12.07.2015 Views

Relações Internacionais e Normatividade - iri.edu.ar

Relações Internacionais e Normatividade - iri.edu.ar

Relações Internacionais e Normatividade - iri.edu.ar

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

da política internacional “justifies and necessitates political policies which a purelyindividualistic ethic must always find emb<strong>ar</strong>assing” (NIEBUHR, 1932, p. xi).Um dos pensadores mais comumente citados sobre este tema é George F.Kennan, que defendeu a tese de uma diplomacia norte-americana amoral ou até mesmoimoral (1985). Pensando os Estados Unidos, Kennan afirmou que o governo tem de sepreocup<strong>ar</strong> basicamente com segurança milit<strong>ar</strong>, integridade de sua vida política e o bemest<strong>ar</strong>de sua população. P<strong>ar</strong>a estas atividades não exist<strong>iri</strong>a natureza moral. Sãoobrigações p<strong>ar</strong>a uma vida nacional e por isso não se classific<strong>ar</strong>iam como “boas” ou“más”. Sobre este tema, afirma:When we talk about the application of moral stand<strong>ar</strong>ds to foreign policy,therefore, we <strong>ar</strong>e not talking about compliance with some cle<strong>ar</strong> andgenerally accepted international code of behavior. If the policies andactions of the U.S. government <strong>ar</strong>e to be made to conform to moralstand<strong>ar</strong>ds, those stand<strong>ar</strong>ds <strong>ar</strong>e going to have to be America´s own,founded on traditional American principles of justice and propriety (1985, p.208).P<strong>ar</strong>a Kennan, questões internacionais normalmente associadas a valores morais,como promoção e defesa dos direitos humanos ou mesmo fidelidade aos tratadosinternacionais, poderiam ser defendidas pelos Estados Unidos “only if the practicesagainst which they <strong>ar</strong>e directed <strong>ar</strong>e seriously injurious to our interests, rather than just oursensibilities” (1985, p. 209).Ainda assim, várias pesquisas recentes vêm apontando como a moralidade é umponto de alguma maneira presente em muitos dos autores apontados como realistas.Muitos demonstram como entre os autores realistas clássicos, como Raymond Aron,haveria uma preocupação p<strong>ar</strong>a que as ações fossem prudentes e realizadas comsabedoria (ABREU, 2008; ZAPELINI, 2004; GERSON, 2011). Ou então como a g<strong>ar</strong>antiade sua própria preservação poderia ser vista como obrigação moral do Estado(WESTRA, 2007).No pensamento realista, é comum o debate a respeito de uma ética internacionalestagn<strong>ar</strong> em um conflito de escolha (tradeoff) entre moralidade e necessidade como umasérie de decisões entre, de um lado, obrigações do Estado com seus próprios cidadãose, de outro, obrigações a outros entes externos (WESTRA, 2007; KENNAN, 1985). P<strong>ar</strong>aautores como Felix Oppenheim, por exemplo, a primazia deveria est<strong>ar</strong> na busca pelointeresse nacional:it is pointless to judge the pursuit of the national interest itself morally rightor wrong, moral judgments <strong>ar</strong>e relevant to policies and goals compatiblewith the national interest. However moral principles <strong>ar</strong>e often invoked tojustify the pursuit of this intermediate goal (1991, p. 1).Apes<strong>ar</strong> de ser um grupo bastante heterogêneo e difícil de analis<strong>ar</strong> coletivamente,no geral o pensamento realista tem como premissas básicas as percepções de que o serhumano é imperfeito e autocentrado e que estas c<strong>ar</strong>acterísticas não poderiam serPágina 4

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!