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Relações Internacionais e Normatividade - iri.edu.ar

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IntroduçãoVivemos em uma época de mudanças no ambiente internacional. O término daGuerra Fria também significou o fim da ordem bipol<strong>ar</strong> e o surgimento de uma novacondição que Samuel Huntington definiu como unimultipol<strong>ar</strong>idade, em que haveria umafragmentação do poder, mas ainda associada à capacidade da potência americana deinfluenci<strong>ar</strong> decisivamente os principais âmbitos do sistema internacional.O mundo caminhou de uma ordem internacional bipol<strong>ar</strong> p<strong>ar</strong>a um regime instável,fluido e difícil de definir. Albuquerque afirma que o fim da Guerra Fria não deu origem auma nova ordem, mas sim, a um período de transição e mesmo no final da primeiradécada do século XXI ainda seria cedo p<strong>ar</strong>a definir com precisão os contornos da nov<strong>ar</strong>ealidade mundial (ALBUQUERQUE, 2005, p. 69).É um novo momento, m<strong>ar</strong>cado pela despol<strong>ar</strong>ização do sistema internacional, emque nenhuma potência ainda seria capaz de fazer frente aos Estados Unidos, mesmoque o país anglo-saxão veja r<strong>edu</strong>zida sua supremacia econômica.Talvez a definição de uma “democratização” das relações internacionais sejainadequada p<strong>ar</strong>a a atual realidade, mas é inegável que o sistema internacional ampliou aoportunidade de p<strong>ar</strong>ticipação de novos atores. A crise financeira que despontou emsetembro de 2008, por exemplo, conduziu a r<strong>edu</strong>ção da legitimidade das grandespotências em gerir o sistema financeiro internacional e trouxe p<strong>ar</strong>a a <strong>ar</strong>ena denegociação as potências emergentes. O fórum das sete principais economiasinternacionais (G-7), por exemplo, foi ampliado p<strong>ar</strong>a incluir os 20 maiores países domundo (G-20). Além disso, reforçou-se a percepção de que novos países est<strong>ar</strong>iamchegando p<strong>ar</strong>a assumir o papel de stakeholder de uma nova ordem internacional. Adefinição pela agência de investimento Goldman Sachs de que Brasil, Rússia, Índia eChina (os BRIC) seriam potências econômicas globais em um futuro de médio prazo tevesua credibilidade aumentada a p<strong>ar</strong>tir do recrudescimento da crise financeira enfrentadapelas potências ocidentais.O momento atual também indica uma influência cada vez mais decisiva de outrostipos de atores na <strong>ar</strong>ena internacional que não os Estados. As empresas transnacionaissão velhas conhecidas dos analistas internacionais, por exemplo. Mas também há outrasinstitucionalidades envolvidas, como a maior p<strong>ar</strong>ticipação de organismos nãogovernamentais(ongs), de redes (como de intelectuais) e de outros atores não-estataisrelevantes, indicando que não se pode entender a realidade internacional como umespaço meramente de relação entre Estados.A globalização econômica e a maior interação social e cultural entre os povos têmsido apontadas por alguns autores como uma indicação do surgimento de umasociedade internacional e de uma possível cidadania global. Não houve no passadomomento como o atual se pens<strong>ar</strong>mos que cada vez mais os indivíduos estão sensíveis afenômenos sociais e políticos ocorridos em outras p<strong>ar</strong>tes do mundo.A internacionalização da vida cotidiana, nas palavras de Christopher Hill (2003),reforça a percepção de que os indivíduos são capazes de desenvolver vínculos cada vezmais fortes com pessoas de outras regiões. Esta constatação levanta o questionamentoPágina 2

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