– A Última Tentação de Cristo era apenas uma recriação da história. O próprio NikosKazantzakis 2 , o autor grego do livro que inspirou o filme, afirmou isso. Não era, em momentoalgum, baseado em ensinamentos do Priorado.Olhei o relógio de pulso e comecei a ficar preocupado.– Quando será que essa Laura vai aparecer?Nem bem acabei de manifestar meu receio e a porta de trás se abriu. Laura entrou e sentousesem cerimônia.– Prazer em conhecê-los, finalmente. Desculpem a demora, mas tive que esperar o momentode sair.Gabriel olhou-me, preocupado. Laura percebeu e logo retrucou:– Não se preocupem; não estou aqui para fazer mal a vocês.– E por que este mistério todo? – perguntou Gabriel.– Vocês saberão no devido tempo. Temos que terminar o que é preciso neste sábado paragarantir que o próximo seja mesmo o último e que tenham material suficiente para publicar olivro.– Qual é o interesse de vocês na publicação deste livro? – perguntei.– É melhor irmos andando – Laura apontou para o relógio no painel do carro – Marcos jáestá nos esperando e não pretendo demorar muito por lá. No caminho, explicarei tudo.Gabriel virou para a direção e girou a chave. Logo estávamos saindo da Liberdade emdireção ao bairro do Paraíso.– Estamos esperando a explicação – falei.Laura suspirou impaciente e começou a falar:– Por muito tempo, acreditou-se que a explicação para o sentido da vida estava emcompreender o balanço entre os lados material e espiritual. O problema maior é que, quando amaioria das <strong>Sociedades</strong> <strong>Secretas</strong> que vocês estão conhecendo começou, o mundo eradominado pela Igreja Católica Medieval, que sempre quis o conhecimento acumulado só paraela, longe da compreensão do homem comum.Novamente, lembrei-me das observações de Umberto Eco em O Nome da Rosa 3 .– Tido como perigoso pelos padres e papas de antigamente, esse conhecimento foi reduzidoquando a Santa Inquisição entrou em ação. Atualmente, ainda há muita desconfiança por partedos não-iniciados. O crescimento das chamadas igrejas evangélicas no Brasil e no mundo éum sintoma de que o ser humano quer encontrar diferenciais. As fórmulas convencionais nãobastam.– E acham que, a partir da publicação de um livro que se propõe a esclarecer os nãoiniciados,isso poderá incentivá-los a tornarem-se membros das sociedades? – perguntei.– Já seria um começo.– Mas o Brasil é considerado um país pobre no hábito da leitura. Por que usar um meio tãoelitista, como um livro, para atingir grandes massas?– Você acha que, se quiséssemos, já não teríamos comprado horários em estações de TV oufeito algum filme para rodar na Internet? Para que tornar banal um assunto como este, pelo usoinadequado de uma mídia errada?Virei para trás e encarei Laura.– Com certeza, vocês já conhecem o poder de penetração que um livro como O Código DaVinci 4 tem, não é? – perguntou.
– Mas está para virar filme…Ela riu de minha observação.– Certamente, será apenas mais um produto de Hollywood, totalmente despido do carátermístico encontrado no romance.Ela tem razão, pensei. Além disso, livros sempre tiveram um ar de colecionismo e mistério.Essa Oráculo, seja quem for, sabe mesmo o que faz.– Estamos chegando – disse Gabriel.O Centro Cultural São Paulo é um aglomerado de galpões que formam um grande local paraexposições e eventos culturais. Tem de tudo: galeria de arte, salas de cinema, teatro,discoteca, terminais para consulta na Internet, entre outros. Possui uma biblioteca grande, comparte do acervo da principal biblioteca da cidade, que foi transferido para lá devido à falta deespaço. Enfim, sempre que se quer um programa fora do circuito comercial, vale a penapassar por lá.Fomos apresentar nossos documentos para a retirada dos crachás que nos davam acesso àbiblioteca. Laura foi a primeira e, enquanto apresentava a identidade, estiquei o pescoço paratentar ver seu nome completo. Porém, não consegui; afinal, o atendente foi mais rápido. Teriaque tentar depois.Ela pegou seu crachá e aproximou-se da rampa que levava para o andar inferior do enormegalpão, onde fica a biblioteca. Esticava-se para ver se conseguia achar o representante doPriorado de Sião.– Você parece ansiosa – disse Gabriel, ao se aproximar, comigo logo atrás.– Marcos é um homem muito ocupado e não quero correr o risco de entediá-lo com o nossoatraso.– Vamos indo – falei, enquanto descia a rampa – Lá dentro, poderemos achá-lo.Passamos pelas catracas eletrônicas e paramos perto dos fichários com os códigos dereferência dos volumes e suas posições. Havia quatro poltronas estofadas próximas e nosdirigimos para lá. O relógio marcava quatro da tarde.– Está vendo nosso contato? – perguntei.– Não. Mas tenho certeza de que ele já está aqui.– Não devemos nos preocupar com isso – disse Gabriel – A menos que ele estejapreocupado e achando que, como representante do Priorado, pode sofrer uma perseguição,como os personagens do livro de Dan Brown.Laura sorriu para ele.– Os segredos estão bem guardados. É o que podemos divulgar. Mas, antes que ele apareça,é melhor recapitular o que sabem sobre o Priorado. Vamos separar o joio do trigo, ou seja, vero que é O Código Da Vinci e o que é real e verdadeiro. Tudo bem?Assentimos com a cabeça.– Eu começo. Vou falar o que sei sobre a Sociedade. Trata-se de uma organização fundadaem 1090 por Godofredo de Bouillon, o rei cristão de Jerusalém. Essa é a data tida comooficial. Outras fontes apontam que sua fundação real foi depois de 90 anos, quando a cidadefoi tomada pelas Cruzadas e o bom Godofredo assumiu o título de “Defensor do SantoSepulcro”. Como eram ligados aos Templários, tiveram os mesmos grão-mestres até 1188,quando deles se separaram, adotando o nome de Ordem da Verdadeira Cruz Vermelha ou RosaCruz. Antes que vocês perguntem, deixo claro que a semelhança do nome com a Sociedade
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