 316,80 UN 90 2,64 237,60Custo Total (R$) 1.423,45 2.908,40Material Unid. Quant.Iluminação tipoVapor Mercúrio 80 wattsValorUnit.ValorTotalUnid.Iluminação tipoMista 160 wattsValorQuant.Unit.ValorTotalCabo 1x 4mm Mts 450 0,30 135,00 Mts 450 0,30 135,00Cabo 1x2,5 mm Mts 300 0,22 66,00 Mts 300 0,22 66,00Contactor 3TF 42 UN 1 54,80 54,80 UN 1 54,80 54,80Chave comutadora UN 1 33,20 33,20 UN 1 33,20 33,20Suporte p/ lâmpada UN 72 4,80 345,60 UN 90 4,80 432,00Lâmpada e reatores UN 72 30,00 2160,00 UN 90 7,98 718,20Corrente p/ pendurar Mts 0 0,60 0,00 Mts 0 0,60 0,00Isolador plástico 3/4 UN 225 0,05 11,25 UN 225 0,05 11,25Refletores UN 72 11,00 792,00 UN 90,00 2,64 237,60Custo Total (R$) 3.598,73 1.688,1014


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil12 Comparativo <strong>de</strong> consumo e custo mensal <strong>de</strong> iluminação<strong>de</strong> 1 aviário <strong>de</strong> 120 metrosIluminaçãotipoIncan<strong>de</strong>scente100 wattsIluminaçãotipoPL-Compacta20 wattsIluminaçãotipoVapor Mercúrio80 wattsIluminaçãotipoMista160 wattsConsumo KWpor hora12 1,8 5,76 14,4Tempo médio<strong>de</strong> consumo/dia5 5 5 5Total <strong>de</strong> KWp/ dia60 9 28,8 72Total <strong>de</strong> KWp/ mês1800 270 864 2160Custo p/ KW(Estado –RS)0,089 0,089 0,089 0,089Custo mensalp/ aviário (R$)159,66 23,95 76,64 191,59No custo, não foi consi<strong>de</strong>rado o valor <strong>de</strong> reposição das lâmpadas.13 ConclusãoFazer os lotes alcançar a plena maturida<strong>de</strong> sexual é um processo complicado, oqual <strong>de</strong>vemos levar em consi<strong>de</strong>ração a interação entre o manejo, nutrição, sanida<strong>de</strong> eambiente.Devemos ressaltar que os lotes somente terão uma resposta a<strong>de</strong>quada aosprogramas <strong>de</strong> luz, se obtiverem bom <strong>de</strong>senvolvimento inicial para boa formação daestrutura corporal, bom controle <strong>de</strong> peso entre 7 e 12 semanas e crescimento uniformee constante semana após semana, completando a massa muscular (fleshing), comreserva a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> glicogênio hepático e muscular.Lembrando o bom resultado <strong>de</strong> um lote é a somatória dos pequenos acertos dodia a dia na condução do lote. Do contrário o mau resultado do lote é o resultado dosomatório dos erros cometidos.14 Referências bibliográficasARENÁZIO, Jairo. Luz sob controle. Avicultura Industrial, maio 1999, 22–25, 1999.BONI, Irton J. IX Seminário internacional <strong>de</strong> patologia aviar. The University of Georgia,U.S.A. 17–26, 1998.COBB-500. Guia <strong>de</strong> manejo para reproductoras. Bases para el exito Cobb Vantress,inc.; 1998 – 1999.15


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilETCHES, J. Robert. Estímulo luminoso na produção. Curso Fisiologia da Reprodução<strong>de</strong> Aves, facta, 41–56, 1993.ELGUERA, Miguel. Programas <strong>de</strong> restriccion <strong>de</strong> luz para reproductoras pesadas. VIISeminário Internacional <strong>de</strong> Patologia Aviar (amevea). The University of Georgia,Athens U.S.A. 42–49, 1990.ELGUERA, Miguel, VIII Seminário Internacional <strong>de</strong> Patologia Aviar – the University ofGeorgia, Athens U.S.A. 55–12, 1994.HUBBARD Isa. Hubbard Hi–Y Bree<strong>de</strong>r management gui<strong>de</strong>, 1998.MANUAL <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> <strong>matrizes</strong> ag roos, 1996.NORTH, Mack O. Manual <strong>de</strong> Produccion Avícola, 382–403, 1986.SAUVER, Bernard. Reproduccion <strong>de</strong> Las Aves, 17 E 34 E 148–188. 1992.16


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilRELAÇÃO ENTRE O MANEJO DE REPRODUTORAS DECARNE E A QUALIDADE DOS OVOS INCUBÁVEISMiguel A. ElgueraMédico VeterinárioAgri Stats, Inc.Dos ovos produzidos por um lote <strong>de</strong> aves, aqueles que se <strong>de</strong>stacam a observaçãocomo livres <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos, serão consi<strong>de</strong>rados como ovos a<strong>de</strong>quados para a incubação,isto quer dizer ovos <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>. Este processo diário se baseia em mo<strong>de</strong>los oupadrões pré estabelecidos <strong>de</strong> seleção.Se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir como ovos <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> ou a<strong>de</strong>quados para a incubação,aqueles que têm boa aparência, forma ovói<strong>de</strong>, boa textura da casca, bom tamanho euma cor mais ou menos marrom e limpos.Os ovos <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> geralmente ren<strong>de</strong>m uma alta eclodibilida<strong>de</strong>.Depois da postura a qualida<strong>de</strong> dos ovos po<strong>de</strong> ser mantida ou piorada, dificilmentemelhorada. Os ovos férteis selecionados para incubar <strong>de</strong>vem ser mantidos sempresecos e limpos, livres <strong>de</strong> material fecal que ao manchar a casca a contamina, comgraves prejuízos para o ovo, embrião e futuro pinto.Se mantém a qualida<strong>de</strong> do ovo quando a postura se leva a cabo nos ninhos limpos,a coleta é freqüente, se evita o contato com meios sujos e contaminados (esteirastransportadoras, mãos, mesas, ban<strong>de</strong>jas, etc.) e se faz uma correta <strong>de</strong>sinfecção.Existe uma relação direta entre o manejo das reprodutoras e a qualida<strong>de</strong> dos ovosproduzidos. O manejo integra os conceitos da sanida<strong>de</strong> preventiva, biosegurança,alimentação, programas <strong>de</strong> luz e o controle ambiental; como também as práticas <strong>de</strong>manejo aplicadas diariamente a estas aves.Tabela 1 — Efeito da qualida<strong>de</strong> da casca e mortalida<strong>de</strong> dos pintosnos primeiros 14 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>Condição do ovo Bactérias total Coliformes % Mortalida<strong>de</strong>às 2 semanasOvo <strong>de</strong> ninho limpo 600 123 0.9Ligeiramente sujo 20 000 904 2.3Sujos 80 000 1307 4.1Muller H.D. 19801 Rendimento em relação ao número <strong>de</strong> ovos produzidosEm igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> condições, indubitavelmente que quanto mais ovos se produzampor galinha alojada melhor será o rendimento. Este último po<strong>de</strong> ser medido em forma17


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasildiferente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da perspectiva em que se analisam os resultados <strong>de</strong> umacriação (econômicos, zootécnicos, etc.)O número <strong>de</strong> ovos produzidos por ave ou lote varia em relação a linhagem e aomanejo.Por exemplo ao analisar os resultados <strong>de</strong> uma mesma linha genética mais omenos na mesma área geográfica, porém com distintos programas <strong>de</strong> manejo; osrendimentos qualitativos e quantitativos po<strong>de</strong>m variar. Tudo isto é <strong>de</strong>vido a causasmultifatoriais que interferem com a exteriorização do potencial genético das aves.Alguns <strong>de</strong>sses fatores po<strong>de</strong>m ser: Qualida<strong>de</strong> das reprodutores com um dia<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional, tipo <strong>de</strong> alojamento e equipamento, comodida<strong>de</strong>térmica, ambiente, qualida<strong>de</strong> do alimento, sistemas <strong>de</strong> alimentação e <strong>de</strong> bebida,programas <strong>de</strong> luz, práticas <strong>de</strong> manejo diário, stresses e as enfermida<strong>de</strong>s.Tabela 2 — Rendimento <strong>de</strong> lotes <strong>de</strong> reprodutoras <strong>de</strong> carne submetidos a distintosprogramas <strong>de</strong> manejoLotes Galinhas Ovos Produção Incub. Mortal. Conversãoincubáveis 1 galinha/dia % % galinhas % por dúzia 2Média 264 3,606,000 154.5 59.0 82.4 13.1 6.95Melhor lote 1 18,000 184.2 68.0 85.1 2.8 6.32Melhor 5% 3 40,000 183.5 67.3 83.8 5.2 6.09Melhor 20% 12 179,000 179.6 66.6 83.0 8.7 6.27Melhor 50% 30 437,000 174.8 64.5 82.2 8.3 6.41Pior 5% 3 26,000 134.4 55.0 80.1 19.2 7.4049 700,000 164.8 61.1 81.5 10.0 6.691 Ovos incubáveis por galinha alojada - ajustados a 65 semanas2 Conversão alimentar por dúzia <strong>de</strong> ovos incubáveis, <strong>de</strong>pois das 25 semanasFonte: Agri Stats, inc. 1997Algumas vezes os programas <strong>de</strong> manejo são implementados como resultado <strong>de</strong>soluções empíricas e se traduzem em resultados variáveis e inconsistentes. No Tabelaanterior (Tabela 1), po<strong>de</strong>-se apreciar aves do mesmo genótipo, submetidas a distintosmanejos, com rendimentos distintos.O melhor lote produziu excepcionalmente bem, os 30 lotes i<strong>de</strong>ntificados como“melhores 50%” produziram próximo do stan<strong>de</strong>r teóricos, os 3 lotes “pior 5%”,produziram 40 ovos menos e 2% menos <strong>de</strong> eclosão que a média. Uma clara indicação<strong>de</strong> problemas relacionados a condução do lote.2 Rendimento em relação a qualida<strong>de</strong> dos ovos produzidosNa prática não existe uma forma simples e exata para medir a qualida<strong>de</strong> totaldos ovos produzidos. Nas granjas <strong>de</strong> produção se implementam procedimentos <strong>de</strong>eliminação ou <strong>de</strong>scarte baseados em stan<strong>de</strong>r do que se consi<strong>de</strong>ra como in<strong>de</strong>sejáveisou ovos não aptos para a incubação.As causas mais freqüentes <strong>de</strong> eliminação <strong>de</strong> ovos são:• Dupla gemas18


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil• Sem casca• Achatados ou abaulados• Muito pequeno ou muito gran<strong>de</strong> (Mínimo <strong>de</strong> 22 onças por dúzia ou 52 gramas)• Arranhados, perfurado ou <strong>de</strong> casca <strong>de</strong>lgada• Deformados, enrugados• Claros ou brancos• Redondos ou alargados• Imperfeições na textura da casca• Sujos, claramente contaminados, molhados ou cobertos <strong>de</strong> outros materiais.Estas características <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m basicamente da interação do manejo, genótipo emeio ambiente. Por exemplo os três primeiros <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong>scritos (Dupla gemas, semcascas e achatados) estes po<strong>de</strong>m respon<strong>de</strong>r a fenômenos <strong>de</strong> ovulação errática comfundo hereditário, alimentar, stresse e ao manejo da luz.Defeitos na textura, forma e/ou cor da casca, são produzidos em situações <strong>de</strong>stresse, intoxicações (nicarbazina, etc.) ou <strong>de</strong> doenças tais como: EDS76, doença <strong>de</strong>Newcastle, bronquite infecciosa, etc.Defeitos dos ovosFatores Descrição Causa ProvávelMecânicos Sujos ou manchados Manejo em geralArranhados, rompidos, Densida<strong>de</strong> populacional, agressãoperfuradosdo macho, mal manejo <strong>de</strong> ninhos,cama molhada, falta <strong>de</strong> cama, etc.BiológicosFisiológicosImpressão circular, lisaem uma das extremida<strong>de</strong>s,e casca excessivamentegrossa na outraDemora do trânsito dos ovos nooviduto por stresse, mudanças nomanejo ou doençasTamanho e forma Muito pequenos Foto estimulação, ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> início daposturaMuito gran<strong>de</strong>sGenética, ida<strong>de</strong>, nutrição, ciclos <strong>de</strong>postura (muda), etc.DeformadosGenética, sanida<strong>de</strong>, etc.CorMarrom claro a marronnormalBrancosNormal, porém influem as mudançasdurante a coleta, stresseGenética, nicarbazina, doençasOvulação errática Dupla ou tripla gemas Genética, alimentação excessiva,excesso <strong>de</strong> peso, etc.Casca mole ou sem cascastresse, doenças, ida<strong>de</strong>, etc.19


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilDanos no útero Enrugados Doenças clínicasDepósitos calcários Doenças subclínicas, stresseAchatadosOvos arranhados no oviduto por mudançasno manejo tardio (reparos,pesagens,vacinações, etc.) ouagressão do machoA correta alimentação, <strong>sobre</strong>tudo durante o período <strong>de</strong> pré postura, os programas<strong>de</strong> luz e <strong>de</strong> vacinação, a ausência <strong>de</strong> doenças clínicas ou subclínicas e o corretomanejo <strong>de</strong> ninhos e bebedouros facilitam a produção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> ovosa<strong>de</strong>quados para a incubação.A qualida<strong>de</strong> será melhor quanto menos ovos in<strong>de</strong>sejáveis se enviem para oincubatório, o difícil é precisar os limites <strong>de</strong> tolerância. Existem situações em quese eliminam ovos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e outras que se suce<strong>de</strong> o contrário.Em 1998 se produziram nos Estados Unidos 7,9 bilhões <strong>de</strong> <strong>frangos</strong> (7.934,28milhões) e a taxa <strong>de</strong> eclosão média foi <strong>de</strong> 82,10%, o que eqüivale a uma produção<strong>de</strong> 9,354.52 ovos incubados. A média foi <strong>de</strong> 96,81% <strong>de</strong> ovos incubados e 3,19% nãoa<strong>de</strong>quados para a incubação.A eliminação excessiva <strong>de</strong> ovos como não a<strong>de</strong>quados para a incubação é umfenômeno observado freqüentemente como reação a uma situação anormal quetem produzido uma redução nos rendimentos esperados, tais como: Diminuição naporcentagem <strong>de</strong> eclosão, aumento no número <strong>de</strong> ovos contaminados que explo<strong>de</strong>m,má qualida<strong>de</strong> inicial do pinto produzido, etc.Com a idéia <strong>de</strong> dimensionar o efeito negativo <strong>de</strong> incubar ovos não a<strong>de</strong>quados, setem elaborado uma tabela a partir do informe mensal da Agri Stats (Junho 99) no quese <strong>de</strong>talha e compara a mortalida<strong>de</strong> semanal <strong>de</strong> <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>, Tabela 3.Do grupo dos <strong>de</strong>z piores produtores, se elegeu ao acaso o número 1 i<strong>de</strong>ntificadocomo complexo A. Ao se fazer o estudo dos rendimentos na área <strong>de</strong> reprodução<strong>de</strong>scritos no Tabela 3, se po<strong>de</strong> verificar que não só os <strong>frangos</strong> produzidos por estegrupo tinham problemas, como se comprovou o baixo índice <strong>de</strong> produção, e a altoporcentagem <strong>de</strong> ovos comerciais e a baixa eclosão nos lotes <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se produziramos ovos. Tudo isto confirma o fato que ovos <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong> produzem <strong>frangos</strong> comrendimentos inferiores.A companhia A obteve um índice <strong>de</strong> produção muito baixo (soma ida<strong>de</strong> +produção). A taxa <strong>de</strong> ovos comerciais esteve 1.5% acima da média, a eclosão atéas 45 semanas 1.8% abaixo da média. O número <strong>de</strong> pintos produzidos por galinhaaté as 65 semanas foi <strong>de</strong> 95. A mortalida<strong>de</strong> semanal das galinhas alcançou 0.99%significando mais que o dobro da média.Cabe <strong>de</strong>stacar que na linhagem à qual pertencem as aves do grupo A, não temsido verificado problemas sanitários.O custo por franga até as 25 semanas foi maior comparativamente, se comprovaramgastos excessivos, porém que não guardava relação direta com a ineficiência<strong>de</strong>scrita. Destaca-se a elevada mortalida<strong>de</strong> das frangas; a relação macho/fêmea nãodifere quantitativamente do resto, <strong>de</strong>ixando sem explicação a baixa eclosão reportadaanteriormente. Esta última po<strong>de</strong>ria confirmar o conceito que a galinha e o manejo dosovos têm acentuada influência <strong>sobre</strong> a eclosão.20


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilTabela 3 — Mortalida<strong>de</strong> semanal em <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>% Mortalida<strong>de</strong>0–7 8–14 15–21 22–28 29–35 36–42 >42 Total Ajust.dias dias dias dias dias dias dias % 42 diasMédia 1.27 0.61 0.46 0.40 0.44 0.60 1.37 5.15 3.77Melhor 25% 0.96 0.43 0.30 0.25 0.26 0.34 0.67 3.21 2.54Melhor 5 0.68 0.30 0.24 0.18 0.20 0.23 0.12 1.95 1.83Pior 10 Co. 1.97 0.98 0.83 0.73 0.74 1.01 2.01 8.27 8.281 1.82 0.69 0.61 0.60 0.79 1.19 3.27 8.97 5.712 1.40 0.70 0.91 0.78 0.90 1.05 0.90 6.64 5.733 1.19 0.54 0.77 1.03 0.86 1.51 3.78 9.68 5.894 1.90 0.95 0.95 0.53 0.52 1.10 3.55 9.50 5.945 3.49 0.69 0.44 0.38 0.35 0.61 1.30 7.26 5.966 1.37 1.25 1.26 0.78 0.72 0.62 0.39 6.39 6.007 1.91 1.08 0.86 0.65 0.69 0.96 2.81 8.96 6.148 1.96 1.25 0.74 0.92 0.85 0.86 0.53 7.11 6.599 2.21 1.22 0.80 0.85 0.99 1.22 0.79 8.08 7.2910 2.43 1.46 0.95 0.74 0.80 1.00 2.80 10.18 7.37Pior 10 Co. 1.97 0.98 0.83 0.73 0.74 1.01 2.01 8.28 6.26Fonte: Agri Stats, Inc. Junho 99Tabela 4 — Rendimentos produtivos em reprodutoras <strong>de</strong> <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>Produ- Índice Ovos Incuba- Ovos 10 meses Pintos / Mortal. Pintos / 100ção % Produ- Comer- ção % Incubados Incubados galinha galinhas galinhas45 sem. tivo ciais % 45 sem 65 sem 65 sem 65 sem % / diaMédia 61.87 107 3.19 82.8 152 82.22 126 0.47 49Melhor 25% 65.51 111 2.96 84.9 163 83.09 138 0.41 53Melhor 5 68.44 113 3.45 85.8 167 82.87 142 0.49 55Comp. A 55.24 100 4.69 81.0 118 82.92 95 0.99 41Fonte: Agri Stats, Inc. Junho 99Tabela 5 — Custo por franga e a relação macho/fêmeaCusto por Mortalida<strong>de</strong> Machos iniciais Machos acasaladosFrangas Frangas por 100 por 10025 sem. 25 sem. Galinhas GalinhasMédia $7.25 5.54 13.45 11.35Melhor 25% $6.71 2.40 13.53 11.62Melhor 5 $6.29 1.40 12.91 11.43Comp. A $7.79 6.77 13.82 11.50Fonte: Agri Stats, Inc. Junho 9921


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilTabela 6 — Rendimento produtivo dos <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>Dias para Variância Ganho Conversão2.27 kg <strong>de</strong> media diária/gramas Realvivo Dias Ajustado 2.27 kgMédia 48.04 47.40 2.01Melhor 25% 43.98 -4.06 51.61 1.87Melhor 5 41.43 -6.61 54.75 1.82Comp. A 47.89 -0.15 47.46 2.17Fonte: Agri Stats, Inc. Junho 99Além da alta mortalida<strong>de</strong> inicial verificou-se que os <strong>frangos</strong> não <strong>de</strong>senvolveramnem converteram o alimento eficientemente. É provável que o ponto inicial <strong>de</strong> todaesta má trajetória seja a inferior qualida<strong>de</strong> dos ovos incubados utilizados para estegrupo.3 O ovo, seu manejo e contaminaçãoO ovo incubado proporciona todos os nutrientes necessários para o <strong>de</strong>senvolvimentodo embrião. Como já se tem mencionado, o mal manejo das reprodutorase dos ovos afetam a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes últimos. A casca contém milhares <strong>de</strong> poros(8 000–12 000), <strong>de</strong> diâmetro variável e distribuídos em toda a superfície do ovo. Asbactérias po<strong>de</strong>m penetrar através <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>sses poros. A espessura da casca<strong>de</strong>termina a longitu<strong>de</strong> dos poros, é por isso que os ovos com casca grossa são maisresistentes à penetração bacteriana que aqueles com poros curtos, porque estas sãomais <strong>de</strong>lgadas (finas).Normalmente, a incidência <strong>de</strong> ovos contaminados aumenta a medida que o loteenvelhece, isto é <strong>de</strong>vido principalmente ao normal aumento do tamanho do ovo e porconseqüente piora da qualida<strong>de</strong> (afinamento) da casca.De todos os fatores possíveis que afetam a qualida<strong>de</strong> do ovo e por extensãoa do pinto recém nascido, <strong>de</strong>staca-se a contaminação bacteriana. Os ovospo<strong>de</strong>m aparentar limpos e ter na parte externa da casca uma alta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>microorganismos, <strong>sobre</strong>tudo se o ovo foi posto e permaneceu no piso (cama). Coma utilização dos ninhos mecânicos ou automáticos mo<strong>de</strong>rnos, aqueles lotes malmanejados produzem muitos ovos no piso, que se contaminam e logo criam problemasdurante a criação dos <strong>frangos</strong>, como o que foi <strong>de</strong>scrito anteriormente.O ovo possui uma série <strong>de</strong> barreiras naturais que ajudam a reduzir a contaminaçãobacteriana.As barreiras naturais à contaminação do interior do ovo são:• A cutícula• A casca• As duas membranas da casca, a interna e a externa.• Os mecanismos químicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa da albumina22


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilA cutícula é uma capa <strong>de</strong> proteína <strong>de</strong>positada na superfície exterior da casca queao fechar os poros, ajuda a prevenir a penetração das bactérias para o interior doovo. A ausência parcial ou total da cutícula aumenta a permeabilida<strong>de</strong> do ovo a umainvasão bacteriana. A entrada <strong>de</strong> fungos para o interior do ovo é muito mais difícil,<strong>de</strong>vido serem <strong>de</strong> maior tamanho; eles entram no ovo pelas rachaduras ou perfuraçõesda casca.Dentre os fatores que propiciam a perda da cutícula entre outros estão: oshereditários, mecânicos (lavado e lixado), armazenamento prolongado, superfíciescobertas <strong>de</strong> material fecal e o aumento na temperatura <strong>de</strong> armazenamento dos ovos.Todas as barreiras <strong>de</strong>scritas incluindo às das membranas internas da casca sãobarreiras físicas, sem nenhuma ativida<strong>de</strong> química bactericida específica.A albumina do ovo possui ao menos duas substâncias <strong>de</strong> ação inibitória àsbactérias.Como característica física, tanto o material da albumina como o da chalaza sãoviscosos ou <strong>de</strong>nsos por natureza, durante o armazenamento prolongado a albuminae a chalaza, que mantém a gema no meio do ovo, se tornam mais aquosos e frágeisrespectivamente, a chalaza frágil permite o <strong>de</strong>slocamento da gema para um dos lados,facilitando assim a contaminação do exterior.Tabela 7 — Qualida<strong>de</strong> da casca e a penetração bacterianaGravida<strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> % <strong>de</strong> Penetração da cascaespecífica dos ovos casca >30 minutos >60 minutos >24 horas1.070 Má 34 41 541.080 Média 18 25 271.090 Boa 11 16 21Sauter,E.F., and C.F. Petersen, 1979. Poultry Science 51:159.4 Manejo orientado à diminuição da contaminação• Minimizar a exposição dos ovos com agentes bacterianos. Todos os ovos estãomais ou menos contaminados superficialmente. A contaminação aumenta emcada um dos pontos <strong>de</strong> contato que têm os ovos com o meio ambiente (ninhos,ban<strong>de</strong>jas, correias transportadoras, mãos, mesas, etc.). É impossível produzirum ovo estéril, por exemplo, aqueles obtidos diretamente do oviduto, já estãocontaminados.• Retardar a multiplicação das bactérias na superfície da casca, <strong>de</strong>sta maneira seprevine a penetração.4.1 As recomendações mais práticas são as seguintes1. Manter o material do ninho e os ninhos limpos, evitando que as galinhaspermaneçam em seu interior durante a noite.23


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil2. Realizar a coleta freqüentemente para <strong>de</strong>sinfectar e colocar os ovos no ambienterefrigerado. Quando se usam ninhos convencionais é um erro limitar a coleta asó três vezes ao dia.3. Os ninhos mecânicos se limpam somente à seco, mediante o uso <strong>de</strong> aspiradoresou ventiladores, <strong>sobre</strong>tudo aqueles instalados em aviários com piso <strong>de</strong> terra. Sesugere recolher os ovos freqüentemente, freqüência que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do número<strong>de</strong> ovos produzidos por dia. Por exemplo no pico <strong>de</strong> produção será uma coletaquase constante durante a manhã e uma a vez a mais a tar<strong>de</strong>.4. Quando se usam ninhos convencionais, além da mudança freqüente domaterial <strong>de</strong> ninho, alguns agregam escamas <strong>de</strong> paraformal<strong>de</strong>ído para reduzira contaminação, isto se inicia <strong>de</strong>pois das 35 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.5. Deve-se evitar colocar os ovos em contato com o água não tratada oucontaminada. Da mesma maneira o manejo térmico na granja, veículo <strong>de</strong>transporte e locais <strong>de</strong> armazenagem <strong>de</strong>vem impedir a con<strong>de</strong>nsação <strong>de</strong> água(sudação) na superfície das cascas, porque com isto se aumenta os riscos <strong>de</strong>penetração bacteriana.6. Não utilizar lixas ou material abrasivo para limpar os ovos, esta prática vão contraas <strong>de</strong>fesas naturais do ovo.7. Trate quimicamente e <strong>de</strong>sinfete os ovos imediatamente <strong>de</strong>pois da coleta.5 Tratamento químico dos ovos – DesinfecçãoO motivo pelo qual se tratam os ovos com <strong>de</strong>sinfetantes é para reduzir acontaminação que existe na superfície das cascas. Deve-se fazer rapidamente, logoapós a coleta para impedir ou reduzir a penetração bacteriana.Imediatamente <strong>de</strong>pois da postura o ovo esfria e gradualmente se retrai, po<strong>de</strong>ndoeste fenômeno favorecer a penetração.5.1 Produtos e característicasPor muito tempo o formal<strong>de</strong>ído foi o produto preferido, no momento seu usoestá sujeito a restrições fe<strong>de</strong>rais. Para ser uma alternativa viável em substituiçãoao formal<strong>de</strong>ído as substâncias químicas <strong>de</strong> aplicação <strong>sobre</strong> os ovos <strong>de</strong>vem terbasicamente as seguintes características:• Capaz <strong>de</strong> matar microorganismos na superfície da casca• Não interferir no crescimento do embrião• Não constituir-se como risco para a Saú<strong>de</strong> Pública24


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil5.2 Métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> ovos férteis nas granjas <strong>de</strong>produção:1. Fumigação com formal<strong>de</strong>ído2. Lavado por imersão3. Aspersão manual4. Lavado por pulverização automática ou mecânica5.3 Fumigação com gás <strong>de</strong> formal<strong>de</strong>ídoÉ um método eficaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> ovos. Este gás se obtêm ao combinarcristais <strong>de</strong> permanganato <strong>de</strong> potássio com formol líquido, o gás tem ação bactericida<strong>de</strong> contato e muito efetivo contra salmonelas, coliformes e outras bactérias patogênicas.Tem pouca ação residual. A fumigação com este produto é fácil <strong>de</strong> realizare se processa a <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> muitos ovos simultaneamente. Este procedimentocomo os outros eliminam gran<strong>de</strong> parte da cutícula <strong>de</strong>ixando o ovo <strong>de</strong>sprotegidopara a contaminação. O uso <strong>de</strong>ste gás está restrito nos Estados Unidos por OSHA(Occupational Safety and Health administration) como um possível carcinógeno.Os ovos férteis po<strong>de</strong>m ser também fumigados com ozônio, este método não é tãoeficaz e prático como os outros.5.4 Lavado por imerssãoEste método consiste em submergir os ovos em tanques que contem uma solução<strong>de</strong>sinfetante. Este método foi muito utilizado, no passado, e é eficaz quandose proce<strong>de</strong> corretamente, foi caindo em <strong>de</strong>suso pela variabilida<strong>de</strong> nos resultados.Os ovos <strong>de</strong>vem ser colocados durante um <strong>de</strong>terminado tempo em uma a soluçãotemperada.Deixam-se os ovos submergidos por mais tempo do que o recomendado ou se asolução está muito quente, este excesso <strong>de</strong> calor aumenta a temperatura das gemascausando pré incubação e perda <strong>de</strong> eclosão. Em outros casos quando não se troca asolução freqüentemente, esta per<strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r e se contamina.5.5 Aspersão manualPo<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>sinfectar o ovo também por aspersão ou pulverização manual com umasolução <strong>de</strong>sinfetante <strong>de</strong> amônia quaternária, formol, peróxido <strong>de</strong> hidrogenio, fenois,etc. Este método tem vantagens <strong>sobre</strong> a fumigação: <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do <strong>de</strong>sinfetantea utilizar tem po<strong>de</strong>r residual, não tem que manter nem controlar a temperatura eumida<strong>de</strong>, não necessita tempo mínimo nem máximo e o único equipamento que senecessita é uma pulverizadora com um bico para aspersão. A eficácia <strong>de</strong>ste método<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do operador.25


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil5.6 Lavado por pulverização automática ou mecânicoAtualmente existem vários mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>stes lavadores <strong>de</strong> ovos automáticos. Basicamenteconsistem num aparato móvel, instalado na área <strong>de</strong> coleta e armazenamento<strong>de</strong> ovos <strong>de</strong> cada aviário <strong>de</strong> produção. Estas máquinas têm dois tanques para líquidos:o primeiro contem a solução <strong>de</strong> lavado, em base <strong>de</strong> água com cloro ou água oxigenadae o segundo contem uma solução <strong>de</strong>sinfetante como o fenol, amônia quaternária, águaoxigenada, etc.Estas máquinas têm controles exatos para o aquecimento <strong>de</strong> ambas soluções, oprimeiro tanque mantêm a solução a 111 o F; 44 o C e po<strong>de</strong> reciclar, filtrar e dosar asolução. No segundo tanque a temperatura é mantida a 118 o F;48 o C.Ao se passar a ban<strong>de</strong>ja com ovos por uma correia transportadora lava-se os ovosà pressão com a solução do primeiro tanque e pulveriza-se com a do segundo.Este método <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> ovos corrige e compensa as <strong>de</strong>svantagens dosoutros, po<strong>de</strong>ndo, no momento converter no método mais eficiente.Tabela 8 — Efeito da lavação mecânica na recuperação <strong>de</strong> microorganismos eeclosãoTratamento – ovos Número total prato % <strong>de</strong> redução Eclosão dos férteis %Limpos 447 89.82Limpos lavados 2 99.6 91.30Sujos 3631 84.64Sujos lavados 27 99.3 84.68Cox,N.A.,J.S.Bailey,M.E.Berrang,R.J.Buhr,and J.M.Mauldin,1994. Journal of Applied PoultryResearch 3:234-237.6 Referências bibliográficasBRAKE, J. T. Optimization of egg handling and storage. Ncs – World Poultry, v.12, n.6,1996.BOARD, R. G. The course of microbial infection of the hen’s egg. Applied Bact, 2 pp.,319–341.BOARD, R. G., HALLS N. A. The cuticle: A barrier to liquid and particle penetration ofthe shell of the hen’s egg. Poult. Sci. 14:69–97, 1973.KONRAD, R. Egg slats major factor in hatchability improvement. Poultry Times, August,1992.MAULDIN, J. M. Noveda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Incubación, 1998.ELGUERA, M. A. Nuevos aspectos <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> reproductoras pesadas. TecnologíaAvipecuaria año 3 n.35.ELGUERA, M. A. Restricción <strong>de</strong> luz para reproductoras pesadas industria avícolavolumen 38, n.3.ELGUERA, M. E. Fine tuning male bree<strong>de</strong>rs. Poultry Digest, june, 1987.MAYES, F. J., TAKEBALLI, A. Food Protection 46:1092.PADRÓN, M. N. Calidad microbiológica <strong>de</strong>l huevo incubable. Avicultura Profesional,vol.9, n.4, 1999.26


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilSAUTER, E. A., PETERSEN, C. F. The effect of shell quality on penetration by variousSalmonellae.POULT. Sci.53:2159–2162, 1974.SONCINI, R. A. Impacto do manejo sanitário da reproductora na qualida<strong>de</strong> do pinto<strong>de</strong> um dia. Apinco, 98.WHISTLER, P. E., SHELDON, B. W. Bactericidal activity,eggshell conductance andhatchability effects of ozone versus. Formal<strong>de</strong>hy<strong>de</strong> Disinfection. Poultry Sci.68:1074–1077.WINELAND, M. J. Minimizing contamination of hatching eggs. Agricultural extensionservice NCS, 1990.WILSON, J. Mechanical egg collection in broiler bree<strong>de</strong>r houses. World Poultry. v.12,n.12, 1996.27


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilSEGURANÇA ALIMENTAR NA CADEIA DE PRODUÇÃODE FRANGOSMauro Faber <strong>de</strong> Freitas LeitãoDepto. <strong>de</strong> Tecnol. <strong>de</strong> AlimentosFac. <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> AlimentosUNICAMPNos últimos anos, ênfase crescente vem sendo dada ao problema da segurançaalimentar, principalmente visando assegurar a melhor proteção do consumidor epossibilitando que fundamentos científicos sejam utilizados no estabelecimento <strong>de</strong>padrões, especificações e recomendações aplicadas ao controle <strong>de</strong> alimentos.De acordo com a Comissão do Co<strong>de</strong>x Alimentarius da Food and AgricultureOrganization -FAO (Alinorm 99/13 A) um componente fundamental no estudo dasegurança alimentar é a <strong>de</strong>nominada Avaliação <strong>de</strong> Riscos (Risk Assesment), que écomposta dos seguintes elementos:• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> perigos (Hazard I<strong>de</strong>ntification), ou seja, a clara e completa<strong>de</strong>finição dos microrganismos patogênicos,ou <strong>de</strong> suas toxinas,<strong>de</strong> importânciano alimento em estudo. Estas informações são obtidas na literatura científicaespecializada, consulta a banco <strong>de</strong> dados,levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos,auxílio <strong>de</strong> especialistas, etc.• Avaliação da exposição (Exposure Assesment) que consiste na avaliação dosníveis <strong>de</strong> exposição dos alimentos aos patógenos, estudo da ecologia microbianado alimento, interação dos fatores intrínsecos e extrínsecos (obstáculos) namicrobiota contaminante do alimento, efeito das condições <strong>de</strong> processamentona mesma, etc. Em suma, uma avaliação quali ou quantitativa da provávelocorrência e ingestão, via consumo <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong> agentes <strong>de</strong>letérios <strong>de</strong>naturezas física, química ou microbiológica.• Caracterização do perigo (Hazard Characterization), que seria a <strong>de</strong>scrição qualiou quantitativa da severida<strong>de</strong> e duração dos efeitos prejudiciais advindos daingestão <strong>de</strong> microrganismos patogênicos ou <strong>de</strong> toxinas presentes no alimento.Este estudo possibilita o eventual estabelecimento <strong>de</strong> uma relação doseingerida/resposta.• Caracterização do risco (Risk Characterization), que nada mais seria que aintegração dos dados ou informações obtidos nas etapas anteriores,permitindo,assim, uma estimativa quali ou quantitativa do risco.O conceito <strong>de</strong> perigo (hazard), inserido no estudo da segurança alimentar, <strong>de</strong>veser bem <strong>de</strong>finido. Ele <strong>de</strong>ve ser entendido como sendo qualquer elemento, <strong>de</strong> naturezafísica , química ou biológica, que, quando ingerido pelo consumidor, po<strong>de</strong>rá afetar suasaú<strong>de</strong> ou segurança.28


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilNormalmente, em alimentos, são muito enfatizados os perigos <strong>de</strong> naturezabiológica em <strong>de</strong>trimento dos <strong>de</strong>mais tipos <strong>de</strong> perigos. Isto se explica pelo fato dosinci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> natureza biológica (principalmente os <strong>de</strong>vidos a bactérias patogênicasou suas toxinas) serem <strong>de</strong> ocorrência mais freqüente; no entanto, em muitos produtos,perigos <strong>de</strong> natureza física (por exemplo, fragmentos metálicos, pedaços <strong>de</strong> vidro, etc)ou químicos (por exemplo, resíduos <strong>de</strong> antibióticos, pesticidas, metais pesados, etc)po<strong>de</strong>m ser tão ou mais importantes.Aplicando-se esta sistemática <strong>de</strong> estudos ao caso específico da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>produção <strong>de</strong> <strong>frangos</strong>, os dados disponíveis na literatura indicam serem os produtos<strong>de</strong> <strong>frangos</strong> ou seus <strong>de</strong>rivados importantes veículos <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> origem alimentar.Assim, nos Estados Unidos da América, no período 1973/1991, estes produtos foramresponsáveis por 5% dos surtos e 10,8% dos casos <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> origem alimentarregistrados; já na Europa, dados epi<strong>de</strong>miológicos da Comunida<strong>de</strong> EconômicaEuropéia-CEE,apontam o envolvimento dos alimentos à base <strong>de</strong> aves em 6,6%dos surtos relatados no biênio 1991/1992. Inúmeras bactérias patogênicas sãonormalmente constatadas nas carcaças <strong>de</strong> aves ou nos alimentos processados àbase <strong>de</strong> aves. Entre elas,merecem <strong>de</strong>staque especial representantes <strong>de</strong> Salmonellaspp.,Campylobacter jejuni / coli, Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens, Listeriamonocytogenes, ao lado <strong>de</strong> outros representantes da família Enterobacteriaceae,Aeromonas hydrophila e outras bactérias potencialmente patogênicas.Embora a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros e espécies <strong>de</strong> bactérias patogênicas veiculadaspor alimentos seja muito elevada, sabe-se que na maioria dos surtos são <strong>de</strong>tectadaspoucas espécies; assim, nos Estados Unidos da América, no período 1973/1991,aproximadamente 90% dos surtos foram causados por Salmonella spp. (61%),Staphylococcus aureus (17% ) e Clostridium perfringens (12%).O controle da presença <strong>de</strong> salmonelas e outros patógenos em carcaças recémprocessadas e nos produtos à base <strong>de</strong> aves é bastante difícil. Nos temposatuais, compreen<strong>de</strong>-se que este controle <strong>de</strong>ve ser integrado e contínuo, partindoda etapa <strong>de</strong> incubação dos ovos fertilizados, na <strong>de</strong> incubação dos pintinhos recémnascidos, passando pela etapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos <strong>frangos</strong> para o abate, seutransporte para os abatedouros, todas as etapas do processamento industrial, até aobtenção <strong>de</strong> carcaças embaladas e a<strong>de</strong>quadamente armazenadas sob refrigeraçãoou congelamento.Fontes importantes <strong>de</strong> contaminação e que mereceriam um controle especial nasvárias etapas <strong>de</strong>scritas, po<strong>de</strong>riam ser assim resumidas:• Nas fases <strong>de</strong> incubação dos ovos, eclosão e criação dos pintinhos:– Segurança dos ovos fertilizados (ausência <strong>de</strong> patógenos, interna e externamente);– Cuidados na sanitização das incubadoras e do recinto <strong>de</strong> incubação;– Qualida<strong>de</strong> higiênico- sanitária das rações;– Qualida<strong>de</strong> microbiológica da água;– Controle da infestação por pragas (insetos e roedores).• Na etapa <strong>de</strong> engorda dos <strong>frangos</strong> para o abate:29


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil– Qualida<strong>de</strong> microbiológica das rações;– Qualida<strong>de</strong> microbiológica da água;– Manejo a<strong>de</strong>quado das camas e do esterco;– Assistência veterinária às aves;– Afastamento <strong>de</strong> aves doentes.• No transporte das aves aos abatedouros:– Dieta hídrica e alimentar;– Minimizar o stress das aves;– Higiene rigorosa dos engradados <strong>de</strong> transporte;– Abreviar o período <strong>de</strong> transporte das aves.• No processamento:– Aplicar princípios <strong>de</strong> Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação - BPF no abatedouro;– Adotar o sistema <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Perigos e Pontos Críticos <strong>de</strong> Controle-APPCC/HACCP, no processamento industrial.• No produto final a ser consumido:• Procedimentos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> cocção das carnes;• Minimizar problemas <strong>de</strong> contaminações cruzadas;• Controle rigoroso da temperatura dos alimentos durante o armazenamento e naespera para o consumo.1 Referências bibliográficasFOOD and agriculture organization fao. Co<strong>de</strong>x alimentarius commission–committeeon food hygiene.General Procedures for Risk Assesment. Alinorm. 99 / 13 a,1999.NATIONAL advisory committee on microbiological criteria for foods. generic haccpapplication in broiler slaughter and processing. J. Food Protection,60 (5) 579–604, 1997.30


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilAMBIENTAÇÃO PARA AVIÁRIOS DE REPRODUTORASPESADASMike Czarick, Ph.D.Universida<strong>de</strong> da GeorgiaSugestões para instalacões avícolas: Iluminação parainstalações <strong>de</strong> pintinhosUm dos tipos mais <strong>de</strong>safiantes para ventilação <strong>de</strong> instalações avícolas são osaviários escuros <strong>de</strong> pintinhos <strong>de</strong> <strong>corte</strong>. Para se obter uma ótima performance das<strong>matrizes</strong> ambas intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz e o número <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> diárias<strong>de</strong>vem ser controladas com precisão. O objetivo é limitar que as aves recebam <strong>de</strong>8 a 10 horas <strong>de</strong> luz por dia até aproximadamente 20 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Nas 20semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> luz do dia são aumentadas cerca <strong>de</strong> 15 horas.Este esquema <strong>de</strong> iluminação é realizado para assegurar que as <strong>matrizes</strong> alcancemmaturida<strong>de</strong> sexual na época exata e para ajudar a estimular o inicio da produção <strong>de</strong>ovos.O problema para produtores <strong>de</strong> pintinhos é que durante uma boa parte do anoocorrem mais que 8 a 10 horas <strong>de</strong> luz do dia a cada dia. Todavia, para que sejacontrolada estas horas <strong>de</strong> luz diárias, as instalações <strong>de</strong>vem ser a prova <strong>de</strong> luz.Cortinas escuras po<strong>de</strong>m ser instaladas ou as pare<strong>de</strong>s laterais po<strong>de</strong>m ser sólidas.Rachaduras pequenas e buracos no teto, pare<strong>de</strong>s laterais e dos fundos <strong>de</strong>vemser corrigidos para prevenir mesmo que uma pequena réstia <strong>de</strong> luz penetre nasinstalações. Além disso, “corta-luzes” <strong>de</strong>vem ser instalados <strong>sobre</strong> toda entrada <strong>de</strong>ar e aberturas <strong>de</strong> exaustores para se permitir entrada e saída <strong>de</strong> ar das instalaçõessem que permitam a entrada <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> ao mesmo tempo.Corta-luzes são caixas construídas <strong>de</strong> hélices metálicas ou <strong>de</strong> plástico preto quedirigem a entrada ou saída <strong>de</strong> ar das instalações através <strong>de</strong> uma serie <strong>de</strong> voltas curtas.A vantagem dos corta-luzes é que o ar po<strong>de</strong> circular e contornar barreiras enquantoque os raios <strong>de</strong> luz viajam em linha reta. A cada volta, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz que passapelo corta-luz diminui.Para que o corta-luz faça efeito na redução <strong>de</strong> luz transmitida vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>muitos fatores. Estes incluem o espaçamento das hélices, a espessura do corta-luz,material que foi construído, como também o número e intensida<strong>de</strong> das curvas que oar <strong>de</strong>ve atravessar. Seria quase impossível <strong>de</strong>terminar se o corta-luz vai funcionarbem ou não só <strong>de</strong> observa-lo. Dois corta-luzes po<strong>de</strong>m parecer muito parecidos,porém mínimas diferenças no espaçamento das hélices ou construção po<strong>de</strong>m fazerdiferenças dramáticas na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir transmissão <strong>de</strong> luz.Além <strong>de</strong> reduzir transmissão <strong>de</strong> luz, corta-luzes reduzem a performance <strong>de</strong>ventiladores <strong>de</strong> exaustão. Expelir ar através <strong>de</strong> uma abertura na pare<strong>de</strong> lateral érelativamente fácil para um ventilador fazer. Mas, se nós colocarmos um corta-luznaquela abertura e forçarmos o ar através <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> voltas para evitar luz, mais31


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasilenergia do ventilador é necessária. Mais voltas exigem mais energia do ventilador eassim diminui a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar que é movido através do ventilador. Na verda<strong>de</strong>,em muitas instalações <strong>de</strong> pintinhos com corta-luz, a capacida<strong>de</strong> dos ventiladores édiminuída 50% ou mais <strong>de</strong>vido a enorme restrição feita pelos corta-luzes. Sendoassim, da mesma forma como julgamos transmissão <strong>de</strong> luz, para <strong>de</strong>terminarmos arestrição <strong>de</strong> luz que um corta-luz é capaz se pensarmos em fluxo <strong>de</strong> ar, seria quaseimpossível <strong>de</strong>termina-lo apenas o examinando.Portanto, como os produtores <strong>de</strong>veriam selecionar um corta-luz para seusventiladores e aberturas <strong>de</strong> ar? Os fabricantes tem pouquíssimo ou nenhum dado nacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus corta-luzes limitarem transmissão <strong>de</strong> luz e/ou quão restrito seuscorta-luzes são em relação ao fluxo <strong>de</strong> ar. Os dados que existem <strong>de</strong>vem ser avaliadoscom certo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança consi<strong>de</strong>rando que eles são obtidos pelos fabricantes enão por uma instalação <strong>de</strong> teste in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Devido a falta <strong>de</strong> informação confiávelem performance <strong>de</strong> luz, muitas instalações <strong>de</strong> pintinhos não funcionam tão bem como<strong>de</strong>veriam. Geralmente as instalações são mais iluminadas do que <strong>de</strong>veriam levandoà problemas <strong>de</strong> produção nas <strong>matrizes</strong>. Em outros casos, os corta-luzes restringema performance dos ventiladores em tal grau que é difícil manter os pintinhos frescosdurante o verão levando os motores dos ventiladores a pararem <strong>de</strong> funcionar.Para resolver este dilema, o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Engenharia Biológica e Agrícolada Universida<strong>de</strong> da Georgia conduziu testes para <strong>de</strong>terminar a transmissão <strong>de</strong> luz ecaracterísticas <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> ar da maioria dos corta-luzes disponíveis comercialmente.O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi fornecer uma taxa <strong>de</strong> transmissão precisa <strong>de</strong> cada corta-luze ao mesmo tempo recomendações <strong>de</strong> quantos metros quadrados <strong>de</strong> corta-luz sãonecessários para garantir uma performance a<strong>de</strong>quada dos ventiladores.Um dos problemas ao se avaliar corta-luzes é que não existe resposta <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong>quão escuro a instalação <strong>de</strong> pintinhos <strong>de</strong>ve ser. Alguns dados na literatura indicamque a intensida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> luz durante a fração escura do dia <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 0,05 footcandles (velas). Porém, alguns gerentes <strong>de</strong> aviários acreditam que uma intensida<strong>de</strong><strong>de</strong> luz <strong>de</strong> 0,2 velas é aceitável (eqüivale a uma lâmpada <strong>de</strong> 20 watts numa instalaçãotípica) enquanto outros acreditam que <strong>de</strong>veria ser muito mais escuro, 0,002 velas(seria impossível enxergar sua mão na frente <strong>de</strong> seu rosto). Des<strong>de</strong> que exista tantascontrovérsias <strong>de</strong> quão escuro uma instalação <strong>de</strong> pintinhos <strong>de</strong>veria ser, foise <strong>de</strong>cidofornecer uma redução na taxa <strong>de</strong> luz para cada tipo <strong>de</strong> corta-luz. A taxa <strong>de</strong>verápermitir que gerentes <strong>de</strong> aviários saibam quanta luz vai penetrar em suas instalaçõesrelativo a cada corta-luz testado. Por exemplo, luz solar direta num dia <strong>de</strong> verão éaproximadamente 10,000 velas, sombra é em torno <strong>de</strong> 5,000 velas. Se um gerentesentir que 0,05 velas <strong>de</strong> luz é aceitável, ele <strong>de</strong>ve instalar um corta-luz que diminua aintensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz a um fator <strong>de</strong> 200,000.Fator redutor <strong>de</strong> luz = Intensida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> luz externa/ Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz interna <strong>de</strong>sejada= 10,000 velas / 0,05 velas= 200,000O fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> luz foi <strong>de</strong>terminado pela instalação <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong>48” × 48” corta-luzes <strong>de</strong> 9 fontes comerciais diferentes em uma pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> umacâmara ambiental <strong>de</strong> luz controlada. Focos <strong>de</strong> luz <strong>de</strong> alta intensida<strong>de</strong> foram colocados32


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasildiretamente em frente <strong>de</strong> cada corta-luz. Nove medidas <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luzforam tomadas na superfície externa do corta-luz assim como <strong>de</strong>ntro das câmarasambientais, 2” do corta-luz. A intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz 2” da superfície externa do corta-luz(aproximadamente 3,500 velas) foi dividida pela intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz medida 2” dasuperfície interna do corta-luz e o fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> luz foi <strong>de</strong>terminado. Quandoo fator <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> luz foi <strong>de</strong>terminado, foi então possível calcular-se a intensida<strong>de</strong><strong>de</strong> luz <strong>de</strong>ntro da instalação escurecida dos pintinhos no período que a intensida<strong>de</strong>externa <strong>de</strong> luz era <strong>de</strong> 10,000 velas (Tabela 1).Existem diferenças mais dramáticas na habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferentes corta-luzestestados para restringir luminosida<strong>de</strong>. O menos efetivo em restringir transmissão<strong>de</strong> luz foi um colchão resfriador evaporativo <strong>de</strong> 10 cm que permitiu mais que 5velas <strong>de</strong> luz em um dia luminoso <strong>de</strong> verão. O mais efetivo foi o corta-luz plásticoda ACME, permitindo somente 0,0005 velas <strong>de</strong> luz, mais que 10,000 vezes <strong>de</strong>diferença. É importante salientar que uma gran<strong>de</strong> diferença relativa no fator <strong>de</strong>redução <strong>de</strong> luz é necessário para produzir uma diferença notável na transmissão <strong>de</strong>luz. Todavia, corta-luzes com menos que 10 vezes <strong>de</strong> diferença no fator redutor <strong>de</strong> luzprovavelmente produzem intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz muito semelhantes no campo e po<strong>de</strong>mprovavelmente serem consi<strong>de</strong>rados os mesmos (isto é, Dandy, Gigola, metal ACME,colchão resfriador evaporativo <strong>de</strong> 10 cm).Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz listadas na Tabela 1 existiriam muito próximas do corta-luz. Aose afastar do corta-luz, a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz diminuiria rapidamente, apenas como aluz <strong>de</strong> um bulbo simples no final <strong>de</strong> uma instalação escura teria um efeito redutorquando você se afasta para longe do bulbo. Com os corta-luzes mais escuros, haveriamenos diferença entre a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz próxima do corta-luz e o restante dainstalação. Porém, com alguns dos corta-luzes mais brilhantes haveriam diferençasmais significativas na intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz através da instalação, na qual resultaria emdiferentes níveis <strong>de</strong> estímulos luminosos para as aves, os quais po<strong>de</strong>riam levar aproblemas na performance.É importante salientar que um fator <strong>de</strong> redução preciso para qualquer um doscorta-luzes testados seriam significativamente afetados pela manutenção dos cortaluzes.Se as superfícies dos corta-luzes se tornarem cobertas com um pouquinho<strong>de</strong> poeira, o fator redutor <strong>de</strong> luz irá diminuir. Além disso, níveis <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>luz projetada no verão na Tabela 1 são os piores casos, sendo que luz solar diretaesta sendo projetada <strong>sobre</strong> o corta-luz. A intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> interna po<strong>de</strong>ráser reduzida através da adição <strong>de</strong> uma estrutura para sombrear os corta-luzes daluz solar direta. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução seria <strong>de</strong>terminada pelo tipo e tamanho daestrutura para sombra, mas seria duvidoso se a adição <strong>de</strong> uma estrutura <strong>de</strong> sombrairia aumentar a redução por um fator superior a 10.A segunda parte <strong>de</strong>ste estudo teve como objetivo <strong>de</strong>terminar como cada tipo <strong>de</strong>corta-luz restringia o fluxo <strong>de</strong> ar. Para este estudo os corta-luzes foram levadospara as instalações <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> ventiladores “Hired Hand Manufacturing” em Bremen,Alabama. Na câmara <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> ventiladores, foi possível <strong>de</strong>terminar com precisão aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pressão estática gerada quando o ar passava através do corta-luz emvelocida<strong>de</strong>s diferentes. Uma pressão estática mais elevada com a mesma velocida<strong>de</strong><strong>de</strong> ar significa que o corta-luz restringe mais fluxo <strong>de</strong> ar, e portanto irá comprometera performance do ventilador. Por exemplo, alguns corta-luzes puxaram o ar através<strong>de</strong>les, apenas gerando uma pressão estática <strong>de</strong> 0,05” quando o ar passava por eles33


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilTabela 1 — Fatores <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> luz dos corta-luzesTipo <strong>de</strong> corta-luzFator redutor<strong>de</strong> luzIntensida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> luzmedida no corta-luz (velas)Colchão resfriador evaporativo<strong>de</strong> 10 cm (45 o × 45 o ) 1 900 5,3Dandy (Black Air TM ) 2 300 4,4ACME (Metálico) 8 000 1,3Munters (MI-T-Dark TM ) 2 100 000 0,005Dayton 180 000 0,06ACME (Plastico) 21 000 000 0,0005W.W.F. Light Deflector 11 000 0,9Gigola (Night Air-97 TM ) 5 000 2,0Dandy (Black Majic TM ) 3 100 000 0,003General Shelters (Light Iluminator TM ) 4 700 000 0,002numa velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 152.5 m / minuto. Outros foram muito mais restritos gerandouma pressão estática acima <strong>de</strong> 0,20” na mesma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar. Esta diferença empressão estática po<strong>de</strong> significar uma diminuição na eficiência do ventilador <strong>de</strong> 20%ou mais. Destes testes foram <strong>de</strong>terminadas curvas <strong>de</strong> pressão estática para cada umdos corta-luzes testados. Estas curvas e resultados dos testes <strong>de</strong> vários corta-luzesinstalados no mesmo ventilador <strong>de</strong> 36” foram usados para se obter recomendaçõespara a área <strong>de</strong> corta-luzes.O primeiro passo na mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> ventilação para uma instalaçãoescura <strong>de</strong> pintinhos é <strong>de</strong>terminar o número <strong>de</strong> ventiladores necessários. Nósprecisamos ter ventiladores com capacida<strong>de</strong> suficiente para po<strong>de</strong>rmos fechar ascortinas das pare<strong>de</strong>s laterais numa tar<strong>de</strong> quente <strong>de</strong> verão e sabermos que existetroca <strong>de</strong> ar suficiente e na velocida<strong>de</strong> necessária para manter as aves frescas.Para alcançarmos este objetivo uma instalação <strong>de</strong> pintinhos <strong>de</strong> 40’ × 400’ <strong>de</strong>veter aproximadamente 96,000 cfm <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exaustão. Uma instalação<strong>de</strong> 40’ × 500’ necessitaria 120,000 cfm <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exaustão. Sendo queexaustores <strong>de</strong>vem puxar o ar através <strong>de</strong> ambas entradas e saídas do corta-luz nóssabemos que os ventiladores vão funcionar numa pressão estática muito elevada. Porisso nós calculamos quantos ventiladores nós precisaríamos baseado em quanto areles movem numa pressão estática <strong>de</strong> 0,15” ao invés <strong>de</strong> 0,05” usado para outrasinstalações avícolas.Po<strong>de</strong>m existir diferenças no <strong>de</strong>sempenho dos ventiladores em elevada pressãoestática, o que irá influenciar quantos ventiladores serão necessários para fornecer96,000 cfm. O próximo exemplo compara 2 mo<strong>de</strong>los diferentes <strong>de</strong> ventiladores e ilustraeste ponto.40’ × 400’ Instalação <strong>de</strong> pintinhos (capacida<strong>de</strong> necessária <strong>de</strong> exaustão = 96,000cfm a 0,15” pressão estática)34


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilVentilador 1 Ventilador 20,00 = 18,500 cfm 0,00 = 20,400 cfm0,05 = 16,900 cfm 0,05 = 19,400 cfm0,10 = 15,000 cfm 0,10 = 18,200 cfm0,15 = 12,900 cfm 0,15 = 16,900 cfmVentiladores necessários:Ventiladores necessários= 96,000 cfm / 12,900 cfm = 96,000 cfm/16,900cfm= 7.45 ventiladores = 5.7 ventiladores(7 ventiladores 48” + 1 ventiladore 36”) (seis ventiladores 8”)Os dois ventiladores usados neste exemplo são <strong>de</strong> construção obliqua na pare<strong>de</strong>e custam o mesmo. Porém, como você po<strong>de</strong> ver existe uma diferença significativano número <strong>de</strong> ventiladores necessários. Isso po<strong>de</strong>rá causar problemas sérios seestes dados <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> ventiladores forem ignorados e se assumirmos que todosventiladores <strong>de</strong> 48” são a mesma coisa e que movem a 20,000 cfm. Se um ventiladormove 20,000 cfm a 0.15” <strong>de</strong> pressão, uma instalação <strong>de</strong> 40’ × 400’ irá requerer apenas5 ventiladores <strong>de</strong> 48”. Porém, se os ventiladores são da marca número 1, você vai teruma movimentação <strong>de</strong> ar 40% abaixo do necessário. Isso causaria mortalida<strong>de</strong> nasaves? Talvez não, mas elas teriam stresse causado pelo calor, o que po<strong>de</strong> levar aproblemas <strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong>.Para se minimizar os custos com equipamentos, é melhor usar ventiladores <strong>de</strong> 48”que os <strong>de</strong> 36”. Apesar dos ventiladores <strong>de</strong> 48” moverem o ar aproximadamente duasvezes se comparados com os <strong>de</strong> 36”, eles não custam o dobro. Além disso, o custo<strong>de</strong> instalação elétrica e fiação irá ser a meta<strong>de</strong> quando se instalar ventiladores <strong>de</strong> 48”,ficando assim mais econômico.Após <strong>de</strong>terminado o número <strong>de</strong> ventiladores, é possível se calcular quantoscorta-luzes serão necessários. Se você usar as áreas <strong>de</strong> corta-luz <strong>de</strong>scritas na Tabela2, a pressão estática total em que os ventiladores estariam funcionando contra seria<strong>de</strong> aproximadamente 0,15”, e como resultado os ventiladores moveriam a quantida<strong>de</strong>necessária <strong>de</strong> ar. Se você instalar menos corta-luzes que o recomendado, a pressãoestática seria maior e a performance dos ventiladores reduzida.Os corta-luzes da Tabela 2 estão listados em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> resistência. O corta-luzno topo da tabela é o menos resistente ao fluxo <strong>de</strong> ar e o do final da tabela omais resistente. Os mo<strong>de</strong>los que são mais restritos requerem que mais squarefeet <strong>de</strong> corta-luz seja instalado a fim <strong>de</strong> que a pressão estática (trabalho necessáriodos ventiladores para puxarem o ar através do corta-luz) seja a mesma que a doscorta-luzes menos restritos.Exemplo:Instalação <strong>de</strong> pintinhos <strong>de</strong> 40’ × 400’ (seis ventiladores <strong>de</strong> 48” @ 16,900 cfm porventilador)Corta-Luz Exaustor (Black Air TM ) = 16,900 / 850 cfm per square foot = 19.9 squarefeet <strong>de</strong> corta-luz por ventilador.35


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilTabela 2 — Necessida<strong>de</strong>s dos corta-luzesCorta-LuzFator <strong>de</strong>redução<strong>de</strong> luzNecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ventiladores e cortaluz (cfm/sq. foot)Necessida<strong>de</strong>sdos corta-luz <strong>de</strong>entrada (cfm/sq. foot)Dandy (Black Air TM ) 2,300 850 575ACME (Metalico) 8,000 800 550Munters (MI-T-Dark TM ) 2,100,000 750 500Dayton 180,000 700 500ACME (Plastico) 21,000,000 700 475W.W.F. Light Deflector 11,000 600 425Gigola (Night Air-97 TM ) 5,000 550 375Dandy (Black Majic TM ) 3,100,000 500 350General Shelters(Light Iluminator TM ) 4,700,000 400 275Des<strong>de</strong> que o corta-luz é vendido em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 56” × 56” (21.8 square feet) nósinstalaríamos 1 corta-luz por ventilador. A área extra <strong>de</strong> corta-luz diminuiria a pressãoestática, assim aumentando ligeiramente o <strong>de</strong>sempenho dos exaustores.Corta-Luz Exaustor (Light Eliminator TM ) = 16,900 / 400 cfm per square foot = 42.2square feet <strong>de</strong> corta-luz por ventilador.Somente como ilustração, vamos comparar dois corta-luzes listados na tabela. Ocorta-luz Light Eliminator TM é muito mais escuro, na verda<strong>de</strong> mais que 2,000 vezesmais escuro que o corta-luz Black Air TM , e como resultado, mais resistente ao fluxo<strong>de</strong> ar. A pressão estática po<strong>de</strong> ser diminuída por puxar o ar através do corta-luz maislentamente, no qual necessita ter mais area <strong>de</strong> corta-luz por cfm <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>exaustão dos ventiladores. Usando 1 square foot <strong>de</strong> corta-luz por 400 cfm, a forçanecessária pelo ventilador puxar ar através do corta-luz seria a mesma como puxar oar através do corta-luz Black Air TM numa taxa <strong>de</strong> 800 cfm per square foot. Portanto, ocorta-luz Light Eliminator TM é também vendido em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 56” × 56” (21 squarefeet) aproximadamente 2 corta-luzes por exaustor seriam necessários.Se cortarmos os cantos e instalarmos somente 1 corta-luz <strong>de</strong> 56”× 56”, o<strong>de</strong>sempenho do ventilador seria reduzida dramaticamente. Ao invés <strong>de</strong> cadaventilador mover numa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 16,900 cfm, ele iria mover a menos <strong>de</strong> 11,000cfm. Os exaustores teriam <strong>de</strong> funcionar contra uma pressão estática aumentada,aumentando assim em 15% ou mais do uso <strong>de</strong> energia. O aumento da necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> energia irá aumentar significativamente os possíveis problemas <strong>de</strong> <strong>sobre</strong>carga dosmotores.A instalação <strong>de</strong> um corta-luz <strong>de</strong> 56” × 56” em um ventilador é relativamentesimples, instalando dois corta-luzes <strong>de</strong> 56” × 56” é um pouco mais complicado.Quando vários corta-luzes por ventiladores são necessários, <strong>de</strong>ve ser construídauma pare<strong>de</strong> falsa a 4 feet ou mais dos exaustores on<strong>de</strong> os corta-luzes <strong>de</strong>verão serinstalados. Isto facilita os exaustores a puxarem o ar <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um corta-luz.Existem várias vantagens em se construir esta pare<strong>de</strong> falsa para exaustores e cortaluzes. Durante a primavera, inverno e outono quando nem todos os ventiladores estãosendo usados existirá mais corta-luzes disponíveis para aqueles poucos ventiladores36


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasilque estão funcionando para drenar ar através <strong>de</strong>les, diminuindo a pressão estática eaumentando o <strong>de</strong>sempenho dos ventiladores. A pare<strong>de</strong> falsa também facilita a limpezae a manutenção dos corta-luzes e ventiladores, assim como reduz a transmissão <strong>de</strong>luz através do corta-luz.Para se manter a pressão estática normal <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong>sejáveis, aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrada no corta-luz <strong>de</strong>ve ser aumentada acima daquela usadanos exaustores por aproximadamente 150%. Apesar <strong>de</strong> ser possível aumentar aárea do ventilador/ corta-luz e proporcionalmente diminuir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entradado corta-luz, e mais fácil e mais barato instalar mais entradas no corta-luz queventiladores/ corta-luz pois a instalação <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> corta-luz é mais simples e fácilna pare<strong>de</strong> lateral das instalações.Exemplo:Instalação <strong>de</strong> pintinhos <strong>de</strong> 40’ × 400’ (seis ventiladores <strong>de</strong> 48” @ 16,900 cfm porventilador)Entrada <strong>de</strong> Corta-Luz (Black Air TM ) = 16,900 / 575 cfm per square foot = 29.4 squarefeet <strong>de</strong> corta-luz por ventilador.Total <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> corta luz= 29.4 square feet <strong>de</strong> corta-luz por ventilador × 6 ventiladores= 176 square feet <strong>de</strong> corta-luz= 8,56 × 56” corta luzes (aproximadamente)Entrada <strong>de</strong> Corta-Luz (Light Eliminator TM ) = 16,900 / 275 cfm per square foot = 61.5square feet <strong>de</strong> corta-luz por ventilador.Total <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> corta luz= 61.5 square feet <strong>de</strong> corta-luz por ventilador × 6 ventiladores= 17,56 × 56” corta luzes (aproximadamente)A próxima tabela é um resumo dos requerimentos <strong>de</strong> corta-luz diários para umainstalação escura <strong>de</strong> pintinhos <strong>de</strong> 40’ × 400’. O número <strong>de</strong> corta-luzes listadosna tabela é <strong>de</strong>terminado pela divisão da área <strong>de</strong> corta-luz requerida pela área <strong>de</strong>corta-luz vendida pelo fabricante. Se uma fração <strong>de</strong> um corta-luz é necessária, ela éarredondada para o próximo número inteiro.Como po<strong>de</strong> ser observado na Tabela 3 os corta-luzes mais brilhantes ten<strong>de</strong>m aser menos restritos ao fluxo <strong>de</strong> ar, e todavia menos <strong>de</strong>ste corta-luz seria necessário.Apesar <strong>de</strong> corta-luzes mais escuros serem geralmente mais restritos ao fluxo <strong>de</strong> ar,não existe um relacionamento direto entre escuridão e restrição <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> ar. Algunsdos corta-luzes mais escuros (com fatores <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> luz acima <strong>de</strong> 1 milhão)são apenas um pouco mais restritos que os mais brilhantes dos corta-luzes. Outroscorta-luzes escuros (fatores <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> luz acima <strong>de</strong> 1 milhão) são tão restritos aofluxo <strong>de</strong> ar que aproximadamente 2 vezes a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste corta-luz é necessáriapara assegurar um <strong>de</strong>sempenho a<strong>de</strong>quado dos exaustores.Apesar da Tabela 3 ser útil em comparar corta-luzes, outros fatores <strong>de</strong>vem sertomados em conta. Alguns corta-luzes <strong>de</strong>vido a sua construção po<strong>de</strong>m necessitarmais manutenção e todavia serem mais insatisfatórios. Também, apenas porque mais37


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilTabela 3 — Requerimentos dos corta-luzes para uma instalação <strong>de</strong> 40’ × 400’Tipo <strong>de</strong>corta-luzFator <strong>de</strong>redução<strong>de</strong> luzIntensida<strong>de</strong><strong>de</strong> luz a L.T.(f.c.)Exaustorcorta-luz(área-ft 2 )Exaustorcorta-luz(número)Entradacorta-luz(área-ft 2 )Entradacorta-luz(número)Dandy (Black Air TM ) 2,300 4.4 119 6 176 8ACME (Metálico) 8,000 1.3 127 6 184 8Munters(MIT-T-Dark TM ) 2,100,000 0.005 135 6 203 9Dayton 180,000 0.06 145 7 203 10ACME (Plástico) 21,000,000 0.0005 145 6 213 9W.W.F. LightDeflector 11,000 0.09 169 11 239 15Gigola (NightAir-97 TM ) 5,000 2.0 184 9 270 13Dandy (BlackMajic TM ) 3,100,000 0.003 203 10 290 14General Shelters(Light Iluminator TM ) 4,700,000 0.002 254 12 369 17área <strong>de</strong> corta-luz seja necessária para alguns dos corta-luzes mais restritos, isso nãosignifica que estes corta-luzes sejam ruins. Eles po<strong>de</strong>m na verda<strong>de</strong> ser mais baratospara serem usados que <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que o custo <strong>de</strong> um corta-luz individualmentepo<strong>de</strong> ser mais baixo significativamente. Além disso, alguns corta-luzes vem prontospara serem instalados, enquanto outros, uma caixa <strong>de</strong>ve ser construída para seguraro corta-luz, aumentando assim seu custo.Um <strong>de</strong>talhe final para instalação. Geralmente, é mais caro construir uma instalação<strong>de</strong> pintinhos escura ventilada por túnel que uma tradicional com ventilação cruzada.Os corta-luzes <strong>de</strong> entrada po<strong>de</strong>m ser agrupados num ponto final da instalação parauso durante o período quente e aberto ou fechado pelo uso <strong>de</strong> uma cortina curta.Exaustores po<strong>de</strong>m ser agrupados no final oposto da instalação. Entradas menores eajustáveis na pare<strong>de</strong> lateral po<strong>de</strong>m ser instaladas em toda extensão da pare<strong>de</strong> lateralpara uso durante o período mais frio, juntamente com os ventiladores <strong>de</strong> 48”.Michael CzarickEngenheiro extensionista(706) 542-9041mczarick@bae.uga.eduMichael P. LacyCientista <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> AvesGarret Van WicklenProfessor AssociadoEngenharia Biologica e AgricolaNomes <strong>de</strong> marcas são usados apenas para informação. O serviço da cooperativa<strong>de</strong> extensão, Universida<strong>de</strong> da Georgia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Agronomia não garante o padrão<strong>de</strong> qualquer produto mencionado, nem isso implica a aprovação <strong>de</strong> qualquer produtopara eliminação <strong>de</strong> outros que possam ser também a<strong>de</strong>quados.38


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilNota do Tradutor: Algumas medidas não foram convertidas:Foot candles = velas = unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iluminação48” × 48” = 48 inches1 inch = 2.54 cm4” = 10 cmcfm = unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ventilação40’ × 400’ = 40 feet por 400 feet1 feet (pés) = 0.305 metrossquare foot = pés quadrados (9 square feet = 0.836 metros quadrados).39


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilMORTALIDADE DE MATRIZES EM PRODUÇÃORicardo ValleVMD Dip ACPVArbor Acres Farm, Inc1 IntroduçãoPerdas excessivas por mortalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scarte ocorrem as vezes em <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong><strong>corte</strong>. Agri Stats calcula que para cada 0.25% <strong>de</strong> aumento em mortalida<strong>de</strong> semanal,vai ocorrer oito ovos a menos por fêmea alojada e isso irá aumentar a <strong>de</strong>svalorizaçãoda franga 1.7 centavos/dúzia <strong>de</strong> ovos [1]. Além <strong>de</strong>stes custos diretos, perdas <strong>de</strong>fêmeas excessivamente vai também, a certo ponto, prejudicar o fluxo <strong>de</strong> produção<strong>de</strong> uma companhia.No relatório anual <strong>de</strong> 1998, Agri Stats mostrou que em uma única amostra <strong>de</strong>49 milhões <strong>de</strong> <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>, ocorreu uma mortalida<strong>de</strong> media <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>16.47% em 40 semanas. O melhor complexo <strong>de</strong> 25% apresentou uma mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> 11.79% e os melhores cinco tiveram perdas <strong>de</strong> apenas 10.71%. Perdas<strong>de</strong> machos foram <strong>de</strong> 43.7%, 38.4% e 38.2% para os mesmos grupos mencionadosacima. Mortalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scarte das fêmeas neste estudo foram <strong>de</strong> 6.80% (41 semanas<strong>de</strong> produção) e 44.080% (40 semanas <strong>de</strong> produção) [2]. Com base nestes resultados,po<strong>de</strong>-se dizer que perdas semanais em <strong>matrizes</strong> na industria americana varia entre0.41% por semana.Na América Latina mortalida<strong>de</strong> “normal” por semana e geralmente mais baixaque nos Estados Unidos e variam entre 0.25 – 0.28% em 40 semanas <strong>de</strong> produçãocom algumas operações reportando níveis mais elevados principalmente no início <strong>de</strong>produção [3].Um estudo por Jones et al. [4] mostrou que as causas mais comuns <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>em <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> foram as seguintes: problemas reprodutivos (24.9%), lesões porcelulite ou canibalismo (24.5%), lesões renais (9.5%), hemorragias hepáticas (7.1%),Doença <strong>de</strong> Marek (4.9%) e sinovite/ tenosinovite por Staphylococus (4.1%). Perdastotais <strong>de</strong> fêmeas em produção foram <strong>de</strong> 11.6%, 10% e 12.4% nos lotes analisados.Os objetivo <strong>de</strong>ste estudo é revisar algumas das causas mais comuns <strong>de</strong>mortalida<strong>de</strong> em <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> em produção e sugerir algumas recomendaçõespara diminuir estas perdas.Existem vários problemas infecciosos que afetam <strong>matrizes</strong> em produção e quepo<strong>de</strong>m causar perdas bastante elevadas. Felizmente, atualmente, com erradicação,biosegurança e vacinação estas condições po<strong>de</strong>m ser prevenidas com sucesso.Todavia, essas enfermida<strong>de</strong>s não são comuns e é a<strong>de</strong>quado que as listemos:40


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil2 Influenza aviaria patogênica, VVND, Laringotraqueíte,Tifo aviário2.1 Doença <strong>de</strong> MarekEsta doença, causada por um Herpesvírus [5], é as vezes vista em <strong>matrizes</strong> emprodução. Tipicamente, a mortalida<strong>de</strong> aumenta no início da produção (embora asvezes comece a aumentar na 20 semana) e permanece elevada até passar o pico<strong>de</strong> produção. Em alguns lotes a mortalida<strong>de</strong> semanal continua elevada até o lote servendido, com mortalida<strong>de</strong> semanal acima <strong>de</strong> 0.35%. Esta síndrome é conhecida comoMarek tardia [6].As galinhas afetadas apresentam barbelas e cristas pálidas e enrugadas. Achadospostmortem, indicam a presença <strong>de</strong> tumores em praticamente todos os órgãos, mascom maior incidência nos ovários, fígado, pulmões, coração, rins, proventrículo eintestinos [5].Em algumas áreas da Austrália, Egito, Grã Bretanha, Argentina, Espanha, Itália,Japão e China este tipo <strong>de</strong> Marek é mais comum [8]. Estes países tem geralmenteuma elevada população avícola. Até hoje não existe prova que este tipo <strong>de</strong> Marek sejacausado por um tipo especial <strong>de</strong> vírus, embora existam suspeitas para que isso seja ocaso [9].Nossa experiência mostra que o uso da vacina <strong>de</strong> doença <strong>de</strong> Marek CVI 988(Ripens) MD, quando manuseado e administrado corretamente e em combinação comboas condições <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sinfecção das instalações, irá geralmente reduzir (oueliminar) o problema consi<strong>de</strong>ravelmente.2.2 MielocitomatoseEsta enfermida<strong>de</strong> foi recentemente reconhecida e causa mortalida<strong>de</strong> elevada <strong>de</strong><strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> em produção e, em alguns casos, a mortalida<strong>de</strong> também ocorredurante a fase <strong>de</strong> crescimento. Em 1989 um novo subgrupo do Vírus da LeucoseAviária (ALV), classificado como J, foi isolado por cientistas do Institute for AnimalHealth em Compton, Inglaterra, <strong>de</strong> <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> que estavam morrendo comtumores mielocisticos [9a]. A cepa protótipo foi <strong>de</strong>nominada HPRS–103. Este vírusquando inoculado em embriões causa o surgimento <strong>de</strong> mielocitomas caracterizadospor mielocitos bem diferenciados nos quais estão presentes no esterno, vértebras ecostelas, e infiltração mielocitomas no fígado, baço e rins [9b].O vírus é transmitido verticalmente e horizontalmente e seu comportamento ésemelhante a outros ALVs [9c].Estudos <strong>de</strong> transmissão mostraram que o vírus causa tumores em aves que sãoimunotolerantes <strong>de</strong>vido a infecção embrionária e também em aves que tiveram contatocom o vírus nos primeiros dias <strong>de</strong> vida [9c]. Na maioria dos casos a formação <strong>de</strong>tumores ocorre em fases mais tardias na vida da ave, porem existem evi<strong>de</strong>nciasque o vírus po<strong>de</strong> causar transformação aguda [9d]. Esta enfermida<strong>de</strong> também foidiagnosticada nos Estados Unidos [9e], e em vários países do mundo [9f].No campo, mortalida<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 40–50% foi diagnosticada em produção e noabate, sendo que a lesão mais comum é um aumento mo<strong>de</strong>rado a extenso do fígado41


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasilcausado por infiltração tumoral focal ou difuso (88%), mielocitoma ósseo (externo,costelas, vértebras, sacro) (56%), mielocitoma <strong>de</strong> baço (38%), timo (32%), gônadas(24%) e rins (18%) [9b]. Estas lesões po<strong>de</strong>m ser observadas tanto em machos quantoem fêmeas.O diagnostico po<strong>de</strong> ser realizado com i<strong>de</strong>ntificação histopatológica dos tumores,isolamento e caracterização do vírus. ALV-J po<strong>de</strong> ser isolado <strong>de</strong> tumores, soro eswabs cloacais e vaginais através <strong>de</strong> cultura em fibroblastos <strong>de</strong> embrião <strong>de</strong> galinhaC/E seguido pelo teste <strong>de</strong> Elisa <strong>de</strong> antígeno-gs. Isolados são i<strong>de</strong>ntificados comoALV-J por neutralização com antisoro J. O ALV gsa (p27) Elisa é positivo em albumina<strong>de</strong> ovo e swabs cloacal <strong>de</strong> alguns tipos <strong>de</strong> aves infectadas [9c]. Um teste <strong>de</strong> PCRespecífico para HPRS-103 já foi <strong>de</strong>senvolvido [9b]. Anticorpos contra ALV-J po<strong>de</strong>m ser<strong>de</strong>tectados por neutralização em um sistema <strong>de</strong> microculture. Um novo teste <strong>de</strong> Elisano qual me<strong>de</strong> anticorpos contra o gp85 do ALV-J já esta disponível comercialmente.A erradicação <strong>de</strong>ste vírus po<strong>de</strong> ser realizada pelo mesmo tipo <strong>de</strong> esquema utilizadocom LL ALV. Levou cerca <strong>de</strong> seis anos para redução <strong>de</strong> uma prevalência <strong>de</strong> 50% para5% em <strong>matrizes</strong> com antigeno-gs na albumina e cloaca em duas linhagens infectadas[9b].2.3 Cólera aviária (Pasteurelose)Apesar da existência (ou talvez por causa disso) <strong>de</strong> vacinas eficazes, a cóleraaviaria ainda é um problema relativamente comum na indústria avícola dos EstadosUnidos. As formas <strong>de</strong> apresentação são geralmente crônicas, porem casos agudospo<strong>de</strong>m ser vistos ocasionalmente. A forma mais comum da doença (crônica) é vistageralmente <strong>de</strong>pois do pico <strong>de</strong> produção e po<strong>de</strong> causar um aumento mo<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>mortalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scarte. Os sintomas mais comuns são o inchaço das barbelas(geralmente unilateral), cabeça inchada, cianose, manqueira, pescoço torto esonolência. Em casos agudos, a morte súbita é muito comum [10].O diagnostico é realizado através do isolamento do agente causal, Pasteurellamultocida, subesp multocida [11]. Para controlar a cólera aviária, medidas <strong>de</strong> biosegurançaestritas <strong>de</strong>vem ser aplicadas, especialmente prestando bastante atenção naeliminação <strong>de</strong> pássaros silvestres e mamíferos das instalações das <strong>matrizes</strong>. Emáreas on<strong>de</strong> a doença é endêmica, é necessário que se use bacterinas e/ou vacinasvivas. Existem três tipos <strong>de</strong> vacinas vivas com graus diferentes <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> [10](CU, M–9, PM–1) nas quais sob certas circunstâncias po<strong>de</strong>m causar doença.Vacinas vivas estimulam um espectro <strong>de</strong> proteção mais amplo que bacterinas, mas<strong>de</strong>vem ser manuseadas e administradas corretamente [12]. Bacterinas geralmentecontem três sorotipos e se o microrganismo no qual estiver causando problemanaquela área estiver incluído, elas funcionam muito bem. Porem as vezes é necessáriose usar autobacterinas.2.4 ColibaciloseE. Coli é o agente infeccioso mais comumente isolado <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> peritonites esalpingites em <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> [13].Problemas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido a peritonite (com ou sem salpingites) sãobastante comuns. Mortalida<strong>de</strong> semanal tipicamente irá aumentar a níveis <strong>de</strong> 0.5 a42


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil6.0% [14]. Mortalida<strong>de</strong> permanece alta por 8–12 semanas até uma a duas semanas<strong>de</strong>pois do pico. Em alguns casos, a mortalida<strong>de</strong> permanece alta durante todo ciclo <strong>de</strong>produção. Nenhum sinal clínico está presente e consequentemente nenhuma galinhadoente é observada nos galpões <strong>de</strong> postura. Fêmeas que morrem estão em boascondições corporais e estão em fase <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> ovos.Achados postmortem indicam material purulento nos folículos ovarianos e nacavida<strong>de</strong> abdominal. O fígado fica geralmente acinzentado e os músculos do peitotem uma aparência <strong>de</strong> terem sido cozidos. As vezes petéquias são observadas nagordura da moela, coração e na superfície interna do esterno [14, 15, 16]. E. coli po<strong>de</strong>ser isolada <strong>de</strong>stas lesões em cultura pura [15, 16].Um estudo <strong>de</strong> Gross e Siegel <strong>de</strong>monstrou que E. coli é capaz <strong>de</strong> causar peritoniteem fêmeas em produção e estes autores foram capazes <strong>de</strong> reproduzir a síndromecom mortalida<strong>de</strong> e lesões típicas. A infecção é ascen<strong>de</strong>nte, pelo oviduto, e requera presença <strong>de</strong> gema na cavida<strong>de</strong> abdominal [17]. Quando E. coli é inoculada ouadministrada oralmente para aves em produção, ela po<strong>de</strong> se localizar em váriosórgãos, inclusive o oviduto e muitas <strong>de</strong>stas aves se tornam portadoras [18].A super-alimentação e ganho <strong>de</strong> peso excessivo durante a produção causaovulação <strong>de</strong>scontrolada, com postura interna <strong>de</strong> ovos [19]. Nós acreditamos que aovulação <strong>de</strong>scontrolada participa na ocorrência <strong>de</strong> predisposição para esta síndrome.Algumas linhagens são mais susceptíveis para este problema no qual é tambémmais comum na primavera e verão.A seguir estão alguns métodos comprovados que foram empregados com sucessopara controlar este problema.1. Adição <strong>de</strong> cloro na água (3–5 ppm).2. Bom manejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos e restrição <strong>de</strong> água.3. Evitar excesso <strong>de</strong> peso e super-alimentar <strong>matrizes</strong>. Aumentar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>alimento lentamente durante o período <strong>de</strong> produção.4. O uso <strong>de</strong> antibióticos na ração é recomendado do inicio da produção até duassemanas <strong>de</strong>pois do início. Uma combinação <strong>de</strong> sulfadimetoxina e Ormetoprimapresenta bons resultados.5. O uso <strong>de</strong> autobacterinas é recomendado [15, 16].2.5 Doença do aumento do Fígado e BaçoEsta condição foi observada inicialmente em New South Wales (Austrália) em1980 e foi primeiro reportada em 1988 [21] por Handlinger e Williams. Evidênciasclínicas <strong>de</strong>sta doença foi somente reportada na Austrália, porem evidência sorológicafoi encontrada no Reino Unido [22] e também existe uma única ocorrência <strong>de</strong> presença<strong>de</strong> anticorpos para esta doença nos Estados Unidos [23], mas isso não foi confirmadopor nenhum outro estudo.O agente causal suspeito <strong>de</strong> causar esta doença aparentemente é um vírus, poremainda não foi isolado ou observado por microscópio eletrônico [21]. A síndrome po<strong>de</strong>ser reproduzida por inoculação <strong>de</strong> material (fígado, baço) <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> campo e por43


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasilexposição e contato com aves inoculadas [24]. No campo a doença se comporta <strong>de</strong>maneira muito infecciosa e contagiosa [22].A doença ocorre esporadicamente na maioria dos estados australianos porem émais prevalente em New South Wales. Ela é mais comum em <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>adultas mas também tem acometido em lotes <strong>de</strong> galinhas <strong>de</strong> postura. Anticorposforam encontrados em poe<strong>de</strong>iras comerciais, mas nunca foram encontrados em avesjovens. O agente se dissemina entre todas as instalações da granja em 3 a 10semanas. O modo <strong>de</strong> transmissão ainda é <strong>de</strong>sconhecido [22].Clinicamente ocorre uma rápida queda <strong>de</strong> postura na qual dura entre 3 a 4semanas, seguido por uma recuperação da produção a níveis quase normais em3 semanas. Esta queda na postura po<strong>de</strong> ocorrer entre 5% a 20%. Além disso,uma queda transitória na incubação também ocorre. Um aumento <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>é observado juntamente com a queda na produção inicial, alcança o máximo quandoa produção está mais baixa e lentamente retorna a níveis normais.A taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> aumentar 0.1% a 1.0% por semana. A aparênciageral do lote é normal, porém em lotes gravemente afetados po<strong>de</strong>rão ser observadospali<strong>de</strong>z nas cristas e barbelas, como também anorexia, tontura e sujeira nas penas doânus [22].Nos achados postmortem são observados o alargamento do fígado, que fica comaparência manchada e icterícia em vários tecidos. O baço apresenta um aumento <strong>de</strong>2 a 3 times o tamanho normal, fica com aparência manchada e apresenta vários focosesbranquiçados na superfície <strong>de</strong> <strong>corte</strong>. Os ovários estão atrofiados e a ocorrência <strong>de</strong>peritonite é comum [21].Histologicamente, são observadas uma proliferação linfói<strong>de</strong>, seguida por umapicnose <strong>de</strong>stas células, com envolvimento <strong>de</strong> macrófagos e recuperação [21].A doença po<strong>de</strong> ser diagnosticada pela histopathologia e sorologia. Um teste <strong>de</strong>AGP e um teste <strong>de</strong> Elisa já foram <strong>de</strong>senvolvidos e estão sendo usados com sucessono campo [22].2.6 Síndrome da cabeça inchadaA mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta doença, na qual é causada provavelmente por um pneumovírus,um coronavírus ou outro vírus respiratório em combinação com E. coli [28], érelativamente baixa (2–3%), enquanto que a mortalida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> alcançar (8–10%) [26].A produção po<strong>de</strong> cair (1–4%) por 1–2 semanas. Os sintomas são apatia, espirros,conjuntivite e inchaço da cabeça que po<strong>de</strong> ocorrer unilateral ou bilateral, o que éseguido por <strong>de</strong>sorientação, pescoço virado [25, 26, 27]. Achados postmortem indicama presença <strong>de</strong> exudato caseoso e hemorragia na córtex (subcutis) da cabeça, rinite,otite média e inflamação dos ovários, oviduto e peritônio [25, 26]. O diagnostico érealizado por métodos sorológicos porque o vírus é muito difícil <strong>de</strong> ser isolado [28].Para evitar este problema métodos <strong>de</strong> biossegurança estritos <strong>de</strong>vem ser empregados.Vacinas viva ou morta para o Pneumovírus aviário são produzidas e até omomento o seu uso não tem mostrado resultados satisfatórios [28].44


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil2.7 Síndrome da morte súbitaEste problema foi i<strong>de</strong>ntificado inicialmente na Austrália [29], mas o autor tambémobservou o mesmo problema na Arábia Saudita e em alguns países da América Latina.Algumas linhagens genéticas são mais susceptíveis a esse problema que outras [30].Mortalida<strong>de</strong> inicia no começo da produção, embora ocasionalmente as perdaspo<strong>de</strong>m ser observadas antes da produção começar. O pico da mortalida<strong>de</strong> ocorrequando as aves estão com 30% <strong>de</strong> produção e diminui quando o lote alcança 60 a70%. A produção em lotes afetados é geralmente abaixo do padrão. Não existemsinais óbvios da doença no galpão, mas uma observação mais <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong>monstraque esses lotes são geralmente mais quietos que o normal, o tempo <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong>alimentação é mais longo e as fezes são mais úmidas que o normal. A morte é súbitae aves aparentemente saudáveis apresentam convulsões e morrem. No fim <strong>de</strong> umsurto aves inativas po<strong>de</strong>rão ser encontrados, os quais são mortos por outras aves dolote [29, 30].As lesões no exame postmortem são hipertrofia cardíaca e congestão dospulmões, fígado, baço e ovários. A gran<strong>de</strong> maioria das aves afetadas tem ovários em<strong>de</strong>senvolvimento precoce. É bastante característico a presença <strong>de</strong> pseudoprolapso,<strong>matrizes</strong> mortas apresentam uma inversão parcial da cloaca e útero [30]. A razãoentre o peso do coração (em gramas) e peso corporal (em quilos) é <strong>de</strong> 3.56 ou mais,enquanto que em aves normais esta razão e <strong>de</strong> 3.1–3–2 [31].Embora a causa do problema ainda é <strong>de</strong>sconhecida, esta doença é provavelmentecausada por um distúrbio metabólico. Hopkinson et al., reproduziram a síndromeusando rações similares à aquelas usadas em casos <strong>de</strong> campo. Estas rações erambaixas em níveis <strong>de</strong> cálcio, fósforo, potássio, energia e proteína [32]. Este mesmoautor reproduziu o problema novamente usando uma dieta com apenas proteínasvegetais formuladas especialmente para este estudo [33].Tem sido sugerido que altos níveis <strong>de</strong> cálcio na ração estão envolvidos noaparecimento <strong>de</strong>sta síndrome [35, 36].Aves afetadas nestes estudos experimentais e nos casos <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>monstramhipocalcemia (2.64 mmol/liter) and hipofosfatemia (0.79 m mol/l. Estudos <strong>de</strong> ácidos -base mostraram um excesso <strong>de</strong> base (alcalose) [32].Síndrome da morte súbita respon<strong>de</strong> à adição <strong>de</strong> potássio na água (0.62gbicarbonato <strong>de</strong> potássio por ave). O uso preventivo <strong>de</strong> 3.6 Kg/ton. <strong>de</strong> carbonato<strong>de</strong> potássio po<strong>de</strong> ser realizado do início ao pico da produção [29]. A diminuição dosníveis <strong>de</strong> cálcio em ambas rações <strong>de</strong> pré-<strong>matrizes</strong> e <strong>matrizes</strong> e aumentando o nível<strong>de</strong> fósforo disponível também ajudam a diminuir o problema [35, 36]. Uma estimativapor Portsmouth indica que uma matriz <strong>de</strong>ve consumir 580 mg <strong>de</strong> K e 360 mg <strong>de</strong> Av.Pdiariamente, durante a fase pré-matriz (17 a 19 semanas) e 820 mg <strong>de</strong> K e 528 <strong>de</strong>Av.P entre 20 e 26 semanas para evitar esse problema [36]. Quando avaliamos osníveis plasmáticos <strong>de</strong> K <strong>de</strong>vemos ter em consi<strong>de</strong>ração que eles variam com o grau <strong>de</strong>maturida<strong>de</strong> da fêmea e que eles estão mais baixos nas 26 semanas [34].45


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil2.8 Tetânia por cálcioEsta síndrome é observada nos Estados Unidos [38] e se acredita ser causada porníveis <strong>de</strong> cálcio no sangue, semelhante a problemas observados em outros animais.Alguns especialistas em avicultura a chamam <strong>de</strong> “distocia.”.Em poe<strong>de</strong>iras comerciais, Koelbeck e Parsons [37] <strong>de</strong>monstraram um problemasemelhante após a muda <strong>de</strong> penas. O problema é observado quando é administradauma dieta com altos níveis <strong>de</strong> cálcio (3.8%) para um lote que já passou pela mudança<strong>de</strong> penas e antes <strong>de</strong>ste lote entrar em produção. Aparentemente, quando esta dietaé usada, as aves não conseguem manter um nível apropriado <strong>de</strong> cálcio no sanguequando ocorre a quebra na produção. Um problema semelhante já foi <strong>de</strong>scrito porSavage (UGA) em 1987 [39].Em <strong>matrizes</strong>, o problema é observado em galinhas que estão buscando o pico e ossintomas são observados geralmente a tar<strong>de</strong>. As aves apresentam ataxia, aparentamestar intoxicadas e finalmente <strong>de</strong>itam <strong>sobre</strong> o externo com ambas pernas esticadasatráz do corpo. Estas galinhas geralmente morrem.Nenhuma lesão importante é observada postmortem, com exceção <strong>de</strong> levespetéquias renais. Todas carcaças afetadas tem ovos parcialmente calcificados nooviduto.Uma maneira <strong>de</strong> diminuir a incidência <strong>de</strong>ste problema e usar uma dieta antes dapostura com níveis <strong>de</strong> cálcio que sejam intermediários <strong>de</strong> (1.5%) entre os níveis <strong>de</strong>crescimento e postura e manter as frangas com ração <strong>de</strong> pré-postura ate 15–20% <strong>de</strong>produção [31]. Eu pessoalmente acredito que esta é apenas a versão “Americana” daSíndrome da Morte Súbita.2.9 Síndrome hemorrágica do fígado gordurosoEste problema é mais comum em poe<strong>de</strong>iras comerciais mas também po<strong>de</strong> serencontrado em <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>. Mortes súbitas ocorrem com esta síndrome, naqual po<strong>de</strong> chegar a 5.0% [40].Lotes afetados também apresentam uma súbita queda em produção, as galinhassão geralmente acima do peso e as cristas são pálidas. Esta síndrome é mais comumnos meses <strong>de</strong> verão.A causa <strong>de</strong>ste problema é <strong>de</strong>sconhecida, mas muitas pessoas acham que é <strong>de</strong>vidoao consumo <strong>de</strong> dietas muito alta em energia. Este consumo excessivo <strong>de</strong> energialeva ao acumulo <strong>de</strong> gordura no fígado, no qual po<strong>de</strong> causar fraqueza estrutural daarquitetura do órgão [41]. Alguns autores acreditam que o problema po<strong>de</strong> ser oresultado do <strong>de</strong>sbalanço hormonal porque existe um aumento no nível <strong>de</strong> cálcio ecolesterol em galinhas afetadas [41].O uso <strong>de</strong> injeções <strong>de</strong> estradiol em galinhas adultas produz esteatose e hemorragiashepáticas [40].No exame postmortem po<strong>de</strong>m ser encontrados gran<strong>de</strong>s coágulos <strong>de</strong> sangue noabdômen, ao redor do fígado e saindo <strong>de</strong>ste órgão. O fígado fica aumentado, pálido efriável [40].Para controlar este problema nos <strong>de</strong>vemos evitar que as galinhas ganhem excesso<strong>de</strong> peso. O uso <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> soja (3.5%) na alimentação tem apresentado bons46


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasilresultados. Melhores resultados foram obtidos quando quantida<strong>de</strong>s extra <strong>de</strong> vitaminase minerais são usados na alimentação além do óleo <strong>de</strong> soja [43].Pesquisadores da Universida<strong>de</strong> do Texas A&M recomendam o uso extra <strong>de</strong> colina,Vit. E, Vit. B 12 e Inositol na alimentação [44]. Os outros ingredientes da ração queaparentemente também ajudam são levedura <strong>de</strong> pão [45] ou o uso <strong>de</strong> trigo ao invés<strong>de</strong> milho [40].2.10 Agressivida<strong>de</strong> do machoEste problema tem chamado muita atenção ultimamente. Mauldin [46] consi<strong>de</strong>raagressivida<strong>de</strong> do macho uma das maiores causas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> em <strong>matrizes</strong>.Este autor chama atenção que é inevitável a ocorrência <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por essarazão, mas em alguns casos as perdas po<strong>de</strong>m ser elevadas como 3 a 5% por semana.Um porcento <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por semana <strong>de</strong>vido a agressivida<strong>de</strong> do macho é comumna indústria avícola americana. Nós acreditamos que isso é muito alto. Brake [46a]sugere que uma nutrição <strong>de</strong>ficiente e o manejo durante o crescimento tem efeitomarcante nesse problema e cria todos machos <strong>de</strong> sua proprieda<strong>de</strong> com 17 a 18%<strong>de</strong> alimentação.Reprodutores são selecionados para melhorar a taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> <strong>frangos</strong> eisso tem aumentado o apetite <strong>de</strong>stas aves tremendamente. Quando a alimentaçãoé restrita, isso po<strong>de</strong> causar muita frustração na qual po<strong>de</strong> levar a agressão. Damesma maneira, quando machos mais maduros sexualmente são misturados comfêmeas sem uniformida<strong>de</strong>, eles po<strong>de</strong>m matar algumas das fêmeas mais madurassexualmente.Portanto, po<strong>de</strong> ser observado fêmeas com arranhões na lateral do corpo, abaixodas asas, perda <strong>de</strong> penas das asas e as fêmeas procuram proteção nas gra<strong>de</strong>s.Para diminuir este problema, nos <strong>de</strong>vemos criar nossos machos e fêmeascorretamente. Ganho <strong>de</strong> peso para ambos os sexos <strong>de</strong>ve ser bem coor<strong>de</strong>nado eambos <strong>de</strong>vem estar sexualmente maduros ao mesmo tempo. Nós <strong>de</strong>vemos fornecerespaço e equipamento a<strong>de</strong>quado para se alimentarem e beberem água. Devemostambém suprir ração suficiente para os macho e garantir que sua distribuição éapropriada. O excesso <strong>de</strong> luz intensa também tem um efeito negativo neste problema.No período da mudança, <strong>de</strong>vemos colocar 9.5–10.5 machos para cada 100 fêmeas.Se os machos são muito mais maduros em relação as fêmeas, eles po<strong>de</strong>m sercolocados em dois grupos. É muito importante que se evite excesso <strong>de</strong> peso,especialmente nos machos.Em alguns países da América do Sul tem-se o costume <strong>de</strong> tirar os esporões dosmachos além <strong>de</strong> cortar ambos <strong>de</strong>dos posteriores e inferiores dos dois pés. Ferimentosnas <strong>matrizes</strong> com estes procedimentos é reduzido consi<strong>de</strong>ravelmente. Porem semuitos <strong>de</strong>dos forem cortados, po<strong>de</strong>-se levar a infertilida<strong>de</strong>.2.11 CalorSob clima muito quente, <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> adultas per<strong>de</strong>m o controle <strong>de</strong>sua temperatura interna, e isso po<strong>de</strong> levar à interferência com mecanismos <strong>de</strong>homeostasia normal, seguidos por prostração e morte.47


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilA mortalida<strong>de</strong> varia <strong>de</strong> galpão para galpão mas po<strong>de</strong> alcançar níveis muitoelevados. O problema <strong>de</strong>saparece quando as temperaturas retornam ao normal.Matrizes tem melhor <strong>de</strong>sempenho nas temperaturas entre 15 e 29 o C e começama mostrar problemas quando a temperatura eleva acima <strong>de</strong> 32 o C. Devido aoresfriamento fisiológico que as aves realizam nelas próprias ou pela evaporação daágua pela respiração, os efeitos <strong>de</strong> temperaturas elevadas são mais severos quandoa umida<strong>de</strong> relativa do ar está elevada [47].Os sintomas clínicos são: aves ofegantes, se<strong>de</strong>ntas, sem apetite, baixa produção,diminuição do tamanho do ovo, baixa qualida<strong>de</strong> da casca do ovo, asas longe do corpo,prostração e morte [48].Os achados postmortem apresentam congestão generalizada e também é muitocomum encontrar muco excessivo no nariz e boca [48]. Para diminuir os problemasdo calor em <strong>matrizes</strong> nós recomendamos o seguinte: manter as aves no peso i<strong>de</strong>al,fornecer isolamento abaixo do telhado, usar umidificadores e ventiladores, usar salasmais frescas, alimento nas horas mais frescas do dia, forneça parte da energia daalimentação como gordura e use baixos níveis <strong>de</strong> proteína [49].2.12 ToxinasSempre existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que mortalida<strong>de</strong> esteja ocorrendo por intoxicação.Este assunto é ainda muito extenso e pretendo mencionar aqui neste estudo aspossíveis substancias toxicas que po<strong>de</strong>riam matar <strong>matrizes</strong> em produção:1. Toxinas Biológicas• Fitotoxinas: Monocrotalina (Crotalaria), Teobromina (Cacao), Erucic Acido/tanino/Glucosinolate(Rapeseed), etc.• Micotoxinas: Aflatoxinas, Ochratoxina.2. Drogas: Sulfas, organoarsenicais.3. Metais Pesados.4. Inseticidas: Organofosfatos, Carbamatos, Clorinato <strong>de</strong> hidrocarbonos.5. Ro<strong>de</strong>nticidas: ANTU, Arsênico, Composto 1080, etc.6. Fungicidas: Mercurios Orgânicos.7. Herbicidas.8. Gases Tóxicos.9. Outros: Dioxinas, PBBs, PCBs.48


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil2.13 Problemas dos músculos e ossosPodo<strong>de</strong>rmatite, um inchaço da planta do pé, é uma causa muito comum <strong>de</strong> perdasem reprodutores machos, especialmente quando eles são pesados e a cama está emmás condições, o material da cama é áspero e existem químicos presentes na cama(cal por exemplo) ou quando as gra<strong>de</strong>s estão em más condições. O autor também temobservado o mesmo problema em fêmeas nas mesmas condições. Provavelmente,estes problemas po<strong>de</strong>m ser reduzidos evitando-se o excesso <strong>de</strong> peso em <strong>matrizes</strong> ecom manejo correto <strong>de</strong> camas e gra<strong>de</strong>s. Mortalida<strong>de</strong> aumenta <strong>de</strong>vido a estes tipos <strong>de</strong>problemas e ocorrem entre .0.5 a .15%.Em machos, Hockins and Duff mostraram a ocorrência <strong>de</strong> perdas <strong>de</strong> 40 e 47%<strong>de</strong>vido a manqueira e baixa fertilida<strong>de</strong> em vários experimentos [50].A incidência <strong>de</strong> problemas dos músculos e ósseos nestes casos aumenta emrelação direta com o peso do macho no final <strong>de</strong> produção. A causa principal <strong>de</strong>manqueira foram tendões rompidos e lesões <strong>de</strong>generativas [51].As vezes po<strong>de</strong>-se encontrar inchaços crônicos dos tendões acima da articulaçãodo joelho. Foi sugerido que esses casos ocorrem <strong>de</strong>vido a VA, infecções bacterianasou fatores mecânicos.2.14 Doença do trato urinárioMesmo que problemas do trato urinário sejam mais freqüentes em poe<strong>de</strong>irascomerciais em gaiolas, Jones et al. [4] encontrou 9.5% <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> lesõesrenais em um estudo <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>. As lesões observadassão atrofia <strong>de</strong> uma ou mais divisões renais. Histologicamente a maioria <strong>de</strong>stas lesõesforam classificadas como pielonefrite crônica, provavelmente <strong>de</strong> origem ascen<strong>de</strong>nte.Existem vários trabalhos <strong>de</strong> problemas urinários específicos em <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> masexiste uma falha na literatura <strong>sobre</strong> o assunto em poe<strong>de</strong>iras comerciais [52]. É possívelque a incidência <strong>de</strong>ste problema é mais baixo em <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> por que elas temvida mais curta e põe menor número <strong>de</strong> ovos.Aparentemente, a galinha domestica po<strong>de</strong> resistir a problemas renais antes <strong>de</strong>sintomas clínicos aparecerem, mas as vezes o problema é tão severo e extensivo queos rins falham e a ave morre [52].Na nossa experiência, lesões renais são observadas freqüentemente duranteexames postmortem em <strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> e vale mencionar que a causa principalpara esse tipo <strong>de</strong> problema na ave doméstica:1. Bronquite Infeciosa - Nós acreditamos que essa doença é muito importante em<strong>matrizes</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> como em poe<strong>de</strong>iras comerciais [53].2. Excesso <strong>de</strong> cálcio em rações <strong>de</strong> crescimento, especialmente quando combinadocom fósforo pouco disponível [54].3. Micotoxinas como Oosporina, citrinina and ocratoxina [55].4. Desidratação [52].5. Deficiência <strong>de</strong> Vit. A [52].49


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil6. Mudanças metabólicas na concentração <strong>de</strong> Ca, P e outros eletrólitos duranteprodução <strong>de</strong> ovos [54].7. Outro agente infeccioso [4].2.15 ProlapsoEsta condição é vista esporadicamente no início da postura e é caracterizada poruma inversão aci<strong>de</strong>ntal e irreversível do oviduto até a cloaca [56].Durante a postura do ovo existe uma inversão normal do útero ou mucosa vaginalque contorna o ovo quando ele esta sendo posto. Em fêmeas obesas ou frangas com<strong>de</strong>senvolvimento insuficiente, esta mucosa leva mais tempo para retornar a cavida<strong>de</strong>.Se existe tendências <strong>de</strong> canibalismo no lote, as outras aves irão picar a mucosa,causando trauma e inflamação, que irá fazer a retração <strong>de</strong>sta mucosa ainda maisdifícil. A irritação da mucosa continua e faz a ave forçar e prolapsar o oviduto inteiro.Estas aves continuam a sofrer canibalismo e po<strong>de</strong>m morrer ou serem <strong>de</strong>scartadas[57]. As perdas po<strong>de</strong>m ser por várias causas, mas po<strong>de</strong>m alcançar 3.0%.Alguns fatores que causam predisposição à prolapsos são:1. Frangas com <strong>de</strong>senvolvimento insuficiente no momento <strong>de</strong> postura2. Densida<strong>de</strong> elevada.3. Obesida<strong>de</strong>.4. Debicagem ina<strong>de</strong>quada.Alta intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz, excesso <strong>de</strong> alimentação e <strong>de</strong> peso, ovos que são muitogran<strong>de</strong>s, enterites e stresses <strong>de</strong> origens diversas (falta <strong>de</strong> ventilação, parasitismos,etc.) também são condições predisponentes.Para evitar-se blowouts <strong>de</strong>vemos controlar os fatores mencionados acima.2.16 CanibalismoEste vício é muito comum em aves em confinamento e é visto em <strong>matrizes</strong>, estandoespecialmente relacionado com prolapsos e agressivida<strong>de</strong> do macho. Além disso,sempre on<strong>de</strong> exista uma condição que afete a locomoção e force a ave a ficar inativa,o canibalismo vai ser visto.Canibalismo e celulite representa quase 25% do total <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> “normal” <strong>de</strong><strong>matrizes</strong> segundo o trabalho <strong>de</strong> Jones et al. [4].É importante observar que muitas <strong>de</strong>stas aves po<strong>de</strong>m ter alguma outra lesãoprimaria que as leve a ficar inativa e sofrerem canibalismo. Neste estudo 12% dasaves morreram <strong>de</strong>vido a evisceração seguida <strong>de</strong> bicagem ao redor da cloaca poroutras aves. A maioria dos casos <strong>de</strong> celulite ocorrem atrás da cabeça. Estas lesõessão crônicas [4]. Nós observamos lesões semelhantes e na maioria dos casos asencontramos estarem relacionadas com vacinação SQ no pescoço muito próximo àcabeça [58].50


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilMuitos problemas <strong>de</strong> canibalismo estão associados com elevada <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> nogalpão, altas temperaturas, intensida<strong>de</strong> intensiva <strong>de</strong> luz e <strong>de</strong>bicagem mal feita.Deficiências <strong>de</strong> sais (e <strong>de</strong> outros minerais) po<strong>de</strong>m também ser um fator [57].Uma <strong>de</strong>bicagem bem feita e bom manejo geralmente previnem este tipo <strong>de</strong>problemas. Deve-se tomar bastante cuidado quando realizar injeções no pescoço dasfêmeas.RBV/mort-tlk.eng 4/9/973 Referências bibliográficas[1] AGRISTATS. Definitions and calculations agristats, Inc., 5401 Keystone Dr. Suite218, fort wayne INC 46825, 1993.[2] AGRISTATS. Live production /1998 annual agristats report.agristats, INC, 5401Keystone Dr. Suite 218 fort wayne INC 46825 Feb, 1999.[3] ANONIMOUS. Arbor acres farm data bank. Arbor acres farm. INC., Arbor AcresFarm Glastonbury CT 06033, 1995.[4] JONES, H. G. R. et al. “A survey of mortality in three adult broiler bree<strong>de</strong>r flocks”.Avian Pathology (7–619–638 1978).[5] CALNEK, B. W., WITTEr, R. L. “Marek’s disease”. B. W. Calnek et al (Eds) Diseasesof Poultry Ninth Edition; pp 342–385. Iowa State University Press, Ames, Iowa.U.S.A. 1991.[6] DA SILVA, E. N. “Marek Tardía”.Proceedings apinco meeting, FACTA, Campinas,SP, Brasil. pp 61–70, 1990.[7] RIDELL, C. Avian Histopathology; pp 12–14. American Association of AvianPathologists, 1987.[8] WITTER, R. L. “Current overview of Marek’s disease”. Poultry Digest. Jan. pp40–42, 1993.[9] PAYNE, L. N. (Personal communication), 1992.[9a] PAYNE, L. N. et al. A novel group of exogenous avian leukosis virus IN chickens.J. Gen. Virol.72:801–807, 1991.[9b] PAYNE, L. N. et al. Current satatus od diagnosis, epi<strong>de</strong>miology and control ojALVJ.in: U.S.A. in: Symposium on the diagnosis and control of neoplastic diseasesof poultry . American Association of Avian Pathologists. Reno. Nevada, July, 1997.[9c] PAYNE, L. N. et al. Myeloid leukaemogenicity and transmission of the HPRS-103strain of svian leukosis virus. Leukemia. 6:1167–1176, 1992.[9d] PAYNE, L. N. et al. Recovery of acutely transforming viruses from myeloidleukosis induced by the HPRS–103 strain of svian leukosis virus. Avian Diseases37:438–450, 1993.[9e] FADLY, Aly., EUGENE, Smith. An overview of subgroup J–like avian leukosis virusinfection in broiler bree<strong>de</strong>r flocks in the U.S.A. In:Symposium on the diagnosisand control of neoplastic diseases of poultry. American Association of AvianPathologists. Reno Nevada, July, 1997.[9f] PERSONAL Communications, 1997.[10] FRAZIER,. “Controlling fowl cholera (Pasteurellosis) In broiler bree<strong>de</strong>rs”. ArborAcres Industry Impressions; 3:3, June, 1993.51


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2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil[54] SHANE, S. M., YOUNG, R. J. “Renal and parathyroid changes produced by highcalcium intake in growing pullets”. Avian Diseases; 13:558–567, 1969.[55] SCHWARTZ, L. “Urolithiasis in pullets and layers”.Vineland update No.30;Dcember, 1989.[56] LLEONART, F. et al. “Enfermeda<strong>de</strong>s esporádicas”. Higiene y patología aviarprimera Edición; real escuela <strong>de</strong> avicultura, Barcelona, España, 1991.[57] WHITEMAN, C. E. y A. A. BICKFORD. “Miscellaneous lesions and diseases ofpoultry”. Avian disease manual, third edition. American Association of avianPathologists, Kennett Square, PA, 1988.[58] OSMAN, M., Valle, R. (Unpublished Data) 1985.54


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilDOENÇAS OCASIONAIS EM EMERGÊNCIA EINTERAÇÕES: BRONQUITE INFECCIOSA DASGALINHAS E DOENÇA DE MAREKNair Massako Katayama ItoMédica Veterinária, Doutora em Patologia AviáriaSPAVE Consultoria em Produção e Saú<strong>de</strong> Animal LtdaRua Alvarenga Peixoto, 466 Vila AnastácioFone/Fax: (011) 831-2984/ 261-6398E-mail: spave@uol.com.br1 IntroduçãoTalvez a terminologia “doença ocasionais em emergência” não seja a mais corretaporque na realida<strong>de</strong> o que ocorreu foi:A bronquite infecciosa das galinhas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que foi reconhecida no Brasil e liberadoo uso da vacina H120 em 1979, nunca esteve totalmente controlada, tanto quesucessivamente foram introduzidas no pais, cepas mais virulentas do tipo H52 (ouH70 ?), H90 e Ma5 nos últimos anos. O que aconteceu (?): limitação ou erros<strong>de</strong> diagnóstico, intercorrência com outras doenças, aparecimento <strong>de</strong> mutantes ouvariantes antigênicas, ou reciclagem <strong>de</strong> vírus vacinal (?).Surtos da doença <strong>de</strong> Marek ocorrem porque realmente apareceram cepasmais virulentas ou elas já existiam e não sabíamos diagnosticar (?) ou existemerros <strong>de</strong> vacinação, doenças imunossupressoras quebrando a vacinação, falha nabiossegurança (?). Po<strong>de</strong> ser que não se tenha tido notificação nos últimos anos,<strong>de</strong> casos <strong>de</strong> Marek com linfomas viscerais, em particular em <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>e reprodutoras pesadas. No entanto, à luz dos novos conhecimentos, pu<strong>de</strong>mosenxergar que existem no país e no mundo, cepas oncogências com diferenças<strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> ou virulência ameaçando a indústria avícola, po<strong>de</strong>ndo se tornarendêmicos, em particular, em criações <strong>de</strong> poe<strong>de</strong>iras comerciais e <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>que não adotam normas mínimas <strong>de</strong> biossegurança.2 Doença <strong>de</strong> MarekHistórico:• Marek (1970): Primeira <strong>de</strong>scrição da doença.• Churchill & Biggs (1967): Herpesvírus associado a células é o agente etiológico.55


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilHistórico no Brasil: o histórico <strong>de</strong> ocorrência ou aumento <strong>de</strong> casos da doença <strong>de</strong>Marek no Brasil, na sua forma neoplásica, é semelhante àquela <strong>de</strong>scrita no mundo.Como se sabe, o aumento <strong>de</strong> casos da neurolinfomatose causada pelo vírus dadoença <strong>de</strong> Marek está relacionado com aumento da disseminação, contaminação oucontágio com vírus do tipo muito virulento (vv MDV) que superam a imunida<strong>de</strong> induzidapela cepa HVT (vírus não patogênico e oncogênico isolado <strong>de</strong> perus) do sorotipo 3, ecepa SB1 (vírus não patogênico isolado <strong>de</strong> galinhas do sorotipo 2). Este fenômeno,<strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> “quebra da vacinação” ocorreu no início da década <strong>de</strong> 1990 no Brasil,e foi responsável por muitos casos erroneamente <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> “Marek tardia”, empoe<strong>de</strong>iras comerciais e reprodutoras pesadas. Aproximadamente em 1992/1993 foiintroduzida no Brasil, a vacina do sorotipo 1, amostra CVI 988 (Rispens) e notada umaredução dos casos <strong>de</strong> neurolinfomatose. Ao final <strong>de</strong>sta década po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rarque a doença está sob controle, porém emergente em algumas regiões ou segmentosda avicultura, mesmo utilizando-se a vacina Rispens.2.1 Casos clínicos no BrasilAtravés <strong>de</strong> análise retrospectiva <strong>de</strong> casos clínicos que acompanhamos po<strong>de</strong>mosdar o seguinte histórico:• Final 1970–início <strong>de</strong> 1980: doença endêmica em poe<strong>de</strong>iras comerciais,reprodutoras pesadas e <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> – fase <strong>de</strong> introdução da vacina HVT empoe<strong>de</strong>iras comerciais e reprodutoras pesadas com redução dos casos clínicosem todo o país. Em <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> a vacinação era efetuada somenteem granjas com rescidiva <strong>de</strong> casos e houve “ confusão” com ocorrência <strong>de</strong>reticuloendoteliose em um <strong>de</strong>terminado ano.• Final da década <strong>de</strong> 1980 e início <strong>de</strong> 1990: casos clínicos esporádicos, “quebrada vacinação do HVT” e confusão com leucose linfói<strong>de</strong>/ mielói<strong>de</strong>, resultando naintrodução e aumento <strong>de</strong> uso da vacina Rispens em meados da década <strong>de</strong> 1990para poe<strong>de</strong>iras comerciais, e menos significante para reprodutoras comerciais.Vacinação crescente <strong>de</strong> <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> com amostra HVT, concomitante comaumento da produção avícola no Brasil.• Fim da década <strong>de</strong> 1990: apesar da consolidação do uso da vacina Rispens,principalmente em poe<strong>de</strong>iras comerciais e HVT para <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>, temocorrido casos <strong>de</strong> linfomas nos três segmentos da avicultura.2.2 Situação atual para casos <strong>de</strong> linfomas no Brasil (meados a fimda década <strong>de</strong> 1990)• Poe<strong>de</strong>iras comerciais: em algumas regiões com prevalência elevada <strong>de</strong> perda <strong>de</strong>pernas e em outras, apenas aumento <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> encefalite e perda <strong>de</strong> pernase, em outros casos restritos a lotes <strong>de</strong> uma ou outra forma clínica. Linfomatosevisceral em alguns lotes.56


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil• Reprodutoras comerciais: situação conturbada e confusa <strong>de</strong>vido ocorrência <strong>de</strong>leucose linfói<strong>de</strong> ou mielói<strong>de</strong> agravada por pouco acompanhamento e/ou realredução <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> linfomas <strong>de</strong>vido doença <strong>de</strong> Marek. Paralisia <strong>de</strong> pernase encefalites po<strong>de</strong>m estar subdiagnosticadas e contribuindo com aumento <strong>de</strong>casos <strong>de</strong> imunossupressão e neoplasias do complexo sarcoma leucose linfói<strong>de</strong>.• Frangos <strong>de</strong> <strong>corte</strong>: casos esporádicos <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> carcaça <strong>de</strong> <strong>frangos</strong> <strong>de</strong><strong>corte</strong> e confusão disgnóstica com “síndrome do fígado e baço gran<strong>de</strong>” (Big liverspleen – BLS) e/ou fase virêmica do vírus do complexo sarcoma leucose linfói<strong>de</strong>.Avaliação <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> Fabrícius sugere que existe infecção com vírus da doença<strong>de</strong> Marek e, aparentemente, existem casos subdiagnosticados <strong>de</strong> encefalite eperda <strong>de</strong> pernas.2.3 EtiologiaHerpesvírus (DNA vírus) associado a célula e classificada em 3 sorotipos:• Sorotipo 1: amostras virulentas e oncogênicas.• Sorotipo 2: amostra não oncogênica <strong>de</strong> galinhas (SB1) utilizada como vacina.• Sorotipo 3: HVT (Herpesvírus <strong>de</strong> perus) – vacina.Definição: Doença neoplásica caracterizada pela ocorrência <strong>de</strong> tumores nasvísceras, pele e nervo periféricos, caracterizadas por uma proliferação anormal <strong>de</strong>linfócitos T, e indução <strong>de</strong> linfomas.2.4 BiggsEm (1921) <strong>de</strong>u a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> doença <strong>de</strong> Marek para uma enfermida<strong>de</strong> quecausa lesões inflamatórias caracterizadas por infiltração <strong>de</strong> células mononuclearesem:• Nervos periféricos: Polineurites, Neurite, Paralisia difusa.• Íris: Cegueira, olhos cinza, iritis, uveite, “conjuntivite/hemorragia”;e ainda, linfomas nas visceras, músculos e pele:• Linfoma visceral ou leocose visceral.• Linfoma cutâneo.57


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil2.5 Virulência ou oncogenicida<strong>de</strong>Presente somente nos vírus do sorotipo 1.• Atenuado (35 a 70 passagens): Rispens.• m.MDV: Cu2• v.MDV: JM, GA, HPRS-16.• vv.MDV: Md5, RB1B.• vv.+MDV: 584 A.2.6 Evidências para ocorrência <strong>de</strong> mutação (Witter, 1998)• MDV po<strong>de</strong> ser atenuado.• Mutante espontâneo que contém integrado o LTR (long terminal repeat) do REV• Alguns vírus atenuados ten<strong>de</strong>m a reestabelecer virulência quando reinoculadosseguidamente em aves.• O retrovírus insere LTRs no genoma do vírus da Marek dos sorotipos 1 e 3.2.7 Morbida<strong>de</strong> e Mortalida<strong>de</strong>A expressão da virulência ou oncogenicida<strong>de</strong> dos vírus da doença <strong>de</strong> Marek(MDV) do sorotipo 1 na galinha, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> fatores que nem sempreconsi<strong>de</strong>ramos quando analisamos um surto <strong>de</strong> campo, por exemplo:• HVT é estimado experimentalmente como capaz <strong>de</strong> dar 80% a 90% <strong>de</strong> proteçãocontra <strong>de</strong>safio com v.MDVs. Melhor taxa <strong>de</strong> proteção a nível <strong>de</strong> campo po<strong>de</strong> terrelação com redução da taxa <strong>de</strong> contaminação ou <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> campo ou a outrosfatores que discutiremos a seguir.• MDVs virulentos que produzem neurolinfomatose, produzem infecção persistentena presença <strong>de</strong> HVT e po<strong>de</strong>m induzir formação <strong>de</strong> tumores porque o HVT nãoproduz anticorpos anti-tumor (linfoma tardio).• Quebra <strong>de</strong> vacinação é um termo que é utilizado para <strong>de</strong>nominar casos em queum vírus virulento acomete aves vacinadas:– Com HVT ou SB1: v.MDVs ou vv.MDVs.– Com HVT + Rispens: vv.+MDVs.São fatores quer po<strong>de</strong>m modificar a ocorrência <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por neurolinfomatoseou linfomas:58


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilCaracterísticas do vírus:• Virulência Susceptibilida<strong>de</strong> genética.• Dose Tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>safio após vacinação [imunida<strong>de</strong>].• Tipo <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong>: HVT, SB1, Rispens.Característica da ave:• Sexo: (machos mais susceptíveis [linha genética?].• Susceptibilida<strong>de</strong> genética.• Imunida<strong>de</strong> passiva.• Ida<strong>de</strong> versus imunocompetencia.Ambiente:• Stress/corticosterói<strong>de</strong>s.• Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>safio (biossegurança).• Infecção concurrente:ALVs).Anemia, criptosporidiose, Gumboro, Retrovírus (REV,2.8 Epi<strong>de</strong>miologia• Altamente contagioso e se <strong>de</strong>ssemina por contato indireto ou ave a ave.• Aves infectadas são portadoras, talvez para o resto da vida.• Eliminação do vírus ocorre através das penas – células queratinizadas <strong>de</strong>scamadase permanece infectivo por meses ou anos e ainda fezes, secreção nasal.• Larva e adultos do Alphitobius diaperinus e mosquitos.• Cama reutilizada, piso <strong>de</strong> chão batido.Pintos alojados em galpões comerciais geralmente se infectam tão precocementequanto 9 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, após o que, o vírus dissemina progressivamente, infectandoaproximadamente todas as aves num período <strong>de</strong> 8 semanas. Anticorpos adquiridospela infecção natural são <strong>de</strong>tectados ao teste do AGP, <strong>de</strong> 6–7 semanas após infecçãoe o número <strong>de</strong> aves positivas também aumenta: o tempo médio <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong>50% <strong>de</strong> infecção viral e 50% <strong>de</strong> resposta <strong>de</strong> anticorpos foi <strong>de</strong> 14 a 17 dias. Lesõesmicroscópicas suce<strong>de</strong>m a infecção viral.Witter et al, 197059


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil2.9 Multiplicação do vírus no hospe<strong>de</strong>iroO vírus da doença <strong>de</strong> Marek, <strong>de</strong> acordo com o seu grau <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> ouvirulência, efetua infecções do tipo produtivo, abortivo, latente e não produtivo. Todo ociclo <strong>de</strong> infecção celular ocorre num período <strong>de</strong> 4 semanas pós infecção quanto maisvirulento for o vírus:• Início da infecção: Inalação, e vírus infectam macrófagos e células linfói<strong>de</strong>s(B e T) efetuando infecção produtiva, abortiva, latente e não produtiva ecausando perda funcional das células T, B e <strong>de</strong> macrófagos.• Células com vírus associado migram em um período <strong>de</strong> 2 semana para:1. Folículo da pena – infecção produtiva eliminando vírus completos einfectantes.2. Inva<strong>de</strong>m nervos periféricos e tecidos não linfói<strong>de</strong>s produzindo inflamação.3. Outros órgãos linfói<strong>de</strong>s: Baço, Timo e Bolsa <strong>de</strong> Fabrícius produzindolinfocitólise e/ou apoptose.• Em 3 a 4 semanas po<strong>de</strong> ocorrer a linfomatose ou linfoma nas visceras emúsculos.2.10 PatogeniaNo campo, <strong>de</strong> modo geral, não se dá muita importância à patogenia da doença<strong>de</strong> Marek, quando na verda<strong>de</strong> este é o ponto mais importante da doença e <strong>de</strong>fine“perdas subclínicas´´ <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> significado prático. Na atualida<strong>de</strong>, com o advento douso <strong>de</strong> vacinas para o controle da enfermida<strong>de</strong>, e aumento <strong>de</strong> exigências no controlesanitário, é importante consi<strong>de</strong>rar que, no curso da infecção pelo vírus virulento dadoença <strong>de</strong> Marek, ocorrem os seguintes fenômenos:• Imunossupressão: no início (1 semana após contágio) o vírus diminui funçõesdas células mononucleares e macrófagos e <strong>de</strong>strói linfócitos B da bolsa <strong>de</strong>Fabrícius.• Encefalite: [“Paralisia transitória”] na ausência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> humoral sólida,o vírus após replicação na bolsa <strong>de</strong> Fabrícius, em particular os vírus do tipomuito virulento, suplanta a barreira hematoencefálica e localiza-se no sistemanervoso central causando e<strong>de</strong>ma vasogênico, afluxo perivascular <strong>de</strong> célulasmononucleares e/ou linfói<strong>de</strong>s, trombose e hemorragia.• Paralisia dos nervos periféricos: ocorre replicação do vírus nas fibras nervosascom <strong>de</strong>smielinização e afluxo <strong>de</strong> células mononucleares e/ou linfói<strong>de</strong>s causando,inicialmente, inflamação e/ou proliferação anormal <strong>de</strong> células linfói<strong>de</strong>s (perda <strong>de</strong>pernas, torcicolo, asa caída, etc) caracterizando o quadro <strong>de</strong> neurite periférica.• Linfomas ou tumores: somente após ocorrer multiplicação viral no hospe<strong>de</strong>iroe indução <strong>de</strong> resposta imune celular (afluxo <strong>de</strong> células T) é que ocorre aproliferação neoplásica dos linfócitos T diferenciados. Nesta fase notamoslinfomas viscerais, cutâneos e ainda nos nervos periféricos.60


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil• Excreção viral: durante todo o curso da infecção po<strong>de</strong> ocorrer multiplicação viral(citolítica) em vários tecidos, incluso folículo da pena, e eliminação <strong>de</strong> vírusinfectante. A principal forma <strong>de</strong> eliminação do vírus parece ocorrer através da<strong>de</strong>scamação da pele e penas.2.11 Apresentação clínicaQuando uma ave é infectada por um vírus do tipo muito virulento da doença <strong>de</strong>Marek (vv.MDV) temos um curso clínico em um plantel <strong>de</strong> aves que se caracteriza por:• Paralisia transitória: ocorre 2 a 3 semanas após infecção e geralmente asaves morrem <strong>de</strong>vido à competição, dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos comedouros,bebedouros e fome. As aves apresentam tremores <strong>de</strong> cabeça <strong>de</strong>vido àocorrência <strong>de</strong> encefalite.• Problema <strong>de</strong> pernas: ocorre 5 a 6 semanas após infecção e nota-secomprometimento dos nervos periféricos (neurolinfomatose periférica).• Caquexia, leucopenia progressiva e tumores cutâneos e/ou viscerais aparecemapós 7 a 10 semanas.2.12 Limitação diagnóstica, diagnósticos diferenciais e examescomplementaresOs exames virológicos e sorológicos são muito limitados no que diz respeito àaplicação prática, e em particular para o vírus da doença <strong>de</strong> Marek extremamentelimitado. De modo geral, provas diagnósticas são realizadas através <strong>de</strong> examehistopatológico <strong>de</strong> órgãos com formações neoplásicas, baseada em uma chavediagnóstica que compreen<strong>de</strong> exame <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> Fabrícius, nervos periféricos eformações tumorais e encontro <strong>de</strong> transformação neoplásica <strong>de</strong> células linfói<strong>de</strong>s. Noentanto, no que diz respeito ao diagnóstico da doença <strong>de</strong> Marek e diferenciação comoutras enfermida<strong>de</strong>s, e ainda avaliação epi<strong>de</strong>miológica da dispersão do vírus, notamosque existem muitas falhas e um certo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>spreocupação. Po<strong>de</strong>mos enumeraros seguintes pontos críticos:Diagnóstico:• Amostragem e remessa <strong>de</strong> material a<strong>de</strong>quado.• Não existe prova sorológica: AGP po<strong>de</strong> ser útil mas não <strong>de</strong>fine tipo <strong>de</strong> vírus.• PCR mais direcionado para análise <strong>de</strong> massas tumorais quando po<strong>de</strong>ria serrealizado com tecidos alvo.• Histológico: fase <strong>de</strong> linfomatose confun<strong>de</strong>-se com reticuloendoteliose e leucosemielói<strong>de</strong>.61


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilEpi<strong>de</strong>miologia:• Não existe rotina <strong>de</strong> monitoria em particular da fase virêmica, que po<strong>de</strong>ria serindicativo <strong>de</strong> coexistência <strong>de</strong> vírus patogênicos.2.13 Avaliação da “temperatura” para MarekBaseado em estudos experimentais realizados no períodos <strong>de</strong> 1990–1992 e1998–1999 temos realizado e recomendado:• Avaliação histológica da condição da bolsas <strong>de</strong> Fabrícius.• Quantificação e análise histológica <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> pernas e/ou encefalitesprecoces na recria.• Análise <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> em aves semi-adultas e adultas e colheita <strong>de</strong> materialpara exame histopatológico.• Incidência <strong>de</strong> irite e/ou cegueira branca em aves adultas e estudo histológico.2.14 Conclusões preliminares <strong>sobre</strong> o aumento da incidência <strong>de</strong>Marek ao final <strong>de</strong>sta décadaAntes <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que po<strong>de</strong> estar ocorrendo “seleção” <strong>de</strong> cepas do tipo muitovirulentas pelo uso <strong>de</strong> vacinas atenuadas do sorotipo 1, seria muito importantepon<strong>de</strong>rar alguns fatores tais como:Cepas vacinais:• Não vacinado com HVT: caso que po<strong>de</strong> ocorrer com frango <strong>de</strong> <strong>corte</strong> e po<strong>de</strong>riaestar associado com aumento do <strong>de</strong>safio natural.• Poe<strong>de</strong>iras e reprodutoras não vacinadas com cepa do sorotipo 1: po<strong>de</strong> seaventar “quebra <strong>de</strong> vacinação” propiciado pelo alojamento <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>/linhagemmúltipla e aumento <strong>de</strong> criações locais, tráfego <strong>de</strong> aves, etc.Lotes vacinados:• HVT em <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>: vários fatores po<strong>de</strong>m estar contribuindo com aumento,a médio/longo prazo, da contaminação pelo vírus virulento da doença da Marek:– Subdosagem excessiva da vacina/ imunida<strong>de</strong> adquirida marginal.– Exposição prematura antes da implantação da imunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido reutilização<strong>de</strong> cama, ida<strong>de</strong> múltipla, higiene e <strong>de</strong>sinfecção, <strong>de</strong>sinsetização, avescaipiras ou outro tipo <strong>de</strong> ave, etc.– Erro da vacinação.– Resposta imune comprometida <strong>de</strong>vido à preexistência <strong>de</strong> fator imunossupressivo(leucose linfói<strong>de</strong>, micotoxinas, Gumboro, etc).62


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil– Associação com anemia infecciosa.– Reticuloendoteliose (?).– Vacina forte <strong>de</strong> Gumboro x vacinação.Poe<strong>de</strong>iras e reprodutoras com HVT + Rispens: I<strong>de</strong>m anterior, sendo importanteconsi<strong>de</strong>rar, para o futuro, o papel <strong>de</strong> resistência para Marek obtida através da seleçãogenética das aves.Vacinas do futuro:?? Nada po<strong>de</strong>rá conter o vírus virulento da doença <strong>de</strong> Marek senão houver uma conscientização <strong>sobre</strong> boas práticas <strong>de</strong> biossegurança.2.15 Impacto da doença <strong>de</strong> Marek <strong>sobre</strong> a incidência <strong>de</strong> leucoselinfói<strong>de</strong>• MDV – sorotipo 2 aumenta Leucose linfói<strong>de</strong> em algumas linhagens <strong>de</strong> aves[<strong>de</strong>srepressão <strong>de</strong> oncogene??]• Imunossupressão MDVs virulentos.3 Bronquite infecciosa das galinhas3.1 Introdução3.2 EtiologiaA bronquite infecciosa das galinhas é induzida por um Coronavírus, que possue90–200 nm <strong>de</strong> diâmetro e projeções <strong>de</strong> 20 nm em sua superfície. O vírus é composto<strong>de</strong> RNA e contém três proteínas virais específicas.“S” ou E 2 : presente nas projeções e com 2 frações, S1 e S2. A fraçãoS1 é responsável pela indução <strong>de</strong> anticorpos inibidores da hemaglutinação esoroneutralização.M ou E 1 : glicoproteínas da matriz.N: nucleoproteínas internas.Definição: a bronquite infecciosa das galinhas é uma doença respiratória aguda,altamente contagiosa que po<strong>de</strong> induzir quadros clínicos dos mais variados em avesnão vacinadas, conforme a ida<strong>de</strong> das aves e o tipo <strong>de</strong> vírus.3.3 Ida<strong>de</strong> das aves• Pintos: comprometimento respiratório severo com exsudato caseoso na traquéia,brônquios e bronquíolos, mais severo em machos. Po<strong>de</strong>m eliminar fezes maisfluídas e apresentar retardo do crescimento.63


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil• 3–4 sem: assintomático com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> distúrbio renal, maisevi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> 35 a 70 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, e principalmente machos <strong>de</strong> <strong>corte</strong>. Po<strong>de</strong> sercausa <strong>de</strong> nefropatia crônica em galinhas <strong>de</strong> reposição.• Produção: queda <strong>de</strong> produção e, comprometimento não reversível e maisgrave do oviduto em galinhas em início <strong>de</strong> produção do que em aves maisvelhas. Perda da qualida<strong>de</strong> da casca, nefropatia crônica e falsas poe<strong>de</strong>iras comoconsequência da infecção em fase <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> sexual.3.4 Classificação do vírusSão inúmeros os tipos <strong>de</strong> vírus da bronquite infecciosa das galinhas (VBIG)e inúmeras tentativas têm sido efetuadas no sentido <strong>de</strong> agrupar as amostras emsorotipos (provas <strong>de</strong> soroneutralização e inibição da hemaglutinação) ou em gruposantigênicos, (RNA–polimerase, fingerprint, etc); no entanto, não tem sido possívelestabelecer uma diferenciação ou classificação exata das inúmeras isolados <strong>de</strong>campo. A classificação baseada em diferenças <strong>de</strong> virulência e tropismo dos vírusda bronquite infecciosa das galinhas, seria o mais a<strong>de</strong>quado para fins <strong>de</strong> análiseepi<strong>de</strong>miológica dos surtos naturais, no entanto, este critério não tem sido <strong>de</strong>vidamenteexplorado para classificar os diferentes vírus <strong>de</strong> campo. Segundo a literatura, po<strong>de</strong>-seestabelecer diferenças <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> e virulência entre protótipos conhecidos <strong>de</strong>vírus para os diferentes sistemas <strong>de</strong> cultivo IN VITRO, como <strong>de</strong> invasibilida<strong>de</strong> INVIVO para sistema respiratório, digestivo, reprodutor e urinário. Cabe lembrar, quea <strong>de</strong>speito da variação do tropismo ou disseminação para outros órgãos ou tecidos,todas as amostras do VBIG se multiplicam na traquéia.Tipos <strong>de</strong> VírusAmostra Sinonímia CaracterísticaBeau<strong>de</strong>tte66579M42 ATCVR22 ATCRápida mortalida<strong>de</strong> embrionária (


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, BrasilArkansas A-99 Variante antigênica com patogenicida<strong>de</strong> paratrato respiratório e reprodutor, mas não causandonefrite.Legenda: ATC – American Type Culture.Nos últimos anos tem se <strong>de</strong>scrito isolamento <strong>de</strong> cepas com tropismo oupatogenicida<strong>de</strong> diferenciada.• Amostra 793/98: Miopatia peitoral.• Amostra G – enterotrópica: com persistência no esôfago, proventrículo, duo<strong>de</strong>noe bolsa <strong>de</strong> Fabrícius.• Atualida<strong>de</strong>s: Com o uso <strong>de</strong> vacinas vivas do tipo H120 contra a bronquiteinfecciosa das galinhas, a partir <strong>de</strong> sua legalização no fim da década <strong>de</strong> 1970;da introdução da vacina oleosa em meados da década <strong>de</strong> 1980, e finalmentecom a introdução <strong>de</strong> cepas vacinais do tipo H52 e MA5 nos últimos anos, tem senotado uma modificação da manifestação clínica e sorológica. Esta modificaçãopo<strong>de</strong> ser atribuída a inúmeros fatores quais sejam:• Taxa <strong>de</strong> proteção conferida pela imunida<strong>de</strong> adquirida através da vacinação, epersistência da imunida<strong>de</strong>.• Modificação da persistência e/ou reciclagem <strong>de</strong> vírus vacinais mais virulentos.• Aparecimento <strong>de</strong> novas amostras.• Programa <strong>de</strong> vacinação.• Fatores intercorrentes e/ou coincidência com outros patógenos.Desta forma, hoje po<strong>de</strong>mos concluir que a infecção, a resposta imune, aintensida<strong>de</strong> dos sinais clínicos e consequências da infecção do VBIG po<strong>de</strong>m variarconforme a ida<strong>de</strong>, virulência da amostra e condição imunitária da ave. Por outro lado,é importante lembrar que as infecções intercorrentes ou coinci<strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong>m modificartotalmente a expressão do quadro anátomo clínico, como sorológico da infecção.4 Sintomas, sinais e lesõesExistem evidências <strong>de</strong> que o tropismo tissular do vírus po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>características do vírus, vias <strong>de</strong> infecção e fatores concorrentes:• Quadro respiratório: espirros, roncado, dificulda<strong>de</strong> respiratória e <strong>de</strong>scarga nasale eventualmente conjuntivite são vistos com maior frequência em <strong>frangos</strong> <strong>de</strong><strong>corte</strong>. Infecções puras com VBIG em galinha <strong>de</strong> postura e reprodutoras pesadasgeralmente não induzem sintomas respiratórios em aves em fase <strong>de</strong> recria eprodução, no entanto, fatores intercorrentes ou associação com outros agentespo<strong>de</strong>m tornar aparentes os sinais respiratórios supracitados. Estes mesmosfatores po<strong>de</strong>m agravar o quadro em <strong>frangos</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>.65


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil• Fatores intercorrentes que induzem quebra <strong>de</strong> resistência local: frio, stresscalórico, uso <strong>de</strong> subproduto <strong>de</strong> origem animal, pneumopatias neo ou post-natais,ambiência, etc.• Associação com outros agentes infecçiosos: Mycoplasma gallisepticum, Mycoplasmasynoviae, , Haemophyllus sp, anemia das aves, doença <strong>de</strong> Gumboro,Pneumovírus, etc.As lesões macroscópicas se restringem a ocorrência <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> secreçãomucói<strong>de</strong> a nível <strong>de</strong> seios nasais, conjuntiva e traquéia, e, invariavelmente congestãoe/ou hiperemia, quando o quadro não está complicado. Ao exame microscópico,nota-se a nível <strong>de</strong> traquéia e brônquios, necrose epitelial associada a intenso afluxo<strong>de</strong> células inflamatórias com predomínio <strong>de</strong> células mononucleares e, particularmentenos bronquíolos terminais; acúmulo <strong>de</strong> exsudato inflamatório no lúmen.4.1 NefropatiaVBIG nefropáticos geralmente induzem <strong>de</strong>pressão, penas arrepiadas, fezesaquosas e aumento do consumo <strong>de</strong> água após o término da fase respiratória. Empastamento<strong>de</strong> cloaca e/ou diurese são observados em alguns casos e comumente avesassintomáticas apresentam somente lesões microscópicas no rim, caracterizadas pornecrobiose tubular e hiperplasia linfói<strong>de</strong>. Cepas mais patogênicas po<strong>de</strong>m induzirnefrite nefrose. Como no caso <strong>de</strong> comprometimento do trato respiratório temos fatoresque agravam o quadro e/ou modificam a manifestação clínica.• Micotoxinas principalmente ocratoxina.• Doença <strong>de</strong> Gumboro.• Chicken Anemia.• Nefropatias pré-existentes.• Cálcio• Intoxicações ou <strong>sobre</strong>cargas por sulfa/ olaquindox.• Desequilíbrio ácido/ básico, etc.Sistema reprodutor: queda <strong>de</strong> produção, perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da albumina,alteração da qualida<strong>de</strong> e cor da casca po<strong>de</strong>m coincidir com encontro <strong>de</strong> lesãona traquéia ou <strong>de</strong> rim, como po<strong>de</strong> ocorrer na sua ausência, na <strong>de</strong>pendência dotipo <strong>de</strong> vírus e status imunitário da ave. De modo geral, não são notados lesõesmacroscópicas no oviduto, exceto discreto encurtamento do oviduto. No entanto, cabelembrar que a severida<strong>de</strong> das lesões macroscópicas e microscópicas po<strong>de</strong>m variar na<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>:• Patogenicida<strong>de</strong> da amostra.• Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infecção e tempo pós infecção.66


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil• Associação, principalmente E.coli.Hipotrofia permanente do oviduto, induzindo redução da qualida<strong>de</strong> do ovo ouprodutivida<strong>de</strong> da ave po<strong>de</strong> ser induzido por infecções muito precoces (e.g. primeirasemana <strong>de</strong> vida) ou na fase <strong>de</strong> pré-postura. É importante lembrar que nefropatiascrônicas ou mesmo problemas digestivos induzido pelo VBIG <strong>de</strong> tropismo diferenciado,po<strong>de</strong>m comprometer a qualida<strong>de</strong> da casca <strong>de</strong>vido comprometimento do metabolismodo Ca/P e minerais essenciais.Sistema digestivo: amostras <strong>de</strong> VBIG com enterotropismo acentuado po<strong>de</strong>m estarassociadas com gastroenteropatias, diarréias, diurese e injúria epitelial na bolsa <strong>de</strong>Fabrícius. Infecções com 1 dia <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> ou muito precoces po<strong>de</strong>m induzir também<strong>de</strong>pressão do consumo e ganho <strong>de</strong> peso. McFerran (1971) <strong>de</strong>screveu a ocorrência<strong>de</strong> comprometimento da cicatrização do umbigo, distensão abdominal e e<strong>de</strong>masubcutâneo em pintos <strong>de</strong> um dia <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> infectados com VBIG.5 Vacinação modificando expressão clínica da bronquiteinfecciosa das galinhasA manifestação clínica e gravida<strong>de</strong> da bronquite infecciosa das galinhas, apresença <strong>de</strong> lotes doentes <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma granja e o número <strong>de</strong> aves doentes<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um lote, po<strong>de</strong>m estar sendo modificados pelo uso <strong>de</strong> vacina e eficáciados programas <strong>de</strong> vacinação. Fatores que po<strong>de</strong>m estar ocorrendo a nível <strong>de</strong> camporelativo à vacinação:• Cobertura para cepas virulentas ou variantes (i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sorológica).• Imunogenicida<strong>de</strong> da vacina (valência).• Duração da proteção.• Uso <strong>de</strong> cepas vacinais mais invasivas/ reciclagem.• Desuniformida<strong>de</strong> da resposta imune (cepas vivas e vacinas oleosas).• Perda <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> humoral para a progênie ou ovo.De uma outra forma, além da vacinação, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar alguns aspectosimportantes relativos a resposta imune do hospe<strong>de</strong>iro e relação com o vírus<strong>de</strong>safiante, tais como:• Efeito protetor da imunida<strong>de</strong> humoral e secretória na porta <strong>de</strong> entrada com aimunida<strong>de</strong> celular sendo mais eficiente no controle da disseminação do víruspara outros tecidos.• Taxa <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do equilíbrio entre a imunida<strong>de</strong> humoral e celular epo<strong>de</strong> ser modificado por fatores imuno<strong>de</strong>pressores, como pela taxa <strong>de</strong> perda <strong>de</strong>anticorpos via ovo.67


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasil• Persistência do vírus po<strong>de</strong> ocorrer na presença <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> humoral, e.g.imunida<strong>de</strong> passiva não interfere com resposta imune induzida pela vacinaçãocom 1 dia <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Uma ave infectada com VBIG, mesmo com imunida<strong>de</strong>humoral po<strong>de</strong> apresentar vírus no seu organismo, e continuar eliminando vírusno meio ambiente e portanto favorecendo disseminação ambiental. Sabe-seque uma ave com infecção natural po<strong>de</strong> apresentar e eliminar vírus por tempobastante prolongado.– Tecido respiratório: no máximo 49 dias.– Oviduto e ovos – até 51 dias.– Fezes: até 20 semanas.5.1 DiagnósticoCom base nos inúmeros fatores discutidos, o diagnóstico laboratorial da bronquiteinfecciosa das galinhas tornou-se mais complexo, sendo necessário, para finsconclusivos analisar criteriosamente:• Efeitos clínicos, com ênfase análise <strong>de</strong> lesões microscópicas para avaliação dataxa <strong>de</strong> proteção e invasão para outros tecidos.• Isolamento do vírus, sendo necessário diferenciar cepas vacinais.• Fatores ou doenças intercorrentes, principalmente Mycoplasma sp.• Resposta sorológica e variações <strong>de</strong>ntro da granja conforme ida<strong>de</strong> e programa <strong>de</strong>vacinação.• Tipo <strong>de</strong> exame sorológico e interpretação.6 ConclusãoAinda não temos um consenso para indicação <strong>de</strong> um método profilático oupreventivo eficiente para conter a bronquite infecciosa das galinhas. A vacinaçãotem sido um método eficaz para reduzir perdas causadas pela doença, mas nãotem sido totalmente eficiente para erradicar o problema. Não existe biossegurançaou quarentenário que possa conter a disseminação horizontal do vírus da bronquiteinfecciosa das galinhas. A <strong>de</strong>sinfecção po<strong>de</strong> ser um método auxiliar na redução dacontaminação ambiental e transmissão horizontal.Finalmente, o que po<strong>de</strong> trazer algum benefício é conhecer melhor a etiopatogeniada doença e o papel da imunoprofilaxia ou imunoprevenção; que por sinal são muitopouco estudados. Devemos reavaliar os programas <strong>de</strong> vacinação, dar ênfase àimunida<strong>de</strong> celular e secretória (IgA) para impedir a disseminação e persistência dovírus no organismo da ave. É preciso enten<strong>de</strong>r que o Coronavírus ou o vírus dabronquite infecciosa é um vírus que estabelece uma “relação inteligente” hospe<strong>de</strong>iroparasita e que está na natureza para <strong>sobre</strong>viver, portanto, não mata o hospe<strong>de</strong>iro,convive com ele na medida do possível harmoniozamente. Se o hospe<strong>de</strong>iro não tem68


2 o Simpósio Técnico <strong>sobre</strong> Matrizes <strong>de</strong> Frangos <strong>de</strong> Corte13 a 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1999 — Chapecó, SC, Brasilresistência própria ou se não damos condição a<strong>de</strong>quada a ele (nutrição, instalação,manejo, doenças intercorrentes) o vírus estupidamente mata o hospe<strong>de</strong>iro (nefritenefrose) ou então favorece a ocorrência <strong>de</strong> distúrbios metabólicos.69


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