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Manual de Boas Práticas na Produção de Leite em Propriedades de ...

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ExpedienteGover<strong>na</strong>dor do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul: Tarso Genro.Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio: Luiz Fer<strong>na</strong>ndo Mai<strong>na</strong>rdi.FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - FEPAGRODiretor-presi<strong>de</strong>nte: Danilo Rheinheimer dos Santos.Diretor Técnico: Ivan Re<strong>na</strong>to Cardoso Krolow.Diretor Administrativo: Romeu Felipe Ortiz.Chefe <strong>de</strong> Gabinete: Daniel Meireles da Rocha.Divisão <strong>de</strong> Comunicação Social | Programa <strong>de</strong> Editoração e PublicaçõesRevisão: Antônio José Trevisan Teixeira.Catalogação e normalização: Marioni Dornelles.Jor<strong>na</strong>lista: Elaine Pinto.Criação e diagramação: Rafaela <strong>de</strong> Felippe.Estagiária: Adria<strong>na</strong> Lima.Fotografias: Fer<strong>na</strong>ndo Dias.CATALOGAÇÃO NA FONTECERVA, Cristine<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul / Cristine Cerva. - PortoAlegre: FEPAGRO, 2013.31p.: il.1. Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> 2. Agricultura Familiar I. Autor II.TítuloCDU 637.1:631Rua Gonçalves Dias, 570 - Bairro Menino DeusPorto Alegre | RS - CEP: 90130-060Telefone: 51 3288.8000 | Fax: 51 3233.7607www.fepagro.rs.gov.br | editoracao@fepagro.rs.gov.br


IntroduçãoEste manual está dirigido aos proprietários <strong>de</strong> agropecuária familiar que trabalham <strong>na</strong> produção<strong>de</strong> leite, estabelecidos <strong>na</strong>s Regiões Sul e Noroeste do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Neste projeto, participaram produtores <strong>de</strong> leite dos municípios <strong>de</strong> Santa Vitória do Palmar,São Lourenço do Sul, Tenente Portela, Miraguaí, Vista Gaúcha, Derrubadas e Barra do Guarita.A região Sul do Brasil merece <strong>de</strong>staque por ter apresentado crescimento <strong>de</strong> 101% <strong>na</strong> produção<strong>de</strong> leite, entre 1999 e 2005, ficando acima da média <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Mas apesar dos dados animadores<strong>de</strong> produção, o leite t<strong>em</strong> apresentado probl<strong>em</strong>as <strong>na</strong> sua qualida<strong>de</strong> por apresentar altascontagens <strong>de</strong> microrganismos, indicando <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> higiene <strong>na</strong> produção. A má qualida<strong>de</strong>do leite cru está relacio<strong>na</strong>da a fatores como <strong>de</strong>ficiências no manejo e higiene da or<strong>de</strong>nha,índices elevados <strong>de</strong> mastite, manutenção e <strong>de</strong>sinfecção i<strong>na</strong><strong>de</strong>quadas dos equipamentos e refrigeraçãoineficiente. Se não for<strong>em</strong> tomados certos cuidados <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong> leiteira, algumasbactérias po<strong>de</strong>m estar presentes no leite, causando doenças <strong>em</strong> humanos que o consumir<strong>em</strong>.Esse tipo <strong>de</strong> contami<strong>na</strong>ção po<strong>de</strong> ocorrer como resultado da falta <strong>de</strong> higiene no processo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha,além <strong>de</strong> contami<strong>na</strong>ção a partir do ar, dos pelos do animal, da silag<strong>em</strong> e das fezes. Asbactérias mais comuns encontradas no leite, responsáveis por doenças <strong>em</strong> humanos, e estudadasneste projeto são:- Salmonella spp.;- Listeria monocytogenes;- Campylobacter spp.;- Escherichia coli.Essas bactérias são raramente associadas com mastite. Por isso, o leite é contami<strong>na</strong>do pelamanipulação do hom<strong>em</strong> e pela contami<strong>na</strong>ção das fezes dos animais, que é consi<strong>de</strong>rada a formamais comum <strong>de</strong> contami<strong>na</strong>ção <strong>em</strong> tanques.A seguir serão sugeridos os procedimentos para que a proprieda<strong>de</strong> produza leite com boaqualida<strong>de</strong>.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 1


Saú<strong>de</strong> Animal e Controle<strong>de</strong> MastitesPara que o leite tenha a qualida<strong>de</strong> necessária exigida pela lei, toda a proprieda<strong>de</strong> leiteira<strong>de</strong>ve estar envolvida com o processo <strong>de</strong> produção, iniciando pelos cuidados com a saú<strong>de</strong> dosanimais. Uma das portas <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> doenças numa proprieda<strong>de</strong> é a compra <strong>de</strong> animais portadores<strong>de</strong> doenças infecciosas. Deve ser solicitada ao ven<strong>de</strong>dor a comprovação <strong>de</strong> vaci<strong>na</strong>s eregistros das doenças e tratamentos <strong>de</strong> cada animal.Quando as informações não são confiáveis, recomenda-se colocar esses animais <strong>em</strong> quarente<strong>na</strong>antes <strong>de</strong> introduzi-los no rebanho.Todos os animais precisam ter uma i<strong>de</strong>ntificação (brinco, tatuag<strong>em</strong>) e todas as doenças etratamentos feitos precisam ser anotados. Assim, o proprietário consegue organizar os animaise separar aqueles doentes e os que precisam <strong>de</strong> tratamento. Sabendo <strong>de</strong> todo o histórico doanimal, po<strong>de</strong>-se tomar uma <strong>de</strong>cisão mais segura <strong>na</strong> hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>scartar alguma vaca.S<strong>em</strong>pre <strong>de</strong>ve ser anotada a i<strong>de</strong>ntificação do animal <strong>em</strong> lactação que recebeu algum tipo <strong>de</strong>tratamento, a data <strong>em</strong> que foi realizado e o nome do medicamento. Dessa forma, fica mais fácilrespeitar o período <strong>de</strong> carência (período <strong>em</strong> que não po<strong>de</strong> ser utilizado o leite) e diminuir achance <strong>de</strong> se encontrar resíduos <strong>de</strong> antibiótico no leite, pois s<strong>em</strong> essas informações, dificilmenteo período <strong>de</strong> carência será obe<strong>de</strong>cido.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 2


Um cuidado muito importante é conduzir os animais, principalmente no momento da or<strong>de</strong>nha,<strong>de</strong> forma calma e s<strong>em</strong> agressões. O estresse po<strong>de</strong> ocasio<strong>na</strong>r probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>na</strong>s vacas.É aconselhável fazer um controle leiteiro, isto é, anotar a produção <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> cada animaldurante o período <strong>de</strong> lactação. Esse é um procedimento zootécnico simples, que permite ao produtori<strong>de</strong>ntificar os animais mais produtivos, orientando o <strong>de</strong>scarte daqueles menos produtivos.É necessário também anotar a data da cobertura e a data prevista do parto para saber qualserá o período para realizar a secag<strong>em</strong> do animal. Esse controle permite evitar que vacas próximasao parto sejam mantidas ainda <strong>em</strong> lactação. Em relação ao controle reprodutivo dos animais,o i<strong>de</strong>al é que a vaca esteja prenhe <strong>em</strong> até 60 dias após o parto.Para um controle efetivo <strong>de</strong> mastites <strong>em</strong> bovinos leiteiros, éimportante seguir algumas recomendações, como as listadas abaixo:1. Teste da caneca do fundo escuro ou da caneca telada. Consiste no exame, <strong>em</strong> uma caneca<strong>de</strong> fundo escuro ou telada, dos primeiros jatos <strong>de</strong> leite antes da or<strong>de</strong>nha. Nesse exame,busca-se a presença <strong>de</strong> resíduos como grumos, filamentos, coágulos, pus e sangue. É um testelimitado, pois <strong>de</strong>tecta animais com mastite clínica, ou seja, a mastite cujos si<strong>na</strong>is já se observama olho nu.2. Teste CCS. É importante fazer a contag<strong>em</strong> <strong>de</strong> células somáticas (CCS) do leite. Essas célulassão estruturas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do organismo da vaca e quando ocorre uma doença <strong>na</strong> glândulamamária, essas células vão para seu interior, para combater os microrganismos causadores dadoença. As células somáticas faz<strong>em</strong> parte da resposta inflamatória, por isso seu número aumenta<strong>na</strong> mastite.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 3


As concentrações das células somáticas do leite po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> milhares a milhões pormililitro (mL), <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos microrganismos envolvidos <strong>na</strong> mastite e do grau <strong>de</strong> inflamaçãoexistente. Glândulas mamárias que nunca foram infectadas têm, geralmente, menos <strong>de</strong> 50 milcélulas somáticas por mL. Desse modo, a contag<strong>em</strong> <strong>de</strong> células somáticas no leite indica o estado<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do úbere e a qualida<strong>de</strong> do leite. O teste CCS po<strong>de</strong> ser realizado por veterináriosou feito <strong>em</strong> laboratório. Existe também a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> kits comerciais, que sãofrascos graduados on<strong>de</strong> se coloca o leite, cuja leitura é imediata e feita <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong>. Esseteste t<strong>em</strong> um custo um pouco mais elevado.3. Teste CMT. Muito <strong>em</strong>pregado para i<strong>de</strong>ntificar vacas com mastite subclínica, isto é, aquelaque não se vê a olho nu. Esse teste também se adquire no comércio e apresenta uma raquetecontendo quatro cavida<strong>de</strong>s redondas e o produto reagente do CMT. Um jato <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> cadateto é aplicado <strong>em</strong> cada uma das quatro cavida<strong>de</strong>s da raquete. Mistura-se o leite com o reagente,homogeneizando b<strong>em</strong>, fazendo a leitura após 10 segundos. De acordo com a quantida<strong>de</strong><strong>de</strong> células somáticas do leite, forma-se um gel, <strong>de</strong> espessura variada. Se a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>células somáticas é baixa, não formando gel, o resultado é negativo. De acordo com a espessurado gel, o resultado é dado <strong>em</strong> escores, que variam conforme tabela abaixo.Avaliação da prova do CMT <strong>em</strong> leite <strong>de</strong> vacaResultado Avaliação Nº células/ mLNegativoTraçosMistura s<strong>em</strong> modificaçãoPouca viscosida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>saparecequando movimentaAté 200.000150.000 - 500.000++++++Viscosida<strong>de</strong> leve400.000 - 1.500.000Viscosida<strong>de</strong> lintermediária800.000 - 5.000.000Viscosida<strong>de</strong> lintensa Mais <strong>de</strong> 5.000.000<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 4


Assim, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> realizado o CMT, é possível diferenciar quais os quartos mamários (tetos)com mastite subclínica (que não se vê a olho nu). Os leites dos tetos que resultaram <strong>em</strong> CMTpositivo (+, ++ e +++) são coletados e enviados <strong>de</strong> forma b<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificada, com o nome ou onúmero do animal e o teto <strong>em</strong> que foi coletado o leite, a um laboratório para ser realizada abacteriologia.A bacteriologia informa quais grupos <strong>de</strong> microrganismos estão infectando os úberes dasvacas leiteiras. Os principais microrganismos inclu<strong>em</strong> as bactérias ambientais, que estão nopróprio local on<strong>de</strong> as vacas permanec<strong>em</strong>, e as bactérias infecciosas, que são transmitidas <strong>de</strong>um animal ao outro através da máqui<strong>na</strong> <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha ou das mãos do or<strong>de</strong>nhador. Essa informaçãoé fundamental, especialmente, para guiar o veterinário <strong>na</strong>s <strong>de</strong>cisões do controle e tratamento<strong>de</strong> mastites.4. Bacteriologia e antibiogramas. Mesmo parecendo uma prática difícil <strong>de</strong> realizar, com custosaparent<strong>em</strong>ente elevados, a coleta dos leites CMT positivos para envio ao laboratório resultano conhecimento <strong>de</strong> quais bactérias estão envolvidas <strong>na</strong>s mastites (ambientais ou infecciosas)e quais antibióticos que têm eficiência <strong>na</strong> cura da enfermida<strong>de</strong>.É importante porque muitas vezes os antibióticos usados para tratar as mastites não curama doença porque a bactéria é resistente ao medicamento.Com a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção do tipo <strong>de</strong> bactéria causadora da mastite, t<strong>em</strong>os i<strong>de</strong>ia da orig<strong>em</strong> dacontami<strong>na</strong>ção, se foi causada por falta <strong>na</strong> higiene ambiental ou falta <strong>de</strong> limpeza e organização<strong>na</strong> or<strong>de</strong>nha. Dessa maneira, o proprietário sabe qual o ponto do manejo do rebanho que <strong>de</strong>veser melhorado e qual medicamento precisa ser aplicado, evitando gastos <strong>de</strong>snecessários.As mastites infecciosas são as que se transmit<strong>em</strong> entre vacas durante procedimentos <strong>de</strong>or<strong>de</strong>nha e são comuns <strong>em</strong> rebanhos que não utilizam técnicas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> mastites, taiscomo a separação <strong>de</strong> vacas infectadas e o cuidado <strong>na</strong> linha <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha. A realização da higienedas mãos e do equipamento <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha é importante para diminuir a diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>ção das doenças,ainda que <strong>de</strong> difícil implantação. Principais agentes infecciosos são:- Staphylococcus aureus;- Streptococcus agalactiae.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 5


Já as mastites ambientais po<strong>de</strong>m estar associadas com baixa qualida<strong>de</strong> ambiental, comopresença <strong>de</strong> moscas, lama, cama suja, acúmulo <strong>de</strong> esterco ou procedimentos errados no manejopré-or<strong>de</strong>nha, como excesso <strong>de</strong> água <strong>na</strong> lavag<strong>em</strong> <strong>de</strong> úberes para a or<strong>de</strong>nha. Os principaisagentes ambientais são:- Streptococcus uberis;- Streptococcus dysgalactiae;- Escherichia coli;- Klebsiella sp.;- outros coliformes.5. Separação das vacas com mastite e organização da linha <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha. Deixar as vacassadias entrar<strong>em</strong> primeiro para ser<strong>em</strong> or<strong>de</strong>nhadas e por último as vacas com mastite. Descartaro leite dos animais com mastite clínica e <strong>em</strong> tratamento. Recomenda-se <strong>de</strong>scartar o leite até operíodo <strong>de</strong> carência. Após a or<strong>de</strong>nha, é importante que todo o equipamento seja lavado e <strong>de</strong>sinfetadopara evitar a contami<strong>na</strong>ção das vacas <strong>na</strong> próxima or<strong>de</strong>nha.Após saber quais os animais infectados e quais as bactérias envolvidas, é aconselhável organizaruma linha <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha, estabelecendo a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> entrada das vacas <strong>na</strong> sala <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha,a partir dos resultados do CMT e bacteriologia:a) primeiro lote - os animais com CMT negativos e CMT traços;b) segundo lote - os animais com CMT baixo (um ou dois tetos com uma cruz no CMT) e cominfecções por agentes ambientais (Streptococcus uberis, Streptococcus dysgalactiae,Escherichia coli, Klebsiella sp. e outros coliformes); as vacas recém-paridas que ainda não têmbacteriologia po<strong>de</strong>m ficar neste 2º lote;c) terceiro lote - os animais com CMT alto e positivos para infecções por agentes infecciosos(Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae).No caso <strong>de</strong> mastite clínica, o animal <strong>de</strong>ve ser retirado do recinto e or<strong>de</strong>nhado mais tar<strong>de</strong>,<strong>de</strong>pois dos outros sadios. Depen<strong>de</strong>ndo da gravida<strong>de</strong> da mastite, o animal <strong>de</strong>ve ser or<strong>de</strong>nhadofora do local <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha para não contami<strong>na</strong>r o ambiente.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 6


8. Limpeza e rodízio das áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso e sombra. O maior probl<strong>em</strong>a é quase s<strong>em</strong>preo ambiental, pois o mais difícil é manter os animais <strong>em</strong> ambientes limpos e secos. Deve-se fazera limpeza e rodízio das áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso e sombra dos animais, não <strong>de</strong>ixando acumular estercoe lama nos locais. É importante utilizar antes da or<strong>de</strong>nha pré-dipping a<strong>de</strong>quado e muita <strong>de</strong>dicaçãono preparo dos úberes. Se utilizar água, <strong>de</strong>verá obrigatoriamente prever t<strong>em</strong>po necessáriopara secar ou realizar secag<strong>em</strong> total do úbere com papel toalha <strong>de</strong>scartável.9. Tratamento <strong>de</strong> período seco. É <strong>na</strong> fase <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> que a maior parte das infecções ocorreporque nesse momento, existe volume consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> leite parado no úbere e também gran<strong>de</strong>quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microrganismos. A or<strong>de</strong>nha é uma medida <strong>de</strong> controle da mastite. Cada vezque se or<strong>de</strong>nha o animal, faz-se uma limpeza no interior da glândula mamária. No período seco,após a última or<strong>de</strong>nha, todos os tetos <strong>de</strong> todas as vacas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser tratados com antibióticos<strong>de</strong> longa ação (20 dias). Inclusive todas as novilhas prenhes ainda não paridas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser tratadasda mesma forma (aos seis meses <strong>de</strong> gestação). Casos crônicos, especialmente os comStaphylococcus aureus po<strong>de</strong>m ser tratados duas ou três vezes consecutivas e cada tratamento<strong>de</strong>ve prever a duração <strong>de</strong> vinte dias, mas para isso <strong>de</strong>ve-se observar que a duração do períodoseco <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> no mínimo 60 dias.As vacas secas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser tratadas com medicamentos próprios para essa fase. Há váriosmedicamentos para tratamento preventivo <strong>de</strong> vacas no período <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso. Esses medicamentosnunca <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser usados para tratar mastites durante a lactação, pois serv<strong>em</strong> para a prevençãoda mastite no período seco.Um período seco <strong>de</strong> 60 dias é geralmente adotado pela maioria dos criadores <strong>de</strong> gado leiteiropara permitir, entre uma lactação e outra, o <strong>de</strong>scanso da glândula mamária, a produção <strong>de</strong>colostro, o <strong>de</strong>senvolvimento a<strong>de</strong>quado do feto e também completar as reservas corporais. Se oanimal permanecer <strong>em</strong> ambiente limpo e o produtor fizer o tratamento dos tetos no períodoseco, é b<strong>em</strong> possível que <strong>na</strong> próxima lactação a vaca produza mais leite com melhor qualida<strong>de</strong>.Não se <strong>de</strong>ve esperar o animal apresentar algum si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> mastite durante o período seco,pois este tratamento t<strong>em</strong> caráter preventivo.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 8


As medidas <strong>de</strong> combate que usam agentes químicos (venenos) só po<strong>de</strong>m ser aplicadaspor pessoas que conheçam os riscos que tais agentes traz<strong>em</strong> para a saú<strong>de</strong>, especialmente seesses resíduos contami<strong>na</strong>r<strong>em</strong> o leite. Também é preciso assegurar-se que estes produtos nãocontamin<strong>em</strong> alimentos, pessoas ou animais. Praguicidas somente <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser usados se outrasmedidas <strong>de</strong> precaução não pu<strong>de</strong>r<strong>em</strong> ser aplicadas com eficácia.Antes <strong>de</strong> aplicar praguicidas, todos os alimentos, equipamentos e utensílios <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser protegidospara evitar a contami<strong>na</strong>ção. Após a aplicação, os equipamentos e utensílios contami<strong>na</strong>dos<strong>de</strong>verão ser limpos, elimi<strong>na</strong>ndo todos os resíduos antes <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> utilizados novamente.Praguicidas, solventes ou outras substâncias tóxicas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ter rótulos a<strong>de</strong>quados que inform<strong>em</strong>o risco para saú<strong>de</strong>. Esses produtos <strong>de</strong>verão ser armaze<strong>na</strong>dos <strong>em</strong> salas separadas ou armários,com chave. O local da or<strong>de</strong>nha com calçamento e cobertura a<strong>de</strong>quados auxilia <strong>na</strong> higieneda produção <strong>de</strong> leite. A ausência <strong>de</strong> estruturas mínimas dificulta a obtenção <strong>de</strong>sse objetivo.Or<strong>de</strong>nhando os animais ao ar livre e <strong>em</strong> locais s<strong>em</strong> calçamento (chão <strong>de</strong> terra), o leite produzidofica exposto a todos os contami<strong>na</strong>ntes vindos da poeira ou barro do chão e, nos dias <strong>de</strong>chuva, da água que escorre dos animais e do próprio or<strong>de</strong>nhador. A principal alteração ocorre<strong>na</strong>s condições microbiológicas do leite, ocasio<strong>na</strong>ndo, normalmente, perda do produto.10. Cuidados com as vacas secas. Como é no período seco que a maioria das infecçõesocorre, esses animais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser observados diariamente <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as. Além disso,uma vez por s<strong>em</strong>a<strong>na</strong>, é aconselhável passar os animais <strong>em</strong> um brete (po<strong>de</strong> ser <strong>na</strong> própria sala<strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha) para revisar tetos, tratar mastites que não curaram no primeiro tratamento e se necessárioaplicar dipping ou bloqueador <strong>de</strong> teto. Fazer isto inclusive com as novilhas prenhes,pois esse manejo também serve para acostumar as novilhas com a sala <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha.11. Cuidados com o ambiente das vacas secas. Manter a qualida<strong>de</strong> do ambiente das vacassecas é fundamental. Esse <strong>de</strong>ve ser limpo e seco. O campo <strong>na</strong>tivo é um ambiente a<strong>de</strong>quadopara as vacas, sendo preciso observar se há áreas <strong>de</strong> sombra e água disponível para todos osanimais. O ambiente é fundamental para o programa <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> mastites.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 9


Locais com piso duro, como, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>de</strong> cimento, não são a<strong>de</strong>quados para vacas,pois po<strong>de</strong>m acarretar probl<strong>em</strong>as graves <strong>de</strong> casco.12. Descarte <strong>de</strong> casos crônicos. Quando exist<strong>em</strong> animais com mastite crônica, que não curamcom os tratamentos ou que não <strong>em</strong>prenham, ou abortam seguidamente, <strong>de</strong>ve ser estudadaa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong>sses animais.Higiene e manejo <strong>na</strong> or<strong>de</strong>nha1. A água <strong>em</strong> proprieda<strong>de</strong>s leiteiras. Nos estabelecimentos leiteiros, a água assume gran<strong>de</strong>importância, pois além <strong>de</strong> servir como bebida para os animais, seu uso também é fundamental<strong>em</strong> ativida<strong>de</strong>s relacio<strong>na</strong>das à or<strong>de</strong>nha. É importante que o produtor <strong>de</strong> leite conheça a qualida<strong>de</strong>da água tanto a utilizada para a or<strong>de</strong>nha, quanto para o seu próprio consumo. A qualida<strong>de</strong>microbiológica (quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bactérias) é um dos principais indicadores da qualida<strong>de</strong> da águautilizada <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong> leiteira. A utilização <strong>de</strong> água <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong> microbiológica po<strong>de</strong> contami<strong>na</strong>requipamentos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha e <strong>de</strong> resfriamento, e comprometer a qualida<strong>de</strong> do leite. Issoé importante no que se refere à Contag<strong>em</strong> Bacteria<strong>na</strong> Total (CBT), inviabilizando a obtenção <strong>de</strong>alimentos como o queijo.A Instrução Normativa 51 estabelece que a água <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>da à produção <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>ve sertratada, garantindo sua qualida<strong>de</strong> sanitária. A Portaria 518 do Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>que a água <strong>de</strong> qualquer orig<strong>em</strong>, para ser consi<strong>de</strong>rada potável, <strong>de</strong>ve ser isenta <strong>de</strong> coliformes fecais.Isso indica que são necessárias análises químicas e microbiológicas periódicas para comprovara potabilida<strong>de</strong> da água e, consequent<strong>em</strong>ente, utilizá-la <strong>na</strong> or<strong>de</strong>nha.O Ministério da Saú<strong>de</strong> recomenda para consumo humano ausência da bactéria Escherichiacoli <strong>em</strong> 100 mL <strong>de</strong> água, pH entre 6 e 9,5 e teor máximo <strong>de</strong> cloro <strong>de</strong> 2 mg/mL. Portanto, paraproprieda<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> a água não seja proveniente <strong>de</strong> re<strong>de</strong> tratada, recomenda-se a análise laboratoriale sua cloração para que essa água não seja transmissora <strong>de</strong> doenças. Após a <strong>de</strong>sinfecção,a água <strong>de</strong>ve conter um teor mínimo <strong>de</strong> cloro <strong>de</strong> 0,5 mg/L.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 10


Exist<strong>em</strong> no mercado pastilhas para clorar a água, e <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser seguidas as orientações dofabricante. Uma maneira caseira <strong>de</strong> clorar a água é colocar uma (01) colher <strong>de</strong> sopa <strong>de</strong> águasanitária para cada 20 litros <strong>de</strong> água ou uma gota para cada litro <strong>de</strong> água <strong>de</strong> rio, <strong>na</strong>scente oupoço. Mesmo peque<strong>na</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cloro apresentam forte ação bactericida. A existência <strong>de</strong>água <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> no local da or<strong>de</strong>nha é fundamental para a manutenção do ambiente limpoe para a higienização dos vasilhames, refletindo diretamente <strong>na</strong>s condições necessárias paraa melhoria da qualida<strong>de</strong> microbiológica do leite.2. Limpeza da sala <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha. Todas as <strong>de</strong>pendências da granja leiteira <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser mantidaspermanent<strong>em</strong>ente limpas. O local <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha <strong>de</strong>ve ser mantido limpo antes, durante eapós a permanência dos animais. Ao término <strong>de</strong> seu uso <strong>de</strong>ve ser realizada completa r<strong>em</strong>oção<strong>de</strong> resíduos e limpeza do ambiente.A or<strong>de</strong>nha é uma das tarefas mais importantes <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma proprieda<strong>de</strong> leiteira. Com alimpeza correta, a quantida<strong>de</strong> microbia<strong>na</strong> diminui <strong>na</strong> superfície dos tetos, reduzindo novas infecçõesmamárias e contami<strong>na</strong>ção do leite. Deve-se evitar o acúmulo <strong>de</strong> lama, barro e esterco<strong>na</strong> área <strong>de</strong> alojamento das vacas o que inclui uma boa ventilação e dre<strong>na</strong>g<strong>em</strong>.O local <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> fácil limpeza, com superfícies lisas e <strong>de</strong> fácil escoamentoda água. Não <strong>de</strong>ve haver acúmulo <strong>de</strong> sujeira e esterco nesse ambiente. Depois <strong>de</strong> cada or<strong>de</strong>nha,o local precisa ser lavado com água e solução <strong>de</strong> cloro a 1% (uma parte <strong>de</strong> água sanitáriae quatro partes <strong>de</strong> água). As pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>verão ser construídas e revestidas com materiais laváveis,não absorventes e <strong>de</strong> cor clara. O teto ou forro não <strong>de</strong>ve acumular sujeiras e precisa serfácil <strong>de</strong> limpar. As janelas e outras aberturas <strong>de</strong>verão ser construídas <strong>de</strong> forma a evitar o acumulo<strong>de</strong> sujeiras. É aconselhável que tenham tela. As portas <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong> material não absorventee <strong>de</strong> fácil limpeza.Ma<strong>de</strong>ira não é o melhor material para sala <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha e para a sala <strong>de</strong> estocag<strong>em</strong> do leite(resfriador). Não é permitido o uso <strong>de</strong> toalhas <strong>de</strong> pano <strong>na</strong> or<strong>de</strong>nha, ape<strong>na</strong>s toalhas <strong>de</strong> papel<strong>de</strong>scartáveis. Deve ser impedida a entrada <strong>de</strong> animais domésticos nos locais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha, e <strong>de</strong>estocag<strong>em</strong> do leite. Deverá ser aplicado combate às pragas como roedores, baratas, moscas eformigas. O uso <strong>de</strong> telas <strong>em</strong> janelas e portas é um método eficaz.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 11


3. Higiene do or<strong>de</strong>nhador. É recomendado que, ao realizar a or<strong>de</strong>nha, o or<strong>de</strong>nhador use roupasclaras e limpas, <strong>de</strong> preferência um uniforme específico (gorro, macacão ou jaleco, calça ebotas) usado ape<strong>na</strong>s para esta fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>. Os cabelos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar presos e cobertos. Após aor<strong>de</strong>nha, é necessário lavar a roupa e guardar <strong>em</strong> local limpo para ser usada <strong>na</strong> próxima or<strong>de</strong>nha.As roupas usadas <strong>na</strong> lida com animais ficam contami<strong>na</strong>das e não são próprias para a or<strong>de</strong>nha.Todo o pessoal que trabalha <strong>na</strong> or<strong>de</strong>nha <strong>de</strong>ve apresentar hábitos higiênicos. O operadordo equipamento <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha <strong>de</strong>ve, no seu manuseio, conservar as mãos s<strong>em</strong>pre limpas. No momentoda or<strong>de</strong>nha, o or<strong>de</strong>nhador <strong>de</strong>ve se concentrar ape<strong>na</strong>s nessa função, não realizando outrostrabalhos ao mesmo t<strong>em</strong>po, para evitar contami<strong>na</strong>ção.Pessoas que estão doentes não po<strong>de</strong>m realizar a or<strong>de</strong>nha, pois muitas doenças huma<strong>na</strong>scontami<strong>na</strong>m alimentos, transmitindo a doença a outras pessoas. Ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> doenças: feridasinfectadas, infecções <strong>na</strong> pele, diarreia, tosse, espirros, mal-estar, dores no corpo, etc. No local<strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha, as pessoas envolvidas não po<strong>de</strong>m comer, fumar, cuspir, pois essas práticas po<strong>de</strong>morigi<strong>na</strong>r contami<strong>na</strong>ção do leite. As <strong>em</strong>balagens ou recipientes para transporte ou armaze<strong>na</strong>g<strong>em</strong>do leite não <strong>de</strong>verão ter sido utilizados para nenhum fim que possa causar a contami<strong>na</strong>ção doproduto.4. Limpeza do equipamento <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha. A or<strong>de</strong>nha<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>ve ser limpa e <strong>de</strong>sinfetada apóscada or<strong>de</strong>nha, observando os seguintes passos:- enxaguar o equipamento inter<strong>na</strong> e exter<strong>na</strong>mente com água mor<strong>na</strong> para retirar os resíduos<strong>de</strong> leite;- limpar a or<strong>de</strong>nha<strong>de</strong>ira com escova ou esponja limpa e <strong>de</strong>tergente alcalino clorado diluído <strong>em</strong>água quente, conforme instruções do fabricante e <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> molho <strong>na</strong> solução por 10 minutos;- fazer a <strong>de</strong>sinfecção do equipamento, <strong>de</strong>ixando mergulhada a or<strong>de</strong>nha<strong>de</strong>ira durante 5 minutos<strong>em</strong> uma solução clorada, misturando uma parte <strong>de</strong> água sanitária com nove partes <strong>de</strong> água;<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 12


- <strong>de</strong>ixar escorrer b<strong>em</strong> a água residual, <strong>de</strong>ixando o equipamento todo seco antes do próximo uso;- pelo menos uma vez por s<strong>em</strong>a<strong>na</strong>, limpar a or<strong>de</strong>nha<strong>de</strong>ira com escova ou esponja limpa e <strong>de</strong>tergenteácido diluído <strong>em</strong> água fria e <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> molho nesta solução por 5 minutos conformeinstruções do fabricante;- trocar borrachas e mangueiras do equipamento <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha <strong>na</strong> frequência recomendada pelofabricante ou quando ocorrer<strong>em</strong> rachaduras.5. Limpeza do tanque resfriador após o uso. O tanque resfriador <strong>de</strong>ve ser imediatamentelimpo após a retirada do leite. Os seguintes procedimentos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser observados:- após o esvaziamento do tanque <strong>de</strong>ve-se enxaguá-lo com água mor<strong>na</strong>;- preparar uma solução <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergente alcalino clorado diluído <strong>em</strong> água quente; esfregar todasas superfícies com escova limpa, especialmente a pá do agitador, se houver, e o registro <strong>de</strong>saída do leite; recomenda-se a <strong>de</strong>smontag<strong>em</strong> da torneira <strong>de</strong> saída para completa limpeza doscomponentes;- após a limpeza com <strong>de</strong>tergente alcalino, po<strong>de</strong>-se utilizar solução <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergente ácido para reduzira formação <strong>de</strong> pedras do leite; antes da próxima utilização do tanque, é importante utilizaruma solução <strong>de</strong>sinfetante à base <strong>de</strong> cloro para reduzir a contami<strong>na</strong>ção, tomando-se o cuidadopara dre<strong>na</strong>r completamente todo o conteúdo do <strong>de</strong>sinfetante. O tanque precisa estar b<strong>em</strong> secoantes do próximo uso.6. Resfriamento do leite. O t<strong>em</strong>po gasto para a refrigeração do leite <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>, no máximo,três horas após o término da or<strong>de</strong>nha. Nesse período estão incluídos o <strong>de</strong>slocamento daproprieda<strong>de</strong> até o tanque, no caso <strong>de</strong> tanques comunitários, e o t<strong>em</strong>po que o tanque gastapara baixar a t<strong>em</strong>peratura do leite até os 7 ou 4 ºC.A Instrução Normativa 51 estabelece que o leite <strong>de</strong>va atingir t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> 4ºC quandoestocado <strong>em</strong> tanques refrigeradores por expansão direta e a 7ºC, quando mantido <strong>em</strong> tanquesrefrigeradores por imersão <strong>em</strong> água gelada, chegando a essa t<strong>em</strong>peratura <strong>em</strong>, no máximo, trêshoras após a or<strong>de</strong>nha. O armaze<strong>na</strong>mento do leite cru <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> até 4 ºC reduz a taxa<strong>de</strong> multiplicação <strong>de</strong> microrganismos, <strong>em</strong>bora não a impeça completamente.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 13


O produtor que utiliza tanques resfriadores comunitários não po<strong>de</strong> or<strong>de</strong>nhar os animaisduas vezes e levar a produção acumulada ao tanque ape<strong>na</strong>s uma vez por dia. O leite recém-or<strong>de</strong>nhado<strong>de</strong>ve ser imediatamente transportado até o resfriador. Depen<strong>de</strong>ndo da quantida<strong>de</strong> inicial,a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microrganismos no leite cru refrigerado po<strong>de</strong> quadruplicar no período <strong>de</strong>48 horas. Após esse período, o aumento po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>z vezes maior. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> tanque comunitário, a coleta do produto pelo caminhão <strong>de</strong>ve ser feita <strong>em</strong>, no máximo, 48horas após o início da or<strong>de</strong>nha, sendo recomendado o t<strong>em</strong>po i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> até 24 horas.O t<strong>em</strong>po máximo <strong>de</strong> conservação do leite <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 48 horas.A Instrução Normativa 51 especifica como <strong>de</strong>ve ser o local próprio que abriga os tanques<strong>de</strong> refrigeração. O local <strong>de</strong>ve ser “coberto, arejado, pavimentado e <strong>de</strong> fácil acesso ao veículocoletor; b<strong>em</strong> ilumi<strong>na</strong>do <strong>na</strong>tural ou artificialmente; ter ponto <strong>de</strong> água corrente <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> paraa lavag<strong>em</strong> dos latões e <strong>de</strong>mais utensílios que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar sobre uma bancada <strong>de</strong> apoio às operações<strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> amostras”. É bom esclarecer que todos os cuidados <strong>na</strong> produção do leitepo<strong>de</strong>m ser perdidos <strong>em</strong> função <strong>de</strong> contami<strong>na</strong>ntes presentes <strong>na</strong> água <strong>de</strong> lavag<strong>em</strong> ou <strong>na</strong> higienizaçãoi<strong>na</strong><strong>de</strong>quada dos tanques, latões e utensílios que mantêm contato direto com o produto.O único teste que <strong>de</strong>ve ser feito, por exigência da norma, antes da transferência do leitedos latões para o tanque comunitário, é a prova do alizarol, sendo, portanto, necessário o conhecimentoa<strong>de</strong>quado da interpretação dos resultados <strong>de</strong>ste teste pelo responsável pela recepçãodo leite. Como recomendações gerais, a pessoa que faz o teste <strong>de</strong>ve receber trei<strong>na</strong>mentoe ser capaz <strong>de</strong> seguir os procedimentos recomendados.A <strong>de</strong>scrição dos procedimentos <strong>de</strong>ve estar disponível, por escrito, <strong>de</strong> forma visível e <strong>de</strong> fácilacesso, no local da coleta.S<strong>em</strong>pre que possível, a coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong>verá ser feita imediatamente antes do recolhimento<strong>de</strong> leite pelo caminhão-tanque. Após a coleta e a <strong>de</strong>vida homogeneização da amostra,essa <strong>de</strong>verá ser condicio<strong>na</strong>da <strong>em</strong> caixa isotérmica, contendo gelo reciclável, <strong>de</strong> modo que at<strong>em</strong>peratura fique <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 4 ºC.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 14


7. Prevenção <strong>de</strong> contami<strong>na</strong>ção do leite com medicamentos veterinários. O leite com resíduos<strong>de</strong> antibióticos não <strong>de</strong>ve ser consumido, pois po<strong>de</strong> ocasio<strong>na</strong>r sérios probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>ao ser humano. O período <strong>de</strong> carência ou período que não se <strong>de</strong>ve usar o leite para o consumoé aquele período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po após a administração da droga até o leite ser permitido para o consumohumano.Alguns cuidados <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser tomados para que não ocorram resíduos <strong>de</strong> antibiótico no leite:- observar o período <strong>de</strong> carência do antibiótico;- i<strong>de</strong>ntificar os animais tratados e anotar as datas dos tratamentos para não utilizar o leite <strong>de</strong>les;- evitar o uso <strong>de</strong> antibióticos <strong>em</strong> doses ou esqu<strong>em</strong>as <strong>de</strong> tratamento não recomendados <strong>na</strong> bulaou pelo veterinário;- <strong>de</strong>scartar o leite <strong>de</strong> todos os tetos e não ape<strong>na</strong>s do teto tratado;- cuidar para não or<strong>de</strong>nhar animais que tiveram períodos secos curtos por causa <strong>de</strong> partos antecipados;- não usar produtos <strong>de</strong> vacas secas para tratamento <strong>de</strong> vacas <strong>em</strong> lactação;- cuidar para não or<strong>de</strong>nhar, por engano, vacas secas, ou misturar leites com e s<strong>em</strong> resíduos;- armaze<strong>na</strong>r medicamentos <strong>em</strong> local fechado e com controle <strong>de</strong> acesso, separando os produtospara vacas <strong>em</strong> lactação dos <strong>de</strong> vacas não lactantes.Recomendações Fi<strong>na</strong>isPara a melhor organização, a proprieda<strong>de</strong> precisa ter um ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong>screvendo todas astarefas do dia-a-dia, como por ex<strong>em</strong>plo:- listag<strong>em</strong> <strong>de</strong> tarefas e nomes das pessoas que irão realizar as tarefas;- procedimentos a ser<strong>em</strong> tomados nos tratamentos <strong>de</strong> mastite;- manejo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha e higiene nos procedimentos <strong>de</strong> obtenção do leite;- or<strong>de</strong>m dos animais que entram <strong>na</strong> or<strong>de</strong>nha (primeiros os sadios, <strong>de</strong>pois os que têm mastite);- procedimentos <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> das vacas, nome das vacas secas e data do início e fim do períodoseco;<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 15


- anotação <strong>de</strong> todos os tratamentos feitos, tanto <strong>na</strong>s vacas <strong>em</strong> lactação quanto as vacas secas;- anotação das datas <strong>em</strong> que as vacas <strong>em</strong>prenharam e previsão da data do parto;- anotação da previsão <strong>em</strong> que as vacas serão secas (i<strong>de</strong>almente, 60 dias antes do parto);- procedimentos para vacas recém-paridas;- anotação das datas <strong>de</strong> limpeza dos equipamentos, utensílios e <strong>de</strong>tergentes usados.LegislaçãoExiste uma legislação <strong>de</strong> 2002, conhecida como Instrução Normativa Nº 51, que aprova osregulamentos técnicos <strong>de</strong> produção e qualida<strong>de</strong> do leite tipo A, B, C, pasteurizado, e do leite crurefrigerado, regulando também a coleta <strong>de</strong> leite cru refrigerado e seu transporte a granel. AInstrução Normativa nº 51 entrou <strong>em</strong> vigor no dia 1º <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2005, <strong>na</strong>s regiões Sul,Su<strong>de</strong>ste e Centro-Oeste do Brasil.A categoria do leite cru refrigerado é a que está relacio<strong>na</strong>da à maioria dos produtores <strong>de</strong>leite. A produção <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> beneficia os produtores à medida que se reduz a existência<strong>de</strong> doenças, resultando <strong>em</strong> maior produção <strong>de</strong> leite e menores custos. Além disso, uma tendênciacada vez mais clara é a valorização do produto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> pelos laticínios, com algumasindústrias já pagando um diferencial pela melhor qualida<strong>de</strong> do leite. Ou seja, ganha o produtor,ganha o laticínio e, certamente, ganha o consumidor, com produtos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>.A seguir, está um trecho da Instrução Normativa 51, que diz respeito à qualida<strong>de</strong> e transportedo leite cru refrigerado.Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoGabinete do MinistroInstrução Normativa nº 51 <strong>de</strong> 18/09/2002O Ministro <strong>de</strong> Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no uso da atribuição quelhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, e consi<strong>de</strong>rando a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> aperfeiçoamento e mo<strong>de</strong>rnização da legislação sanitária fe<strong>de</strong>ral sobre a produção <strong>de</strong> leite,resolve:- Art. 1º Aprovar os Regulamentos Técnicos <strong>de</strong> Produção, I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e Qualida<strong>de</strong> do <strong>Leite</strong> tipo<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 16


A, do <strong>Leite</strong> tipo B, do <strong>Leite</strong> tipo C, do <strong>Leite</strong> Pasteurizado e do <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado e o RegulamentoTécnico da Coleta <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel, <strong>em</strong> conformida<strong>de</strong>com os Anexos a esta Instrução Normativa.Parágrafo único. Exclui-se das disposições <strong>de</strong>sta Instrução Normativa o <strong>Leite</strong> <strong>de</strong> Cabra, objeto<strong>de</strong> regulamentação técnica específica.- Art. 2º A Secretaria <strong>de</strong> Defesa Agropecuária - SDA/MAPA expedirá instruções para monitoramentoda qualida<strong>de</strong> do leite aplicáveis aos estabelecimentos que se antecipar<strong>em</strong> aos prazosfixados para a vigência da presente Instrução Normativa.- Art. 3º Esta Instrução Normativa entra <strong>em</strong> vigor <strong>na</strong> data <strong>de</strong> sua publicação, observados osprazos estabelecidos <strong>na</strong> Tabela 2 do Regulamento Técnico <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e Qualida<strong>de</strong> do <strong>Leite</strong>Cru Refrigerado.MARCUS VINICIUS PRATINI DE MORAES(Ministro da Agricultura e Abastecimento entre 1999 e 2002)Os anexos constantes <strong>na</strong> IN 51 são os seguintes:ANEXO I – Regulamento técnico <strong>de</strong> produção, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leite tipo AANEXO II - Regulamento técnico <strong>de</strong> produção, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leite tipo BANEXO III - Regulamento técnico <strong>de</strong> produção, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leite tipo CANEXO IV - Regulamento técnico <strong>de</strong> produção, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leite crurefrigeradoANEXO V - Regulamento técnico <strong>de</strong> produção, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leite tipo pasteurizadoANEXO VI – Regulamento técnico da coleta <strong>de</strong> leite cru refrigerado e seu transportea granelNeste manual, vamos transcrever ape<strong>na</strong>s os anexos IV e VI, pois tratam do leite crurefrigerado.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 17


ANEXO IVRegulamento Técnico <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e Qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado1. Alcance1.1. ObjetivoO presente Regulamento fixa a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e os requisitos mínimos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>veapresentar o <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado <strong>na</strong>s proprieda<strong>de</strong>s rurais.1.2. Âmbito <strong>de</strong> AplicaçãoO presente Regulamento se refere ao <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado produzido <strong>na</strong>s proprieda<strong>de</strong>s ruraisdo território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do à obtenção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> Pasteurizado para consumo humano diretoou para transformação <strong>em</strong> <strong>de</strong>rivados lácteos <strong>em</strong> todos os estabelecimentos <strong>de</strong> laticínios submetidosà inspeção sanitária oficial2. Descrição2.1. Definições2.1.1. Enten<strong>de</strong>-se por leite, s<strong>em</strong> outra especificação, o produto oriundo da or<strong>de</strong>nha completa,ininterrupta, <strong>em</strong> condições <strong>de</strong> higiene, <strong>de</strong> vacas sadias, b<strong>em</strong> alimentadas e <strong>de</strong>scansadas.O leite <strong>de</strong> outras espécies <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>r-se segundo a espécie da qual proceda.2.1.2. Enten<strong>de</strong>-se por <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado, o produto <strong>de</strong>finido <strong>em</strong> 2.1.1 <strong>de</strong>ste Anexo, refrigeradoe mantido <strong>na</strong>s t<strong>em</strong>peraturas constantes da tabela 2 do presente Regulamento Técnico,transportado <strong>em</strong> carro tanque isotérmico da proprieda<strong>de</strong> rural para um Posto <strong>de</strong> Refrigeração<strong>de</strong> leite ou estabelecimento industrial a<strong>de</strong>quado, para ser processado.2.2. Desig<strong>na</strong>ção (<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> venda) - <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado.3. Composição e Qualida<strong>de</strong>3.1. Requisitos3.1.1. Características Sensoriais3.1.1.1. Aspecto e Cor: líquido branco opalescente homogêneo.3.1.1.2. Sabor e Odor: característicos. O <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado <strong>de</strong>ve apresentar-se isento <strong>de</strong>sabores e odores estranhos.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 18


3.1.2. Requisitos gerais3.1.2.1. Ausência <strong>de</strong> neutralizantes da aci<strong>de</strong>z e reconstituintes <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>.3.1.3. Requisitos Físico-Químicos, Microbiológicos, Contag<strong>em</strong> <strong>de</strong> Células Somáticas e ResíduosQuímicos.3.1.3.1. O leite <strong>de</strong>finido no it<strong>em</strong> 2.1.2 <strong>de</strong>ve seguir os requisitos físicos, químicos, microbiológicos,<strong>de</strong> contag<strong>em</strong> <strong>de</strong> células somáticas e <strong>de</strong> resíduos químicos relacio<strong>na</strong>dos <strong>na</strong>s Tabelas 1 e 2,abaixo:Tabela 1 – Requisitos Físicos e QuímicosRequisitosLimitesMatéria Gorda, g /100 g Teor Origi<strong>na</strong>l, com o mínimo <strong>de</strong> 3,0 (1)Densida<strong>de</strong> relativa a 15/15OC g/mL (2) 1,028 a 1,034Aci<strong>de</strong>z titulável, g ácido lático/100 mL 0,14 a 0,18Extrato seco <strong>de</strong>sengordurado, g/100 g mín. 8,4Índice Crioscópico- 0,530ºH a -0,550ºH (equivalentes a -0,512ºCe a -0,531ºC)Proteí<strong>na</strong>s, g /100g mín. 2,9Nota nº (1): é proibida a realização <strong>de</strong> padronização ou <strong>de</strong>s<strong>na</strong>te <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong> rural.Nota nº (2): dispensada a realização quando o ESD for <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do eletronicamente.Tabela 2: Requisitos microbiológicos, físicos, químicos, <strong>de</strong> CCS, <strong>de</strong> resíduos químicos a ser<strong>em</strong>avaliados pela Re<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Laboratórios <strong>de</strong> Controle da Qualida<strong>de</strong> do <strong>Leite</strong>:índice medido porA partir <strong>de</strong> 01.7.2008A partir <strong>de</strong> 01.1.2012proprieda<strong>de</strong> <strong>na</strong>turalaté 31.12.2011até 30.6.2014A partir <strong>de</strong> 01.7.2016ou por tanqueRegiões: S/ SE/ CORegiões: S/ SE/ CORegiões: S/ SE/ COcomunitárioA partir <strong>de</strong> 01.7.2010A partir <strong>de</strong> 01.01.2013A partir <strong>de</strong> 01.7.2017até 31.12.2012até 30.6.2015Regiões: N/ NERegiões: N/ NERegiões: N/ NE<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 19


Contag<strong>em</strong> Padrão <strong>em</strong> Placas(CPP), expressa <strong>em</strong> UFC/mL(mínimo <strong>de</strong> 01 análise mensalMáximo <strong>de</strong> 7,5Máximo <strong>de</strong> 6,0Máximo <strong>de</strong> 3,0Máximo <strong>de</strong> 1,0geométrica sobre períodox 10x 10x 10x 105 5 5 5<strong>de</strong> 3 meses)Contag<strong>em</strong> <strong>de</strong> CélulasSomáticas (CCS), expressa <strong>em</strong>CS/mL (mínimo <strong>de</strong> 01 anális<strong>em</strong>ensal, com média geométricaMáximo <strong>de</strong> 7,5 Máximo <strong>de</strong> 6,0 Máximo <strong>de</strong> 5,0 Máximo <strong>de</strong> 4,0x 105 5 5 5x 10x 10x 10sobre período <strong>de</strong> 3 meses)Pesquisa <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Antibióticos/ outros Inibidores do crescimento microbiano:Limites máximos previstos no Programa Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Resíduos - MAPAT<strong>em</strong>peratura máxima <strong>de</strong> conservação do leite: 7ºC <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong> rural/ Tanquecomunitário e 10ºC no estabelecimento processador.Composição Centesimal: índices estabelecidos <strong>na</strong> Tabela 1 do presente RTIQ.4. Sanida<strong>de</strong> do rebanhoA sanida<strong>de</strong> do rebanho leiteiro <strong>de</strong>ve ser atestada por médico veterinário, nos termos discrimi<strong>na</strong>dosabaixo e <strong>em</strong> normas e regulamentos técnicos específicos, s<strong>em</strong>pre que requisitado pelasAutorida<strong>de</strong>s Sanitárias.4.1. As atribuições do médico veterinário responsável pela proprieda<strong>de</strong> rural inclu<strong>em</strong>:4.1.1. Controle sist<strong>em</strong>ático <strong>de</strong> parasitoses;4.1.2. Controle sist<strong>em</strong>ático <strong>de</strong> mastites;4.1.3. Controle <strong>de</strong> brucelose (Brucella abortus) e tuberculose (Mycobacterium bovis), respeitandonormas e procedimentos estabelecidos no Regulamento Técnico do Programa Nacio<strong>na</strong>l<strong>de</strong> Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose animal;4.1.4. Controle zootécnico dos animais.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 20


4.2. Não é permitido o envio <strong>de</strong> leite a Posto <strong>de</strong> Refrigeração <strong>de</strong> leite ou estabelecimento industriala<strong>de</strong>quado, quando oriundo <strong>de</strong> animais que:4.2.1. Estejam <strong>em</strong> fase colostral;4.2.2. Cujo diagnóstico clínico ou resultado positivo a provas diagnósticas indiqu<strong>em</strong> presença <strong>de</strong>doenças infectocontagiosas que possam ser transmitidas ao hom<strong>em</strong> através do leite;4.2.3. Estejam sendo submetidos a tratamento com drogas e medicamentos <strong>de</strong> uso veterinário<strong>em</strong> geral, passíveis <strong>de</strong> elimi<strong>na</strong>ção pelo leite, motivo pelo qual <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser afastados da produçãopelo período recomendado pelo fabricante, <strong>de</strong> forma a assegurar que os resíduos da droga nãosejam superiores aos níveis fixados <strong>em</strong> normas específicas.4.3. É proibido o fornecimento <strong>de</strong> alimentos com medicamentos às vacas <strong>em</strong> lactação, s<strong>em</strong>preque tais alimentos possam prejudicar a qualida<strong>de</strong> do leite <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do ao consumo humano.4.4. Qualquer alteração no estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos animais, capaz <strong>de</strong> modificar a qualida<strong>de</strong> sanitáriado leite, constatada durante ou após a or<strong>de</strong>nha, implicará con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção imediata <strong>de</strong>sse leitee do conjunto a ele misturado. As fêmeas <strong>em</strong> tais condições serão afastadas do rebanho, <strong>em</strong>caráter provisório ou <strong>de</strong>finitivo, <strong>de</strong> acordo com a gravida<strong>de</strong> da doença.4.5. É proibido ministrar alimentos que possam prejudicar os animais lactantes ou a qualida<strong>de</strong>do leite, incluindo-se nesta proibição substâncias estimulantes <strong>de</strong> qualquer <strong>na</strong>tureza, não aprovadaspelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, capazes <strong>de</strong> provocar<strong>em</strong> aumento<strong>de</strong> secreção láctea.5. Controle Diário <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> do <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado no estabelecimento industrial.5.1. <strong>Leite</strong> <strong>de</strong> conjunto <strong>de</strong> produtores, quando do seu recebimento no EstabelecimentoBeneficiador (para cada compartimento do tanque):- T<strong>em</strong>peratura;- Teste do Álcool /Alizarol <strong>na</strong> concentração mínima <strong>de</strong> 72% v/v (setenta e dois por centovolume/volume);- Aci<strong>de</strong>z Titulável;- Índice Crioscópico;- Densida<strong>de</strong> Relativa, a 15/15ºC;- Teor <strong>de</strong> Gordura;<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 21


- Pesquisa <strong>de</strong> Fosfatase Alcali<strong>na</strong> (quando a matéria-prima for proveniente <strong>de</strong> Usi<strong>na</strong> e ou Fábrica);- Pesquisa <strong>de</strong> Peroxidase (quando a matéria-prima for proveniente <strong>de</strong> Usi<strong>na</strong> e ou Fábrica);- % <strong>de</strong> ST e <strong>de</strong> SNG;- Pesquisa <strong>de</strong> Neutralizantes da Aci<strong>de</strong>z e <strong>de</strong> Reconstituintes da Densida<strong>de</strong>;- Pesquisa <strong>de</strong> agentes inibidores do crescimento microbiano;- outras pesquisas que se façam necessárias.6. Aditivos e Coadjuvantes <strong>de</strong> Tecnologia/Elaboração: Não se admite nenhum tipo <strong>de</strong> aditivo oucoadjuvante.7. Contami<strong>na</strong>ntesO leite <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r a legislação vigente quanto aos contami<strong>na</strong>ntes orgânicos, inorgânicos e osresíduos biológicos.8. Higiene8.1. Condições Higiênico-Sanitárias Gerais para a Obtenção da Matéria-Prima:Dev<strong>em</strong> ser seguidos os preceitos contidos no "Regulamento Técnico sobre as CondiçõesHigiênico-Sanitárias e <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>de</strong> Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores <strong>de</strong> Alimentos, it<strong>em</strong> 3: Dos Princípios Gerais Higiênico-Sanitários dasMatérias-Primas para Alimentos Elaborados/Industrializados", aprovado pela Portaria MA nº 368,<strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1997, para os seguintes itens:8.1.1. Localização e a<strong>de</strong>quação dos currais à fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>;8.1.2. Condições gerais das edificações (área coberta, piso, pare<strong>de</strong>s ou equivalentes), relativasà prevenção <strong>de</strong> contami<strong>na</strong>ções;8.1.3. Controle <strong>de</strong> pragas;8.1.4. Água <strong>de</strong> abastecimento;8.1.5. Elimi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> resíduos orgânicos;8.1.6. Roti<strong>na</strong> <strong>de</strong> trabalho e procedimentos gerais <strong>de</strong> manipulação;8.1.7. Equipamentos, vasilhame e utensílios;8.1.8. Proteção contra a contami<strong>na</strong>ção da matéria-prima;8.1.9. Acondicio<strong>na</strong>mento, refrigeração, estocag<strong>em</strong> e transporte.8.2. Condições Higiênico-Sanitárias Específicas para a Obtenção da Matéria-Prima:<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 22


8.2.1. As tetas do animal a ser or<strong>de</strong>nhado <strong>de</strong>v<strong>em</strong> sofrer prévia lavag<strong>em</strong> com água corrente,seguindo-se secag<strong>em</strong> com toalhas <strong>de</strong>scartáveis <strong>de</strong> papel não reciclado e início imediato da or<strong>de</strong>nha,com <strong>de</strong>scarte dos jatos iniciais <strong>de</strong> leite <strong>em</strong> caneca <strong>de</strong> fundo escuro ou <strong>em</strong> outro recipienteespecífico para essa fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>. Em casos especiais, como os <strong>de</strong> alta prevalência <strong>de</strong> mamitecausada por microrganismos do ambiente, po<strong>de</strong> se adotar o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção dastetas antes da or<strong>de</strong>nha, mediante técnica e produtos <strong>de</strong>sinfetantes apropriados, adotando-secuidados para evitar a transferência <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>sses produtos para o leite (secag<strong>em</strong> criteriosadas tetas antes da or<strong>de</strong>nha);8.2.2. Após a or<strong>de</strong>nha, <strong>de</strong>sinfetar imediatamente as tetas com produtos apropriados. Os animais<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser mantidos <strong>em</strong> pé pelo t<strong>em</strong>po necessário para que o esfíncter da teta volte a sefechar. Para isso, recomenda-se oferecer alimentação no cocho após a or<strong>de</strong>nha;8.2.3. O leite obtido <strong>de</strong>ve ser coado <strong>em</strong> recipiente apropriado <strong>de</strong> aço inoxidável, náilon, alumínioou plástico atóxico e refrigerado até a t<strong>em</strong>peratura fixada neste Regulamento, <strong>em</strong> até 3h(três horas);8.2.4. A limpeza do equipamento <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha e do equipamento <strong>de</strong> refrigeração do leite <strong>de</strong>veser feita <strong>de</strong> acordo com instruções do fabricante, usando-se material e utensílios a<strong>de</strong>quados,b<strong>em</strong> como <strong>de</strong>tergentes inodoros e incolores.9. TransportePara o seu transporte, <strong>de</strong>ve ser aplicado o Regulamento Técnico para Coleta <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> CruRefrigerado e seu Transporte a Granel.10. I<strong>de</strong>ntificação/Rotulag<strong>em</strong>: Deve ser observada a legislação específica.11. Métodos <strong>de</strong> Análise11.1. Dev<strong>em</strong> ser utilizados os métodos oficiais publicados pelo MAPA, po<strong>de</strong>ndo ser utilizadosoutros métodos <strong>de</strong> controle operacio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que conhecidos os seus <strong>de</strong>svios e correlações<strong>em</strong> relação aos respectivos métodos <strong>de</strong> referência.12. Colheita <strong>de</strong> AmostrasDev<strong>em</strong> ser seguidos os procedimentos padronizados recomendados pelo Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento por meio <strong>de</strong> Instrução Normativa, ou por <strong>de</strong>legação <strong>de</strong>steà Re<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Laboratórios <strong>de</strong> Controle da Qualida<strong>de</strong> do <strong>Leite</strong> ou Instituição Oficial <strong>de</strong>Referência.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 23


13. Laboratórios cre<strong>de</strong>nciados para realização das análises <strong>de</strong> caráter oficial: As <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>çõesa<strong>na</strong>líticas <strong>de</strong> caráter oficial <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser realizadas exclusivamente pelas Unida<strong>de</strong>s Operacio<strong>na</strong>isintegrantes da Re<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Laboratórios <strong>de</strong> Controle da Qualida<strong>de</strong> do <strong>Leite</strong>, instituída pormeio da Instrução Normativa MAPA nº 37, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002, ou integrantes da Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>çãoGeral <strong>de</strong> Apoio Laboratorial (CGAL), da Secretaria <strong>de</strong> Defesa Agropecuária do Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) ou por esta cre<strong>de</strong>nciada.14. Disposições Gerais14.1. A coleta <strong>de</strong> amostras nos tanques <strong>de</strong> refrigeração individuais localizados <strong>na</strong>s proprieda<strong>de</strong>srurais e nos tanques comunitários, o seu encaminhamento e o requerimento para realização <strong>de</strong>análises laboratoriais <strong>de</strong> caráter oficial, <strong>de</strong>ntro da frequência e para os itens <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> estipulados<strong>na</strong> Tabela 2 <strong>de</strong>ste Regulamento, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> e correr às expensasdo estabelecimento que primeiramente receber o leite <strong>de</strong> produtores individuais;14.2. No caso <strong>de</strong> tanques comunitários, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser enviadas juntamente com a amostra dotanque amostras individualizadas <strong>de</strong> todos os produtores que utilizam os tanques comunitários,as quais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser colhidas antes da entrega do leite nos tanques e mantidas <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peratura<strong>de</strong> refrigeração <strong>de</strong> até 7ºC até o envio ao laboratório.14.3. O controle da qualida<strong>de</strong> do <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong> rural ou <strong>em</strong> tanquescomunitários, nos termos do presente Regulamento e dos <strong>de</strong>mais instrumentos legais pertinentesao assunto, somente será reconhecido pelo sist<strong>em</strong>a oficial <strong>de</strong> inspeção sanitária a que estiverligado o estabelecimento, quando realizado exclusivamente <strong>em</strong> unida<strong>de</strong> operacio<strong>na</strong>l da Re<strong>de</strong>Brasileira <strong>de</strong> Laboratórios <strong>de</strong> Controle da Qualida<strong>de</strong> do <strong>Leite</strong> – RBQL;14.4. A RBQL <strong>de</strong>ve disponibilizar os resultados das análises para o Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento, estabelecimentos industriais e produtores.14.5. O SIF/DIPOA, a seu critério, po<strong>de</strong> colher amostras <strong>de</strong> leite cru refrigerado <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong>rural para realização <strong>de</strong> análises fiscais <strong>em</strong> Laboratório Oficial do MAPA ou <strong>em</strong> Unida<strong>de</strong> Operacio<strong>na</strong>lcre<strong>de</strong>nciada da Re<strong>de</strong> Brasileira, referida no it<strong>em</strong> 13 <strong>de</strong>ste Anexo. Quando necessário recorreresta última alter<strong>na</strong>tiva, os custos fi<strong>na</strong>nceiros <strong>de</strong>correntes da realização das análises laboratoriaise da r<strong>em</strong>essa dos resultados a<strong>na</strong>líticos ao Fiscal Fe<strong>de</strong>ral Agropecuário responsável pelacolheita das amostras <strong>de</strong>v<strong>em</strong> correr por conta da Unida<strong>de</strong> Operacio<strong>na</strong>l cre<strong>de</strong>nciada utilizada;<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 24


14.6. Admite-se o transporte do leite <strong>em</strong> latões ou tarros e <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peratura ambiente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que:14.6.1. O estabelecimento processador concor<strong>de</strong> <strong>em</strong> aceitar trabalhar com esse tipo <strong>de</strong> matériaprima;14.6.2. A matéria-prima atinja os padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> fixados neste Anexo, a partir dos prazosconstantes da Tabela 2 <strong>de</strong>ste Anexo;14.6.3. O leite seja entregue ao estabelecimento processador no máximo até 2h (duas horas)após a conclusão da or<strong>de</strong>nha;14.6.4 O estabelecimento industrial que receber leite <strong>em</strong> latões <strong>de</strong>verá realizar todas as análisesexigidas para leite <strong>de</strong> conjunto <strong>de</strong>finidas no it<strong>em</strong> 5.1 <strong>de</strong>ste Anexo, por latão.ANEXO VIRegulamento Técnico da Coleta <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado e seu Transporte a granel1. Alcance1.1. ObjetivoFixar as condições sob as quais o <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente do seu tipo, <strong>de</strong>veser coletado <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong> rural e transportado a granel, visando promover a redução geral<strong>de</strong> custos <strong>de</strong> obtenção e, principalmente, a conservação <strong>de</strong> sua qualida<strong>de</strong> até a recepção <strong>em</strong>estabelecimento submetido à inspeção sanitária oficial.2. Descrição2.1. Definição2.1.1. O processo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado a Granel consiste <strong>em</strong> recolher o produto<strong>em</strong> caminhões com tanques isotérmicos construídos inter<strong>na</strong>mente <strong>de</strong> aço inoxidável, através <strong>de</strong>mangote flexível e bomba sanitária, acio<strong>na</strong>da pela energia elétrica da proprieda<strong>de</strong> rural, pelosist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> transmissão ou caixa <strong>de</strong> câmbio do próprio caminhão, diretamente do tanque <strong>de</strong>refrigeração por expansão direta ou dos latões contidos nos refrigeradores <strong>de</strong> imersão.3. Instalações e Equipamentos <strong>de</strong> Refrigeração.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 25


3.1. Instalações: <strong>de</strong>ve existir local próprio e específico para a instalação do tanque <strong>de</strong> refrigeraçãoe armaze<strong>na</strong>mento do leite, mantido sob condições a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> limpeza e higiene, aten<strong>de</strong>ndo,ainda, o seguinte:- ser coberto, arejado, pavimentado e <strong>de</strong> fácil acesso ao veículo coletor, recomendando-se isolamentopor pare<strong>de</strong>s;- ter ilumi<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>tural e artificial a<strong>de</strong>quadas;- ter ponto <strong>de</strong> água corrente <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, tanque para lavag<strong>em</strong> <strong>de</strong> latões (quando utilizados)e <strong>de</strong> utensílios <strong>de</strong> coleta, que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar reunidos sobre uma bancada <strong>de</strong> apoio às operações<strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> amostras;- a qualida<strong>de</strong> microbiológica da água utilizada <strong>na</strong> limpeza e sanitização do equipamento <strong>de</strong> refrigeraçãoe utensílios <strong>em</strong> geral constitui ponto crítico no processo <strong>de</strong> obtenção e refrigeraçãodo leite, <strong>de</strong>vendo ser a<strong>de</strong>quadamente clorada.3.2. Equipamentos <strong>de</strong> Refrigeração3.2.1. Dev<strong>em</strong> ter capacida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>r a produção <strong>de</strong> acordo com a estratégia <strong>de</strong>coleta;3.2.2. Em se tratando <strong>de</strong> tanque <strong>de</strong> refrigeração por expansão direta, ser dimensio<strong>na</strong>do <strong>de</strong>modo tal que permita refrigerar o leite até t<strong>em</strong>peratura igual ou inferior a 4ºC (quatro grausCelsius) no t<strong>em</strong>po máximo <strong>de</strong> 3h (três horas) após o término da or<strong>de</strong>nha, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente<strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>;3.2.3. Em se tratando <strong>de</strong> tanque <strong>de</strong> refrigeração por imersão, ser dimensio<strong>na</strong>do <strong>de</strong> modo talque permita refrigerar o leite até t<strong>em</strong>peratura igual ou inferior a 7ºC (sete graus Celsius) not<strong>em</strong>po máximo <strong>de</strong> 3h (três horas) após o término da or<strong>de</strong>nha, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>;3.2.4. O motor do refrigerador <strong>de</strong>ve ser instalado <strong>em</strong> local arejado;3.2.5. Os tanques <strong>de</strong> expansão direta <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser construídos e operados <strong>de</strong> acordo com RegulamentoTécnico específico.4. Especificações Gerais para Tanques Comunitários4.1. Admite-se o uso coletivo <strong>de</strong> tanques <strong>de</strong> refrigeração a granel ("tanques comunitários") porprodutores <strong>de</strong> leite, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que baseados no princípio <strong>de</strong> operação por expansão direta.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 26


4.2. Não é permitido acumular, <strong>em</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da proprieda<strong>de</strong> rural, a produção <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> umaor<strong>de</strong>nha para enviá-la uma única vez por dia ao tanque comunitário;4.3. Não são admitidos tanques <strong>de</strong> refrigeração comunitários que oper<strong>em</strong> pelo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> imersão<strong>de</strong> latões;4.4. Os latões <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser higienizados logo após a entrega do leite, através do enxágue comágua corrente, a utilização <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergentes bio<strong>de</strong>gradáveis e escovas apropriadas;4.5. A capacida<strong>de</strong> do tanque <strong>de</strong> refrigeração para uso coletivo <strong>de</strong>ve ser dimensio<strong>na</strong>da <strong>de</strong> modoa propiciar condições mais a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> operacio<strong>na</strong>lização do sist<strong>em</strong>a, particularmente no quediz respeito à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refrigeração da matéria-prima.5. Carro com tanque isotérmico para coleta <strong>de</strong> leite a granel5.1. Além das especificações gerais dos carros-tanque, contidas no presente Regulamento ou<strong>em</strong> legislação específica, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser observadas mais as seguintes:5.1.1. A mangueira coletora <strong>de</strong>ve ser constituída <strong>de</strong> material atóxico e apto para entrar <strong>em</strong>contato com alimentos, apresentar-se inter<strong>na</strong>mente lisa e fazer parte dos equipamentos docarro-tanque;5.1.2. No caso da coleta <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> leite, a proprieda<strong>de</strong> produtora <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> tipo B<strong>de</strong>ve dispor do equipamento necessário ao bombeamento do leite até o caminhão-tanque;5.1.3. Deve ser provido <strong>de</strong> caixa isotérmica <strong>de</strong> fácil sanitização para transporte <strong>de</strong> amostras elocal para guarda dos utensílios e aparelhos utilizados <strong>na</strong> coleta;5.1.4. Deve ser dotado <strong>de</strong> dispositivo para guarda e proteção da ponteira, da conexão e da régua<strong>de</strong> medição do volume <strong>de</strong> leite;5.1.5. Deve ser, obrigatoriamente, submetido à limpeza e sanitização após cada <strong>de</strong>scarregamento,juntamente com os seus componentes e acessórios.6. Procedimentos <strong>de</strong> Coleta6.1. O funcionário encarregado da coleta <strong>de</strong>ve receber trei<strong>na</strong>mento básico sobre higiene, análisesprelimi<strong>na</strong>res do produto e coleta <strong>de</strong> amostras, po<strong>de</strong>ndo ser o próprio motorista docarro-tanque. Deve estar <strong>de</strong>vidamente uniformizado durante a coleta. A ele cabe rejeitar o leiteque não aten<strong>de</strong>r às exigências, o qual <strong>de</strong>ve permanecer <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong>;<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 27


6.2. A transferência do leite do tanque <strong>de</strong> refrigeração por expansão direta para o carro-tanque<strong>de</strong>ve se processar s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> circuito fechado;6.3. São permitidas coletas simultâneas <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> leite, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam <strong>de</strong>positadas<strong>em</strong> compartimentos diferenciados e <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificados;6.4. O t<strong>em</strong>po transcorrido entre a or<strong>de</strong>nha inicial e seu recebimento no estabelecimento que vaibeneficiá-lo (pasteurização, esterilização, etc.) <strong>de</strong>ve ser no máximo <strong>de</strong> 48h (quarenta e oitohoras), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente do seu tipo, recomendando-se como i<strong>de</strong>al um período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>ponão superior a 24h (vinte e quatro horas);6.5. A eventual passag<strong>em</strong> do <strong>Leite</strong> Cru Refrigerado <strong>na</strong> proprieda<strong>de</strong> rural por um Posto <strong>de</strong>Refrigeração implica sua refrigeração <strong>em</strong> equipamento a placas até t<strong>em</strong>peratura não superior a4ºC (quatro graus Celsius), admitindo-se sua permanência nesse tipo <strong>de</strong> estabelecimento peloperíodo máximo <strong>de</strong> 6h (seis horas);6.6. A passag<strong>em</strong> do <strong>Leite</strong> Cru tipo C, enquanto perdurar a sua produção, por um Posto <strong>de</strong>Refrigeração implica sua refrigeração <strong>em</strong> equipamento a placas até t<strong>em</strong>peratura não superior a4ºC (quatro graus Celsius), admitindo-se sua permanência nesse tipo <strong>de</strong> estabelecimento peloperíodo máximo <strong>de</strong> 24h (vinte e quatro horas);6.7. Antes do início da coleta, o leite <strong>de</strong>ve ser agitado com utensílio próprio e ter a t<strong>em</strong>peraturaanotada, realizando-se a prova <strong>de</strong> alizarol <strong>na</strong> concentração mínima <strong>de</strong> 72% v/v (setenta e doispor cento volume/volume). Em seguida <strong>de</strong>ve ser feita a coleta da amostra, b<strong>em</strong> como a sanitizaçãodo engate da mangueira e da saída do tanque <strong>de</strong> expansão ou da ponteira coletora <strong>de</strong>aço inoxidável. A coleta do leite refrigerado <strong>de</strong>ve ser realizada no local <strong>de</strong> refrigeração e armaze<strong>na</strong>g<strong>em</strong>do leite;6.8. Após a coleta, a mangueira e <strong>de</strong>mais utensílios utilizados <strong>na</strong> transferência do leite <strong>de</strong>v<strong>em</strong>ser enxaguados para retirada dos resíduos <strong>de</strong> leite. Para limpeza e sanitização do tanque <strong>de</strong>refrigeração por expansão direta, seguir instruções do fabricante do equipamento. O enxáguefi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>ve ser realizado com água <strong>em</strong> abundância;<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 28


6.9. No caso <strong>de</strong> tanque <strong>de</strong> expansão comunitário, o responsável pela recepção do leite e manutençãodas suas a<strong>de</strong>quadas condições operacio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>ve realizar a prova do alizarol <strong>na</strong> concentraçãomínima <strong>de</strong> 72% v/v (setenta e dois por cento volume/volume) no leite <strong>de</strong> cada latão antes<strong>de</strong> transferir o seu conteúdo para o tanque, no próprio interesse <strong>de</strong> todos os seus usuários;6.10. As amostras <strong>de</strong> leite a ser<strong>em</strong> submetidas a análises laboratoriais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser transportadas<strong>em</strong> caixas térmicas higienizáveis, <strong>na</strong> t<strong>em</strong>peratura e <strong>de</strong>mais condições recomendadas pelo laboratórioque proce<strong>de</strong>rá às análises;6.11. A t<strong>em</strong>peratura e o volume do leite <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser registrados <strong>em</strong> formulários próprios;6.12. As instalações <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser limpas diariamente. As vassouras utilizadas <strong>na</strong> sanitização dopiso <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser exclusivas para este fim;6.13. O leite que apresentar qualquer anormalida<strong>de</strong> ou não estiver refrigerado até a t<strong>em</strong>peraturamáxima admitida pela legislação <strong>em</strong> vigor não <strong>de</strong>ve ser coletado a granel.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> Práticas <strong>na</strong> Produção <strong>de</strong> <strong>Leite</strong> <strong>em</strong> Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Agricultura Familiar do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 29


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