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Angela Rosch Rodrigues - ICOMOS Open Archive

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Introdução 29IntroduçãoNo âmbito da preservação dos bens culturais, há um ideário recorrente que diz respeitoà reintegração do edifício ao seu novo contexto temporal através da utilização do seu espaçoarquitetônico, já que a possibilidade de uso é uma característica intrínseca da arquitetura. Essadinâmica do uso suscita diversas reflexões, pois, com as mudanças sócio-econômicas eculturais e a própria evolução urbana, um edifício pode não ter o mesmo valor utilitário de suacondição inicial, mas mantém seu valor simbólico enquanto monumento, instrumento damemória na medida em que configura a paisagem urbana. Além disso, tem-se consciência daimportância de uma destinação útil para a preservação, já que o abandono é uma das causasprimárias da degradação dos monumentos. Por outro lado, a imposição de uma destinaçãoinadequada aumenta o risco de sua destruição podendo ser controversa à preservação. Dessemodo, a questão do uso passa a ser fundamental para a análise de um determinado bem e desua preservação. Este tema vem sendo abordado por diversos teóricos, principalmente a partirda segunda metade do século XIX, quando a preservação deixa de se relacionarexclusivamente com intervenções de ordem prática, ampliando o seu campo de conhecimentoe incorporando valores formais, históricos, simbólicos e memoriais, de modo a se configurarcomo um ato cultural.O patrimônio industrial enquanto reconhecido segmento cultural e documental querepresenta um passado recente de nossa história, vem sendo objeto de estudos e diversasformas de apropriação, principalmente a partir da década de 1950, quando, paulatinamente,vem se consolidando a percepção do valor desses remanescentes.Nesse sentido, existem dois aspectos importantes que foram considerados paraestruturar esta pesquisa. Em primeiro lugar, no que tange à questão do uso, geralmente, opatrimônio industrial que é abordado nos variados estudos remonta a exemplares quepassaram por mudança uso ou que estão abandonados, negligenciados, constituindo umpotencial para adaptações. Isso se dá em parte às próprias características intrínsecas dosremanescentes industriais, potencialmente reutilizáveis pela relativa versatibilidade de seusamplos e modulados espaços, e em parte às mudanças no contexto sócio econômico.Outro aspecto relevante é a forma limitada com que o patrimônio industrial tende a serinterpretado enquanto bem cultural, dadas a proximidade temporal e as especificidadesespaciais. São muitos os agentes que se interessam por este patrimônio, principalmente pelopotencial econômico a ele agregado, o interesse especulativo reside no valor imobiliário dosterrenos, pois, as áreas industriais são, geralmente, grandes porções em posições estratégicas

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