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Cresce BrasilPacto por <strong>em</strong>prego e produçãoRosângela Ribeiro“Em 1985, a indústria representava 27% do PIB (Produto InternoBruto). Em 2011, essa fatia deverá fechar inferior a 16%”, indica opresidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),Paulo Skaf. “No ano passado, tiv<strong>em</strong>os um crescimento de apenas0,3% no setor industrial do País”, contabiliza o presidente da CTB(Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Wagner Gomes.Mobilização <strong>em</strong>defesa da indústriateve reunião <strong>em</strong> SãoPaulo que divulgoumanifesto compropostas <strong>para</strong>impulsionar o setor.Esses são os números que faz<strong>em</strong> representaçõespatronais e de trabalhadores se reunir<strong>em</strong>num movimento contra processo que elesidentificam como de “desindustrialização”no Brasil. Skaf cita as condições macroeconômicasadversas, como câmbio e juros, alémda burocracia, carga tributária e infraestruturadeficiente, como inibidores da competitividadedo produto nacional frente ao importado.“Se o cenário macroeconômico não éfavorável, o <strong>em</strong>presário acaba por importarmercadorias e por produzir fora do País. Comisso, qu<strong>em</strong> perde mais é o Brasil, que deixade gerar os <strong>em</strong>pregos, renda, consumo, investimentose até arrecadação”, avalia.Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT(Confederação Nacional dos Metalúrgicos/Central Única dos Trabalhadores), não definea situação atual como de desindustrialização.Para ele, se o governo não mudar a políticaindustrial agora, daqui a cinco anos oPaís poderá sim enfrentar esse processo.Já <strong>para</strong> Paulo Pereira da Silva, Paulinho,presidente da Força Sindical e deputado federalpelo PDT de São Paulo, a desindustrializaçãoé um fenômeno visível, uma vez queparcela crescente dos bens comercializadosReunião na sede da Fiesp, <strong>em</strong> 27 de fevereiro, entre representantes dos trabalhadores e das <strong>em</strong>presas.Divulgação Força Sindicalno País é importada. Para comprovar, eleaponta o déficit de 2011 na balança comercialde produtos industrializados, que ficou <strong>em</strong>US$ 93 bilhões, 30% maior que <strong>em</strong> 2010.Paulinho criticou ainda a ausência deuma política industrial que reverta essasituação, apesar das intenções governamentais.“No papel é uma beleza, mas, naprática, t<strong>em</strong> pouca eficácia. Precisamosde urgência, pois a situação só tende apiorar”, adverte, ressaltando que o PBM(Programa Brasil Maior) também estád<strong>em</strong>orando a ser impl<strong>em</strong>entado.Segundo a assessoria de comunicação doMinistério do Desenvolvimento, Indústria eComércio, os núcleos dos 19 Conselhos deCompetitividade do PBM já estão implantadose <strong>em</strong> funcionamento desde nov<strong>em</strong>bro doano passado, pre<strong>para</strong>ndo diagnósticos e diretrizesgerais preliminares. Esses serãoapresentados nas primeiras reuniões de cadaconselho, que ocorrerão até 16 de março.ProteçãoO presidente da Força quer que o Brasilproteja sua indústria. E receita: “Precisamosdesonerar os investimentos, reduzir a cargatributária, tomar medidas de proteção comercial,aumentar e baratear o crédito aosetor, reduzir as taxas de juros e os spreadsbancários, mexer no câmbio <strong>para</strong> que nossasexportações sejam mais competitivas <strong>em</strong>odernizar nossa infraestrutura.”Gomes, da CTB, deixa claro que exist<strong>em</strong>diferenças entre a pauta sindical e a do<strong>em</strong>presariado, mas concorda que a atualpolítica macroeconômica impede que aindústria se fortaleça. Ele destaca comoprimeira reivindicação do movimento aaceleração da queda de juros e o fim dosuperávit primário. “É preciso investir mais<strong>em</strong> ciência e tecnologia, <strong>em</strong> inovação, <strong>para</strong>dar condições de criarmos <strong>em</strong>pregos d<strong>em</strong>ais qualidade, ligados principalmente aosetor industrial”, observa.“O movimento contra a desindustrializaçãonacional converge com o projeto 'CresceBrasil + Engenharia + Desenvolvimento',lançado pela FNE (Federação Nacional dosEngenheiros), <strong>em</strong> 2006, no qual são indicadasmudanças na política econômica queestimul<strong>em</strong> o investimento produtivo”, afirmao presidente do <strong>SEESP</strong>, Murilo Celso deCampos Pinheiro, também à frente da entidadenacional. Além disso, o documentodestaca o papel do Estado como indutor dedesenvolvimento e a necessidade de ênfaseà ciência e tecnologia. "Consideramos essespontos essenciais a um projeto de desenvolvimentonacional", completa.ManifestoOs participantes da mobilização <strong>em</strong>defesa da indústria nacional tinham encontromarcado no dia 27 de fevereiro último,na sede da Fiesp, com o ministro do Desenvolvimento,Indústria e Comércio,Fernando Pimentel. Horas antes, contudo,ele cancelou a presença na reunião, que foimantida com a participação das entidadespatronais e centrais sindicais. Na ocasião,foi divulgado o manifesto “Grito de alerta<strong>em</strong> defesa da produção e do <strong>em</strong>prego brasileiros”.O documento (disponível naíntegra <strong>em</strong> http://migr<strong>em</strong>e.net/1i9j)contém cinco eixos <strong>em</strong>ergenciais: medidasmacroeconômicas; investimentoprodutivo como promotor do crescimento;defesa comercial com inversão atualdo quadro de invasão das importações nomercado brasileiro; fim dos incentivosfiscais às importações; e expansão industrialcomo prioridade da políticaeconômica com metas e contrapartidas.Foi ainda definido plano de ação com arealização de atos <strong>em</strong> vários estados (aindas<strong>em</strong> datas agendadas). Em São Paulo, amanifestação acontecerá no dia 4 de abril,com passeata até a Ass<strong>em</strong>bleia Legislativa.No dia 28 último, o movimento manteveaudiência com o presidente do Senado,José Sarney, <strong>em</strong> Brasília, ondesolicitou a aprovação da Resolução 72,que busca acabar com a diminuição daalíquota interestadual de ICMS (Impostosobre Circulação de Mercadorias eServiços) no Estado de des<strong>em</strong>barque damercadoria vinda do exterior. Em 1º d<strong>em</strong>arço, aconteceria audiência com apresidente Dilma Rousseff.6 JORNAL DO ENGENHEIRO

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