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O Ruído e a Cidade - Agência Portuguesa do Ambiente

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Traduzi<strong>do</strong> e adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong> francês com a amável autorização <strong>do</strong> Certu, Ministère de l'Équipement (França).


Começa a haver meia-noite, e a haver sossego,Por toda a parte das coisas sobrepostas,Os andares vários da acumulação da vida...Calaram o piano no terceiro andar...Não ouço já os passos no segun<strong>do</strong>-andar...No rés-<strong>do</strong>-chão o rádio está em silêncio...Vai tu<strong>do</strong> <strong>do</strong>rmir...Fico sozinho com o universo inteiro.Não quero ir à janela:Se eu olhar, que de estrelas!Que grandes silêncios maiores há no alto!Que céu anticitadino! -Antes, recluso,Num desejo de não ser recluso,Escuto ansiosamente os ruí<strong>do</strong>s da rua...Um automóvel! - demasia<strong>do</strong> rápi<strong>do</strong>!Os duplos passos em conversa falam-me...O som de um portão que se fecha brusco dói-me...Vai tu<strong>do</strong> <strong>do</strong>rmir...Só eu velo, sonolentamente escutan<strong>do</strong>,Esperan<strong>do</strong>Qualquer coisa antes que durma...Qualquer coisa.Álvaro de Campos


1- O RUÍDO ----------------------------------------------------------------------------------- 62- A INCOMODIDADE --------------------------------------------------------------------143- O CONTROLO DO RUÍDO -----------------------------------------------------------183.1- AS INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTE ---------------------------183.2- OS EDIFÍCIOS -------------------------------------------------------------------- 223.3- AS FORMAS URBANAS ------------------------------------------------------ 224- A LEGISLAÇÃO ------------------------------------------------------------------------ 325- AS AUTORIDADES COMPETENTES -------------------------------------------- 32


O RUÍDO


61.O RUÍDOO RUÍDOPode definir-se som como qualquer variação da pressão atmosférica que oouvi<strong>do</strong> humano pode detectar, seja no ar, na água ou em qualquer outro meiode propagação.O Ruí<strong>do</strong> é defini<strong>do</strong> como um som desagradável ou indesejável para o serhumano.O DECIBELA gama de pressões sonoras a que o ouvi<strong>do</strong> humano é sensível é, como sereferiu, muito alargada, tornan<strong>do</strong>-se portanto pouco prática quan<strong>do</strong> utilizada nasua unidade de referência – o Pascal (Pa). É pois vantajoso recorrer a umartifício matemático, converten<strong>do</strong> a escala linear de pressão sonora em Pascal(Pa), numa escala logarítmica de nível de pressão sonora em decibel (dB). Nestanova escala, a relação entre um som correspondente ao limiar da audiçãohumana e um som <strong>do</strong>loroso, abrange apenas 120 unidades.A caracterização <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong> pode ser efectuada através da sua frequência (baixa –sons graves, média, alta – sons agu<strong>do</strong>s) e da sua amplitude medida em termos<strong>do</strong> “Nível de Pressão Sonora”.INFRASONS AUDÍVEL ULTRASONS120 dB 20 Pascaldecibelpressãosonora020200200020000Frequência (Hz)1500000 dB 201milhãoPascalBAIXAS FREQUÊNCIAS(SONS GRAVES)FREQUÊNCIAS MÉDIASALTAS FREQUÊNCIAS(SONS AGUDOS)A pressão sonora não é mais <strong>do</strong> que a diferença entre a pressão ambienteinstantânea relativamente à pressão atmosférica a partir da qual o ouvi<strong>do</strong>humano é sensível.O ouvi<strong>do</strong> humano possui uma sensibilidade muito elevada uma vez que arelação entre a pressão sonora característica de um som que cause <strong>do</strong>r e de umsom que seja audível é da ordem de 1 000 000.LIMIAR DE AUDIÇÃO20Pa1000000LIMIAR DA DOR20Pa2pLp = 10 x log10= 20 x logp 0em que,Lp é o nível de pressão sonora expresso em dBp é a pressão sonora expressa em Pap 0é a pressão sonora de referência (p 0= 20x10 -6 Pa) e que corresponde aolimiar mínimo da audição humana10pp 0Ruí<strong>do</strong> inaudível Ruí<strong>do</strong> audível Ruí<strong>do</strong> insuportável


7O DECIBEL "A"Um nível de pressão sonora, expresso em decibel (dB), não é verdadeiramenterepresentativo da sensação auditiva humana devi<strong>do</strong> ao facto <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong> humanoser pouco sensível às frequências muito baixas (infra-sons, abaixo <strong>do</strong>s 20 Hertz)bem como às muito altas (ultra-sons, acima <strong>do</strong>s 20 000 Hertz).O nível de pressão sonora expresso em dB deve, então, ser pondera<strong>do</strong> por umcoeficiente dependente da frequência, por forma a ter em linha de conta adiferente sensibilidade auditiva humana à frequência. Deve, nomeadamente,penalizar as componentes graves e agudas <strong>do</strong> som emiti<strong>do</strong> relativamente àsmédias.Tal significa, por exemplo, que a duplicação <strong>do</strong> volume de tráfego ro<strong>do</strong>viário setraduz por um aumento de 3 dB(A) no correspondente nível de pressão sonorapondera<strong>do</strong> A.2ppp10 2x 2+ =A= 3+ Lp22x logA10 p= 10xlog10logA1010 x log102+10xlog100p 060 + 70 = 70 ...?p 0ACURVA DE PONDERAÇÃO "A"10Níveis relativos em dB0-10-20-30-40CBA1000-5000HzBRRRR-502031,550Obtém-se assim um nível de pressão sonora expresso em dB(A) – Nível dePressão Sonora Pondera<strong>do</strong> A, que descreve a sensação com que efectivamenteo Ser Humano percebe determina<strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>. Foram estabelecidas outras curvasde ponderação mas para utilizações muito específicas.Uma aritmética particular801252003155008001250200060 + 60 = 63 ....?3150500080001250020000Frequência em HertzSe duas fontes sonoras emitem simultaneamente ruí<strong>do</strong>s cujos correspondentesníveis de pressão sonora pondera<strong>do</strong> A diferem em 10 dB(A) ou mais, o ruí<strong>do</strong>resultante <strong>do</strong> funcionamento das duas fontes terá um nível de pressão sonorapondera<strong>do</strong> A igual ao <strong>do</strong> mais eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is ruí<strong>do</strong>s. O ruí<strong>do</strong> de menoramplitude é, portanto, mascara<strong>do</strong> pelo de maior amplitude.Num determina<strong>do</strong> ponto, a soma de <strong>do</strong>is níveis de pressão sonora, L p1 e L p2 ,resultantes <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> emiti<strong>do</strong> por duas fontes distintas em funcionamentosimultâneo, pode ser obtida recorren<strong>do</strong> ao gráfico seguinte.ADIÇÃO DE NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA360 dB(A) 60+3 dB(A)L +(dB)2,521,510,500 5 10 15 20L (dB)


8A meto<strong>do</strong>logia a utilizar é:A ESCALA DO DECIBEL1 - calcular a diferença, ∆L, entre os <strong>do</strong>is níveis de pressão sonora que sepretende adicionar;2 - para esse valor de ∆L, ler no gráfico o correspondente valor de L+;3 - adicionar esse valor de L+ ao nível de pressão sonora mais eleva<strong>do</strong>;4 - o resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> em 3 corresponde ao nível de pressão sonora global dasduas fontes em funcionamento simultâneo;5 - no caso de se pretender somar mais <strong>do</strong> que <strong>do</strong>is níveis de pressão sonora, oprocedimento é análogo, deven<strong>do</strong> ser soma<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is a <strong>do</strong>is por ordem crescente<strong>do</strong> respectivo valor.Também se pode efectuar a soma de níveis de pressão sonora recorren<strong>do</strong> auma calcula<strong>do</strong>ra e utilizan<strong>do</strong> a seguinte expressão geral:Lp +Lp12Lp110= 10 x log 1010 +210 Lp 1010 x 60 = 70 ....?em termos de energia sonora1301201101009080701 No campo, à noite (raramente os níveis de pressão sonora descem abaixo<strong>do</strong>s 30 dB(A)).2 No campo, durante o dia.3 Escritório movimenta<strong>do</strong>. Atenção: sons agu<strong>do</strong>s e de curtaduração, mesmo de fraca amplitude, podem tornar-separticularmente incomodativos.4 Estradas.5 Concerto de música rock(em alguns casos podem observar-seruí<strong>do</strong>s de amplitudes ainda maiores).6 Foguetão, reactor.de 65a 90 dB100 dB120 dB60dB(A)1605060 dB4040 dB70dB(A)10302030 dB100As experiências que têm vin<strong>do</strong> a ser efectuadas neste <strong>do</strong>mínio mostram que oSer Humano interpreta um acréscimo de 10 dB(A) como se se tratasse de umaumento <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> apenas para o <strong>do</strong>bro.1 2 3 4 5 6


9MEDIR O RUÍDOO Ruí<strong>do</strong> não é estacionário, varian<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong> tempo. Assim sen<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong>se pretende, por exemplo, caracterizar o ruí<strong>do</strong> de tráfego ro<strong>do</strong>viário, umamedição instantânea <strong>do</strong> seu valor não é suficiente. Apenas uma média, obtidaapós um tempo de medição adequa<strong>do</strong>, será efectivamente representativa.Actualmente, o equipamento mais utiliza<strong>do</strong> na caracterização de um ruí<strong>do</strong> é oSonómetro com análise em frequência. O Sonómetro mede o nível de pressãosonora pondera<strong>do</strong> A, permitin<strong>do</strong> assim a obtenção de um valor quecorresponde à sensação com que o Ser Humano percebeu o ruí<strong>do</strong> em análise.Quan<strong>do</strong> o Sonómetro possibilita a realização de análises em frequência, aavaliação <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> é ainda mais precisa, já que para além da respectivaamplitude, também a sua “qualidade” fica determinada.A avaliação <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> é, em geral, efectuada em termos <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r LAeq,poden<strong>do</strong> no entanto, em situações particulares, ser conveniente a utilização <strong>do</strong>LAeq em conjunto com outros indica<strong>do</strong>res.COMO SE PROPAGA O RUÍDO?O ruí<strong>do</strong> diminui com a distância <strong>do</strong> receptor à fonte sonora, propagan<strong>do</strong>-se atéatingir um obstáculo. Perto de um solo absorvente (por exemplo: solo cultiva<strong>do</strong>,floresta) o ruí<strong>do</strong> propaga-se com dificuldade; pelo contrário um solo reflector(por exemplo: calçada, piso asfalta<strong>do</strong>) facilita a propagação.Quan<strong>do</strong> o ruí<strong>do</strong> atinge um obstáculo, uma parte é reflectida e a restante éabsorvida, dissipan<strong>do</strong>-se sob a forma de calor, sen<strong>do</strong>, eventualmente,transmitida através <strong>do</strong> obstáculo.O Sonómetro permite a obtenção de diversos indica<strong>do</strong>res de ruí<strong>do</strong>:- instantâneos (SPL);- médios (L Aeq );- estatísticos ou níveis percentis 1 (por exemplo: L 95 , L 50 , L 10 );- máximos, mínimos (Lmax, Lmin).REFLEXÃOABSORÇÃOTRANSMISSÃO1 Nível percentil, representa<strong>do</strong> por LN , é o nível de pressão sonora que foi excedi<strong>do</strong> em N% <strong>do</strong> tempo de medição.b o u mÀ PROCURA DE UM BOM INDICADORdB(A)LmaxL 10L eqL 50L 95LminB O U MB O U MB O U MB O U MB O U MTempoLmax - Nível de pressão sonora máximo regista<strong>do</strong> no intervalo de tempo de medição.Lmin - Nível de pressão sonora mínimo regista<strong>do</strong> no intervalo de tempo de medição.L 10 - Nível de pressão sonora que foi excedi<strong>do</strong> durante 10% <strong>do</strong> tempo de medição.Bom indica<strong>do</strong>r (juntamente com L 1 ) da ocorrência <strong>do</strong>s níveis de pressão sonora mais eleva<strong>do</strong>s.L 50 - Nível de pressão sonora que foi excedi<strong>do</strong> durante 50% <strong>do</strong> tempo de medição. Parâmetro de grande utilidade prática,mas que é normalmente preteri<strong>do</strong> face a um indica<strong>do</strong>r mais seguro (L Aeq ).L 95 - Nível de pressão sonora que foi excedi<strong>do</strong> durante 95% <strong>do</strong> tempo de medição.Bom indica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> “ruí<strong>do</strong> de fun<strong>do</strong>” existente em determina<strong>do</strong> local.L eq - Indica<strong>do</strong>r aceite e utiliza<strong>do</strong> internacionalmente como o mais representativo <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> num determina<strong>do</strong>local e durante um certo intervalo de tempo; denomina-se por nível sonoro contínuo equivalente que é semprereporta<strong>do</strong> a um intervalo de tempo.Para além da distância e <strong>do</strong> tipo de solo, os outros factores que condicionam apropagação <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>, contribuin<strong>do</strong> para a sua atenuação, são:- a absorção atmosférica;- a morfologia e a altimetria <strong>do</strong> terreno;- a existência de obstáculos (por exemplo: muros, edifícios);- as condições meteorológicas (por exemplo: direcção e velocidade <strong>do</strong> vento,variações de temperatura e humidade relativa <strong>do</strong> ar).


10Caso de uma fonte pontualNuma fonte sonora pontual a atenuação <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> é da ordem <strong>do</strong>s 6 dB(A) porduplicação da distância à fonte.4dOBSTÁCULOS À PROPAGAÇÃO DO RUÍDOPara que um ruí<strong>do</strong> não seja audível é necessário impedir a sua propagação. Talpode ser consegui<strong>do</strong> através da colocação de obstáculos (os já existentes e/ouos especialmente construí<strong>do</strong>s para o efeito) entre a fonte e o receptor.2dDISTÂNCIAdL - 12 dB(A)L - 6 dB(A)L dB(A)Uma fonte sonora pontual radia energia sonora de forma mais ou menosidêntica em todas as direcções (ondas sonoras esféricas). Em termos de ruí<strong>do</strong>de tráfego ro<strong>do</strong>viário, admitimos que um veículo que se comporta como umafonte pontual, emite ondas sonoras em todas as direcções com a mesmaamplitude.Caso de uma fonte linearUma estrada pode ser considerada como uma fonte sonora linear se nelacircular um grande número de veículos em fila contínua.Neste caso, o ruí<strong>do</strong> propaga-se em superfícies hemi-cilíndricas que envolvem aestrada e que se caracterizam por um igual nível de pressão sonora. Assimsen<strong>do</strong>, a atenuação <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> passa a ser da ordem <strong>do</strong>s 3 dB(A) por duplicaçãoda distância à fonte (ondas sonoras cilíndricas).L- 6 dB(A)L- 3 dB(A)L dB(A)d2d4d


11O fenómeno de difracçãoQuan<strong>do</strong> se interpõe uma barreira acústica entre uma fonte sonora e umreceptor, o ruí<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> por este é fortemente atenua<strong>do</strong>, desde que a barreiraimpeça a existência de uma “linha de vista desimpedida” entre a fonte e oreceptor.Mas atenção! O ruí<strong>do</strong> pode não ser totalmente atenua<strong>do</strong>, pois pode chegar aoreceptor de uma forma indirecta devi<strong>do</strong> ao fenómeno de difracção nos bor<strong>do</strong>s(superior e laterais) da barreira.A atenuação aumenta com a distância percorrida pelo ruí<strong>do</strong>.BCAACCaminho directoA B CDistância aumentada pela presença <strong>do</strong> obstáculo


12-2,5-5 -10 -15 -20-5 -10 -15 -20-25+2,5 -5 -10 -12,5-150-17,5+2,5-20+5EstradaEstrada


A INCOMODIDADE


142. A INCOMODIDADEO DIREITO AO SOSSEGOVivemos numa paisagem sonora.Cada um <strong>do</strong>s sons que a compõe pode ser o suporte de uma informaçãonecessária à nossa vida quotidiana: o rumor <strong>do</strong>s passos de quem se espera, osgritos das crianças que brincam...O som pode tranquilizar: testemunha uma presença, reforça a proximidade.Pode distrair: a música, o vento, os pássaros que cantam...O som faz parte da vida.O silêncio por si só não é um objectivo desejável.Por oposição ao ruí<strong>do</strong> que nos incomoda, o que queremos na nossa vida emsociedade é um ambiente sonoro equilibra<strong>do</strong>. Uma paisagem sonora à escalahumana, que nos permita usufruir <strong>do</strong> direito ao sossego.televisão em nossas casas. É apenas ao longo <strong>do</strong>s grandes eixos de circulaçãoro<strong>do</strong>viária que o ruí<strong>do</strong> se torna mais eleva<strong>do</strong>. Os níveis de pressão sonora emcausa não são susceptíveis de deteriorar o sistema auditivo humano ... mas asconsequências ao nível da saúde são indiscutíveis.As queixas sobre ruí<strong>do</strong> não são novidade em meio urbano, mas a dimensão dascidades e o crescimento não sustentável das mesmas têm vin<strong>do</strong> a determinar oagravamento <strong>do</strong>s problemas.UM RUÍDO INCOMODA SE...... mascarar uma informação desejada, dificultan<strong>do</strong> a sua comunicação e/ou entendimento.- é, frequentemente, o caso <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> de tráfego ro<strong>do</strong>viário.- é também, o caso extremo de uma situação de perigo em que recorremos ao grito como“dispositivo” de alerta. Quan<strong>do</strong> o grito não surte efeito como por exemplo, num cenário dealgazarra, cria-se um sentimento de insegurança.- um ambiente rui<strong>do</strong>so constitui um problema suplementar para os invisuais, pois sen<strong>do</strong> oseu meio essencial de comunicação o acústico, passam a ter uma maior dificuldade em serelacionar com o Mun<strong>do</strong>.... lhe estão associadas circunstâncias desagradáveis.- o fenómeno é bem conheci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> visual, mas verifica-se igualmente no universo <strong>do</strong>audível: uma presença sonora indesejável pode gerar um conflito.... é muito forte: pode, por exemplo, acordar o a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong> perturban<strong>do</strong> o seu descanso.... é incompreensível.... fornece muitas informações inúteis, poden<strong>do</strong>, por exemplo, criar situações de perda devigilância.O RUÍDO INCOMODASão muitas as situações que podem estar na origem da sensação deincomodidade devi<strong>do</strong> aos efeitos <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>: ruí<strong>do</strong> da circulação ro<strong>do</strong>viária, <strong>do</strong>saeroportos, ruí<strong>do</strong> proveniente de uma indústria, de obras na via pública, músicaalta na casa de um vizinho, etc..De entre todas as fontes de ruí<strong>do</strong>, é o ruí<strong>do</strong> da circulação ro<strong>do</strong>viária que maisfrequentemente é aponta<strong>do</strong> como aquele que provoca incomodidade nummaior número de pessoas. Tal facto tem determina<strong>do</strong>, em algumas situações,que uma parte significativa da população exija restrições ao tráfego ro<strong>do</strong>viário,chegan<strong>do</strong> mesmo a opor-se à construção de novas (grandes) vias.No entanto, o ruí<strong>do</strong> proveniente de uma estrada com tráfego médio podeequivaler ao ruí<strong>do</strong> gera<strong>do</strong> por uma conversação num café ou ao ruí<strong>do</strong> daA noção de incomodidade devi<strong>do</strong> ao ruí<strong>do</strong>, varia com as pessoas, com oscostumes e, naturalmente, também com as circunstâncias em que ocorre.V R U U MV R U U MV R U U MV R U U MV R U U MV R U U M


15EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE HUMANAForam efectua<strong>do</strong>s vários estu<strong>do</strong>s que revelaram a existência de fenómenos de habituaçãoou de adaptação ao ruí<strong>do</strong>* pelo Ser Humano. Estes fenómenos ocorrem, no entanto, à custade alterações fisiológicas e psicológicas de cada indivíduo.É usual responder a esses estímulos sonoros, que se tornam incomodativos,mascaran<strong>do</strong>-os. Por exemplo, acrescentan<strong>do</strong> música de fun<strong>do</strong> em lugarespúblicos e priva<strong>do</strong>s, ou uma fonte no meio de uma pequena praça.Os efeitos <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> na saúde humana podem agrupar-se em:Efeitos físicos - quan<strong>do</strong> se observam alterações nas propriedades físicas <strong>do</strong> sistema auditivo(perdas auditivas).As perdas auditivas podem ser temporárias ou permanentes. Estas últimas resultam daexposição a níveis sonoros eleva<strong>do</strong>s ao longo de vários anos e verificam-se principalmenteem trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ramo industrial.Efeitos fisiológicos - quan<strong>do</strong> se observam alterações na actividade <strong>do</strong> corpo humano (porexemplo: alterações da pressão sanguínea, <strong>do</strong> ritmo cardíaco e respiratório, e tensõesmusculares).Efeitos psicológicos - quan<strong>do</strong> se observam alterações no comportamento (por exemplo:irritabilidade, stress, fadiga, diminuição da capacidade de concentração).* diminuição da resposta a um estímulo continua<strong>do</strong>.O SILÊNCIO TAMBÉM PODE INCOMODARQuan<strong>do</strong> o ruí<strong>do</strong> que nos envolve diminui, surgem nos nossos ouvi<strong>do</strong>s sons quepodem tornar-se deveras incomodativos. É o exemplo típico da torneira quepinga durante a noite.RUÍDO DE TRANSPORTESP IN GP IN GP IN GP IN GA Comissão Europeia, no seu Livro Verde "Futura Política de Ruí<strong>do</strong>", publica<strong>do</strong>em 1996, apresenta a seguinte estimativa:- na União Europeia, 80 milhões de pessoas encontram-se expostas, durante odia e no exterior, a níveis de pressão sonora provenientes <strong>do</strong>s meios detransporte que são superiores aos valores de ruí<strong>do</strong> geralmente considera<strong>do</strong>scomo aceitáveis - acima <strong>do</strong>s 65 dB(A);- outros 170 milhões de habitantes encontram-se expostos a níveis de pressãosonora compreendi<strong>do</strong>s entre os 55 e os 65 dB(A), que é o valor a partir <strong>do</strong> qual,durante o dia, as pessoas começam, normalmente, a sentir-se seriamenteincomodadas;


16- o ruí<strong>do</strong> proveniente <strong>do</strong> tráfego ro<strong>do</strong>viário é responsável pelo facto de nove décimos da população da União Europeia se encontrar exposta a níveis de pressão sonorasuperiores a 65 dB(A).Também em 1996, a ex-DGA publicou o <strong>do</strong>cumento "Ruí<strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> em Portugal", onde é apresenta<strong>do</strong> um primeiro estu<strong>do</strong> global sobre a exposição ao ruí<strong>do</strong> dapopulação portuguesa. Estimava-se então, que apenas 43% da população usufruía de conforto acústico nos seus locais de residência e que 19% justificava algumapreocupação já que residia em locais cujos níveis de pressão sonora, durante o dia, eram superiores a 65 dB(A). As situações mais gravosas surgiam nas imediações dasprincipais vias de tráfego ro<strong>do</strong>viário ou nos grandes centros urbanos e respectivas periferias e em particular na região de Lisboa.


O CONTROLO DO RUÍDO


183. O CONTROLO DO RUÍDO3.1. AS INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTEEm meio urbano, as Autarquias têm um papel fundamental na gestão <strong>do</strong> tráfego ro<strong>do</strong>viário, poden<strong>do</strong> tomar medidas que favoreçam as deslocações em transportespúblicos colectivos e em veículos não motoriza<strong>do</strong>s, em detrimento da utilização <strong>do</strong> automóvel particular ou de outros veículos a motor.Alguns números interessantes sobre as deslocações não motorizadas......permitem fluxos significativosde pessoas...ocupam espaços reduzi<strong>do</strong>sde estacionamentoDeve-se ter aínda em conta...peões 12,000 p/hbicicletas 10,000 p/hautomóveis 2,000 p/h0 m 2 1,2 m 2 18 m 2... a saúde daqueles que se deslocam apé ou de bicicleta, e a da restantepopulação,... as facilidades de comunicação,... a autonomia,BUSautocarroem faixa "bus" 7200 p/h... o interesse em desfrutar de passeiosagradáveis,autocarro emfaixa normal (máx) 6000 p/h0 m 2... a economia de energia.Fluxo relativo a uma estrada de 3m de largura,em teci<strong>do</strong> urbano denso.77 a 80 dB(A)74 dB(A)75 a 80 dB(A)66 a 71 dB(A)Níveis sonoros máximos admissíveis à saída dafábrica (Decreto-lei nº 49/2001, de 13 de Fevereiro)Níveis sonoros máximos admissíveis à saída dafábrica (Decreto-lei nº 267-B/2000, de 20 de Outubro)Veículos pesa<strong>do</strong>s Veículos ligeiros Motociclos Ciclomotores Bicicletas Peões


19MOBILIDADE URBANAPara agir em favor da mobilidade urbana é necessário repensar o lugar dabicicleta e <strong>do</strong> peão na cidade.PODE, POR EXEMPLO, FOMENTAR-SE:O transporte não motoriza<strong>do</strong> nas estruturas actuais, interditan<strong>do</strong> o trânsito em certas zonas,limitan<strong>do</strong> as velocidades de circulação noutras e crian<strong>do</strong> corre<strong>do</strong>res exclusivos paravelocípedes;A libertação da cidade de veículos ligeiros de particulares, garantin<strong>do</strong> estacionamentosadequa<strong>do</strong>s nos edifícios habitacionais, nos locais de trabalho, bem como nas zonascomerciais;A disponibilização de áreas de estacionamento público para velocípedes, sobretu<strong>do</strong> naszonas planas.- os veículos de transporte colectivo afectam uma menor área já que circulamem eixos bem defini<strong>do</strong>s, ao contrário <strong>do</strong>s veículos ligeiros de particulares quecirculam em todas as vias ocupan<strong>do</strong>, consequentemente, uma maior área deemissão de ruí<strong>do</strong>.GESTÃO DE TRÁFEGOCoordenação de semáforosA coordenação <strong>do</strong>s semáforos por forma a criar uma “onda verde” e destemo<strong>do</strong> melhorar a fluidez da circulação, pode permitir uma redução <strong>do</strong>s níveisde pressão sonora até cerca de 5 dB(A). Adicionalmente, permite ainda umcontrolo eficaz da velocidade <strong>do</strong>s veículos.Limitação da velocidade de circulaçãoSe uma frota de veículos circular a 120 km/h e gerar um nível de pressão sonorade cerca de 78 dB(A)......a 90 km/h observa-se uma redução para 74 dB(A) e,...a 60 km/h o nível de pressão sonora fica reduzi<strong>do</strong> a 70 dB(A) .A limitação da velocidade de circulação de veículos permite uma redução atécerca de 6 a 8 dB(A) manten<strong>do</strong>-se inaltera<strong>do</strong> o volume de tráfego.Restrições à circulação de veículos pesa<strong>do</strong>sAs restrições à circulação de veículos pesa<strong>do</strong>s, a certas horas e/ou em certaszonas, constitui igualmente uma medida de grande eficácia no controlo <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>de tráfego ro<strong>do</strong>viário.TRANSPORTES PÚBLICOSO reforço <strong>do</strong>s transportes públicos favorece a redução <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> de tráfegoro<strong>do</strong>viário. De facto, e apesar de um veículo de transporte colectivo ser maisrui<strong>do</strong>so <strong>do</strong> que um veículo ligeiro, os transportes públicos colectivosapresentam características que os tornam eficazes na luta contra o ruí<strong>do</strong>:- são necessários menos veículos de transporte colectivo <strong>do</strong> que veículosligeiros de particulares para transportar o mesmo número de pessoas;A<strong>do</strong>pção de um plano de circulaçãoUm plano de circulação tem por objectivo encontrar soluções que permitamfacilitar a circulação ro<strong>do</strong>viária, manten<strong>do</strong> inalteradas as ro<strong>do</strong>vias existentes.Consiste, essencialmente, em estabelecer desvios de tráfego em ruas que nãooferecem condições adequadas de circulação. No entanto, é necessário ter umaatenção especial quan<strong>do</strong> as alterações introduzidas determinam o aparecimentode vias de senti<strong>do</strong> único, pois podem causar um aumento considerável daszonas afectadas pelo ruí<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à transferência <strong>do</strong> tráfego ro<strong>do</strong>viário paravias secundárias.


20ACTUAR NAS RODOVIASINSTALAR BARREIRAS ACÚSTICASEXEMPLO DE UMA MORADIA JUNTO A UMA AUTO-ESTRADA:É também possível actuar em termos da emissão de ruí<strong>do</strong>:Crian<strong>do</strong> passagens desniveladas nos cruzamentos, desde que nãoimplique grandes declives nos respectivos acessosA criação de uma passagem desnivelada num cruzamento commuito movimento ro<strong>do</strong>viário pode reduzir o ruí<strong>do</strong> de tráfego semque seja necessário diminuir o volume de veículos a circular. Estaacção tem como principal objectivo a eliminação <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> gera<strong>do</strong>pelas acelerações e travagens junto aos semáforos.A<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> características geométricas homogéneasUm traça<strong>do</strong> plano com curvas homogéneas permite um fluxo flui<strong>do</strong>de veículos e, consequentemente, uma redução <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> emiti<strong>do</strong>.Naturalmente que esta acção determina o aumento <strong>do</strong> espaço decirculação automóvel e das distâncias percorridas.Evitan<strong>do</strong> declives acentua<strong>do</strong>sO declive de uma via ro<strong>do</strong>viária tem igualmente uma forte influênciana emissão de ruí<strong>do</strong>. De facto, numa estrada com uma inclinaçãosuperior a 2%, por cada 1% de aumento <strong>do</strong> declive, o respectivonível de pressão sonora aumenta cerca de 1 dB(A).Utilizan<strong>do</strong> barreiras acústicas naturaisO traça<strong>do</strong> de uma estrada pode igualmente tirar parti<strong>do</strong> de barreirasacústicas já existentes ou mesmo de barreiras naturais (porexemplo: aterros, taludes da própria estrada, armazéns quefuncionem como obstáculos à propagação <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>, etc.).Atenção: a eficácia de uma barreira de vegetação natural é muitoreduzida uma vez que são necessários pelo menos cerca de 10metros de densa vegetação para que se observe uma redução de 1dB(A).Utilizar pisos com características de absorção acústicaFace ao alcatrão convencional, a aplicação de pisos comcaracterísticas de elevada absorção acústica pode permitir umaredução na emissão <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> de tráfego ro<strong>do</strong>viário entre os 3 e os 5dB(A).SOLUÇÃO 1: barreira implantada a meio caminhoentre a fonte e o receptor, com duas unidadesde altura.RESULTADO: objectivo não alcança<strong>do</strong>.SOLUÇÃO 2: barreira semelhante à da Solução 1mas com três unidades de altura.RESULTADO: protecção insuficiente para o pisosuperior, existin<strong>do</strong> intrusão visual face ao espaçoexistente para a circulação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.SOLUÇÃO 3: barreira semelhante à da Solução 2mas colocada junto à berma da estrada.RESULTADO: protecção idêntica à conseguida coma barreira anterior mas um pouco melhor para opiso superior. No entanto, a relocalização dabarreira permitiu diminuir a intrusão visual paraos mora<strong>do</strong>res. O custo desta Solução é cerca de1,7 vezes superior ao da Solução 2.SOLUÇÃO 4: barreira semelhante à da Solução 3mas com cinco unidades de altura.RESULTADO: maior eficácia, mas muito maisdispendiosa e claramente pouco integrada napaisagem. O custo desta Solução é cerca de 2,5vezes superior ao da Solução 3.Na presente situação dar-se-ia preferência à solução 3, mas esteexemplo não é simples já que:• a auto-estrada também é utilizada pelos condutores;• os mora<strong>do</strong>res desejam ver de onde provém o ruí<strong>do</strong> e observar apaisagem.


21Nestes casos e após eventuais negociações com os mora<strong>do</strong>res, podem sera<strong>do</strong>ptadas outras soluções, como por exemplo, pérgolas, faixas envidraçadasna barreira, etc..COBERTURASA construção de uma cobertura total (túnel) ou parcial de uma estrada contribuipara uma redução significativa <strong>do</strong> nível de pressão sonora existente - cerca de20 dB(A). As coberturas devem, no entanto, ser entendidas como medidasexcepcionais pois só podem ser a<strong>do</strong>ptadas em alguns casos particulares.Cobertura ligeira com funçõesestritamente acústicasA barreira acústica deve proteger todasas fachadas expostas ao ruí<strong>do</strong>.Cobertura parcial da estrada(muro, cobertura ligeira e apoios)Para ser realmente eficaz, umabarreira acústica deve encobrircerca de 80 a 90% da fonte sonoracujo ruí<strong>do</strong> se pretende atenuar.Na prática, deve estender-se emcerca de 150 metros para cada um<strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> receptor/receptores aproteger.Por exemplo, uma barreira que“esconda” a fonte sonora somenteem um ângulo de 90º oferece umaredução <strong>do</strong>s níveis de pressãosonora de apenas 3 dB(A).90˚Cobertura pesada sobrea qual se pode circular (túnel)


Mas atenção às reflexões! Nos casos em que a largura (L) da estrada é muitoinferior à altura média <strong>do</strong>s edifícios (H) que a ladeiam (estrada “em U” 1 ), deveter-se em atenção as reflexões que serão necessariamente originadas, poden<strong>do</strong>também recorrer-se à utilização de materiais absorventes na constituição dasfachadas <strong>do</strong>s edifícios. No entanto, este tipo de medidas tem uma eficácialimitada, estimada em cerca de 2 a 3 dB(A).Limitar o número de fachadas expostasOs edifícios devem ser concebi<strong>do</strong>s ten<strong>do</strong> em consideração a presença e arespectiva localização de eventuais fontes sonoras. Nos exemplos que seguemverifica-se que é possível reduzir a superfície de fachada exposta a ruí<strong>do</strong>(configurações 2) relativamente às configurações 1.HCALMA3.2 OS EDIFÍCIOSL1 - Uma estrada em “U” não é mais <strong>do</strong> que uma estrada ladeada por edifícios quase contíguos com alturas mais oumenos homogéneas entre eles. Em termos acústicos, uma estrada é designada “em U” quan<strong>do</strong> H/L > 0.2; caso a estradatenha as cérceas diferentes de um e <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> da via, o valor de H corresponde à altura média das cérceas maisbaixas.1. Todas as fachadas estãoigualmente expostas2. Foi criada uma fachada"calma"AGIR SOBRE OS EDIFÍCIOSExistem vários méto<strong>do</strong>s para minimizar os efeitos <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> na fase deconcepção de um edifício.Neste contexto é importante evitar soluções ineficazes. No exemplo seguinte éilustrada a forma como o ruí<strong>do</strong> invade as fachadas e os espaços livres quan<strong>do</strong>não encontra obstáculos à sua propagação.1. Implantação maisdesfavorável em termosde exposição ao ruí<strong>do</strong>CALMA2. A superfície de fachada"calma" aumentaCALMACALMA22


23A implantação de edifícios paralelos a uma estrada, se por um la<strong>do</strong> determina aexistência de níveis de pressão sonora mais eleva<strong>do</strong>s na fachada confinantecom a via, por outro permite que a fachada das traseiras e os espaços aíexistentes permaneçam em ambiente menos rui<strong>do</strong>so.Muro com 5m de altura75 a 80 dB(A)60 a 75 dB(A)55 a 60 dB(A)Organizar os edifícios em função <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>A disposição <strong>do</strong>s edifícios deve ser efectuada por forma a que as divisõesmenos sensíveis ao ruí<strong>do</strong> (galerias de acesso, escadas, cozinhas, WC), fiquemviradas para a fachada mais exposta ao ruí<strong>do</strong>, reservan<strong>do</strong> a(s) restante(s)fachada(s) para os quartos de <strong>do</strong>rmir, salas de estar, etc...Actuar nas fachadas <strong>do</strong>s edifíciosO ruí<strong>do</strong> exterior pode transmitir-se para o interior <strong>do</strong>s edifícios através dasjanelas (não esquecen<strong>do</strong> as caixas de estores) se os materiais que asconstituem possuírem um baixo “índice de isolamento acústico à transmissão”.Considera-se que, na grande maioria <strong>do</strong>s casos, as paredes exteriores ecobertura (“parte opaca”) verificam as exigências de isolamento sonoro quelhes possam ser exigidas, pelo que, normalmente, não constituem o factorlimitante no condicionamento acústico de um edifício.Na construção de um edifício deve assegurar-se que todas as suas fachadas seencontram o mais isoladas possível relativamente ao ruí<strong>do</strong> exterior. Mas se oreforço <strong>do</strong> isolamento é aceitável <strong>do</strong> ponto de vista acústico, devem igualmentetomar-se cuida<strong>do</strong>s especiais na concepção <strong>do</strong> sistema de ventilação dashabitações por forma a assegurar o respectivo conforto térmico nos meses deVerão e de Inverno. Este reforço <strong>do</strong> isolamento sonoro constitui um últimorecurso em planos de redução de ruí<strong>do</strong> mas é por vezes a única protecção eficazpara edifícios implanta<strong>do</strong>s muito próximo das vias ro<strong>do</strong>viárias. Refira-se aindaque, naturalmente o isolamento acústico só é eficaz enquanto as janelaspermanecerem fechadas.Melhoramento das janelasOS ISOLAMENTOS USUALMENTE CONFERIDOS POR JANELAS SÃO OS SEGUINTES(valores meramente indicativos):Janela aberta7 dB(A)Janela convencional fechada22 dB(A)Janela convencional fechada e calafetada ou com vidro mais espesso e caixilharia de altaqualidade 27 dB(A)Janela com vidros duplos e caixilharia de alta qualidade27 a 35 dB(A)Janela dupla com ou sem ventilação incorporada33 a 45 dB(A)PATAMARRUÍDOFACHADACALMATomadas de arNo caso de existirem entradas de ar é necessário tratá-las - por aplicação dechicanas, ou rever inteiramente o sistema normal de ventilação - por instalaçãode ventilação mecânica controlada com condutas.Caixas de estoreConsiderações da mesma natureza podem também referir-se para as caixas deestore.


243.3. AS FORMAS URBANASAS FORMAS URBANAS DETERMINAM O RUÍDO AUDÍVELDe um 14º andar, avistan<strong>do</strong> de cima to<strong>do</strong>s os telha<strong>do</strong>s da cidade, o nossoouvi<strong>do</strong> desfruta de um vasto “panorama acústico”. Um residente diz ouvir ocomboio que passa na ponte metálica a 5 quilómetros de distância, o avião adescolar da pista a 7 quilómetros e o ruí<strong>do</strong> proveniente da auto-estrada que ficasituada a 3 quilómetros.Mas será que estes ruí<strong>do</strong>s lhe interessam? Pode ouvir quilómetros quadra<strong>do</strong>sde acontecimentos e actividades, mas será que ele consegue ouvir os seusfilhos que brincam lá em baixo na rua, os pássaros a piar, a brisa nas folhas dasárvores, ou um amigo que se aproxima? Às nossas habitações/residênciaschegam, regularmente durante o dia e a noite, sons com interesse claramentediminuto.Se se designa habitualmente por “nevoeiro” o fenómeno que esconde apaisagem, será que também não está no “nevoeiro” uma pessoa que vive num7º andar, com a janela fechada, num edifício localiza<strong>do</strong> na proximidade de umaro<strong>do</strong>via importante, e que diz ouvir apenas um rumor?Certas pessoas pretendem que a sua casa seja concebida como uma “caixaestanque ao ruí<strong>do</strong>, fican<strong>do</strong> assim preparada para ser mergulhada num meiorui<strong>do</strong>so”. Outras pensam que as casas “mesmo com 20 andares, se foremenquadradas numa área verde, deixam de ser monstros arquitectónicos. Osandares médios e superiores ficam assim protegi<strong>do</strong>s da algazarra que se podeeventualmente desencadear ao nível <strong>do</strong> rés-<strong>do</strong>-chão.”Estas opiniões ignoram todas as relações <strong>do</strong> Ser Humano com o ambiente queo rodeia. Ora estas relações são-nos claramente úteis e em alguns casos atévitais. Cada um de nós já sonhou com uma casa, mas ninguém com uma semportas nem janelas!...A ARTE DE CONSTRUIR OBSTÁCULOSAs formas urbanas podem favorecer ou dificultar a propagação <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>.Uma fachada viradapara uma rua rui<strong>do</strong>sa,uma fachada viradapara um pátio protegi<strong>do</strong>.Os edifícios perpendicularesàs vias permitema passagem <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>.Atenção às entradas!O ruí<strong>do</strong> propaga-se porto<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>.O ruí<strong>do</strong> <strong>do</strong> tráfegoro<strong>do</strong>viário invade umapraça desprotegida.mais de 65 dB(A) entre 55 e 65 dB(A) menos de 55 dB(A)


25OBSERVAÇÕES SOBRE ALGUMAS FORMAS URBANAS HABITUAISConsideremos um terreno envolvi<strong>do</strong> por fontes rui<strong>do</strong>sas:To<strong>do</strong>s os espaços exteriores estão expostos aoruí<strong>do</strong> da rua: todas as janelas estão expostas deforma idêntica. Não há um único espaço cujosossego acústico permita a localização dasdivisões mais sensíveis. É o caso maisdesfavorável.Alguns exemplosSeparação bem definida entre o espaço público e o espaço semi-públicoDevem ficar claramente separa<strong>do</strong>s os locais onde se registam ruí<strong>do</strong>sprovenientes de veículos motoriza<strong>do</strong>s e o espaço priva<strong>do</strong>. Deve garantir-se queas divisões mais sensíveis das habitações, bem como os eventuais jardins,ficam localiza<strong>do</strong>s em zonas de maior sossego acústico (normalmente nastraseiras).Os edifícios têm quase to<strong>do</strong>s a mesma orientaçãorelativamente ao ruí<strong>do</strong>. Mas não só, pois verificaseexactamente o mesmo em termos daexposição solar, <strong>do</strong> arejamento e até da vidasocial.Decomposição e justaposiçãoO espaço público, o espaço semi-priva<strong>do</strong> e o espaço priva<strong>do</strong> devem serjustapostos, por forma a garantir uma correspondência entre os respectivosespaços visuais e acústicos. Um edifício de habitação pode ter as suas janelasviradas para um espaço público, mas deve apresentar igualmente uma fachadadisponível para um espaço priva<strong>do</strong> que eventualmente pode também ser umespaço de trabalho.A construção de pátios interiores com edifícios"em recorte" é uma das melhores formas para secriarem espaços “quase imunes” ao ruí<strong>do</strong> detráfego ro<strong>do</strong>viário. Mas a forma e a dimensãodesses pátios deve ser criteriosamenteprojectada, por forma a não se tornarem espaçosresiduais. Tanto o ambiente acústico como oambiente visual que é cria<strong>do</strong> por esses pátios,deve ser o deseja<strong>do</strong> pelos respectivosmora<strong>do</strong>res.


26Edifícios de outros temposEdifício <strong>do</strong> século XVIII que não “volta as costas” à rua:Esta ideia pode servir de inspiração na construção actual de qualquer tipo deedifício de habitação.planta» o espaço priva<strong>do</strong> é orienta<strong>do</strong> em direcção ao espaço público;» o muro, que funciona como barreira acústica, está implanta<strong>do</strong> próximo da fonte sonora.Este muro é suficiente para atenuar o ruí<strong>do</strong> proveniente <strong>do</strong> exterior permitin<strong>do</strong> que os“ruí<strong>do</strong>s interiores” <strong>do</strong>minem o espaço priva<strong>do</strong>, sem que tal determine um corte totalcom o exterior.Construção tradicional em torno <strong>do</strong> pátioA construção em profundidade com um pátio interior, apresenta a vantagem depossuir no máximo 15 a 25% de fachadas expostas ao ruí<strong>do</strong>, algo que éexcelente quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com outras soluções em que 100% das fachadasse encontram expostas. Este tipo de construção protege ainda espaçosexteriores, pátios e jardins.plantaO pátio deve permitir o convívio entre os mora<strong>do</strong>resO pátio interior, que se apresenta como uma solução acústica benéfica, tem assuas exigências próprias: o universo acústico cria<strong>do</strong> entre os seus muros nãopode ser deixa<strong>do</strong> ao acaso, sen<strong>do</strong> indispensável definir adequadamente a sualocalização, as suas dimensões, a sua forma e ainda as suas funções.Por exemplo, uma área comum exterior (pátio) de um imóvel habita<strong>do</strong> por 400pessoas terá de suportar todas as noites uma criança que chora, um casal emcrise ou ainda uma festa algures. Trata-se de uma situação insuportável e inútil.Como é possível um entendimento cordial com os nossos vizinhos numasituação destas?É necessário que o pátio ofereça aos mora<strong>do</strong>res a possibilidade deverdadeiramente se encontrarem e comunicarem entre si. Ten<strong>do</strong> emconsideração as condições climáticas e as características da populaçãoresidente, o pátio poderá tornar-se um local de passagem, um local de descansoe de lazer ou até uma possibilidade de convívio entre os mora<strong>do</strong>res.EDIFÍCIOS NÃO RESIDENCIAISPelas razões opostas, isto é, para evitar que o ruí<strong>do</strong> de uma actividade sepropague até às propriedades vizinhas, é vantajoso construir muros quedelimitem o espaço exterior. Adicionalmente esta solução apresenta a vantagemde facilitar a integração urbana. Os problemas <strong>do</strong> crescimento de armazénsinestéticos e da vigilância específica das empresas, podem ser resolvi<strong>do</strong>s de ummo<strong>do</strong> muito simples.Esta solução é igualmente interessante para a integração de equipamentoscolectivos, como por exemplo, escolas e hospitais.Aqui, as ondas sonoras propagamsepara as áreas adjacentes àunidade industrial...... enquanto que aqui, as ondassonoras ficam confinadas aopróprio espaço industrial


27A RUA, COMO ESPAÇO PÚBLICO DE QUALIDADE, ESTÁ AINDA POR REDESCOBRIR.Respeitan<strong>do</strong> as funções primordiais da mobilidade e das acessibilidades, éimperioso conceber as ruas como novas vias em espaço urbano. Não é forçosoconstruir grandes eixos de circulação, que atravessam urbanizações que lhesvoltam as costas e que desperdiçam superfícies importantes. Pode e deveconceber-se uma rede viária criativa...A arte das praças é milenar: um local de passagem pode tornar-se num“recinto”. As praças medievais constituem um excelente exemplo: o início dasruas estan<strong>do</strong> dissimula<strong>do</strong>, induz em quem passa a ideia de praça ou de espaçofecha<strong>do</strong>; e, o que é verdade para os olhos, também o será para os ouvi<strong>do</strong>s!As novas vias em meio urbano poderão ser concebidas, na sua maioria, comoavenidas. O nosso património urbano apresenta numerosos exemplos bemconsegui<strong>do</strong>s; mas também demonstra que o quadro regulamentar habitual nãose encontra adapta<strong>do</strong> à concretização coerente de formas urbanas contínuas: éindispensável controlar, ao mesmo tempo, a via e a sua envolvente.Existem diferentes formas de o conseguir:colocar em acção equipas interdisciplinares;promover uma política imobiliária que ultrapasse a influência da via;controlar a implantação de actividades através da definição, em regulamentos apropria<strong>do</strong>s,da vocação <strong>do</strong>s solos;definir regras urbanísticas claras;promover acções de sensiblilização das populações.Fachadas não reflectoras(em função <strong>do</strong> seu dimensionamentoe <strong>do</strong>s materiais absorventes utiliza<strong>do</strong>s).Espaços rui<strong>do</strong>sos que são espaços vivosonde se acumulam as lojas comerciais,que acabam por proteger os quarteirõesvizinhos <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> de tráfego ro<strong>do</strong>viário.AS NOVAS AVENIDAS URBANASAs novas avenidas urbanas com a sua actividade e arquitectura apropriadapermitem:a limitação <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> proveniente de veículos motoriza<strong>do</strong>s no seu espaço;a referenciação e a orientação na cidade;a animação e a diversão;a economia de infra-estruturas, de terrenos e de deslocações;uma maior segurança na vida quotidiana.As vias que favorecem a vida de cada bairro e suportam as actividadeseconómicas necessárias ao seu equilíbrio, são espaços mais bem aceites.A largura da rua não é, de to<strong>do</strong>,o factor mais determinante.A forma da fachada pode diminuir as reflexõesnuma estrada “em U”. Deve ter-se especialatenção às soluções que não permitemvisualizar aquilo que é audível.


UM EXEMPLO DE INTERVENÇÃO URBANAZonamentoUma cidade sustentável deve saber distribuir múltiplas funções de mo<strong>do</strong>equilibra<strong>do</strong>. Não fazer coexistir usos conflituosos <strong>do</strong> solo é a chave para osucesso na prevenção <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>.Protecção das zonas expostas por interposição de barreiras acústicasBARREIRA ACÚSTICAA ocupação <strong>do</strong> solo deve, então, ser estudada em função <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>. Trata-se de,sempre que possível, localizar o comércio e os serviços na vizinhança imediatadas ro<strong>do</strong>vias, deixan<strong>do</strong> as zonas residenciais ocupar áreas mais afastadas.Desta forma, os edifícios que albergam as actividades económicas constituemuma protecção acrescida para as habitações.ESTRADA4 m20 m 3 mZONA "SOMBRA"PLANO GERAL DE OCUPAÇÃO DO SOLOhabitaçãoÉ de realçar que toda a descontinuidade numa barreira acústica deve sercompensada pela instalação de outras protecções afim de não serem criadaszonas de fuga para o ruí<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> existe mais <strong>do</strong> que 10metros de interrupção entre edifícios (de ocupação não sensível) que funcionemcomo protecção à zona residencial, é necessário construir uma barreira acústicaou um muro de terra.edifícios não sensíveisVIA URBANA PRINCIPALSe tal não for possível ou desejável – caso <strong>do</strong>s espaços mistos - as actividadescompatíveis com ocupação sensível podem ser autorizadas mas sempre sobcertas condições. É de evitar a estratificação vertical de fontes de ruí<strong>do</strong> ereceptores sensíveis.Gradiente de cérceasA altura <strong>do</strong>s edifícios foi determinada em função da sua localizaçãorelativamente às fontes sonoras existentes, bem como à respectiva exposiçãoao ruí<strong>do</strong> por elas emiti<strong>do</strong>. A zona protegida aumenta com a distância à fonte ecom a "sombra" provocada pelos restantes edifícios. Tal facto permite oaumento da cércea <strong>do</strong>s imóveis em função da distância à via.Imagem geral da intervenção6 mEDIFÍCIONÃO SENSÍVELP + 1P + 2FONTE DE RUÍDOPRIMEIRO CORDÃODE PROTECÇÃOZONA DE ACTIVIDADES ECONÓMICASFUNCIONANDO COMO BARREIRAACÚSTICASEGUNDO CORDÃODE PROTECÇÃOZONA RESIDENCIAL CONCEBIDAEM FUNÇÃO DO RUÍDO(GRADIENTE DE CÉRCEAS, PLANO URBANÍSTICO,DISPOSIÇÃO DAS DIVISÕES “SENSÍVEIS”)2820 m 5 m15 m


29São muitos os exemplos de vias polivalentes agradáveis...!...3 m 7 m 2 m 2 m 4 m 4 m36 m 2 m 7 m 3 m70 m


308 m 2 m12 m32 m2 m 8 m


A LEGISLAÇÃO e AS AUTORIDADES COMPETENTES


324. A LEGISLAÇÃORUÍDO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIOO Regime Legal sobre Poluição Sonora (aprova<strong>do</strong> pelo Decreto-Lei nº292/2000,de 14 de Novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Leinº259/2002, de 23 de Novembro) determina que na execução da política <strong>do</strong>ordenamento <strong>do</strong> território e urbanismo deve ser assegurada a qualidade <strong>do</strong>ambiente sonoro.O <strong>do</strong>cumento "Elaboração de mapas de ruí<strong>do</strong> - Princípios orienta<strong>do</strong>res", da ex-DGA/DGOTDU, disponível em www.iambiente.pt, contém directrizes para aarticulação entre o Ruí<strong>do</strong> e o Ordenamento <strong>do</strong> Território.A LEGISLAÇÃO CONTÉM:DefiniçõesCritériosRegrasZonas sensíveis: áreas vocacionadas para habitações, escolas, hospitais, espaços derecreio e lazer;Zonas mistas: incluem também comércio e serviços;de exposição máxima:As zonas sensíveis não podem ficar expostas a um L Aeq <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> ambiente exterior,superior a 55 dB(A) no perío<strong>do</strong> diurno e 45 dB(A) no perío<strong>do</strong> nocturno;As zonas mistas não podem ficar expostas a um L Aeq <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> ambiente exterior, superior a65 dB(A) no perío<strong>do</strong> diurno e 55 dB(A) no perío<strong>do</strong> nocturno;de incomodidade:A diferença entre o L Aeq , <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> ambiente determina<strong>do</strong> durante a ocorrência <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>particular da actividade em avaliação e o valor <strong>do</strong> L Aeq , <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> ambiente a que se excluiaquele ruí<strong>do</strong> ou ruí<strong>do</strong>s particulares, não poderá exceder 5 dB(A) no perío<strong>do</strong> diurno e 3 dB(A)no perío<strong>do</strong> nocturno;Não são permitidas actividades rui<strong>do</strong>sas permanentes em zonas sensíveis;Na proximidade de uma zona sensível ou numa zona mista as actividades rui<strong>do</strong>saspermanentes devem respeitar os critérios de exposição máxima e de incomodidade;As infra-estruturas de transporte têm de respeitar o critério de exposição máxima.Medidas curativasQuan<strong>do</strong> os níveis de pressão sonora existentes ultrapassam os valores estabeleci<strong>do</strong>s háque a<strong>do</strong>ptar planos de redução de ruí<strong>do</strong>.REQUISITOS ACÚSTICOS DOS EDIFÍCIOSO Regulamento <strong>do</strong>s Requisitos Acústicos <strong>do</strong>s Edifícios, aprova<strong>do</strong> pelo Decreto-Lei nº129/2002, de 11 de Maio, estabelece as normas a respeitar nos projectosde condicionamento acústico (projectos de especialidade) para:Edifícios habitacionais e mistosEdifícios comerciais, industriais ou de serviçosEdifícios escolares e de investigaçãoEdifícios hospitalaresRecintos desportivosEstações de transporte de passageirosO Laboratório Nacional de Engenharia Civil presta apoio técnico à boa aplicaçãodeste Regulamento.AS AUTORIDADES COMPETENTESTEM UM PROBLEMA DE RUÍDO? ENTÃO DEVE CONTACTAR:As Câmaras Municipais (comércio e serviços, restaurantes, bares, discotecas, oficinas, ruí<strong>do</strong> detráfego ro<strong>do</strong>viário em estradas camarárias);As autoridades policiais (ruí<strong>do</strong> de vizinhança, obras de construção civil, competições desportivas,festas e outros divertimentos, feiras e merca<strong>do</strong>s, alarmes contra intrusão em veículos);O IEP ou as suas concessionárias (ruí<strong>do</strong> de tráfego ro<strong>do</strong>viário em estradas nacionais, itineráriosprincipais, complementares e auto-estradas);A REFER, o Metropolitano de Lisboa ou o Metro <strong>do</strong> Porto (ruí<strong>do</strong> de tráfego ferroviário);A ANA ou os aeródromos (ruí<strong>do</strong> de tráfego aéreo);As Direcções Regionais da Economia e as Direcções Regionais da Agricultura (estabelecimentoscomerciais e industriais);As Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional ou a Inspecção Geral <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>.


BIBLIOGRAFIAFRANCEMinistère de l’Équipement et de l’Aménagement du Territoire - Le bruit et laville. - Paris : Ministère de l’Équipement et de l’Aménagement du Territoire,1978.PORTUGALDecreto-Lei nº292/2000, de 14 de Novembro, com as alterações introduzidaspelo Decreto-Lei nº 259/2002, de 23 de Novembro, que aprova o Regime Legalsobre Poluição Sonora.Decreto-Lei nº129/2002, de 11 de Maio, que aprova o Regulamento <strong>do</strong>sRequisitos Acústicos <strong>do</strong>s Edifícios.Direcção Geral <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>; Direcção Geral <strong>do</strong> Ordenamento <strong>do</strong> Território eDesenvolvimento Urbano - Elaboração de mapas de ruí<strong>do</strong> : princípiosorienta<strong>do</strong>res. - Alfragide : DGA ; Lisboa : DGOTDU, 2001.O RUÍDO E A CIDADEEste livro resulta da tradução e adaptação da publicação francesa intitulada “Le bruit et la ville” – Ministère del’Équipement et de L’Aménagement du Territoire, Janvier 1978.Tradução e Adaptação - Bertília Valadas; Maria João LeiteRevisão Técnica - Carlos CésarEdição - Instituto <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>Design Gráfico e Ilustrações - Enclave / Fisga DesignImpressão - Gráfica...Depósito Legal - 209101-04ISBN - 972-8419-91-0Tiragem - ... exemplaresData de edição - Janeiro de 2004

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