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Descendentes de homens e mulheres que cruzaram o ... - DHnet

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Direito à Memória e à Verda<strong>de</strong>- publicou extensa reportagem a seu respeito na edição <strong>de</strong> 08/02/1979, contando <strong>que</strong> a coragem da jovem irritou atropa. No livro “A Lei da Selva”, Hugo Studart relata sua morte como ocorrendo na localida<strong>de</strong> Remanso dos Botos,em cho<strong>que</strong> com uma patrulha <strong>de</strong> fuzileiros navais. Ao ser <strong>que</strong>stionada sobre o para<strong>de</strong>iro dos companheiros, Helenirateria respondido <strong>que</strong> po<strong>de</strong>riam matá-la, pois nada diria.Nascida em Cer<strong>que</strong>ira César, no interior paulista, era filha <strong>de</strong> um médico conhecido e respeitado por suas tendênciashumanistas. Aos quatro anos, mudou-se para Assis, on<strong>de</strong> cresceu. Já resi<strong>de</strong>nte na capital paulista, cursouLetras na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia da USP, sendo eleita presi<strong>de</strong>nte do Centro Acadêmico. Tornou-se importanteli<strong>de</strong>rança no Movimento Estudantil, on<strong>de</strong> ganhou o apelido <strong>de</strong> “Preta”. A primeira prisão <strong>de</strong> Helenira aconteceuem junho <strong>de</strong> 1967, quando escrevia nos muros da Universida<strong>de</strong> Mackenzie: “Abaixo as leis da ditadura”. Voltoua ser presa mais duas vezes, uma <strong>de</strong>las em Ibiúna (SP) durante o 30º Congresso da UNE, entida<strong>de</strong> da qual eravice-presi<strong>de</strong>nte. Passou pelo Presídio Tira<strong>de</strong>ntes, pela se<strong>de</strong> do DOPS e pelo Presídio <strong>de</strong> Mulheres do Carandiru. Afamília conseguiu libertá-la mediante habeas-corpus na véspera da edição do AI-5. A partir <strong>de</strong> então, já militantedo PCdoB, passou a atuar na clan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong>, até mudar-se para o Araguaia.FRANCISCO MANOEL CHAVES (? - 1972)Filiação: não existem registrosData e local <strong>de</strong> nascimento: não existem registrosData do <strong>de</strong>saparecimento: 21 ou 29/09/197216Preso após a <strong>de</strong>rrota da insurreição armada <strong>de</strong> 1935, foi torturado sob a chefia do comandante Lúcio Meira, sendomais tar<strong>de</strong> recolhido ao presídio da Ilha Gran<strong>de</strong>, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. O escritor Graciliano Ramos, <strong>que</strong> conviveucom ele nessa época, narra em Memórias do Cárcere os esforços <strong>de</strong> Chaves e <strong>de</strong> outros companheiros para<strong>de</strong>nunciar as condições <strong>de</strong>sumanas em <strong>que</strong> viviam os <strong>de</strong>tentos. Em 1937 foi expulso da Marinha. Libertado noinício da década <strong>de</strong> 40, participou da Conferência da Manti<strong>que</strong>ira, em 1943, sendo eleito suplente do ComitêCentral do partido, cargo <strong>que</strong> exerceu até 1946. Após abril <strong>de</strong> 1964, militando no PCdoB, foi residir na região<strong>de</strong> Caianos, no Araguaia, apesar <strong>de</strong> já passar dos 60 anos. Foi morto provavelmente em 21/09/1972, junto comJosé Toledo <strong>de</strong> Oliveira, próximo ao local on<strong>de</strong> tombou Miguel Pereira dos Santos no dia anterior. O livro “A Lei daSelva”, <strong>de</strong> Hugo Studart, menciona a seguinte anotação, feita por um comandante da guerrilha: “José Francisco,antigo marinheiro, ingressou no P em 1931. O guerrilheiro mais velho e o único preto do D. Tinha 64 anos, maspossuía muito vigor físico. Chaves era o seu sobrenome (não me recordo do seu primeiro nome (...) A ida<strong>de</strong>para ele não era empecilho, embora já sentisse o peso dos anos”.Nas exumações feitas no cemitério <strong>de</strong> Xambioá por uma Comissão <strong>de</strong> Familiares, parlamentares, legistas e pela ComissãoJustiça e Paz <strong>de</strong> São Paulo, em 1991, foram encontrados ossos <strong>de</strong> um homem negro com mais <strong>de</strong> 60 anos <strong>que</strong>,provavelmente, são <strong>de</strong> Francisco Manoel, mas ainda não foi possível localizar familiares para comprovar o DNA.

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