45Será que é possí vel o educador encontrar alicerce de transformação nestecontexto social, polí tico e econômico atual, onde os valores são mutáveis, e a subjetividadeé pouco valorizada? Será que falta um preparo acadêmico, um assumir aprópria diferença para que se possa respeitar a diferença do outro?São muitas as perguntas, mas acredito que um dos grandes desafios é<strong>pensar</strong> numa educação que realmente integre as diferenças, que considere a heterogeneidadedo <strong>pensar</strong> e do <strong>aprender</strong>, tratando os diferentes como diferentes. Quese priorize a construção emergente de um processo pedagógico que habilite educadorese estudantes ao <strong>pensar</strong> e que, a partir disso, possa haver uma construçãoconjunta do saber. Que as diferenças possam ser assumidas como possibilidades do<strong>pensar</strong> e do <strong>aprender</strong> e, assim, se constituí rem alter<strong>na</strong>tivas que enriqueça e retroalimenteo processo do ensino.Com estas reflexões, creio poder contribuir para um olhar do nosso fazer cotidiano,que ele seja calcado <strong>na</strong> formação dos sujeitos, que lhes possibilitem novoscaminhos, outras escolhas, muitas alter<strong>na</strong>tivas e possibilidades, um novo sentido àvida. Acredito que essa deva ser uma posição contí nua, comprometida com ummundo melhor, um mundo onde realmente possamos <strong>pensar</strong>, <strong>aprender</strong>, <strong>aprender</strong> a<strong>aprender</strong> a ensi<strong>na</strong>r.Que este possa ser um dos caminhos que fomente uma transformação <strong>na</strong>formação pedagógica dos educadores, uma quebra significativa de paradigmas, queos sensibilize a <strong>aprender</strong> a <strong>pensar</strong> <strong>na</strong> diferença. Um novo olhar <strong>na</strong> Educação. Um
outro “ jeito de fazer” , de <strong>pensar</strong>, de <strong>aprender</strong>, que permite uma função inventiva, criativa.46“Quem busca, sempre encontra, não encontra necessariamente aquilo quebuscava, menos ainda, aquilo que é preciso encontrar. Mas encontra alguma coisanova, a relacio<strong>na</strong>r à coisa que já conhece” (RACIÈRE, 2002, p.44).