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O papel do clima na evolução do relevo - Departamento de Geografia

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Revista <strong>do</strong> <strong>Departamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Geografia</strong>, 19 (2006) 111-118.forma <strong>de</strong> V; eles não possuem pavimentos <strong>de</strong> seixos e seus perfislongitudi<strong>na</strong>is são interrompi<strong>do</strong>s por numerosas quedas d’água ecorre<strong>de</strong>iras. Eles dissecam fortemente as bordas <strong>de</strong> suasmontanhas, mas eles não penetram nelas profundamente.Os rios assumem um caráter totalmente diferente tão logoingressam <strong>na</strong>s planícies adjacentes, que geralmente encontramas montanhas em ângulos côncavos acentua<strong>do</strong>s. Este é o<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>s etchplanos ativos, com sua cobertura <strong>de</strong> massasargilosas vermelhas profundamente intemperizadas e salpicadaspor inselbergs isola<strong>do</strong>s (bornhardts) e montanhas inselbergs. NoSudão ou <strong>na</strong> Índia Meridio<strong>na</strong>l eles se esten<strong>de</strong>m por milhões <strong>de</strong>quilômetros quadra<strong>do</strong>s.Eles são o produto <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>nudação areal <strong>de</strong> longaduração, totalmente diferente <strong>do</strong>s processos que gover<strong>na</strong>m hoje o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>relevo</strong> <strong>na</strong>s regiões extratropicais.A força motriz é o intemperismo químico muito intenso quetransforma quase to<strong>do</strong>s os minerais em caulinita, haloisita eminerais <strong>de</strong> argila relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s. O produto <strong>do</strong> intemperismo é umregolito argiloso vermelho <strong>de</strong> 3 a 30 metros <strong>de</strong> espessura,<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira variável <strong>de</strong> latossolo, ferrolítico,plastossolo ou oxissolo, conten<strong>do</strong> ape<strong>na</strong>s uma peque<strong>na</strong> fração <strong>de</strong>areias fi<strong>na</strong>s ou <strong>de</strong> quartzo.O processo <strong>de</strong>nudacio<strong>na</strong>l é aquele <strong>do</strong> duplo aplai<strong>na</strong>mento(<strong>do</strong>ppelte Einebnung). A cobertura <strong>de</strong> regolitos argiolososvermelhos jaz sobre a uma superfície <strong>de</strong> intemperismo basal,exibin<strong>do</strong> um <strong>relevo</strong> irregular <strong>de</strong> protuberâncias em respostaàs resistências das rochas. Nesta superfície acontece intensa<strong>de</strong>sintegração rochosa, mas nenhum transporte mecânico <strong>de</strong>materiais. Este acontece ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> parte superior, forman<strong>do</strong> umasuperfície <strong>de</strong> lavagem. Na estação chuvosa os minerais <strong>de</strong> argilada superfície são mobiliza<strong>do</strong>s, em suspensão, a cada episódiochuvoso, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> assim ser conduzi<strong>do</strong>s mesmo pelos pequenosfiletes d’água. Simultaneamente os áci<strong>do</strong>s húmicos e carbônicosno solo facilitam a remoção <strong>do</strong>s materiais dissolvi<strong>do</strong>s. Nasuperfície a água lamacenta é coletada em <strong>de</strong>pressões <strong>de</strong>lavagem rasas, separadas por divisores <strong>de</strong> lavagem ligeiramentemais altos (spülschei<strong>de</strong>n). Mesmo os rios maiores fluem nestasamplas <strong>de</strong>pressões <strong>de</strong> lavagem. Seus pavimentos <strong>de</strong> areia fi<strong>na</strong>ficam pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ntemente secos <strong>na</strong> estação seca, mas sãoamplamente inunda<strong>do</strong>s <strong>na</strong> estação chuvosa. Frequentementeeles <strong>de</strong>senvolvem diques baixos bloquean<strong>do</strong> seus tributários, mas<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong> instrumentos erosivos eles são incapazes <strong>de</strong>erodir verticalmente. Em muitos casos não são capazes <strong>de</strong> cortarabaixo <strong>de</strong>sta cobertura <strong>de</strong>trítica vermelha. On<strong>de</strong> ocorre <strong>de</strong>lesfluírem sobre a rocha fresca não são capazes <strong>de</strong> cortá-la,forman<strong>do</strong>, em vez disto, corre<strong>de</strong>iras e cachoeiras. Estas“cataratas” foram gran<strong>de</strong> obstáculo <strong>na</strong> exploração das regiõestropicais, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolveram ao longo <strong>do</strong>s rios como o Nilo, oCongo e os afluentes <strong>do</strong> Amazo<strong>na</strong>s. Estes rios funcio<strong>na</strong>m ape<strong>na</strong>scomo níveis <strong>de</strong> base passivos ou dutos passivos mas não sãoativos no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> erosão linear. Em geral, eles não conseguemse sobrepor à <strong>de</strong>nudação areolar, em vez disso estãocompletamente integra<strong>do</strong>s no processo generaliza<strong>do</strong> <strong>de</strong>rebaixamento da superfície.Figura 2 Gerações <strong>de</strong> <strong>relevo</strong> <strong>na</strong> Europa Oci<strong>de</strong>ntal e Central1. Etchplanos terciários e etchplanos em patamares (supefícies relictuais);2 a. Altos terraços pliocênicos;2 b. Terraços amplos (Plioceno superior ao Pleistoceno inferior; 2.5 a 0.8 milhões <strong>de</strong> anos a.p.);3. Vales periglaciais estreitos (formação pronunciada <strong>de</strong> vales durante as fases frias <strong>do</strong> Pleistoceno);4. Fraca formação <strong>de</strong> vales no Holoceno116

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