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Angela Rosch Rodrigues - ICOMOS Open Archive

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186 Capítulo 77.3 Companhia Melhoramentos de São Paulo:A Companhia Melhoramentos de São Paulo, difere dos casos anteriores, por serconstituída basicamente de uma única quadra com dois blocos edificados (um de 1923 e outrode 1948) e não ter passado por outras ampliações. Como apresentado, os projetos tanto daoficina gráfica quanto do edifício administrativo foram concebidos para acolher tais funções.O edifício do início da década de 1920 erguido pela Companhia Construtora em CimentoArmado, sob a responsabilidade dos engenheiros Kramer e M. Pinto 10 (SÃO PAULO –cidade, SMC/CONPRESP, Res. 05/09, p. 82). Foi projetado em 1923 especificamente paraatender a demanda da empresa para a instalação do setor gráfico: “Espaço, luz, acesso fácil,tudo foi conseguido na planificação moderna da oficina. 10000 metros construídos, ao custode um milhão e quinhentos e sessenta e três contos de réis. Nada parecido, em matéria gráfica,no país.” (DONATO, 1990, p.67). O amplo galpão foi uma das primeiras edificações daregião da Vila Romana constitui-se de um único pavimento com fachadas de singelaornamentação, embasamento em pedra e cobertura em sistema de shed que proporcionavailuminação zenital complementar à fenestração.A empresa mantém um acervo iconográfico em que a obra da década de 1920 estábem documentada. Foi possível consultá-lo e verificar o processo construtivo de toda aestrutura em concreto, bastante sintomático do momento da construção civil na cidade de SãoPaulo 11 . A partir da década de 1920, modificam-se os padrões construtivos na em medida quehá um melhor aproveitamento dos materiais, a utilização do tijolo e o dimensionamento dasestruturas em concreto armado possibilitam novas modulações. Com a ampliação do uso doconcreto armado nesse período, muitas fábricas passaram a ser construídas utilizando essesistema estrutural, cujas propriedades permitiam grandes vãos. Ainda assim, a estruturação dopartido arquitetônico e o resultado formal eram semelhantes às soluções anteriores.10 As plantas originais foram consultadas junto ao DPH - Seção Técnica de Levantamento e Pesquisa durante oprocesso de tombamento. O projeto de 1922 é o processo N o 56095, Rua Tito – esse material atualmente seencontra no Arquivo Municipal (Secretaria Municipal de Gestão) – e não se teve autorização por parte daempresa proprietária para a divulgação.11 Nesse período pós Primeira Guerra Mundial, a importação de materiais de construção passava pordificuldades; o uso do concreto armado se expandia como nova técnica construtiva na cidade, introduzido porprofissionais italianos e por empresas francesas e alemãs. Dentro das escolas de engenharia, criaram-se setoresinteressados na pesquisa de materiais brasileiros como cimento, cal dentre outros. Na Escola Politécnica, haviamsido feitos estudos no Gabinete de Resistência de Materiais em 1912 analisando metais tendo em vista oemprego de barras de aço no concreto armado (BENCLOWICZ, 1989, p.125). Em 1917, foi fundada aCompanhia Siderúrgica Belgo – Mineira, com objetivo de produzir aço em escala industrial ampliando o uso doconcreto armado nas construções paulistanas e em 1924 foi instalada a Companhia Brasileira de CimentoPortland em Perus (SP), cuja produção foi aos poucos suprindo as necessidades do mercado interno. O concretoarmado firmou-se então como sistema estrutural mais adequado sob as fachadas ornamentadas de acordo com ogosto de seus construtores, substituindo inclusive as estruturas de ferro geralmente importadas.

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