contribua com 63% <strong>da</strong> produção pesqueira anualtotal do país, pelo menos 80% desses recursos estãoatualmente sobrexplotados ou esgotados (REVIZEE,2006)Na revisão delimitação e zoneamento <strong>da</strong> RBMA –Fase VI atenção especial foi <strong>da</strong><strong>da</strong> aos ecosssistemascosteiros e marinhos, ampliando em 20% (16 milkm²) seu território marinho e aprovando a criaçãodo Colegiado Mar RBMA e o Programa Costa e Mar,que centra sua atuação no processo de criaçãode uni<strong>da</strong>des de conservação, mosaicos de áreasprotegi<strong>da</strong>s e políticas públicas de conservaçãomarinha e ordenamento pesqueiro.Destacam-se também iniciativas estaduais paraproteger os estoques pesqueiros, tais como a doEstado de São Paulo, que criou três APAs Marinhasem 2008 e na Bahia o convênio entre o Ministério <strong>da</strong>Pesca, CI-Brasil e a ONG Ecomar que vem trabalhandono Programa de Monitoramento Pesqueiro <strong>da</strong>RESEX Corumbau, Canavieiras e Cassurubá, alémdo entorno do PARNAM dos Abrolhos, tendo comoobjetivo monitorar a produção pesqueira nestasuni<strong>da</strong>des.Alguns estudos realizados por pesquisadores do Brasile exterior com apoio <strong>da</strong> Conservação Internacional(CI-Brasil) e financiado pelo Programa “Ciências paraa Gestão de Áreas Marinhas Protegi<strong>da</strong>s” na regiãode Abrolhos, BA e ES, comprovam a importância <strong>da</strong>preservação e conexão entre manguezais e recifesde corais, que são excenciais para o ciclo de vi<strong>da</strong> deespécies de alto valor comercial.Com vistas a promover a conservação e o usosustentável desses recursos costeiros e marinhos,bem como a proposição de diversas áreas protegi<strong>da</strong>s,varias iniciativas ganharam força nos últimos anos.Neste sentido destacam-se a formação <strong>da</strong> “CoalizãoAbrolhos”, que reune diversas ONGs e cientistas e oGrupo Conexão Abrolhos –Trin<strong>da</strong>de (CAT) formadopor iniciativa <strong>da</strong> RBMA e constituido por organizaçõesgovernamentais e não governamentais dos estados<strong>da</strong> Bahia e do Espírito Santo, com a finali<strong>da</strong>de depromover a conservação e uso sustentável de to<strong>da</strong>a biota associa<strong>da</strong> à cadeia montanhosa submersaexistente entre Abrolhos,Vitória e Arquipélago deTrin<strong>da</strong>de-Martim Vaz, consubstancia<strong>da</strong> na proposta<strong>da</strong> primeira <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> Marinha no Brasil.Existem muitas outras iniciativas regionais como oPrograma de Proteção <strong>da</strong> Lagosta no Ceará, o qualtem como objetivo respeitar o periodo de defeso,cultivo e manejo sustentável do Banco de AlgaMainhas – Fun<strong>da</strong>ção Brasil Ci<strong>da</strong>dão- Icapuí.ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORASAs espécies exóticas invasoras são atualmenteconsidera<strong>da</strong>s a segun<strong>da</strong> maior causa de per<strong>da</strong> dediversi<strong>da</strong>de global, só perdendo para a supressãode habitats.As espécies exóticas invasoras são espécies que,pelo processo de contaminação biológica, setornam dominantes, alterando a fisionomia e afunção dos ecossistemas naturais, levando aspopulações nativas à per<strong>da</strong> de espaço e ao declíniogenético (BECHARA, 2003) 7 .Um diagnóstico <strong>da</strong>s espécies exóticas invasorasatuais e potenciais, realizado pelo PROBIO em2005 com base em entrevistas com profissionaisde meio ambiente, agricultura e áreas relaciona<strong>da</strong>s,registrou 171 dessas espécies, <strong>da</strong>s quais 63 (37%)são espécies animais e 108 (63%) são espéciesvegetais (Brasil/MMA, 2010).Das 171 espécies exóticas invasoras identifica<strong>da</strong>s,76% foram introduzi<strong>da</strong>s propositalmente no país(ou em um bioma diferente de sua distribuiçãooriginal), na maior parte com objetivos econômicos.Exemplos dessas espécies são o caramujo giganteafricano (Achatina fulica), javali (Sus scrofa) e ocapim anone (Eragotis plana) (PROBIO, 2005, citadopor Brasil/MMA, 2010). A importação de plantasde uso ornamental e de animais de estimação é aprincipal causa de introdução de espécies exóticas(24%). Programas de melhoramento genético deforrageiras foram responsáveis por 13% de espéciesinvasoras, e os de uso florestal por 9% (PROBIO,2005, citado por Brasil/MMA, 2010). No ambientemarinho, em 2008 Brasil/MMA (2008) identificou58 espécies exóticas, sendo nove espécies (16%)considera<strong>da</strong>s invasoras, 21 (36%) estabeleci<strong>da</strong>s e 28(48%) detecta<strong>da</strong>s no ambiente natural.7 RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DE RESTINGAS CONTAMINADAS POR PINUSNO PARQUE FLORESTAL DO RIO VERMELHO, FLORIANÓPOLIS, SC - http://www.ipef.br/servicos/teses/arquivos/bechara,fc-m.pdf
Uma <strong>da</strong>s espécies florestais que apresentamproblemas de invasão em algumas <strong>da</strong>s tipologiasvegetais <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, principalmente nasrestingas e campos de altitude é o Pinus. Segundoa ONG The Nature Conservancy, o gênero Pinus éum dos principais gêneros de plantas invasoras e asespécies mais problemáticas são: P. elliottii Engelm.,P. tae<strong>da</strong> L., P. radiata D. Don, P. pinea L., P. patula Schl.& Cham., P. rigi<strong>da</strong> Mill. e P. thunbergii Parl. (TNC,2001).Os <strong>da</strong>nos causados à biodiversi<strong>da</strong>de e às paisagenspela invasão do Pinus são particularmente gravesquando atingem as uni<strong>da</strong>des de conservaçãolocaliza<strong>da</strong>s em regiãos de campos nativos ou nasrestingas.Ain<strong>da</strong> são poucas as ações concretas de contrôlee erradicação <strong>da</strong>s espécies exóticas invasoras.Um exemplo é o “Programa do estado do Paranápara Espécies Exóticas Invasoras”, constituído porquatro componentes: Coordenação e Integração;Prevenção, Erradicação, Controle e Monitoramento;Capacitação Técnica e Informação Pública e BaseLegal e Políticas Públicas. Editou em 2007, comrevisão em 2009, a “Lista de Espécies ExóticasInvasoras do Paraná”. Além disso, editou normascom políticas para prevenção e controle de EspéciesExóticas Invasoras no estado (Portarias 192/05 e125/09).Na Região Nordeste foi realizado pela AMANE(Associação para a Proteção <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>do Nordeste) o diagnóstico de espécies exóticasinvasoras <strong>da</strong> Estação Ecológica de Murici - Alagoas,Parque Estadual de Dois Irmãos e Estação Ecológicade Caetés – Pernambuco, visando erradicar,controlar e prevenir espécies exóticas invasoras.Há em outros estados levantamentos e pesquisasde espécies exóticas invasoras, como por exemplo,na Bahia, no relatório técnico sobre espéciesinvasoras no Corredor Central <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>,que avaliou em 2011 problemas relacionados aespécies exóticas invasoras, no Parque Nacionaldo Descobrimento, Parque Nacional do Pau Brasil,Parque Nacional do Alto Cariri, <strong>Reserva</strong> Biológicade Una, <strong>Reserva</strong> Particular Nova Angélica – Una eParque Estadual Serra do Conduru.Foi realiza<strong>da</strong> pela Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Bahia umaAnuario <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> 2012 - 37