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IX SIMPÓSIO BRASIL SUL DE AVICULTURA - Embrapa Suínos e ...

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<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong><strong>AVICULTURA</strong>01, 02 e 03 de abril de 2008Chapecó, SC – BrasilANAIS


<strong>IX</strong> Simpósio Brasil Sul de AviculturaRua Nereu Ramos 75-D, Edifício CPCSala 405-ACEP 89.801-023, Chapecó – SCFone/Fax : (49) 3329 1640E-mail: nucleovet@nucleovet.com.brSite: http://www.nucleovet.com.br<strong>Embrapa</strong> Suínos e AvesBr 153, Km 110Caixa Postal 21CEP 89.700-000, Concórdia – SCFone: (49) 3441 0400Fax: (49) 3441 0497E-mail: sac@cnpsa.embrapa.brSite: http://www.cnpsa.embrapa.brTiragem: 700 exemplaresCoordenação Editorial*: Tânia Maria Biavatti CelantEditoração Eletrônica: Vivian FracassoNormalização bibliográfica: Irene Z.P. CameraSimpósio Brasil Sul de Avicultura (9.: 2008, Chapecó, SC).Anais do <strong>IX</strong> Simpósio Brasil Sul de Avicultura, 01, 02 e 03de abril de 2008. - Concórdia: <strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves,2008.196 p.; 29 cm.1. Avicultura – congressos. I. Título.CDD 636.50063© EMBRAPA 2008*As palestras foram formatadas diretamente dos originais enviados eletronicamentepelos autores.II


PROMOÇÃO/REALIZAÇÃOCO-PROMOÇÃOAPOIOPATROCINADORES MASTERIII


RELAÇÃO <strong>DE</strong> PATROCINADORES DO <strong>IX</strong> SIMPÓSIO<strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong> – 2008- Alpharma do Brasil Ltda- Alltech do Brasil Agroindustrial Ltda- Aviagen do Brasil- Bayer Saúde Animal- Beraca- Big Dutchman Brasil- Biocamp Laboratórios Ltda- Btech Tecnologias Agrop. e Com.Ltda- Casp S/A Indústria e Comércio- Centro de Diagnóstico de SanidadeAnimal - Cedisa- Ceva Saúde Animal Ltda- Cobb-Vantress Brasil Ltda- Conselho Regional de MedicinaVeterinária - SC- Des Far Laboratórios Ltda - Des VetDivisão de Produtos Veterinários- DSM Produtos Nutricionais BrasilLtda- Elanco Saúde Animal Ltda- <strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves- Farmabase Saúde Animal Ltda- Fornari Indústria- Formil Veterinária Ltda- Fort Dodge Saúde Animal Ltda- Impextraco Latin América Com. Ind.de Prod. para Nutrição Ltda- Intervet do Brasil Veterinária Ltda- Inve Nutri-Ad- Laboratório Biovet S/A- Laboratórios Pfizer Ltda- Laboratório Porto Belo- Laboratório Veterinário CascavelLtda - Mercolab- Lohmann Saúde Animal Ltda- Lubing do Brasil- M.Cassab Com. e Ind. Ltda- Merial Saude Animal Ltda- Nutrifarms Ind. Com. de NutriçãoAnimal Ltda- Nutron Alimentos Ltda- Ouro Fino Saúde Animal- Plasson do Brasil Ltda- Poli-Nutri Alimentos Ltda- Polysell Produtos Químicos Ltda- Sanex Com. e Ind. Veterinária Ltda- Sanphar Química e FarmacêuticaLtda- Schering-Plough Saúde Animal Ind.e Com. Ltda- Serrana Nutrição Animal- Sociedade Catarinense de MedicinaVeterinária- Trouw Nutrition Brasil- Vaccinar Nutrição Saúde Animal- Vansil Ind. e Com. e Rep. Ltda- Vetanco Do Brasil Ltda- Zinpro Animal Nutrition Brasil Com.LtdaIV


COMISSÃO ORGANIZADORAAlexandre Rocha LimaArtur Valerio ConyCarlos Eduardo Luiz SilvaCláudio Jorge KrackerFrancisco Xavier R. BerschJean SandriniJoão Batista LanciniJoão Romeu FabricioLeandro Luiz RibeiroLuciana NomuraLuciane de Cássia SurdiLuis Carlos FariasMarcos Tolentino LopesMiguel CanalNilson Sabino da SilvaPatrícia OltramariRicardo Robinson FlossRoberto Luis CurzelRogério BalestrinRubson RochaSadi MarcolinSECRETÁRIASolange KirschnerV


MENSAGEM DA COMISSÃO ORGANIZADORAVocê faz!Esta é a palavra de ordem do <strong>IX</strong> Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA).Quem é você e quem somos nós?Você é o Técnico Agrícola, o Zootecnista, o Engenheiro Agrônomo, oAdministrador, o Médico Veterinário. Você é o homem que vem transformando arealidade do agronegócio brasileiro e a vida do homem rural. Você é o profissionalque nas juras de sua colação de grau, assumiu o compromisso de produzir paraalimentar o homem. Você é o elo forte de uma corrente que só traz prosperidade adiversos setores da economia e à muitas famílias que dependem da avicultura. Vocêé o homem, ou mulher, que por ideal, muito mais do que por valores, segue suarotina de afazeres, dura, maitas vezes, mas sempre determinado e destemido.E nós? Quem somos?Somos a entidade que representa todos vocês. Que tem em sua composição,colegas de sua empresa, profissionais como você. Que labutam na avicultura tantoquanto você. Que são tão idealistas como você. E que, certos de que: o quequeremos, nós fazemos, é que estamos fazendo mais um Simpósio Brasil Sul deAvicultura, agora chamado de SBSA. É Você que está fazendo, representado peloNúcleo Oeste de Médicos Veterinários, este, que é o <strong>IX</strong> Simpósio.Sejamos todos nós, idealistas, homens que fazem a diferença, convidados àdar mais este passo. E pela geração e difução do conhecimento, melhorar todas asnossas vidas.Comissão OrganizadoraVII


PROGRAMAÇÃO01/04/2008 - Terça-feira20h00 as 21h00 – Avicultura BrasileiraPalestrante: Francisco Turra - Porto Alegre (RS)21h00 - Coquetel de Confraternização02/04/2008 - Quarta-feira08h30 as 09h30 - Mercado Mundial de CarnesPalestrante: Nilson Olivo - Criciúma (SC)09h30 as 10h30 - Exigências do Mercado Comum EuropeuPalestrante: Elinor McCartney - Barcelona (Espanha)10h30 as11h00 - Intervalo11h00 as 12h00 - Microbiologia IntestinalPalestrante: Ignácio Badiola - Espanha12h00 as 13h30 - Almoço13h30 as 14h30 - Futuro dos Grãos X BiocombustívelPalestrante: Antônio Mario Penz Junior - Porto Alegre (RS)14h30 as 15h30 - Auditoria em Fábricas de RaçõesPalestrante: Fernanda Marcussi Tucci - Brasília (DF)15h30 as 16h00 - Intervalo16h00 as 17h00 - Ventilação Mínima na Produção AvícolaPalestrante: Michael Czarick - Athens Geórgia (EUA)17h00 as 18h00 - Manejo Final - Stress CalóricoPalestrante: Matthew Wilson - Reino Unido20h00 - Jantar Show – Local: CRC<strong>IX</strong>


03/04/2008 - Quinta-feira08h30 as 09h30 - Capacidade da Resposta Imunológica nas Aves - Estratégiade MonitoramentoPalestrante: Luis Felipe Caron - Curitiba (PR)09h30 as 10h30 - Impacto dos Diferentes Patotipos dos Vírus da BronquiteInfecciosa Circulantes no BrasilPalestrante: Laura Yaneth Villarreal Buitrago - São Paulo (SP)10h30 as 11h00 - Intervalo11h00 as 12h00 - Alternativas para o Controle de SalmonellaPalestrante: Lilliane Revoledo - São Paulo (SP)12h00 as 13h30 - Almoço13h30 as 14h30 - Milho: como Melhor utilizar o mais Importante Ingrediente dasDietas de Frangos de CortePalestrante: Gustavo J.M.M. de Lima - Concórdia (SC)14h30 as 15h30 - Utilização de Eletrólitos para Aves - da Teoria a PráticaPalestrante: Sebastião Aparecido Borges - Curitiba (PR)15h30 as 16h30 - Reutilização de CamaPalestrante: Sadi Marcolin - Chapecó (SC)16h30 as 17h00 - Encerramento c/ Sorteio de BrindesX


SUMÁRIOO Banimento de Antibióticos Promotores de Crescimento na UE – ImplicaçõesGlobais para a Nutrição Animal................................................................Elinor McCartneyFuturo dos Grãos X Biocombustível..................................................................Antônio Mario Penz Junior e Mario GianfeliciLegislação sobre Boas Práticas de Fabricação de Alimentos para Animais.....Fernanda Marcussi TucciMinimum Ventilation Rate..................................................................................Michael CzarickManejo Final - Stress Calórico...........................................................................Matthew WilsonCapacidade da Resposta Imunológica nas Aves - Estratégias de Monitoramento.................................................................................................................Luis Felipe CaronImpacto dos Diferentes Patotipos dos Vírus da Bronquite Infecciosa Circulantesno Brasil.......................................................................................................Laura Yaneth Villarreal BuitragoAlternativas para o Controle de Salmonella......................................................Lilliane RevoledoMilho: como Melhor Utilizar o mais Importante Ingrediente das Dietas deFrangos de Corte...............................................................................................Gustavo J.M.M. de Lima, Adsos A. Passos e Eduardo S. ViolaUtilização de Eletrólitos para Aves - da Teoria a Prática...................................Sebastião Aparecido Borges e André FaveroAspectos Econômicos da Reutilização da Cama Aviária..................................Sadi Domingos MarcolinAspectos Microbiológicos da Reutilização da Cama Aviária.............................Virgínia Santiago SilvaMicrobiologia Intestinal......................................................................................Ignácio BadiolaAvicultura Brasileira...........................................................................................Francisco TurraMercado Mundial de Carnes..............................................................................Nilson Olivo1334497276848795111129154162171195196XI


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilO BANIMENTO <strong>DE</strong> ANTIBIÓTICOS PROMOTORES <strong>DE</strong>CRESCIMENTO NA UE – IMPLICAÇÕES GLOBAIS PARA ANUTRIÇÃO ANIMALElinor McCartneyPen & Tec Consulting, Passeig del Roser 135, 08195 Mirasol, Sant Cugat del Vallès,Barcelona, Spain. Tel +34-93-675-8015/8002; +34-699-053-898E-mail: elinor@pentec-consulting.euResumoO banimento dos antibióticos promotores de crescimento na UE é uma dasrespostas regulatórias às preocupações de consumidores e pesquisadores quantoao uso de antibióticos no mundo moderno. Os consumidores são contra o conceitode produção de animais usando rações contendo antibióticos. Os pesquisadoresobservam aumento nos índices de resistência a antibióticos tanto em saúde humanaquanto animal e falta de antibióticos novos e eficazes. Além disso, existe apercepção crescente de que a emergência de resistência em populações humanasestá proximamente relacionada aos padrões de uso de antimicrobianos na medicinahumana e veterinária e à movimentação geográfica tanto de pessoas quanto dealimentos de origem animal. A resistência a antibióticos, portanto, é um fatordeterminante das estratégias globais adotadas em saúde humana e animal.Em relação à saúde humana, existe uma pressão global para a redução douso de antibióticos para ajudar a restaurar e preservar sua eficácia. Este movimentotem o suporte de programas comunitários e educacionais para a melhora da higienee saúde básicas e aplicação plena de programas de vacinação. Tendências futuraspodem compreender abordagens nutricionais e outras estratégias para maximizar aresistência imunológica da população humana.Da mesma forma, em sistema de produção animal, está havendo maiorênfase em boas práticas de higiene e manejo, com o suporte da ampla adoção dossistemas HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points – APPCC - Análise dePerigos e Pontos Críticos de Controle). Além disso, as fábricas de ração da UE e ospaíses que exportam carne e derivados para a UE estão substituindo os antibióticosna ração por uma série de produtos alternativos e estratégias, como ingredientesfuncionais e programas de vacinação de matrizes.As implicações futuras da redução do uso de antibióticos tanto em animaisquanto em humanos são bastante semelhantes:• Maior pressão legal e social para restringir o uso essencial e racional deantibióticos.• Iniciativas educacionais para a melhora de práticas básicas de higiene, saúde emanejo.• Aplicação de abordagens alternativas para promover a resistência a doenças emanter a saúde.• Ênfase especial em qualidade da dieta e nutrição funcional para a prevençãode doenças e redução de morbidade e mortalidade.13


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilIntrodução: História da resistência aos antibióticosA resistência a substâncias antimicrobianas é um antigo fenômeno natural embactérias. Ao longo de milênios de evolução, os microrganismos se defenderam eprotegeram seu nicho ecológico do ataque de outros micróbios através da produçãode substâncias inibitórias. O ser humano descobriu os antibióticos apenas em 1928,quando o escocês Alexander Fleming observou o efeito destrutivo do fungoPenicillium sobre o crescimento bacteriano em uma placa de Petri. Um fatointeressante é que Fleming, agraciado com o Prêmio Nobel (Fisiologia e Medicina)em 1945 por suas pesquisas, alertou quanto à resistência aos antibióticos em suaapresentação há mais de 60 anos, especialmente em relação a seu uso subterapêutico:“Pode haver um risco na sub-dosagem. Não é difícil fazer com que osmicróbios se tornem resistentes à penicilina no laboratório, basta expô-los aconcentrações que não sejam suficientes para matá-los e o mesmo ocorreocasionalmente no organismo. …. Moral da história: Se você usar penicilina, use osuficiente!.”Desde a descoberta de Fleming e principalmente ao longo dos últimos 50anos (um período muito curto em termos evolucionários), extraímos, sintetizamos eusamos antimicrobianos em medicina humana e veterinária - e um fatoespecialmente gerador de controvérsia - como coccidiostáticos e antibióticospromotores de crescimento (APCs) na ração de animais de produção. Atualmente, ouso de APCs está proibido na UE e sob ameaça de proibição em outros países, poruma série de motivos:• Os APCs são usados em doses sub-terapêuticas, o que claramente implica emresistência aos antibióticos.• O uso de APCs pode ajudar a compensar condições sub-ótimas de higiene,manejo e bem estar animal nas granjas.• O conceito de “fornecer” antibióticos a animais de produção é rejeitado pelosconsumidores.Não há dúvida que o uso sub-terapêutico causa resistência a antibióticos,mas existe também uma relação geral de causa e efeito. Na prática, quanto maior ovolume consumido, maior a resistência detectada aos antibióticos. A Fig. 1 ilustraque o uso de avilamicina em frangos de corte na Dinamarca apresentou umacorrelação estreita com a resistência em Enterococcus faecium isolado de frangosde corte. As cepas de Enterococcus faecium isoladas de suínos não demonstramresistência à avilamicina, que jamais foi utilizada nesta espécie na Dinamarca.Quando a avilamicina foi banida, a resistência na flora entérica de frangospraticamente desapareceu. É interessante observar, entretanto, que a resistência àavilamicina é detectada em humanos e parece apresentar paralelismo com aresistência em frangos de corte, possivelmente devido à transferência ao longo dacadeia de alimentos, neste caso de frangos de corte para humanos. A possibilidadede tal fenômeno é claramente sugerida na Fig. 2, que demonstra resistência àtetraciclina em cepas de Enterococcus faecium isoladas de suínos, carne suína ehumanos e seu uso anual na produção de suínos.14


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilDados históricos relativos ao uso de antibióticos terapêuticos nos 27 paísesmembrosda UE são de difícil obtenção, embora a EU esteja criando um banco dedados abrangente correlacionando uso de antibióticos e resistência em humanos eanimais. Uma idéia da escala do uso de antibióticos vem de uma recente estimativados EUA, que menciona consumo anual de ∼12.000 toneladas na ração nos EUA e∼1.700 toneladas anuais em medicina humana. Os dados de 2006 do DANMAP paraa Dinamarca mencionam que o uso humano equivale a um terço do volume deantibióticos veterinários (∼40 toneladas anuais em humanos, ∼120 toneladas anuaisem animais de produção).Pesquisadores que estudam a resistência aos antibióticos (autores doDANMAP, SVARM e MARAN, que são programas de monitoramento na Dinamarca,Suécia e Holanda, respectivamente) estão dedicando recursos para medir de formamais precisa e integrada o uso e a resistência aos antimicrobianos - em animais deprodução, pets e humanos e estenderam a vigilância a alimentos importados. Asegunda recomendação mais freqüente destes investigadores é reduzir o uso deantimicrobianos em todas as esferas, através de legislação e educação. Hoje emdia, existe a percepção de que a resistência aos antibióticos é um problema globalque não pode ser compartimentalizado - dissemina-se entre reservatórios, deanimais de produção a humanos e de pets para proprietários (e vice-versa).A Tabela 1 estima as tendências de consumo de antibióticos em humanos naEuropa. Entre 1997 e 2003, houve um aumento anual de 5% no consumo. Algunspaíses parecem limitar muito melhor o uso de antibióticos. O cidadão francêsconsome em média um volume de antibióticos 3 vezes maior que o cidadãoholandês.Tabela 1. Uso ambulatorial total de antibióticos em 24 países europeus (+Israel), Expresso em DDD(dose diária definida) por 1.000 habitantes por dia (baseado em Ferech et al, 2006).País 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Totais MédiasHolanda 10,21 10,07 10,09 9,86 9,93 9,83 9,78 70 10Estônia 11 11 11 11 11 11,67 11,34 78 11Áustria 12 12,51 13,19 12,34 11,86 11,75 12,49 86 12Dinamarca 12,22 12,74 12,13 12,19 12,82 13,32 13,58 89 13Alemanha 14,57 14,63 14,94 14,89 13,82 13,76 13,9 101 14Noruega 15 15,45 15 15 15,67 14,78 15,72 107 15Suécia 14,64 15,53 15,82 15,5 15,81 15,42 14,88 108 15Reino Unido 16,87 15,76 14,46 13,98 14,48 14,49 14,9 105 15República Tcheca 18 18,27 18,62 18,56 18,49 17,09 16,65 126 18Eslovênia 17,51 19,3 19,76 18,01 17,36 16,4 17,1 125 18Croácia 18 18 18 18,42 17,65 21,61 23,5 135 19Finlândia 19,38 18,44 18,41 18,97 19,7 17,83 18,73 131 19Hungria 18 18,62 23,92 18,91 19,11 17,05 19,63 135 19Irlanda 17,34 17,21 19,03 18,52 19,87 19,82 20,48 132 1915


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilContinuação...País 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Totais MédiasIsrael 19 19 19 19 19 19,55 20,06 135 19Espanha 21,39 20,9 20,45 19,43 18,7 19,35 20,58 141 20Islândia 22,12 22,98 21,58 20,47 20,28 20,98 20,36 149 21Polônia 16,56 20,7 22,18 22,64 24,77 21,14 21 149 21Itália 24 24 24,5 24,03 25,16 24,38 25,63 172 25Bélgica 25,44 26,36 26,21 25,26 23,73 23,82 24,22 175 25Portugal 23,22 23,2 24,98 24,93 24,25 26,14 27,1 174 25Luxemburgo 25,78 25,48 26,72 25,68 26,08 26,42 27,34 184 26Eslováquia 25 25 25 25,59 27,99 25,56 26,63 181 26Grécia 25,06 24,86 28,5 29,13 29,43 30,53 31,4 199 28França 33,02 33,56 34,33 33,24 32,71 32,05 28,97 228 33Totais 458 468 483 472 475 470 481 3.308 473Dados em vermelho são estimativasAmeaça à saúde humanaA saúde humana é a principal prioridade. Como tanto o uso quanto o mau usode antibióticos estimula a resistência, os cientistas agora defendem a redução noconsumo de antibióticos, não apenas como APCs em animais de produção, mastambém em medicina humana e veterinária. O FDA (Food and Drug Administration)dos EUA e a maioria dos países-membros da UE consideram a resistência aosantibióticos como o risco mais grave para a saúde humana no momento, indicandocomo exemplo o aumento alarmante da incidência de isolados de MRSA(Staphylococcus aureus resistente à meticilina) em pacientes humanos. MRSAcausa doenças graves e mortalidade em pacientes hospitalizados e está sedisseminando para a população em geral, além de pets e animais de produção. Maisrecentemente, foi detectado aumento da incidência de outro “super-micróbio”, ESBL(E. coli produtora de Beta-Lactamase de Espectro Estendido) em humanos etambém já foi detectado em animais de produção.Nos EUA, 14.000 pacientes hospitalizados morrem anualmente devido ainfecções causadas por microorganismos resistentes. Também se estima que 30%dos antibióticos usados em pacientes ambulatoriais nos EUA sejam desnecessários.Sem dúvida, os médicos veterinários também são culpados por excesso deprescrição de antibióticos, tanto em animais de companhia quanto de produção.Desta forma, um dos motivos pelos quais estamos enfrentando problemas hoje foi oconsumo maciço e excessivo de antibióticos ao longo dos últimos 50 anos em todosos campos - medicina humana, veterinária e rações animais, criando uma enormepressão de seleção sobre as bactérias para que desenvolvessem ou refinassemseus mecanismos de defesa.De acordo com Frimodt-Møller et al (2007), não haverá disponibilidade denovos antibióticos eficazes nos próximos 10-15 anos, uma vez que a indústria16


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilfarmacêutica perdeu o interesse em seu desenvolvimento. Desta maneira, oprincipal determinante para preservar a atividade dos antibióticos existentes é ocontrole de seu uso.Tipos de resistência aos antibióticos e sua mobilidadePesquisadores e agências regulatórias estão preocupados, não apenasquanto ao número de recursos que as bactérias utilizam para se defender dosantibióticos, mas também com sua capacidade de compartilhar e disseminar aresistência, que se torna um problema móvel e persistente.Resistência naturalA teoria da seleção natural de Charles Darwin ou “sobrevida do mais capaz”supõe que em qualquer população bacteriana sempre haverá mutantes resistentes atodos os antibióticos. Tais mutantes apresentam alterações estruturais de seu DNAque lhes conferem características específicas de resistência. Caso não sejamusados antibióticos, estes mutantes não se proliferam, mas em sua presença, osmutantes resistentes se tornam numerosos e dominantes. Alguns exemplos decaracterísticas que conferem resistência a antibióticos são:• Destruição/Inativação: via produção de enzimas que degradam antibióticos(como DNA girase e fluoroquinolonas).• Efluxo: basicamente uma bomba celular ativa que expulsa os antibióticos dacélula bacteriana.• Outros mecanismos: tais como alteração de receptores ou poros de acessonas membranas celulares, impedindo a entrada de antibióticos nas célulasbacterianas.Resistência adquiridaCaracterísticas de resistência podem ser transferidas a outras bactériasatravés de vários mecanismos:• Conjugação: Algumas bactérias contêm plasmídeos, frações circulares deDNA que se replicam independentemente do DNA cromossômico. Muitosplasmídeos portam genes que conferem resistência aos antibióticos, muitasvezes adquiridas de transposons (“genes que pulam” dos cromossomos). Aconjugação pode ocorrer quando 2 bactérias estão próximas. Um “pilus”(estrutura oca, semelhante a uma ponte) se forma entre elas e plasmídeospodem ser transferidos através do pilus.• Transformação: Ocorre quando as bactérias morrem e se rompem, liberandoDNA desnudado no ambiente. Bactérias próximas podem captar este DNA eincorporá-lo a seus próprios genes, adquirindo assim as características deresistência conferidas por este DNA.• Transdução: Bactérias são suscetíveis a vírus bacteriófagos (fagos), quepodem inadvertidamente incorporar DNA bacteriano em fagos filhos. Quando17


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilestes infectam novas células bacterianas, podem transmitir fragmentos do DNAbacteriano que confere características de resistência.Monitoramento da resistência aos antibióticos em todo o mundoMuitos países estão monitorando ativamente a resistência aos antibióticos eos países escandinavos estão em fase avançada de coordenação de informaçõesde saúde humana e animal para criar um banco de dados abrangente. Extratos derelatórios recentes publicados na Europa e EUA ilustram a opinião dos cientistasenvolvidos e a gravidade do problema em todas as áreas em que são usadosantibióticos.SVARM 2006 (Suécia): “É opinião geral de que o uso de antimicrobianos emdiferentes setores contribui para o desenvolvimento de resistência. Devem-se fazeresforços para implementar políticas para o uso prudente de antimicrobianos, maioruso de serviços diagnósticos e prevenção de doenças infecciosas, tanto emmedicina humana quanto veterinária por outros meios.”DANMAP 2006 (Dinamarca): “Bactérias zoonóticas estão incluídas (nomonitoramento DANMAP), pois podem desenvolver resistência aos antimicrobianosno animal e podem subseqüentemente comprometer o efeito do tratamento aocausar infecção em humanos. Bactérias indicadoras estão incluídas devido àpresença em animais, alimentos e humanos e por sua capacidade de desenvolverpronta resistência a antimicrobianos em resposta à pressão seletiva em ambos osreservatórios.”MARAN 2005 (Holanda): “A Associação de Veterinários da Holanda adotouuma política restritiva e seletiva ao uso de antibióticos. A contínua elevação nasvendas de antibióticos demonstra que esta meta não foi atingida. Obviamente, existefalha na auto-regulação deste mercado competitivo. A Diretiva 2004/28/EUrelacionada a medicamentos veterinários implementa medidas que estimulam o usomais seletivo e restritivo de antibióticos.”US FDA 2005: “Durante as últimas 5 décadas, o uso e abuso deantimicrobianos tanto em medicina humana quanto veterinária resultou naemergência de cepas de bactérias que não mais respondem à terapia comantimicrobianos. Os patógenos bacterianos resistentes a antimicrobianos emanimais representam risco em termos de saúde animal e também afetam a saúdepública quando transmitidos a humanos por meio de alimentos.”Além da pressão científica e regulatória para reduzir o uso de antibióticos emrações animais, os consumidores, influenciados por artigos alarmistas publicados naimprensa, estão se mobilizando para impedir esta prática:The Independent 2004: “Muitos acreditam que o problema (MRSA –Staphylococcus aureus resistente à meticilina) foi causado principalmente porprescrição inadequada – especialmente em produção animal, em que antibióticospotentes foram indiscriminadamente usados como promotores de crescimento.”É bem provável que o advento do MRSA seja resultado do uso e abuso deantibióticos em hospitais e clínicas que pelos APCs, mas o texto acima publicado em18


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilum jornal britânico é um exemplo de muitos que sugerem que os APCs possam sera causa da resistência global aos antibióticos.Estratégias em saúde humana para reduzir o uso de antibióticos• Monitoramento, informação e educação, com suporte da legislação.• Redução do uso de antibióticos somente em casos essenciais.• Melhora de práticas básicas de higiene em hospitais, comunidade, residências.• Vacinação (recém-nascidos, gripe, etc.).• Amamentação de bebês.• Abordagem holística (nutrição, saúde, exercício, redução do estresse, controlede peso).Os pontos acima resumem as abordagens atuais e futuras adotadas emsaúde humana em todo o mundo, mas especialmente na Europa para reduzir o riscode saúde pública representado pela resistência aos antibióticos.Como mencionado, existe uma tendência de monitoramento coordenado douso de antibióticos e resistência em medicina humana e veterinária e em animais deprodução, com suporte de programas informativos e educacionais para estimularmédicos, veterinários e consumidores a reduzir o uso de antibióticos, restringindo-oa casos essenciais. Esta abordagem multifacetada resulta em maior conscientizaçãodo problema, contribuindo para a preservação da eficácia dos antibióticos através deuso conservador.Existem esforços de melhoria dos padrões básicos de higiene em hospitais ena comunidade, que em muitos casos estão abaixo do considerado ideal, mesmoem relação a conceitos simples tais como lavar as mãos entre pacientes e antes demanipular alimentos. O objetivo é reduzir o número de infecções bacterianascausadas por más práticas de higiene em hospitais, na comunidade e emresidências. Na verdade, a maior parte dos casos de doenças veiculadas poralimentos poderia ser evitada por higiene na manipulação, armazenagem (frio) ecozimento adequado dos alimentos.Atualmente há maior publicidade para estimular pleno uso dos programas devacinação, especialmente em recém-nascidos e, no caso da gripe, de grupossuscetíveis da população, como idosos. A maior cobertura vacinal contra a gripepode contribuir para reduzir o uso de antibióticos para o controle de infecçõesrespiratórias.Os profissionais de saúde estimulam mães a amamentar seus bebês parapromover maior concentração de anticorpos maternos no intestino, prevenindoinfecções entéricas e reduzindo a necessidade de tratamento da diarréia infantil comantibióticos.Finalmente, a Comissão e diversos países-membros da UE promovemhábitos alimentares saudáveis, abandono do tabagismo, exercícios, relaxamento emoderação no consumo de sal, álcool e calorias, especialmente de açúcares egorduras saturadas. Estas iniciativas são parte de projetos abrangentes para uma19


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilvida mais longa e saudável, reduzindo o custo para as autoridades de saúde pública,mas o sucesso sem dúvida pode contribuir para a redução geral do uso deantibióticos.Os médicos recomendam o consumo diário de 5-7 porções de frutas evegetais frescos, dieta balanceada com frutas secas e nozes para a redução dedoenças cardiovasculares. Se todos seguissem estes conselhos, provavelmentetambém usariam menos antibióticos, uma vez que haveria melhora dos sistemas dedefesa antioxidante através do maior consumo de antioxidantes naturais (e.g.alfa/betacarotenos, luteína, licopeno, alfa-tocoferol, vitamina C, selênio orgânico).Estratégias em saúde e nutrição de animais de produção parareduzir o uso de antibióticosA Tabela 2 demonstra paralelos em possíveis estratégias de redução do usode antibióticos em saúde e nutrição humana e animal. Em animais de produção, obanimento dos APCs das rações em 2006 despertou interesse em abordagensnutricionais e novos aditivos alternativos de ração (AAPCs, Alternativas aosAntibióticos Promotores de Crescimento).Tabela 2. Possíveis estratégias para reduzir o uso de antibióticos.Nutrição/saúde humanaMonitoramento, informação e educaçãoBenchmarking entre países-membros da EUAnálise de dados e adoção de melhores práticasUso de antibióticos somente quando essencialMelhora de práticas básicas de higieneVacinação (bebês, gripe, etc)Amamentação de bebêsAbordagem holística(iniciativas de nutrição e saúde)Nutrição/saúde animalSeleção e treinamento de pessoal, introdução deHACCPBenchmarking de granjas entre integraçõesAnálise de dados e adoção de melhores práticasRemoção de APCs. Uso de medicação de raçãoe água somente quando essencialMelhora de higiene e manejo básicos(treinamento, projeto de instalações, sistemas deventilação, biossegurança.…)Programas de vacinação de lotesVacinação de matrizes para obter títulos duráveisde anticorpos derivados da gema ou colostro.Anticorpos na ração.Ingredientes funcionais de ração e AAPCsAs integrações de frangos de corte observam uma forte correlação entre usode antibióticos e granjas de mau desempenho; granjas melhores produzem avesmais saudáveis com menos antibióticos. Muitas integrações em todo o mundo têmprogramas ativos para motivar e recompensar os melhores produtores e eliminarmás práticas de manejo e maus gerentes. A implantação adequada de sistemas deHACCP e rastreabilidade, ambos componentes da legislação da UE para a cadeiade alimentos, pode trazer benefícios em termos de maior eficiência, economia e20


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasileficácia, decorrentes da necessidade de envolver, motivar e treinar funcionários emtodos os níveis, elevando a qualidade da produção e do desempenho nas granjas.Foco em saúde intestinal e alternativas aos APCs (AAPCs)Além de mascarar más práticas de higiene e manejo nas granjas, os APCsproduzem efeitos já bem conhecidos:1. Reduzem a população microbiana intestinal.2. Reduzem a incidência de problemas entéricos.3. Reduzem a espessura da parede intestinal.4. Poupam energia, especialmente a fração desviada para imunidade intestinal.5. Melhoram a eficiência alimentar e o ganho de peso.6. Favorecem a resistência aos antibióticos (Fig. 1 e 2).Pesquisadores e produtores comerciais sabem que a substituição dos APCspode exigir uma abordagem multidisciplinar e/ou soluções customizadas para cadagranja. Entretanto, já existe um corpo de evidências de dados publicados eexperiências de campo que ajudam a identificar algumas alternativas práticas.Mudança das formulações de menor custo para rações com boarelação custo-benefícioA era dos APCs na ração permitiu que se adotassem as formulações demenor custo, usando os ingredientes mais baratos que atendessem àsnecessidades nutricionais. Os nutricionistas europeus, motivados também pelobanimento de proteínas de origem animal, passaram a utilizar ingredientes maisdigestíveis e de melhor qualidade na dieta de leitões, tais como novas proteínasvegetais. Surpreendentemente, estas formulações altamente digestíveis podemacabar tendo um custo menor, uma vez que o custo adicional dos ingredientes écompensado pela redução da inclusão de antibióticos terapêuticos para o controleda diarréia. Este é um exemplo em que uma mudança forçada de uma tradiçãoestabelecida (formulação de menor custo) traz benefícios inesperados. Passamosdécadas iludidos pela idéia de que a ração representava 60-80% dos custos deprodução, o que criou uma obsessão com o custo das formulações. O banimentodos APCs das rações é uma oportunidade de abandonar as formulações de menorcusto e buscar formulações de máxima eficiência, que certamente serão maisrentáveis para a produção integrada de animais.A Tabela 3 mostra um exemplo prático de rações de leitões desmamadosusadas em uma granja comercial na Espanha em maio de 2007. Os aminoácidos,antioxidantes, aglutinantes e ácidos orgânicos somam 10-20 kg/tonelada de ração eambas as rações contêm óxido de zinco para fornecer 3.000 ppm de zinco e 300ppm de amoxicilina. Na verdade, a maior parte das rações de leitões na EU contêmantibióticos prescritos pelo veterinário para o controle da diarréia pós-desmame e asdoenças respiratórias. Atualmente, as rações medicadas são fornecidas até os 40 kgde peso vivo. A seguir discutiremos o nível atual de uso de antibióticos terapêuticos21


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilna UE, mas antes vamos examinar os ingredientes funcionais e AAPCs usados nasrações na UE.Tabela 3. Rótulos de rações comerciais para leitões na Espanha, Maio de 2007.Análise (%) Pré-inicial InicialProteina bruta 21,55 17,69Fibra bruta 6,15 3,29Gordura 2,06 6,48Cinzas 6,6 4,76Lisina 1,86 1,36Ingredientes (%) Pré-inicial InicialTrigo 27,6 25Milho 15 29,5Aveia com casca 15 -Cevada - 13Proteína de soro de leite 10 -Farelo de soja 8,9 19,6Soro de leite ácido 7 -Óleo vegetal - 4,3Flocos de soja extrusada e tostada 2,22 -Produtos/subprodutos de levedura de cerveja 2,1 -Sepiolita - 2Lisina líquida - 0,9Proteína de batata 1,8 0,36Glúten de trigo 1,74 0,3Soro de leite 1,4 -Concentrado de proteína de soja 1,32 0,3Fosfato bicálcico 1,3 1,2Óleo de soja 1 -Soja em grão - 0,5Carbonato de calico 0,5 0,5Sal 0,2 0,2Total 97,08 98,54Aditivos Concentração ConcentraçãoVitamina A 10.000 IU/kg 8.250 IU/kgVitamina D 3 2.000 IU/kg 1.218 IU/kgVitamina E 50 mg/kg ração 30 mg/kg raçãoCobre (sulfato) 160 ppm 160 ppm22


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilContinuação...Análise (%) Pré-inicial InicialEnzimas: amilase, glucanase, xilanase 170 ppm 170 ppmFitase 750 FYT/kg 750 FYT/kgProbiótico bacilar 1,5 x 10 6 UFC/g -DL-metionina + +L-lisina + +Treonina + +Triptofano + -Etoxiquin + +Ácido cítrico + +Propil galato + +Ácido fosfórico + -Ácido láctico + -Formato de amônio + -Derivados de ácidos graxos + -Sílica colloidal + -Produtos veterinários3.000 ppm Zn, 300 ppm amoxicilinaOs ingredientes funcionais e AAPCs incluídos nas dietas com maiorfreqüência estão indicados na Tabela 3 em negrito e estão incluídos na revisãoapresentada a seguir, listada em ordem cronológica aproximada de sua adoção nasformulações na UE:Breve revisão de ingredientes funcionais e AAPCs na UEProbióticos e leveduras vivas (DFMs – produtos microbianos defornecimento direto)As rações descritas na Tabela 3 contêm um probiótico bacilar, altamenteresistente à peletização e às condições de armazenagem. Na UE, as bactérias vivassão mais amplamente fornecidas a matrizes e leitões, mas várias cepas sãoaprovadas para uso em frangos de corte, com bons resultados de campo. Osresultados com os probióticos são especialmente bons quando há desequilíbrio daflora intestinal, uma situação comum em condições comerciais e difícil de serreproduzida experimentalmente. Os probióticos são especialmente úteis parafavorecer o estabelecimento da flora normal, para uso depois de terapia comantibióticos e em rações de retirada. Na UE, os principais obstáculos regulatórios aouso de probióticos bacterianos estão relacionados à possível produção deantibióticos e toxinas ou à transferência de resistência aos antibióticos.Na UE existem 4 probióticos bacilares aprovados como aditivos zootécnicosde ração. Em condições experimentais, observa-se melhora de 3% em eficiência23


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilalimentar e ganho de peso em frangos de corte. A experiência de campo com osprobióticos também indica outros benefícios em galinhas, inclusive redução deincidência de diarréia, morbidade e mortalidade e até mesmo controle de doençasrespiratórias (provavelmente devido aos efeitos ambientais positivos do probióticosobre a excreção fecal de E. coli). Devido ao seu papel na supressão de patógenosentéricos, inclusive Clostridium perfringens, os probióticos bacilares também podemreduzir a incidência e a gravidade da enterite necrótica (EN) em condições decampo.Além dos 4 probióticos bacilares mencionados acima, existem 7 levedurasvivas aprovadas na UE, populares em ruminantes e eqüinos e outros 16 probióticosbacterianos vivos baseados principalmente em Enterococcus e/ou Lactobacillus spp.Futuras tendências no uso de probióticos em aves incluem aplicação estratégica naágua de bebida, especialmente no caso de cepas que não resistem às altastemperaturas de processamento das rações e o desenvolvimento de produtos commúltiplas cepas. No futuro, produtos com múltiplas cepas provavelmente substituirãoos produtos de exclusão competitiva (EC) em aves na UE, devido às grandesdificuldades de obtenção de aprovação para os produtos de EC, atualmente malcaracterizados.Enzimas na raçãoPolissacaridases e fitases são comumente adicionadas a rações de suínos eaves na UE, refletindo a ampla gama de grãos usados nas dietas européias.Atualmente, existem 60 produtos à base de enzimas aprovados na UE. Em ensaiosconduzidos na UE, a enzima polissacaridase usada na dieta de leitões descrita naTabela 3 melhorou a CA em ∼1%, o consumo de ração em ∼2% e o ganho de pesocorporal em ∼3-4%.De uma forma geral, não se devem comparar ensaios de P&D conduzidos naEU e na América Latina (por exemplo), uma vez que existem enormes diferenças emcondições experimentais (como higiene, manejo, estresse calórico, taxas de lotação,populações, condições de bem estar animal...). De qualquer forma, uma melhora de2-3% nas condições quase perfeitas na UE é um resultado excelente em frangos decorte.Em países escandinavos, o uso de grãos integrais em dietas de frangos decorte é popular, suportado por enzimas adequadas adicionadas à ração. O custo dosgrãos é inferior ao de pellets e ajudam a estimular a ação da moela. As enzimasajudam a neutralizar a variação de qualidade entre os lotes de matérias primas eexistem evidências crescentes de importantes interações entre enzimas, boloalimentar e flora entérica. Parece que as enzimas contribuem de forma positiva paraa saúde intestinal ao otimizar a digestão e reduzir as oportunidades parafermentação microbiana indesejável e descontrolada de nutrientes não digeridos daração (Bedford 2005).As fitases são usadas tanto em rações de suínos quanto de aves porquestões ambientais, mas também para melhorar a digestão do fósforo e aresistência óssea.24


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilO desenvolvimento da indústria de biocombustíveis irá inevitavelmente gerarmaior volume de diversos subprodutos que serão destinados à alimentação animal.Novos produtos enzimáticos serão necessários para ajudar os animais a extrairnutrientes de maneira eficiente destes resíduos.Ácidos orgânicos e produtos relacionados à higiene de raçõesOs ácidos e sais orgânicos são populares e com uso bem documentado naprodução de suínos, mas existem poucos dados em relação à sua aplicação emavicultura. Na UE, o principal uso “legal” de ácidos orgânicos e produtos químicoscomo o formaldeído é a desinfecção e conservação de rações. As rações na Tabela3, por exemplo, contêm ácido cítrico, fosfórico, láctico e formato de amônio, todoslegalmente aprovados na UE para uso como produtos de higiene de rações(conservantes).O formato de potássio e o ácido benzóico são dois produtos pioneirosaprovados na UE como aditivos zootécnicos (promotores de desempenho) emsuínos, em dosagens de 5 a 18 kg/tonelada de ração.Infelizmente, os ácidos orgânicos e produtos relacionados apresentamproblemas em relação à manipulação na fábrica de ração, especialmente em formasnão protegidas, causando desconforto aos operadores e corrosão de equipamentos.A segurança em espécies-alvo também é problema, uma vez que taxas efetivas deaplicação se aproximam dos níveis que causam efeitos adversos.A EFSA (Autoridade Européia de Segurança de Alimentos), reviurecentemente uma solicitação de aprovação de formaldeído para a higiene derações de aves, chamando a atenção para a baixa margem de segurança de ∼1,5vezes a dose recomendada. A Comissão da UE adiou a aprovação do formaldeído eexigiu avaliações complementares da segurança dos operadores.O mercado da UE está saturado de produtos para a higiene de raçõesbaseados em misturas de ácidos e a dose recomendada é determinada muito maispelo custo que pela eficácia. Quando estes produtos forem revistos pelasautoridades regulatórias da UE nos próximos anos, provavelmente haverá reduçãodo número de aprovações, com recomendação de dosagens mais elevadas eapresentações protegidas.Minerais orgânicosAs rações de leitões da Tabela 3 contêm altas concentrações de cobre (Cu) ezinco (Zn), muito acima dos níveis necessários para atender as necessidadesnutricionais, pois ambos são úteis para o controle da diarréia pós-desmame dosleitões. O cobre pode ser usado em níveis de até 170 ppm e o Zn a 150 ppm comoaditivos de ração para leitões desmamados. O uso de 3.000 ppm de Zn exigeprescrição veterinária e será discutido a seguir.Excelentes resultados de desempenho podem ser obtidos em leitõesdesmamados com minerais orgânicos de qualidade, tais como quelatos de cobre(Cu), manganês (Mn), zinco (Zn) e ferro (Fe), mais selênio orgânico (Se) de uma25


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasillevedura enriquecida aprovada. No momento da preparação deste texto, haviasomente 2 produtos de selênio orgânico de levedura aprovados na UE, além de umasérie de quelatos metálicos aprovados ou em avaliação. O uso de quelatosverdadeiros de boa qualidade de Cu, Mn, Zn e Fe pode ajudar a reduzir o uso derações medicadas ao desmame, uma vez que a maior biodisponibilidade contribuipara a saúde e vitalidade dos leitões. Além disso, Cu e Zn quelatados podem sermais eficazes no controle dos patógenos entéricos que as formas inorgânicas,embora pesquisas complementares sejam necessárias para comprovar este efeito.Existem bons dados publicados sobre a importância de minerais orgânicospara o desenvolvimento ósseo de aves, especialmente perus, em que a maiorresistência óssea reduz os índices de refugagem e condenação de carcaças.O Se orgânico de levedura é provavelmente o exemplo mais bemdocumentado das vantagens de substituir as fontes inorgânicas de nutrientes pororgânicas, com bons dados publicados em uma série de espécies de animais deprodução, indicando melhora do desempenho, melhor qualidade de produto eredução da morbidade e mortalidade.Não causa surpresa observar que os nutrientes orgânicos são melhores paraos animais que os inorgânicos, uma vez que o sistema digestivo dos animais evoluiupara melhor utilizá-los. O potencial genético dos animais de produção supera osníveis ingeridos com as recomendações oficiais de vitaminas e minerais. Asubstituição de minerais inorgânicos por minerais orgânicos permite obter melhordesempenho em dosagens mais baixas e menor poluição ambiental.Outra vantagem dos minerais orgânicos é que os sistemas de controle dequalidade tendem a ser mais rigorosos que para as fontes genéricas de inorgânicos,permitindo que substâncias indesejáveis como dioxinas sejam detectadasprecocemente na distribuição através da cadeia de alimentos e que açõespreventivas sejam tomadas.Ingedientes funcionais de raçãoProteínas e ácidos nucléicos de alta qualidadeA proteína de batata e os novos concentrados de proteína de soja, listados naTabela 3, podem contribuir significativamente para a qualidade, digestibilidade epalatabilidade das rações. Uma marca dinamarquesa de proteína de soja, tratadacom enzimas e não com calor e álcool, é um produto que também contribui comfibras altamente digestíveis, atuando como um prebiótico e estimulando odesenvolvimento do intestino grosso dos monogástricos. Níveis de até 15% de talproteína de valor agregado podem ser usados com segurança na ração pré-inicial einicial de leitões, reduzindo significativamente a necessidade de incluir antibióticosna ração.Os 21 kg (2,1%) de “produtos/subprodutos de “levedura de cerveja” listadosna Tabela 3 podem incluir proteínas e ácidos nucléicos de alta qualidade derivadasde levedura e derivados da parede celular de leveduras tais como osmananoligossacarídeos (MOS) e outros β-glucanos, discutidos a seguir. As26


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilproteínas e ácidos nucléicos de leveduras contribuem também para a palatabilidade,qualidade e digestibilidade da dieta, com resultados promissores de campo emtermos de viabilidade e vigor de animais jovens.Mananoligossacarídeos derivados da parede celular de leveduras (MOS)MOS são derivados da parede celular externa de cepas específicas deSaccharomyces cerevisiae e acredita-se que atuem seqüestrando os patógenosentéricos como moscas em uma tira colante, eliminando-os do ambiente intestinal.MOS também estimulam a imunidade intestinal, provavelmente através daapresentação dos patógenos ao GALT (Tecido Linfóide Associado ao Intestino)através das células M nas placas de Peyer. O problema com muitos ingredientesfuncionais de ração tais como MOS é a falta de dados científicos para dar suporte econfiança ao usuário, principalmente em relação à qualidade, consistência e eficáciados produtos. Um dos motivos para esta falta de informação é a classificação legalde tais produtos na UE, considerados ingredientes de ração, para os quais não énecessária aprovação nem revisão independente pela EFSA. Produtos à base deMOS dispõem de ampla documentação em todas as principais espécies de animaisde produção. A Tabela 4 ilustra os dados obtidos na produção de frangos de corte.Tabela 4. MOS em frangos de corte, 29 ensaios com controle negativo, 21 ensaios com controle deAPC (Hooge, 2004a).MOS vs. ControlenegativoSignificância 2MOS vs. Controlede APCPeso corporal +1,61% P = 0,02 -0,36% NSRacão/ganho -1,99% P = 0,02 -0,11% NSSignificânciaMortalidade -21,4% P = 0,02 -18,10% P = 0,008Significância declarada a P


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilÓleos botânicos essenciais, fitonutrientes, temperosEste mercado é tão confuso na UE quanto em outros países, com centenasde misturas que afirmam ser substitutas dos APCs. Apesar de seremcomercializados como alternativas naturais, muitos dos componentes são moléculasantigas, usadas com desinfetantes e antissépticos antes da era dos antibióticos.Como tais moléculas têm menor margem de segurança que os antibióticos,acabaram sendo por eles substituídas em medicina e veterinária. Outros problemassão manuseio e questões de segurança na fábrica de ração, além de dúvidas quantoà eficácia e segurança em animais-alvo. Da mesma forma que com os ácidosorgânicos e produtos químicos, alguns óleos essenciais têm alta volatilidade se nãoforem protegidos, além de poderem comprometer a estabilidade das rações finaisquando muito concentrados.Entretanto, existe um futuro brilhante na UE para aditivos de ração inovadorese alta qualidade, baseados em ingredientes naturais, especialmente os queobtiverem aprovação zootécnica quando a UE iniciar a revisão do atual registro dosaditivos de ração. Estes agentes ativos têm longa história de exposição e segurançaem humanos e uso na cadeia de alimentos e não existe conflito com atuais ativosantibióticos necessários para medicamentos humanos. Um recente levantamento de94 fabricantes de ração em 13 países (7 na UE, 6 fora da UE) concluiu que o uso deextratos vegetais e óleos essenciais passou de 55% em 2005 para 70% em raçõespara frangos de corte e para 80% em rações para suínos. Fora da UE, os númerossão 61% em aves e 24% em suínos (Feedinfo, 2008). Finalmente, os produtos maisinovadores serão apresentados em sistemas avançados de revestimento de altatecnologia, discutidos a seguir.Sistemas avançados de revestimentoEsta breve revisão dos produtos alternativos aos APCs sugere que existemmuitos candidatos sendo oferecidos. Na prática, diferentes combinações de produtose sistema avançados de revestimento ou liberação para produtos inovadoresprovavelmente resultarão em economia e eficácia em aplicações comerciais,principalmente ao evitar perdas durante o processamento e armazenamento dasrações. No caso de produtos para a higiene de rações e aditivos baseados em óleosessenciais, ervas e temperos, os sistemas avançados de revestimento tambémajudarão a proteger os operadores que manuseiam estes produtos em fábricas deração e serão mais eficazes, pois haverá liberação da dose exata no segmentointestinal desejado.Uso de antimicrobianos em animais de produção na UE,1980 a 2006Os dados do DANMAP de 2006 (Fig. 3) demonstram uma redução geral douso de antimicrobianos em animais de produção na Dinamarca, porém aumento douso de antibióticos terapêuticos. Na Dinamarca, praticamente todas as leitegadasdesmamadas recebem a prescrição de Zn a 3.000 ppm. Desde a proibição dosAPCs em 2006, a experiência dinamarquesa provavelmente foi refletida nos demais28


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilpaíses da UE, embora seja difícil encontrar dados confiáveis e precisos para cadapaís-membro da UE. Dados da Holanda e Suécia parecem espelhar o ocorrido naDinamarca (Fig. 4 e 5), mas é importante considerar os números de animais. Entre1990 e 2006, a Dinamarca reduziu o uso de antimicrobianos em 8%, mas houve umcrescimento de 14% na produção animal. Na Suécia, por outro lado, houve umaredução espetacular no uso de antimicrobianos a partir de 1984, porém comreduções paralelas no número de suínos e gado de leite. O uso de coccidiostáticosem frangos de corte cresceu 46% na Suécia a partir de 2002, embora o número deaves abatidas tenha permanecido estável. Os dados da Holanda sugerem umasimples substituição dos APCCs (antibióticos promotores de crescimento ecoccidiostáticos) por antibióticos terapêuticos, resultando em modesta redução de3% no uso total de antimicrobianos em animais de produção, com aumento de 7%em vitelos, carne suína e avicultura. A França (AFSSA 2005) acompanha o uso deantibióticos desde 1999 e relata vendas de 1.320 toneladas de ativos em 2005, 3,7%a mais que em 2004. 82% das vendas de antibióticos na França consistem detetraciclinas, sulfonamidas, beta-lactâmicos e macrolídeos e este padrão ésemelhante ao observado em outros países da UE com volumes expressivos deprodução animal. 1.230 toneladas de antibióticos terapêuticos na France (93% dasvendas de 2005) são administradas para animais de produção, sendo a maior parteatravés da ração ou água de bebida.Na UE, o Zn não é permitido em níveis superiores a 150 ppm como aditivo deração, necessitando de prescrição veterinária quando incluído em rações a 3.000ppm. Entretanto, tal nível de zinco em rações de leitões será provavelmentereduzido pela UE principalmente por razões ambientais e já foi notificado em váriasocasiões pelo RASFF (Sistema de Alerta Rápido para Alimentos e Rações), a redeeletrônica dos países-membros, EFSA e da Comissão da UE. O papel do RASFF époliciar a cadeia de alimentos na UE, detectar, relatar e recolher alimentos que nãoestejam em conformidade com a legislação e representam risco para a saúde animalou humana.Conclusões: Pontos de reflexãoAs preocupações de pesquisadores, autoridades e consumidores quanto àresistência aos antibióticos motivaram o banimento dos APCs na UE, uma proibiçãoque acompanha um movimento global para a redução do uso de antibióticos emtodas as esferas das ciências da vida. As implicações para as técnicas de produçãoanimal são provavelmente substanciais, mas por outro lado estimulam odesenvolvimento de produtos e estratégias alternativas e inovadores, que serãoaceitáveis para todas as partes envolvidas. Os produtos alternativos (AAPCs)enfrentam dificuldades, mas certamente terão um futuro promissor, à medida forcomprovado seu desempenho em animais e aceitabilidade para operadores,consumidores e meio ambiente. Em termos de evolução, claramente os AAPCsainda estão nos primórdios de sua história.A experiência da UE até o momento é que o efeito imediato do banimento dosAPCs resulta em aumento da prescrição de antibióticos terapêuticos e,surpreendentemente, antigas soluções tais como altos níveis de Zn. Entretanto, apressão implacável sobre o uso de antibióticos em todos os aspectos da saúde29


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilhumana e animal provavelmente direcionará as inovações futuras para as soluçõesnão antimicrobianas para as doenças e os problemas de manejo. Acredito queestamos prestes a vivenciar uma mudança de paradigma em produção animal naUE, com implicações globais para a saúde, manejo e nutrição animal. Os produtoreseuropeus estão sendo forçados a encontrar mercados de nicho de alto valoragregado para poderem sobreviver no complexo ambiente legal da UE,considerando todos os aspectos de saúde, produção e bem estar animal. Como aUE é o mercado de alimentos de mais alto valor do mundo, os países que desejaremexportar serão obrigados a adotar suas normas e padrões.cepas resistentes (%)100908070605040AvilamicinaFrangos de CorteSuínosHumanos30201001994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006Fig. 1. Resistência de cepas de Enterococcus faecium obtidas de frangos de corte, suínos e humanosà avilamicina (1994-2006). O uso de avilamicina (barras cor de laranja) atingiu o pico em 1996na Dinamarca (3.000 kg de princípio ativo) (DANMAP 2006).30


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilcepas resistentes (%)908070TetraciclinaSuínosCarne SuínaHumanos60504030201001996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006Fig. 2. Resistência do Enterococcus faecium isolado de suínos, carne suína e humanos à tetraciclinana Dinamarca. Entre 2000 e 2006, o uso anual de tetraciclina (barras cor de laranja) em suínosfoi de 25.000 a 30.000 kg de ativo (DANMAP 2006).250200APCCsTerapêuticosTotal1501005001990 1992 1994 1996 1998 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006Obs.: Entre 1990 e 2006, o número de animais de produção cresceu 8% na Dinamarca, enquanto o uso total de antibióticosveterinários foi reduzido em 14%.Fig. 3. Consumo de antimicrobianos em animais de produção na Dinamarca (toneladas de princípiosativos) no período 1990-2006 (DANMAP 2006).31


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil450004000035000APCsCoccidiostáticosTerapêuticosTotal3000025000200001500010000500001984 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006Obs.: Desde 1984, o uso de antimicrobianos em animais de produção caiu 64% na Suécia, de 42 toneladas para 15 toneladasde princípios ativos. O nº de suínos abatidos, no entanto, caiu 22% desde 1997. O número de vacas leiteiras foireduzido em 8% a partir de 2002, enquanto o nº de frangos de corte produzidos se manteve estável. A partir de 2002, ouso de coccidiostáticos em frangos de corte cresceu 46%.Fig. 4. Uso de antimicrobianos em ração e água fornecidos a animais de produção na Suécia (kg deprincípios ativos) no período de 1984-2006 (SVARM 2006).6000005000004000003000001997199819992000200120022003200420052000001000000APCCs Terapêuticos Total Nº de animais (x 10.000)Obs.: Os dados referentes o uso APCC (antibióticos promotores de crescimento + coccidiostáticos) entre 1998 e 2004 sãodesconhecidos, mas em declínio. O uso de antibióticos veterinários cresceu 56% desde 1998, enquanto o número deanimais (vitelos, suínos e aves) cresceu quase 7% neste mesmo período.Fig. 5. Consumo de antimicrobianos (kg de princípio ativo) em animais de produção na Holanda noperíodo 1998-2005 (MARAN 2005).32


Sobre a Autora<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilA Dra. Elinor McCartney nasceu em Edinburgh, Escócia e se formou ColégioReal de Medicina Veterinária (Dick), onde também obteve seu Ph.D. em doençasentéricas de leitões, especialmente ileíte. Ela também obteve o MBA (com distinção)da Open Universidade e lecionou Finanças e Marketing pela Faculdade deAdministração da mesma Open Universidade em vários países da Europa. A Dra.Elinor trabalhou em clínica veterinária e na indústria farmacêutica veterinária para aGlaxo Saúde Animal, onde atuou em suporte técnico internacional para a linha devacinas Glaxo para avicultura. Vive em Barcelona, Espanha, desde 1989, onde em10 anos assumiu várias posições técnicas e comerciais relacionadas aofornecimento de aditivos e ingredientes especiais para a indústria de rações animais.Em 2000, Elinor criou a Pen & Tec Consulting, dedicada à legislação da UniãoEuropéia referente à cadeia de rações/alimentos, ajudando empresas exportadorasa compreender as regulamentações da UE e fornecendo consultoria para aaprovação de aditivos de ração na UE.33


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilFUTURO DOS GRÃOS X BIOCOMBUSTÍVELAntônio Mário Penz Junior¹ e Mario Gianfelici²¹Professor Titular do Departamento de Zootecnia, da UFRGS eDiretor Técnico da Nutron Alimentos Ltda²Mestrando do Curso de Pós Graduação em Produção Animaldo Departamento de Zootecnia da UFRGS1 IntroduçãoNos primórdios das civilizações, a base da alimentação humana foi a proteínade origem animal. Entretanto, os homens para se alimentar, constantementeprecisavam migrar em busca de suas presas, os animais. Com o desenvolvimentodestas civilizações, houve a necessidade dos homens permanecer em locais fixos,constituindo os modelos de cidade que até hoje persistem. Com isto, foi fundamentala mudança nos hábitos alimentares das populações, que passaram a buscar naalimentação com vegetais suas alternativas de consumo de alimentos. Istoproporcionou o desenvolvimento de várias culturas, que terminaram tornando-seindispensáveis para a sobrevivência da humanidade. Entre tantas podem ser citadasas culturas do milho, do arroz, do trigo, mais tarde da soja e de outras oleaginosas.Até muito pouco tempo atrás, tendo em vista a importância dos grãos farináceos ouprotéicos na alimentação humana, se discutia a viabilidade do desenvolvimento dasproduções de animais monogástricos. Eles, pouco eficientes na transformação defibras em energia, dependem dos mesmos grãos usados pelos homens, sendo seusgrandes competidores. Já os ruminantes eram exaltados como uma solução corretade produção animal pois são eficientes transformadores de alimentos vegetais, nãopreferencialmente empregados pelos homens. A literatura discutiu este tema daeficiência da produção de alimentos e a priorização de seu uso sob diferentesmaneiras, filosófica, social, nutricional, etc, sempre colocando o animal como umcompetidor do homem por alimentos, o que não deixa de ser verdade. Paíseschegaram a proibir o uso de alimentos preferenciais nas dietas humanas naalimentação dos animais. Aqui pode ser exemplificado o México, com o milho, e oBrasil, com o trigo.Neste mesmo processo de desenvolvimento da humanidade, também foramdescobertas fontes fósseis de energia (petróleo e carvão). Estas descobertas foramimportantes para garantir a energia indispensável para as casas, as cidades e asindústrias. A primeira dificuldade foi de que estas fontes energéticas não estavam enão estão distribuídas uniformemente em todos os países. Isto sempre causou umproblema de distribuição mundial e favoreceu certos países, política eeconomicamente. As crises de abastecimento destas fontes energéticas,intencionais ou não, têm promovido aumentos de preço inesperados e complicado odesenvolvimento dos países, inclusive comprometendo a manutenção da qualidadede vida de seus cidadãos.Estas condições têm forcado à busca de alternativas energéticas que possamminimizar estas complexas relações entre o abastecimento e o consumo. Entretantas, podem ser citadas a energia hidráulica, a eólica, a nuclear e, maisrecentemente, a energia produzida a partir da cana de açúcar, do milho, da34


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilmandioca, dos cereais de inverno, resultando no etanol, ou a energia produzida apartir de oleaginosas como, preferencialmente, a soja, resultando no biodiesel.Esta mudança na dimensão dos programas energéticos traz uma novadiscussão. Agora não são somente os animais que competem com os homens pelosalimentos. A sociedade, para manter suas condições de vida e de desenvolvimento,necessitam desta energia, aumentando o seu preço e comprometendo o seufornecimento como alimentos para certas populações.Este será o tema deste texto, que tem por objetivo estabelecer as relações deconcorrência pelas fontes de energia disponíveis e as possíveis alternativas queserão empregadas na alimentação dos animais.2 Disponibilidade de grão no mundoNo presente momento, o estoque mundial de grãos atingiu o menor nível, nosúltimos 30 anos. Como pode ser visto no Gráfico 1, crise similar ocorreu na décadade oitenta e agora se repete e persiste nestes últimos anos. É importante lembrarque na crise dos anos oitenta, exceto a cana de açúcar, que já vinha sendo usadapara a produção de etanol, outras culturas não eram empregadas industrialmentepara este fim. Ou seja, naquela época ainda não havia a concorrência pelos grãos,empregados na alimentação, para a produção de etanol. O panorama da crise eraoutro. Naquela época era a crise da produção e hoje os estoques estão baixandopelo aumento do consumo dos grãos como alimento e o aumento do uso deles parafins não alimentícios (USDA, 2008). Para confirmar esta afirmação, na China nosúltimos 10 anos a produção de grãos aumentou em aproximadamente 9% e oconsumo aumentou aproximadamente 30% (USDA, 2008). Esta situação poderia serminimizada se a produção mundial de grãos aumentasse, pelo aumento da áreaproduzida ou pela produtividade alcançada. Entretanto, as estatísticas mostram quenos últimos 20 anos isto não tem acontecido (USDA, 2007b). Os EUA têm mantidouma produção maior do que o consumo mas isto, por exemplo, não tem ocorrido naChina (USDA, 2007b).Gráfico 1. Estoque mundial de grãos.Stock finalMilhões Ton3002802602402202001801601401201001978/791979/801980/81USDA, Circular Series FG 01-08, Janeiro 2008.1981/821982/831983/841984/851985/861986/871987/881988/891989/901990/911991/921992/931993/9435Ano1994/951995/961996/971997/981998/991999/002000/012001/022002/032003/042004/052005/062006/072007/08Stock final


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilOutro aspecto que deve ser considerado é que deste estoque mundial degrãos, mais da metade é de milho e encontra-se nos EUA e na China (USDA,2007a). Esta informação não só estabelece o risco de que os estoques continuembaixando mas, mais do que isto, que também não há uma distribuição lógica destesgrãos no mundo, situação similar àquela das fontes fósseis de energia e quetambém terá todos os problemas de logística de distribuição (USDA, 2007b).Assim, neste momento é importante dizer que a redução de estoque é gravemas, associada a complexidade de distribuição, torna o cenário mais complexo parapaíses distantes das fontes de produção. No futuro, em alguns países poderáocorrer a falta eventual de abastecimento do produto, por dificuldade de transporte.3 O uso do milho para a produção de etanolO milho tem sido empregado em alguns países, em especial nos EUA, para aprodução de etanol. Entretanto, entre todas as alternativas disponíveis, a cana deaçúcar é pelo menos duas vezes mais eficiente na produção de etanol (litros/ha), doque o milho (IEA. 2005). O que leva os EUA empregar o milho como insumo para aprodução de etanol é a não disponibilidade em volumes significativos de outrasfontes importantes para a produção de etanol, como a cana de açúcar e a beterraba.Este tema sempre será tratado de forma controversa pois os EUA dispõem de milhomas a humanidade, em outras condições, carece da sua disponibilidade. Na Tabela1 pode ser visto como a produção e o consumo do milho têm se comportado nomundo e nos EUA (USDA, 2008a). Nestes últimos anos, nos EUA a produção demilho aumentou 30,5% e o consumo aumentou 22,9%, o que possibilitou umaumento real de estoque do cereal (66,6%). Já no resto do mundo, a produçãoaumentou 17,2% e o consumo aumentou 15,8%. Como o estoque já estava baixo,este pequeno aumento da produção não permitiu que os países terminassem comuma relação entre consumo e estoque positiva (-7,9%). Evidentemente, que oestoque final de milho em 2007 não foi de somente 2.887 milhões de toneladasporque estoques residuais, de ano para ano, foram sendo considerados. De acordocom o USDA (2008a), o ano de 2007 terminou com um estoque mundial de milho naordem de 109.060 milhões de toneladas, sendo que 42% deste total estava nosEUA. Países como China, Brasil e México tiveram seus estoques de milho reduzidosnestes últimos anos. Como a China e o Brasil não produzem etanol a partir do milho,as reduções de estoque podem ser explicadas pelo aumento do consumo humano(China) e pelo aumento do consumo pelos animais e pelas exportações (Brasil),tendo em vista que estes dois países não tiveram perda de produção nos últimosanos. Ao contrário, suas produções aumentaram.36


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 1. Produção, consumo e estoque de milho no mundo e no EUA (milhões de toneladas).Produção2003/2004 2007/2008 Diferença (%)EUA 256.278 334.476 30,5Outros 370.967 434.837 17,2Total 627.245 769.313 22,4ConsumoEUA 211.644 260.108 22,9Outros 437.237 506.318 15,8Total 648.881 766.426 18,1EstoqueEUA 44.634 74.368 66,6Outros - 66.270 - 71.481 - 7,9Total - 21.636 2.887Adaptado de USDA, Circular Series FG 01-08, Janeiro 2008.Entre 2000 e 2006 a produção mundial de etanol teve um aumento deaproximadamente 75%. Isto ocorreu pela produção americana, que mais quedobrou, e a brasileira, que teve um aumento de aproximadamente 70% (Tabela 2).No ano de 2007 estes números continuaram a aumentar. Claro que este aumento daprodução de etanol americana forçou a redução de abastecimento de milho para omundo e também um aumento de preço deste insumo (FAO, 2007). Entretanto, asinformações provenientes do USDA (2008c) sugerem que esta redução nãocontinuará ocorrendo, permanecendo as exportações estáveis nos próximos anosem decorrência do aumento de produção de milho previsto para o mesmo período.Este aumento de produção ocorrerá pelo aumento da área de plantio, em detrimentoda área de plantio da soja (USDA, 2008c).Tabela 2. Produção mundial de etanol (bilhões de litros).AnoPaís 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006EUA 7,6 8,1 9,6 12,1 14,3 16,2 19,8Brasil 10,6 11,5 12,6 14,7 14,7 16,1 17,8Mundo 29,4 31,3 34,1 39,0 40,7 44,3 51,3Adaptado de FAO, Review of the current state of bioenergy development in G8 + 5 countries. 2007.No Gráfico 2, confirmando os dados da Tabela 2, é possível verificar oaumento da produção de etanol ocorrida nos EUA nos últimos 25 anos, com umaprojeção interessante para o aumento de produção até 2010/2011 (USDA, 2008b).Entretanto, este fenômeno de aumento da produção de etanol nos EUA ocorreu nos37


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilúltimos anos, coincidindo com a administração Bush (2000/2008). Para que estaprodução de etanol atinja os aproximadamente 11 bilhões de galões em 2010/2011,em torno de 30% da produção total de milho daquele país deverá ficarcomprometida para este fim (USDA, 2008b). Estas estimativas são bastanteconsistentes, inclusive consideradas por alguns como conservadoras, pois emmeados de 2007 existiam, nos EUA, 128 unidades de produção de etanol e outras85 unidades estavam em construção (USDA, 2007c). Este aumento do parqueindustrial forçará um aumento de demanda do milho para fins de produção de etanol.Gráfico 2. Produção de biocombustíveis nos EUA.http://www.fas.usda.gov/cmp/biofuels/032207Chiapasrev.pdf - 2008. US Biofuel Developments. Fevereiro.Com todas estas alterações no mercado de grãos e de oleaginosas, que têmseus preços internacionais aumentados, o mesmo não tem acontecido com omercado da carne. A demanda tem aumentado mas os preços de venda não têmavançado na mesma proporção dos preços dos insumos. Neste caso, os paísesprodutores e exportadores deverão continuar aumentando a eficiência de produção,para compensar esta não concordância entre os preços dos insumos e preço doproduto final.4 O uso da soja para a produção de biodieselCom o aumento da demanda de milho para a produção de etanol, nos EUA, acultura mais prejudicada foi a da soja. No ano de 2006 a produção desta oleaginosafoi de 87 milhões de toneladas e este valor, em um ano (2007) caiu para 70 milhõesde toneladas, ou seja, uma redução de aproximadamente 20%. Neste mesmoperíodo, Brasil, Argentina, Paraguai, China e Índia aumentaram suas produções desoja. Entretanto, este aumento não foi suficiente para compensar a diminuiçãoamericana. Entre 2006 e 2007 a produção mundial caiu de 235 para 220 milhões de38


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasiltoneladas (redução de 6%). Isto confirma que outros países também diminuíramsuas produções de soja, buscando uma maior produção de milho (USDA, 2008d).Quando se trata de consumo dce grãos e oleaginosas, o fenômeno Chinasempre deve ser considerado. Como foi comentado anteriormente, na China aprodução de soja tem aumentado nos últimos anos. Entretanto, no período de 2003a 2007 a importação desta oleaginosa aumentou em aproximadamente 212%, sendoresponsável por 80% do incremento das importações mundiais (USDA, 2008d).A produção mundial de farelo de soja, no ano de 2007 foi deaproximadamente 162 milhões, e em 2003 de aproximadamente 129 milhões. Esteaumento na produção de aproximadamente 26% demonstra um aumento noconsumo do óleo, para a alimentação humana e animal, e no consumo do farelopara a produção animal tecnificada. Neste período, outra vez a China liderou aalteração do cenário internacional, onde foi responsável pelo aumento do consumode farelo em 34%. Este valor não coincidiu com aquele da importação do grão, quefoi maior (80%), porque os chineses preferem importar o grão pois necessitam delee de seu óleo para a alimentação humana (USDA, 2008d).Toda esta alteração do cenário do uso da soja, com finalidade para aalimentação humana e animal, também deve ser avaliada no contexto do uso parcialdo óleo de soja como fonte produtora de biodiesel. De acordo com o que pode servisto no Gráfico 3, nos últimos anos a produção de biodiesel vem aumentando, oque força a procura de soja para um fim antes pouco considerado.Gráfico 3. Produção mundial de biodiesel.FAO, Review of the current state of bioenergy development in G8 + 5 countries. 2007.39


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil5 Uso dos resíduos da indústria de etanol e de biodiesel5.1 DDGSQuando cereais são empregados na produção de etanol, o principal resíduodeste procedimento de transformação dos grãos é o DDGS (distiller´s dried grainswith solubles). A sua produção corresponde a aproximadamente 30% do cerealempregado. Assim, com o aumento mundial da produção de etanol a partir doscereais, especialmente do milho e nos EUA, a oferta de DDGS aumentaráproporcionalmente ao uso dos cereais. O DDGS tem um valor regular de energia,similar ao farelo de soja, e de proteína, tendo como limitante os aminoácidostriptofano, arginina e lisina (Parsons, Baker e Harter, 1983). Entretanto, dependendoda tecnologia empregada para a obtenção do etanol (plantas “antigas” x plantas“modernas”) a qualidade do DDGS pode ser bastante variada. Os autoresconsideram plantas “antigas” aquelas que usam o milho para a produção derefrescos e plantas “modernas” aquelas que usam o milho para a produção deetanol. Spies, Whitney e Shurson (2002) compararam a variabilidade da composiçãoe da digestibilidade de nutrientes de DDGS provenientes de 10 plantas “modernas“de Minnesota, EUA (oito plantas) e Dacota do Sul, EUA (duas plantas) com acomposição de DDGS publicada pelo NRC (1998) e com a composição de DDGSprovenientes de plantas “antigas”. Os autores identificaram que o DDGS provenientede plantas “modernas” apresentava mais energia, fósforo, lisina, metionina etreonina do que os DDGS provenientes de plantas “antigas”. Considerando todas asamostras, a lisina total variou de 0,72 a 1,02%, com um coeficiente de variação de17,3%. Nas amostras, a metionina variou entre 0,49 e 0,69%, com um coeficiente devariação de 13,6%. Shurson (2002) indicou que a disponibilidade do fósforo doDDGS, proveniente de plantas “modernas”, é 90%, superior ao que está publicadono NRC (1998) (77%) e ao valor do milho (NRC, 1998) (14%). Alguns autoressugerem que haja uma correlação da qualidade do DDGS com a sua cor.Trabalhando com suínos e avaliando várias amostras de DDGS, Pedersen, Boersmae Stein (2007) encontraram uma correlação de somente 0,43 e 0,44 da cor comrelação a ED e a EM. Já Fastinger e Mahan (2006), também com suínos, verificaramque a digestibilidade aparente para aminoácidos essenciais e para lisina foram 15 e10% menores, respectivamente, para amostras mais escuras, quando comparadascom aquelas mais claras.Também, um aspecto importante na avaliação de DDGS é a sua composiçãoem macro e microelementos. Teoricamente, como o DDGS corresponde emaproximadamente 1/3 do valor total do milho, onde os outros 2/3 são transformadosem etanol e dióxido de carbono, as concentrações de minerais deveriam seraproximadamente três vezes àquelas do grão de milho. Entretanto, Batal e Dale(2003) analisando 12 amostras de DDGS, não encontraram esta proporçãoesperada especialmente para sódio, cálcio e enxofre. Para as variações dos valoresde cálcio não encontraram uma justificativa. Já para os valores de sódio, elesconcluíram que só podem variar mediante alguma contaminação do processo deprodução do etanol. Os autores também observaram variações significativas entreas amostras para manganês, ferro, cobre e alumínio.40


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilPara frangos de corte, Waldroup (2007) acrescentou ao problema da variaçãodo nível de sódio das fontes de DDGS do milho, as variações em energiametabolizável e nos conteúdos e nas disponibilidades da lisina e do fósforo. Batal eDale, em 2006, avaliaram 17 amostras de DDGS, provenientes de 6 diferentesplantas produtoras de etanol. As plantas foram consideradas como “modernas”, e osDDGS obtidos eram do tipo “gold”. Os pesquisadores determinaram a energiametabolizável verdadeira (EMVn) com machos adultos para estas amostras, bemcomo avaliaram a digestibilidade dos aminoácidos de 8 amostras, empregando atécnica de digestibilidade com machos adultos cecectomizados. Os valores deEMVn variaram de 2490 a 3190 kcal/kg e os autores propuseram um valor médio de2820 kcal/kg, para este ingrediente. Aquelas diferenças foram atribuídas à origem domilho, à fermentação e à retirada dos solúveis. Para digestibilidade dos aminoácidosos autores encontraram valores médios de 70, 87, 74, 75, 80, 83, e 84%, para lisina,metionina, cisteina, treonina, valina, isoleucina e arginina, respectivamente. Tambémencontraram diferenças significativas entre estes valores e observaram umacorrelação significativa das digestibilidades com a cor do DDGS. Os autoresrecomendaram uma avaliação nutricional detalhada do DDGS, quando um novofornecedor for considerado.Shurson (2002), trabalhando com 103 amostras de DDGS provenientes deplantas “modernas”, demonstrou que o NIR pode ser um instrumento importantepara a avaliação imediata da qualidade do DDGS adquirido. O autor encontrouequações de predição razoáveis, segundo ele, para energia e para aminoácidostotais. Como poderia ser esperado, o autor acrescentou que a qualidade dosresultados dependerá da qualidade das equações geradas.Usando frangos, Lumpkins, Batal e Dale (2004) avaliaram o DDGS de milhoproveniente de planta de etanol “moderna”. Em um experimento, usando duasdensidades de dietas (alta e baixa) e dois níveis de DDGS (0 e 15%), para frangosde 1 a 16 dias de idade, observaram um efeito da densidade da dieta mas não dainclusão do DDGS. Já em um segundo experimento, em dietas isocalóricas eisonitrogenadas incluíram valores crescentes de DDGS (0, 6, 12 e 18%) eobservaram que aos 42 dias o ganho de peso e a conversão alimentar das avesforam afetados pela inclusão de 18% de DDGS na fase inicial. Os demaisparâmetros de desempenho e de carcaça ficaram inalterados. Wang et al. (2007b)avaliando o uso de DDGS em dietas para frangos de corte, empregaram dietasisocalóricas e isonitrogenadas e dividiram o experimento em três fases (1 a 21 dias,22 a 35 dias e 36 a 42 dias). Os tratamentos empregados seguiram uma inclusãocrescente entre as fases (0,0,0; 0,15,15; 0,15,30; 0,30,30; 15,15,15; 15,15,30;15,30,30 e 30,30,30). A inclusão de DDGS piorou a qualidade dos peletes. Quandoas dietas iniciais e de crescimento tiveram 30% de DDGS, os desempenhos e osrendimentos de peito dos frangos ficaram comprometidos em relação àqueles quereceberam 0 ou 15% de DDGS. Já quando o programa foi de 15,15,30%, osresultados de desempenho não foram afetados (ganho de peso e conversãoalimentar) mas o rendimento de peito diminuiu, quando comparados com aquelesdos frangos que receberam menos DDGS. Os autores atribuíram esta redução derendimento de peito a deficiência de algum aminoácido. Resultados similares jáhaviam sido demonstrados pelos mesmos pesquisadores (Wang et al., 2007a).41


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilEmpregando poedeiras Hy-line W36, em um período de 25 a 43 semanas deidade, Lumpkins, Batal e Dale (2005) incluíram 0 ou 15% de DDGS em dietascomerciais ou em dietas de baixa densidade. A única diferença significativaencontrada com a inclusão do DDGS foi o número de ovos/ave/dia no período de até35 semanas, onde as aves receberam dieta com baixa densidade. Aves recebendodieta comercial só mostraram uma tendência de redução na produção de ovos até32 semanas de idade. Os autores concluíram que DDGS pode ser uma alternativainteressante na alimentação de poedeiras.5.2 GlicerolO aumento do preço do petróleo também estimulou a produção de biodiesel apartir de diferentes óleos como o de soja, de canola, de mamona, de girassol e deorigem animal. Para 2010, o objetivo estabelecido para a Comunidade Européia é aadição de 5,75% de biodiesel nos combustíveis regulares (Piesker e Dersjant-Li.2006). No Brasil, a lei 11.097, de 13 de janeiro de 2005, proporcionou incentivo àsempresas produtoras de biodiesel e tornou obrigatória a adição de 2% de biodieselno óleo diesel vendido no país a partir de 2008. Já em 2013, o percentual deverá seraumentado para 5%. Esta situação exigirá a produção interna de mais de 2 bilhõesde litros de biodiesel por ano (Duarte, Tobouti e Hoffman, 2006).A mistura de uma fonte de óleo com um álcool (normalmente metanol) e umcatalisador (Hidróxido de sódio ou potássio) possibilita a ruptura das moléculas detriglicerídios em metil ésteres, chamados de biodiesel, e glicerol (glicerina ou 1,2,3-propanotriol). Para cada litro de biodiesel produzido, aproximadamente 80g deglicerol são obtidos (Kerr et al., 2008). O glicerol tem mais de 1500 aplicações,desde cosméticos e produtos farmacêuticos até alimentos e outros (Piesker eDersjant-Li, 2006). Na Comunidade Européia, o glicerol está registrado como aditivode alimento, sem limite de inclusão (No 1831/2003) (Piesker e Dersjant-Li, 2006).Kerr et al. (2008) mencionaram que a qualidade do glicerol obtido da reaçãoquímica depende do equipamento empregado. Esta situação foi confirmada noLaboratório de Nutrição Animal, da Nutron Alimentos Ltda (Penz e Gianfellici, 2007)e as amplitudes de valores podem ser vistas na Tabela 3. Nas amostras analisadasnão foram avaliados os níveis de metanol residual. Entretanto, Kerr et al. (2008)também citaram a variação desta substância como também da cor do produto final.A alteração da cor depende do pigmento que tem no óleo em que o biodiesel éproduzido.O resíduo de metanol pode ser um problema, quando encontrado no glicerol.No metabolismo, o metanol se transforma em formato, que afeta o sistema nervosocentral, causando vômito, severa acidose metabólica, cegueira e ação sobre osistema motor. Nos EUA ainda não há legislação para o nível de metanol no glicerol.Entretanto há legislação para o nível de metanol na dieta, que não pode ultrapassar150 ppm (Kerr et al., 2008).A diferença de valores de energia bruta das amostras é uma maneira indiretade estabelecer a eficiência do processo de produção de biodiesel. Quanto menor ovalor de energia mais eficiente é a transformação, ficando como produto finalsomente glicerol e não parte de glicerol e parte de triglicerídios intactos. Também o42


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilnível de sódio do glicerol deve ser avaliado para incluí-lo como nutriente quando daformulação. Sob o ponto de vista da formulação, as variações de energia e de sódio,associadas à variação do metanol, podem ser restritivas ao uso irrestrito do glicerolcomo alternativa para a alimentação animal.Tabela 3. Níveis médios e amplitudes de análise de amostras de glicerol.Análises Médias Mínimos MáximosUmidade % 6,0 0,2 46,8Cinzas % 5,7 0,3 8,3Fósforo % 0,13 0 0,25Indice de Acidez mg KOH/kg 18,2 0,2 124,0pH 7,3 5,4 11,0Sódio % 1,7 0,6 2,6Potássio % 2,5 0 1,9Energia Bruta Kcal/kg 4392 3830 6367Adaptado de Penz e Gianfelicci, 2007.Na Tabela 4 encontram-se os valores de composição química do glicerol, compurezas distintas, propostos por Schröder e Südekum (1999).Tabela 4. Composição química do glicerol com relação a sua pureza.Pureza do GlicerolBaixa Média AltaÁgua, % 26,8 1,1 2,5Composição da MS, %Glicerol 63,3 85,3 99,8EE 0,71 0,44 n.a. 1P 1,05 2,36 n.a.K 2,20 2,33 n.a.Na 0,11 0,09 n.a.Pb 0,0003 0,0002 n.a.Metanol 26,7 0,04 n.a.1 Não analisadoAdaptado de Schröder e Südekum, 1999.O glicerol pode ser considerado uma fonte adequada de energia pois quandoas gorduras são digeridas, normalmente são obtidas duas moléculas de ácidosgraxos e uma molécula de monoglicerídio. Quando a digestão é total, são obtidastrês moléculas de ácidos graxos e uma molécula de glicerol. Esta última molécula,por seu baixo peso molecular, é facilmente absorvida por difusão. Uma vez43


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilabsorvido, o glicerol pode ser convertido em glicose, via gliconeogênese, ouoxidado, para a produção de energia, via glicólise e ciclo de Krebs (Robergs eGriffin, 1998). O metabolismo do glicerol predominantemente ocorre no fígado e nosrins.O glicerol, além de ser uma fonte energética, pode ser empregado nas dietaspara melhorar a qualidade dos peletes. Groesbeck (2002), trabalhando com dietasde suínos, demonstrou que a inclusão de glicerol melhorou a qualidade dos peletes,representado por valores de PDI, e diminuiu o custo energético da peletização. Oautor também verificou que entre 3 e 6% de glicerol adicionado, o valor de 6% foiquem proporcionou o melhor PDI. Já as mesmas adições de óleo diminuíram o PDI.Porém, tanto o glicerol quanto o óleo melhoraram o rendimento energético dapeletização.O glicerol também pode reduzir o pó das dietas e dos suplementos minerais evitamínicos. Pelo seu sabor adocicado, pode servir para melhorar o sabor das dietas(Piesker e Dersjant-Li, 2006).A obtenção do biodiesel e do glicerol ocorre de acordo com o diagramaapresentado a seguir (Parente, 2003).44


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilAlguns trabalhos começam a ser publicados, indicando o uso de glicerol naalimentação de animais.Em frangos, Waldroup (2006) demonstrou que animais com até 16 dias deidade, o glicerol pode ser usado em até 10%. Entretanto, quando o glicerol for usadoem todas as dietas, até o abate, este nível não deverá ultrapassar 5% pois afeta oconsumo da dieta. Já o nível de 10% na dieta comprometeu a qualidade da carcaça.O autor sugeriu que este ingrediente também deverá ser avaliado quanto aaparência física das dietas e a sua ação quanto a qualidade dos peletes. Cerrate etal. (2006) confirmaram as observações de Waldroup (2006) quando verificaram quea inclusão de 10% de glicerol comprometeu o desempenho e o rendimento decarcaça de frangos Cobb 500. Entretanto, quando os autores empregaram 2,5 e 5%de glicerol, não observaram perda de desempenho dos frangos e os rendimentos depeito e de coxa e sobre coxa aumentaram, quando comparados com frangos quenão foram alimentados com glicerol (0%). Cerrate et al. (2006) comentaram que asperdas de desempenho e de qualidade de carcaça dos frangos alimentados com asdietas contendo 10% de glicerol podem ter sido devidas à dificuldade delas de fluirnos comedouros, uma vez que a qualidade dos peletes ficou prejudicada. O valor deenergia considerado nas formulações foi de 3527 kcal EM/kg, sendo o valor deenergia bruta de 3596 kcal/kg.Dozier et al. (2008) determinaram a EMAn do glicerol em frangos comdiferentes idades. Os valores encontrados foram 3621 kcal/kg, para frangos de 4 a11 dias de idade, 3331 kcal/kg, para frangos com 17 a 24 dias de idade e 3349kcal/kg para frangos com 38 a 45 dias de idade. Estes valores se aproximaram dosvalores de energia bruta do glicerol, o que permite inferir que este ingrediente temalta digestibilidade. A diferença entre o valor de energia metabolizável encontrado naprimeira fase com os das outras duas fases pode ter sido devida à idade ou tambémà metodologia usada para a determinação da energia. Na primeira fase foi usado oprocedimento de substituição da dieta basal por glicerol (6%) e nas duas outrasfases foi usado o procedimento de substituição crescente da dieta basal por glicerol(0,3,6 e 9%).Em poedeiras, Lammers et al. (2008), trabalhando com a inclusão de glicerolem até 15% (87% de glicerol, 9% de água, 0,03% de metanol, 1,26% de sódio e3625 kcal/kg de energia bruta), identificaram que aves Hy Line W36, com 40semanas, não tiveram suas características produtivas afetadas (produção de ovo,massa de ovo, consumo de alimento) e a energia metabolizável aparente daquelafonte de glicerol foi de 3,805 kcal/kg, superior aos valores normalmente usados parao milho.Entretanto, avaliando o valor de energia metabolizável do glicerol, Bartlet eSchenieder (2002) demonstraram que os valores de energia metabolizável doglicerol puro para frangos de corte, poedeiras e suínos variava de acordo com a suainclusão na dieta. Os valores observados pelos autores encontram-se na Tabela 5.Os autores sugeriram que esta redução da energia metabolizável ocorre por nãohaver reabsorção renal de glicerol, sendo o excesso excretado pela urina.45


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 5. Energia Metabolizável (kcal/kg) do glicerol puro em diferentes espécies.Níveis Glicerina (%) Frango de Corte Poedeira Suíno5 4.237 4.204 4.18010 4.056 4.108 3.43915 3.686 3.475 2.256Adaptado de Bartlet e Schneider, 2002.6 ConclusãoO uso de fontes alternativas de energia para atender as necessidades dosseres humanos colocará em risco o seu suprimento para a alimentação humana eanimal.A produção de energia a partir de cereais e do óleo, vegetal ou animal,proporcionará a disponibilidade de sub produtos (DDGS e glicerol) que deverão serusados na alimentação animal, pois os atuais usos possivelmente não serãosuficientes e/ou economicamente adequados.7 Referências bibliográficas1. Batal, A. e N. Dale. 2003. Mineral composition of distillers dried grains withsolubles. J.Appl.Poult.Res. 12:400-403.2. Batal, A. e N.M. Dale. 2006. True metabolizable energy and amino aciddigestibility of distillers dried grains with solubles. J.Appl.Poult.Res. 15:89-93.3. Cerrate, S. et al. 2006. Evaluation of glycerine from biodiesel production as a feedingredient for broilers. Int.J.Poult.Sci. 11:1001-1007.4. Dozier, W.A. et al. 2008. Apparent Metabolizable Energy of Glycerin for BroilerChickens. Poult.Sci. 2008. 87:317-322.5. Duarte, F., Tobouti, P.L. e Hoffman, D. 2006. Produção enzimática de biodiesel.Universidade Federal de Santa Catarina. 16 pg.6. FAO, 2007b. Food Outlook Market Analysis.7. FAO, 2007. A Review of the current state of bioenergy development in G8 + 5countries.8. Groesbeck, C.N. 2002. The Effect of Feed Ingredients on Feed Manufacturing andGrowth Performance of Pigs. krex.ksu.edu/dspace/bitstream/2097/523/1/CrystalGroesbeck2007.pdf.pdf9. IEA, 2005. International Energy Agency.46


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil10. Lammers, P.J. et al. 2008. Nitrogen-corrected apparent metabolizable energyvalue of crude glycerol for laying hens. 1 Poult.Sci. 2008 87:104-107.11. Lumpkins, B.S., Batal, A.B e Dale, N.M. 2004. Evaluation of distillers dried grainswith solubles as a feed ingredient for broilers. Poult.Sci. 83:1891-1896.12. Lumpkins, B.S., Batal, A.B e Dale, N. 2005. Use of distillers dried grains withsolubles in laying hen diets. J.Appl.Poult.Res. 14:25-31.13. Parente, E.J. de S. 2003. Biodiesel – Uma aventura tecnológica num paísengraçado. Editora Unigráfica: Fortaleza-CE.14. Parsons, C.M., D.H. Baker e J.M. Harter. 1983. Distillers dried grains withsolubles as a protein source for the chick. Poult.Sci. 62:2445-2451.15. Penz, A. M. e Gianfellici, M. 2007. Nutrición de pollos de engorde ante lacompetencia de las fuentes de energía para la producción de etanol y biodiesel.Congreso Latinoamericano de Avicultura. Porto Alegre, RS. Pg. 159-166.16. Piesker, M. e Y. Dersjant-Li. 2006. Glycerol in Animal Nutrition - Versatile coproductof biodiesel production. Feedmagazine Kraftfutter.17. Robergs, R.A. e S.E. Griffin. 1998. Glycerol: biochemestry, pharmakokinetics andclinical and practical applications. Sprts.Med. 26:145-167.18. Schröder, A. e K.-H. Südekum. 1999. Glycerol as a by-product of biodieselproduction in diets for ruminants. In: New Horizons for an Old Crop. Proc. 10thInt. Rapeseed Congress, Canberra, Australia, artigo no. 241. N. Wratten e P. A.Salisbury, ed.19. Spiehs, M.J., M.H. Whitney e Shurson, G.C. 2002. Nutrient database fordistiller´s dried grains with solubles produced from new ethanol plants inMinnesota and South Dakota. J.Anim.Sci. 80:2639-2645.20. Shurson, J. 2002. The value and use of distiller’s dried grains with solubles(DDGS) in swine diets. www.ddgs.umn.edu/articles-swine/2002-Shurson-%20Carolina%20nutr%20conf.pdf .21. USDA, 2007a. Feed Situation and Outlook Yearbook. FDS-2007. Abril.22. USDA, 2007b. World Agricultural Outlook Board and Foreign Agricultural Service,Production, Supply Distribution.23. USDA, 2008a. Grain:World Markets and Trade. Foreign Agricultural Service.Circular Series FG 01-08. Janeiro.24. USDA, 2008b. http://www.fas.usda.gov/cmp/biofuels/032207Chiapasrev.pdf USBiofuel Developments. Fevereiro.47


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil25. USDA, 2008c. http://www.fas.usda.gov/cmp/biofuels/032207Chiapasrev.pdf USCorn Development. Fevereiro.26. USDA,2007c. http://www.ams.usda.gov/tmd/TSB/EthanolTransportationBackgrounder09-17-07.pdf27. USDA,2008d. http://www.fas.usda.gov/oilseeds/circular/2008/January/oilseeds0108.pdf Oilseed world market and trade. Fevereiro.28. Waldroup, P. 2006. Glycerine, a byproduct of biodiesel production, can be usedas a dietary supplement for growing broiler chickens. University of Arkansas.Arkansas Agricultural Experiment Station.29. Waldroup, P.W. 2007. Biofuels and Broilers. Competitors or Cooperators?Proceedings of the 5 th Mid-Atlantic Nutrition Conference. Pg. 25-34.30. Wang et al. 2007a. Utilization of Distillers Dried Grains with Solubles (DDGS) inBroiler Diets Using a Standardized Nutrient Matrix. Int.J.Poult.Sci. 6(7):470-477.31. Wang, Z. et al. 2007b. Use of constant or increasing levels of distillers driedgrains with solubles (DDGS) in broiler diets. Int.J.Poult.Sci. 6(7):501-507.48


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilLEGISLAÇÃO SOBRE BOAS PRÁTICAS <strong>DE</strong> FABRICAÇÃO<strong>DE</strong> ALIMENTOS PARA ANIMAISFernanda Marcussi TucciA nova legislação sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticasde fabricação para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados àalimentação animal foi revisada focando a inocuidade e a segurança dos produtosdestinados à alimentação animal, ressaltando que a qualidade e a segurança destesprodutos refletem diretamente na qualidade e na segurança dos alimentos de origemanimal destinados ao consumo humano.Instrução Normativa Nº 04, de 23 de Fevereiro de 2007O MINISTRO <strong>DE</strong> ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA EABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 2º, do Decreto nº5.741, de 30 de março de 2006, tendo em vista o disposto na Lei nº 6.198, de 26 dedezembro de 1974, e no seu Decreto regulamentador nº 76.986, de 6 de janeiro de1976, e o que consta do Processo nº 21000.012692/2006-11, resolve:Art. 1º Aprovar o REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE AS CONDIÇÕESHIGIÊNICO-SANITÁRIAS E <strong>DE</strong> BOAS PRÁTICAS <strong>DE</strong> FABRICAÇÃO PARAESTABELECIMENTOS FABRICANTES <strong>DE</strong> PRODUTOS <strong>DE</strong>STINADOS ÀALIMENTAÇÃO ANIMAL e o ROTEIRO <strong>DE</strong> INSPEÇÃO, constantes dos anexos.Art. 2º Estabelecer o prazo de até 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias,após a publicação desta Instrução Normativa, para a entrega do Plano deImplementação das Boas Práticas de Fabricação, incluindo o manual, pelosestabelecimentos fabricantes e fracionadores de alimentos para animais.Art. 3º Estabelecer o prazo de até 545 (quinhentos e quarenta e cinco) dias,após a publicação desta Instrução Normativa, para que os estabelecimentosfabricantes e fracionadores de alimentos para animais atendam às especificaçõescontidas no Regulamento Técnico e Roteiro de Inspeção.Art. 4º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.Art. 5º Fica revogada a Instrução Normativa SARC nº 01, de 13 de fevereirode 2003.LUÍS CARLOS GUE<strong>DE</strong>S PINTO49


Anexo I<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilRegulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boaspráticas de fabricação para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados àalimentação animal.1 ObjetivoDefinir os procedimentos básicos de higiene e de boas práticas de fabricaçãopara alimentos fabricados e industrializados para o consumo dos animais.2 Âmbito de aplicaçãoAplica-se a todo estabelecimento fabricante ou fracionador de produtosdestinados à alimentação animal. Destina-se ainda aos fiscais federaisagropecuários no exercício das ações de inspeção e fiscalização destesestabelecimentos, bem como para servir de guia às empresas do setor naelaboração e implementação do Manual de Boas Práticas de Fabricação com asinformações necessárias à segurança e adequação dos alimentos para animais.O cumprimento dos requisitos gerais deste Regulamento não exclui ocumprimento de outros regulamentos específicos em vigor ou que venham a serpublicados.3 DefiniçõesPara efeito deste Regulamento, são definidos:3.1 Boas Práticas de Fabricação - BPF: procedimentos higiênicos, sanitários eoperacionais aplicados em todo o fluxo de produção, desde a obtenção dosingredientes e matérias-primas até a distribuição do produto final, com oobjetivo de garantir a qualidade, conformidade e segurança dos produtosdestinados à alimentação animal.3.2 Contaminação: presença de substâncias ou agentes estranhos de origembiológica, química ou física que sejam considerados nocivos para saúde dosanimais.3.3 Contaminação cruzada: contaminação de produto destinado à alimentaçãoanimal com outro produto, durante o processo de produção ou contaminaçãogerada pelo contato indevido de ingrediente, insumo, superfície, ambiente,pessoas ou produtos contaminados, que possam afetar a inocuidade doproduto.3.4 Controle da qualidade: conjunto de procedimentos que envolvem programação,coordenação e execução com o objetivo de verificar e assegurar aconformidade da matéria-prima, do ingrediente, do rótulo e da embalagem, doproduto intermediário e do produto acabado com as especificaçõesestabelecidas.50


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil3.5 Desinfecção: é a redução, por meio de agentes químicos ou métodos físicosadequados, do número de microrganismos no ambiente, instalações,maquinários e utensílios, a um nível que não origine contaminação do produtoque será elaborado.3.6 Higienização: limpeza e desinfecção.3.7 Limpeza: remoção de qualquer tipo de resíduo indesejável.3.8 Lote: produto obtido em um ciclo de fabricação, sob as mesmas condições etendo como característica a homogeneidade.3.9 Matéria-prima: toda substância que, para ser utilizada como ingrediente,necessita ser submetida a tratamento ou transformação de natureza física,química ou biológica.3.10 Material de embalagem: qualquer material, inclusive material impresso, empregadono processo de embalagem de determinado produto. Os materiaisde embalagem podem ser primários ou secundários, de acordo com aexistência ou não de contato direto com o produto.3.11 Pragas: insetos e todos os animais, tais como gatos e pássaros, capazes decontaminar direta ou indiretamente os alimentos.3.12 Procedimento(s) Operacional(is) Padrão(ões) - POP: é a descrição pormenorizadae objetiva de instruções, técnicas e operações rotineiras a seremutilizadas pelos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal,visando à proteção, à garantia de preservação da qualidade e da inocuidadedas matérias-primas e produto final e a segurança dos manipuladores.3.13 Produtos com medicamento: rações, suplementos, premixes, núcleos ouconcentrados que contenham produto de uso veterinário, para emprego emanimal de produção.3.14 Produtos destinados à alimentação animal: substância ou mistura desubstâncias, elaborada, semi-elaborada ou bruta que se emprega naalimentação de animais.4 Requisitos higiênico-sanitários das instalações, equipamentos eutensílios4.1 Localização:4.1.1 Os estabelecimentos devem estar situados em zonas isentas de odoresindesejáveis e contaminantes. Fora de área de riscos de inundações ealojamento de pragas. Longe de outras atividades industriais quepossam prejudicar a qualidade dos alimentos para animais, a não serque haja medidas de controle e segurança que evitem os riscos decontaminação.4.1.2 Na localização dos estabelecimentos, é imprescindível a observação demedidas de controle e segurança que evitem riscos de contaminaçãodos produtos, das pessoas e do meio ambiente.51


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil4.2 As vias de trânsito interno devem ter superfície compactada e resistente aotrânsito sobre rodas, com escoamento adequado, que permita sua limpeza eevite a formação de poeira.4.3 Instalações:4.3.1 Devem ser de construção sólida e sanitariamente adequada. Todos osmateriais usados na construção e na manutenção não devemapresentar risco ao produto final. Os edifícios devem ser construídos demaneira que permita o controle eficiente de pragas, de contaminantesambientais e de outros fatores que possam causar algum dano aoproduto.4.3.2 A empresa deve dispor de espaço adequado para produção, armazenamentode ingredientes, sacaria vazia e produtos acabados obedecendoao fluxograma de forma a possibilitar a separação entre área deprodução e área de armazenamento de produto acabado e evitar asoperações suscetíveis de causar contaminação cruzada.4.3.3 No caso do estabelecimento fabricante de produtos com medicamentos,este deve possuir área específica em local separado, identificado, comacesso restrito e controle de temperatura e umidade, para oarmazenamento dos medicamentos.4.3.4 Devem ser previstos locais específicos, fora da área de produção, paraprodutos devolvidos ou recolhidos, materiais tóxicos, materiais delaboratório, explosivos ou inflamáveis.4.3.5 As instalações e equipamentos devem estar dispostos de forma apermitir limpeza adequada.4.3.6 Devem ser projetados de forma a permitir a separação, por áreas,setores ou outros meios eficazes, de forma a evitar as operaçõessuscetíveis de causar contaminação cruzada.4.3.7 Devem ser projetados de maneira a possibilitar fluxo unidirecional deoperações para que as mesmas possam ser realizadas nas condiçõeshigiênicas, desde a chegada das matérias-primas até a expedição doproduto final.4.3.8 Nas áreas de processamento de alimentos, os pisos devem ser de materialresistente ao trânsito e ao impacto, de fácil drenagem, limpeza ouhigienização e, quando necessário, possuir declive em direção aosdrenos. Na área de produção, devem ser evitados os ralos e quandoabsolutamente imprescindíveis devem ser do tipo sifão ou similar,dotados de fechamento e não permitindo a formação de poças. Damesma forma, as canaletas, quando absolutamente indispensáveis,devem ser lisas com declive para o sifão ou similar. Nas áreas onde searmazenem ou manipulem produtos úmidos, os pisos devem serimpermeáveis e laváveis.52


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil4.3.9 As paredes e divisórias devem ser lisas, sem frestas ou rachaduras, defácil limpeza ou higienização. Nas áreas onde se armazenem oumanipulem produtos úmidos, as paredes e divisórias também devem serimpermeáveis e laváveis.4.3.10 O teto e as instalações aéreas devem ser construídos ou revestidos demodo que impeçam o acúmulo de sujeira e que reduzam ao mínimo acondensação e a formação de mofo. Devem ainda ser de fácil limpeza.4.3.11 As janelas, portas e outras aberturas devem evitar o acúmulo de sujeirae serem de fácil limpeza. As que se comunicam com o exteriordevem ser providas de proteção contra pragas. As proteções devemser de fácil limpeza e boa conservação.4.3.12 As escadas, elevadores de serviço, monta-cargas e estruturas auxiliares,como plataformas, escadas de mão e rampas devem estarlocalizados e construídos de modo a não serem fontes decontaminação.4.3.13 Nas áreas de elaboração dos produtos, todas as estruturas e acessóriossuspensos devem ser instalados de forma que não dificultem asoperações de limpeza e de maneira a evitar a contaminação direta ouindireta das matérias-primas, dos produtos e das embalagens.4.3.14 Os refeitórios devem estar completamente separados dos locais demanipulação dos produtos e não devem ter acesso direto e nemcomunicação direta com estes locais.4.3.15 Os estabelecimentos devem dispor de vestiários e banheiros em númerosuficiente, separados por sexo, bem iluminados e ventilados, deacordo com a legislação, convenientemente situados, semcomunicação direta com o local onde são processados os produtosdestinados à alimentação animal e devem permitir o escoamentosanitário das águas residuais. Os lavabos devem estar providos deelementos adequados, tais como sabão líquido, detergente,desinfetante para lavagem das mãos e de meios higiênicos para suasecagem. Os vestiários e banheiros devem ser mantidos limpos.4.3.16 As instalações para lavagem das mãos nas áreas de produção, quandoa natureza das operações assim o exigir, devem estarconvenientemente localizadas, serem adequadas e providas detubulações devidamente sifonadas que transportem as águas residuaisaté o local de deságüe.4.3.17 Todos os locais destinados à lavagem das mãos devem conter avisossobre os procedimentos para a correta lavagem ou higienização dasmãos.4.3.18 A instalação para limpeza e desinfecção dos utensílios e equipamentosde trabalho, quando necessária, deve ser específica para a atividade.4.3.19 O estabelecimento deve dispor de abastecimento, armazenamento edistribuição de água suficientes para as operações propostas.53


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil4.3.20 Os estabelecimentos devem dispor de um sistema eficaz de tratamentoe eliminação de águas residuais, aprovado pelo órgão ambientalcompetente.4.3.21 Os estabelecimentos devem ter iluminação natural ou artificial, quepossibiliem a realização das atividades. As fontes de luz artificial devemestar protegidas, exceto nas áreas onde não haja presença de produtosexpostos, abertos ou não protegidos, destinados à alimentação animal.As instalações elétricas devem ser embutidas ou exteriores e, nestecaso, estarem perfeitamente revestidas por tubulações isolantes epresas a paredes e tetos, de maneira a dificultar a deposição deresíduos de qualquer natureza.4.3.22 O estabelecimento deve dispor de ventilação adequada de forma a evitaro calor excessivo, a condensação de vapor e o acúmulo de poeira,com a finalidade de eliminar o ar contaminado. No caso de utilização deventilação forçada, a direção da corrente de ar deve seguir o fluxocontrário da produção. As aberturas de ventilação devem ser providasde sistemas de proteção para evitar a entrada de pragas e agentescontaminantes.4.3.23 O local destinado para lixo e resíduos não aproveitáveis deve ser isoladoda área de produção, de fácil acesso, devidamente identificado,construído de modo a impedir o ingresso de pragas e evitar acontaminação de matérias-primas e produtos acabados.4.3.24 Os produtos resultantes de devolução, recolhimento ou apreensãodevem ser identificados e colocados em setor separado, pelo períodomínimo suficiente para sua destinação final, devendo ser mantidos emcondições tais que evitem sua deterioração e sua contaminação.4.3.25 As vias de acesso e os pátios devem ser mantidos livres de entulhos,lixo, ou qualquer material que propicie o estabelecimento e desenvolvimentode pragas.4.4 Equipamentos e utensílios:4.4.1 Todo equipamento e utensílio utilizado nos locais de processamento,que entre em contato direto ou indireto com o alimento, deve serconfeccionado em material atóxico, que não lhe transmita odores esabores, resistente à corrosão e capaz de suportar repetidas operaçõesde limpeza e desinfecção. As superfícies devem ser lisas, sem frestas eoutras imperfeições que possam servir de fonte de contaminação ecomprometer a higiene. O uso de madeira só será permitido parapaletes e estrados ou para o armazenamento de sal comum, desde quenão constitua fonte de contaminação e esteja em bom estado delimpeza e de conservação.4.4.2 Todos os equipamentos e utensílios devem ser desenhados, construídose instalados de modo a permitir uma fácil e completa limpeza,desinfecção e lubrificação; além disso, devem ser utilizados exclusivamentepara os fins a que foram projetados.54


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil4.4.3 Os equipamentos e utensílios devem ser mantidos em bom estado deconservação e funcionamento.4.5 Limpeza, desinfecção e lubrificação:4.5.1 Todos os produtos de limpeza e desinfecção e lubrificação devem serregistrados pelo órgão competente, identificados e guardados em localespecífico, fora das áreas de processamento dos alimentos. Oslubrificantes que entram em contato direto ou indireto com os produtosdestinados à alimentação animal devem ser grau alimentício.4.5.2 Com a finalidade de impedir a contaminação dos produtos destinados àalimentação animal, toda área de processamento, equipamentos eutensílios devem ser limpos com a freqüência necessária e desinfetadossempre que as circunstâncias assim o exigirem.4.5.3 Devem ser tomadas medidas para impedir a contaminação dos alimentosquando as áreas, os equipamentos e os utensílios forem lubrificados,limpos e desinfetados com água, detergentes, desinfetantes,lubrificantes ou soluções destes. Os resíduos desses agentes, quepermaneçam em superfície suscetível de entrar em contato comalimento, devem ser eliminados, mediante um enxágüe cuidadoso comágua potável antes que os equipamentos ou utensílios voltem a serutilizados.4.5.4 O estabelecimento deve assegurar sua limpeza e desinfecção por meiode programa específico. Os funcionários devem ser capacitados paraexecução dos procedimentos de limpeza e terem pleno conhecimentodos perigos e riscos da contaminação.4.5.5 O lixo deve ser manipulado e removido de maneira que se evite a contaminaçãodos produtos destinados à alimentação animal e da água.4.5.6 A entrada de animais nas áreas internas e externas dentro do perímetrodo estabelecimento deve ser impedida.4.5.7 O programa de controle das pragas deve ser eficaz e aplicado de formacontínua. Os estabelecimentos e as áreas circundantes devem sofrerinspeção periódica com vistas a manter as pragas sob controle.4.5.8 Os pesticidas solventes e outras substâncias tóxicas devem estar devidamenteregistrados no órgão competente e rotulados com informaçõessobre sua toxicidade e emprego. Estes produtos devem serarmazenados em áreas específicas, e só devem ser distribuídos oumanipulados por pessoal autorizado e devidamente capacitado.4.5.9 As roupas e os objetos pessoais devem ser guardados em áreasespecíficas.55


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil5 Requisitos higiênico-sanitários do pessoal5.1 A direção do estabelecimento deverá garantir que todos os funcionários recebamtreinamento relativo à higiene pessoal e aspectos higiênico-sanitáriospara processamento dos produtos destinados à alimentação animal medianteum plano de integração de novos funcionários e de treinamento contínuo.5.2 Toda pessoa que trabalhe na área industrial deve usar uniforme adequado,sendo este de uso exclusivo para o serviço.5.3 Nas áreas de manipulação de alimentos, deve ser proibido todo ato que possaoriginar contaminação dos produtos, como comer, fumar, tossir ou outraspráticas anti-higiênicas.5.4 Todos os funcionários que mantêm contato com produtos destinados à alimentaçãoanimal devem submeter-se a exames médicos e laboratoriaispertinentes, de modo a avaliar a sua condição de saúde antes do início desua atividade e repetidos, no mínimo, anualmente enquanto permaneceremna atividade. Havendo constatação ou suspeita de que o funcionárioapresente alguma doença ou lesão, que possa resultar em contaminação doproduto, ele deverá ser afastado da área de processamento de alimentos.5.5 O emprego de equipamentos de proteção individual na manipulação de alimentos,como: luvas, máscaras, tampões, aventais e outros, devem obedeceràs perfeitas condições de higiene e limpeza destes. No caso de luvas, o seuuso não exime o manipulador da obrigação de lavar as mãos cuidadosamente.5.6 Os visitantes devem cumprir todas as disposições referentes ao uso de uniformese higiene pessoal estabelecidas para os funcionários.6 Requisitos higiênico-sanitários da produção6.1 Requisitos aplicáveis aos ingredientes e matérias-primas:6.1.1 Todos os ingredientes empregados na produção de alimentos para animaisdevem estar registrados no órgão competente do MAPA, salvoaqueles dispensados de registro em legislação específica.6.1.2 O estabelecimento não deve aceitar nenhuma matéria-prima ou ingredienteque contenha parasitas, microrganismos, substâncias tóxicas ouestranhas, que não possam ser reduzidas a níveis aceitáveis naindustrialização. O produto final deve atender os padrões de identidadee qualidade específicos.6.1.3 O estabelecimento deve garantir a origem, qualidade e inocuidade damatéria-prima, ingrediente e embalagem.6.2 Prevenção da contaminação cruzada:6.2.1 Devem ser tomadas medidas eficazes para evitar a contaminação porcontato direto e indireto em todas as etapas do processo e fluxo deprodução, considerando instalações, equipamentos, pessoal, utensílios,uniformes e embalagens.56


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil6.2.2 Deve ser estabelecida uma seqüência fixa para o processo de fabricaçãodos diferentes produtos considerando o emprego de ingredientes deorigem animal, aditivos, produtos veterinários e a sensibilidade dasdiferentes espécies e categorias.6.2.3 Considerando o seqüenciamento da produção conforme subitem 6.2.2, oestabelecimento deverá empregar procedimentos de limpeza dosequipamentos que garantam a inocuidade do produto. O materialutilizado nesta operação deverá ser identificado e armazenado em localpróprio. Estes procedimentos deverão ser validados e verificadosperiodicamente.6.2.4 Nos casos em que exista risco elevado para a inocuidade dos produtosdestinados à alimentação animal, vinculados à contaminação cruzada, ese considere que a utilização dos métodos de limpeza não sãoeficientes, deve-se utilizar linhas de produção, de transporte, deestocagem e de entrega separadas.6.2.5 As diferentes matérias-primas e os produtos acabados devem ser identificadose armazenados em separado.6.3 Uso da água:6.3.1 É imprescindível um controle da potabilidade da água, quando esta entraem contato na elaboração dos produtos ou para a produção de vapore gelo.6.3.2 A água não potável utilizada para produção de vapor, que não entre emcontato com os produtos destinados à alimentação animal, a utilizadapara apagar incêndios e outros propósitos, deve ser transportada portubulações completamente separadas e identificadas, sem que hajaconexão com as tubulações que conduzem água potável.6.4 Produção:6.4.1 A empresa deve dispor de programa de treinamento dos funcionárioscontemplando o cronograma dos treinamentos, o conteúdo programáticocom carga horária, qualificação dos instrutores, plano deavaliação de eficácia do treinamento entre outros.6.4.2 Os funcionários devem estar treinados e capacitados em boas práticasde fabricação para trabalhar, e supervisionados por pessoal qualificado.6.4.3 Todas as etapas do processo de fabricação devem ser contínuas, semacúmulos de materiais, matérias-primas ou produtos e realizadas deforma a garantir a inocuidade e integridade do produto final.6.5 Embalagem:6.5.1 Todo material deve ser apropriado para o produto a que se destina e paraas condições previstas de armazenamento, devendo também serseguro e conferir proteção contra a contaminação. A embalagem deveser armazenada em condições higiênico-sanitárias, em áreas específicaspara este fim.57


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil6.5.2 As embalagens devem ser de primeiro uso e íntegras, salvo as autorizadaspelo MAPA em conformidade com a legislação específica. Na áreade envase, devem ficar apenas as embalagens necessárias para usoimediato.6.6 Controle da qualidade:6.6.1 Os responsáveis pela qualidade devem ter treinamento e conhecimentosuficientes sobre as boas práticas de fabricação, para poder identificaros perigos relacionados à inocuidade e qualidade dos produtosdestinados à alimentação animal e estabelecer os processos decontrole.6.7 Documentação e registro:6.7.1 A empresa deve estabelecer procedimentos para elaboração, emissão,circulação e controle da documentação.6.7.2 Devem ser mantidos registros de todos os controles realizados em todasas etapas do processamento, desde a chegada da matéria-prima até aexpedição do produto acabado.6.8 Armazenamento, conservação e transporte:6.8.1 As matérias-primas, ingredientes e os produtos acabados devem serarmazenados e transportados devidamente rotulados com todas asinformações obrigatórias e em condições que garantam a integridadedas embalagens.6.8.2 As matérias-primas, ingredientes e os produtos acabados devem serconservados de forma a garantir a sua inocuidade e integridade, semprerespeitando a temperatura e umidade adequadas para conservação e adata de validade.6.8.3 Os veículos utilizados no transporte devem estar limpos e serem projetadose construídos de forma a manter a integridade das embalagens edos produtos destinados à alimentação animal. Os veículos detransporte devem realizar as operações de carga e descarga em locaisapropriados, cobertos e fora da área de produção e armazenamento.7 Procedimentos operacionais padrões (POP)7.1 Devem ser implementados POP contemplando no mínimo os seguintes itens:a) Qualificação de fornecedores e controle de matérias-primas e deembalagens.b) Limpeza/Higienização de instalações, equipamentos e utensílios.c) Higiene e saúde do pessoal.d) Potabilidade da água e higienização de reservatório.e) Prevenção de contaminação cruzada.f) Manutenção e calibração de equipamentos e instrumentos.58


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilg) Controle integrado de pragas.h) Controle de resíduos e efluentes.i) Programa de rastreabilidade e recolhimento de produtos (Recall).7.2 Todos os POP devem ser aprovados, datados e assinados pela direção daempresa e pelo responsável pelo controle da qualidade. Os POP devemdescrever os materiais e os equipamentos necessários para a realização dasoperações, a metodologia, a freqüência, o monitoramento, a verificação, asações corretivas e o registro, bem como os responsáveis pelas execuções. Asações corretivas devem contemplar o produto, a restauração das condiçõessanitárias e as medidas preventivas.7.3 Os funcionários, os monitores e os verificadores devem estar devidamentetreinados para execução dos POP.7.4 Os POP devem ser apresentados como anexo do manual de procedimentosde Boas Práticas de Fabricação do estabelecimento e acessíveis aosresponsáveis pela execução das operações e às autoridades competentes.7.5 Os POP referentes à qualificação de fornecedores, de matérias-primas e deembalagens devem especificar os critérios utilizados e os procedimentosadotados para a qualificação dos fornecedores e o controle de matériasprimase de embalagens. Deve-se prever um local para depósito das nãoaprovadas.7.6 Os POP referentes às operações de limpeza/higienização de instalações,equipamentos e utensílios devem conter informações sobre a natureza dasuperfície de operação a ser higienizada, método de higienização, produtosutilizados com a devida concentração, princípio ativo e tempo de ação,temperatura da água, enxágüe e outras informações que se fizeremnecessárias. O desmonte dos equipamentos deve ser previsto, quandoaplicável, e os equipamentos em manutenção devem estar identificados.7.7 Os POP referentes à higiene e saúde do pessoal devem especificar, no mínimo,os procedimentos em relação ao uso e higiene dos uniformes, hábitoshigiênicos, higiene pessoal, higiene antes e durante as operações, exameslaboratoriais, atestados médicos, presença de funcionários com lesõesvisíveis ou sintomas de infecções e treinamento específico.7.8 Os POP referentes à potabilidade da água e higienização de reservatóriodevem especificar o padrão de potabilidade microbiológico e físico-químico eabordar as operações relativas ao controle da potabilidade da água, incluindotodas as etapas: captação, tratamento, armazenamento, distribuição, pontosde colheita de amostras, colheita de amostras, análises, monitoramento,ações corretivas, verificação e registros. Devem estabelecer sempre afreqüência da execução das análises, dos monitoramentos, da verificação eda limpeza dos reservatórios.7.9 Os POP referentes à prevenção de contaminação cruzada deverão identificaros possíveis locais e formas de ocorrência de contaminação cruzada,aplicando os princípios obrigatórios do POP.59


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil7.10 Os POP referentes à manutenção e calibração de equipamentos e instrumentosdevem detalhar as operações de manutenção e calibração de cadaequipamento e instrumento envolvido no processo produtivo.7.11 Os POP referentes ao controle integrado de pragas devem contemplar asmedidas preventivas e de controle. No caso da adoção de controle químico,os procedimentos operacionais também devem especificar grupos químicosdos produtos utilizados, nome, princípio ativo, concentração, local e forma deaplicação do produto, freqüência de sua utilização, assim como oresponsável pela execução da tarefa. As empresas terceirizadas contratadasdevem ter o registro próprio no Órgão competente.7.12 Os POP referentes ao controle de resíduos e efluentes devem discriminar oresponsável pelo destino dos resíduos além dos itens obrigatórios de umPOP.7.13 Os POP referentes ao programa de rastreabilidade e recolhimento de produtos(Recall) devem estabelecer como será a rastreabilidade, por meio dohistórico de cada lote ou partida produzidos, desde a origem das matériasprimasutilizadas até o destino final do produto acabado. Devem serestabelecidos os procedimentos do Recall a serem seguidos para o rápido eefetivo recolhimento do produto, a forma de segregação dos produtosrecolhidos e seu destino final, além dos responsáveis pela atividade.7.14 Os POP devem ser revisados pelo menos uma vez ao ano e sempre quehouver qualquer modificação nos procedimentos operacionais, visandoavaliar a sua eficiência e ajustando-os se for necessário.7.15 Todas as etapas descritas nos POP devem ser registradas e a verificaçãodocumentada, para comprovar sua execução. Esses registros devem serdatados e assinados pelo responsável pela execução de cada etapa doPOP.8 Documentação e registros8.1 O estabelecimento deve manter os registros das reclamações, sugestões eelogios dos funcionários e consumidores.8.2 Todos os registros devem ser feitos em formulários próprios, sem rasuras,preenchidos à tinta, datados, assinados, arquivados em ordem cronológica edisponíveis para consulta.8.3 Manutenção dos registros: todos os registros devem ser mantidos pelo períodode no mínimo 2 anos e de 3 anos para produtos com medicamentos.60


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil9 Manual de procedimentos de BPF9.1 Cada estabelecimento deverá possuir um manual de procedimentos próprio eespecífico para o estabelecimento, que tenha base científica e que atenda asexigências do presente Regulamento.9.2 Todas as operações devem ser realizadas de acordo com o manual de procedimentosde BPF, que deve ser claro e preciso o bastante para que todasas operações sejam executadas conforme o descrito e que o objetivoesperado seja atingido.9.3 O manual de procedimentos pode ser, a critério do estabelecimento, maisabrangente e mais rigoroso que o presente Regulamento.10 Disposições gerais10.1 Os estabelecimentos exportadores e fabricantes de produtos com medicamentosdevem estar classificados no grupo 1.10.2 Os estabelecimentos que forem classificados nos grupos 2 ou 3 terão prazospara se adequarem.10.3 Os estabelecimentos que forem classificados no grupo 4 sofrerão interdiçãotemporária até adequação.10.4 O MAPA definirá um prazo para que os estabelecimentos apresentemcronograma de adequação das não-conformidades observadas.10.5 Os prazos propostos no cronograma de adequações apresentado pelosestabelecimentos serão avaliados pelo MAPA e poderão ser aceitos ouredefinidos.61


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilAnexo IIREPÚBLICA FE<strong>DE</strong>RATIVA DO <strong>BRASIL</strong>MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTOSECRETARIA <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>FESA AGROPECUÁRIA<strong>DE</strong>PARTAMENTO <strong>DE</strong> FISCALIZAÇÃO <strong>DE</strong> INSUMOS PECUÁRIOSROTEIRO <strong>DE</strong> INSPEÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS <strong>DE</strong> FABRICAÇÃO EM ESTABELECIMENTOS FABRICANTES <strong>DE</strong>PRODUTOS <strong>DE</strong>STINADOS À ALIMENTAÇAO ANIMAL.A - I<strong>DE</strong>NTIFICAÇÃO DA EMPRESA1 - NOME EMPRESARIAL:2 - Nº. <strong>DE</strong> REGISTRO NO MAPA 3 - INSCRIÇÃO ESTADUAL4 - CNPJ: 5 - FONE: 6 - FAX:7 - EN<strong>DE</strong>REÇO ELETRÔNICO:8 - EN<strong>DE</strong>REÇO (Rua/Av): 9 - Nº: 10 - COMPLEMENTO:11 - BAIRRO: 12 - MUNICÍPIO:13 - UF: 14 - CEP:15 - CLASSIFICAÇÃO DA ATIVIDA<strong>DE</strong> E CATEGORIA:( ) Fabricante ( ) Fracionador( ) Rações ( ) Suplementos ( ) Concentrados ( ) Ingredientes ( ) Alimentos( ) Aditivos ( ) Produtos com Medicamentos16 - ESPÉCIES A QUE SE <strong>DE</strong>STINAM OS PRODUTOS( ) Aves ( ) Suínos ( ) Bovinos ( ) Ovinos ( ) Caprinos ( ) Eqüídeos( ) Cães e Gatos ( ) Peixes ( ) Camarões ( ) outros (especificar)17 - RESPONSÁVEL TÉCNICO - CRMV - CRMV/Z - CREA - CRQ - CRF:18 - MOTIVO DA INSPEÇÃO:( ) Solicitação de registro( ) Rotina de trabalho( ) Programas específicos (especificar):( ) Atendimento à denúncia( ) Autorização de fabricação de produtos com medicamentos( ) Outros (especificar):19 - DATA DA INSPEÇÃO:20 - PARTICIPANTES DA EMPRESA E FISCAL(IS) FE<strong>DE</strong>RAL(IS) AGROPECUÁRIO(S)62


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilB – AVALIAÇÃO DO ESTABELECIMENTOITEM 1 – INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOSITENS REQ 1.1. ÁREA EXTERNA: SIM NÃO N.A*1.1.1 N1.1.2 NAusência de focos de contaminação na área externa e área livre de focos deinsalubridade.Ausência de objetos em desuso ou não mantidos em local predeterminado ouestranhos ao ambiente.( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )1.1.3 N Ausência de qualquer animal na área externa. ( ) ( ) ( )1.1.4 NAusência nas imediações de depósito de lixo, de água estagnada, dentreoutros.( ) ( ) ( )1.1.5 N Acesso direto às instalações, não comum a outros usos.1.2.1 N1.2. ÁREA INTERNA:Ausência de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente, não identificados ounão mantidos em local predeterminado.PISO:( ) ( ) ( )1.2.2 N De material que permite fácil e apropriada higienização. ( ) ( ) ( )1.2.3 N Em bom estado de limpeza e conservação. ( ) ( ) ( )1.2.4 NDrenos ou ralos ou grelhas com sistema de fechamento ou sifonadoscolocados em locais estratégicos de forma a facilitar o escoamento.( ) ( ) ( )TETOS:1.2.5 N Em bom estado de limpeza e conservação. ( ) ( ) ( )PARE<strong>DE</strong>S E DIVISÓRIAS:1.2.6 N Acabamento liso e de fácil higienização. ( ) ( ) ( )1.2.7 N Em bom estado de limpeza e conservação. ( ) ( ) ( )1.2.8 N Ausência de acúmulo de poeira. ( ) ( ) ( )PORTAS:1.2.9 N Com superfície lisa, de fácil limpeza, ajustadas aos batentes. ( ) ( ) ( )1.2.10 N Em bom estado de limpeza e conservação. ( ) ( ) ( )1.2.11 NPortas externas mantidas fechadas ou com dispositivos que impeçam a entradade pragas e pessoas não autorizadas.( ) ( ) ( )JANELAS E OUTRAS ABERTURAS:1.2.12 N De material que permite fácil limpeza, ajustadas aos batentes. ( ) ( ) ( )1.2.13 N Existência de proteção contra pragas. ( ) ( ) ( )1.2.14 N Em bom estado de limpeza e conservação. ( ) ( ) ( )ITENSNÃO CONFORMIDA<strong>DE</strong>S63


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilB – AVALIAÇÃO DO ESTABELECIMENTOITEM 1. INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOSITENS REQ 1.2. ÁREA INTERNA: SIM NÃO N.A*ILUMINAÇÃO:1.2.15 N Natural ou artificial adequada à atividade desenvolvida. ( ) ( ) ( )1.2.16 NLuminárias, com proteção contra o estilhaçamento nas áreas onde há presençade produtos expostos, abertos ou não protegidos destinados à alimentação ( ) ( ) ( )animal.1.2.17 N Luminárias adequadas e em bom estado de limpeza e conservação. ( ) ( ) ( )1.2.18 NLuz natural não incidente diretamente sobre as matérias-primas ou produtosacabados.( ) ( ) ( )1.2.19 N1.2.20 NInstalações elétricas embutidas ou, quando exteriores, em canaletas ourevestidas por tubulações isolantes ou condutores fixados nas paredes e tetos.VENTILAÇÃO:Ventilação e circulação de ar, natural ou forçada, capazes de evitar acondensação de vapor, a formação de poeira em suspensão.( ) ( ) ( )1.3.1 NIndependentes para cada sexo, identificados e de uso exclusivo para osfuncionários.( ) ( ) ( )1.3.2 NInstalações sanitárias com vasos sanitários; mictórios e lavatórios íntegros eem proporção adequada ao número de empregados (conforme legislação ( ) ( ) ( )específica).1.3.3 NInstalações sanitárias servidas de água corrente e conectadas à rede de esgotoou fossa séptica.( ) ( ) ( )1.3.4 NAusência de comunicação direta (incluindo sistema de exaustão) com a área demanipulação de produtos e ingredientes e de refeições.( ) ( ) ( )1.3.5 N As portas são mantidas fechadas. ( ) ( ) ( )1.3.6 IPisos e paredes em bom estado de limpeza e conservação, impermeáveis,lisos e laváveis.( ) ( ) ( )1.3.7 N Iluminação e ventilação adequadas. ( ) ( ) ( )1.3.8 NInstalações sanitárias dotadas de produtos destinados à higiene pessoal: papelhigiênico, sabão líquido, toalhas de papel ou outro sistema higiênico e seguro ( ) ( ) ( )para secagem das mãos.1.3.9 N Presença de lixeiras com tampas e com acionamento não manual. ( ) ( ) ( )1.3.10 N Presença de avisos com os procedimentos para lavagem das mãos. ( ) ( ) ( )1.3.11 NVestiários com área compatível e armários individuais ou outros sistemas paraguardar roupas e objetos pessoais.( ) ( ) ( )1.3.12 N Duchas ou chuveiros em número suficiente (conforme legislação específica). ( ) ( ) ( )1.3.13 IOs vestiários apresentam-se organizados e limpos e em adequado estado deconservação.( ) ( ) ( )1.3.14 N Torneiras com fechamento não manual. ( ) ( ) ( )1.3.15 N Janelas com proteção contra pragas. ( ) ( ) ( )INSTALAÇÕES SANITÁRIAS PARA OS VISITANTES E OUTROS:1.3.16 N Totalmente independentes da área de produção. ( ) ( ) ( )ITENS1.3 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS E VESTIÁRIOS PARA OS FUNCIONÁRIOS:NÃO CONFORMIDA<strong>DE</strong>S64


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilB – AVALIAÇÃO DO ESTABELECIMENTOITEM 1. INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOSITENS REQ 1.4. LAVATÓRIOS PARA A ÁREA <strong>DE</strong> PRODUÇÃO: SIM NÃO N.A*1.4.1 NExistência de lavatórios próximos à área de manipulação com água corrente,dotados de torneira com fechamento não manual em localização adequada emrelação ao fluxo de produção e serviço, e em número suficiente de modo a( ) ( ) ( )atender toda a área de produção.1.4.2 NLavatórios dotados de sabonete líquido inodoro ou anti-séptico, toalhas depapel ou outro sistema higiênico e seguro de secagem e coletor de papel com ( ) ( ) ( )tampa acionadas sem contato manual.1.4.3 N Lavatórios em boas condições de limpeza e conservação. ( ) ( ) ( )1.5. INSTALAÇÕES:1.5.1 N Instalações e equipamentos adequados à quantidade e tipos de produtos. ( ) ( ) ( )1.5.2 NÁreas para recepção e depósito de matéria-prima, ingrediente e embalagemseparadas das áreas de produção, armazenamento e expedição de produto ( ) ( ) ( )final.1.5.3 NInstalações que permitam o controle da circulação e do acesso dosfuncionários.( ) ( ) ( )1.5.4 IExiste área isolada para armazenar aditivos melhoradores de desempenho eanticoccidianos ou medicamentos.( ) ( ) ( )1.6.1 I1.6.2 N1.6.3 N1.6.4 N1.6.5 N1.6.6 NITENS1.6. EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS:Equipamentos da linha de produção compatíveis, em número adequado àatividade e utilizados exclusivamente para os fins que foram autorizados.Equipamentos em bom estado de limpeza e conservação, e de fácilhigienização.Equipamentos destinados à conservação dos produtos (refrigeradores,câmaras frigoríficas e outros), possuem medidores de temperatura, localizadosem local apropriado.Equipamentos destinados ao processamento térmico, com medidores deparâmetros (tais como temperatura, pressão ou umidade), localizados em localapropriado.Utensílios de material não contaminante, resistentes à corrosão, de tamanho eforma que permitam fácil higienização: em bom estado de conservação e emnúmero suficiente e apropriado ao tipo de operação realizada.Utensílios armazenados em local apropriado, de forma ordenada e protegidoscontra contaminação.NÃO CONFORMIDA<strong>DE</strong>S( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )65


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilB – AVALIAÇÃO DO ESTABELECIMENTOITEM 2. PROGRAMA <strong>DE</strong> TREINAMENTO <strong>DE</strong> FUNCIONÁRIOSITENS REQ 2.1. PROGRAMA <strong>DE</strong> TREINAMENTO <strong>DE</strong> FUNCIONÁRIOS: SIM NÃO N.A*2.1.1 N Existe programa de treinamento de funcionários. ( ) ( ) ( )2.1.2 N Existem registros deste programa. ( ) ( ) ( )2.1.3 N As evidências comprovam que os treinamentos estão sendo eficientes. ( ) ( ) ( )ITEM 3. CONTROLE DO PROCESSO <strong>DE</strong> PRODUÇÃO, ARMAZENAMENTO E EXPEDIÇÃOITENSREQ3.1.0 NTodas as etapas de produção estão descritas por meio de fluxograma oumemorial descritivo.( ) ( ) ( )3.1.1 N Todas as etapas de produção são monitoradas e registradas. ( ) ( ) ( )3.1.2 NTodas as etapas de produção são realizadas dentro de condições higiênicas eem locais adequados.( ) ( ) ( )3.1.3 N Existe registro dos produtos rejeitados (descarte ou reprocesso). ( ) ( ) ( )3.1.4 IEmbalagens e rótulos dos produtos acabados em conformidade com oregistrado no MAPA.( ) ( ) ( )3.1.5 NProduto armazenado em local específico e em e condições apropriadas(temperatura, umidade, ausência de luz solar, afastados das paredes, entre ( ) ( ) ( )outros).3.1.6 NEmpresa faz análise laboratorial periódica para controle da qualidade dosprodutos acabados.( ) ( ) ( )3.1.7 NAs operações de expedição de produtos acabados são realizadas em localprotegido e que não permita a ocorrência de contaminação cruzada.( ) ( ) ( )3.1.8 N3.1.9 NITENS3.1. CONTROLE DO PROCESSO <strong>DE</strong> PRODUÇÃO, ARMAZENAMENTO E EXPEDIÇÃO:Veículo utilizado no transporte limpo, com cobertura para proteção da carga,ausência de vetores e pragas ou qualquer evidência de sua presença.Veículos não transportam outras cargas que comprometam a segurança doproduto (como agrotóxicos, produtos químicos, entre outros).NÃO CONFORMIDA<strong>DE</strong>S( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )66


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilC – AVALIAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÕESITENS REQ1. QUALIFICAÇÃO <strong>DE</strong> FORNECEDORES E CONTROLE <strong>DE</strong> MATÉRIAS-PRIMAS,INGREDIENTES E <strong>DE</strong> EMBALAGENSSIM NÃO N.A*1.1 I Existe POP descrito que atende a legislação. ( ) ( ) ( )1.2 NOs procedimentos são acessíveis e estão disponíveis para consulta pelosfuncionários envolvidos nos respectivos locais de trabalho.( ) ( ) ( )1.3 NA execução dos procedimentos é monitorada dentro da freqüência prevista, omonitor é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )1.4 N As ações corretivas aplicadas são adequadas e estão registradas. ( ) ( ) ( )1.5 NA verificação é feita dentro da freqüência prevista, o verificador é treinado e osregistros estão disponíveis.( ) ( ) ( )1.6 IAs operações de recepção da matéria-prima ou ingredientes são realizadas emlocal coberto ou em sistema fechado e de forma a não permitir a ocorrência de ( ) ( ) ( )contaminação cruzada.1.7 NMatérias-primas, ingredientes e embalagens rejeitados (avariados, com prazode validade vencido, contaminados entre outros) estão identificados earmazenados em local apropriado, de forma organizada e limpa, e separados( ) ( ) ( )dos demais.1.8 I Os ingredientes são registrados no MAPA . ( ) ( ) ( )1.9 IMatérias-primas e ingredientes armazenados em área específica e emcondições apropriadas (temperatura, umidade, ausência de luz solar, entre ( ) ( ) ( )outros).1.10 NO uso das matérias-primas e ingredientes respeita a ordem de entrada dosmesmos e a validade.( ) ( ) ( )1.11 N As embalagens estão armazenadas em local próprio e adequado. ( ) ( ) ( )1.12 NOs registros são feitos em formulários próprios, sem rasuras, íntegros, à tinta,datados e assinados, arquivados e disponíveis para consulta.( ) ( ) ( )ITENS REQ 2. LIMPEZA/HIGIENIZAÇÃO <strong>DE</strong> INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS2.1 I Existem POP descritos que atendem a legislação. ( ) ( ) ( )2.2 NOs procedimentos são acessíveis e estão disponíveis para consulta pelosfuncionários envolvidos nos respectivos locais de trabalho.( ) ( ) ( )2.3 NA execução dos procedimentos é monitorada dentro da freqüência prevista, omonitor é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )2.4 N As ações corretivas aplicadas são adequadas e estão registradas. ( ) ( ) ( )2.5 NA verificação é feita dentro da freqüência prevista, o verificador é treinado e osregistros estão disponíveis.( ) ( ) ( )2.6 I Produtos de limpeza ou higienização aprovados pelo órgão competente. ( ) ( ) ( )2.7 NDisponibilidade dos produtos de limpeza ou higienização indicados nosprocedimentos documentados.( ) ( ) ( )2.8 IProdutos de limpeza ou higienização identificados e guardados em localadequado.( ) ( ) ( )2.9 N Disponibilidade dos utensílios indicados nos procedimentos documentados. ( ) ( ) ( )2.10 NITENSOs registros são feitos em formulário próprio, sem rasuras, íntegros, à tinta,datados e assinados, arquivados e disponíveis para consulta.NÃO CONFORMIDA<strong>DE</strong>S( ) ( ) ( )67


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilC – AVALIAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÕESITENS REQ 3. HIGIENE E SAÚ<strong>DE</strong> DO PESSOAL SIM NÃO N.A*3.1 I Existem POP descritos que atendem a legislação. ( ) ( ) ( )3.2 NOs procedimentos são acessíveis e estão disponíveis para consulta pelosfuncionários envolvidos nos respectivos locais de trabalho.( ) ( ) ( )3.3 NA execução dos procedimentos é monitorada dentro da freqüência prevista, omonitor é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )3.4 N As ações corretivas aplicadas são adequadas e estão registradas. ( ) ( ) ( )3.5 NA verificação é feita dentro da freqüência prevista, o verificador é treinado e osregistros estão disponíveis.( ) ( ) ( )3.6 I Utilização de uniformes de trabalho adequados às atividades. ( ) ( ) ( )3.7 I Uniformes limpos e em bom estado de conservação. ( ) ( ) ( )3.8 IAsseio corporal, mãos limpas, unhas curtas, sem esmalte, sem adornos (anéis,pulseiras, brincos, entre outros); manipuladores com barbas e bigodes( ) ( ) ( )protegidos, bem como cabelos protegidos.3.9 NLavagem cuidadosa das mãos antes da manipulação de produtosprincipalmente após o uso de sanitários.( ) ( ) ( )3.10 N Os manipuladores fumam em locais predeterminados. ( ) ( ) ( )3.11 NExistência de avisos orientativos aos manipuladores sobre a correta lavagemdas mãos e demais hábitos de higiene, afixados em locais apropriados.( ) ( ) ( )3.12 N Existência de atestados médicos na freqüência estabelecida. ( ) ( ) ( )3.13 NOs equipamentos de proteção individual – EPI estão sendo utilizadoscorretamente e se encontram em boas condições de higiene e limpeza.( ) ( ) ( )3.14 NOs registros são feitos em formulários próprios, sem rasuras, íntegros, à tinta,datados e assinados, arquivados e disponíveis para consulta.4. POTABILIDA<strong>DE</strong> DA ÁGUA E HIGIENIZAÇÃO DO RESERVATÓRIO( ) ( ) ( )4.1 I Existem POP descritos que atendem a legislação. ( ) ( ) ( )4.2 NOs procedimentos são acessíveis e estão disponíveis para consulta pelosfuncionários envolvidos nos respectivos locais de trabalho.( ) ( ) ( )4.3 NA execução dos procedimentos é monitorada dentro da freqüência prevista, omonitor é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )4.4 NAs etapas de captação, tratamento, armazenamento e distribuição da águaestão de acordo com o descrito no POP.( ) ( ) ( )4.5 N As ações corretivas aplicadas são adequadas e estão registradas. ( ) ( ) ( )4.6 NA verificação é feita dentro da freqüência prevista, o verificador é treinado e osregistros estão disponíveis.( ) ( ) ( )4.7 NOs reservatórios de água têm a capacidade necessária, estão em perfeitascondições de uso, são dotados de tampas com vedação, livres de vazamentos,infiltrações e descascamentos e de fácil acesso.( ) ( ) ( )4.8 I4.9 I4.10 I4.11 NITENSPotabilidade atestada por meio de laudos laboratoriais periódicos, segundolegislação específica quando utilizado em contato com o produto.O gelo é produzido com água de potabilidade atestada quando utilizado emcontato com o produto.Os agentes químicos de grau alimentar utilizados na geração de vapor queentra em contato com o produto são aprovados pelo órgão competente.Os registros são feitos em formulários próprios, sem rasuras, íntegros, àcaneta, datados e assinados, arquivados e disponíveis para consulta.NÃO CONFORMIDA<strong>DE</strong>S( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )68


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilC – AVALIAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÕESITENS REQ 5. PREVENÇÃO <strong>DE</strong> CONTAMINAÇÃO CRUZADA SIM NÃO N.A*5.1 I Existe POP descrito que atende a legislação. ( ) ( ) ( )5.2 NOs procedimentos são acessíveis e estão disponíveis para consulta pelosfuncionários envolvidos nos respectivos locais de trabalho.( ) ( ) ( )5.3 NA execução dos procedimentos é monitorada dentro da freqüência prevista, omonitor é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )5.4 N As ações corretivas aplicadas são adequadas e estão registradas. ( ) ( ) ( )5.5 IExiste controle de seqüência da elaboração dos produtos visando evitarcontaminação.( ) ( ) ( )5.6 I5.7 N5.8 NA manipulação de aditivos e medicamentos é realizada de forma que evite acontaminação cruzada.A verificação do procedimento é feita dentro da freqüência prevista, overificador é treinado e os registros estão disponíveis.Os registros são feitos em formulários próprios, sem rasuras, íntegros, à tinta,datados e assinados, arquivados e disponíveis para consulta.( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )6.1 I Existe POP descrito que atende a legislação. ( ) ( ) ( )6.2 NOs procedimentos são acessíveis e estão disponíveis para consulta pelosfuncionários envolvidos nos respectivos locais de trabalho.( ) ( ) ( )6.3 NA execução dos procedimentos é monitorada dentro da freqüência prevista, omonitor é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )6.4 N As ações corretivas aplicadas são adequadas e estão registradas. ( ) ( ) ( )6.5 NA verificação dos procedimentos é feita dentro da freqüência prevista, overificador é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )6.6 NExiste cronograma de manutenção preventiva dos equipamentos einstrumentos.( ) ( ) ( )6.7 NOs instrumentos são identificados e calibrados conforme descrito, e osregistros da calibração estão disponíveis.( ) ( ) ( )6.8 NOs registros são feitos em formulários próprios, sem rasuras, íntegros, à tinta,datados e assinados, arquivados e disponíveis para consulta.( ) ( ) ( )ITENS6. MANUTENÇÃO E CALIBRAÇÃO <strong>DE</strong> EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOSNÃO CONFORMIDA<strong>DE</strong>S69


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilC – AVALIAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÕESITENS REQ 7. CONTROLE INTEGRADO <strong>DE</strong> PRAGAS SIM NÃO N.A*7.0 I Existe POP descrito que atende a legislação. ( ) ( ) ( )7.1 NOs procedimentos são acessíveis e estão disponíveis para consulta pelosfuncionários envolvidos nos respectivos locais de trabalho.( ) ( ) ( )7.2 NA execução dos procedimentos é monitorada dentro da freqüência prevista, omonitor é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )7.3 N As ações corretivas aplicadas são adequadas e estão registradas. ( ) ( ) ( )7.4 NA verificação é feita dentro da freqüência prevista, o verificador é treinado e osregistros estão disponíveis.( ) ( ) ( )7.5 N Existe croqui identificando onde estão os porta-iscas e armadilhas. ( ) ( ) ( )7.6 N Os porta-iscas e as armadilhas estão identificados. ( ) ( ) ( )7.7 N São adotadas medidas preventivas para evitar a proliferação das pragas. ( ) ( ) ( )7.8 IOs produtos utilizados no combate às pragas são registrados no órgãocompetente.( ) ( ) ( )7.9 IProdutos utilizados no combate às pragas identificados e guardados em localadequado.( ) ( ) ( )7.1 NOs registros são feitos em formulários próprios, sem rasuras, íntegros, à tinta,datados e assinados, arquivados e disponíveis para consulta.( ) ( ) ( )8. CONTROLE <strong>DE</strong> RESÍDUOS E EFLUENTES:8.0 NO estabelecimento dispõe de sistema de tratamento e eliminação de resíduos eefluentes aprovado pelo órgão ambiental competente.( ) ( ) ( )8.1 I Existe POP descrito que atende a legislação. ( ) ( ) ( )8.2 NOs procedimentos são acessíveis e estão disponíveis para consulta pelosfuncionários envolvidos nos respectivos locais de trabalho.( ) ( ) ( )8.3 NA execução dos procedimentos é monitorada dentro da freqüência prevista, omonitor é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )8.4 N Existência de área adequada para estocagem dos resíduos sólidos. ( ) ( ) ( )8.5 N As ações corretivas aplicadas são adequadas e estão registradas. ( ) ( ) ( )8.6 NResíduos sólidos no interior do estabelecimento em recipientes tampados, defácil limpeza e transporte, devidamente identificados e limpos ou higienizados ( ) ( ) ( )constantemente.8.7 NRetirada freqüente dos resíduos da área de processamento, evitando focos decontaminação.( ) ( ) ( )8.8 NA verificação dos procedimentos é feita dentro da freqüência prevista, overificador é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )8.9 NOs registros são feitos em formulários próprios, sem rasuras, íntegros, à tinta,datados e assinados, arquivados e disponíveis para consulta.( ) ( ) ( )9 . RASTREABILIDA<strong>DE</strong> E RECOLHIMENTO <strong>DE</strong> PRODUTOS9.0 I Existe POP descrito que atende a legislação. ( ) ( ) ( )9.1 NOs procedimentos são acessíveis e estão disponíveis para consulta pelosfuncionários envolvidos nos respectivos locais de trabalho.( ) ( ) ( )9.2 NA execução dos procedimentos é monitorada dentro da freqüência prevista, omonitor é treinado e os registros estão disponíveis.( ) ( ) ( )9.3 N As ações corretivas aplicadas são adequadas e estão registradas. ( ) ( ) ( )9.4 NA verificação é feita dentro da freqüência prevista, o verificador é treinado e osregistros estão disponíveis.( ) ( ) ( )9.5 NOs registros são feitos em formulários próprios, sem rasuras, íntegros, à tinta,datados e assinados, arquivados e disponíveis para consulta.( ) ( ) ( )ITENSNÃO CONFORMIDA<strong>DE</strong>S70


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilD - CLASSIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTOA pontuação para classificação do estabelecimento será obtida considerando o atendimento dos itensimprescindíveis e dos itens necessários, conforme média ponderada descrita abaixo:Pontuação = {(soma dos itens imprescindíveis atendidos sobre o total dos itens imprescindíveis do roteiro x100) x 2 + (soma dos itens necessários atendidos sobre o total de itens necessários do roteiro x 100)} / 3Obs: Desconsiderar os itens que não se aplicam (N.A.) na soma dos itens atendidos.( ) GRUPO 1 – 91 a 100 pontos( ) GRUPO 2 – 71 a 90 pontos( ) GRUPO 3 – 51 a 70 pontos( ) GRUPO 4 – 0 a 50 pontos71


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilMINIMUM VENTILATION RATESMichael CzarickExtension Engineermczarick@engr.uga.eduFig. 1. Minimum ventilation rates to control carbon dioxide.Knowing how much to ventilate during cold weather is crucial to a producer’sbottom line. Ventilating too little can lead to poor air/litter quality, resulting in birdhealth and performance issues. Ventilating too much can lead to drafty conditionsand high heating costs. The first step to knowing how much you need to ventilateduring cold weather is to understand which air quality variables are most likely tocause problems. In short, the three primary air quality variables poultry producersneed to manage, besides temperature, in a poultry house during cold weather arecarbon dioxide, humidity, and ammonia. To maximize bird performance we wouldideally like to keep carbon dioxide concentrations below 5,000 ppm, relative humidityaround 60%, and ammonia concentrations below 30 ppm.Carbon dioxide is produced by the birds as well as by a house’s heatingsystem. High carbon dioxide concentrations can lead to lethargic chicks and reducedweight gain. Fig. 1 illustrates the approximate minimum ventilation rate (cfm per1,000 birds) required to maintain a carbon dioxide concentration below 5,000 ppm.The green line is the minimum ventilation rate if we assume the only source ofcarbon dioxide is the birds. The red line assumes the house has an unvented heating72


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilsystem and the combustion gases from the brooders/heaters are being added to air,thereby requiring higher minimum ventilation rates to control carbon dioxide. As youcan see, the carbon dioxide produced by the heating system typically doubles theminimum ventilation required for the first few weeks. The chart is based on theassumption that after the fourth week, the amount of heat run time is minimal soadditional ventilation to get rid of carbon dioxide produced by the heating system isunnecessary.Fig. 2. Minimum ventilation rates required to manage house moisture based on bird water usage andinside temperature.Insufficient ventilation during cold weather can also lead to a buildup ofmoisture in a house, resulting in damp litter and all the associated problems. But, if aproducer ventilates too much not only will it result in high heating costs but theresulting low relative humidity can lead to dusty house conditions. The chart in Figure2 provides a way to determine minimum ventilation rates to control house humidityfrom daily water consumption and house temperature. For every pound of feed, abird will drink approximately a quart of water. The older the birds get, the more feedthey eat, the more water going into the house that we have to get rid of throughventilation. If we know how much water is going into a house, inside and outsidetemperature, and have a target for inside relative humidity we can calculate howmuch we need to ventilate to rid the house of the moisture the birds are adding. Whatabout outside relative humidity? The fact is that when it is cold, outside relativehumidity really doesn’t have a large effect on how much we need to ventilate to73


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilcontrol moisture in the house because cold air, whether at 40% or 100% relativehumidity actually contains very little moisture.For instance, if during brooding it is 90ºF and 60% Rh there would beapproximately 20 ounces of water in every 1,000 cubic feet of air in the house. Ifoutside it were 40ºF and 50% Rh there would be 3 ounces of water in every 1,000cubic feet of air. When the timer fans come on, for every 1,000 cubic feet of air webring in, we are bringing in 3 ounces of water. The good news is though we arebringing in 3 ounces of water we are at the same time exhausting 20 ounces ofwater. So, even though when we are ventilated we are bringing in some moisture, thefact is we are exhausting air with significantly more moisture, which results in anoverall reduction in house moisture levels.Now, let’s say that it is 40ºF and 80% Rh outside. Under these conditionsthere would be 5 ounces of water in every 1,000 cubic feet of air we brought into ahouse. But again, since the inside air has 20 ounces of moisture for every 1,000cubic feet we would be removing 15 ounces (20 ounces - 5 ounces) of moisture forevery 1,000 cubic feet of air we moved into and out of the house. As you can see,even though the humidity is much higher outside than in the first example it onlyreduced the amount of moisture we removed from the house by a little over 10%. Soeven though technically a minimum ventilation chart should take into account outsiderelative hmidity for the most part you can obtain fairly accurate results with just usinga chart that assumes an outside relative humidity of 50%.Outside temperature has more of an effect on minimum ventilation settingsthan does outside relative humidity. The minimum ventilation rates provided in Fig. 2are based on an outside temperature of 30ºF. The minimum ventilation ratesindicated can be adjusted for very cold or moderate conditions. For instance, if theminimum outside temperature is 50ºF (20ºF warmer) minimum ventilation settingsshould be increased by approximately 25%. If the minimum outside temperature is10ºF (20ºF colder) the minimum ventilation rates can be decreased 25%.Last but not least, we need to ventilate enough during cold weather to controlammonia. High ammonia concentrations can lead to reduced bird weights, increasedfeed conversions, and increased incidence of respiratory problems. The problem isthat there isn’t a minimum ventilation chart to provide a minimum ventilation rate tocontrol ammonia. This is because though the moisture and carbon dioxide producedby the birds doesn’t change much from farm to farm, ammonia production is veryhard to accurately predict. The amount of ammonia produced is a function of factorssuch as age of litter, litter moisture, amount of caked litter, length of downtimebetween flocks, etc. At this time the best way to determine how much you need toventilate to control ammonia is to simply set a couple of 36" fans to run a minute orso out of five and measure the ammonia concentration right after the fans shut off. Ifyou want to cut the ammonia concentration in half, double your timer setting. If it isvery low, and you think it would be okay to double the concentration, then cut yourtimer fan settings in half.Which method should be used to determine timer fan settings? Actually, allthree. Ideally, you should determine minimum ventilation rates using all threemethods and then use whichever one requires the highest minimum ventilation rate.For instance, if you have a house with built-up litter and you are not using a litter74


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasiltreatment, you will probably find that the minimum ventilation rate to control ammoniaconcentration will be the highest. But, if you have a freshly cleaned out house you willfind that relative humidity will be the controlling air quality variable. If you have ahouse with very dry fresh litter you may find that carbon dioxide will be the controllingair quality variable.In an ideal situation we wouldn’t use any charts. Producers would have metersto measure ammonia, relative humidity, and carbon dioxide and then makeadjustments to minimum ventilation fan settings accordingly. But, in most cases thisis not possible. To date, there hasn’t been an ammonia meter that has been provento accurately measure ammonia in a poultry house on a continuous basis. Yes, thereare some meters that can be taken into a house for a short period to measureammonia, but they tend to be expensive ($1,000+), require frequent calibration, andthe meter’s sensor typically has to be replaced once a year at significant expense(over $400), putting them out of the reach of most producers. Carbon dioxide meterscost around $500, though typically less problematic than ammonia meters, they arenot that useful because for the most part carbon dioxide is not very likely to be asignificant problem on most farms.This brings us to relative humidity meters/sensors. Relative humiditymeters/sensors are for the most part very reliable and relatively inexpensive.Furthermore, relative humidity is what we are most interested in controlling duringcold weather. The fact is that if we properly manage humidity in our houses we willkeep ammonia and dust from becoming problems in the first place. If we use a littertreatment in a house with built-up litter we will not have to worry about ammonia thefirst week or so and if we properly manage relative humidity we should be able tokeep our litter in good shape, minimizing the likelihood that ammonia will be aproblem later on in the growout. If a house has fresh shavings and it is ventilated tocontrol relative humidity from day one, then litter caking will be kept to a minimumand therefore keep ammonia from being a major problem. Basically, a relativehumidity meter/sensor is a ventilation tool that no poultry house should be without.Trying to determine how much to ventilate a house is always going to be achallenge. Balancing the well being of the birds and heating costs is difficult at best.But, the better you understand the goals of minimum ventilation rates during coldweather, the more likely you will have optimal bird health and performance and theless likely you will be to over ventilate your houses, which of course will lead to highheating costs.75


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilMANEJO FINAL - STRESS CALÓRICOMatthew WilsonEspecialista em Frangos de Corte, Suporte Técnico MundialCobb-VantressIntroduçãoNos últimos vinte e cinco anos, a produção de carne avícola aumentou maisde 75 milhões de toneladas no mundo todo. Isso significa que a carne de ave,especialmente a de frango, tornou-se a carne de eleição em termos globais e,atualmente, a produção mundial continua a crescer cerca de 2% ao ano. A carne defrango é considerada saudável e é consumida por pessoas de todas as faixasetárias e em todos os tipos de populações. Não existem restrições de caráterreligioso ao consumo de carne de frango. O futuro da carne de frango no mundo épromissor em relação à próxima década e, embora as doenças, as questõesrelacionadas ao bem-estar e os custos de produção afetarão a forma e a localizaçãoem que essa carne será produzida no mundo, a indústria da carne de frango é maisbem estruturada que qualquer outra indústria de alimentos protéicos para enfrentaresses desafios e satisfazer as expectativas dos consumidores.Grande parte da produção de carne de frango localiza-se em áreas de altatemperatura ambiente e onde os galpões de alojamento, tradicionalmente, possuemlaterais abertas dotadas de cortinas. Esse é um grande desafio para os produtores,devido ao contínuo progresso da área genética e a crescente pressão mundial sobreas margens obtidas pelo produtor, portanto, investir no controle do ambienteapresenta o maior retorno de investimento nos aviários e, portanto, devemos tomar amelhor decisão possível quanto ao projeto de alojamento e aos equipamentos, a fimde reduzir o estresse relacionado à temperatura ambiente.IsolamentoUm dos principais fatores para alcançar o máximo desempenho das aves épropiciar um ambiente consistente e uniforme no aviário. Sem o isolamentoadequado, isso se torna impossível, independentemente do sistema de ventilaçãoempregado. O isolamento reduz a entrada do calor do sol e, portanto, diminui oestresse calórico nas aves. A instalação do forro com caída é uma opção bastanteutilizada. Nesse caso, a área localizada no sótão (contanto que seja ventilada) é aque oferece o maior isolamento. Os índices de isolamento são classificados segundoum valor R e, quanto maior o número, melhor o poder isolante.A espuma em spray (poliestileno, poliuretano ou espuma fenólica) apresentaum alto valor R, mas é cara e não oferece nenhuma resistência ao fogo. A fibra devidro é uma opção para o isolamento, mas a celulose é uma escolha ainda melhor,pois:76


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil• É o material isolante mais barato.• É tratada com ácido bórico, que retarda o fogo, funciona como inseticida contrapragas como o cascudinho e é um elemento refletor da pele de camundongos eratos, e, portanto, não é um material escolhido por esses animais para aconstrução de ninhos.• Ao contrário da fibra de vidro, mesmo que a celulose se molhe, ela é capaz derecuperar 100% de seu valor isolante depois de seca.VedaçãoA primeira função de qualquer sistema de ventilação é o controle total do fluxode ar. Isso pode ser obtido pela vedação de todos os locais do aviário por onde o arpossa passar. Dessa forma, o ar somente entrará no aviário pelas aberturas feitaspara esse fim. Um aviário bem vedado, com as entradas de ar fechadas e com umexaustor de 1,2 m em funcionamento, deve atingir pressão estática mínima de 37,5Pascal. Pressão estática menor que 25 Pascal indica que há vazamentos de ar, oque deve ser corrigido imediatamente. As cortinas, quando fechadas, devemapresentar vedação completa na parte inferior, superior e nas laterais. Esse fato éparticularmente importante se o aviário for dotado do sistema de ventilação do tipotúnel. Um aviário com cortinas laterais sem vedação adequada irá necessitar de umnúmero maior de exaustores de modo a atingir a pressão negativa necessária; casocontrário, se não houver exaustores em número suficiente para compensar osvazamentos de ar, a pressão negativa ficará baixa demais no ponto de entrada dear, e como resultado, o ar, ao entrar, não vai se misturar corretamente com o arinterno, causando desequilíbrio na temperatura interna do aviário, diferenças nadensidade de aves, baixa uniformidade do lote, problemas de cama e possívelmortalidade na extremidade das entradas de ar e junto às paredes laterais doaviário.Entradas de ar/ExaustoresA importância das entradas de ar é muitas vezes ignorada ao se instalar umbom sistema de ventilação, pois, de fato, são as entradas de ar que fornecem ar aoaviário e são responsáveis pela distribuição uniforme do ar. São usados dois tiposde entradas de ar em um aviário: primeiro, as entradas de ar localizadas nasparedes laterais, utilizadas para suprir oxigênio e possibilitar o controle datemperatura quando as aves são jovens (menos de vinte e cinco dias de idade) equando a temperatura externa é igual ou menor do que a temperatura internadesejada (por ex.: à noite/clima frio), e, segundo, as entradas de ar em túnel, quefornecem um grande volume de ar para realizar a troca de ar correta dentro doaviário e propiciam alta velocidade do ar entre as aves, para reduzir a temperaturaefetiva das aves e evitar o estresse calórico. A utilização de entradas de ar nasparedes laterais, quando comparada ao uso das entradas de ar em túnel, com amesma vazão, resulta em 25% da velocidade do ar entre as aves, reduzindo o riscode resfriar demais as aves mais jovens, ao mesmo tempo em que propicia uma trocade ar adequada dentro do aviário, diminuído o estresse calórico. Todas as entradasde ar devem ser bem vedadas quando fechadas e devem operar em função da77


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilpressão. A pressão negativa exigida em cada tipo de aviário depende da distânciaque o ar deve percorrer até o centro do aviário e, portanto, depende da largura doaviário.Pressão(Pascal’s)Espaço da entrada de arnecessário para cada m3/hora decapacidade de exaustãoLargura do Aviário(metros)Velocidade do ar(metros/segundo)7.5 1 cm² para cada 1,05 m³/hr 10 3.510 1 cm² para cada 1,20 m³/hr 11 4.012.5 1 cm² para cada 1,30 m³/hr 12 4.515 1 cm² para cada 1,45 m³/hr 14 5.017.5 1 cm² para cada 1,60 m³/hr 15 5.520 1 cm² para cada 1,70 m³/hr 18 6.022.5 1 cm² para cada 1,85 m³/hr 21 6.525 1 cm² para cada 2,00 m³/hr 24 7.0ExaustoresExistem atualmente diversos tipos de exaustores bastante eficientes nomercado; seguem alguns pontos que devem ser levados em conta aocomprar/instalar exaustores:• Os exaustores mais eficientes são os de alta velocidade. Esses exaustoresatingem rapidamente a velocidade de operação e alcançam um padrão dedistribuição de ar estável quase imediatamente após serem ligados.• Os exaustores de velocidade variável não atingem a pressão negativaadequada de forma consistente, e não devem ser considerados para uso emaviários.• O tamanho mínimo do exaustor a ser usado em um aviário é de 900 mm, comvolume de 5,75 m3/s (345 m3/min ou 20.700 m3/hora) à pressão de operaçãode 50 Pascal.• O tamanho mínimo do exaustor a ser usado para a ventilação em túnel é de 1,2m, com volume de 10 m3/s (600 m3/min ou 36.000 m3/hora) à pressão deoperação de 30 Pascal.• Esses exaustores devem ser dotados de persianas para retorno de ar em seuinterior, com capacidade de vedação completa quando o exaustor estádesligado.• Os exaustores devem ser instalados em cone a fim de melhorar sua eficiência.78


Ventilação de transição<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilA ventilação de transição é o sistema de ventilação menos discutido e maissubestimado. Um dos problemas mais comuns encontrados na avicultura atualocorre quando se tenta usar a ventilação em túnel para ventilar aves jovens (commenos de vinte e cinco dias de idade). O problema advém do fato que, até pelomenos vinte e cinco dias de idade, as aves não possuem empenamento suficiente eo ar, ao passar entre elas com muita velocidade fará com que as aves "se abaixem"para tentar evitar o movimento de ar, causando o amontoamento das aves, baixaatividade e redução do consumo de água e ração, diminuição da taxa decrescimento e aumento das reações respiratórias/vacinais. A ventilação de transiçãoutiliza parte (cerca de metade) dos exaustores da ventilação em túnel e as entradasde ar laterais, reduzindo drasticamente a velocidade do ar entre as aves(aproximadamente 75%), ao mesmo tempo em que propicia excelente troca de ar(em cerca de dois minutos), o que mantém as aves mais jovens confortáveis nosmomentos de alta temperatura ambiente.Ventilação em tunelO sistema mais eficiente para refrescar as aves é a ventilação em túnel, queconsiste de grandes entradas de ar em uma das extremidades do aviário, e grandesexaustores na extremidade oposta, com capacidade de movimentar o ar sobre asaves a 2,5-2,75 metros por segundo, promovendo a troca de ar no aviário em menosde um minuto.A capacidade do sistema de ventilação em túnel será determinada pela áreada seção cruzada do aviário (largura pela altura média (m) vezes a velocidade do ardesejada no nível das aves (m/seg) dividido pela capacidade real de operação dosexaustores (m/seg).Os exaustores mais adequados para o sistema de ventilação em túnel são osde alta capacidade, acionados por correias, com vazão mínima de 36.000 metroscúbicos por hora ou 6.000 metros cúbicos por minuto ou 10m3/s de ar à umaresistência à pressão estática de 30 Pascal com cone de exaustão.Os exaustores da ventilação em túnel devem todos funcionar à temperaturaexterna de 25,5c contanto que as aves continuem ingerindo água e ração. Se asaves pararem de beber e se alimentar, e tentarem ficar mais perto do chão, avelocidade do ar está alta demais para a idade e o empenamento das aves e para atemperatura naquele momento.Se a velocidade do ar aumenta à medida que nos aproximamos dosexaustores, isso indica um aumento do volume do ar conforme ele se desloca aolongo do aviário, e isso quer dizer que existem muitos vazamentos de ar no aviário.Se a velocidade do ar diminui à medida que nos aproximamos dosexaustores, isso indica que a vazão das entradas de ar é maior do que a capacidadedos exaustores de movimentar o ar ao longo do aviário, a entrada de ar deve serdiminuída até que isso não ocorra e a velocidade deve ser verificada na entrada dear para garantir que esteja adequada à largura do aviário.79


Nebulização<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilA utilização dos sistemas de nebulização para reduzir a temperatura doaviário pode funcionar muito bem. No entanto, o uso incorreto desse sistema, emvez de diminuir o estresse calórico, poderá resultar em mortalidade.É importante lembrar que umedecer o ar não abaixa a sua temperatura, e sima ação da evaporação da umidade do ar é que cria o efeito resfriador. Essa forma derefrescar as aves pode reduzir a temperatura em 10c quando a umidade relativaestá baixa como 30%. Quando a umidade relativa aumenta para 50%, oresfriamento efetivo do sistema de resfriamento evaporativo diminui para 6c. Éperigoso resfriar as aves desta forma quando a umidade relativa ultrapassa 70%,pois prejudica a capacidade das aves de perder calor através do mecanismo daofegação.Todo vapor d'água introduzido no ambiente do aviário deve se dissipar(evaporar) antes de chegar a 1,2 metros do piso. Se esse vapor se aproximar maisdo piso, ocorrerá a estratificação do calor e do excesso de umidade no piso junto àsaves, e elas não irão se beneficiar do efeito resfriador. O vapor, quando evapora auma distância de 1,2 metros em relação às aves, faz com que o calor saia das avese se eleve até o fluxo de ar originado pelos exaustores e saia do aviário. O ar frescoirá descer até o chão (pois o ar frio desce enquanto o ar quente sobe) e beneficiaráas aves sem aumentar a umidade a ponto de restringir o funcionamento adequadodo sistema respiratório. Um outro problema dos nebulizadores é o potencial decausar mudanças drásticas na evaporação em função das mudanças na umidadeexterna. A taxa de evaporação pode variar até 20% em um só dia. Por esse motivo,recomendamos a utilização de um sistema de estágio duplo, funcionando com basena temperatura e umidade, sendo que o segundo estágio baseia-se no aumento datemperatura em relação à temperatura inicial programada. Isso possibilita ao sistemaajustar-se ao potencial de evaporação e evitar que as aves e o piso se molhemquando a taxa de evaporação for muito baixa. O sistema de resfriamento nuncadeve funcionar abaixo de 28ºC ou se a umidade no aviário for maior que 70%, se osistema de nebulização entrar em funcionamento antes que a temperatura alcance28ºC ou a umidade exceder 70%, resultando em pouca ou nenhuma evaporação efazendo com que a cama e as aves fiquem molhadas.A umidade nunca deverá ser adicionada ao ar diretamente na abertura daentrada de ar, onde a velocidade do ar é maior que 2,5 m/seg. Os bicosnebulizadores localizados na área das entradas de ar do aviário devem serposicionados onde a velocidade é inferior a 2,5 m/s para evitar que o piso e as avesnessa área do aviário se molhem. Se o vapor de um dos bicos ultrapassar o jato dopróximo bico, isso indica que há nebulizadores em excesso ou que o sistema nãodeveria estar ligado. Essa situação resultará em alta umidade, problemas dedesempenho e mortalidade no aviário, devido ao alto índice de estresse calóricooriginado pelo aumento da umidade relativa.80


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilResfriamento evaporativoA evaporação é provocada por três fatores: calor, velocidade do ar e a quebrada água em partículas suficientemente pequenas para evaporar. Acrescentar, aoambiente do aviário, mais água do que é possível evaporar levará ao umedecimentoda cama e ao aumento da umidade e da temperatura. As placas de evaporação sãoprojetadas para restringir a entrada de ar no aviário e provocar a evaporação daumidade do ar. As bombas de água devem funcionar somente para fornecerumidade suficiente às placas, de forma que a evaporação seja suficiente paraabaixar a temperatura. As placas nunca devem ficar completamente molhadasdurante o tempo todo. Se as placas permanecerem molhadas continuamente, aevaporação não ocorrerá, o resfriamento provém da evaporação da água. Maisespecificamente, corresponde à energia necessária para transformar a água doestado líquido para o estado de vapor é o que mais contribui para a redução datemperatura do ar. A energia necessária para que a temperatura da água atinja oponto de evaporação é mínima em comparação à energia necessária para mudar dafase líquida para a fase de vapor. É por isso que não faz diferença ao processo deresfriamento se adicionarmos cubos de gelo a caixa de água do sistema.Para sermos mais exatos:• São necessários 4,19J de energia para aumentar em 1ºC a temperatura de 1gde água.• Por outro lado, para transformar em vapor essa mesma 1g de água, sãonecessários 2259J de energia (ambos ao nível do mar).Esse controle pode ser feito operando as bombas através de um umidostato eum termostato. Isso possibilita o controle da umidade disponível e evita que aumidade atinja níveis muito altos. Em aviários resfriados pelo sistema de placasevaporativas, é preciso também certificar-se de que a área das placas e a vazão dosexaustores são compatíveis, de forma a garantir que o fluxo de ar adequado passeatravés das placas.Quando a umidade está alta, as bombas devem funcionar por um curtoperíodo de tempo, apenas o suficiente para molhar as placas. As bombas devempermanecer fechadas até que as placas comecem a secar, e repetir o ciclo damesma forma. À medida que a umidade diminui, as bombas podem funcionar commais freqüência e por um período mais longo, se a umidade estiver muito baixa e atemperatura muito alta, provocando excelente evaporação e o conseqüenteresfriamento. Quando isso ocorre, as bombas precisam ficar ligadas a maior parte dotempo, porém não o tempo todo. As bombas nunca devem ficar ligadas 100% dotempo, em nenhum tipo de aviário, qualquer que seja o sistema de ventilação. Ofuncionamento contínuo das bombas geralmente faz com que o ar se torne saturado,reduz a evaporação da umidade e aumenta a temperatura do aviário, resultando emum possível desastre.No caso de aviários dotados de ventilação do tipo túnel e resfriamentoevaporativo, recomenda-se medir a umidade na extremidade da entrada de ar doaviário, à altura de 1,2 metros do piso, e a temperatura na extremidade onde selocalizam os exaustores, logo acima da altura das aves, locais onde geralmente81


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilobtemos os valores mais altos de ambas as medidas. É importante evitar que ossensores de controle se molhem, pois isso pode provocar erros de leitura.O único tipo de placa de resfriamento evaporativo que devemos consideraratualmente são as de 15 cm. O tamanho das canaletas existentes nas placas devemser de 1 cm x 1 cm. Embora sejam ligeiramente mais restritivas em termos devolume de ar, propiciam uma queda de temperatura muito maior.O ângulo das canaletas nas placas é também importante para se alcançar amáxima diminuição da temperatura e o umedecimento dos painéis. As placas comcanaletas em ângulo de 45/15 são mais eficientes em temperaturas altas e umidaderelativa muito baixa. Essa angulação faz com que as placas se molhem ligeiramentemelhor na parte externa da sua superfície. As canaletas com ângulo de 30/30 sãomais eficientes e propiciam maior diminuição de temperatura quando a umidadevaria de média a alta. Uma outra vantagem das canaletas em 30/30 resulta do fatode que não é possível instalar as placas de trás para frente nos sistemas deresfriamento.No caso de placas de resfriamento evaporativo, as de 5 cm são projetadaspara serem usadas como placas de nebulização, as de 10 cm são projetadas parauso em sistemas de recirculação e, em alguns casos, também como placas denebulização; porém os painéis de 15 cm destinam-se somente para a recirculação.Aviários com cortinas lateraisOs aviários com cortinas laterais ou com ventilação natural, como o próprionome implica, são afetados pelo ambiente externo no que diz respeito ao tipo deambiente que persistirá no interior do aviário. Quando a temperatura externa estámais baixa do que a temperatura desejada no interior do aviário, o fechamento dascortinas e um bom sistema de aquecimento, em um aviário bem vedado e com bomisolamento, irão possibilitar atingir a temperatura adequada, embora os níveis deoxigênio no aviário possam estar comprometidos devido à falta de um sistema deventilação mínima. Em temperaturas mais altas do que aquela desejada para oaviário, no caso de aves maiores, há apenas duas opções para os aviários comventilação natural: uma delas é movimentar o ar por entre as aves por meio deexaustores para que as aves se refresquem, e a segunda é reduzir a temperaturaefetiva do ar por meio de nebulizadores.Existem muitas configurações diferentes de exaustores utilizados em aviárioscom ventilação natural. As configurações mais comuns são uma linha de exaustoresem filas únicas ou múltiplas ao longo do aviário, o que chamamos ventilaçãolongitudinal, e exaustores posicionados em uma parede lateral, empurrando o calorpara fora através da outra lateral do aviário. Ao usar a ventilação longitudinal, oexaustor desloca o ar e o calor, passando para o outro exaustor, e assim por diante,até expeli-los do aviário, de forma que o volume de calor removido do aviáriocorresponde à vazão daquele exaustor que acaba por expulsar o calor de dentro doaviário. Ao usar a ventilação de fluxo cruzado, todos os exaustores expelem o calordo outro lado do aviário. A ventilação de fluxo cruzado é mais eficiente do que aventilação longitudinal. Os exaustores, na ventilação de fluxo cruzado, sãopendurados em uma das paredes laterais, a um ângulo de 60 graus em relação a82


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilessa lateral. A bolsa de ar quente acima dos exaustores age como um tampão e,portanto, o exaustor apenas move o ar que se encontra logo acima dele até o níveldas aves.ConclusãoA ventilação inadequada ou o manejo incorreto da ambiência é o problemamais freqüentemente encontrado na criação de frangos de corte atual.Enquanto o aspecto genético da raça vem sendo melhorado continuamente,ano após ano, muitos aviários não modernizaram seu sistema de ventilação paraatender ao aumento da demanda genética por oxigênio e por um ambienteconstante no aviário. Em termos simples, o melhor retorno do investimento emqualquer equipamento instalado em um aviário, independente do clima em que seencontra, é o sistema de ventilação.83


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilCAPACIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> RESPOSTA IMUNOLÓGICA NAS AVES -ESTRATÉGIAS <strong>DE</strong> MONITORAMENTOLuiz Felipe CaronUniversidade Federal do Paraná – UFPRlfcaron@ufpr.brA exploração avícola no Brasil representa um ramo de excelência que insereo país como um dos melhores países do mundo na obtenção dos índices desejados.As características geográficas associadas ao clima e a disponibilidade de matériaprima para alimentação das aves contribuem para o sucesso da exploração,condição esta facilitada pela qualidade de nossos técnicos e do pessoal envolvidosno processo. A indústria trabalha atualmente no limite do que pode ser exigido dacapacidade produtiva de todo processo. Isto significa um manejo nutricional,sanitário e de ambiência ideal para expressão do potencial animal. De todos osprocessos e protocolos que estão sujeitos a ajustes, a utilização de vacinas,especialmente em frangos de corte, carece ainda hoje de melhorias associadas aodesenvolvimento de novos produtos e da compreensão exata do significado do“custo” para a ave na utilização desta ferramenta.Significa dizer que num ciclo de vida tão curto, em média 42 dias, aimplementação de estratégias que pudessem otimizar os resultados dos protocolosde vacinação, são necessárias, visando em médio prazo diminuir o número deaplicações nas aves e principalmente garantir o efeito das vacinações em avesconstantemente sujeitas ao limite de “stress” fisiológico requerido para índiceszootécnicos tão eficientes. A presença de doenças imunossupressoras, comodoença infecciosa da bursa (doença de Gumboro) e os índices de micotoxinas naalimentação das aves são fatores presentes no Brasil e difíceis de serem avaliadosno momento das vacinações, quando seus efeitos podem prejudicar a eficácia dasvacinas ou diminuir a produtividade do animal.Dentre todos os vertebrados superiores, as aves apresentam a maiordiversidade na composição e funcionamento o seu sistema imune. A precocidadecom que as células envolvidas na resposta aos patógenos surgem, aliada ao grandenúmero de órgãos imunes secundários e suas organizações, tornam as interaçõesum capítulo de grande importância na compreensão das diferentes respostas àsvacinas, dependentes da via de administração, da dose, da idade do animal, raça emanejo empregado. Atualmente as aferições da resposta a uma vacina ou mesmoaos desafios de campo, são realizadas de modo específico, monitorando-se aresposta de anticorpos nos indivíduos, o que é uma medida com sensibilidadesdiferentes dependendo do método empregado, e posterior ao uso do produto, oumesmo ao sucesso ou falha após um desafio de campo. Desde a década de 80 temse documentado e comprovado por pesquisas moleculares que a capacidade deresposta imune de uma ave é inversamente proporcional ao seu desempenhozooténico, o que se observa na prática com linhagens que, por exemplo, tem melhorconversão alimentar, e comparadas a animais com menor rendimento desenvolvemuma resposta imune inferior. Neste contexto a utilização de vacinas é umaferramenta importante na garantia da sanidade os animais e na sua sobrevivência84


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilpois, cada vez mais, se selecionam melhores parâmetros zootécnicos e asdiversidades e incompreensões nas respostas às vacinas aumentam.Como até o presente o método mais viável econômica e tecnicamentedisponível para avaliação de uma resposta é a mensuração de anticorpos, muitassituações carecem de explicações e justificativas para se apontar como encontrarsoluções e caminhos para investimentos futuros. O desenvolvimento de umaresposta imune ideal passa pela chamada resposta humoral, mediada por anticorpose resposta celular, mediada por células, quando o desenvolvimento tanto de umacomo da outra recruta a participação de uma diversidade de células que produzemuma diversidade de citocinas, sinalizadores e mediadores da interação entre estascélulas. A capacidade da ave em responder a diferentes antígenos ao longo de suavida varia conforme a presença e função de células específicas, e a detecção destascélulas antes ou depois da aplicação de vacinas tem significados de grande impactona compreensão da resposta imune. A diversidade destas células vai além de suaclassificação mais básica pelo tipo celular, como por exemplo, Linfócitos B,Linfócitos T ou Macrófagos e células dendríticas, e envolvem a caracterizaçãodestas pelos tipos de receptores presentes na superfície, pelo tipo de substânciasliberadas, etc. Assim uma metodologia que permitisse a identificação e mensuraçãodestas células poderia complementar as medidas de anticorpos atuais, gerando umasensibilidade muito maior na determinação da resposta imune. Dentre as incontáveispossibilidades propostas atualmente para este tema, algumas vem se concretizandoem outras especialidades, como pesquisa ainda, e outras já mostrando resultadosaplicáveis, principalmente na medicina humana.A citometria de fluxo é neste sentido uma possibilidade real, onde a obtençãodas amostras é tão viável como uma coleta de sangue e o preparo e análise dasmesmas sujeitos a um custo acessível, com a disseminação e popularização deequipamentos e insumos relacionados. A grande vantagem deste método é asensibilidade e precocidade com que a capacidade de resposta imune do animalpode ser aferida, funcionando como um indicador prévio de sucesso ou falha demaneira inespecífica, ou seja, para vários antígenos. Os marcadores da respostaimune presentes em diferentes células variam em quantidade e função dependendodo desafio que a ave está sujeita e mesmo em situações normais. Parâmetrosregulares das aves ainda devem ser determinados, para apontar situações ideais eem seguida os desvios poderem ser analisados. Como a imunologia aviária ainda éincipiente o fomento de novas técnicas, como a citometria de fluxo poderá ocorrerconcomitante à própria evolução do tema, permitindo uma compreensão dosresultados e técnicas utilizadas, quando extrapolamos para as aves metodologiasutilizadas em outras espécies. Análises prévias em camundongos em laboratóriomostraram que várias células e marcadores podem ser aferidos, e o significadodestes resultados cada vez mais aplicados às situações reais de nossa exploraçãocomercial.85


Referências<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilBerndt, Pieper, A.J., Methner, U. (2006), Circulating T Cells in Response toSalmonella enterica Serovar Enteritidis Exposure in Chickens, Infection andimmunity, 74, 3967 - 3978.Bridle, Julian, B.W.R., Shewen, P. E., Vaillancourt, J. P., Kaushik, A. Z. (2006), Tlymphocyte subpopulations diverge in commercially raised chickens, The CanadianJournal of Veterinary Research 70, 183 - 190.Erf, G.F., Bottje, W.G., Bersi, T. K.(1998), CD4, CD8 and TCR defined T-cell subsetsin thymus and spleen of 2- and 7-week old commercial broiler chickens, VeterinaryImmunology and Immunopathology 62, 339 - 348.Juul-Madsen, T. S., et al (2006) - Immune Response to a Killed Infectious BursalDisease Virus Vaccine in Inbred Chicken Lines with Different Major HistocompatibilityComplex Haplotypes, Poultry Science 85 986 - 998.Qureshi, M.A. - Understanding Immunology in Disease Development andControl,(1998) Poultry Science 77 1126 - 1129.Zinkernagel, R.M.,(2002) On differences between immunity and immunologicalmemory, Immunity to infection, 14, 523 - 536, 2002.86


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilIMPACTO DOS DIFERENTES PATOTIPOS DOS VÍRUS DABRONQUITE INFECCIOSA CIRCULANTES NO <strong>BRASIL</strong>Laura Yaneth Villarreal BuitragoDMV, MSc, PhDIntervet – Schering PloughCoronavirus Research Grouplaura.villarreal@intervet.comIntroduçãoO vírus da bronquite infecciosa das galinhas (VBIG) é um coronavíruspertencente ao grupo 3 do gênero Coronavirus.Reconhecida desde 1931, a bronquite infecciosa das galinhas (BIG) pode serdefinida como uma doença infecto-contagiosa com manifestações respiratórias,renais, reprodutivas e entéricas de frangos, poedeiras e reprodutoras, causada poruma grande diversidade de tipos de VBIG, com ampla disseminação mundial.A importância da BIG reside nas perdas econômicas pela diminuição daprodução de ovos, ovos com alterações de conteúdo interno e de casca, geração defalsas poedeiras, infertilidade, retardo no crescimento, aumento na susceptibilidadea infecções secundárias e, em alguns casos, mortalidade de moderada a severa.No Brasil, embora a vacinação contra BIG tenha sido estabelecida desde ofinal da década de 70, a doença ainda não foi controlada satisfatoriamente.Este texto teve por objetivos discutir a classificação atual dos tipos de VBIG,esclarecendo alguns conceitos utilizados para tal finalidade, e apresentar a situaçãoatual da diversidade genética e de patotipos deste vírus no Brasil.Existem alguns termos que precisam ser verdadeiramente entendidos paraque se possa ter uma idéia clara quando de BIG estivermos falando e que serãodiscutidos à continuação.• Variante: o termo variante deve ser entendido como amostra diferente àsamostras de referência de VBIG.• Sorotipo: o termo sorotipo refere-se à classificação baseada em reaçõessorológicas de uma dada amostra de VBIG.• Genótipo: o termo genotipo (ou genótipo) refere-se à classificação baseadaem características genéticas de uma dada amostra de VBIG.• Protectotipo: pode ser definido como o tipo de VBIG contido em uma vacinaque leve à proteção in vivo contra o desafio por vírus de campo do seu mesmosorotipo ou de sorotipos diferentes àquele contido na vacina.• Tropismo: pode ser entendido como a capacidade do vírus em se ligar aosreceptores celulares, adsorvendo-se à membrana celular e, eventualmente,adentrar o meio intracelular. No caso do VBIG o tropismo é determinado pelaproteína S que é responsável pela ligação a receptores celulares.87


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil• Patotipo: define-se como patotipo a classe a que pertence uma amostra deVIBG em relação à sua capacidade em causar lesão em certo tipo de célula outecido.Genótipos de VBIG circulantes no BrasilNo Brasil, a presença de vírus da Bronquite Infecciosa das galinhas diferentesaos isolados em diferentes paises da América, Europa, ou Ásia começou a serrelatada com bastante freqüência por volta dos anos 2000, o que não significa queesta variação não estava presente antes desta época.Bilenga et al., 2004 afirmam que aves vacinadas com a cepa H120 dosorotipo Massachusetts têm baixa proteção contra desafio heterólogo. Este é umdos motivos principais de porque o VBIG é tão difícil de controlar sob condições decampo, onde os lotes são infectados com cepas de campo heterólogas (variantes) eé a razão de porque, apesar das diferentes estratégias de vacinação empregadasnas aves, ainda o VBIG continua causando tantas perdas econômicas na produçãoavícola. Isto é um indicativo de que os sorotipos vacinais autorizados atualmentenão conferem proteção cruzada contra os vírus circulantes no Brasil.Em pesquisa realizada por Montassier et al., 2006, foram analisadas 12amostras isoladas entre 1988 e 2000 de granjas de frango de corte comercial e degranjas de poedeiras comerciais localizadas nas regiões sul e sudeste do Brasil.Estas amostras apresentaram diferentes perfis filogenéticos após a análise do geneS: cinco isolados apresentaram alta identidade com o sorotipo vacinal utilizado noBrasil, tendo sido isoladas de aves que apresentavam sintomas renais erespiratórios.Neste mesmo estudo, um isolado de aves experimentando problemasrespiratórios apresentou homologia com o sorotipo Connecticut, sendo que as avesdas quais esta amostra foi obtida tinham recebido vacina H120. Dois isolados deaves com sintomas renais e respiratórios estavam relacionados com o sorotipoArkansas e, finalmente, 4 isolados apresentaram uma baixa identidade com amaioria das cepas de referencia e isolados de diferentes países, se mostrando comoisolados nativos brasileros.Segundo Abreu et al, 2006, após a analise de parte do gene S de 16 isoladosde VBIG de granjas em Minas Gerais, sete encontraram-se em um grupo diferentede todos os demais VBIG descritos no mundo, incluindo amostras vacinais e alemdisso, demonstrando ser isolados regionais do Brasil; merecendo destaque o fato deque esta ampla diversidade de VBIG no Brasil começou a acontecer antes do usooficial da vacinação e tem persistido desde então.Até pouco tempo atrás, acreditava-se que surtos atípicos da bronquiteinfecciosa das galinhas, acometendo os plantéis avícolas brasileiros, ecaracterizados por sintomas renais e respiratórios severos e, em alguns casos,associados a alterações da musculatura superficial e profunda, eram causados pelosorotipo 4/91 do VBIG.No entanto, Brentano et al. 2006 após analisarem 3 amostras isoladas deaves apresentando apatia, problemas respiratórios e renais, aumento de88


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilmortalidade, queda na produção e lesões na musculatura do peito, demonstraram,após análise filogenética, que nenhuma das amostras se agrupava com a amostra4/91. Ao invés disso, uma das amostras agrupou com o sorotipo Massachusetts e asoutras duas estavam relacionadas com amostras nefropatogênicas, sendo que umadelas estava próxima ao sorotipo D274 do VBIG.Villarreal et al, 2006, detectaram um VBIG em galos apresentando problemasde fertilidade e, após a análise molecular, foi evidente que o vírus não pertencia aosorotipo Massachusetts, comumente usado para vacinação no Brasil, e que pelocontrario, este vírus ficou próximo aos sorotipos D274, Cal99 e Arkansas.Do mesmo modo, após serem realizadas analises do gene S de diferentesamostras de VBIG isolados de lotes de frangos e poedeiras comerciaisapresentando problemas exclusivamente entéricos entre 2002 e 2006, sem outrosintoma clássico de BIG, foram agrupadas num único cluster e estando próximos aosorotipo D274 e distantes ao sorotipo Massachusetts.Estas mesmas amostras, quando comparadas com 4 amostras isoladas porMontassier et al, 2006, nos anos de 1988 e 2000 e oriundas de lotes apresentandosintomas respiratórios, ficaram bastante próximas com estas últimas, o que indicaque as amostras circulando nos planteis brasileiros estejam eles apresentandosintomas, respiratórios, renais ou entéricos, possuem um padrão molecular bastanteparticular, tanto quando comparadas entre elas, quando comparadas com amostrasde referência e isolados representativos de diferentes partes do mundo.Assim sendo, de um modo geral, os isolados brasileiros, na sua maioriaapresentam-se como pertencendo a um mesmo genotipo, podendo representarneste caso um novo sorotipo característico do Brasil, o qual, ao mesmo tempo,apresenta-se próximo aos sorotipos Arkansas e D274.No caso dos isolados de VBIG estudados por Villarreal et al na Universidadede São Paulo, a identidade destes com o sorotipo vacinal utilizado no Brasil(Massachusetts) é de apenas 70%, o que permite inferir uma proteção baixa contrao desafio de campo.Nestes estudos citados anteriormente, vários dos isolados do VBIG foramobtidos de aves oriundas de regiões onde a vacinação contra BIG não tinha sidoimplementada; nestes casos, a presença de vírus de BIG variantes aconteceu sem oenvolvimento de vírus vacinais que pudessem ser indicados como fonte derecombinação.Di Fabio, et al., 2000, estudaram 15 isolados oriundos de frangos de corte,poedeiras comerciais , reprodutoras e 1 lote de codornas, que apresentavamsintomas respiratórios, entéricos, renais e/ou reprodutivos no ano de 1995. Apóstestes de neutralização cruzada em anéis de traquéia, foi demonstrado que um dosisolados pertencia ao grupo Massachusetts e os 14 restantes representavam pelomenos 4 grupos antigênicos, todos os quais diferentes daqueles descritosanteriormente em outros países. Neste mesmo trabalho, foi demonstrado que autilização de um programa de vacinação que incorpore duas vacinas heterólogasapresentou ótimos resultados de proteção.Além dessa diversidade de tipos de VBIG propriamente dita, é possível queoutras espécies de coronavírus venham a ser encontradas nas aves no Brasil. Por89


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilexemplo, entre 2002 e 2006, foram encontrados mais de 25 casos em pelo menos 5estados brasileiros de um vírus sugerido como sendo uma recombinação entre oVBIG e um coronavírus pertencente ao grupo 2, tendo esse vírus, denominado deCECoV (Chicken Enteric Coronavirus) sido associado a enterite e retardo nocrescimento (Villarreal et al., 2006).Efeito dos diferentes patotipos clássicos e emergentes de VBIGcirculantes no BrasilPatotipo respiratórioSe a infeção pelo virus de BI não sofre complicação, os sintomas tendem adesaparecer entre 10-15 dias. Alterações patológicas variáveis ocorrem, comoedema e exsudato catarral ou mucoso na traquéia, congestão pulmonar, inflamaçãocatarral ou fibrinosa nos sacos aéreos, pericardite e pleurite. O quadro de Síndromede Cabeça Inchada, caracterizado por edema de barbela, sinusite, conjuntivite, podeestar associado ao virus de BI associado com outros agentes respiratorios. Amortalidade nestes casos depende da evolução dos sintomas, do número departículas virais, cepa, e interação com agentes bacterianos como E.coli, O.rhinotracheale, Bordetella, Pasteurella.É importante lembrar que todos os VBIG tem como sitio inicial de replicação atraquéia, mesmo que nem todos eles cheguem a causar patogenia respiratória.Patotipo renalA nefropatogenicidade tem sido associada apenas com algumas cepas. Ascepas nefropatogênicas do VBIG podem causar inicialmente sintomas respiratórios,seguidos por sintomas derivados do dano renal como incremento no consumo deágua e fezes aquosas. Pode acontecer mortalidade, a qual segue um padrãoconsistente. As primeiras mortes usualmente acontecem ao redor de 6 dias posinfecção, incrementando rapidamente e fazendo pico 10 dias pos infecção, com asultimas mortes ao redor de 16 dias pos infecção. No entanto, as taxas demortalidade dependem de vários fatores intrínsecos e extrínsecos.Os rins das aves infectadas com o VBIG nefropatogênico apresentamaumento de tamanho e palidez, com túbulos e ureteres distendidos com uratos.Patotipo reprodutivoFêmeasA infecção de fêmeas de menos de 2 semanas de idade pode causar lesõespermanentes no desenvolvimento do trato reprodutivo, resultando em falsaspoedeiras. O terço médio do oviduto é o mais severamente afetado com áreas dehipoplasia localizada (Dhinakar e Jones, 1997). O VBIG tem capacidade infectanteem todos os segmentos do sistema reprodutivo da fêmea, sejam eles ovários(levando a queda da produção), infundíbulo (levando a diminuição da fertilidade),90


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilmagnum (alterando o conteudo interno do ovo), itsmo ou útero (levando a alteraçõesda casca do ovo). Tais efeitos podem ser acompanhados ou não por sintomatologiarespiratória. Algumas cepas causam apenas descoloração da casca do ovo (Cook eHuggins, 1986). A produção pode começar a aumentar após 2 a 3 semanas, masalcança apenas níveis sub-ótimos.MachosRecentemente, foi descrito um estudo no qual foi detectado o VBIG emtestículos de reprodutores apresentando queda de fertilidade severa. A patogênesedo VBIG no trato reprodutivo das fêmeas deriva-se da replicação viral no epitéliociliado do trato reprodutivo, resultando em perda de cílios e necrose das célulasglandulares e epiteliais. O epitélio dos ductos eferentes dos testículos consistetambém de células ciliadas e não ciliadas (Aire, 1980). Parece muito provável,portanto, que estas células sejam susceptíveis à replicação do VBIG. No entanto,estudos experimentais objetivando a reprodução da doença em machos, utilizando oVBIG isolado neste estudo são necessários para estabelecer uma associaçãodefinitiva entre este vírus e problemas de fertilidade em machos (Villarreal et al,2007a).Patotipo entéricoEmbora seja conhecido que o VBIG pode replicar no trato respiratório dasaves, este vírus não tinha sido associado ate o momento como causador de doençaentérica, excetuando alguns isolados que tem sido associados com proventriculite(Cavanagh 2005 e Yu et al, 2001). No entanto, Villarreal et al, 2007b, apósrealizarem uma pesquisa multifatorial em aves apresentando apenas diarréia severa,e após de terem sido descartados outros patógenos entéricos e/ou outrascausalidades e analisando a evolução dos coronavírus, propuseram que o VBIG temum papel de destaque no desencadeamento de doença entérica em aves (Villarrealet al, 2007b).Patotipo muscularUma importante cepa do VBIG é a 793B, que tem sido associada a miopatiapeitoral superficial e profunda. As lesões descritas são inchaço e palidez dosmúsculos peitorais e a presença de hemorragias faciais e edema gelatinoso nasuperfície muscular. Foi sugerido que o vírus não esta relacionado diretamente comas lesões musculares, mas a formação e deposição de complexos imunes nasparedes dos capilares dos músculos podem ser a possível causa para odesenvolvimento desta lesão (Dhinakar e Jones, 1997).91


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilDistribuição dos diferentes patotipos no BrasilPesquisas de laboratório e analise de achados de campo, nos levam asetorizar a ocorrência de patotipos do vírus de BIG no Brasil assim: patotiposrespiratórios com maior prevalência na região norte e nordeste do país; patotiposrenais e entéricos são evidentes com maior freqüência de ocorrência na regiãosudeste do pais e patotipos reprodutivos com maior representatibilidade na regiãosul do Brasil.A existência, no território brasileiro, de todos os patotipos conhecidos de BIGé um fato que não se repete quando se consideram outros países. Um dos fatoresque pode ser contribuinte a este fato é que tais patotipos sejam, como jádemonstrado, pertencentes a sorotipos não passíveis de controle pela vacinaçãocom o sorotipo Mass e, assim, possam acabar se disseminando com maisintensidade do que ocorre em relação a paises onde os referidos patotipos podemser controlados com o uso de vacinas que confiram proteção para os mesmos porserem imunologicamente mais próximas destes.Ainda, deve-se levar em conta que, dados a elevada população e densidadepopulacional do plantel avícola brasileiro, a transmissão e a variabilidade genéticados virus de BIG no Brasil são potencializadas.Ainda, como, nos últimos anos, cresceu no Brasil o numero de pesquisadoresenvolvidos com a bronquite infecciosa das galinhas, a intensificação da vigilânciapode de fato ter trazido à tona patotipos já presentes no país há anos, mas queainda não haviam sido relatados ou que não tinham mesmo relacionados a o VBIG.Deve-se considerar, também, que tal crescente interesse em relação a pesquisasem BIG deve-se à elevada importância que a doença tem no Brasil quandocomparada com outros paises onde a doença ocorre.Deve-se considerar, ainda, que a manifestação clínica de um dado patotipo ea regionalização que se tem no Brasil quanto às mesmas possa ser devida a coocorrênciade outros patógenos que tendem a potencializar sinais reprodutivos,entéricos ou respiratórios da infecção pelo da BIG, como pneumovírus no Sul corizano Nordeste, reovírus e rotavírus no sudeste.ReferênciasAbreu J.T.; J.S. Resende; A.V.F. Flatschart; A.C.R. Mendes; N.R.S. Martins; C.B.A.Silva; M.C. Ferreira; A.L.C. Machado. Genotipificação de isolados do vírus dabronquite infecciosa das galinhas (VBIG) pelo seqüenciamento de parte de S2 e dosegmento de S1. Suplemento 8. Revista Brasileira de Ciência Avícola. p. 210. 2006.Ambali, A.G. e R.C. Jones. Early pathogenesis in chicks of infection with anenterotropic strain of infectious bronchitis virus. Avian Diseases, 34: 809 - 817. 1990.Alvarado, I. R., P. Villegas, N. Mossos e M. W. Jackwood. Molecular characterizationof Avian Infectious Bronchitis vírus strains isolated in Colombia during 2003. AvianDiseases. v. 49, p. 494 - 499. 2005.92


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilBrentano, L.; P.A. Esteves; I.M. Trevisol; M.M. Hayashi; R.L. Luciano; A.G.M. Castro;T.A.P. Klein e M. Molinari. Seqüênciamento do gene S1 de vírus de bronquiteinfecciosa (IBV) isolados de surtos da doença associada a lesões de miopatiapeitoral. Suplemento 8. Revista Brasileira de Ciência Avícola. p. 241. 2006.Boltz, A.D.; Nakai, M.; Bahr, J.M. Avian infectious bronchitis virus: A possible causeof reduced fertility in the rooster. Avian Diseases, 48: 909 - 915. 2004.Callison, S.A.; M. W. Jackwood e D. A. Hilt. Molecular characterization of infectiousbronchitis virus isolates foreign to the United States and comparison with UnitedStates isolates. Avian Diseases. v.45, n.2, p.492 - 499. 2001.Capua, I.; Z. Minta; E. Karpinska; K. Mawditt; P. Britton; D. Cavanagh e R.E. Gough.Co-circulation of four types of infectious bronchitis virus (793/B, 624/1, B1648 eMassachusetts). Avian Pathology. v. 28, p. 587 - 592. 1999.Cavanagh, D. Coronavirus avian infectious bronchitis virus. Veterinary Research. v.38, p. 281 - 297. 2007.Cavanagh, D.; Naqi s. A. Infectious bronchitis. In: Saif, Y. M.; Barnes, H. J.; Glisson,J. R.; Fadly, A. M.; McDougald, L. R.; Swayne, D. E. Diseases of poultry. 11 th ed.Ames: Iowa State Press, 2003. p. 101 - 119.Cavanagh, D. e S.A. Naqi. Infectious bronchitis. In: Diseases of Poultry, 10th ed.B.W. Calnek, H.J. Barnes, C.W. Beard e L.R. Mc Dougald, eds. Iowa State UniversityPress, Ames, IA. Pp. 511 - 526. 1997.Cavanagh, D. and J. Davis. Coronavirus IBV: removal of spike glycoprotein S1 byurea abolishes infectivity and hemagglutination but not attachment to cells. Journal ofGeneral Virology. v. 67, p. 1443 - 1453. 1986.Cook, J.K.A.; S.J. Orbell; A.M. Woods e M.B. Huggins. Breadth of protection of therespiratory tract provided by different live-attenuated infectious bronchitis vaccinesagainst challenge with infectious bronchitis viruses of heterologous serotypes. AvianPathology. v. 28. p. 477 - 485. 1999.Di Fabio, J., L.I., Rossini, S.J., Orbell, G. Paul, M. B. Huggins, A. Malo, B. G. M. Silvaand J. K. A. Cook. Characterization of Infectious Bronchitis viruses isolated fromoutbreaks of disease in commercial flocks in Brazil. Avian Diseases. v.44, p. 582 -589. 2000.Escorcia, M., B. Lucio, V.M. Petrone, C. Lopez, T. Fehervari e Tellez, G.Characterization of Mexican strains of avian infectious bronchitis isolated during1997. Avian Diseases. v.44, n.4, p.944 - 947. 2000.Gelb Jr. J., Y. Weisman, B.S. Ladman and R. Meir. S1 gene characteristics andefficacy of vaccination against infectious bronchitis virus field isolates from the UnitedStates and Israel (1996 to 2000). Avian Pathology. v. 34, n. 3, p. 194 - 203. 2005.93


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilGelb Jr. J., B. S. Ladman, M. Tamayo, M. Gonzalez, V. Sivanandan. Novel infectiousbronchitis virus S1 genotypes in Mexico 1998-1999. Avian Diseases. v. 45, n. 4,p.1060 - 1063. 2001.Ignjatovic, J. and L. Galli. The S1 glycoprotein but not the N or M proteins of avianinfectious bronchitis virus induces protection in vaccinated chickens. Archives ofVirology. v. 138, p. 117 - 134. 1994.Ladman B.S.; A.B. Loupos; J. Jr. Gelb. Infectious bronchitis virus S1 gene sequencecomparison is a better predictor of challenge of immunity in chickens than serotypingby virus neutralization. Avian Pathology. v. 35. p. 127 - 133. 2006.Meir, R.; E. Rosenblut; S. Perl; N. Kass; G. Ayali; E. Hemsani e S. Perk. Identificationof a novel nephropathogenic infectious bronchitis virus in Israel. Avian Diseases. v.48, p. 635 - 641. 2004.Montassier M.F.S.; L. Brentano; Richtzenhain, L.J. e H.J. Montassier. Geneticdiversity on S1 glycoprotein of avian infectious bronchitis vírus strains isolated inBrazil between 1988 - 2000. V. Int. Symposium on Avian Corona andPneumoviruses. Rauischholzhausen, Germany. 2006.Villarreal, L.Y.B.; PE. Brandão; J.L.V. Chacón; M.S. Assayag; P.C. Maiorka; P. Raffi;A.B.S. Saidenberg; R.C. Jones; A.J.P. Ferreira. Avian infectious bronchitis virus andavian metapneumovirus associated with orchitis in roosters with decreased fertility.Avian Diseases, 51:900 - 904. 2007.Villarreal, L.Y.B.; P.E. Brandão; J.L.V. Chacón; A.B.S. Saidenberg; M.S. Assayag;R.C. Jones; A.J.P. Ferreira. Molecular Characterization of Infectious Bronchitis VirusStrains Isolated from the Enteric Contents of Brazilian Laying Hens and Broilers.Avian Diseases, 51:974 - 978. 2007.Villarreal. L.Y.B.; M.R. Baccaro; P.E. Brandão; J.A. Jerez; C.S. Astolfi-Ferreira;A.J.P. Ferreira. Molecular and Biological properties of an avian coronavírus closelyrelated with group II coronaviruses. V. Int. Symposium on Avian Corona andPneumoviruses. Rauischholzhausen, Germany. 2006.Wang, D.H. and Y. C. Huang. Relationship between serotypes and genotypes basedon the hypervariable region of the S1 gene of Infectious bronchitis virus. Archives ofVirology. v. 145, p. 291 - 300. 2000.Yu, L.; Y. Jiang; S. Low; Z. Wang; S.J. Nam.; W. Liu e J. Kwang. Characterization ofthree infectious bronchitis virus isolates from China associated with proventriculus invaccinated chickens. Avian Diseases, 45: 416 - 424. 2001.94


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilALTERNATIVAS PARA O CONTROLE <strong>DE</strong> SALMONELLALiliana RevolledoMédica Veterinária FMV-UNMSM, Lima Perú - Mestre e Doutora em Patologia Experimental eComparada – FMVZ-USP. Pós Doutoranda – Laboratório de Ornitopatologia - Departamento dePatologia-FMVZ-USP.IntroduçãoExistem mais de 2500 sorotipos de Salmonella capazes de infectar o homeme uma grande variedade de espécies animais. Os sorotipos diferenciam-sebaseados nos antígenos somáticos (O), capsulares (Vi) e flagelares (H). Pode-seutilizar o termo Salmonelose para definir um grupo de doenças causadas porqualquer membro do género Salmonella. Nas aves Salmonella Pullorum (Pulorose) eSalmonella Gallinarum (Tifo aviário) determinam doença clínica característica quepode produzir grandes prejuízios à avicultura. Estas duas Salmonelas sãohospedeiro-específicas, igual que outras que afetam diferentes espécies comoSalmonella Typhi e Salmonella Paratyphi em humanos, Salmonella Cholerae-suisem suínos e Salmonella Dublin em bovinos.Por outro lado, Salmonella Typhimurium e Salmonella Enteritidis são umaexceção, desde que não são espécies específicas e podem colonizar o tratogastrointestinal de diferentes espécies. Nas aves as salmonelas persistem nointestino, sem sinais clínicos, invadem a corrente saguinea e chegam a diferentesórgãos internos, favorecendo a contaminação de carcaças e ovos.A prevenção da salmonelose constitui-se em uma preocupação prioritária dasautoridades sanitárias dos países, assim como de organismos regionais einternacionais; e da indústria e produtores avícolas envolvidos na criação de aves. Asalmonelose recebeu nos últimos anos relevancia especial pela sua importância nasaúde pública. Os programas de controle são complexos porque na prevenção econtrole da doença existem muitas fontes potenciais de contaminação que precisamser avaliadas. Entre estas fontes pode-se mencionar entre as seguintes: aves,alimentos, matérias primas para produção de rações, roedores, aves silvestres,insetos, tranportes, o meio ambiente, e o homem. Para que controle seja eficaz énecessária a utilização de estratégias de intervenção em todos os segmentos dacadeia alimentar, tal como descreve a Fig. 1 a seguir:95


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilFig.1. Producão primária.Dentre as ações dirigidas especificamente às aves, pode-se incluir além dasBoas práticas de Manejo (BPM) e Boas Práticas de Higiene (BPH), a utilização dealguns produtos que reduzem o impedem a colonização intestinal, entre os maisimportante temos: produtos de exclusão competitiva, prebióticos, probióticos,ábioticos, ácidos orgánicos, antimibrobianos e vacinas. A utilização destes produtos,individualmente ou em conjunto, converteram-se em ferramentas quaseimprescindíveis na criação comercial de aves para atender as exigências nocomercio internacional de aves e produtos avícolas.O objetivo final dos programas de prevenção e controle para Salmonella é ainocuidade dos alimentos, visando proporcionar alimentos inócuos -sem a presençade contaminantes ou resíduos- aos consumidores.Salmonella: a bactériaSalmonella constitui um gênero bacteriano difundido mundialmente e comimportância predominante na Saúde Pública. Esta bactéria é reconocidamundialmente como a maior causa de diarréia em humanos, e os produtos avícolastem sido identificados como um dos maiores veículos da infecção por esta bactéria.Nas aves, existem básicamente dois tipos de infecções por Salmonella,sistêmica ou entérica. Infecções sistêmicas com Salmonella Pullorum e SalmonellaGallinarum representaram durante muitos anos um sério problema na indústriaavícola; em muitos países estes agentes já foram controlados e/ou erradicados.Salmonella Typhimurium e Salmonella Enteritidis, por outro lado, são espéciesparatifóides que podem afetar qualquer espécie, inclusive aves e o homem. As avespodem ser assintomáticas, pela colonização entérica destas bactérias. Asusceptibilidade diminui com a idade e as aves adultas podem se convertir emportadoras.96


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilA dificuldade de se estabelecer medidas de controle, está relacionada, entreoutros fatores, às inúmeras fontes potenciais de contaminação na produçãoprimária, e na transmissão da bactéria. Existem muitos trabalhos que demonstram aprevalência da Salmonella em aves e produtos avícolas. Porém, são poucasinformações sobre a epidemiologia da infecção em galinhas de linhas pesadas efrangos de corte, quando se comparam com aquelas obtidas em poedeiras. Nogrupo de posibilidades de contaminação além da transmissão vertical, uma das maisimportantes é a contaminação dos alimentos ou das matérias primas. Muitosingredientes podem estar contaminados, contudo os que tem um risco mais alto sãoas farinhas de origem animal. Existe também a possibilidade que Salmonellacontamine a ração durante o processamento. A capacidade desta bactéria parapermanecer viável no ambiente contribui para a sua persistência nas aves. Foidemonstrado que esta bactéria pode permanecer viável por 18 meses em uma raçãoarmazenada entre 20 a 25 o C. Comprovou-se também a sua presença em amostrasde galpões de frangos de corte, alimentos e meio ambiente, dessa forma,conhecendo-se os resultados da contaminação por Salmonella nos galpões pode-sedefinir o perfil de contaminação das carcaças e o grau de contaminação das granjas.Colonização do trato gastrointestinalO primeiro paso para a colonização da bactéria e a associação física aoepitélio, a aderência das células microbianas às adesinas superficiais é umfenómeno fundamental nas infecções bacterianas e na sua patogenia. O epitéliointestinal representan uma interfase entre o meio ambiente externo e o interno,considerando-se a maior via de entrada de agentes patogênicos.As informações sobre os mecanismos de colonizaçãosão limitados, sobreuma série de mecanismos pelos quais a Salmonella pode colonizar o trato digestivodas aves. Um deles é a capacidade de multiplicar-se no conteúdo intestinal, migraratravés da mucosa, aderir-se e invadir o epitélio. A adesão física foi sugerida comoum mecanismo de colonização intestinal e existem evidências que as fimbriascontribuiriam à colonização intestinal. Alguns sorotipos colonizam maiseficientemente que outros, e parece estar associada à expressão de alguns genesque permitem mecanismos alternativos de colonização. A susceptibilidade das avesà colonização pode ser afetada por diferentes fatores, entre os mais importantespodemos mencionar:a) aves jovens são mais susceptíveis que aves adultas;b) depende da cepa e dose de desafio;c) estado de saúde das aves;d) concorrência com outras bactérias;e) agentes esteresantes aumentam a susceptibilidade;f) genética e herança de genes de resistência foram propostos;g) produtos que alteram a microflora bacteriana; eh) imunidade local (SigA).97


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilNas aves as salmonelas hospedeiro-específicas como Salmonella entericaserovar Gallinarum causa doença sistêmica após a colonização intestinal,contrariamente as salmonellas de varios hospedeiros como Salmonella entericaserovar Typhimurium ou Enteritidis, podem persistir no trato digestivo por muitosmeses sem sinais clinicos, com exceção de aves jovens onde tem sido reportadoscasos de altas mortalidades. No caso da Salmonella Pullorum o mecanismo pelaqual a bactéria persiste nas aves não é conhecido, porém a sobrevivência nosmacrófagos é o evento principal na presistência da infecção e esta persistência estárelacionada con a ilha de patogenicidade tipo 2 associada ao sistema de secreçãotipo III; características que também podem aplicar-se à Salmonella Gallinarum pelasemelhança no nível genômico.Os estudos realizados em algumas salmonelas tem permitido sequenciargenomas completos, que foram de grande utilidade para estudos de epidemiologia,especificidade do hospedeiro e patogenia. Por exemplo, as ilhas de patogenicidadeestão constituidas por um grupo de genes envolvidos na codificação de fatoresespecíficos de virulência. As diferentes salmonelas tem ilhas e ilhotas depatogenicidade, pseudogenes, profagos funcionais e sistemas de secreção. Porexemplo, as ilhas de patogenicidade estão constituidas por grupos de genesenvolvidos na codificação de fatores específicos de virulência. A bactéria possui umsistema de secreção (SSTIII) que fica ativo quando a bactéria está intracelulardentro da vacuola, este sistema regula a sobrevivência e multiplicação nos fagoctiose células epiteliais. A proteina invA, dependente do gen de invasão invA éconsiderada uma das mais importantes no SSTIII. Também tem sido discutido pelospesquisadores, que as diferentes salmonellas diferem na habilidade de mutiplicar-sedentro de varios tipos celulares, e esta bactéria pode selecionar não replicar emalguns tipos de células. Esta informações mostram a complexidade da bactéria e adificuldade de lidar com ela uma vez que invadiu os tecidos do hospedeiro. A Fig. 2mostra a interação da bactéria com a mucosa intestinal.Fig. 2. Eventos de interação da bactéria com a mucosa intestinal.98


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilAlternativas para o controle de SalmonellaOs programas de prevenção e controle de Salmonella, têm utilizado muitasferramentas nas últimas décadas. Alguns dos mais importantes são listados aseguir:AbióticosAlgumas substâncias purificadas, como os β-glucanos, foram definidas comosubstâncias abióticas, que adicionadas no alimento podem regular ou influenciar aresposta imune inata, contra alguns agentes patogênicos como Salmonella. Oprimeiro reporte da atividade destas substâncias nas aves foi em 1989, e muitaspesquisas em diferentes espécies confirmam sua eficácia. Estas substâncias sãoderivadas da parede celular de alguns cereais (ex. aveia), fungos e leveduras, epotencializam a imunidade no trato digestivo. Recentemente, foi demonstrada suaeficácia na prevenção de colonização dos órgãos por Salmonella Enteritidis emaves, com o que poderá constituir-se uma alternativa eficaz no manejo intregadopara o controle da salmonelose ou outras doenças produzidas por enterobactérias.Ácidos OrgânicosEmbora sua utilização seja frequente nas criações avicolas, a eficácia naprevenção da colonização por Salmonella é controversa. Quando associados a essabactéria alguns estudos demonstram eficácia entre que outros não apresentamresultados positivos. De qualquer maneira nas aves a acidificação dos alimentosutilizando uma mistura apropriada permite modular de maneira positiva a florabacteriana benéfica do intestino em prejuízio das bactérias patogénicas. Por outrolado, muitos estudos mostram o efeito benéfico sobre a performance de frangos decorte, e colocam aos ácidos orgânicos como uma alternativa eficaz aos promotoresde crescimento.AntimicrobianosEmbora o uso de antimicrobianos nas aves e outras espécies domésticas,esteja sendo retirado por razões asociadas à resistência bacteriana e residuos nosprodutos de origem animal, a utilização destes produtos ainda continúa sendonecesario em alguns casos específicos. Na Europa muitos produtos já foramretirados do mercado, entre outro podemos mencionar: avoparcina, bacitracina dezinco, virginiamicina, fosfato de tilosina, espiramicina, monensina sódica,salinomicina, avilamicina e flavofosfolipol. Já nos Estados Unidos a Enrofloxacina foiproibida para uso na produção avícola, mas outros antibióticos que não sãopermitidos na União Europea continuam sendo utilizados, como mostra a Tabela 1.99


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 1. Antibióticos aprovados para produção avícola nos Estados Unidos.AntibióticoPoedeiras Frangos de corte PerusRação Água PC Ração Água PC Ração Água PCBacitracina X X X X X X X XClortetraciclina X X X X X X XEnrofloxacina* X XEritromicina X X X XEstreptomicinaLincomicina X X X X XNeomicina X XNovobiocina X XOxitetraciclina X X X X X XPenicilina X X X X XSulfonamidas X X X XTilosina X X X XVirginiamicina X X*Enrofloxacina era utilizada na prodção avícola, atualmente não está aprovada para utilização na produção avícola nosEstados Unidos.XNa salmonelose, a utilização de antibióticos para o tratamento é um assuntoem constante discussão. Principios ativos como espectinomicina e gentamicina sãoutilizados na forma injetável para controlar a excreção de Salmonella arizonae emperus; outros principios utilizados com eficácia em infecções experimentais com S.Enteritidis em frangos de corte são a polimixina B e trimetoprim, e para diminuir aexcreção o flavofosfolipol, salinomicina sódica e enrofloxacina também tem sidoeficazes. Contudo, em muitos paises esta prática está sendo deixada de lado,devido ao surgimento de resistência (especialmente quando utilizados comopromotores de crescimento), resíduos e não elimina os portadores. A utilização dosantibióticos deve respeitar sempre, os periodos de carência recomendados, naEuropa este periodo é baseado nos estudos de depleção dos principios ativos, vistoque um mesmo principio ativos pode ter periodos de carência diferentes,dependento dos excipiente utilizados na sua formulação o da espécie onde sãoadministrados.DesinfetanteA utilização de cloro, especificamente compostos contendo sais do ácidodicloro isocianúrico, são eficazes na prevenção da colonização intestinal porSalmonella. Estes compostos são eficazes especialmente quando utilizados na águae camas contaminadas. Dentro das alternativas na prevenção de Salmonelose emfrangos de corte, é a mais adequada por sua fácil manipulação, aplicação e pelosbaixos custos, na fase de pré-abate das aves.100


Exclusão competitiva<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilVolterra em 1928, foi o primeiro que sugiriu que la co-existência de dois omais espécies está limitada, e que a localização no mesmo espaço era impossível. Aexclusão competitiva, conceito descrito pela primeira vez por Nurmi e Rantala(1973), implica a prevenção da entrada de um agente dentro de um ambiente précolonizado.Desta maneira a microflora tipo adulto é administrada em aves de umdia, e com isso os pintinhos aceleram o processo de amadurecimento da microbiotae aumenta sua resistência à colonização por Salmonella.A exclusão competitiva em frangos de corte vêm sendo utilizada, para reduzira contaminação por Salmonella Enteritidis nas carcaças processadas, reduzindo aexposição dos consumidores a toxi-infecções alimentares. A maioria dos produtosde exclusão competitiva utilizam microbiota intestinal de aves adultas saudáveis.Três mecanismos apresentam um importante papel na prevenção da colonizaçãoentérica de pintinhos pré-tratados com produtos de exclusão competitiva:a) os microrganismos que compõem a cultura de EC estabelecem uma floraentérica antes da exposição à Salmonella spp.;b) os microrganismos de EC competem com Salmonella spp. por nutrientesessenciais, ec) os microrganismos de EC, produzem concentrações de ácidos graxos voláteisque diminuem o pH e são bacteriostáticos para Salmonella spp.PrebióticosO conceito foi introduzido faz mais de uma década por Gibson e Roberfroid(1996), e foi definido como un ingrediente alimentar não digestível que tinha efeitosbenéficos no hospedeiro por estimulação seletiva do crescimento o da atividade deuma bactéria ou um limitado número delas. Para que um ingrediente sejaconsiderado como prebiótico tem que cumplir os seguintes critérios:a) não deve ser hidrolizado na primeira parte do trato gastrointestinal;b) ser um substrato seletivo para uma ou um limitado número de bactérias; ec) como consequencia da alteração da microflora, ser capaz de tornar o meioambiente mais saudavel. A importancia de uso destas substâncias esta n asuaviabilidade, já que toleram as variações do ecosistema gastroientestinal.ProbióticosO termo probiótico foi introduzido por Lilly e Stilwell em 1965. A definição maisutilizada é a de Fuller que denomina os probióticos àqueles microrganismos queadicionados ao alimento afetam benéficamente o balanço microbiano intestinal,contribuindo ao equilíbrio do ecosistema intestinal, produzindo proteção contrainfecções gastrointestinais e doenças inflamatórias no intestino. Entre osmecanismos de ação descritos para estas substâncias estão:101


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasila) produção de substâncias antimicrobianas (bacteriocinas e ácidos graxosvoláteis) que suprimen as populações ou espécies patogênicas;b) estimulação imune de células residentes, especialmente de macrófagos;c) exclusão competitiva, associado com a concorrência pelos espaços deaderência; ed) concorrência por nutrientes.O uso de probióticos como promotores de crescimento em animais estáaumentando, com resultados positivos em aves na melhora do ganho de peso e naconversão alimentar.Simbióticos ou eubióticosProbióticos e prebióticos presentes simultáneamente em um produto échamado de simbiótico ou eubiótico. A palavra lembra “sinergismo”, e deve serutilizada para produtos nos quais o composto prebiótico favorece seletivamente oprobiótico contido na composição. Portanto, se favorece a sobrevivência doprobiótico contido na fórmula porque o prebiótico é seu substrato específico, porexemplo um produto contendo oligofructosa e um probiótico com bifidobacteriasatenderia completamente à definição.VacinasA vacinação como método de prevenção e controle de Salmonella, deve estardirigido básicamente a três aspectos:a) prevenir ou reduzir a colonização intestinal;b) prevenir a infecção sistémica; ec) reduzir ou prevenir a excreção fecal.Previnindo a infecção sistémica se reduz a colonização no trato reprodutivo eportanto a transmissão vertical do microrganismo, e reduzindo a colonizaçãointestinal e excreção fecal se reduz a contaminação da carcaça, ovos e meioambiente (cama), relacionada com a transmissão horizontal da bactéria.A vacinação é considerada como um custo adicional na industria avícola,embora seja uma ferramenta eficaz na prevenção das infecções por Salmonella. Adecisão de se estabelecer programas de vacinação debe estar de acordo com agravidade do problema na área ou região, e com os programas estabelecidos,implementados após a avaliação epidemiológica. Em geral, quando a prevalênciados lotes é alta, a vacinação pode ser uma ferramenta muito útil para reduzir aprevalência e excreção da Salmonella, e que aplicada junto con as outras ações demanejo integrado por controlar o problema na granja. Quando a prevalência é baixaa vacina pode ser utilizada como uma medida preventiva para manter a prevalêncianesses níveis, por outro lado se o objetivo do programa é a erradicação (comoocorre nos paises nórdicos) o mais recomendável é trabalhar com monitoramento eeliminação de lotes positivos.102


Vacinas inativadas<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilEstes produtos contém a bactéria, que foi inativada. As bacterinas comerciaisnormalmente contém varios tipos de fagos no caso de Salmonella Enteritidis, quepodem variar de acordo com o fabricante. Estes produtos estimulam altos níveis deanticorpos circulantes. Por ejemplo em poedeiras estes anticorpos persistem durantea postura. Algumas desvantagens no uso de produtos inativados são:a) custos adicionais de mão de obra para a admistração da vacina;b) estresse na vacinação e pós-vacinação das aves;c) lesões pela reação inflamatória no ponto de aplicação ed) interferência no monitoramento sorológico nos programas de prevenção econtrole de salmonelose.Alguns estudos tem demonstrado que a vacinação com produto inativados emreprodutoras com produtos inativados tem uma boa desposta na produção deanticorpos, e que estes anticorpos deveriam ser transmitidos à progênie,proporcionando uma proteção nas primeiras semanas de vida, porém, é necessáriolembrar que pelas características de colonização intestinal da Salmonella e como ummicrorganismo intracelular, o efeito protetor de anticorpos circulantes é mínima, talcomo foi demonstrado por Beal et al. em 2006.Vacinas vivasA utilização de vacinas vivas em aves começou faz mais de uma década naEuropa. O uso destes produtos extendeu-se para reprodutoras, poedeiras e emalguns casos para frangos de corte. Existem algunas vacinas vivas no mercadointernacional, algunas produzidas com organismos geneticamente modificados, oucom cepas mutantes. As vacinas vivas para a aplicação na água de bebida eproduzidas com cepas mutantes, são as que apresentam excelentes resultados deproteção, porque a vacinação oral estimula o sistema imune local representado pelotecido linfóide associado ao intestino (GALT) e a consecuente produção de IgAsecretora inespecífica e específica, estimulando a imunidade inata e adquirida.Estimulação do sistema imuneDas 9 ferramentas mencionadas anteriormente é importante mencionar quecom exceção dos ácidos orgânicos, os produtos antimicrobianos e os desinfetantes,o resto de alternativas descritas anteriormente estimulam direta ou indiretamente aimunidade. Para compreender melhor como atuam os produtos que estimulam osistema imune, descreve-se brevemente os conceitos referidos à imunidade inata eimunidade adquirida na mucosa intestinal.103


Imunidade inata<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilDefinida como sistema inespecífico de defesa que não tem memóriaimunológica e se ativa e responde igual ante qualquer agente, antígeno ou molécula,apesar de que a resposta pode variar em intensidade e tempo. Esta imunidade e aprimeira linha de defesa en no intestino que permite a apresentação do antígeno e éessencial para a indução e ativação da resposta imune específica. Quando aresposta inata é suficiente para eliminar o agente neste caso a reposta adquirida nãose ativa e não haverá memória imunológica, e em uma nova exposição ao mesmoantígeno, este será tratado como um agente novo pelo sistema. A Fig. 3 mostra aimunidade inata na mucosa intestinal das aves.Fig. 3. Imunidade inata na mucosa intestinal.Imunidade adquiridaA imunidade adquirida envolve o reconhecimento de um antígeno específico,é heterogênea e tem memória imunológica, é uma resposta que envolve aimunidade humoral e a imunidade mediada por células. A imunidade mediada porcélulas (CMI) é especializada na eliminação de antígenos intracelulares. Na CMI ascélulas infectadas com um agente são destruidas pela interação entre a célulasinfectada e a célula efetora (por exemplo um linfócito T ativado). Quando aimunidade adquirida começa, ativam-se o linfócitos antígeno-específicos, a produçãode anticorpos específicos e de células memória. A Fig. 4 mostra esquematicamentea imunidade adquirida na mucosa intestinal, que é a maneira específica junto àimunidade inata, que é o mecanismo como as vacinas vivas de uso oral impedem acolonização de Salmonella e conseguem remover o patógeno de aves infectadas.104


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilFig. 4. Imunidade adquirida na mucosa intestinal.Os produtos estimulam a imunidade tal como está resumido na Tabela 2.Tabela 2. Produtos utilizados na prevenção ou controle de Salmonella e a ativação do sistema imune.ProdutosIMUNIDA<strong>DE</strong>INATAMediada poranticorposcirculantes (IgG-igM)IMUNIDA<strong>DE</strong> ADQUIRIDAAdquirida mediadapor anticorpos locaisespecíficos (SigA)Adquiridamediada porcélulasAbióticos X - - -ExclusãocompetitivaX - - -Prebióticos X - - -Probióticos X - - -Simbióticos X - - -VacinasinativadasVacinas vivas(cepasmutantes)- X - Não estimulamTh1X IgG e IgA X X105


Comentários finais<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilAntes de se estabelecer um manejo especifico contra a Salmonella naprodução avicola, se deve conhecer a situação da bactéria dentro da granja ou lote eposteriormente estabelecer o objetivo do programa. Nenhuma alternativa,ferramenta ou procedimento aplicados isoladamente terá resultados satisfatórios.As medidas devem estabelecer-se em todos os grupos de criação e devemincluir necessáriamente boas práticas de manejo (BPM) e boas práticas de higiene(BPH), e adicionalmente a utilização de uma ou mais das alternativas descritasanteriormente, sendo que a utilização de antimicrobianos deveria ficar restrita emcasos em que nenhuma outra alternativa seja eficaz. A utilização de uma ou maisferramentas dependerá do diagnóstico/monitoramento da bactéria na granja e daprevalência da mesma.É necesario estabelecer mecanismos de vigilancia sólidos, coordenação entreos métodos microbiológicos de diagnóstico e pesquisas epidemiólogicas sérias queproporcionen informação exata sobre a distribuição e o impacto da salmonelose,com o objetivo de estabelecer programas adequados a cada uma das realidadeslocais; adotando sempre um manejo integrado, que permita a atuação em todos osníveis da cadeia alimentar.Literatura consultadaAabo, S.; Christensen, J.P.; Chadfield, M.S.; Carstensen, B.; Olsen, J.E.; Bisgaard,M. 2002. Quantitative comparison of intestinal invasion of zoonotic serotypes ofSalmonella enterica in poultry. Avian Pathology, 31: 41 - 47.Allred, J.N.; Walker, J.W.; Beal Jr.,V.C.; Germaine, F.W. 1967. A survey to determinethe salmonella contamination rate in livestock and poultry feeds. Journal of AmericanVeterinary Medical Association, 151: 1857 - 1860.Barbezange, C., Humbert, F., Rose, V., Lelande, F., and Salvat, G. (2000) SomeSafety Aspects of Salmonella Vaccines for Poultry: Distribution and Persistence ofThree Salmonella Typhimurium Live Vaccines. Avian Diseases 44: 968 - 976.Barrow, P.A.; Simpsom, J.M.; Lovell, M.A. 1988. Intestinal colonization in the chickenby food-poisoning Salmonella serotypes: microbial characteristics associated withfaecal excretion. Avian Pathology, 17: 571 - 588.Barrow, P.A.; Tucker, J.F.; Simpsom, J.M. 1987. Inhibition of colonization of thechicken alimentary tract with Salmonella typhimurium gram-negative facultativelyanaerobic bactéria. Epidemiology and Infection, 98: 311 - 322.Beal, R.K.; Powers, C.; Davison, T.F.; Barrow, P.A.; Smith, A.L. 2006. Clearance ofenteric Salmonella enterica serovar Typhimurium in chickens is independent of B-cellfunction. Infection and Immunity 74: 1442 - 1444.106


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<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilThrelfall, E.J.; Fisher I.S.T.; Berghold, C.; Gerner-Smidt, P.; Tschape, H.; CormicanM.; Luzzi, I.; Schneider, F.; Wannet, W.; Machado, J. and Edwards, G. 2003a.Antimicrobial drug resistance in isolates of Salmonella enterica from cases ofsalmonellosis in Europe in 2000: results of international multicentre surveillance.Eurosurveillance 8: 41 - 45.Threlfall, E.J.; Herikstad, H.; Hayes, P.; Mokhtar, M.; Fracaro, M.L.; Angulo, F.J. 1997Emerging quinolone-resistant Salmonella in the United States. Emerging InfectiousDiseases Jul-Sep; 3: 371 - 2.Threlfall, E.J.; Teale, C.J.; Davies, R.H.; Ward, L.R.; Skinner, J.A.; Graham, A.;Cassar, C. & Speed, K. 2003b. A comparison of antimicrobial susceptibilities innontyphoidal salmonellas from humans and food animals in England and Wales in2000. Microbial drug resistance, 9: 183 - 189.Uzzau, S.; Brown, D.J.; Wallis, T.; Rubino, S.; Leori, G.; Bernard, S.; Casadesus, J.;Platt, D.J.; Olsen, J.E. 2000. Host adapted serotypes of Salmonella enterica.Epidemiology and Infection, 125: 229 - 255.Vielitz, E.; Conrad, C.; Voss, M.; Löhren, U.; Bachmeier, J.; Hahn, I. 1992.Immunization against Salmonella-infections using live and inactivated vaccinepreparations. Dtsch. Tierärztl. Wschr. 99: 483 - 485.Volterra, V. 1928. Variations and fluctuations of the number of individuals in ananimal species living together. Journal Conseil International pour l´Exploration de laMer, 3: 3.Wierup, M.; Wahlström, H. and Engström, B. 1992. Experience of a 10-year use ofcompetitive exclusion treatment as part of the Salmonella control programme inSweden. International Journal of Food Microbiology 5: 287 - 291.Wierup, M.; Wold-Troell, M.; Nurmi, E. and Hakkinen, M. 1988. Epidemiologicalevaluation of the salmonella-controlling effect of a nationwide use of a competitiveexclusion culture in poultry. Poultry Science 67: 1026 - 1033.Zindel, H.C.; Bennet, M.V. 1968. Salmonellae in poultry feeds. Poultry Science, 47:1925 - 1928.110


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilMILHO: COMO MELHOR UTILIZAR O MAIS IMPORTANTEINGREDIENTE DAS DIETAS <strong>DE</strong> FRANGOS <strong>DE</strong> CORTEGustavo J.M.M. de Lima¹ Adsos A. Passos² Eduardo S. Viola³1 Eng.Agr o ., M.Sc., Ph.D., <strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves, gustavo@cnpsa.embrapa.br2 Med. Vet., M.Sc., D.Sm.3Eng.Agr o ., M.Sc., D.Sc.IntroduçãoExiste uma grande tradição na produção e consumo de milho em todo omundo, fazendo com que essa cultura seja de fácil comercialização. No entanto, aqualidade de um lote de milho é heterogênea, uma vez que fatores como posição dogrão na espiga, localização da planta que gerou esta espiga na lavoura, além deoutras variáveis, como genética, condições de solo e clima, manuseio,processamento e armazenagem, mistura de lotes, entre outros, contribuem para asvariações na qualidade final do ingrediente denominado milho. A análise proximal deforma isolada não é um bom parâmetro para classificar a qualidade nutricional dogrão. Variações na digestibilidade das diferentes frações são observadas entrevariedades e anos, resultando em diferentes desempenhos nos animais.O milho, principal ingrediente nas dietas de aves e suínos, apresenta grandevariação na sua composição nutricional, sendo essa, normalmente negligenciada.Também são observadas variações nos valores de energia utilizados porformuladores e obtidos por pesquisadores.Pela importância do milho nos sistemas de produção animal o bom senso nosleva a pensar que maior importância deve ser dada a esse cereal, tirando o máximode aproveitamento do seu valor nutricional. O objetivo deste artigo é apresentarargumentos técnicos e econômicos para que os técnicos e as empresas possamadotar medidas que melhorem a estimativa do valor nutricional do milho e depráticas que melhorem sua qualidade.Variação na composiçãoA composição nutricional do milho varia em função do genótipo da semente,do tipo e nível de adubação empregada, da qualidade do solo, das condiçõesclimáticas de produção, além do ataque de insetos, fungos e outras pragas. Naprática, observa-se que os técnicos não fazem ajustes na matriz de composiçãonutricional do milho ao longo do tempo quando se utilizam diferentes partidas dogrão na formulação de dietas para aves e suínos. Esta atitude seria procedente se acomposição do milho fosse constante, o que não é.Analisando 152 amostras de milho coletadas em diferentes propriedades doRio Grande do Sul (Tabela 1), Lima et al. (2000), verificaram grande variabilidadenos teores de óleo e aminoácidos das amostras.111


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 1. Resultados de análises de milho coletado no Rio Grande do Sul.MS PB EE Trp Lys Met ThrMédia, % 86,60 9,09 3,97 0,09 0,27 0,29 0,28Mínimo, % 76,96 6,83 2,45 0,05 0,25 0,26 0,17Máximo, % 93,91 12,33 5,29 0,14 0,28 0,31 0,40Lima et al. (2000). Valores expressos em base natural.MS = matéria seca; PB = proteína bruta; EE = óleo; Trp = triptofano; Lys = lisina.Met = metionina; Thr = treonina.Ao analisarem 56 híbridos comerciais de milho, cultivados nas regiões deChapecó e Campos Novos, SC, na safra 1999-2000, Lima et al. (2000) observaramvariações nos teores de óleo entre 1,77 e 5,73% com média de 3,62% (224%) Osresultados das análise de alguns parâmetros podem ser observados na Tabela 2. Na<strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves foram realizados um grande número de análises eexperimentos de digestibilidade com milho, sendo apresentado na Tabela 3 umconjunto de dados com estas informações.Schmidt et al. (2001) analisaram valores de composição química, em base dematéria natural, de 48 amostras de milho produzidas em dois ensaios realizados noParaná. No primeiro ensaio a média do teor de óleo foi de 3,82%, a diferença entreos valores máximo e mínimo foi cerca de 100% (2,48 X 4,80%). No segundo ensaioo teor médio de óleo foi de 3,70%, com variação de 238% (1,41 X 4,77%). Nos doisestudos as variações de lisina e metionina não foram tão expressivas, sendo que osvalores de lisina variaram de 0,26 a 0,28% (8%) e os valores de metionina variaramentre 0,27 a 0,30% (10%).A variabilidade na composição nutricional do milho, ou de qualquer outro grão,não é exclusividade das condições brasileiras. Nos anos de 1987, 1988 e 1989,Hurburgh (1994) avaliou o milho das regiões de cinturão de milho oeste dos EstadosUnidos (Iowa, Kansas, Minnesota, Missouri, Dakota do Norte, Nebrasca, Dakota doSul) e do cinturão de milho leste (Illinois, Indiana, Michigan, Ohio, Wisconsin). Osparâmetros analisados foram proteína bruta, óleo e amido. Em relação aos fatoresde composição em nutrientes no cinturão de milho oeste, os valores de proteínabruta tiveram uma variação entre 5,5% a 10,9% (100%); os valores de óleoapresentaram variação entre 2,3% a 5,2% (100%) e os teores de amido variaramentre 56,4% a 62,8% (10%). No cinturão de milho leste os valores de proteína brutavariaram entre 4,8% e 10,5%(54%); enquanto a amplitude dos valores de óleo foi de2,2% a 5,5% (100%) e dos valores de amido foi de 55,8% a 64,2% (99%), sendoestes dados expressos em 84,5% de matéria seca. Segundo o autor estavariabilidade foi economicamente significativa, pois cada unidade percentual (dequalquer um dos três fatores) teve um impacto teórico de 6 a 12 centavos de dólarpor bushel (35,23 litros). Houve também alguma variação ao longo dos anos, porémesta não teve a mesma amplitude de variabilidade que a verificada entre diferentesregiões. Nos anos de 1987, 1988 e 1989, os teores de proteína bruta, óleo e amidoforam, respectivamente, 8,3%, 3,3% e 59,8%; 8,0%; 3,6% e 60,2%; e 7,6%; 3,5% e60,1%.112


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 2. Composição química e valor energético de amostras de milho coletadas em Chapecó eCampos Novos, SC, na safra de 1999 – 2000, dados em base seca.EE PB Trp Lys Met ThrMédia, % 5,13 10,90 0,09 0,26 0,31 0,30Mínimo, % 3,61 8,31 0,07 0,25 0,29 0,24Máximok % 6,87 13,66 0,11 0,27 0,32 0,36Lima et al. (2000).EE = óleo; PB = proteína bruta; Trp = triptofano; Lys = lisina; Met = metionina.Fontes de variaçãoGenéticaOs mutantes de milho opaco-2 e floury-2, que são grãos com alterações nasíntese de aminoácidos do grão, foram estudados por Nelson (1980). No caso doopaco-2, as proteínas do endosperma possuíam maiores teores de lisina que omilho comum. A mutação que resultou na formação do floury-2 resultou na produçãode endosperma com maior teor de lisina e metionina. Nos dois casos os teores detriptofano foram maiores em relação ao milho comum. Essas mudanças ocorreramdevido à redução da síntese de zeína, fração da prolamina, do milho, que possuibaixos teores de lisina, e um aumento das frações de globulina e de albumina, quesão frações mais ricas em lisina que a prolamina. Além disso, houve um aumentodos teores de aminoácidos livres. Outra mudança observada nestes grãos foi omaior embrião do milho opaco-2.Nas Tabelas 4 e 5 são apresentados os teores de aminoácidos e proteínas domilho normal e o milho opaco-2, podendo-se observar a menor fração de prolamina,e a maior porcentagem de albumina e globulina no milho opaco-2.Os genótipos iniciais de milho opaco-2 possuíam muitas característicasnegativas. O grão era mole, a produtividade era baixa e possuía alta susceptibilidadea doenças e danos mecânicos. Através de esquemas de cruzamentos e seleçãorecorrente, pesquisadores do Centro Internacional de Melhoramento de Milho(CIMMYT) no México, desenvolveram novos híbridos de milho chamados de QPM(“quality protein maize”). Esses novos materiais genéticos tornaram-se viáveis pelamelhoria nas características dureza e densidade do grão, menor susceptibilidadeaos fungos e insetos e maturidade antecipada (National Research Council,1988). Na<strong>Embrapa</strong> Milho e Sorgo foi desenvolvido o BR – 451, adaptado às condiçõesbrasileiras, a partir de material genético oriundo do CIMMYT (Parentoni et al., 1989).Bellaver & Lima (1997) analisaram partidas de milho QPM e milho comum eobtiveram os resultados apresentados na Tabela 6.Outra característica que se tem buscado no melhoramento genético do milhosão os grãos com altos teores de óleo. O óleo ocorre quase exclusivamente naporção do escutelo do germe. O conteúdo de óleo no grão é afetado pela posição dogrão na espiga, podendo-se ser encontradas variações de 0,1% a 0,6% entre grãosda base, do meio e do topo da espiga, sendo que as porções mais elevadas em óleoeram encontradas no meio dela. Estes grãos, além de possuírem mais óleo,113


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilcostumam ser mais uniformes em tamanho, comparados aos grãos maiores na basee os menores ao topo da espiga.Tabela 3. Resultados de análises químicas e experimentos de digestibilidade com diferentes partidasde milho na <strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves.Parâmetro N Média ValorMínimoValorMáximoDesviopadrãoMatéria Seca, % 489 87,68 82,69 91,97 1,75Proteína Bruta, % 637 8,49 6,43 10,99 0,81Óleo, % 356 3,67 1,41 6,09 0,87Cinza, % 305 1,15 0,24 2,00 0,31Fibra Bruta, % 362 2,25 1,10 3,48 0,43FDA, % 49 4,54 3,09 6,29 0,88FDN, % 45 14,41 8,12 25,10 3,64Energia Bruta, kcal/kg 347 3944 3430 4427 113Energia Digestível, Suínos, kcal/kg 21 3472 3211 3567 94Energia Metabolizável, Suínos, kcal/kg 28 3421 2952 3937 217Energia Metabolizável, Aves, kcal/kg 23 3229 3045 3407 113Energia Met. Verdadeira Aves, kcal/kg 5 3639 3440 3820 135Ca, % 273 0,04 0,01 1,05 0,08P, % 281 0,26 0,11 0,88 0,07Mg, % 23 0,10 0,08 0,12 0,01K, % 10 0,35 0,30 0,41 0,03Na, % 3 0,00 0,00 0,00 0,00Cu, mg/kg 47 4,65 0,91 19,39 3,72Fe, mg/kg 43 58,67 22,48 182,30 32,19Mn, mg/kg 44 7,34 1,10 20,00 3,27Zn, mg/kg 47 27,39 13,93 151,88 20,21Asp, % 94 0,54 0,43 0,70 0,06Glu, % 94 1,54 0,95 2,13 0,29Ala, % 95 0,63 0,48 0,78 0,08Arg, % 92 0,37 0,27 0,55 0,07Cis, % 75 0,28 0,18 0,37 0,04Fen, % 90 0,40 0,24 0,56 0,07Fen+Tir, % 92 0,66 0,40 0,96 0,13Gli, % 88 0,32 0,25 0,40 0,03Gli+Ser, % 93 0,71 0,57 0,85 0,07His, % 88 0,24 0,18 0,40 0,05114


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilContinuação...Parâmetro N Média Valor Mínimo Valor Máximo Desvio padrãoIso, % 93 0,28 0,17 0,37 0,05Leu, % 93 1,00 0,72 1,32 0,15Lys, % 95 0,24 0,19 0,31 0,03Met, % 74 0,21 0,14 0,27 0,04Met+Cis, % 75 0,48 0,32 0,62 0,08Pro, % 93 0,81 0,54 1,13 0,13Ser, % 92 0,39 0,30 0,48 0,04Tyr, % 91 0,27 0,16 0,43 0,07Thr, % 92 0,27 0,22 0,33 0,03Trp, % 119 0,05 0,02 0,14 0,02Val, % 92 0,37 0,23 0,49 0,07Valores expressos em base natural. N = número de amostras.Tabela 4. Aminoácidos do endosperma de grãos de milho expressos em gramas por 100 gramas deproteína bruta.Aminoácido, g/100 g de proteína bruta Normal Opaco-2Nelson (1976), citado por Nelson (1980).Lys 1,6 3,7Arg 3,4 5,2Asp 7,0 10,8Gly 3,0 4,7Trp 0,3 0,7Pro 8,6 8,6Leu 18,8 11,6Ala 10,1 7,2Tabela 5. Frações protéicas do milho comum e opaco-2 expressas em porcentagem de proteína total.Fração, % Milho normal Milho opacoAlbumina + globulina 5 17Prolamina 47 23Gluteína 35 50Jimenez (1966), citado por Nelson (1980).115


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 6. Diferenças de composição química e energética do milho QPM e comum.Item Milho QPM Milho ComumMatéria seca, % 88,30 87,33Proteína Bruta, % 7,71 9,67Óleo,% 4,45 4,18Cinza, % 0,58 1,29Energia Bruta, kcal/kg 3970 3906Energia Metabolizável, Suínos, kcal/kg 3565 3361Fibra Bruta, % 2,54 3,21FDN, % 16,86 34,67Lys, % 0,33 0,23Met + Cys, % 0,48 0,49Thr, % 0,29 0,30Trp, % 0,07 0,06Bellaver & Lima (1997).O teor de óleo é uma característica de alta herdabilidade. Na Universidade deIllinois, após 85 gerações de seleção para alto óleo e baixo óleo, foram obtidosvalores de 20,4% para a seleção de altos teores de óleo e 0,3% para a seleção debaixos teores de óleo. Constatou-se que o tamanho do germe e a porcentagem deóleo no germe aumentaram, mas o endosperma e o peso dos grãos diminuiu, bemcomo a produtividade. Desta maneira foi possível aumentar a porcentagem de óleono grão aumentando-se o tamanho do germe e reduzindo-se o tamanho doendosperma.Em uma avaliação feita por Dale, citada por Bellaver & Lima (1997), foramanalisadas 29 amostras de milho e observou-se variação nos teores de óleo de 1,3%a 2,9%, ajustado para 86% de matéria seca.Maier & Briggs (1997) compilaram dados de análises de grãos recebidosdurante os anos de 1996 e 1997 na Universidade de Purdue, Estados Unidos. Osautores analisaram as médias dos resultados das análises de óleo e não verificaramdiferenças de um ano para outro. No entanto, quando se tomaram os híbridos comofonte única de variação foram detectadas diferenças. Os híbridos com altos teoresde óleo apresentaram valor médio de óleo, em base seca, de 7,1%, com amplitudede 4,0% a 7,2%. Os híbridos comuns obtiveram média de óleo de 4,7%, com valoresmínimo e máximo de 4,3% e 5,3%, respectivamente.AdubaçãoVasconcellos (1989) revisou a importância da adubação na qualidade domilho, e evidenciou a influência da adubação nitrogenada sobre os teores deproteína bruta. De uma maneira geral, o aumento da adubação nitrogenadaproporciona um aumento dos teores de proteína bruta, sendo este aumentorelacionado ao aumento da zeína, que é uma proteína de baixo valor nutricional. A116


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasiladubação nitrogenada também exerce influência sobre o equilíbrio dos aminoácidos.O aumento dos teores de PB levou a um decréscimo da concentração deaminoácidos. Na Tabela 7 são apresentados os valores dos coeficientes dedeterminação dos teores de aminoácidos em relação ao teor de proteína bruta.Tabela 7. Relação entre teores de aminoácidos e o teor de proteína total em grãos de milho.AminoácidosValores dos coeficientes de determinaçãoLys - 0,904**Thr - 0,721**Cys - 0,556*Leu 0,328Val - 0,546Arg - 0,822**Asp - 0,824**Gly - 0,902**Ser 0,352Keeney (1970), citado por Vasconcellos (1989).* = significativo a 5%. ** = significativo a 1%.Outros fatores a serem observados na adubação nitrogenada são os teoresde amônio (NH 4 ) e nitrato (NO 3 ). Murphy & Lewis (1987), citado por Vasconcellos(1989), verificaram alterações nos teores de aminoácidos na presença de NH 4 , NO 3ou no equilíbrio das duas formas de nitrogênio (Tabela 8).A adubação potássica aumenta a eficiência da adubação nitrogenadamelhorando a quantidade e a qualidade da proteína. Keeney (1970), citado porVasconcellos (1989), comparou um grupo controle, um grupo com adubaçãonitrogenada e um grupo com adubação nitrogenada e potássica. Os teores deproteína bruta e lisina foram de 7,0; 7,7 e 8,4%; e 0,23; 0,25 e 0,26%,respectivamente. Aumentos nas mesmas proporções foram observados paratreonina, valina e leucina.Tabela 8. Relação entre NH 4 /NO 3 e o teor de aminoácidos (N/ml) presentes no xilema do milho.AminoácidosFormas de NNO 3 NO 3 +NH 4 NH 4Asp 1,30 2,86 11,82Glu 3,03 13,75 5,58Lys 0,54 0,76 0,68Murphy & Lewis (1987), citado por Vasconcellos (1989).Asp = ácido aspártico; Glu = ácido glutâmico; Lys = lisina.117


Condições de ambiente<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilCloninger et al. (1975) observaram diferenças nos teores de proteína bruta(9,8; 10,3 e 10,2%, respectivamente) em grãos de milho plantados nos anos de1969, 1970 e 1971. Os menores teores de proteína bruta em 1969 foram atribuídosa três períodos de seca durante aquele ano. Cada um destes períodos teve pelomenos 15 dias consecutivos com precipitações diárias menores que 0,6 mm.A influência da temperatura sobre os teores de óleo foi observada porThompson et al. (1973) que verificaram que os teores de óleo foram menores nassalas de vegetação, onde as plantas foram produzidas, com maior temperatura, comexceção de um genótipo (Tabela 9).Tabela 9. Porcentagem de óleo no grão milho de diferentes genótipos, em base seca, produzidos em5 ambientes com temperaturas diferentes.GenótipoTemperatura ( o C dia/ o C noite)18/14 22/18 26/22 30/26 Não controladaPa36 2,28 2,54 2,38 1,92 2,38GE 82 2,61 2,22 3,66 3,01 4,1370-242-5 5,05 5,19 5,58 4,00 5,31Gasp-flint 5,30 5,36 5,17 4,92 4,01Média 3,93 3,83 4,20 3,46 3,96Thompson et al. (1973).Weller et al. (1989) avaliaram o efeito da umidade à colheita no conteúdo deóleo no germe de grãos. Para umidade de 29,6; 21,9 e 17,2%, os teores de óleo dogerme foram de 43,3; 46,2 e 46,5%, respectivamente. Observou-se que os grãoscolhidos com menores valores de umidade apresentaram maiores teores de óleo nogerme.Em outro estudo realizado em Purdue, por Maier & Watkins (1998), grãos demilho alto óleo foram secos a diferentes temperaturas (37,8; 60,0; 82,2 e 104,4°C) efornecidos a patos com a finalidade de analisar os teores de nitrogênio, matéria secae energia nas fezes, não sendo verificada correlação entre temperatura de secageme os três parâmetros mencionados.Vilela (1988), citado por Santos & Mantovani (1997), coletou amostras demilho durante um ano, em intervalos de 4 meses, em diferentes regiões no estadode Minas Gerais. O autor constatou que os teores de carboidratos solúveisdecresceram de 73,30 para 29,25% no decorrer de 12 meses de armazenamento eque este resultado foi explicado pela provável preferência dos insetos peloendosperma do grão que é rico em amido.Maier & Reising (1999) avaliaram 299 amostras de milho provenientes dediferentes distritos do estado de Indiana, nos Estados Unidos. As médias de proteínabruta, óleo e amido variaram para os diferentes anos de plantio e para os diferentesdistritos.118


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilEarle (1977) analisou dados dos teores de proteína bruta e óleo de milhonorte-americano dos anos de 1907 a 1972. Constatou-se que nas épocas de maiorprodutividade houve um decréscimo dos teores de proteína bruta dos grãos demilho. Porém, isso não se observou nas épocas em que houve maior uso defertilizantes.Infestação por insetosSouza et al. (2000) avaliaram a composição química do milho com diferentesníveis de carunchamento (infestação por Sitophilus zeamais). Nas fases iniciais dainfestação ocorreu uma redução do teor de extrato não nitrogenado pelo fato docaruncho consumir preferencialmente o endosperma, rico em amido. Nos níveismais elevados de infestação, os insetos atacaram também o embrião. Neste estágio,os teores de proteína bruta e óleo foram reduzidos. Em relação à fibra bruta, podeser observado na Tabela 10, efeito linear positivo à da infestação pelo carunchosobre esta característica.Tabela 10. Composição química do milho em diferentes níveis de carunchamento.Nível Umidade% PB% FB% EE% ENN% EB kcal/kg5 12,57 8,37 1,82 3,42 71,88 3.94510 12,48 9,25 1,80 3,50 71,07 3.96515 12,52 9,36 1,83 3,48 70,88 3.95120 12,36 9,88 1,82 3,60 70,45 3.97025 12,67 9,70 1,85 3,62 70,29 3.94330 12,50 9,54 1,89 3,57 70,58 3.89335 12,12 9,22 2,02 3,77 70,93 3.89340 11,97 9,12 2,13 3,68 71,10 3.90045 11,82 9,20 2,22 3,45 71,39 3.88850 11,90 8,92 2,20 3,40 71,54 3.874100 11,83 8,45 2,24 3,30 72,08 3.891Souza et al. (2000).PB = proteína bruta; FB = fibra bruta; EE = óleo; ENN = extrativo não nitrogenado; EB = energia bruta.Em outro estudo sobre os efeitos do caruncho na qualidade do milho, Castroet al. (1983), citado por Rostagno (1993), constatou queda de 0,22% para 0,18% noteor de metionina do grão quando houve contaminação por caruncho. Rostagno(1993) também citou que Tafuri et al. (1987) que observaram variações nos teoresde nutrientes do milho opaco-2 estocado por um ano e infectado pelo caruncho(Tabela 11).119


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 11. Composição do milho opaco-2 com e sem o ataque de carunchos.Nutrientes, em base seca Normal CarunchadoPB% 9,75 10,26EE% 4,60 4,60FB% 3,33 1,67EB kcal/kg 4.577 4.682Met% 0,138 0,078Cys% 0,126 0,156Lys% 0,367 0,401Aminoácidos Totais% 9,94 8,93Tafuri et al. (1987), citado por Rostagno (1993).PB = proteína bruta; EE = óleo; FB = fibra bruta; EB = energia bruta; Met = metionina; Cys = cistina; Lys = lisina.Energia das diferentes fraçõesDale e Kackson (1994) conduziram uma série de ensaios para determinar oconteúdo de energia metabolizável de grãos de milho inteiros, quebrados, e demateriais estranhos. Foram determinados os teores de proteína, umidade, fibrabruta, cinzas e extrato etéreo de cada fração. Foi observado que os valores deenergia metabolizável dos grãos quebrados foi 2,5% menor, enquanto as matériasestranhas resultaram em valores 11% menor do que o correspondente aos grãosinteiros.Correlação entre os nutrientes do milhoDorsey-Redding et al. (1991) coletaram 378 amostras de híbridos de milhopor dois anos (1987 e 1988). Foram avaliadas as correlações entre os parâmetrosproteína bruta, óleo, amido, susceptibilidade à quebra, densidade, índice deabsorção de água, dureza e peso de 1000 grãos. Conforme pode ser observado naTabela 12, amido e óleo obtiveram correlação positiva e maior que 0,50.Parsons et al. (1998), avaliando a digestibilidade de aminoácidos em partidasde milho com diferentes teores de óleo (3,8%; 5,2%; 6,0%; 8,6%) em galoscecotomizados, observaram que as amostras com maiores teores de óleo (6,0% e8,6%) apresentaram maior digestibilidade verdadeira para ácido aspártico, treonina,serina, glicina, prolina, alanina, valina, leucina, arginina, cistina e isoleucina. Namédia, as amostras com maiores teores de óleo obtiveram uma diferença positiva de10% para os valores de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos. No mesmoexperimento verificou-se que a disponibilidade de lisina e energia metabolizávelverdadeira foram maiores na amostra com maior teor de óleo. Ao analisar os dadosdas análises bromatológicas das amostras de milho utilizadas, os autores verificaramque os teores de proteína bruta não se correlacionaram com os teores de óleo.Entretanto, os teores de lisina aumentaram (2,78%; 3,03%; 3,05%; 3,48%) conformese aumentou os teores de óleo. Com estes resultados, os autores sugeriram apossibilidade de a proteína do germe apresentar melhor digestibilidade para aves.120


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTambém deduziu-se ser possível que o maior teor de óleo nas amostrascontribuíram para a maior disponibilidade dos aminoácidos.Tabela 12. Coeficientes de correlação de parâmetros químicos e físicos de milho produzidos nosanos de 1987 e 1988, respectivamente.PBEE PB CHO SQ DS IAA DR0,16/SICHO 0,58/0,48 -0,35/-0,44SQ -0,16/SI -0,42/-0,42 SI/SIDS 0,54/0,48 0,39/0,33 SI/-0,17 -0,15/ SIIAA SI/-0,34 -0,29/-0,18 0,21/SI SI/-0,14 -0,30/-0,48DR 0,46/0,44 0,64/0,41 SI/-0,15 -0,23/-0,19 0,81/0,72 -0,32/ -0,41P1000 -0,36/SI SI/SI -0,31/ SI SI/SI -0,16/SI SI/ -0,26 SI/SIDorsey-Redding et al. (1991).Valores de análise química ajustados para 84,5% de matéria seca.EE = óleo, PB = proteína bruta, CHO = carboidratos, SQ = susceptibilidade à quebra, DS = densidade, IAA = índice deabsorção de água, DR = dureza, SI = sem informação.Em pesquisa realizada na <strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves (Lima et al., 2005; Passoset al., 2005), foram coletadas 1021 amostras de milho (Tabela 13), em diferentesregiões do Brasil, no ano de 1999. Estas amostras foram individualmentehomogeneizadas e analisadas quanto aos teores de matéria seca, proteína bruta eóleo através de espectroscopia de reflectância do infravermelho próximo (NIR). Combase nestes resultados, as amostras foram classificadas por ordem de teor deextrato etéreo e 80 amostras foram selecionadas de maneira a representar toda apopulação original, as quais foram analisadas quimicamente para óleo, proteínabruta, fibra bruta, cinza, matéria seca e aminoácidos, de acordo com metodologiasrecomendadas pela AOAC (1995). A partir dos resultados obtidos, verificou-se que agrande maioria dos valores de correlação entre os nutrientes analisados forambaixos (Tabela 14).Tabela 13. Análise de Espectrofotometria de Reflectância de Infra Vermelho Próximo das 1021amostras de milho coletadas pela <strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves.Média DP Valor mínimo Valor máximoMS, % 85,877 1,877 69,770 93,540PB em base seca, % 10,534 1,328 6,591 15,886EE em base seca, % 4,402 0,782 2,000 6,660Lima et al., 2005; Passos et al., 2005.DP = desvio padrão; MS = matéria seca; PB = proteína bruta; EE = extrato etéreo.121


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 14. Valores de correlações de Pearson entre parâmetros analisados de amostras de milhocoletadas pela <strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves.PB EE FB Lys Met Thr Trp ValPB 0,40 0,08 0,05 0,51 0,43 -0,31 0,60EE 0,40 -0,09 -0,06 0,09 0,09 -0,02 0,26FB 0,08 -0,09 0,03 0,05 -0,12 -0,20 0,10Lys 0,05 -0,06 0,03 0,17 0,34 -0,13 0,62Met 0,51 0,09 0,05 0,17 0,33 -0,04 0,47Thr 0,43 0,09 -0,12 0,34 0,33 -0,14 0,55Trp -0,31 -0,02 -0,20 -0,13 -0,04 -0,14 -0,06Val 0,60 0,26 0,10 0,62 0,47 0,55 -0,06PB = proteína bruta; EE = óleo; FB = fibra bruta; Lys = lisina; Met = metionina; Thr = treonina; Trp = triptofano; Val = valina.Formulação de dietas de suínos de acordo com a composição domilhoCom base na composição química das 80 amostras analisadas anteriormente,Passos et al. (2005) formularam dietas para suínos das fases de 7 - 17 kg (préinicial),17 - 30 kg (inicial), 30 - 70 kg (crescimento), 70 - 100 kg de peso vivo(terminação), gestação e lactação. As formulações foram feitas para atender osníveis de EM, e os aminoácidos digestíveis lisina, metionina, treonina e triptofano.Para a dieta de gestação formulou-se também para fibra bruta. Das 80 partidas demilho, doze foram descartadas durante a análise estatística por serem consideradasamostras discrepantes (“outliers”). No cálculo dos valores de EM do milho, tomou-secomo base o trabalho de Lima et al. (2001), no qual cada acréscimo de 1% de óleona composição média do milho corresponde a um aumento de cerca de 50 kcal deenergia metabolizável/kg. Os preços dos ingredientes foram aqueles praticados em18 de agosto de 2003 para o estado de Santa Catarina. Na Tabela 15 sãoapresentados os modelos matemáticos que explicavam o custo das dietas para cadauma das fases estudadas em função da composição nutricional do milho.122


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 15. Modelos obtidos dos preços das dietas para suínos a partir dos valores nutricionais dediferentes partidas de milho.Modelo R 2 Pr > FLactação = 0,16953 – 0,04409×Trp – 0,01992×Lys – 0,00195×Thr –0,00432×EEGestação = 0,20364 – 0,00214×FB – 0,00280×FB 2 *– 0,00383×Lys –0,00400×EETerminação = 0,15746 – 0,03286×Trp – 0,01594×Lys – 0,00304×Thr –0,00318×Val - 0,00409×EECrescimento = 0,17354 – 0,01296×Trp – 0,01438×Lys – 0,00557×Thr –0,00433×Val – 0,00387×EEInicial = 0,20744 – 0,02471×Trp – 0,01367×Lys – 0,00328×Thr –0,00365×EE* – 0,00253×ValPre-inicial = 0,56609 – 0,01271×Trp – 0,01041×Lis – 0,00346×Thr –0,00307×Val – 0,00289×EE0,9866


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 16. Médias e respectivas medidas de dispersão das análises químicas e estimativas deenergia metabolizável e digestibilidade de aminoácidos de amostras de milho.Variável N Média ValormínimoValormáximoErropadrãoCoeficiente devariação%Matéria seca, % 71 89,390 86,000 91,240 0,097 0,91Proteína bruta, % 71 10,499 7,705 13,065 0,180 14,48Extrato etéreo, % 71 4,381 2,875 5,850 0,078 15,00Fibra bruta, % 71 2,703 1,881 4,351 0,057 17,81Cinza, % 71 1,381 1,150 1,660 0,013 8,22Energia metabolizável 1 , kcal/kg 71 3297 3229 3362 3 0,89Metionina, % 71 0,445 0,321 0,720 0,009 17,07Metionina digestível 2 , % 71 0,402 0,290 0,650 0,008 17,06Lisina, % 71 0,286 0,190 0,390 0,005 13,44Lisina digestível, % 71 0,231 0,153 0,315 0,004 13,43Treonina, % 71 0,584 0,390 0,940 0,014 19,89Treonina digestível, % 71 0,487 0,325 0,783 0,011 19,90Triptofano, % 71 0,095 0,072 0,145 0,002 18,79Triptofano digestível, % 71 0,075 0,057 0,115 0,002 18,69Custo ração fase inicial, R$/kg 71 0,478 0,471 0,486 0,000 0,77Custo ração fase crescimento, R$/kg 71 0,449 0,440 0,458 0,000 0,92Custo ração fase final, R$/kg 71 0,425 0,416 0,434 0,001 0,981 Valores calculados assumindo-se que 1% de óleo acima da média corresponde ao incremento de 50 kcal de energiametabolizável.2Valores de digestibilidade calculados a partir das análises químicas realizadas por cromatografia líquida e dos coeficientesobtidos com frangos de corte, segundo Degussa – AminoDat 2.0.O teor de óleo do milho foi o parâmetro que mais influência teve nos preçosdas dietas de frangos de corte, respondendo, sozinho, por mais de 80% docoeficiente de determinação dos modelos estimados. Semelhante ao verificado comsuínos, à medida que o teor de óleo dos grãos aumentou ocorreu redução dospreços das dietas inicial, crescimento e final, demonstrando a grande importânciadeste parâmetro para o custo de produção de frangos de corte. O teor de proteínabruta do milho foi importante apenas no custo das dietas iniciais, não tendoinfluência sobre as outras dietas. No estudo mais aprofundado desta resposta,verificou-se que 75% do valor da proteína bruta foi explicado pelos aminoácidosdigestíveis leucina, lisina, valina, triptofano e metionina.124


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTabela 17. Modelos obtidos dos preços das dietas para frangos de corte a partir dos valoresnutricionais de diferentes partidas de milho.Modelo R 2 Pr > FInicial = 0,51367 – 0,05048×Lys – 0,00008971×PB – 0,00521×EE 0,9898


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<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilLIMA, G.J.M.M. de; SCHIMIDT, A. KLEIN, C.H.; NONES, K.; KLAUS, P.S.;BELLAVER, C. Composição química de híbridos comerciais de milho na safra de1999/2000. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Campinas, Suppl. 3, p. 42.2001.MAIER, D.E.; BRIGGS, J.L. High oil corn composition. Grain Quality Task Force,West Lafayette, n.33, mar, 1997. Disponível em: http://www.agcom.purdue.edu/agcom/pubs/grain.htm. Acesso em: 26 jun. 2003.MAIER. D.E.; REISING. J. 1999 Indiana corn composition data. Grain Quality TaskForce, West Lafayette, n.43, jan, 2000. Disponível em http://www.agcom.purdue.edu/agcom/pubs/grain.htm. Acesso em: 26 jun. 2003.MAIER, D.E.; WATKINS, A.E. Drying of high oil corn for quality. Grain Quality TaskForce. West Lafayette, n.35, set. 1998. Disponível em: http://www.agcom.purdue.edu/agcom/pubs/grain.htm. Acesso em: 26 jun. 2003.NELSON, O.E. Genetic control of polysaccharide and storage protein synthesis inthe endosperms of barley, mayze, and sorghum. In: POMERAZ. Y. Advances incereal science and technology, Saint Paul: American Association of CerealChemists,1980. p. 41 - 71.PARENTONI, S.N.; MAGNAVACA, R.; PAIVA. E. Perspectiva de utilização demilhos de alta qualidade proteica no Brasil. Sete Lagoas: EMBRAPA/CNPMS,1989. 34p.PARSONS, C.M.; ZHANG, Y.; ARABA, M. Availability of amino acids in high-oil corn.Poultry Science, Urbana. v.77, n.7., p. 1016 - 1019. 1998.PASSOS, A.A.; BARIONI JUNIOR, W.; COL<strong>DE</strong>BELLA, A.; LIMA, G.J.M.M. O efeitoda variabilidade da composição nutricional do milho no custo de produção de suínos.No prelo. 2005.ROSTAGNO. H.S. Disponibilidade de nutrientes em grãos de má qualidade. In:CONFERÊNCIA APINCO <strong>DE</strong> CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLA. 1993. Santos.Anais... Campinas. FACTA.1993. p.129 - 139.SANTOS, J.P.; MANTOVANI, E.C. Perdas de grãos na cultura do milho; pré-colheita,colheita, transporte e armazenamento. EMBRAPA - CNPMS, Circular Técnica.N.24, 40 p. 1997.SCHMIDT, A.; LIMA, G.J.M.M. de; NONES, K.; KLEIN, C.H.; KLAUS, P.S.; BRUM,P. A. R. de. Avaliação bromatológica de híbridos comerciais de milho produzidos noParaná na safrinha de 2000. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Campinas,supl. 3, p. 47. 2001.127


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilSONG, G.L., Li, D.F.; PIAO, X.S.; CHI, F.; WANG, J.T. Comparasions of amino acidavailability by different methodsand Metabolizable Energy determination of a Chinesevariety of high oil corn. Poultry Science, Urbana, vol 82, p 1017 - 1023. 2003.SOUZA, A.V.C.de; SANTOS, J. P.dos; LOPES, D.C.; REGINATO, G.; PINHAL,J.P.J.; TE<strong>IX</strong>EIRA, A.O.; FONTES, D.O.; VIEITES, F.M. Composição química domilho em diferentes níveis de carunchamento. In: REUNIÃO ANUAL DASOCIEDA<strong>DE</strong> <strong>BRASIL</strong>EIRA <strong>DE</strong> ZOOTECNIA, 37, 2000. Viçosa. Anais...Viçosa. UFV,2000, p. 1 - 3.THOMPSON, D.L.; JELLUM, M.D.; YOUNG, C.T. Effect of controlled temperatureenvironments on oil content and on fatty acid composition of corn oil. Journal of theAmerican Oil Chemists Society, Champaign, vol 50, n.20, p. 540 - 542. 1973.VASCONCELLOS, C.A. Importância da adubação na qualidade do milho e do sorgo.In: SIMPÓSIO SOBRE ADUBAÇÃO E QUALIDA<strong>DE</strong> DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS,1, 1989. Ilha Solteira, SP: Anais...Ilha Solteira - FEIS/UNESP/ANDA/POTAFOS,1989, p. 319 - 330.WELLER, C.L.; POULSEN, M.R.; STEINBERG, M.P. Correlation of starch recoverywith assort quality factors of four corn hibrids. Cereal Chemistry, Northfield, vol. 65,n.5, p. 392 - 397. 1989.128


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilUTILIZAÇÃO <strong>DE</strong> ELETRÓLITOS PARA AVES -DA TEORIA A PRÁTICASebastião Aparecido Borges¹ e André Favero²¹Prof. Doutor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, UTP/PR²Aluno de Pós Graduação em Ciências Veterinárias – UFPR/PRCuritiba – PR – Brasil; borgessa@terra.com.br (0xx4199681826)BSA Assessoria AgroindustrialIntroduçãoOs genótipos avícolas atuais possuem uma elevada taxa de crescimento,resultando em aves cada vez mais sensíveis e susceptíveis há uma série deproblemas metabólicos e de manejo, destacando-se entre eles os distúrbios ácidobásicos. Um dos principais agentes desencadeadores do desequilíbrio ácido-base é oestresse calórico, sendo que, a predisposição das aves ao estresse aumenta à medidaque o binômio umidade relativa do ar e temperatura ambiente ultrapassam a zona deconforto, dificultando a dissipação de calor, incrementando a temperatura corporal daave e comprometendo o desempenho zootécnico.Algumas medidas podem ser tomadas para minimizar as perdas decorrentes doestresse calórico, podendo-se citar, entre outras, a utilização de ventiladores enebulizadores, manipulação da proteína e energia da dieta, utilização de antitérmicos,ácido ascórbico, eletrólitos, manejo do arraçoamento e o manejo da água de bebida.A alteração no equilíbrio ácido-base, decorrente da exposição da ave àtemperaturas elevadas, é chamada de alcalose respiratória. Um dos métodos usadospara o controle do estresse calórico é a manipulação química do equilíbrio ácido-baseatravés da utilização de compostos como bicarbonato de sódio (NaHCO 3 ), cloreto depotássio (KCl), cloreto de cálcio (CaCl 2 ), carbonato de potássio (K 2 CO 3 ) e cloreto deamônia (NH 4 Cl) na água e/ou na ração. Entretanto, uma série de estudos temdemonstrado que a suplementação de eletrólitos para aves pode ser mais eficientequando considerada a relação entre estes (Na + + K + – Cl - em mEq), nãonegligenciando a importância de cada um isoladamente.Fisiologia do estresse calórico nas avesAs aves, sendo animais homeotermos, dispõem de um centro termorreguladorlocalizado no hipotálamo, capaz de controlar a temperatura corporal através demecanismos fisiológicos e respostas comportamentais mediante a produção eliberação de calor, determinando assim a manutenção da temperatura corporalnormal (MACARI et al., 2002).Entre as respostas fisiológicas compensatórias das aves, quando expostas aocalor, inclui-se a vasodilatação periférica, resultando em aumento na perda de calornão evaporativo. Assim, na tentativa de aumentar a dissipação do calor, a aveconsegue aumentar a área superficial, mantendo as asas afastadas do corpo, eriçandoas penas e intensificando a circulação periférica. A perda de calor não evaporativo129


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilpode também ocorrer com o aumento da produção de urina, se esta perda de água forcompensada pelo maior consumo de água de preferêcia “fria”.Outra resposta fisiológica observada é o aumento na taxa respiratória,resultando em perdas excessivas de dióxido de carbono (CO 2 ). Assim, a pressãoparcial de CO 2 (pCO2) diminui, levando à queda na concentração de ácido carbônico(H 2 CO 3 ) e hidrogênio (H + ). Em resposta, os rins aumentam a excreção de HCO 3 - ereduzem a excreção de H + na tentativa de manter o equilíbrio ácido-base da ave (Fig.1) . Esta alteração do equilíbrio ácido-base é denominada de alcalose respiratória.Aumento Temperatura AmbienteAumento Umidade Relativa ArMudança ComportamentoDiminui atividadeConsumo H 2OFreqüência RespiratóriaOfegaçãoConsumo AlimentoDesnutriçãoExcreção RenalK + e HCO 3-H +Perda de CO 2e H 2OpCO 2pH<strong>DE</strong>SEQUILÍBRIO ÁCIDO BASEQUEDA <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>SEMPENHO ........MORTEFig. 1. Resposta das aves à temperatura elevada (adaptado de BORGES et al., 2003a).O sistema sangüíneo é particularmente sensível às mudanças de temperatura ese constitui em um importante indicador das respostas fisiológicas da ave a agentesestressores. Alterações quantitativas e morfológicas nas células sangüíneas sãoassociadas ao estresse calórico, traduzidas por variações nos valores do hematócrito,número de leucócitos circulantes, conteúdo de eritrócitos e teor de hemoglobina noeritrócito.No estresse calórico ocorre aumento no hematócrito, podendo ser justificadopor um acréscimo no número de hemácias. A relação heterófilo/linfócito é alteradacomo conseqüência do aumento de heterófilo e redução de linfócito, sendo que estarelação tem sido proposta como um índice sensível de estresse crônico em frangosde corte. Outra resposta fisiológica é o aumento da concentração de glicose comoresposta direta da maior secreção de adrenalina, noradrenalina e glicocorticoides.130


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilImportância dos eletrólitosEletrólito pode ser definido como uma substância química, que se dissocia nosseus constituintes iônicos, tendo como função fisiológica principal a manutenção doequilíbrio ácido-base e da pressão osmótica corporal. De fundamental importânciapara as aves, os íons monovalentes sódio (Na + ), potássio (K + ) e cloro (Cl - ) sãoconsiderados minerais chaves neste processo. Assim, os efeitos do balanço iônico dadieta no desempenho das aves podem estar relacionados com as variações nobalanço ácido-base (MONGIN, 1981).O K + é o principal cátion do fluído intracelular, enquanto que o Na + e o Cl - sãoos principais íons do fluído extracelular. A osmorregulação é conseguida pelahomeostasia destes íons intra e extra celular. Em condições ótimas, os conteúdosde água e eletrólitos são mantidos dentro de limites estreitos. Mas a perda deeletrólitos, sem alteração no conteúdo de água do corpo, reduz a osmolalidadedestes fluídos.O K + está envolvido em muitos processos metabólicos, incluindo oantagonismo arginina-lisina, condução nervosa, excitação, contração muscular,síntese de proteínas teciduais, manutenção da homeostasia intracelular, reaçõesenzimáticas, balanço osmótico e equilíbrio ácido-base. Conseqüentemente,mudanças na homeostase de K + podem afetar as funções celulares. Estudos comdesidratação, seguida de reidratação em humanos, demonstraram que o grau dedéficit de água no fluído intracelular foi associada à perda de K + intra celular e o déficitde fluído extracelular foi ligada a perda de Na + plasmático. O grau de reidrataçãointracelular foi determinado pela restauração do K + (NOSE et al., 1988).A alcalose respiratória provoca redução da competição entre H + e K + paraexcreção urinária e aumenta a perda de K + na urina. O excesso de íons K + competecom os ânions tampões do líquido tubular renal, impedindo a remoção do H + , sendoeste reabsorvido, podendo levar a uma acidose para compensar o quadrometabólico. Este mecanismo pode aumentar a necessidade de K + durante o períodode estresse calórico. Existem evidências recentes de que as células intercaladas doducto coletor, secretoras de ácidos, também secretam H + e este processo éaumentado pela hipocalemia e parece ser um importante contribuinte paraacidificação renal.Os níveis de Na + , K + e Cl - do plasma são afetados pelo estresse calórico. Aconcentração de K + e Na + diminui à medida que a temperatura aumenta, enquanto queo Cl - aumenta (BORGES et al., 2004b; NASEEM et al., 2005; OLANREWAJU et al.,2006).O aumento no Cl - plasmático deprime a excreção de H + e a reabsorção debicarbonato (HCO 3 - ) pelos rins. Isto poderia contribuir para com a acidificação dosangue, e esta parece ser uma resposta apropriada à alcalose. Entretanto, há quese considerar o tempo de estresse já que, SALVADOR et al., (1999) observaramredução nos níveis séricos de Cl - quando submeteram frangos de corte à estressecrônico durante uma semana (42 a 49 dias de idade).Além do calor, a excreção de K + é influenciada por fatores hormonais(aldosterona, hormônio antidiurético - ADH e deoxicorticosterona), equilíbrio ácidobasee balanço de cátions. A taxa de excreção de K + pela urina é variável, estando131


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilligada à concentração plasmática de Na + e ao estado de hidratação da ave, sendoque as perdas podem ser causadas por um aumento no consumo de água, já que ogradiente osmótico favorece o movimento de água do fluído intracelular para urina,podendo carrear o K + . O aumento na ingestão de K + resulta em maior perda urinária,sendo que a ave tem pouca capacidade de conservar o K + corporal. O nível sérico deK + diminui durante o estresse (BORGES et al., 2004b; SALVADOR et al., 1999). Adiminuição dos níveis plasmáticos de K + é atribuído a um aumento na excreção desteíon durante o estresse crônico e um aumento do K + intracelular comumente encontradodurante o estresse agudo. A hipercalemia pode resultar em acidose metabólica, tantopela redução da ácido úrico como pela limitação da reabsorção de carbonato pelos rins(AIT-BOULAHSEN et al., 1995).Do mesmo modo que acontece com o K + , o níveis séricos de bicarbonato(HCO - 3 ) também diminuem quando as aves são expostas a condições de estressecalórico por mais de duas semanas (NASEEM, et al., 2005). A provável causa destaredução é devido ao aumento da ofegação das aves, resultando em umahiperventilação (TEETER et al., 1985), este aumento na ventilação paraliza aregeneração do HCO - 3 que depende de uma regeneração diária, bem como, da reabsorçãode todo o HCO 3 filtrado pelos capilares glomerulares renais para manter-seus níveis plasmáticos normais.(KUMAR E CLARK, 2002).Utilização de sais na raçãoA utilização de sais na ração é uma prática adotada por nutricionistas quebuscam minimizar os efeitos deletérios decorrentes do estresse calórico nas aves.Entre os principais sais utilizados destacam-se o cloreto de potássio (KCl) e obicarbonato de sódio (NaHCO 3 ).O K + está presente em abundância na maioria dos ingredientes das dietasdos animais, ao contrário do Na + , que está presente em quantidadesnutricionalmente inadequadas nos alimentos comumente utilizados na nutriçãoanimal, a suplementação de Na + requer fontes alternativas uma vez que o tradicionalcloreto de sódio (NaCl) tem seu uso muitas vezes limitado pela presença de Cl - . Éinteressante ressaltar que ocorre uma interação entre os nívies de Na + e Cl -presentes na dieta. MUSHTAQ et al., (2005) observaram um maior rendimento depeito e menor gordura abdominal de frangos de corte que receberam 0,30% de Na +na dieta, entretando a medida que a quantidade de Cl - foi crescendo (0,30%, 0,40%e 0,50%) a gordura abdominal aumentou significativamente (P


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilcontrole do estresse calórico, estes efeitos foram mais pronunciados quando utlizadoNaHCO 3 como suplemento.TEETER et al. (1985) demonstraram o impacto sobre o ganho de peso,comparando aves criadas em ambiente de conforto térmico e em condições deestresse calórico. No mesmo trabalho os autores relataram que a adição de 0,5% deNaHCO 3 nas dietas das aves que encontravam-se em estresse calórico melhorou oganho de peso em 9%, embora, devido a uma grande varição, não foi significativoestatisticamente.Resultados de desempenho mostraram que o fornecimento de 0,5 e 1,0% deNaHCO 3 em rações de frangos de corte, submetidos a temperaturas variando de 39a 41ºC e 34 a 36ºC, proporcionou uma melhorara no consumo de ração, ganho depeso e conversão alimentar (FISCHER DA SILVA et al., 1994). A utilização deNaHCO 3 como fonte de sódio para atender às necessidades nutricionais destenutriente também foi proposto (FISCHER DA SILVA et al., 2000). A suplementação de0,5; 1,0 e 1,5% de NaHCO 3 na ração de frangos durante o verão, de 21 a 49 dias deidade, resultou em melhor conversão alimentar (Tabela 1).Tabela 1. Desempenho de frangos suplementados com bicarbonato de sódio (NaHCO 3 ) na ração apartirde 21 dias de idade.Tratamentos Ganho de peso (g) Consumo de ração (g) Conversão alimentarControle 2.005 3.781 1,899 b0,5% NaHCO 3 2.031 3.794 1,870 ab1,0% NaHCO 3 2.066 3.808 1,851 ab1,5% NaHCO 3 2.090 3.838 1,841 aCV % 3,75 2,40 2,99P 0,32 0,89 0,05Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem estatisticamente (Tukey).Adaptado de BORGES (2006).A suplementação de KCl na ração e/ou na água de bebida das aves tem sidoproposta como uma forma de minimizar as conseqüências das temperaturaselevadas sobre o desempenho (SMITH & TEETER, 1993; BORGES, 1999b).SOUZA et al., (2004) trabalhando com suplementação de KCl (0; 0,4; 0,8; 1,2; 1,6 e2,0%) na ração de frangos de corte durante o verão observaram um efeito linearpositivo sobre a ingestão, excreção e retenção de potássio. O consumo de águaaumentou linearmente a medida que elevou-se a suplementação de KCl e aumidade das excretas aumentaram em 27,98% entre o tratemento que não recebeuKCl e o que recebeu 2,0% de KCl na ração. Esses resultados corroboram os obtidospor BORGES (1999b) que, suplementando as rações de frangos de corte com níveisde 0,5% e 1,0% de KCl, observou um aumento de 23,34% no teor de umidade dacama entre o tratamento que recebeu 1,0% KCl e o que não foi suplementado comKCl.NASEEM et al., (2005) avaliando o uso isolado ou combinado de 1,5% de KCle 0,5% de NaHCO 3 na ração de frangos de corte criados em temperatura acima do133


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilconforto térmico 35°C e 37°C na 4ª e 5ª semana de i dade respectivamente,concluíram que a utlização de ambos os sais isoladamente melhoraram o ganho depeso aos 35 dias de idade. O maior ganho de peso e o restabelecimento dos níveisséricos de K + -e HCO 3 foram obtidos somente quando utlizado KCl e NaHCO 3combinados, os resultados encontrados corroboram aos encontrados por KESKIN EDURGAN, (1997).Iniciando a suplementação aos 21 ou 35 dias de idade com 0,5 e 1,0% de KClna ração de frangos de corte criados durante o verão até 49 dias, observamos que oganho de peso melhorou (P


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilKRABBE (2000), observou um efeito linear positivo no consumo de água depintinhos de 1-4 e 1-7 dias de idade suplementados com diferentes níveis de Na +(0,10; 0,22; 0,35 e 0,48%) via água de bebida. No mesmo trabalho, o consumo deração, ganho de peso e conversão alimentar também foram significativamenteafetados pelo nível de Na + na água, os pontos estimados de máxima resposta paraos parâmetros avaliados foram de 0,33%, 0,37% e 0,39% respectivamente, amelhora no desempenho pode ser explicada pela relação entre consumo de água eração.WHITING et al., (1991) observaram que frangos submetidos a temperaturaselevadas (35-38°C) e suplementados com 0,5% de KCl na água de bebida,apresentaram aumento de 46% no consumo de água. BELAY E TEETER (1993),também expondo frangos com 42 dias de idade à temperatura de 35°C, durante umperíodo de 4 horas e suplementados com 0,75% de KCl, verificaram aumentos doconsumo de água, na perda de água via evaporativa e melhora da eficiênciarespiratória aparente.SMITH E TEETER (1992), submetendo frangos de corte a condições deestresse calórico durante o período de 28 a 49 dias, suplementados com 0,2% de K +proveniente da adição de KCl fornecido continuamente na água de bebida,observaram um aumento significativo de 35,4% na ingestão de água e de 7% noganho de peso em relação ao tratamento testemunha sem suplementação. TEETER& SMITH (1986), quando suplementaram 0,15% de KCl na água de bebida,verificaram que as aves não tiveram o pH sanguíneo alterado mas obtiveram umamelhora de 15,4% na conversão alimentar.O jejum pré-abate é uma prática adotada na avicultura, para reduzir acontaminação da carcaça causada pelo extravasamento do conteúdo gastrintestinalno momento da evisceração. Existe uma preocupação dos órgãos de bem-estaranimalem relação a prática do manejo pré-abate e principalmente no que dizrespeito ao estresse causado às aves durante este período (BRESSAN &BERAQUET, 2002), uma vez que aves submetidas a condições de estresse alteramo equilíbrio ácido-base (BORGES et al., 2007). A grande maioria das indústriaspreconizam trabalhar com um período máximo de jejum de alimento de até 12 horas,compreendendo desde a retirada do alimento na granja até o momento do abate,estando incluído neste período o tempo de transporte e o tempo de descansoregulamentar já nas plantas frigoríficas antes de iniciar o processo de abate(GOMES, 2007).A idade e peso das aves ao abate, temperatura e umidade ambiente, o tempopara a apanha, lotação e disposição das caixas no veículo de transporte, duração dotempo de transporte e o período de tempo e condições ambientais no descanso nofrigorífico, são fatores a serem considerados pois estão diretamente relacionadoscom a susceptibilidade das aves ao estresse. BARBOSA FILHO et al., 2006avaliaram o efeito do tempo de transporte e da temperatura e umidade relativa do arambiente sobre a temperatura retal e perda de peso de 250 aves aos 40 dias deidade. As aves foram alocadas em caixas de transporte e submetidas a trêsdiferentes temperaturas (27, 30 e 35°C) e umidades (70, 75 e 85%). Os autoresconcluiram que, 30 minutos é o tempo suficiente para as aves submetidas atemperaturas de 30 e/ou 35°C apresentarem sinais de estresse. A perda de peso135


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilaumentou significativamente a medida que a temperatura e umidade foramaumentadas.Pensando no fornecimento de produtos com padrões de qualidade maisestáveis, no que diz respeito a cor e maciez principalmente dos músculos peitorais(BRESSAN & BERAQUET 2002), o período de jejum pode estar diretamenterelacionado com estas características uma vez que no período de carregamento etransporte ocorre o jejum hídrico, a desidratação torna-se evidente e o grau deestresse devido ao carregamento e transporte das aves bastante elevados.A umidade da carne do peito de frangos é de aproximadamente 72%, surge àdúvida se o tempo de jejum e a desidratação poderiam afetar as característicasorganolépticas e a maciez da carne. Neste sentido, a retenção de água é umacaracterística bastante importante para a determinação da qualidade da carne depeito (MEN<strong>DE</strong>S, 2001).BRESSAN & BERAQUET (2002), pesquisaram a influência do tempo detransporte, descanso no frigorífico e a temperatura ambiente no período pré-abate,concluindo que em condições de temperatura acima da zona de conforto ainstalação do Rigor Mortis é mais acelerada. Em condições de conforto apresentammaior maciez do músculo de peito e mesmo em condições de estresse a força decisalhamento dos músculos peitorais é menor quando as aves foram transportadaspor menores distâncias e consequentemente menor tempo, sendo assim, estamedida é importante para determinar as condições de conforto das aves durante operíodo pré-abate. A utilização de sais na água de bebida pode ser uma alternativapara estimular o consumo de água no período pré-abate, diminuido assim, as perdasdecorrentes da desidratação e estresse.GOMES (2007), utilizando níveis crescentes de KCl ou NaHCO 3 (0,15%,0,30% e 0,45%) na água de bebida de frangos de corte 24 horas antes do abate,observou uma resposta linear para o consumo de água indiferente do sal utilizado,ou seja, aumentou o consumo de água a medida que aumentou a quantidade de saladicionado. O autor destacou a importância da ingestão de água durante o períodopré-abate para o esvaziamento do trato gastrintestinal e menores perdas de pesodurante o jejum. Não foi encontrado diferenças no rendimento de carcaça e seuscortes comerciais.A resposta das aves a suplementação de sais na água de bebida parece estarligada a fatores como o tempo (horas), período (dias) e intensidade (temperatura) deestresse, a concetração de sais a ser utilizada talvez dependa da intensidade doestresse, sendo assim, cada situação única.Aplicabilidade da teoria do balanço eletrolíticoNão só o meio ambiente mas, também a dieta pode influenciar a homeostaseácido-base nas aves. Inúmeros relatos apontam para os efeitos do balançoeletrolítico da dieta sobre o desempenho das aves. A manutenção deste equilíbriopode ser uma medida importante para melhorar o desempenho de frangos criadossob altas temperaturas e superar os efeitos danosos da alcalose respiratóriadecorrente do estresse calórico.136


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilDietas formuladas com altos teores de Cl (NH 4 Cl, HCl e CaCl 2 ) diminuem opH sangüíneo em frangos, prejudicando o seu crescimento em condições determoneutralidade. Porém, o consumo de ácidos ou bases, balanço eletrolítico,ambiente, suas interações e implicações sobre o desempenho dos animais, aindanão estão bem definidas.O estresse calórico, além de espoliar grande quantidade de ácido orgânico,pode estar associado às perdas de eletrólitos através das membranas celulares(FISCHER DA SILVA et al., 1994). A prevenção do desequilíbrio eletrolítico pode serobtida pela incorporação de cátions e ânions na dieta, sendo usualmente expressosem mEq/kg (MONGIN, 1981). Entretanto, a disponibilidade dos eletrólitos pode serinfluenciada pela regulação homeostática intestinal e renal, pela maior absorção deíons monovalentes.Alguns autores descreveram equações para explicar a relação entre cátions eânions e o equilíbrio ácido-base. Para MELLIERE & FORBES (1966) estainterrelação pode ser descrita pela equação :Nível relativo = mEq cátions = Ca + Mg + Na + KmEq ânions PO 4 + Cl + SO 4Entretanto, os íons essenciais à manutenção do equilíbrio ácido-base são:Na + , K + e Cl - . Além das aves os exigirem em quantidades mínimas em suaalimentação, para satisfazer suas necessidades nutricionais, é fundamental que aproporção entre eles seja ideal para manter a homeostase ácido-base e obter omáximo desempenho (MONGIN, 1981). Para manter o equilíbrio ácido-base, a avedeve regular a ingestão e a excreção de ácidos. Existem diferenças na ingestão eexcreção de ânions e cátions da dieta. Porém, os ácidos produzidos no metabolismo(H + endógeno) também contribuem para o balanço ácido-base.De acordo com MONGIN (1981) o resultado do poder ácido da ingestão deNa + + K + – Cl - , e´ igual a diferença de cátions e ânions excretados (( cátions -ânions) excretados ), mais a produção de ácido endógeno (H + endógeno), mais as bases emexcesso (BEecf) ou reservas alcalinas. A ingestão ótima de eletrólitos, em termos deequilíbrio ácido-base, pode minimizar a presença de BEecf, tendendo a zero. Orequerimento ótimo de balanço de eletrólitos foi definido em termos de mEq(Na + + K +- Cl - )/kg de ração em torno de 250 mEq/kg.(Na + + K + - Cl - ) ingeridos = (Cátions - Ânions) excretados + H + endógeno + BEecfmEqNa + mEqK – mEqCl = 250137


Exemplo:<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil0,28%Na x 10000 / 23,0 = 122 mEq Na0,90%K x 10000 / 39,1 = 230 mEq K0,30%Cl x 10000 / 35,5 = 84 mEq Cl122 + 230 – 84 = 268 mEq/kg de raçãoNestas equações, alguns fatores devem ser considerados:a) Na equação assume-se que os minerais Na, K e Cl têm impacto no equilíbrioácido-base sem considerar a forma que são ingeridos. A suplementação desódio e potássio aumenta o pH e o HCO 3 - sangüíneo, enquanto que a adiçãode cloro deprime estes mesmos parâmetros (HURWITZ et al., 1973). Porém,há evidências de que ânions metabolizáveis exercem influência no balançoácido-base. GORMAN & BALNAVE (1994) concluíram que o ganho de pesoassociado com o carbonato de sódio e o bicarbonato de sódio foramsignificativamente diferentes em dietas com o mesmo balanço eletrolítico,concluindo que o estresse calórico pode induzir um requerimento metabólicopara o íon bicarbonato.b) A equação não leva em consideração os efeitos específicos de cada íon, bemcomo as exigências individuais destes íons o que pode limitar o uso damesma. Lembrando que nem sempre estes íons são quantificados nosingredientes, sendo que o K está presente em abundância na maioria dosingredientes que compõem as dietas destinadas às aves, embora com grandevariabilidade, ao passo que o Na está presente em pequenas quantidades. Asrecomendações nutricionais destes eletrólitos para frangos de corte sãovariadas porém, o NRC (1994) recomenda 0,30 e 0,30; 0,20 e 0,15%; 0,20 e0,15% para K, Na e Cl de 0 a 3 e 3 a 6 semanas de idade, respectivamente.c) Apesar de outros cátions e ânions também participarem no balanço ácidobase,esses não são considerados nesta equação devido a sua importânciasecundária. Pois, o potencial eletrolítico dos elementos pode classifica-los emtermos de importância no equilíbrio ácido-base do organismo. Por exemplo, oK, Na e Cl têm maior potencial eletrolítico que Mg, S, P e Ca, sendo que opotencial eletrolítico destes é maior que Fe, Mn, Zn, Cu, Se, Mo, Co e I. Oselementos traços têm capacidade de funcionar como eletrólitos mas, elesestão presentes em pequenas quantidades nas rações e em baixasconcentrações nos tecidos das aves o que, naturalmente, reduz seu impactosobre o equilíbrio ácido-básico e balanço eletrolítico. Assim, a equaçãoeletrolítica completa seria: (Na + + K + + Ca ++ + Mg ++ ) - (Cl - + SO 4 = + 2PO 4 = +HPO 4 - ).d) Em relação aos elementos não considerados na equação resumida deMONGIN (1981) pode-se dizer que: cátions bivalentes não são rapidamenteabsorvidos como os cátions monovalentes; o magnésio (Mg) é “contaminante”nas rações; o fosfato é difícil de ser quantificado, devido ser oriundo de váriasfontes; a taxa de absorção do cálcio é controlada pelo sistema endócrino; osulfato está presente em pequenas quantidades, estando relacionado com aprevenção do catabolismo da metionina.138


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasile) Interrelação entre íons minerais e outros nutrientes, como entre Na e Cl e arelação arginina:lisina em frangos estressados pelo calor (BRAKE et al., 1998).Em frangos entre 3 e 7 semanas de idade criados em estresse calórico, arelação arginina:lisina ótima foi 1,34, quando Na e Cl foram mantidos nasrecomendações do NRC (1994). Entretanto, quando os teores de Na e Cl nadieta foram aumentados a relação arginina:lisina ficou abaixo de 1,05,mostrando que em situações de estresse calórico o ajuste do balançoeletrolítico para o máximo desempenho das aves pode estar relacionado àcomposição de aminoácidos da dieta.HURWITZ (1981), ao contrário de MONGIN (1981), propôs que o balançoentre Na + e Cl - é que determina primariamente a concentração de HCO 3 - e o pH doplasma. O K + , Ca ++ , e Mg ++ compõem os outros cátions e o HCO 3 - , as proteínas,fosfato, sulfato, lactato e piruvato compõem os outros ânions do plasma. O HCO 3 - eas proteínas (incluindo a hemoglobina) constituem os tampões básicos, e assimcomo as BEecf são considerados componentes metabólicos do equilíbrio ácidobase.As BEecf expressam a quantidade de ácidos ou bases que, quandoadicionadas em um litro de sangue, retornam o pH ao normal. A Fig. 2 ilustra arelação entre os eletrólitos e o balanço ácido-base.Com a variação dos níveis de Na + e Cl - na ração, observou-se melhorcrescimento das aves quando a relação Na:Cl foi de aproximadamente 1:1, com autilização de rações contendo (Na + + K + - Cl - ) 200mEq/kg (HURWITZ et al.,1973). Asalterações no equilíbrio ácido-base e desequilíbrios na suplementação de (Na + + K + -Cl - ), causam inapetência com redução no ganho de peso, prejudicando a conversãoalimentar, queda da produção de ovos e quando os desequilíbrios não sãocompensados determinam aumento na mortalidade (MONGIN, 1981). Nas aves emalcalose, a concentração sangüínea dos eletrólitos (Na + , K + ) está diminuída. Umaredução no estado de alcalose ocorre, quando a relação Na:Cl diminui, adicionandose0,5 e 1,0% de CaCl 2 , melhora 8,0% o desempenho das aves (TEETER et al.,1985).JOHNSON & KARUNAJEEWA (1985) concluíram que um balanço deeletrólitos na dieta menor que 180 mEq/kg e maior que 300 mEq/kg deprimiu o pesodas aves, quando avaliado aos 42 dias de idade. Um ótimo balanço eletrolítico foiencontrado para rações contendo de 250 a 300 mEq/kg. Do mesmo modo, HULANet al. (1987), pesquisando o efeito de rações contendo Na + + K + - Cl - em diferentesproporções e ainda variando o nível de cálcio, constataram que o pior e o melhorganho de peso foram obtidos quando o “número de MONGIN” foi de 174 e 215 mEq/kg, com 1,38 e 0,95% de cálcio, respectivamente.139


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilFig. 2. Interrelação de eletrólitos e equilíbrio ácido-base.A fonte protéica utilizada na ração pode afetar o equilíbrio eletrolítico e ácidobase,pois certas fontes, principalmente as de origem animal, aumentam a produçãode ácidos orgânicos e reduzem a contribuição de Na e K, aumentando a quantidaderelativa de Cl (PORTSMOUTH, 1984). O fornecimento de rações basicamenteconstituídas por farelo de soja, que contêm baixos teores de Na e altos em K,demonstrou uma resposta significativa no desenvolvimento de frangossuplementados com 0,5 e 1,0% de NaCl (MARCH, 1984).Os aminoácidos por sua vez quando em excesso, como por exemplo ametionina e a cisteína, podem interferir no equilíbrio ácido-base podendo ocasionaruma acidose metabólica. Pesquisas tem monstrado que a redução no nível deproteína bruta e a suplementação de aminoácidos para aves durante os meses detemperatura elevada melhoram o desempenho (CHENG et al., 1997a,b). Entretanto,reduções do nível de proteína bruta, em dietas a base de milho e farelo de soja,reduzem os níveis de K devido a redução na inclusão de farelo de soja por exemplo.Este cenário pode ser um problema aos nutricionistas formulando dietas parafrangos de corte criados em altas temperaturas (TEETER & BELAY, 1996).BALNAVE & GORMAN (1993) mostraram os benefícios da suplementação deNaHCO 3 em frangos criados em altas temperaturas. KIDD et al. (2003) avaliando odesempenho de frangos criados em ambiente controlado, onde dos 20 aos 40 diasde idade foram submetidos a temperatura média de 34°C por 12 horas diáriasseguidas de 12 horas à temperatura média de 26°C e, não observaram melhora nodesempenho quando formularam dietas contendo 107% das exigências de lisinapreconizadas pelo NRC (1994). Porém quando aumentaram o balanço eletrolítico de187 para 225 mEq/kg, utilizando NaHCO 3 os autores encontraram uma melhora de6% na conversão alimentar e redução na ocorrência de mortalidades. Em trabalhosemelhante, ZARATE et al., (2003) avaliando os requerimentos de aminoácidos para140


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilfrangos de corte criados em ambientes quentes, suficientes para reduzir odesempenho mas não causar morte, não observaram benefícios no desempenho ecarcaça de frangos que receberam 110% das exigências de aminoácidos (lisina,metionina, arginina, treonina e triptofano) preconizadas pelo NRC (1994) a não ser oaumento na deposição de gordura abdominal ao invés de carne. A interação queocorre entre o nível de proteína da dieta e o balanço eletrolítico ainda não estãototalmente elucidados.O impacto da relação cátion/ânion sobre o equilíbrio ácido-base de frangos,pH sangüíneo e taxa de crescimento foi avaliada por HURWITZ et al. (1973). A taxade crescimento de frangos foi máxima quando o pH sangüíneo era de 7,28, sendoobservado um declínio no crescimento quando os valores de pH foram acima de7,30 ou abaixo de 7,20. A relação eletrolítica da dieta para o máximo crescimentovariou de 226 a 260 mEq/kg. Entretanto, se a resposta é devido inteiramente àsalterações no pH ou a outros efeitos eletrolíticos ou metabólicos, não está bemdefinido. TEETER et al. (1985) indicaram que durante o período de ofegação, osvalores de pH acima de 7,25 deprimem a taxa de crescimento e a eficiênciaalimentar. Aumentos no pH sangüíneo podem ser reduzidos por uma diminuição dataxa respiratória das aves. Estes aumentos podem ocorrer com temperaturas deaclimatação mas, durante o estresse agudo, a taxa respiratória pode ser reduzida ea eficiência da perda de calor pode ser melhorada pela manutenção da alta ingestãode água (BELAY & TEETER, 1993). A mortalidade durante o estresse calórico podeser inversamente relacionada com o consumo de água (BRANTON et al., 1986).Balanço eletrolítico na fase pré-inicial e inicialO uso de uma dieta diferenciada para frangos de corte na primeira semana devida vem sendo preconizada por vários nutricionistas. As justificativas para essaprática estão sustentadas no fato de que, os frangos, nessa idade, temnecessidades nutricionais especificas e diferentes das outras fases, provavelmentepelas características diferenciadas do trato gastrintestinal, e por sua dificuldade emdigerir e absorver certos nutrientes associado ao rápido crescimento e a grandedemanda de calor ambiental durante os primeiros dias de vida.O conceito de que as aves necessitam de proteína para atender suasexigências em aminoácidos vem sendo discutido há muitos anos, embora haja umrequerimento mínimo de proteína bruta. A oxidação de aminoácidos pode ocasionaracidose metabólica (PATIENCE, 1990). Alguns estudos tem sido realizados com oobjetivo de avaliar as interações entre os níveis de proteína e aminoácidos dasrações e o balanço eletrolítico destas. Neste sentido, BORGES et al. (2002b)avaliaram dois níveis de proteína bruta (21,0 e 23,5%) nas dietas pré- iniciais e trêsrelações eletrolíticas (166, 260 e 360 mEq/kg) em dois experimentos e concluíramque as rações devem ser formuladas com balanço eletrolítico ao redor de 260mEq/kg independentemente dos níveis de proteína. DALL’STELLA et al. (2007)avaliando os efeitos de crescentes relações de metionina+cisteína:lisina digestívelna dieta (66; 73; 80 e 87%) com o balanço eletrolítico corrigido (240mEq/kg) sobre odesempenho de frangos de corte de 1 a 7 dias, concluiram que as diferentesrelações avaliadas apresentaram efeito significativo somente sobre o consumo deração, sendo que a melhor relação encontrada foi de 76%.141


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTHON et al. (2007a) avaliando o efeito de níveis crescentes de lisinadigestível (1,065; 1,215; 1,365 e 1,515 mg/kg) e dois valores de balanço eletrolítico(250 e 320 mEq/kg) sobre o desempenho de frangos de corte na fase pré-inicial,concluiram que o uso de 250 mEq/kg para balanço eletrolítico melhorou a conversãoalimentar aos 7 dias e os níveis de lisina digestível nesta fase não resultaram emresposta no desempenho das aves.A arginina é um aminoácido que pode sofrer ação antagônica com a lisina,podendo com isso, se tornar deficitária na dieta (MACARI et al., 2002). Neste sentidoTHON et al. (2007b) avaliaram o efeito de níveis crescentes de arginina digetível(1,313; 1,443; 1,573 e 1,703 mg/kg) e dois valores de balanço eletrolítico (250 e 320mEq/kg) sobre o desempenho de frangos de corte na fase pré-inicial e concluiramque é possível manter um bom desempenho das aves com 1,313 mg/kg de argininadigestível na dieta.Adicionando NaCl, NaHCO 3 , NH 4 Cl e KHCO 3 nas rações de frangos naprimeira semana de vida com o intuito de determinar o melhor balanço eletrolítico,BORGES et al. (1999a) realizaram dois ensaios sendo que, no primeiro os níveis depotássio foram mantidos constantes e no segundo os níveis de sódio forammantidos constantes. Os autores concluíram que as respostas dependem doeletrólito manipulado e níveis extremos de Cl (0,15 e 0,71%), K (0,52 e 1,21%) e Na(0,15 e 0,60%) devem ser evitados. A principal resposta para os excessos de Cl e Kparece estar relacionada ao consumo de ração. Nestes estudos o balançoeletrolítico ideal variou entre 199 e 251 mEq/kg.Outros estudos foram então realizados, mantendo constantes os níveis depotássio em um ensaio e manipulando simultaneamente os níveis de potássio esódio nas rações (BORGES et al., 2002a). Níveis extremos de Cl (0,77%) e K(1,05%) deprimiram o consumo de ração e devem ser evitados para essa fase decriação. O melhor balanço eletrolítico na fase pré-inicial variou entre 246 e 277mEq/kg de ração (Fig. 3).Na fase inicial (1 a 21 dias de idade) os resultados da literatura são maisconflitantes, variando de 250 mEq/kg (MOGIN, 1981), 245 a 315 mEq/kg (RONDÓN,1999), 290 mEq/kg (ARANTES et al., 2007), 166 a 177 mEq/kg (VIEITES et al.,2004),186 a 197 mEq/kg (BORGES et al., 2003b) e 250 mEq/kg (BORGES et al.,2003c).142


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil1,551,5140135Conversão alimentar1,451,41,351,3YGP = 108,4450 + 0,1834X - 0,0003X 2R 2 = 0,85Pmax = 277YCA = 1,5773 - 0,0016X + 0,0000033X 2R 2 = 0,86Pmin = 24611040 140mEq/kg240 340130125120115Ganho de peso (g)Conversão alimentarGanho de pesoFig. 3. Efeitos da relação eletrolítica Na+K-Cl na ração sobre o ganho de peso e a conversãoalimentar em frangos de 1 a 7 dias de idade. Adaptado de BORGES et al. (2002a).UGIONI et al. (2004), avaliando o efeito de dois níveis de proteína (17 e 19%)na dieta inicial baseadas no conceito de proteína ideal, no qual a lisina equivale a100%, Met+Cis a 71%, Thr. a 59% e Trp a 16% e quatro balanços eletrolíticos (220;250; 280 e 310 mEq/kg), concluíram que a ração contendo 19% de proteína bruta,formulada com o conceito de proteína ideal, e 220 mEq/kg proporcionou o melhordesempenho dos frangos no período de 1-21 dias.Balanço eletrolítico na fase de crescimento e período total de criaçãoNa fase de crescimento (22 a 42 dias de idade) RONDÓN (1999) sugere umbalanço entre 249 e 261 mEq/kg na ração para máximo desempenho. Porém,adicionando farinha de vísceras ou farinha de penas nas dietas, OLIVEIRA (2002)concluiu que os melhores resultados zootécnicos podem ser obtidos com balançoeletrolítico entre 292 e 300 mEq/kg. Já BORGES et al. (2003b) concluíram que omelhor ganho de peso e conversão alimentar foi obtido com 240 mEq/kg de ração,manipulando-se os níveis de sódio e cloro. Em outros estudos, utilizando-se níveiscrescentes de sódio ou níveis crescentes de sódio e potássio, BORGES et al.(2004a) concluíram que o melhor balanço para esta fase de criação está entre 202 e235 mEq/kg, podendo ser obtido adicionando sódio ou potássio à dieta.Considerando o período total de criação (1 a 42 dias de idade), as avescriadas em ambiente de termoneutralidade tiveram melhor desempenho combalanço eletrolítico entre 201 e 220 mEq/kg (BORGES et al., 2003c) e 159 a 195mEq/kg (VIEITES et al., 2005). Porém, quando em condição de estresse de calor omelhor desempenho foi obtido com balanço eletrolítico entre 207 e 236 mEq/kg de143


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilração, Fig. 4. Em ambos os estudos o balanço eletrolítico foi obtido pelamanipulação dos níveis de sódio e cloro na ração.1,77244024201,762400Conversão alimentar1,751,741,73YGP = 2249,875 + 1,5948X - 0,0034X 2YCA = 1,761075 - 0,0003765X + 0,0000009X 2R 2 = 0,54Pmin = 207R 2 = 0,88Pmax = 236238023602340232023002280Ganho de peso (g)22601,720 120 240 360mEq/kg2240Conversão alimentarGanho de pesoFig. 4. Efeitos da relação (Na + + K + - Cl - ) sobre o ganho de peso e conversão alimentar de frangos decorte de 1 a 42 dias de idade. Adaptado de BORGES et al., (2003b).Os desequilíbrios na suplementação de eletrólitos podem causar inapetênciacom redução do ganho de peso e morte quando os mecanismos compensatóriosnão são suficientes para manter a homeostase ácido-base. A concentração séricade HCO 3 aumenta com a relação eletrolítica da ração (340 e 360 mEq), resultandoem maior pH e conseqüente alcalose metabólica, já que o HCO 3 , Na + e K + têm açãoalcalogênica nos fluídos corporais, justificando o baixo desempenho nestes animais.Assim, especial atenção deve ser dada à formulação de ração de modo a não adotarníveis de Na abaixo de 0,15% e acima de 0,45% e Cl - acima de 0,70%. Emcontrapartida, as dietas com valores de relação eletrolítica muito baixos (próximo azero) podem resultar em acidose metabólica, pois o ânion Cl - é acidogênico, sendoprontamente absorvido no trato digestório.Por outro lado, o consumo de água depende da idade da ave, temperaturaambiente e da quantidade de sais adicionados na ração. A relação eletrolíticacrescente proporciona aumento linear no consumo de água e na relação consumode água:consumo de ração, sendo que o aumento progressivo na ingestão de águase reflete na umidade de cama. Desde a primeira semana de criação, avesrecebendo dietas com 360 mEq/kg apresentam cama mais úmida mas, a partir daquarta semana a umidade se acentua, dificultando o manejo e provavelmenteinterferindo no desempenho pois, o maior consumo de água pode aumentar a taxade passagem. Aves recebendo 240 mEq/kg apresentam umidade elevada a partir daquarta semana de criação porém, aparentemente não interferindo nos resultados. Oconsumo de água aumenta com a idade e balanço eletrolítico da ração. Entretanto, o144


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil“turnover” de água, avaliado pela relação entre o consumo de água e o pesocorporal, aumenta com o balanço eletrolítico. Porém, diminuiu com a idade das aves(BORGES et al., 2003b). O estímulo ao consumo de água bem como à troca deágua no organismo da ave em temperaturas elevadas pode ser benéfico visto que oaumento na ingestão de água reduz a mortalidade de frangos expostos ao estressecalórico (BRANTON et al., 1986). Em contrapartida, quanto maior a ingestão deágua maior sua excreção, traduzindo em cama mais úmida. Atingir o ponto ótimoentre o trinômio balanço de eletrólitos, consumo de água e umidade da cama é umdesafio nas rações comerciais.A temperatura corporal (obtida pela temperatura retal) dos frangos éinfluenciada pela relação eletrolítica da dieta (P


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilBalanço eletrolítico para reprodutorasNa literatura são escassos os estudos com a aplicação deste conceito emdietas para poedeiras comerciais e reprodutoras pesadas. HAMILTON eTHOMPSON (1980), BALNAVE e MUHEEREZA (1997) verificaram uma maiorprodução de ovos em poedeiras a medida que aumentava a proporção de (Na+K)/Clpela adição de bicarbonato de sódio na ração. Outros autores verificaram melhoriasna espessura e resistência de casca (AUSTIC e KESHAVARZ, 1988; BALNAVE eMUHEEREZA, 1997), e redução no número de ovos com casca fina (ERNEST et al.,1975) quando utilizaram rações adotando o conceito de balanço eletrolítico(mEq/kg). NOBAKHT et al., (2007) trabalhando com poedeiras no período de 24 a34 semanas de idade submetidas a diferentes balanços eletrolíticos (0; 120; 240 e360 mEq/kg), observaram diferença significativa na qualidade da casca destes ovos.O peso, espessura e cinzas da casca dos ovos bem como a gravidade específicaaumentou a medida que se aumentava o balanço eletrolítico da dieta,. Os autoresconcluíram que o aumento do balanço até 360 mEq/kg em poedeiras no períodoinicial de produção pode melhorar a qualidade de casca dos ovos.Tabela 3. Efeito da formulação de ração com o conceito de balanço eletrolítico (mEq/kg) sobre odesempenho de matrizes pesadas suplementadas com sais de sódio e potássio.Parâmetro Controle 150 mEq/kg BE 180 mEq CV %*Postura (%) 55,75 b 56,81 a 1,13Aproveitamento (%) 98,64 98,61 1,40Mortalidade (%) 0,535 a 0,285 b 3,58Cons ração (g/ave/dia) 152 152 --Ovos/ave/semana 3,918 b 3,990 a 1,81Conv. alimentar (g/ovo) 273 b 268 a 1,82*Coeficiente de variação entre os tratamentos. Médias seguidas de letras diferentes na linha indicam diferenças estatísticas.Adaptado de SANTOS et al. (2005).SANTOS et al. (2005) realizaram ensaio experimental com 57.000 matrizespesadas para avaliar o impacto da adoção deste conceito sobre o desempenho dasaves (Tabela 3). Houve melhor produção de ovos, conversão alimentar e menormortalidade, utilizando a ração formulada pelo conceito de balanço eletrolíticoquando comparado com o grupo controle. Os autores concluíram que o conceitopode ser usado para ajustar o equilíbrio acido base das aves e melhorar odesempenho, indicando um mínimo de 180 mEq/kg de ração (Tabela 3).ImplicaçõesAs variáveis fisiológicas devem ser um instrumento de estudo do qual onutricionista não pode abrir mão quando se está avaliando a adoção de novastecnologias. Neste sentido, estas variáveis devem ser pesquisadas e interpretadasno seu conjunto e contextualizadas com o estudo zootécnico.146


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilOs eletrólitos podem ser suplementados tanto na ração como na água debebida das aves. Porém, quando se usa eletrólitos atenção especial deve ser dada àdisponibilidade, qualidade e temperatura da água, visto que a suplementação deeletrólitos induz a um maior consumo de água por parte das aves. Não esquecer queo estímulo ao consumo de água é um resposta positiva, quando as aves estãoexpostas ao estresse calórico, já que isto possibilita maior dissipação de calorcorporal. Neste sentido, a utilização estratégica de eletrólitos na água de bebidaparece ser ainda uma área bastante fértil para a pesquisa. Por outro lado, quando seutilizar sais suplementados na água de bebida, deve-se tomar o cuidado para nãoextrapolar 250 mEq, considerando o total fornecido na água e na ração pois, balançoeletrolítico elevado provoca alcalose metabólica, independentemente da temperaturaambiente, resultando em queda de desempenho.A formulação de rações com base no conceito de balanço eletrolítico é umaprática que pode ser implementada com vistas a corrigir as distorções no equilíbrioácido-base. Para adoção desta técnica se faz necessário um estudo detalhado dacomposição dos ingredientes disponíveis para a formulação das rações,particularmente no que diz respeito às concentrações de Na, K e Cl. Estas raçõesdevem ser formuladas para atender ao balanço eletrolítico entre 180 e 260 mEq/kg,sendo decrescente de acordo com a idade das aves. Neste intervalo o animalconsegue manter o equilíbrio ácido-base para ótimo desempenho.O principal fator limitante à adoção deste conceito é o aumento na umidadeda cama, particularmente a partir de 28 dias de idade das aves. É importantesalientar que, embora o Na, K e Cl sejam os íons mais importantes no balançoeletrolítico e equilíbrio àcido-base para monogástricos, outros íons podem serconsiderados, tornando a equação mais complexa. Assim, o estudo da inter-relaçãoentre equilíbrio àcido-base, estresse calórico e outros cátions e ânions deve ser maisbem detalhado.Referências bibliográficasAHMAD, T, MUSHTAQ, T; MAHR-UN-NISA; SARWAR, M; HOOGE, DM; MIRZA,MA. Effect of different non-chloride sodium sources on the performance of heatstressedbroiler chickens. British Poultry Science, v.47, p. 249 - 256, 2006.AIT-BOULAHSEN, A., GARLICH, J.D., E<strong>DE</strong>NS, F.W. Potassium chloride improvesthe thermotolerance of chickens exposede to acute heat stress. Poultry Science, v.74, p. 75 - 87, 1995.ARANTES, U.M., STRINGUINI, J.H., LEANDRO, N.S.M., OLIVEIRA, M.C., ROCHA,F.R.T. Desempenho de frangos de corte slimentados com rações formuladas comdiferentes valores de balanço eletrolítico na fase inicial. Brazilian Journal of PoultryScience, suplemento 9, p. 106, 2007.AUSTIC, R.E., KESHAVARZ K. Interaction of dietary calcium and chloride and theinfluence of monovalent minerals on eggshell quality. Poultry Science, v.67, p. 750 -759, 1988.147


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<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilBORGES, S.A., FISCHER DA SILVA, A.V., MOURA, A.S.A.M.T., MAIORKA, A.,OSTRENSKY, A. Electrolyte balance in broiler growing diets. International Journalof Poultry Science, v.3, n.10, p. 623 - 628, 2004a.BORGES, S.A., FISCHER DA SILVA, A.V., MAIORKA, A., HOOGE, D.M.,CUMMINGS, K.R. Phyliological responses of broiler chickens to heat stress anddietary electrolyte balance (Sodium plus Potassium minus Chloride, Milliequivalentsper Kilogram). Poultry Science, v.83, p. 1551 - 1558, 2004b.BORGES, S.A., FISCHER DA SILVA, A.V., MAIORKA, A., HOOGE, D.M.,CUMMINGS, K.R. Effects of diet and cyclic heat stress on electrolyte, nitrogen andwater intake, excretion and retention by colostomized male broiler chickens.International Journal of Poultry Science, v.3, n.5, p. 313 - 321, 2004c.BORGES, S.A. Aplicação do conceito de balanço eletrolítico para aves. In:CONFERÊNCIA APINCO <strong>DE</strong> CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 2006. Santos– SP, Anais ... 2006.BORGES, S.A., FISCHER DA SILVA, A.V., MAIORKA, A. Acid-base balance inbroilers. World’s Poultry Science Journal, v.63, p. 73 - 81, 2007.BRAKE, J., BALNAVE, D., DIBNER, J.J. Optimum dietary arginine:lysine ratio forbroiler chickens is altered during heat stress in association with changes in intestinaluptake and dietary sodium chloride. British Poultry Science, v. 39, p. 639 - 647,1998.BRANTON, S.L., REECE, F.N., <strong>DE</strong>ATON, J.W. Use of ammonium chloride andsodium bicarbonate in acute heat exposure of broilers. Poultry Science, v. 65, p.1659 - 1663, 1986.BRESSAN, M.C., BERAQUET. N.J. Efeito de fatores pré-abate sobre a qualidade dacarne de peito de frango. Ciência Agrotécnica, v.26, p. 1049 - 1059, 2002.CHENG, T.K., HAMRE, M.L., COON, C.N. Effect of environmental temperature,dietary protein and energy levels on broiler performance. Journal of Applied PoultryResearch, v.6, p. 1 - 17, 1997.CHENG, T.K., HAMRE, M.L., COON, C.N. Responses of broiler dietary protein levelsand amino acid supplementation to low protein diets at various environmentaltemperatures. Journal of Applied Poultry Research, v.6, p. 18 - 33, 1997.DALL’STELLA, R., OPALINSKI, M., TALASZ, W.R.A., BORGES, S.A. Relaçãometionina+cistina:lisina digestível em dietas pré-iniciais de frangos de corte combalanço eletrolítico corrigido. Brazilian Journal of Poultry Science, suplemento 9, p.37, 2007.149


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<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilTEETER, R.G., BELAY, T. Broiler management during acute heat stress. Animal FeedScience Technology, v.58, p. 127 - 142, 1996.THON, M.S., STRINGUINI, J.H., SANTOS, B.M., REIS, L.F., ALVARENGA, T.C.,FERREIRA, L.L. Desempenho de frangos alimentados com diferentes níveis de lisinadigestível e dois valores do balanço eletrolíticos na ração pré-inicial. Brazilian Journalof Poultry Science, suplemento 9, p. 105, 2007a.THON, M.S., STRINGUINI, J.H., SANTOS, B.M., REIS, L.F., ALVARENGA, T.C.,FERREIRA, L.L. Desempenho de frangos alimentados com diferentes níveis dearginina digestível e dois valores do balanço eletrolítico na ração pré-inicial. BrazilianJournal of Poultry Science, suplemento 9, p. 104, 2007b.UGIONI, A. FRANCO, J.R.G., MURAKAMI, A.E., SAKAMOTO, M.I., SOUZA, L.M.G.,TAMEHIRO, C.Y. Efeito do balanço eletrolítico, em dietas formuladas no conceito deproteína ideal, sobre o desempenho de frangos de corte na fase inicial. BrazilianJournal of Poultry Science, suplemento 6, p. 73, 2004.VIETES F.M., MORAES, G.H.K., ALBINO, L.F.T., ROSTAGNO, H.S., DONZELE, J.L.,VARGAS, J.G.J., ANTECIO, A. Balanço eletrolítico e níveis de proteína bruta sobre odesempenho de pintos de corte de 1 a 21 dias de idade. Revista Brasileira deZootecnia, v.33, p. 2076 - 2085, 2004.VIETES F. M., MORAES, G.H.K., ALBINO, L.F.T., ROSTAGNO, H.S., ANTECIO, A.,VARGAS, J.G.J. Balanço eletrolítico e níveis de proteína bruta sobre o desempenho, orendimento de carcaça e a umidade da cama de frangos de corte de 1 a 42 dias deidade. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, p. 1990 - 1999, 2005.WHITING, G.S., ANDREWS, L.D., STAMPS, L. Effects of sodium bicarbonate andpotassium chloride drinking water supplementation. 1. performance and exteriorcarcass quality grown under thermoneutral or cyclic heat-stress conditions. PoultryScience, v.70, p. 53 - 59, 1991.ZARATE, A.J., MORAN JR, A.J., BURNHAM, D.J. Exceeding essential amino acidrequirements and improving their balance as a means to minimize heat stress inbroilers. Journal of Applied Poultry Research, v.12, p. 37 - 44, 2003.153


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilASPECTOS ECONÔMICOS DA REUTILIZAÇÃO DA CAMA AVIÁRIASadi Domingos MarcolinMédico Veterináriosadimarcolin@gmail.com1 IntroduçãoA avicultura brasileira tem tido um crescimento constante, ano após ano. Noano de 2007, conforme estatística da UBA e da ABEF (em seu relatório anual de2007), a produção foi de 10.3 milhões de toneladas de frango, o que representa umcrescimento de 12,57% sobre 2006. O Brasil exportou 3.286 mil toneladas de carnede frango, com um crescimento de 17,46% sobre o ano anterior.O sucesso do frango brasileiro no mercado internacional está calcado notrabalho árduo, de muitos anos dos nossos profissionais da avicultura. Podemosdestacar o grande trabalho na produção, na nutrição e especialmente na sanidade, aqual devemos preservar como nosso maior tesouro.E é neste enfoque que iremos abordar alguns pontos do reuso da cama naprodução de frangos de corte.2 Reusar a cama ou não reusarQuando analisamos este assunto existem basicamente duas linhas depensamentos: os Estados Unidos, que reutilizam a mesma cama em vários lotes (de15 a 30 lotes); e a Europa, que troca a cama a cada criada, ou seja, não faz o reusoda cama. Em um ponto intermediário está o Brasil que pratica o reuso da cama, emmédia 06 (seis) criadas na mesma cama, ou seja, uma troca de cama e desinfecçãode todo o aviário a cada ano.Existem empresas avícolas no Brasil que reutilizam a mesma cama para fazertrês lotes, outras quatro lotes, outras cinco, e outras seis lotes. Porém, todas asempresas brasileiras são unânimes em somente praticar o reuso da cama quando olote anterior não apresentou problemas sanitários. Quando existem problemassanitários, a troca da cama e a desinfecção do aviário devem ser executadassempre.3 Custo na troca da cama dos frangosNecessitamos considerar alguns aspectos importantes na análise dos custosna troca da cama, tais como:3.1 Custo ambientalQuanto custa ao Brasil trocar a cama dos frangos de corte a cada lote?Para responder a esta pergunta, necessitamos fazer alguns cálculos.154


Dados:<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil• Alojamento de frango no Brasil no ano de 2007: 4.694.289.816 pintos.• Média de aves por m²: 12 aves.• Espessura da cama: 10 cm.• Um hectare de eucalipto com sete anos, rende aproximadamente 300 m³ delenha.• Um metro cúbico de eucalipto (lenha) rende 2,6 metros cúbicos de maravalha.A tabela abaixo mostra a relação entre a troca de cama dos frangos a cadalote, ou fazer seis lotes na mesma cama.Itens Troca de cama Troca de camaN° de Lotes 01 Lote 06 LotesM³ de lenha p/maravalha/ano 90.274.804 15.045.800M³ Maravalha por ano 234.714.490 39.119.081Necessidade de terra (Há) disponível com300.916 50.152eucalipto (sete anos)N° de árvores a ser cortado/ano 114.250.000 19.041.66 6% Área agrícola do Brasil c/ eucalipto 0,68 0,11% ocupação da área de milho c/ eucalipto 3,35 0,55Nesta análise rápida não foi considerada a reposição da maravalha napinteira a cada alojamento, quando do alojamento do novo lote na cama reusada. Éprática colocar cama nova no espaço onde os pintos permanecem a primeirasemana de vida.Também não foi considerada a maravalha gasta com matrizes e com osavozeiros.155


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil3.2 Quanto custa ao avicultor trocar a cama a cada lote?A - Custos variáveis por lote de 15.000 aves.Cada lote Cada lote Cada 06 lote Cada 06 lotesItens Quant/ R$ Total R$ Quant/ R$ Total R$Maravalha 120 m x 28,00 3.360,00 22,5 x 28,00 630,00Retirada cama 1 x 300,00 300,00 1 / 6 50,00Lavagem aviário 1 x 340,00 340,00 1 / 6 56,66Lenha 13 m x 26,00 338,00 13 x 26,00 338,00Gás 1 x 35,00 35,00 1 x 35,00 35,00Energia Elétrica 1.400 x 0,27 378,00 1.400 x 0,27 378,00Apanhe Aves 1 x 370,00 370,00 1 x 370,00 370,00Desinfetante 1 20 x 3,06 61,20 20 x 3,06 61,20Sulfato cobre 1 x 7,90 7,90 1 x 7,90 7,90Raticida 20 x 0,85 17,00 20 x 0,85 17,00Inseticida kg 04 x 25,00 100,00 04 x 25,00 16,66Mão de obra 2 x 471 942,00 2 x 471 942,00Manutenção 1 x 119 119,00 1 x 119 119,00Sub Total A R$ 6.382,10 R$ 3.021,42B - Custos fixosItens Tempo Valor DepreciaçãoDepreciação do aviário 25 anos R$ 52.000,00 R$ 346,66Depreciação do equipamento 10 anos R$ 60.000,00 R$ 1.000,00Sub Total B R$ 1.346,66OBS: Incluído cerca, barreira sanitária, tela malha 2 e arco desinfecção.A tabela abaixo, representa o custo ao avicultor para trocar a cama a cadalote ou fazer seis criadas na mesma cama.Troca a cada lote Totes troca a cada 06Custos variáveis (em R$) R$ 6.382,10 R$ 3.021,42Custos fixos (em R$) R$ 1.346,66 R$ 1.346,66Custo por lote (em R$) R$ 7.728,76 R$ 4.368,08Cobrir os custos sem margem (em R$) R$ 0,55 p/ ave R$ 0,31 p/ avePara o avicultor a troca de cama a cada lote representa um aumento no custodo lote de 77,4%.156


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil4 Medidas necessárias quando o reuso da cama• Nenhuma ave deve permanecer viva na propriedade após o carregamento. Asaves para o consumo da família do avicultor devem ser abatidas e congeladas,antes do carregamento do lote de frango.• Espaço de tempo do abate do lote até o novo alojamento deve ser no mínimo14 dias.5 Reuso da cama pelo método tradicional(tratamento com fogo e cal)• Retirar equipamentos infantis, lava-los, desinfeta-los, e colocar ao sol.• Passar cal na cama.• Passar vassoura de fogo sobre a cama (queimando todas as penas), inclusivemuretas, cantos, etc.• Revolver a cama, passar vassoura de fogo novamente.• Fazer combate aos insetos da cama (passar inseticidas combatendo larvas ecascudinhos).• Passar vassoura de fogo novamente em toda cama, muretas, cantos, etc.• Fechar o aviário (portas e cortinas) e passar desinfetante usando osnebulizadores.• Abrir as cortinas e portas.• Retirar a cama da pinteira e colocar cama nova.• Passar sulfato de cobre na cama nova.• Repor os equipamentos infantis.157


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil6 Reuso da cama pelo método da fermentação• Retirar os equipamentos infantis do aviário.• Lavar e desinfetar.• Enleirar a cama (de uma a três leiras).• Cobrir as leiras com lona plástica.• Deixar a cama enleirada por oito dias.• Retirar a lona plástica após o décimo dia.• Espalhar a cama novamente no aviário.• Passar vassoura de fogo.• Desinfetar o aviário usando os nebulizadores.• Repor cama nova na pinteira.• Passar sulfato de cobre na cama nova na pinteira.• Repor os equipamentos infantis.158


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil7 O reuso da cama pelo método da cobertura com lona• Retirar os equipamentos infantis do aviário.• Lavar e desinfetar os mesmos.• Cobrir a cama com lona plástica em toda a sua extenção sem enleirar.• Vedar bem as laterais, postes e extremidades.• Deixar a cama coberta com lona plástica por dez dias.• Retirar a lona plástica após o décimo dia.• Repor os equipamentos infantis.8 O reuso da cama afeta ou não o desempenho das aves?As opiniões divergem, quando tratamos do reuso da cama, os criadores defrango da Europa não utilizam a prática do reuso da cama; por outro lado oscriadores de frango dos Estados Unidos da América reutilizam as camas porinúmeros lotes consecutivos, fazendo até 30 lotes em uma mesma cama.Trabalho interessante foi desenvolvido pelo Dr. Milton Cestari, médicoveterinário de uma importante empresa integradora de frangos no Estado do Paraná:N° criadasna camaCestari 2004Amostragem GPD Conv.Alimentar% Mort Calos depé1 1.804 54,23 1.866 4,70 11.804 278,52 1.817 54,26 1.873 4,44 9.495 278,23 1.720 54,15 1.867 4.37 9.620 278,54 1.695 54,50 1.863 4,40 8.146 280,95 1.554 54,33 1.870 4,43 9.256 278,86 1.127 54,94 1.853 4,94 12.562 283,17 1.061 55,29 1.848 4,84 11.100 285,98 122 55,47 1.862 4,48 13.926 285,89 13 54,92 1.815 3,80 9.538 291,3IEEAtravés deste trabalho percebe-se que no quarto lote criado sobre a cama,houve uma melhora no desempenho zootécnico das aves, e também uma reduçãono numero de aves com calos nos pés. O que também confirma dados que temos nodia a dia das integrações de frango, que no primeiro lote a ser criado sobre a camatemos um aumento nas aves com calos nos pés e o desempenho zootécnicoafetado. Provavelmente pela umidade da cama, pois a cama nova tende a absorvermenos a umidade.159


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil9 O reuso da cama afeta ou não a sanidade das aves?Poucos são os trabalhos encontrados nesta área, visto que quando um loteapresenta qualquer sinal clínico de doença após o abate a cama é retirada e oaviário desinfetado.Bankowski & Reynold (1975), observaram que o vírus da doença New Castle,não foi capaz de produzir a doença em frangos susceptíveis, 48 horas depois daretirada de perus afetados pela doença. Também observaram que aves alojadas 10a 14 dias após a retirada de aves mortas pela doença de New Castle nãoapresentaram evidencias clinicas ou sorológicas de infecção.Vale destacar que nas propriedades rurais existe a presença de roedores einsetos, e em caso de doença no lote, devemos trocar a cama e proceder adesinfecção total do aviário.10 Possibilidades de materiais para uso como cama de frango• Maravalha: a maravalha é o material mais utilizado como cama de frango.Possui um bom poder de absorção. O material utilizado normalmente é pínusou eucalipto. Atenção especial quanto a qualidade, deve ser seca para evitar ocrescimento de fungos, e livre de contaminantes, devemos conhecer aprocedência.• Sabugo de milho triturado: menor capacidade de retenção de umidade que amaravalha. Pouco utilizado devido a dificuldade de escala (poucadisponibilidade) seria uma alternativa ecologicamente viável.• Casca de arroz: em algumas regiões existe disponibilidade, não recomendadoutilizar na pinteira, pois o pintinho deixa de ingerir ração e passa a comer acasca de arroz.• Casca de café: em regiões produtoras de café, é uma boa alternativa, parareduzir custo com a cama.• Areia: material que possui excelente absorção e drenagem. Areia grossa ecom pedriscos deve ser evitada, pois danifica a máquina de extração dacutícula da moela. Outro cuidado que devemos ter é com o pintinho de um diaque ingere areia e deixa de consumir ração. Na pinteira o ideal é revestir acama com papel. A temperatura da cama de areia fica 2°C mais baixa, quandocomparada com a cama de maravalha.• Feno de gramíneas: materiais como o capim elefante, napier, braquiária, etc.dificuldade no manejo para secar, porém deveria ser mais pesquisado pelafacilidade de cultivo e volume produzido por hectare.• Girasol: pé do girassol triturado, pode ser uma alternativa para regiõesprodutoras de girassol para biodisel.160


11 Conclusão<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilNo reuso da cama devemos considerar:• Intervalo entre lotes superior a 10 dias, ideal 14 dias. Cama seca evitadesenvolvimento bacteriano. Microorganismos que causam doenças em avestêm seu ponto de excelência na temperatura das aves. Sem esta temperatura esem a presença das aves, quebra-se o ciclo dos agentes.• Seguir todos os passos para reduzir a carga microbiológica da cama. Afermentação e a cobertura com lona são excelentes alternativas.• Elevar o pH da cama a níveis que inibem as salmonelas e os coliformes.• O custo da atividade tem sido um diferencial competitivo do frango brasileiro. Ocusto do avicultor e o custo ambiental devem ser considerados.• Combater roedores e insetos para evitar a contaminação do lote seguinte.• Materiais alternativos para cama de frango devem ser pesquisados e utilizados.161


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilASPECTOS MICROBIOLÓGICOS DA REUTILIZAÇÃODA CAMA AVIÁRIAVirgínia Santiago Silva<strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves – Caixa Postal 21,CEP 89.700-000, Concórdia, SC, Brasilvica@cnpsa.embrapa.brIntroduçãoNa avaliação do tema “reutilização de cama de aviário” as questões sanitáriaspertinentes a esta prática são preponderantes, pois o foco em boas práticas deprodução visando segurança dos alimentos consiste na maior preocupação naavicultura mundial, tanto para o setor produtivo quanto para o consumidor final. Osprincípios de benchmarking, cada vez mais utilizados para fins de comerciointernacional, preconizam a demonstração de equivalência entre os processospraticados em diferentes países. Nos processos de exportação para a ComunidadeEuropéia há a exigência de que métodos de controle e avaliação de riscomicrobiológico da reutilização de cama aviária sejam aplicados rotineiramente. Oitem 9.5.5.5 EurepGAP (2005), em pontos críticos e critérios de aceitaçãoestabelece o seguinte:• Pontos de controle: Se a cama é reutlizada, ela é tratada e testada contrariscos microbiológicos?• Critério de aceitação: A cama deve ser tratatada e comprovadamente livre deriscos microbiológicos.Neste contexto, embora a experiência prática da avicultura venha mostrandobons resultados, torna-se necessário demonstrar de forma objetiva a eficiência dosmétodos aplicados no país. Durante os anos de 2006 e 2007 a <strong>Embrapa</strong> Suínos eAves, em parceria com ABEF/UBA e colaboração de agroindústrias avícolas deSanta Catarina, desenvolveram um estudo para avaliar o efeito dos tratamentos decama mais freqüentemente usados na avicultura brasileira sobre a redução da cargabacteriana de camas de aviário.ExperimentoForam avaliados os métodos de fermentação da cama em leira no centro doaviário, aplicação de cal na cama, método fermentativo de cobertura com lona emtodo o aviário e um tratamento sem intervenção. Ao todo foram as camas de 24aviários, divididas em 6 por tratamento, todos utilizaram cama de maravalhareutilizada por 6 lotes de frangos, e o período de tratamento entre lotes foi de 12dias. Amostras de cama foram colhidas no início do experimento, camas novasantes do alojamento do primeiro lote e após, no intervalo entre lotes, nos dias dadepopulação (dia 0), no meio dos tratamentos (dia 6) e no final dos tratamentos (dia12), antes do alojamento do lote seguinte. Das amostras de cama foram realizadas162


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilanálises bacteriológicas para contagem de bactérias mesófilas totais e contagem deenterobactérias totais, ambas em UFC/g de cama, além da avaliação de pH e teorde matéria seca.ResultadosA Tabela 1 apresenta resultados das análises das camas novas, no início doexperimento antes do primeiro alojamento.Tabela 1. Médias e intervalos de confiança dos dados das variáveis de contagens de fungos,enterobactérias e mesófilos totais, matéria seca e pH da cama, na cama nova antes doprimeiro alojamento, em função dos tratamentos.TratamentosVariável Cal Enleiramento Lona no aviário Sem intervençãoMatéria Seca (%) 87,3 (83,7-90,9) 87,6 (83,5-91,8) 88,1 (85,0-91,2) 87,7 (80,5-94,8)PH 4,50 ( 3,97- 5,03) 5,22 ( 3,52- 6,91) 5,39 ( 3,21- 7,56) 4,65 ( 3,10- 6,20)Fungos (Log UFC/g) 4,30 ( 2,22- 6,37) 3,56 ( 0,52- 6,60) 4,84 ( 1,44- 8,23) 4,19 ( 0,31- 8,06)Enterobactérias (LogUFC/g)Mesófilos totais (LogUFC/g)2,91 (-2,39- 8,22) 1,81 (-2,54- 6,16) 4,05 ( 0,34- 7,76) 2,93 (-0,91- 6,78)3,88 ( 1,20- 6,56) 4,00 ( 1,86- 6,13) 5,55 ( 1,86- 9,23) 4,32 ( 2,02- 6,61)Nesta tabela é importante destacar o alto nível de contaminação das camasnovas por enterobactérias. Estes dados chamam a atenção para a qualidade dascamas novas, as quais provavelmente já vêm bastante contaminadas da origeme/ou podem estar sendo acondicionadas em ambiente e condições que favoreçam acontaminação bacteriana. Assim, o avicultor pode estar introduzindo no aviário umacama nova eventualmente mais contaminada do que uma cama reutilizadasubmetida a algum tratamento para redução de patógenos. No contexto atual deprodução, no qual se busca qualidade em todos os elos e processos da produção,exigir qualidade dos produtos e insumos por parte dos fornecedores é uma posturafundamental. Note-se que algumas amostras de cama apresentaram até 8 logUFC/g de enterobactérias, sendo este um ambiente de alto desafio para as aves queserão alojadas.De modo geral, houve redução da carga bacteriana ao longo dos seis lotes,tanto para mesófilos totais quanto para enterobactérias, em todos os tratamentos,inclusive os controles sem intervenção. Entretanto, houve diferença entre o efeitosdos tratamentos, comparativamente.163


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilEnterobactériasNa avaliação dos dados de enterobactérias o tratamento de cobertura comlona no aviário apresentou o melhor efeito na redução da carga dessas bactérias,sendo significativamente (p


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilLog UFC/g Enterobactérias6543210Cal E nleiram ento Lona no aviário S em intervenç ãonova 1 2 3 4 5 6Fig. 2. Médias dos Log (UFC/g) de Enterobactérias das camas novas e dos seis lotes no final (dia12) dos quatro tratamentos.A Fig. 2 sumariza os resultados dos métodos avaliados sobre a carga eenterobactérias. Neste gráfico é possível ver claramente a redução na carga destegrupo bacteriano ao longo dos lotes, ficando também evidente que as camas de umacriada, mesmo após os tratamentos ainda apresentaram níveis elevados decontaminação. Foi detectada uma significativa redução na carga bacteriana nascamas após a criação do primeiro lote, entre o início e o fim dos tratamentos (desdeo dia 0 até o dia 12), demonstrando o efeito redutor dos tratamentos, porém aelevada carga contaminante remanescente após o primeiro lote, no final dostratamentos, sugere a possibilidade de se associar algum outro método adicionalpara redução da carga bacteriana nas camas de primeiro lote. Por outro lado, após aterceira criada a carga bacteriana tende a estabilizar em níveis baixos, algumasvezes inferior à contaminação observada em algumas amostras de cama nova,demostrando a segurança dos processos, especialmente a cobertura com lona noaviário, e confirmando a validade da prática de reutilização de cama de aviário parafrangos de corte.Entre os métodos alternativos que poderiam ser associados aos tratamentosfermentativos nos primeiros lotes, pode-se citar a acidificação da cama, porém estestambém devem ser avaliados quanto a sua eficiência em condições autóctones, aexemplo do presente experimento. A acidificação da cama tem mostrado resultadospositivos na redução de patógenos (Pope & Cherry, 2000; Garrido et al, 2004; Line,2002), além de reduzir a volatilização da amônia, melhorando assim o ambiente decriação.Bactérias MesófilasO tratamento de enleiramento da cama apresentou o melhor resultados naredução de bactérias mesófilas totais, sendo significativamente diferente dos outrostratamentos pelo teste de Tukey (p


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasiltratamentos com cal e sem intervenção, que não diferiram significativamente entre siao longo dos seis lotes.10,5Mesófilos - Início tratamento10,5Mesófilos - Meio tratamento10,010,0Log (UFC/g)9,59,08,5Log (UFC/g)9,59,08,58,08,07,51 2 3 4 5 67,51 2 3 4 5 6LoteLoteCalLona PretaPolinômio (Cal)Linear (Lona Preta)EnleiramentoSem intervençãoPolinômio (Enleiramento)Linear (Sem intervenção)CalLona PretaPolinômio (Cal)Linear (Sem intervenção)EnleiramentoSem intervençãoLinear (Lona Preta)10,5Mesófilos - Final tratamento10,0Log (UFC/g)9,59,08,58,07,51 2 3 4 5 6LoteCalEnleiramentoLona PretaSem intervençãoLinear (Cal)Linear (Enleiramento)Polinômio (Lona Preta) Linear (Sem intervenção)Fig. 3. Perfis médios das UFCs de mesófilos totais em função dos tratamentos, dos lotes e dos diasde avaliação, e curvas ajustadas em função lotes.Na Fig. 3, a tendência linear na redução da carga de mesófilos totais no diafinal dos tratamentos com cal, enleiramento e sem intervenção, e mesmo atendência quadrática do tratamento com lona preta, indicam que a redução demesófilos ao longo dos lotes não atingiu o ponto de mínima carga bacteriana,sugerindo que a redução poderia continuar a ocorrer em lotes subseqüentes.Matéria seca e pHEmbora alguns fatores físicos e químicos atuem sobre a carga bacteriana dascamas, tais como temperatura, pH e atividade da água, estes não atuam de formaindepende ou isolada, pois a complexidade do ambiente de cama consiste em umnicho dinâmico onde uma série de fatores mensuráveis e não mensuráveis atuamconcomitantemente sobre a microbiota. Neste experimento os tratamentos foramavaliados como um todo, entretanto foram tomados dados de teor de matéria seca epH para se possa fazer alguma associação com os achados microbiológicos.O teor de matéria seca, como inverso da umidade, pode ser um indicador útilpara entender, pelo menos em parte, o mecanismo de alguns dos métodos testados166


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasilpara redução da carga bacteriana, embora não seja tão elucidativo quanto aatividade da água. Assume-se, de forma geral, que quanto maior o percentual dematéria seca menor será a multiplicação bacteriana. A figura 4 ilustra os resultadosde matéria seca obtidos neste experimento.%Matéria Seca - Início tratamento8280787674727068666462601 2 3 4 5 6CalLona PretaPolinômio (Cal)Linear (Lona Preta)LoteEnleiramentoSem intervençãoPolinômio (Enleiramento)Polinômio (Sem intervenção)%Matéria Seca - Final tratamento8280787674727068666462601 2 3 4 5 6CalLona PretaPolinômio (Cal)Linear (Lona Preta)LoteEnleiramentoSem intervençãoPolinômio (Enleiramento)Polinômio (Sem intervenção)Fig. 4. Perfis médios da matéria seca da cama em função dos tratamentos, dos lotes e dos dias deavaliação, e curvas ajustadas em função lotes.Observa-se que no tratamento de cobertura com lona no aviário o percentualde matéria seca aumentou com o passar dos lotes, representado pela tendêncialinear ascendente no gráfico do final dos tratamentos, ao contrário do início dostratamentos onde estas eram as camas mais úmidas. Esta tendência difere do quefoi encontrado nos outros tratamentos, porém coincide com o fato de ter sido otratamento que apresentava a maior carga de enterobactérias nas camas novas eque apresentou o melhor efeito redutor dessas bactérias ao longo dos lotes,sugerindo que o efeito redutor deste método possa estar fortemente associado àredução de umidade da cama.O tratamento de adição de cal na cama, embora também tenha apresentadoredução na carga de enterobactérias não diferiu das camas sem intervenção. A açãoda cal na cama pode atuar de duas formas na redução da carga bacteriana: (1) pelaalteração do pH tornando-o alcalino a níveis inibitórios para as bactérias e (2) pelaredução da atividade da água. No primeiro caso, deve-se considerar que a cama deaviário já é, por si só, geralmente alcalina, sendo portanto de difícil obtenção aelevação do pH a níveis inibitórios para as bactérias por período de tempoprolongado, sobretudo pelo efeito tamponante das fezes na cama. Assim sendo, aatuação da cal na cama parece estar mais associada à redução da atividade daágua, ou seja, fator associado à umidade da cama, o que não foi observado nesteexperimento. Na Fig. 5 mostra os perfis médios de pH das camas por tratamentos.167


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilpHpH - Início tratamento10,09,59,08,58,07,57,06,56,05,55,01 2 3 4 5 6LotepHpH - Final tratamento11,010,09,08,07,06,05,01 2 3 4 5 6LoteCalLona PretaLinear (Cal)EnleiramentoSem intervençãoPolinômio (Enleiramento)Cal Enleiramento Lona PretaSem intervençãoLinear (Cal)Fig. 5. Perfis médios do pH da cama em função dos tratamentos, dos lotes e dos dias de avaliação, ecurvas ajustadas em função lotes. Retas e polinômios de segundo grau não significativosforam omitidos no gráfico.Observa-se na Fig. 5, que em todos os tratamentos o pH das camas foibastante alcalino, porém o tratamento com cal, mesmo apresentando níveis poucomais alcalinos, apresentou resultados inferiores aos tratamentos fermentativos naredução de enterobactérias, sugerindo que o pH alcalino deste tratamento não foisuficientemente inibitório, comparado aos demais tratamentos.Considerações sobre os resultados experimentais• Contrastando os resultados bacteriológicos para enterobactérias do início doexperimento, em camas novas, e as avaliações das camas reutilizadas nosseis lotes seguintes, observa-se que a partir do terceiro lote, especialmente notratamento de cobertura com lona no aviário, as camas apresentam cargabacteriana igual ou inferior às camas novas. Isto reforça o argumento de que areutilização de cama de aviário, desde que submetida a tratamento eficientepara redução de riscos micróbiógicos, é uma prática segura e recomendável.Contudo, fica também o alerta quanto a má qualidade de camas novas,mostrando a necessidade buscar a solução neste sentido.• Embora os tratamentos tenham apresentado bons resultados na redução dacarga bacteriana, as camas de primeiro lote, mesmo após os 12 dias detratamento, ainda apresentam uma carga de enterobactérias bastante elevada,sendo pertinente pensar em algum método complementar a ser aplicado nesteperíodo.• Os resultados das avaliações microbiológicas nos dias 0, 6 e 12 dostratamentos mostraram que a redução na carga bacteriana de mesófilos eenterobactérias decresce tanto ao longo dos 12 dias. Por esta razão deve-semanter o período de vazio entre lotes ou tempo de tratamento em 12 dias oumais, pois a redução deste período implicará em menor eficiência na reduçãode patógenos.• Embora não tenha sido previsto objetivamente no experimento a avaliação devetores na cama, foi observado que as camas correspondentes ao tratamentode cobertura com lona no aviário não apresentaram vetores como Alphitobius168


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasildiaperinus (cascudinhos), enquanto este foi um achado constante, em maior oumenor quantidade nos demais tratamentos. Os usuários deste sistemaatestam que o método controla vetores. Esta é uma informação da maiorrelevância no que diz respeito ao controle de patógenos, especialmente oszoonóticos implicados em questões de segurança dos alimentos. Foidemonstrado que a presença de Campylobacter jejuni, uma das bactérias maisimportantes em questões de saúde pública potencialmente presente em camade aviário está associada à vetores da cama, como moscas e cascudinhos(Bates, et al., 2004).• A presença de bactérias na cama de aviário é inerente à produção, nãopodendo ser evitada mas sim minizada pela adoção de métodos eficientes paraeste fim. No presente trabalho foi demonstrado que o método mais eficiente naredução de enterobactérias, grupo bacteriano que inclui patógenos humanos eanimais, foi o método fermentativo de cobertura com lona no aviário.Conclusões• A reutilização de cama de aviário é uma prática viável, segura e recomendáveldesde que seja aplicado um método eficiente para a redução de patógenos.• O melhor tratamento para redução de enterobactérias foi o métodofermentativo com cobertura de lona em todo o aviário, o qual também mostrouseeficiente no controle de vetores da cama.• Em camas tratadas e reutilizadas nos primeiros lotes, especialmente camas deprimeira criada, sugere-se aplicar algum método complementar para a reduçãode patógenos, visto que mesmo após os tratamentos estudados, estas aindaapresentavam uma carga de enterobactérias bastante elevadas.• Finalmente, a reutilização de cama de aviário deve ser avaliada sob o ponto devista da sustentabilidade da produção, considerando-se os aspectos sanitários,econômicos e ambientais pertinentes a esta prática.Referências bibliográficasBATES, C.; HIETT, K.L.; STERN, N.J. Relationship of Campylobacter isolated frompoultry and from darkling beetles in New Zeland. Avian Diseases, v.48, p. 138 - 147.2004.EUREPGAP Control Points and Compliance Criteria: Integrated FarmAssurance - Poultry. English version. Module. 2007. p.23. Disponível em:. Acesso em: 12 dez. 2007FIORENTIN, L. Reutilização da cama na criação de frangos de corte e asimplicações de ordem bacteriológica na saúde humana e animal. Concórdia:<strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves, 2005. 23p. (<strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves. Documentos, 94).169


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilGARRIDO, M.N., SKJERVHEIN,M., OPPEGAARD, H., SORUM, H. Acidified litterbenefits the intestinal flora balance of broiler chickens. Applied and EnvironmentalMicrobiology, v.70, p. 5208 - 5213, 2004.LINE, J.E. & BAILEY, J.S. Effect of On-Farm Acidification treatments onCampylobacter and Salmonella populations in Comercial Broiler Houses in NorheastGeorgia. Poultry Science, v. 85, p. 1529 - 1534. 2006.POPE, M.J., CHERRY, T.E. An evaluation of the presence of pathogens on broilersreised on Poultry Litter Treatment-treated litter. Poultry Science, v.79, p. 1351 -1355, 2000.SILVA, V.S., VOSS, D., COL<strong>DE</strong>BELLA, A., BOSETTI, N., ÁVILA, V.S. Efeito detratamentos sobre a carga bacteriana de cama de aviário reutilizadas parafrangos de corte. Concórdia: <strong>Embrapa</strong> Suínos e Aves, 2007, 10p. (<strong>Embrapa</strong> suínose Aves. Comunicado Técnico, 467).170


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilMICROBIOLOGIA INTESTINALIgnácio Badiola*171


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<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - Brasil<strong>AVICULTURA</strong> <strong>BRASIL</strong>EIRAFrancisco Turra** A palestra não chegou em tempo hábil para compor os Anais.195


<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>01 a 03 de abril de 2008 – Chapecó, SC - BrasilMERCADO MUNDIAL <strong>DE</strong> CARNESNilson Olivo** A palestra não chegou em tempo hábil para compor os Anais.196


PROMOÇÃO/REALIZAÇÃOCO-PROMOÇÃOSuínos e AvesPATROCINADORES MASTER<strong>IX</strong> SIMPÓSIO <strong>BRASIL</strong> <strong>SUL</strong> <strong>DE</strong> <strong>AVICULTURA</strong>Rua Nereu Ramos, 75 D - Ed. CPC Sala 405-ACEP 89.801-023 - Chapecó, SCFone/Fax: (49) 3329-1640 ou 3328-4704E-mail: nucleovet@nucleovet.com.brSite: http://www.nucleovet.com.br

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