12.07.2015 Views

Arte conceitual e fotografia - ArtCultura

Arte conceitual e fotografia - ArtCultura

Arte conceitual e fotografia - ArtCultura

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Arte</strong> <strong>conceitual</strong> e <strong>fotografia</strong>:um percurso crítico-historiográfico*Annateresa FabrisRESUMOFotografia e arte <strong>conceitual</strong> constituemum par complexo. Se alguns autoresafirmam que a <strong>fotografia</strong> desempenhouum mero papel documental,outros, ao contrário, apontam para ouso de recursos específicos, por partede alguns artistas, que permitemproblematizar a imagem técnica, suaspossibilidades visuais e seus significadossociais.PALAVRAS-CHAVE: <strong>Arte</strong> <strong>conceitual</strong>; <strong>fotografia</strong>;historiografia.ABSTRACTPhotography and conceptual art form acomplex pair. While some scholars haveasserted that photography has played amere documental role, others, on thecontrary, have highlighted the fact thatsome artists have used resources thatallowed them to reflect upon the technicalimage, its visual possibilities as well as itssocial meanings.KEYWORDS: conceptual art; photography;historiography.℘* Investigação realizada comuma bolsa de Produtividadeem Pesquisa do CNPq. Foiapresentada originalmente noSeminário Internacional “Críticade arte e história da arte:desafios interdisciplinares”,promovido pela AssociaçãoBrasileira de Críticos de <strong>Arte</strong>(2006).1Ver MEYER, Ursula. Conceptualart. New York: Dutton,1972, p. XI-XIV. A autora citaa segunda edição do livro deRuscha, publicada em 1967,com uma tiragem de 500exemplares. A primeira edição(400 exemplares numerados)data de 1963. Cf. List ofbooks. In: BENEZRA Neal eBROUGHER, Kerry. Ed Ruscha.Washington: HirshhornMuseum and Sculpture Garden;Oxford: Museum of ModernArt, 2000, p. 205.20Na introdução de Conceptual art (1972), Ursula Meyer tece algumasconsiderações sobre as relações entre a vertente que despontara nofinal da década de 1960 e a imagem técnica, as quais, durante certoperíodo, forneceram o modelo analítico para a avaliação do fenômeno.O papel desempenhado pela câmara (bem como pela fotocopiadora) —aparelho de registro mudo — tem sua razão de ser no interior de umapoética particularmente interessada no aspecto documental da operaçãoartística. A partir dessa idéia, a autora faz breves comentários a respeitodas operações de artistas como On Kawara, cujo Levantei-me (1970)é apresentado como uma “documentação contínua de fatos de sua vidadiária”; Douglas Huebler, para quem os instantâneos, associados a mapase diagramas, são “receptáculos” de suas concepções; Hans Haacke,Dennis Oppenheim, Bruce Nauman, que usam a <strong>fotografia</strong> como ummero registro; Jan Dibbets, que introduz na imagem técnica efeitos detrompe-l’oeil; Edward Ruscha, o qual, em Vinte e seis postos de gasolina(1963), lança mão da câmara para produzir “fatos naturais” 1 , despidosde toda qualidade estética.Trinta anos mais tarde, André Rouillé, ao analisar a arte <strong>conceitual</strong>,ainda utiliza a idéia da <strong>fotografia</strong> como um “documento trivial”, querem virtude de suas características físicas (pequeno formato, preva-<strong>ArtCultura</strong>, Uberlândia, v. 10, n. 16, p. 19-32, jan.-jun. 2008

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!