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DAMA COMO PUTA OU PUTA COMO DAMA? SOCIABILIDADE ...

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Ao contrário de uma compreensão da prática suingue enquanto exercício de umasexualidade plástica sob os pressupostos de Giddens (1993), parto de uma análise dasociabilidade erótica suingue enquanto dinâmica relacional integrada a formação decomunidades intersticiais. Ao mesmo tempo em que estas se constituem como ilhasvalorativas, desenvolvidas à margem da moralidade dominante, sendo circunscritas emespaços bem delimitados e através de regras e valores éticos específicos a cada microgrupo,são também capazes de dotar as práticas sexuais “desviantes” de um sentido quelhes é próprio, conciliando o paradoxo entre estas e a moralidade sexual socialmentelegitimada e conferindo coerência às narrativas sexuais, bem como as práticas depluripaceria sexual analisada por Philippe Combessie (2008):Formatado: Fonte: 11 ptl’évolution des pratiques sexuelles entraîne une évolution des représentations.Il ne s’agit pas, là, de représentations collectives mais de représentations desoi, de représentations de sa propre intimité saisie à travers les représentationsde ce qu’on appelle communément son orientation sexuelle (COMBESSIE,2008: p. 281) 4 .Formatado: À esquerda, Recuo: Àesquerda: 3,75 cmFormatado: Não Sobrescrito/SubscritoOrganizados em torno de um regime de familiaridade (THÉVENOT, 1998), osfrequentadores do clube se ajustam em função dos hábitos assumidos a partir de umaintimidade compartilhada e segundo uma forma de agência que é consistente com estemodo específico de relacionar-se, com as maneiras como os agentes se entendem comosujeitos e seu modo de engajamento no mundo e de engajamento dos outros atoreseventualmente.Não parece haver possibilidade de assunção de uma “identidade suingue” queextrapole o contexto dos clubes ou as redes de relações desenvolvidas a partir daspráticas eróticas em sentido amplo (considerada a possibilidade do contato se dar empáginas na internet 5 , eventos extra-clube etc., voltados para a prática sexual grupal e/oupública). Ao mesmo tempo, há uma ampla valorização da extensão das relações intra-4 A evolução das práticas sexuais esta inserida em uma evolução das representações. Não em referência àsrepresentações coletivas, mas às representações de si, representações de sua própria intimidadeexercitadas através das representações que denominamos comumente sua orientação sexual.5 É comum entre os meus interlocutores a manutenção de sexlogs (espécie de blogs eróticos), e-mails eperfis em sites de relacionamentos específicos ao estabelecimento de contatos com possíveis parceirossexuais. Na maioria das vezes essas “identidades virtuais” são criadas pelo casal, em nome de ambos osparceiros, ao contrário do que é observado nas redes sociais virtuais de uma forma geral.

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