Descendentes de homens e mulheres que cruzaram o ... - DHnet
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Mariano no sítio clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> Petrópolis (RJ), conhecido como “Casa da Morte”. Na ocasião ele lhe relatou <strong>que</strong>permaneceu 24 horas preso em Recife, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> chegou com o corpo em chagas. Em Petrópolis, fora interrogadodurante quatro dias ininterruptamente, sem dormir, comer ou beber. Inês afirmou, ainda, <strong>que</strong> na madrugada <strong>de</strong> 31<strong>de</strong> maio ouviu uma movimentação estranha e percebeu <strong>que</strong> ele estava sendo removido. No dia seguinte, indagoua seus carcereiros sobre Mariano, sendo informada a respeito da transferência <strong>de</strong>le para o quartel do Exército noRio <strong>de</strong> Janeiro. Em princípio <strong>de</strong> julho, o carcereiro avisou Inês sobre a execução <strong>de</strong> Mariano.Filho <strong>de</strong> uma família camponesa pobre, começou a trabalhar aos 12 anos como assalariado agrícola e, emseguida, como operário da indústria <strong>de</strong> calçados. Casou-se com Paulina Borges da Silva, com <strong>que</strong>m tevesete filhos. Militante do PCB a partir dos anos 50, foi secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais <strong>de</strong>Timbaúba e membro do Secretariado Nacional das Ligas Camponesas. Em 1963, instalou-se em Brasília,on<strong>de</strong> participou no apoio à rebelião dos sargentos da Aeronáutica, em setembro da<strong>que</strong>le ano. Após a<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> João Goulart, em 1964, mudou-se com a família para Goiás, on<strong>de</strong> trabalhou na agricultura.Em 1966, foi <strong>de</strong>cretada sua prisão preventiva e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, passou a viver na clan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong>. Militouanteriormente no PCdoB e na AP.JOSÉ MILTON BARBOSA (1939-1971)Filiação: Maria das Dores <strong>de</strong> PauloData e local <strong>de</strong> nascimento: 22/10/1939, Bonito (PE)Data e local da morte: 05/12/1971, São Paulo (SP)Direito à Memória e à Verda<strong>de</strong>José Milton era sargento radiotelegrafista do Exército e dirigente da ALN, sendo consi<strong>de</strong>radouma das 21 pessoas mais procuradas do país na época da sua prisão e morte, ocorrida na capital paulista em05/12/1971. Antes da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos analisar o caso, a única informação arespeito <strong>de</strong> José MIlton, era a <strong>de</strong> <strong>que</strong> morrera em tiroteio no bairro Sumaré, sendo enterrado como indigente emPerus, sob o nome falso <strong>de</strong> Hélio José da Silva. Nos arquivos secretos do DOPS/SP, porém, foram <strong>de</strong>scobertosdocumentos <strong>que</strong> registravam uma diferença <strong>de</strong> cinco horas entre a troca <strong>de</strong> tiros e a entrada do corpo no IML.Este <strong>de</strong>talhe, combinado com a análise do laudo necrológico e da foto do corpo, mostrou a falsida<strong>de</strong> da versãooficial, bem como a ocorrência <strong>de</strong> tortura.Pernambucano <strong>de</strong> Bonito, foi cassado em 1964. Em 1967, ingressou no curso <strong>de</strong> Economia da antiga Universida<strong>de</strong>do Estado da Guanabara (UEG), atual UERJ, on<strong>de</strong> estudou até o 3º ano, quando foi forçado a entrar para aclan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong>. Até fevereiro <strong>de</strong> 1969, trabalhou na SUNAB. Militou no PCB, transferiu-se ao PCBR e teve brevepassagem pelo MR-8, antes <strong>de</strong> ingressar na ALN.13