12.07.2015 Views

SAÚDE E IMIGRANTES - Observatório da Imigração - Acidi

SAÚDE E IMIGRANTES - Observatório da Imigração - Acidi

SAÚDE E IMIGRANTES - Observatório da Imigração - Acidi

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

SAÚDE E <strong>IMIGRANTES</strong> – As Representações e as Práticas sobre a Saúde e a Doença na Comuni<strong>da</strong>de Cabo-Verdiana em LisboaSurgiu o aumento crescente <strong>da</strong> emigração para a Holan<strong>da</strong> (Roterdão earredores), umas vezes directamente, outras através de Portugal e outrasvia Dakar – Gâmbia, superando a que<strong>da</strong> <strong>da</strong>s saí<strong>da</strong>s para os EstadosUnidos. As rotas de emigração para Portugal e para Dakar eram utiliza<strong>da</strong>squer pelos que aí se fixaram, com certa permanência, quer pelosque se serviam de Portugal e de Dakar como escala e apoio, com vista aseguirem, depois, para França, Holan<strong>da</strong>, entre outros países <strong>da</strong> Europa, epara os Estados Unidos. Os fluxos migratórios para Portugal não foramuniformes ao longo do tempo. Até aos anos 60, quem emigrava eram ascama<strong>da</strong>s mais privilegia<strong>da</strong>s.Na época presente, o nível socioeconómico <strong>da</strong> maioria dos imigrantescabo-verdianos é inferior ao que se registou no período de 1974-75.A comuni<strong>da</strong>de cabo-verdiana constituiu durante muitas déca<strong>da</strong>s o grupoestrangeiro mais numeroso em Portugal. A busca de uma melhor condiçãoeconómica é o principal motivo que leva a grande parte deste emigrantesa deixar para trás o seu país de origem.Em vários países de acolhimento (na Europa, nas Américas, em África), osmigrantes estabeleceram as bases de uma cadeia migratória que adquiriuuma expressão significativa no panorama <strong>da</strong>s relações migratórias entre ospaíses de acolhimento e Cabo Verde após a independência (Esteves, 1991).É difícil falar <strong>da</strong> emigração e de todo o enigma que se encontra por detrásdeste fenómeno bastante complexo. Antes de mais, é preciso perguntar,questionar sobre as razões e as motivações profun<strong>da</strong>s que conduzem aspessoas a escolher o árduo caminho <strong>da</strong> emigração. Realmente, as razõessão várias e pertinentes. Segundo estudos feitos e documentos literários, aseca, a fome, os empregos pouco gratificantes, o desemprego, a vi<strong>da</strong> durado ilhéu – carente de recursos naturais, carente de meios viáveis que lhepossibilitem satisfazer as necessi<strong>da</strong>des mínimas de uma sobrevivência maiscondigna, carente <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des de possuir uma visão mais ampla domundo, alia<strong>da</strong> ao sentimento de revolta, que lhe é inerente, e que o impulsionaa distanciar-se desta prisão, que são as ilhas, e procurar melhoresdias e momentos mais felizes – são as principais causas. Se, inicialmente,no tempo <strong>da</strong> colonização, a falta de chuva e a terra seca e dura, a fome, amiséria e a morte constituíram motivos imperiosos, determinantes <strong>da</strong> emigração,já nos dias que correm não se pode dizer o mesmo. Agora, é maisum mito <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de (e to<strong>da</strong> a sua consequência) do que outra coisa.Actualmente, o fenómeno <strong>da</strong> emigração não se resume apenas a umaquestão de sobrevivência. Está estreitamente ligado aos sonhos e desejosde conhecer outras paragens e possuir uma vi<strong>da</strong> mais confortável.Bárbara Bäckström38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!