12.07.2015 Views

O declínio do dogma causal - Revista Justitia

O declínio do dogma causal - Revista Justitia

O declínio do dogma causal - Revista Justitia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

12 <strong>Justitia</strong> – Matérias aprovadas para publicação futuraImagine-se voltar ao tempo das carruagens para eliminar completamenteo risco de acidentes automobilísticos. Nem pensar. Os riscos devem serassumi<strong>do</strong>s em prol <strong>do</strong> desenvolvimento da humanidade.O que deve ser feito é cobrar de cada um, de acor<strong>do</strong> com o papel socialque representa, cujos limites serão estabeleci<strong>do</strong>s pela aspiração geral <strong>do</strong>s membrosda coletividade. Ao construtor, basta que o veículo funcione corretamente,deven<strong>do</strong> os condutores zelar pela efetiva segurança própria e <strong>do</strong>s demais;estes, por sua vez, devem respeitar seus deveres de autoproteção, sem necessidadede uma cautela extraordinária para tutelar a imprudência alheia.Assim, “una sociedad saturada por la técnica esperará de un fabricantede máquinas que éste no cree nuevos riesgos, y por tanto le impondrá el deberde garantizar la inocuidad en todas las condiciones de funcionamento, exoneran<strong>do</strong>de este mo<strong>do</strong> tanto a quien adquiere la máquina como a la víctima. Por elcontrario, una sociedad que esté necesitada de avances técnicos tolerará bastantesriesgos; por conseguiente, exonerará al fabricante e impondrá alproprietario y a la potencial víctima la obligación de garantizar la seguridad”. (21)Só haverá, portanto, a imputação <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> ao autor <strong>do</strong> fato, se oresulta<strong>do</strong> tiver si<strong>do</strong> provoca<strong>do</strong> por uma conduta cria<strong>do</strong>ra de um risco juridicamenteproibi<strong>do</strong> ou se o agente, com seu comportamento, tiver aumenta<strong>do</strong> asituação de risco proibi<strong>do</strong> e, com isso, gera<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong>. Em contrapartida,se, a despeito de ter fisicamente contribuí<strong>do</strong> para a produção <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>, oautor tiver se conduzi<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> a ocasionar uma situação de risco tolerávelou permiti<strong>do</strong>, o resulta<strong>do</strong> não lhe poderá ser imputa<strong>do</strong>.Como lembra Wolfgant Frisch, elemento básico para la teoría actualde la imputación es el entendimiento de que la producción de consecuenciastípicas no le es imputable a una persona simplesmente porque ésta haya provoca<strong>do</strong>las consecuencias de mo<strong>do</strong> <strong>causal</strong>. Mas bien es necesario, además,que las consecuencias producidas de mo<strong>do</strong> <strong>causal</strong> representen la realizaciónde um peligro crea<strong>do</strong> por el autor y desaproba<strong>do</strong> en el tipo penal respectivo.Por consiguiente, el agente debe haber crea<strong>do</strong>, antes de nada, mediante suconducta <strong>causal</strong> para la producción del resulta<strong>do</strong>, un peligro desaproba<strong>do</strong> (dela realización de ciertos resulta<strong>do</strong>s) en el senti<strong>do</strong> del tipo penal respectivo. (22)Atualmente, a imputação objetiva “é amplamente <strong>do</strong>minante na <strong>do</strong>utrina,especialmente na Alemanha e na Espanha. Na América Latina, entretanto,é objeto de pequena consideração. No Brasil, no término <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> milênio,ainda é quase desconhecida”. (23)Segun<strong>do</strong> informa Wolfgang Frisch a teoria da imputação objetiva haemprendi<strong>do</strong> una marcha triunfal sin precedentes em la teoría del Derechopenal de Alemania, Austria y Suiza. (24)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!