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Sociedades Secretas - Sergio Pereira Couto

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– O que mais enfureceu os romanos foi um princípio que dizia: “a fé só é real se vivida esentida como uma experiência mística direta, sem passar por uma segunda mão”. Para eles, aúnica fé real era a que produzia obras. Os cátaros adquiriram sua popularidade com a enormequantidade de ações sociais que promoveram no Languedoc, como tratamento gratuito desaúde e educação para todos os interessados, e tolerância para com membros de outrasreligiões que viviam na região, como os judeus. Muitos estudiosos falam que “os cátarosbuscavam vivenciar uma experiência de comunhão com Deus, ou uma experiência detranscendência que, antes, chamávamos de mística”.– É dessa experiência que veio a palavra gnosis, o termo designado para descrevê-la. Apalavra significa “conhecimento” – falou Ângela.– Para a Igreja, essa experiência direta com o transcendental, definida como transpessoal,tornava supérfluos padres, bispos e quaisquer outras autoridades eclesiásticas.– Sabe que até faz sentido? – comentou Wilbur, acabando seu café.– Seja como for, os romanos não gostaram da ameaça e formaram uma cruzada, a primeiradentro da Europa contra cristãos, para “extirpar de vez a ‘heresia’ cátara”. Assim nasceu ainfame Cruzada Albigense. Mais de 30 mil homens desceram do norte do continente emdireção ao Languedoc, em 1209, e massacraram milhares de adeptos. A região eraindependente da França e mantinha estreitas ligações com a Espanha. A cruzada, além deanexar a região à França, conseguiu revoltar toda a população local, incluindo os católicos,que passaram a lutar ao lado dos cátaros. O líder Simon de Montfort foi abatido, de acordocom uma versão da história, com uma pedra de catapulta, lançada por uma guarnição femininada resistência, que lhe esmagou a cabeça. Isso aconteceu perto da cidade de Tolosa…– Que é, se não me engano, Toulouse, hoje – falei, lembrando dos nomes de antigas cidadeseuropeias que apareciam incessantemente nas histórias em quadrinhos de Asterix 2 , o Gaulês.– Exato. Havia uma canção popular na época, em língua occitana, ou “Oc”, muito parecidacom o português, que comemorava o acontecimento. Era mais ou menos assim:MontfortEs mort!Es mort!Es mort!Viva TolosaCiotat GloriosaEt Poderosa!Tornan lo paratge et l’onor!MonfortEs mort!Es mort!Es mort!Pedi licença e dei a desculpa de que iria até o banheiro, que ficava na parte de trás dorestaurante. Porém, dei a volta pelos fundos e saí até a rua. Olhei de ambos os lados e não vinada marrom, e nem mesmo a sombra de Paul. Não fazia a mínima ideia de onde ele poderiater ido. Rezava para que isso não fosse algum sinal de que problemas estavam a caminho, pois

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