avaliação da implementação do sirmed e sipmed nas seções de ...

1º TEN Al WILSON PEREIRA DO CARMO JUNIOR.Avaliação da Implementação do SIRMED e SIPMED nas Seções deSaúde da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada após um ano daobrigatoriedade da Informatização dos Sistemas de Inspeção deSaúde e Visita MédicaRIO DE JANEIRO2010

1º TEN AL WILSON PEREIRA DO CARMO JUNIORAvaliação da Implementação do SIRMED e SIPMED nas Seções de Saúde da9ª Brigada de Infantaria Motorizada após um ano da obrigatoriedade daInformatização dos sistemas de inspeção de saúde e visita médicaTrabalho de Conclusão de Cursoapresentado à Escola de Saúde doExército, como requisito para obtenção deGrau de Pós-Graduação Lato Sensu,especialização em AplicaçõesComplementares às Ciências Militares.RIO DE JANEIRO2010

C287aCarmo Junior, Wilson Pereira do.Avaliação da Implementação do SIRMED e SISPMED nasSeções de Saúde da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, após umano de obrigatoriedade da informatização do Sistemas de VisitaMédica e Inspeção de Saúde / Wilson Pereira do Carmo Junior. –Rio de Janeiro, 2010.22 f. ; 30 cmOrientador: Sávio Reder de SouzaTrabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Escolade Saúde do Exército, Programa de Pós-Graduação emAplicações Complementares às Ciências Militares, 2010.Referências: f. 21.1. Brasil - Exército. 2. Serviço de Saúde . 3.SISPMED. 4.SIRMED 5.Informatização I. Souza, Sávio Reder de II. Escola deSaúde do Exército. III. Título.CDD 362_______

1º Ten Al WILSON PEREIRA DO CARMO JUNIORAvaliação da Implementação do SIRMED e SIPMED nas Seções de Saúde da9ª Brigada de Infantaria Motorizada após um ano da obrigatoriedade daInformatização dos sistemas de inspeção de saúde e visita médicaCOMISSÃO DE AVALIAÇÃOSAVIO REDER DE SOUZA - CapOrientadorYAMAR EIRAS BATISTA – MajorCoorientadorAURÉLIO FENTANES BARROS – MajorAvaliadorRIO DE JANEIRO2010

RESUMOObjetivo: Avaliar a implantação dos Sistemas de Pericia Médica do Exército(SIPMED) e Sistema de Registro Médico (SIRMED) durante os anos de 2009 e2010, nas seções de saúde da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada após 1 ano damudança da legislação e da obrigatoriedade da implantação dos sistemas,considerando essa grande unidade como representativa para avaliar asdificuldades encontradas na implantação e utilização de ambos os sistemas.Métodos: Analisaram-se os questionários entregues às Seções de Saúde comquestões relacionadas a estrutura da saúde relacionadas a informática e ao oficialmédico da Unidade, operador do Sistema; além de perguntas relacionadas autilização do sistema e ao cadastramento dos militares da OM em ambos ossistemas. Resultados: Em geral, as unidades da 9ª Brigada não realizaram acompleta implantação do SIPMED e SIRMED, encontrando barreiras de ordemestrutural e de pessoal para a realização da mesma. Atualmente, a falta do oficialmédico tem se constituído na principal dificuldade para implantação dos Sistemasnas OMs, mas dificuldades na estrutura de informática ainda foram encontradas,mesmo em uma grande metrópole como o Rio de Janeiro. Conclusões: Estetrabalho pode verificar que após um ano do início da obrigatoriedade, nenhumadas unidades da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada alcançou a implantação totaldos dois sistemas, não realizando a totalidade das Inspeções de Saúde atravésdo SIPMED, nem o cadastro de todos os militares da OM no SIRMED com aconfecção da ficha médica inicial e visitas médicas no sistema, tampouco dosregistros de acidente de serviço e atestados de origem no sistema.Palavras-Chaves: SIPMED. SIRMED. Informatização. Perícia Medica. ExércitoBrasileiro

ABSTRACTObjective: To evaluate the implementation of the SIPMED and SIRMED, duringthe years 2009 and 2010 in the 9 th Brigade’s battalions medical sections oneyear after the changes in Health service legislation and mandatoryimplementation of those systems, considering the 9 th brigade representative toverify the difficulties found on the use of both systems. Methods: Questionnairesgiven to the 9 th Brigade´s battalions Medical sections with questions regarding theInformation Technology (IT) infrastructure of the battalion and about the Unit’smedical officer were analyzed, in addition to questions related to the use ofsystems and the registration of personnel in both systems. Results: In general,the 9th Brigade’s Units were not able to fully implement the SIPMED and SIRMED,finding structural and personnel barriers during the process. Nowadays the lack ofmedical officers is the main difficulty to the systems implementation, but otherdifficulties such as lack of computers and internet infrastructure were found, evenin a large metropolis like Rio de Janeiro.Conclusions: One year after changes in the Health service legislation and themandatory implementation of the SIPMED and SIRMED, none of the 9 th Brigade’sUnits were able to execute the full implementation of both systems, not making theentire Health Inspections trough SIPMED, neither the registration of all Unitspersonnel through SIRMED.Key words: SIPMED. SIRMED. Health Inspection. Computerization. BrazilianArmy

SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 72 METODOLOGIA........................................................................................ 143 RESULTADOS......................................................................................... 154 DISCUSSÃO............................................................................................ 185 CONCLUSÃO.......................................................................................... 20REFERENCIA............................................................................................ 21ANEXOS ............................................................................................... 22

8INTRODUÇÃOOs recentes avanços tecnológicos no campo da informática aplicadas àmedicina, vem proporcionando um grande desenvolvimento na forma de sepraticar a medicina, seja no meio civil ou no militar, melhorando métodos etécnicas, oferecendo maior velocidade e precisão de diagnósticos, permitindo osurgimento de novos tratamentos, unificação e melhorias nos processos degestão e sistemas de controle, possibilitando, algumas vezes em tempo real, oacompanhamento de resultado de exames, prontuários médicos, prescrições,gastos e cobranças desde o médico à beira do leito ao gestor que pode estar emqualquer local do território nacional.Nos dias atuais, a grande preocupação com a normatização e fiscalizaçãode procedimentos em vários segmentos profissionais tem originado um cenário depropostas cada vez mais sofisticadas de monitoramento e acompanhamento derotinas.O intuito de criação de melhores padrões de gerenciamento da saúde emesferas públicas e privadas no Brasil vem fortalecendo o estabelecimento formalde diretrizes específicas à fiscalização e à organização tanto profissional quantode procedimentos médicos.Os Sistemas Informatizados permitem uma padronização e um melhoracompanhamento e controle dos processos.A história da informática se confunde com a própria história militar,estando sempre envolvida com as Força Armadas em todo o mundo, tendomuitos avanços ocorridos dentro dos centros de pesquisa militar.O primeiro grande computador eletrônico, apresentado em 1946, foi oENIAC. Funcionava com 18.000 válvulas eletrônicas, pesava 30 toneladas e tinhao tamanho de uma sala com 180 m2. Foi projetado durante o curso da segundagrande guerra, com o objetivo de calcular tábuas de bombardeamento e disparo.Foi desenvolvido em 1943, na Universidade da Pensilvânia, e permitiu também oscálculos para o desenvolvimento da Bomba Atômica.A própria Internet surgiu a partir de pesquisas militares no período daGuerra Fria. Essa teve como seu embrião a ARPANET, uma rede criada paradescentralizar o armazenamento da informação, permitindo que em caso de um

ataque soviético ao Pentágono, as informações sensíveis não estariam todas aliarmazenadas, mas descentralizadas e acessíveis através de uma rede de troca ecompartilhamento das informações, não permitindo que as mesmas fossemperdidas.O Exército Brasileiro vem implementando há alguns anos, dentro doEstado Maior do Exército e de seus Departamentos, a informatização de seusdiversos sistemas.Na área operacional, o sistema de comando - SISMC2, do Ministério daDefesa, objetiva otimizar o exercício da direção, do controle e da coordenaçãodas forças militares em operação, possibilitando o acompanhamento em temporeal das ações em curso.Na área de administração o Sistema Integrado de AdministraçãoFinanceira do Governo Federal (SIAFI) criado em 1987 para suprir o Exército eem última instancia o Governo Federal com um instrumento moderno e eficaz nocontrole e acompanhamento dos gastos públicos.No Centro de Comunicação Social do Exército temos o Sistema deComunicação Social do Exército (SISCOMSEx).O Departamento Geral do Pessoal (DGP) e suas Diretorias, em especial aDiretoria de Saúde (DSAU) e a área de Gestão em saúde e o Fundo de Saúde doExército (FUSEX), possuem diversos outros sistemas e bancos de dadosfuncionando atualmente.FIGOMIS – Ficha de Informações Gerenciais das Organizações Militaresde SaúdeSIGIR – Sistema integrado de gestão inteligente de recursos:SIRE - Sistema informatizado do atendimento médico-hospitalar doSistema de Saúde do ExércitoSIGEMS - Sistema de Gestão de Estoque de Material de SaúdeCADBEN - Cadastro de Beneficiário do FUSExCom a implementação do Sistema de Registro Médicos (SIRMED) e doSistema de Perícias Médicas (SIPMED), foi dado inicio ao processo deinformatização das duas principais áreas da atividade médica militar em tempo depaz:9

• Atividade assistencial através do sistema de visita médica, pelomédico atendente (com o SIRMED).• Atividade médico-pericial através do sistema de inspeções de saúdepelo médico perito (com o SIPMED).O SIPMED, mais antigo, já era utilizado na atividade médico-pericial pelasjuntas de inspeção de saúde, sendo agora estendido aos médicos peritos dasOrganizações Militares (MP/OM).Mais recentemente, foi desenvolvido o SIRMED para atividadeassistencial, no controle da visita médica.O SIRMED foi concebido com o objetivo primordial de orientar ostrabalhos das Seções de Saúde Regionais (SSR) e Seções de Saúde dasorganizações militares (SSOM), no tocante à padronização dos procedimentosrelativos aos registros das informações relacionadas com o controle sanitário dopessoal e das instalações do Exército Brasileiro.O Sistema de Perícias Médicas (SIPMED) foi concebido com o objetivo deorientar os trabalhos das Assessorias de Saúde de Comandos Militares de Área,das Seções de Saúde Regionais (SSR), das Seções de Perícias Médicas deOrganizações Militares de Saúde, das Juntas de Inspeção de Saúde (JIS) e dosMédicos Peritos, no tocante à padronização dos procedimentos relativos àsatividades médico-periciais do Exército Brasileiro, definidas nas InstruçõesReguladoras das Perícias Médicas do Exército (IRPMEx).Um outro objetivo é fazer com que os usuários do sistema interajamdiretamente com o terminal de computador, de modo a acompanharem no âmbitoda Força a execução dos serviços da área de saúde, relativos às períciasmédicas.Em novembro de 2009, entraram em vigor as novas Normas Técnicas dePerícias Médicas do Exército (NTPMEx), precedidas por alterações nasInstruções Gerais para Perícias Médicas do Exército (IGPMEx) e InstruçõesReguladoras para Perícias Médicas do Exército (IRPMEx). Em 2010, a NTPMExsofreu uma nova alteração.As novas normas prevêem a informatização do atendimento médico.No primeiro semestre de 2009, as Organizações Militares de Saúde asSeções de Saúde subordinadas ao Comando Militar do Leste (CML) e a SSR/1,10

eceberam ordem de cadastrar seus médicos peritos e médicos atendentes noSIPMED e SIRMED, tendo também iniciado um sistema de avaliação e depontuação das unidades através de estatísticas e relatórios dos sistemas.O Grupamento de Unidades Escola - 9ª Brigada de Infantaria Motorizada(9ª Bda Inf Mtz/ GUEs) é uma Grande Unidade que tem, como missão,sumamente importante, apoiar os Estabelecimentos de Ensino do Exército, pormeio de demonstrações que imitam o combate.A história das Unidades que compõem o Grupamento remonta, praticamente,às origens do próprio Exército Brasileiro.O 1º Batalhão de Infantaria Motorizado (Escola), Regimento Sampaio,combateu os invasores franceses no litoral fluminense, ainda no Século XVI;participou da Campanha da Tríplice Aliança; da conquista de Monte Castelo,durante a Segunda Guerra Mundial e, recentemente, fez-se representar emOperações de Paz, realizadas em Angola.O 2º Batalhão de Infantaria Motorizado (Escola), o Regimento Avaí, também,participou da Campanha da Tríplice Aliança, em batalha da qual herdou suadesignação histórica, e materializou o núcleo da Força de Paz que, sob a égideda Organização das Nações Unidas (ONU), atuou por quase dez anos na Faixade Gaza, Oriente Médio.O 57º Batalhão de Infantaria Motorizado (Escola), o Regimento Escola deInfantaria, operou, igualmente, como Força de Paz, a cerca de trinta anos, naRepública Dominicana, sob patrocínio da Organização dos Estados Americanos(OEA), e recentemente acabou de retornar da missão de paz no Haiti.O Grupamento de Unidades Escola-9ª Brigada de Infantaria Motorizada éformado por Unidades de todas as Armas e Serviços, possui 6.200 homens e 400viaturas operacionais, conta com armamento e equipamento de avançadatecnologia e faz parte da Reserva Estratégica da Força Terrestre, devendo estarem condições de atuar em qualquer ponto do Território Nacional em Operaçõesde Defesa da Pátria ou de Garantia da Lei e da Ordem, estando preparado paraum longo deslocamento, com um reduzido prazo de alerta antecipado.O Fato de estar localizada na cidade do Rio de Janeiro, grande centro urbano,tendo quase a totalidade de suas unidades centralizadas na Vila Militar, fazem11

desta Grande Unidade apropriada para avaliação da implementação dos SIPMEDe SIRMED.As dificuldades encontradas em um grande centro como o Rio de Janeiro paraa área de Informática e Internet permitem transportar essas dificuldades para asáreas mais remotas do nosso país, onde o acesso aos itens torna-se ainda maisdifícil.12As Unidades que integram o GUEs-9ª Bda Inf Mtz são:• 1º Batalhão de Infantaria Motorizada (Escola) - 1º BI Mtz (Es)• 2º Batalhão de Infantaria Motorizada (Escola) – 2º BI Mtz (Es)• 57º Batalhão de Infantaria Motorizada (Escola) – 57º BI Mtz (Es)• 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada (Escola) – 15º RCMec (Es)• 31º Grupo de Artilharia de Campanha – 31º GAC (Es)• Batalhão Escola de Engenharia - B Es Eng• Batalhão Escola de Comunicações - B Es Com• 25º Batalhão Logístico (Escola) – 25º B Log (Es)• Companhia de Comando da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada - CiaC/GUEs-9ª Bda Inf Mtz• 9ª Bateria de Artilharia Anti-Aérea (Escola) – 9ª Bia AAAe (Es) (Localizadaem Macaé)• 9º Pelotão de Polícia do Exército – 9º Pel PEAo verificar as condições encontradas nas seções de saúde e asdificuldades encontradas relativas à material (físico e de informática), bem comode pessoal para implantação do sistema, pode-se aferir a aplicação na ponta dosistema e receber feedback do usuário final.Essa verificação tem por objetivo encontrar os pontos necessários demudança e investimento no sistema para permitir a completa implantação domesmo, facilitar o fluxo de informações e a operabilidade por parte das seções desaúde.Para o funcionamento dos Sistemas de Registros Médicos e PeríciasMédicas (SIRMED e SIPMED) é necessário que as Seções de Saúde possuam

uma estrutura mínima de informática, com um computador no consultório médico,com a internet para acesso ao site do Departamento Geral do Pessoal (DGP) euma impressora.Essa estrutura, aparentemente simples, mesmo em uma metrópole como oRio de Janeiro, onde fica sediada a 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, encontradificuldade de ser implementada.É necessária uma mudança de paradigma no funcionamento das seçõesde saúde onde fichas médicas, prontuários, registros de acidente, atestados deorigem e livros e atas de inspeções de saúde deixam de ser feitas à mão epassam a ser realizadas no computador.O próprio oficial médico precisa mudar sua forma de atender, aprendendo arealizar sua anamnese, exame físico e diagnóstico diretamente no computador,lançando estes dados no sistema.Soma-se isso o pouco treinamento recebido pelo médico temporário noperíodo de formação e o desconhecimento da legislação militar específica(IGPMEx, IRPMEx, NTPMEx) ao chegar a unidade, agravados pelo fato de teremsofrido alterações durante os anos de 2009 e 2010.Outra dificuldade encontrada é a própria falta do oficial médico em algumasdas seções de saúde devido à evasão de médicos em serviço militar inicial,deixando as unidades sem o oficial operador do sistema.O cadastro inicial no sistema é também trabalhoso por exigir diversosdados do militar a ser implantado, tais como nome completo, identidade militar,Cadastro de Pessoa Física (CPF), Prec-CP, Data de nascimento, Situação,Categoria, Posto, se possui Documento Sanitário de Origem (DSO), OM,endereço completo, telefone, email, filiação, naturalidade, Peso e Altura.Demanda-se tempo para a implementação de todos os militares da OM,exigindo-se a presença dos militares cadastrados na seção de saúde.Os diversos sistemas existentes que poderiam exportar tais dados – comomódulo E1 ou SIRE – não falam entre si.O presente trabalho poderá contribuir para identificar os problemas,dificuldades e encontrar as soluções necessárias para facilitar a implantação dosistema.13

Tem por objetivo reunir informações reais e atualizadas sobre o estado daimplantação dos sistemas informatizados de registro médico e perícias médicasno Exército Brasileiro tomando, como amostra a 9ª Brigada de InfantariaMotorizada, que se situa na cidade do Rio de Janeiro, uma grande metrópole,onde o acesso aos meios de informática são mais simples, e reconhecer osproblemas e dificuldades encontradas pelas seções de saúde e pelos operadoresdo sistema para a completa implementação dos mesmos.14

152 METODOLOGIAPara realização do trabalho e levantamento dos dados foi confeccionadoum questionário que foi entregue a cada Seção de Saúde das Unidades da 9ªBrigada de Infantaria Motorizada. O questionário continha questões relacionadasà estrutura física da seção de saúde, da estrutura de informática e questõesrelacionadas ao oficial médico da Unidade, operador do Sistema; além deperguntas relacionadas à utilização do sistema e ao cadastramento dos militaresda OM em ambos os sistemas.A análise do questionário foi utilizado para traçar o mapa do atual estágiode implantação de ambos os Sistemas e delinear as conclusões apresentas nestetrabalho.

163 RESULTADOSA Estrutura das Seções de Saúde da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada,durante o ano de 2010, ficou dificultada pelo fato de apenas 3 organizaçõesmilitares possuírem médico no corrente ano.Por essa razão, o comando da 9ª Brigada centralizou a estrutura de saúde,ficando os 3 oficiais médicos à disposição da Companhia de Comando, prestandoo apoio àS missões, e realizando as visitas médicas em dias específicos em cadaunidade.Cada oficial médico foi publicado como médico perito (MP/OM) de mais deuma OM, sendo cadastrados para operar o SIPMED nestes locais.O SIPMED encontra-se em estágio mais avançado de implantação, masmuitas inspeções de saúde são, ainda, encaminhadas ao Médico Perito deGuarnição (MP/Gu).Pelas novas NTPMEx, os cadastros dos militares encaminhados ao MP/Gudeverão ser realizados na OM do militar a partir do mês de agosto do correnteano, sendo o cadastro no sistema imprescindível para que seja realizada ainspeção.O Batalhão Escola de Comunicações (BEsCOM) possuía médico durante oano de 2009, mas não operou nenhum dos dois sistemas durante aquele ano,tendo realizado as inspeções de saúde de forma manual.No ano de 2010 a unidade não recebeu médico, mas recebe apoio de umoficial médico do HGeRJ, publicado como médico perito da OM (MP/OM).Possuiu computador e impressora na seção de saúde, mas no ano de 2010não possui acesso à internet na Seção de Saúde para acessar o SIPMED eSIRMED pelo site do DGP.A Seção de Saúde possui senha para o Sargento Auxiliar do Médico Perito,possibilitando o cadastro dos militares da OM no sistema, tanto para oagendamento das inspeções do MP/OM quanto para o encaminhamento aoMP/Gu.A unidade não possui cadastro no SIRMED e nenhuma ficha médica foigerada no sistema.

O 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada Escola (15 RCMec) tambémpossuía médico durante o ano de 2009, mas não recebeu médico no ano de2010.Recebe apoio semanal para visita médica de médico da 9ª Bda Inf Mtz,publicado como MP/OM, mas realiza as inspeções de saúde de forma manual,fora do sistema, encaminhando a maioria das inspeções para o MP/Gu.Atualmente, não possui computador nem internet na Seção de Saúde,utilizando computadores de outras Seções.Não possui senha para o Auxiliar do MP/OM para realizar o cadastros dosmilitares.Também não opera o SIRMED para as visitas médicas, nem gera fichasmédicas no sistema.O 1º Batalhão de Infantaria Motorizada (1º BI) possui uma melhor estruturade instalação e de pessoal na FSB.Possui computador, impressora e internet na seção de saúde.Possuía médico perito durante o ano de 2009, que permaneceu durante oano de 2010, mas o mesmo encontra-se, atualmente, à disposição da 9ª Brigadade Infantaria Motorizada.O Oficial Médico está cadastrado no SIPMED, mas ainda aguarda recebrea senha para operar o SIRMED, tendo já enviado o cadastro junto a Seção deSaúde Regional (SSR/1).O 2º Batalhão de Infantaria Motorizada (2º BI) possui médico nos últimosdois anos, mas, que de forma semelhante ao 1º BI Mtz, encontra-se atualmente adisposição da 9ª Bda Inf Mtz. Possui computador, impressora e internet na Seçãode Saúde. O Oficial Médico da Unidade opera os dois sistemas, mas ainda não foirealizado o cadastro dos militares da OM no SIRMED, nem geradas as fichasmédicas.O 31º Grupo de Artilharia de Campanha (31 GAC), de forma semelhante,não recebeu médico no ano de 2010, e possui estrutura de informática na seçãode saúde.Tem recebido apoio de médico da Policlínica Militar, publicado comoMédico Perito da OM.17

As demais unidades da 9ª Bgd Inf Mtz – 25º Batalhão Logístico (25 Blog),57º Batalhão de Infantaria Motorizada (REI) e Batalhão Escola de Engenharia(BesEng), de forma semelhante, possuem boa estrutura de informática na Seçãode Saúde, mas possuem o problema da falta do oficial médico na OM.18

194 DISCUSSÃOEste trabalho pode verificar que nenhuma unidade da 9ª Brigada deInfantaria Motorizada alcançou a implantação total dos dois sistemas, nãorealizando a totalidade das Inspeções de Saúde através do SIPMED, nem ocadastro de todos os militares da OM no SIRMED com a confecção da fichamédica inicial e visitas médicas no sistema, tampouco dos registros de acidentede serviço e atestados de origem no sistema.Ao verificar as condições encontradas nas seções de saúde da 9ª Brigadade Infantaria Motorizada, as dificuldades encontradas relativas a material (físico ede informática) e de pessoal, levam a concluir que, mesmo em uma metrópolecomo o Rio de Janeiro, a execução esbarra em dificuldades estruturais queimpedem a completa implantação dos dois sistemas.O SIPMED encontra-se em estágio mais avançado de implantação,apesarde algumas unidades ainda realizarem as inspeções de forma manual.Para o funcionamento dos Sistemas de Registros Médicos e PeríciasMédicas (SIRMED e SIPMED) é necessário que as Seções de Saúde possuamuma estrutura mínima de informática, com um computador no consultório médico,com internet para acesso ao site do DGP, e uma impressora. Nas OMs da 9ª Bdavisitadas, apenas o 15º RCMec não possuía estrutura alguma de informática. Asoutras Unidades possuíam uma estrutura mínima que permitia a realização dasinspeções e visita médica nos sistemas.Observa-se, portanto, que, além das dificuldades estruturais já apontadas,existe uma inércia nas diversas OMs que, certamente, advém dodesconhecimento das imposições da legislação de saúde, bem como daconscientização quanto a importância do sistema para o aperfeiçoamento domesmo.É necessária uma mudança de paradigma no funcionamento das seçõesde saúde onde fichas médicas, prontuários, registros de acidente, atestados deorigem e livros e atas de inspeções de saúde deixam de ser feitas à mão epassam a ser realizadas no computador.

Essa mudança de cultura somente se dará com o melhor conhecimento danova legislação por parte dos militares de saúde, servindo estes comodisseminadores desse conhecimento aos seus chefes, nos diversos escalões.O preparo do oficial médico durante o período de formação (inclusive otemporário) é imprescindível para permitir que, ao chegar à sua unidade, tenha oconhecimento para operar o sistema e transmitir esta nova cultura.A falta do oficial médico, o operador do sistema, é um problema queextrapola os objetivos deste trabalho, mas que afeta diretamente a implantaçãodos sistemas.O Cadastro de um Sargento auxiliar do MP OM, que poderia facilitar ocadastro e implantação dos militares da OM nos sistemas, não é realizado pelaSSR nas unidades sem MP.Mesmo nas unidades com o oficial médico temporário, pela curva deaprendizado, quando o mesmo se encontra preparado, solicita seu licenciamento,não permanecendo nas fileiras do Exército.20

215 CONCLUSÃOAs dificuldades são multifatoriais e de difícil solução, principalmente emrelação a falta do MP OM e do conhecimento da legislação por parte dosmesmos.As dificuldades naturais esbarram na inércia das diversas OMs, ainda nãocompletamente imbuídas da importância e prioridade da operacionalização dossistemas informatizados de saúde.O presente trabalho poderá contribuir para, ao identificar os problemas edificuldades, ajudar a encontrar as soluções necessárias para a implantação dossistemas, que, certamente, elevarão as missões do Serviço de Saúde em tempode paz, assistência e perícias, a um patamar de qualidade jamais experimentado,antes, em sua história.

22REFERÊNCIASANDRADE, S.M.R. Perícia administrativa e judicial – Apostila UniversidadeUNIMED, curso de pós-graduação em Perícia Médica, 2005BRASIL. Departamento Geral do Pessoal. Portaria nº 215, de 1 de Setembro de2009. Instruções Reguladoras das Perícias Médicas no Exército (IR 30-33),disponível em Acesso em 2 ago.2010BRASIL. Departamento Geral do Pessoal. Portaria Portaria nº 566, de 13 deAgosto de 2009. Instruções Gerais para Perícias Médicas no Exército (IG 30-11), disponível em Acesso em 2 deago. 2010BRASIL. Departamento Geral do Pessoal. Portaria nº 247, de 7 de Outubro de2009. Normas Técnicas sobre Perícias Médicas no Exército, disponível emAcesso em 1 de ago. 2010BRASIL. Departamento Geral do Pessoal. Normas Técnicas sobre Períciasmédicas no Exército. Separata ao Boletim do Exército, Poder Executívo,Brasília, DF, Nº 26 de 2 de julho 2010, Volume IBRASIL. Departamento Geral do Pessoal. Manual do Usuário do Sistema dePerícias Médicas – SIPMED. Brasília[s/n], 21 jul. 2008BRASIL. Departamento Geral do Pessoal. Manual do Usuário do Sistema deRegistros Médicos – SIRMED. Brasília[s/n], 09 fev. 2009BRASIL. Estado-Maior do Exército. Instruções gerais para o funcionamentodo Serviço de Saúde do Exército – IG70-01. Brasília[s/n], 1998.DIRETORIA DE SAÚDE, Diretoria de Saúde do Exército, disponível emAcesso em 20 jul. 2010Grupamento de Unidades Escola / 9ª Brigada de Infantaria Motorizada. Disponívelem Acesso em 25 jul. 2010

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO23