12.07.2015 Views

Manuel Oliveira Guerra e a revista Céltica no camiño da irmandade ...

Manuel Oliveira Guerra e a revista Céltica no camiño da irmandade ...

Manuel Oliveira Guerra e a revista Céltica no camiño da irmandade ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MANUEL OLIVEIRA GUERRA E A REVISTA CÉLTICA ...por varias circunstancias, algunhas explica<strong>da</strong>s por <strong>Oliveira</strong> <strong>Guerra</strong> nunha carta envia<strong>da</strong> aosamigos galegos o 13 de maio de 1963:Queridos galegos:Quase dois a<strong>no</strong>s passaram desde que um grave caso de saúde e uns acidentes de caráctereconómico me levaram a abandonar temporàriamente as activi<strong>da</strong>des em que eu andei envolvido,atinentes ao estabelecimento dum melhor conhecimento intelectual entre as gentes de Aquem e deAlem Minho.Desde então nao voltou a publicar-se a CéLTICA, nao chegou a ser submetido à aprovação,quer em Espanha quer em Portugal, o projecto de Estatuto do Círculo de Estudos Galaico-Portugueses, quebrou-se o ritmo <strong>da</strong> correspondencia que eu mantinha há tanto tempo commuitas dezenas de intelectuais galegos, não trabalhei mais para a publicação dos livros que tenhopara publicar e, o que é mais impressionante, não voltei à Goliza! A última vez, salvo erro, quetranspuz a fronteira foi para trazer de Vigo ao Porto a queri<strong>da</strong> Purinha Vázquez, que depois dealguns dias entre nós levei a Lisboa, para embarcar com desti<strong>no</strong> à Venezuela.Ora Purinha Vozquez regressa à sua queri<strong>da</strong> terra, saudosa, e eu que estava sem passaporte,re<strong>no</strong>vei-o para ir obraçá-la <strong>no</strong> momento de desembarque em Vigo e para a levar de segui<strong>da</strong> aoseio <strong>da</strong> familia, a Orense. E volto, portanto, à Galiza, depois duma tão longa e pe<strong>no</strong>sa auséncia.E volto não sei com que esperança de que vou poder retomar a minha actividode antiga,restabelecer o meu contacto, levar por diante o meu sonho de tantos a<strong>no</strong>s! voltar a publicar aCÉLTICA e <strong>da</strong>r corpo jurídico e real ao Círculo de Estudos. Purinha nas suas cartas vin<strong>da</strong>s deCaracas, falou-me sempre <strong>no</strong> desejo de voltar à sua Galiza e de me aju<strong>da</strong>r na realização <strong>da</strong>empreita<strong>da</strong> que eu me impusera e sustentei durante quase dois a<strong>no</strong>s, e eu não sei se devo a esseincentivo a predisposição de voltar a lutar...Em vésperas de pisar de <strong>no</strong>vo terra galega, eu quiz man<strong>da</strong>r a todos os meus amigos <strong>da</strong> Galizaum abraço, duas palavras de amizade e carinho, uma promessa embora um tanto vaga depróxima activi<strong>da</strong>de. Que o regresso de Purinha Vázquez, minha doce irmã espiritual, seja, <strong>no</strong>próximo dia 26, um recomeço de activi<strong>da</strong>de tendo o objectivo de estreitar mais o conhecimentoe a estima entre portugueses do Norte e os Galegos. Que o regresso de Purinha seja na ver<strong>da</strong>de umrecomeço feliz e fructuoso...Ademais <strong>da</strong>s persoais, outras circunstancias <strong>no</strong>n propicias serían o inicio <strong>da</strong> guerrillamilitar en Angola, a falta de colaboradores entregados tanto galegos como portugueses, ascríticas negativas que parten dun membro do Círculo e se estenden aos creadores de literaturamáis abaixo do Douro e, sobre todo, a morte prematura de <strong>Oliveira</strong> en 1964.<strong>Manuel</strong> <strong>Oliveira</strong> <strong>Guerra</strong>, sempre ben recibido en Galiza polos galeguistas, foi un dosportugueses que máis a amou, terra protagonista <strong>no</strong>s seus esforzos e tamén en moitos dosseus poemas. Sirva de exemplo o seguinte:Criação do Mar 30Alma de artista, creador, o Marum dia, inspirado,entrou de modelar com sábio geitoo barro duro e quente e atrigueiradotalvez posto por Deus à sua frentepara ser modelado;e ora com firmeza rude e brava,ora com bran<strong>da</strong> ternura,o Mar foi modelandoa sua <strong>no</strong>va escultura...A pouco e pouco então,30. Este poema figura na separata do número dous de Céltica e formaría parte do libro Maruxa quepensaba publicar.505Anuario Briganti<strong>no</strong> 2004, nº 27

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!