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Lições da Escandinávia - Anprotec

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_HABITATSSistemas de inovação<strong>da</strong> Finlândia, Suécia eDinamarca ensinarammuito aos participantes<strong>da</strong> MissãoINTERNACIONAL à<strong>Escandinávia</strong>.Referência para omundo: a Conferência<strong>da</strong> IASP será no Recifeem 2013.INCUBADORAS buscama sustentabili<strong>da</strong>definanceira e tambémmaneiras eficientesde ampliar a atuaçãopor meio <strong>da</strong> incubaçãovirtual.Enquanto isso,PARQUES tecnológicostêm na GOVERNANÇACorporativa umasaí<strong>da</strong> para aumentar atransparência e captarmais recursos.Investindo emEDUCAÇÃO,profissionais de todoBrasil participaramdo primeiro curso deespecialização voltadoa gestores de habitats<strong>da</strong> inovação65


INTERNACIONALDivulgaçãoPOR ADRIANE ALICE PEREIRA<strong>Lições</strong> <strong>da</strong> <strong>Escandinávia</strong>Promovi<strong>da</strong> por <strong>Anprotec</strong> e Sebrae, missão técnicainternacional revela modelos inspiradores para odesenvolvimento do empreendedorismo inovador no BrasilCooperação e sinergia. Essas foram ascaracterísticas que mais impressionaram osbrasileiros que visitaram parques tecnológicose incubadoras de empresas <strong>da</strong> Finlândia,<strong>da</strong> Suécia e <strong>da</strong> Dinamarca, durante umamissão técnica promovi<strong>da</strong> pela <strong>Anprotec</strong>,em parceria com o Sebrae, entre os dias 12e 23 de junho deste ano. Participaram <strong>da</strong>missão 46 pessoas, entre gestores de parquese incubadoras, secretários municipaise estaduais de ciência, tecnologia, inovaçãoe desenvolvimento econômico, além de di-66


INTERNACIONALrigentes de órgãos governamentais de fomentoe apoio ao empreendedorismo e àinovação.A missão ofereceu aos participantes aoportuni<strong>da</strong>de de visitar habitats de inovação,entrar em contato com boas práticasde implantação e gestão de parques tecnológicose incubadoras, além de conheceras políticas públicas adota<strong>da</strong>s pelos paísesescandinavos para o desenvolvimento <strong>da</strong>indústria do conhecimento. Apesar <strong>da</strong> distânciageográfica e <strong>da</strong>s diferenças culturais,econômicas e sociais entre o Brasil e ospaíses visitados, a missão teve como resultadouma intensa interação e a geração dediversas oportuni<strong>da</strong>des, convertendo a experiênciana <strong>Escandinávia</strong> em uma fonte deinspiração e motivação para o movimentodo empreendedorismo inovador brasileiro.Segundo o presidente <strong>da</strong> <strong>Anprotec</strong>, GuilhermeAry Plonski, um dos pontos quemais chamou a atenção na visita foi o elevadonível de cooperação estratégica entreas enti<strong>da</strong>des dos respectivos sistemas deinovação locais, nacionais e regionais, assimcomo entre os parques tecnológicos.“Esse espírito fortemente cooperativo valorizaas competências singulares e ensejaum trabalho harmônico em prol do desenvolvimento,alavancado por conhecimentotransposto pelo empreendedorismo inovador”,afirma Plonski.promovem interações, gerando oportuni<strong>da</strong>desconjuntas”, analisa o diretor <strong>da</strong> Redede Tecnologia do Rio de Janeiro, ArmandoAugusto Clemente.A forte cooperação também foi evidencia<strong>da</strong>pela vice-presidente <strong>da</strong> <strong>Anprotec</strong> e diretorageral <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Parque Tecnológico<strong>da</strong> Paraíba, Francilene Procópio Garcia.“Os países visitados possuem diversos clustersque são estruturados e complementares,definidos como estratégicos e foco deinvestimentos. Esse modelo reforça a cooperaçãoexistente, pois não desenvolve acompetição entre os clusters pelos mesmosrecursos, já que existe a definição de distribuiçãodos investimentos. Dessa forma,Alguns dos participantes <strong>da</strong>missão, em visita ao LahtiScience and Business Park,na FinlândiaChalmers Innovation:um dos parquesvisitados na SuéciaFotos: DivulgaçãoInteraçãoA sinergia entre grandes empresas eempreendimentos incubados nos parquestecnológicos também foi um ponto de destaque<strong>da</strong> missão, além <strong>da</strong> interação entreos próprios parques. “Uma <strong>da</strong>s principaisdiferenças em relação ao Brasil está nocontexto do ambiente de negócios, pois osparques tecnológicos dos países visitadosdemonstraram uma autossuficiência econômicamuito forte, sendo grandes geradoresde negócios entre si. Lá, os parques,diferentemente do que ocorre no Brasil,67


INTERNACIONALFotos: Divulgaçãoque fortalece o papel dos parques em busca<strong>da</strong> inovação. Precisamos ain<strong>da</strong> evoluir nodesenvolvimento do conceito de inovaçãono Brasil para chegar ao nível de cooperaçãoque os países escandinavos possuem”,avalia o diretor-superintendente do ParqueTecnológico Itaipu, Juan Carlos Sotuyo.Integrantes <strong>da</strong> missãoparticiparam de debatessobre estratégias deinovaçãoMariana Santos, doBHTec: relação flui<strong>da</strong>entre diferentesinstituições demonstraum sistema maduroverifica-se uma forte conduta de cooperaçãointerna”, destaca Francilene.Para o secretário municipal de Ciência,Tecnologia e Desenvolvimento EconômicoSustentável <strong>da</strong> Prefeitura de Florianópolis(SC), Carlos Roberto De Rolt, essa organizaçãoem clusters mostra para a socie<strong>da</strong>deuma visão clara de onde serão alocadosos esforços de desenvolvimento econômicopor meio <strong>da</strong> inovação, possibilitandomaior articulação. “A cooperação por meiode redes competitivas de organizações, incluindoo governo, com forte atuação <strong>da</strong>municipali<strong>da</strong>de, é pratica<strong>da</strong> sistematicamentee já faz parte <strong>da</strong> cultura de gestãoconjunta e compartilha<strong>da</strong>. Essa talvez sejaa maior diferença quando comparamoscom o Brasil, onde temos dificul<strong>da</strong>des deadministrar ações com multiatores”, comparaDe Rolt.Outra observação feita pelos participantesbrasileiros durante a missão é quea cooperação também está presente entreas diferentes regiões dos países visitados,potencializando o papel dos habitats de inovaçãonas estratégias de desenvolvimentoregional <strong>da</strong> <strong>Escandinávia</strong>. “A parceria existenteentre empresas, universi<strong>da</strong>des, centrosde pesquisa e governo é consistente, oQuarta héliceDe maneira geral, a experiência dosagentes de inovação dos países escandinavosmostra os resultados que podem seralcançados quando se conquista um amadurecimentono relacionamento entre asinstituições e aplica-se na prática o conceito<strong>da</strong> hélice tripla – unindo empresas, universi<strong>da</strong>dese governo. Na visão <strong>da</strong> vice-presidente<strong>da</strong> <strong>Anprotec</strong>, Francilene Procópio Garcia,esse modelo já evoluiu nos países visitados.“Percebemos que eles inseriram uma quartahélice no sistema, incluindo clientes e consumidoresnessa relação”, aponta Francilene.Nos países escandinavos, o governo,como integrante <strong>da</strong> hélice, assume um papelde destaque diante <strong>da</strong>s políticas públicasbem defini<strong>da</strong>s e instituí<strong>da</strong>s. “Os parquestecnológicos são, de fato, políticas públicas,percebidos pelo governo como instrumentosde desenvolvimento econômico regionale, portanto, estão incorporados à estratégiade ação desses países”, afirma o diretorpresidentedo Porto Digital, de Recife (PE),Francisco Saboya. Assim, na <strong>Escandinávia</strong>,não se discute mais se a contribuição dosparques tecnológicos para o desenvolvimentoé relevante ou não. “Simplesmentese faz esse investimento de forma naturale contínua, com alto grau de profissionalismo.Esse se trata de um ponto diferente aocompararmos com a reali<strong>da</strong>de brasileira.Aqui as ações do poder público volta<strong>da</strong>spara os parques tecnológicos e habitats deinovação ain<strong>da</strong> são pontuais”, avalia Saboya.A participação <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des no sistemade cooperação para o desenvolvimentodos países <strong>da</strong> <strong>Escandinávia</strong> também foi68


INTERNACIONALdestaca<strong>da</strong> pelos participantes <strong>da</strong> missão.A articulação e a relação flui<strong>da</strong> entre osatores <strong>da</strong> inovação demonstram um sistemamaduro, caracterizado pelo trabalhoem rede e pela complementari<strong>da</strong>de. Nessecontexto, destaca-se o tratamento diferenciado<strong>da</strong>do à proprie<strong>da</strong>de intelectual, ondejá estão supera<strong>da</strong>s várias questões que ain<strong>da</strong>se discutem no Brasil. “Além disso, osnúcleos de inovação tecnológica <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>desdos países visitados são maisfocados no desenvolvimento <strong>da</strong> tecnologia,no marketing e na comercialização do quena proprie<strong>da</strong>de intelectual”, afirma a gestoraexecutiva de projetos do Parque Tecnológicode Belo Horizonte – BHTec, Marianade Oliveira Santos.Desenvolvimento induzidoAlém <strong>da</strong> transferência de tecnologia, asuniversi<strong>da</strong>des escandinavas também assumemum papel decisivo no desenvolvimentodo empreendedorismo, atuando comoâncoras dos novos empreendimentos eabrindo suas portas para os empreendedoresde base tecnológica. Esse envolvimento<strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des é complementado coma chega<strong>da</strong> <strong>da</strong>s novas empresas nas incubadorase nos parques tecnológicos. Nesseciclo, ca<strong>da</strong> agente faz a sua parte em umprocesso articulado de indução do desenvolvimento.“Existe uma grande sintoniaentre os instrumentos de desenvolvimentodo empreendedorismo. Além do apoio <strong>da</strong>universi<strong>da</strong>de, os empreendedores encontramnas incubadoras as condições paraa criação de suas start ups e spin-offs edepois são encaminhados para os parquestecnológicos, onde terão o ambiente propíciopara continuar crescendo”, acrescentaa gestora do BHTec.Um dos diferenciais em relação ao Brasilnesse processo de desenvolvimento é o focona preparação <strong>da</strong>s empresas para a internacionalização.Diante do pequeno mercadointerno <strong>da</strong> região escandinava, as empresasjá nascem com a preocupação de se inseriremglobalmente e são prepara<strong>da</strong>s paraessa expansão pelos diferentes agentes <strong>da</strong>inovação. Para o secretário municipal deCiência e Tecnologia de Florianópolis, CarlosRoberto De Rolt, os países escandinavospossuem uma visão bastante clara de queem um mercado de competição mundial édifícil uma organização dominar to<strong>da</strong>s ascompetências para produzir um produtoou serviço diferenciado para exportação.Os gestores brasileiros de mecanismos tipoincubadoras, parques tecnológicos, instituiçõesde fomento ao empreendedorismoe demais enti<strong>da</strong>des relaciona<strong>da</strong>s precisamevoluir o seu papel de provedores de infraestruturabásica para agir na abertura demercados e difusão <strong>da</strong> cultura de cooperação,marketing e negócios”, afirma.Essa visão mais ampla de atuação refleteno posicionamento e na gestão dos parquestecnológicos <strong>da</strong> <strong>Escandinávia</strong>, onde os parquessão administrados com muito profissionalismo.“Chama a atenção que a equipede gestão é bastante robusta, composta porprofissionais do mercado. Também há umamadurecimento nos mecanismos de ges-Integração dos parquestecnológicos às ci<strong>da</strong>dessurpreendeu os brasileirosDivulgação69


INTERNACIONALtão imobiliária e a estrutura de governançaé enxuta, com a participação de apenasuma ou duas instituições externas, além <strong>da</strong>sprefeituras e universi<strong>da</strong>des”, destaca Marianade Oliveira Santos, do BHTec. Outro diferencialseria o foco nas linhas de atuação,em que se trabalha a difusão tecnológica_MAPA DA MISSÃOA missão começou na Finlândia, com visitas ao Lahti Science andBusiness Park, principal <strong>da</strong> região e especializado em energias limpas,ao Helsinki Business & Science Park, focados nas áreas de biotecnologia,tecnologia de alimentos e farmacêutica, ao Sitra, fundo finlandêsde inovação, e ao Turku Science Park.Já na Suécia foram visitados diversos habitats de inovação, entreeles o Mjadervi Science Park, Johanneberg Science Park e Ideon SciencePark. A missão terminou na Dinamarca, com a participação <strong>da</strong>delegação na 28ª Conferência Mundial <strong>da</strong> Associação Internacionalde Parques Científicos e Tecnológicos (IASP) e visitas aos parques tecnológicosCopenhagen Bio Science Park (COBIS) Symbion, Scion DTULyngby e DHI.Conheça os principais parques visitados pela missão:FinlândiaTurku Science Park - www.turkusciencepark.comLahti Science and Business Park - www.lahtisbp.fiHelsinki Business & Science Park - www.hbsp.netSuéciaMjärdevi Science Park - www.mjardevi.seSAAB - www.saabgroup.comSahgrenska Science Park - www.sahlgrenskasciencepark.seLindholmen Science Park - www.lindholmen.seJohanneberg Science Park - www.johannebergsciencepark.comChalmers Innovation - www.chalmersinnovation.comIdeon Science Park - www.ideon.seDinamarcaScion DTU - www.sciondtu.dkSymbion - www.symbion.dkCOBIS - www.cobis.dkcom ênfase nas potenciali<strong>da</strong>des e não apenasna tecnologia.Integração urbanaAlém dos diferenciais de gestão dos parquestecnológicos <strong>da</strong> <strong>Escandinávia</strong>, tambémchamou a atenção dos participantes <strong>da</strong> missãoa integração dos parques e estruturasde inovação aos centros urbanos e à vi<strong>da</strong>cotidiana <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des. “No Brasil ain<strong>da</strong>não existem muitos debates sobre a participaçãodos parques tecnológicos no desenvolvimentourbano. Os nossos parquesain<strong>da</strong> são planejados pela lógica urbana <strong>da</strong>produção em massa, onde se priorizam osgrandes espaços afastados <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des. Nospaíses <strong>da</strong> <strong>Escandinávia</strong>, os parques são instaladosde acordo com o conceito de produçãomais moderna, integrados às ci<strong>da</strong>des,com a preocupação <strong>da</strong> inserção na malhaurbana, permitindo que o parque, inclusive,participe do planejamento urbano”, destacaa secretária-adjunta de Estado <strong>da</strong> Ciência,Inovação e Desenvolvimento Tecnológicodo Rio Grande do Sul, Ghissia Hauser.Considerando a questão urbana, oparque de Lindholmen, na ci<strong>da</strong>de de Gotemburgo,destacou-se pela semelhançacom a reali<strong>da</strong>de do Porto Digital, no Recife.As duas ci<strong>da</strong>des são portuárias e seencontram em um estágio de revitalizaçãode áreas urbanas de grande apelo arquitetônico,histórico e cultural. O LindholmenScience Park adota um conceito expressoem fortes elementos de interdependência:civilising and improving, design and brandinge enjoyment and learning. “Na prática,isso significa que todos os atores e empreendimentossão estimulados a interagirnos espaços abertos que vão se formandopor meio dos três elementos, criando a interdependênciade um segmento sobre ooutro”, avalia o diretor-presidente do PortoDigital, Francisco Saboya.Essa interação por meio do planejamentodo espaço dos ambientes de inovação70

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