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PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - Revista O Papel

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REVISTA MENSAL<strong>DE</strong> TECNOLOGIAEM CELULOSE E PAPELANO LXXIII Nº 4,ABRIL 2012MONTHLY Journal OF PULP AND PAPER TECHNOLOGIES - YEAR LXXIII, Nº 4, APRIL 2012Plano Nacional deResíduos SólidosSaiba quais são as especificaçõesdo documento e entenda as principaisdemandas ao setor de celulose e papelNational SolidWaste PlanFind out what the documentspecifies and understand themain demands on the pulp andpaper sectorEntrevista — José Carlos Grubisich, novo presidente da Eldorado Brasil,anuncia detalhes do projeto em construção e confirma start-up para novembro de 2012Interview — José Carlos Grubisich, new CEO of Eldorado Brasil, providesdetails about the project being built and confirms its start-up for November 2012


H. LaferGrupo Klabin


Artigo Gestão ABTCPPor Umberto Caldeira Cinque,diretor de PlanejamentoEstratégico da ABTCP: umberto.cinque@fibria.com.brbanco de imagens abtcpIntegração nacionalOsetor de celulose e papel vem acompanhando a tendência global,também presente em outros segmentos produtivos, de fortaleceraspectos relacionados a controle de processos e minimização deresíduos na fonte de geração. O objetivo é inequívoco: promover umagestão integrada cada vez mais eficaz nas empresas para mitigação dosimpactos ambientais em suas operações industriais.Essa conquista responderá com ações de responsabilidade às inúmerasorganizações da sociedade civil que alertam para os entraves de um crescimentoacelerado do setor industrial sem uma apropriada avaliação de riscosem relação à cadeia de valor, com base no conceito da Análise de Ciclo deVida (ACV) e em conformidade com sua norma ABNT NBR ISO 14040:2209.Atualmente, muitos avanços têm sido obtidos pelo setor em relação àgestão dos impactos ambientais. Precisamos considerar como premissaque as organizações geradoras de impactos serão sempre responsabilizadas.Nesse contexto, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)cria as diretrizes para a responsabilidade compartilhada pelo ciclo devida dos produtos, e, em um âmbito maior, o Plano Nacional de ResíduosSólidos consolidará as boas práticas das empresas no mercado.Fica claro que essa política integra a perspectiva da responsabilidadeambiental das empresas – expressa por um posicionamento com foco nagestão preventiva de impactos ambientais que decorrem de uma ACV.Com sua implantação, inicialmente será possível estabelecer o rumoorientador e as prioridades de curto, médio e longo prazos em termos degestão, prevenção e controles ambientais estratégicos. Será um preparopara a entrada em campo do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.A primeira reflexão a ser feita, no contexto da PNRS, diz respeito a ummovimento de natureza global relacionado à responsabilidade empresarial,em que aparece o conceito de logística reversa como “instrumentode desenvolvimento econômico e social” que tem por objetivo “viabilizara coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, parareaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outradestinação final ambientalmente adequada”.A ABTCP, por meio de suas comissões técnicas e da própria revistaO <strong>Papel</strong>, entre outras atividades, tem gerado informações importantes sobrea PNRS e, nesta edição, sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.No tempo adequado, com os avanços de novas tecnologias e a gestãoeficaz da logística integrada como um processo estratégico, certamenteobservaremos ganhos nos aspectos de qualidade ambiental e econômicoalinhados à sustentabilidade dos negócios de celulose e papel.A força desse movimento para a sustentabilidade dos negócios, aliadaao marco regulatório, influencia fortemente a identidade e a gestão dasempresas, a ponto de se tornar, em alguns casos, relevante diferencialcompetitivo. Vale destacar como exemplo programas e planos presentesem muitas empresas de nosso setor diretamente alinhados com a PNRS:• Programa dos 4 Rs (Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar);• Programa de Educação Ambiental (PEA);• Planos de metas de longo prazo para redução de resíduos paraaterro industrial.Para o Programa dos 4 Rs, temos de Repensar (R1) a gestão deecoeficiência, já na concepção de um novo projeto; Reduzir (R2) aprodução de resíduos na fonte de geração; Reutilizar (R3) resíduosdentro do próprio processo produtivo, de modo a minimizar perdas emaximizar ganhos econômicos; e Reciclar, com a alteração das propriedadesfísicas, físico-químicas ou biológicas para a obtenção denovos produtos com o emprego de alternativas para o aproveitamentoenergético de resíduos, coprodutos (1) como corretivo de acidezdo solo, entre outros bons exemplos do setor de celulose e papel.Importante lembrar que a eficácia da aplicação dessa última etapado Programa dos 4 Rs é conseguida somente após a otimizaçãooperacional dos processos em relação às perdas setoriais de resíduossólidos. Significa também executar com eficácia cada uma dasetapas de R1, R2 e R3.Já o Programa de Educação Ambiental (PEA), o segundo item danossa lista em prol da sustentabilidade, deve ser tratado como umprocesso longo, gradual e continuado, para assegurar a conscientizaçãodas pessoas sobre a importância da gestão integrada de resíduossólidos e a efetiva busca de resultados inovadores. O mais importanteainda conseguido num PEA e que efetivamente “faz a diferença” é ocomprometimento das pessoas e o movimento individual ou em grupopara causar o menor impacto possível ao meio ambiente.No terceiro aspecto, que inclui os planos de metas de longo prazopara redução de resíduos para aterro industrial, a proposta consisteem estabelecer um marco para minimizar a disposição desses resíduos.Deve-se destacar, no entanto, que um aterro industrial, projetadode acordo com padrões normativos e utilizando as melhorestécnicas de engenharia, cumpre seu papel fundamental de disposiçãoadequada de resíduos sólidos, com minimização de riscos paraa unidade industrial.A própria PNRS, que será base fundamental do desenvolvimento doPlano Nacional de Resíduos Sólidos, em suas definições sabiamentefaz menção ao seguinte:• “disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada derejeitos e, quando couber, de resíduos em aterros devidamente licenciadospelos órgãos ambientais competentes, observando normas operacionaisespecíficas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública eà segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos”.A PNRS para o setor de celulose e papel, que sempre soube buscar resultadosde menor impacto ao meio ambiente com a adoção de melhorespráticas de gestão e tecnologias inovadoras, certamente se transformaráem fonte de novas oportunidades para um setor que vem ano a anosuperando os desafios que se impõem no marco regulatório. •Nota (1): Qualquer um entre dois ou mais produtos procedentes do mesmo processoelementar ou sistema de produto, sendo este o menor elemento considerado na análisede inventário do ciclo de vida para o qual dados de entrada e saída são quantificados(ABNT NBR ISO 14040:2209).abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>5


Sumáriodivulgação10 Coluna RadarPor Patrícia Capo13 EntrevistaEldorado Brasil está prestes a se apresentar aomercado mundial de celuloseCom José Carlos Grubisich, CEO da Eldorado Brasil16 Coluna Setor EconômicoA solidez do sistema financeiro brasileiroPor Ricardo Jacomassi18 Coluna BracelpaRio+20 – Parte 1Por Elizabeth de Carvalhaes21 Indicadores de PreçosPor Carlos José Caetano Bacha25 Coluna ABPOO papelão ondulado e o futuro do planeta: odesafio do GT de MarketingPor Patrick Nagem Nogueira26 Artigo ABPOCaixas de “pequena” altura – Resistência àcompressãoPor Juarez PereiraDivulgação27 Coluna Gestão EmpresarialGestão de Precisão – Parte 1Por Luiz Bersou31 Reportagem Negócios e MercadoMetso mais presente!Por Thais Santi35 Reportagem Negócios e MercadoOs avanços do tratamento de água e efluentesPor Caroline Martin, Especial para O <strong>Papel</strong>38 Reportagem de CapaUm plano para a políticaPara atender às demandas da Lei nº 12.305/2010,poder público, setor empresarial e sociedade terãode unir forças e arregaçar as mangas. Veja o quejá vem sendo colocado em prática e quais devemser os próximos passos, de acordo com o PlanoNacional de Resíduos SólidosPor Caroline Martin, Especial para O <strong>Papel</strong>Ano LXXIII Nº4 Abril/2012 - Órgão oficial de divulgação da ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e <strong>Papel</strong>,registrada no 4º Cartório de Registro de Títulos e Documentos, com a matrícula número 270.158/93, Livro A.Year LXXIII # 4 April/2012 - ABTCP - Brazilian Technical Association of Pulp and Paper - official divulge organ,registered in the 4 th Registry of Registration of Titles and Documents, with the registration number 270.158/93, I liberate A.<strong>Revista</strong> mensal de tecnologia em celulose e papel, ISSN 0031-1057Monthly Journal of Pulp and Paper TechnologyCriação FmaisRedação e endereço para correspondênciaAddress for contactRua Zequinha de Abreu, 27Pacaembu, São Paulo/SP – CEP 01250-050Telefone (11) 3874-2725 – email:patriciacapo@abtcp.org.brConselho Editorial Executivo:Executive Editorial Council:Claudio Chiari, Cláudio Marques, Darcio Berni, Francisco Bosco de Souza, Gabriel José, Lairton Leonardi, Patrícia Capo e Ricardo da Quinta.Avaliadores de artigos técnicos da <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>:Technical Consultants:Coordenador/Coordinator: Pedro Fardim (Åbo Akademi Univeristy, Finlândia)Editores/Editors: Song Wong Park (Universidade de São Paulo, Brasil), Ewellyn Capanema (North Carolina State University, Estados Unidos)Consultores / Advisory Board: Antonio Aprígio da Silva Curvelo (Brazil), Bjarne Holmbom (Finland), Carlos Pascoal Neto (Portugal), Cláudio Angeli Sansígolo(Brazil), Cláudio Mudado Silva (Brazil), Dmitry Evtuguin (Portugal), Dominique Lachenal (France), Eduard Akim (Russian), Eugene I-Chen Wang (Taiwan), HasanJameel (USA), Jaime Rodrigues (Chile), Joel Pawlack (USA), Jorge Luiz Colodette (Brazil), Jose Turrado Saucedo (Mexico), Jürgen Odermatt (Germany), Kecheng Li(Canada), Kien Loi Nguyen (Australia), Lars Wågberg (Sweden), Li-Jun Wang (China), Maria Cristina Area (Argentina), Martin Hubbe (USA), Miguel Angel Zanuttini(Argentina), Mohamed Mohamed El-Sakhawy (Egypt), Orlando Rojas (USA), Paulo Ferreira (Portugal), Richard Kerekes (Canada), Storker Moe (Norway), TapaniVuorinen (Finland), Teresa Vidal (Spain), Toshiharu Enomae (Japan and Korea), Ulf Germgård (Sweden)6 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Veja em O <strong>Papel</strong> online / See on O <strong>Papel</strong> website:www.revistaopapel.org.brCover StoryA Plan for the PolicyIn order to comply with demands set forth in Law #12,305/2010, government,business sector and society will need to join forces and roll up their sleeves. Find outwhat is being put into practice and what will be the next steps, in accordance withthe National Solid Waste PlanO PAPEL IN ENGLISH50 ABTCP Management ArticleNational Integration51 InterviewEldorado Brasil ready to present itselfto the global pulp market55 Bracelpa ColumnRio+20 – Part 157 Economic Sector ArticleSoundness of Brazil’s financial systemTechnical Article/ Peer-reviewed article59 Changes in a eucalyptus kraft pulp duringa mild acid treatment at high temperatureAuthors: Leonardo Clavijo, María Noel Cabrera, Susanna Kuitunen, SirjeLiukko,Tiina Rauhala, Tapani Vuorinen46 Reportagem InstitucionalABTCP comemora 45 anosPor Caroline Martin, Especial para O <strong>Papel</strong>65 Artigo TécnicoCaracterização de bio-óleo obtido de resíduode processo kraft utilizando cromatografiagasosa monodimensional e bidimensionalabrangente com detector de espectrometriade massasAutores: Candice S. Faccini, Isadora Dalla Vecchia, Elina B.Caramao, Nei Lima, Claudia A. Zini74 DiretoriaÍNDICE <strong>DE</strong> ANUNCIANTESABB 45Albany 17Andritz4a CapaBGL – Bertoloto&Grotta 25CTP 26Gardner Denver Nash Brasil 19Metso 34NSK 49VLC 30Voith 20Jornalista e Editora Responsável / Journalist and ResponsibleEditor: Patrícia Capo - MTb 26.351-SPRedação / Report: Thais Santi MTb: 49.280-SPRevisão / Revision: Adriana Pepe e Luigi PepeTradução para o inglês / English Translation: Diálogo Traduções e Okidokie Traduções.Projeto Gráfico / Graphic Design: Juliana Tiemi Sano Sugawara eFmais Design e Comunicação | www.fmais.com.brEditor de Arte / Art Editor: Fernando Emilio LenciProdução / Production: Fmais Design e Comunicação*Publicação indexada: *A <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> está indexada noChemical Abstracts Service (CAS), www.cas.org; no Elsevier,www.elsevier.com; e no Scopus, www.info.scopus.com.Os artigos assinados e os conceitos emitidos por entrevistadossão de responsabilidade exclusiva dos signatários oudos emitentes. É proibida a reprodução total ou parcial dosartigos sem a devida autorização.Signed articles and concepts emitted by interviewees areexclusively responsibility of the signatories or people whohave emitted the opinions. It is prohibited the total or partialreproduction of the articles without the due authorization.Impressão / Printing: Printcrom Gráfica e Editora Ltda.Publicidade / Publicity: Tel.: (11) 3874-2720Email: relacionamento@abtcp.org.brRepresentante na Europa / Representatives in Europe:Nicolas Pelletier - RNP Tel.: + 33 682 25 12 06E-mail: rep.nicolas.pelletier@gmail.com100% da produção de celulose e papel no Brasil vemde florestas plantadas, que são recursos renováveis.In Brazil, 100% of pulp and paper production areoriginated in planted forests, wich are renewable sources.abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>7


EM 2012, A ABTCP COMPLETA 45 ANOS.UMA VIDA INTEIRA <strong>DE</strong>DICADA AO SETOR<strong>DE</strong> CELULOSE E PAPEL.Dedicação e paixão em gerar conhecimento e capacitação técnicapara profissionais do setor e orgulho por ser uma das principaisassociações técnicas de celulose e papel em todo o mundo.É por isto que o ABTCP 2012 será ainda mais especial.Você e sua empresa irão compartilhar juntos deste momento,além de usufruir dos benefícios de estar em um dos maisimportantes eventos mundiais do setor.


PANTONE 363 CVC-76 M-0 K-100 Y-23C-0 M-0 K-50 Y-0UM EVENTO ESPECIAL PARANÓS E PARA VOCÊ9 a 11 de outubro de 2012TRANSAMERICA EXPO CENTER - SÃO PAULO - BRASILolhodeboi.comA EXPOSICÃOO maior encontro de fornecedores nacionais e internacionaispara o setor de celulose e papel com profissionais em busca deaprimoramento e modernização do setor.9.000 m 2<strong>DE</strong> EXPOSIÇÃOMAIS <strong>DE</strong>10milVISITANTES ESTIMADOSMAIS <strong>DE</strong> 60% INFLUEMOU TOMAM <strong>DE</strong>CISÕES NASSUAS EMPRESAS+ de 250expositores estimadosO CONGRESSODOIS GRAN<strong>DE</strong>S EVENTOS REALIZADOS SIMULTANEAMENTE.45 o Congresso Internacional de Celulose e <strong>Papel</strong> da ABTCP eVII Congresso Ibero-Americano de Pesquisa de Celulose e <strong>Papel</strong>com o tema central de Grandes Desafios na Pesquisa eTecnologia de Materiais Lignocelulósicos e de Celulose e <strong>Papel</strong>.RESERVE JÁ SUA ÁREA OU INFORME-SE SOBRE O CONGRESSOACESSE O SITE: WWW.ABTCP2012.ORG.BRRealização Correalização PatrocínioApoioPublicações


Radar ABTCPPor Patrícia CapoComemorações!ABTCP 45 AnosEm comemoração aos seus 45 anos, uma das ações decomunicação que terão início neste mês é o projeto Líderesdo Setor. Os principais CEOs da indústria de celulosee papel serão convidados a fazer uma reflexão sobretemas importantes do mundo corporativo e institucional– um conteúdo que, além de gerar o especial “Liderançasdo Setor”, a ser veiculado na revista O <strong>Papel</strong> emjaneiro/2013, constituirá as mensagens da campanha deMarketing do Projeto ABTCP 45 anos.Cetea 30 anos!Há 30 anos foi lançada a pedra fundamental do primeirocentro de pesquisa na área de embalagem no Brasil, oCentro de Tecnologia de Embalagem, hoje conhecido comoCetea. Criado dentro do Instituto de Tecnologia de Alimentos(Ital), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento doEstado de São Paulo, o Cetea é um órgão público dedicadoa atender às demandas da sociedade. (Boletim CETEA)Arjowiggins – 35 anos!Em 2012 a Arjowiggins completa 35 anos de atuação noBrasil. (Arjowiggins Comunicação Corporativa)Premiações SuzanoA Suzano <strong>Papel</strong> e Celulose e sua distribuidora, a SPP-KSR,foram eleitas duas das melhores fornecedoras da indústriada comunicação brasileira. A Suzano foi destaque doprêmio “Melhores Fornecedores da Indústria da Comunicação”,realizado pela revista Negócios da Comunicação,para três categorias: 1.ª) Melhor Fabricante de Papéis paraMateriais Promocionais; 2.ª) Melhor Fabricante de Papéispara Livros e 3.ª) Melhor Fabricante de Papéis para <strong>Revista</strong>s.A SPP-KSR, a maior distribuidora de papéis e produtosgráficos da América do Sul, também ganhou em trêscategorias: melhor distribuidora de papéis para revistas,livros e materiais promocionais. Auditado pela consultoriabritânica BDO, o prêmio valoriza a competênciade empresas e seus executivos que contribuem para oincremento da qualidade e a maior eficiência dos fornecedoresque atuam no mercado da comunicação.(GWA Comunicação Integrada)HomenagemO presidente da Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de São Paulo (Fapesp), o ex-ministro CelsoLafer, recebeu em abril/2012 o título de DoutorHonoris Causa, entregue em Lyon, na França, pelaUniversidade Jean Moulin. A homenagem é concedidaa cada dois anos aos estrangeiros que se destacampor “serviços eminentes prestados às Ciências,às Letras e às Artes”. (Jornal OESP)InvestimentosBem-vinda ao setor!Anunciado em 22 de março último o lançamento daBraxcel – Companhia Brasileira de Celulose –, nova fábricade celulose que será construída no sul Estado doTocantins, no município de Peixe, com capacidade produtivade 1,5 milhão de t/ano de celulose de fibra curtabranqueada. A empresa, que entrará em operação em2018, já protocolou requerimento de licença ambientaldevidamente embasado em relatórios de Estudos deImpacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental(EIA/Rima). Serão investidos aproximadamente R$ 4 bilhõespelo Grupo GMR, controlador da Braxcel. O diretorexecutivo da Braxcel, Mauro Cerchiari, é conhecidode quem está há algum tempo no setor de celulose epapel, pois já atuou como vice-presidente da InternationalPaper (IP) e como presidente da Brasil Eco Diesel.Além de Cerchiari, o diretor florestal do Grupo GMR,Manoel Freitas, também já atuou na IP, empresa em quefoi vice-presidente florestal. (Grupo GMR)10 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Radar ABTCPAquisição energéticaA Aggreko, a maior fornecedora de energia temporáriado mundo, adquiriu sua principal concorrente, aCompanhia Brasileira de Locações (Poit Energia), porR$ 404 milhões e fortaleceu seus negócios na Américado Sul. A aquisição faz parte da estratégia daAggreko de expandir seus negócios locais em economiasde rápido crescimento, como é o caso do Brasil.(Ogilvy Public Relations-SP)Infraestrutura financiadaA Agência de Fomento Paulista, instituição do governo doEstado de São Paulo, e a Banca Infrastrutture Innovazionee Sviluppo SpA (BIIS), banco italiano pertencente ao IntesaSanPaolo (Corporate & Investment Banking Division),um dos maiores grupos financeiros da Europa, assinaramem março termo de cooperação para oferecer aos setorespúblico e privado uma nova opção de financiamentode obras públicas nos municípios paulistas. O documentoprevê, entre outros pontos, a colaboração entre a Agênciade Fomento e o BIIS para promover programas e projetosde cooperação com o objetivo de apoiar o desenvolvimentode atividades no Estado de São Paulo. Empresas interessadasna obtenção do crédito poderão acessar o sitewww.agenciadefomentopaulista.com.br, fazer a simulaçãoe obter o financiamento diretamente no portal, pormeio da ferramenta “Negócios Online”. Outra possibilidadeé dirigir-se à sede da Agência de Fomento Paulista,na Rua da Consolação, 371, na região central de SãoPaulo. O atendimento também pode ser feito por meiodas mais de 50 entidades empresariais parceiras, como oSebrae, Fiesp/Ciesp, Facesp e Abimaq, entre outras.(Assessoria de Imprensa da Agência de Fomento Paulista)Setor portuárioO Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) iniciouno ano passado um dos maiores planos de investimentosdo setor portuário no Brasil, contemplandoaté final de 2012 um total de R$ 250 milhões emprojetos de ampliação da capacidade operacional eganho de eficiência, entre outros. O objetivo é atingiro nível de excelência dos melhores portos do mundo.Mais informações: www.tcp.com.br(Medialink Comunicação)Ações InstitucionaisPacto institucionalA Associação Brasileira de Embalagem (Abre) e o Ministériodo Meio Ambiente (MMA) assinaram o PactoSetorial, que visa promover o emprego da simbologiatécnica de descarte seletivo em embalagens e deidentificação de materiais. O Pacto é baseado na Cartilhade Diretrizes de Rotulagem Ambiental, desenvolvidapelo Comitê de Meio Ambiente e Sustentabilidadeda Abre, que traz as definições sobre as diferentesmodalidades de rotulagem ambiental, a definição dasimbologia técnica e as formas de emprego de cadauma no rótulo das embalagens. A intenção é aumentaro número de empresas que usam o símbolo dedescarte seletivo nas embalagens de seus produtosem substituição ao símbolo do “anti littering”, quetinha como objetivo ensinar as pessoas a jogarem olixo no lixo. Além disso, o Pacto Setorial tem carátereducativo sobre o papel do consumidor nesse processo.A nova simbologia pode ser encontrada no site daAbre: www.abre.org.br/meio_simbologia.(Assessoria de imprensa da ABRE)Reciclagem valorizadaA Associação Nacional dos Aparistas de <strong>Papel</strong> (Anap),juntamente com outras entidades parceiras do comérciode recicláveis, apoia a criação da Frente Parlamentarde Incentivo do Comércio de Recicláveis,instituída em 11 de abril último, em Brasília (DF). Ainiciativa é fundamental para o reconhecimento daatividade do comércio de recicláveis e da necessidadede impulsionar a reciclagem no território nacional.(Assessoria de imprensa da Anap)abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>11


Radar ABTCPCarreirasAlexandre Nicolini é o novo vice-presidentede Marketing e Vendas da Stora Enso noBrasil. O executivo, que já atuou na Suzano eVotorantim Celulose e <strong>Papel</strong> (atual Fibria), éformado em Administração de Empresas pelaUniversidade São Marcos, com MBA em InternationalBusiness pela Webster University.Os executivos Adriano Roland e GuidoVisintin Jr. assumiram recentementeas Gerências de Marketing e de Acesso aoMercado, respectivamente, na Divisão Agrícolada DuPont Produtos Agrícolas.(Bureau de Ideias Associadas, Imprensae Com. Est./DuPont Agrícola/Brasil)Sandra Guerra é a primeira mulher a sereleita presidente do Conselho de Administraçãodo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa(IBGC) (2012-2014). Para conhecer oIBGC, acesse www.ibgc.org.br.(PLANIN Worldcom - Assessoria deComunicação do IBGC)SustentabilidadeDia Mundial da ÁguaEm 22 de março, conforme decretado pelas Nações Unidas, foi comemoradoo Dia Mundial da Água. Neste ano, o foco recaiu sobre a águae a segurança dos alimentos. Atualmente, mais de 1 bilhão de pessoasvive sem abastecimento básico de água e 1,5 milhão de crianças morretodos os anos de doenças causadas por água contaminada e não potável.As informações foram divulgadas pela We Are Water Foundation,que frisou ainda que a maioria da água que consumimos é relacionadaà comida, já que para produzir um quilo de arroz, por exemplo, são necessários2.450 litros de água. (PR Newswire/We Are Foundation)Eticamente corretaA International Paper (IP) foi nomeada pelo sexto ano consecutivouma das Empresas Mais Éticas do Mundo pelo Instituto Ethisphere.Entre os itens avaliados para conceder o prêmio estiveram códigode ética, históricos de litígios e regulatórios; investimentos em inovaçãoe práticas sustentáveis de negócios; atividades projetadaspara aprimorar a cidadania corporativa; e estudo das nomeaçõesde executivos sêniores, pares da indústria, fornecedores e clientes.(Agência Ideal-International Paper)Curiosidade<strong>Papel</strong> valorizadoQuando a Encyclopaedia Britannica anunciou em 13 de março últimoque abandonaria as edições de papel, após publicação durante244 anos, os executivos da companhia colocaram à venda os últimos32 volumes que ainda havia em estoque, datados de 2010. A procurapelo mercado foi tamanha que a edição esgotou rapidamente.“Quando pensavam que ela estaria aí para sempre, não havia pressapara comprá-la, mas agora, de repente, tornou-se um item escasso”,comentou Jorge Cauz, presidente da empresa sediada em Chicago.(Jornal OESP/Economia e Negócios)GUIA <strong>DE</strong> COMPRAS CELULOSE E PAPEL ONLINE!www.guiacomprascelulosepapel.org.brTudo que você procura em fornecedores, produtos e serviços paracelulose e papel, inclusive, as empresas fabricantes do setor.Acesse 12 o novo <strong>Revista</strong> site O e <strong>Papel</strong> confira - abril/April gratuitamente 2012 as principais notícias sobre o mercado e lançamentos tecnológicos. Fácil e rápido!


EntrevistaPor Caroline MartinEspecial para O <strong>Papel</strong>divulgaçãoEldorado Brasil está prestes a se apresentarao mercado mundial de celuloseNovo CEO dacompanhiaconfirma start uppara novembro de2012 e detalhaprograma decrescimento queprevê a produçãode 5 milhões detoneladas decelulose até 2020Toda mudança de comando gera certa expectativano mercado. Não foi diferenteno caso da Eldorado Brasil, desde fevereiroúltimo sob a gestão de José Carlos Grubisich, novoCEO da companhia que em breve estreará no setorde celulose mundial. Formado em Engenharia Química,o executivo desenvolveu grande parte de suacarreira na Rhodia. Sua experiência profissional tambémreúne a liderança da Braskem e a presidência daETH Bioenergia S.A., empresa do grupo Odebrecht.“É uma realização pessoal e profissional estar ligadoa um projeto tão promissor quanto este”, dizGrubisich sobre o desafio de liderar um programade expansão industrial que pretende atingir capacidadede produção de 5 milhões de toneladas decelulose até 2020. Para cumprir a missão de criarum novo líder no mercado mundial da commodity,o executivo aposta na competitividade da biomassabrasileira e na expertise adotada.“O Brasil apresenta vantagens competitivas espetaculares.Vamos exercer um papel de liderança nomercado mundial, com equipes de alta performance,que atuam com foco em inovação e sustentabilidade”,prospecta. Na entrevista a seguir, Grubisich revelaquais são seus anseios pessoais ao assumir o cargo,informa como está o progresso das obras da primeiralinha de produção da Eldorado Brasil e aborda detalhesdo programa de crescimento do novo player,que almeja posicionar-se entre os maiores produtoresmundiais de celulose.abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>13


Entrevista“Vamos exercerum papelde liderançano mercadomundial, comequipes de altaperformance, queatuam com focoem inovação esustentabilidade”O <strong>Papel</strong> – Qual percepção o senhor tinha do setorde celulose antes de assumir a presidência da Eldorado?Quais motivos o levaram a aceitar o desafio de lideraruma empresa em sua fase inicial?José Carlos Grubisich – Sempre tive o setor de celulosebrasileiro como um dos que apresentam enormevantagem competitiva. O Brasil desenvolveu ao longodo tempo uma competência muito grande na parteindustrial, mas, sobretudo, na área florestal. Durantetoda a sua trajetória, a indústria de celulose inovou eampliou sua qualidade industrial, fortalecendo seu posicionamentode mercado e tornando-se referência. Vejoa entrada da Eldorado Brasil nesse mercado como ummarco importante na história do setor, não só no Brasilcomo no mundo. Trata-se de uma empresa nova quechega a um setor de capital intensivo, numa indústriacíclica, o que mostra a confiança de nosso acionistaprincipal (J&F) na capacidade de as empresas brasileirasse desenvolverem e fazerem a diferença no plano internacional.Essa é basicamente a razão pela qual resolviembarcar de cabeça nesse projeto.O <strong>Papel</strong> – Qual é o atual status da construção dafábrica em Três Lagoas (MS)?Grubisich – A primeira linha de produção da Eldorado,com capacidade de 1,5 milhão de toneladas decelulose, está com 72% de sua estrutura física pronta. Osite já está concebido e praticamente todo o trabalho deterraplanagem foi feito prevendo três linhas de produçãopotencialmente. Nosso plano é começar a esquentaras caldeiras e fazer o comissionamento da primeira unidadeindustrial a partir do final de outubro, para obter ocozimento de madeira e a partida inicial de celulose nodecorrer de novembro próximo. O processo está absolutamentesob controle do ponto de vista de prazo, custoe qualidade do investimento.O <strong>Papel</strong> – O total de investimentos anunciado noinício do projeto, em 2010, era de R$ 4,8 bilhões. Nesteano, a companhia passou a divulgar o valor de R$ 6,2bilhões. Isso quer dizer que o projeto extrapolou a quantiaplanejada?Grubisich – Não. Na verdade, os investimentos deR$ 6,2 bilhões contemplam as infraestruturas fabril,florestal e logística da companhia. O valor destinadoà unidade fabril, inclusive, superou as expectativas dacompanhia. Como a Eldorado comprou equipamentose contratou serviços num momento de acomodaçãodo setor de celulose em termos de investimentos, pôdedesfrutar de condições muito mais competitivas do queocorreu recentemente em outros casos. A economiafoi de 10% a 15% do valor de projetos equivalentes jáfeitos no Brasil. Em uma indústria de capital intensivo,quando conseguimos reduzir o valor de recursos nessaporcentagem, conquistamos uma vantagem muito importantepara o futuro, que será refletida positivamenteem nossa capacidade de geração de caixa.O <strong>Papel</strong> – O aporte de capital já é uma questãoequacionada pela companhia?Grubisich – A estrutura de capital da Eldorado Brasilestá dividida entre a holding J&F (50,15%), a MJ Empreendimentos(16,72%) e a FIP Florestal (33,13%), umfundo de investimentos em participações formado pelosmaiores fundos de pensão do Brasil, como Petros (daPetrobras) e Funcef (da Caixa Econômica Federal). Essaformação, somada aos empréstimos do Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e Social (BN<strong>DE</strong>S), FundoConstitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO)e Agência de Créditos à Exportação (ECA), equacionouas necessidades de aporte de recursos da companhianeste momento.O <strong>Papel</strong> – O projeto florestal está acompanhandoa construção do parque industrial? Quantos hectares jáforam plantados até o momento?Grubisich – No ano passado, 31 mil hectares deflorestas de eucalipto foram plantados pela Eldorado.Atualmente, a empresa possui uma área total de 80mil hectares de florestas destinadas à produção decelulose, sendo que, desse total, 20% correspondema terras de sua propriedade. Para 2012, a previsão éplantar mais 35 mil hectares. Esse forte programa deplantio se estenderá pelos próximos anos, até que acompanhia atinja 100% de florestas próprias em 2017.Num projeto integrado como esse, é preciso definir umraio médio, para não precisar trazer matéria-prima dedistâncias muito longas. Nós estipulamos, portanto,um raio médio entre 80 km e 100 km em torno da unidadeindustrial. Vale destacar também que a Eldorado14<strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


já inicia suas atividades com um programa que prevêa certificação pelo Forest Stewardship Council (FSC) detodas as suas áreas florestais até 2017.O <strong>Papel</strong> – Em relação aos investimentos em logística,em que fase está o projeto?Grubisich – Primeiramente, gostaria de destacarque a localização da fábrica é outra vantagem competitivada Eldorado, pois permite uma logística integrada.Instalada em uma área de 900 hectares àsmargens do rio Paraná, em Três Lagoas, a empresacontará com três modais logísticos para receber matéria-primae escoar sua produção. Nosso objetivo éutilizar os modais rodoviário/ferroviário e hidroviário/ferroviário, que apresentam maior economia em escalae menor impacto ambiental. Para que isso sejacolocado em prática, já adquirimos uma frota própriade locomotivas e vagões especialmente desenvolvidospara a Eldorado, a serem usados no transporteda celulose até um terminal próprio no porto de Santos,de onde seguirá para os principais mercados domundo. Inicialmente, a companhia pretende exportara commodity para a China e a Europa.O <strong>Papel</strong> – A qualificação de mão de obra tambémestá sendo feita em paralelo à construção da fábrica? AEldorado dará prioridade a moradores da região na horade realizar as contratações?Grubisich – Hoje a Eldorado tem 2 mil funcionáriosdiretos e empregará outros mil quando a fábricaentrar em operação, o que deve beneficiar aindamais o desenvolvimento na região leste do Estado doMato Grosso do Sul. Estamos focando na constituiçãode equipes de alta performance. Para isso, temosuma série de programas de formação e qualificaçãoem desenvolvimento. Um dos programas que possodestacar é o Minha Primeira Profissão, em que 190jovens do Ensino Médio se dedicam a uma formaçãoparalela no Senai, tanto na área de manutenção industrialquanto na de processo produtivo de celulose.Temos ainda um programa de qualificação na áreaflorestal, sobretudo na parte de colheita e movimentaçãode madeira nas florestas, a partir de treinamentocom sistema de realidade virtual. Esses e os demaisprogramas que temos desenvolvido vão ampliar o númerode jovens disponíveis para trabalhar não só naEldorado como em outras empresas da região.O <strong>Papel</strong> – Qual é a estrutura do programa de crescimento,que prevê a produção de 5 milhões de toneladasde celulose até 2020?Grubisich – O mercado de celulose está em plenocrescimento. A estimativa é de que esse mercado demandeuma fábrica com produção anual de 1,5 milhão detoneladas a cada ano e meio. Levando esse contexto emconsideração, nosso programa de crescimento está estruturadoem três fases: a primeira, com o start up da linhaúnica de produção de 1,5 milhão de toneladas de celulosea partir de novembro deste ano; a segunda, em 2017,quando daremos início à operação da segunda linha de1,5 milhão de toneladas; e a terceira, em 2020, com capacidadetambém de 1,5 milhão de toneladas. Com asotimizações operacionais e melhorias de eficiência, porém,acreditamos que essas três fases combinadas devematingir a produção de 5 milhões de toneladas.O <strong>Papel</strong> – Já é possível vislumbrar os principais desafiosa serem enfrentados pela Eldorado ao longo desseprojeto de expansão? Como a companhia pretendesuperá-los?Grubisich – A primeira pergunta que nos colocamosé a seguinte: teremos mercado para tanta celulose?A resposta está no fato de que o mercado mundialde celulose está em alta, apresentando taxas decrescimento entre 2,5% e 3% ao ano. Especificamenteno mercado de celulose de fibra curta, a estimativa decrescimento é ainda maior, de 4% a 5% ao ano. Essesnúmeros sustentam a análise de que o mundo vai precisarde uma fábrica com capacidade de 1,5 milhãode tonelada de celulose de fibra curta a cada ano emeio. Tal previsão de crescimento certamente levará aum novo ciclo de investimentos no setor de celuloseno mundo. Nesse contexto, a Eldorado tem muitos fatorespositivos para se fortalecer, entre os quais umaestrutura de capital sólida, com um balanço adequadoe sem o peso de uma dívida alta em relação à sua capacidadede geração de caixa. Isso é um diferencialsignificante, pois poderemos ter uma rentabilidade altae usar nossa capacidade de geração de caixa para financiarfuturos programas de crescimento. •abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>15


Setor Econômicosérgio britoPor Ricardo Jacomassi,economista-chefe da Hegemony Projeções Econômicas: ricardo.jacomassi@hegemony.com.brA solidez do sistemafinanceiro brasileiroHá mais de uma década seria impossível imaginaras duas das mais importantes instituiçõesfinanceiras mundiais relatando algopositivo sobre as finanças do Brasil. Sendo rara exceçãoentre os países, a missão coordenada pelo FundoMonetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundialem março último ressaltou a robusta solidez dosistema financeiro brasileiro. Não faltaram elogios.Instituído em 1999, o Programa de Avaliação do SetorFinanceiro 1 liderado pelas duas instituições consiste naanálise aprofundada do setor financeiro tanto dos paísesem desenvolvimento quanto dos avançados, com oprincipal objetivo de avaliar dois aspectos: a estabilidadefinanceira e a dinâmica do desenvolvimento do sistemafinanceiro, que, juntos, podem oferecer informações sobreas relações financeiras entre as economias.Em um dos trechos mais importantes, a missão do FMIe do Banco Mundial declarou:“A missão do FSAP 2 concluiu que o sistema financeirobrasileiro é estável, com baixo nível de risco sistêmico eamplas margens de proteção. As elevadas margens decapital, em combinação com altos níveis de reservas internacionaise uma taxa de câmbio flexível, ajudaram aeconomia a absorver os recentes choques externos. Emque pesem os desafios criados pelas entradas de capitaisvoláteis e a rápida expansão do crédito, as autoridadesbrasileiras conseguiram aplicar com eficácia medidasmacroprudenciais para conter os riscos sistêmicos”.É uma grande conquista para o País, principalmentepelas fraturas expostas dos sistemas financeiros de paísescomo os Estados Unidos e os demais da região doeuro. Até mesmo o sistema financeiro chinês vem apresentandocondições não sustentáveis no longo prazo,como, por exemplo, o excesso de crédito direcionado àsempresas estatais.Antes de jogar na mesa os méritos conquistados emmarço de 2012, porém, é válido informar que essa conquistapercorreu mais de uma década, com a implantaçãodo Plano Real e as reformas no sistema financeiro,ambas no governo de Fernando Henrique Cardoso.Deixando de lado os pontos positivos, a missão coordenadapelas duas entidades destacou dois pontos quepodem impedir o desenvolvimento dos mercados de capitais:(i) as elevadas taxas de juros; e (ii) a curta duraçãoda maior parte dos instrumentos financeiros.Para limitar estes pontos se faz necessário, para asinstituições, “que a inflação permaneça em declínioe a poupança interna (pública e privada) aumente.Além disso, certas reformas pontuais do setor financeiropoderiam incentivar esse processo, sobretudoao fortalecer o papel dos investidores institucionais.À medida que as taxas de juros continuarem a cair,estimulando a demanda dos fundos de investimentopor papéis de mais longa duração, também serãonecessárias medidas bem articuladas para ampliara oferta de títulos privados, para que se possa tirarproveito desse aumento da demanda”.É de conhecimento de todos que o sistema financeiroequilibrado é condição essencial para o crescimentoeconômico e o seu equilíbrio de longo prazo, porémnão adianta apenas o sistema financeiro apresentaressas condições.O sistema produtivo, ou seja, o industrial deve conquistaro mesmo padrão de sustentabilidade e competitividade.Da mesma forma que foram feitas as reformasque promoveram o fortalecimento do Sistema Financeiro,é necessário o mesmo empenho para o sistema produtivo.Mantendo as condições atuais, a indústria não suportarámanter suas bases de produção por muito tempo,pois está mais vantajoso importar do que produzir. Aprodução não precisa de protecionismo, ligado sempreà visão imediatista do curto prazo. Como geradora deriqueza e fonte de agregação de valor, a indústria precisadas reformas que lhe garantam as mesmas condições decompetição que seus pares têm hoje. Vamos aguardar! •1. < http://www.imf.org/external/lang/portuguese/np/sec/pr/2012/pr1297p.pdf >2. Sigla em Inglês para definir Programa de Avaliação do Setor Financeiro16 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Coluna BracelpaDivulgação BracelpaPor Elizabeth de Carvalhaes,presidente executiva da AssociaçãoBrasileira de Celulose e <strong>Papel</strong> (Bracelpa): faleconosco@bracelpa.org.brRio+20 – Parte 1Em junho, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, aRio+20, dois temas conduzirão as atividades das empresas de celulose e papel e da Bracelpa:valorização dos créditos de carbono florestal e ampliação do debate sobre biotecnologia arbórea.O objetivo é mostrar como se pode suprir a demanda futura de produtos florestais, ao mesmo tempoque essa indústria colabora, cada vez mais, para a preservação ambiental, a inclusão social e a viabilidadeeconômica do negócio.Conheça nesta edição o texto que está servindo de base para as negociações e os debates sobre a valorizaçãodo carbono florestal. Em maio, apresentaremos a proposta sobre biotecnologia arbórea.Valorização do carbono florestal nocontexto da economia verdeO fortalecimento da economia baseada em florestasplantadas, a partir de sólidos critérios socioambientais,está diretamente relacionado à promoção dodesenvolvimento sustentável. A produção de madeirarenovável e de seus derivados faz parte do cerne dediversos serviços ambientais e de temas fundamentaispara a economia verde e a erradicação da pobreza, taiscomo: uso de energia de biomassa em vez de fontesfósseis, uso sustentável da terra e seus recursos hídricos,geração de renda e empregos em larga escala nomeio rural, integração com pequenos produtores rurais,proteção à biodiversidade, diminuição da pressão pordesmatamento, consolidação de padrões de produçãoe consumo sustentáveis baseados em matérias-primasrenováveis e, de maneira muito especial, mitigação damudança global do clima.Por meio da fotossíntese e de práticas de manejo sustentável,os plantios florestais absorvem CO 2da atmosferae estocam o carbono equivalente na biomassa enas áreas plantadas, contribuindo sobremaneira para osesforços globais de mitigação. No Brasil, por exemplo,os ciclos de colheita ocorrem geralmente a cada seteanos. Nesse contexto, enquanto um sétimo do estoquetotal de determinada área de produção passa pelo processode colheita, os outros seis sétimos estocam carbono,gerando estoques médios consistentes ao longo dotempo. Após a colheita, a mesma área pode ser plantadanovamente mediante novos investimentos, gerandoa perenidade dos estoques de carbono. Assim, além dereciclar o CO 2já existente na atmosfera e liberar oxigênio,as florestas plantadas contribuem para gerar estoquessustentáveis de carbono na superfície terrestre 1 .Estimativas baseadas em metodologias consolidadasindicam que o setor de base florestal brasileiro estocaaproximadamente 1,3 bilhão de toneladas de CO 2equivalente(tCO 2e), considerando somente os estoques decarbono nas áreas de florestas plantadas 2 . Para se teruma ordem de grandeza, isso equivale a mais da metadede todas as emissões do Brasil em 2005 3 . Somente osetor de celulose e papel contribui com o estoque médiode aproximadamente 440 milhões de tCO 2e.Essas estimativas não incluem, conservadoramente,os estoques nas áreas de conservação mantidas pelosetor, que representam aproximadamente 2,9 milhõesde hectares. Quando se considera o potencial de uso damadeira plantada em vez de combustíveis ou materiaisde base fóssil em diversas cadeias produtivas, o potencialde geração de benefícios climáticos é ainda maior.Porém, apesar de contar com condições de solo eclima (edafoclimáticas) favoráveis e de deter a mais18 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 20121Existem, portanto, dois tipos de benefícios climáticos associados à produção de florestas plantadas: (i) os estoques de carbono nas áreas deplantio e (ii) as potenciais emissões evitadas pelo uso de produtos madeireiros renováveis em vez de produtos de base fóssil ou não renovável.2Há 6,8 milhões de hectares de florestas plantadas no Brasil, dois quais 2,2 milhões destinados à produção de celulose e papel. As estimativasde estoques de carbono não incluem, conservadoramente, os estoques nas áreas de conservação mantidas pelo setor (reservalegal, áreas de preservação permanente e outras).3De acordo com a Segunda Comunicação do Brasil à Convenção do Clima – United Nations Framework Convention on Climate Change(UNFCCC), as emissões nacionais em 2005 foram equivalentes a aproximadamente 2,18 bilhões de tCO 2.


avançada tecnologia, o Brasil ainda convive com um déficit substantivoe um potencial subotimizado de florestas plantadas, devidoa diversas barreiras. Para superar esse desafio, é fundamentala promoção e a valorização econômica dos benefícios climáticose socioambientais, por meio de múltiplos instrumentos públicos eprivados, inclusive mercados de carbono.Nesse contexto, o setor brasileiro de celulose e papel está desenvolvendo,em conjunto com diversas organizações da sociedadecivil, a Iniciativa Brasil Florestas Sustentáveis, baseada na estruturaçãoe na implantação de um programa estratégico para o cultivoadicional e o manejo sustentável de florestas industriais de maneiraintegrada à proteção e à conservação de florestas nativas como alternativade mitigação das mudanças climáticas e de promoção dodesenvolvimento territorial sustentável. O projeto tem se inspiradonas mais rigorosas metodologias, inclusive no âmbito do Mecanismode Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto, quepoderão servir como base para iniciativas piloto de larga escala,bem como para políticas e programas setoriais mais amplos.Assim, o setor espera conjugar a valorização dos benefícios climáticose socioambientais, inclusive por meio de créditos de carbono,com a necessidade e o desafio de expandir a base florestal brasileirano contexto da economia verde. Trata-se de uma oportunidade decatalisar transformações profundas e positivas para a economia eas comunidades nas quais o negócio florestal está inserido. Paraque isso se concretize, é necessário aprimorar a inter-relação comprincípios e regras multilaterais.Não se trata, porém, apenas de potenciais ou necessidades brasileiras.Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas paraAgricultura e Alimentação (FAO), mais de 2 bilhões de pessoas emtodo o planeta dependem de biomassa florestal para sobrevivência,o que deixa clara a necessidade de incrementar os esforços de coordenaçãoe cooperação internacional nessa área. O Brasil pode atuarcomo protagonista, inclusive no âmbito da cooperação sul-sul, poistem experiências importantes que podem ser difundidas para outrospaíses em desenvolvimento, com o objetivo de fomentar a economiaverde, com base nas sinergias entre a mitigação da mudança doclima e a promoção do desenvolvimento sustentável.A partir da Convenção do Clima – United Nations Framework Conventionon Climate Change (UNFCCC), acordada na Rio92, a comunidadeinternacional logrou avanços importantes no combate ao aquecimentoglobal e, mais indiretamente, na promoção do desenvolvimentosustentável. A Convenção e o seu Protocolo de Kyoto tiveram êxito tambémem iniciar um dos principais instrumentos de mitigação, ou seja, avalorização do carbono por meio de mecanismos de mercado, capazesde ajudar a internalizar a variável clima em sistemas de produção econsumo. A base florestal foi contemplada nos mecanismos, mas aindade forma muito tímida, limitada e sujeita a restrições de países desenvolvidos.É necessário avançar de maneira mais ambiciosa.É importante incrementar mecanismos que valorizem o carbonoflorestal, uma vez que podem contribuir para a evolução de outrostemas importantes para o desenvolvimento sustentável. De todasas externalidades referenciadas na agenda da economia verde, aexternalidade “clima” é certamente uma das que têm maior potencialde internalização em sistemas de produção e consumo, pois épassível de mensuração consistente, pode ser diretamente atribuívela consumidores, empresas e cadeias produtivas, e o seu custo podeser estimado e comparado em nível global.Portanto, no contexto da economia de base florestal, também é importanteque a valorização monetária do carbono sirva não só comoinstrumento de mitigação, mas como vetor de desenvolvimento sustentável.Outros temas da economia verde (por exemplo, recursos hídricos,uso da terra, energia renovável, inclusão social no meio rural,biodiversidade e combate ao desmatamento) podem ser associados aovalor do carbono, com base na melhoria e na ampliação de mecanismosexistentes, sempre a partir de altos padrões de integridade ambiental.Devido à interdisciplinaridade da questão e ao fato de envolversinergias entre o regime internacional de mudança do clima e osdemais temas da economia verde, é fundamental que esses pontossejam considerados no diálogo e na adoção de princípios e critériosno âmbito da Rio+20.Trata-se de uma via de mão dupla que precisa ser mais bem explorada.A valorização do carbono florestal, inclusive por meio demercados de carbono, pode contribuir para o avanço de outros temas,assim como as sinergias com os outros temas podem tornarmais efetivos os esforços de mitigação em sistemas de produção econsumo, promovendo a economia verde na sua integralidade. Essaabordagem parece ser fundamental para assegurar contrapartidase meios que possam valorizar e viabilizar a necessária expansão daeconomia verde no Brasil e em outros países em desenvolvimento,de forma sustentável e integrada.•abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>19


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Indicadores de PreçosTerminou o ciclo de queda depreços da celulose?Por Carlos José Caetano BachaProfessor Titular da ESALQ/USP: carlosbacha@usp.brServiço de Comunicação/ESALQ/USPAo longo de todo o primeiro trimestre de 2012, os preços em dólaresda tonelada de celulose de fibra curta (BHKP) aumentaram na Europa, naChina e no Brasil (ainda que em intensidades distintas), enquanto para atonelada de celulose de fibra longa (NBSKP) houve apenas um pequenoacréscimo na Europa em março, sendo que nos Estados Unidos o valor demarço foi inferior ao de dezembro passado (Gráficos 1 e 2).Considerando os meses de dezembro de 2011 e março de 2012, ospreços médios em dólares da BHKP aumentaram 14,9% na Europa, 13%na China e 4,7% no Brasil. De outro lado, o preço da tonelada de celulosede fibra longa (NBSKP) nesse mesmo período teve ligeiro aumento naEuropa (variação de 0,4%) e diminuição de 2,2% nos Estados Unidos.Tabela 1 – Preços médios da tonelada de celulose na Europa - preço CIF - em dólaresTable 1 – Average prices per tonne of pulp in Europe - CIF price - in dollarsCelulose de fibra curtaShort fiber pulpCelulose de fibra longaLong fiber pulpNov/11Nov/11Dez/11Dec/11Jan/12Jan/12Fev/12Feb/12Mar/12Mar/12674,28 649,79 664,45 710,03 746,73874,83 836,92 831,85 829,13 840,32Fonte/Source: Foex Nota: * considera valores até 24/02/2012 * Note: Data are till February 24, 2012Tabela 2 – Preços médios da tonelada de celulose na Europa - preço CIF - em eurosTable 2 – Average prices per tonne of pulp in Europe - CIF price - in eurosGráfico 1 - Evolução dos preços da tonelada de celulose de fibra longa naEuropa e nos EUA / Graph 1 - Price evolution of the long fiber pulp tonnein Europe and USA (US$ per tonne)US$ tonelada / US$ per tonneFonte: dados da FOEXSource: FOEX dataGráfico 2 - Evolução dos preços da tonelada de celulose de fibra curta naEuropa, China e no Brasil (US$ por tonelada) / Graph 2 - Price evolution of theshort fiber pulp tonne in Europe, China and Brazil (US$ per tonne)US$ tonelada / US$ per tonnemês / monthFonte / Source: FOEX e/and CEPEA.Observação: valores mínimos praticados no Brasilminimum adopted values in Brazilmês/monthmês/monthEuropa - em dólares Europa BHKP / Europe – in dollars Europe BHKPChina - em dólares China BHKP / China – in dollars China BHKPBrasil - em dólares - valores mínimos BHKP-cliente pequenoBrazil – in dollars – minimum values BHKP – Small-size clientBrasil - em dólares - valores mínimos BHKP-cliente médioBrazil – in dollars – minimum value BHKP - medium-size clientObservação: o preço refere-se à média da semana anterior à data indicada no eixo das abscissas.Celulose de fibra curtaShort fiber pulpCelulose de fibra longaLong fiber pulpTabela 3 – Evolução dos estoques internacionais de celulose (mil toneladas)Table 3 – International pulp inventories (1000 tonnes)Tabela 4 – Preços médios da tonelada de celulose e papel-jornalnos EUA - preço CIF - em dólaresTable 4 – Average prices per tonne of pulp and newsprintin USA - CIF price - in dollarsCelulose de fibra longaLong fiber pulp<strong>Papel</strong>-jornal (30 lb)Newsprint (30 lb.)Out/11Oct/11Nov/11Nov/11Nov/11Nov/11Nov/11Nov/11Dez/11Dec/11Dez/11Dec/11Dez/11Dec/11Jan/12Jan/12Jan/12Jan/12Jan/12Jan/12Fev/12Feb/12Fev/12Feb/12Utipulp A 652 647 642 635 678Europulp B 1.347 1.399 1.380 1.236 1.094Fonte/Source: FoexNota: A= estoques dos consumidores europeus / B= estoques nos portos europeus‘n.d = não disponível’Note: A = inventories of European consumers / B = inventories in European portsFev/12Feb/12Mar/12Mar/12497,69 495,69 515,17 536,77 564,58645,77 638,39 645,76 626,92 635,56Fonte/Source: Foex Nota: * considera valores até 24/02/2012 * Note: Data are till February 24, 2012Mar/12Mar/12920,00 890,00 877,66 870,36 870,00623,80 623,81 623,58 623,17 623,13Fonte/Source: Foex Nota: * considera valores até 24/02/2012 * Note: Data are till February 24, 2012Obs: o papel jornal considerado tem gramatura de 48,8 g/m 2 / 30 lb./3000 pés 2abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>21


Indicadores de PreçosA alta recente dos preços em dólares datonelada de celulose de fibra curta é devidaa três fatores: (1) aumento da demanda daChina, elevando a cotação da BHKP nestepaís e tendo reflexo em outros mercados;(2) a substituição do uso de celulose defibra longa pela curta na Europa e o consequenteaumento de sua demanda, pois odiferencial de preços ainda continua bastanteelevado (de cerca de US$ 119 por toneladaem fevereiro passado na Europa ecaindo para US$ 94 em março); (3) paradastécnicas de fábricas de BHKP na PenínsulaIbérica e na Noruega, reduzindo temporariamentea oferta de BHKP.O aumento de preços da BHKP apenas serefletiu, em março, no mercado europeu daNBSKP, mas ainda não nos Estados Unidos, levantandoa dúvida se o fim do ciclo de baixade preços internacionais da celulose terminouou se estamos diante de uma redefinição depreços relativos entre BHKP e NBSKP.No mercado europeu de papéis de imprimire de papel jornal houve quedas dos preços(tanto em dólares quanto em euros) emmarço em relação às cotações de fevereiro eaumentos nos preços de algumas categoriasde papéis de embalagem da linha marrom.Nos Estados Unidos, os preços do papel jornalmantêm-se relativamente estáveis, o que chamaa atenção para o fato de que não há demandacrescente por papéis na Europa e nosEstados Unidos que justifique alta contínua depreços da celulose, algo que contribui comooutro ponto a questionar sobre se já atingimoso final do ciclo de baixa de preços da celulose.No Brasil, como mencionado acima, houveaumento dos preços em dólares da celulose,mas em percentual menor do que o vigente nomercado internacional. No mercado domésticode papéis, houve em março (em relação àscotações de fevereiro) um cenário diferente doque ocorreu na Europa, com pequenos aumentosdos preços em reais dos papéis de imprimire queda dos preços em reais dos papéis deembalagem.No mercado de aparas no Estado de SãoPaulo houve em março (em relação às cotaçõesde fevereiro) um cenário misto de comportamentode preços, com alguns tipos deaparas tendo quedas de preços, outros mantendopreços estáveis e poucos tipos de aparascom alta de preços.Tabela 5 – Preços médios da tonelada de celulose fibra curta na China - em dólaresTable 5 – Average prices per tonne of short fiber pulp in China - in dollarsNov/11 Nov/11 Dez/11 Dec/11 Jan/12 Jan/12 Fev/12 Feb/12 Mar/12 Mar/12Preço Price 578,62 561,15 574,63 603,13 633,94Fonte/Source: Foex Nota: * considera valores até 24/02/2012 * Note: Data are till February 24, 2012Tabela 6 – Preços médios da tonelada de papéis na Europa - preço delivery - em dólaresTable 6 – Average prices per tonne of papers in Europe - delivery price - in dollars<strong>Papel</strong> LWC (couchê em bobina e com pasta mecânica)LWC Paper (coated in reels and wood containing)<strong>Papel</strong> Ctd WF (couchê em resmas)Ctd WF Paper (coated in reams)Dez/11Dec/11Jan/12Jan/12Fev/12Feb/12Mar/12Mar/12922,57 908,13 930,53 924,06938,24 921,77 939,96 934,37<strong>Papel</strong> A-4(cut size) / A-4 Paper (cut size) 1.140,55 1.114,14 1.137,38 1.134,63<strong>Papel</strong>-jornal* / Newsprint* 672,07 662,65 677,49 671,24Kraftliner / Kraftliner 705,44 673,47 680,23 681,00Miolo / Fluting 522,51 497,54 517,22 545,27Testliner 2 / Testliner 2 583,74 553,12 558,88 579,49Fonte/Source: Foex / Obs: *o preço do papel-jornal na Europa é CIF / Obs: *the price of newsprint in Europe is CIFNota: ** considera valores até 24/02/2012 Note: ** Data are till February 24, 2012Tabela 7 – Preços médios da tonelada de papéis na Europa – preço delivery – em eurosTable 7 – Average prices per tonne of papers in Europe – delivery price – in eurosDez/11Dec/11Jan/12Jan/12Fev/12Feb/12Mar/12Mar/12<strong>Papel</strong> LWC (couchê em bobina e compasta mecânica) / LWC Paper (coated in 703,69 704,09 703,50 698,66reels and wood containing)<strong>Papel</strong> Ctd WF (couchê em resmas)Ctd WF Paper (coated in reams)715,65 714,69 710,64 706,46<strong>Papel</strong> A-4 (cut size) / A-4 Paper (cut size) 869,91 863,83 859,88 857,87<strong>Papel</strong> jornal* / Newsprint 512,62 513,76 512,20 506,76Kraftliner / Kraftliner 538,03 525,29 514,32 514,88Miolo / Fluting 398,47 385,83 390,99 412,24Testliner 2 / Testliner 2 445,19 428,94 422,50 438,12Fonte: FOEX / Source: FOEX ; Obs: * o preço do papel jornal na Europa é preço CIF / Obs: * the price of newsprint in Europe is CIFNota: ** considera valores até 24/02/2012 Note: ** Data are till February 24, 2012Aparas marronsBrown material (corrugated)Aparas brancas, de jornais e de revistaONP/OMP and white wastesTabela 8 – Preços da tonelada de aparas na EuropaTable 8 – Prices per tonne of recycled materials in EuropeDez/11 Dec/11 Jan/12 Jan/12 Fev/12 Feb/12 Mar/12 Mar/12US$ 144,95€ 110,55US$ 172,86€ 131,81US$ 143,10€ 110,94US$ 163,79€ 127,01US$ 164,90€ 124,62US$ 165,94€ 125,45US$ 187,20€ 141,52US$ 180,34€ 136,33Fonte: OMG. Source: OMGObs: as aparas marrons são aparas de caixas de papelão e de papelão ondulado, classificação OCC 1.04 dd da FOEX. As aparas brancas, de jornaise revista têm classificação ONP/OMG 1.11 dd da FOEX. Nota: * considera valores até 24/02/2012 * Note: Data are till February 24, 2012VendadomésticaDomesticsalesTabela 9 – Preços da tonelada de celulose de fibra curta (tipo seca) posta em São Paulo - em dólaresTable 9 – Price per tonne of short fiber pulp (dried) put in São Paulo - in dollarsJan/12 Jan/12 Fev/12 Feb/12 Mar/12 Mar/12Preço-listaList priceCliente médioMedium-sizeclientMínimo/Minimum 650 666 715Médio/Average 687 699 732Máximo/Maximum 760 760 760Mínimo/Minimum 551 566 607Médio/Average 572 583 630Máximo/Maximum 587 600 650Venda externa483 495 n.d.External salesFonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USP e MDIC, n.d. valor não disponível.Nota: Os valores para venda no mercado interno não incluem impostos.22 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


MERCADO INTER<strong>NACIONAL</strong>EuropaAs paradas temporárias de fábricas de BHKPna Península Ibérica e na Noruega geram umaredução temporária de oferta desse produtona Europa (segundo a Foex), pressionandopela elevação de seu preço em março, comovisto nas Tabelas 1 e 2. Há expectativas de queas paradas técnicas de fábricas de NBSKP naEuropa também pressionem pela elevação dospreços desse produto, apesar das resistênciasdos compradores (principalmente os chineses).Houve na Europa expressivos aumentos dospreços das aparas em março (em relação àscotações de fevereiro – Tabela 8), o que pressionoupelo aumento dos preços dos papéismiolo e testliner (Tabelas 6 e 7).EUAA economia norte-americana apresentou,no primeiro trimestre de 2012, melhor desempenhoeconômico, mas ainda ameaçado pelacrise da dívida europeia e por riscos de créditobancário. Esse cenário econômico não consolidadoexplica o fato de os preços da celulosede fibra longa (NBSK) e do papel jornal nosEstados Unidos terem se mantido constantesao longo do mês de março em relação a suascotações de fevereiro (Tabela 4).ChinaOcorreu na China, no primeiro trimestre de2012, aumento da demanda de celulose parafabricação de papéis à medida que saíram deoperação as fábricas que operavam com polpade bambu. Segundo a Foex, para abril, hápressões para atingir US$ 670 por tonelada deBHKP, mas os chineses reduziram suas comprasem final de março, pressionando contraesse aumento de US$ 30 por tonelada em relaçãoà cotação vigente em final de março deUS$ 640 por tonelada.MERCADO <strong>NACIONAL</strong>PolpasA alta de preços internacionais em dólaresda celulose também se refletiu nas vendas domésticas,mas ainda em percentuais inferioresaos da China e da Europa, em parte porque sepraticavam, até fevereiro passado, nas vendasVenda domésticaDomestic salesTabela 11 – Preços médios da tonelada de papel posto em São Paulo (em R$) – sem ICMS e IPI mas com PISe COFINS – vendas domésticas da indústria para grandes consumidores ou distribuidoresTable 11 – Average prices per tonne of paper put in São Paulo (in R$) - without ICMS and IPI butwith PIS and COFINS included – domestic sales of the industry to large consumers or dealersProdutoProductNov/11Nov/11Dez/11Dec/11Jan/12Jan/12Fev/12Feb/12Mar/12Mar/12Cut size 2.369 2.358 2.385 2.380 2.409dúplex 3.128 3.128 3.128 3.128 3.217Cartão (resma)Board (ream)tríplex 3.520 3.520 3.520 3.520 3.520sólido/solid 4.256 4.256 4.256 4.256 4.256dúplex 3.018 3.018 3.018 3.018 3.105Cartão (bobina)Board (reel)tríplex 3.400 3.400 3.400 3.400 3.400sólido/solid 4.137 4.137 4.137 4.137 4.137Cuchê/Couchéresma/ream 2.973 2.973 2.973 2.973 2.973bobina/reel 2.860 2.860 2.860 2.860 2.860<strong>Papel</strong> offset/Offset paper 2.332 2.322 2.342 2.339 2.365Fonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USPTabela 12 – Preços médios da tonelada de papel posto em São Paulo (em R$) – com PIS, COFINS, ICMS e IPI – vendasdomésticas da indústria para grandes consumidores ou distribuidores / Table 12 – Average prices per tonne of paperput in São Paulo (in R$) - with PIS, COFINS, ICMS and IPI - domestic sales of the industry to large consumers or dealersProduto / Product Nov/11 Nov/11 Dez/11 Dec/11 Jan/12 Jan/12 Fev/12 Feb/12 Mar/12 Mar/12Cut size 3.033 3.019 3.054 3.048 3.085Cartão (resma)Board (ream)Cartão (bobina)Board (reel)Cuchê/CouchéTabela 10 – Preços da tonelada de celulose úmida em São Paulo – valores em dólaresTable 10 – Price per tonne of wet pulp in São Paulo – in dollarsDez/11 Dec/11 Jan/12 Jan/12 Fev/12 Feb/12 Mar/12 Mar/12Preço-lista /List price 650 650 650 700Cliente médioMedium-size clientFonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USPdúplex 4.005 4.005 4.005 4.005 4.119tríplex 4.507 4.507 4.507 4.507 4.507sólido/solid 5.450 5.450 5.450 5.450 5.450dúplex 3.865 3.865 3.865 3.865 3.975tríplex 4.354 4.354 4.354 4.354 4.354sólido/solid 5.297 5.297 5.297 5.297 5.297resma/ream 3.807 3.807 3.807 3.807 3.807bobina/reel 3.662 3.662 3.662 3.662 3.662<strong>Papel</strong> offset/Offset paper 2.986 2.973 2.998 2.994 3.028Fonte/Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USP600 600 600 650Tabela 13 – Preços sem desconto e sem ICMS e IPI (mas com PIS e COFINS) da tonelada dos papéis miolo,testliner e kraftliner (preços em reais) para produto posto em São PauloTable 13 – Prices without discount and without ICM and IPI (but with PIS and COFINS)per tonne of fluting, testliner and kraftliner papers (prices in reais) for product put in São PauloMiolo(R$ por tonelada)Fluting(R$ per tonne)Capa reciclada (R$por tonelada)Recycled liner(R$ per tonne)Testliner(R$ por tonelada)Testliner(R$ per tonne)Kraftliner(R$ por tonelada)Kraftliner(R$ per tonne)Dec/11 Dez/11 Jan/12 Jan/12 Fev/12 Feb/12 Mar/12 Mar/12Mínimo/Minimum 1.148 1.148 1.148 1.107Médio/Average 1.170 1.164 1.164 1.150Máximo/Maximum 1.188 1.188 1.188 1.188Mínimo/Minimum 1.230 1.230 1.230 1.189Médio/Average 1.283 1.275 1.275 1.255Máximo/Maximum 1.337 1.320 1.320 1.320Mínimo/Minimum 1.583 1.550 1.582 1.582Médio/Average 1.726 1.710 1.726 1.726Máximo/Maximum 1.870 1.870 1.870 1.870Mínimo/Minimum 1.707 1.707 1.707 1.707Médio/Average 1.799 1.792 1.801 1.798Máximo/Maximum 2.057 2.057 2.057 2.057Fonte: Grupo Economia Florestal - Cepea .Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USPabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>23


Indicadores de PreçosTabela 14 – Preços de papéis offset cortados em folhas e papeis cuchê nas vendas das distribuidoras(preços em reais e em kg) – postos na região de Campinas – SPTable 14 – Prices of offset papers cutted in sheets and coated papers as traded by dealers[prices in reais and kg] - put in the area of Campinas -SPOffset cortadoem folhasOffset cuttedin sheetsCuchêCoatedTabela 15 – Preços da tonelada de papel kraftliner em US$ FOB para o comércio exterior – sem ICMS e IPI - BrasilTable 15 – Prices per tonne of kraftliner paper for export - Without ICMS and IPI taxes - Brazil - Price FOB - in dollarsExportação(US$ por tonelada)Export(US$ per ton)Importação (US$por tonelada)Imports (US$per ton)Jan/12 Jan/12 Fev/12 Feb/12 Mar/12 Mar/12Preço Mínimo/Minimum price 3,29 3,42 3,42Preço Médio/Average price 3,94 4,01 4,02Preço Máximo/Maximum price 5,00 5,34 5,34Preço Mínimo/Minimum price 3,50 3,51 3,33Preço Médio/Average price 3,61 3,62 3,55Preço Máximo/Maximum price 3,80 3,80 3,80Fonte:Aliceweb.Source: Aliceweb Nota: n.d. dado não disponívelNov/11 Nov/11 Dez/11 Dec/11 Jan/12 Jan/12 Fev/12 Feb/12Mínimo/Minimum 522 504 534 584Médio/Average 670 678 656 630Máximo/Maximum 840 840 840 840Mínimo/Minimum 901 650 645 n.d.Médio/Average 901 650 645 n.d.Máximo/Maximum 901 650 645 n.d.Fonte:Aliceweb, código NCM 4804.1100.Source: Aliceweb, cod. NCM 4804.1100 Nota: n.d. dado não disponívelTabela 16 - Preços da tonelada de aparas posta em São Paulo - (R$ por tonelada)Table 16 - Prices per tonne of recycled materials put in São Paulo - (R$ per tonne)Produto/Product Fevereiro 2012 / February 2012 Março 2012 / March 2012Aparas brancasWhite recycledmaterialAparas marrons(ondulado)Brown materials(corrugated)TipoGrademínimominimummédioaveragemáximomaximummínimominimummédioaveragemáximomaximum1 800 967 1.100 800 950 10502 460 660 800 460 660 8004 300 413 550 300 410 5301 240 320 360 240 318 3802 190 291 350 190 291 3503 130 230 300 130 237 300Jornal / Newsprint 180 280 310 180 263 315Cartolina1 270 280 350 270 280 320Folding Board2 290 295 300 290 295 300Fonte: Grupo Economia Florestal - Cepea .Source: Grupo Economia Florestal - Cepea /ESALQ/USPTabela 17 – Importações brasileiras de aparas marrons (código NCM 4707.10.00)Table 17 – Recycled brown waste papers [Code NCM 4707.10.00] – Brazilian importValor em US$Value in US$Quantidade (em kg)Amount (in kg)Preço médio (US$ / t)Average price (US$/t)Fevereiro/11 - february/11 116.720 500.000 233.44Março/11 - march/11 74.098 300.063 246,94Abril/11 - april/11 71.520 300.000 238,40Maio/11 - may/11 107.280 450.000 238,40Junho/11 - june/11 107.340 450.027 238,52Julho/11 - july/11 90.218 425.728 211,91Agosto/11 - august/11 290.335 930.640 311,97Setembro/11 - september/11 174.445 520.947 298,31Outubro/11 - october/11 136.365 532.620 256,03Novembro/11 - november/11 104.020 500.000 208,04Dezembro/11 - december/11 145.339 573.560 253,40Janeiro/12 - january/12 61.815 226.806 272,55Fevereiro/12 - february/12 136.217 553.311 246,19Fonte:Aliceweb.Source: Alicewebdomésticas, preços listas superiores aos da Europa(veja que o preço lista médio na Europa foide US$ 650 por tonelada de BHKP em janeirode 2012 e de US$ 687 no Brasil – Tabelas 1 e 9).Há certa resistência, ainda, dos clientes médiosem aceitarem os novos aumentos de preços emdólares da BHKP, devido a contratos previamenteacertados, o que justifica o desalinhamento dospreços da BHKP e da celulose úmida para algunsclientes médios (Tabelas 9 e 10).PapéisHouve em março pequenos aumentos dospreços em reais dos papéis cut size, cartão dúplexe offset nas vendas da indústria para osgrandes consumidores (Tabelas 11 e 12). Já nasvendas das distribuidoras para as pequenasgráficas e distribuidoras da região de Campinas,observaram-se aumentos pequenos no preçodo offset cortado em folha e queda do preçodo papel cuchê – esse último devido a algumasofertas que podem ser esporádicas (Tabela 14).AparasO mercado de aparas na Grande São Pauloapresentou um cenário misto de variação depreços em março em relação às cotações vigentesem fevereiro (Tabela 16). Houve quedasdos preços médios em reais das aparasbrancas do tipo 1 (queda de 1,8%), das aparasbrancas do tipo 4 (queda de 0,7%), das aparasmarrons do tipo 1 (-0,6%) e das aparas dejornais (-6%). Já as aparas marrons do tipo 3tiveram aumento do preço médio de 3% e nãohouve alta nos preços médios das aparas brancasdo tipo 2, das aparas marrons do tipo 2 edas aparas de cartolinas.•Como utilizar as informações: (1) sempreconsiderar a última publicação, pois os dadosanteriores são periodicamente revistos e podemsofrer alterações; (2) as tabelas apresentam trêsinformações: preço mínimo (pago por grandesconsumidores e informado com desconto), preçomáximo (preço-tabela ou preço-lista, pagoapenas por pequenos consumidores) e a médiaaritmética das informações; (3) são consideradoscomo informantes tanto vendedores quantocompradores.Observação: as metodologias de cálculo dospreços apresentados nas Tabelas 1 a 17 estãono site http://www.cepea.esalq.usp.br/florestal.Preste atenção ao fato de os preços dasTabelas 11 e 13 serem sem ICMS e IPI (quesão impostos), mas com PIS e Cofins (que sãocontribuições).Confira os indicadores de produçãoe vendas de celulose, papéis epapelão ondulado no site da revistaO <strong>Papel</strong>, www.revistaopapel.org.br.24 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Coluna ABPOColuna ABPOPor Patrick Nagem Nogueira,vice-presidente da Associação Brasileirado <strong>Papel</strong>ão Ondulado(ABPO): abpo@abpo.org.brDivulgação/ABPOO papelão ondulado e o futurodo planeta: o desafio do GT deMarketingAlguns dos desafios do Grupo de Trabalho (GT) de Marketing da Associação Brasileirado <strong>Papel</strong>ão Ondulado (ABPO) são ampliar o conhecimento do mercadosobre o produto papelão ondulado e reforçar a marca ABPO. Para tanto, o GT deMarketing é integrado por profissionais que atuam nessa área nas empresas do setor e,portanto, são conhecedores do assunto e capazes de buscar resultados.A Diretoria ABPO conta também com a task force de outros GTs para desenvolversuas atividades em diversas frentes. No caso específico da equipe do GT Marketing, osprofissionais elaboram um plano para o novo posicionamento da ABPO que indicará oseventos mais adequados ao perfil da Associação.Esse trabalho incluirá diversas ações, como criação de um novo website, desenvolvimentode material de apoio com informações da Associação e dos seus produtos, divulgaçãonos principais veículos de comunicação do setor de papelão ondulado e de outros segmentosafins. Conceitos sobre a importância do uso do papelão ondulado pelos mais diversossegmentos também serão trabalhados em campanhas publicitárias e matérias dirigidas.Neste momento, em que preservação ambiental e a reciclagem são temas recorrentes, éimperativo ampliar conhecimento de formadores de opinião sobre vantagens sustentáveisdo papelão, além, é claro, de reforçar os benefícios já conhecidos do produto, como proteçãopara transporte, redução de perdas e de custo, capacidade de empilhamento e ainda diminuiçãodo frete e do tempo de carga/descarga, devido às facilidades de transporte.A grande expansão do uso do papelão ondulado é inquestionável, e sua aplicação nosmais diversos segmentos não tem encontrado limites. O setor investe cada vez mais eminovações. O uso de caixas antes inviáveis hoje é uma realidade estabelecida e provada,tais como caixas para produtos como Frutas, Legumes e Verduras (FLV), substituindo comganhos ambientais e produtivos as embalagens de madeira e plástico. Eletrodomésticos depequeno porte hoje contam com embalagens de papelão ondulado que têm função tantopara efeito de transporte quanto de exposição. No segmento da construção civil as tintase massa corrida já utilizam o papelão ondulado como solução de embalagem. O segmentode frigoríficos e congelados passou a ter um alto índice de utilização da caixa de papelãoapós a inovação dos papéis resistentes à umidade e capazes de proteger os alimentos.Ainda em sintonia com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e em apoio à lei municipalde São Paulo, a indústria de embalagens de papelão ondulado desenvolveu caixas checkoutpara substituir as sacolas plásticas dos supermercados. Produzida em papelão ondulado, aembalagem é ideal para os supermercadistas e empresas que buscam oferecer uma alternativapara seus clientes carregarem as compras e ainda ajudarem a preservar o meio ambiente.Essas embalagens servem também como grande ferramenta de comunicação, expondo a marcado cliente em grande estilo. As principais vantagens desse produto são a facilidade de descarte, ofato de ser 100% reciclável e biodegradável e a praticidade na montagem e no armazenamento.Como se vê, o setor de papelão ondulado tem todos os requisitos para ser o pioneironas mais diversas soluções sustentáveis, bem como fortalecer sua imagem como um setorpreocupado com as grandes questões mundiais que tratam do futuro do planeta. É justamenteesse o grande desafio do GT de Marketing.•abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>25


Artigo ABPOCaixas de "Pequena" Altura –Resistência à CompressãoPor Juarez Pereira,assessor técnico da AssociaçãoBrasileira do <strong>Papel</strong>ão Ondulado (ABPO).: abpo@abpo.org.brBANCO <strong>DE</strong> IMAGENS ABTCPOusuário, às vezes, tem dificuldade de interpretar o resultadodo ensaio de compressão quando a caixa tem altura “pequena”.Neste caso, entendamos o termo “pequena” como o quecompreende dimensões que não ultrapassam 120 milímetros.A razão disso está no fato de que o colapso da caixa só se define,isto é, só fica evidente quando a caixa já sofreu uma grande deflexão(diminuição da altura em decorrência da compressão).Quando tal situação se verifica, o conteúdo pode ter sido seriamentedanificado, já que passou a sofrer diretamente a pressão decorrentedo peso sobreposto ao conjunto (embalagem e conteúdo). É o quepode acontecer quando a embalagem, em seu uso normal, tem o pesodas outras embalagens que lhe são sobrepostas quando paletizadas.Em caixas de pequena altura se observam, nos ensaios de compressão,vários “picos”, isto é, vários pontos de resistência máxima; os primeirosdecorrentes de esmagamentos nas bordas (arestas) horizontaisdo topo e/ou fundo da caixa, porém sem o colapso das paredes verticais.Temos observado que em caixas de parede simples – onda C, porexemplo –, o colapso ocorre quando a deflexão atinge valores entre10 e 12 milímetros. Maiores deflexões indicariam que o conteúdopassaria a ter participação na resistência à compressão, o que, paraprodutos não autossustentáveis, exigiria um reestudo da embalagem– provavelmente a utilização de uma estrutura de papelão onduladomais resistente ou de acessórios internos para garantir que a caixaatenda à sua função principal de garantir a integridade de seu conteúdoaté chegar ao destino final.Para especificar a embalagem em tais situações, o projetista deveriasempre fazer o ensaio de compressão da embalagem com o conteúdoe verificar a partir de que ponto há danos a esse conteúdo.Temos observado, porém, que o primeiro "pico", que se verificaquando se faz o ensaio de compressão em caixas de pequena altura,é um resultado que atende aos cálculos feitos pelos projetistasao utilizarem a fórmula de McKee.Isso, se confirmado com um significativo volume de ensaios, éaltamente promissor, pois, embora não sendo detectado o colapsodas paredes verticais da caixa, a indicação da resistência à compressão,com base na deflexão, seria a especificação a definir. Dessaforma, o analista (do controle de qualidade na inspeção durantea análise no recebimento) ficaria em uma situação confortávelpara aprovar ou não o lote.O importante, porém, é o projetista da embalagem ter dadosconfiáveis sobre a especificação da deflexão correspondenteà compressão. Para observarmos o comportamento da caixa,fizemos ensaios de compressão, embora em um caso isolado,em caixas de altura de 100 milímetros (largura e comprimentoigual a 400 milímetros, papelão ondulado onda C e resistênciade coluna de 11 kgf/cm).Teoricamente, pela fórmula de McKee, a resistência à compressãoseria 493 kgf. O resultado apresentou, no primeiro “pico”, resistência de520 kgf (valor mínimo e deflexão de 12 milímetros), diferença amaior da ordem de 5,5 %. Houve ainda um segundo “pico” de594 kgf (valor mínimo e deflexão de 15,2mm) e um terceiro “pico”de 702 kgf ( valor mínimo e deflexão de 18,3mm). Somente nesseúltimo pico houve colapso (quebra das paredes verticais).Em caixas de alturas maiores – acreditamos acima de 120 milímetros–, o colapso irá se verificar já no primeiro "pico", o que facilitaráa interpretação do resultado.•26 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Coluna Gestão Empresarialsérgio britoPor Luiz Bersou,diretor do Instituto Épico de Administração: luizbersou@bcaconsultoria.com.brGESTÃO <strong>DE</strong> PRECISÃO – Parte 1Gestão de Precisão é tema que aparece cadavez mais em nossos debates. Cada vez maisse apresenta a questão da importância de seaumentar a velocidade de nossos processos de trabalho;cada vez mais se percebe que há importantesanálises a serem debatidas no balanço entre a buscado custo mínimo em nossos produtos e a busca demais velocidade nas cadeias de processo.Nas análises se evidencia cada vez mais que a buscada velocidade nas cadeias de processo é mais importantedo que a busca do custo mínimo nos produtose serviços que entregamos. Isso afeta muito nossacondição competitiva.Na última edição de nossa coluna, apresentamos otexto de nosso colega de trabalho Ricardo Zibordi, especialistaem modelagens matemáticas para cadeiasde processo. Modelagens matemáticas em cadeias deprocesso e gestão de precisão são entidades siamesas:nascem juntas e vivem juntas; dão resultados juntas nasorganizações.VALOR E IMPORTÂNCIA DAQUALIDA<strong>DE</strong> DA INFORMAÇÃOOs conceitos que formam o todo da Gestão de Precisãocomeçam com uma questão cultural importante:o que é mais importante – a tarefa ou a informaçãoconcernente à tarefa? O que sempre foi valorizadonos nossos ambientes de trabalho foi a questão datarefa. Raramente encontramos empresas em que ainformação que alimenta os processos é adequadamentevalorizada perante os grupos de trabalho queintegram as cadeias de processo. Acham que isso éum problema da turma de Tecnologia da Informação(TI) e a questão para por aí.Muitos colaboradores não se dão conta de que aqualidade da entrega da informação em cada postode trabalho é um ato de colaboração e generosidadede cada integrante da cadeia de processoscom todos os demais. Quando cada um entrega ainformação correta e no tempo correto na cadeiade processo, todos os demais colaboradores trabalhammelhor. Há, então, mais honra e mérito emnossos trabalhos quando trabalhamos a qualidadee o rigor da informação.Vem, então, algo fundamental: o que é a entrega dainformação perfeita para alimentar cadeias de processodentro dos fundamentos de Gestão de Precisão?A QUALIDA<strong>DE</strong> DA INFORMAÇÃOAO LONGO DAS CA<strong>DE</strong>IAS <strong>DE</strong> PROCESSODe uma maneira geral, percebemos que nossos colaboradoresbuscam soluções nos grandes sistemasde TI, como é o caso do Enterprise Resource Planning(ERP), esperando de grandes sistemas, pesados ecomplexos, as soluções que, por natureza, são absolutamentesimples.Vamos exemplificar essa questão com um caso elementar,como a queixa de um especialista em contabilidade.Ao comentar a dificuldade em dominar ainformação no sistema contábil, ele cita o caso doaluguel a ser pago para o dono do imóvel e o impostoque incide sobre esse mesmo valor de aluguel.Pagam o aluguel e não pagam o imposto ou pagamo imposto e não pagam o aluguel. Em outros casos,não pagam nem o aluguel nem o imposto e, em algunscasos, pagam os dois corretamente. Aluguel eimposto são duas variáveis de uma mesma entidadecomplexa: pagar o aluguel; são indissociáveis.Outro exemplo interessante é o pagamento do fornecedore do frete da entrega quando não está no preço.Conheci uma empresa que se especializou em ser protestadaporque pagava o fornecedor rigorosamente em dia,mas não pagava o frete, que se perdia em algum lugar.A questão é: como garantir o link correto entre ovalor a ser pago de aluguel e o imposto decorrente?Preço e frete? Como resolver essa questão tão elementarque se propaga por milhares de eventos emnossos sistemas de informação?abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>27


Coluna Gestão EmpresarialFigura 1Luiz BersouA ESTRUTURA DA INFORMAÇÃOObservando-se as Figuras 1 e 2, vemos uma estrutura em que aparecemas expressões Núcleo da Informação e Atributos da Informação.Vamos usar o caso de nosso contador, e, como Núcleo da Informação,podemos considerar o aluguel a ser pago. Já como Atributos da Informação,podemos considerar, por exemplo:1. o contrato de aluguel;2. vencimento do contrato e datas de pagamento;3. cláusula de reajuste do aluguel;4. índices de reajuste do aluguel;5. nome do proprietário do imóvel a quem é feito o pagamento;6. IPTU do imóvel;7. endereço;8. dados fiscais;9. dados bancários; e10. dados de comunicação.Considerando a Figura 2 especificamente, vemos as expressões Simplese Complexa. Por exemplo, a fórmula matemática que permite calcularo imposto sobre o aluguel é uma informação complexa que exige critériosde cálculo, conforme pode ser observado na Figura 2. Isso poderia ser consideradoo item 11 da sequência exposta como Atributos da Informação.Podemos ter critérios de manutenção do imóvel que requeremregras mais complexas e, dessa forma, definiríamos o item 12 dareferida sequência dos Atributos da Informação.O exemplo que citamos aqui vale para tudo o que acontece na empresae que requer, de uma forma ou de outra, movimentação de recursose os registros corretos e precisos.A análise das Figuras 1 e 2 aponta claramente para a questão desomente começamos a fazer Gestão de Precisão, quando para todasas nossas estruturas de informação dominamos claramente o Núcleoda Informação e os Atributos da Informação. Basta um único atributode informação falhar para que haja perda de precisão e velocidadeem nossas cadeias de trabalho. Esse fenômeno acontece em 100% dasempresas que visitamos. O custo oculto aparece de forma contundente.Figura 2Luiz BersouESTRUTURA DA INFORMAÇÃO ECADASTRO DA INFORMAÇÃOEssas estruturas de Núcleo de Informação e Atributos de Informaçãoficam sediadas na estrutura de Cadastros da Empresa. Essa estruturade cadastros naturalmente fica sediada fisicamente no ERP da empresa.Em toda empresa essa estrutura de cadastros existe, e sua qualidadeinterfere muito com a qualidade do que chamamos de Gestão de Precisãoe velocidade de processos.Essas estruturas de cadastros ficam, então, diretamente conectadascom o plano de contas da empresa, a projeção orçamentária,o sistema de contas mutantes e o fluxo de caixa da empresa nopresente e no futuro.Na tela “O Sistema que termina no Fluxo de Caixa” apresentamosquatro estruturas de cadastros. Normalmente temos nas empresas cercade 12 estruturas de cadastros que podem e devem ser colocadas em destaque.Questão complementar à dos cadastros é a manutenção de suasqualidades de informação. Toda empresa precisa ter uma rotina de preservaçãoda qualidade dos cadastros e a integração dos mesmos entre si.28 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


QUALIDA<strong>DE</strong> DAS ESTRUTURAS <strong>DE</strong> INFORMAÇÃOAs Figuras 1 e 2 referentes a Núcleo de Informação e Atributos deInformação refletem estruturas de informação que podem ser classificadasquanto à qualidade da informação.As três curvas ao lado refletem situações em que:1. dominamos o Núcleo da Informação, mas não dominamos os Atributosda Informação;2. dominamos o Núcleo da Informação e estamos evoluindo no domíniodos Atributos da Informação;3. dominamos o Núcleo e os Atributos de Informação.As decorrências dos três estágios da informação são bem refletidasnos gráficos em destaque, nos quais vemos a linha ideal de uma cadeiade trabalho, e o que acontece na prática.<strong>DE</strong>CORRÊNCIA DO DOMÍNIO E RIGORDA INFORMAÇÃO NAS CA<strong>DE</strong>IAS <strong>DE</strong> TRABALHOImaginemos uma cadeia de suprimentos em uma empresa com filiaisque vivem de contratos de trabalho. Os quadros abaixo mostram comoa falta de qualidade de informação aumenta em muito o custo oculto eatrasa os processos de trabalho. Os gráficos são reais.Na cadeia de processos, temos que as filiais representam as operaçõesunitárias 1, 2 e 3; o departamento de compras representa asoperações unitárias 4 e 5; os fornecedores representam as operações 6e 7; e o fluxo de caixa representa a operação 8.O formato da curvamostra a decadência dotrabalho sem rigor decadastros e a própriacadeia de processos, ea parte ascendente representao esforço dasequipes para terminaro ciclo de trabalho comqualidade e custo minimamenteaceitável.Luiz BersouA área entre a retasuperior e a curva inferior representa o custo fixo maior. Já tivemosempresas em que o custo a maior representado por essa curva representavaquase 50% do custo fixo.RESULTADOS DA GESTÃO <strong>DE</strong> PRECISÃOE RIGOR DOS CADASTROSO gráfico abaixo representa em boa parte o que é o efeito docuidado com os cadastros da empresa e a estruturação inteligentedos processos.Luiz Bersouabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>29


Coluna Gestão EmpresarialRessaltamos a questão à qual sempre nos referimos. Para sediminuir custo fixo, a melhor iniciativa é aumentar a velocidadedos processos de trabalho.No gráfico mostramos uma situação real em que a velocidadedo ciclo de trabalho foi reduzido a um terço da velocidadeoriginal, e o custo tradicional na empresa foi reduzido namesma proporção.Foi com o debate dessa curva que possibilitamos a nossosclientes ter custos fixos que representavam apenas 15% dareceita da empresa, quando o dado anterior era de 40%.ESTRUTURAÇÃO DOS CADASTROS, GESTÃO <strong>DE</strong> PRECISÃOE GESTÃO POR CAMADAS PROGRESSIVASObservando-se a tela abaixo, verificamos de imediato quepodemos considerar os cadastros que alimentam as diversas camadasde gestão.Na filosofia de Gestão de Precisão, se queremos que a gestãode cada camada seja perfeita e que haja gestão de precisão,os cadastros que vão alimentar os processos em cada camadadevem ser perfeitos também.GESTÃO <strong>DE</strong> PRECISÃO, SINCRONIA <strong>DE</strong> PLANEJAMENTOS ERECURSOS NAS CA<strong>DE</strong>IAS <strong>DE</strong> PROCESSOA tela ao lado representa o que mais belo pode ser feitoem termos de trabalho de sincronia e alinhamento do ideal degestão de uma empresa: busca do rigor e precisão em todas ascadeias de processo. Trabalhamos as sincronias dos diversosplanejamentos e orçamentos e, ao mesmo tempo, dominamoso desempenho das cadeias de trabalho que entram nesse jogo.Podemos nos atrever a dizer que empresas que entram nesseestágio passam do estágio de estarem competitivas parao de serem competitivas.•30 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Negócios & MercadoPor Thais SantiMetso mais presente!A finlandesa Metso Paper respondeu com investimentos à perspectiva deaumento da demanda tecnológica da indústria de papel e celulose na Américado Sul. Uma nova planta da empresa foi inaugurada no País, na cidade deAraucária (PR), em março último, ampliando sua oferta de serviços ao setorMotivos não faltaram para comprovar a importânciado investimento de R$ 40 milhõesconsolidados pela Metso Paper na construçãode sua nova fábrica no Brasil – uma planta comunidade de produção de equipamentos para papel, celulosee energia e os escritórios administrativos daempresa inaugurada em março último em Araucária,no Estado do Paraná. Entre eles está o fato de, noano passado, o País ter se tornado o primeiro destinodas vendas de tecnologias da empresa finlandesa.Além disso, o cenário positivo, com novos projetosanunciados no Brasil pelo setor de celulose e papel,contribuiu para esse crescimento e aumentou o interesseda Metso em expandir suas atividades naAmérica Latina. Tanto é assim que, para 2013, osexecutivos da empresa programam a construção deum centro de serviços no Estado do Maranhão.“O Brasil é considerado um mercado jovem e saudável,ou seja, tornou-se um porto seguro de muitos fornecedoresestrangeiros. Devido à sua estabilidade econômicaperante os demais países no mercado mundial”,frisaram os dirigentes da Metso durante a solenidadeda inauguração da nova planta. Só o País foi responsávelpela soma de 1,292 bilhão de euros, representandomais de 20% das vendas da Metso. Vale ainda citar quea competitividade florestal do Brasil é favorecida pelodesenvolvimento tecnológico do setor florestal local,condições climáticas e disponibilidade de terras.Para Celso Tacla, presidente da Metso para a Américado Sul, a estratégia de investimento da empresa estábaseada na previsão positiva de crescimento da demandae da necessidade das indústrias do setor de substituira produção de alto custo dos mercados madurospor novas fábricas de alta eficiência. “Com isso, esperamosum aumento de capacidade de produção de 40%na América do Sul nos próximos cinco anos”, afirmou.Outro dado importante: no Brasil, o mercado de serviçostem crescido entre 10% e 15% ao ano, tornando-seum segmento muito promissor segundo PauloAguiar, gerente de Vendas da Metso. “Enquanto a áreade projetos oscila bastante em função da economia, ade serviços é bastante estável. Em 2008, com a crise,foi a grande responsável por assegurar o faturamentoda empresa”, ressaltou.As considerações relevantes sobre o potencial do Brasilcomo porto seguro de investimentos externos foram ressaltadaspor Pasi Laine, vice-presidente executivo mundialda Metso Celulose, <strong>Papel</strong> e Energia (e debut para CEO). “Acrise não afetou este mercado, que opera em longo prazo,possibilitando à empresa dar continuidade à sua estratégiade investimento nos mercados emergentes.”Araucária em detalhesAtualmente, do total do faturamento global daMetso em prestação de serviços, 41% concentram-se naAmérica do Sul. “Nosso objetivo é aumentar ainda maisesse share a partir da ampliação de nossos negócios naComo um marco eminvestimentos paraa região, políticosparticiparam dainauguração. Da esquerdapara a direita: Beto Richa,governador do Estadodo Paraná; Celso Tacla,presidente da Metso paraa América do Sul; PasiLaine, presidente mundialda Metso <strong>Papel</strong>, Celulose eEnergia; Marcelo Castelli,CEO da Fibria; e AlbanorJosé Ferreira Gomes,prefeito de AraucáriaDivulgaçãoabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>31


Negócios & MercadoCelso Tacla:“Esperamosum aumento decapacidade de40% na produçãosul-americana nospróximos cinco anos”“De algumaforma, aMetso estápresente emmais de 60%das fábricasde celulosee papelno País”,destacouPasi LaineDivulgaçãoregião.” Para tanto, a nova fábrica compreenderá a áreade manufatura e serviços, além da sede administrativa,com os departamentos de vendas, engenharia, recursoshumanos, tecnologia da informação e treinamento, distribuídosem 10 mil metros quadrados.Construída sobre os pilares da sustentabilidade, aunidade foi arquitetada como um prédio inteligentede alta eficiência térmica. Sua estrutura requer baixoconsumo de água, possibilitado pela captação e aproveitamentodas chuvas e uma estação de tratamento deefluentes, para reúso. O projeto também previu reduçãono uso de madeira durante a construção/acabamento,utilização de telhados de alta refletância, isolamentotérmico, ventilação cruzada e brises.O principal objetivo da unidade é funcionar comosede de suporte aos clientes, seja com serviços de campoe reparo de peças, seja com usinagem e manufatura.Além disso, será um polo do desenvolvimento da áreade engenharia e execução de projetos. Entre os serviçosprestados em manufatura e reparos, a unidade, inclusive,já tem recebido peças para reforma de várias empresasda América do Sul.“Hoje a Metso detém 100% desse mercado pararecuperação dos alimentadores de alta pressão naregião”, pontuou o gerente de vendas da Metso. Aunidade também conta com a área de caldeirariapesada, com a fabricação de peneiras do difusor atmosférico.“O que mais trabalharemos nesta unidadeserão os serviços para rolos e prensas, roscas plug,picadores e alimentadores de alta pressão. Normalmenteessas peças seriam enviadas para fora do Brasil,mas, com a nova fábrica, economizaremos custoe tempo aos clientes, otimizando esse processo defornecimento”, disse Aguiar.Entre as novidades da planta da Metso está a partede corte de plasma de alta precisão, bem como ascabines de hidrojato e pintura que foram implantadas.Além disso, na área de usinagem, a Metso Araucáriafabricará as bicas de smelt, comuns no caso dedesgaste das caldeiras, que serão exportadas paravárias regiões do globo. De acordo com o gerentede Vendas da Metso, “das 400 bicas comercializadasno mundo inteiro no ano passado, 200 foram feitaspela Metso. Agora, a empresa também pode fabricarfiltros de licor para digestores”.Aguiar destaca ainda o know how da empresafinlandesa no Brasil com sua nova unidade para auxiliarna solução de problemas em países da Américado Sul. “Quando ocorreu o terremoto no Chilehá dois anos, o país virou um caos, assim como asindústrias. Torres de branqueamento e digestorescaíram, o que destruiu grande parte dos processos.Fomos chamados como equipe especializada, formadapor 30 profissionais da unidade de Araucáriae outras dez pessoas de outras plantas para colocarem funcionamento várias fábricas e recuperar inúmerosequipamentos locais. O atendimento rápido eeficaz, com segurança, foi fundamental para o futurodessas empresas, algo que só foi possível porqueestávamos presentes na América do Sul”, recordouo gerente de Vendas.Próximos passosPara acompanhar o crescimento anunciado, alémda fábrica em Araucária, uma nova unidade da Metsoestá sendo implantada em Imperatriz, no Maranhão,com início das operações previsto para o próximoano. A unidade atenderá diretamente ao projeto daSuzano Maranhão em sua totalidade, bem como outrasfábricas localizadas nas proximidades.“A oferta de serviços será a mesma, mas a proximidadecom o cliente certamente facilitará o trabalho paraambas as partes, reduzindo prazos e até mesmo custos,como os envolvidos com a logística, por exemplo”,32 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


afirmou Tacla, presidente da Metso para a América doSul. A inserção de novas tecnologias também coloca aempresa em posição de vantagem, principalmente naquestão energética. A demanda, segundo a empresa,vem crescendo 6% ao ano na América do Sul, e a liderançado Brasil em bioenergia faz do País um potencialmercado para o crescimento dos biocombustíveis.Nessa questão, diz Tacla, as caldeiras de biomassapara a indústria de celulose, bem como outras tecnologias– peletização, gaseificação, pirólise e até etanolde segunda geração –, poderão se tornar importantesaliados na competitividade desta indústria. Hoje, a companhiaestá com seis projetos em andamento em energiarenovável – em caldeiras de biomassa: CMPC SantaFé (80 MWe), Arauco Viñales (80 MWe), CMPC Laja (50MWe) e Suzano Maranhão (50 MWe); em caldeiras derecuperação (papel e celulose): Eldorado (280 MWe) eSuzano Maranhão (300 MWe). (Veja o quadro comos números das tecnologias mais comercializadaspela Metso no mundo)Outro projeto também destacado pelos executivos daMetso durante a inauguração da nova planta foi a maisnova unidade de gaseificação de resíduos, por meio doprocesso de Circulating Fluidized Bed (CFB), que sairána Finlândia, em abril deste ano, para a empresa LahtiEnergia Oy. A solução foi idealizada para substituiçãoem larga escala do uso de combustível fóssil, produzindoeletricidade e biocombustíveis, com significativaredução das emissões de CO 2. Essa planta gerará50 MWe (cerca de 90 MWth) com os resíduos que serãotransformados em gás combustível. Nesse processo,os materiais são resfriados, limpos e incinerados emuma caldeira de alta eficiência para produção de vapor.“Queremos futuramente oferecer essa mesma tecnologiano Brasil como uma alternativa para as plantas nageração de energia”, pontuou Laine.Em contrapartida, não só de boas perspectivas viveo setor. Segundo Tacla, alguns fatores desafiarão essemercado. “Ainda convivemos com altas taxas de impostossobre os investimentos, e a apreciação da moedaem relação ao dólar continuará prejudicando asmargens de lucro dos exportadores de celulose brasileiros”,aponta o executivo. O presidente da Metsopara América do Sul citou ainda o aumento do custode mão de obra de construção como um dos grandesgargalos para o desenvolvimento da indústria.Mas nada que uma economia promissora, como a do Brasil,não consiga encontrar meios de superar! Se depender dosetor e seus fornecedores, o futuro será de crescimento. •Distribuída em umaárea de 10 mil m 2 , osvisitantes puderamconhecer as instalaçõesda nova planta, incluindoas áreas administrativasDivulgaçãoAs tecnologias mais comercializadas pela Metso no mundoFabricação de Celulose <strong>Papel</strong>, <strong>Papel</strong>cartão e Tissue Bioenergia200 pátios de madeira470 cozimentos300 linhas de fibras completas4000 tambores lavadores1190 prensas de lavagem TwinRoll350 máquinas de secagem+ 400 evaporações+300 caldeiras de recuperação+80 caustificaçõesFonte: Metso900 máquinas de papel700 máquinas de papelcartão180 máquinas tissue200 linhas de polpação mecânica200 caldeiras de leito fluidizado borbulhante70 caldeiras de leito fluidizado circulante120 Caldeiras de grelha para biomassa400 Sistemas de proteção ambientalSistemas de gaseificaçãoabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>33


Jussi Salojärvi, Gerente de Desenho Industrial da MetsoProjetado com segurança e facilidade em menteAssim como todos os produtos Metso, a nova linha para produção de papel e cartão, OptiConcept M,foi desenvolvida pensando nos usuários finais. A segurança do operador e a facilidade de operaçãoforam os principais motivadores para o desenvolvimento deste conceito inovador de máquina.As tarefas diárias podem ser realizadas de forma mais segura e mais fácil; os níveis de ruídosão menores e a linha de produção apresenta uma melhor ergonomia. A manutenção émais simples graças a passadiços mais espaçosos e com melhor acessibilidade.O OptiConcept M representa um investimento econômico que garante um melhor nível desegurança e menor impacto ambiental. “Para os fabricantes de papel e cartão, o conceitoOptiConcept M aumenta a motivação dos funcionários, apresenta acessibilidade otimizada emaximiza a produtividade”, explica Jussi Salojärvi, Gerente de Desenho Industrial da Metso.www.metso.com/opticonceptm


Negócios & MercadoPor Caroline MartinEspecial para O <strong>Papel</strong>Os avanços do tratamentode água e efluentesPerenne oferece alternativas tecnológicas para otimizar o uso do recursohídrico no processo de fabricação de celulose e papelAquela época em que fábricas lançavam nos córregostodo o volume de água usado em suas atividadesindustriais parece remota em meio ao contexto atual.Felizmente, a crescente preocupação com a preservaçãodos recursos naturais deixa a realidade da década de1970 para trás. As conquistas atingidas ao longo dessesanos, porém, não devem ser esquecidas.O estabelecimento de normas que prezam pela águase destaca entre as medidas que trouxeram avançossignificativos no uso do recurso hídrico. “A legislação éo que motiva a adoção de novas tecnologias e técnicaspara tratamento de água e efluentes”, constata o engenheiroambiental Daniel Brooke, gerente de Pesquisa eDesenvolvimento da Perenne.Hoje, a rotina de diferentes segmentos industriaisnão se limita ao uso mais racional da água, voltando-setambém à eficiência dos tratamentos. Na prática, todosos setores procuram atingir metas contínuas de melhoriasambientais. A indústria de celulose e papel faz parteda lista de segmentos que almejam esse objetivo emprol da sustentabilidade.Para tratar a água e os resíduos sólidos provenientesde seu processo de produção, o setor recorre a inúmerasalternativas tecnológicas. Entre as mais atuais, encontram-seos diferentes processos de deságue e secagemdo lodo gerado nas estações de tratamento.Conforme explica o engenheiro Ricardo Carvalho,gerente da Unidade de Negócios da Perenne, tais aplicaçõesreduzem o volume do lodo a ser descartado apartir da evaporação da água existente. “Dependendoda composição química, o vapor gerado com essa tecnologiaainda pode ser reutilizado para outros fins. Épossível, por exemplo, condensá-lo novamente e usá-lona etapa de lavagem”, aponta a solução. Já o produtoobtido na secagem (resíduo seco) pode ser usado comoadubo a partir da compostagem.Apesar de o sistema de secagem despontar entre astecnologias mais atuais, os players do setor têm à mãotrês processos como alternativas convencionais: adensamento,decanter centrífuga e filtro prensa. Nos métodosconvencionais, esclarece Carvalho, o teor de umidadefica entre 60% e 80% do volume, dependendo da carac-Divulgação PerenneBrooke: “Alegislação é omotivador daadoção de novastecnologias etécnicas paratratamento deágua e efluentes”abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>35


Negócios & MercadoDivulgação PerenneSistema de osmosereversa propõea utilização demembranasconstituídas decamadas poliméricas,capazes de reter atésólidos dissolvidos,como sais e metaisterística do efluente e da tecnologia adotada. “No casodo sistema de secagem utilizado com o pós-tratamento,reduz-se o restante do teor de umidade existente de 85%a 92%, resultando em uma diminuição drástica do volume,reduzindo consideravelmente os custos com logísticae procedimentos de descarte e, ainda, minimizando osimpactos ambientais”, lista o engenheiro.Carvalho informa que o processo de pós-tratamentojá está em operação no Brasil. Na hora de optar por umdos processos, fatores como custo, espaço e prazo deexecução da planta devem ser avaliados. “Acredito queem breve o sistema de secagem será a opção adotadapelos grandes players, seja pela eficiência, pelo custo--benefício ou até mesmo pela necessidade de atenderàs exigências da legislação.”Água: recurso indispensável emtodo o processo produtivoA conscientização ambiental, somada ao respeitoà legislação vigente, caracteriza de forma marcante ofinal do processo produtivo de celulose e papel. O tratamentoda água, contudo, é igualmente fundamental naponta oposta, ou seja, no início da fabricação.Entre os requisitos da água industrial está um baixoteor de sólidos em suspensão, a fim de reduzir a contaminaçãodas linhas, bem como reduzida presença decloretos e pouca dureza, para evitar corrosão ou incrustaçãonas linhas. “Os teores de cloretos e de durezanos mananciais brasileiros são usualmente baixos, oque justifica tratamento baseado apenas na etapa declarificação”, explica o gerente de Pesquisa e Desenvolvimentoda Perenne.O tratamento da água industrial pode basear-se emtecnologias convencionais de coagulação, floculação,sedimentação e filtração, como também na tecnologiade membranas de ultrafiltração. Conforme esclareceBrooke, a principal diferença entre a ultrafiltração (UF) eo processo convencional está relacionada à qualidade doproduto final e ao consumo de produtos químicos. “Coma UF, é possível obter turbidez da água tratada na ordemde 0,1 NTU. Já a alternativa convencional resulta em turbidezde 1 NTU”, compara o gerente da Perenne. “O consumode químicos da UF é de 5 a 10 vezes menor do queo consumo de um tratamento convencional”, completa.Brooke reforça que, no caso da água usada nas caldeiras,a qualidade é fator ainda mais relevante. “As novascaldeiras de alta pressão e sistemas de cogeraçãoexigem condutividade inferior a 0,3 micro-siemens/cm eteores de sílica inferiores a 10 ppb, ao passo que a águabruta usualmente possui condutividade de 150 micro--siemens e em torno de 10.000 ppb de sílica”, informa oengenheiro ambiental. Para atingir essas características,a água passa por um processo de desmineralização, queatualmente pode ser feito a partir de duas tecnologias:a de resinas de troca iônica e a de membranas de osmosereversa.Caso tais especificidades não sejam atingidas, ambasas águas podem causar transtornos à linha de produção.A água industrial desapropriada leva à formaçãode algas e biofilme nas torres de resfriamento, bemcomo ao aumento do consumo de químicos usados noprocesso. A água desmineralizada, por sua vez, quandonão tratada adequadamente, pode reduzir drasticamenteo intervalo entre manutenções de caldeiras e turbinas,interrompendo a produção da planta.Troca iônica X osmose reversaEmbora a troca iônica ainda figure como a alternativamais convencional para a desmineralização da água,o sistema que usa membranas de osmose reversa vemganhando espaço nas novas plantas de celulose. A unidadeindustrial da Bahia Specialty Cellulose (BSC), localizadano Complexo Industrial de Camaçari (BA), podeser citada como exemplo de parque que adotou essaopção tecnológica desde o início das operações.Em 2006, a empresa firmou contrato com a Perenne.Os equipamentos adquiridos, com capacidade de produçãode água desmineralizada de 640m³/h, são compostospelos seguintes itens: pré-tratamento por filtro deareia duplo fluxo; sistema de desmineralização de águapor osmose reversa; sistema de troca iônica, sistemas36 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


de filtração e polimento de condensado e, finalmente,sistema de neutralização dos efluentes. Segundo ReinaldoAlcântara Fernandes, coordenador de Utilidades daBSC, as escolhas foram baseadas na qualidade da águabruta e na experiência anterior da empresa. “Nossa Linha1 já usava sistema de osmose reversa”, comenta elesobre a implantação bem-sucedida da tecnologia.O sistema de osmose reversa proposto pela Perenneconsidera a utilização de membranas constituídasde camadas poliméricas, capazes de reter até sólidosdissolvidos, como sais e metais. No processo, a água ébombeada em altas pressões através das membranas,gerando duas correntes: uma de água desmineralizada(permeado) e outra de água e sais minerais (rejeito).Mais uma característica peculiar do sistema de osmosereversa é o duplo passo. Isso significa que a água depermeado atravessa o sistema de membranas por duasvezes, a fim de melhorar suas propriedades.De acordo com o gerente da Perenne, o investimentode uma empresa de celulose e papel que adotaa tecnologia de osmose reversa é aproximadamente30% superior ao correspondente em tecnologias convencionaisbaseadas em troca iônica. Vale ressaltar,porém, que o payback pode ser notado a partir de umano da data de implantação.O retorno financeiro é visto por Brooke como uma dasprincipais vantagens apresentadas pelo sistema de osmosereversa: “A economia de químicos, mais especificamenteácido clorídrico e hidróxido de sódio, usados em grandequantidade na regeneração das resinas da troca iônica,proporciona um payback de boa brevidade”, afirma.Outro benefício que pode ser desfrutado pelos playersque adotam o sistema de osmose reversa em seus parquesé o prolongamento da vida útil das membranas.O mercado estima um período de uso de três a cincoanos. Isso, no entanto, depende de como o sistema éoperado, ressalta Brooke. “Temos exemplos de plantasoperadas por profissionais da Perenne cujas membranasultrapassaram seis anos de vida útil”, destaca. “Tudovaria conforme a capacitação de quem opera e a corretamanutenção do sistema.”Também por esse fator, a Perenne oferece o programaLado a Lado. Caracterizado pelo uso de sofisticadosalgoritmos matemáticos, o programa é capaz de preveratividades de manutenção necessárias e reduzir danos àsmembranas. “O Lado a Lado também elabora protocolospersonalizados para limpeza de membranas, aumentandoa eficiência dessa ação e reduzindo o dano causado porprodutos químicos agressivos”, esclarece Brooke.Na rotina operacional da BSC, a intervenção do operadorinclui uma limpeza química (lavagem ácida e alcalina)a cada dois meses. “Além disso, contamos com um acompanhamentomensal da performance da planta por meiodo programa Lado a Lado. Quando há necessidade demanutenção no sistema, a Perenne tem colaborado comsupervisão in loco, e as decisões são compartilhadas”, revelaFernandes, coordenador de Utilidades da BSC.Vale lembrar que a tecnologia de osmose reversa vemsendo adotada há mais de 25 anos no Brasil. Nas áreasde saneamento, por exemplo, já substitui os processosfísico-químicos convencionais em virtude da menor produçãode lodo, redução do consumo de químicos, menorárea utilizada e melhor qualidade do produto.Por que, então, diante das inúmeras vantagens demonstradas,essa tendência ainda não pode ser consideradacomo consolidada na indústria de celulose e papelbrasileira? “Em muitos casos, trata-se de uma questãocultural”, responde Brooke. O gerente de Pesquisa eDesenvolvimento da Perenne ressalta que o fato de osprocessos convencionais já atenderem aos requisitosde qualidade dentro dos custos operacionais esperadostambém dificulta a popularização da tecnologia maisrecente. Ele garante, contudo, que ambas as tecnologiasestão bem difundidas. “A adoção de uma ou outraestá mais atrelada à cultura da empresa que realiza oprojeto da planta de celulose”, avalia.•Fonte: PerenneDivulgação PerenneCom a devidamanutenção, a vida útilde membranas usadasno sistema de osmosereversa pode se estendera até cinco anos ou maisEsquemade sistemaduplo passode osmosereversaabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>37


Reportagem de CapaPor Caroline MartinEspecial para O <strong>Papel</strong>Fmais Design e ComunicaçãoUm plano para a políticaPara atender às demandas da Lei Nº 12.305/2010, poder público, setorempresarial e sociedade terão de unir forças e arregaçar as mangas. Vejao que já vem sendo colocado em prática e quais devem ser os próximospassos, de acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos38 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


DivulgaçãoAforma como a sociedade brasileira lida com olixo que produz, assim como as empresas comos resíduos industriais, está passando por umafase de transformação. Em agosto de 2010, foi aprovadaa Lei Nº 12.305, que institui a Política Nacionalde Resíduos Sólidos (PNRS) e demanda alterações emdiversas condutas atuais. Na prática, poder público, setorprodutivo e sociedade buscam entendimento sobresuas novas responsabilidades.A fim de facilitar o processo que levará à implantaçãoeficaz da lei, instituiu-se também o Plano Nacional deResíduos Sólidos, documento que apresenta conceitos epropostas para a interação entre os muitos setores daeconomia. (Veja BOX sobre o conteúdo mínimodo Plano Nacional de Resíduos Sólidos)No final de 2011, o documento em questão foi objetode discussão de cinco audiências públicas regionais,uma audiência pública nacional e consultas públicas viainternet. “Foi um processo muito exaustivo, com alteraçãode inúmeras emendas”, recorda Silvano Silvérioda Costa, diretor de Ambiente Urbano do Ministério doMeio Ambiente (MMA).Apesar do trâmite trabalhoso, Costa vê a participaçãoda sociedade como enriquecedora. “Atualmente,a versão final do Plano Nacional, que está em análisepelos Conselhos Nacionais, soma muitas contribuiçõesprovenientes das consultas públicas”, informa.Outro aspecto positivo, segundo ele: à medida quea sociedade teve acesso e ajudou a construir o PlanoNacional, inteirou-se mais sobre educação ambiental esobre as maneiras de buscar um consumo sustentável.“Isso certamente facilitará a implantação prática doPlano”, acredita Costa.Para chegar à estruturação do documento que passoupela aprovação da sociedade e deve receber o avaldos Conselhos Nacionais ainda no primeiro semestredeste ano, o MMA contou com o auxílio do Institutode Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) na elaboraçãode um relatório que refletisse a atual situação dos resíduossólidos no Brasil. De forma geral, o diagnóstico foimontado a partir do ciclo dos resíduos: geração, coleta,tratamento e disposição final, conforme explica AlbinoRodrigues Alvarez, técnico de Planejamento e Pesquisado Ipea. De acordo com Alvarez, a primeira grande conclusãorevelada pelos dados do diagnóstico diz respeitoao avanço da coleta regular nos últimos 20 anos. A taxade cobertura de coleta alcançou quase 90% do totalde domicílios brasileiros em 2009, sendo que nas áreasurbanas esse índice supera os 98%.Apesar da boa notícia, o Plano Nacional ainda indicamuitos aspectos que requerem avanços, enfatiza o técnicodo Ipea. A coleta seletiva, por exemplo, está entreas áreas que demandam melhorias. “O que existe hojeé a coleta simples, feita em qualidade variada pelos municípiosbrasileiros. Já quanto à coleta seletiva, eu diriaque é incipiente em todo o País”, constata Alvarez.Para o diretor de Ambiente Urbano do MMA, o diagnósticodo Ipea reforça a existência de um gargalo: afalta de informação esquematizada sobre os resíduos.“Fazer com que as informações cheguem a todos osâmbitos envolvidos para realizar e acompanhar essareforma política é o grande desafio que temos pelafrente”, identifica Costa.Metas instituídasEntre os objetivos mais difundidos da Lei Nº12.305/2010, está o fechamento de todos os lixões acéu aberto espalhados pelo Brasil, até 2014. Os lixõesrepresentam uma forma inadequada de disposição finalde resíduos e rejeitos, pois consistem na descargado material no solo sem qualquer técnica ou medidade controle. O que a lei prevê, portanto, é que, daqui adois anos, os rejeitos que não puderem ser compostadosnem reciclados – fração que representa entre 5%a 10% do total do lixo urbano – sejam destinados aaterros sanitários. Esse tipo de disposição de resíduosPara Silvano Silvérioda Costa, levarinformações a todos osâmbitos envolvidos éo grande desafio pararealizar e acompanharessa reforma políticaabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>39


Reportagem de CapaSidney MurrietaAlbino Alvarez revelaque os produtos feitosde papel e papelão sãolíderes em reciclagemquando comparadosa plástico, metal,alumínio e vidrosólidos urbanos no solo não causa danos à saúde públicae minimiza os impactos ambientais.Outro aspecto fundamental da PNRS é a responsabilidadecompartilhada entre fabricantes, importadores,distribuidores, comerciantes, consumidor e governo sobreos resíduos sólidos. Tomando esse pressuposto comobase, uma série de metas que visam à redução dos resíduose rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmentecorreta foi listada, a exemplo da expansãoda coleta seletiva de materiais recicláveis (fração secado lixo). Em outras palavras, a implantação da logísticareversa fica a encargo do setor privado.A respeito da coleta seletiva, o diagnóstico realizadopelo Ipea mostra que, entre 2000 e 2008, houveum aumento de 120% no número de municípiosque desenvolvem tais programas: atualmente 994– a maioria dos quais localizada nas regiões Sul eSudeste. O marco, embora importante, não ultrapassa18% dos municípios brasileiros, o que reforça a necessidadede as empresas viabilizarem com rapidez osistema de coleta seletiva de plásticos, metais, papéis,papelão e vidros gerados nos domicílios.Ana Maria Luz, presidente do Instituto GEA – Éticae Meio Ambiente, Organização da Sociedade Civil deInteresse Público (Oscip) que tem como finalidade desenvolvera cidadania e a educação ambiental, apontaas duas principais falhas na atual forma de coleta seletiva.A primeira consiste na falta de comunicação como cidadão. “As pessoas que se mobilizam a separar osmateriais recicláveis muitas vezes não sabem os dias eos horários em que o caminhão de coleta passa nem oslocais de entrega”, exemplifica ela.Outra falha apontada por Ana Maria refere-se à logísticade recolhimento. “Na cidade de São Paulo, apenasalguns bairros oferecem o serviço de coleta seletiva.Mesmo nesses bairros, o serviço funciona mal, com datasincertas de coleta”, lamenta.Elisabeth Grimberg, coordenadora da área de ResíduosSólidos do Instituto Pólis, acredita que a falta deentendimento sobre a responsabilidade de cada ator noprocesso de coleta seletiva dificulta a implantação adequadaprevista pela lei.Ao citar uma pesquisa realizada pelo Pólis, que envolvediálogos com gestores públicos de diversos muni-DivulgaçãoCentral deCompostagem daUnidade Limeira,da Suzano, contacom tecnologias deponta para gerenciarresíduos sólidosindustriais40 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


cípios paulistas, Elisabeth aponta que “ainda não parecemclaras as respectivas parcelas de responsabilidadena gestão dos resíduos sólidos, especialmente os domiciliares,que cabem à prefeitura e ao setor empresarial”.De acordo com a Lei Nº 12.305/2010, lembra Elisabeth,as prefeituras são responsáveis pela coleta seletivada fração orgânica do lixo, o que inclui sobras dealimentos e partes úmidas de diversos resíduos. Já osprodutos dispensados após o consumo, chamados de“resíduos secos”, devem ficar sob responsabilidade dosetor empresarial, caracterizando a logística reversa.Trata-se, na verdade, de um conjunto de ações, procedimentose meios que facilitam o retorno dos resíduossólidos a seus geradores para que sejam reciclados oureaproveitados para confecção de novos produtos, visandoà geração mínima de rejeitos.O compartilhamento de responsabilidades, o estímuloeconômico para atividades de reciclagem e a destinaçãoapropriada dos resíduos são tratados em toda aproposta do Plano Nacional. A pesquisadora do InstitutoPólis, no entanto, ainda nota certa estagnação nessasiniciativas. Prova disso é que, hoje, menos de 1,5% dosresíduos gerados são reciclados por sistemas de coletaseletiva, conforme aponta o levantamento do Ipea.“A missão das prefeituras é garantir que os resíduosúmidos recolhidos sigam para compostagem ou biodigestão,mas também lhes cabe a tarefa de coordenartoda a sistemática de funcionamento da logística reversa,uma vez que não há um padrão a ser seguido portodos os municípios”, reforça Elisabeth sobre as açõesque demoram a ser vistas na prática.Como forma de viabilizar a implantação de um modelode logística reversa, a pesquisadora sugere a criaçãode um fundo federal constituído com recursos advindosdo setor empresarial (gerador de resíduos). “Tais recursosseriam repassados para fundos municipais e a corretaaplicação dos mesmos seria garantida pelo controlesocial de conselhos municipais com representação dasociedade civil, governo e setor privado”, exemplifica.A atual falta de mobilização do setor privado, insisteElisabeth, não ocorre por ausência de exemplos.“Muitas empresas presentes no Brasil têm sede empaíses que já fazem coleta seletiva, como Espanha,França, Itália e Alemanha”.Quando se trata de países referência, o diretor de AmbienteUrbano do MMA concorda com Elisabeth sobre aconduta europeia e cita o Japão como outro bom administradorde seus resíduos. Costa acredita, porém, que é precisodesenvolver um modelo baseado na realidade brasileira.Ponto de partidaPedro Vilas Boas, consultor na área de Reciclagem daAssociação Brasileira de Celulose e <strong>Papel</strong> (Bracelpa), informaque o setor papeleiro está se mobilizando paraatender às demandas da PNRS. “A obrigatoriedade defazer a logística reversa envolve uma conciliação entreos segmentos de embalagem, os municípios e os consumidores,e a maneira como isso está sendo discutidoainda é, de fato, muito embrionária”, contextualiza.Apesar de essa avaliação exigir tempo e dedicação,Vilas Boas acredita que as mudanças não tardarão aacontecer. “O governo federal prevê a implantação dalogística reversa em todos os municípios brasileiros,mas, prioritariamente, nas 12 cidades que serão sede daCopa do Mundo de 2014 e nas regiões de seu entorno.Portanto, em dois anos as medidas terão de ser adotadasde alguma forma”, diz ele sobre o prazo estipulado.Segundo ele, a iniciativa por parte do setor de embalagensteve o pontapé inicial a partir de uma coalizão detodos os seus segmentos. Coordenada pelo CompromissoEmpresarial para Reciclagem (CEMPRE), a coalizãoelaborou um plano de ações para incrementar a reciclagemde embalagens pós-consumo de produtos não perigososque está sendo discutido como modelo e poderávir a se transformar na conduta a ser adotada pelo setorde embalagens para realizar a logística reversa.DivulgaçãoPara Ana Maria,o princípio de teras cooperativasde catadoresintegradas aprogramasmunicipais podeser bastanteeficienteabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>41


Reportagem de CapaDivulgaçãoAtualmente, apenas7% das embalagenscontêm informaçõesapropriadas sobre asmatérias-primas usadase as formas corretasde descarte, informaAssunta CamiloEntre os pontos que estãosendo discutidos pelacoalizão, Vilas Boas cita adefinição da participaçãode cada segmento, assimcomo o levantamento dosaportes financeiros necessáriospara as ações práticas.Segundo a proposta,os primeiros investimentosseriam destinados às 12cidades sede da Copa de2014, com extensão paraas regiões metropolitanas.De acordo com a coalizão,a iniciativa permitirá analisaros principais obstáculosenfrentados e delinearcom assertividade as estratégiasde intervençãoem nível nacional.Para atingir essa primeira meta, a coalizão almejatriplicar o número e/ou a capacidade das cooperativasdas respectivas cidades e fortalecer a parceria entre indústriae varejo para ampliar e consolidar os Pontos deEntrega Voluntária (PEV). Investimentos em campanhasde conscientização da população também fazem partedos planos da coalizão.A partir da adoção dessas e demais medidas de logísticareversa, é importante ressaltar que “o papel éum produto biodegradável e de fácil compostagem, característicasque tendem a ganhar espaço no setor deembalagens”, comenta Vilas Boas.A visão de Assunta Napolitano Camilo, diretora doInstituto de Embalagens, é similar à do executivo daBracelpa: “A indústria de embalagem terá de repensarsuas operações, mas, ao mesmo tempo, o novo cenárioreflete uma grande oportunidade”, frisa. Para ela, o papelem si é o ponto forte do setor, por ter “diferenciaisfantásticos, como o fato de ser um produto provenientede fontes renováveis e utilizar energia limpa em seu processoprodutivo”, cita.Ela, contudo, acredita que o setor precisa explorarmais esse potencial. “É necessário investir mais não sóem educação ambiental, mas também na divulgaçãodos benefícios de seus produtos. Hoje em dia, sequerhá mobilização para identificar corretamente as embalagens,já que apenas 7% contêm informações apropriadassobre as matérias-primas usadas e as formas corretasde descarte”, alerta.De fato, papel e papelão se destacam diante dos demaisresíduos sólidos urbanos domésticos, confirma otécnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea. Alvarezrevela que os produtos feitos de papel e papelão sãolíderes em termos de reciclagem quando comparadosaos demais grupos (plástico, metal, alumínio e vidro).“Quase 50% do consumo aparente de papel e papelãoé objeto de reciclagem. Em 2011, por exemplo, houveuma produção de 8 milhões de toneladas desses resíduos,o que significa que 4 milhões de toneladas forampara reciclagem”, pontua.Essa alta porcentagem encontra explicação em diversosfatores, de acordo com Alvarez. “Toda a partede aparas gráficas tem uma destinação para reciclagembastante forte – é o que chamamos de “reciclagem pré--consumo”. Já no que se refere ao pós-consumo, o volumeprovém, em grande número, das cooperativas decatadores”, conta. Ainda sobre os catadores, o técnicodo Ipea revela a grande preferência pelo papel, já que setrata de um resíduo sólido de fácil manipulação e poucocontaminante, que acarreta menos problemas do queoutros tipos de resíduos.Alvarez também ressalta a significativa parcela representadapor papel, papelão e longa vida na composiçãototal do lixo. “É uma porcentagem que varia muito conformea cidade, o segmento e a região socioeconômica,mas, em geral, 13% do lixo é composto de papel”, informaele sobre o potencial a ser explorado.Para que tais aspectos favoráveis sejam aproveitadosda melhor maneira pelo setor, a socióloga do InstitutoPólis frisa que a estruturação de polos de reciclagem éindispensável. “Do ponto de vista da sustentabilidadeambiental, é preciso que se estruturem circuitos curtosentre a coleta de resíduos dos municípios, o local detransformação e a destinação final dos materiais criados”,detalha Elisabeth.Nesse contexto, a participação dos catadores, desuma importância, também terá novo destaque. Atualmente,existem no Brasil, em média, de 400 mil a 600mil catadores. “Desse total, somente 10% estão organizadosem cooperativas”, destaca Alvarez. O técnicodo Ipea diz que existem metas específicas para 2015 e2019, com o intuito de alavancar modelos de organizaçãopreferencialmente na forma de cooperativas. Segundoele, tal esforço contribuirá com a coleta seletiva feitapelos municípios.Ana Maria, do Instituto GEA, também acredita quea atuação dos catadores tende a crescer com a aplicaçãoprática da PNRS. Na sua opinião, o princípio deter as cooperativas de catadores integradas a progra-42 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


mas municipais pode ser bastante eficiente, emboraalgumas mudanças sejam necessárias.Como entrave atual, ela cita a ausência de apoioeducacional a esses profissionais. “Não basta oferecerum caminhão, uma balança e um galpão a um grupo depessoas. Há uma administração gerencial de alto nívelenvolvida no processo, e é preciso educá-los para isso”,explica Ana Maria, defendendo um acompanhamentocontínuo baseado em educação.De qualquer forma, analisando o cenário como umtodo, Ana Maria mostra-se otimista: “Comparando ascooperativas do ano 2000 com as de hoje, vejo que conseguiramdar diversos passos na direção correta. O InstitutoGEA acredita plenamente que a capacitação dessestrabalhadores é o caminho certo”.De ponta a ponta na cadeia produtivaAs mudanças necessárias para atender às demandasda PNRS não serão vistas apenas no final da cadeia produtiva,com a oferta de novas embalagens e diferentescondutas na hora do descarte. O consultor da área deReciclagem da Bracelpa ressalta que, “com uma forterestrição do descarte de resíduos sólidos gerados emsua produção, será preciso criar planos de gerenciamentopara mudar as formas atuais”.Citando os resultados do diagnóstico feito pelo Ipea,o técnico de Planejamento e Pesquisa da entidade dizque a questão industrial realmente se destaca como amais problemática. “Quando falamos em setor industrial,tratamos de centenas de milhares de indústriascom dezenas de milhares de setores diferenciados – setoresesses que, inclusive, já são objeto de algum tipo denormalização e passarão por uma otimização”, explicaAlvarez sobre o desafio.Uma das metas consiste em, até 2015, dar destinaçãoambientalmente adequada a 50% dos resíduos sólidosindustriais, aumentando esse patamar gradualmente,até atingir 100% em dez anos. “A ideia de criar uminventário nacional de resíduos sólidos industriais, porexemplo, é uma iniciativa federal que surgiu há dez anose que, infelizmente, não foi colocada em prática. Certamentea criação desses catálogos ajudaria os diferentessegmentos industriais a se organizarem.”De acordo com Alvarez, o setor de celulose e papelé considerado um gerador moderado de resíduos sólidos.Em 2008, ano base do relatório do Ipea, essa in-O que contempla o Plano Nacional de Resíduos Sólidos?Conforme previsto na Lei N.º 12.305/2010, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos tem vigência por prazo indeterminadoe horizonte de 20 anos, com atualização a cada quatro anos, contemplando o seguinte conteúdo mínimo:I. diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos;II. proposição de cenários, incluindo tendências internacionais e macroeconômicas;III. metas de redução, reutilização e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados paradisposição final ambientalmente adequada;IV. metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;V. metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiaisreutilizáveis e recicláveis;VI. programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;VII. normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da União, para a obtenção de seu aval ou para o acessoa recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade federal, quando destinados a ações e programas deinteresse dos resíduos sólidos;VIII. medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada dos resíduos sólidos;IX. diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos das regiões integradas de desenvolvimentoinstituídas por lei complementar, bem como para as áreas de especial interesse turístico;X. normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de resíduos;XI. meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito nacional, de sua implementação e operacionalização,assegurado o controle social.”Fonte: Versão preliminar para consulta pública do Plano Nacional de Resíduos SólidosFmais Design e Comunicaçãoabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>43


Reportagem de CapaMiguel Ângelo“Será um longo processoque não cabe somente aosetor industrial, porémacho completamente viávelcolocarmos todas as metasda PNRS em prática”, dizShelley Carneirodústria gerou 10,9 milhõesde toneladas de resíduossólidos. “Os volumes sãograndes, mas com poderde impacto relativamentebaixo em comparação aoutros setores”, esclareceo técnico do Ipea.Outra particularidade positivada indústria papeleiraestá no aproveitamento dolicor negro para geração deenergia, “mas essa aindaé uma questão em que oBrasil está engatinhando”,lamenta ele. Partindo parao início do processo produtivo,é fundamental lembrarque as etapas de colheita damadeira também geram resíduos.“Os resíduos que envolvemmadeira chegaram a85 milhões de toneladas”, indica Alvarez. Embora sejamresíduos orgânicos, reforça o técnico do Ipea, tambémrequerem controle e tratamento adequados.A Suzano <strong>Papel</strong> e Celulose é um exemplo de playerque já adota estratégias para diminuir esses números.Atualmente, a empresa reaproveita o material que não éusado no processo de industrialização de celulose e papelem suas próprias plantações de eucalipto. Tecnologiasde ponta são responsáveis pela gestão de resíduosnas chamadas centrais de compostagem.A primeira central de compostagem de resíduos sólidosindustriais da Suzano entrou em funcionamento em2008, em uma das fazendas de plantação de eucaliptoem Anhembi, no município de Limeira, no interior de SãoPaulo. Hoje, 52 mil m² abrigam pátios de compostageme armazenamento, com capacidade de produção de cercade 9.500 toneladas por mês.Os resíduos sólidos industriais são coletados diariamentee enviados para a central de compostagem da unidadeLimeira, onde passam por um processo de tratamento quedura, aproximadamente, 90 dias. Após esse período, o materialé usado como adubo nas plantações de eucalipto daempresa, evitando o envio dos resíduos para aterros industriaise contribuindo, assim, para a redução de emissões decarbono (CO 2) na atmosfera. Mais um aspecto relevante: aCentral de Compostagem da Suzano possibilita reduzir aaplicação de adubos químicos nas florestas, ou seja, eliminaos impactos ao solo e suas camadas.A partir de abril deste ano, a Suzano dará inícioao projeto de compostagem na Unidade Mucuri, noSul da Bahia, onde serão geradas, anualmente, cercade 400 mil toneladas de resíduos, resultantes dediversas etapas do processo produtivo, tais como:clarificação do licor de cozimento da celulose, caustificação,depuração, cinzas da caldeira, lama de cal,areia do pátio de madeira, nós de eucalipto, lododa Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), casca demadeira e biomassa picada.Seguindo um processo que acelera a degradação dosresíduos, o material transformado em adubo será utilizadopela unidade florestal no Sul da Bahia. Segundo asexpectativas, a produção deve chegar a 20 mil toneladaspor mês – o suficiente para atender à empresa e ser comercializadano mercado.Para que iniciativas como a da Suzano se espalhemnão apenas pelo setor de celulose e papel, mas tambémpor toda a indústria nacional, a Confederação Nacionalda Indústria (CNI) tem atuado em parceria com diversossegmentos. “Quando o tema é resíduo sólido, cada indústriatem sua própria realidade. Formamos, portanto,uma liderança de acompanhamento dos trabalhos realizadospor diferentes associações, prestando auxílioinstitucional, político e estratégico ao sistema”, resumeShelley de Souza Carneiro, gerente executivo de MeioAmbiente e Sustentabilidade da CNI.Carneiro usa a logística reversa como exemplo da necessidadede conexão. “A forma como foi colocada na leiexige um trabalho com consciência e comunicação entretodos os atores. O setor empresarial não conseguirá trabalharsozinho num sistema que é totalmente sistêmico.Ele precisa da ajuda de toda a sociedade”, enfatiza.“Além disso, é um processo que deve ser desenvolvido eacompanhado o tempo todo para chegar aos resultadospositivos”, completa.Ainda de acordo com o gerente da CNI, as ações desenvolvidasatualmente estão focadas na solução de determinadosdesafios. “Alguns setores têm questões mais fáceisde resolver; outros contam com mais expertise, enquantoainda há outros que precisarão de mais investimentos parase desenvolver”, elenca. Carneiro afirma que também épreciso equacionar melhor a participação de cada membroenvolvido nos trâmites estipulados pela PNRS.“Será um longo processo que não cabe somente aosetor industrial, porém acho completamente viável colocarmostodas as metas em prática. A logística reversa,por exemplo, se bem feita e bem estruturada, trará benefíciospara o meio ambiente, para a sociedade e, inclusive,para o setor empresarial”, vislumbra. •44 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


eunir cada vez mais membros tem um importantefundamento: promover o intercâmbio de conhecimentoentre os representantes do setor e ter umcrescente desenvolvimento tecnológico a partir docompartilhamento de experiências e pesquisas.Não à toa, a entidade é reconhecida justamentepor esse caráter. “A ABTCP tem uma imagem muitoforte e de grande credibilidade no setor papeleiro”,ressalta Paulo Sérgio Lemos, gerente da Divisão Celulose& <strong>Papel</strong> da Buckman Latin America, empresaassociada desde 1967. Para Lemos, a presença deuma associação que representa o lado técnico dosetor é indispensável. “Os efeitos da globalização eda abertura de mercado podem ser sentidos em todosos segmentos, incluindo o de celulose e papel.Por isso, é preciso defender os interesses do setor nosentido de aumentar sua competitividade”, pontua.“A ABTCP tem sido bem-sucedida fazendo este trabalho”,completa Lemos. As formas como promove ointercâmbio de conhecimento são bastante variadas, ea realização anual do Congresso e da Exposição se destacaentre as ações mais representativas desse trabalho.O evento, organizado desde o primeiro ano de criaçãoda entidade, também passou por muitos avanços,a começar pela ampliação do espaço em que era realizado,conforme conta Bosco de Souza. “A partir de1996, buscamos um espaço maior e começamos a fazeruma gestão mais profissionalizada da Exposição edo Congresso, para que o setor difundisse todo o seuconhecimento. Hoje, frisa Bosco de Souza, o encontropromovido pela ABTCP no Transamerica Expocenter éuma referência no setor de celulose e papel.A parceria com associações congêneres de outros países,entre os quais África, Alemanha, Austrália, Canadá,Estados Unidos, Finlândia e Nova Zelândia é outro fatorque fortaleceu a realização dos congressos e exposiçõesanuais da ABTCP. “Em 1999, passamos a desenvolvernossos eventos com um desses parceiros internacionais,o que extrapola sua abrangência do âmbito nacional”,justifica Bosco de Souza.Ainda abordando o Congresso e a Exposição, ogerente institucional avisa que os associados podemesperar uma solenidade especial para esteano. Bosco de Souza revela que, para relembrar asempresas fundadoras da entidade e valorizar a importânciade todos os ex-presidentes, haverá umaretrospectiva no estande da ABTCP.“Teremos painéis que recordarão nossa trajetória econtaremos com a participação dos associados honorários”,diz sobre ele sobre o planejamento. “Vamosconvergir nossas atenções para esse evento e para ojantar de 45 anos, tradicionalmente realizado duranteos dias de exposição, de tal modo que possamos valorizaro momento, trazendo autoridades e pessoas queconstituíram nossa história”, diz Bosco de Souza, dandomais detalhes sobre o ABTCP 2012 – 45.º Congresso eExposição Internacional de Celulose e <strong>Papel</strong>, a ser realizadoem São Paulo de 9 a 11 de outubro próximo.EMPRESAS ASSOCIADAS FUNDADORAS DA ABTCP• Andritz Pilão Equipamentos Ltda, sucessora da Pilão S.A. Máquinas e Equipamentos• Fibria Celulose S.A., sucessora da Aracruz Celulose S.A.• GL&V Brasil Ltda., sucessora da Beloit Industrial Ltda.• International Paper do Brasil Ltda., sucessora da Champion <strong>Papel</strong> e Celulose Ltda.• Klabin S.A. e <strong>Papel</strong> e Celulose Catarinense.• Metso Paper, também sucessora da Beloit Industrial Ltda.• Jari Celulose, <strong>Papel</strong> e Embalagens S.A., sucessora da Jarí Celulose S.A.• Rigesa Celulose <strong>Papel</strong> e Embalagens Ltda.• Schweitzer - Mauduit do Brasil S.A., sucessora da Companhia Industrial de <strong>Papel</strong> Pirahy• Suzano <strong>Papel</strong> e Celulose S.A.• Voith Paper Máquinas e Equipamentos Ltda.• Fibria Celulose S.A., sucessora da Indústria de <strong>Papel</strong> Simão• Xerium Technologies Brasil Indústria e Comércio S.A., sucessora da Itelpa Indústria e Comércio Ltda.abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>47


ABTCP Management Articlebanco de imagens abtcpBy Umberto Caldeira Cinque,ABTCP Strategic Planning Director: umberto.cinque@fibria.com.brNational integrationThe pulp and paper sector has been keeping up with the globaltrend, also seen in other productive segments, of strengtheningaspects relating to the control over processes and minimizingwaste in the generating source. The objective is unequivocal: promotean even more efficient integrated management in companies in orderto mitigate environmental aspects in industrial operations.This achievement will answer with responsible actions the vast number ofcivil society organizations who alert to the problems of accelerated growthin a given industrial sector without an appropriate assessment of risks inrelation to the value chain, based on the Life-Cycle Analysis (LCA) conceptand in conformity with its standard ABNT NBR ISO 14040:2209.At present, much advancement has been obtained by the sector inrelation to managing environmental impacts. We need to consider as apremise that organizations that generate impacts will always be heldresponsible. Within this context, the National Solid Waste Policy (PNRS)creates the shared responsibility guidelines for the lifecycle of productsand, in a greater scope, the National Solid Waste Plan will consolidatethe good practices of companies in the market.It is clear that this policy integrates the environmental responsibilityperspective of companies – expressed by a positioning focused on thepreventive management of environmental impacts that stem from a Life-Cycle Analysis (LCA). With its implementation, it will initially be possible toestablish the guiding direction and short, medium and long-term prioritiesin terms of management, prevention and environmental strategic controls.It will be a preparation for the National Solid Waste Plan to enter the field.The first reflection to be done within the PNRS context refers to aglobal nature movement related to corporate responsibility, wherereverse logistics appears as a “social and economic development tool”that aims to “allow for the gathering and return of solid waste in thecorporate sector for reutilization in its cycle or in other productive cycles,or another final disposition that’s environmentally appropriate.”Through its technical committees and O <strong>Papel</strong> magazine, amongother activities, ABTCP has produced important information about theNational Solid Waste Policy (PNRS), and the information presented inthis month’s Cover Story about the National Solid Waste Plan will alsocontribute to further clarify readers about the latest in this area related tothe packaging papers. In time, with the advancement of new technologiesand efficient management of integrated logistics as a strategic process,we will certainly observe gains in environmental and economic qualityaspects in alignment with the sustainability of the pulp and paper business.The power of this movement towards business sustainability, coupled withthe legal framework, strongly influences the identity and management ofcompanies, to the point of becoming a key competitive advantage in certaincases. It is worthy to mention, as example, the programs and plans present inmany companies of our sector directly in alignment with the PNRS:• 4Rs Program (rethink, reduce, reuse and recycle);• Environmental Education Program (PEA);• Long-term goal plans for reducing waste in industrial landfills.According to the 4Rs Program, we need to Rethink (R1)ecoefficiency management from the time we begin to conceive anew project; Reduce (R2) waste at the generating source; Reuse (R3)waste within our own production process, in order to minimize lossesand maximize economic gains; and Recycle (R4) by changing physical,physical-chemical or biological properties in order to obtain newproducts through the employment of alternatives for the energeticuse of waste, coproducts (1) such as soil acidity correction, amongother good examples in the pulp and paper sector.It is important to keep in mind that the efficiency in applying thislast stage of the 4Rs Program is only achieved upon the operationaloptimization of processes in relation to solid waste losses in thesector. It also means executing with efficiency each of the R1, R2and R3 stages.In turn, the Environmental Education Program (PEA), the seconditem on our list of sustainability programs, must be treated as along-term, gradual and continuous process in order to ensureawareness of people about the importance of solid waste integratedmanagement and the effective pursuit of innovative results.The most important thing achieved by now in an environmentaleducation program (PEA) and that effectively “makes a difference”is people commitment, and the individual or group movement tocause the least environmental impact possible.In the third aspect, which includes long-term goal plans to reducewaste for industrial landfills, the proposal consists in establishinga framework for minimizing the disposal of this waste. However,it is important to point out that an industrial landfill designed inaccordance with regulatory standards and utilizing best engineeringtechniques, fulfills its fundamental role of adequate disposition ofsolid waste, minimizing risks for the industrial unit.The PNRS itself, which will be the cornerstone for developing theNational Solid Waste Plan, in its definitions wisely mentions the following:• “Environmentally adequate final disposition: the organizeddistribution of rejects and, where applicable, waste in landfillsduly licensed by environmental entities, in conformity withspecific operational standards, in order to avoid damage orrisks to public health and safety, as well as minimize adverseenvironmental impacts”;The PNRS for the pulp and paper sector, which has always knownhow to seek results with the lowest impact on the environment byadopting best management practices and innovative technologies,will certainly become a source of new opportunities for a sectorthat, year after year, overcomes challenges and plays a key rolein the legal framework.•Note (1): any one between two or more products stemming from the same elementaryprocess or product system, this being the smallest element considered in the lifecycle inventoryanalysis for which input and output data are quantified (ABNT NBR ISO 14040:2209).50 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


InterviewBy Caroline MartinSpecial for O <strong>Papel</strong> MagazineDisclosureEldorado Brasil ready to present itself tothe global pulp marketNew CEO ofthe companyconfirmsstart-up forNovember2012 andtalks aboutthe growth planthat projects toreach 5 milliontons of pulpproduction by2020Every change in command generates acertain amount of expectation in the market.And in the case of Eldorado Brasil thissituation was no different. Since last February underthe administration of José Carlos Grubisich, thecompany’s new CEO will soon debut in the globalpulp sector. With a degree in chemical engineering,the executive developed most of his professionalcareer at Rhodia. His professional experiencealso includes heading Braskem and presiding ETHBioenergia S.A., an Odebrecht group company.“It is a personal and professional achievement tobe associated with such a promising project as thisone,” says Grubisich about the challenge of leadingan industrial expansion program that intends to reacha production capacity of 5 million tons of eucalyptuspulp by 2020. To fulfill this mission of creating a newleader in the global market of this commodity, theexecutive bets on the competitiveness of Brazil’sbiomass and expertise adopted.“Brazil presents spectacular competitive advantages.We will play a leading role in the globalmarket, with high performance teams that focus oninnovation and sustainability,” he envisions. In thefollowing interview, Grubisich reveals his personalaspirations in taking over the helm, talks about thework progress of Eldorado Brasil’s first productionline and presents details about the new player’sgrowth program, which aims to position itself amongthe largest producers of pulp worldwide.abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>51


InterviewGrubisich:“We will playa leadingrole in theglobal market,with highperformanceteams thatfocus oninnovation andsustainability”O <strong>Papel</strong> – What was your perception of the pulpsector prior to becoming president of Eldorado?What reasons lead you to accept the challenge ofleading a company in its initial phase?José Carlos Grubisich – I have alwaysconsidered Brazil’s pulp sector as being one witha huge competitive advantage. Over the years,Brazil developed significant competencies onthe industrial side, but, most importantly, in theforestry area. During its entire trajectory, the pulp’sindustry innovated and expanded its industrialquality, strengthening its market position andbecoming a benchmark. I see Eldorado Brasil’sentrance in this market as an important milestonein the sector’s history, not only in Brazil, but alsoworldwide. This is a new company that is enteringa capital intensive sector, in a cyclical industry,which demonstrates the confidence of our mainshareholder (J&F) in the capacity of Brazilianscompanies to develop and make a difference in theinternational scenario. This is basically the reasonthat led me to embrace this new project.O <strong>Papel</strong> – What is the status of construction atthe Três Lagoas (MS) mill?Grubisich – Eldorado’s first production line, witha capacity of 1.5 million tons of pulp, has 72% ofits physical structure concluded. The site is alreadyconceived and practically all earthmoving work hasbeen done, potentially foreseeing three productionlines. Our plan is to begin heating up the boilers andcommissioning the first industrial unit as of the endof October, in order to obtain the cooking of woodand the initial start-up of the pulp line during themonth of November. The process is absolutely undercontrol from a timeframe, cost and investmentquality perspective.O <strong>Papel</strong> – The total investment announced at thebeginning of the project, back in 2010, was R$ 4.8billion. This year, the company began stating a valueof R$ 6.2 billion. Does this mean that the projectexceeded the initial amount planned?Grubisich – No. The R$6.2 billion investmentcontemplates the company’s production, forestryand logistics infrastructures. In fact, the amountearmarked for the production unit exceeded thecompany’s expectations. Since Eldorado boughtequipment and contracted services at a momentwhen investments in the pulp sector slowed down,the company obtained much more competitiveconditions than other cases in the recent past.Savings ranged between 10% and 15% of the valuerelative to similar projects already executed inBrazil. In an intensive capital industry, when we areable to reduce the amount of financial resources bythis percentage range, we achieve a very importantadvantage for the future, which will positivelyreflect in our cash generation capacity.O <strong>Papel</strong> – Has the capital investment issuealready been resolved by the company?Grubisich – The capital structure of EldoradoBrasil is divided between the J&F holding company(50.15%), MJ Empreendimentos (16.72%) andFIP Florestal (33.13%), an equity investment fundcomposed of the largest pension funds in Brazil,such as Petros (Petrobras) and Funcef (CaixaEconômica Federal). This composition, coupledwith loans from the National Bank of Economicand Social Development (BN<strong>DE</strong>S), ConstitutionalFinancing Fund of the Midwest (FCO) and theExport Credit Agency (ECA), fulfilled the financialinvestment needs of the company at this moment.O <strong>Papel</strong> – Is the forestry project keeping up withthe construction of the industrial complex? Howmany hectares have been planted so far?Grubisich – Last year, 31,000 hectares ofeucalyptus forests were planted by Eldorado. Atpresent, the company possesses a total area of80,000 hectares of forests earmarked for pulpproduction, of which 20% correspond to land areasowned by the company. For 2012, the forecast is toplant another 35,000 hectares. This strong plantingprogram will extend over the next few years untilEldorado achieves 100% of company-owned forestsin 2017. In an integrated project such as this, it isnecessary to define an average radius in order notto have to bring raw material from very distant52 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


locations. As such, we stipulated an average rangebetween 80 km and 100 km from the industrialunit. It is also important to point out that Eldoradowill already start up activities with a program thatincludes certification by the Forest StewardshipCouncil (FSC) of all its forestry areas by 2017.O <strong>Papel</strong> – With regards to logistics investments,at what stage is the project?Grubisich – First of all, I would like to say thatthe Eldorado mill location is another competitiveadvantage, since it allows for integrated logistics.Installed in an area of 900 hectares along theParaná River, in Três Lagoas, the company will counton three logistic modes for receiving raw materialsand moving its production. Our objective is to utilizethe highway/railroad and waterway/railroad modes,which present greater economies of scale and lowerenvironmental impacts. In order to put this intopractice, we have already acquired our own fleet oflocomotives and railroad cars specially developedfor Eldorado, to be used in transporting pulp tothe company’s terminal at the Port of Santos, fromwhere it will be shipped to the main markets in theworld. Initially, the company intends to export thecommodity to China and Europe.O <strong>Papel</strong> – Is labor qualification also beingcarrying out in parallel with the site construction?Will Eldorado give priority to inhabitants in theregion when contracting people?Grubisich – Today, Eldorado has 2,000 directemployees and will employ another thousand whenthe mill begins operating, which shall benefit evenmore development in eastern Mato Grosso do Sulstate. We are focusing on building high performanceteams. For such, a series of training and qualificationprograms are being developed. One of the programsis called My First Profession, where 190 high schoolyoungsters are undergoing training at Senai, inthe industrial maintenance and pulp productionprocess areas. We also have a qualification programin the forestry area, particularly in harvesting andmoving wood in forests, through training based ona virtual reality system. These and other programswe’ve been developing will expand the number ofyoungsters available to work not only at Eldoradobut also other companies in the region.O <strong>Papel</strong> – What is the structure of the growthprogram which foresees producing 5 million tons ofpulp by 2020?Grubisich – The pulp market is growing at fullspeed. The estimate is that this market demands amill with an annual production of 1.5 million tonsevery year and a half. Taking this into consideration,our growth program is structured into three phases:first, start-up of the single production line of 1.5million tons of pulp starting November 2012;second, in 2017, when we will start operating thesecond 1.5 million tons production line; and third,in 2020, also with a capacity of 1.5 million tons.With the operational optimizations and efficiencyimprovements, however, we believe that these threephases combined shall reach a production volumeof 5 million tons.O <strong>Papel</strong> – Is it already possible to envision themain challenges to be faced by Eldorado throughoutthis expansion project? How does the companyintend to overcome them?Grubisich – The first question we ask is thefollowing: will there be a market for so much pulp?The answer resides in the fact that the global pulpmarket is on the rise, registering growth ratesbetween 2.5% and 3% a year. With specific regardsto the hardwood pulp market, growth estimatesare even higher, between 4% and 5% a year. Thesefigures sustain the analysis that the world willneed a mill with a 1.5 million tons hardwood pulpcapacity every year and a half. Such growth forecastwill certainly lead to a new cycle of investmentsin the pulp market worldwide. Within this context,Eldorado has many positive factors to become evenstronger, such as a solid capital structure, with anadequate balance and without the burden of highdebt in relation to its cash generation capacity. Thisis a significant competitive advantage, since we canhave a high return and use our capacity to generatecash to finance future growth programs. •abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>53


Bracelpa ColumnBy Elizabeth de Carvalhaes,executive president of the BrazilianPulp and Paper Association (Bracelpa): faleconosco@bracelpa.org.brDivulgação BracelpaRio+20 – Part 1In June, during the United Nations Conference on Sustainable Development, Rio+20, twothemes will conduct activities of pulp and paper companies and Bracelpa’s: recognizingforest carbon credits and expanding the debate on tree biotechnology.The objective is to show how it is possible to satisfy the future demand for forestry productswhile, at the same time, the industry also collaborates in an increasingly greater manner toenvironmental preservation, social inclusion and the economic viability of the business.Read in this month’s edition the text that is serving as the basis for negotiations and debates onrecognizing forestry carbon. In May, we will present the tree biotechnology proposal.Valuing forest carbon inthe context of the greeneconomyThe strengthening of the planet forestsbasedeconomy, as a result of the solid socialand environmental criteria, is directly related tothe promotion of sustainable development. Theproduction of renewable timber and its products ispart of the core of various environmental servicesand key topics for the green economy and theeradication of poverty, such as: the use of biomassinstead of fossil fuels, the sustainable use of landand water resources, large-scale generation ofincome and jobs in rural areas, the inclusion ofsmall farmers, protection of biodiversity, decreasingdeforestation pressures, consolidating sustainableproduction and consumption pressures based onrenewable raw materials, and, especially, mitigatingworld climate change.Through photosynthesis and sustainablemanagement, forests absorb CO 2from the air andstock the carbon equivalent in the biomass and theplanted areas, greatly aiding global mitigation efforts.In Brazil, for example, harvesting cycles generallyoccur every seven years. As such, while one seventhof the total stock in a given production area is beingharvested, the other six sevenths are stocking carbon,generating average stocks that remain steady overtime. After harvesting, the same area can be plantedagain by way of new investments, generating perennialcarbon stocks. Thus, in addition to recycling the CO 2already present in the air and freeing oxygen, plantedforests also generate sustainable carbon stocks on theearth’s surface 1 .Estimates based on consolidated methodologiesindicate that Brazilian forests stock approximately 1.3billion tons of CO 2equivalents (tCO 2e), just consideringcarbon inventory in planted forests areas 2 . In order to1However, there are two types of climate benefits associated with the production of planted forests: (i) carbon stocks in the plantation areasand (ii) potential emissions avoided on account of the use of renewable lumber products instead of non-renewable resources or fossil fuels.2Brazil has 6.8 million hectares of planted forest. Of this, 2.2 million hectares are used for producing pulp and paper. Estimates ofcarbon stocks do not include, conservatively, stocks in conservation areas maintained by the sector (legal reserves, permanent conservationand other areas).abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>55


Bracelpa Columngrasp this figure, 1.3 billion tons is equivalent to more than half of all ofBrazil’s emissions in 2005 3 . The pulp and paper sector alone contributedwith an average stock of approximately 440 million tons of tCO 2e.These estimates do not include, conservatively, stock inconservation areas maintained by the sector, which representsapproximately 2.9 million hectares. When we consider the potentialuse of planted lumber instead of gas or fossil fuels in many chains ofproduction, the potential for further climate benefits is even greater.However, although Brazil has favorable soil and climate(edaphoclimatic) conditions and despite having the most advancedtechnology, Brazil still faces a substantial planted-forest deficitand underused potential on account of a number of barriers. Inorder to overcome this challenge, it is crucial to promote and placeeconomic value on climate, social and environmental benefitsthrough the numerous public and private instruments available,including carbon markets.Given such, the Brazilian pulp and paper sector, in conjunctionwith a number of non-governmental organizations, is developingthe Brazil Sustainable Forests Initiative. This initiative is based onstructuring and implementing a strategic program to expand andsustainably manage industrial forests in a way that integrates theprotection and conservation of native forests, as an alternativeto mitigating climate change and to promote sustainable landdevelopment. The project is inspired by the most rigorousmethodologies, including the Clean Development Mechanism (CDM)addressed in the Kyoto Protocol, which will serve as a basis forlarge-scale pilot programs, as well as for more widespread sectorpolicies and programs.Thus, the sector expects to coordinate efforts to value climate, socialand environmental benefits, including through carbon credits, withthe need to and challenge of expanding Brazilian forests within thecontext of the green economy. This is an opportunity to catalyze deepand positive changes in the economy and the communities involved inthe forestry business. In order to make this a reality, we must improveinteraction and involvement with multilateral principles and norms.However, this is not only about Brazilian potentials or needs.According to the UN Food and Agriculture Organization (FAO)forecasts, more than two million people worldwide depend on forestbiomass to survive, which makes the need to step up efforts and pursueinternational cooperation in this area ever more clear. Brazil is poisedto act as a leader, including cooperation from South-South, since it hasvast experience that can be shared with other developing countries inan attempt to encourage green economies based on synergies betweenmitigating climate change and promoting sustainable development.Starting with the United Nations Framework Convention onClimate Change (UNFCCC) accorded in Rio in 1992, the internationalcommunity has made important advances in combatingglobal warming and, more indirectly, in promoting sustainabledevelopment. The Convention and its Kyoto Protocol were alsosuccessful in initiating one of the main mitigation instruments, inother words, valuing carbon through market mechanisms, capableof helping bring the factor of a variable climate into the productionand consumption systems. Forests were taken into considerationfor these mechanisms, though less extensively, in a limited mannerand subject to the restrictions of developed countries. We need toadvance their involvement more ambitiously.It is important to include mechanisms that value forest carbonsince they can contribute to the development of other topics thatare important for sustainable development. Of all externalitiesreferenced in the green-economy agenda, “climate” externality iscertainly the one with the greatest potential for internalizing in theproduction and consumption systems since it can be consistentlymeasured, can be directly attributed to consumers, companies andchains of production and its costs can be estimated and comparedon a global level.Therefore, in the context of the forestry based economy, it isalso important that monetary valuing of carbon serves not onlyas an instrument for mitigation but also a lever for sustainabledevelopment. Other green-economy topics (such as waterresources, land use, renewable energy, social inclusion in ruralareas, biodiversity and the fight against deforestation) can beassociated with the value of carbon based on improving andexpanding current mechanisms, always using high environmentalintegration standards.Due to the interdisciplinary nature and because it involvessynergies between the international climate-change regime andthe other topics of the green economy, it is fundamental that thesepoints be addressed in the discussions and in the adoption ofprinciples and criteria at the Rio+20.This is a two-way street that needs to be further explored. Valuingforest carbon, including by means of carbon markets, can lead todevelopments in other areas as well as synergies with other topics thatcan make mitigation efforts in production and consumption systemsmore effective, promoting the green economy in an integrated fashion.This approach seems essential to guarantee the counterparties andcreate the means to value and make the necessary expansion of thegreen economy feasible in Brazil and other developing countries in asustainable and integrated manner.•3According to Brazil’s Second Communiqué to the United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC), national emissions in 2005 totaled approximately2.18 billion tons of CO 2.56 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Economic Sector ArticleBY Ricardo Jacomassi,Chief Economist at Hegemony Projeções Econômicas: ricardo.jacomassi@hegemony.com.brsérgio britoSoundness of Brazil’sfinancial systemMore than a decade ago, it would be impossibleto imagine that the two most importantfinancial institutions worldwide would reportsomething positive about Brazil’s finances. Being a rareexception among countries, the mission coordinated bythe IMF (International Monetary Fund) and the WorldBank in March highlighted Brazil’s sound financialsystem. And the compliments were many.The Financial Sector Assessment Program 1led by the two institutions was implemented in 1999and consists of an in-depth analysis of the financialsector of developing and industrialized countries.The two main objectives are: analyze the financialstability and development dynamics of financialsystems. Together they can offer information aboutthe financial relationships between economies.In one of the most important parts of the report, the IMFand World Bank mission declared:“The FSAP 2 mission concluded that Brazil’s financialsystem is stable, with a low systemic risk level andconsiderable protection margins. High capital margins,coupled with high levels of international reserves and aflexible exchange rate, have helped the economy absorbrecent external shocks. With regards to challengescreated by the inflow of volatile capital and the rapidexpansion of credit, Brazilian authorities have been ableto effectively apply macroprudential measures to containsystemic risks”.This is a major achievement for the country,particularly in view of the exposed fractures onthe part of financial systems of countries like theUnited States and others in the Euro region. EvenChina’s financial system is presenting unsustainableconditions in the long term, such as, for example, theexcess credit directed at state-owned companies.However, before throwing all the merits received inMarch 2012 on the table, it is important to inform thatthis achievement took more than a decade, followingimplementation of the Real Plan and reformulationof the Financial System, both during the FernandoHenrique Cardoso administration.Putting all positive points aside, the missioncoordinated by the two entities highlighted two mattersthat could prevent the development of capital markets:(i) high interest rates; (ii) and the majority of financialinstruments being short-term.To limit these points for financial institutionsit is necessary “that inflation continue droppingand internal savings (public and private) continueincreasing. Additionally, certain reforms in the financialsector could encourage this process, especially bystrengthening the role of institutional investors.As interest rates continue to drop, stimulating thedemand of investment funds for longer-term securities,well articulated measures will also be necessary toincrease the offer of corporate securities, in order totake advantage of this increase in demand”.Everyone knows that a balanced financial systemis an essential condition for economic growth and itslong-term equilibrium, however, it is necessary that notonly the Financial System present such conditions.The productive system, that is, the industrial sector,needs to achieve the same level of sustainability andcompetitiveness. Just like the reformulations thatwere made to strengthen the Financial System, we didthe same effort in the Productive Sector.Maintaining current conditions, industry will notsupport its production bases for a very long time, asit is more advantageous to import than to produce.Production does not need protectionism, alwaysassociated to the right-now short-term vision. Asa producer of wealth and a source of added-value,industry needs reformulations that ensure the sameconditions of competition that its peers have today.Let’s see what happens!•1. < http://www.imf.org/external/lang/portuguese/np/sec/pr/2012/pr1297p.pdf >2. FSAP: Financial Sector Assessment Programabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>57


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Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 59 - 64 APR 2012Changes in a eucalyptus kraft pulp during a mild acidtreatment at high temperatureAuthors*: Leonardo Clavijo 1María Noel Cabrera 1Susanna Kuitunen 2Sirje Liukko 2Tiina Rauhala 2Tapani Vuorinen 2Keywords: Acid treatment, eucalyptus kraft pulp, hexenuronicacids, high temperature, ligninABSTRACTModern eucalyptus kraft pulp bleaching includes a hot acid stepfor removal of hexenuronic acid. This step is typically run at pH3.0-3.5 at 90-95ºC with a delay of 2 to 4 hours. In this study thetarget was to find out if similar or better results could be obtainedat higher temperatures with a shorter delay. A commercial oxygendelignified eucalyptus kraft pulp was treated at pH 3.0-3.2 at 80,100, 120 and 140ºC for varying times. The decrease in kappanumber could be modeled with a single component first orderkinetics. The correlation between kappa number and 2-furoic acidcontent of the filtrates was significant (R 2 =0.9969). The differenceUV-visible reflectance absorption spectra (∆(k/s)) were similarshape showing mostly decrease in content of hexenuronic acid.At the harshest condition, the baseline of the difference spectraat >270 nm was shifted upwards indicating partial degradation oflignin. UV Raman measurements showed that the residual aromatic(lignin) content of the pulp was reduced by one third under themost extreme conditions. Quite surprisingly, the selectivity of thetreatment was almost independent of temperature. This studygives additional information for designing mild acid stages foreucalyptus kraft pulp bleaching lines. The treatment could becarried out at a temperature much higher than applied todaywithout any significant loss in the quality of the pulp.INTRODUCTIONSince xylans are the main hemicelluloses group in hardwood,the reactions of uronic acid groups are important especially inhardwood kraft pulping. During the bulk delignification thehexenuronic acid groups (4-deoxyhex-4-enuronic acid groups –HexA) are cleaved off from the xylan chain (Vuorinen et al., 1999).The HexA react with several bleaching chemicals consumingthem and, furthermore, their presence in the final pulpdecreases the brightness stability of the paper products. Alsopermanganate attacks HexA, which therefore contributes tothe kappa number of the pulps.The amount of HexA groups in the pulp depends on the cookingtemperature and time, hydronium ion concentration and ionicstrength. Sixta and Rutkowska (2007) studied the influence ofeffective alkali concentration, sulfidity and ionic strength on theHexA concentration profiles. They proved that the HexA contentcannot be reduced to low levels by choosing appropriated cookingconditions without simultaneously deteriorating pulp qualityand decreasing pulp yield. While recent research aims to reducehexenuronic acid formation genetically modifying the side chains ofxylans (Li et al., 2011), this approach is emerging. Because of that,HexA groups should be removed from the pulp before bleaching.A mild acid hydrolysis of kraft pulp is the most used methodfor removal HexA groups (pH 3.0-3.5 at 90-95ºC with a delay of2-4 hours). In acid hydrolysis the HexA groups are quantitativelyconverted to 2-furoic plus formic acid and 5-carboxy-2-furaldehyde(Vuorinen et al., 1996)(Li and Gellerstedt, 1997)(Pikka et al., 2000).The purpose of this work was to study the effect of highertemperatures and shorter times in the A-stage.MATERIALS AND METHODSThe A-stage was done according HUT procedure at differenttemperatures (80, 100, 120 and 140ºC) and reaction times (between10 and 240 minutes). Industrial oxygen delignified eucalyptus pulpwas used in all cases (kappa number 11.1, brightness 62.9 %ISO,SCAN viscosity 1100 mL/g).In the acid filtrates UV-Visible spectra was studied, whereaskappa number, viscosity, brightness, UV-Visible reflection and UVRaman spectra were measured from the pulp. Dry matter content,kappa number and viscosity were done according SCAN standards,while brightness was determined according to ISO standard.*Authors’ references:1. Facultad de Ingeniería, Universidad de la República, Julio Herrera y Reissig 565, 11300, Montevideo, Uruguay2. Faculty of Chemistry and Material Sciences, Helsinki University of Technology, Otakaari 1, FI-02150, Espoo, FinlandCorresponding author: Leonardo Clavijo – E-mail: lclavijo@fing.edu.uyabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>59


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 59 - 64 APR 2012For the quantification of HexA, the UV-Visible spectrophotometerUnicam 5625 with Aurora scan software and the HUT procedurewere used. UV-Vis reflectance spectra were recorded using a PerkinElmer Lambda 900 spectrometer. Then, the Kubelka-Munk equationwas used and the absorbance spectra were obtained. The changesin hexenuronic acid content can be seen at 240 nm and in lignincontent at 285 nm.The UV resonance Raman spectra were collected with a Renishaw(Cloucestershire, UK) 1000 UV Raman spectrometer equipped witha Leica (Wetzlar, Germany) DMLM microscope and an Innova 300CFreD frequency-doubled Ar + ion laser (Coherent Inc., Santa Clara, CA,USA). The excitation wavelength applied was 244 nm. The outputpower of the laser was adjusted to 10 mW and the spectral collectiontime was 20 seconds per sample. Spectra were processed usingGrams/32 AI (6.00) software. The spectrum was scaled according to1095 cm -1 cellulose band.RESULTS AND DISCUSSIONThe kappa number of kraft pulps correlates with the total contentof lignin and hexenuronic acid groups. Then, the kappa number afterthe selective hydrolysis of hexenuronic acid groups gives a bettermeasure of lignin content. The time dependent change in the kappanumber was modeled by a first order rate equation (Vuorinen et al.,1999)(Vuorinen et al., 1996).Where k 0is the initial kappa number (at t=0), ∆k maxis the maximumchange in kappa number and k 1is the rate constant.Kappa number exponentially decreased with the longer hydrolysistime at all the temperatures as it could be expected (Figure 1).It can be noted that when a higher temperature was used,(1)the ∆k maxwas increased; nevertheless this parameter was nearlythe same at the highest temperatures used. This behavior canbe explained because at 80ºC and 100ºC there are degradationreactions that could not take place due to their high activationenergy. Those reactions are faster at 140ºC than at 120ºC, but ifthe time is enough, at both temperatures the kappa number thatcan achieve has almost the same value.The data fitted well to the first order kinetic although theexperimental data were few to validate the model. The validity ofthe first order kinetic model for the kappa number reduction hadbeen proved in previous works (Vuorinen et al., 1999) (Vuorinenet al., 1997). In Table 1 the parameters of the model for eachtemperature are shown.Table 1. First order kinetic model parameters for kappa number reductionTemp. (ºC) 80 100 120 140∆k max5.12 6.89 8.59 8.65k 1(min -1 ) 0.0075 0.0237 0.0396 0.101Assuming the hydrolysis follows a first order kinetics, theconcentration of HexA was plotted against the reaction time andan exponential model was fitted, according to equation (2), as canbe seen in Figure 2 (Vuorinen et al., 1996) (Tenkanen et al., 1999).∆HexA∞: is the maximum 2-Furoic acid concentration that can betheoretically achieved.As it could be expected, the hexenuronic acids removal increasedwith temperature and reaction time. At 80ºC and 100ºC and for the(2)Figure 1. Kappa number reduction versus reaction time at different temperatures60 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 59 - 64 APR 2012Figure 2. HexA content of filtrates versus reaction time at different temperaturestimes used in this work, the HexA removal was not complete. InTable 2 the parameters of the model for the concentration of HexAversus time are presented.As it can be seen, the maximum amount of HexA that can beremoved (DHexA∞) increased with temperature. Despite of that,the DHexA∞ obtained at 120ºC and 140ºC were very similar,which means that almost all the hexenuronic acids present inthe pulp were removed. Therefore, it is better to work at 120ºCTable 2. Model parameters of HexA content versus timeTemp. (ºC) 80 100 120 140DHexA∞ (meq/kg) 36,76 52,70 68,87 70,32rather than 140ºC, due to the pulp is less degraded and the HexAremoval is almost the same.Combining the equation models (1) and (2) for kappa numberreduction and hexenuronic acid content, the equation (3) was obtained.The correlation between kappa number and 2-furoic acid contentof the filtrates was significant (R 2 =0.9969) for the dataset fromall the experiments at various temperatures, as it can be seen inFigure 3. Additionally, the reduction of one kappa number unitcorresponded to a reduction in 9.2 meq/kg pulpof hexenuronic acid.(3)Figure 3. 2-furoic acid content of the filtrates versus kappa numberabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>61


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 59 - 64 APR 2012Figure 4. UV-Vis reflectance spectra. Difference in absorbance calculated according to the Kubelka-Munk equation (fresh pulp – treated pulp) as functionof wavelengthFrom the UV-Vis reflectance spectra and using the Kubelka-Munktheory, Figure 4 is obtained (Liitiä, Tamminen and Ranua, 2004)(Jääskeläinen and Liitiä, 2007). The difference UV-visible absorptionspectra (∆(k/s)) were similar shape showing mostly decrease in contentof hexenuronic acid. According to this figure, reflectance spectra showthe biggest concentration of hexenuronic acid in pulp after treatmentsat 80ºC and this concentration fell with time and temperature. Afterone hour of treatment the reduction in HexA content is 14% at 80ºCand almost 100% at 140ºC. Also this figure shows roughly the sameHexA removal between the treatment at 140ºC and 10 minutes and in100ºC and 60 minutes. These results are totally in concordance withthe results obtained from the UV-Vis spectra from the filtrates (Figure2) and with the results obtained from the UV-Raman spectra.UV-Raman spectra (Perander et al., 2001) (Figure 5) also showedthat the biggest concentration of HexA in pulp was obtained at80ºC, and this concentration fell with time and temperature. Itis noticeable that the peak of HexA for 120ºC and 140ºC and 60minutes treatments disappeared, indicating an almost completeremoval of HexA from pulp.The UV-Raman spectra show that at 80ºC the lignin contentdecreases about 10% and at 140ºC it decreased about 40% bothafter an hour of treatment.Figure 5. UVRR spectra of pulp after different treatments. Lignin and HexA peaks are shown62 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 59 - 64 APR 2012Figure 6. SCAN viscosity versus reaction time at different temperaturesAs it can be seen in Figure 6, the viscosity of the pulp after differenttimes at 80°C was quite constant taken into account the experimentalerror in this determination. After four hours of treatment there was asmall degradation of the pulp. On the other hand, at 120ºC and 140°C,after an hour of treatment, the viscosity reduction was higher.The change of viscosity was modeled with a first order rate equation(Vuorinen et al., 1999) (Vuorinen et al., 1996).Where is the viscosity of the initial pulp and k is the rate0 2constant.The data do not fit very well to the equation proposed probably(4)because the experimental data are few to validate the model. Inspite of that, the first order rate constant for viscosity reduction iscalculated and used in the theoretical equation for the selectivityof the treatment (viscosity versus kappa number). Combiningequations 1 and 4, the selectivity of the kappa number reductioncan expressed as in equation 5.In Figure 7 this equation with the experimental data arepresented. Unexpectedly, the selectivity of the treatment was almostindependent of temperature.(5)Figure 7. Selectivity curves of HexA removalabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>63


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 59 - 64 APR 2012Table 3: ISO brightness of pulps after each treatmentSampleTemp (ºC)80100120140BrightnessTime (min)(% ISO)60 62.8120 63.8240 62.830 62.460 62.810 61.460 64.310 63.060 65.1In general there were not significant variations of brightnessat the different experimental conditions; this fact is showed atTable 3. However, at 120ºC and 140ºC and for 60 minutes of reactiona slight increase of brightness can be observed, probably becauseof the reduction in the lignin content of the pulp.CONCLUSIONSHexenuronic acids are not completely removed from the eucalyptuspulp by acidic hydrolysis treatment neither at 80ºC during fourhours nor at 100ºC during two hours of treatment.Generally the A-stage is performed at the mills at 90ºC with a resi-dence time of 2 hours. In this condition the hexenuronic acid concentrationis reduced, but they are not completely removed. Because ofthat, HexA remain bonded to the pulp, consuming bleaching chemicalsand contributing to the kappa number.The HexA content of eucalyptus pulp has been considerably reducedwith a hydrolysis treatment of 60 minutes for two temperatures conditions:120ºC and 140ºC. In these two conditions the brightness of pulpis a bit higher, probably because the reduction in the amount of lignin.The mild hydrolysis for the reduction of hexenuronic acids couldbe carried out at a temperature higher than applied today withoutany significant loss in the quality of the pulp, but the higher steamconsumption should be taken into account.•References1. Jääskeläinen A.S.; Liitiä T. (2007): UV-vis reflectance spectroscopy reveals the changes in fibers chemistry during ageing. Spectroscopy Europe.19(5) 11-13.2. Li J.; Gellerstedt G. (1997): The contribution to kappa number from hexenuronic acid groups in pulp xylan. Carbohydrate Research. 302, 213-218.3. Li J.; Shi C.; Lindström M.; Henriksson G. (2011): The methoxy group of 4-O-methyl-glucuronic acid is central for the formation of hexenuronicacid during kraft pulping. O <strong>Papel</strong>. 72(1) 54 – 65.4. Liitiä T.; Tamminen T.; Ranua M. (2004): Chemistry of Bleaching Elucitated by UV-Vis Reflectance Spectroscopy. 8th European Workshopon Lignocellulosics and Pulp, Riga, Latvia; 247-250.5. Perander A.; Halttunen M.; Jääskeläinen A.; Vyörykkä J.; Vuorinen T. (2001): Determination of residual lignin from pulp samples with UVResonance Raman Spectroscopy. 11 th International symposium on wood and pulping chemistry; France, 331-334.6. Pikka O.; Vesala R.; Vilpponen A.; Dahllöf H.; Germgard U.; Norden S.; Bokström M.; Steffes F.; Gullischsen J. In Chemical Pulping. -Bleaching Applications; Gullichsen J., Paulapuro H., Fapet- Tappi eds: Helsinki, Finland, 2000, Vol 6A, ch 9.7. Sixta H.; Rutkowska E.W. (2007): Comprehensive kinetic study on kraft pulping of Eucalyptus globulus Part 2. O <strong>Papel</strong>. 68(2) 54-81.8. Tenkanen M.; Gellerstedt G.; Vuorinen T.; Teleman A.; Pertulla M.; Li J.; Buchert J. (1999): Determination of hexenuronic acid in softwoodkraft pulps by three different methods. Journal Pulp and Paper Science. 25(9) 306-311.9. Vuorinen T.; Fagerström P.; Räsänen E.; Vikkula A.; Henricson K.; Teleman A. (1997): Selective hydrolysis of hexenuronic acid groupsopens new possibilities for development of Bleaching processes. 9th Intl. Symp. Wood Pulp Chem., Montreal, Canada; 1-4.10. Vuorinen T.; Fagerström P.; Buchert J.; Tenkanen M.; Teleman A. (1999): Selective hydrolysis of hexenuronic acid groups and its applicationin ECF and TCF bleaching of kraft pulps. Journal of Pulp and Paper Science. 25(5) 155-162.11. Vuorinen T.; Teleman A.; Fagerström P.; Buchert J.; Tenkanen M. (1996): Selective hydrolysis of hexenuronic acid groups and its applicationin ECF and TCF bleaching of kraft pulps. International Pulp Bleaching Conference – Tappi Proceedings. 43-51.64 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 65 - 73 APR 2012Caracterização de bio-óleo obtido de resíduo deprocesso kraft utilizando cromatografia gasosamonodimensional e bidimensional abrangente comdetector de espectrometria de massasAuthors*: Candice S. Faccini 1Isadora Dalla Vecchia 1Elina B. Caramão 1Nei Lima 2Cláudia A. Zini 1Palavras-chave: Biomassa, bio-óleo, cromatografia gasosa, piróliseResumoA indústria de celulose e papel no Brasil apresenta alta eficiênciaambiental, com sua performance comparada ao que existe de melhorno mundo em termos de gerenciamento ambiental. Entretanto, o usode alguns resíduos desse setor para fins mais nobres abre perspectivaspara um gerenciamento ambiental ainda melhor. Neste trabalhoa serragem, o resíduo do digestor e o lodo da estação de tratamentode efluentes - resultantes do processo de fabricação de celulose deeucalipto - foram submetidos a pirólise rápida para investigação deuma rota processual alternativa que agregue valor a esses materiais.Foi desenvolvido um planejamento experimental para a biomassado digestor em que a massa de resíduo (3, 5 e 7 g) e a temperaturafinal de pirólise (350, 450 e 550ºC) foram variadas, enquanto ataxa de aquecimento (100ºC/min) e o fluxo de nitrogênio (1 mL/min)foram mantidos constantes. A melhor condição experimental foi ade 7 g de biomassa e temperatura de 550ºC, levando-se em contao maior rendimento de bio-óleo e o percentual de siringol, que éo seu composto majoritário. O emprego de uma menor granulometria(20 mesh) dos resíduos e de um condensador mais longo paraos voláteis resultaram em maior rendimento em bio-óleo. Os gasescondensáveis e não condensáveis deste processo foram analisadospor cromatografia gasosa acoplada a detector de espectrometria demassas (GC/MS), bem como por cromatografia gasosa bidimensionalabrangente acoplada a detector de espectrometria de massas portempo de voo (GC×GC/TOFMS). Compostos como fenóis, hidrocarbonetos,ácidos carboxílicos, aldeídos e cetonas foram encontradosno bio-óleo, havendo perspectiva de utilização de frações deste bio--óleo para produção de produtos químicos de maior valor agregadoou para uso como combustítvel.IntroduçãoResíduos industriais são um desafio no que diz respeito à minimizaçãode danos ambientais causados pela sua disposição no meioambiente, e também no que tange à sua reutilização no processoindustrial, pois podem, eventualmente, gerar acúmulo de componentesindesejáveis no produto final e com isso baixar sua qualidade. Areutilização de resíduos de processo de forma endógena pode tambémprovocar acúmulo de materiais em reatores e tubulações, doque resultam manutenções mais frequentes dos equipamentos comimplicação em custos. A utilização desses resíduos para geração deprodutos de maior valor agregado é uma opção extremamente interessantetanto no âmbito financeiro como ambiental. No caso da indústriade celulose e papel (C&P) – não obstante o notável progressona direção da minimização de resíduos - ainda persistem resíduospara os quais é possível visualizar usos com melhor relação custo/benefício.Dentre esses, encontram-se o resíduo do digestor, a serrageme o lodo do tratamento de efluentes, entre outros.Uma das opções para a transformação de resíduos industriaisé a pirólise, que pode ser definida como a degradação térmica dequalquer material orgânico na ausência parcial ou total de agenteoxidante. A pirólise rápida teve um novo impulso nas últimas décadase visa um maior rendimento em bio-óleo, que pode ser obtidoatravés do correto ajuste de taxa de aquecimento, temperatura doreator, tempo de aquecimento das partículas de biomassa e pressãode operação, dentre outras. A utilização de variados tipos de biomassapode levar à geração de produtos de maior valor agregado e estáem concordância com o objetivo de implantação de biorrefinarias. As*Authors’ references:1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500 - Porto Alegre – RS - Brasil2. Ecoáguas, Engenharia do Meio Ambiente. R. Dr. Lauro Azambuja, 118, s. 706 – Guaíba – RS – BrasilCorresponding author: Cláudia A. Zini – E-mail: cazini@iq.ufrgs.brabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>65


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 65 - 73 APR 2012Preparo e caracterização da biomassaOs resíduos de serragem, do digestor e o lodo da estação de tratamentode efluentes (ETE) foram primeiramente secados em estufaa 105°C durante 4 horas e depois mantidos em dessecador. Foramrealizados experimentos relacionados ao planejamento experimentalutilizando-se a granulometria original dos materiais em estudo. Emuma segunda etapa, a fim de melhorar o rendimento do bio-óleo, essesmateriais foram submetidos a peneiramento, obtendo-se granulometriade 20 mesh (0,841 mm). Houve dificuldade no peneiramenbiorrefinariassão consideradas complexos de produção integrada deenergia e de insumos químicos de grande demanda e valor agregado,o todo obtido a custos competitivos (Foelkel, C., 2007).A pirólise é conhecida desde o Egito antigo, quando o alcatrão depirólise era usado para calafetar barcos e como agente de embalsamamento.Os processos de pirólise têm sido melhorados e são atualmenteusados no processamento de carvão e coque. Desde 1980 têm sidomuitos os trabalhos direcionados ao estudo da pirólise rápida, onde abiomassa é aquecida sob altas velocidades e o vapor produzido é tambémcondensado rapidamente. Quando o aquecimento se dá a taxaselevadas (superiores a 20ºC min -1 ) alcançando temperaturas em tornode 700°C, diz-se que a pirólise é rápida (Czernik, S., 2004).A pirólise é caracterizada por degradação térmica de combustívelsólido (temperaturas acima de 400°C) que pode ser realizada emausência completa do agente oxidante ou em quantidade tal quea gaseificação não ocorra extensivamente. Desse processo resultamprodutos gasosos, vapores condensáveis (bio-óleo) e sólidos. O materialsólido pode se constituir de carbono orgânico (em inglês: char)utilizado para variados fins, desde adubo até filtros industriais e dematerial inorgânico, considerado como cinzas residuais do processo.A fração líquida, ou bio-óleo, é mistura de compostos orgânicos decoloração marrom escura, altamente oxigenada (Peacocke, G.V.C. etal., 1994; Peacocke, G.V.C. et al., 1994; Peacocke, G.V.C. et al., 1994;Soltes, E.J. et al., 1981). Os sinônimos para bio-óleo incluem: óleode pirólise, líquido de pirólise, óleo bio-cru (BCO), líquido de madeira,óleo de madeira, fumaça líquida, destilado de madeira, ácido depirolenhoso e madeira líquida. Diversas frações obtidas a partir debio-óleos leves da pirólise rápida de biomassa encontram muitasoportunidades imediatas de aplicação e, por isso, este processo de piróliseé considerado o mais avançado, importante e de maior atrativocomercial dentre os vários tipos de pirólise (Czernik, S., 2004). Ainda,o emprego de resíduos, ou seja, o uso de matéria-prima menos nobreque não requer uma plantação específica para sua produção - comoacontece com etanol e biodiesel - muitas vezes torna esse tipo debiomassa ambientalmente bastante conveniente (Duman, G., 2011).Os usos do bio-óleo podem ser vários, dentre eles como combustívelliquido ou fonte de produtos químicos refinados de alto preço novarejo. Várias aplicações podem ser citadas para produtos provenientesde pirólise de materiais lignocelulósicos, dentre elas o empregodo furfural como solvente na refinação petroquímica para extraçãode dienos a partir de mistura de outros hidrocarbonetos; o uso deacetonas e fenóis para produção de resinas; do eugenol (consideradoantisséptico natural) como expectorante, antisséptico, analgésico,componente de medicamentos contra asma e bronquite, entreoutros. Outro exemplo é a produção de compostos utilizados comoaditivos e aromas em alimentos, como o alil-siringol, o siringaldeídoe o siringol. Em anos recentes tem sido dispensada atenção especialao desenvolvimento de derivados fenólicos existentes no bio-óleo insolúvel- principalmente derivados da despolimerização da lignina -,para substituição de fenol petroquímico durante a formulação deresinas do tipo fenol-formaldeído. Essas resinas são utilizadas comoligantes em variados tipos de madeira compensada e são tambémum material básico nas indústrias de abrasivos e adesivos. A substituiçãode 50% (em peso) de fenol é viável sem que ocorra alteraçãoou interferência no desempenho da resina (Olivares-Gómes, E., 2002;Walter, A.C. et al., 2000; Felfli, F., 2003; Meier, D. et al., 1999).Atualmente o rejeito do digestor retorna ao processo produtivoda indústria de celulose e papel, a serragem é principalmente empregadacomo cama de aviários e o lodo de estações de tratamentode efluentes é encaminhado para fins de adubação de florestas.Entretanto, existe perspectiva concreta de obtenção de produtos demaior valor agregado a partir do pirolisado desses biomateriais lignocelulósicos.Os pirolisados de biomateriais são normalmente analisados porcromatografia gasosa acoplada a detector de espectrometria demassas e analisador do tipo quadrupolo (GC/qMS) (Meier, D. et al.,1999). Entretanto, a cromatografia gasosa bidimensional abrangente(GC×GC), idealizada por J. Philips em 1991, apresenta vantagensrelativamente à cromatografia monodimensional, especialmentepara a análise de misturas complexas como os bio-óleos (Zini, C.A.,2009). Dentre essas vantagens pode-se citar: aumento de capacidadede pico, detectabilidade, seletividade e estruturação dos analitosno espaço bidimensional consumindo tempo de análise igual ao dacromatografia monodimensional. A GC×GC tem sido aplicada a váriostipos de matrizes destacando-se petróleo e derivados, carvão,aromas e fragrâncias, matrizes ambientais e várias outras (Zini, C.A.,2009; Von Mühlen, C. et al., 2006; Welke, J.E. et al., 2011).Este trabalho tem por objetivo investigar as melhores condiçõesde pirólise em escala laboratorial empregando-se planejamentofatorial e a concentração do composto majoritário do bio-óleo (siringol)como indicador da eficiência do processo. Análise qualitativados produtos obtidos nos gases condensáveis e não condensáveisda pirólise otimizada da serragem, do lodo da ETE e do resíduo dodigestor da empresa CMPC Celulose Riograndense foi também realizadapor GC/qMS e GC×GC.MATERIAIS E MÉTODOSOs experimentos foram realizados nos laboratórios de QuímicaAnalítica Ambiental e Oleoquímica (LAAO) da Universidade Federaldo Rio Grande do Sul, e os resíduos fornecidos pela indústria CMPCCelulose Riograndense, situada na cidade de Guaíba, Estado do RioGrande do Sul.66 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 65 - 73 APR 2012Tabela 1. Parâmetros empregados no planejamento fatorial para o experimento de pirólise rápida do resíduo do digestorExperimentos Massa (g) Temperatura final (°C)1 -1 (3) -1 (350)2 -1 (3) 0 (450)3 -1 (3) +1 (550)4 0 (5) -1 (350)5 0 (5) 0 (450)6 0 (5) +1 (550)7 +1 (7) -1 (350)8 +1 (7) 0 (450)9 +1 (7) +1 (550)Forno de pirólise (coleta de gás, de líquido e sólido)Para a realização do processo de pirólise rápida foi utilizado umforno e um reator de quartzo construídos no Instituto de Física daUFRGS com a finalidade de obtenção dos produtos sólido, líquido egasoso da pirólise. A Figura 1 representa esquema completo do fornoacoplado ao reator de quartzo e ao controlador e medidor de temtodo lodo seco devido a sua textura. Esse lodo foi por isso sempreempregado com sua granulometria original.A serragem é o resíduo resultante da transformação da madeiraem cavacos alimentados ao processo de digestão. O lodo é o resíduosólido final da ETE, que inclui tratamentos primário, secundário e terciário.O resíduo do digestor é o que resta do processo de cozimento,eventualmente recirculado no sistema, mas sob risco de acúmulo deimpurezas em equipamentos de processo e consequente aumento dafrequência de paradas industriais para limpezas.As análises termogravimétricas (TGA, do inglês: ThermogravimetricAnalysis) foram realizadas em atmosfera de nitrogênio ultrapurono equipamento SDT Q600 da TA Instruments, com rampa de aquecimentode 10°C por minuto até 1000°C.Planejamento experimentalFoi avaliada a influência de duas variáveis do processo de pirólisedo resíduo do digestor no rendimento de bio-óleo e no composto majoritáriodeste foram avaliadas quantidade de amostra e temperaturamáxima de pirólise. Para tanto, foi feito um planejamento experimentalfatorial 3 2 , que pode ser visto na Tabela 1 (Benício, B.N. et al., 1995).Foram realizados 9 experimentos e a triplicata do ponto central,nos quais a massa de resíduo do digestor (3, 5 e 7 g), apresentandogranulometria mista, e a temperatura final de pirólise (350, 450 e550 ºC) foram variadas, enquanto a taxa de aquecimento (100 ºC/min) e o fluxo de nitrogênio (1 mL/min) foram mantidos constantes.A melhor condição experimental obtida na pirólise do resíduo dadigestão foi escolhida como aquela que produziu o maior rendimentoem bio-óleo e maior percentual de siringol, que é o compostomajoritário neste processo. Uma menor granulometria (20 mesh) eum condensador de maiores dimensões (de 20 cm x 2 cm para 40 cmx 5 cm) também foram testados a fim de melhorar o rendimento debio-óleo. Após obtida a melhor condição de pirólise, esta foi aplicadatambém aos resíduos de serragem e de lodo da ETE.Figura 1. Forno de pirólise rápida acoplado ao reator de quartzo e ao controlador e medidor de temperatura. a) reator de quartzo (R1, R2 e R3) e suasconexões, bem como condensador, frasco coletor de bio-óleo e coletor de gás; b) reator de quartzo dentro do forno tubularabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>67


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 65 - 73 APR 2012peratura. O forno tubular possui diâmetro de 40 mm, comprimentode 200 mm e controlador de temperatura do tipo N-480 Novus, comtermopar tipo-K. Um reator de quartzo foi instalado no interior doforno para obtenção dos produtos desejados. O sistema comportaum medidor de fluxo de nitrogênio gasoso, um termopar para mediçãoda temperatura interna da amostra, um condensador de 200 mmde comprimento por 20 mm de diâmetro para a coleta do produtolíquido (bio-óleo), um coletor de gases de 20 mL com torneiras deteflon rotaflow e uma saída de gás.Coleta dos gases não condensáveisOs gases não condensáveis (produto gasoso) obtidos durante apirólise do resíduo do digestor com granulometria de 20 mesh puderamser avaliados qualitativamente utilizando-se a técnica de microextraçãoem fase sólida (SPME, do inglês: Solid Phase Micro Extraction)seguida de análise em GCq/MS. O método cromatográficoutilizado foi o mesmo que aquele para a caracterização do bio-óleo,porém com injeção modo splitless. O aprisionamento dos voláteisocorreu no coletor de gases de 20 mL no auge da liberação de gasesnão condensáveis e a seguir foi imediatamente realizada a adsorçãodos compostos voláteis em uma fibra de tripla fase (PDMS/DVB/CAR). O tempo de exposição da fibra para a adsorção dos compostosfoi de 30 segundos e no cromatógrafo permaneceu exposta durante1 minuto. A Figura 2 ilustra o momento da coleta.Extração líquido-líquido do bio-óleoA extração líquido-líquido (LLE, do inglês: Liquid Liquid Extraction)foi feita em funil de decantação de 10 mL, utilizando-se 4 mL dediclorometano (DCM). Este procedimento foi repetido quatro vezes,tendo sido descartada a fase aquosa e considerada como bio-óleo afase orgânica. As alíquotas obtidas com DCM foram misturadas e aumidade residual removida pela adição de aproximadamente quatrogramas de sulfato de sódio anidro (ativado previamente em forno a200ºC por 12 h). Após esse procedimento, a amostra foi filtrada atravésde papel filtro e coletada em copo de béquer. O solvente contidona amostra foi evaporado a temperatura ambiente até à concentraçãoda amostra para posterior análise cromatográfica.Análise de bio-óleo por cromatografia gasosaO bio-óleo foi analisado por cromatografia gasosa monodimensionalcom detector de espectrometria de massas do tipoquadrupolar (GC/qMS) em equipamento Shimadzu modeloQP-5050ª. As condições para esta análise foram: coluna OV-5(Ohio Valley Specialty Company, Marietta, OH, EUA) 95% dedimetil-polisiloxano e 5% de grupos fenila (30 m, 0,25 mm,0,25 µm); rampa de aquecimento do forno: 50°C (2 min) – 4°C/min. – 280ºC (3 min.); temperatura do injetor e do detectorde 280°C e injeção de 1 μL com split de 1:10. O detector foioperado no impacto eletrônico e a energia do feixe de elétronsfoi de 70 eV. No que diz respeito à GCxGC, foi empregadoum detector de espectrometria de massas por tempo de voo(GC×GC/TOFMS) (Agilent Technologies, Palo Alto, CA, EUA)e um conjunto de colunas DB-5 contendo 95% de dimetil--polisiloxano e 5% de grupos fenila (50 m x 0,25 mm x 0,25µm) na primeira dimensão e uma coluna DB-17 com 50% dedimetil-polisiloxano e 50% de grupos fenila (3,0 m x 0,25 mmx 0,25 µm) na segunda dimensão. As colunas capilares foramadquiridas da Agilent Technologies. A programação de temperaturapara os fornos foi de 60°C por 0,20 min. Inicialmente,tendo atingido 310ºC a 3°C/min, onde permaneceu por 20 min.A diferença de temperatura entre os fornos foi de 10°C e operíodo de modulação 8 s. O modulador empregado foi ummodulador criogênico de quatro jatos (duração do jato quente2,4 segundos e do frio 1,6 segundo). A identificação tentativados compostos foi realizada através de índice de similaridadedos espectros de massas dos compostos desconhecidos comparadosaos espectros de massas de bibliotecas comerciais deespectros de massas, como a Wiley, 6ª edição.ResultadosAnálise termogravimétricaOs resíduos foram submetidos à análise termogravimétrica(TGA) a fim de verificar o comportamento individual relativamen-Figura 2. Ampliação do coletor de gases não condensáveis no momento da adsorção dos compostos voláteis na fibra de SMPE68 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 65 - 73 APR 2012Figura 3. Curva termogravimétrica da serragem (A), do resíduo do digestor (B) e do lodo da estação de tratamento de efluentes (C)te à perda de massa durante o processo de aquecimento, bemcomo sua estabilidade térmica.A Figura 3 (A, B e C) apresenta as curvas de degradação termogravimétricados resíduos de serragem, do digestor e do lododa ETE, respectivamente. Observa-se que a maior transformaçãotermogravimétrica ocorre abaixo de 400ºC.Planejamento experimentalSeguindo o planejamento experimental, foram realizadasvárias pirólises a fim de determinar a condição que produziua maior percentagem do composto siringol (majoritário nestebio-óleo). O gráfico da Figura 4 mostra as concentrações desiringol obtidas para cada experimento.As condições empregadas no experimento 9 (7 g de biomassae temperatura final de pirólise de 550°C) resultaram em maiorconcentração de siringol no pirolisado.Segundo a literatura, o uso de granulometria mista afeta negativamenteo rendimento em bio-óleo. Sendo assim, algunstestes foram realizados utilizando-se uma granulometria fixade 20 mesh (0.841 mm) (Czernik, S., 2004; Olivares-Gómes, E.,Figura 4. Gráfico originado do planejamento experimental referente àconcentração de siringol obtida da pirólise do resíduo do digestor2002). Os resultados obtidos mediante experimentos com granulometriade 20 mesh do resíduo do digestor e condensadorde 20 cm acoplado ao forno de pirólise foram superiores aos degranulometria mista; nestes, o sistema de resfriamento de gasescontava com um condensador de apenas 10 cm: 158 mg/L desiringol no pirolisado e 43 mg/L, respectivamente. O rendimentoabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>69


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 65 - 73 APR 2012Figura 5. Comparação do rendimento em siringol (A) e em bio-óleo (B) obtido a partir do resíduo do digestor com granulometria mista (experimento1) e granulometria 20 mesh (experimento 2)em bio-óleo (m/m) sobre massa seca também aumentou, de maneirageral, em 2,27% com granulometria mista para 6% comgranulometria de 20 mesh (Figura 5).A Figura 6(A) mostra claramente os hidrocarbonetos comocompostos majoritários na fração não condensada da pirólise doresíduo do digestor. Esses componentes apresentam alto podercalorífico e, portanto, grande potencial para uso como combustível.A predominância dos compostos fenólicos no bio-óleo podeser vista na Figura 6(B), bem como a diversidade de compostospresentes. No bio-óleo, o pico número 4 representa o compostomajoritário siringol, para o qual já foi citada aplicação na indústriade aditivos e aromas para alimentos (Soltes, E.J. et al., 1981;Duman, G., 2011; Olivares-Gómes, E., 2002; Walter, A.C. et al.,2000). Nessas figuras são indicados os picos mais intensos deacordo com seu grupo funcional. Foram tentativamente identificados66 compostos nos voláteis e 42 compostos no bio-óleo doresíduo do digestor, conforme procedimento anteriormente descrito.Os demais compostos identificados tentativamente foramácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, álcoois, hidrocarbonetos,aminas, amidas e éteres. O emprego de alguns desses compostospara química fina é objeto de intensa pesquisa científica, visualizando-sefuturas aplicações na indústria.As condições otimizadas de pirólise foram empregadas para aserragem e para o lodo da ETE. Os rendimentos em bio-óleo (m/m)Figura 6. (A) Cromatograma da fração volátil obtida na pirólise do resíduo do digestor utilizando-se 7 g de biomassa e temperatura final de pirólise de550°C. (B) Cromatograma da fração bio-óleo obtida nas mesmas condições de pirólise da fração (A). As condições cromatográficas constam em: coletade gases não condensáveis. As cores dos números dos picos cromatográficos indicam as seguintes famílias de compostos: verde: éter; vermelho: fenol;preto: cetona; azul: hidrocarboneto; rosa: ácido; cinza: álcool; amarelo: éster70 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 65 - 73 APR 2012Figura 7. Comparação dos rendimentos de bio-óleo obtidos a partir da pirólise da serragem, do resíduo do digestor e do lodo da ETEsobre massa seca obtidos para a serragem foram superiores àquelesobtidos para o resíduo do digestor e para o lodo, conformeFigura 7. O resultado obtido para a serragem é superior ao dolodo, e este é maior do que o reportado para o resíduo do digestor,indicando perspectivas promissoras para o emprego desses bio--óleos. O rendimento em bio-óleo depende da técnica de piróliseutilizada, dos parâmetros operacionais e da origem/tipo de biomassa(Dandik, L. et al., 1998; Fu, P. et al., 2010; Demiral, I. et al., 2011).Em relação à variedade de compostos identificados em cada bio--óleo (Figura 8), pode-se notar que cada resíduo apresenta umgrupo de compostos em maior proporção. A serragem e o resíduo dodigestor destacam-se pela maior quantidade de compostos fenólicos,indicando o potencial desses bio-óleos para produção de resinas fenólicas.Nesse caso, é interessante considerar o upgrade desses pirolisadosa fim de se obter uma fração mais rica em tais compostos ou,ainda, considerar a modificação do processo pirolítico para o mesmofim. Este tipo de prática simplificaria a destinação desses materiaispara um mesmo sítio industrial.Assim como a presença de hidrocarbonetos na fração volátil do resíduodo digestor remete ao seu uso como combustível, a predominânciadesses mesmos compostos no bio-óleo do lodo da ETE sugereo mesmo tipo de aplicação (Meier, D. et al., 1999; Santos, A.L.F., etal., 2010; Dandik, L.H. et al., 1998). Porém, a presença de oxigênionesse bio-óleo torna suas propriedades químicas bastante diferentesdos combustíveis comumente empregados. Por esse motivo, bio-óleoscontendo compostos oxigenados possuem baixa densidade energética(poder calorífico), imiscibilidade com os combustíveis convencionaise, ainda, baixa estabilidade (Bridgwater, A.V., 2004; Mohan, D. et al.,2006). A estabilidade do bio-óleo foi discutida em artigo de Zhange colaboradores, onde se afirma que os precursores da polimerizaçãoFigura 8. Grupos funcionais observados nos bio-óleos da serragem, do resíduo do digestor e do lodo da estação de tratamento de efluentesabril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>71


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 65 - 73 APR 2012Figura 9. Diagramas tridimensionais obtidos por GC×GC/TOFMS dos bio-óleos obtidos através da pirólise das três biomassas em estudo (A: serragem,B: resíduo do digestor e C: lodo) utilizando-se 7 g de biomassa e uma temperatura final de pirólise de 550°C. O eixo X apresenta os tempos de retenção na1ª dimensão (em minutos) e o eixo Y os tempos de retenção na segunda dimensão (em segundos)do bio-óleo são grupos funcionais com radicais metóxi. A atmosferainerte utilizada neste trabalho (N 2) favorece a formação de radicaismetóxi, ao contrário da atmosfera de CO e CO 2, a qual proporcionariaa formação de um bio-óleo mais estável, porém diminuiria a formaçãode fenóis e açúcares (Zhang, H. et al., 2011). Outra opção é o upgradedo bio-óleo através de desoxigenação, que é feita por duas rotas:hidrotratamento e craqueamento catalítico (Bridgwater, A.V., 2004).Entretanto, esses métodos são caros e o produto final pode não sercompetitivo com o combustível fóssil (Bridgwater, A.V. et al., 1991).Dessa forma, é importante um conhecimento prévio da biomassa,assim como sua devida importância comercial, social e ambiental demodo que se possa escolher o melhor processo de conversão, tornandoo produto final econômica e ambientalmente competitivo.A cromatografia gasosa bidimensional difere muito da monodimensionalprincipalmente na questão da sensibilidade. A Figura 9mostra o grande potencial de GC×GC, visto que vários outros compostosdo bio-óleo foram detectados (cada “pico” no diagrama correspondea um ou mais compostos). Os diagramas da Figura 9 (A,B e C) mostram claramente a capacidade de pico superior e a seletividadeda técnica de GC×GC. Picos cromatográficos que na 1D-GC(Figura 7) pareciam conter apenas um componente, são desdobradosem vários na GC×GC.CONCLUSÕESA análise por GC/qMS do bio-óleo e da fração não condensávelda pirólise do resíduo do digestor mostrou que existe potencialde emprego destas frações como combustível e/ou paraprodução de resinas fenólicas e outros produtos. A GC×GC éuma ferramenta importante para a exata caracterização debio-óleos de forma geral, bem como de bio-óleos de matrizesespecíficas para futuro controle da qualidade desses produtos.Modificações no resfriamento de gases do sistema pirolítico ena granulometria dos resíduos investigados resultou em aumentodo rendimento em bio-óleo. O maior rendimento embio-óleo obtido para a serragem e para o lodo da ETE, utilizando-seas condições otimizadas para o resíduo do digestor,coloca esses dois resíduos em posição ainda mais promissorapara futuros usos industriais comparativamente ao resíduo dodigestor. Entretanto, pode-se também investigar as vantagensambientais e econômicas do emprego da pirólise a partir damistura de vários resíduos.A utilização de resíduos para produção de produtos de maior valoragregado apresenta vantagens ambientais com ganhos econômicosque podem ser ajustados segundo a escala de produção, tipo de sistemaempregado e valor agregado do produto alvo. •72 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


Technical Article / Peer-reviewed ArticleO PAPEL vol. 73, num. 4, pp. 65 - 73 APR 2012References1. Benício, B. N.; Spacino, S. I.; Bruns, R. E. Planejamento e Otimização de Experimentos, 1ª Edição, 1995, 300 p.2. Bridgwater, A.V.; (2004). Biomass Fast Pyrolysis. Thermal Science. 8, No. 2, 21-49.3. Bridgwater, A.V.; Cottam, M.L.; Costs and Opportunities for Biomass Pyrolysis Liquids Production and Upgrading, Proceedings, 6thConference on Biomass for Energy, Industry and the Environment, Athens, April 1991.4. Czernik, S.; Bridgwater, A. V. (2004): Overview of application of biomass fast pyrolysis oil. Energy & Fuels. 18, 590-598.5. Dandik, L. H.; Aksoy, A.; Erdem-Senatalar A. (1998); Catalytic Conversion of Used Oil to Hydrocarbon Fuels in a Fractionating PyrolysisReactor. Energy & Fuels. 12, 1148-1152.6. Demiral, I.; Ayan, E.A. (2011); Pyrolysis of grape bagasse: Effect of pyrolysis conditions on the product yields and characterization of the liquidproduct. Bioresourse Technology. 102, 3946-3951.7. Duman, G.; Okutucu, C.; Ucar, S.; Stahl, R.; Yanik, J. (2011); The slow and fast pyrolysis of cherry seed. Bioresource Technology. 102,1869–1878.8. Felfli, F.; Torrefação de Biomassa. Viabilidade Técnica e Potencial de Mercado. Tese de Doutorado. Faculdade de Engenharia Mecânica-FEM, Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, Campinas, São Paulo, 2003.9. Foelkel, C.; Resíduos Sólidos Industriais da Produção de Celulose Kraft de Eucalipto, Parte 01: Resíduos orgânicos fibrosos. EucalyptusOnline Book & Newsletter, 2007.10. Fu, P.; Hu, S.; Xiang, J.; Li, P.; Huang, D.; Jiang, L.; Zhang, A.; Zhang, J. (2010); FTIR study of pyrolysis products evolving from typicalagricultural residues. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis. 88, 117–123.11. Meier, D. ; Faix, O. (1999); State of the art of applied fast pyrolysis of lignocellulosic materials - A review. Bioresource Technology. 68,71-77.12. Mohan, D.; Pittman Jr., C. U; Steele, P. H. (2006); Pyrolysis of Wood/Biomass for Bio-oil: A Critical Review. Energy & Fuels. 20, 848-889.13. Olivares-Gómez E.; Tese de doutorado. FEAGRI, Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, Campinas, São Paulo, 2002.14. Peacocke, G. V. C.; Bridgwater, A. V. (1994); Ablative plate pyrolysis of biomass for liquids. Biomass Bioenergy. 7, 147-154.15. Peacocke, G. V. C.; Madrali, E. S.; Li, C.-Z.; Guell, A. J.; Kandiyoti, R.; Bridgwater, A. V. (1994); Physical properties of flash pyrolysisliquids. Biomass Bioenergy. 7 (1-6), 155-167.16. Peacocke, G. V. C.; Russel, P. A.; Jenkins, J. D.; Bridgwater, A. V. (1994); Effect of reactor configuration on the yields and structures of pinewoodderived pyrolysis liquids: A comparison between ablative and wire-mesh pyrolysis. Biomass Bioenergy. 7, 169-178.17. Santos, A. L. F., Martins, D. U.; Iha O. K.; Ribeiro R. A. M; Quirino, R. L.; Suarez, P. A. Z. (2010); Agro-industrial residues as low-pricefeedstock for diesel-like fuel production by termal cracking. Bioresource Technology. 101, 6157–6162.18. Soltes E. J.; Elder, T. J.; Organic Chemicals from biomass - Pyrolysis.; Goldstein, I. S., Ed.; CRC Press: Boca Raton, FL, 1981; pp 63-95.19. Von Mühlen, C.; Zini, C. A.; Caramão E. B.; Marriott P.J. (2006); Caracterização de Amostras Petroquímicas e Derivados UtilizandoCromatografia Gasosa Bidimensional Abrangente (GC x GC).Quim. Nova, 29, 765-775.20. Walter, A.C. da Silva; Faaij, A. and Bauen, A.; Industrial Uses of Biomass Energy: The example of Brazil - New Technologies for ModernBiomass Energy Carries. Rosillo-Calle, F.; Bajay S. and Rothman, H. 1ª Ed. London, England, published by Taylor & Francis, 2000,p. 200-253.21. Welke, J. E.; Zini, C. A. (2011); Comprehensive Two-Dimensional Gas Chromatography for Analysis of Volatile Compounds in Foods andBeverages. J. Braz. Chem. Soc. 2011, 22, 609-622.22. Zhang, H.; Xiao, R.; Wang, D.; He, G.; Shao, S.; Zhang, J.; Zhong, Z. (2011); Bioresource Technology. 102, 4258-4264.23. Zini, C. A. (2009); Cromatografia gasosa bidimensional. Scientia Chromatographica, 1, 31-49.abril/April 2012 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>73


DiretoriaDIRETORIA EXECUTIVA - Gestão 2010/2011Presidente:Lairton Oscar Goulart LeonardiVice-presidente:Gabriel José1º Secretário-tesoureiro:Ricardo da Quinta2º Secretário-tesoureiro:Cláudio Luiz Caetano MarquesCONSELHO DIRETORAlberto Mori; Alceu Antonio Scramocin/Trombini; AlessandraFabiola B. Andrade/Equipalcool; Andréa Lopes/Perenne; Angelo Carlos Manrique/Dag; Antonio Carlosdo Couto/Peróxidos; Antonio Carlos Francisco/Eka; AntonioClaudio Salce/Papirus; Antonio Fernando Pinheiroda Silva/Copapa; Aparecido Cuba Tavares/Jari; Ari A.Freire/Rolldoctor; Arnaldo Marques/Dsi; Aureo MarquesBarbosa/Cff; Carlos Alberto Farinha e Silva/Pöyry;Carlos Alberto Jakovacz/Senai-Cetcep; Carlos RenatoTrecenti/Lwarcel; Carlos Roberto de Anchieta/Rigesa;Celso Luiz Tacla/Metso Paper; Cesar Mendes/Nalco;Christiano Lopes/Jaraguá; Claudinei Oliveira Gabriel/Schaeffler; Claudio Luis Baccarelli/Vacon; ClayrtonSanches; Daniel Atria/Corn Products; Darley RomãoPappi/Xerium; Dionízio Fernandes/Irmãos Passaúra;Edneia Rodrigues Silva/Basf; Elidio Frias/Albany; ErikDemuth/Demuth; Étore Selvatici Cavallieri/Imetame;Fernando Barreira Soares de Oliveira/ABB; Francisco F.Campos Valério/Fibria; Francisco Razzolini/Klabin; GuillermoDaniel Gollman/Omya; Haruo Furuzawa/Nsk;Joaquim Moretti/Melhoramentos Florestal; José CarlosKling/Eldorado Celulose e <strong>Papel</strong>; José Alvaro Ogando/Vlc; José Edson Romancini/Looking; José Joaquim deMedeiros/Buckman; Júlio Costa/Minerals Technologies;Lourival Cattozzi/Ambitec; Luciano Nardi/Chesco; LucianoViana da Silva/Contech; Luiz Leonardo da SilvaFilho/Kemira; Luiz Mário Bordini/Andritz; Luiz WalterGastão/Ednah; Marco Antonio Andrade Fernandes/Enfil; Marco Fabio Ramenzoni; Marcos C. Abbud/SKFdo Brasil; Marcos Contin/Alstom; Marcus AureliusGoldoni Junior/Schweitzer - Mauduit; Maurício LuizSzacher; Maximilian Yoshioka/Styron do Brasil; NelsonRildo Martins/International Paper; Nestor de CastroNeto/Voith Paper; Newton Caldeira Novais/H. Bremer &Filhos; Nicolau Ferdinando Cury/Ashland; Oswaldo CruzJr./Fabio Perini; Paulo Kenichi Funo/Gl&V; Paulo RobertoBonet/Bonet; Paulo Roberto Brito Boechat/Brunnschweiler;Paulo Roberto Zinsly de Mattos/Tmp; PedroVicente Isquierdo Gonçales/Rexnord; Ralf Ahlemeyer/Evonik Degussa; Renato Malieno Nogueira Filho/Hpb;Renato Martins Pereira/RPL – Rolamentos PaulistaLtda.; Ricardo Araújo do Vale/Biochamm; Ricardo CasemiroTobera; Robinson Félix/Cenibra; Rodrigo Vizotto/Cbti; Rosiane Soares/Carbinox; Sidnei Aparecido Bincoletto/Cosan Combustíveis e Lubrificantes S.A.; SimoniDe Almeida Pinotti/Carbocloro; Vilmar Sasse/Hergen;Waldemar Antonio Manfrin Junior/Tgm; Walter GomesJunior/Siemens Ltda.Conselho ExecutivoAlberto Mori/MD Papéis; Beatriz Duckur Bignardi/Bignardi Indústria; Carlos Alberto Farinha e Silva/Pöyry Tecnologi; Carlos Roberto de Anchieta/Rigesa; Carmen Gomez Rodrigues/Buckman; CelsoLuiz Tacla/Metso Paper; Edson Makoto Kobayashi/Suzano; Francisco César Razzolini/Klabin; JefersonLunardi/Melhoramentos Florestal; João Florêncioda Costa/Fibria; José Mário Rossi/Grupo Orsa; LuizLeonardo da Silva Filho/Kemira; Marcio Bertoldo/InternationalPaper; Márcio David de Carvalho/Melhoramentos CMPC; Nestor de Castro Neto/VoithPaper; Roberto Nascimento/Peróxidos do Brasil;Rodrigo Vizotto/CBTI; Simon M. Sampedro/Santher;Walter Lídio Nunes/CMPC – Celulose Riograndense;Wanderley Flosi Filho/Ashland.DIRETORIAS DIVISIONÁRIASAssociativo: Ricardo da QuintaCultural: Thérèse Hofmann GattiRelacionamento Internacional:Celso Edmundo FoelkelEstados Unidos: Lairton CardosoCanadá: François GodboutChile: Eduardo Guedes FilhoEscandinávia: Taavi SiukoFrança: Nicolas PelletierMarketing:Normas Técnicas: Maria Eduarda DvorakPlanejamento Estratégico: Umberto Caldeira CinqueSede e Patrimônio: Jorge de Macedo MáximoTécnica: Vail ManfrediREGIONAISEspírito Santo: Alberto Carvalho de Oliveira FilhoMinas Gerais: Maria José de Oliveira FonsecaRio de Janeiro: Áureo Marques Barbosa,Matathia PolitiRio Grande do Sul:Santa Catarina: Alceu A. ScramocinCONSELHO FISCAL - Gestão 2 – 2009/2012Efetivos:Altair Marcos PereiraVanderson Vendrame/BN PapéisJeferson DominguesSuplentes:Franco PetroccoJeferson Lunardi/Melhoramentos FlorestalGentil Godtdfriedt FilhoCOMISSÕES TÉCNICAS PERMANENTESAutomação – Edison S. Muniz/KlabinCelulose –Manutenção – Luiz Marcelo D. Piotto/FibriaMeio ambiente – Nei Lima/EcoÁguasMudanças climáticas – Marina Carlini/Suzano<strong>Papel</strong> – Julio Costa/SMIRecuperação e energia – César Anfe/Lwarcel CeluloseSegurança do trabalho – Flávio Trioschi/KlabinCOMISSÕES <strong>DE</strong> ESTUDO –NORMALIZAÇÃOABNT/CB29 – Comitê Brasileiro deCelulose e <strong>Papel</strong>Superintendente: Maria Eduarda Dvorak (Regmed)Aparas de papelCoord: Manoel Pedro Gianotto (Klabin)Ensaios gerais para chapas de papelãoonduladoCoord: Maria Eduarda Dvorak (Regmed)Ensaios gerais para papelCoord: Leilane Ruas SilvestreEnsaios gerais para pasta celulósicaCoord: Daniel Alinio Gasperazzo (Fibria)Ensaios gerais para tubetes de papelCoord: Hélio Pamponet Cunha Moura (Spiral Tubos)Madeira para a fabricação de pasta celulósicaCoord: Luiz Ernesto George Barrichelo (Esalq)Papéis e cartões dielétricosCoord: Milton Roberto Galvão(MD Papéis – Unid. Adamas)Papéis e cartões de segurançaCoord: Maria Luiza Otero D’Almeida (IPT)Papéis e cartões para uso odonto-médico--hospitalarCoord: Roberto S. M. Pereira (Amcor)Papéis para fins sanitáriosCoord: Ezequiel Nascimento (Kimberly-Clark)Papéis recicladosCoord: Valdir PremeroTerminologia de papel e pasta celulósicaCoord: -ESTRUTURA EXECUTIVADiretor Executivo: Darcio Salussolia BerniGerência InstitucionalAdministrativo-Financeiro: Henrique Barabás eMargareth Camillo DiasComunicação, Publicaçõese <strong>Revista</strong>s: Thais Negri SantiCoordenadora de Comunicaçãoe Publicações: Patrícia CapoCoordenadora de RecursosHumanos: Solange MininelCoordenadora de RelaçõesInstitucionais\ Marketing: Maeve LourenzoniBarbosaGerente Institucional: Francisco Bosco de SouzaRelações Institucionais\ Marketing: Daniela Paula F.Biagiotti, Fernanda G. Costa Barros e João Luiz da SilvaRecepção: Ariana Pereira dos SantosTecnologia da Informação: James Hideki HiratsukaZeladoria / Serviços Gerais: Nair Antunes Ramose Messias Gomes TolentinoGerência TécnicaCapacitação Técnica: Alan Domingos Martins,Ana Paula A. C. Safhauser, Angelina da Silva MartinsCoordenadora de Capacitação Técnica:Patrícia Féra de Souza CamposCoordenadora de Eventos: Milena LimaCoordenadora de Inteligência Setorial: Viviane NunesCoordenadora de Normalização: Cristina DóriaGerente Técnico: Claudio Chiari74 <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong> - abril/April 2012


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