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DAMA COMO PUTA OU PUTA COMO DAMA? SOCIABILIDADE ...

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Se o corpo é uma ferramenta de prazer e não apenas de reprodução, ele mereceatenção redobrada: “Eu me cuido para estar aqui, preciso me cuidar, cuido mais demim” afirma [A1]. O suingue, que a mantém no mercado sexual, apesar de estar nameia-idade e ser uma mulher casada há doze anos, transforma-se num incentivo para ocuidado de si, bem como este cuidado apresenta-se como uma demanda em favor dessaspráticas. Ao mesmo tempo, a troca de casais é interpretada como veículo de umaredefinição da relação afetivo-sexual, permitindo a exploração de mais amplaspossibilidades de prazer, sem se chocar com os ideais conjugais.A experiência suingue é relatada como integrante das experiências do casalenquanto tal, mesmo que possa haver a troca de pares estrita, como foi observado pormim durante uma sessão de sexo grupal em que maridos e mulheres de uma forma geralse tocavam apenas ocasionalmente, voltando suas atenções para o “parceiro oposto”, ouo integrante do casal com o qual interage, ao invés do próprio cônjuge.A lógica da fidelidade assume novo sentido, já que a prática do suingue abrangeambos os parceiros, e não cada um deles individualmente: “Se não me chamar eu vouficar puta, isso pra mim é traição. Se ele tá a fim de comer uma mulher, então eu querover, quero participar da brincadeira, aí tudo bem. Senão é traição e aí eu não aceito.”A percepção de engajamento amoroso está subordinada a fidelidade não no que serefere à exclusividade sexual, mas a um exercício da sexualidade que é semprecompartilhado, vivenciado a dois, mesmo que com membros externos à relação. Decerta forma, exclusividade há, dado que a prática sexual de cada um dos cônjuges devedar-se sempre em parceria, mas não enquanto uma relação fechada em si, exclusivista eassocial.Ao contrário, o intercurso sexual grupal e/ou público caracteriza-se pelopotencial de abertura de uma relação diádica por definição. Aqui não há paradoxo, porque não há separação: as “trocas” ou arranjos se fazem a partir do pressuposto, mesmoque idealizado, de uma simbiose na qual as identidades individuais dos parceiros sãonegadas ou, ao menos, absorvidas durante algumas horas.Por fim, a prática de sexo grupal é valorizada como um caminho para ofortalecimento dos laços de fidelidade conjugal e, enquanto dom de reciprocidade, temsuas restrições quanto ao contrato monetário. O espaço do clube é legitimado em seuFormatado: Fonte: Itálico, NãoSobrescrito/ Subscrito

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