13.07.2015 Views

memórias escolares na região colonial italiana, rs - IEL

memórias escolares na região colonial italiana, rs - IEL

memórias escolares na região colonial italiana, rs - IEL

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

III Simpósio Nacio<strong>na</strong>l Discu<strong>rs</strong>o, Identidade e Sociedade (III SIDIS)DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADEum pouco isolados, porque a cidade maior, <strong>na</strong>quele tempo, era Caxias, mas <strong>na</strong>s ruas deCaxias, me lembro, o que se ouvia falar ali era dialeto. O grosso do povo estava falandodialeto.O Bispo demonstra aguda consciência da inutilidade do decreto ditatorial deVargas que obrigava a falar uma língua que poucos sabiam, ou que não era a preferidapara se expressarem. E mostra também conhecer a realidade linguística de sua diocese:em ple<strong>na</strong> região urba<strong>na</strong>, <strong>na</strong> maior cidade da Região Colonial Italia<strong>na</strong>, falava-se o dialetovêneto, <strong>na</strong> verdade uma coiné de predominância veneta (FROSI; MIORANZA, 2009).Outra entrevistada, Emma Nilza Citton Faccio lembra a questão das línguas:E - Quem foi sua primeira professora?I - Madale<strong>na</strong> Menegusso, foi e tinha a professora Maria Filini.E - E a Madale<strong>na</strong> falava em que língua?I - Ela falava em italiano, mas ensi<strong>na</strong>va em português. [...]E - Que língua vocês falavam no recreio, brincando?I - Agora entre nós, assim entre algumas falavam em italiano, mas quando a professoraouvia ela ficava braba, então nós tínhamos que falar o português. Era obrigado falar oportuguês.A entrevistada Ida Menegotto lembra que seu professor era italiano. Elafreqüentou a escola a partir de 1921:I - Com 6 anos. [...] Na escola de São Luís, com um professor italiano, chamado SantoSerone. Eu estudei dois anos com ele. Mas agora para nós foi uma grande dificuldadedepois, para poder se expressar <strong>na</strong> língua portuguesa, porque o professor falava tudo emitaliano, e nós estudávamos o português, quase que não se entendia.[...]E - Era uma escola dele, particular?I . Não, escola do município.E - Do município. E como é que ele ensi<strong>na</strong>va tudo em italiano? Ensi<strong>na</strong>va, alfabetizava emitaliano?I . Não, alfabetizava em português, e ele falava conosco tudo em italiano. Então, ficavauma grande dificuldade para depois entender o português. Porque nós em casa não sefalava em português. Se falava tudo em italiano. Só que não era a língua italia<strong>na</strong>, era,como é que se diz...era...E - Dialeto?I - Dialeto italiano, né. Não era mesmo a língua italia<strong>na</strong>. E ele falava mesmo a línguaitalia<strong>na</strong> conosco.[...]E - Ele não sabia falar português?I - Eu acho que ele sabia, talvez, mas como nós também entendíamos pouco português,então eu acho que ele achava melhor falar italiano. Que se ele tivesse falado português,como depois nós tivemos uma outra professora que falava tudo português, ali depois nóstivemos grande dificuldades em poder fazer, por exemplo, uma descrição, uma redação.Para nós a maior dificuldade era aquela. Porque em casa se falava italiano. No colégiotambém [ele] não ensi<strong>na</strong>va em português, não falava, o professor; e depois a outraprofessora nos obrigou a falar português.[...]I – [Ele] Veio da Itália.à escola:João Bodini também lembra a confusão das línguas, além da dificuldade de chegar

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!