– O que mais enfureceu os romanos foi um princípio que dizia: “a fé só é real se vivida esentida como uma experiência mística direta, sem passar por uma segunda mão”. Para eles, aúnica fé real era a que produzia obras. Os cátaros adquiriram sua popularidade com a enormequantidade de ações sociais que promoveram no Languedoc, como tratamento gratuito desaúde e educação para todos os interessados, e tolerância para com membros de outrasreligiões que viviam na região, como os judeus. Muitos estudiosos falam que “os cátarosbuscavam vivenciar uma experiência de comunhão com Deus, ou uma experiência detranscendência que, antes, chamávamos de mística”.– É dessa experiência que veio a palavra gnosis, o termo designado para descrevê-la. Apalavra significa “conhecimento” – falou Ângela.– Para a Igreja, essa experiência direta com o transcendental, definida como transpessoal,tornava supérfluos padres, bispos e quaisquer outras autoridades eclesiásticas.– Sabe que até faz sentido? – comentou Wilbur, acabando seu café.– Seja como for, os romanos não gostaram da ameaça e formaram uma cruzada, a primeiradentro da Europa contra cristãos, para “extirpar de vez a ‘heresia’ cátara”. Assim nasceu ainfame Cruzada Albigense. Mais de 30 mil homens desceram do norte do continente emdireção ao Languedoc, em 1209, e massacraram milhares de adeptos. A região eraindependente da França e mantinha estreitas ligações com a Espanha. A cruzada, além deanexar a região à França, conseguiu revoltar toda a população local, incluindo os católicos,que passaram a lutar ao lado dos cátaros. O líder Simon de Montfort foi abatido, de acordocom uma versão da história, com uma pedra de catapulta, lançada por uma guarnição femininada resistência, que lhe esmagou a cabeça. Isso aconteceu perto da cidade de Tolosa…– Que é, se não me engano, Toulouse, hoje – falei, lembrando dos nomes de antigas cidadeseuropeias que apareciam incessantemente nas histórias em quadrinhos de Asterix 2 , o Gaulês.– Exato. Havia uma canção popular na época, em língua occitana, ou “Oc”, muito parecidacom o português, que comemorava o acontecimento. Era mais ou menos assim:MontfortEs mort!Es mort!Es mort!Viva TolosaCiotat GloriosaEt Poderosa!Tornan lo paratge et l’onor!MonfortEs mort!Es mort!Es mort!Pedi licença e dei a desculpa de que iria até o banheiro, que ficava na parte de trás dorestaurante. Porém, dei a volta pelos fundos e saí até a rua. Olhei de ambos os lados e não vinada marrom, e nem mesmo a sombra de Paul. Não fazia a mínima ideia de onde ele poderiater ido. Rezava para que isso não fosse algum sinal de que problemas estavam a caminho, pois
somente agora Wilbur parecia estar relaxando em nossa presença. E Isis também estava mais àvontade. Contornei de novo o restaurante e, na porta pela qual havia saído, dei de cara comPaul, que me assustou.– Ei, de onde você saiu? – perguntei.– Desculpe. É melhor entrarmos.– Espere um pouco. Onde você estava?– Lembra-se de que falei que estava atrás de aliados?– Claro.– Eles vieram me avisar o que descobriram sobre o Processo.Gemi de desânimo. A confusão já ia começar…– Pelo jeito, você não tem boas notícias…Paul me olhou por cima de seus óculos escuros.– Não mesmo. Ele conseguiu aliados aqui.– Como é? Quem seria louco de passar para o lado deles?– Os Carbonários.– Quem????Paul me agarrou pelos ombros.– É melhor entrarmos e conversarmos com os outros. Isso é preocupante.– Espere! Quem são os seus aliados aqui?– O Skull and Bones.Pus as mãos na testa. “Mais <strong>Sociedades</strong> <strong>Secretas</strong>? Acho que vou pirar…”– Venha logo – Paul me puxou pelo braço – Vamos passar as notícias para os outros.Explico tudo depois.Voltamos a tempo de pegar o fim da “palestra” de Wilson. Sentamo-nos, e Ângela percebeuo suor frio que escorria de minha testa. Fiz sinal para que ela esperasse enquanto Wilsonterminava de falar.– A cruzada foi impedosa: em enormes fogueiras, homens, mulheres e jovens eramqueimados em uma selvageria sem igual. Em algumas das cidades visitadas, mais de 400pessoas morreram em uma única noite. O Papa tinha prometido àqueles que participassem dacruzada o perdão para seus pecados e benefícios materiais legítimos pelo saque. Na cidade deBeziers, 15 mil homens, mulheres e crianças foram mortos, muitos dentro de igrejas. Umregistro histórico diz que um oficial perguntou a um representante espiritual do papa InocêncioIII, Arnaud Amaury, arcebiso de Narbonne, como poderia reconhecer os hereges. A respostado religioso foi: “Mate-os todos. Deus reconhecerá os seus”. O oficial teria, depois, enviadoum relatório para o Papa, dizendo: “Nem idade, nem sexo, nem posição foram poupados”.– Que horror! – espantou-se Isis.– É melhor pararmos com esta história por aqui – falou Ângela, levantando-se da mesa – Etambém é hora de as garotas terem um recesso. Certo, Isis?Esta concordou plenamente, e ambas dirigiram-se para o banheiro. Paul e eu esperamos umpouco e, então, falamos sobre as novidades a contar. Wilson e Wilbur escutavam sem dizerpalavra:– O Skull and Bones concordou em nos ajudar em troca de uma citação no livro. Foram elesque me passaram a informação de que Gabriel está em Roma e usou contatos antigos do tempoem que pertencia à Juventude Católica para chegar até os Carbonários. Sabemos, apenas, que
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