segredos.– São os nomes citados por Alan Moore em Do Inferno – completou Gabriel – Para ele, osassassinatos de Jack, o Estripador, eram uma forma de vingança pelo assassinato de Abiff.Mauro olhou-nos curioso:– Já ouvi falar em tal história, mas não conheço esse Do Inferno…– É uma história em quadrinhos que virou filme. Depois, posso enviar-lhe a obra para ler.– Gostaria muito. Enfim, como dizia, Abiff não revelou seus segredos e foi assassinadopelos três. Ele sofreu três golpes, cada um dado por um dos assassinos. Albert Pike foi o líderda Maçonaria americana entre 1859 e 1891 e explicou, em alguns textos, o significadodaqueles golpes, que representavam uma maneira de matar espiritualmente a humanidade. Oprimeiro foi um golpe na cabeça, que destruiria o livre-pensamento. O segundo foi nagarganta, para sufocar a liberdade de expressão. O terceiro foi no coração, para matar airmandade dos homens.– Interessante analogia – comentei – E, de onde vem a palavra maçom?– A primeira Loja fundada nos moldes modernos foi estabelecida em Londres, Inglaterra, noano de 1717. Lá, apareceu a palavra mason, que nada mais é do que “pedreiro”, em inglês. Éclaro que a forma aportuguesada que conhecemos apareceu depois.– E o que significaria o termo “maçom livre”?– Seu primeiro registro também vem de Londres, mas muito antes, em 1375. Tudo teriacomeçado com um sindicato de pedreiros medieval, que tinha permissão de viajar pelo paísquando o sistema feudal reinante mantinha a maioria dos camponeses presa aos trabalhos coma terra. Ao contrário dos ferreiros e curtidores, duas profissões bem comuns na época, ospedreiros reuniam-se em grandes grupos para discutir seus projetos. Dessa forma, eram tantotrabalhadores braçais, quanto arquitetos. O caráter de segredo atraiu muita atenção,principalmente pelo fato de que, no Antigo Egito, os edifícios de pedra eram ligadosintimamente às magias dos antigos sacerdotes. Nas palavras do jornalista americano GeorgeJohnson, em livro publicado em 1983 3 , para os estranhos, homens armados de cinzéis,compassos, réguas, níveis e esquadros faziam os templos crescerem do solo.– Não entendo uma coisa – observei, enquanto o encarava atentamente – A Maçonaria podeser definida como uma religião?Mauro sorriu e balançou a cabeça.– Desculpem-me – apressou-se a falar – É que já me perguntaram isso tantas vezes, que jánão sei mais como responder. Mas a questão é simples: não somos uma religião, apenasreconhecemos a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo einfinito, ao qual damos o nome de Grande Arquiteto do Universo, uma entidade espiritualista,em contraposição ao predomínio do materialismo. Esses fatores são indispensáveis para ainterpretação lógica do Universo e formam nossa base de sustentação, aliados às diretrizes detoda a ideologia e atividade maçônica. Para nós, o válido é termos um trabalho que una oshomens, no sentido mais amplo e elevado do termo. Por isso, admitimos pessoas de todos oscredos religiosos, sem nenhuma distinção.– Então, é possível um praticante de uma religião qualquer continuar fiel ao seu credo eentrar para a Maçonaria? – perguntou Gabriel.– Nem tanto. Vejam bem, a Maçonaria aceita homens de qualquer religião desde queacreditem em um só Criador. Essa ideia de que o pretendente a maçom deva renunciar à
eligião para ser admitido vem da época da Inquisição e foi muito difundida pela ignorânciada época. Por isso, foi aceita como verdade e permanece até hoje como um conceito comumentre fanáticos religiosos.– Muitas figuras históricas foram maçons, não é? – perguntei.Mauro levantou-se e passeou entre os retratos pendurados em sua parede.– Sabem, comprei esta casa de um irmão maçom há dez anos. Por isso, ela é toda cheia dedetalhes. Estes retratos vieram com ela, afinal, era um meio de o irmão exaltar a memóriadesses famosos.Mauro começou um verdadeiro desfile entre os maçons ilustres do passado. A cada novonome, indicava um retrato pintado magnificamente.– Estes são os mais conhecidos. Nomes como Cura Hidalgo, Paladino da LiberdadeMexicana; Padre Calvo, fundador da Maçonaria na América Central; o Arcebispo daVenezuela, Don Ramon Ignácio Mendez; o Padre Diogo Antonio Feijó; os cônegos Luiz Vieirae José da Silva de Oliveira Rolin, da Inconfidência Mineira; e o ilustre Frei Miguelino,conhecido como Frei Caneca. Também foram nossos irmãos no Brasil Dom Pedro I, JoséBonifácio, Gonçalves Lêdo, Luis Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Joaquim Nabuco,Marechal Deodoro da Fonseca, Marechal Floriano Peixoto, Barão de Ramalho, LíberoBadaró, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes daFonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz e Rui Barbosa. Entre os europeus há filósofos,como Voltaire, Goethe e Lessing; músicos, como Beethoven, Haydn, Sibelius e Mozart;militares, como Frederico, o Grande, Napoleão e Garibaldi; e poetas, como Lorde Byron eLamartine.– E sobre a iniciação? Pode nos dizer algo?– Pouca coisa, mas o suficiente para que vocês se divirtam. Claro que muita coisa mudou,mas a essência é a mesma. Antes da iniciação, acontece um diálogo entre o mestre e váriosoficiais da Loja. Em uma outra sala, um oficial identificado como telheiro está com a espadadesembainhada e evita a intrusão de estranhos. Quando a hora chega, esse oficial tira o casacoe a gravata do candidato e pede para que ele se livre de todo dinheiro e demais objetos feitosde metal. Isso é feito com o objetivo de lembrar o candidato de que, quando encontrou umcompanheiro maçom e foi iniciado, foi recebido pobre e sem um tostão. Assim deverá agir emrelação ao companheiro: com compaixão. A perna esquerda de sua calça é enrolada até acimado joelho, o lado esquerdo de seu peito é exposto e o sapato direito é retirado e substituídopor um chinelo. O significado desses movimentos só é conhecido pelos iniciados.– Pelo que conheço – disse Gabriel –, a origem pode estar no fato de que, na Companhia deJesus, o primeiro movimento simbolizava voto de pobreza. O segundo, a prova de que ocandidato não era mulher e o terceiro, um lembrete de que Inácio de Loiola, o fundador, tinhaum pé defeituoso e, mesmo assim, começou sua peregrinação para catequizar os pagãos.Mauro olhou para Gabriel, admirado.– Tem ótima cultura.– Obrigado.– Continuando, o telheiro coloca uma venda no candidato para simbolizar seu estado detrevas. Uma corda é colocada em volta de sua garganta e só então ele é levado para a salaprincipal, onde encontrará o guarda interior, que lhe barrará a passagem ao apontar a ponta deuma adaga contra seu peito. Depois de uns instantes, ele é levado à câmara, onde estão o
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Wilson levantou-se e pareceu revigo
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a companhia do grupo.- Meus amigos,
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queria chegar.- Você acha… - com
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a volta da sacada original. A açã
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