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II Aniversário dos numismatasEncontro de numismatas em <strong>Chaves</strong>8 e 9 Maio de 2010www.numismatas.com


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II Aniversário dos numismatasEncontro de numismatas em <strong>Chaves</strong>8 e 9 Maio de 2010www.numismatas.com


II ANIVERSÁRIO dos NUMISMATAS<strong>Chaves</strong>CapaFotografia: Narsélio PereiraComposição: Carlos PernasColaboradores nesta ediçãoAlberto PraçaLaulo BaptistaAvelino NascimentoPaulo AbreuCarlos PernasPizarro BravoJosé SilvaTeresa Guimarãeswww.numismatas.comwww.numismatas.com


01- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -ii aniversáriodos numismatas- Mensagem de Boas Vindas- <strong>Chaves</strong>- Programa- Convidados de honra- Medalha do encontro02- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -best-of 2009- Real de D. BeatrizTópico do ano- Assassinato D’el rey D. carlos IMoeda do dia- Vencedores QQSN 2009- Eurorevelações03- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -cadernos numismáticos- Grace Kelly- 100ª Aniversário da República Portuguesa- Milmanda - A ceca em que D. Fernandocunhou moeda com as letras M e M -Ientre1369-1372www.numismatas.com


01- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -II ANIVERSÁRIODOS NUMISMATAS- Indice- Mensagem de Boas vindas- <strong>Chaves</strong>- Programa- Convidados de Honra- Medalhawww.numismatas.com


05CHAVESBem-vindosMENSAGEM DO FundadorMeus caros Amigos <strong>Numismatas</strong>,Mais um ano de Fórum e mais um grande Encontro, o II Aniversário do Fórum dos <strong>Numismatas</strong>,desta vez na linda e histórica Cidade de <strong>Chaves</strong>, berço de grandes e famosos numismatas.É com um enorme prazer que anúncio, desde já, que será mais um grandioso sucesso esta nossa confraternização,virão numismatas de todo o País. Para uns, será um reencontro de velhos Amigos, paraoutros, será a primeira vez (espero de muitas), que estarão juntos e ao vivo, em pleno convívio e amizadee será para todos, membros e convidados, certamente, um evento inesquecível para a vida.O nosso Fórum, pólo importante de união entre numismatas, tem tido uma evolução natural, resultantedas experiencias vividas, é notório a excelência de alguns trabalhos realizados em prol da verdadee ciência numismática, trabalhos esses, discutidos ao longo dos tempos mas sem que nunca tenham umconsenso comum, por isso, penso, que é de salientar a coragem de alguns dos nossos membros que,de uma maneira humilde mas rica, têm a ousadia de tocar em pontos nunca resolvidos, desta importanteciência, no ponto histórico e sempre plausíveis de desmedida discussão.Queria terminar com uma palavra de apreço a todos aqueles que, desde a fundação deste Fórum, têmapoiado com a sua presença on-line e trabalhado ao mais alto nível, trabalho esse, muitas vezes nãoreconhecido ou ignorado mas que, a sua insistência e sem nada em troca, tem sido o motor de precisãodeste Fórum dos <strong>Numismatas</strong>.AvelinoNascimentoMAIO 2010- - - - - - - - - - - -A equipa:Alberto PraçaCarlos PernasCarlos PintoLuís NorteMiguel SoaresNarsélio PereiraPaulo AbreuPaulo CarreiraTeresa GuimarãesVitor CoelhoA todos esses vai o meu enorme agradecimento.www.numismatas.com


06CHAVES<strong>Chaves</strong>Aquae Flaviae<strong>Chaves</strong>, cidade termal fundada há mais de 2000 anos, situa-se no Norte de Portugal junto à fronteiracom a Galiza (Espanha).A sua fisionomia actual é o reflexo da uma vasta e rica História que por cá se foi desenhando, cabendoaos romanos o mérito da sua fundação e notoriedade. A passagem deste povo ficou marcada, de umaforma, especial, no centro da urbe.Os vestígios presentes na região de <strong>Chaves</strong>, legados da Pré-História, levam a admitir a existênciade actividade humana no Paleolítico. São em grande quantidade os achados provenientesdo Neolítico, do Calcolítico de Mairos, Pastoria e de S.Lourenço, dentre outros locais,e das civilizações proto-históricas, nomeadamente nos múltiplos castros situados no alto dos montesque envolvem toda a região do Alto Tâmega.As legiões romanas que, há dois milénios, conquistaram aquelas terras instalaram-se de essencialmenteno vale fértil do Tâmega, exactamente onde hoje se ergue a cidade e, construíram fortificações pelaperiferia, aproveitando alguns dos castros existentes.Construíram muralhas protegendo o aglomerado populacional, construíram a majestosa ponte de Trajano,fomentaram o uso das águas quentes mínero-medicinais, implantando balneários Termais, exploraramminérios, filões auríferos e outros recursos naturais. Tal era a importância desse núcleo urbano,que foi elevado à categoria de Município no ano 79 d.C. quando dominava Tito Flávio Vespasiano,o primeiro César da família Flávia. Daqui advém a antiga designação Aquæ Flaviæ da actual cidadede <strong>Chaves</strong>, bem como o seu gentílico - flaviense.A estes vestígios juntam-se muitos outros, medievais essencialmente, românicos, barrocos e renascentistasfazendo do centro histórico uma miscelânea de recordações.Aí podemos visitar a Torre de Menagem do Castelo de <strong>Chaves</strong>, que alberga o Museu Militar e proporcionaum vista impar sobre a cidade, a Igreja Matriz e a Igreja da Misericórdia (ícones da religiosidadedo povo), o Paço dos Duques (edifício onde se encontra instalada a Câmara Municipal)e o Museu da Região Flaviense (com colecções pré-romanas, pré-histórica, proto-históricae, em contra-ponto, colecções de pintura contemporânea).www.numismatas.com


07CHAVESwww.numismatas.com


08CHAVESProgramaPlano do Aniversário8 de Maio- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -11:30- Início.- Check In dos participantes.- Entrega do Kit Forista (conjunto de pequenasofertas onde se incluirá merchandisingdo Fórum dos <strong>Numismatas</strong>).- Inicio de workshop Numismático: ExposiçõesParticulares, Trocas, Vendas, etc, que seprolongará por todo o dia.13.45- Welcome Drink - Porto de Honra14:00- Breve intervenção de boas vindas14:05- Inicio do Almoço.15:25- Divulgação do Forista do Ano 2009-2010- Entrega do Troféu - Breve alocuçãodo premiado16:00- Intervenção: Dr. Julio Montalvão Machado“História de <strong>Chaves</strong> - República em <strong>Chaves</strong>”.16:15- Apresentação e entrega da Medalha do evento.16:30- Entrega dos prémios do concurso “Quem QuerSer Numismata 2009”.16:45- Sorteios Numismáticos, com aliciantes prémiospara todos os foristas presentes.17:30- Corte do bolo e brinde de Aniversário.- Continuação do convívio.22:30- Jantar acompanhado de animação especial15:30- Intervenções a designar.9 de Maio- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -09:45- Concentração automóvel, em local a definir.10:00- Saída em caravana, rumo a Alijó.11:00- Chegada a Alijó.11.10- Welcome Drink - Porto de Honra.11.15- Visita à Casa Museu de Victor Nascimento.- Breve confraternização.www.numismatas.com


09CHAVESComissão de honraDr. Alexandre Alves <strong>Chaves</strong>Governador Civil do Distrito de Vila RealDr. João Martins BatistaPresidente do Município de <strong>Chaves</strong>Dra. Maria Isabel Viçoso FernandesPresidente do Grupo Cultural Aquae FlaviaeDr. Júlio Augusto Morais de Montalvão MachadoHistoriador e PoliticoCoronel Amaro Rodrigues GarciaPresidente da Associação Numismática de PortugalComandante Pedro DiasVice- Presidente da Associação Numismática de Portugalwww.numismatas.com


10CHAVESMedalha do encontroAniversário dos numismatas e centenário da repúblicaANVERSOA legenda “Centenário da República Portuguesa1910-2010” descrita por uma circunferênciaperolada. Ao centro, 4 bustos da numáriarepúblicana portuguesa virados à esquerda.www.numismatas.com


11CHAVESREVERSOAs inscrições “II Aniversário dos <strong>Numismatas</strong>”e “Pecvnia Totvm Circvmit Orbem” separadaspor cruzes simples, descritas por uma circunferênciaperolada.Ao centro, brasão de ideologia republicana comsímbolo dos <strong>Numismatas</strong> e duas chaves cruzadas,encimado pela inscrição “<strong>Chaves</strong>”, tendo por baixoo endereço electrónico do Fórum.www.numismatas.com


02- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -BEST-OF 2009- Real de D. BeatrizTópico do ano- Assassinato d’El Rey D. Carlos IMoeda do dia- Vencedores QQSN 2009- EuroRevelaçõeswww.numismatas.com


13CHAVESReal de D. BeatrizTópico do anoD. Beatriz era a primeira filha de D. Fernando e de D. Leonor Teles. Por nascimento, era, assim,a legítima herdeira do trono português.Por várias vezes foi negociado o seu casamento, nomeadamente com o infante D. Fernando, filho segundode D. João I, rei de Castela. No entanto, D. João I enviuvou e acabou por desposar ele próprioD. Beatriz, em 1383. Ainda nesse ano, D. Fernando faleceu e D. Leonor Teles assumiu a regência, proclamandoD. Beatriz rainha de Portugal.Esta situação não foi aceite pelo povo, que via a independência de Portugal a ser posta em causa. EmDezembro do mesmo ano, o mestre de Aviz foi proclamado Regedor e Defensor do Reino, após revoltaem Lisboa. Ainda durante esse mês, o rei de Castela, acompanhado de D. Beatriz, invadiu Portugal,juntando-se a D. Leonor Teles em Santarém. Entretanto, D. Beatriz foi atingida pela peste, o que obrigouos invasores a regressar a Castela.- - - - - - - - - - - -Por:Alberto PraçaEm Portugal, o mestre de Aviz foi proclamado rei (com o título de D. João I), o que não agradou aos reisde Castela. Em 1385 travou-se a célebre Batalha de Aljubarrota, onde os castelhanos foram vencidos,resolvendo-se, deste modo, a crise.- - - - - - - - - - -Em 1385 travou-sea célebre Batalhade Aljubarrota,Após a morte de seu marido em 1390, D. Beatriz tentou ainda fazer valer os seus direitos em Portugalmas não o conseguiu. Acabou por falecer em 1409 ou um pouco depois.www.numismatas.com


14CHAVESA MoedaUma das mais importantes afirmações de poder e soberania, ou a simples pretenção ao seu exercicio,era a cunhagem de moeda própria, e D. Beatriz não foi excepção.São conhecidos 3 ou 4 exemplares do Real em Prata. No anverso, encontra-se o busto coroadode D. Beatriz ladeado pelas letras S e A , e no reverso as armas de Castela, Leão e Portugal em esquarteladoheráldico.Onde Estão?O primeiro exemplar, cuja imagem recolhemos da obra de Teixeira de Aragão, tinha a particularidadede apenas ter a letra S, e encontrava-se, segundo o autor, na Biblioteca Nacional de Madrid. Já BatalhaReis, refere-se a este exemplar, como o de Madrid.““Este exemplar,da bibliotheca nacionalde Madrid, é estimadopelo sr. A, Heiss em 100pesetas. - 18$000 réis.O sr. Judice dos Santospossue um outro exemplar,com o Sà esquerda, e à direitaum A. Pesa 67 grãos.”Pedro Batalha ReisUm segundo exemplar (página seguinte) encontra-se no Museu do Banco de Portugal. Este exemplar,acaba por ter um interessante percurso. Este era o exemplar do Sr. Judice dos Santos, que no inicio doséc. XX terá “desaparecido”, desconhecendo-se o seu paradeiro até meados dos anos 90, altura emque aparece num leilão em Zurique, e em boa hora o Banco de Portugal o adquire.www.numismatas.com


15CHAVESwww.numismatas.com


16CHAVESUm terceiro exemplar, fazia parte da monumental Colecção Carlos Costa, entretanto adquirida peloGrupo Espirito Santo, constando agora no catálogo BES.De um hipotético quarto exemplar, não encontrei qualquer referência, já que a menção a este “quartoexemplar” aparece recentemente com a edição do Catálogo BES (ver acima). Já na 5a Edição da obrade Alberto Gomes de 2006, apenas são referenciados 3 exemplares, e curiosamente a imagem que láconsta é a do mesmo exemplar do Catálogo BES.Santarém ou Sevilha?Analisados diversos autores parece não ser de todo consensual, esta questão. Enquanto alguns dosprincipais autores como Teixeira de Aragão e Pedro Batalha Reis, apontam como Sevilha, a casa emissora,outros mais comtemporâneos, mas não menos importantes, como Ferraro Vaz e Alberto Gomes,indicam Santarém.Convido-vos agora a debaterem este assunto e outro que achem pertinente.www.numismatas.com


17CHAVESAssassinato de El-Rei D. CarlosMoeda do dia 1 de Fevereiro“De súbito, do lado da praça, quase em frentedo Ministério da Fazenda, agora estação dos CTT,ouve-se o estalido seco duma primeira detonação.Logo ao primeiro tiro acerta no pescoçode D. Carlos, quebrando-lhe a coluna vertebrale matando-o instantaneamente”.No dia 1 de Fevereiro de 1908, El rei D Carlos I e seu filho, o príncipe herdeiro Luis Filipe são barbaramenteassassinados em Lisboa, no Terreiro do Paço. Este acontecimento tinha sido previsto uns anosantes em 1890 pelo poeta Guerra Junqueiro através dos versos «O Caçador Simão» ( Simão é o ultimodos nomes próprios do Rei ), onde previa que o caçador acabaria por ser caçado, numa clara alusãoà paixão do rei pela caça e à possibilidade da Monarquia terminar com a sua morte violenta.- - - - - - - - - - - -Por:Teresa GuimarãesCarlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simãode Bragança Sabóia Bourbon e Saxe-Coburgo-Gota, nasceu em Lisboa, no Palácio da ajuda em 28de Setembro de 1863 e foi o penúltimo Rei de Portugal.Filho do rei Luís I de Portugal e da princesaMaria Pia de Sabóia.D. Carlos nasceu na qualidade de príncipe herdeiro da coroa, pelo que recebeu desde cedoos títulos oficiais de Príncipe Real de Portugal e Duque de Bragança, tendo recebido desde cedouma cuidada educação, onde se incluiu o estudo de várias línguas estrangeiras. Ainda jovemviajou por várias cortes europeias (Inglaterra, Alemanha, Áustria, etc.), tendo numa dessasdeslocações conhecido a princesa francesa Amélia de Orleães, filha do pretendente ao tronode França, com quem viria a casar, na igreja de S. Domingos em Lisboa, após um brevenoivado.Em 19 de Outubro de 1889, na velha cidadela de Cascais, assiste ao fim da penosa agoniado rei D.Luis, tendo sido sua mãe a rainha D. Maria Pia a primeira pessoa a prestar-lhehomenagem. “Abençoo-te, Carlos, para que sejas tão bom rei como foste bom filho“www.numismatas.com


18CHAVESFoi aclamado rei de Portugal em 28 de Dezembro de 1889, altura em que o país atravessava uma gravecrise económica, tendo o seu reinado começado da pior forma.- - - - - - - - - - -D. Carlos I numavisita a França1905(em cima)D. Carlos I com arainha D. Amélia(à direita)Moeda de 200 reisde 1891(ao centro)Logo em Janeiro de 1890 o “Ultimato Inglês”, no qual a Inglaterra exigia que o governo portuguêsmandasse retirar os exércitos que se encontravam entre as colônias de Angola e Moçambique, casocontrário, declararia guerra ao país, veio complicar a situação.O governo cedeu. Os portugueses sentiram-se humilhados e atribuíram as culpas à incapacidade políticado rei. Os republicanos aproveitaram esta oportunidade para reforçar a idéia de que a monarquia deviaser derrubada. Houve por todo o país muitas manifestações contra o “Ultimato” e os jornais encheram--se de artigos violentos contra a Inglaterra, contra o rei e contra a monarquia. Foi nessa época queapareceu um hino militar “A Portuguesa”, hoje, Hino Nacional. O Rei soube inverter a situação e, graçasao seu notável talento diplomático conseguiu colocar Portugal no centro da diplomacia europeia daprimeira década do século XX. Para isso contribuiu também o facto de D. Carlos ser aparentado com asprincipais casas reinantes europeias.www.numismatas.comD. Carlos era um apreciador das novas tecnologias, tendo mandado instalar luz eléctrica no Palácio dasNecessidades e fez planos para a electrificação das ruas de Lisboa. Embora fossem medidas sensatas,contribuíram para a sua impopularidade visto que o povo as encarou como extravagâncias desnecessárias.Foi ainda um amante da fotografia e autor do espólio fotográfico da Família Real. Foi aindaum pintor de talento, com preferências por aguarelas de pássaros que assinava simplesmente como“Carlos Fernando”.


19CHAVESFoi um apaixonado pela ornitologia e pela oceanografia. Ao longo de dozeanos de campanhas, D. Carlos reuniu uma colecção zoológica de incalculávelvalor histórico e científico. Esta colecção tem vindo a servir de baseà realização de diversos estudos científicos, nomeadamente sobre peixese crustáceos e a parte que resistiu a inumeros saques e mudanças de localde armazenagem, está hoje exposta no Aquário Vasco da Gama.Honrando esta faceta do monarca, a Armada Portuguesa opera actualmenteum navio oceanográfico com o nome de D. Carlos I. D. Carlos foi também umexcelente agricultor, tendo tornado rentáveis as propriedades da Casa deBragança , produzindo vinho, azeite, cortiça, entre outros, tendo tambémorganizado uma excelente ganadaria e incentivado a preservação dos prestigiadoscavalos de Alter.Foi o rei mais culto de toda a história portuguesa. Mas durante todo o reinadode D. Carlos, o país encontrou-se a braços com crises políticas e económicas,tendo o rei nomeado o regenerador liberal João Franco como primeiro-ministro.Este, solicitou ao Rei que dissolvesse o parlamento, adiando por algumtempo as novas eleições, ao que D. Carlos acedeu. A oposição (não só arepublicana, mas também os monárquicos opositores de Franco) lançaramentão uma forte campanha antigoverno, envolvendo também o próprio rei,alegando que se estava em ditadura. Este regime ditatorial foi o início domovimento republicano, que começava a ganhar adeptos em todo o país,e a causa directa do regicídio. No dia 31 de Janeiro de 1908, João Francoconsegue convencer o rei a assinar um decreto que agravava grandementea situação dos oposicionistas presos .Era o tal decreto que, no fundo, habilitava o Governo a eliminar todos osdiscordantes da sua política e é a última recordação que o monarca vaideixar ao povo. Ao assiná-lo, dizem que murmurou: “Assino a minha sentençade morte”.- - - - - - - - - - -O Sobreiro (177 x 91 cm)1905, pastel sobre cartãoPalácio Ducal - Vila ViçosaFund. da Casa de BragançaNo dia seguinte, a família real regressa a Lisboa depois de uma temporadano Palácio Ducal de Vila Viçosa. Viajaram de comboio até ao Barreiro, ondeapanharam um vapor para o Terreiro do Paço. Esperavam-nos o governoe vários dignitários da corte. Após os cumprimentos, a família real subiu parauma carruagem aberta em direcção ao Palácio das Necessidades. Nenhumasprovidências excepcionais foram tomadas para garantir a segurança da famíliareal pois para João Franco não havia razões algumas para tal... D. Manuelalude a este facto no seu diário: «Aquele Terreiro do Paço estava deserto,nenhuma providência! Isso é que me custa mais a perdoar ao João Franco.»Da velha rainha-mãe Maria Pia o primeiro-ministro ouve incriminações contundentes:“Diziam que o senhor era o coveiro da monarquia. Foi pior. Foi o assassinode meu filho e de meu neto.”Os autores do atentado Alfredo Costa e Manuel Buíça foram mortos no localpor membros da guarda real.A morte de D.Carlos e do Principe Herdeiro indignou toda a Europa, especialmentea Inglaterra, onde o Rei Eduardo VII lamentou veementementea impunidade dos chefes do atentado. Os restos mortais d’El Rei D.Carlosrepousam no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Foraem Lisboa, ao lado do filho que com ele foi assassinado.- - - - - - - - - - -Túmulos do Rei D. Carlos Ie Príncipe Luís FilipeARgolaswww.numismatas.com


20CHAVESQuem Quer Ser NumismataOS vencedores do QQSN 2009O concurso Quem Quer Ser Numismata, foi uma das primeira apostas ganhas pelo Fórum dos <strong>Numismatas</strong>.A segunda edição não foi diferente, ultrapassando o êxito obtido no primeiro ano.Recordamos aqui os 3 finalistas, tendo o forista A.Rocha vencido novamente. Parabéns a todos.1ºA.Rocha2ºMS3ºLapa*3ºamaf1976www.numismatas.com*O forista Lapa, decidiu de livre vontade concorrer extra-concurso, pelo que apesar de figurar nesta galeria,a “medalha” vai para o concorrente seguinte.


21CHAVESEuroRevelações 2009Vencedoras 2009O Fórum dos <strong>Numismatas</strong> elege anualmente as melhores emissões numismáticas do ano transacto.1- São eleitas as melhores emissões numismáticas em 4 categorias:a) Melhor Moeda Comemorativa Portuguesa (EURO)b) Melhor Set Oficial Europeu (EURO)c) Melhor Moeda Comemorativa Europeia (EURO)d) Melhor Moeda Comemorativa do Mundo2- A administração/Moderação do fórum elege 5 moedas nomeadas por cada categoria.3- Após a apresentação das candidatas todos os foristas elegem as melhores através de votaçãopública no site http://www.numismatas.com.4- Encerrada a votação serão oficialmente anunciados os vencedores.5- Durante a World Money Fair, feira anual em Berlim, serão entregues os respectivos diplomas às casasda moeda vencedoras pela mão do companheiro Gomen, mentor desta incitava.MELHOR MOEDA COMEMORATIVA PORTUGUESA1,5€-Tesouros Numismáticos Portugueses - O Morabitino de D. Sancho IIAs primeiras moedas de ouro portuguesas que se conhecem, dos reis D. Sancho I, D, Afonso II e D. Sancho II,foram feitas com métrica semelhante à da dinastia dos Almorávidas, chamado morabitino entreos cristãos, nome que eles também adoptaram. Essa moeda muçulmana, aparecendo em abundância,com um ouro de muito bom teor, proveniente das regiões a sul do deserto do Sahara, numa época defome de metais preciosos, logo se espalhou por toda a Europa. Encontra-se referida um grande númerode documentos contratuais e compromissos de venda, em especial da Península, por onde passoudesde a última metade do século XI até aos finais do século XII, atravessando o velho continente atéà Ásia, que parece ter sido sempre o destino final de todo o ouro. Os morabitinos portugueses, presumivelmenteemitidos de início em grande quantidade, são hoje de relativa raridade, mas muito apreciadospelos coleccionadores e difíceis de aparecer à venda. Em nome de Afonso II são muito raros e o deD. Sancho II é único. A moeda recria o Morabitino de ouro batido em Braga ou em Lisboa no reinadode D. Sancho II (1223-1248), de que se conhece apenas um exemplar, pertencente ao Museu NumismáticoPortuguês, sendo hoje considerado um dos mais importantes numismáticos.www.numismatas.com


22CHAVESMELHOR MOEDA COMEMORATIVADA EUROPA (EUROS)AÚSTRIA - 10€ Ricardo Coração de LeãoRicardo I (8 de Setembro, 1157 - 6 de Abril, 1199) foi Duque da Aquitânia(1168-1199), Conde de Anjou, Duque da Normandia e Rei de Inglaterra(1189-1199). Ricardo é também conhecido por vários cognomes, entre elesCoração de Leão (Coeur de Lion, Lionheart), Oc et No (sim e não em provençal)e Melek-Ric (Rei-Ric[ardo]) pelos muçulmanos do Oriente Médio, queusavam a sua figura para ameaçar as crianças que se portavam mal. Ricardofoi um dos líderes da Terceira Cruzada e foi na sua época considerado comoum herói. Ricardo tornou-se então rei da Inglaterra, duque da Normandia econde de Anjou, sucedendo ao pai que detestava, sendo coroado em 3 deSetembro, na Abadia de Westminster. Livre para perseguir os seus própriosinteresses, Ricardo não permaneceu muito tempo na Inglaterra. Imediatamenteapós a subida ao trono, começou a preparar a expedição à TerraSanta que seria a Terceira Cruzada.MELHOR SET OFICIAL DA EUROPA (Euros)GRÉCIA- Carteira BNC- Ano Internacional da AstronomiaO Ano Internacional da Astronomia é um ano de celebração da astronomia,celebrado em 2009, para coincidir com o 400.o aniversário das primeirasobservações astronómicas feitas com um telescópio por Galileu Galilei e dapublicação de Astronomia nova por Johannes Kepler no século XVII. O Anofoi declarado pela 62.a Assembleia Geral da ONU. Um regime mundial, estabelecidopela União Astronómica Internacional (IAU), também foi aprovadapela UNESCO - órgão da ONU responsável pela Educação, Ciência e Cultura.A União Astronómica Internacional e a UNESCO estão a coordenar o AnoInternacional de Astronomia em 2009. Esta iniciativa é uma oportunidadepara os cidadãos da Terra para adquirirem um conhecimento mais profundoda astronomia e o seu papel no enriquecimento das culturas humanas. Alémdisso, irá servir como uma plataforma para informar o público sobre as maisrecentes descobertas astronómicas e destacar o papel essencial da educaçãona ciência da astronomia.www.numismatas.com


23CHAVESMELHOR MOEDA COMEMORATIVA DO MUNDOPALAU- 10 Dólares - Ambar RoomO original Amber Room (Inglês, por vezes, Amber Câmara, em russo: Янтарная комната komnata Yantarnaya,alemão: Bernsteinzimmer), no Palácio de Catarina de Tsarskoye Selo perto de São Petersburgoé uma câmara de decoração completa de painéis de âmbar com suporte de folha de ouro e espelhos.Devido à sua beleza singular, às vezes era chamado de “Oitava Maravilha do Mundo”. A Original Salado Âmbar representou um esforço conjunto de artesãos, alemães e russos. A construção da Sala deÂmbar começou em 1701-1709 na Prússia. A sala foi projectada pelo escultor barroco alemão AndreasSchlüter e construída pelo artesão dinamarquês de âmbar Gottfried Wolfram e permaneceu no Paláciode Charlottenburg, até 1716, quando foi dada pelo rei prussiano Frederico Guilherme I, ao seu aliado,o czar Pedro, do Grande do Império Russo. Na Rússia, foi ampliada e depois de várias reformas, queabrangeu mais de 55 metros quadrados e com mais de seis toneladas de âmbar. A Sala de Âmbar foisaqueado durante a II Guerra Mundial pela Alemanha nazi, que trouxe o âmbar para Königsberg. O seuparadeiro foi perdido no caos, no final da guerra. Seu destino ainda é um mistério, e a busca continua.Em 1979 iniciou-se os esforços para reconstruir a sala de Âmbar em Tsarskoye Selo. Em 2003, depoisde décadas de trabalho pelos artesãos russos, a reconstruída Sala Do âmbar foi reinaugurada no Paláciode Catarina, em São Petersburgo, Rússia. A moeda incluí um pedaço original de âmbar.www.numismatas.com


24CHAVES03- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -CADERNOS NUMISMÁTICOS- Grace Kelly- 100ª Aniversário da República Portuguesa- Milmanda - A ceca em que D. Fernandocunhou moeda com as letras M e M -Ientre1369-1372www.numismatas.com


25CHAVESGrace Kelly25o Aniversário da Morte da PrincesaEmissão: Flor-de-Cunho20.001 MoedasEmissor: MónacoKM#186Quem foi afinal Grace Kelly?Grace Kelly nasceu a 12 de Novembro de 1929 em Pensilvânia, Estados Unidosda América. Desde muito nova, Grace participava em diversas peças deteatro, e com 22 anos já intrepretava um papel de cinema. Em 1954 no filme“The Country Girl” venceu um Óscar, um filme de George Seaton.Como princesa do Mónaco, tudo começou em 1955 quando foi convidadapelo governo francês para participar no Festival de Cannes, onde conheceu opríncipe Rainier III. Em 1956 deu-se o matrimónio com Rainier III. Apenas doisanos mais tarde “1958” nasceu o actual príncipe Albert II.Grace Kelly faleceu a 14 de Setembro de 1982 com um derrame cerebral,após ter sofrido um acidente de viação nas estradas Monegascas.- - - - - - - - - - - -Por:José Silvawww.numismatas.com


26CHAVESRepública Portuguesa100º AniversárioEmissão:Normal - 2.000.000BNC - 20.000 MoedasPROOF - 15.000 MoedasEmissor: PortugalA moeda apresenta na coroa exterior as 12estrelas da UE.No núcleo da numisma está representadoo escudo português, sobreposto pela efígieda República Portuguesa.Ao longo do núcleo da moeda, apresenta-seainda o centenário “1910-2010” e ainda o paísemissor, “República Portuguesa”.Autoria de José Cândido e casa da moeda INCM.O que foi o 5 de Outubro de 1910?Nos dias 4 e 5 de Outubro de 1910 alguns militares da Marinha e do Exércitoiniciaram uma revolta nas guarnições de Lisboa, com o objectivo de derrubara Monarquia.Juntamente com os militares estiveram a Carbonária e as estruturas do PRP(Partido Republicano Português).Na tarde desse dia, José Relvas, em nome do Directório do PRP, proclamoua República da varanda da Câmara Municipal de Lisboa.Apesar de o 5 de Outubro não ter sido uma verdadeira revolução popular,mas sobretudo um golpe de estado centrado em Lisboa, a nova situaçãoacabou por ser aceite no país e poucos acreditaram na possibilidade de umregresso à Monarquia.Seguiu-se um período de democracia republicana, caracterizado por forteinstabilidade política, conflitos com a Igreja, mas também grandes progressosna educação pública.A chamada I República Portuguesa terminou em 1926, com o golpe de 28de Maio, a que se seguiram muitos anos de ditadura.www.numismatas.com


27CHAVESApós o 5 de Outubro foi substituída a Bandeira Portuguesa. As cores verde e vermelho significam,respectivamente, a esperança e o sangue dos heróis. A esfera armilar simboliza os Descobrimentos.Os sete castelos representam os castelos do Algarve conquistados por D. Afonso III. As cinco quinassignificam os cinco reis mouros vencidos por D. Afonso Henriques. Finalmente, os cinco pontos em cadauma das quinas lembram as cinco chagas de Cristo.O hino A Portuguesa, composto em 1890, com letra de Henrique Lopes de Mendonça e músicade Alfredo Keil, tornou-se o Hino Nacional.Algumas moedas e notas do extinto escudo!- - - - - - - - - - - -Por:José Silvawww.numismatas.com


28CHAVESMILMANDAA CECA EM QUE D. FERNANDO CUNHOU MOEDACOM AS LETRAS M e M -I- ENTRE 1369-1372- - - - - - - - - - - -Por:Laulo BaptistaEsta Vila encontra-se situada em zona fronteiriça ao reino de Portugal desde a sua fundação,no concelho de Cela Nova e integrada na província de Orense foi das primeiras localidadesque por sua voz tomaram partido por D. Fernando a quando da Invasão de Castelaem Junho de 1369 , pelo assassinato de D. Pedro I por seu irmão bastardo Henrique deTranstâmara, mais tarde Henrique II , respondendo o nosso rei Formoso ao apelo da sociedadee nobreza galega pelo direito que tinha à sucessão da coroa Castelhana por morte de seu primo.A fronteira era um espaço de convivência Galaico-Minhota no relacionamento entre os habitantesde um e de outro lado, como escreveu José Marques.“Não obstante as dificuldades que o “zêlo” dos oficiais régios levantavam ao intercâmbio e convivência daspopulações de um e de outro lado das fronteiras , sabemos que os moradores de Araújo e Milmanda vinhama Ponte da Barca, onde se abasteciam de mercadorias que aí chegavam por via fluvial, regressando a suasterras , subindo ao longo do rio Lima e que muitos outros vinham abastecer-se a Valença , donde seguiamaté Valadares , desviando-se depois pelo monte da Cumieira , rumo a Lamas de Mouro e ao Porto dos Asnosaí passando para a Galiza. Evitavam assim a passagem por Melgaço reclamada pelas autoridades locaisa fim de taxarem a mercadoria transportada.”“...as cartas régias de privilégio outorgadas a cada uma destas localidades há pormenores especificos, comoo caso dos pastores de Baiona virem apascentar os seus gados a Portugal,ou os de Castro Laboreiro invocaremque a terra é fragosa e que não poderiam sobreviver sem o comércio com Araújo e Milmanda,na Galiza.www.numismatas.comAssim os pastores de Baiona e de outras localidades galegas entravam em Valença “ sem contradiçom alguma”com gados , cavalos e armas e moedas e todallas outras cousas vedadas”........E em defesa dos moradores de Baiona, os homens bons dessa localidade galega vizinha, alegavam juntode D. Afonso V, que eles não se dedicavam ao contrabando, mas recebiam essas coisas “em sorte de casamento”,reagindo assim, contra as “muitas injúrias” que os oficiais régios lhe faziam, revistando-os, contrao antigo costume, na mira de encontratem ouro, prata, armas e impedirem a entradas de gado bovinoe cavalos. Interessado como estava na conservação das boas relações entre as populações fronteiriças,D. Afonso V, transformou este costume em privilégio , que lhes permita “levar pam , vinho pêr terra pêra suaprovisom e mantimento de suas casas cada hua pesoa e nam pêra averem de vende “


29CHAVESTeresa de Jesus Rodrigues em “A fronteira do minho nos finais da idade média: aspectos sócio-económicos”num parágrafo descrevia o relacionamento entre vizinhança , com este pequeno texto:“...Quanto aos moradores de Castro Laboreiro, por carta outorgada por D. Afonso V, sabemos que era costumeantigo vizinharem com as vilas galegas de Milmanda e Araújo, substanciado no privilégio de fronteiralivre, que lhes permitia transaccionar e transportar, sem quaisquer “ “embarguo” ou “ contradiçom”, pão,vinho e outras coisas necessárias e na regalia de irem lá apascentar os seus gados, podendo por sua vez,os moradores das referidas vilas galegas vir apascentar os seus nos montes de Laboreiro.”Alguém escreveu que as fronteiras entre a Galiza e Portugal na Idade Média eram bastanteplásticas isto para dizer que foram sempre vulneráveis por conveniência social e económicae aceites tacitamente pelos governos dos dois reinos e imposta pelos povos que se ligavamentre si para além da vizinhança, também pelo casamento e pelos bens e haveres.Estes apontamentos observados do lado de cá da fronteira , seriam semelhantes vistos do lado daGaliza , motivo mais que suficiente para que D. Fernando I , depois entrar na Galiza por Tuy , em Junhode 1369 seguiu em direcção a Milmanda , ocupando-a sem resistência e com apoio do povo galego ;historicamente é reconhecido que D. Fernando ali se instalou com a sua corte e cunhou moeda nestavila, seguindo as suas tropas para outras vilas e cidades que também tomaram a sua voz e lhe deramapoio sem grande resistência fixando-as estrategicamente nas cidades de Corunha e em Zamora,onde pouco tempo depois Henrique II , “com o fiel Du Guesclin, organizava a ofensiva : em Julho de1369, caía Samora e com a ajuda dos bretões, rumava à Galiza , com excepção da Corunha , Tuy eMilmanda , onde os galegos resistiram mais tempo às tropas mercenárias integradas nas fileiras deHenrique II , e que o Tratado de Alcoutim em 31 de Março de 1371, veio repor as fronteiras alteradaspela Guerra Fernandina.D. Fernando permeneceu em Milmanda até 1372 , para além da assinatura do Tratado de Alcoutim,pelo compromisso assumido de casar com a filha de Henrique II , Leonor de Castela , que não aconteceu;quebrado o acordo ficou estabelecido pela Convenção de Tuy, a restituição das vilas de Milmanda,Allariz y Monterrey que lhe tinham sido oferecidas . Entretanto D. Fernando casa secretamentecom D. Leonor de Teles em 15 de Maio de 1372 em Leça do Balio.www.numismatas.com


30CHAVESMilmanda recebeu o primeiro foral de Alfonso IX no ano de 1199 com privilégios idênticos aos queFernando II tinha concedido a Benavente no ano de 1164 a esta localidade leonesa, beneficiandode liberdade e paz os seus habitantes, situando-se Milmanda a sul da Galícia na fronteira do Minhocom Portugal.16. Fuero de MilmandaLa localidad de Milmanda, en el municipio de Celanova, provincia de Orense, recibe un fuero brevedeAlfonso IX en el año 1199. El texto es, en esencia, una transcripción del fuero de Benavente, concedido porFernando II en 1164 a esa localidad leonesa, al que se le unen toda una serie de privilegios y de libertadesa favor de los habitantes de la nueva villa creada en el sur de Galicia, zona fronteriza con el recién creadoreino de Portugal. “In nomine Domini nostri Ihesu Christi, amen. Inter cetera que regiam maiestatem decorareuidentur et precipus est iusticiam excolere, atque inter sibi humiles et deuotos pacem et concordiamseminare; per hanc siquidem et loca inculta coluntur et que raro incolebantur habitatore innumera genciummultitudine regio subdita obsequio habitantur. Hinc est quod ego Alfonsus, Dei gratia Legionensis rex, unacum uxore mea regina domna Berengaria, damus et concedimus omnibus habitantibus in villa que Milmandadicitur uel ad habitandum ibi conuenientibus ipsam villam Milmanda ad populandam, cum talibusterminis et hereditatibus, uidelicet, Candanes, Soutobade, Caluos, Penesionas, Deua cum de Molendinis,Reuora de Rege, Ceio et Cobreros, Trasmires, Sancta Marta. Damus uobis alfoz contra regnum Portugalensium,quomodo diuiditur Legionensis regnum cum regno Portugalensium, et quomodo diuiditur flumenArnoia et intrat in Mineum, et quomodo diuiditur per flumen Sorga, et quomodo diuiditur Reuoeira de Regecum Sancta Vaia. Damus itaque uobis et concedimus Milmandam, ad populandam, cum supra nominatisterminis et hereditatibus, per forum de Beneuento.www.numismatas.com(I) Morator de Milmanda uindicet omnes suas hereditates ubicumque illas habuerit cum casa de Milmanda.(II) Populator de Milmanda infra terminos quibus partiuntur non det portaticum neque uassallus eius nequesuas hereditates.(III) Omnes uicini de Milmanda habeant unum forum. Et damus uobis feriam unum mensem ante NatiuitatemSancti Iohannis Babtiste, cautione autem quod nullus sit ausus contrariare uel disturbare seu ... illam,uel satutibus in ea ...d inde sit eius inimicus uel debitor uel fideiussor. Et si aliter fecerit mille morabetinospectabit, medios ad regem, medios ad concilium et alcaldes.(IV) Vicinus de Milmanda qui tendam rotundam in fossatum leuauerit, excuset quatuor homines pedites;alcalde excuset tres; signa escuset XIIcim; notarius excuset unum.(V) Si uir uxorem cum qua bona uitam facere solet percuserit, et inde hobierit, non pectet homicidium nequede suo aliquit perdat nec sit homicida. Et de filiis a patre uel a matre percussis inde hobierit 300


31CHAVESde Historia del Cuadernos Derecho 2003, 10 257-343(1) Victória Armesto em Verbas Galegas , escreveu FernandoI , chegou ás portas de Cruña o primeiro de Maio de 1369(2) Univ Minho – Casa Sarmento.Do mesmo modo , do que há um ano, ao apresentamos um trabalho na <strong>Revista</strong> no. 1 do encontrodo Forum dos <strong>Numismatas</strong> em Santarém , sobre Miranda do Douro e as moedas de emergência queD. Fernando mandou cunhar em diversas localidades que ocupou com as siglas ou letras monetáriasde Tuy - T ; TU ; TV ; TVY - Milmanda M ; MI - Cória Q - Zamora ÇA ; Ç - Corunha C-V ; CRV- V – Valência de Alcântara , para satisfazer os custos da guerra e do pagamento dos salários aosseus soldados e impor a soberania sobre as terras conquistadas , aqui estamos para que os nossoscolegas Galegos possam corroborar com os seus argumentos de que Milmanda foi a vila onde foramcunhadas as moedas atrás mencionadas.Na Ceca de Milmanda com a letra monetária gótica M e M-I , foram cunhadas Barbudas ,Meias barbudas, Graves , Pilartes de Coroa , Tornes e Meio tornes de cruz , todas elas entre Junho de 1369e meEm alguns registos de autores Galegos e Castelhanos que encontramos e a seguir descriminamosnão se lhes suscitaram dúvidas para que nos seus trabalhos considerassem Milmanda o local de cunhagemreferenciado nas moedas a que nos referimos com M e M-I, e que alguns colegas portuguesesvão insistindo em atribuir a Miranda do Douro, a Casa da Moeda onde essas moedas forambatidas, mas sobre isso já o grande professor Leite de Vasconcelos em 1916, há quase 100anos esclareceu claramente, num excelente trabalho em o Archeólogo Português e publicado noDiário de Notícias no mesmo ano ; decorridos estes anos ainda ninguém apresentou trabalho queo contrarie com factos convincentes ; não é abundante o material que pesquisamos acessível ao temana língua castelhana, de qualquer modo sendo curto é elucidativo.Durante algum tempo fomos observando o registo em algumas <strong>Revista</strong>s Numismáticas de váriostextos sobre o assunto, com o balanceamento, uma vezes para o lado português e de outras parao castelhano, não sendo unânime uma posição definida nem uma opinião coerente sobre a verdadeque humildemente Leite de Vasconcelos não se importou de corrigir, até que recentemente na <strong>Revista</strong>da Numisma No. 66 de Setembro de 2009, vem relançar o tema com a publicação do seu trabalho jápublicado no princípio do século passado .Observemos os textos e imagens que os autores e escritores numismáticos, espanhóis foram publicandoao longo de muito anos, com referência à ceca de Milmanda.Retemo-nos um pouco no texto de entrada como introdução histórica de Alcazar de Milmanda ou,à História de la moneda espanhola por Octávio Gil Farrés; Glossário Hispânico de Numismática por FelipeMateu y Lopis; La Moneda Hispano Musulmana y Cristiana 711-1981, por Carlos Castán yJuan RamonCayon e a muitos outros trabalhos que não localizámos.www.numismatas.com


32CHAVESAinda, com referência às moedas de D. Fernando cunhadas en Galícia, escreveu:Ricardo Luis Pita Fernandèz, em “A Moeda en Galícia y Galícia na Moeda”“ISBN:84-605-9958-2,Santiago, 1999... Fernando I establece dos nuevas casas de la moneda en el sur deGalícia, en Tui y Milmanda (en Celanova)....de la ceca de Milmanda con marca M: Tornès de plata: FernandusRex Portugal Algarve/Dominus Michi Aiutor Et Ego. Y del mismo estilo, Grave, Médio tornès, Barbuda,Meia Barbuda y Pilarte....Por otra parte , Dom Fernando utiliza la activa la ceca coruñesa...”Jaime Paz, responsável pelo Ciclo Numismático e Filatélico de Orense, escrevia... La ceca de da Milmandaposiblemente fuera acuñada en Santa Eufemia de Milmanda, cerca de Celanova (Orense) y lade Quiroga (Quiroga Lugo), esta última no la incuímos neste catálogo por no disponer de suficienteinformación.Seguem-se outros textos localizados na literatura galega relativos ao mesmo tema:“Em las guerras por la corona de Pedro I era señor de Milmanda , Suero Yañez de Parada e alcaide mayorPayo Araújo . Em 1366 , Juan Rodriguez de Biedma se alzó por don Enrique com las fortalezas reales. DerrotadoBiedma por los leales a don Pedro, que mandaba el cuñado de éste don Fernando de Castro, ocupólas tenencias de Allariz y Milmanda Men Rodriguez de Sanabria, que com don Fernando y Yañez Paradaacompañó a dom Pedro em el itinerário que terminó em Montiel. Yáñez y Men Iograron fugarse, y trajerona Galicia las nuevas.”“Yáñez y Araújo se exiliaron a Portugal y se pusieron al servicio del yerno del rey asesinado. Fernando I,con el apoyo de la nobleza gallega puso su corte en Milmanda en mayor de 1369, y ocupó las ciudades gallegas: y aunque Enrique envió las Compañias Blancas, es probable que la base de Milmanda se sostuviessehasta 1372 en que terminó esta fase de guerras.”www.numismatas.com


33CHAVESNa Crónica de Henrique II, extraímos o seguinte:Na Galipedia, a wikipedia na língua galega se descreve a moeda Barbuda:“Barbuda (moeda)A barbuda foi unha moeda portuguesa batida durante o reinado de D. Fernando I de Portugal (1367-1383).No anverso mostra a efixie do rei e no reverso un helmo do que recibe o nome a moeda xa que esa clasede helmos era coñecidos como barbudas.Era unha moeda de bellón que ó primeiro equivalía a unha librade 20 soldos, e tras de 1371 valía 14 soldos, ó final acabou equivalendo tan só a 2 soldos e 4 diñeiros. Ademaisde en Portugal labrouse tamén en Galicia, na Real Casa da Moeda da Coruña e nas cecas de Tui e Milmandadurante o tempo que o rei portugués ocupou esas vilas na súa pretensión ó trono castelán.”Os quadros que se seguem continuam a mencionar Milmanda nas cecas Castelhanaswww.numismatas.com


34CHAVESMostramos mais um quadro de apresentação e venda de moedas de D. Fernando I, numa grande lojanumismática do país vizinho, especificamente Barbudas de várias Casas da Moeda onde o nosso reias mandou lavrar, como a de Milmanda de Cória, Corunha, Tuy e Zamora, clarificador para o nossotrabalho.Extraímos ainda esta página sobre a História de Ribadavia e sus arredores, datado de 1920.www.numismatas.com


35CHAVESPor último, deixamos um apontamento que julgamos importante para que se perceba e entenda por querazão nas Cortes de Lisboa de 1371, e que Aragão apresenta parte dela transcrita no Comprovativono. 10, na página 348, no art. 34, em que descreve que o rei D. Fernando mandou recolher as moedasda “Crunha, Tuy e Çamora”, e pelo facto de não mencionar também as que se cunharam em Milmandae Valência de Alcântara, é argumento para que alguns numismáticos sejam partidários de Miranda doDouro para as moedas com a letra monetária M; então porque seria que assim aconteceu? Expliquemo--nos: as Cortes de Lisboa foram realizadas em 6 de Agosto de 1371, cinco meses após a assinaturada Paz ou Tratado de Alcoutim, em 31 de Março desse ano; nessa Convenção se estabeleceram-sediversos acordos para que os dois reinos entrassem de uma vez por todas numa paz duradoura; aparte que nos interessa agora esclarecer do Tratado, é aquela em que o nosso rei se comprometeua casar com a filha de Henrique II, a Infanta Leonor de Castela ; não seria correcto- nas Cortes de Lisboalevantar o problema das moedas de Milmanda ou mesmo Valência, porque estava acordado queD. Fernando receberia como oferta desse casamento as Vilas de Milmanda , Allariz e Monterrey; elaspersistiram em nosso poder desde Março de 1371 a Abril de 1372 , data em que foi dada continuidadeao Tratado de Alcoutim com a assinatura de nova Convenção realizada em Tuy, para que o reino deCastela recebesse de volta as vilas ainda na posse das forças partidárias do nosso Rei e anulasse ocasamento com a filha de Henrique II.Em “Beatriz de Portugal, La Pugna dinástica Avis-Transtâmara” , pg. 53 , 54 e 55 , de César de Oliveira Serrano :Cap. 2 - EL MATRIMÓNIO DE FERNANDO IEstando reunidas las Cortes con sones de boda, Enrique II, recebiò la desagradable notícia de que FernandoI acababa de casarse, en enero de 1372, con Leonor Téllez (o Teles) de Meneses, rompiendo la pazde Alcoutim, recién firmada. Pedro López de Ayala vuelve a contar el episodio con su habital estilo directo:www.numismatas.com


36CHAVES“ Estando el Rey Don Enrique en las Cortes que facia en Toro llegaraon y a él mensageros del Rey de Portogal,por los quales le facia saber , que él casara e era casado con una dueña del su Regno de Portogal, quedician Doña Leonor Téllez de Meneses : que le rogaba que lo non oviese por enojo, por quanto non podiacasas con la Infanta Doña Leonor, su fija del Rey Don Enrique , ca antes quel dicho casamiento se firmasse, él oviera tomado por muger a la dicha Doña Leonor Tellez de Meneses ; pero con todo eso que su voluntadera de quedar su amigo, e otrosi de la mandar entregar las villas de Castilla que tenia e le ...rogaba que selas ficiese dar e entregar luego, e que ellos fincasserm amigos. E los mensaxeros de Portogal dixeron que lostenian poder para ello ; e el Rey envió con ellos e entrgaronle las villas....La boda de Fernando I , en la medida que suponía una afrenta a Enrique II , significaba una reanudaciónde las hostilidades a corto plazo, aunque de momento se firmó el Tratado de Tui (Abril de 1372),que devolvia las fronteras a la situación anterior à la guerra.”Era desajustado levantar essa questão nas Cortes de Lisboa em princípios de Agosto de 71, D. Fernandoguardou bem esse trunfo do casamento sabendo à partida que o não iria cumprir; a Paz erao mais importante para o nosso rei. A história diz-nos que D. Fernando era mulherengo e era muiformoso e tinha um romance que nem os portugueses sabiam ou desconfiavam, e mais tarde vierama rejeitar, terminando ele com o casamento oficioso em Maio de 1372, em Leça do Balio , com LeonorTeles de Meneses, pelo que a partir desta data estava rompido o compromisso que havia assinado noTratado, para casar com a filha do rei castelhano.Ora, com a devolução de Milmanda e outras vilas a Castela, pelo Tratado de Tui, em Abril de 1372a moeda que havia circulado até esta data, não mais tinha justificação nem direito para continuar a sercunhada ali, nem circular nestas vilas que o nosso rei foi obrigado a restituirEstivemos em Milmanda de Junho de 1369 a pelo menos até Abril ou Maio de 1372.O facto de não estar registado no articulado e não se fazer alusão nas Cortes de Lisboa de 1371 ,à quebra da moeda de Milmanda juntamente com as da Corunha, Tuy e e Samora , leva a que algunscoleccionadores argumentem e sejam partidários de Miranda do Douro, como a Oficina que cunhou asmoedas com M e M-I., não estavam nem podia lá estar escrito porque o compromisso de casamentose prolongou muito para além das Cortes e se manteve válido por muito tempo, conforme atrás se fazreferência. É esta a mais correcta explicação plausível para que tal tivesse acontecidoOra, o que dissemos no trabalho que apresentámos em 09 de Maio de 2009 na <strong>Revista</strong> n.1 do 1ºEncontro do “Forum dos <strong>Numismatas</strong>” em Santarém, sobre o mesmo tema, repetimo-lo novamente;não pretendemos vincular os conteúdos que aqui transcrevemos a qualquer verdade absoluta, mascontinuamos até prova em contrário, a sermos partidários dos que consideram que em Milmanda secunharam Barbudas; Meias Barbudas; Tornezes; Meio Tornezes; Graves e Pilartes, e não em Mirandado Douro, cuja importância à época se reduzia a pouco mais de uma dúzia de vizinhos, homizíadas,ao Castelo e à Fortaleza de Outeiro de Miranda.www.numismatas.com


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