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Plano Estratégico de Desenvolvimento do Centro-Oeste (2007 ...

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Ministério da Integração Nacional<strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong><strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong><strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (<strong>2007</strong> – 2020)Versão Final1


MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONALMinistro <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>Pedro Brito <strong>do</strong> NascimentoAssessoria Técnica e AdministrativaRousimeire QueirozAssessoria <strong>de</strong> Comunicação SocialCleia Lima MartinsAssessoria Parlamentar (interina)Maria Clara Marques SoaresSecretaria-ExecutivaSilvana Maria Parente Neiva SantosSecretaria <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>Athos Magno Costa e SilvaDepartamento <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> RegionalFre<strong>de</strong>rico Vitório ValenteDepartamento <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong> InvestimentosOtaviano Muniz <strong>de</strong> Melo JuniorSecretaria <strong>de</strong> Infra-Estrutura HídricaHypéri<strong>de</strong>s Pereira <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong>Departamento <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> HidroagrícolaRamon Flávio Gomes RodriguesDepartamento <strong>de</strong> Projetos e Obras HídricasRogério <strong>de</strong> Abreu MenescalSecretaria Nacional <strong>de</strong> Defesa CivilJorge <strong>do</strong> Carmo PimentelDepartamento <strong>de</strong> Articulação e Gestão <strong>de</strong> Defesa CivilJosé Wilson PereiraDepartamento <strong>de</strong> Resposta aos Desastres e <strong>de</strong> ReconstruçãoJosé Luis D’Ávila Fernan<strong>de</strong>sDepartamento <strong>de</strong> Minimização <strong>de</strong> DesastreSérgio José BezerraSecretaria <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> RegionalMaurício Teixeira RodriguesDepartamento <strong>de</strong> Planejamento <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> RegionalHenrique Villa da Costa FerreiraDepartamento <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong>s Fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> RegionalAntonio Roberto Albuquerque SilvaSecretaria <strong>de</strong> Programas RegionaisCarlos Augusto Grabois Ga<strong>de</strong>lhaDepartamento <strong>de</strong> Programas das Regiões Norte e Nor<strong>de</strong>steFábio Eduar<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mello CunhaDepartamento <strong>de</strong> Programas das Regiões Sul e Su<strong>de</strong>steRogério Oliveira <strong>de</strong> Castro Vieira2


APRESENTAÇÃOEste <strong>do</strong>cumento apresenta o <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (<strong>2007</strong>-2020), que <strong>de</strong>ve orientar e organizar as iniciativas e ações <strong>do</strong>s governos e da socieda<strong>de</strong>, epreparar a região para os <strong>de</strong>safios <strong>do</strong> futuro. Neste senti<strong>do</strong>, o plano constitui referencial paranegociação e implementação articulada <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, que envolve ogoverno fe<strong>de</strong>ral, por meio <strong>de</strong> seus órgãos, ministérios, governos estaduais e diversossegmentos da socieda<strong>de</strong> centro-oestina. A elaboração <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> foi uma iniciativa daSecretaria <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> - SCO, <strong>do</strong> Ministério <strong>de</strong> IntegraçãoNacional, mas não <strong>de</strong>ve ser concebi<strong>do</strong> como um plano <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral. Deve constituir,<strong>de</strong> fato, referencial para a socieda<strong>de</strong> regional, seus atores sociais e agentes públicos. Poroutro la<strong>do</strong>, como uma perspectiva <strong>de</strong> longo prazo, o <strong>Plano</strong> (<strong>2007</strong>-2020) não po<strong>de</strong> serconfundi<strong>do</strong> com o plano <strong>do</strong> governo atual, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> compor a base estratégica para futurosgovernos brasileiros e seus parceiros nos Esta<strong>do</strong>s da Região.O <strong>Plano</strong> foi elabora<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma participativa, envolven<strong>do</strong> a socieda<strong>de</strong> com a parceria <strong>do</strong>sgovernos <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a incorporar as expectativas e percepções da população edas li<strong>de</strong>ranças <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> em relação aos <strong>de</strong>safios <strong>do</strong> futuro. O processo participativo,que <strong>de</strong>ve ser confirma<strong>do</strong> na implementação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, constitui também fator <strong>de</strong>terminante<strong>de</strong> sua sustentabilida<strong>de</strong> política, asseguran<strong>do</strong> a efetiva implementação das açõesprioritárias, mesmo com mudanças <strong>de</strong> governo. A confirmação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> como umareferência estratégica para os agentes e atores sociais, ao persistir e resistir às mudançaspolíticas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, antes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, da a<strong>de</strong>rência e consistência <strong>do</strong>s seus propósitos epriorida<strong>de</strong>s com a visão da socieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> suas li<strong>de</strong>ranças políticas, sociais e empresariais.Deixa <strong>de</strong> ser o plano <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> Governo, para criar bases sólidas na socieda<strong>de</strong>,incorporar as priorida<strong>de</strong>s estratégicas e refletir-se nas <strong>de</strong>cisões <strong>do</strong>s governos.A efetiva implementação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong><strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> em refletir e expressar as preocupações e propostas<strong>do</strong>minantes na socieda<strong>de</strong>; mas também, da sua contribuição para a formação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>sconvergências entre os atores sociais em torno das priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Aparticipação da socieda<strong>de</strong> na formulação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> e na sua execução constitui, portanto, acondição central para o seu sucesso; pelo fato <strong>de</strong> incorporar as expectativas da socieda<strong>de</strong>sobre o futuro da região, e pela contribuição para a construção <strong>de</strong> um “projeto coletivo”regional que ultrapassa os limites <strong>do</strong>s governos e se incorpora nas expectativas e anseios<strong>do</strong>s atores sociais.O <strong>Plano</strong> foi elabora<strong>do</strong> como parte da Política Nacional <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional e <strong>do</strong>processo <strong>de</strong> reconstrução das instituições <strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong>senvolvimento regional noBrasil, no caso, a Superintendência <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> - SUDECO. Destaforma, concluí<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> recriação da instituição, a SUDECO passa a ser a base <strong>do</strong>3


sistema <strong>de</strong> gestão para execução <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico, principal instrumento <strong>de</strong> orientação<strong>de</strong> suas ações e projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional.O <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (<strong>2007</strong>-2020) está apresenta<strong>do</strong>em sete capítulos, além da Introdução que explica a meto<strong>do</strong>logia utilizada na suaelaboração; o primeiro capítulo apresenta uma análise resumida da evolução da realida<strong>de</strong>sócio-econômica <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, e antecipa alguns movimentos que preparam o futuro daRegião. O capítulo seguinte <strong>de</strong>screve os cenários <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> no horizonte 2020.Antecipa análise das alternativas <strong>de</strong> mudança futura <strong>do</strong> contexto mundial e nacional,condicionantes importantes <strong>do</strong> futuro da região e termina com uma <strong>de</strong>scrição da visão <strong>de</strong>futuro <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> segun<strong>do</strong> as expectativas da socieda<strong>de</strong>. O capítulo III mostra, <strong>de</strong>forma sistemática, as potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e os estrangulamentos queemperram ou dificultam o <strong>de</strong>senvolvimento regional. O quarto capítulo <strong>de</strong>staca, a partir <strong>do</strong>scenários <strong>do</strong> contexto, as oportunida<strong>de</strong>s e as ameaças que o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>ve encontrarna sua trajetória futura.O quinto capítulo é a parte central <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>. Explicita o que será feito para promover o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os vetores <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento até à carteira <strong>de</strong>projetos prioritários. O sexto capítulo apresenta os instrumentos que serão utiliza<strong>do</strong>s para aimplementação da estratégia. O sétimo, e último, <strong>de</strong>screve o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão que seránecessário para organizar o Esta<strong>do</strong> e a socieda<strong>de</strong> na execução e monitoramento <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>.O próximo <strong>de</strong>safio da SCO, <strong>de</strong> posse <strong>de</strong>ste <strong>do</strong>cumento, consiste em tomar as iniciativaspara a divulgação, negociação, <strong>de</strong>talhamento e implementação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>. Para tanto, <strong>de</strong>veassumir, <strong>de</strong> imediato, as responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas para a SUDECO <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>gestão, enquanto amadurecem as negociações no Congresso para a recriação <strong>do</strong> órgão <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento regional. Desta forma, <strong>de</strong>ve montar a Sala <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> com uma equiperesponsável pelas medidas e iniciativas iniciais para transformar o <strong>do</strong>cumento numa efetivaferramenta <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong>cisão. Esta equipe <strong>de</strong>ve tomar as seguintes medidas imediatas,para dar continuida<strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> planejamento, que entra agora na segunda fase quepermita, <strong>de</strong> fato, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar as mudanças na Região:1. Realizar uma cerimônia oficial <strong>de</strong> Apresentação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong><strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> à socieda<strong>de</strong>, às diferentes áreas <strong>do</strong> governofe<strong>de</strong>ral, aos políticos e às li<strong>de</strong>ranças da Região. Esta apresentação <strong>de</strong>ve serrealizada em Brasília com ampla divulgação nos meios <strong>de</strong> comunicação e comsistema <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oconferência nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>;2. Definir e implementar um plano <strong>de</strong> divulgação para a socieda<strong>de</strong> organizada ejunto às li<strong>de</strong>ranças técnicas, empresariais, trabalhistas e políticas <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s, eorganizar programação <strong>de</strong> viagens da equipe central da SCO para apresentação<strong>do</strong> <strong>Plano</strong> aos diferentes públicos.4


3. Implementar programação <strong>de</strong> apresentação e discussão <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> nosministérios setoriais e principais órgãos <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral, para prepararuma negociação técnica em torno <strong>do</strong>s projetos prioritários.4. Iniciar o processo <strong>de</strong> discussão e negociação técnica <strong>do</strong>s projetos queconstam da Carteira <strong>de</strong> Projetos Prioritários com os parceiros nosministérios e órgãos setoriais, constituin<strong>do</strong> grupos <strong>de</strong> trabalho por projetos quepreparam o <strong>de</strong>talhamento técnico <strong>do</strong>s mesmos.5. Montar uma re<strong>de</strong> virtual <strong>de</strong> participação <strong>do</strong>s representantes <strong>do</strong>s territórios noprocesso <strong>de</strong> divulgação e discussão <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, para formar um movimento <strong>de</strong>mobilização pela recriação da SUDECO e viabilização da estratégia e projetosprioritários. Envolver os representantes das oficinas territoriais na divulgação <strong>do</strong><strong>Plano</strong> e mesmo na apresentação para os segmentos da socieda<strong>de</strong> local comduas ativida<strong>de</strong>s:a) a SCO distribui aos representantes da versão técnica <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> umacoleção <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s (PowerPoint) com uma apresentação sintética <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>;b) os representantes <strong>do</strong>s territórios apóiam a SCO na montagem <strong>de</strong> reuniõese apresentações <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> nos territórios, incluin<strong>do</strong> a sua participação naexposição, parte das quais assumida diretamente por eles.A SCO <strong>de</strong>ve começar a trabalhar como um embrião da SUDECO, contan<strong>do</strong> com oreferencial estratégico <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>a preparar o terreno para a entrada em operação <strong>do</strong> órgão <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional.5


SUMÁRIOIntrodução .............................................................................................................................10Conceitos Básicos ______________________________________________________ 10Meto<strong>do</strong>logia ___________________________________________________________ 111. Velhos e Novos Desafios <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>..............................................................151.1 Ciclos <strong>de</strong> Ocupação e Expansão <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> __________________________ 201.2 Crescimento e Mo<strong>de</strong>rnização Econômica Recente __________________________ 221.3 Transição para Nova Onda e Novos Desafios <strong>do</strong> Futuro _____________________ 392. Cenários.............................................................................................................................442.1 Cenários Mundiais ___________________________________________________ 462.1.1 Condicionantes <strong>do</strong> Futuro __________________________________________________ 462.1.2 Incertezas críticas e hipóteses ______________________________________________ 572.1.3 Cenários _______________________________________________________________ 592.2 Cenários <strong>do</strong> Brasil ___________________________________________________ 672.2.1 Condicionantes <strong>do</strong> futuro __________________________________________________ 672.2.2 Incertezas críticas e hipóteses ______________________________________________ 802.2.3 Cenários _______________________________________________________________ 822.3 Cenários <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> _____________________________________________ 902.3.1 Condicionantes <strong>do</strong> futuro __________________________________________________ 912.3.2 Incertezas críticas e hipóteses ______________________________________________ 982.3.3 Cenários alternativos______________________________________________________ 992.4 Visão <strong>de</strong> Futuro <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> ______________________________________ 1223. Potencialida<strong>de</strong>s e Estrangulamentos / Problemas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>..............1243.1 Principais Potencialida<strong>de</strong>s ____________________________________________ 1243.2 Estrangulamentos / Problemas Centrais _________________________________ 1314. Oportunida<strong>de</strong>s e Ameaças <strong>do</strong> Contexto Externo.................................................1394.1 Oportunida<strong>de</strong>s _____________________________________________________ 1394.2 Ameaças _________________________________________________________ 1465. Estratégias <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> ..............................................................................1505.1 Macro-Objetivos____________________________________________________ 1505.2 Metas Globais _____________________________________________________ 1516


5.3 Vetores Estratégicos <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> _______________________________ 1565.3.1 Democratização e Melhoria da Gestão Pública ________________________________ 1565.3.2 Gestão Ambiental e Recuperação <strong>do</strong> Meio Ambiente ___________________________ 1565.3.3 Melhoria da Educação e Fortalecimento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> P&D______________________ 1565.3.4 Ampliação da Infra-estrutura Social e Urbana _________________________________ 1575.3.5 Ampliação da Infra-estrutura Econômica e Logística ____________________________ 1575.3.6 Diversificação e A<strong>de</strong>nsamento das Ca<strong>de</strong>ias Produtivas _________________________ 1575.4 Programas e Projetos _______________________________________________ 1585.5 Carteira <strong>de</strong> Projetos Prioritários________________________________________ 1795.6 Investimentos Necessários ___________________________________________ 1895.7 Diretrizes para Regionalização ________________________________________ 1915.7.1. Microrregiões <strong>de</strong> alto rendimento <strong>do</strong>miciliar __________________________________ 1925.7.2. Microrregiões dinâmicas <strong>de</strong> menor renda ____________________________________ 1925.7.3. Microrregiões <strong>de</strong> média renda e médio ou baixo dinamismo _____________________ 1935.7.4. Microrregiões <strong>de</strong> baixa renda com médio ou baixo dinamismo____________________ 1936. Instrumentos ..................................................................................................................1946.1 Instrumentos Financeiros_____________________________________________ 1946.1.1 Fomento às ativida<strong>de</strong>s produtivas __________________________________________ 1946.1.2 Fun<strong>do</strong>s setoriais ________________________________________________________ 1966.2 Instrumentos Fiscais ________________________________________________ 1976.3 Instrumentos Organizacionais _________________________________________ 1987. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão .........................................................................................................1997.1 Diretrizes Gerais ___________________________________________________ <strong>2007</strong>.2 Estrutura <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão ________________________________________ 2017.2.1. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituições _____________________________________________________ 2017.2.2. Colegia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> participação _______________________________________________ 2027.2.3. Agência <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Locais ________________________________________ 204Anexo - Memória <strong>de</strong> Cálculo...........................................................................................205Bibliografia ..........................................................................................................................2087


INTRODUÇÃOO <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>staca-se, nas últimas décadas, como a Região mais dinâmica <strong>do</strong> Brasil,ao concentrar a acelerada expansão <strong>do</strong> agronegócio brasileiro e respon<strong>de</strong>r por parcelacrescente das exportações nacionais. A expansão da fronteira agrícola e importantesavanços tecnológicos permitiram o crescimento da mo<strong>de</strong>rna agropecuária, com <strong>de</strong>staquepara os grãos e a pecuária. A concentração <strong>do</strong> dinamismo regional no agronegócio e nasexportações gera relativa vulnerabilida<strong>de</strong> da economia, com mo<strong>de</strong>sta irradiação nosdiferentes setores econômicos regionais. O excepcional <strong>de</strong>sempenho da economia regional,contu<strong>do</strong>, não se expressa com a mesma intensida<strong>de</strong> nas condições <strong>de</strong> vida e nosindica<strong>do</strong>res sociais <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, embora estes tenham melhora<strong>do</strong> continuamente e, via<strong>de</strong> regra, estejam acima da média nacional, exceto no saneamento básico. Além disso, oacelera<strong>do</strong> crescimento da economia centro-oestina está provocan<strong>do</strong> fortes impactosambientais nos ecossistemas regionais, <strong>de</strong>gradan<strong>do</strong> a principal riqueza da Região queten<strong>de</strong> a comprometer a mesma base <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento futuro <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.Por outro la<strong>do</strong>, as condições mundiais e nacionais que estimularam o crescimento daeconomia da Região passam por gran<strong>de</strong>s mudanças com prováveis efeitos sobre o seufuturo. Novos e velhos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>vem ser enfrenta<strong>do</strong>s, nas próximas décadas, parapromover o <strong>de</strong>senvolvimento regional e reorientar a forma <strong>de</strong> inserção social e <strong>de</strong> relaçõesda economia com o meio ambiente. Como potencializar o dinamismo <strong>do</strong> agronegócio e suairradiação no conjunto da economia e <strong>do</strong> território regional? De que forma transformar odinamismo econômico em melhoria das condições <strong>de</strong> vida da população? Como conciliardinamismo econômico e conservação ambiental? Enfim, como se antecipar às mudançasvisíveis <strong>do</strong> contexto mundial e nacional e, portanto, respon<strong>de</strong>r aos novos e velhos <strong>de</strong>safios<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional?As respostas para tais perguntas levaram à formulação <strong>de</strong> um <strong>Plano</strong> Estratégico queenfrente os estrangulamentos, promova a irradiação social, conserve o meio ambiente eprepare a Região para as mudanças exógenas. Para formular as respostas aos <strong>de</strong>safiosfuturos, foi utilizada uma meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> planejamento participativo que incorpora osconceitos contemporâneos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Conceitos BásicosA elaboração <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional a<strong>do</strong>tou como referencial oconceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional sustentável, entendi<strong>do</strong> como o processo <strong>de</strong>10


mudança que articula o aumento da competitivida<strong>de</strong> da economia, a elevação da qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida da população e a conservação ambiental. Desta forma, a estratégia <strong>de</strong>ve ser capaz<strong>de</strong> realizar ganhos convergentes nas três dimensões, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que o crescimento daeconomia se traduza em ganhos crescentes nos indica<strong>do</strong>res sociais e não gere <strong>de</strong>gradação<strong>do</strong> meio ambiente. As priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>vem ser capazes <strong>de</strong> administrarcom cuida<strong>do</strong> os avanços em cada uma das dimensões, contornan<strong>do</strong> os conflitos e tensõesentre a economia, a socieda<strong>de</strong> e o meio ambiente. Deste ponto <strong>de</strong> vista, a estratégia <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento não po<strong>de</strong> prescindir <strong>de</strong> aumento da produção e melhoria da produtivida<strong>de</strong>,elevan<strong>do</strong> a competitivida<strong>de</strong>, mas não po<strong>de</strong> fazê-lo com o custo da <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> meioambiente, que <strong>de</strong>teriora a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e reduz as próprias condições <strong>de</strong> expansão daeconomia regional.Planejar é, antes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, tomar <strong>de</strong>cisões sobre as alternativas <strong>de</strong> ações para promover ofuturo <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> pela socieda<strong>de</strong>. Não se trata <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>cisão, mas <strong>de</strong> um processoorganiza<strong>do</strong> e tecnicamente fundamenta<strong>do</strong> <strong>de</strong> escolhas, resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma reflexãoestruturada com conhecimento e análise técnica, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a analisar e interpretar oprocesso <strong>de</strong> evolução recente, as perspectivas e os impactos diferencia<strong>do</strong>s das escolhas,para assegurar os resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s.To<strong>do</strong> planejamento lida com o futuro, normalmente incerto e repleto <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s; nestesenti<strong>do</strong> é “uma aposta no futuro”, segun<strong>do</strong> a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Carlos Matus, toman<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisõesem ambiente <strong>de</strong> alta incerteza e limitada governabilida<strong>de</strong> pelos <strong>de</strong>cisores. Mesmo assim,trata-se <strong>de</strong> construir um “plano <strong>de</strong> navegação” flexível em meio as turbulências e prováveismudanças na realida<strong>de</strong> regional e no ambiente. Como toda <strong>de</strong>cisão, planejamento é,portanto, um processo político, que articula e negocia interesses diferencia<strong>do</strong>s dasocieda<strong>de</strong>, faz escolhas coletivas que refletem conflitos e convergências <strong>do</strong>s atores sociais.Como, por outro la<strong>do</strong>, requer uma fundamentação técnica, o processo é, ao mesmo tempo,técnico e político, faz escolhas e <strong>de</strong>fine caminhos e iniciativas com base no conhecimento ena análise racional e lógica.Para dar conta da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses na socieda<strong>de</strong> e assegurar a base política daimplementação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, o processo <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong>ve ser participativo, procurarenvolver to<strong>do</strong>s os grupos e segmentos sociais <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, estimular a negociação ediscussão em torno <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios e priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Meto<strong>do</strong>logiaA meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> trabalho utilizada incorporou os conceitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong>planejamento participativo retro apresenta<strong>do</strong>. Ao a<strong>do</strong>tar o <strong>de</strong>senvolvimento sustentávelcomo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> futuro, a meto<strong>do</strong>logia procurou articular, ao longo <strong>do</strong> trabalho, as múltiplasdimensões que envolvem o conceito, especialmente a econômica, a sócio-cultural e a11


ambiental, dan<strong>do</strong> um tratamento diferencia<strong>do</strong> a cada uma <strong>de</strong>las e, ao mesmo tempo,procuran<strong>do</strong> combinar e confrontar as influências mútuas no sistema regional. A perspectiva<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável leva, por outro la<strong>do</strong>, a a<strong>do</strong>tar o planejamento estratégico,com visão <strong>de</strong> longo prazo e preocupação central com os fatores estruturais da realida<strong>de</strong> e,como conseqüência, medidas e ações capazes <strong>de</strong> promover uma reorganização daestrutura econômica, social, tecnológica e ambiental <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>; nesse senti<strong>do</strong>, o<strong>Plano</strong> <strong>de</strong>ve gerar os movimentos <strong>de</strong> mudança que levem a um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento regional, orienta<strong>do</strong> para a sustentabilida<strong>de</strong>.A meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>finiu, por outro la<strong>do</strong>, uma sistemática <strong>de</strong> participação e envolvimento dasocieda<strong>de</strong> regional na análise da situação e, principalmente, na formulação <strong>do</strong>s vetores epriorida<strong>de</strong>s estratégicas. O processo <strong>de</strong> trabalho procurou articular o esforço técnico <strong>de</strong>análise <strong>do</strong> conhecimento acumula<strong>do</strong> sobre a região com momentos importantes <strong>de</strong> consultaà socieda<strong>de</strong> e discussão das priorida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a complementar o vasto conhecimento jáexistente sobre o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, com a percepção da socieda<strong>de</strong> sobre a realida<strong>de</strong> regional eo futuro <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. O envolvimento da socieda<strong>de</strong> foi realiza<strong>do</strong> em trêsformas diferentes e complementares, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o tratamento da questão e com o nível<strong>de</strong> representação <strong>do</strong>s participantes, como <strong>de</strong>scrito a seguir:Consulta à socieda<strong>de</strong>Foram utilizadas três técnicas distintas e complementares <strong>de</strong> envolvimento <strong>do</strong>sdiversos segmentos da socieda<strong>de</strong> regional, entida<strong>de</strong>s, li<strong>de</strong>ranças, especialistas eforma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> opinião 1 :a) Entrevistas com especialistas e técnicos da Região, com profun<strong>do</strong>conhecimento sobre a realida<strong>de</strong> regional, para enriquecer acompreensão <strong>do</strong>s limites e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento;b) Consulta Delfos, méto<strong>do</strong> estrutura<strong>do</strong> <strong>de</strong> manifestação <strong>do</strong>s forma<strong>do</strong>res<strong>de</strong> opinião <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (escolhi<strong>do</strong>s nos três Esta<strong>do</strong>s e no DistritoFe<strong>de</strong>ral), para manifestação da percepção diferenciada da realida<strong>de</strong>regional e da visão <strong>de</strong> futuro 2 , procuran<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar e construir asgran<strong>de</strong>s convergências;c) Oficinas <strong>de</strong> trabalho, com a participação <strong>de</strong> grupos e segmentosorganiza<strong>do</strong>s da socieda<strong>de</strong> centro-oestina para negociação <strong>do</strong>s seusinteresses diferencia<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>finição das priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ação para o<strong>de</strong>senvolvimento regional. Foram realizadas seis oficinas territoriais,1 Cada uma das técnicas <strong>de</strong> consulta <strong>de</strong>u origem a um relatório próprio que se encontra disponível no site da SCO-Secretaria<strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.2 Para conhecimento da técnica Delfos, ver Buarque, Sérgio C. – “Construin<strong>do</strong> o <strong>Desenvolvimento</strong> Local Sustentável –meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> planejamento (Segunda Edição) ” – Editora Garamond – Rio <strong>de</strong> Janeiro – 2004.12


uma em cada um <strong>do</strong>s territórios em que foi dividi<strong>do</strong> o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, paraassegurar uma maior participação e, ao mesmo tempo, a representaçãoda diversida<strong>de</strong> da realida<strong>de</strong> regional; em seguida, foi realizada umaoficina regional, reunin<strong>do</strong> representantes eleitos pelas oficinasterritoriais (<strong>de</strong>z representantes <strong>de</strong> cada território tratam <strong>de</strong> cinco gran<strong>de</strong>sdimensões da realida<strong>de</strong>, vale dizer, econômica, sócio-cultural, ambiental,tecnológica e político-institucional). A oficina regional discutiu e <strong>de</strong>finiu osvetores estratégicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e os projetos prioritários <strong>do</strong><strong>Plano</strong>. Para a realização das oficinas territoriais, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> foidividi<strong>do</strong> em seis territórios contíguos, reunin<strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> municípios<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s com afinida<strong>de</strong> sócio-econômica e ambiental, como mostra omapa 1.d) Reuniões técnicas <strong>de</strong> trabalho – foram realizadas várias rodadas <strong>de</strong>discussão técnica com um Conselho <strong>de</strong> Supervisão reunin<strong>do</strong> pessoalda SCO - Secretaria <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>,SDR - Secretaria <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional <strong>do</strong> Ministério<strong>de</strong> Integração Nacional e representantes <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>;e) Discussão no Conselho <strong>de</strong> Acompanhamento Político – espaço <strong>de</strong>discussão política e técnica, o Conselho <strong>de</strong> Acompanhamento Político -representantes <strong>de</strong> ministérios <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral, <strong>do</strong>s governosestaduais e <strong>de</strong> diferentes segmentos da socieda<strong>de</strong> – analisou e discutiua primeira versão <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, <strong>de</strong>cidin<strong>do</strong> mudanças e revisão da estratégia.Na parte técnica <strong>do</strong> trabalho, merece <strong>de</strong>staque a construção <strong>de</strong> cenários alternativoscomo ferramenta para <strong>de</strong>limitação das gran<strong>de</strong>s incertezas <strong>de</strong> futuro, para orientar aformulação das estratégias regionais 3 . Em primeiro lugar, para i<strong>de</strong>ntificar com precisão os<strong>de</strong>safios que o futuro reserva ao <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, foram <strong>de</strong>senha<strong>do</strong>s cenários <strong>do</strong> contextomundial e nacional, que influenciam fortemente as perspectivas da Região. Destes cenáriosforam i<strong>de</strong>ntificadas as oportunida<strong>de</strong>s e as ameaças exógenas, sobre as quais a Regiãonão tem controle e frente às quais <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir suas iniciativas e estratégias. Ao mesmotempo, e a contar com a influência <strong>do</strong>s prováveis futuros exógenos, foram elabora<strong>do</strong>scenários alternativos <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, indican<strong>do</strong> os possíveis <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos futuros darealida<strong>de</strong> regional, também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>do</strong>s atores centro-oestinos.Do conjunto <strong>de</strong> informações geradas na consulta à socieda<strong>de</strong> e no trabalho técnico,inclusive os cenários, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s os processos internos e externos à Região queemperram ou dificultam o seu <strong>de</strong>senvolvimento, por um la<strong>do</strong>, que constituem facilita<strong>do</strong>res <strong>do</strong><strong>de</strong>senvolvimento regional. Com esses componentes organiza<strong>do</strong>s, foi possível formular osvetores <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e as priorida<strong>de</strong>s estratégicas, <strong>de</strong>sagregadas em programas eprojetos prioritários ao <strong>de</strong>senvolvimento regional.3 Para mais <strong>de</strong>talhes sobre a meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> cenários ver Buarque, Sérgio C. – “Meto<strong>do</strong>logia e Técnicas <strong>de</strong>Construção <strong>de</strong> Cenários com Foco Microrregional” – IPEA – Texto para Discussão nr. 939 – Recife/Brasília, Fevereiro <strong>de</strong>2003.13


Mapa 1 – Regionalização <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> para a Realização das Oficinas TerritoriaisMS14


1. VELHOS E NOVOS DESAFIOS DO CENTRO-OESTEA Região é formada por três importantes ecossistemas <strong>do</strong> Brasil: o bioma amazônico queocupa parte <strong>do</strong> Mato Grosso como extensão da floresta tropical da Amazônia (HiléiaAmazônica); o Cerra<strong>do</strong>, <strong>do</strong>minante na Região e com propagação para parte <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>steoci<strong>de</strong>ntal, e o Pantanal, que avança na direção <strong>do</strong>s países fronteiriços, Bolívia e Paraguai. Omapa 2 mostra os três biomas da região e sua dimensão nos ecossistemas brasileiros. Osbiomas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para to<strong>do</strong> o equilíbrio ecológico brasileiro,constituem no Cerra<strong>do</strong> uma verda<strong>de</strong>ira “espinha <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> sistema hidrográfico <strong>do</strong> Brasil” àmedida que são base da formação “das três gran<strong>de</strong>s bacias” brasileiras e contêm “áreasimportantes <strong>de</strong> recarga <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s aqüíferos subterrâneos” (Novaes, 2001).Mapa 2 – Biomas <strong>do</strong> BrasilFonte: IBAMA15


O solo pantaneiro não se apresenta como i<strong>de</strong>al para o <strong>de</strong>senvolvimento da agriculturatradicional. É consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>de</strong> baixa fertilida<strong>de</strong> em áreas úmidas, composto por lateritashidromórficos e planossolos. Nos planaltos e nas terras altas da bacia superior pre<strong>do</strong>minam,também, solos pouco férteis, on<strong>de</strong> se encontram áreas escarpadas e restos <strong>de</strong> planaltoserodi<strong>do</strong>s, conheci<strong>do</strong>s como “serras” e on<strong>de</strong> pre<strong>do</strong>mina vegetação aberta, composta porcampos limpos, campos sujos, cerra<strong>do</strong>s e cerradões. Guarda gran<strong>de</strong> semelhança com aregião <strong>do</strong>s cerra<strong>do</strong>s, ao mesmo tempo em que apresenta partes <strong>de</strong> florestas úmidas, comoprolongamentos <strong>do</strong> ecossistema amazônico. Na região conhecida como o Pantanalpropriamente dito, são encontradas planícies <strong>de</strong> baixa, média e alta inundação e apresentauma alta varieda<strong>de</strong> biológica, com gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fauna, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacam peixes,aves e mamíferos (tuiuiús, emas, capivaras, ariranhas, onças, jacarés e sucuri).Nas últimas décadas, o Pantanal tem registra<strong>do</strong> um avanço <strong>de</strong>mográfico e econômico, com<strong>de</strong>staque para o crescimento da pecuária que, no entanto, <strong>de</strong>monstra adaptação àscondições ecológicas <strong>do</strong> bioma. Com mais <strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> cabeças <strong>de</strong> ga<strong>do</strong>, apecuária extensiva <strong>de</strong> nelore se mantém <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> certos limites suportáveis peloecossistema, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à própria imprevisibilida<strong>de</strong> das enchentes (Dov Por; ImperatrizFonseca; e Lencioni Neto, sem data).A expansão <strong>de</strong> outras ativida<strong>de</strong>s econômicas e o crescimento populacional ten<strong>de</strong>, contu<strong>do</strong>,a gerar impactos no meio ambiente pantaneiro. Embora tenha havi<strong>do</strong> avanços importantesna gestão ambiental, especialmente na consciência da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação, oPantanal ainda não está prepara<strong>do</strong> para mo<strong>de</strong>rar os impactos antrópicos. No Pantanalexistem apenas uma pequena Estação Ecológica na ilha <strong>de</strong> Taiamã e o Parque Nacional <strong>do</strong>Pantanal. Convive, portanto, com gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fiscalização e preservação.Os biomas da Região articulam uma ampla re<strong>de</strong> hidrográfica, e cre<strong>de</strong>nciam o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>como centro importante <strong>do</strong> sistema hidrográfico da América <strong>do</strong> Sul, como mostra o mapa 3.Merecem <strong>de</strong>staque na região as gran<strong>de</strong>s bacias <strong>do</strong> rio Paraguai, no su<strong>do</strong>este, com suaextensa re<strong>de</strong> que se esten<strong>de</strong> por porções importantes <strong>do</strong> oeste da Região; os rios Paraná eParanaíba na parte sul e su<strong>de</strong>ste e na porção centro e norte. As bacias <strong>do</strong> Araguaia e <strong>do</strong>Tocantins que se esten<strong>de</strong> por gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Goiás e <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Tocantins,na Região Norte; além <strong>do</strong> rio Xingu, ao norte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso.18


Mapa 3 - Região <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> - Re<strong>de</strong> HidrográficaFonte: IBGE – Geografia <strong>do</strong> BrasilO <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é uma região <strong>de</strong> expansão econômica e <strong>de</strong>mográfica recente, com aimplantação <strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>rna agropecuária, principalmente nos cerra<strong>do</strong>s. Com uma áreatotal <strong>de</strong> 1,61 milhão <strong>de</strong> Km 2 , correspon<strong>de</strong>nte a 18,9% <strong>do</strong> total <strong>do</strong> Brasil, e com umapopulação <strong>de</strong> 11,636 milhões <strong>de</strong> habitantes (em 2000, ou 13 milhões em 2005, segun<strong>do</strong>projeção <strong>do</strong> IBGE), cerca <strong>de</strong> 6,9% da população brasileira, a Região ainda tem uma baixa<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica (7,2 habitantes por quilômetro quadra<strong>do</strong>, menos da meta<strong>de</strong> damédia nacional, estimada em 19,8 habitantes por quilômetro quadra<strong>do</strong>).A dinâmica econômica regional <strong>de</strong>corre da rápida penetração da mo<strong>de</strong>rna agropecuária,concentrada na produção <strong>de</strong> grãos e da pecuária <strong>de</strong> corte, com altos níveis <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>que permitem ocupar um espaço crescente no agronegócio e nas exportações brasileiras.Mesmo com indica<strong>do</strong>res sociais melhores que a média nacional, a realida<strong>de</strong> social daRegião contrasta com a acelerada expansão da economia que, além disso, <strong>de</strong>ixa um rastropreocupante <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental. Caracterizada por vários autores como a “RegiãoSolução”, pelo <strong>de</strong>sempenho econômico e pouca <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> investimentos e subsídiosfe<strong>de</strong>rais, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> acumula também graves problemas que po<strong>de</strong>m comprometer aprópria sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> indiscutível sucesso da sua economia.19


1.1 Ciclos <strong>de</strong> Ocupação e Expansão <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>A formação econômica e social <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem início, timidamente, durante o perío<strong>do</strong>colonial e amplia-se com a construção <strong>de</strong> Brasília e a abertura <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> acesso, ganhan<strong>do</strong>velocida<strong>de</strong> e intensida<strong>de</strong> com a industrialização brasileira e os avanços tecnológicos quefacilitaram a exploração da mo<strong>de</strong>rna agropecuária nos cerra<strong>do</strong>s. Este processo históricopo<strong>de</strong> ser dividi<strong>do</strong> em três gran<strong>de</strong>s etapas com características diferenciadas, convergin<strong>do</strong>para o crescimento e a mo<strong>de</strong>rnização basea<strong>do</strong>s no agronegócio e na integração com ocomércio mundial 4 : o perío<strong>do</strong> colonial, a Marcha para o <strong>Oeste</strong>, e o ciclo <strong>de</strong> crescimentoe mo<strong>de</strong>rnização econômica inicia<strong>do</strong> na década <strong>de</strong> 70.Durante o perío<strong>do</strong> colonial, quan<strong>do</strong> os vínculos com a economia brasileira eram frágeis e ainfra-estrutura muito limitada, a economia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> caracterizava-se pela ativida<strong>de</strong>extrativista integrada ao merca<strong>do</strong> mundial. O fluxo comercial através da Bacia <strong>do</strong> Rio daPrata afastava a Região <strong>do</strong> centro político e econômico <strong>do</strong> país, concentra<strong>do</strong> no litoral, e<strong>de</strong>scolava o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>do</strong> território nacional. A organização sócio-econômica da regiãoreflete a sua posição geográfica, integrada pelas principais bacias hidrográficas da América<strong>do</strong> Sul, e condiciona o comércio mundial e as correntes migratórias para a porção <strong>Oeste</strong> <strong>do</strong>Brasil. O Rio Paraguai foi a mais importante via <strong>de</strong> comércio transfronteiriço e <strong>de</strong> atração dapopulação, o que explica a formação <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s importantes às suas margens.A mineração e a pecuária foram ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>minantes na região neste perío<strong>do</strong>, ao convivercom a lavoura <strong>de</strong> subsistência, configura a primeira fase <strong>de</strong> lenta ocupação econômica e<strong>de</strong>mográfica <strong>do</strong> oeste brasileiro. Esta etapa da história regional começa a mudar quan<strong>do</strong> seimplementam os primeiros trechos <strong>de</strong> ferrovia ligan<strong>do</strong> o oeste às áreas mais dinâmicas <strong>do</strong>Su<strong>de</strong>ste brasileiro, no final <strong>do</strong> século XIX.Nas primeiras décadas <strong>do</strong> século XX, abre-se uma nova fase na formação econômica esocial <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, inician<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong> articulação econômica com o resto <strong>do</strong>Brasil que resulta da infra-estrutura ferroviária e <strong>do</strong> transbordamento da economia cafeeiraconcentrada em São Paulo. Ao mesmo tempo, a região registra um lento avanço dapecuária como uma projeção da pecuária paulista, na direção <strong>do</strong> atual Mato Grosso <strong>do</strong> Sul,<strong>do</strong> Triangulo Mineiro, e para Goiás. O ciclo <strong>de</strong> expansão e integração <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>amplia-se com a iniciativa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Nacional brasileiro através da “Marcha para o <strong>Oeste</strong>”<strong>de</strong> Getúlio Vargas, que implementa políticas <strong>de</strong> colonização visan<strong>do</strong> consolidar novas áreasagrícolas na região.4 Este capítulo foi elabora<strong>do</strong> com base em SEPRE - Secretaria Especial <strong>de</strong> Políticas Regionais/IICA – “<strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong><strong>Desenvolvimento</strong> Sustentável da Região <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (PLANOESTE)” - Brasília, 25 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1999.20


A marcha para o <strong>Oeste</strong> ganha novo impulso com a construção <strong>de</strong> Brasília e a abertura <strong>de</strong>ro<strong>do</strong>vias <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> <strong>de</strong> Metas <strong>de</strong> Juscelino Kubitschek, e reorganiza o território nacional e aintegração produtiva <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> brasileiro. A re<strong>de</strong> viária construída a partir <strong>de</strong> Brasíliafacilitou a expansão da soja, cultura agrícola <strong>do</strong>s Cerra<strong>do</strong>s, e preparou a integração <strong>do</strong><strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> ao merca<strong>do</strong> nacional li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo Su<strong>de</strong>ste; ao mesmo tempo, abriu caminhopara as primeiras gran<strong>de</strong>s correntes <strong>de</strong> povoamento regional.A incorporação <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> à economia brasileira é reforçada, no final da década <strong>de</strong> 60e início <strong>de</strong> 70, pela estratégia <strong>do</strong> governo militar <strong>de</strong> ocupação da Amazônia e <strong>do</strong> PlanaltoCentral brasileiro, amplia o merca<strong>do</strong> e consolida o Esta<strong>do</strong> nacional. Além <strong>de</strong> ampliar osinvestimentos em infra-estrutura, integran<strong>do</strong> o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> aos núcleos dinâmicos emo<strong>de</strong>rnos da economia brasileira e abrir rotas <strong>de</strong> penetração <strong>de</strong>mográfica, o governo militarcriou a SUDECO-Superintendência <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> como instância <strong>de</strong>planejamento e <strong>de</strong>senvolvimento regional da região 5 . A SUDECO substituiu e ampliou aFundação Brasil Central - FBC, instituída por Getúlio Vargas em 1943 com a missão <strong>de</strong>incorporar o Brasil Central à economia nacional.Ao longo das primeiras décadas <strong>do</strong> século XX, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> experimenta uma importantealteração <strong>do</strong> eixo <strong>de</strong> articulação econômica e <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong>mográfica e reforça asrelações com a economia brasileira. Este movimento coinci<strong>de</strong> com a industrialização daeconomia brasileira e a mo<strong>de</strong>rnização tecnológica, particularmente na agropecuária <strong>do</strong> Sul eSu<strong>de</strong>ste, integra o Brasil Central ao merca<strong>do</strong> nacional e acelera o processo migratório paraas novas fronteiras.Até a década <strong>de</strong> 70 foram criadas as condições para um novo ciclo <strong>de</strong> crescimentoeconômico e mo<strong>de</strong>rnização da economia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, que se acelera nas últimas trêsdécadas, ao combinar integração físico-territorial e comercial com ocupação econômica e<strong>de</strong>mográfica da fronteira oeste. As políticas governamentais <strong>de</strong> incentivo à mo<strong>de</strong>rnizaçãoagrícola, com <strong>de</strong>staque para o POLONOROESTE - Programa Integra<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>Desenvolvimento</strong> da Região Noroeste <strong>do</strong> Brasil promoveram o aproveitamento racional <strong>do</strong>sCerra<strong>do</strong>s e instalação <strong>de</strong> importantes empresas agroindustriais na Região. Aindustrialização brasileira e os avanços tecnológicos gera<strong>do</strong>s pela EMBRAPA exerceram umpapel central na propagação da mo<strong>de</strong>rna agropecuária no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, carro chefe daexpansão da economia regional.5 A SUDECO foi criada pela Lei nº. 5.365, <strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1967.21


1.2 Crescimento e Mo<strong>de</strong>rnização Econômica RecenteAo longo das últimas três décadas, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> passa por uma onda acelerada <strong>de</strong>crescimento econômico e ocupação <strong>de</strong>mográfica. Como região <strong>de</strong> fronteira com amploprocesso migratório, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> apresenta taxas <strong>de</strong> crescimento econômico altas, bemacima da média nacional, aumentan<strong>do</strong>, continuamente sua participação no PIB e no PIB percapita <strong>do</strong> Brasil. Como mostra o gráfico 1, a participação <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> na economiabrasileira tem se amplia<strong>do</strong>, e apresenta nível mais alto na virada <strong>de</strong> década <strong>de</strong> 80 para 90.Des<strong>de</strong> 1995, mostra uma curva ascen<strong>de</strong>nte continuada <strong>de</strong> participação que alcança cerca<strong>de</strong> 7,6% <strong>do</strong> PIB brasileiro, em 2002.Gráfico 1 - Participação <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> no PIB <strong>do</strong> Brasil – 1985/2002Fonte: IBGE – Contas RegionaisEste movimento reflete o crescimento econômico diferencia<strong>do</strong> da região. Entre 1985 e2002, o produto interno <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> registrou uma expansão média anual <strong>de</strong> 4%, bemmaior que a registrada para a economia nacional que foi <strong>de</strong> 2,5% ao ano. Entre as regiõesbrasileiras, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> foi supera<strong>do</strong>, em sua intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento no perío<strong>do</strong>,apenas pela Região Norte que apresentou uma expansão <strong>de</strong> 5,2%; todas as <strong>de</strong>mais regiõesbrasileiras tiveram uma menor expansão: Nor<strong>de</strong>ste (2,5%), Su<strong>de</strong>ste (2%) e Sul (3,1%). Adinâmica da economia regional <strong>de</strong>corre da rápida penetração da agropecuária nosCerra<strong>do</strong>s, com alta produtivida<strong>de</strong> e utilizan<strong>do</strong> novas tecnologias num ambiente natural22


favorável, viabilizada pela cultura técnica e espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong>s imigrantes <strong>de</strong>diferentes regiões atraí<strong>do</strong>s por novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> realização pessoal e familiar. Osincentivos governamentais, expressos no slogan “Plante que o governo garante”, <strong>de</strong>u oimpulso adicional ao movimento migratório para a Região.Apesar <strong>de</strong> intenso processo migratório, que expandiu a população regional a taxas médias<strong>de</strong> 3% ao ano entre 1970 e 2005, bem maior que o crescimento anual médio da populaçãobrasileira no mesmo perío<strong>do</strong>, <strong>de</strong> 1,9% ao ano; o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem aumenta<strong>do</strong>,continuamente, sua participação no PIB per capita nacional; como mostra o gráfico 2. Dequase 70%, em 1970, a Região chega a pouco mais <strong>de</strong> 100% da média nacional no ano2000 (em 2002 já equivalia a 107% <strong>do</strong> Brasil). De acor<strong>do</strong> com da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE, no ano 2000,cerca <strong>de</strong> 29,7% da população resi<strong>de</strong>nte no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tinham nasci<strong>do</strong> em outras regiõesbrasileiras, particularmente no Nor<strong>de</strong>ste (40,3%) e Su<strong>de</strong>ste (36,2%). Nestas décadas,<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à imigração, a Região passou <strong>de</strong> um espaço que po<strong>de</strong>ria ser caracteriza<strong>do</strong> <strong>de</strong> vazio<strong>de</strong>mográfico para um território no qual viviam, em 2005, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com estimativa <strong>do</strong> IBGE,cerca <strong>de</strong> 13 milhões <strong>de</strong> pessoas.Gráfico 2 - Relação entre o PIB per Capita Regional e a Média Nacional (1949-2000)Fonte: SCO – Documento Básico <strong>de</strong> Recriação SUDECOA ampliação da agropecuária na Região tornou o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> o principal pólo produtor eexporta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> agronegócio no Brasil. No curto espaço <strong>de</strong> 10 anos (1990 a 2000), aparticipação da Região na produção <strong>de</strong> grãos <strong>do</strong> Brasil saltou <strong>de</strong> 20,1% para 30,5% (quaseum terço <strong>do</strong> total brasileiro), com uma produção <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 25 milhões <strong>de</strong> toneladas. Por23


outro la<strong>do</strong>, em pouco mais <strong>de</strong> 20 anos, o rebanho bovino <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> mais <strong>do</strong> queduplicou, alcançou em 2003, 60 milhões <strong>de</strong> cabeças <strong>de</strong> ga<strong>do</strong>, também equivalente a umterço <strong>do</strong> rebanho brasileiro (ver gráfico 3).Esta evolução é acompanhada <strong>do</strong> aumento das exportações da Região e da participação <strong>do</strong><strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> nas exportações brasileiras, principalmente <strong>do</strong> agronegócio. Em 1989, asexportações regionais representavam apenas 2% <strong>de</strong> todas as exportações brasileiras,percentual que duplica em cerca <strong>de</strong> 15 anos, chegan<strong>do</strong> a pouco mais <strong>de</strong> 5,3% das vendasexternas <strong>de</strong> produtos brasileiros, em 2004. A participação <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> nas importaçõesbrasileiras acompanha <strong>de</strong> perto o movimento <strong>do</strong> peso regional nas exportações <strong>do</strong> país em2004, ao chegar próximo <strong>de</strong> 4% <strong>do</strong> total, e evi<strong>de</strong>ncia a existência <strong>de</strong> sal<strong>do</strong> positivo externoda Região.Gráfico 3 - Evolução <strong>do</strong> Rebanho Bovino <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> – 1980/2003Fonte: IBGEPor outro la<strong>do</strong>, o sucesso da economia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> contém uma vulnerabilida<strong>de</strong> que<strong>de</strong>corre da <strong>de</strong>sproporcional importância da agropecuária no PIB, e <strong>do</strong> peso nas exportaçõesda Região, com seu efeito irradia<strong>do</strong>r na dinâmica econômica estadual.24


Gráfico 4 - <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>: Participação nas Exportações e Importações <strong>do</strong> País 1989 – 2004 (%)Fonte: MDIC – SECEXEmbora represente, em 2002, cerca <strong>de</strong> 17% <strong>do</strong> PIB regional, a agropecuária é o segmentoprodutivo <strong>de</strong> maior dinamismo nas últimas décadas. Registrou um aumento continua<strong>do</strong>durante as duas últimas décadas e alcançou, neste ano, o nível mais alto da história recenteda região. Esta posição resulta <strong>do</strong> diferencial <strong>de</strong> crescimento da agropecuária, quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong> com o movimento <strong>do</strong>s outros setores da economia, como se po<strong>de</strong> ver no gráfico5. O peso relativo ainda alto <strong>do</strong>s serviços no PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (pouco menos <strong>de</strong> 64%,em 2002), reflete certo <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral, on<strong>de</strong> se concentra parterelevante da administração pública brasileira.25


Gráfico 5 – Índice <strong>de</strong> Crescimento <strong>do</strong> Produto <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> segun<strong>do</strong> os Gran<strong>de</strong>sSetores Econômicos: 1985-2002 (1985 = 100)Fonte: IBGE – Contas NacionaisO <strong>de</strong>sempenho excepcional <strong>do</strong> comércio exterior centro-oestino foi alcança<strong>do</strong> apesar <strong>de</strong><strong>de</strong>ficiências graves na infra-estrutura econômica e logística regional, com certo isolamento eeleva<strong>do</strong>s preços <strong>de</strong> transporte. A competitivida<strong>de</strong> das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção (<strong>de</strong>ntro daporteira) é tão significativa que compensa as <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong>transporte. Estimativas indicam que os cerra<strong>do</strong>s brasileiros, com <strong>de</strong>staque para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, produzem soja a custos médios 30% inferiores aos custos <strong>do</strong> produto norteamericano.As altas produtivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> uma combinação <strong>de</strong> fatores, a começarpelas condições <strong>de</strong> relevo, mas <strong>de</strong>vem-se, principalmente, a qualida<strong>de</strong> da tecnologiaagropecuária utilizada, resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentos da EMBRAPA das últimas décadas.Indica<strong>do</strong>r aproxima<strong>do</strong> da produtivida<strong>de</strong> da agropecuária, a utilização <strong>de</strong> tratores mostra umarápida expansão em pouco mais <strong>de</strong> 20 anos, no primeiro ciclo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização (ver gráfico 6).26


Gráfico 6 – Evolução da Utilização <strong>de</strong> Tratores na Agropecuária <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> – 1975-1995/96Fonte: IBGEOs três Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> mostram um forte crescimento no número <strong>de</strong> tratores emoperação no processo produtivo agropecuário; o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mato Grosso ainda tinha (safra95/96, para qual existiam da<strong>do</strong>s disponíveis <strong>do</strong> IBGE) o menor número <strong>de</strong> tratores, mas<strong>de</strong>monstrava um salto marcante <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 3 mil para mais <strong>de</strong> 32 mil equipamentos, emcerca <strong>de</strong> 20 anos.Por outro la<strong>do</strong>, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem uma estrutura fundiária relativamente concentrada,embora conte ainda com um gran<strong>de</strong> percentual <strong>de</strong> pequenas e médias proprieda<strong>de</strong>s. Comomostra o gráfico, cerca <strong>de</strong> 59,15% das proprieda<strong>de</strong>s da região têm menos <strong>de</strong> 100 hectares,sen<strong>do</strong> que 13% têm área inferior a 10 hectares. Proprieda<strong>de</strong>s médias, entre cem equinhentos hectares representam 26% <strong>do</strong> total <strong>do</strong>s estabelecimentos da Região, enquantoapenas 4% <strong>de</strong>las têm uma área superior a 2.000 hectares. Algo em torno <strong>de</strong> 72% <strong>de</strong> to<strong>do</strong>sos estabelecimentos agropecuários da Região tem menos <strong>de</strong> 200 hectares <strong>de</strong> área total. OEsta<strong>do</strong> com maior percentual <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s acima <strong>de</strong> 2000 hectares é o Mato Grosso <strong>do</strong>Sul, com 7,1% <strong>de</strong>las nesta faixa <strong>de</strong> área; por outro la<strong>do</strong>, é o Esta<strong>do</strong> com menor percentual<strong>de</strong> estabelecimentos com área inferior a 200 hectares, apresentan<strong>do</strong> 57,7% nesta categoria,bem abaixo <strong>de</strong> Goiás que li<strong>de</strong>ra o percentual <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s pequenas, com 75,2% commenos <strong>de</strong> 200 hectares.27


Gráfico 8 – Distribuição (Rural e Urbana) – 1970/2000Fonte: IBGEDiante <strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> dinamismo da economia regional, os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>le <strong>de</strong>correntes nasocieda<strong>de</strong> e nas condições <strong>de</strong> vida da população <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> foram bastante limita<strong>do</strong>s,embora apresente, em quase to<strong>do</strong>s os indica<strong>do</strong>res sociais, posição relativamenteconfortável quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com a média nacional e com outras regiões, como o Nortee o Nor<strong>de</strong>ste. No IDH - Índice <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Humano, indica<strong>do</strong>r síntese <strong>de</strong> renda,educação e expectativa <strong>de</strong> vida, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> passou <strong>de</strong> 0,717, em 1991, para 0,788, noano 2000, sempre acima da média brasileira – 0,762 no último ano – e das regiões Norte eNor<strong>de</strong>ste, e pouco abaixo das regiões Sul e Su<strong>de</strong>ste. O gráfico 9 mostra a evolução <strong>do</strong> IDHno perío<strong>do</strong>, e evi<strong>de</strong>ncia a posição relativamente vantajosa da Região, que se confirma emto<strong>do</strong>s os outros indica<strong>do</strong>res sociais, exceto no percentual <strong>de</strong> <strong>do</strong>micílios com esgotamentosanitário. O Distrito Fe<strong>de</strong>ral, isoladamente, tem um IDH <strong>de</strong> 0,844, superior ao <strong>do</strong> Brasil e <strong>de</strong>todas as macrorregiões brasileiras.Em nove anos (1991-2000), o índice <strong>de</strong> pobreza <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>clina em quase setepontos percentuais, <strong>de</strong> 32,7% da população para cerca 25,4%, manten<strong>do</strong>-se abaixo damédia nacional, estimada em 32,9%, no ano 2000, e muito inferior às regiões com maisacentuada pobreza. Embora o Nor<strong>de</strong>ste também tenha registra<strong>do</strong> uma redução da pobrezano perío<strong>do</strong>, no ano 2000, o índice <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> era menos da meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> percentualnor<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> pobres, com 56,7% da população. O gráfico 10 mostra a posição <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-29


<strong>Oeste</strong> no índice <strong>de</strong> pobreza, levemente superior ao da Região Sul e um pouco mais graveque a <strong>do</strong> Su<strong>de</strong>ste, embora com diferença <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> seis pontos percentuais.Gráfico 9 – Índice <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> HumanoFonte: IBGE/PNUD/IPEAMais uma vez, o Distrito Fe<strong>de</strong>ral se diferencia da média regional com um índice <strong>de</strong> pobreza<strong>de</strong> apenas 16,1% (ano 2000), inferior à pobreza <strong>do</strong> Su<strong>de</strong>ste, e meta<strong>de</strong> da média nacional.De qualquer forma, a posição relativa da pobreza nos outros Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> nãose altera <strong>de</strong> forma relevante; mesmo o Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, com a maior pobreza regional,tem um percentual <strong>de</strong> pobres na população total <strong>de</strong> 28,7%, ainda abaixo <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r médiobrasileiro e pouco menos da meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste.Em termos <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> renda, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> apresenta uma elevada concentração,ten<strong>do</strong> cresci<strong>do</strong> na década <strong>de</strong> noventa, acompanhan<strong>do</strong> o processo geral no Brasil. No ano2000, a Região apresentou um índice <strong>de</strong> Gini <strong>de</strong> 0,623, praticamente igual ao brasileiro, masbem superior à concentração da Região Su<strong>de</strong>ste e, principalmente, Sul, com menor índice.O gráfico 11 mostra a evolução da concentração <strong>de</strong> renda <strong>do</strong> Brasil e das macrorregiõesbrasileiras <strong>de</strong> 1991 a 2000, comparan<strong>do</strong> a posição <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> no país; a região Sul,única que tem um índice <strong>de</strong> Gini inferior a 0,600, registrou leve crescimento na décadaanalisada. Mais uma vez o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>monstra uma situação muito melhor que aapresentada pelo Nor<strong>de</strong>ste e pelo Norte, especialmente o primeiro, com concentração <strong>de</strong>30


enda estimada em 0,667. A maior concentração <strong>de</strong> renda nas regiões mais pobres(situan<strong>do</strong> nos extremos o Nor<strong>de</strong>ste e o Sul) reflete a <strong>de</strong>sigual distribuição <strong>de</strong> ativos sociaisna socieda<strong>de</strong>, particularmente na educação (ativo conhecimento) e na posse da terra.Entretanto, internamente no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> ocorre certa inversão na relação, com o DistritoFe<strong>de</strong>ral aparecen<strong>do</strong> com a mais alta concentração <strong>de</strong> renda (índice <strong>de</strong> Gini <strong>de</strong> 0,640).Gráfico 10 – Índice <strong>de</strong> Pobreza no Brasil e Macrorregiões – 1991/2000Fonte: IBGEDurante a década <strong>de</strong> noventa, o Brasil e todas as macrorregiões melhoraram o nível <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong> e alfabetização, embora persista uma enorme <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> regional nosprincipais indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> educação, base das diferenças <strong>de</strong> pobreza e <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong>renda. Para uma taxa <strong>de</strong> analfabetismo brasileira <strong>de</strong> 12,9% da população <strong>de</strong> 15 anos emais, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> registra pouco mais <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong> analfabetos, ainda muito acima <strong>do</strong> Sul(com 7,2%), e <strong>do</strong> Su<strong>de</strong>ste (com 7,7%), mas muito inferior ao Norte (com 15,7%) e,principalmente, ao <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, com quase 25% <strong>de</strong> analfabetos, duas vezes e meia acimada taxa centro-oestina (ver gráfico 12). To<strong>do</strong>s os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> têm taxa inferiorà brasileira, mas é o Distrito Fe<strong>de</strong>ral que mais contribui para a redução <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>rregional, à medida que conta com apenas 5,4% da população analfabeta. Mato Grosso, oEsta<strong>do</strong> com maior número <strong>de</strong> analfabetos, registrou 11,6% na população <strong>de</strong> 15 anos e mais,levemente abaixo da média nacional.31


No nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> está levemente acima da média nacional, com 6,1anos médios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> (contra 5,9 anos <strong>do</strong> Brasil), bem próximo da Região Sul, com 6,2anos, e mesmo <strong>do</strong> Su<strong>de</strong>ste, com o maior indica<strong>do</strong>r, estima<strong>do</strong> em 6,6 anos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.Gráfico 11- Concentração <strong>de</strong> Renda <strong>do</strong> Brasil e Macrorregiões – 1991/2000Fonte: IBGEO gráfico 13 mostra mais uma vez o Nor<strong>de</strong>ste com o mais baixo <strong>de</strong>sempenho, ten<strong>do</strong> apenas4,5 anos médios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>. Esta <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> nos indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> educação é responsávelpelas enormes diferenças no nível <strong>de</strong> pobreza das macrorregiões e mesmo na concentração<strong>de</strong> renda. Explica também a posição intermediária <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> no âmbito nacional.Ainda na escolarida<strong>de</strong>, o Distrito Fe<strong>de</strong>ral diferencia-se fortemente <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho geral <strong>do</strong><strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> e mesmo da média brasileira, no ano 2000, alcança 8 anos médios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.Desta forma, o Distrito Fe<strong>de</strong>ral tem mais <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos adicionais <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> que o Brasil equase três anos acima <strong>do</strong>s outros Esta<strong>do</strong>s da região; Mato Grosso tem o menor índice <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong>, com 5,5 anos médios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s, enquanto Goiás e Mato Grosso <strong>do</strong> Sul seigualam com 5,7 anos. Os três Esta<strong>do</strong>s centro-oestinos estão, portanto, ligeiramente abaixoda média nacional <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, embora cerca <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> a mais que oNor<strong>de</strong>ste. O Distrito Fe<strong>de</strong>ral é o responsável pelo aumento <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r médio regional.Situa-se muito acima da média nacional e <strong>do</strong> valor apresenta<strong>do</strong> pelos outros Esta<strong>do</strong>s daRegião, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> o <strong>de</strong>svio que distorce os da<strong>do</strong>s regionais.32


Gráfico 12 – Taxa <strong>de</strong> Analfabetismo no Brasil e Macrorregiões – 1991/2000Fonte: IBGEGráfico 13 – Escolarida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Brasil e Macrorregiões – 1991/2000Fonte: IBGEO <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> também tem uma mortalida<strong>de</strong> infantil pouco inferior à brasileira, muitomenor que a <strong>do</strong> Norte e, principalmente, que a <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, próxima <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r dasregiões Sul e Su<strong>de</strong>ste. No ano 2000, como se po<strong>de</strong> ver no gráfico 14, o Brasil registrou 30,9óbitos em mil crianças nascidas vivas, mais <strong>de</strong> 6 acima <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, com cerca <strong>de</strong> 24,233


óbitos, quase a meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s 47,5 da mortalida<strong>de</strong> infantil <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste; a macrorregião Sulteve, no ano 2000, o menor índice <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil <strong>do</strong> Brasil, com apenas 17,6 mortesem mil crianças nascidas vivas.Gráfico 14 – Mortalida<strong>de</strong> Infantil no Brasil e Macrorregiões – 1991/2000Fonte: IBGEAo contrário <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>sempenho interno no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> em relaçãoà mortalida<strong>de</strong> infantil é bastante equilibra<strong>do</strong>, provavelmente, o único indica<strong>do</strong>r em que oDistrito Fe<strong>de</strong>ral não tem a melhor posição da Região. Goiás tem o menor índice <strong>de</strong>mortalida<strong>de</strong> infantil <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, com cerca <strong>de</strong> 22,5 óbitos em mil crianças nascidasvivas (igual à <strong>do</strong> Su<strong>de</strong>ste), pouco abaixo <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral que registrou uma mortalida<strong>de</strong>infantil <strong>de</strong> 22,7; Mato Grosso mais uma vez tem o pior <strong>de</strong>sempenho regional, com 27,5óbitos, pouco acima <strong>de</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, com 25,5 mortes em mil crianças nascidasvivas. Mesmo Mato Grosso, com o pior indica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, mostrou um<strong>de</strong>sempenho melhor que a média brasileira e 20 óbitos a menos que o registra<strong>do</strong> pelaregião Nor<strong>de</strong>ste (47,5).De qualquer forma, a mortalida<strong>de</strong> infantil <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> po<strong>de</strong>ria ser bem maior se forconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> que a Região não tem uma oferta a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> saneamento, especialmente<strong>de</strong>ficiente no esgotamento sanitário. No abastecimento <strong>de</strong> água a Região mantém umaposição semelhante aos outros indica<strong>do</strong>res sociais, acima da média nacional e abaixo34


apenas <strong>do</strong> Sul e <strong>do</strong> Su<strong>de</strong>ste, além <strong>de</strong> bem melhor que a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte e <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste.O gráfico 15 evi<strong>de</strong>ncia este comportamento. O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem 90,2% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios comabastecimento <strong>de</strong> água, quase quatro pontos percentuais acima da média nacional eapenas pouco menos <strong>de</strong> seis pontos abaixo <strong>do</strong> Su<strong>de</strong>ste, a macrorregião com o melhorindica<strong>do</strong>r, com 96% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios atendi<strong>do</strong>s. Na década <strong>de</strong> noventa, a Região registrou umaumento <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r em 18 pontos percentuais, ultrapassan<strong>do</strong> a média brasileira no ano2000.Gráfico 15 – Abastecimento <strong>de</strong> Água no Brasil e Macrorregiões – 1991/2000Fonte: IBGEA situação não é melhor no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> porque o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mato Grosso alcança, no ano2000, um atendimento no abastecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong> apenas 83,1% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios, abaixo,portanto, da média nacional. O Distrito Fe<strong>de</strong>ral mais uma vez é o que tem o melhorindica<strong>do</strong>r, com 94,5% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios atendi<strong>do</strong>s, segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, com93,6%, e Goiás, com 90,7% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios com água.No esgotamento sanitário, contu<strong>do</strong>, a Região se aproxima mais <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste que dasregiões <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>senvolvimento no Brasil, e situa-se bem abaixo da média brasileira. Naverda<strong>de</strong>, este é o pior indica<strong>do</strong>r relativo <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>; compromete a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidada população e prejudica o ambiente urbano, fator fundamental para a viabilização <strong>do</strong>turismo. No ano 2000, apenas 40,8% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tinham esgotamento35


sanitário, menos da meta<strong>de</strong> da macrorregião <strong>de</strong> melhor índice, o Su<strong>de</strong>ste, que chegou a82,3% das residências atendidas. Como mostra o gráfico 16, <strong>de</strong> 1991 a 2000, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> aumentou em nove pontos percentuais os <strong>do</strong>micílios com esgotamento sanitário, masestá quase 22 pontos percentuais abaixo da média brasileira, com 62,2% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosatendi<strong>do</strong>s.Gráfico 16 – Esgotamento Sanitário no Brasil e Macrorregiões – 1991/2000Fonte: IBGEInternamente na Região é muito gran<strong>de</strong> a disparida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s na oferta <strong>de</strong>esgotamento sanitário. Destaca-se mais uma vez o Distrito Fe<strong>de</strong>ral com o melhor<strong>de</strong>sempenho. Registra, em 2000, 89,7% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios, e supera inclusive a macrorregiãoSu<strong>de</strong>ste. Por outro la<strong>do</strong>, é dramática a situação <strong>do</strong>s três Esta<strong>do</strong>s centro-oestinos no que serefere ao esgotamento sanitário, to<strong>do</strong>s com percentuais abaixo <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste e mesmo <strong>do</strong>Norte, que tem os piores indica<strong>do</strong>res. Goiás tem 35,7% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios com esgotamentosanitário, Mato Grosso, 29,8%, e Mato Grosso <strong>do</strong> Sul apenas 18,4% das residênciasatendidas, menos <strong>do</strong> que a região Norte tinha em 1991.O conjunto <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res sociais situa o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> numa posição intermediária entreas macrorregiões <strong>de</strong>senvolvidas, particularmente Sul e Su<strong>de</strong>ste, e as regiões pobres, comoo Nor<strong>de</strong>ste, tanto em termos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida quanto nos <strong>de</strong>terminantes dacompetitivida<strong>de</strong>. Exceto no saneamento, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> está melhor que a média nacional36


e com condições mais favoráveis que as macrorregiões Norte e Nor<strong>de</strong>ste. Entretanto, osindica<strong>do</strong>res médios para a Região contêm uma disparida<strong>de</strong> interna com um gran<strong>de</strong>diferencial <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral. A acelerada formação das cida<strong>de</strong>s não tem si<strong>do</strong>acompanhada da ampliação <strong>do</strong>s investimentos em infra-estrutura nos serviços sociaisbásicos – educação, saú<strong>de</strong>, energia, transporte e, principalmente, saneamento –comprometen<strong>do</strong> as condições <strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong> urbana.Se a irradiação da dinâmica econômica nos indica<strong>do</strong>res sociais foi mo<strong>de</strong>sta, seu impactosobre o meio ambiente regional tem si<strong>do</strong> muito negativo. Exerce uma forte pressãoantrópica e gera graves problemas ambientais. A recente e intensa penetração dasativida<strong>de</strong>s agropecuárias nos biomas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem provoca<strong>do</strong> <strong>de</strong>gradaçãoambiental (com redução da cobertura florestal <strong>de</strong>vida ao <strong>de</strong>smatamento, à mecanizaçãointensiva e às queimadas) e <strong>de</strong>terioração das bacias ou sub-bacias hidrográficas, e forteerosão <strong>do</strong> solo.Na faixa da floresta tropical úmida, ao norte <strong>do</strong> Mato Grosso, observa-se um processorápi<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento <strong>do</strong> bioma amazônico, como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> avanço da fronteiraagropecuária, com abertura <strong>de</strong> novas áreas <strong>de</strong> pastagens para a pecuária e <strong>de</strong> terras para aimplantação <strong>de</strong> lavouras. O <strong>de</strong>smatamento é agrava<strong>do</strong> pela prática <strong>de</strong> queimadas e pelaexploração <strong>do</strong>s recursos florestais e ma<strong>de</strong>ireiros, porque a ma<strong>de</strong>ira hoje comercializada naregião provém, na sua maior parte, da extração sem qualquer forma <strong>de</strong> manejo. Asqueimadas comprometem a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar, ampliam os riscos <strong>de</strong> incêndios <strong>de</strong>scontrola<strong>do</strong>se ameaçam a floresta, e provocam, ainda, o aumento da emissão <strong>de</strong> gás carbônico, um <strong>do</strong>sprincipais responsáveis pelo efeito estufa e aquecimento <strong>do</strong> planeta. O <strong>de</strong>smatamento dafloresta tropical representa, por outro la<strong>do</strong>, a redução da biodiversida<strong>de</strong>, com risco <strong>de</strong>extinção várias espécies, inclusive, ma<strong>de</strong>iras nobres, e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> importante riqueza <strong>do</strong><strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.O Cerra<strong>do</strong> sofre forte pressão antrópica <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> avanço da agropecuária e daexpansão <strong>de</strong>mográfica; segun<strong>do</strong> estimativas IBGE/INPE (em estu<strong>do</strong> que serviu <strong>de</strong> basepara as discussões da Agenda 21 Brasileira), apenas pouco mais <strong>de</strong> 5% da vegetaçãooriginária <strong>do</strong>s Cerra<strong>do</strong>s estão preservadas, ten<strong>do</strong> <strong>de</strong>sapareci<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 50%, e o restanteregistra já alguma forma <strong>de</strong> ocupação econômica, com manchas conservadas. Dentre estesimpactos, <strong>de</strong>stacam-se as pressões resultante da ativida<strong>de</strong> humana no espaço, tanto comoresulta<strong>do</strong> das ativida<strong>de</strong>s agrícolas, como <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> mudança que resultam <strong>do</strong>crescimento urbano. O processo acelera<strong>do</strong> <strong>de</strong> penetração da agropecuária mo<strong>de</strong>rna noscerra<strong>do</strong>s, acompanhada <strong>de</strong> forte imigração e introduzin<strong>do</strong> tecnologias, técnicas <strong>de</strong> correção<strong>de</strong> solo e <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> fertilizantes e <strong>de</strong> irrigação, transformou os cerra<strong>do</strong>s no gran<strong>de</strong> centro <strong>de</strong>produção e exportação <strong>de</strong> grãos e ga<strong>do</strong>, provocan<strong>do</strong> uma gran<strong>de</strong> mudança no ecossistema,expressa em impactos ambientais.Um <strong>do</strong>s impactos ambientais mais sensíveis no Cerra<strong>do</strong> é o da erosão <strong>do</strong>s solos. Segun<strong>do</strong>a Agenda 21 Brasileira, o “... <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong>scontrola<strong>do</strong>, associa<strong>do</strong> ao uso excessivo <strong>de</strong>fertilizantes e à irrigação, ocasiona perdas <strong>de</strong> solo por lixiviação e alterações físico-37


químicas” (MMA, 2001). Isto levará a uma “perda média <strong>de</strong> solos nas culturas <strong>de</strong> grãos nosCerra<strong>do</strong>s que está em torno <strong>de</strong> 10 quilos por quilo <strong>de</strong> grão produzi<strong>do</strong> – erosão eólico-hídricacom custo insuportável, seja pela perda <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> – que <strong>de</strong>termina altos custos <strong>de</strong>reposição via insumos químicos, mas limitada no tempo, seja pelo assoreamento e poluiçãodas bacias hidrográficas” (MMA, 2001).Os recursos hídricos e a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo também sofrem gran<strong>de</strong>s prejuízos pela utilizaçãoda irrigação <strong>de</strong>scontrolada; calcula-se que, só no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Goiás, mais <strong>de</strong> 100 mil hectaresjá faz uso <strong>de</strong> irrigação, o que representa, aproximadamente, 20 vezes o necessário para oabastecimento da população <strong>de</strong> Goiânia. A irrigação gera também a ampliação <strong>do</strong> consumo<strong>de</strong> energia elétrica, com impactos consi<strong>de</strong>ráveis a to<strong>do</strong> o sistema <strong>de</strong> produção eabastecimento da região.O <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong> extensas áreas <strong>de</strong> vegetação nativa e a sua substituição pelaexploração agrícola <strong>de</strong> monoculturas ten<strong>de</strong> a reduzir a biodiversida<strong>de</strong>, e facilitar oalastramento <strong>de</strong> pragas. Outro gran<strong>de</strong> fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento e <strong>de</strong>sorganização <strong>do</strong>ecossistema é a prática das queimadas, <strong>de</strong>corrente da crença no efeito positivo <strong>do</strong> fogopara reduzir a perda <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e a ressecação <strong>do</strong> capim. A larga extensão <strong>de</strong>queimadas tem leva<strong>do</strong> à incêndios que fogem <strong>do</strong> controle <strong>do</strong>s agricultores, pon<strong>do</strong> em risco abiodiversida<strong>de</strong>, pela queima <strong>do</strong>s vegetais e a morte <strong>de</strong> animais. Este problema temagrava<strong>do</strong> as condições <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar nas cida<strong>de</strong>s e é responsável por vários danos àsaú<strong>de</strong> da população rural e urbana.A agropecuária tem gera<strong>do</strong> também problemas ambientais nas próprias pastagens, 25% dasquais já apresentam eleva<strong>do</strong> estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação, expressos na erosão <strong>do</strong> solo e noempobrecimento da microfauna, que reduz a fertilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo. Deve-se <strong>de</strong>stacar, ainda oprocesso <strong>de</strong> remoção da vegetação nativa pelas ativida<strong>de</strong>s ligadas ao carvoejamento, quecontribui para o crescente <strong>de</strong>smatamento da área.A substituição da vegetação originária por culturas <strong>de</strong> ciclo curto, que, além <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>,<strong>de</strong>mandam a ampliação <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> irrigação, vem produzin<strong>do</strong> impactos negativos nasbacias hidrográficas <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>, com mudanças no regime das águas e na escassez,alteran<strong>do</strong> o seu regime <strong>de</strong> dispersão e acumulação. Diante da importância <strong>do</strong> sistemahídrico <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> para a formação das gran<strong>de</strong>s bacias hidrográficas brasileiras, estaalteração no regime <strong>de</strong> águas po<strong>de</strong> ter gran<strong>de</strong>s impactos ecológicos e provocar mudançasclimáticas.No Pantanal, a pecuária bovina, principal ativida<strong>de</strong> econômica <strong>do</strong> bioma, não provocaimpacto significativo sobre o meio ambiente, porque as condições naturais, como aimprevisibilida<strong>de</strong> das gran<strong>de</strong>s enchentes, criam restrições à ampliação <strong>do</strong>s rebanhos.Entretanto, outras ativida<strong>de</strong>s agrícolas em expansão na região pantaneira, como asriziculturas, a cultura da cana-<strong>de</strong>-açúcar e da soja, provocam riscos à sustentabilida<strong>de</strong>ambiental da região. A construção <strong>de</strong> barragens, <strong>de</strong> canais para a drenagem <strong>de</strong> terrenos,assim como o aterro <strong>de</strong> áreas alagadas para serem utiliza<strong>do</strong>s na plantação levam ao38


assoreamento <strong>de</strong> rios, e também prejudicam o <strong>de</strong>senvolvimento equilibra<strong>do</strong> da faunaaquática, como no caso das dificulda<strong>de</strong>s para a piracema, que ocorre no rio Taquari. Aampliação da ocupação das áreas <strong>de</strong> pastagens, quan<strong>do</strong> semeadas ervas exóticas e nãonativas, como a Brachiaria Africana, po<strong>de</strong> por em risco o equilíbrio ecológico da região.As ativida<strong>de</strong>s agroindustriais da cana-<strong>de</strong>-açúcar também comprometem a qualida<strong>de</strong> daságuas <strong>do</strong> Pantanal, especialmente nas áreas <strong>de</strong> Mato Grosso, on<strong>de</strong> as usinas <strong>de</strong> álcool<strong>de</strong>spejam o vinhaço nos rios. O manejo agrícola ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> nessas lavouras acarreta aerosão <strong>do</strong> solo, o aumento <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> partículas sedimentáveis <strong>de</strong> vários rios e amplia oproblema <strong>de</strong> contaminação com biocidas e fertilizantes.Além disso, a <strong>de</strong>scoberta e exploração <strong>de</strong> ouro e diamantes na baixada cuiabana e nasnascentes <strong>do</strong>s rios Paraguai e São Lourenço traz uma invasão <strong>de</strong> garimpeiros eaventureiros para a região, que leva ao assoreamento <strong>do</strong>s rios e compromete a produçãobiológica <strong>do</strong> Pantanal, fortemente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas águas. O garimpo poluias águas <strong>do</strong>s rios pela utilização <strong>do</strong> mercúrio na lavagem <strong>do</strong> ouro, liberan<strong>do</strong> sais tóxicos quese acumulam nas baías e contaminam os peixes.1.3 Transição para Nova Onda e Novos Desafios <strong>do</strong> FuturoO primeiro ciclo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização e expansão <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> baseou-se em três gran<strong>de</strong>sfatores combina<strong>do</strong>s que criavam as vantagens competitivas regionais: os recursos naturaisabundantes, <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e baratos, especialmente terra; a inovação tecnológica no setoragropecuário, levan<strong>do</strong> a alta produtivida<strong>de</strong>; e a capacida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra e inova<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>sempresários, principalmente <strong>do</strong>s imigrantes com tradição técnica agrícola. Estas vantagenscompetitivas compensaram as limitações que <strong>de</strong>corriam da distância e das limitações dainfra-estrutura e da logística regional. Entretanto, esta onda <strong>de</strong> expansão econômica gerouresulta<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>stos nas condições <strong>de</strong> vida da população e provocou gran<strong>de</strong> impactoambiental, comprometen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s fatores centrais das suas vantagens, os recursosnaturais abundantes.Além <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> esgotamento da primeira onda, amadurecem mudanças no perfileconômico e social <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> que po<strong>de</strong>m sinalizar para uma transição que leva a umnovo ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional. A Região parece experimentar um movimento <strong>de</strong>transição <strong>do</strong> antigo ciclo expansão da fronteira e consolidação da mo<strong>de</strong>rna agropecuáriocentra<strong>do</strong> em commodities para uma nova onda <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento com diversificaçãoprodutiva e aproveitamento sustentável <strong>do</strong>s recursos naturais. De um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>crescimento e ocupação com forte especialização no agronegócio, <strong>de</strong>gradação ambiental epouca irradiação social, para uma fase <strong>de</strong> crescimento, diversificação econômica eagregação <strong>de</strong> valor, com consolidação da fronteira, conservação e recuperação <strong>do</strong> meioambiente.39


No início <strong>do</strong> primeiro ciclo <strong>de</strong> expansão da economia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, na década <strong>de</strong>setenta, o governo fe<strong>de</strong>ral criou um gran<strong>de</strong> atrativo para os empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res com o slogan,já referi<strong>do</strong>, “Plante que o governo garante”. Para a segunda onda <strong>de</strong> dinamismo e expansãoeconômica regional, o slogan a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> parece ser: “As vantagens competitivas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> abrem gran<strong>de</strong>s chances <strong>de</strong> sucesso nos negócios com e através da conservaçãoambiental”. Mesmo sem uma estratégia clara e abrangente <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> mostra sinais ainda incipientes <strong>de</strong> um movimento diferencia<strong>do</strong> <strong>de</strong> crescimentoeconômico, como resposta aos novos <strong>de</strong>safios e ao esgotamento e problemas gera<strong>do</strong>s pelaprimeira onda. Nesta direção, realizam-se investimentos industriais na Região que a<strong>de</strong>nsamas ca<strong>de</strong>ias produtivas <strong>do</strong> agronegócio e diversificam a estrutura produtiva regional, e ajudama mo<strong>de</strong>rar a vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma economia centrada na agropecuária. Além dasoportunida<strong>de</strong>s nas próprias ca<strong>de</strong>ias produtivas <strong>do</strong>minantes na região, a ampliação da rendae o processo <strong>de</strong> urbanização contribuem para a formação <strong>de</strong> um merca<strong>do</strong> interno regionalcom <strong>de</strong>mandas por bens industriais e serviços mo<strong>de</strong>rnos avança<strong>do</strong>s (financeiros,educacionais, saú<strong>de</strong>, informática), infra-estrutura social urbana, com <strong>de</strong>staque para osaneamento, e construção civil.O mapa 4 mostra os novos investimentos previstos para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> que po<strong>de</strong>mfavorecer a agregação <strong>de</strong> valor da agropecuária e a diversificação produtiva da economiaregional.40


Mapa 4 – Previsão <strong>de</strong> Investimentos no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>Fonte: Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo – Novo Mapa <strong>do</strong> Brasil41


Com da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> projetos levanta<strong>do</strong>s pelo Ministério <strong>do</strong> <strong>Desenvolvimento</strong>, Indústria eComércio estão previstos investimentos <strong>de</strong> US$ 284 milhões <strong>de</strong> dólares, nos próximos anos,tanto para a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivas quanto em novos segmentos produtivosque diversificação a estrutura da economia regional.Quadro 1 - Investimentos Previstos Para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>EmpresaCapital <strong>de</strong>origemDescrição <strong>do</strong> investimentoValor (us$)Cobb-Vantress Brasil Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s Granjas e incubatório 13.000.000,00Delta Martins FlorestaBrasilFábrica para carvão vegetal (aproveitamento <strong>de</strong>resíduos).127.660,00Poly Embalagens Brasil Máquinas para ensacar grãos. 272.147,00Recapa<strong>do</strong>raProgressoBrasilFábrica <strong>de</strong> pneus para caminhões, ônibus,máquinas agrícolas, tratores, máquinas <strong>de</strong>terraplanagem e caminhonete.531.915,00Sulina EmbalagensBrasilMáquinas para coleta e trituração <strong>de</strong> aparas <strong>de</strong>papelão ondula<strong>do</strong>334.000,00Continental Eagle Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s Prensa acima <strong>do</strong> solo. 1.448.392,00Metalfrio SolutionsSierra MóveisBrasilBrasilFábrica <strong>de</strong> refrigera<strong>do</strong>res para ampliar em cerca<strong>de</strong> 35% a 40% a sua capacida<strong>de</strong>Máquinas e equipamentos para a produção <strong>de</strong>ma<strong>de</strong>ira e imóveis7.518.797,001.400.000,00Bunge AlimentosBermudasUnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refino <strong>de</strong> óleos vegetais comcapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mil toneladas diárias, incluin<strong>do</strong>unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> envase e produção <strong>de</strong> embalagensPET para óleo refina<strong>do</strong>.87.547.170,00Goiami<strong>do</strong> Brasil Planta industrial <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s da mandioca 19.460.000,00InbespItambéNaturally AnewBrasilBrasilJapãoFábrica <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> carne e osso, farinha <strong>de</strong>sangue e sebo bovino.Sistema integra<strong>do</strong> p/fabricação <strong>de</strong> corpos <strong>de</strong>latas e <strong>de</strong> tampas e fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> latasFábrica com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1,2 mil toneladasano <strong>de</strong> matéria-prima para a produção <strong>de</strong>suplemento nutricional Floranew851.064,0034.000.000,002.000.000,00Primo SchincariolBrasilFábrica com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> 150milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> cerveja44.230.769,00FlorestecaBrasilFábrica <strong>de</strong> painéis <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, ma<strong>de</strong>ira serrada,pré-cortada e aplainada, lâminas, régua parapiso, <strong>de</strong>cks, móveis, peças torneadas.4.255.319,00Vitale Industrial Brasil Fábrica <strong>de</strong> cavaco <strong>de</strong> resíduo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. 898.833,00Metalgráfica Iguaçu(Grupo Merisa)BrasilFábrica <strong>de</strong> latas para óleo e conservas para<strong>do</strong>brar a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s atuais 10 milhões <strong>de</strong>unida<strong>de</strong>s por mês para 20 milhões mensais2.500.000,00Heringer Brasil Fábrica <strong>de</strong> fertilizantes 2.641.509,0042


EmpresaCapital <strong>de</strong>origemDescrição <strong>do</strong> investimentoValor (us$)Laboratório Halex Istar BrasilRexam<strong>Centro</strong> das Indústrias<strong>de</strong> Couro<strong>Centro</strong> das Indústrias<strong>de</strong> CouroArtisReino Uni<strong>do</strong>Expansão da produção <strong>de</strong> soros fisiológicos einjetáveisFábrica <strong>de</strong> latas <strong>de</strong> alumínio c/capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>700 milhões e 1 bilhão <strong>de</strong> latas por ano.3.000.000,0050.000.000,00Brasil Fabricação <strong>de</strong> couros e calça<strong>do</strong>s 4.102.000,00Brasil Fabricação <strong>de</strong> couros e calça<strong>do</strong>s 1.965.000,00BrasilFabricação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los tridimensionais porprojeção e cura por raios UV200.000,00Ry<strong>de</strong>r Logística Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s Implantação <strong>de</strong> um centro <strong>de</strong> distribuição 1.991.489,00Total 284.276.064,00Fonte: RENAI/MDCIPor outro la<strong>do</strong>, apesar da fragilida<strong>de</strong> da gestão ambiental e da regulação <strong>do</strong> uso sustentável<strong>do</strong>s recursos naturais, novas formas <strong>de</strong> utilização <strong>do</strong>s recursos ambientais permitem aampliação <strong>do</strong>s negócios sem <strong>de</strong>gradação, e transformam problemas em oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>investimento. Neste senti<strong>do</strong>, é importante ressaltar que a biodiversida<strong>de</strong>, a ampladisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos naturais (incluin<strong>do</strong> beleza cênica) e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respostaao <strong>de</strong>smatamento abrem três gran<strong>de</strong>s oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimento: reflorestamento <strong>de</strong>áreas <strong>de</strong>gradadas, combinan<strong>do</strong> o manejo sustenta<strong>do</strong> com a venda <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono(Protocolo <strong>de</strong> Kioto) e aproveitamento sustentável da ma<strong>de</strong>ira; aproveitamento dainformação genética da biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s ecossistemas da região para produção <strong>de</strong>fármacos, cosméticos, óleos e essências especiais; e a produção <strong>de</strong> combustível naturalbasea<strong>do</strong> nos recursos naturais e mesmo na produção <strong>de</strong> grãos. Além disso, os recursosnaturais e as belezas cênicas regionais constituem gran<strong>de</strong> potencial para a expansão <strong>do</strong>turismo e <strong>do</strong> eco-turismo. Neste senti<strong>do</strong>, a nova onda <strong>de</strong> expansão conta com as mesmasvantagens competitivas da anterior, mas acrescenta o aproveitamento sustentável <strong>do</strong>srecursos naturais, biodiversida<strong>de</strong>, belezas cênicas, recursos hídricos e florestais, comofatores adicionais <strong>de</strong> diferencial competitivo.O mun<strong>do</strong> e o Brasil estão mudan<strong>do</strong> rapidamente e geram novos <strong>de</strong>safios e oportunida<strong>de</strong>spara o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> que po<strong>de</strong>m estimular a inflexão para um ciclo diferencia<strong>do</strong> <strong>de</strong>crescimento e aproveitamento sustentável <strong>do</strong>s recursos naturais, principal diferencialcompetitivo da Região. Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da forma e intensida<strong>de</strong> com que amadureçam estasmudanças, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> estará diante <strong>de</strong> diferentes <strong>de</strong>safios, diante <strong>do</strong>s quais <strong>de</strong>ve<strong>de</strong>finir as estratégias para o <strong>de</strong>senvolvimento regional.43


2. CENÁRIOSO planejamento se baseia em alguma forma <strong>de</strong> antecipação <strong>do</strong> futuro para conceber astendências e incertezas <strong>do</strong> ambiente no qual a Região vai se mover, orientar as <strong>de</strong>cisões eiluminar as gran<strong>de</strong>s escolhas e caminhos. Como um processo sistemático e estrutura<strong>do</strong> <strong>de</strong>antecipação <strong>de</strong> futuros, a técnica <strong>de</strong> cenários tem si<strong>do</strong> utilizada, crescentemente, noplanejamento estratégico regional, procuran<strong>do</strong> <strong>de</strong>screver as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento futuro da Região e apoian<strong>do</strong> a <strong>de</strong>limitação <strong>do</strong>s processos externos quepo<strong>de</strong>m representar oportunida<strong>de</strong>s e ameaças, diante das quais são formuladas asestratégias. Os cenários permitem visualizar e explicitar as expectativas <strong>de</strong> futuro queorientam as escolhas e <strong>de</strong>cisões da região, base para a <strong>de</strong>finição das priorida<strong>de</strong>sestratégicas, exploran<strong>do</strong> os <strong>de</strong>safios futuros da Região. Visto o acelera<strong>do</strong> processo <strong>de</strong>mudança da realida<strong>de</strong> e as gran<strong>de</strong>s incertezas <strong>do</strong> contexto, a reflexão em torno dasalternativas <strong>de</strong> futuro é fundamental para iluminar o processo <strong>de</strong> planejamento estratégico.A meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> planejamento <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>recorreu à técnica <strong>de</strong> cenários para antecipar os futuros alternativos da região e <strong>do</strong>scontextos mundiais e nacionais. Para tanto, os cenários procuram organizar as incertezas econceber hipóteses <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sempenho futuro, a fim <strong>de</strong> preparar os <strong>de</strong>cisores e atoresregionais para formulação das escolhas e <strong>de</strong>finição as priorida<strong>de</strong>s.Cenários são <strong>de</strong>scrições <strong>do</strong> futuro baseadas em combinações coerentes <strong>de</strong> hipótesesplausíveis sobre o <strong>de</strong>sempenho das gran<strong>de</strong>s incertezas que <strong>de</strong>terminam o comportamento<strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> e, principalmente, <strong>do</strong> contexto externo à Região (Go<strong>de</strong>t, 1997; Porter,1989). Ao <strong>de</strong>limitar as incertezas e estruturar a realida<strong>de</strong> complexa, os cenários sãoarquétipos que mostram os diferentes padrões possíveis <strong>de</strong> comportamento <strong>do</strong> futuro,através <strong>do</strong> tratamento e organização <strong>de</strong> hipóteses. A concepção <strong>de</strong> cenários utilizada notrabalho consi<strong>de</strong>ra que o futuro é incerto e in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> e que, portanto, não po<strong>de</strong> serantecipa<strong>do</strong> com segurança e certeza; <strong>de</strong>sta forma não preten<strong>de</strong>m (nem po<strong>de</strong>m) afirmar oque vai acontecer, mas apenas <strong>de</strong>limitar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> futuro <strong>de</strong>ntro dascircunstâncias e <strong>do</strong> horizonte <strong>de</strong> análise.A construção <strong>de</strong> cenários é uma imaginação sobre os futuros possíveis e não uma projeção<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho e <strong>do</strong>s padrões <strong>de</strong> comportamento <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>; mesmo porque o futuroten<strong>de</strong> a ser diferente <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, tanto mais quanto mais incerto e instável seja o objeto <strong>de</strong>análise. A aplicação da técnica <strong>de</strong> cenários ao <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> e ao contexto externo queinfluencia a região, <strong>de</strong>ve lidar com a realida<strong>de</strong> complexa e com processos <strong>de</strong> mudançascom alta incerteza. Pela própria contribuição para o planejamento estratégico, os cenáriosresultam <strong>de</strong> uma reflexão estruturada sobre as incertezas e seus possíveis <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentosfuturos, <strong>de</strong> preferência com envolvimento <strong>de</strong> técnicos e atores sociais da região. Como ofuturo é incerto e as hipóteses apenas <strong>de</strong>limitam as possibilida<strong>de</strong>s, a reflexão <strong>do</strong>s técnicos e44


atores fortalece a capacida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong> regional <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r os sinais <strong>de</strong> mudançase i<strong>de</strong>ntificar novas incertezas e hipóteses para ajustar as alternativas <strong>de</strong> futuro.O processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> cenários segue, normalmente, quatro gran<strong>de</strong>s passosseqüencia<strong>do</strong>s que organizam a reflexão estruturada em torno da Região e <strong>do</strong> seu contextoexterno:a) I<strong>de</strong>ntificação das gran<strong>de</strong>s incertezas que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>finir as alternativas futuras<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, <strong>do</strong> Brasil e da Região;b) Formulação <strong>de</strong> hipóteses plausíveis <strong>de</strong> comportamentos futuros <strong>de</strong>stasincertezas;c) Combinação das diferentes hipóteses das incertezas, forman<strong>do</strong> o conjunto daspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> futuro;d) Análise <strong>de</strong> consistência das combinações, que i<strong>de</strong>ntificam as combinaçõesconsistentes e consi<strong>de</strong>ra que somente esses conjuntos consistentes constituemas bases <strong>do</strong>s cenários.A elaboração <strong>do</strong>s cenários alternativos <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> procurou situar a região <strong>de</strong>ntro dascondições e influências que recebe <strong>do</strong> ambiente internacional, particularmente <strong>do</strong> comérciomundial, e <strong>do</strong> macro ambiente brasileiro com <strong>de</strong>sempenhos diferencia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> variáveis <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> impacto na Região. O perfil da economia regional, com presença forte nos merca<strong>do</strong>smundiais <strong>de</strong> agronegócio, acentua a influência <strong>do</strong>s processos externos sobre o <strong>de</strong>sempenho<strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Os cenários <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> resultam, assim, da interação das influênciasexternas (mundiais e nacionais) com os processos internos à Região, como mostra odiagrama seguinte. Por isso, o trabalho começa com a formulação <strong>do</strong>s cenários mundiais enacionais, este último também influencia<strong>do</strong> pelo contexto internacional, procuran<strong>do</strong>i<strong>de</strong>ntificar neles os fatores que impactam no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, foi feita umaanálise das tendências e processos internos à região, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> incertezas críticasendógenas, cuja interação com os processos exógenos leva aos futuros alternativos daregião.45


2.1 Cenários MundiaisO mun<strong>do</strong> experimenta um processo contraditório <strong>de</strong> crescimento econômico e globalizaçãoacelerada e intensa inovação tecnológica com <strong>de</strong>sequilíbrios financeiros e cambiais egran<strong>de</strong>s conflitos políticos. Este conjunto <strong>de</strong> fatores parece antecipar mudanças naeconomia e nas relações comerciais e políticas no contexto mundial, com impactos sobre oBrasil e o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. A direção e a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas mudanças <strong>de</strong>finem as prováveisalternativas <strong>de</strong> evolução futura <strong>do</strong> planeta, vale dizer, os cenários mundiais.2.1.1 Condicionantes <strong>do</strong> FuturoA análise <strong>do</strong>s processos em maturação no contexto mundial permite i<strong>de</strong>ntificar um conjunto<strong>de</strong> fatores – políticos, econômicos, comerciais, e tecnológicos - que condicionam o futuro eque, portanto, <strong>de</strong>terminam as alternativas <strong>de</strong> mudança da economia e políticainternacionais. Foram <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s 12 condicionantes mundiais relevantes, apresenta<strong>do</strong>s aseguir <strong>de</strong> forma sintética:Hegemonia e disputa <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r mundial e sistema <strong>de</strong> regulação globalNa atualida<strong>de</strong>, pre<strong>do</strong>mina na estrutura <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r mundial uma hegemonia unipolarcomandada pelos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s com seus alia<strong>do</strong>s, União Européia e Japão, e com a<strong>de</strong>pendência da maior parte <strong>do</strong>s países. Entretanto, esta hegemonia sofre um forte <strong>de</strong>sgastediplomático e militar em algumas áreas <strong>de</strong> conflito e guerras localizadas, como o Iraque; aomesmo tempo, a emergência <strong>de</strong> novos atores políticos globais, como a China e a Rússia,ten<strong>de</strong> a provocar certo <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>do</strong> jogo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r mundial. Especialmente a Chinaprojeta-se como potência emergente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> influência regional e presença ativa noambiente político mundial, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> tornar-se, rapidamente, a segunda economia <strong>do</strong> planeta.Além da persistência da guerra e da <strong>de</strong>sagregação política <strong>do</strong> Iraque, as tensões políticas emilitares aumentam em algumas áreas, especialmente no Oriente Médio, intensificadas coma vitória <strong>do</strong> Hamas nas eleições gerais na Palestina e com a ameaça <strong>do</strong> Irã se tornar umapotência nuclear. Diante <strong>de</strong>ssas mudanças, as instituições internacionais e multilaterais,como as Nações Unidas, têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> e incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>enfrentamento e equacionamento <strong>do</strong>s <strong>de</strong>sequilíbrios e instabilida<strong>de</strong>s. Em to<strong>do</strong> caso, aemergência <strong>de</strong> novas potências e o aumento <strong>do</strong>s conflitos po<strong>de</strong>m refletir-se na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>nova estrutura <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que, eventualmente, se traduza na busca <strong>de</strong> instituiçõesinternacionais <strong>de</strong> negociação e regulação.46


Desequilíbrios estruturais na economia mundialA economia internacional tem cresci<strong>do</strong>, nas últimas duas décadas, a uma taxa média <strong>de</strong> 3%ao ano, estimulada pelo dinamismo combina<strong>do</strong> <strong>do</strong>s EUA e da China, esta última comexpansão acima <strong>de</strong> 9% ao ano. Entretanto, o crescimento da economia norte-americanaconvive e se financia através <strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s “déficits gêmeos” <strong>do</strong>s EUA - alto déficit fiscal eeleva<strong>do</strong> déficit da balança comercial – o que gera gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> na economiamundial, principalmente pela perda <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> <strong>do</strong> dólar como moeda <strong>de</strong> referênciainternacional. Apesar <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>svalorizações <strong>do</strong> dólar e <strong>do</strong> leve aumento da taxa <strong>de</strong>juros norte-americanos, persiste a incerteza em relação ao sistema monetário internacionalbasea<strong>do</strong> na moeda norte-americana. Além disso, o dinamismo econômico <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> uma alta propensão ao consumo e um forte endividamento das famílias,particularmente em créditos imobiliários (estima<strong>do</strong>s em 7,0% <strong>do</strong> PIB).Os países superavitários e com alta poupança, como a China, financiam os déficits gêmeose o consumo da população <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, e estimulam o gran<strong>de</strong> merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>rque alimenta o comércio internacional. Estes <strong>de</strong>sequilíbrios geram uma elevada liqui<strong>de</strong>zinternacional, mas, ao mesmo tempo, criam ambiente <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> e perda <strong>de</strong> confiançano padrão monetário, com pressões para a mudança da parida<strong>de</strong> das moedas <strong>do</strong>s paísescom maior inserção na economia mundial.A estes fatores <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser acrescenta<strong>do</strong> o acelera<strong>do</strong> aumento <strong>do</strong>s preçosinternacionais <strong>de</strong> petróleo, estouran<strong>do</strong> as bandas <strong>de</strong>finidas pela OPEP até <strong>do</strong>is anos atrás(entre US$ 22 e US$ 28 o barril) com volatilida<strong>de</strong> e tendência à alta; em apenas <strong>do</strong>is anos acotação <strong>do</strong> barril <strong>de</strong> petróleo saltou <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> US$ 24,84 dólares, em 2002, para quaseUS$ 70 dólares atuais. Mesmo que existam causas estruturais, como a tendência <strong>de</strong>esgotamento das reservas, o principal <strong>de</strong>terminante <strong>do</strong>s altos preços <strong>do</strong> petróleo resi<strong>de</strong> na<strong>de</strong>manda mundial em expansão da economia, puxada pelo crescimento continua<strong>do</strong> <strong>do</strong>produto, principalmente pela voracida<strong>de</strong> das importações da China. Além disso, ainstabilida<strong>de</strong> política em áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s produtores <strong>de</strong> petróleo, como o Oriente Médio,ten<strong>de</strong> a gerar insegurança com relação à oferta e aos estoques mundiais <strong>do</strong> energético. Osaltos preços <strong>de</strong> petróleo provocam pressão inflacionária nos gran<strong>de</strong>s consumi<strong>do</strong>res,especialmente Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e Europa, que po<strong>de</strong>m interromper o ciclo <strong>de</strong> crescimento<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a movimentos <strong>de</strong> retração da economia.Reorganização da economia mundial e ascensão da ChinaO processo <strong>de</strong> globalização da economia tem si<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> <strong>do</strong> aumento daconcentração econômica, amplian<strong>do</strong> a heterogeneida<strong>de</strong> e a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> entre as nações emarginalização <strong>de</strong> alguns países com baixa capacida<strong>de</strong> competitiva. Entretanto, asmudanças <strong>do</strong>s padrões <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> a intensificação <strong>do</strong> comércio internacionalfavorecem alguns poucos países com amplo merca<strong>do</strong> interno e gran<strong>de</strong>s diferenciaiscompetitivos, como os chama<strong>do</strong>s emergentes, que ocupam espaços crescentes naeconomia internacional. Entre os emergentes (normalmente são cita<strong>do</strong>s China, Índia, Rússia47


e Brasil), a estrela ascen<strong>de</strong>nte é a economia chinesa, com acelerada mo<strong>de</strong>rnização e altodinamismo. Segun<strong>do</strong> todas as previsões, a China será, em poucos anos, a terceiraeconomia <strong>do</strong> planeta, <strong>de</strong>pois <strong>do</strong>s EUA e <strong>do</strong> Japão, a ultrapassar to<strong>do</strong>s os países europeus,e ocupar papel <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> no comércio internacional.Ainda conhecida como exporta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong>, apoiada nosbaixíssimos custos da mão <strong>de</strong> obra, a China investe pesa<strong>do</strong> em tecnologia, copia comcompetência os processos e produtos <strong>do</strong> oci<strong>de</strong>nte, e já muda a sua pauta <strong>de</strong> exportaçãopara produtos <strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong> e valor agrega<strong>do</strong>. Para isso apóia-se nosinvestimentos das empresas multinacionais, que transferem parte da sua produção para opaís <strong>de</strong> menor custo <strong>de</strong> produção <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. A expansão da economia chinesa gerapressão sobre os preços internacionais: empurra para baixo os preços <strong>do</strong>s produtosindustrializa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> consumo, pela oferta barata e em larga escala, e provoca o aumento <strong>do</strong>spreços das matérias primas, especialmente petróleo, pelas aceleradas importações.A China já superou os EUA como o maior consumi<strong>do</strong>r <strong>de</strong> recursos e commodites <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,e <strong>de</strong>manda quase o <strong>do</strong>bro <strong>de</strong> carne e mais que o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> aço consumi<strong>do</strong> pelos Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s, apesar da baixa renda per capita chinesa. Se a expansão da economia chinesaaproximar seu consumo per capita <strong>do</strong>s padrões norte-americanos, segun<strong>do</strong> estimativa <strong>de</strong>Lester Brown, a China consumirá <strong>do</strong>is terços da colheita mundial <strong>de</strong> grãos e o <strong>do</strong>bro daprodução mundial atual <strong>de</strong> papel, intensifican<strong>do</strong> as pressões sobre as florestas. Terá umafrota <strong>de</strong> 1,1 bilhão <strong>de</strong> carros, mais <strong>do</strong> que toda a frota mundial atual (800 milhões <strong>de</strong> carros),e utilizará 99 milhões <strong>de</strong> barris <strong>de</strong> petróleo por dia, acima da produção atual <strong>de</strong> 84 milhões<strong>de</strong> barris dia. A China po<strong>de</strong>rá alcançar a renda per capita <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s em poucomais <strong>de</strong> três décadas, aproximan<strong>do</strong>-se rapidamente <strong>do</strong>s níveis insustentáveis <strong>de</strong> consumofrente aos estoques <strong>de</strong> recursos atualmente disponíveis.A expansão da economia chinesa está mudan<strong>do</strong> a estrutura da economia mundial. Isto seráreforça<strong>do</strong> com a emergência da Índia, e passa também por forte integração e mo<strong>de</strong>rnização.Também da Rússia e <strong>do</strong> Brasil, com gran<strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>. To<strong>do</strong>s, porém, têm gran<strong>de</strong>sproblemas e restrições internas que po<strong>de</strong>m mo<strong>de</strong>rar seu crescimento e, portanto, areorganização da economia mundial. A China, principal força emergente, convive com<strong>de</strong>sequilíbrios e sustenta sua mo<strong>de</strong>rnização e dinamismo em bases relativamente instáveise limitadas. De um la<strong>do</strong>, provoca gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais e regionais, comconcentração <strong>de</strong> renda e formação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s fortunas, incompatível com a base i<strong>de</strong>ológica<strong>do</strong> país. O exército industrial <strong>de</strong> reserva forma<strong>do</strong> por 800 milhões <strong>de</strong> chineses <strong>do</strong> meio ruralten<strong>de</strong> a migrar para as cida<strong>de</strong>s, o que achata os salários e cria uma competitivida<strong>de</strong> espúria.Embora a pobreza <strong>de</strong>cline rapidamente (em <strong>de</strong>z anos teria caí<strong>do</strong> <strong>de</strong> 300 milhões para 100milhões <strong>de</strong> pessoas), a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> amplia-se e agri<strong>de</strong> os valores políticos <strong>do</strong> sistema.Também se acentuam as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais e entre cida<strong>de</strong> e campo, com a mo<strong>de</strong>rnaeconomia instalada nos centros urbanos. Tão grave quanto às <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais é aintensa <strong>de</strong>gradação ambiental que <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> crescimento e mo<strong>de</strong>rnização econômicos daChina, tanto que o país já é o segun<strong>do</strong> maior emissor <strong>de</strong> gás <strong>de</strong> efeito estufa <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,<strong>de</strong>pois <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.48


Além disso, o sistema financeiro chinês, pre<strong>do</strong>minantemente estatal, é frágil e convive comelevadas carteiras <strong>de</strong> empréstimos não realizáveis, que po<strong>de</strong>m provocar instabilida<strong>de</strong>econômica. De qualquer forma, a China implementa reformas no sistema bancário, aointroduzir uma regulamentação rigorosa que, entre outras medidas, prevê a a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong>sbancos aos padrões mundiais <strong>de</strong> capitalização e limites <strong>do</strong>s empréstimos não-realizáveis.Negociações da Organização Mundial <strong>de</strong> ComércioA OMC - Organização Mundial <strong>de</strong> Comércio tem si<strong>do</strong> palco <strong>de</strong> intensas negociações pararedução <strong>de</strong> barreiras alfan<strong>de</strong>gárias, especialmente das restrições ao comércio internacional<strong>de</strong> produtos agropecuários. A chamada Rodada <strong>de</strong> Doha já realizou várias reuniões <strong>de</strong> altonível e muitos entendimentos diplomáticos sem resulta<strong>do</strong>s concretos e alguns gran<strong>de</strong>sfracassos. O ponto central da discórdia <strong>de</strong>corre da resistência <strong>do</strong>s países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s,principalmente Europa, a reduzir, <strong>de</strong> forma significativa, as tarifas à importação e ossubsídios <strong>do</strong>s produtos agrícolas, dificultan<strong>do</strong> as exportações das nações pobres. Além <strong>de</strong>proteger os produtores agrícolas internos, que representam uma parcela muito pequena dapopulação economicamente ativa, os países industrializa<strong>do</strong>s exigem, como contrapartida<strong>do</strong>s países pobres, um forte e <strong>de</strong>sproporcional <strong>de</strong>clínio das barreiras aos produtosindustriais, aos serviços, à tecnologia da informação e aos produtos <strong>de</strong> alto conteú<strong>do</strong>tecnológico.Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo Brasil, um grupo <strong>de</strong> países produtores <strong>de</strong> agropecuária, o chama<strong>do</strong> G20,<strong>de</strong>manda um aumento em 100% das cotas <strong>de</strong> importação e uma redução <strong>do</strong>s subsídios em54%. Embora tenha manti<strong>do</strong> relativa unida<strong>de</strong> nas negociações, o G20 agrupa países comgran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses na agropecuária e, principalmente, com diferenças naprodutivida<strong>de</strong> e peso relativo da agropecuária, o que po<strong>de</strong> reduzir sua força <strong>de</strong> pressão. Dequalquer forma, na última reunião da OMC, reunião <strong>de</strong> Hong Kong, em <strong>de</strong>zembro <strong>do</strong> anopassa<strong>do</strong>, o grupo atuou <strong>de</strong> forma articulada e, embora não tenha consegui<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>sconcretos, alcançou alguns compromissos futuros. Houve acerto, <strong>de</strong> última hora, que <strong>de</strong>fineo ano <strong>de</strong> 2013, como prazo final para o fim <strong>do</strong>s subsídios à exportação e “medidasequivalentes”; além <strong>de</strong> relativamente vago, o entendimento representa menos <strong>de</strong> US$ 5bilhões em gastos governamentais no mun<strong>do</strong>, com pequeno impacto na redução <strong>do</strong>protecionismo à agropecuária. Não houve qualquer acor<strong>do</strong> em torno <strong>do</strong>s subsídios<strong>do</strong>mésticos aos produtos agropecuários <strong>do</strong>s países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, principalmentemecanismo protecionista, que correspon<strong>de</strong> a US$ 108 bilhões <strong>de</strong> dólares.Enquanto é negociada a redução das barreiras tarifárias, com prováveis resulta<strong>do</strong>s nomédio prazo, existe uma tendência <strong>de</strong> ampliação das barreiras não tarifárias - restriçõesquantitativas: licenciamento <strong>de</strong> importações, procedimentos alfan<strong>de</strong>gários, medidasantidumping e compensatórias - e barreiras técnicas - normas e regulamentos técnicos,regulamentos sanitários, fitos sanitários e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> animal. Por outro la<strong>do</strong>, à medida que seavance na redução <strong>do</strong> protecionismo das taxas alfan<strong>de</strong>gárias e <strong>do</strong>s subsídios internos,<strong>de</strong>ve-se esperar o aumento das formas não tarifárias <strong>de</strong> controle comercial.49


Formação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbonoO Protocolo <strong>de</strong> Kyoto é uma resposta das nações às ameaças <strong>de</strong> mudanças climáticas noplaneta que <strong>de</strong>correm da <strong>de</strong>gradação ambiental e, particularmente, <strong>do</strong> efeito estufa gera<strong>do</strong>pela emissão <strong>de</strong> gás carbônico. Assina<strong>do</strong> pela maioria das nações e vigoran<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004,quan<strong>do</strong> a Rússia a<strong>de</strong>riu ao acor<strong>do</strong>, o Protocolo <strong>de</strong> Kyoto <strong>de</strong>termina que os paísesindustrializa<strong>do</strong>s, principais polui<strong>do</strong>res, <strong>de</strong>vem reduzir suas emissões <strong>de</strong> gás <strong>de</strong> efeito estufa(GEE) em cerca em 5% <strong>do</strong> registra<strong>do</strong> em 1990. Os países em <strong>de</strong>senvolvimento eemergentes não estão obriga<strong>do</strong>s a reduzir suas emissões. Parte-se <strong>do</strong> entendimento <strong>de</strong> queainda <strong>de</strong>vem ampliar sua base produtiva e, portanto, o consumo <strong>de</strong> energéticos e a emissão<strong>de</strong> poluentes. O Protocolo tem duas gran<strong>de</strong>s fragilida<strong>de</strong>s. A primeira resi<strong>de</strong> na recusa <strong>do</strong>sEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s em assinar os seus compromissos, fican<strong>do</strong> fora o maior emissor isola<strong>do</strong> <strong>de</strong>gás <strong>do</strong> efeito estufa <strong>do</strong> planeta. Segun<strong>do</strong> ponto fraco <strong>do</strong> Protocolo <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> algunsemergentes altamente emissores estarem excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> compromisso. Assim, a China é osegun<strong>do</strong> maior emissor, com peso importante nas pressões antrópicas que levam àsmudanças climáticas, mas não está obriga<strong>do</strong> a metas <strong>de</strong> redução. O Brasil também é umgran<strong>de</strong> emissor, cerca <strong>de</strong> 75% das emissões <strong>de</strong> GEE <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento. Aexclusão <strong>do</strong>s emergentes <strong>do</strong> compromissos <strong>de</strong> metas é um <strong>do</strong>s argumentos utiliza<strong>do</strong>s pelosEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s para não assinarem o protocolo.Diante das dificulda<strong>de</strong>s que alguns países po<strong>de</strong>riam ter para cumprir as metas <strong>de</strong> redução<strong>de</strong> emissão, o Protocolo <strong>de</strong> Kyoto criou um sistema, chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> MDL- Mecanismo <strong>de</strong><strong>Desenvolvimento</strong> Limpo, através <strong>do</strong> qual os países po<strong>de</strong>m comprar direitos <strong>de</strong> emissão apaíses em <strong>de</strong>senvolvimento e emergentes que realizem uma redução da emissão ouretirada <strong>de</strong> gás da atmosfera através <strong>de</strong> projetos ambientais. O tamanho <strong>de</strong>ssa redução ouretirada <strong>de</strong> gás constitui “créditos <strong>de</strong> carbono” que po<strong>de</strong>m ser negocia<strong>do</strong>s amplamente nummerca<strong>do</strong> mundial. Este merca<strong>do</strong> cresce bastante nos últimos anos e mesmo empresas <strong>de</strong>países não signatários <strong>do</strong> Protocolo, como os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, estão compran<strong>do</strong> créditos <strong>de</strong>emissão. Em 2004 teriam si<strong>do</strong> negocia<strong>do</strong>s US$ 600 milhões <strong>de</strong> créditos. Embora não sejammuito imprecisas, estimativas indicam um movimento anual <strong>de</strong> título <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbonoflutuan<strong>do</strong> entre US$ 5 e US$ 17 bilhões <strong>de</strong> dólares, a partir <strong>de</strong> 2010, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> saltar paraUS$ 20 bilhões por ano, quan<strong>do</strong> os mecanismos estiverem <strong>de</strong>vidamente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s e aceitos.O Brasil já capta cerca <strong>de</strong> 10% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono, e po<strong>de</strong> ocupar espaçosmais amplos nas vendas mundiais.Os projetos que po<strong>de</strong>m constituir crédito <strong>de</strong> carbono <strong>de</strong>vem promover a redução dasemissões ou a retirada da atmosfera, concentran<strong>do</strong> nas seguintes áreas: fontes renováveise alternativas <strong>de</strong> energia - eólica, solar, co-geração, termoelétricas movidas a biomassa,bagaço <strong>de</strong> cana, restos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, serragem, e lixo - aterros sanitários, bio<strong>de</strong>gestores <strong>de</strong>fezes animais, eficiência e conservação <strong>de</strong> energia; reflorestamento e estabelecimento <strong>de</strong>florestas novas, que serviriam como filtros, que retiram gás carbônico da atmosfera e ofixam na ma<strong>de</strong>ira. Da<strong>do</strong>s mais recentes mostram que quase 40% <strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>carbono aprova<strong>do</strong>s até agora são <strong>de</strong> energia renovável, embora 54% <strong>do</strong> valor total50


Integração regional e continentalA integração comercial regional apresentou avanços iniciais, com a formação <strong>do</strong>MERCOSUL, reunin<strong>do</strong> um pequeno número <strong>de</strong> países vizinhos, mas com ambição <strong>de</strong>constituir um merca<strong>do</strong> comum. Apesar <strong>de</strong> estagna<strong>do</strong> e mesmo com alguns retrocessosimportantes, o MERCOSUL ainda representa um acor<strong>do</strong> coletivo regional <strong>de</strong> livre comérciocom entendimentos para avançar na direção da união aduaneira. Dificulda<strong>de</strong>s internas emalguns países membros e, principalmente, diferença <strong>de</strong> política macroeconômica e <strong>de</strong>snível<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> entre os sócios, ameaça até mesmo os entendimentos <strong>de</strong> livre comércio.A Argentina, o segun<strong>do</strong> maior membro da integração <strong>do</strong> cone sul, introduziu medidas <strong>de</strong>restrição comercial aos produtos brasileiros, ao questionar os fundamentos <strong>do</strong> acor<strong>do</strong>regional. No meio das dificulda<strong>de</strong>s, a Venezuela é admitida como membro <strong>do</strong> MERCOSUL,e introduz mais diferenças <strong>de</strong> política e <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, e reflete um movimento<strong>de</strong> oposição à outra iniciativa <strong>de</strong> integração comercial no continente, a ALCA.Por ser uma proposta <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e envolver a liberalização <strong>do</strong> comércio com amaior nação <strong>do</strong> continente, a ALCA provoca muitas resistências na América Latina,especialmente <strong>de</strong> parte da Venezuela e da Argentina. Como se trata <strong>de</strong> uma zona <strong>de</strong> livrecomércio, a ALCA não impe<strong>de</strong> a consolidação <strong>do</strong> MERCOSUL, que se preten<strong>de</strong> ummerca<strong>do</strong> comum; com menos amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> países, o MERCOSUL busca uma maiorintegração, incluin<strong>do</strong> política externa comum e liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> capital e trabalho,além da comercial 6 . A proposta da ALCA envolve um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> países e o maisamplo merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> na atualida<strong>de</strong>, o norte-americano, e trata apenas <strong>de</strong> liberaçãocomercial. Entretanto, se o MERCOSUL enfrenta problemas econômicos, as restrições àformação da ALCA são políticas, e refletem a preocupação com o pre<strong>do</strong>mínio econômico<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Por outro la<strong>do</strong>, é importante ressaltar que a proposta <strong>de</strong> zona <strong>de</strong> livrecomércio das Américas tem oposição também nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s sindicatos<strong>de</strong> segmentos atrasa<strong>do</strong>s da economia norte-americana.Na ausência <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s abrangentes, como a ALCA, tem havi<strong>do</strong> uma tendência <strong>de</strong> váriospaíses assinarem acor<strong>do</strong>s bilaterais <strong>de</strong> comércio com os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, o que dificulta aformação da zona ampla <strong>de</strong> livre comércio e gera resulta<strong>do</strong>s diferencia<strong>do</strong>s para os paísesda América <strong>do</strong> Sul; Chile e Peru já firmaram acor<strong>do</strong>s com os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e mesmo oUruguai, membro <strong>do</strong> MERCOSUL, negocia entendimento semelhante. À medida queavançam os acor<strong>do</strong>s bilaterais, as negociações globais para formação <strong>do</strong>s blocos retraemse,o que po<strong>de</strong> favorecer mais os interesses norte-americanos.6 Merca<strong>do</strong> comum correspon<strong>de</strong> ao estágio eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> integração comercial que segue a seguinte or<strong>de</strong>m: Zona <strong>de</strong> LivreComércio contempla a abolição <strong>de</strong> tarifas alfan<strong>de</strong>gárias e não alfan<strong>de</strong>gárias entre os membros; União Aduaneira soma àabolição <strong>de</strong> tarifas entre os membros a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma tarifa externa comum no comércio com terceiros; e o Merca<strong>do</strong>Comum, que além da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> comércio interno e da tarifa externa comum, suprime todas as restrições ao movimento <strong>de</strong>capital e <strong>de</strong> trabalho; e, finalmente, União Econômica, que contém uma unificação completa das políticas e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> umaautorida<strong>de</strong> supranacional com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisório.52


Acor<strong>do</strong>s comerciais como da ALCA provocam mudanças nas economias nacionais, o quegera insegurança e resistência; embora, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral, a abertura comercial melhore aeficiência geral das economias integradas, po<strong>de</strong> haver perdas importantes e distribuiçãointerna <strong>de</strong> ganhos e dificulda<strong>de</strong>s, tanto setorial quanto regional. Não existem projeçõestotalmente seguras <strong>do</strong>s impactos da ALCA, mas estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> IPEA mostra que, nas condiçõesatuais, a total liberalização <strong>do</strong> comércio <strong>do</strong> Brasil com os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s geraria umpequeno déficit comercial brasileiro, nada grave para uma economia que precisa <strong>de</strong>financiamento externo. Entretanto, o mais importante é a distribuição setorial <strong>do</strong>s queganham e per<strong>de</strong>m com a integração comercial. Mesmo com uma abordagem estática <strong>do</strong>comércio, Honório Kume e Guida Piani chegaram à conclusão que a ALCA permitiria umaumento das exportações brasileiras em US$ 1,22 bilhão, concentrada nos segmentos <strong>de</strong>açúcar e produtos conten<strong>do</strong> açúcar, calça<strong>do</strong>s, suco <strong>de</strong> laranja, si<strong>de</strong>rurgia e vestuário. Poroutro la<strong>do</strong>, as importações brasileiras <strong>de</strong> produtos norte-americanos po<strong>de</strong>riam crescer emcerca <strong>de</strong> US$ 2,23 bilhões <strong>de</strong> dólares, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> os setores <strong>de</strong> máquinas e equipamentosmecânicos; equipamentos elétricos e eletrônicos; material elétrico e instrumentos; eaparelhos <strong>de</strong> precisão, borracha e suas obras, produtos químicos inorgânicos, plásticos esuas obras. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a estrutura produtiva das regiões, parece razoável que o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> po<strong>de</strong>ria se beneficiar da ALCA enquanto as regiões industrializadas, como o Su<strong>de</strong>ste,ten<strong>de</strong>riam a per<strong>de</strong>r com a integração comercial.Com todas as restrições e riscos que envolvem a integração comercial com países tão<strong>de</strong>siguais em porte e em diferencial competitivo, o que parece atrair na ALCA é o tamanho<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> norte-americano. Por isso, a estagnação das negociações para a formação daampla área <strong>de</strong> livre comércio tem leva<strong>do</strong> à iniciativas isoladas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s comerciaisbilaterais. Com uma população total <strong>de</strong> 850 milhões <strong>de</strong> habitantes e um PIB conjunto <strong>de</strong>US$ 12 trilhões <strong>de</strong> dólares, a ALCA po<strong>de</strong> ser o maior merca<strong>do</strong> mundial <strong>de</strong>pois da China.Mas a principal parte <strong>de</strong>ste merca<strong>do</strong> é a economia norte-americana, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, nãosen<strong>do</strong> possível a ALCA, buscam-se acor<strong>do</strong>s diretos e bilaterais, e os países que ficaremfora <strong>de</strong>stas negociações po<strong>de</strong>m per<strong>de</strong>r competitivida<strong>de</strong> para o mais amplo e dinâmicomerca<strong>do</strong> <strong>do</strong> planeta.Inovação tecnológicaA economia mundial está passan<strong>do</strong> por gran<strong>de</strong>s transformações, <strong>de</strong>correntes, em gran<strong>de</strong>parte, <strong>de</strong> intensas inovações tecnológicas em processos e produtos que alteram ascondições <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> entre as nações. A disputa competitiva em escalainternacional concentra-se, basicamente, no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> conhecimento e da tecnologia, e nodiferencial da capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos humanos, mesmo com a avalanche chinesa apoiadaem baixos custos da mão-<strong>de</strong>-obra. Como a capacida<strong>de</strong> científica e tecnológica é bastante<strong>de</strong>sigual, ten<strong>de</strong>m a se consolidar e mesmo aprofundar as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre as nações.Entretanto, existem vários espaços para os países emergentes e <strong>de</strong> menor <strong>de</strong>senvolvimentoque criaram uma base mínima <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico, como o Brasil;53


Integração da infra-estrutura da América <strong>do</strong> SulA América <strong>do</strong> Sul tem uma baixa integração físico-territorial, com <strong>de</strong>ficiência nos sistemas<strong>de</strong> transporte entre os países, principalmente <strong>do</strong> Brasil com os países andinos. Esta<strong>de</strong>sarticulação, que se reflete na limitada relação comercial, é resulta<strong>do</strong> das característicasgeográficas da região, da natureza da articulação mundial das economias, e <strong>do</strong>s vazios<strong>de</strong>mográficos e econômicos entre os países, que não formam escala para oferta <strong>de</strong> bens eserviços nas áreas interiores da América <strong>do</strong> Sul. Nos últimos anos, cresce a preocupação<strong>do</strong>s países da América <strong>do</strong> Sul, inclusive o Brasil, com a integração da infra-estruturaeconômica, como forma <strong>de</strong> integração econômico-comercial e cultural.A IIRSA - Iniciativa para la Integración <strong>de</strong> la Infraestructura Regional Suramericana - é umaresposta <strong>do</strong>s países da América <strong>do</strong> Sul a esta falta <strong>de</strong> integração, ao i<strong>de</strong>ntificar eimplementar projetos <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> transporte, energia e telecomunicações quepromovam o <strong>de</strong>senvolvimento territorial integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> subcontinente. Criada em 1997, aIIRSA é um foro <strong>de</strong> diálogo entre as autorida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s países da América <strong>do</strong> Sul paraviabilizar os investimentos necessários à integração. Define <strong>de</strong>z eixos <strong>de</strong> integraçãodividi<strong>do</strong>s em projetos, e prioriza 31 projetos com investimento total <strong>de</strong> US$ 5,2 bilhões <strong>de</strong>dólares. Para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, o eixo mais importante é o Interoceânico Central que integrao Pacífico ao Atlântico e se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra em cinco agrupamentos <strong>de</strong> projetos, como mostra omapa 5, na página seguinte.55


Mapa 5 – Eixo Interoceânico CentralFonte: IIRSA56


A motivação central da IIRSA é a integração econômica e cultural <strong>do</strong>s países da América <strong>do</strong>Sul, embora possa ajudar também a viabilizar a saída para o Pacífico, especialmenteinteressante para o Brasil e para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Em to<strong>do</strong> caso, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os eleva<strong>do</strong>sinvestimentos necessários e os custos <strong>de</strong> transporte, a exportação pelo Pacífico é viávelapenas para produtos <strong>de</strong> alto valor agrega<strong>do</strong>; os custos seriam muito altos para transporte<strong>de</strong> commodities, mesmo com ferrovias, à medida que teria que subir até 4000 metros.Mesmo com uma melhoria significativa <strong>do</strong>s portos <strong>do</strong> Pacífico, com qualida<strong>de</strong> muito inferioraos portos <strong>do</strong> Litoral Atlântico <strong>do</strong> Brasil.Até o momento a eficácia da IIRSA é muito baixa, com poucos projetos implementa<strong>do</strong>s, emgran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às restrições <strong>de</strong> recursos <strong>do</strong>s parceiros. De qualquer forma, aarticulação e as negociações para ampliação da infra-estrutura continental continuam<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> os interesses <strong>do</strong>s países da América <strong>do</strong> Sul. Por outro la<strong>do</strong>, a IIRSA parece sercomplementada, no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, como o MERCOESTE, iniciativa <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rançasempresariais e governamentais da região e <strong>de</strong> parte da região Norte <strong>do</strong> Brasil com paísesandinos vizinhos. O MERCOESTE organiza-se em torno <strong>de</strong> cinco eixos <strong>de</strong> integração,alguns <strong>do</strong>s quais convergentes com os da IIRSA.2.1.2 Incertezas críticas e hipótesesOs condicionantes mundiais po<strong>de</strong>m ter impactos diferencia<strong>do</strong>s sobre o futuro <strong>do</strong> planeta,com <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos diversos sobre o Brasil e, particularmente, sobre o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.Além disso, alguns <strong>do</strong>s condicionantes têm <strong>de</strong>sempenho futuro incerto, dificultan<strong>do</strong> aantecipação <strong>do</strong> seu movimento e, portanto, <strong>do</strong>s cenários. Os condicionantes mais incertos e<strong>de</strong> maior relevância (ou impacto) para a realida<strong>de</strong> sócio-econômica e política mundialconstituem as incertezas críticas, abrin<strong>do</strong> as possibilida<strong>de</strong>s futuras. Analisan<strong>do</strong> oscondicionantes com os critérios <strong>de</strong> relevância e incerteza, foram i<strong>de</strong>ntificadas quatroincertezas críticas. Para simplificar a análise, <strong>do</strong>is condicionantes – “Desequilíbriosestruturais na economia mundial” e “Reorganização da economia mundial e ascensão daChina” – foram agrupa<strong>do</strong>s em um condicionante convergente que trata <strong>do</strong>s <strong>de</strong>sequilíbrios eda organização da economia mundial. Para visualizar os cenários mundiais será necessárioi<strong>de</strong>ntificar hipóteses <strong>de</strong> comportamento futuro plausível <strong>de</strong>stas incertezas críticas, <strong>de</strong> cujacombinação emerge os futuros alternativos. As incertezas críticas estão apresentadas aseguir com as respectivas hipóteses <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho futuro:Hegemonia e disputa <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r mundial e sistema <strong>de</strong> regulação globalEsta incerteza po<strong>de</strong> assumir três esta<strong>do</strong>s possíveis que <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> hipóteses <strong>de</strong> evoluçãonas próximas décadas (enten<strong>de</strong>-se que estas são as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comportamento daestrutura <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> regulação):Hipótese 1 – Pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> hegemonia unipolar com limitada regulação;57


Hipótese 2 - Formação <strong>de</strong> hegemonia multipolar com regulação ampla;Hipótese 3 – Desorganização <strong>do</strong> jogo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e crise <strong>de</strong> hegemonia.Desequilíbrios econômicos e reorganização da economia mundial7Esta incerteza também po<strong>de</strong> assumir três esta<strong>do</strong>s possíveis em função das seguinteshipóteses <strong>de</strong> evolução nas próximas décadas:Hipótese 1 – Desequilíbrios administra<strong>do</strong>s e polarização econômica;Hipótese 2 – Estabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sconcentração econômica mundial;Hipótese 3 – Desorganização e crise econômica mundial.Negociações na OMC e regras <strong>do</strong> comércio mundialTrês hipóteses po<strong>de</strong>m ser formuladas também para esta incerteza crítica, i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>sesta<strong>do</strong>s futuros que assumiriam no futuro.Hipótese 1 - Mo<strong>de</strong>rada e gradual redução <strong>de</strong> barreiras e subsídios;Hipótese 2 – Forte e rápida redução <strong>de</strong> barreiras e subsídios c/aumento dasbarreiras não tarifárias;Hipótese 3 – Limitada e lenta redução <strong>de</strong> barreiras e subsídios.Integração regional e continental (ALCA/MERCOSUL)Esta incerteza crítica também po<strong>de</strong> assumir três esta<strong>do</strong>s futuros diferencia<strong>do</strong>s, combinan<strong>do</strong>o <strong>de</strong>sempenho da ALCA e <strong>do</strong> MERCOSUL.Hipótese 1 - ALCA ampla e MERCOSUL diluí<strong>do</strong>;Hipótese 2 - ALCA parcial e MERCOSUL consolida<strong>do</strong> como área <strong>de</strong> livre comércio;Hipótese 3 – ALCA inviabilizada c/MERCOSUL estaciona<strong>do</strong>.7 Esta incerteza agrupa os condicionantes “Desequilíbrios estruturais na economia mundial” e “Reorganização da economiamundial e ascensão da China”58


2.1.3 CenáriosOs cenários mundiais são <strong>de</strong>scrições <strong>do</strong> futuro que <strong>de</strong>correm das combinações consistentedas hipóteses das quatro incertezas críticas, organizadas na matriz 1. A última linhaapresenta a idéia-força que resulta <strong>de</strong> cada coluna que representa uma combinação <strong>de</strong>maior consistência interna. Provavelmente, seria possível formar outras combinações (trêsquatro a quatro) com alguma consistência, e abrir um amplo leque <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>futuro. Entretanto, foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> que as combinações das colunas seriam as maisconsistentes, abririam alternativas contrastadas <strong>de</strong> futuro e <strong>de</strong>finiriam o conjunto <strong>de</strong>possibilida<strong>de</strong>s.Matriz 1 - Combinação <strong>de</strong> Hipóteses das Incertezas Críticas MundiaisINCERTEZASCRÍTICASHIPÓTESESHegemonia políticamundial e sistema <strong>de</strong>regulação globalDesequilíbriosadministra<strong>do</strong>s epolarização econômicaEstabilida<strong>de</strong> e<strong>de</strong>sconcentraçãoeconômicaDesorganização e criseEconômicaDesequilíbrioseconômicos ereorganização daeconomia mundialPre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong>hegemonia Unipolarc/limitada regulaçãoFormação <strong>de</strong> hegemoniamultipolar c/regulaçãoamplaDesorganização <strong>do</strong> jogo<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e crise <strong>de</strong>hegemoniaNegociações na OMC eregras <strong>do</strong> comérciomundialMo<strong>de</strong>rada e gradualredução <strong>de</strong> barreiras esubsídiosForte e rápida redução <strong>de</strong>barreiras c/aumento dasnão tarifáriasLimitada e lentaredução <strong>de</strong> barreiras esubsídiosIntegração regional econtinental (ALCA eMERCOSUL)ALCA ampla eMERCOSUL diluí<strong>do</strong>ALCA parcial eMERCOSUL consolida<strong>do</strong>(área <strong>de</strong> livre comércio)ALCA inviabilizada/MERCOSULestaciona<strong>do</strong>IDÉIAS-FORÇACrescimento médioc/instabilida<strong>de</strong> controladae parcial integraçãoCrescimento sustenta<strong>do</strong>e estávelc/<strong>de</strong>sconcentração eintegraçãoCrescimento baixo eirregular c/instabilida<strong>de</strong>política e protecionismoDesta forma, cada coluna forma a base <strong>de</strong> um cenário expresso, <strong>de</strong> forma sintética pelaidéia-força. De forma <strong>de</strong>talhada, apresenta-se a seguir os cenários alternativos mundiais,<strong>de</strong>sagregan<strong>do</strong> as idéias-força e as hipóteses em variáveis e resulta<strong>do</strong> que <strong>de</strong>correm <strong>do</strong>simpactos das incertezas críticas, inclusive algumas variáveis <strong>de</strong> interesse direto <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.59


CENÁRIO A – Ciclo <strong>de</strong> Crescimento Instável e DesigualIdéia-forçaA economia mundial cresce a taxas mo<strong>de</strong>radas, convive com instabilida<strong>de</strong> controlada,apresenta parcial integração comercial e continental, com persistência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>smundiais e conflitos políticos e diplomáticos regionaliza<strong>do</strong>s.DescriçãoAs condições políticas internacionais consolidam a hegemonia unipolar <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,que li<strong>de</strong>ram as gran<strong>de</strong>s nações da Europa e o Japão, e convive com a emergência <strong>de</strong>potências regionais, como a China, a dificultar a montagem <strong>de</strong> sistemas e mecanismos <strong>de</strong>regulação internacional. As instituições multilaterais continuam frágeis e com limita<strong>do</strong> po<strong>de</strong>r<strong>de</strong> atuação nos conflitos e nas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre as nações e nos problemas ambientaisglobais. A incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negociação <strong>de</strong> conflitos leva à permanência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbriosadministra<strong>do</strong>s na economia mundial, incluí<strong>do</strong>s os déficits gêmeos e o endividamento daeconomia norte-americana. Da mesma forma, não existe ambiente político para avançosimportantes nas negociações da OMC - Organização Mundial <strong>do</strong> Comércio - embora sejamaprovadas medidas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada e gradual redução <strong>de</strong> barreiras e subsídios <strong>do</strong>s produtosagropecuários. A hegemonia norte-americana e a mo<strong>de</strong>rada redução <strong>de</strong> barreiras globaispromovem a formação da ALCA como área <strong>de</strong> livre comércio no continente americano,levan<strong>do</strong> à diluição e <strong>de</strong>sarticulação <strong>do</strong> MERCOSUL.Esta conjunção <strong>de</strong> fatores permite manter taxas médias <strong>de</strong> crescimento da economiamundial (em torno <strong>de</strong> 3% no perío<strong>do</strong>), estimulada pela economia norte-americana e,sobretu<strong>do</strong>, pela expansão <strong>de</strong> alguns emergentes, especialmente a China com leve<strong>de</strong>saceleração; em 2020, o PIB mundial <strong>de</strong>ve alcançar cerca <strong>de</strong> US$ 67,92 trilhões <strong>de</strong>dólares, conforme evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> no gráfico 17. Como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> crescimento diferencia<strong>do</strong><strong>do</strong>s países emergentes ocorre alguma <strong>de</strong>sconcentração <strong>do</strong> PIB mundial e cria novapolarização com aumento <strong>do</strong> peso relativo da China, da Rússia e da Índia. O comérciomundial também se amplia <strong>de</strong> forma mo<strong>de</strong>rada, alcança volume <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> US$ 42,85trilhões <strong>de</strong> dólares, acompanha o ritmo da economia e é favoreci<strong>do</strong> pela parcial redução dasbarreiras alfan<strong>de</strong>gárias e <strong>do</strong>s subsídios, especialmente para produtos agropecuários, e pelaformação <strong>de</strong> blocos.Na ausência <strong>de</strong> um forte esquema <strong>de</strong> regulação e <strong>de</strong> instituições multilaterais comcapacida<strong>de</strong> financeira e operacional, cresce a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> entre as nações, commarginalização <strong>de</strong> países pobres, e agravam-se os problemas ambientais, mesmo porque omerca<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono avança <strong>de</strong> forma lenta e mo<strong>de</strong>rada. Como conseqüências, ampliam-seos movimentos migratórios <strong>de</strong> países pobres para nações <strong>de</strong>senvolvidas, aumentan<strong>do</strong> apressão por emprego numa população com acelera<strong>do</strong> envelhecimento.As inovações tecnológicas são seletivas e concentradas nos segmentos <strong>de</strong> ponta, comlimita<strong>do</strong> acesso pelos países em <strong>de</strong>senvolvimento, à medida que se concentram nas nações60


com alta capacida<strong>de</strong> educacional e científico-tecnológica, controladas pelas gran<strong>de</strong>sempresas.A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos cresce <strong>de</strong> forma intensa, principalmente pela melhoria <strong>de</strong> rendanos gran<strong>de</strong>s países emergentes on<strong>de</strong> ainda pre<strong>do</strong>minam a pobreza e as limitaçõesnutricionais. O mesmo ocorre com a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água, parte da qual incorporada nosalimentos produzi<strong>do</strong>s com irrigação, mesmo porque o consumo <strong>de</strong> água ainda tem médiaeficiência, com persistência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios. A falta <strong>de</strong> uma rigorosa gestão ambiental e <strong>de</strong>recursos hídricos, o aumento das <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> alimentos e <strong>de</strong> água é acompanha<strong>do</strong> porum <strong>de</strong>clínio da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos hídricos, levan<strong>do</strong> a escassez localizada emalgumas regiões.A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia também aumenta rapidamente, como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> crescimento daeconomia e da renda, que amplia o consumo, puxa<strong>do</strong> pelos países emergentes que operamcom mo<strong>de</strong>rada eficiência e alta intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo. De qualquer forma, a matrizenergética apresenta uma mo<strong>de</strong>rada alteração com incorporação <strong>de</strong> gás natural e algumasfontes renováveis, particularmente biocombustível. Essa mudança da matriz energética éuma resposta à flutuação <strong>do</strong>s preços <strong>de</strong> petróleo em patamar alto, que <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>clinarlevemente pela viabilização econômica <strong>de</strong> outras fontes.O fluxo turístico mundial cresce, particularmente orienta<strong>do</strong> para o turismo ecológico ecultural, acompanhan<strong>do</strong> a expansão da renda e o envelhecimento da população,principalmente nos países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s.CENÁRIO B – Ciclo <strong>de</strong> Crescimento Estável com DesconcentraçãoIdéia-forçaO mun<strong>do</strong> vive um novo ciclo <strong>de</strong> expansão econômica com estabilida<strong>de</strong> e continuida<strong>de</strong>,acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma ampla integração comercial e <strong>de</strong>sconcentração da economia, <strong>de</strong>clíniodas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre as nações e mo<strong>de</strong>ração <strong>do</strong>s impactos ambientais.DescriçãoO jogo político internacional passa por mudanças importantes <strong>de</strong>correntes da presença ativa<strong>de</strong> novos atores, especialmente os emergentes, e das negociações para equacionamento<strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios econômicos, políticos e sociais. Como resulta<strong>do</strong>, avança para aformação <strong>de</strong> uma hegemonia multipolar que se expressa em um sistema <strong>de</strong> regulação epromoção <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, com fortalecimento das instituições multilaterais, que atuamnos problemas das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e <strong>do</strong> meio ambiente. O ambiente <strong>de</strong> negociação queincorpora esta hegemonia multipolar permite lidar com os <strong>de</strong>sequilíbrios econômicos emonetários mundiais, que contam também com a disposição <strong>de</strong> ajuste <strong>do</strong> governo <strong>do</strong>sEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s; <strong>de</strong>ssa forma, combinam-se suave controle <strong>do</strong>s déficits norte-americanos eleve valorização cambial <strong>do</strong>s países superavitários, criam-se as condições para aestabilida<strong>de</strong> mundial. Da mesma forma, intensificam-se as negociações na OMC chegan<strong>do</strong>61


A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos acelera-se no nível internacional como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> efeitocombina<strong>do</strong> <strong>do</strong> crescimento da economia e da renda com a <strong>de</strong>sconcentração <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>compra, favorecen<strong>do</strong> precisamente os países com déficits alimentares; além da China e daÍndia, gran<strong>de</strong> população pobre que passa a ter renda, também em várias nações pobres daAmérica Latina, da África e da Ásia amplia-se o acesso aos alimentos. Pela mesma razão, éintenso o aumento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água, apesar da melhoria da eficiência e racionalização<strong>do</strong> consumo, seja diretamente, ou na forma <strong>de</strong> alimentos pela irrigação. A disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>recursos hídricos <strong>de</strong>ve se estabilizar, apenas <strong>do</strong> intenso consumo, por conta <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>gestão sustentável das fontes e bacias e graças à racionalização <strong>do</strong> uso.A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia também aumenta <strong>de</strong> forma acelerada, pelas mesmas causas eapesar da menor intensida<strong>de</strong> (crescimento da eficiência), mas é acompanhada <strong>de</strong> umaintensa alteração da matriz energética, com ampliação <strong>do</strong> peso relativo <strong>do</strong> gás natural e dasfontes alternativas, com <strong>de</strong>staque para biocombustível, hidrogênio, célula <strong>de</strong> combustível.Os altos preços <strong>do</strong> petróleo estimulam esta mudança da matriz que se viabiliza pelaspolíticas voltadas para fontes renováveis e graças aos avanços tecnológicos.O fluxo turístico também cresce <strong>de</strong> forma significativa <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao aumento da renda e aredução das distâncias pelo avanço das tecnologias <strong>de</strong> transporte. O envelhecimento dapopulação nos países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s também contribui para a ampliação <strong>do</strong> movimentoturístico, orienta<strong>do</strong> para turismo ecológico e cultural.CENÁRIO C – Ciclo <strong>de</strong> Declínio Econômico e SocialIdéia-forçaA economia mundial apresenta crescimento baixo e irregular, com instabilida<strong>de</strong> política epersistência <strong>de</strong> protecionismo, limitada integração comercial e aumento das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>sentre as nações, com mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>gradação ambiental.DescriçãoOs conflitos políticos e diplomáticos e as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negociação <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s atoresglobais, particularmente Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, provocam uma <strong>de</strong>sorganização <strong>do</strong> jogo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmundial e vazio <strong>de</strong> hegemonia, impedin<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong> regulação epromoção <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento em escala internacional. Estas dificulda<strong>de</strong>s manifestam-sediretamente na incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s <strong>de</strong>sequilíbrios da economia internacional,levan<strong>do</strong> ao agravamento <strong>do</strong>s problemas que geram uma <strong>de</strong>sorganização econômica. Aomesmo tempo, os entendimentos na OMC geram poucos resulta<strong>do</strong>s, com limitada e seletivaredução <strong>de</strong> barreiras e subsídios, inclusive <strong>do</strong>s produtos da agropecuária. Também nãoexiste clima para a consolidação e ampliação <strong>do</strong> MERCOSUL, menos ainda para aformação da ALCA, que trava a integração comercial no continente.O efeito combina<strong>do</strong> da <strong>de</strong>sorganização política, das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negociação e daausência <strong>de</strong> regras e mecanismos <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s estrangulamentos leva a um baixo e63


irregular crescimento da economia, com forte <strong>de</strong>saceleração da economia chinesa. Nos 15anos <strong>do</strong>s cenários, a economia <strong>de</strong>ve se expandir a uma taxa média <strong>de</strong> apenas 2,5% ao ano,levan<strong>do</strong> a um PIB mundial <strong>de</strong> US$ 63,40 trilhões, em 2020, conforme evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> no quadro17. O comércio mundial ten<strong>de</strong> a estagnar, tanto pela retração da economia quanto pelapersistência <strong>de</strong> protecionismos, ao mesmo tempo em que se mantém a gran<strong>de</strong>concentração da economia mundial, com pequena expansão <strong>do</strong>s países emergentes, eaumentam as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre as nações. Mesmo assim, em 2020, o comércio mundial<strong>de</strong>ve representar um volume <strong>de</strong> transações <strong>de</strong>, aproximadamente, US$ 39,69 trilhões <strong>de</strong>dólares anuais.A persistência da pobreza nos países <strong>de</strong> baixo <strong>de</strong>senvolvimento provoca a intensificação<strong>do</strong>s fluxos migratórios, mesmo com mo<strong>de</strong>sto crescimento da economia mundial,aumentan<strong>do</strong> a pressão <strong>de</strong>mográfica e social em países com dificulda<strong>de</strong>s internas; como oenvelhecimento da população se intensifica e a economia <strong>de</strong>stes países cresce muitopouco, cria-se um clima social explosivo.A estagnação da economia e a retração <strong>do</strong>s investimentos em pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimentotecnológico mo<strong>de</strong>ram o ritmo <strong>de</strong> inovação tecnológica, concentra<strong>do</strong> em tecnologias <strong>de</strong>ponta. Ao mesmo tempo, a falta <strong>de</strong> entendimentos e regras <strong>de</strong> mediação mundial restringe oacesso <strong>do</strong>s países pobres e emergentes às novas tecnologias.Os problemas ambientais persistem, apesar <strong>do</strong> baixo crescimento da economia, à medidaque são frágeis os mecanismos <strong>de</strong> regulação e limita<strong>do</strong>s os avanços tecnológicos emmanejo sustentável. Além disso, o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono se mantém em níveis tími<strong>do</strong>s, e nãoestimulam os projetos <strong>de</strong> redução das emissões ou <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> GEE - Gás <strong>de</strong> EfeitoEstufa.A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos se amplia <strong>de</strong> forma tímida, à medida que a renda cresce muitopouco e é concentrada nos países que já alcançarem níveis altos <strong>de</strong> alimentação; nasnações em que são eleva<strong>do</strong>s os déficits nutricionais persistem a pobreza e o baixo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>compra, inibin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos. O mesmo ocorre com a <strong>de</strong>manda mundial <strong>de</strong>água, limitada pela retração <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> alimentos, já que 70% <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> água está nairrigação; apesar da pequena pressão sobre os recursos hídricos, ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>clinar adisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água pela ausência <strong>de</strong> mecanismos eficazes <strong>de</strong> gestão ambiental.A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia cresce mo<strong>de</strong>radamente, acima <strong>do</strong> ritmo da economia, à medida quea renda não se eleva. Consi<strong>de</strong>ra-se que a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo permanece alta <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àlimitada difusão <strong>de</strong> tecnologias. A matriz energética apresenta pequena alteração, pelaexpansão inercial <strong>do</strong> gás natural e, em menor medida, da biomassa. Os preçosinternacionais <strong>de</strong> petróleo mantêm-se em patamar médio e <strong>de</strong>clinante, à medida que aeconomia cresce muito pouco, <strong>de</strong>sestimulan<strong>do</strong> e inviabilizan<strong>do</strong> outras fontes energéticas.Finalmente, o turismo continua a se expandir, embora <strong>de</strong> forma mo<strong>de</strong>rada, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àestagnação da renda e ao limita<strong>do</strong> avanço nas tecnologias <strong>de</strong> transporte.64


Matriz 2 - Comparação <strong>do</strong>s Cenários MundiaisVariáveis Cenário A Cenário B CENÁRIO CCrescimentoeconômicoMo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>(3% ao ano)Alto e estável(3,8% ao ano)Baixo e irregular(2,5% ao ano)PIB Mundial (US$trilhão) em 202067.92 75.13 63.40Comércio mundialParcial redução <strong>de</strong>barreiras com limitadaregulaçãoAmpla redução <strong>de</strong>barreiras com regulação eaumento das nãotarifáriasLimitada e seletivaredução <strong>de</strong> barreiras semregulaçãoVolume <strong>do</strong> comérciomundial (US$ trilhão)42.85 49.85 39.69Inovação tecnológicaSeletiva e concentrada(limita<strong>do</strong> acesso)Acelerada e amplac/acesso geralMo<strong>de</strong>rada e restrita(acesso restrito)Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono Lenta e mo<strong>de</strong>rada Forte expansão Limitada formaçãoPressões ambientaisAumento da <strong>de</strong>gradaçãoambientalRedução da <strong>de</strong>gradaçãoambientalManutenção da<strong>de</strong>gradação ambientalDemanda <strong>de</strong>alimentosAumento forte Crescimento acelera<strong>do</strong> Expansão tímidaDemanda <strong>de</strong> águaAumento forte com<strong>de</strong>clínio da disponibilida<strong>de</strong>Acelerada ampliação comestabilização dadisponibilida<strong>de</strong>Pequeno aumento com<strong>de</strong>clínio da disponibilida<strong>de</strong>Demanda <strong>de</strong> energiaForte aumento commo<strong>de</strong>rada alteração damatrizAcelera<strong>do</strong> aumento da<strong>de</strong>manda com intensaalteração da matrizAmpliação mo<strong>de</strong>rada comlimitada alteração damatrizPreço <strong>do</strong> petróleoFlutuação em patamaralto e <strong>de</strong>clinanteEstabilização em patamarmédioVolatilida<strong>de</strong> em patamarmédioFluxo turístico Crescimento mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> Acelera<strong>do</strong> crescimento Expansão mo<strong>de</strong>rada65


Gráfico 17 - Evolução <strong>do</strong> PIB Mundial nos Cenário Por CenaGráfico 18- Taxa <strong>de</strong> Crescimento <strong>do</strong> PIB Mundial nos Cenários Por Cena66


2.2 Cenários <strong>do</strong> BrasilO Brasil apresenta inusitada estabilida<strong>de</strong> econômica ao longo <strong>de</strong> duas décadas, combinada,contu<strong>do</strong>, com baixo crescimento econômico e persistência <strong>de</strong> estrangulamentos e<strong>de</strong>sequilíbrios, particularmente o eleva<strong>do</strong> endividamento interno. Dentro <strong>de</strong> um contexto <strong>de</strong>globalização e forte crescimento mundial, o Brasil tem perdi<strong>do</strong> algumas oportunida<strong>de</strong>s, masmelhora sua capacida<strong>de</strong> competitiva, apesar <strong>de</strong> baixo nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> e restriçõesmicroeconômicas que inibem os investimentos. Como um <strong>do</strong>s países emergentes comcondições muito favoráveis, o Brasil tem si<strong>do</strong> <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelas restrições internas, com<strong>de</strong>staque para a limitada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poupança e investimento público. No ano eleitoral<strong>de</strong>ve emergir o <strong>de</strong>bate em torno <strong>de</strong> políticas e iniciativas para lidar com as dificulda<strong>de</strong>s eenfrentar os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios <strong>do</strong> futuro, que <strong>de</strong>ve refletir-se nas orientações políticas e dabase <strong>de</strong> sustentação <strong>do</strong> governo que emerge das eleições.Este conjunto <strong>de</strong> fatores parece antecipar mudanças na economia e na socieda<strong>de</strong>brasileiras, que favorece sua inserção no contexto mundial, com seus impactos sobre o<strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. A direção e a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas mudanças <strong>de</strong>finem as prováveisalternativas <strong>de</strong> evolução futura <strong>do</strong> Brasil, e constituem os cenários nacionais.2.2.1 Condicionantes <strong>do</strong> futuroA análise <strong>do</strong>s processos em maturação no Brasil permite i<strong>de</strong>ntificar um conjunto <strong>de</strong> fatores –políticos, econômicos, sociais, ambientais e tecnológicos - que condicionam o futuro e que,portanto, <strong>de</strong>terminam as alternativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento futuro <strong>do</strong> Brasil. Foram<strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s 9 condicionantes nacionais relevantes, apresenta<strong>do</strong>s a seguir <strong>de</strong> forma sintética:Política macroeconômica <strong>do</strong> BrasilO Brasil vive um ciclo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 10 anos <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> econômica, resulta<strong>do</strong> dacontinuida<strong>de</strong>, com alguns ajustes, <strong>de</strong> uma política macroeconômica austera e <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong> fiscal; aperto fiscal, metas <strong>de</strong> inflação com rigor monetário, levan<strong>do</strong> astaxas <strong>de</strong> juros altas, e, mais recentemente, flexibilida<strong>de</strong> cambial constituem os instrumentosda política macroeconômica brasileira <strong>de</strong> indiscutível eficácia no equilíbrio da economianacional. Particularmente nos três últimos anos, com o aprofundamento <strong>do</strong> ajuste fiscal,aumentan<strong>do</strong> o superávit primário, e em condições internacionais muito favoráveis,melhoraram os fundamentos macroeconômicos, com forte diminuição da vulnerabilida<strong>de</strong>externa e acentua<strong>do</strong> <strong>de</strong>clínio <strong>do</strong> Risco Brasil.O preço pago pela estabilida<strong>de</strong> econômica tem si<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>, muito alto e bastante critica<strong>do</strong>por diferentes setores da socieda<strong>de</strong>, particularmente, a persistência <strong>de</strong> baixo crescimentoeconômico, geran<strong>do</strong> <strong>de</strong>semprego e frustração social. Num contexto internacional estável e67


altamente favorável, com forte crescimento econômico e comercial, o Brasil completa maisduas décadas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>stas taxas <strong>de</strong> crescimento, enquanto o mun<strong>do</strong> acelera sua economia.Mais grave é que, apesar <strong>de</strong> uma elevada carga tributária, o endividamento público <strong>do</strong> Brasilnão ce<strong>de</strong> e se mantém em patamares muito altos, flutuan<strong>do</strong> em torno <strong>de</strong> 51% <strong>do</strong> PIB, comleve melhora no perfil.O <strong>de</strong>sempenho tími<strong>do</strong> da economia brasileira em condições tão favoráveis cria frustração elevanta dúvidas sobre a sua eficácia na promoção <strong>do</strong> crescimento com estabilida<strong>de</strong>; numano eleitoral, é possível que estas dúvidas se traduzam numa nova controvérsia sobre acondução da política macroeconômica.A cobrança recorrente <strong>de</strong> redução significativa das taxas <strong>de</strong> juros, para estimular oinvestimento e, ao mesmo tempo, reduzir os encargos da dívida, não tem ti<strong>do</strong> repercussão;a controvérsia mais recente em torno <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong> superávit primário, principalmente<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> próprio governo, reflete também uma ansieda<strong>de</strong> com os baixos gastos einvestimentos públicos e seu impacto na retração da economia. Entretanto, o que cria maiorinsegurança em vários economistas é o aumento continua<strong>do</strong> <strong>do</strong>s gastos correntes públicose a rigi<strong>de</strong>z ao ajuste fiscal nos gastos, como o INSS, cujas <strong>de</strong>spesas subiram <strong>de</strong> 4,8% <strong>do</strong>PIB, em 1995, para 7,3% <strong>do</strong> PIB, no ano passa<strong>do</strong>, aumento <strong>de</strong> quase 80% da participaçãoem um curto perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos. A participação no PIB <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os gastos correntes,incluída a cobertura <strong>do</strong> déficit da Previdência Social, salários e <strong>de</strong>spesas com ofuncionamento da máquina pública, tem cresci<strong>do</strong> em torno <strong>de</strong> 8% ao ano. Deter esseprocesso <strong>de</strong> expansão <strong>do</strong>s gastos parece um componente importante da políticamacroeconômica, mas como era espera<strong>do</strong>, trata-se <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão politicamentecomplicada, principalmente no que se refere às alterações no sistema <strong>de</strong> previ<strong>de</strong>nciário.Esta situação levanta dúvidas sobre a eficácia <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo macroeconômico e abre um<strong>de</strong>bate político, que <strong>de</strong>ve se intensificar nas eleições, em torno <strong>de</strong> duas alternativas opostas:diminuição <strong>do</strong> superávit primário e aceleração da redução <strong>do</strong>s juros, para estimular aeconomia e forçar o <strong>de</strong>clínio da dívida; ou a ampliação <strong>do</strong> ajuste fiscal com contenção <strong>do</strong>sgastos correntes e aumento <strong>do</strong> superávit para redução da dívida, permitin<strong>do</strong> a quedaconsistente <strong>do</strong>s juros. Entre essas alternativas existem várias nuances que <strong>de</strong>finirão a futurapolítica macroeconômica <strong>do</strong> governo brasileiro para as próximas décadas, com diferentesimpactos nos fundamentos e no ritmo da economia.Andamento da Agenda microeconômicaA estabilida<strong>de</strong> da economia brasileira por mais <strong>de</strong> duas décadas não tem si<strong>do</strong> suficientepara criar um clima que estimulasse a retomada <strong>do</strong>s investimentos produtivos no país. Emprimeiro lugar, o alto endividamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e a elevada carga tributária para financiar odéficit público nominal <strong>de</strong>voram parte importante da poupança brasileira e elevam as taxas<strong>de</strong> juros; componente importante da política macroeconômica que assegura a estabilida<strong>de</strong>retrai a poupança e inibe os investimentos. Para ter-se uma idéia, a carga tributária tem68


cresci<strong>do</strong> continuamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1991, saltan<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 10 pontos percentuais <strong>de</strong>ste ano aonível <strong>de</strong> 35% <strong>do</strong> PIB, em 2005.Entretanto, além <strong>do</strong>s problemas macroeconômicos, o Brasil convive com algumas restriçõesno ambiente microeconômico que <strong>de</strong>sestimulam os investimentos produtivos priva<strong>do</strong>s. Entreos problemas <strong>do</strong> ambiente microeconômico existem aspectos estruturais muito complexos,como o sistema tributário e a legislação trabalhista, mas também elementos simples eoperacionais, como a burocracia das regras <strong>de</strong> criação, legalização e mesmo fechamento <strong>de</strong>empresas. Deve ser <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> também como parte <strong>do</strong> Custo Brasil, que inibe osinvestimentos, a corrupção que parece arraigada na cultura nacional, gera incerteza eaumenta custos <strong>de</strong> produção e comercialização, assim como a violência que exige elevadas<strong>de</strong>spesas para proteger a empresa. Este é um quadro difícil <strong>de</strong> reverter em prazo curto eque não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas <strong>de</strong> algumas mudanças <strong>de</strong> legislação, exige, ao contrário,iniciativas amplas <strong>de</strong> maturação muito lenta.Na questão tributária já foi referida a alta carga tributária como parte <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lomacroeconômico e <strong>do</strong> endividamento público. Mas existe outro aspecto importante noterreno microeconômico que é a complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema tributário brasileiro, com impostosem cascata e um emaranha<strong>do</strong> <strong>de</strong> impostos, taxas e contribuições que representam custoadicional para as empresas na administração <strong>do</strong> negócio. Embora exista um consensonacional em torno da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma reforma tributária para simplificar o sistema,eliminar os impostos em cascata e <strong>de</strong>sonerar a produção e o investimento, politicamentetem si<strong>do</strong> muito difícil avançar nesta área, em razão da enorme disputa <strong>de</strong> interesses queenvolvem especialmente as diversas instâncias governamentais.A legislação trabalhista e os eleva<strong>do</strong>s encargos sociais é outro fator inibi<strong>do</strong>r <strong>do</strong>sinvestimentos, estimulan<strong>do</strong> a informalida<strong>de</strong> na economia. Estima-se que os encargostrabalhistas representam mais <strong>de</strong> 103% da folha <strong>de</strong> salários pagos (INSS, FGTS,contribuição <strong>do</strong> chama<strong>do</strong> Sistema S, repousos remunera<strong>do</strong>s, aviso prévio, etc.), aos quais<strong>de</strong>vem ser acrescenta<strong>do</strong>s os custos administrativos das empresas para a gestão daparafernália <strong>de</strong> contribuições e encargos (Pastore, 2005). Este custo diminui acompetitivida<strong>de</strong> das empresas brasileiras, <strong>de</strong>sestimula os investimentos e, principalmente,anima os empreendimentos a funcionarem na informalida<strong>de</strong>, especialmente as pequenas emédias empresas. Para alterar este quadro, faz parte da agenda <strong>de</strong> discussão das reformasmicroeconômicas, uma alteração da legislação trabalhista que contemple flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>contratos e redução da rigi<strong>de</strong>z e custo <strong>do</strong> trabalho. Entretanto, todas as iniciativas <strong>de</strong>reforma trabalhista têm enfrenta<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s resistências políticas, à medida que mexem cominteresses e conquistas <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res.In<strong>de</strong>finições nos marcos regulatórios <strong>do</strong>s setores oligopolisa<strong>do</strong>s da economia é outrarestrição microeconômica aos investimentos priva<strong>do</strong>s. Os investi<strong>do</strong>res priva<strong>do</strong>s sómobilizarão recursos para as PPP, que são um avanço importante, quan<strong>do</strong> tiveremconfiança nas regras <strong>de</strong> funcionamento <strong>do</strong> setor elétrico, <strong>do</strong>s transportes, e <strong>do</strong> saneamento,para <strong>de</strong>stacar os mais importantes. O segmento com mo<strong>de</strong>lo mais <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, o setor elétrico,69


não parece ter anima<strong>do</strong> muito os investi<strong>do</strong>res priva<strong>do</strong>s à medida que inclui váriosmecanismos estatais e apresenta uma clara orientação para favorecer o consumi<strong>do</strong>r contraa garantia <strong>de</strong> retorno <strong>do</strong> capital. O <strong>de</strong>safio <strong>do</strong>s marcos regulatórios consiste em equilibrar aproteção <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, diante <strong>do</strong> risco <strong>de</strong> controle oligopolístico <strong>de</strong> preços, e a garantia <strong>de</strong>retornos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s e estáveis <strong>do</strong>s investi<strong>do</strong>res. Além das próprias regras e sua capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> estimular o investi<strong>do</strong>r, a confiança no marco regulatório <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das AgênciasRegula<strong>do</strong>ras (ANEEL, ANATEL, ANP, etc.), instituições responsáveis pela gestão <strong>do</strong>arcabouço jurídico, que asseguram a confiança das empresas quanto à isenção política emanutenção das regras.Investimentos Estrutura<strong>do</strong>resAs dificulda<strong>de</strong>s fiscais <strong>do</strong> Brasil, nas últimas décadas, provocaram uma retração forte <strong>do</strong>sinvestimentos públicos em infra-estrutura econômica, principalmente quan<strong>do</strong> comparadascom os altos investimentos realiza<strong>do</strong>s durante o chama<strong>do</strong> “milagre econômico” da década<strong>de</strong> 70. Como resulta<strong>do</strong>, acumulam-se estrangulamentos nos transportes e na oferta <strong>de</strong>energia elétrica que, não tem si<strong>do</strong> mais grave porque a economia brasileira tem cresci<strong>do</strong>também muito pouco, mo<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a <strong>de</strong>manda por infra-estrutura. O sistema <strong>de</strong> transporte <strong>do</strong>trabalho é <strong>de</strong>ficiente e está, em gran<strong>de</strong> medida, <strong>de</strong>teriora<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong> manutenção econservação, que eleva custos e reduz a competitivida<strong>de</strong> da economia brasileira.No setor energético o Brasil tem opera<strong>do</strong> sempre próximo ao limite e espera que o ciclo <strong>de</strong>chuvas não ameace o suprimento, como aconteceu em 2001 com o chama<strong>do</strong> “apagão”. Nosegmento <strong>do</strong> petróleo, ao contrário, o Brasil ampliou significativamente a produção, tantoque o país comemorou a auto-suficiência nacional, graças à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento daPetrobrás, favorecida, recentemente, pelos eleva<strong>do</strong>s preços <strong>do</strong> petróleo. O mesmo ocorreucom as telecomunicações com o aumento da oferta <strong>de</strong> serviços e sua penetração noterritório nacional, graças aos celulares, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à in<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong>s recursos públicos, àmedida que é <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelo capital priva<strong>do</strong>. Movimento pareci<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ocorrer no sistemaferroviário, também privatiza<strong>do</strong>, retoman<strong>do</strong> lentamente os investimentos para recuperação eampliação da malha.De acor<strong>do</strong> com estimativas <strong>do</strong>s especialistas, o Brasil precisaria investir cerca <strong>de</strong> US$ 4,6bilhões <strong>de</strong> dólares por ano para recuperar a malha <strong>de</strong> transporte ro<strong>do</strong>viário, e US$ 6 bilhões<strong>de</strong> dólares anuais para ampliação da oferta <strong>de</strong> energia para aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>mandas futuras daeconomia brasileira. Para que o Brasil volte a crescer a uma taxa média <strong>de</strong> 4 a 5% ao anoserá necessário aumentar a capacida<strong>de</strong> instalada <strong>de</strong> energia em cerca <strong>de</strong> 5 mil mW porano, o que requer um investimento <strong>de</strong>, aproximadamente, US$ 7,5 bilhões <strong>de</strong> dólaresanuais. O Ministério das Minas e Energia prevê uma expansão da carga <strong>de</strong> energia elétricaem 39%, <strong>de</strong> 2005 a 2012, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong>, aproximadamente 46,34 mil mW para 64,16 mil mW(ver gráfico 19), o que representa um aumento da potência em 28 mil mW, <strong>de</strong>mandan<strong>do</strong>investimentos <strong>de</strong> US$ 23 bilhões em sete anos, o que acarretaria investimento anual <strong>de</strong> US$3,28 bilhões; o Ministério trabalha com a hipótese <strong>de</strong> um aumento da <strong>de</strong>manda em torno <strong>de</strong>5% ao ano, a acompanhar o crescimento <strong>do</strong> PIB <strong>de</strong> apenas 4% anuais.70


Gráfico 19 - Expansão <strong>do</strong> Sistema ElétricoFonte: Marcio Pereira Zimmermann – Secretário <strong>de</strong> Planejamento e <strong>Desenvolvimento</strong> Energético <strong>do</strong> Ministério dasMinas e Energia - Apresenta<strong>do</strong> no Seminário <strong>de</strong> Palestras Especiais da SCO/MISegun<strong>do</strong> estimativa <strong>de</strong> Antônio Correia <strong>de</strong> Lacerda, o Brasil precisa investir cerca <strong>de</strong> US$20 bilhões <strong>de</strong> dólares por ano nos diversos segmentos da infra-estrutura, com a distribuiçãoapresentada na tabela abaixo:Quadro 4 - Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Investimento em Infra-EstruturaSetorEnergia ElétricaÓleo e GásTransporte e LogísticaSaneamentoTelecomunicaçõesTotalNecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> InvestimentosUS$ 5,5 bilhõesUS$ 6,7 bilhõesUS$ 2,8 bilhõesUS$ 3,0 bilhõesUS$ 2,0 bilhõesUS$ 20 bilhõesFonte: Antônio Correa <strong>de</strong> Lacerda71


Além das limitações financeiras para a ampliação <strong>do</strong>s investimentos em infra-estruturaeconômica, existem muitas restrições ambientais para a aprovação <strong>do</strong>s projetos. Em várioscasos, os atrasos na implementação das obras, principalmente em energia hidrelétrica,<strong>de</strong>correm <strong>de</strong> exigências e impedimentos <strong>do</strong>s órgãos ambientais, <strong>de</strong> pressões <strong>do</strong>smovimentos ambientalistas, ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>do</strong> Ministério Público que embargam oandamento <strong>do</strong>s investimentos. A situação é mais grave no setor elétrico à medida que opotencial para novos empreendimentos concentra-se na Amazônia (usinas em estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>viabilida<strong>de</strong>), que conflitam com áreas <strong>de</strong> preservação e com reservas indígenas, comomostra o mapa. Se esses conflitos não forem soluciona<strong>do</strong>s, nos próximos 20 anos o Brasilesgota sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia hidrelétrica, alternativa renovável, maisbarata e <strong>de</strong> menor impacto ambiental.Mapa 6 – Disposição <strong>de</strong> Áreas Indígenas e <strong>de</strong> Preservação Região NorteFonte: Marcio Pereira Zimmermann – Secretário <strong>de</strong> Planejamento e <strong>Desenvolvimento</strong> Energético <strong>do</strong> Ministério das Minas eEnergia - Apresenta<strong>do</strong> no Seminário <strong>de</strong> Palestras Especiais da SCO/MI.Política regional <strong>do</strong> BrasilApesar <strong>de</strong> ter tradição para lidar com questões regionais, inclusive, em alguns momentos dahistória, políticas e instrumentos efetivos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional, o Brasil mantémgran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais, tanto na participação relativa na economia quanto,principalmente, nos indica<strong>do</strong>res sociais. Nas últimas décadas, tem havi<strong>do</strong> alguma<strong>de</strong>sconcentração regional no Brasil, mas não parece <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> políticas governamentais,bastante enfraquecidas no perío<strong>do</strong> recente. O dinamismo diferencia<strong>do</strong> das regiões <strong>de</strong>fronteira, como o Norte e, principalmente, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> alteraram o peso relativo das72


macrorregiões no PIB brasileiro. Mas a concentração persiste tanto em termos econômicosquanto aos diferenciais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.Ao analisar as microrregiões brasileiras com <strong>do</strong>is indica<strong>do</strong>res – nível <strong>de</strong> renda e dinamismoeconômico 8 – o Ministério <strong>de</strong> Integração Nacional montou um mapa da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>territorial no Brasil, confirman<strong>do</strong> a posição <strong>do</strong>minante favorável no Sul e Su<strong>de</strong>ste,intermediária no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> e <strong>de</strong>sfavorável no Norte e, principalmente no Nor<strong>de</strong>ste. Asmicrorregiões com cor vermelha indicam os territórios com baixo baixa renda e dinamismo(variação <strong>do</strong> PIB) médio ou baixo (ver mapa), categoria inexistente no Sul, Su<strong>de</strong>ste e<strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (partin<strong>do</strong> <strong>de</strong> um referencial médio nacional).Mapa 7 – Desigualda<strong>de</strong>s regionais (microrregião) no BrasilEsta configuração <strong>do</strong> território consolida as velhas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais, apenasmo<strong>de</strong>radas por dinamismos diferencia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alguns territórios, especialmente a região <strong>de</strong>fronteira. A realida<strong>de</strong> reflete a ausência, nas últimas décadas, <strong>de</strong> uma política regionalindutora das mudanças e das condições diferenciadas <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, à medida que seconcentram em mecanismos compensatórios, insuficientes e ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s a uma novareorganização <strong>do</strong> território nacional; <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> insistem nos Incentivos fiscais e financeirosaos investimentos produtivos, apenas compensan<strong>do</strong> a escassez e o alto custo <strong>do</strong> capital8 As categorias <strong>de</strong>finidas são: Renda alta; Média e baixa renda com Alta variação <strong>do</strong> PIB; Média Renda com Média e baixavariação <strong>do</strong> PIB; e, a pior categoria, Baixa renda com Média e baixa variação <strong>do</strong> PIB.73


nas regiões mais pobres, e, <strong>de</strong> outro, mantêm os projetos sociais compensatórios, que nãoenfrentam as causas estruturais das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s.O governo fe<strong>de</strong>ral se orienta, atualmente, pela PNDR - Política Nacional <strong>de</strong><strong>Desenvolvimento</strong> Regional - que <strong>de</strong>fine iniciativas distintas em múltiplas escalas territoriais,diferencian<strong>do</strong> as políticas nacionais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> território, no plano nacional; asestratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento para a macrorregiões, no nível regional mais agrega<strong>do</strong>, e osplanos e projetos volta<strong>do</strong>s para espaços sub-regionais, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> as mesorregiões. Poroutro la<strong>do</strong>, a PNDR enten<strong>de</strong> que cada categoria <strong>de</strong> microrregião <strong>de</strong>ve merecer umtratamento específico e receber investimentos e instrumentos distintos <strong>de</strong> promoção ao<strong>de</strong>senvolvimento. A priorida<strong>de</strong> concentra-se nas microrregiões <strong>de</strong> menor renda e baixo oumédio dinamismo, mas cada categoria <strong>de</strong>ve ter um tratamento distinto, consistente com assuas características.De qualquer forma, a PNDR ainda não tem si<strong>do</strong> implementada amplamente, nem temconsegui<strong>do</strong> uma articulação com as outras áreas ministeriais, com o intuito <strong>de</strong> estruturaruma ação convergente e diferenciada no território para um processo indutor e eficaz <strong>de</strong>mudanças e reestruturação <strong>do</strong> espaço nacional.Política externa e <strong>de</strong> comércio exterior <strong>do</strong> BrasilO Brasil tem uma tradição <strong>de</strong> política externa in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong> postura negocia<strong>do</strong>ra, queprocura ocupar espaços nas instâncias multilaterais e exerce papel ativo nos entendimentose acor<strong>do</strong>s comerciais. Nos últimos anos, tem exerci<strong>do</strong> li<strong>de</strong>rança nas negociações da OMC -Organização Mundial <strong>de</strong> Comércio - articulan<strong>do</strong> o chama<strong>do</strong> Grupo <strong>do</strong>s 20, em torno daredução <strong>de</strong> barreiras alfan<strong>de</strong>gárias <strong>do</strong>s produtos agropecuários. A política externa e <strong>de</strong>comércio exterior está em sintonia com a política industrial para ampliar a competitivida<strong>de</strong><strong>do</strong>s principais setores da economia brasileira que, provavelmente, terão maior exposiçãoexterna no futuro.Por outro la<strong>do</strong>, no terreno político, o Brasil tem procura<strong>do</strong> exercer uma li<strong>de</strong>rança regional naAmérica <strong>do</strong> Sul, e enfrenta muitas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos problemas próprios <strong>do</strong>MERCOSUL e pela agressivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras li<strong>de</strong>ranças, como a Venezuela, com o po<strong>de</strong>rfinanceiro <strong>do</strong> petróleo em alta. Além da resistência à formação da ALCA, que tem si<strong>do</strong>substituída por acor<strong>do</strong>s comerciais bilaterais <strong>do</strong>s países sul-americanos com os Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s, o governo venezuelano teria incentiva<strong>do</strong> a recente <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> governo boliviano <strong>de</strong>nacionalizar, <strong>de</strong> forma pouco amistosa, os investimentos da Petrobrás na Bolívia.No âmbito internacional, o governo brasileiro combina a li<strong>de</strong>rança <strong>do</strong>s países <strong>de</strong> menor<strong>de</strong>senvolvimento com pragmatismo comercial, e implementa também acor<strong>do</strong>s comerciaisbilaterais, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> MERCOSUL. O sucesso da política externa brasileira tem si<strong>do</strong>mo<strong>de</strong>sto por conta das próprias condições internacionais com forte hegemonia <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s e com a emergência da China como potência regional.74


Política ambiental brasileiraO Brasil tem ampla e rigorosa legislação e instrumentos institucionais <strong>de</strong> política ambientalconsistentes, além <strong>de</strong> um movimento ambientalista forte e uma procura<strong>do</strong>ria ativa na <strong>de</strong>fesa<strong>do</strong> meio ambiente. Não obstante, o país tem gran<strong>de</strong>s problemas ecológicos e áreas <strong>de</strong>importante <strong>de</strong>gradação ambiental, especialmente em regiões <strong>de</strong> fronteira com pressãoantrópica sobre as florestas, os solos e os recursos hídricos. A agressão ao ambientenatural não tem si<strong>do</strong> mais grave porque o Brasil atravessa longo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> baixocrescimento da economia, ao mesmo tempo em que tem alcança<strong>do</strong> sucesso, mesmomo<strong>de</strong>sto, no controle ambiental e na incorporação <strong>de</strong> tecnologias menos agressivas.Mesmo <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scontínua, o Brasil tem conta<strong>do</strong> com uma política ambiental valen<strong>do</strong>-seda legislação e <strong>do</strong>s instrumentos legais e institucionais, sob a pressão persistente <strong>do</strong>smovimentos ambientalistas. A lacuna resi<strong>de</strong> basicamente na ineficácia das políticas e <strong>do</strong>sórgãos <strong>de</strong> gestão ambiental, carente <strong>de</strong> recursos humanos e financeiros para a escala <strong>do</strong>s<strong>de</strong>safios, com baixa capacida<strong>de</strong> gerencial para dar conta da amplitu<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong>problema; além disso, ainda pre<strong>do</strong>mina a postura fiscaliza<strong>do</strong>ra, reativa e proibitiva, combase em multas e punições, <strong>de</strong> baixa eficácia. Para os gran<strong>de</strong>s projetos, o sistema <strong>de</strong>gestão ambiental tem utiliza<strong>do</strong> o principal instrumento pró-ativo e reorienta<strong>do</strong>r da relação daeconomia com o meio ambiente, os estu<strong>do</strong>s e relatórios <strong>de</strong> impacto ambiental, queestabelecem condições e negociam ajustes e adaptações nos investimentos, paraa<strong>de</strong>quação aos ecossistemas e mo<strong>de</strong>ração <strong>do</strong>s impactos.De qualquer forma, têm pre<strong>do</strong>mina<strong>do</strong>, na gestão ambiental brasileira, <strong>de</strong>cisões eprocedimentos <strong>de</strong>sconexos e inconsistentes em diferentes projetos e localida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Brasil,resulta<strong>do</strong> da atuação <strong>de</strong> múltiplas instâncias e instituições, por vezes concorrentes, comoIBAMA, órgãos estaduais, Ministério Público, etc. A complexida<strong>de</strong> da legislação e <strong>do</strong>sistema institucional leva, também, a iniciativas e <strong>de</strong>cisões localizadas e dispersas,enfatizan<strong>do</strong> os impedimentos e restrições à implantação <strong>de</strong> projetos, especialmentetransporte e energia. Mesmo sem uma postura consistente e pró-ativa <strong>de</strong> reorientação <strong>do</strong>sinvestimentos para maior sustentabilida<strong>de</strong>, as políticas e iniciativas <strong>de</strong> controle ambientaltêm avança<strong>do</strong> na mo<strong>de</strong>ração das pressões antrópicas, particularmente nas regiões <strong>de</strong>fronteira.Política social no BrasilAo contrário <strong>do</strong> senso comum, o Brasil não gasta pouco em políticas sociais, pelo menosquan<strong>do</strong> se compara com outros países com características semelhantes, apesar dapersistência <strong>de</strong> altos índices <strong>de</strong> pobreza e gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social. O fato é que o Brasilé um país com níveis eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pobres na população e com renda extremamenteconcentrada, refletin<strong>do</strong>-se em indica<strong>do</strong>res sociais médios muito baixos. Esta aparentecontradição <strong>de</strong>correria <strong>de</strong> três fatores: persistência <strong>de</strong> baixo crescimento da economia, quedificulta a expansão da renda e gera <strong>de</strong>semprego numa população ativa em rápi<strong>do</strong>aumento; distribuição ina<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s gastos sociais, focada mais na assistência e proteção75


<strong>do</strong>s pobres que nos segmentos que ampliam as oportunida<strong>de</strong>s sociais, como educação;limitada eficácia <strong>do</strong>s projetos sociais, com <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> recursos. Nas últimas décadas,apesar da estagnação econômica e <strong>do</strong>s equívocos das políticas, os indica<strong>do</strong>res sociais <strong>do</strong>Brasil melhoraram <strong>de</strong> forma continuada e o percentual <strong>de</strong> pobres também tem <strong>de</strong>clina<strong>do</strong>,principalmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a recuperação da estabilida<strong>de</strong> econômica. A <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social,contu<strong>do</strong>, <strong>de</strong>monstra maior resistência ao <strong>de</strong>clínio, e impe<strong>de</strong> uma redução maior da pobrezano Brasil.Diante da persistência <strong>de</strong> níveis eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pobreza e <strong>de</strong> indigência, os governosbrasileiros têm implementa<strong>do</strong>, nos últimos anos, com diferente intensida<strong>de</strong> e abrangência,políticas sociais compensatórias, voltadas para a redução da pobreza e da exclusão social.A mais importante e ambiciosa <strong>de</strong>stas políticas se manifesta no Projeto Bolsa Família, <strong>do</strong>governo fe<strong>de</strong>ral, que utiliza o mecanismo <strong>de</strong> renda mínima para famílias em esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>pobreza absoluta. Cerca <strong>de</strong> 8 milhões <strong>de</strong> famílias com renda per capita familiar <strong>de</strong> até R$100 reais, têm si<strong>do</strong> beneficiadas com um complemento <strong>de</strong> renda para aten<strong>de</strong>r asnecessida<strong>de</strong>s básicas. Mesmo que seja muito ce<strong>do</strong> para medir os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Programa,que provavelmente terá influência importante na redução da indigência, eles não serãosustentáveis enquanto a economia não voltar a crescer e persistir o nível eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>semprego; e enquanto não se ampliar o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> das populações pobres, <strong>de</strong>mo<strong>do</strong> a prepará-las para o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.A fragilida<strong>de</strong> das políticas sociais no Brasil parece residir, principalmente, nos limita<strong>do</strong>savanços <strong>do</strong>s segmentos estrutura<strong>do</strong>res da mudança, como a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> no acesso e naqualida<strong>de</strong> da educação, base central das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais no país. Nesta década, osgastos sociais <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral no Brasil mostram um movimento <strong>de</strong> ampliação <strong>do</strong>percentual <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> à assistência social, ao mesmo tempo em que <strong>de</strong>clina o peso relativoda educação e <strong>do</strong> saneamento básico, fator central da melhoria das condições <strong>de</strong> vida dapopulação pobre (ver gráfico 20). Se a previdência for consi<strong>de</strong>rada também uma forma <strong>de</strong>assistência social, o percentual relativo <strong>do</strong>s gastos estrutura<strong>do</strong>res cai mais ainda, à medidaque os gastos previ<strong>de</strong>nciários aumentam sua participação no orçamento e, particularmentenos gastos sociais durante os <strong>de</strong>z anos, saltan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 55%, em 1995, para 59,4%, em 2005.Enquanto o segmento <strong>de</strong> habitação e <strong>de</strong> urbanismo, que inclui saneamento, mantém-se empatamares muito baixos, com leve aumento nos anos mais recentes, a assistência socialmostra um movimento <strong>de</strong> rápida e permanente expansão (salta <strong>de</strong> 2,78%, em 1995, para13,5%, em 2005). Ao mesmo tempo, a educação sobe continuamente (sua participaçãorelativa) até o ano 2000, mas inicia um movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>clínio, chegan<strong>do</strong> a 2005 com umaparticipação próxima da registrada <strong>de</strong>z anos antes; é verda<strong>de</strong> que a principalresponsabilida<strong>de</strong> para educação é <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s e Municípios, mas a redução <strong>do</strong> percentualda educação nos gastos sociais fe<strong>de</strong>rais parece indicar uma orientação <strong>de</strong> política compreferência para a assistência social.76


Gráfico 20 – Evolução da Participação Relativa <strong>do</strong>s Segmentos <strong>do</strong>s Gastos Públicos Sociais – 1995/2005Fonte: Ministério <strong>do</strong> Planejamento e Orçamento/Secretaria <strong>de</strong> Orçamento Fe<strong>de</strong>ralA orientação da política social brasileira reflete uma crescente consciência da população edas li<strong>de</strong>ranças políticas nacionais quanto à urgência <strong>do</strong> combate e redução da pobreza e,principalmente, da indigência. Em to<strong>do</strong> caso, o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> emergência po<strong>de</strong> comprometer aa<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> políticas estrutura<strong>do</strong>ras e pró-ativas que enfrentem as causas básicas das<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e da exclusão social. Por outro la<strong>do</strong>, em termos absolutos, a ampliação <strong>do</strong>sgastos sociais nos diversos segmentos, mesmo educação, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>poupança <strong>do</strong> governo que passa pelo ajuste fiscal e redução <strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> endividamentopúblico.Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão públicaO setor público brasileiro pa<strong>de</strong>ce <strong>de</strong> forte rigi<strong>de</strong>z no sistema <strong>de</strong> gestão, com reduzidamargem <strong>de</strong> manobra <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> excesso <strong>de</strong> comprometimento legal <strong>de</strong> receitasgovernamentais; os gastos obrigatórios, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s por lei, reduzem a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sgovernos na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s nas propostas orçamentárias. Por outro la<strong>do</strong>, nasúltimas décadas, por conta <strong>do</strong> envelhecimento e aposenta<strong>do</strong>ria, houve uma queda naqualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos humanos <strong>do</strong> setor público, agrava<strong>do</strong> pelo processo <strong>de</strong> terceirização<strong>de</strong> muitas ativida<strong>de</strong>s. Como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>stes <strong>do</strong>is fatores – rigi<strong>de</strong>z <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> gestão e77


perda <strong>de</strong> qualificação <strong>do</strong>s recursos humanos – o setor público brasileiro tem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>baixa eficiência gerencial.Como forma <strong>de</strong> redução da rigi<strong>de</strong>z orçamentária, o governo fe<strong>de</strong>ral criou uma regratransitória <strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> recursos para gestão da dívida, a DRU - Desvinculação daReceita Orçamentária - que flexibilizou as vinculações obrigatórias em 20% <strong>do</strong> total dareceita (váli<strong>do</strong> até <strong>2007</strong>). Esta redução, além <strong>de</strong> provisória, serve apenas para facilitar agestão <strong>do</strong> ajuste fiscal da União, sem pretensões, portanto, <strong>de</strong> melhorar e aumentar aeficiência e efetivida<strong>de</strong> da administração pública. Regras rígidas <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong>s recursospúblicos <strong>de</strong>finidas num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento da realida<strong>de</strong> nacional po<strong>de</strong>m nãocorrespon<strong>de</strong>r mais às necessida<strong>de</strong>s, e os governos não po<strong>de</strong>m alterar a distribuição <strong>do</strong>srecursos.A baixa execução <strong>do</strong> orçamento, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da sua rigi<strong>de</strong>z, é um sintoma dasdificulda<strong>de</strong>s gerenciais <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral e <strong>de</strong> vários governos estaduais e municipais(estes últimos com mais carência e restrições <strong>de</strong> qualificação <strong>de</strong> pessoal). O governo fezalgumas tentativas <strong>de</strong> melhorar a velocida<strong>de</strong> e grau <strong>de</strong> execução orçamentária, mesmoporque precisa mostrar resulta<strong>do</strong>s à população, mas o <strong>de</strong>sempenho geral tem si<strong>do</strong> muitobaixo. Esta limitação gerencial restringe gravemente o papel indutor e transforma<strong>do</strong>r que osetor público po<strong>de</strong> exercer no <strong>de</strong>senvolvimento nacional através da implantação <strong>do</strong>sprojetos foca<strong>do</strong>s nas necessida<strong>de</strong>s e priorida<strong>de</strong>s estratégicas <strong>do</strong> Brasil. Desta forma, oalcance e os resulta<strong>do</strong>s das políticas públicas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão, no futuro, das condições <strong>de</strong>governança <strong>do</strong>s governos brasileiros, especialmente da União, que po<strong>de</strong> passar porreformas importantes na administração e nos mo<strong>de</strong>los gerenciais.Inovação e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológicoO Brasil ainda tem gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem científica e tecnológica em relação aos países<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s e mesmo alguns <strong>do</strong>s mais importantes emergentes, quan<strong>do</strong> se me<strong>de</strong> pelonúmero <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res por milhão <strong>de</strong> habitantes. De uma lista <strong>de</strong> países seleciona<strong>do</strong>scom médio <strong>de</strong>senvolvimento e emergentes da América Latina, da Europa e da Ásia, o Brasiltem um <strong>do</strong>s mais baixos indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res (pesquisa<strong>do</strong>r por milhão <strong>de</strong>habitantes), com cerca <strong>de</strong> 324, bem inferior ao Chile, com 698; da Argentina, com cerca <strong>de</strong>709, e quase 10 vezes menos que a Coréia, com mais <strong>de</strong> três mil pesquisa<strong>do</strong>res por milhão<strong>de</strong> habitantes, como mostra o gráfico 21.A situação se agrava por conta <strong>do</strong> baixo nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Brasil, estima<strong>do</strong> em 6,6anos médios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, em 2004 (era apenas 5,9 anos, no ano 2000). Segun<strong>do</strong> o IBGE,inferior a vários países com médio <strong>de</strong>senvolvimento. Em to<strong>do</strong> caso, a escolarida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Brasilexperimenta evolução continuada, em média <strong>de</strong> 0,2 anos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> por ano, nos últimos<strong>de</strong>z anos.78


Gráfico 21 – Pesquisa<strong>do</strong>res por Milhão <strong>de</strong> HabitantesFonte: Multivisão – Basea<strong>do</strong> em da<strong>do</strong>s da UNESCO (da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2000 a 2003) e <strong>de</strong> Population Reference Bureau (2005)Entretanto, nas últimas décadas, a ciência e a tecnologia no Brasil tem melhora<strong>do</strong>significativamente em to<strong>do</strong>s os indica<strong>do</strong>res, particularmente recursos humanos, publicaçõese registro <strong>de</strong> patentes. Em oito anos, o número <strong>de</strong> <strong>do</strong>utores forma<strong>do</strong>s no Brasil cresceu emmais <strong>de</strong> quatro vezes, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2.528 <strong>do</strong>utores, em 1995, para 8094, em 2003, comomostra o gráfico 22. Esta evolução permite consolidar importantes centros <strong>de</strong> excelência emáreas <strong>de</strong> fronteira (biotecnologia, tecnologia agropecuária, engenharias básicas, energiasalternativas – biomassa – e outros).79


Gráfico 22 - Número <strong>de</strong> titula<strong>do</strong>s nos cursos <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> e <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> no Brasil – 1987/2003Fonte: (Rezen<strong>de</strong>; e Hafner, 2005)2.2.2 Incertezas críticas e hipótesesDos nove condicionantes brasileiros foram seleciona<strong>do</strong>s quatro, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s comoincertezas críticas por serem os mais <strong>de</strong>terminantes <strong>do</strong> futuro <strong>do</strong> Brasil (com impactosrelevantes no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>) e pela gran<strong>de</strong> incerteza em relação ao seu <strong>de</strong>sempenho naspróximas décadas. Para <strong>de</strong>screver os cenários <strong>do</strong> Brasil, <strong>de</strong>vem ser formuladas hipóteses<strong>de</strong> comportamento futuro plausível <strong>de</strong>stas incertezas críticas, <strong>de</strong> cuja combinação emergemos futuros alternativos. As incertezas críticas estão apresentadas abaixo com as hipóteses<strong>de</strong> futuro:Política macroeconômicaA política macroeconômica po<strong>de</strong> apresentar, no futuro, três esta<strong>do</strong>s possíveis que <strong>de</strong>correm<strong>de</strong> hipóteses <strong>de</strong> evolução nas próximas décadas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da orientação política <strong>do</strong>sfuturos governos brasileiros:Hipótese 1 - Continuida<strong>de</strong> da política macroeconômica com lenta redução <strong>de</strong>juros;Hipótese 2 - Forte ajuste fiscal, redução <strong>do</strong>s gastos e elevação <strong>do</strong> superávitprimário, que permite o <strong>de</strong>clínio acentua<strong>do</strong> das taxas <strong>de</strong> juros;80


Hipótese 3 - Redução das taxas <strong>de</strong> juros e <strong>do</strong> superávit primário, aumento <strong>do</strong>sgastos e negociação unilateral da dívida pública.Andamento da agenda microeconômicaConsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a importância da agenda microeconômica para o futuro da economiabrasileira, mas, também, as gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s políticas <strong>de</strong> aprovação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>sreformas, po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas três hipóteses <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho:Hipótese 1 - Parciais reformas microeconômicas e in<strong>de</strong>finição <strong>do</strong> marcoregulatório;Hipótese 2 - Aceleração das reformas microeconômicas e <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> marcoregulatório;Hipótese 3 - Estagnação das reformas microeconômicas e revisão <strong>do</strong> marcoregulatório com reforço da indução <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Política regionalEm relação à questão regional existem três alternativas diferenciadas <strong>de</strong> políticasgovernamentais, constituin<strong>do</strong> as hipóteses <strong>de</strong> futuro para a incerteza crítica:Hipótese 1 – Pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> ação compensatória e com baixo investimentoestrutura<strong>do</strong>r;Hipótese 2 – Pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> ação estrutura<strong>do</strong>ra com eleva<strong>do</strong> investimento;Hipótese 3 – Política regional tímida e compensatória.Política e gestão ambientalPo<strong>de</strong>m ser plausíveis três formas diferentes <strong>de</strong> abordagem da questão ambiental no Brasil,permitin<strong>do</strong> formular hipóteses para a futura política ambiental:Hipótese 1 – Eficaz no controle e fiscalização (postura reativa);Hipótese 2 – Eficaz no controle e fiscalização e indutora da mudança nomo<strong>de</strong>lo econômico com a<strong>de</strong>quação às condições <strong>do</strong>secossistemas (pró-ativa);Hipótese 3 – Restritiva, <strong>de</strong>sorganizada (dispersa e pontual) e ineficaz.81


2.2.3 CenáriosO futuro <strong>do</strong> Brasil recebe influência <strong>do</strong> contexto mundial, (diferenciada segun<strong>do</strong> o cenárioque tenda a prevalecer), que facilita ou dificulta os <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos internos no país; mas oscenários brasileiros <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m, antes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, das condições endógenas que expressamdiferentes alternativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho das incertezas críticas. Desta forma, para <strong>de</strong>senharos cenários alternativos <strong>do</strong> Brasil, <strong>de</strong>vem ser combinadas as três hipóteses formuladas paracada uma das incertezas críticas endógenas, confrontan<strong>do</strong> com os três futuros possíveis <strong>do</strong>contexto mundial que se expressam nos cenários mundiais. Estes cenários mundiaisexpressam diferentes ritmos <strong>de</strong> crescimento da economia e <strong>do</strong> comércio internacional,níveis <strong>de</strong> abertura comercial e formas distintas <strong>de</strong> regulação das relações econômicas,tecnológicas e ambientais no planeta. A matriz 3 mostra a combinação das hipóteses dasincertezas críticas endógenas com os cenários mundiais (<strong>de</strong>stacam-se os aspectos <strong>de</strong>impacto no Brasil).Matriz 3 - Combinação <strong>de</strong> Hipóteses das Incertezas críticas <strong>do</strong> BrasilINCERTEZASCRÍTICASCONTEXTOMUNDIALCENÁRIO AMédio crescimento,parcial aberturacomercial, e limitadaregulação.CENÁRIO BAlto e estávelcrescimento, amplaabertura comercial eregulação amplaCENÁRIO CBaixo e irregularcrescimento, aberturalimitada e seletiva, eausência <strong>de</strong> regulaçãoPolíticamacroeconômicaContinuida<strong>de</strong> dapolítica macroeconômicacom lenta redução <strong>de</strong>jurosForte ajuste fiscal,contenção<strong>do</strong>s gastos e elevação<strong>do</strong> superávit primárioRedução das taxas <strong>de</strong>juros e <strong>do</strong> superávitprimário e negociaçãoda dívidaAgendamicroeconômicaParciais reformasmicroeconômicas ein<strong>de</strong>finição <strong>do</strong> marcoregulatórioAceleração dasreformasmicroeconômicas e <strong>do</strong>marco regulatórioEstagnação dasreformasmicroeconômicas erevisão <strong>do</strong> marcoregulatórioPolítica regional <strong>do</strong>BrasilCompensatória eestrutura<strong>do</strong>ra combaixo investimentoEstrutura<strong>do</strong>ra comeleva<strong>do</strong>s investimentosTímida ecompensatóriaPolítica ambientalbrasileiraEficaz no controle efiscalização (reativa)Eficaz e indutora damudança <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo(pró-ativa)Restritiva,<strong>de</strong>sorganizada eineficazIDÉIAS-FORÇACrescimentomo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> e estável,com leve<strong>de</strong>sconcentraçãoregional e mo<strong>de</strong>radapressão antrópica.Crescimento alto esustenta<strong>do</strong> com<strong>de</strong>sconcentraçãoregional e <strong>de</strong>clinantepressão antrópicaCrescimento médiomas instável econcentra<strong>do</strong>regionalmente, comforte pressãoantrópica82


Cada uma das colunas expressa uma combinação consistente, e constitui a base para oscenários <strong>do</strong> Brasil, sintetiza<strong>do</strong>s nas idéias-força indicadas na última linha da matriz. Deforma <strong>de</strong>talhada, apresenta-se a seguir os cenários alternativos <strong>do</strong> Brasil, <strong>de</strong>sagregan<strong>do</strong> asidéias-força e as hipóteses em variáveis e resulta<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>correm <strong>do</strong>s impactos dasincertezas críticas, inclusive algumas variáveis <strong>de</strong> interesse direto <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.CENÁRIO A – MAIS DO MESMOIdéia-forçaO Brasil evolui <strong>de</strong> forma mo<strong>de</strong>rada e estável com crescimento médio da economia, leve<strong>de</strong>sconcentração regional, lenta melhoria <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res e manutenção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>radapressão antrópica sobre os ecossistemas brasileiros.DescriçãoDentro <strong>de</strong> um contexto mundial <strong>de</strong> médio crescimento <strong>de</strong> barreiras comerciais, e limitadaregulação numa hegemonia unipolar, o Brasil persiste na austerida<strong>de</strong> da políticamacroeconômica (lenta redução <strong>do</strong>s juros e da relação dívida/PIB - avança pouco nasreformas microeconômicas - com persistência <strong>de</strong> certas in<strong>de</strong>finições no marco regulatório).Implementa políticas compensatórias e reativas diante <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s problemas regionais,sociais e ambientais <strong>do</strong> país. Nessas condições a economia nacional cresce a taxas médias<strong>de</strong> 3,7% ao ano no perío<strong>do</strong>, projetan<strong>do</strong> para o ano <strong>de</strong> 2020 um PIB <strong>de</strong> US$ 1.057,94 bilhões<strong>de</strong> dólares.Esta combinação <strong>de</strong> condições exógenas com <strong>de</strong>cisões e orientações políticas internas noBrasil leva a uma mo<strong>de</strong>rada recuperação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento <strong>do</strong> setor públicobrasileiro, avança à medida que <strong>de</strong>clina a taxa <strong>de</strong> juros e a relação dívida/PIB (chega, em2020, com cerca <strong>de</strong> 36,27%), e permite lenta redução <strong>do</strong> superávit primário, alcançan<strong>do</strong>2,94% <strong>do</strong> PIB, em 2020. Ao mesmo tempo, ocorre uma leve melhora da eficiência da gestãopública, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> parcial reforma administrativa e profissionalização <strong>do</strong>s serviçospúblicos. Com o aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento público e melhora da eficiência, erecuperam-se os investimentos em infra-estrutura e logística, embora ainda persistamalguns estrangulamentos localiza<strong>do</strong>s.Os investimentos priva<strong>do</strong>s ampliam-se mo<strong>de</strong>radamente, conti<strong>do</strong>s pelas limitaçõesmicroeconômicas e in<strong>de</strong>finições no marco regulatório, inibin<strong>do</strong> a entrada <strong>do</strong> capital priva<strong>do</strong>na infra-estrutura, estimulada pela PPP. A massa <strong>de</strong> investimento produtivo no Brasilalcança patamares médios (28,55% no final <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>), e combina recuperação <strong>do</strong>sinvestimentos priva<strong>do</strong>s com entrada líquida <strong>de</strong> capital externo, ainda em nível mo<strong>de</strong>sto (US$15 bilhões em 2020).O comércio externo brasileiro amplia-se, aproveita o crescimento médio da economia e aparcial abertura comercial, <strong>de</strong>corrente da redução das barreiras, especialmente para oagronegócio, acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> um leve <strong>de</strong>clínio <strong>do</strong>s sal<strong>do</strong>s da balança comercial, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao83


aumento das importações. Em 2020, a abertura externa <strong>do</strong> Brasil <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 38,55% <strong>do</strong>produto interno brasileiro. O efeito combina<strong>do</strong> da recuperação <strong>do</strong>s investimentos públicos epriva<strong>do</strong>s, assim como a maior presença no comércio internacional, levam a um crescimentoeconômico mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> da economia brasileira, com estabilida<strong>de</strong> expressa por inflação baixae controlada. Desta forma, melhora o nível <strong>de</strong> emprego, com repercussão positiva nosdiferentes indica<strong>do</strong>res sociais.Embora ainda pre<strong>do</strong>mine uma política social compensatória, esta mobiliza volumes médios<strong>de</strong> recursos, e promove melhora continuada <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res sociais <strong>do</strong> Brasil. Aumentamtambém lentamente os investimentos em educação, que contribui para lenta diminuição das<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais. Os gastos em educação elevam o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> e, soma<strong>do</strong>sà ampliação média <strong>do</strong>s investimentos em Ciência e Tecnologia, levam à melhora mo<strong>de</strong>radada competitivida<strong>de</strong> da economia nacional. A retomada <strong>do</strong>s investimentos e a parcialabertura comercial estimulam também a mo<strong>de</strong>rnização tecnológica, e a inovação média eseletiva com aumento da produtivida<strong>de</strong> e <strong>do</strong>mínio tecnológico em alguns segmentos.O crescimento da renda com pequena redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s provoca mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>aumento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos no merca<strong>do</strong> interno brasileiro; por outro la<strong>do</strong>, arecuperação, mesmo mo<strong>de</strong>rada, <strong>do</strong> crescimento da economia, com leve <strong>de</strong>sconcentração<strong>de</strong> renda, leva a uma expansão rápida da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia com parcial alteração damatriz energética, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> o peso <strong>do</strong> gás e <strong>do</strong>s biocombustíveis, especialmente álcool.Mesmo com política regional compensatória, o território brasileiro registra leve, maspersistente, redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais, à medida que se ampliam osinvestimentos e aumentam os instrumentos. Por outro la<strong>do</strong>, as pressões antrópicascontinuam importantes, mo<strong>de</strong>radas apenas pelo fato da economia brasileira não registrarexpansão significativa.CENÁRIO B – MUDANÇA DE QUALIDADEIdéia-forçaO Brasil vive um novo ciclo <strong>de</strong> crescimento econômico sustenta<strong>do</strong>, com intensa<strong>de</strong>sconcentração regional e rápida melhora da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população,acompanhada <strong>de</strong> um movimento <strong>de</strong>clinante da <strong>de</strong>gradação ambiental.DescriçãoO Brasil aproveita o ambiente internacional favorável - crescimento alto e estável, amplaabertura comercial e forte regulação baseada numa hegemonia multipolar – reforça o ajustefiscal e acelera as reformas microeconômicas, ao mesmo tempo em que implementapolíticas eficazes e estrutura<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> mudança nas áreas social, regional e ambiental.Nessas condições o PIB nacional apresenta no perío<strong>do</strong> um crescimento forte <strong>de</strong> 5,8% aoano, atingin<strong>do</strong>, em 2020, a marca <strong>de</strong> US$ 1,44 trilhão <strong>de</strong> dólares. Com uma base política84


sólida, promove um forte ajuste fiscal <strong>de</strong> partida (primeiros três anos), com contenção <strong>do</strong>sgastos correntes e elevação <strong>do</strong> superávit primário. Embora alto no início, este ten<strong>de</strong> a<strong>de</strong>clinar, chegan<strong>do</strong> a 2020 com 1,68% <strong>do</strong> PIB, mesmo porque o produto cresce bastantenos 15 anos, levan<strong>do</strong> à diminuição rápida da relação dívida/PIB e, portanto, das taxas <strong>de</strong>juros (alcança 23,73% <strong>do</strong> PIB, em 2020). O aperto inicial permite acelerar a queda <strong>do</strong>endividamento que recupera a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento público no médio e longo prazo.Avança rapidamente com reformas no ambiente microeconômico: na área trabalhista,promove uma redução <strong>do</strong>s encargos sociais; no sistema previ<strong>de</strong>nciário, altera algumasregras básicas para diminuir a tendência <strong>de</strong> insolvência <strong>do</strong> sistema, e <strong>de</strong>tém o crescimentoda participação no PIB; e no regime tributário, diminui a carga tributária, simplifica o sistema,elimina os impostos em cascata, e <strong>de</strong>sonera a produção. Além disso, o marco regulatório<strong>do</strong>s segmentos oligopolisa<strong>do</strong>s da economia ganha clareza com a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> equilíbrioentre o interesse <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r e a rentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> investi<strong>do</strong>r. Nestas condições, ampliamseos investimentos no Brasil, que registram, em 2020, uma formação bruta <strong>de</strong> capital fixo<strong>de</strong> 32,45% <strong>do</strong> PIB nacional, base para o rápi<strong>do</strong> crescimento sustenta<strong>do</strong> da economiabrasileira. A política regional aposta na <strong>de</strong>sconcentração da competitivida<strong>de</strong> das regiões,contan<strong>do</strong> com recursos mais amplos, à medida que se recupera a capacida<strong>de</strong> financeira <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>. Na política social pre<strong>do</strong>minam iniciativas e projetos estrutura<strong>do</strong>res com parciaismedidas compensatórias, e a gestão ambiental a<strong>do</strong>ta uma postura pró-ativa <strong>de</strong> promoção<strong>de</strong> inovações e adaptação das ativida<strong>de</strong>s produtivas às condições ambientais. Os resulta<strong>do</strong>s<strong>de</strong>stas políticas melhoram graças a aprimoramentos na gestão pública que aumentam aeficiência gerencial <strong>do</strong>s governos.Nestas condições, e à medida que melhora a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poupança e investimentogovernamental, intensificam-se os projetos <strong>de</strong> infra-estrutura e logística, com ampliação daoferta e redução <strong>do</strong>s estrangulamentos em transporte e energia. Ao mesmo tempo, comoresulta<strong>do</strong> da poupança pública, da estabilida<strong>de</strong> e das mudanças microeconômicos, inclusiveclareza <strong>do</strong> marco regulatório, ampliam-se os investimentos priva<strong>do</strong>s nas ativida<strong>de</strong>sprodutivas e em parcerias na infra-estrutura econômica, estimula<strong>do</strong>s pelas PPP. Também seamplia a entrada líquida <strong>de</strong> capital externo, aproveitan<strong>do</strong> a recuperação da economia eexpansão <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno brasileiro. O comércio externo se intensifica, estimula<strong>do</strong> pelaabertura da economia e redução significativa das barreiras alfan<strong>de</strong>gárias, mas os sal<strong>do</strong>s dabalança comercial brasileira <strong>de</strong>clinam <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao aumento das importações, acompanhan<strong>do</strong>a <strong>de</strong>manda e os investimentos internos.Este conjunto <strong>de</strong> fatores leva a uma forte recuperação da economia brasileira, gera umcrescimento médio alto e sustenta<strong>do</strong>, com inflação baixa e controla<strong>do</strong>, cria volumesignificativo <strong>de</strong> emprego e dinamiza o merca<strong>do</strong> interno. A expansão econômica e a geração<strong>de</strong> emprego já constituem uma contribuição importante para redução da pobreza e das<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais, mas a recuperação das finanças públicas permite aumentar osgastos sociais, promover melhoria significativa <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res sociais. Com a orientaçãoestrutura<strong>do</strong>ra, a priorida<strong>de</strong> concentra-se na educação, e promove a diminuição das<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais, ao mesmo tempo em que contribui para a melhoria da85


competitivida<strong>de</strong> da economia brasileira. Os investimentos em C&T também se ampliam emdiferentes segmentos e áreas <strong>de</strong> conhecimento, o que reforça a capacida<strong>de</strong> competitiva <strong>do</strong>Brasil, viabiliza acelerada inovação tecnológica e ampla difusão <strong>de</strong> tecnologias. Com parcial<strong>do</strong>mínio nacional <strong>do</strong> conhecimento as inovações tecnológicas ajudam a mo<strong>de</strong>rar osimpactos ambientais da produção.O aumento da renda e a redução da sua concentração promovem rápida expansão <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> interno e, mais diretamente, aumento significativo da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos. A<strong>de</strong>manda também se amplia fortemente no segmento energético, tanto para a produçãoquanto para o consumo resi<strong>de</strong>ncial, em rápida expansão, embora acompanhada <strong>de</strong> umaredução da intensida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> uma rápida alteração da matriz energética, com ampliação dasenergias alternativas, com <strong>de</strong>staque para a biomassa.A política regional orientada para a competitivida<strong>de</strong> das regiões e com maior volume <strong>de</strong>recursos leva a uma redução mo<strong>de</strong>rada das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais, em favorprincipalmente <strong>do</strong>s territórios estagna<strong>do</strong>s e com maior índice <strong>de</strong> pobreza. Por outro la<strong>do</strong>, oBrasil registra um <strong>de</strong>clínio leve das pressões antrópicas e, portanto, da <strong>de</strong>gradaçãoambiental, apesar <strong>do</strong> acelera<strong>do</strong> crescimento da economia, pelo resulta<strong>do</strong> combina<strong>do</strong> dagestão ambiental eficaz e pró-ativa com as mudanças nos processos produtivos,especialmente tecnologias <strong>de</strong> manejo. A gestão ambiental e as mudanças tecnológicasalteram a relação da economia com o meio ambiente, e reduzem o impacto provoca<strong>do</strong> peloaumento da base produtiva brasileira 9 .CENÁRIO C – O PREÇO DA AVENTURAIdéia-forçaA economia brasileira revive ambiente <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> com crescimento econômicomo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> e regionalmente concentra<strong>do</strong>, com persistência da pobreza e <strong>do</strong>s baixosindica<strong>do</strong>res sociais e mo<strong>de</strong>rada pressão antrópica sobre os ecossistemas brasileiros.DescriçãoEm condições mundiais pouco favoráveis – crescimento econômico baixo e irregular,persistência <strong>de</strong> restrições ao comércio, e limita<strong>do</strong>s instrumentos <strong>de</strong> regulação compre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> uma hegemonia unipolar – o Brasil aposta em uma rápida redução dasrestrições fiscais e soluções imediatas, e medidas compensatórias <strong>do</strong>s estrangulamentos eproblemas nacionais. Desta forma, promove uma redução acelerada das taxas <strong>de</strong> juros e <strong>do</strong>superávit primário (chega em 2020 com cerca <strong>de</strong> 2,29% <strong>do</strong> PIB), com ampliação <strong>do</strong>s gastoscorrentes, agrava as finanças públicas e força negociação da dívida pública <strong>de</strong> formaunilateral, provocan<strong>do</strong> insegurança no sistema financeiro. Nessas condições o crescimento9 O tra<strong>de</strong>-off que existe entre o crescimento econômico e a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> meio ambiente, expressão da estrutura produtiva e <strong>do</strong>padrão tecnológico, arrefece à medida que as empresas introduzem inovações que mo<strong>de</strong>ram as pressões sobre o ambientenatural.86


econômico se dá <strong>de</strong> forma irregular (stop and go) e a taxas médias baixas <strong>de</strong> 2,6% ao ano,que projetam para 2020 um PIB <strong>de</strong> US$ 903,44 bilhões <strong>de</strong> dólares. Consistente com estaorientação hetero<strong>do</strong>xa, as iniciativas para reformas microeconômicas são suspensas,manten<strong>do</strong> a legislação trabalhista, o sistema previ<strong>de</strong>nciário e a elevada carga tributária,acompanhada <strong>de</strong> revisão <strong>do</strong> marco regulatório centra<strong>do</strong> no benefício ao consumi<strong>do</strong>r. Aomesmo tempo, o Brasil implementa políticas <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s rápi<strong>do</strong>s, para compensar os<strong>de</strong>sequilíbrios regionais e eliminar a pobreza, com medidas compensatórias, e avança combaixa eficácia nas restrições ambientais, atuan<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma dispersa e <strong>de</strong>sorganizada.As iniciativas políticas ten<strong>de</strong>m a criar uma base política no curto prazo, mas persiste umabaixa capacida<strong>de</strong> gerencial da máquina pública, que compromete a eficiência e eficácia <strong>de</strong>iniciativas e projetos. Passa<strong>do</strong> o alívio inicial das contas públicas, pela redução <strong>do</strong> superávitprimário e pelas tentativas <strong>de</strong> renegociação da dívida, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento e gastopúblico <strong>de</strong>clina, à medida que se ampliam às <strong>de</strong>spesas correntes, inclusive a expansão <strong>do</strong>déficit da Previdência. Estas condições promovem uma instabilida<strong>de</strong> na economia brasileirae uma flutuação da política macroeconômica, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a novas pressões inflacionárias.Desta forma, na média <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento público é limitada e,portanto, os investimentos em infra-estrutura e logística são mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, com limitadarecuperação <strong>do</strong> sistema e persistência <strong>de</strong> estrangulamentos localiza<strong>do</strong>s. As medidashetero<strong>do</strong>xas e a continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s problemas microeconômicos (incluin<strong>do</strong> a reorientação <strong>do</strong>marco regulatório) provocam uma forte retração <strong>do</strong>s investimentos priva<strong>do</strong>s no Brasil, assimcomo mo<strong>de</strong>sta entrada líquida <strong>de</strong> capital externo. Mesmo assim, a taxa <strong>de</strong> investimento em2020 é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 23,1% <strong>do</strong> PIB e a entrada líquida <strong>de</strong> capital externo chega a US$ 9,51bilhões <strong>de</strong> dólares.O Brasil continua com sal<strong>do</strong>s da balança comercial, estimula<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>svalorização cambial,mesmo com as limitações <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> internacional, à medida que o crescimento baixoreduz a expansão das importações; em 2020, o Brasil <strong>de</strong>ve apresentar um sal<strong>do</strong> da BalançaComercial <strong>de</strong>, aproximadamente, US$ 9,79 bilhões <strong>de</strong> dólares e uma abertura externa <strong>de</strong>42,6% <strong>do</strong> PIB nacional. O merca<strong>do</strong> interno, por sua vez, experimenta surtos <strong>de</strong> expansãoalterna<strong>do</strong>s com retração, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à irregularida<strong>de</strong> da política macroeconômica.A combinação <strong>de</strong>stes fatores leva a economia brasileira a um crescimento médio e irregular,alternan<strong>do</strong> saltos e expansão alta com retração forte, resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> stop and go das políticas,convive com pressões inflacionárias. O nível <strong>de</strong> emprego acompanha as flutuações daeconomia e os gastos sociais são mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, pela manutenção <strong>de</strong> limitada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>gasto público, geran<strong>do</strong> pequena melhoria <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res sociais, mas com persistência das<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais por conta da volta da inflação. Além <strong>do</strong> mais, as políticas sociaispre<strong>do</strong>minantemente compensatórias não ten<strong>de</strong>m a mudar as condições estruturais dapobreza e da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social no Brasil. Os investimentos em educação e em C&Taumentam <strong>de</strong> forma mo<strong>de</strong>sta, leva a uma mo<strong>de</strong>rada competitivida<strong>de</strong> da economia,comprometida pela instabilida<strong>de</strong> econômica. Mesmo assim, o Brasil experimenta umamo<strong>de</strong>rnização tecnológica mo<strong>de</strong>rada e fragmentada com pequeno aumento daprodutivida<strong>de</strong> e <strong>do</strong>mínio limita<strong>do</strong> <strong>do</strong> conhecimento científico.A <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos amplia-se <strong>de</strong> forma mo<strong>de</strong>rada, da mesma forma que o consumo<strong>de</strong> energia, acompanhan<strong>do</strong> o baixo crescimento <strong>do</strong> PIB e da renda, com manutenção da87


intensida<strong>de</strong> e leve alteração da matriz energética. As <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais consi<strong>de</strong>ramas limitações <strong>do</strong>s investimentos e a postura compensatória das políticas regionais; e aspressões antrópicas persistem em patamares mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, mesmo com baixo crescimentoda economia, à medida que a gestão ambiental tem baixa eficácia e não ocorrem mudançasimportantes nos processos produtivos e nas tecnologias.Matriz 4 - Comparação <strong>do</strong>s Cenários <strong>do</strong> BrasilVARIÁVEIS CENÁRIO A CENÁRIO B CENÁRIO CInvestimento em IEE Mo<strong>de</strong>rada recuperação Forte recuperação Baixo investimentoEficiência da gestão pública Leve melhora Alta eficiência Baixa eficiênciaSuperávit primário (% <strong>do</strong> PIB) 2020 2.94 1.68 2.29Relação Dívida pública/PIB (%) 2020 36.27 23.73 67.01Risco Brasil (%) 2020 2.25 1.50 4.50Investimentos priva<strong>do</strong>s Médio investimento Retomada forte ContençãoTaxa <strong>de</strong> Investimento(FBKF c/% <strong>do</strong> PIB) 202028.55 32.45 23.08Entrada <strong>de</strong> capital externo Mo<strong>de</strong>sta Ampliação Mo<strong>de</strong>sta(US$ bilhões) 2020 15 68,75 9,51Comércio exteriorLeve <strong>de</strong>clínio <strong>do</strong>ssal<strong>do</strong>s da BCIntensificação com<strong>de</strong>clínio <strong>do</strong>s sal<strong>do</strong>s daBCSal<strong>do</strong> externo (BC como % <strong>do</strong> PIB) 2020 1.64 7.41 8.79Abertura externa (% <strong>do</strong> PIB) 2020 39.7 30.36 42,6Crescimento econômicoMo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> comestabilida<strong>de</strong>Alto e sustenta<strong>do</strong>Estagnação emanutenção <strong>do</strong>s sal<strong>do</strong>sMédio e instávelTaxa <strong>de</strong> Crescimento <strong>do</strong> PIB (2005-2020) 3,7% ao ano 5,8% ao ano 2,6% ao anoPIB em 2020 (mil US$,2004) 1.057.940,10 1.442.020,00 903.441,00PIB per capita em 2020 (US$) 4805.10 6549.6 4103.4PIB em 2020 (R$ mil, 2004) 3.086.899,00 4.258.228,00 2.528.184,00PIB per capita em 2020 Reais 14.020.50 19.340,60 11.482,90Gastos sociaisInvestimentos em educação e C&TMo<strong>de</strong>rnização tecnológica e inovaçãoExpansão tímida – levemelhora <strong>do</strong>sindica<strong>do</strong>resAumento lento, mascontinua<strong>do</strong>Média e seletivaAmpliação commelhora significativaAumento significativoAcelerada inovaçãoc/difusão amplaMo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s compequena melhorasocialAumento mo<strong>de</strong>stoMo<strong>de</strong>rada efragmentadaDemanda <strong>de</strong> alimentos Mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> aumento Aumento significativo Mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> aumentoDemanda <strong>de</strong> energiaExpansão rápida commo<strong>de</strong>rada alteração damatrizAumento significativocom rápida alteraçãoda matrizAumento médio comleve alteração damatrizDesigualda<strong>de</strong>s regionais Leve redução Mo<strong>de</strong>rada redução ManutençãoPressões antrópicas Mo<strong>de</strong>rada Leve <strong>de</strong>clínio Mo<strong>de</strong>radaMerca<strong>do</strong> internoLeve expansão commédio crescimento da<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentosRápida expansão comcrescimentosignificativo da<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentosConti<strong>do</strong> com surtos <strong>de</strong>expansão e retração(inclusive alimentos)88


Gráfico 23 – Taxa <strong>de</strong> Crescimento <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> Brasil nos Cenários por CenaGráfico 24 – Evolução <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> Brasil nos Cenários (R$)89


Gráfico 25 – Evolução <strong>do</strong> PIB per capita <strong>do</strong> Brasil nos Cenários por Cena (R$)2.3 Cenários <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é uma região dinâmica, baseada na mo<strong>de</strong>rna agropecuária, com forteintegração comercial no contexto mundial e nacional, apesar <strong>de</strong> conviver com importantesestrangulamentos na infra-estrutura, principalmente nos transportes, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à gran<strong>de</strong>distância <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res. A economia centro-oestina apresenta, contu<strong>do</strong>, umabaixa agregação <strong>de</strong> valor <strong>do</strong>s seus principais produtos <strong>de</strong> exportação e uma vulnerabilida<strong>de</strong>às condições <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> internacional com flutuação <strong>de</strong> preços <strong>do</strong> commodities. Por outrola<strong>do</strong>, a expansão da economia regional tem gera<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>stos nas condições <strong>de</strong>vida da população, além <strong>de</strong> impactos negativos no meio ambiente por conta <strong>do</strong> padrãotecnológico <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong>s recursos naturais.Entretanto, nos últimos anos, tem havi<strong>do</strong> algumas mudanças importantes na organizaçãoeconômica e social <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>; além disso, na própria Região amadurecem processosdiferencia<strong>do</strong>s, como alguma diversificação produtivida<strong>de</strong> e agregação <strong>de</strong> valor às ativida<strong>de</strong>sagropecuárias, e busca <strong>de</strong> políticas públicas que ampliem os benefícios sociais <strong>do</strong>crescimento e que estabeleçam relações mais equilibradas com os ecossistemas regionais.Embora ainda tími<strong>do</strong>s, os movimentos, internos e externos ao <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, po<strong>de</strong>m estar90


preparan<strong>do</strong> alternativas futuras distintas para a Região. Assim, além <strong>do</strong>s <strong>de</strong>terminantesexternos, que <strong>de</strong>correm <strong>do</strong>s cenários mundiais e nacionais, é importante analisar osprocessos que emergem internamente para antecipar os cenários alternativos <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.2.3.1 Condicionantes <strong>do</strong> futuroA análise <strong>do</strong>s processos em maturação internamente no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> permitiu i<strong>de</strong>ntificaroito condicionantes relevantes que antecipam os futuros alternativos da Região,influencia<strong>do</strong>s, evi<strong>de</strong>ntemente, pelos processos exógenos.Política ambiental <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>sA política ambiental <strong>do</strong> Brasil, tanto a sua orientação quanto a sua eficácia, tem impactoimportante no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, e estabelece parâmetros para a relação da economia com osecossistemas regionais, especialmente para os gran<strong>de</strong>s projetos <strong>de</strong> infra-estrutura. Além dapresença da União, contu<strong>do</strong>, cabe aos Esta<strong>do</strong>s da Região um papel <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> na gestãoambiental, condicionan<strong>do</strong> o futuro <strong>do</strong> aproveitamento <strong>do</strong>s recursos naturais da Região. Deum mo<strong>do</strong> geral, as políticas ambientais <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> são poucoconsistentes e pre<strong>do</strong>minantemente reativas, além <strong>de</strong> apresentarem limitada capacida<strong>de</strong>técnica e gerencial para dar conta <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios e da enorme pressão da expansãoeconômica sobre os ecossistemas. Mesmo quan<strong>do</strong> contam com um zoneamentoeconômico-ecológico, como o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mato Grosso, ainda não utilizam como instrumento<strong>de</strong> planejamento e gestão ambiental e <strong>de</strong> orientação das ativida<strong>de</strong>s econômicas no território.Entretanto, cresce a consciência da população com os problemas ambientais e com anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> aproveitamento <strong>do</strong>s recursos naturais, que ten<strong>de</strong> arefletir-se nas <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> governo; estes, por outro la<strong>do</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m bastante das<strong>de</strong>finições <strong>de</strong> política nacional no terreno ambiental, que influenciam e complementammedidas, iniciativas e instrumentos <strong>de</strong> gestão.Investimento em infra-estrutura e logística na RegiãoO <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> pa<strong>de</strong>ce <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> infra-estrutura econômica,particularmente transporte, especialmente grave quan<strong>do</strong> se consi<strong>de</strong>ra a sua integração eseu papel nas exportações brasileiras <strong>de</strong> agronegócio. Estes estrangulamentoscomprometem a competitivida<strong>de</strong> da economia regional, e reduzem o gran<strong>de</strong> diferencial <strong>de</strong>produtivida<strong>de</strong> da agropecuária centro-oestina. Vários projetos indispensáveis à ampliaçãoda infra-estrutura e da malha <strong>de</strong> transporte regional estão paralisa<strong>do</strong>s ou atrasa<strong>do</strong>s,principalmente, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às dificulda<strong>de</strong>s financeiras <strong>do</strong> setor público brasileiro. Restriçõesambientais também têm atrasa<strong>do</strong> alguns projetos <strong>de</strong> transporte, <strong>de</strong> usinas hidrelétricas e <strong>de</strong>91


e<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão por sua localização em áreas <strong>de</strong> proteção ambiental e reservasindígenas; mas o principal <strong>de</strong>terminante <strong>do</strong> estrangulamento é financeiro, até porque asParcerias Público-Privadas ainda não geraram resulta<strong>do</strong>s. Embora os projetos <strong>de</strong> menorporte possam ser implementa<strong>do</strong>s pelos governos estaduais, as gran<strong>de</strong>s infra-estruturas<strong>de</strong>mandam alto volume <strong>de</strong> investimento e são, via <strong>de</strong> regra, <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da União.A recuperação <strong>do</strong>s investimentos em infra-estrutura e logística na Região <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> daprópria capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poupança pública e <strong>do</strong> incentivo aos investimentos priva<strong>do</strong>s,influencia<strong>do</strong>s pelo ambiente microeconômico e pelo marco regulatório. Em to<strong>do</strong> caso, ante aimportância da economia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> para as exportações brasileiras, que geramdivisas para o país, é provável que os projetos <strong>de</strong> infra-estrutura regional mereçam sempreuma atenção e interesse especial <strong>do</strong>s governos brasileiros; convém lembrar também daimportância para o Brasil <strong>do</strong>s investimentos que promovem a integração físico-territorial daAmérica <strong>do</strong> Sul.Por outro la<strong>do</strong>, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem um importante potencial hidrelétrico, fundamental paraampliação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia <strong>do</strong> Brasil, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a <strong>de</strong>mandasnacionais crescentes. O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> ten<strong>de</strong> a ser um gran<strong>de</strong> exporta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> energia,(superavitária em energia elétrica), e <strong>de</strong>ve exportar 700 mW <strong>de</strong> energia hidrelétrica para oSu<strong>de</strong>ste, já nos próximos anos. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração potencial <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é <strong>de</strong>854 MW (obras em construção e previstas), ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> autorizadas a construção <strong>de</strong>inúmeras PCH (menor <strong>de</strong> 30 MW) no noroeste <strong>de</strong> Mato Grosso. Desta forma, mesmo comlimitações financeiras, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s cenários nacionais, a alocação <strong>de</strong> recursos parainvestimentos na geração <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>verá ser priorizada, sob pena <strong>de</strong> estrangulamentono abastecimento energético brasileiro. Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> também <strong>do</strong>s cenários, as parceriaspúblico-privadas po<strong>de</strong>m ter uma presença diferenciada nos investimentos em projetos <strong>de</strong>infra-estrutura <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.Diversificação e a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivasEmbora ainda bastante incipiente e relativamente espontâneo, constata-se um movimento<strong>de</strong> diversificação da estrutura produtiva regional, com expansão <strong>do</strong>s serviços e da indústria,e com o crescimento diferencia<strong>do</strong> <strong>do</strong> turismo. Ao mesmo tempo, vários investimentosprodutivos previstos para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> sinalizam para um pequeno a<strong>de</strong>nsamento dasca<strong>de</strong>ias produtivas da agropecuária, que agregam valor com o beneficiamento e oprocessamento <strong>de</strong> parte da produção <strong>de</strong> grãos e da pecuária, consolidan<strong>do</strong> umaagroindústria regional. A velocida<strong>de</strong> e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste movimento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> condiçõesexternas, particularmente <strong>do</strong> perfil <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, mas também <strong>de</strong> fatores internos ao <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, além <strong>do</strong> custo diferencia<strong>do</strong> <strong>de</strong> transporte, assim como <strong>de</strong> incentivos e estímulosgovernamentais. A socieda<strong>de</strong> centro-oestina <strong>de</strong>monstra uma convicção <strong>de</strong> que a Regiãoprecisa diversificar a estrutura produtiva e agregar valor às suas ativida<strong>de</strong>s primárias, o que<strong>de</strong>ve se refletir nas <strong>de</strong>cisões <strong>do</strong>s governos e nas iniciativas empresariais.92


Expansão e esgotamento da fronteira agrícolaO crescimento da agropecuária <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, nas últimas décadas foi o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>efeito combina<strong>do</strong> da abertura da fronteira agrícola, pela rápida penetração no território, como aumento significativo da produtivida<strong>de</strong>, viabiliza<strong>do</strong> por inovações tecnológicas difundidaspela EMBRAPA. As restrições <strong>de</strong> infra-estrutura, a <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> alguns recursos naturais,incluin<strong>do</strong> solo, e os maiores cuida<strong>do</strong>s com o meio ambiente ten<strong>de</strong>m a restringir novasfrentes <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong> território e, portanto, a expansão extensiva da agropecuária. Oparcial esgotamento da fronteira agrícola po<strong>de</strong> conter o aumento da área cultivada naRegião, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que o aumento da produção agropecuária <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá, cada vez mais, <strong>do</strong>sganhos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, profissionalização da gestão agropecuária, certificação <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> e arranjos organizacionais, com os sistemas produtivos integra<strong>do</strong>s. Os avançosfuturos nas pesquisas das instituições brasileiras e regionais, com <strong>de</strong>staque para aEMBRAPA, e a postura inova<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong> <strong>de</strong>vem levar a inovações paracompensar o esgotamento da fronteira agrícola. Entretanto, parte <strong>de</strong>ssas inovações contémorganismos geneticamente modifica<strong>do</strong>s (transgênicos), principalmente sementes produzidaspela EMBRAPA e por empresas privadas, que envolvem gran<strong>de</strong> controvérsia política e,naturalmente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões políticas nacionais e estaduais.Conflitos fundiáriosA expansão da fronteira agrícola <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem gera<strong>do</strong> graves conflitos fundiáriosque <strong>de</strong>correm, principalmente, da insuficiente regularização, <strong>de</strong>marcação e titulação <strong>de</strong>terras, gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>las ocupadas por grileiros. Por outro la<strong>do</strong>, existe gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong>conflito <strong>de</strong> interesses entre a mo<strong>de</strong>rna agropecuária, os movimentos ambientalistas e asnações indígenas, com áreas ainda não <strong>de</strong>marcadas, que pressionam para ampliar eproteger reservas florestais e biológicas na Região. Além da agropecuária, existem fortesconflitos fundiários com a ativida<strong>de</strong> garimpeira que avança, <strong>de</strong> forma predatória, em áreas<strong>de</strong> conservação e reservas indígenas.A <strong>de</strong>ficiência <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> titulação <strong>de</strong> terras amplia e potencializa os conflitos <strong>de</strong>interesses entre empresários, posseiros, ambientalistas, grupos indígenas, garimpeiros, emovimentos <strong>do</strong>s “sem terra”. A alta concentração fundiária <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s, mesmo quan<strong>do</strong>tituladas e regularizadas, também provoca conflitos fundiários em algumas áreas da Região.O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem uma estrutura fundiária relativamente concentrada, mas conta aindacom um gran<strong>de</strong> percentual <strong>de</strong> pequenas e médias proprieda<strong>de</strong>s. Com efeito, 59% dasproprieda<strong>de</strong>s da região têm menos <strong>de</strong> 100 hectares, sen<strong>do</strong> que 13% têm área inferior até 10hectares; proprieda<strong>de</strong>s médias, entre 100 e 500 hectares representam 26% <strong>do</strong> total <strong>do</strong>sestabelecimentos <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, enquanto apenas 4% <strong>de</strong>las têm uma área superior a2000 hectares, e 72% <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os estabelecimentos agropecuários da Região têm menos<strong>de</strong> 200 hectares <strong>de</strong> área total.Além <strong>de</strong> constituir um problema social e político, os conflitos fundiários e as limitações naregularização e titulação das terras geram também restrições econômicas, à medida quecriam insegurança nos investi<strong>do</strong>res e dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> financiamento à produção. O tratamento<strong>de</strong>ste problema <strong>de</strong>manda iniciativas políticas <strong>do</strong>s governos, especialmente <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s,93


tanto para mediar os conflitos quanto para acelerar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação eregularização da posse da terra <strong>do</strong>s diversos grupos sociais interessa<strong>do</strong>s.Inovação e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológicoComo já foi referi<strong>do</strong> no item 4, o esgotamento da fronteira agrícola será neutraliza<strong>do</strong> apenascom a inovação e a incorporação <strong>de</strong> novas tecnologias que aumentam a produtivida<strong>de</strong> daterra. Por outro la<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> em conta a consciência ambiental crescente e a tendência <strong>de</strong>maior rigor no controle <strong>do</strong> meio ambiente, as ativida<strong>de</strong>s produtivas regionais terão quea<strong>de</strong>quar seus processos <strong>de</strong> produção e aproveitamento <strong>do</strong>s recursos naturais às condições<strong>do</strong> meio ambiente, mudan<strong>do</strong> a base tecnológica.Embora as fontes das novas tecnologias sejam, pre<strong>do</strong>minantemente, externas à Região ou<strong>de</strong>pendam <strong>de</strong> investimento fe<strong>de</strong>rais em instituições que atuam no espaço centro-oestino,como as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento da EMBRAPA, os Esta<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m teruma responsabilida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> nas pesquisas a<strong>de</strong>quadas às suas necessida<strong>de</strong>s. Oinvestimento em P&D no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> ainda é muito mo<strong>de</strong>sto e bastante concentra<strong>do</strong> noDistrito Fe<strong>de</strong>ral. A região conta com 6.162 pesquisa<strong>do</strong>res, a gran<strong>de</strong> maioria nasUniversida<strong>de</strong>s e mais <strong>de</strong> um terço no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, o que representa cerca <strong>de</strong> 529pesquisa<strong>do</strong>res por milhão <strong>de</strong> habitantes, indica<strong>do</strong>r bem acima da média nacional (495,8).Como mostra o gráfico 26, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem uma posição próxima <strong>do</strong> Su<strong>de</strong>ste e bemacima <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste e <strong>do</strong> Norte.Gráfico 26 – Pesquisa<strong>do</strong>r por Milhão <strong>de</strong> Habitantes nas Regiões - 2004Fonte: Multivisão (com base em da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MCT e IBGE)94


Além disso, os empresários <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> contam com o suporte das unida<strong>de</strong>s daEMBRAPA para acesso a novas tecnologias, parte das quais atuam diretamente na Regiãoe se voltam para os produtos <strong>de</strong> interesse regional. A intensida<strong>de</strong> e amplitu<strong>de</strong> das inovaçõestecnológicas futuras no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> vão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong>s esforços <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong>stasinstituições e <strong>do</strong> crescimento da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> P&D, assim como da sua articulaçãocom os setores produtivos regionais.Pressões antrópicas e <strong>de</strong>gradação ambientalA intensida<strong>de</strong> e a natureza da expansão econômica <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> têm provoca<strong>do</strong>gran<strong>de</strong>s impactos ambientais na Região, combinan<strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento, principalmente noscerra<strong>do</strong>s e na floresta tropical, <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> solo, poluição e assoreamento das baciashidrográficas. A implantação <strong>de</strong> infra-estrutura econômica, transporte e energia geramimpacto direto sobre os ecossistemas e abrem a penetração da agropecuária e <strong>do</strong> garimpo,com suas pressões antrópicas sobre os ecossistemas regionais. Em relação ao<strong>de</strong>smatamento, o quadro abaixo mostra que 57% da cobertura florestal <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>, 38,8%da floresta tropical, e 17% da cobertura florestal <strong>do</strong> Pantanal já foram <strong>de</strong>smatadas.Quadro 5 – Disposição da Área Desmatada - Por BiomaBiomasÁrea Total em milhões<strong>de</strong> hectaresÁrea <strong>de</strong> Desmatamentoem milhões <strong>de</strong> hectares(estimativa)% Área Desmatada <strong>do</strong>BiomaCerra<strong>do</strong> 90,5 51,6 57Amazônia 48,7 18,9 38,8Pantanal 15,4 2,6 17Mata Atlântica 5,9 5,3 90Total 160,6 78,4 48,8Fonte: Gilney Amorim Viana - Secretário <strong>de</strong> Políticas para o <strong>Desenvolvimento</strong> SustentávelMinistério <strong>do</strong> Meio Ambiente/MMA – Palestra no Seminário Temático – SCO/MINa Amazônia Legal (incluin<strong>do</strong> Mato Grosso), nos seis últimos anos, tem si<strong>do</strong> <strong>de</strong>smatadamédia anual <strong>de</strong> 21.798 hectares <strong>de</strong> floresta, com um comportamento bastante irregular quenão parece indicar uma tendência (em to<strong>do</strong> caso, na média, ocorre um crescimento médioda taxa <strong>de</strong>, aproximadamente, 2,3% ao ano); se for <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o dramático<strong>de</strong>smatamento evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> em 1995, o ritmo da década atual é superior ao das primeirasfases <strong>de</strong> expansão da fronteira agrícola, como mostra o gráfico 27; <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um aumentosignificativo no volume <strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento entre 2002 e 2004, o ritmo <strong>de</strong>clina em 2005, aindaassim num patamar superior ao registra<strong>do</strong> no ano 2000. Analisan<strong>do</strong> apenas o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>Mato Grosso (gráfico 28), a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong>sta década foi <strong>de</strong> 8462.26 Km 2 por95


ano, correspon<strong>de</strong>nte a 38,82% <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o <strong>de</strong>smatamento da floresta tropical no perío<strong>do</strong>; estepercentual torna-se mais dramático <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> Mato Grosso ter, proporcionalmente,pequena área <strong>de</strong> floresta da Amazônia Legal.Gráfico 27 – Taxa <strong>de</strong> Desmatamento Anual da Amazônia LegalFonte: INPE - www.obt.inpe.br/pro<strong>de</strong>s/pro<strong>de</strong>sGráfico 28 – Taxa <strong>de</strong> Desmatamento <strong>de</strong> Mato Grosso (Km2/ano)Fonte: INPE - www.obt.inpe.br/pro<strong>de</strong>s/pro<strong>de</strong>s96


Nos cerra<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> a alteração antrópica é muito mais ampla, a taxa média <strong>de</strong><strong>de</strong>smatamento foi <strong>de</strong> 0,67% ao ano, entre 1993 e 2002, que leva à perda anual <strong>de</strong> 1,36milhão <strong>de</strong> hectares, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com relatório técnico <strong>do</strong> instituto <strong>de</strong> conservação ambiental(Macha<strong>do</strong>, R.B., M.B. Ramos Neto, P.G.P. Pereira, E.F. Caldas, D.A. Gonçalves, N.S.Santos, K. Tabor e M. Steininger, 2004). Em to<strong>do</strong> caso, parece existir uma tendência <strong>de</strong> leve<strong>de</strong>clínio da taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento anual, à medida que, no perío<strong>do</strong> anterior (1985-1993),chegou a cerca <strong>de</strong> 1,5% ao ano. De uma perspectiva mais pessimista, os autores <strong>do</strong>relatório advertem que o Cerra<strong>do</strong> po<strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecer até 2030, se for mantida a retiradaanual <strong>de</strong> 2,215 milhões <strong>de</strong> hectares (assumin<strong>do</strong> uma taxa conservativa <strong>de</strong> 1,1% ao ano), aexistência <strong>de</strong> 34,22% <strong>de</strong> áreas nativas remanescentes (‘cerra<strong>do</strong> não antropiza<strong>do</strong>’ e cerra<strong>do</strong>‘antropiza<strong>do</strong>’) e, ainda, as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação (que representam 2,2% <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>) eas terras indígenas (que representam 2,3% <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>).Esse processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>s recursos naturais ten<strong>de</strong> a ser mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por medidas <strong>de</strong>contenção e gestão ambiental, e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, evi<strong>de</strong>ntemente, da sua eficácia e abrangência,mas po<strong>de</strong> aumentar se for ampliada a produção agropecuária e garimpeira com técnicasina<strong>de</strong>quadas e não sustentáveis. Desta forma, o movimento <strong>de</strong> alteração antrópica <strong>do</strong>secossistemas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> efeito combina<strong>do</strong> <strong>de</strong> crescimento da economia,particularmente das ativida<strong>de</strong>s que aproveitam diretamente os recursos naturais, da gestãoambiental, que controle e oriente estas ativida<strong>de</strong>s e, finalmente, das características dastecnologias utilizadas no processo produtivo.Formação e ampliação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> internoCom uma população relativamente pequena, renda per capita mo<strong>de</strong>rada e muitoconcentrada, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem um merca<strong>do</strong> interno limita<strong>do</strong>, confirma<strong>do</strong> pela forteorientação da economia para exportação e vendas no resto <strong>do</strong> Brasil. Em to<strong>do</strong> caso, nasúltimas décadas, a renda per capita da Região tem aumenta<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma continuada, mesmocom o processo migratório. Em apenas nove anos, <strong>de</strong> 1991 a 2000, a renda <strong>do</strong>miciliar porhabitante da Região cresceu <strong>de</strong> R$ 256,60 para R$ 342,99, o que representa um aumento<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 25%, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Atlas <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Humano. No ano 2000, arenda <strong>do</strong>miciliar por habitante <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> era superada apenas pelo Su<strong>de</strong>ste, e bemsuperior à média brasileira, à renda das regiões Sul, Norte e Nor<strong>de</strong>ste. É verda<strong>de</strong> que estavantagem regional <strong>de</strong>corre, principalmente (e mais uma vez) <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> DistritoFe<strong>de</strong>ral (os três Esta<strong>do</strong>s têm renda <strong>do</strong>miciliar per capita ligeiramente abaixo da médiabrasileira).As exportações <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> po<strong>de</strong>m contribuir também para a ampliação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>interno regional, a partir <strong>do</strong> seu efeito renda na economia da receita gerada pelas vendasexternas <strong>do</strong> agronegócio. Este efeito renda está forman<strong>do</strong> um incipiente merca<strong>do</strong> interno,pelos empregos e pelos recursos que circulam na economia, que produz uma maior procurapor bens <strong>de</strong> consumo, serviços, construção civil, etc., com irradiação para o conjunto daeconomia. A concentração <strong>de</strong> renda e as compras <strong>de</strong> bens e serviços realizadas fora da97


Região ten<strong>de</strong>m a inibir o efeito renda, principalmente enquanto não tenha escala parajustificar empreendimentos no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda.Desaceleração <strong>do</strong> crescimento <strong>de</strong>mográfico e <strong>do</strong> fluxo migratórioA população <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem cresci<strong>do</strong> a taxas superiores à média nacional, alimentadapelo processo <strong>de</strong> imigração, responsável por quase 30% da população resi<strong>de</strong>nte na região(2000). Em to<strong>do</strong> caso, esta evolução <strong>de</strong>mográfica regional vem passan<strong>do</strong> por uma<strong>de</strong>saceleração recente, embora tenha registra<strong>do</strong> uma taxa média <strong>de</strong> 3% ao ano, entre 1970e 2005, bem maior que o crescimento anual médio da população brasileira no mesmoperío<strong>do</strong>, <strong>de</strong> 1,9%. A consolidação da estrutura produtiva regional e <strong>de</strong> sua estruturafundiária ten<strong>de</strong> a reduzir a atrativida<strong>de</strong> para a migração, mo<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o fluxo <strong>de</strong> imigrantes.Por outro la<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ncia-se <strong>de</strong>clínio <strong>do</strong> número <strong>de</strong> filhos por famílias; a combinação <strong>de</strong>sses<strong>do</strong>is fatores leva à <strong>de</strong>saceleração <strong>do</strong> crescimento <strong>de</strong>mográfico regional, que po<strong>de</strong> seacentuar no futuro, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho das outras variáveis.2.3.2 Incertezas críticas e hipótesesAo analisar os condicionantes <strong>do</strong> futuro <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é possível i<strong>de</strong>ntificar um pequenoconjunto daqueles que são os mais <strong>de</strong>terminantes e que, ao mesmo tempo, apresentamgran<strong>de</strong> incerteza <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho; estes condicionantes (mais relevantes e mais incertos)são as incertezas críticas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, cujo <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>termina as alternativas <strong>de</strong>evolução futura da Região. Para <strong>de</strong>screver os cenários regionais são formuladas hipóteses<strong>de</strong> comportamento futuro plausível <strong>de</strong>stas incertezas críticas que, combinadas, <strong>de</strong>finem ofuturo <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, e respon<strong>de</strong>m aos impactos <strong>do</strong>s cenários <strong>do</strong> contexto externo.Entretanto, como o futuro da Região é fortemente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> processos exógenos –mundiais e nacionais – estas combinações <strong>de</strong> hipóteses endógenas <strong>de</strong>vem ser combinadastambém com <strong>de</strong>sempenhos diferencia<strong>do</strong>s <strong>do</strong> contexto externo (<strong>de</strong>correntes <strong>do</strong>s cenáriosmundiais e nacionais, cada um <strong>de</strong>les apresentan<strong>do</strong> uma conjunção particular <strong>de</strong><strong>de</strong>terminantes externos). As incertezas críticas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> estão apresentadas abaixocom as hipóteses <strong>de</strong> futuro:Política ambiental <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>sVista a crescente preocupação da socieda<strong>de</strong> com os problemas ambientais e osmovimentos <strong>do</strong>s governos, a política ambiental <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> po<strong>de</strong> assumir,nas próximas décadas, três esta<strong>do</strong>s:Hipótese 1 – Eficaz no controle e fiscalização (reativa) harmonizada nos Esta<strong>do</strong>s;Hipótese 2 – Eficaz, harmonizada nos Esta<strong>do</strong>s e indutora da mudança <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>loeconômico (pró-ativa);Hipótese 3 – Restritiva, <strong>de</strong>sorganizada (dispersa e pontual) e ineficaz.98


Investimento em infra-estrutura e logística na RegiãoPo<strong>de</strong>m ser formuladas três hipóteses diferentes para o comportamento futuro <strong>do</strong>sinvestimentos em infra-estrutura e logística no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, parte das quais são fortemente<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong>s cenários nacionais:Hipótese 1 – Ampliação mo<strong>de</strong>rada da malha <strong>de</strong> transporte e da re<strong>de</strong> elétrica;Hipótese 2 – Ampliação da malha integrada <strong>de</strong> transporte e da re<strong>de</strong> elétrica(continental);Hipótese 3 – Leve redução nos estrangulamentos (investimentos mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s).Inovação e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológicoPara o <strong>de</strong>sempenho futuro da inovação e <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico, po<strong>de</strong>m serformuladas três hipóteses distintas, também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong>s cenários nacionais:Hipótese 1 – intensa e seletiva inovação (biotecnologia, transgênicos, e manejoflorestal);Hipótese 2 – intensa e ampla inovação;Hipótese 3 – mo<strong>de</strong>rada e seletiva inovação (biotecnologia, transgênicos, e manejoflorestal).2.3.3 Cenários alternativosOs futuros alternativos <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> recebem forte influência das variáveis externas(mundiais e nacionais), com <strong>de</strong>sempenho diferencia<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> o cenário que venha aprevalecer nas próximas décadas. Os cenários regionais são, portanto, o resulta<strong>do</strong> dacombinação das influências externas com os processos internos, estes tambémrelativamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> ambiente. Assim, para chegar aos cenários <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>é necessário combinar e articular as hipóteses das incertezas críticas internas com osfuturos possíveis <strong>do</strong> contexto mundial, que se expressam nos cenários mundiais (<strong>de</strong>stacamseas variáveis que impactam no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>), e <strong>do</strong> ambiente externo brasileiro, expressopelos três cenários nacionais (<strong>de</strong>stacam-se as variáveis que impactam diretamente aregião). A matriz 5 mostra a combinação das hipóteses das incertezas críticas endógenascom os cenários mundiais e nacionais.Na matriz 5, cada uma das colunas expressa uma combinação consistente, que constitui abase para os cenários <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, sintetiza<strong>do</strong>s nas idéias-força indicadas na últimalinha da matriz. As duas primeiras linhas mostram as características <strong>do</strong>minantes nos99


cenários mundiais e nacionais, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s consistentes (com <strong>de</strong>staque para as variáveis<strong>de</strong> impacto regional). As outras linhas mostram as hipóteses <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho das trêsincertezas críticas regionais, forman<strong>do</strong> três conjuntos consistentes organiza<strong>do</strong>s nas colunas.De forma <strong>de</strong>talhada, apresentam-se a seguir os cenários alternativos <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>,<strong>de</strong>sagregan<strong>do</strong> as idéias-força e as hipóteses em variáveis e resulta<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>correm <strong>do</strong>simpactos das incertezas críticas, inclusive algumas variáveis <strong>de</strong> interesse direto <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.CENÁRIO A – Continua a Velha OndaIdéia-forçaO <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> mantém taxas altas <strong>de</strong> crescimento econômico integra<strong>do</strong> à economiamundial, com mo<strong>de</strong>rada diversificação da estrutura produtiva e parcial a<strong>de</strong>nsamento dasca<strong>de</strong>ias produtivas e leve agregação <strong>de</strong> valor, acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> melhoria lenta da qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida e leve redução da <strong>de</strong>gradação ambiental.DescriçãoNo ambiente externo <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, tanto no mun<strong>do</strong> quanto no Brasil, pre<strong>do</strong>mina umacerta continuida<strong>de</strong> das condições econômicas e políticas, com pequenas mudanças e levemelhora nas condições que impactam sobre a região. A economia mundial continua commédio crescimento, registran<strong>do</strong> parcial redução das barreiras alfan<strong>de</strong>gárias, e ampliamo<strong>de</strong>radamente o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono, assim como da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos,<strong>de</strong> água e <strong>de</strong> energia, acompanhada <strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>rada alteração da matriz energética, comaumento da biomassa, e ampliação média <strong>do</strong> fluxo turístico.100


Matriz 5 - Combinação <strong>de</strong> Hipóteses das Incertezas Críticas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>Contexto mundialCenário ACenário BCenário CContextoNacionalParcial aberturacomercial, mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono,aumento mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> da<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos,<strong>de</strong> água e <strong>de</strong> energiac/mo<strong>de</strong>rada alteraçãoda matriz, e fluxoturístico mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>.Ampla abertura comercial,forte merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono,acelera<strong>do</strong> crescimento da<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos,água e energia comintensa alteração damatriz, e fluxo turísticoamplo.Abertura limitada eseletiva, limita<strong>do</strong>merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono,expansão tímida da<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos e<strong>de</strong> água, e mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>energia com limitadaalteração da matriz, efluxo turístico médio.Cenário ACenário BCenário CIncertezas críticasEndógenasMo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>sinvestimentos em IEE, emédio investimentopriva<strong>do</strong>, crescimentomo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, expansãorápida da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>energia, leve reduçãodas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>sregionais, e médiaexpansão <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>internoAlto investimento em IEE eforte retoma<strong>do</strong>s <strong>do</strong>sinvestimentos priva<strong>do</strong>s,crescimento alto, aumentosignificativo da <strong>de</strong>manda<strong>de</strong> energia, mo<strong>de</strong>radareduçãodas<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais,erápida expansão <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> internoBaixo investimento emIEE e contenção <strong>do</strong>sinvestimentos priva<strong>do</strong>s,crescimento médio einstável, aumento médioda <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia,manutenção das<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais,e merca<strong>do</strong> internoconti<strong>do</strong>Política ambiental <strong>do</strong>sEsta<strong>do</strong>sEficaz no controle efiscalização (reativa) eharmonizada nosEsta<strong>do</strong>sEficaz, harmonizada nosEsta<strong>do</strong>s e indutora damudança (pró-ativa)Restritiva, <strong>de</strong>sorganizada(dispersa e pontual) eineficazInvestimento em infraestruturae logísticaAmpliação mo<strong>de</strong>rada damalha <strong>de</strong> transporte eda re<strong>de</strong> elétricaAmpliação da malhaintegrada <strong>de</strong> transporte eda re<strong>de</strong> elétrica(continental)Leve redução nosestrangulamentos(investimentosmo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s)Inovação<strong>de</strong>senvolvimentotecnológicoeIntensa e seletivainovaçãoIntensa e ampla inovaçãoMo<strong>de</strong>rada e seletivaInovaçãoIdéias-ForçaCrescimento altoc/mo<strong>de</strong>radadiversificação ea<strong>de</strong>nsamento dasca<strong>de</strong>ias produtiva, levemelhora da qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida e leve reduçãoda <strong>de</strong>gradaçãoambientalAcelera<strong>do</strong> crescimentoc/intensa diversificação ea<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>iasprodutivas, forte melhorada qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida emo<strong>de</strong>rada redução da<strong>de</strong>gradação e recuperação<strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadasCrescimento médioc/limitada diversificação ea<strong>de</strong>nsamento dasca<strong>de</strong>ias produtivas,persistência <strong>de</strong> baixosindica<strong>do</strong>res sociais econtinuada <strong>de</strong>gradaçãoambientalEnquanto isso, o Brasil experimenta uma lenta, mas consistente retomada <strong>do</strong> crescimentoeconômico com estabilida<strong>de</strong> e recuperação mo<strong>de</strong>rada da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poupança einvestimento público. Assim, ampliam-se, <strong>de</strong> forma mo<strong>de</strong>rada, os investimentos em infraestruturaeconômica e logística em to<strong>do</strong> o território nacional, acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> parcialreanimação <strong>do</strong>s investimentos priva<strong>do</strong>s, e expan<strong>de</strong>-se o merca<strong>do</strong> interno <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a realizar101


médio crescimento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos, água e energia, com parcial mudança damatriz energética. Por outro la<strong>do</strong>, a implementação <strong>de</strong> políticas sociais, regionais eambientais com média eficácia e com elementos compensatórios e reativos promove umapequena melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, uma leve redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais, econtenção parcial da <strong>de</strong>gradação ambiental nos principais ecossistemas brasileiros.Diante <strong>de</strong>ssas condições externas, os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> harmonizam suas políticasambientais com relativa eficácia, mas <strong>de</strong> forma reativa, acompanhan<strong>do</strong> o comportamento dapolítica nacional. Em sintonia também com iniciativas <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral, os Esta<strong>do</strong>spromovem uma mo<strong>de</strong>rada recuperação <strong>do</strong>s investimentos em infra-estrutura <strong>de</strong> transporte,e estimulam uma intensa e seletiva inovação tecnológica nas ativida<strong>de</strong>s produtivasregionais.Como resulta<strong>do</strong> da combinação das condições externas com os processos internos ao<strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, a economia da Região alcança um alto ritmo <strong>de</strong> crescimento, em torno <strong>de</strong>5,2% ao ano no perío<strong>do</strong>, acima da média brasileira, que leva a um aumento persistente daparticipação <strong>do</strong> PIB regional no produto nacional. Em 2020, o PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>vealcançar R$ 291,57 bilhões <strong>de</strong> reais, mais <strong>do</strong> que o <strong>do</strong>bro em 15 anos, já que o produtoatual da região é estima<strong>do</strong> em R$ 136,45 bilhões <strong>de</strong> reais. Desta forma, a região aumentacontinuamente sua participação na economia brasileira, e chega a 2020 com 9,45% <strong>do</strong> PIBnacional, quase <strong>do</strong>is pontos percentuais acima da participação atual. Consolida-se aintegração da economia regional à economia mundial como gran<strong>de</strong>s exporta<strong>do</strong>res, com levediversificação da pauta, embora pre<strong>do</strong>minem ainda os produtos agropecuários e energia,respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à mo<strong>de</strong>rada, mas crescente <strong>de</strong>manda mundial <strong>de</strong> alimentos e energéticos. Osbens primários, especialmente commodities <strong>do</strong> agronegócio, <strong>de</strong>clinam levemente suaparticipação no total das exportações regionais, <strong>do</strong>s atuais 70% para cerca <strong>de</strong> 68,4%, em2020, e reflete pequena agregação <strong>de</strong> valor <strong>do</strong>s produtos comercializa<strong>do</strong>s no contextomundial. O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> representará, em 2020, 7,57% das exportações brasileiras,percentual pouco superior ao estima<strong>do</strong> para 2005 (cerca <strong>de</strong> 6,7%), e exporta cerca <strong>de</strong>31,5% <strong>do</strong> PIB regional, quase o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> peso atual <strong>do</strong> comércio externo na economiacentro-oestina (a matriz 6 mostra os indica<strong>do</strong>res compara<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s cenários no horizonte2020).A expansão <strong>do</strong> turismo e <strong>do</strong>s serviços, assim como algumas poucas ativida<strong>de</strong>s industriaisvoltadas para o merca<strong>do</strong> regional levam a uma mo<strong>de</strong>rada diversificação da estruturaprodutiva <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, acompanhada <strong>de</strong> parcial a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivasda agropecuária com beneficiamento <strong>de</strong> soja e produtos pecuários.A agropecuária aumenta a produtivida<strong>de</strong>, com base na inovação tecnológica, que inclui adifusão <strong>do</strong>s transgênicos e alguma tecnologia <strong>de</strong> manejo sustentável, e mantém acompetitivida<strong>de</strong> mundial <strong>do</strong> agronegócio centro-oestino. O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> se beneficia <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>rada ampliação <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> pesquisa regionais, e aumenta os seus recursoshumanos (pesquisa<strong>do</strong>r por milhão <strong>de</strong> habitantes passa <strong>do</strong>s atuais 529,3 para cerca <strong>de</strong> 800,em 2020); em to<strong>do</strong> caso, a mo<strong>de</strong>rnização tecnológica conta com forte difusão <strong>de</strong> tecnologias102


geradas fora <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, a política ambiental eficaz embora reativa,tanto <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral quanto <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, permite uma leve redução dataxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental <strong>do</strong>s ecossistemas, apesar <strong>do</strong> crescimento da economia, oque é favoreci<strong>do</strong> pela inovação tecnológica. Além disso, a Região consegue um parcialaproveitamento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono, que se amplia mo<strong>de</strong>radamente nocontexto mundial, com reflorestamentos em algumas poucas áreas <strong>de</strong>gradadas. Mesmoassim, com a manutenção <strong>de</strong> altas taxas <strong>de</strong> crescimento, persistem as pressões antrópicasna Região, levan<strong>do</strong> a um continua<strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento da cobertura florestal, embora em ritmomo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>; assim, a cobertura florestal <strong>do</strong>s cerra<strong>do</strong>s <strong>de</strong>clina <strong>do</strong>s atuais 43% para cerca <strong>de</strong>34,64%, em 2020, a cobertura florestal da floresta tropical reduz-se <strong>de</strong> 61,2% para poucomais <strong>de</strong> 48%, e a cobertura florestal <strong>do</strong> Pantanal cai <strong>de</strong> 83% para algo próximo <strong>de</strong> 75%.A combinação <strong>de</strong> alto crescimento econômico com recuperação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gastospúblicos, reforçada pela política social brasileira mesmo pre<strong>do</strong>minantemente compensatória,promove uma melhoria mo<strong>de</strong>rada das condições <strong>de</strong> vida da população (com ritmo<strong>de</strong>clinante <strong>de</strong> crescimento, <strong>de</strong>corrente da mo<strong>de</strong>ração <strong>do</strong>s fluxos migratórios). O <strong>de</strong>sempregodiminui e o PIB per capita cresce bastante no perío<strong>do</strong>, passan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s atuais R$ 10.518,60reais para cerca <strong>de</strong> R$ 18.521,40, em 2020, com leve redução da concentração, aindaassim permanecen<strong>do</strong> alta no final <strong>do</strong> cenário (índice <strong>de</strong> Gini estima<strong>do</strong> em 0,55). Em 15anos, o abastecimento <strong>de</strong> água <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> amplia-se, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 87,2% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios, estima<strong>do</strong> para 2005, para 94,55%, em 2020, uma mo<strong>de</strong>rada melhora dahabitabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s centro-oestinos. Da mesma forma, aumenta o percentual <strong>de</strong> <strong>do</strong>micílioscom esgotamento sanitário, manten<strong>do</strong>-se ainda baixo, no final <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, cerca <strong>de</strong> 53,81%,ainda bem acima <strong>do</strong>s atuais 39,4%.A melhoria das condições sanitárias e o aumento da renda levam a uma redução da taxa <strong>de</strong>mortalida<strong>de</strong> infantil que <strong>de</strong>clina <strong>do</strong>s atuais 20,7 óbitos em mil crianças nascidas vivas paracerca <strong>de</strong> 15, em 2020. A pobreza regional também apresenta um movimento <strong>de</strong>clinante,como resulta<strong>do</strong> da expansão <strong>de</strong> emprego e renda, complementada por políticas sociais(mesmo tímidas e compensatórias). Ao consi<strong>de</strong>rar que existem, atualmente, 25,4% dapopulação regional em condição <strong>de</strong> pobreza, em 2020 este percentual <strong>de</strong>ve chegar a20,98%, ainda um índice alto <strong>de</strong> pobres na região. O analfabetismo também diminui e onível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> segue uma trajetória <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada expansão; em 2020, a região aindaterá 7% <strong>de</strong> analfabetos na população <strong>de</strong> 15 anos (quase <strong>do</strong>is pontos percentuais abaixo <strong>do</strong>satuais) e 16,75% <strong>de</strong> analfabetos funcionais, indica<strong>do</strong>r estima<strong>do</strong> hoje em 22% da população<strong>de</strong> 15 anos ou mais. A escolarida<strong>de</strong> aumenta em ritmo mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, mesmo sem gran<strong>de</strong>s eousadas políticas e investimentos na área, passa <strong>de</strong> 7,1 anos médios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, estima<strong>do</strong>para 2005, para 10,74 anos, em 2020. Em parte como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>stes avanços naeducação, a inclusão digital também segue uma trajetória <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada ampliação, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>que, em 2020, cerca <strong>de</strong> 22,4% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da Região terão computa<strong>do</strong>r e acesso àinternet (estima-se em 14,8% o percentual <strong>de</strong> <strong>do</strong>micílios).103


CENÁRIO B – Nova Onda <strong>de</strong> Crescimento Sustenta<strong>do</strong>Idéia-forçaAcelera<strong>do</strong> crescimento econômico com forte integração mundial, acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> intensadiversificação da estrutura produtiva e amplo a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivas, comagregação <strong>de</strong> valor, complementa<strong>do</strong> pela rápida melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, mo<strong>de</strong>radaredução da <strong>de</strong>gradação ambiental e ampla recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas.DescriçãoMudanças importantes e consistentes no contexto mundial e nacional alteramcompletamente o ambiente e as condições futuras <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, tanto pelo ritmo eestabilida<strong>de</strong> da economia quanto, principalmente, <strong>do</strong>s mecanismos políticos e institucionais<strong>de</strong> gestão e promoção <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. A economia mundial inicia um ciclo <strong>de</strong>crescimento com estabilida<strong>de</strong>, regi<strong>do</strong> por um sistema <strong>de</strong> regulação multilateral, que aceleraa redução das barreiras alfan<strong>de</strong>gárias, expan<strong>de</strong> o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono, e,portanto, intensifica a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> energia, acompanhada <strong>de</strong> umaampla mudança da matriz energética, com forte aumento das fontes renováveis ealternativas, incluin<strong>do</strong> biocombustível, e forte ampliação <strong>do</strong> movimento turístico.Enquanto isso, o Brasil volta a registrar altas taxas <strong>de</strong> crescimento econômico comestabilida<strong>de</strong> e ampla recuperação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poupança e investimento público, aomesmo tempo em que cria um ambiente favorável aos investimentos priva<strong>do</strong>s. Desta forma,intensificam-se os investimentos na infra-estrutura econômica e na logística em to<strong>do</strong> oterritório nacional, envolven<strong>do</strong> também capital priva<strong>do</strong> no mo<strong>de</strong>lo PPP. O aumento da renda,combinada com políticas sociais ativas, promove uma rápida ampliação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> internobrasileiro, levan<strong>do</strong> a uma forte expansão da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos, água e energia, commudança significativa da matriz energética nacional. Além da política social, o governobrasileiro põe em prática uma política regional com medidas estrutura<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> mudança <strong>do</strong>diferencial competitivo, e gestão ambiental eficaz e pró-ativa que orienta a umareorganização da relação da economia com o meio ambiente. Como resulta<strong>do</strong>, o Brasilapresenta melhora significativa da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, mo<strong>de</strong>rada redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>sregionais, e redução relevante da <strong>de</strong>gradação ambiental nos ecossistemas brasileiros.Consistente com o quadro nacional e as políticas públicas fe<strong>de</strong>rais, os governos <strong>do</strong>sEsta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> harmonizam sua políticas ambientais com postura pró-ativa eindutora <strong>de</strong> mudança, favorecida pela intensa e ampla inovação tecnológica que aumenta aprodutivida<strong>de</strong> da agropecuária mas, ao mesmo tempo, oferece processos sustentáveis paraas ativida<strong>de</strong>s produtivas regionais. Os Esta<strong>do</strong>s também recuperam os investimentos nainfra-estrutura, complementam os recursos fe<strong>de</strong>rais na ampliação da malha integrada <strong>de</strong>transporte, que se articula em nível continental.O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssas condições exógenas e endógenas é a inauguração <strong>de</strong> uma nova fase nahistória <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, que combina acelera<strong>do</strong> crescimento econômico com melhoria das104


condições <strong>de</strong> vida e redução relevante da <strong>de</strong>gradação ambiental. A economia regionalcresce a taxas altas, em torno <strong>de</strong> 7,7% ao ano no perío<strong>do</strong>, e bem acima <strong>do</strong> dinamismonacional, e aumenta rapidamente a participação <strong>do</strong> PIB regional no produto nacional; em2020, o PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>ve ser R$ 417,47 bilhões <strong>de</strong> reais, mais <strong>de</strong> três vezessuperior aos atuais R$ 136,45 bilhões, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a economia regional representará, nofinal <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, cerca <strong>de</strong> 9,8% <strong>do</strong> PIB brasileiro. O rápi<strong>do</strong> crescimento da economia éacompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> intensa integração continental, viabilizada pela ampliação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>transporte e energia, incluin<strong>do</strong> a abertura para o Pacífico, com diversificação da pauta <strong>de</strong>exportação regional. Em to<strong>do</strong> caso, como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma maior articulação com aeconomia nacional e dinamização <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno regional, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> reduz suaparticipação no total das exportações brasileiras, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 6.07%, estima<strong>do</strong> em 2005,para apenas 5,94%, em 2020; nos 15 anos <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, a região aumenta levemente o pesodas exportações no PIB regional, chegan<strong>do</strong> a 20,1%, em 2020 (menos <strong>de</strong> 5 pontospercentuais acima <strong>do</strong>s atuais 15,39%).As condições <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> externo e os incentivos governamentais levam a uma ampladiversificação da estrutura produtiva com expansão <strong>do</strong> turismo e <strong>do</strong>s serviços, e novasativida<strong>de</strong>s industriais, incluin<strong>do</strong> a emergente bio-indústria. Da mesma forma, as ca<strong>de</strong>iasprodutivas apresentam um amplo e intenso a<strong>de</strong>nsamento, com beneficiamento <strong>de</strong> produtosagropecuários, agregan<strong>do</strong> valor, e produção local <strong>de</strong> insumos e produtos a montante dasca<strong>de</strong>ias com agregação <strong>de</strong> valor. A diversificação produtiva e a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>iasprodutivas refletem-se na pauta <strong>de</strong> exportações da Região, expressa no <strong>de</strong>clínio relativo <strong>do</strong>sbens primários no total exporta<strong>do</strong>. Com efeito, até 2020, estes produtos sem beneficiamentoreduzem sua participação nas exportações <strong>do</strong>s atuais 70% para cerca <strong>de</strong> 56,8%.As inovações tecnológicas promovem uma melhoria significativa da produtivida<strong>de</strong>agropecuária, com intensa difusão <strong>de</strong> tecnologias a<strong>de</strong>quadas aos ecossistemas, inclusive abiotecnologia com controle rigoroso <strong>do</strong>s transgênicos. Em 15 anos, a região registra umaampliação significativa da pesquisa tecnológica regional, que se manifesta no crescimento<strong>do</strong>s recursos humanos ocupa<strong>do</strong>s nas instituições regionais. Medi<strong>do</strong> pelo índice <strong>de</strong>pesquisa<strong>do</strong>r por milhão <strong>de</strong> habitantes, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> salta <strong>do</strong>s atuais 529,30 para 953,24,quase <strong>do</strong>bran<strong>do</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa regional. Nos próximos 15 anos, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>faz um amplo aproveitamento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono com reflorestamento emáreas <strong>de</strong>gradadas e produção <strong>de</strong> biocombustível. Ao mesmo tempo, a implementação <strong>de</strong>política ambiental pró-ativa no nível nacional e nos Esta<strong>do</strong>s da Região, apoiada nasinovações tecnológicas, permite uma mo<strong>de</strong>rada redução da <strong>de</strong>gradação ambiental comrecuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, apesar <strong>do</strong> forte crescimento econômico. A gestãoambiental e as mudanças tecnológicas alteram a relação da economia com o meioambiente, e reduz o impacto provoca<strong>do</strong> pelo aumento da base produtiva brasileira 10 .10 O tra<strong>de</strong>-off que existe entre o crescimento econômico e a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> meio ambiente, expressão da estrutura produtiva e <strong>do</strong>padrão tecnológico, arrefece à medida que as empresas introduzem inovações que mo<strong>de</strong>ram as pressões sobre o ambientenatural.105


Desta forma, até 2020 a cobertura florestal <strong>do</strong>s biomas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>ve se recuperarmo<strong>de</strong>radamente, como resulta<strong>do</strong> da combinação <strong>do</strong> manejo sustentável e das tecnologiasa<strong>de</strong>quadas com o reflorestamento em áreas <strong>de</strong>smatadas. A cobertura <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> recuperasee passa <strong>do</strong>s 43% atuais para quase 44%, em 2020. A floresta tropical quase se mantémestável em torno <strong>de</strong> 61%, pela redução das pressões e pelo reflorestamento; e no Pantanalocorre uma pequena recuperação da cobertura, chegan<strong>do</strong> a 2020 com pouco mais <strong>de</strong> 84%(mais <strong>de</strong> um ponto percentual acima da atual).O aumento das oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho e a recuperação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentopúblico viabilizam políticas estrutura<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> mudança, e promovem rápida e significativamelhoria das condições <strong>de</strong> vida da população, reforçada pelos gastos sociais fe<strong>de</strong>rais naRegião. O PIB per capita alcança o nível <strong>de</strong> R$ 26.519,00 reais, mais que o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong>satuais R$ 10.518,00 reais, resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> rápi<strong>do</strong> crescimento da economia com uma reduçãoda taxa <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong>mográfica. O <strong>de</strong>semprego se reduz bastante, ao mesmo tempo emque <strong>de</strong>clina bastante a concentração <strong>de</strong> renda <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, atualmente expressa porum índice <strong>de</strong> Gini <strong>de</strong> 0,57, chegan<strong>do</strong> a 2020 com 0,51, resulta<strong>do</strong> da combinação daampliação <strong>do</strong> emprego e da renda com as políticas sociais. A pobreza ten<strong>de</strong> a uma forteredução, alcançan<strong>do</strong> em 2020 nível inferior a <strong>do</strong>is dígitos (cerca <strong>de</strong> 8,54% da população),representan<strong>do</strong> quase um terço <strong>do</strong>s 25,4% registra<strong>do</strong>s em 2005.Por outro la<strong>do</strong>, aumenta a oferta <strong>de</strong> serviços sociais básicos, particularmente saneamentobásico, com o crescimento <strong>do</strong> percentual <strong>de</strong> <strong>do</strong>micílios com abastecimento <strong>de</strong> água e comesgotamento sanitário; até 2020, a oferta <strong>de</strong> água chega a quase 100% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios,subin<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 12 pontos percentuais, enquanto o esgotamento sanitário aproxima-se <strong>de</strong>90%, apresentan<strong>do</strong> um salto mais significativo, mesmo porque é um indica<strong>do</strong>respecialmente baixo na atualida<strong>de</strong>. Esta melhoria das condições sanitárias contribui para aredução da mortalida<strong>de</strong> infantil no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, estimada atualmente em 20,7 óbitos emmil crianças nascidas vivas, chegan<strong>do</strong> a 2020 com valores quase residuais <strong>de</strong> 5,57 óbitos.Na educação, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> registra avanços relevantes como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>sinvestimentos para ampliar as oportunida<strong>de</strong>s e favorecer a competitivida<strong>de</strong> regional. Assim,o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> regional cresce <strong>de</strong> 7,10 anos médios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> para pouco menos<strong>de</strong> 13, em 2020 Ao mesmo tempo, a taxa <strong>de</strong> analfabetismo cai <strong>de</strong> 9,2% da população <strong>de</strong> 15anos ou mais para apenas 5,95%, enquanto o analfabetismo funcional <strong>de</strong>clina <strong>de</strong> 22% para14,2% da população <strong>de</strong> 15 anos e mais. Finalmente, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> registra aumentoimportante na inclusão digital, com 26,6% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios com computa<strong>do</strong>r e acesso àinternet, quase 12 pontos percentuais acima <strong>do</strong> nível atual.106


CENÁRIO C – O Ciclo Interrompi<strong>do</strong>Idéia-forçaCrescimento econômico médio, levemente superior ao brasileiro, integra<strong>do</strong> ao merca<strong>do</strong>mundial e nacional, com lenta e limitada diversificação da estrutura produtiva ea<strong>de</strong>nsamento restrito <strong>de</strong> algumas ca<strong>de</strong>ias produtivas, conviven<strong>do</strong> com baixos indica<strong>do</strong>ressociais e com continuada <strong>de</strong>gradação ambiental.DescriçãoDificulda<strong>de</strong>s no contexto internacional, e instabilida<strong>de</strong> econômica e limitadas políticaspúblicas no Brasil formam as condições externas <strong>de</strong>sfavoráveis para o futuro <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. O mun<strong>do</strong> apresenta crescimento econômico baixo e irregular, ao mesmo tempo emque o Brasil também cresce mo<strong>de</strong>radamente com instabilida<strong>de</strong>. No merca<strong>do</strong> internacionalnão avançam as negociações na OMC, persistin<strong>do</strong> as barreiras alfan<strong>de</strong>gárias com limitada eseletiva redução <strong>de</strong> barreiras, da mesma forma que o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono estaciona. Aoacompanhar a relativa estagnação econômica e ausência <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> regulaçãomundial, registra-se uma expansão tímida da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong> água, e <strong>de</strong> energia,com limitada alteração da matriz energética. Enquanto isso, o Brasil continua com limitaçõesna capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poupança e investimento, e redução <strong>do</strong>s investimentos públicos em infraestruturaeconômica e nas políticas públicas fe<strong>de</strong>rais, <strong>do</strong>minadas por uma postura reativa ecompensatória. O merca<strong>do</strong> interno fica conti<strong>do</strong> tanto pelo lento crescimento quanto peloslimitadas políticas sociais, que mo<strong>de</strong>ram a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos e <strong>de</strong> energia, e mantémas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais,Frente a este quadro externo e influencian<strong>do</strong> pelo impacto das condições mundiais enacionais, os governos <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> não conseguem harmonizar suaspolíticas ambientais, que continuam dispersas e com baixa eficácia, ao mesmo tempo emque são limita<strong>do</strong>s os investimentos estaduais em infra-estrutura, que levam à manutenção<strong>de</strong> estrangulamentos.Como resulta<strong>do</strong> da combinação <strong>do</strong>s fatores externos e <strong>do</strong>s processos internos, a economia<strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> apresenta baixa taxa <strong>de</strong> crescimento, ligeiramente acima da brasileira,levan<strong>do</strong> a um pequeno aumento da participação <strong>do</strong> PIB regional no produto nacional. Namédia <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, a região cresce cerca <strong>de</strong> 3,5% ao ano, com forte irregularida<strong>de</strong>, elevam oPIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> para R$ 218, 83 bilhões <strong>de</strong> reais, apenas 60% superior ao atual,estima<strong>do</strong> em R$ 136,45 bilhões. A economia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> representará, em 2020,8,66% <strong>do</strong> PIB brasileiro, à medida que, neste cenário, a economia nacional tambémapresenta mo<strong>de</strong>sta taxa <strong>de</strong> crescimento.Com média integração à economia mundial, a região se consolida como gran<strong>de</strong> exporta<strong>do</strong>r<strong>de</strong> produtos primários, com reduzida diversificação da pauta exporta<strong>do</strong>ra, concentrada naagropecuária e nas commodities. O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> quase conserva a sua participação <strong>de</strong>107


6,7% das exportações brasileiras, e amplia o peso relativo das vendas externas no PIBregional, passan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s atuais 15,39% para cerca <strong>de</strong> 25,74%, em 2020. A estruturaprodutiva <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> continua <strong>do</strong>minada pela agropecuária, com limitadadiversificação que <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> pequena expansão <strong>do</strong> turismo e <strong>do</strong>s serviços, sem umprocesso relevante <strong>de</strong> industrialização; da mesma forma, as ca<strong>de</strong>ias produtivas regionaisnão se a<strong>de</strong>nsam com apenas algum beneficiamento localiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> soja e produtosagropecuários. Esta baixa diversificação e a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivas regionaisse manifesta também na pauta <strong>de</strong> exportação, apenas ligeiramente abaixo <strong>do</strong>s 70%registra<strong>do</strong>s atualmente.Com o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono estaciona<strong>do</strong> e a falta <strong>de</strong> iniciativas locais, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> aprova poucos projetos isola<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> pequena importância para a região. Aprodutivida<strong>de</strong> da agropecuária registra um pequeno aumento, suficiente para acompanhar omovimento nacional, à medida que a inovação e a difusão <strong>de</strong> tecnologias são mo<strong>de</strong>radas,incluin<strong>do</strong> transgênicos, com limita<strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio nacional. O sistema <strong>de</strong> pesquisa e<strong>de</strong>senvolvimento tecnológico da região avança lentamente, apenas por força da inércia,registran<strong>do</strong> pequeno aumento <strong>do</strong>s recursos humanos ocupa<strong>do</strong>s em pesquisas. Até 2020, onúmero <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>r por milhão <strong>de</strong> habitantes <strong>de</strong>ve subir <strong>de</strong> 529,3 atuais para 671,60 nofinal <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>. Com limita<strong>do</strong>s avanço e inovação tecnológica, e reduzida eficácia dapolítica ambiental, fortemente reativa, <strong>de</strong>vem persistir as pressões antrópicas nos biomasregionais, mo<strong>de</strong>radas apenas pelo menor crescimento da economia. Além disso, o poucoaproveitamento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono inibe processos efetivos <strong>de</strong> reflorestamento erecuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas. Como conseqüência, nos 15 anos <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>,ainda diminui a cobertura florestal <strong>do</strong>s três gran<strong>de</strong>s biomas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>; a coberturaflorestal <strong>do</strong>s Cerra<strong>do</strong>s cai <strong>de</strong> 43% para cerca <strong>de</strong> 36,43%, em 2020. A cobertura da florestatropical <strong>de</strong>clina quase 10 pontos percentuais, chegan<strong>do</strong> a 51%, em 2020, e a coberturaflorestal <strong>do</strong> Pantanal per<strong>de</strong> mais 5 pontos percentuais nos 15 anos.O mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> crescimento da economia e as limitações <strong>de</strong> recursos públicos para gastossociais (em políticas pre<strong>do</strong>minantemente compensatórias), provocam uma melhoria muitolenta das condições <strong>de</strong> vida da população, acompanhan<strong>do</strong> o movimento mo<strong>de</strong>sto <strong>do</strong> Brasil.Desemprego eleva<strong>do</strong> e lenta ampliação <strong>de</strong> renda dificultam a ampliação da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida, mo<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as já limitadas políticas sociais. Os eventuais ganhos em algunsindica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> processos inerciais <strong>de</strong> expansão a partir <strong>de</strong> uma base muito baixae pela continuida<strong>de</strong>, mesmo limitada, irregular e ineficaz das políticas sociais. Oabastecimento <strong>de</strong> água sobe <strong>de</strong> 87,3% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios para quase 90%, em 2020, e oesgotamento sanitário se eleva <strong>do</strong> atual patamar <strong>de</strong> 39,4% para apenas 45,3%, no final <strong>do</strong>perío<strong>do</strong>. Com a persistência <strong>de</strong> baixa oferta <strong>de</strong> saneamento, a mortalida<strong>de</strong> infantil <strong>de</strong>clina,ainda que lentamente, e chega a 18,35 óbitos em mil crianças nascidas vivas, pouco abaixo<strong>do</strong>s atuais 20,7 óbitos.A concentração <strong>de</strong> renda e a pobreza continuam altas, mantidas pelo baixo crescimento daeconomia e da renda e pela persistência <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego; o índice <strong>de</strong> Gini aumenta <strong>de</strong> 0,57para cerca <strong>de</strong> 0,60, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> pequeno aumento da concentração <strong>de</strong> renda, e a pobreza108


também se eleva levemente, chega a 2020 com 27,5% da população centro-oestina. Nosegmento educacional prossegue um ritmo muito lento <strong>de</strong> melhoria <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res, leva<strong>do</strong>sapenas pela inércia; o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> sobe <strong>de</strong> 7,1 anos médios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> para 9anos, em 2020; a taxa <strong>de</strong> analfabetismo cai <strong>de</strong> 9,2% da população <strong>de</strong> 15 anos ou mais para7,68%; e o analfabetismo funcional <strong>de</strong>clina <strong>do</strong>s atuais 22% da população <strong>de</strong> 15 anos e maispara cerca <strong>de</strong> 18% no final <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>. Na inclusão digital também ten<strong>de</strong> a ocorrer leveaumento, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 14,8% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios com computa<strong>do</strong>r e acesso à internet para18,78%, em 2020.109


Matriz 6 - Comparação <strong>do</strong>s Cenários <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>Variáveis CENÁRIO A CENÁRIO B CENÁRIO CCrescimento econômico Alto com aumento da participação no BR Acelera<strong>do</strong> com forte aumento da participação Médio c/manutenção da participaçãoTaxa <strong>de</strong> Crescimento <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> CO (méd.<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>) 5.2 7.7 3.5Crescimento econômico acima <strong>do</strong> Brasil 1.5 1.9 0.9PIB CO (2020) R$ mil 291,566 417,471 218,835Participação <strong>do</strong> CO no PIB <strong>do</strong> Brasil (2020) 9.45% 9.80% 8.66%PIB per capita <strong>do</strong> CO (2020) R$ 18521.38 26519.32 13901.24Participação <strong>do</strong> CO no PIB per capita <strong>do</strong> Brasil (2020) 132.10 137.12 121.06Comércio exteriorIntegração mo<strong>de</strong>rada com leve diversificação dapauta <strong>de</strong> exportaçãoForte integração com diversificação da pauta <strong>de</strong>exportaçãoParticipação <strong>do</strong> CO nas exportações brasileiras (2020) 7.57% 5.94% 6.57%Abertura externa (Exportação como percentual <strong>do</strong> PIB) 31.55 20.10 25.74Pauta <strong>de</strong> exportação (percentual <strong>de</strong> bens primários no total) 68.44 57.81 68.75Integração média c/pauta centrada em bensprimáriosCrédito <strong>de</strong> carbono Parcial aproveitamento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> Amplo aproveitamento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> Tími<strong>do</strong> aproveitamento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>Inovação tecnológicaAumento da produtivida<strong>de</strong> e difusão controlada <strong>do</strong>stransgênicos com mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>do</strong>mínioMelhoria significativa e intensa difusão <strong>de</strong>tecnologias sustentáveis com <strong>do</strong>mínio tecnológicoPesquisa<strong>do</strong>res p/milhão <strong>de</strong> habitantes 800.94 953.24 671.60Diversificação produtivaMo<strong>de</strong>rada com turismo, serviços.Ampla com turismo, serviços e indústria, incluin<strong>do</strong>bio-indústria.Pequeno aumento da produtivida<strong>de</strong> e difusão <strong>de</strong>transgênicos c/pouco controle e <strong>do</strong>mínioLimitada diversificação restrita a turismo e serviçosA<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivas Parcial Amplo e intenso para frente e para trás Restrito a pequeno beneficiamentoQualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida Mo<strong>de</strong>rada melhoria Melhoria rápida e significativa Melhoria lentaAbastecimento <strong>de</strong> água (% <strong>de</strong> <strong>do</strong>micílios) 94.55 99.36 89.96Esgotamento sanitário (% <strong>do</strong>micílios) 53.81 89.89 45.29Mortalida<strong>de</strong> infantil (óbitos em mil) 15.06 5.57 18.35Índice <strong>de</strong> pobreza (% população) 20.98 8.54 27.51Concentração <strong>de</strong> renda (índice <strong>de</strong> Gini) 0.55 0.51 0.60Nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> (anos médios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>) 10.74 12.79 9.01Taxa <strong>de</strong> analfabetismo (% <strong>de</strong> 15 anos e mais) 7.01 5.94 7.68Taxa <strong>de</strong> analfabetismo funcional (% <strong>de</strong> 15 anos e mais) 16.75 14.20 18.36Nível <strong>de</strong> inclusão digital (posse <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>r e acesso à internet) 22.40 26.65 18.78Degradação ambientalLeve redução da <strong>de</strong>gradação ambientalMo<strong>de</strong>rada redução com ampla recuperação <strong>de</strong>áreas <strong>de</strong>gradadasCobertura florestal no Cerra<strong>do</strong> (% <strong>de</strong> floresta remanescente) 34.63 43.86 36.43Cobertura florestal na floresta tropical (% <strong>de</strong> floresta remanescente) 48.54 60.88 51.06Cobertura florestal no Pantanal (% <strong>de</strong> floresta remanescente) 75.08 84.67 78.16Persistência da <strong>de</strong>gradação ambiental110


Gráfico 29 - Taxa <strong>de</strong> Crescimento <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> nos Cenários e por CenaGráfico 30 - Taxa <strong>de</strong> Crescimento <strong>do</strong> Brasil e <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> nos Cenários111


Gráfico 31 - Evolução <strong>do</strong> PIB Per Capita <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> nos CenáriosGráfico 32 - Evolução <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> nos Cenários112


Gráfico 33 - Evolução da Participação <strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> no PIB <strong>do</strong> Brasil - CenáriosGráfico 34 - Evolução da Participação <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> no Total das ExportaçõesBrasileiras nos Cenários113


Gráfico 35 - Evolução da Participação das Exportações no PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>nos CenáriosGráfico 36 - Evolução <strong>do</strong> Abastecimento <strong>de</strong> Água nos Cenários114


Gráfico 37 - Evolução <strong>do</strong> Esgotamento Sanitário nos CenáriosGráfico 38 - Evolução da Mortalida<strong>de</strong> Infantil nos Cenários115


Gráfico 39 - Evolução da Pobreza nos CenáriosGráfico 40 - Evolução da Concentração <strong>de</strong> Renda Nos Cenários116


Gráfico 41 - Evolução <strong>do</strong> Nível <strong>de</strong> Escolarida<strong>de</strong> nos CenáriosGráfico 42 - Evolução da Taxa <strong>de</strong> Analfabetismo nos Cenários117


Gráfico 43 - Evolução da Taxa <strong>de</strong> Analfabetismo Funcional nos CenáriosGráfico 44 - Evolução da Inclusão Digital nos Cenários118


Gráfico 45 - Evolução da Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pesquisa e <strong>Desenvolvimento</strong> Tecnológiconos CenáriosGráfico 46 - Evolução da Pauta <strong>de</strong> Exportação nos Cenários119


Gráfico 47 - Evolução da Malha Ro<strong>do</strong>viária nos CenáriosGráfico 48 - Evolução da Cobertura Florestal <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> nos Cenários120


Gráfico 49 - Evolução da Cobertura Florestal da Floresta Tropical nos CenáriosGráfico 50 - Evolução da Cobertura Florestal <strong>do</strong> Pantanal nos Cenários121


2.4 Visão <strong>de</strong> Futuro <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>A visão <strong>de</strong> futuro <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> expressa o que a socieda<strong>de</strong> regional <strong>de</strong>seja alcançar em2020 e que seria viabilizada através <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que <strong>de</strong>fine o<strong>de</strong>stino da Região. A visão <strong>de</strong> futuro aproxima-se <strong>do</strong> Cenário A <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> formula<strong>do</strong>antes (sub-capítulo 2.3), alternativa consi<strong>de</strong>rada plausível que, no entanto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>condições externas favoráveis (Cenário mundial A e Cenário Nacional A), sobre as quais aregião não tem controle. A visão <strong>de</strong> futuro é a referência para a estratégia <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento regional, e compreen<strong>de</strong> os limites <strong>do</strong>s fatores exógenos, que procuramaproximar-se, no horizonte <strong>de</strong> tempo, <strong>do</strong> cenário A. O texto abaixo resume a formulação davisão <strong>de</strong> futuro da socieda<strong>de</strong> regional 11 .Em 2020, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é uma Região próspera, economicamente eficiente,socialmente justa e ambientalmente correta, que evolui para o <strong>de</strong>senvolvimentosustentável. A socieda<strong>de</strong> mais igualitária e culturalmente rica e diversificada apresentadiminuição da concentração fundiária e a renda é distribuída <strong>de</strong> forma eqüitativa. Apopulação <strong>de</strong>sfruta <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, tem acesso a bens e serviços coletivos <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> (saú<strong>de</strong>, educação, cultura e lazer) e conta com mais emprego e melhorescondições <strong>de</strong> trabalho, gera<strong>do</strong>s pela expansão da produção regional. O IDH - Índice <strong>de</strong><strong>Desenvolvimento</strong> Humano - da região evolui ao longo das próximas décadas, e <strong>de</strong>vealcançar, em 2020, a situação apresentada hoje pelos países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s.Após 15 anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, a população da Região tem acesso universal àeducação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> em to<strong>do</strong>s os níveis. A implantação <strong>de</strong> escolas mais a<strong>de</strong>quadas paraa formação <strong>de</strong> jovens para atuar na indústria, pecuária, agricultura e turismo, melhora aqualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> emprego e disponibiliza mão-<strong>de</strong>-obra capacitada e especializada no merca<strong>do</strong><strong>de</strong> trabalho. A melhoria das condições <strong>de</strong> vida e amplos investimentos em segurançapública reduzem a violência na região e garantem a tranqüilida<strong>de</strong> da vida cotidiana e oexercício da cidadania.Na região <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> existe respeito à cultura local, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a população pobre,indígenas, quilombolas e assenta<strong>do</strong>s vivem em condições <strong>de</strong> dignida<strong>de</strong>, provida <strong>de</strong> políticaspúblicas eficientes. A cultura regional, a música e a literatura são preservadas e a populaçãoconta com ampla re<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos culturais e intenso intercâmbio social, econômico ecultural com povos <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. A socieda<strong>de</strong> regional conta com uma intensaparticipação das mulheres, <strong>do</strong>s jovens e i<strong>do</strong>sos na vida econômica, social e cultural. O11 O texto que apresenta a visão <strong>de</strong> futuro foi elabora<strong>do</strong> com base na consulta Delfos aos forma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> opinião e apresenta,<strong>de</strong> forma sintética, uma <strong>de</strong>scrição da realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> que se espera alcançar em 2020; formulada como um textocorri<strong>do</strong>, a visão <strong>de</strong> futuro foi captada nas diferentes e complementares formulações <strong>do</strong>s consulta<strong>do</strong>s e organizada pelaMultivisão.122


processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão política da Região contempla a efetiva participação das diferentesforças sociais, que fortalece a cidadania e amplia a <strong>de</strong>mocracia.A Região exerce uma posição estratégica no Brasil e se <strong>de</strong>staca como uma economiacompetitiva e dinâmica, com ampla infra-estrutura econômica e logística, ten<strong>do</strong> maiorparticipação econômica e política na vida <strong>do</strong> país e inserida <strong>de</strong> forma efetiva nos merca<strong>do</strong>sexterno e interno, que se torna mais robusto, reduzin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>pendência regional em relaçãoaos merca<strong>do</strong>s internacionais. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> agropecuária encontram-se fortalecidas e o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um sóli<strong>do</strong> complexo agroindustrial agrega valor aos produtos primários,ao mesmo tempo em que se consolida o parque industrial centro-oestino, incluin<strong>do</strong> aformação <strong>de</strong> cluster <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> matérias primas. A estrutura produtiva se diversificacom a industrialização e o crescimento <strong>do</strong> comércio, <strong>do</strong>s serviços, <strong>do</strong> turismo e dasativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a vocação <strong>de</strong> cada Esta<strong>do</strong> da Região. Embasada noplanejamento estratégico <strong>de</strong> longo prazo, amplia-se a infra-estrutura logística <strong>de</strong> transporte,forma-se malha ro<strong>do</strong>viária, ferroviária e hidroviária satisfatória, assegura-se a integraçãoregional para ligar a Região ao resto <strong>do</strong> país e aos oceanos Atlântico e Pacífico.Região cosmopolita, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> li<strong>de</strong>ra o processo histórico da integração <strong>Centro</strong> Sul-Americana, e contribui para a ligação <strong>do</strong> Oceano Pacífico com o Oceano Atlântico.Apresenta uma economia integrada ao país e ao continente sul-americano, e tambémadaptada às características da região.Os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> formam um merca<strong>do</strong> comum consolida<strong>do</strong>, que extingue asdisputas fiscais e somam esforços, que amplia a competitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> emrelação às outras regiões, ao mesmo tempo em que aumenta o peso político e a influênciano Pacto Fe<strong>de</strong>rativo nacional. A região mostra uma melhor distribuição espacial <strong>de</strong> recursospúblicos e priva<strong>do</strong>s, o espaço regional é mais bem <strong>de</strong>linea<strong>do</strong> e apresenta uma re<strong>de</strong> urbanaequilibrada, com laços eficazes <strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong>, e com cida<strong>de</strong>s mais planejadas.A Região é referência tecnológica e científica, orientada para sua vocação, e dispõe <strong>de</strong> umpólo em informática e comunicação, facilitada pela instalação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formaçãoprofissional e fortalecimento da educação e da pesquisa, assim como pela integração <strong>do</strong>setor primário com os <strong>Centro</strong>s <strong>de</strong> Pesquisas Tecnológicas.Mesmo com o crescimento da economia regional, o meio ambiente <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> éconserva<strong>do</strong>, resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> aproveitamento sustentável das riquezas naturais (tanto pelaagropecuária quanto pela indústria), que utilizam processos e tecnologias compatíveis como meio ambiente, incluin<strong>do</strong> a produção <strong>de</strong> produtos orgânicos <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>.123


3. POTENCIALIDADES E ESTRANGULAMENTOS / PROBLEMAS DOCENTRO-OESTEA estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ve construir a visão <strong>de</strong> futuro, e atuar sobre ascondições internas da Região que se traduzem em potencialida<strong>de</strong>s e estrangulamentosou problemas, fatores internos à Região - negativos ou positivos - frente aos quais <strong>de</strong>vemser formuladas ações estratégicas.3.1 Principais Potencialida<strong>de</strong>sAs potencialida<strong>de</strong>s expressam as características internas da Região, como umdiferencial ou vantagem competitiva no contexto nacional e mundial que, <strong>de</strong>vidamente,exploradas, constituem a base para o <strong>de</strong>senvolvimento regional. Foram i<strong>de</strong>ntificadas novepotencialida<strong>de</strong>s principais da Região, apresentadas abaixo:3.1.1. Recursos naturais abundantes e gran<strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>Com três <strong>do</strong>s mais importantes biomas <strong>do</strong> Brasil – Cerra<strong>do</strong>s, Floresta Tropical e Pantanal –o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem um gran<strong>de</strong> acervo <strong>de</strong> recursos naturais, com <strong>de</strong>staque para asflorestas, bacias hidrográficas, áreas <strong>de</strong> solos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a elevada diversida<strong>de</strong> biológicae as gran<strong>de</strong>s belezas cênicas. Embora, atualmente, sejam aproveita<strong>do</strong>s com técnicas eprocessos pouco sustentáveis, os recursos naturais permitem vários usos econômicosalternativos, além da agropecuária e da exploração ma<strong>de</strong>ireira, que <strong>do</strong>minam atualmente.Entre as ativida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m aproveitar os recursos naturais e a biodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formasustentável, <strong>de</strong>stacam-se: o turismo, a fruticultura tropical, os diversos produtos da natureza,a indústria <strong>de</strong> fármacos, cosméticos, essências e óleos.De acor<strong>do</strong> com o PLANOESTE, os solos <strong>do</strong>s cerra<strong>do</strong>s não têm gran<strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong>, mas“...são, por outro la<strong>do</strong>, profun<strong>do</strong>s e bem drena<strong>do</strong>s. Com relevo plano, permitem a suaexploração agrícola mecanizada, que viabiliza aumentos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, a partir <strong>de</strong> suacorreção com calcário e uso <strong>de</strong> fertilizantes” (SEPRE-IICA, 1999, p. 116). O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>conta com cerca <strong>de</strong> 73,7 mil quilômetros quadra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> solos com boas reservas <strong>de</strong>elementos nutritivos, alcançam fertilida<strong>de</strong> alta, com favoráveis características físicas para o<strong>de</strong>senvolvimento das plantas e sem restrições topográficas; além disso, tem cerca <strong>de</strong> 6,3 milquilômetros quadra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> solos com fertilida<strong>de</strong> natural média, em superfícies <strong>de</strong> topografia124


plana, suave e ondulada, e 14,1 mil quilômetros quadra<strong>do</strong>s com solos <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> naturalmédia e alta topografia favorável às práticas <strong>de</strong> mecanização.O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> apresenta rica varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> paisagem e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitats,principalmente no Cerra<strong>do</strong> que representa a maior parte <strong>do</strong> território regional, com umaenorme diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies vegetais e animais. Estima-se que no Cerra<strong>do</strong> encontra-secerca <strong>de</strong> um terço da biodiversida<strong>de</strong> brasileira, com aproximadamente 5 mil espécies <strong>de</strong>plantas vasculares e mais <strong>de</strong> 1.600 espécies <strong>de</strong> mamíferos, aves e répteis. Mesmo emcondições bioclimáticas mais rigorosas que a Floresta Tropical, os cerra<strong>do</strong>s têm floras efaunas das mais ricas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. É importante <strong>de</strong>stacar também que ainda são muitolimita<strong>do</strong>s os estu<strong>do</strong>s sobre biodiversida<strong>de</strong> no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, sen<strong>do</strong> o número <strong>de</strong> inventáriosnos biomas Pantanal e Cerra<strong>do</strong> extremamente reduzi<strong>do</strong> (Geobrasil, 2002).A vegetação <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> conta com um sistema subterrâneo <strong>de</strong> plantas herbáceas capazes<strong>de</strong> armazenar água e nutrientes, o que facilita a sua recuperação após as freqüentesqueimadas. Consi<strong>de</strong>rada por alguns autores como uma espécie <strong>de</strong> "floresta <strong>de</strong> cabeça parabaixo”, a vegetação <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> tem uma capacida<strong>de</strong> especial <strong>de</strong> fixação <strong>de</strong> carbono,armazena<strong>do</strong> nas raízes e troncos da vegetação arbustiva, menor volume <strong>de</strong> carbono emiti<strong>do</strong>nas queimadas, e maior retirada <strong>de</strong> GEE – gás <strong>de</strong> efeito estufa - pela rebrota na época daschuvas. Essas características facilitam a implantação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> captura <strong>de</strong> GEE paracomercialização no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono.O Pantanal é a maior planície <strong>de</strong> inundação contínua <strong>do</strong> planeta, e constitui uma gran<strong>de</strong>bacia <strong>de</strong> captação e evaporação <strong>de</strong> águas, com um papel fundamental para o equilíbrioecológico e para a sustentabilida<strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong> planeta. Essas características tornam obioma Pantanal um gran<strong>de</strong> “produtor” <strong>de</strong> serviços ambientais 12 para o resto <strong>do</strong> Brasil emesmo da América <strong>do</strong> Sul, complementa<strong>do</strong> pela alta varieda<strong>de</strong> biológica, com gran<strong>de</strong>diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fauna (peixes, aves e mamíferos, como tuiuiús, emas, capivaras, ariranhas,onças, jacarés e sucuris). O turismo é a ativida<strong>de</strong> que mais cresce e com maiorpotencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproveitamento da biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Pantanal, com solos poucoapropria<strong>do</strong>s para a agricultura e baixa fertilida<strong>de</strong> em áreas úmidas.3.1.2. Gran<strong>de</strong> manancial <strong>de</strong> recursos hídricosO <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem um gran<strong>de</strong> manancial <strong>de</strong> recursos hídricos e constitui o centro <strong>do</strong>sistema hidrográfico continental, além <strong>de</strong> contar com parte significativa <strong>do</strong> aqüífero Guarani.De acor<strong>do</strong> com Washington Novaes, a Região constitui uma verda<strong>de</strong>ira “espinha <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong>sistema hidrográfico <strong>do</strong> Brasil” à medida que é à base da formação “das três gran<strong>de</strong>sbacias” brasileiras e contém “áreas importantes <strong>de</strong> recarga <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s aqüíferos12 Serviços ambientais são aqueles que <strong>de</strong>correm <strong>do</strong> funcionamento saudável <strong>do</strong>s ecossistemas, como produção <strong>de</strong> oxigêniopelas plantas, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> água e equilíbrio <strong>do</strong> ciclo hidrológico, fertilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, vitalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>secossistemas, a paisagem, o equilíbrio climático e o conforto térmico.125


subterrâneos” (Novaes, 2001). O IBGE também <strong>de</strong>staca esta característica <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>como importante dispersor da re<strong>de</strong> hidrográfica brasileira, que reúne gran<strong>de</strong>s extensões dabacia Amazônica, Tocantins e Platina, e <strong>de</strong>stacam-se os rios Paraguai, Paraná e Paranaíba,e as bacias <strong>do</strong> Araguaia, Tocantins, e Xingu.Mesmo sujeitos a estiagens, os rios que cortam os cerra<strong>do</strong>s, normalmente, não secam emantêm mata ciliar em seu percurso. O lençol subterrâneo na região mostra-se pouco maisprofun<strong>do</strong> <strong>do</strong> que em outras áreas, passan<strong>do</strong> entre 15 e 20 metros, e até mais, <strong>de</strong>profundida<strong>de</strong>.Além <strong>do</strong>s “serviços ambientais” que <strong>de</strong>correm <strong>de</strong>ste nasce<strong>do</strong>uro das bacias hidrográficas <strong>do</strong>subcontinente sul-americano, o potencial <strong>de</strong> recursos hídricos <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> po<strong>de</strong> tervários usos econômicos alternativos, como a agropecuária, o transporte fluvial, o turismo e ageração hidrelétrica. Em relação à hidroeletricida<strong>de</strong>, já foram licitadas várias obras <strong>de</strong>construção <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> na Região, como mostra o quadro abaixo:Quadro 6 - Empreendimentos Licita<strong>do</strong>s para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>Situação AtualEm construçãoNome da UsinaPotência Total(MW)CronogramaCorumbá IV (GO) 127,0 Mar/06 a abr./06Espora (GO) 32,1 Jun./06 a Ago./06Barra <strong>do</strong>s Coqueiros (GO) 90,0 Abr./09 a Jun./09Caçu (GO) 65,0 Abr./09 a Jun./09Não IniciadasCorumbá III (GO) 93,6 Mar/09 a Jun./09Olho D´Água (GO) 33,0 Jun./09 a Set/09Salto (GO) 108,0 Jan./09 a Abr./09Salto <strong>do</strong> Rio Verdinho (GO) 93,0 Jan./09 a Abr./09Paralisadas Serra <strong>do</strong> Facão (GO) 212,6 Jun./09 a Ago./09Couto Magalhães 150,0 -Sem PrevisãoItumirim (GO) 50,0 -São Domingos 48,0 -Fonte: Márcio Pereira Zimmermann - Secretário <strong>de</strong> Planejamento e <strong>Desenvolvimento</strong> Energético - Ministério <strong>de</strong> Minas eEnergia - Palestra no Seminário Temático – SCO/MI3.1.3. Capacida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra e inova<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong> regionalO empresaria<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> foi forma<strong>do</strong> por <strong>de</strong>sbrava<strong>do</strong>res, com pouco incentivo esuporte público, e com espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r, parte <strong>do</strong>s quais constituí<strong>do</strong> <strong>de</strong> imigrantescom tradição e experiência técnica na agricultura. Embora tenha havi<strong>do</strong> apoiogovernamental, com programas, incentivos e créditos subsidia<strong>do</strong>s, o fator <strong>de</strong>terminante da126


expansão agropecuária na região foi a ousadia e iniciativa <strong>do</strong>s empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res. Ten<strong>do</strong> queenfrentar condições muito diversificadas e, muitas vezes, adversa para a produção, oempresário regional apren<strong>de</strong>u a importância da inovação e da busca <strong>de</strong> tecnologias paraadaptar-se às características <strong>de</strong> solo, clima e relevo regional. Os <strong>de</strong>safios que tiveram queenfrentar para a implantação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s produtivas mo<strong>de</strong>rnas em áreas <strong>de</strong> fronteiracriaram um empresaria<strong>do</strong> agrícola com disposição para o risco e abertura para inovação.Esta cultura empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra, numa ativida<strong>de</strong> quase sempre <strong>do</strong>minada pela <strong>de</strong>pendência<strong>do</strong>s governos e <strong>de</strong> subsídios, propaga-se para a formação <strong>de</strong> um novo empresaria<strong>do</strong>regional com gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e postura inova<strong>do</strong>ra.3.1.4. Existência <strong>de</strong> uma base produtiva agropecuária mo<strong>de</strong>rna e competitivaA ativida<strong>de</strong> agropecuária <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem um eleva<strong>do</strong> nível <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> que tornaa região altamente competitiva no merca<strong>do</strong> internacional <strong>de</strong> grãos e carne; apesar dagran<strong>de</strong> distância e das restrições <strong>de</strong> infra-estrutura econômica e logística, a agropecuáriaregional é competitiva “<strong>de</strong>ntro da porteira”, favorecida pelas condições favoráveis <strong>de</strong> solo,relevo e água. Além das condições naturais da região, as inovações tecnológicas permitiramequacionar algumas limitações <strong>do</strong>s solos e elevar a produtivida<strong>de</strong> da agropecuária. Aexpansão da produção agropecuária regional tem eleva<strong>do</strong> rapidamente a sua participaçãono total da produção <strong>de</strong> grãos na economia nacional saltan<strong>do</strong>, no perío<strong>do</strong> curto <strong>de</strong> 10 anos(1990/2000), <strong>de</strong> 20,1% para 30,5%, alcançan<strong>do</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 25 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong>grãos (2000). Da mesma forma, o rebanho bovino cresceu <strong>de</strong> 33,6 milhões <strong>de</strong> cabeças, em1980, para mais <strong>de</strong> 69 milhões, em 2003, o que representa mais <strong>de</strong> 1/3 <strong>do</strong> rebanhonacional.O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> conta hoje com uma ativida<strong>de</strong> altamente mecanizada com produção paraexportação e tecnologicamente sofisticada que confere um padrão internacional <strong>de</strong>competitivida<strong>de</strong>. O gráfico 51 mostra o rápi<strong>do</strong> crescimento da mecanização, medida emnúmero <strong>de</strong> tratores nos três Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.127


Gráfico 51 – Evolução da Utilização <strong>de</strong> Tratores na Agropecuária <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> – 1975-1995/96Fonte: IBGEO Mato Grosso, Esta<strong>do</strong> com menor indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> mecanização, utilizava, em 1995/96 (últimoano com da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Censo), mais <strong>de</strong> 32 mil tratores, ten<strong>do</strong> cresci<strong>do</strong> mais <strong>de</strong> 12 vezes emvinte anos (em 1975 tinha apenas 2.643 tratores em operação). Embora, este não seja oúnico indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, os da<strong>do</strong>s mostram o processo rápi<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização daagropecuária regional.O diferencial competitivo fica patente quan<strong>do</strong> se analisa a evolução das exportações <strong>do</strong><strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, fortemente concentradas em produtos agropecuários; em quinze anos, aregião aumentou as exportações <strong>de</strong> US$ 702 milhões <strong>de</strong> dólares, em 1989, para cerca <strong>de</strong>US$ 5,18 bilhões <strong>de</strong> dólares, em 2004 (ver gráfico 52).128


Gráfico 52 - Evolução das Exportações <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> – 1989/2004Fonte: MDIC-SECEX3.1.5. Merca<strong>do</strong> interno em expansãoO merca<strong>do</strong> interno <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é relativamente restrito, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao reduzi<strong>do</strong> tamanho dapopulação e sua dispersão no amplo território regional, exceto o eixo Brasília-Goiânia-Anápolis com alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renda. A distribuição da população e da renda em gran<strong>de</strong>sáreas rarefeitas diminui a escala <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> bens e, principalmente, serviços.Entretanto, o crescimento <strong>do</strong> PIB e, portanto, da renda regional, ten<strong>de</strong> a gerar <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong>bens e serviços, especialmente nos centros urbanos regionais. Nos últimos anos, a renda<strong>do</strong>miciliar per capita da Região que tem aumenta<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma continuada, passou <strong>de</strong> R$256,60 reais, em 1991, para cerca <strong>de</strong> R$ 342,99 reais, no ano 2000, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Atlas <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Humano. A escala <strong>de</strong>ste merca<strong>do</strong> ainda é reduzida, pelo pequenotamanho da população, mas ten<strong>de</strong> a ampliar-se com o crescimento da economia e,principalmente, se houver uma maior irradiação da agropecuária, com a<strong>de</strong>nsamento dasca<strong>de</strong>ias produtivas regionais. A escala <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> é que <strong>de</strong>finirá a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>empreendimentos locais para aten<strong>de</strong>rem à <strong>de</strong>manda interna.129


3.1.6. Nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> da populaçãoEmbora não se possa comemorar o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> da população centro-oestina,estima<strong>do</strong> em 6,1 anos para o ano 2000 sua posição é melhor que média nacional (5,9 anosno mesmo ano), e bem superior à <strong>de</strong> outras regiões, como Norte (5,1 anos) e Nor<strong>de</strong>ste (4,5anos). E importante ressaltar que existe uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> interna na escolarida<strong>de</strong>,com uma distância significativa <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral para os outros Esta<strong>do</strong>s, especialmente,Mato Grosso com 2,7 anos menos (ver gráfico 53). No ano 2000, os Esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> MatoGrosso, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul e Goiás tinham nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> inferior à média nacional,embora ainda acima <strong>do</strong> que apresentava as macrorregiões mais pobres, Norte e Nor<strong>de</strong>ste.Gráfico 53 - Escolarida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> – 1991/2000Fonte: IBGE3.1.7. Inovação tecnológicaA agropecuária <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, carro-chefe da economia regional, tem incorpora<strong>do</strong> novastecnologias, o que lhe assegura uma li<strong>de</strong>rança na produtivida<strong>de</strong> mundial no setor; acontribuição da EMBRAPA, gran<strong>de</strong> empresa <strong>de</strong> pesquisa agropecuária <strong>do</strong> Brasil, tem si<strong>do</strong>fundamental para a introdução <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s, melhorias genéticas e processos produtivosmais eficazes e com melhor manejo. A região conta com importantes centros <strong>de</strong> excelência130


em pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico, com <strong>de</strong>staque para algumas unida<strong>de</strong>s daprópria EMBRAPA, além da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília e das universida<strong>de</strong>s nos Esta<strong>do</strong>s. Emtermos <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> científica e tecnológica, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> conta com 6.162pesquisa<strong>do</strong>res ou 529 pesquisa<strong>do</strong>res por milhão <strong>de</strong> habitantes, bem acima média nacionalestimada em 495,8 pesquisa<strong>do</strong>res por milhão <strong>de</strong> habitantes.A EMBRAPA tem na região o importante centro <strong>de</strong> pesquisas genéticas <strong>do</strong> Brasil, localiza<strong>do</strong>no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, a EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen) e trêsgran<strong>de</strong>s unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa agroflorestal ou agropecuária: Embrapa Cerra<strong>do</strong>s, localizadano Distrito Fe<strong>de</strong>ral, com 97 pesquisa<strong>do</strong>res; Embrapa Agropecuária <strong>Oeste</strong>, em Doura<strong>do</strong>s, noMato Grosso <strong>do</strong> Sul; e Embrapa Pantanal, em Corumbá, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, com 35pesquisa<strong>do</strong>res. Além <strong>de</strong>ssas unida<strong>de</strong>s, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é se<strong>de</strong> <strong>de</strong> duas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>produto: Embrapa Arroz e Feijão, em Goiás, com 59 pesquisa<strong>do</strong>res; e Embrapa Ga<strong>do</strong> <strong>de</strong>Corte, em Campo Gran<strong>de</strong>, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, com 52 pesquisa<strong>do</strong>res; e uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>serviço, Embrapa Café, no Distrito Fe<strong>de</strong>ral.3.1.8. Posição estratégica da Região no contexto sul-americanoSitua<strong>do</strong> no ponto central <strong>do</strong> Brasil e <strong>do</strong> subcontinente americano, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> articula asregiões brasileiras e o território nacional com parte da América <strong>do</strong> Sul através da Bolívia e<strong>do</strong> Paraguai. A integração físico-territorial das áreas mais industrializadas <strong>do</strong> Brasil com ospaíses andinos, e com uma eventual saída brasileira para o Pacífico, passanecessariamente pelo <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Embora a posição geográfica <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> leve acustos mais eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> transporte para acesso aos gran<strong>de</strong>s merca<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res, sualocalização no centro <strong>do</strong> subcontinente confere um papel central na integração sulamericana.3.2 Estrangulamentos / Problemas CentraisOs estrangulamentos ou problemas são condições ou situações internas à Regiãoin<strong>de</strong>sejadas e que atrapalham ou impe<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>senvolvimento regional, se não forem,<strong>de</strong>vidamente, equacionadas e alteradas. Foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong>z estrangulamentos centraisda Região, apresentadas abaixo:3.2.1. Vulnerabilida<strong>de</strong> da economiaA economia e, especialmente, a pauta <strong>de</strong> exportações <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, está concentradaem commodities e, principalmente, produtos agropecuários, provocan<strong>do</strong> uma gran<strong>de</strong>131


<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s preços internacionais <strong>de</strong> grãos e <strong>do</strong> algodão. Com efeito,mais <strong>de</strong> 70% das exportações regionais estão concentradas em produtos primários <strong>de</strong> baixovalor agrega<strong>do</strong>, principalmente soja, carne e algodão. Cerca <strong>de</strong> 38% das exportaçõesregionais foram <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> soja (em 2004), 19% <strong>de</strong> bagaço e resíduos da extração <strong>de</strong> óleoda soja, e carnes e algodão, pouco menos <strong>de</strong> 5% cada um. Assim, a presença da Região nomerca<strong>do</strong> internacional e a <strong>de</strong>monstração da sua competitivida<strong>de</strong>, representam umcomponente <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pendência externa.3.2.2. Limita<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> social <strong>do</strong> dinamismo da economiaEmbora a região se situe acima da média brasileira em quase to<strong>do</strong>s os indica<strong>do</strong>res sociais,exceção <strong>do</strong> saneamento básico, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> apresenta alto nível <strong>de</strong> pobreza, gran<strong>de</strong>concentração <strong>de</strong> renda e <strong>de</strong>ficiência na oferta <strong>de</strong> serviços sociais. Os baixos indica<strong>do</strong>ressociais são mais inaceitáveis diante <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> dinamismo da economia regional,<strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> crescimento. O <strong>de</strong>sempenho social compromete aqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população numa das regiões em rápi<strong>do</strong> crescimento econômico e, aomesmo tempo, po<strong>de</strong> constituir uma limitação competitiva, pelo menos para algumasativida<strong>de</strong>s econômicas, como o turismo, que <strong>de</strong>manda um ambiente social e urbanosaudável.3.2.3. Deficiências na qualificação da mão <strong>de</strong> obraA velocida<strong>de</strong> da expansão econômica <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> gera uma <strong>de</strong>ficiência em mão-<strong>de</strong>obraqualificada, principalmente quan<strong>do</strong> são introduzidas inovações tecnológicas que pe<strong>de</strong>mrecursos humanos com formação elevada. Esta limitação da capacida<strong>de</strong> técnica eprofissional da força <strong>de</strong> trabalho aumenta quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> novas ativida<strong>de</strong>s econômicasque permitem uma diversificação da estrutura produtiva, como o turismo, a indústria e osserviços avança<strong>do</strong>s. Por outro la<strong>do</strong>, o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>sto, apenas superior àmédia nacional, assim como a persistência <strong>de</strong> analfabetismo constituem obstáculos a umarápida qualificação da mão-<strong>de</strong>-obra regional. Este estrangulamento po<strong>de</strong> representar umimpedimento à manutenção ou aumento da competitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>,particularmente quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> diversificação da estrutura produtiva e a<strong>de</strong>nsamento dasca<strong>de</strong>ias produtivas.3.2.4. Degradação <strong>do</strong>s ecossistemas regionaisAs pressões antrópicas <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> crescimento acelera<strong>do</strong> da economia regionalprovocam a <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> meio ambiente <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, expressa no <strong>de</strong>smatamento,na redução da cobertura vegetal, na <strong>de</strong>struição da biodiversida<strong>de</strong>, na erosão <strong>do</strong> solo, no132


assoreamento e na poluição <strong>do</strong>s recursos hídricos da Região. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamentointensivo alia<strong>do</strong> à aração e o revolvimento da terra na entressafra, <strong>de</strong>ixa o solo exposto àerosão pelas chuvas, pelos ventos e pelo sol. O solo carrea<strong>do</strong> para os cursos d’água<strong>de</strong>sprotegi<strong>do</strong>s vai assorear os leitos e <strong>de</strong>gradar os recursos hídricos, provocan<strong>do</strong> tambéminundação <strong>do</strong>s rios; já existem sinais <strong>de</strong> mudança no regime <strong>de</strong> seca e cheia em alguns riosregionais. Além disso, a carga <strong>de</strong> agrotóxicos utiliza<strong>do</strong>s na agropecuária ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>slocar-separa os mananciais <strong>de</strong> recursos hídricos, contaminan<strong>do</strong> as ca<strong>de</strong>ias alimentares nos rios,especialmente <strong>do</strong> Pantanal.O <strong>de</strong>smatamento já atingiu cerca <strong>de</strong> 48,8% da área total <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, e é <strong>de</strong> 57% aredução da cobertura vegetal nos cerra<strong>do</strong>s, 38,8% da floresta tropical, e <strong>de</strong> 17% dacobertura florestal <strong>do</strong> Pantanal, como apresenta<strong>do</strong> no quadro 5.Os processos produtivos e as tecnologias <strong>do</strong>minantes na economia regional incorporam,portanto, um custo social alto na perda <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte das potencialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Além disso, estão <strong>de</strong>struin<strong>do</strong> parte das vantagens competitivas da Região,comprometen<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento futuro. Como indica Bertha Becker, os “...ganhoseconômicos da introdução da agropecuária subestimam as perdas provocadas, pois nãolevam em conta os benefícios resultantes da preservação da biodiversida<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s serviçosambientais” (Becker, 2005).3.2.5. Desarticulação <strong>do</strong> sistema logístico e gargalos na infra-estrutura econômicaCom elevada produtivida<strong>de</strong> agrícola e com condições favoráveis <strong>de</strong> solo e água, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é altamente competitivo “<strong>de</strong>ntro da porteira”, mas pa<strong>de</strong>ce <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s restriçõeslogísticas para alcançar os merca<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res. Como diz a Carta <strong>do</strong> IBRE daConjuntura Econômica, “imbatível em produtivida<strong>de</strong> (....) nossa agricultura vê gran<strong>de</strong> parte<strong>do</strong> seu impressionante diferencial competitivo ser literalmente joga<strong>do</strong> fora pelos gravíssimosproblemas logísticos <strong>do</strong> país” (FGV, 2005, pág. 6).A soja, por exemplo, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a revista, “25% da receita está comprometida com oscustos internos <strong>de</strong> transporte” (FGV, 2005, pág. 6 e 7), o que <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> um dispêndiomédio <strong>de</strong> US$ 50 dólares por tonelada, mais <strong>do</strong> <strong>do</strong>bro <strong>do</strong>s US$ 20 <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> transporte<strong>do</strong> produto nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s 13 . A diferença <strong>de</strong> custo <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> transporte,pre<strong>do</strong>minantemente ro<strong>do</strong>viário, e, principalmente, da gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência da malha, agravadapor processo recente <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração das estradas. Segun<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da CNT -Confe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Transportes, <strong>do</strong>s 12,6 mil quilômetros <strong>de</strong> ro<strong>do</strong>vias fe<strong>de</strong>rais eestaduais pesquisadas – e que constituem a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior importância para a Região –13 Em outro artigo da Conjuntura Econômica, Renaud Barbosa da Silva diz que “o custo médio <strong>do</strong> transporte interno brasileiro(<strong>de</strong> soja) é cerca <strong>de</strong> 80% superior ao norte-americano” (pág. 10), em parte <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à supremacia <strong>do</strong> transporte ro<strong>do</strong>viário,três vezes mais caro que hidrovias.133


cerca <strong>de</strong> 77% das ro<strong>do</strong>vias foram classificadas como <strong>de</strong>ficientes, 11% como ruins e 1,5%como péssimas; apenas pouco menos <strong>de</strong> 10% foram classificadas como boas e ótimas. Osprincipais gargalos das ro<strong>do</strong>vias da Região estão na BR-163, com maior necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>recuperação; na BR-364, que carece <strong>de</strong> recuperação urgente; na BR-242, com inúmerasinterrupções e trechos em mau esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação; na BR-158 e na BR-174, ambascom má condição <strong>de</strong> tráfego.Além da carência e <strong>de</strong>terioração <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> transporte ro<strong>do</strong>viário, a Região não contacom uma re<strong>de</strong> estruturada e eficiente <strong>de</strong> transporte hidroviário <strong>de</strong> carga da produçãoagropecuária regional; as hidrovias são ainda incipientes e os terminais portuários <strong>de</strong> baixaexpressão, operan<strong>do</strong> abaixo da capacida<strong>de</strong> e com custos operacionais eleva<strong>do</strong>s. Da mesmaforma, o sistema ferroviário, que po<strong>de</strong> ter papel importante no movimento <strong>de</strong> carga regional,ainda é <strong>de</strong>ficiente e incompleto.Na energia elétrica a Região é auto-suficiente, mas registra problemas <strong>de</strong> distribuição emdiversos pontos <strong>do</strong> território, principalmente em áreas <strong>de</strong> expansão da fronteira agrícola(particularmente no Mato Grosso).3.2.6. Limita<strong>do</strong> sentimento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> regionalO <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é uma região formada pelos três biomas e fortemente articulada peloCerra<strong>do</strong> e pelo Pantanal, com características sócio-culturais diferenciadas, que emboraconfiram unida<strong>de</strong> ao amplo território regional. Este ambiente e a história <strong>de</strong> formaçãoeconômica e social da Região formaram um mosaico <strong>de</strong> rica e diversificada manifestaçãocultural centro-oestina, expressão das relações econômicas e sociais com os ecossistemase da interação com os povos vizinhos a oeste. No entanto, o acelera<strong>do</strong> processo migratórioe <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>rna agropecuária provoca mudanças sócio-culturais naregião que <strong>de</strong>ve levar a uma nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sócio-política regional e, em certa medida,gera algumas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sócio-econômicas no território. Do ponto <strong>de</strong> vista político, o<strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> não se expressa como uma unida<strong>de</strong>, atuan<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma articulada emnegociações e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> interesses comuns com outras instâncias políticas. Apesar <strong>de</strong> serreconheci<strong>do</strong>, em termos analíticos, como uma macrorregião brasileira, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> nãose manifesta ainda como um “território organiza<strong>do</strong>”, segun<strong>do</strong> o conceito <strong>de</strong> Sérgio Boisier,que assume uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e se posiciona como uma Região, articulan<strong>do</strong> os fatores <strong>de</strong>unida<strong>de</strong> e convergência.3.2.7. Baixa diversificação produtiva e a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivasApesar <strong>de</strong> sinais incipientes <strong>de</strong> diversificação da estrutura produtiva, acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong>beneficiamento <strong>de</strong> produtos agropecuários, o dinamismo da economia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>ainda <strong>de</strong>corre fundamentalmente <strong>do</strong> setor primário, principalmente a mo<strong>de</strong>rna agricultura <strong>de</strong>134


grãos e a pecuária <strong>de</strong> corte. Ainda é bastante limitada a diversificação produtiva e oa<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivas, com baixa agregação <strong>de</strong> valor <strong>do</strong>s produtos. Além <strong>do</strong>crescimento da participação da agropecuária no PIB regional, registra<strong>do</strong> nos últimos anos, aestrutura <strong>do</strong> setor industrial também evi<strong>de</strong>ncia uma gran<strong>de</strong> concentração em poucosgêneros e, no geral, <strong>de</strong> valor agrega<strong>do</strong>. Como mostra o gráfico 54, apenas três segmentosconcentram quase 70% <strong>do</strong> setor industrial no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, vale dizer, indústria <strong>de</strong>alimentos e bebidas (com 55% <strong>do</strong> total), minerais não metálicos (com 12%), e produtos <strong>de</strong>ma<strong>de</strong>ira (com apenas 2,5%).3.2.8. Crescimento da economia informal e da “economia da contravenção”Embora os da<strong>do</strong>s disponíveis sejam imprecisos, acompanha<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho daeconomia nacional, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> apresenta um percentual significativo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>sinformais que reflete relações <strong>de</strong> trabalho precárias. O percentual <strong>de</strong> pessoas classificadascomo integrantes <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s informais na Região é muito alto, embora haja ummovimento <strong>de</strong> formalização das relações <strong>de</strong> trabalho nas ativida<strong>de</strong>s urbanas. De fato, se em1992 cerca <strong>de</strong> 50,6% <strong>do</strong> total das pessoas ocupadas estavam na situação <strong>de</strong> informalida<strong>de</strong>(um pouco mais da meta<strong>de</strong>, portanto), em 2003 este percentual caiu para 44,2%. Estacontribuição ocorreu, principalmente, no setor terciário: a participação das pessoas comrelações informais no total era <strong>de</strong> 49,5% das pessoas ocupadas na ativida<strong>de</strong>, em 1992, epassa para 41%, em 2003. Por outro la<strong>do</strong>, a posição geográfica <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, comgran<strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> fronteira com os países andinos, parece ter leva<strong>do</strong> a um crescimento dasativida<strong>de</strong>s ilegais na região, constituin<strong>do</strong> uma espécie <strong>de</strong> “economia da contravenção” quese amplia também em to<strong>do</strong> o país.135


Gráfico 54 - Percentual <strong>de</strong> Participação na Produção (2002)Fonte: IBGE3.2.9. Desigualda<strong>de</strong> sócio-econômica intra-regionalO crescimento e a mo<strong>de</strong>rnização da economia regional, assim como a melhoria <strong>do</strong>sindica<strong>do</strong>res sociais <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> convive (em alguns aspectos, agrava) com<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s intra-regionais, resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> dinamismo diferencia<strong>do</strong> no território regional.Além da diferença no ritmo <strong>de</strong> crescimento <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s, com <strong>de</strong>staque para o Mato Grosso,o dinamismo da economia regional é muito <strong>de</strong>sigual no interior das unida<strong>de</strong>s da fe<strong>de</strong>ração,refletin<strong>do</strong> nos indica<strong>do</strong>res sociais. Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ministério da Integração Nacional quefundamentou a Política Nacional <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional mostra as manchas <strong>de</strong> nível<strong>de</strong> renda e dinamismo diferencia<strong>do</strong> no território regional. Destacam-se várias microrregiõesclassificadas como: “estagnada <strong>de</strong> média renda” e “menor renda” 14 (ver mapa 8). As áreasmais pobres <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, caracterizada como <strong>de</strong> “menor renda” distribuem-se nosseguintes espaços: oeste <strong>de</strong> Mato Grosso e <strong>de</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, com gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>Pantanal, su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Mato Grosso e pequena faixa nocentro <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, e gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> norte e nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Goiás.14 Ver Política Nacional <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional136


Mapa 8 – Mapa da Política Nacional <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional - COFonte: PNDR-MI3.2.10. Desarticulação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>sA re<strong>de</strong> urbana <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é extremamente frágil e segmentada com hierarquia <strong>de</strong>cida<strong>de</strong>s pouco estruturadas, que apresentam forte polarização em Brasília e Goiânia. Ascida<strong>de</strong>s se expan<strong>de</strong>m com muita velocida<strong>de</strong> e não criam laços fortes <strong>de</strong> articulação ecomplementarida<strong>de</strong> que formem uma re<strong>de</strong> hierarquizada <strong>de</strong> alta eficiência. Como mostra omapa 9, poucas cida<strong>de</strong>s da Região têm inserção relevante no sistema brasileiro <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s,com <strong>de</strong>staque para <strong>do</strong>is aglomera<strong>do</strong>s metropolitanos, Brasília e Goiânia. Cuiabá po<strong>de</strong> sercaracterizada como aglomera<strong>do</strong> regional não metropolitano, e Campo Gran<strong>de</strong> é um centrourbano regional isola<strong>do</strong>, <strong>de</strong> nível 1, com forte integração com a re<strong>de</strong> urbana <strong>de</strong> São Paulo.137


Mapa 9 - Novas Centralida<strong>de</strong>s Urbanas na Região <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>Fonte Raquel Rolnik - Secretária Nacional <strong>de</strong> Programas Urbanos - Ministério das Cida<strong>de</strong>s- MCID - Novas Centralida<strong>de</strong>sUrbanas na Região <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> – Palestra no Seminário Temático – SCO/MIApesar da relativa <strong>de</strong>sarticulação da re<strong>de</strong> urbana, po<strong>de</strong>m-se perceber alguns a<strong>de</strong>nsamentos<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s, com <strong>de</strong>staque para o eixo Brasília-Goiânia-Anápolis, centro urbano regionalisola<strong>do</strong> <strong>de</strong> nível 2. Além <strong>de</strong> Anápolis, são classifica<strong>do</strong>s como centros urbanos <strong>de</strong> nível 2:Doura<strong>do</strong>s, Ron<strong>do</strong>nópolis, Itumbiara, e Rio Ver<strong>de</strong>. <strong>Centro</strong>s urbanos isola<strong>do</strong>s <strong>de</strong> nível 3 são:Ponta Porã, Sinop, Catalão, Cáceres, Barra <strong>do</strong> Garças, Três Lagoas, Alta Floresta,Aquidauana, e Tangará da Serra. Dispersos no território i<strong>de</strong>ntificam-se vários centrosurbanos isola<strong>do</strong>s locais como: Naviraí, Jataí, Goianésia, Goiatuba, Uruaçu, Nova Andradina,Corumbá, Porangatu, Iporá, Mineiros, Coxim, Inhumas, Ceres, São Luís <strong>de</strong> Montes Belos, eMorrinhos.A fragmentação da re<strong>de</strong> urbana regional <strong>de</strong>corre, em gran<strong>de</strong> parte, das <strong>de</strong>ficiências da infraestruturaeconômica, que dificultam a integração e comunicação e, portanto, as trocas e acomplementarida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços.138


4. OPORTUNIDADES E AMEAÇAS DO CONTEXTO EXTERNOEste capítulo apresenta os fatores externos – favoráveis ou <strong>de</strong>sfavoráveis - que servem <strong>de</strong>base para a formulação da estratégia, i<strong>de</strong>ntificam o que po<strong>de</strong> ser aproveita<strong>do</strong> e <strong>de</strong> quefatores externos a Região <strong>de</strong>ve se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r para situar-se positivamente no contextomundial e nacional futuro.4.1 Oportunida<strong>de</strong>sOportunida<strong>de</strong>s são condições futuras externas favoráveis à Região que abrem espaços eperspectivas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, efetivamente, aproveitadas. Forami<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s nos cenários <strong>do</strong> contexto mundial e nacional, principalmente no Cenário A,<strong>do</strong>ze fatores que constituem oportunida<strong>de</strong>s para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, à medida que a realida<strong>de</strong><strong>de</strong> fato se aproxima <strong>do</strong> futuro mais favorável.4.1.1. Redução <strong>de</strong> barreiras alfan<strong>de</strong>gáriasO sucesso das negociações da OMC levaria a uma redução significativa das barreirasalfan<strong>de</strong>gárias, principalmente <strong>do</strong>s produtos agropecuários, amplian<strong>do</strong> significativamente omerca<strong>do</strong> mundial para a economia regional. O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, com alta produtivida<strong>de</strong> naativida<strong>de</strong> agropecuária teria amplas condições <strong>de</strong> aproveitamento <strong>de</strong>ste merca<strong>do</strong> emexpansão. Entretanto, a redução das barreiras alfan<strong>de</strong>gárias <strong>de</strong>ve ser acompanhada <strong>de</strong>uma ampliação das barreiras não tarifárias, especialmente as regras fito-sanitárias <strong>de</strong>manejo sustentável, exigin<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> uma melhoria <strong>do</strong>s processos produtivos e daqualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos, com introdução <strong>de</strong> selos <strong>de</strong> procedência e qualida<strong>de</strong>.4.1.2. Formação e ampliação <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbonoO merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono ainda incipiente po<strong>de</strong> se ampliar bastante nas próximasdécadas, principalmente se os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s a<strong>de</strong>rirem ao Protocolo <strong>de</strong> Kyoto e se algunspaíses emergentes, como a China, passarem à categoria <strong>de</strong> compra<strong>do</strong>res <strong>de</strong> direitos. Ébom lembrar que mesmo sem a a<strong>de</strong>são formal <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, alguns <strong>do</strong>s seusEsta<strong>do</strong>s e várias empresas norte-americanas atuam como gran<strong>de</strong>s compra<strong>do</strong>res nomerca<strong>do</strong>. A ampliação <strong>de</strong>ste merca<strong>do</strong>, que po<strong>de</strong> chegar a US$ 20 bilhões <strong>de</strong> dólares porano, abre uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, especialmente com projetos <strong>de</strong>139


eflorestamento <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas que, além <strong>de</strong> representar um retorno financeirocontribui para a recuperação <strong>do</strong> meio ambiente regional. Entretanto, existem espaços paraprojetos <strong>de</strong> energia alternativa <strong>de</strong> biomassa, nos quais a Região po<strong>de</strong> ocupar um espaçoimportante.4.1.3. Consolidação da ALCAA eventual formação da ALCA, já referida nos cenários mundiais, tem impacto diferencia<strong>do</strong>no território nacional, favorece as regiões produtoras <strong>de</strong> bens intermediários, produtosindustriais intensivos em mão <strong>de</strong> obra, e produtos agropecuários, principalmente açúcar eseus <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s. A abertura <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> norte-americano para estes produtos, comeliminação das taxas alfan<strong>de</strong>gárias cria uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>,região que já tem um notável diferencial <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.4.1.4. Expansão da <strong>de</strong>manda mundial <strong>de</strong> alimentosA <strong>de</strong>manda mundial <strong>de</strong> alimentos, tanto <strong>de</strong> produtos naturais quanto da indústria <strong>de</strong>alimentos, <strong>de</strong>ve expandir-se no futuro em qualquer cenário, embora <strong>de</strong>va acelerar-se nocenário A. Com uma população mundial <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 8 bilhões em 2020 (IPE, 2001) e umprocesso continua<strong>do</strong> <strong>de</strong> aumento <strong>do</strong> consumo per capita <strong>de</strong> alimentos, as estimativasapontam uma <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> cereais <strong>de</strong> 1.443 milhões <strong>de</strong> toneladas, em 2010, saltan<strong>do</strong> paracerca <strong>de</strong> 1.874 milhões <strong>de</strong> toneladas, em 2025; da mesma forma, a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> carne <strong>de</strong>vealcançar 143 milhões <strong>de</strong> toneladas, em 2010, e <strong>de</strong> 204 milhões <strong>de</strong> toneladas, em 2025.Esta expansão acelerada da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos abre gran<strong>de</strong>s oportunida<strong>de</strong>s para o<strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, produtor <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> <strong>de</strong> grãos e carnes, com alta produtivida<strong>de</strong> e compossibilida<strong>de</strong>s efetivas <strong>de</strong> ampliação da área cultivada e da capacida<strong>de</strong> produtiva;principalmente com a tendência mundial <strong>de</strong> esgotamento <strong>de</strong> terras agricultáveis e <strong>de</strong> águapara irrigação. Além disso, o beneficiamento <strong>do</strong>s produtos primários na região permiteocupar espaço como exporta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> produtos alimentícios industrializa<strong>do</strong>s, com maior valoragrega<strong>do</strong>.Por outro la<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ntro da <strong>de</strong>manda em crescimento <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong>ve também aumentar aprocura por produtos alimentícios ecologicamente corretos (agricultura orgânica), quetambém po<strong>de</strong>m ser atendi<strong>do</strong>s pela agropecuária regional, especialmente a pequenaprodução familiar. De acor<strong>do</strong> com estimativas, formadas no Encontro Bio 2001, em Bogotá,a <strong>de</strong>manda mundial <strong>de</strong> alimentos e têxteis orgânicos, que a cada dia conquistam maisconsumi<strong>do</strong>res nos países industrializa<strong>do</strong>s alcançaria neste ano, cerca <strong>de</strong> US$ 100 bilhões (agran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong> alimentos), com tendência <strong>de</strong> rápi<strong>do</strong> crescimento futuro (Maria IsabelGarcia, texto na internet)140


4.1.5. Crescimento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> águaO consumo mundial per capita <strong>de</strong> água, para diferentes usos, está próximo <strong>de</strong> 800 metroscúbicos, incluin<strong>do</strong> o consumo humano e as ativida<strong>de</strong>s econômicas, <strong>do</strong>s quais 70%concentra<strong>do</strong>s na irrigação da agropecuária. Para aten<strong>de</strong>r a esta <strong>de</strong>manda, são utilizadas54% da água potável acessível <strong>do</strong> planeta, que está distribuída mundialmente <strong>de</strong> formamuito <strong>de</strong>sigual, já conviven<strong>do</strong> com problemas graves <strong>de</strong> escassez em várias partes <strong>do</strong>mun<strong>do</strong> (inclusive China e Índia). O consumo per capita <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ve continuar a crescer,principalmente se melhorar a renda mundial e, particularmente, <strong>do</strong>s países emergentes epobres, ao mesmo tempo em que a população também cresce, e <strong>de</strong>ve atingir os 8 bilhões<strong>de</strong> habitantes, em 2020. A expansão da <strong>de</strong>manda po<strong>de</strong> ser mo<strong>de</strong>rada pela melhoria datecnologia - maior eficiência na utilização da água, incluin<strong>do</strong> agricultura - e a disponibilida<strong>de</strong><strong>do</strong>s recursos hídricos po<strong>de</strong> ser ampliada, através <strong>do</strong> tratamento <strong>de</strong> resíduos e<strong>de</strong>ssalinização <strong>de</strong> água, assim como o aprimoramento <strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> controle egestão <strong>de</strong> recursos hídricos, evitan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>terioração <strong>do</strong>s recursos e da água.O peso da irrigação no consumo <strong>de</strong> água e a <strong>de</strong>sigual distribuição <strong>do</strong>s recursos hídricosentre regiões e países, tornam a água um recurso extremamente importante diante daprovável expansão futura da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alimentos, conferin<strong>do</strong> uma gran<strong>de</strong> vantagemcompetitiva ao <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Como diz Lester Brown, cada vez mais, os exporta<strong>do</strong>res <strong>de</strong>grãos são, <strong>de</strong> fato, exporta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> água, já que 70% da água consumida no mun<strong>do</strong> é parairrigação. Segun<strong>do</strong> o autor, “numa economia mundial cada vez mais integrada, a escassez<strong>de</strong> água cruza fronteiras através <strong>do</strong> comércio internacional <strong>de</strong> grãos. Uma vez que sãonecessárias 1.000 toneladas <strong>de</strong> água para produzir 1 tonelada <strong>de</strong> grãos, a maneira maiseficiente para os países com déficit hídrico importarem água é importan<strong>do</strong> grão” (LesterBrown).A escassez localizada <strong>do</strong>s recursos hídricos leva à formação <strong>de</strong> um merca<strong>do</strong> mundial <strong>de</strong>água. Nas três últimas décadas, o consumo <strong>de</strong> água engarrafada no mun<strong>do</strong> cresceu cerca<strong>de</strong> 7%, e representa um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> US$ 20 a US$ 30 bilhões <strong>de</strong> dólares anuais. Para seter uma idéia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, o Canadá, com gran<strong>de</strong> reserva <strong>de</strong> recursos hídricos, assinoucontrato com a China para fornecimento <strong>de</strong> água por 25 anos e a Turquia construiuplataforma semelhante às <strong>de</strong> petróleo para abastecimento <strong>de</strong> navios-tanque com água(Bertha Becker, 2005).4.1.6. Aumento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia renovávelA <strong>de</strong>manda mundial <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>ve crescer 57%, até 2025, com o consumo <strong>de</strong> óleo e gássaltan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 78 milhões <strong>de</strong> barris/dia para 121 milhões, segun<strong>do</strong> a Agência Internacional <strong>de</strong>Energia (AIE/OUTLOOK2005), li<strong>de</strong>rada pelos países emergentes <strong>de</strong> porte (especialmenteChina e Índia). Esta ampliação da <strong>de</strong>manda requer a entrada <strong>de</strong> mais quatro supri<strong>do</strong>res <strong>do</strong>tamanho da Arábia Saudita. Este crescimento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>ve ser141


acompanha<strong>do</strong> por processo <strong>de</strong> mudança da matriz energética com aumento da participação<strong>do</strong> gás natural, mas também <strong>de</strong> fontes alternativas e renováveis, que será mais intenso noCenário A (mundial e nacional).A energia <strong>de</strong> biomassa <strong>de</strong>ve ocupar um papel crescente nesta matriz, particularmente comocombustível, e o álcool na substituição das fontes fósseis que movem as frotas mundiais <strong>de</strong>automóveis. Com o programa mais bem sucedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> energia via biomassa(Proálcool), o Brasil ten<strong>de</strong> a ser beneficia<strong>do</strong> com o aumento das exportações para paísescomo Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e Japão; segun<strong>do</strong> estimativas, 1% <strong>de</strong> álcool introduzi<strong>do</strong> na mistura <strong>de</strong>combustível nestes países, equivale a 50% da produção brasileira. O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> po<strong>de</strong>,portanto, contar com um amplo merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> biocombustível, principalmente à medida que seamplie a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> álcool <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e diminuam os seus subsídios aosprodutores internos. O Brasil produz 41% da produção mundial <strong>de</strong> etanol e exporta apenas690 milhões <strong>de</strong> galões <strong>de</strong> álcool por ano. Estima-se que o Brasil po<strong>de</strong>ria, em 2013, aten<strong>de</strong>ruma <strong>de</strong>manda mundial <strong>de</strong> 4,4 bilhões <strong>de</strong> litros anuais.Os EUA <strong>de</strong>vem crescer bastante o consumo <strong>de</strong> álcool na frota <strong>de</strong> automóveis a partir <strong>de</strong>steano, quan<strong>do</strong> entrar em vigor a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2,78% <strong>de</strong> fonte renovável no total <strong>do</strong>consumo <strong>de</strong> combustível; estima-se que o consumo <strong>de</strong> álcool <strong>do</strong>s norte-americanos cheguea 7,5 bilhões <strong>de</strong> galões em 2012. O álcool brasileiro <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar custa 40% menosque o produzi<strong>do</strong> nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s com base no milho, mas existem fortes subsídios aosprodutores internos e tarifas elevadas <strong>de</strong> importação que neutralizam a vantagem <strong>de</strong> custos<strong>do</strong> produto brasileiro. À medida que sejam reduzidas as barreiras, <strong>de</strong>stacada no cenário A, omerca<strong>do</strong> mundial e norte-americano <strong>de</strong> álcool combustível abrem gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> parao <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.O Brasil e o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> po<strong>de</strong>m assumir uma li<strong>de</strong>rança no merca<strong>do</strong> da agricultura <strong>de</strong>energia, carboidratos ou amiláceos, como etanol, <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> lipídios, biodiesel, <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e outras formas <strong>de</strong> biomassa, como briquetes ou carvão vegetal. Provavelmenteo Brasil será o principal player <strong>do</strong> biotra<strong>de</strong> (site ecooleo), e a região <strong>de</strong>staca-se com aspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> expansão da bio-energia incluin<strong>do</strong> a expansão <strong>de</strong> áreas cultivadas noscerra<strong>do</strong>s (recuperação <strong>de</strong> pastagens, ocupação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> pastagens <strong>de</strong>gradadas e outrasáreas antropizadas, áreas <strong>de</strong> reflorestamento e incorporação <strong>de</strong> áreas atualmentemarginais, por melhoria <strong>do</strong> quantum tecnológico) po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> chegar a cerca <strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong>hectares/ano adiconais (www.biodieselecooleo.com.br/energia/agroenergia.htm).4.1.7. Expansão <strong>do</strong> movimento turístico mundialO turismo é uma das ativida<strong>de</strong>s econômicas que mais cresce no mun<strong>do</strong>, combinan<strong>do</strong>elevação da renda, ampliação <strong>de</strong> tempo livre, <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> envelhecimento da população,e formação <strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong> entretenimento. Em pouco mais <strong>de</strong> cinqüenta anos, omovimento turístico mundial cresceu cerca <strong>de</strong> 30 vezes, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 25 milhões <strong>de</strong>chegadas, em 1950, para cerca <strong>de</strong> 763 milhões <strong>de</strong> chegadas, em 2004 (representa umataxa média anual <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong> 6,5%). Atualmente, segun<strong>do</strong> a Organização Mundial <strong>do</strong>Turismo, a ativida<strong>de</strong> turística é um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> US$ 3,4 trilhões <strong>de</strong> dólares por ano. O fluxo142


turístico é muito <strong>de</strong>sigual e o Brasil tem uma participação muito pequena no total <strong>do</strong>s<strong>de</strong>stinos <strong>do</strong> turismo mundial, também com gran<strong>de</strong> concentração regional. A Europa é omaior receptor <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, com 401,5 milhões <strong>de</strong> visitantes, em 2003; com <strong>de</strong>staque para aFrança, que sozinha recebeu 75 milhões <strong>de</strong> turistas, seguida da Espanha, com 52,5milhões, e os EUA, com 40,4 milhões <strong>de</strong> visitantes. O Brasil é o trigésimo quarto receptor <strong>de</strong>turistas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> apenas 4,1 milhões <strong>de</strong> visitantes em 2003, bem abaixo <strong>do</strong>México, único país da América latina situa<strong>do</strong> entre os <strong>de</strong>z maiores receptores <strong>de</strong> turistas <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, com 18,7 milhões <strong>de</strong> visitas (mais <strong>de</strong> 4 vezes acima <strong>do</strong> Brasil).Apesar <strong>de</strong> uma participação muito pequena no merca<strong>do</strong> mundial <strong>de</strong> turismo, o Brasil temgran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> expansão por suas potencialida<strong>de</strong>s culturais e naturais, parte das quaisno <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Principalmente quan<strong>do</strong> se consi<strong>de</strong>ra que, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> turismo, existe umatendência <strong>de</strong> expansão diferenciada <strong>do</strong> ecoturismo e das diversas formas <strong>de</strong> turismo liga<strong>do</strong>à natureza. Embora não existam da<strong>do</strong>s estatísticos seguros, o turismo ecológico e suasvarieda<strong>de</strong>s parece ser o segmento que mais tem cresci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong>, nestas últimasdécadas, refletin<strong>do</strong> uma preocupação crescente com a conservação ambiental e o interesse<strong>do</strong>s turistas em conhecer e experimentar realida<strong>de</strong>s diferentes, tanto ecológicas quantoculturais.4.1.8. Avanço da biotecnologia e busca da informação genética da biodiversida<strong>de</strong>A biotecnologia é a área <strong>de</strong> conhecimento que mais <strong>de</strong>ve crescer nas próximas décadaspela amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s seus impactos tecnológicos em quase todas as ativida<strong>de</strong>s humanas.Destaque-se a saú<strong>de</strong>, com a <strong>de</strong>codificação <strong>do</strong> genoma humano e as pesquisas com célulastroncoque ten<strong>de</strong>m a provocar uma revolução no tratamento médico; para a agropecuária,como os Organismos Geneticamente Modifica<strong>do</strong>s; e para a energia, como o biocombustível.Os avanços da biotecnologia <strong>de</strong>vem ter impacto na mudança <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s mundiais <strong>de</strong>alimentos e energéticos, que impacta no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> e obriga a região a buscar acesso àsinovações. Por outro la<strong>do</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento da biotecnologia recorre a pesquisas sobre ainformação genética das espécies existentes, procura <strong>de</strong>scobrir novas estruturas e suascaracterísticas, e <strong>de</strong>senvolver processos <strong>de</strong> manipulação. Desta forma, os países e regiões,como o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> brasileiro, que contam com uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> biológica emplantas e animais, constituem amplos e ricos laboratórios para pesquisa “in situ” dainformação genética.A Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> estima que cerca <strong>de</strong> 20 mil espécies <strong>de</strong> plantassuperiores são empregadas diretamente como medicamento em to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, com umfaturamento estima<strong>do</strong> <strong>de</strong> US$ 20 bilhões <strong>de</strong> dólares anuais (Geobrasil, 2002). Por outrola<strong>do</strong>, estimativas mostram que cerca <strong>de</strong> 25% <strong>do</strong>s medicamentos produzi<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong>resultam <strong>de</strong> ingredientes ativos extraí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> plantas, sen<strong>do</strong> registradas 119 substânciasquímicas usadas regularmente na medicina em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> (Farnsworth, 1977). Os genes<strong>de</strong> plantas e animais e a informação genética <strong>do</strong>s mesmos são elementos centrais <strong>do</strong>143


<strong>de</strong>senvolvimento tecnológico na farmacologia e agropecuária, passan<strong>do</strong> a ter valor nomerca<strong>do</strong>.Por isso, os países <strong>de</strong>senvolvem técnicas <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong>s recursos biológicos, na forma<strong>de</strong> bioprospecção, entendida como a exploração da diversida<strong>de</strong> biológica para <strong>de</strong>scoberta<strong>de</strong> recursos genéticos e bioquímicos com valor comercial; ao mesmo tempo em que seforma a nova ativida<strong>de</strong> (bioprospecção), abre-se um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>bate mundial em torno <strong>de</strong>regras para regulação <strong>do</strong> comércio da informação genética e <strong>de</strong> valoração dabiodiversida<strong>de</strong>. Entre outras coisas, a Convenção sobre Diversida<strong>de</strong> Biológica reconhece a<strong>de</strong>pendência das comunida<strong>de</strong>s locais e indígenas <strong>do</strong>s recursos biológicos, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> que se<strong>de</strong>ve repartir com as mesmas, <strong>de</strong> forma eqüitativa, os benefícios e resulta<strong>do</strong>s comerciaisque <strong>de</strong>correm da utilização <strong>do</strong>s conhecimentos tradicionais.4.1.9. Crescimento da <strong>de</strong>manda mundial e nacional da bio-indústriaOs avanços da biotecnologia <strong>de</strong>vem favorecer a ampliação <strong>de</strong> novos produtos que utilizamrecursos naturais, com diferentes níveis <strong>de</strong> beneficiamento e sofisticação tecnológica,constituin<strong>do</strong> o que se po<strong>de</strong>ria chamar <strong>de</strong> bio-indústria que contemplam fármacos,cosméticos, perfumes, essências, óleos. Este movimento coinci<strong>de</strong> com a expansão da<strong>de</strong>manda mundial e nacional por produtos naturais e da bio-indústria que aten<strong>de</strong>m àcrescente expectativa por qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. As regiões com elevada biodiversida<strong>de</strong>, comoo <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> têm gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> crescimento da bio-indústria para aten<strong>de</strong>r a esta<strong>de</strong>manda.4.1.10. Integração físico-territorial e logística na América <strong>do</strong> SulSe for implantada a maioria <strong>do</strong>s projetos previstos pelo IIRSA (hipótese assumida noCenário A), o subcontinente sul-americano terá uma forte integração físico-territorial elogística, que ampliará o comércio regional, além <strong>de</strong> possibilitar uma saída <strong>do</strong>s produtosbrasileiros para o Pacífico, facilitan<strong>do</strong> o acesso aos merca<strong>do</strong>s asiáticos. Como já foi referi<strong>do</strong>,existem <strong>de</strong>z Eixos <strong>de</strong> Integração continental, <strong>do</strong>s quais o Eixo Interoceânico tem um gran<strong>de</strong>impacto no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, integran<strong>do</strong> com os países andinos e funcionan<strong>do</strong> como passagempara os produtos das regiões mais industrializadas <strong>do</strong> Brasil. O Eixo Interoceânicocontempla cinco agrupamentos <strong>de</strong> projetos: Conexão Chile-Bolívia-Paraguai-Brasil, com <strong>de</strong>zprojetos; otimização <strong>do</strong> corre<strong>do</strong>r Corumbá - São Paulo-Santos-Rio <strong>de</strong> Janeiro, com onzeprojetos; Conexão Santa Cruz-Puerto Suarez-Corumbá, com quatro projetos; Conexão144


Santa Cruz - Cuiabá, com cinco projetos, e Conexão <strong>do</strong> Eixo <strong>do</strong> Pacífico, com catorzeprojetos 15 .4.1.11. Impactos <strong>de</strong> uma reforma tributáriaA reforma tributária, entendida como um <strong>do</strong>s elementos centrais da Agenda Microeconômicacontemplaria, como já referi<strong>do</strong>, a simplificação <strong>do</strong> sistema e redução <strong>do</strong>s impostos emcascata e que penalizam a produção. Estes componentes da reforma tributária ten<strong>de</strong>m a terum impacto indiferencia<strong>do</strong> sobre o território, estimulan<strong>do</strong> os investimentos produtivos <strong>de</strong>uma maneira geral. Entretanto, existem <strong>do</strong>is pontos em negociação na reformulação <strong>do</strong>sistema tributário que po<strong>de</strong>m ter efeitos diversifica<strong>do</strong>s sobre os Esta<strong>do</strong>s brasileiros: a<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> regras rigorosas <strong>de</strong> incentivos que elimine a guerra fiscal, e a transferência daarrecadação <strong>do</strong> ICMS da origem para o <strong>de</strong>stino <strong>do</strong>s produtos. O primeiro fator <strong>de</strong>ve obrigaros governos Estaduais, inclusive <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> a buscar novas formas <strong>de</strong> incentivo paraatração <strong>de</strong> investimentos, aumentan<strong>do</strong> a importância das vantagens competitivas regionaisna <strong>de</strong>cisão empresarial. A arrecadação <strong>do</strong> ICMS no <strong>de</strong>stino beneficia os Esta<strong>do</strong>s comeconomias menores e compra<strong>do</strong>res <strong>de</strong> produtos industrializa<strong>do</strong>s das regiões mais<strong>de</strong>senvolvidas, favorecen<strong>do</strong>, portanto, os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.4.1.12. Política regional brasileiraA implantação <strong>de</strong> uma política regional no Brasil <strong>de</strong> forma eficaz e estrutura<strong>do</strong>ra,concentrada na redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> entre as regiões (cenário Abrasileiro), criaria instrumentos e mecanismos <strong>de</strong> promoção <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regionaldiferencia<strong>do</strong>. Com esforços da União para melhorar a infra-estrutura, aumentar o nível <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> qualificação da mão-<strong>de</strong>-obra, e o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico nasregiões <strong>de</strong> menor <strong>de</strong>senvolvimento, incluin<strong>do</strong> o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Além <strong>de</strong> alocação <strong>de</strong> maisrecursos nos instrumentos convencionais <strong>de</strong> incentivo fiscal e financeiro (como o FCO-Fun<strong>do</strong> Constitucional <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>), o governo fe<strong>de</strong>ral criaria outros mecanismos <strong>de</strong>fomento ao <strong>de</strong>senvolvimento regional; no caso <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, a política regional passapela recriação <strong>de</strong> órgão regional <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que articule as iniciativas e projetosregionais (SUDECO).15Para maiores <strong>de</strong>talhes ver o relatório técnico “Projetos previstos e propostos para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>centro-<strong>Oeste</strong>” – SCO/MI – (mimeo) – outubro <strong>de</strong> 2005.145


4.2 AmeaçasAmeaças são fatores e processos <strong>de</strong>sfavoráveis externos futuros à Região que po<strong>de</strong>mcomprometer, dificultar ou restringir as perspectivas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional, se nãoforem, <strong>de</strong>vidamente, enfrentadas ou contornadas. Ao analisar os cenários <strong>do</strong> contextomundial e nacional, principalmente nos Cenários B e C, po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificadas onzeameaças (caso se confirmem os cenários menos favoráveis), <strong>de</strong>scritas a seguir:4.2.1. Oscilações e <strong>de</strong>clínio <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong> commoditiesAs commodities, principalmente agropecuárias, ten<strong>de</strong>m a ter gran<strong>de</strong> volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preçosque <strong>de</strong>correm da combinação <strong>de</strong> vários fatores: variação das safras <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>sprodutores, que flutuam também com condições climáticas, alteração <strong>do</strong>s estoques <strong>do</strong>sprincipais países consumi<strong>do</strong>res, especialmente Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, e movimentosespeculativos. Para uma região com forte integração comercial mundial centrada emalgumas poucas commodities, como o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, esta volatilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s preços gerainstabilida<strong>de</strong> na economia regional.4.2.2. Restrições <strong>de</strong> financiamento e capitalização <strong>do</strong> agronegócio brasileiroComo parcela importante <strong>do</strong> agronegócio brasileiro está ligada à exportação, a suacapitalização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da política cambial e da taxa <strong>de</strong> câmbio. Desta forma, se pre<strong>do</strong>minarno futuro um cenário <strong>de</strong> valorização continuada <strong>do</strong> Real, o agronegócio terá dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>capitalização, que comprometerá os investimentos e, como conseqüência, a inovação eampliação da produção. Por outro la<strong>do</strong>, as características da agropecuária requerem umsistema <strong>de</strong> crédito diferencia<strong>do</strong> e com cronograma ajusta<strong>do</strong> ao ciclo da ativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>por condições naturais. A política macroeconômica que pre<strong>do</strong>minar no futuro, comimplicações na taxa <strong>de</strong> juros, aliada a fatores <strong>de</strong> política agrícola, po<strong>de</strong> criar restrições aofinanciamento em volume, condições <strong>de</strong> crédito e cronograma.4.2.3. Aumento das barreiras técnicas e não tarifárias no comércio internacionalO aumento das barreiras técnicas e não tarifárias é uma tendência geral no merca<strong>do</strong>internacional, combina certificação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, regras e padrões fito-sanitários, exigências<strong>de</strong> controle ambiental, entre outros procedimentos <strong>de</strong> regulação. Esta tendência po<strong>de</strong> seacentuar à medida que as negociações em torno das barreiras tarifárias levem,efetivamente, a uma redução significativa <strong>do</strong>s protecionismos no merca<strong>do</strong> internacional, quefuncione como mecanismo parcial <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong> importações, principalmente <strong>de</strong> produtos146


naturais. Embora contenham elementos muito positivos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sprodutos e da sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s processos produtivos, as barreiras técnicas e nãotarifárias po<strong>de</strong>m constituir uma ameaça para os países e regiões com limita<strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong>controle e capacida<strong>de</strong> tecnológica para enquadrar a produção aos padrões e exigênciasinternacionais e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s países importa<strong>do</strong>res.4.2.4. Concorrência <strong>de</strong> países <strong>do</strong> MERCOSUL no agronegócioO MERCOSUL reúne países com gran<strong>de</strong> diferença <strong>de</strong> porte, capacida<strong>de</strong> produtiva econcorrência potencial em alguns segmentos, principalmente o agronegócio, à medida queArgentina e Uruguai são gran<strong>de</strong>s produtores <strong>de</strong> grãos e <strong>de</strong> carne. Embora o Brasil e o<strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tenham um nível <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> agropecuária alto, que garantecompetitivida<strong>de</strong> frente aos outros membros <strong>do</strong> MERCOSUL, o aprofundamento daintegração comercial po<strong>de</strong> gerar, no futuro, uma forte concorrência <strong>do</strong>s parceiros comerciaisem diferentes elos das ca<strong>de</strong>ias produtivas, dificultan<strong>do</strong> o a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias naRegião.4.2.5. BiopiratariaA crescente importância da biodiversida<strong>de</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico na saú<strong>de</strong>, naagropecuária e na energia, estimula a busca <strong>de</strong> espécies e amostras <strong>de</strong> animais, plantas,fungos e insetos das regiões ricas em recursos biológicos, parte <strong>de</strong>las ilegais e fora <strong>de</strong>controle. Mesmo com os avanços da Convenção da Biodiversida<strong>de</strong>, ainda são muito frágeisos mecanismos <strong>de</strong> regulação e, principalmente, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle e fiscalização <strong>do</strong>spaíses, entre eles o Brasil, para <strong>de</strong>ter a retirada ilegal <strong>de</strong> material e informação genética. Opaís e as comunida<strong>de</strong>s tradicionais das áreas <strong>de</strong> Florestas Tropicais e Cerra<strong>do</strong>s per<strong>de</strong>mcom a expropriação ilegal e <strong>de</strong>scontrolada da informação genética. A insuficientecapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa da biodiversida<strong>de</strong> brasileira, incluin<strong>do</strong> o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, reduz abioprospecção brasileira e a apropriação <strong>do</strong>s benefícios econômicos e sociais da gran<strong>de</strong>diversida<strong>de</strong> biológica regional.4.2.6. Controle monopolístico das tecnologiasOs gran<strong>de</strong>s centros <strong>de</strong> pesquisa e as empresas multinacionais são os maiores <strong>de</strong>tentores<strong>de</strong> patentes, e por meio <strong>de</strong>las asseguram ampla remuneração para suas pesquisas, epo<strong>de</strong>m, portanto, exercer controle monopolístico da utilização e/ou cessão das tecnologias.O acesso a novos conhecimentos e processos técnicos por países e regiões com baixacapacida<strong>de</strong> científica e tecnológica enfrenta o obstáculo da proprieda<strong>de</strong> intelectual sobre astecnologias. Na tecnologia da agropecuária, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> é beneficia<strong>do</strong> pelas ativida<strong>de</strong>s147


<strong>de</strong> pesquisa avançada da EMBRAPA com avanços importantes nos processos queestimulam e viabilizam a inovação tecnológica. Entretanto, a biotecnologia permite que asempresas com pesquisas <strong>de</strong> organismos geneticamente modifica<strong>do</strong>s (transgênicos)controlem as sementes e produtos gera<strong>do</strong>s ou que sejam compatíveis apenas comimplementos, adubos e <strong>de</strong>fensivos <strong>de</strong> sua proprieda<strong>de</strong>.4.2.7. Redução <strong>do</strong>s espaços <strong>de</strong> atuação fiscal <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>sAs negociações em torno <strong>de</strong> uma reforma tributária expressam interesses diferencia<strong>do</strong>s econtraditórios das instâncias governamentais que <strong>de</strong>mandam um novo pacto fe<strong>de</strong>rativo. Noque <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da natureza e abrangência da reforma tributária, po<strong>de</strong> haver uma redução <strong>do</strong>sespaços <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong>s governos estaduais, como as restrições aos incentivos fiscais como ICMS e re<strong>de</strong>finição das regras <strong>de</strong> distribuição das receitas públicas para os Esta<strong>do</strong>s.4.2.8. Mudanças climáticas globaisDe acor<strong>do</strong> com pesquisas reconhecidas internacionalmente existem sinais <strong>de</strong> mudançasclimáticas globais, particularmente o aquecimento geral <strong>do</strong> planeta com implicações gerais,mas imprevisíveis sobre o clima. A <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da intensida<strong>de</strong> e da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stasmudanças climáticas, po<strong>de</strong>m ocorrer alterações significativas na temperatura média e noregime <strong>de</strong> chuvas, comprometen<strong>do</strong> as condições da agropecuária em diferentes áreas <strong>do</strong>planeta, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais. O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, um <strong>do</strong>smaiores celeiros <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> grãos e carne <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r parte das suasvantagens em clima, solo e recursos hídricos, comprometen<strong>do</strong> sua produção eprodutivida<strong>de</strong> agrícola. Consi<strong>de</strong>radas por vários cientistas como um processo normal ecíclico da natureza, as alterações no clima têm si<strong>do</strong> induzidas e acentuadas por pressõesantrópicas, entre as quais se <strong>de</strong>staca o chama<strong>do</strong> “efeito estufa” que <strong>de</strong>corre principalmenteda emissão <strong>de</strong> gases nas ativida<strong>de</strong>s industriais e <strong>de</strong> transportes.4.2.9. Ineficácia da gestão ambientalA <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong> cenário nacional que venha pre<strong>do</strong>minar nos próximos vinte anos, o Brasilpo<strong>de</strong>rá conviver ainda com uma gestão ambiental reativa e <strong>de</strong> baixa eficácia, que nãopromoveria uma reorientação <strong>do</strong>s sistemas produtivos e das tecnologias agropecuárias no<strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Desta forma, mesmo que eventualmente os Esta<strong>do</strong>s da Região <strong>de</strong>finampolíticas ambientais pró-ativas e eficazes, pouco consistente com as condições políticasnacionais, <strong>de</strong>vem persistir as pressões antrópicas sobre os ecossistemas regionais,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da intensida<strong>de</strong> da expansão econômica.148


4.2.10. Instabilida<strong>de</strong> política em países vizinhosOs países andinos atravessam mais uma fase <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> e mudança política que, <strong>de</strong>alguma forma impacta diretamente no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à proximida<strong>de</strong> físico-territorial eàs relações culturais e comerciais, o que será mais acentua<strong>do</strong> à medida que seja ampliadaa integração das infra-estruturas no subcontinente. De imediato, as <strong>de</strong>cisões políticas <strong>do</strong>novo governo da Bolívia (o mais pobre e um <strong>do</strong>s mais instáveis da América <strong>do</strong> Sul), po<strong>de</strong>mter influência na economia regional. Entre as medidas recentes <strong>de</strong>stacam-se: anacionalização das reservas <strong>de</strong> petróleo e gás; a <strong>de</strong>sapropriação <strong>de</strong> instalações daPetrobrás, com revisão da tarifa <strong>de</strong> importação <strong>de</strong> gás natural pelo Brasil; e as dificulda<strong>de</strong>se ameaças aos empresários brasileiros atuantes na Bolívia, especialmente osagropecuaristas que produzem no país vizinho. A profundida<strong>de</strong> das mudanças por si só játen<strong>de</strong>m a produzir impactos no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, principalmente no que se refere aosuprimento e ao preço <strong>do</strong> gás natural boliviano, responsável por 100% <strong>do</strong> abastecimentoregional <strong>de</strong>ste energético. Por outro la<strong>do</strong>, tu<strong>do</strong> indica que o país po<strong>de</strong>rá experimentar novosciclos <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>, principalmente pela profundida<strong>de</strong> das mudanças em curso e seusimpactos no jogo político <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r interno no país andino.4.2.11. Riscos <strong>de</strong> pragas e epi<strong>de</strong>mias na agropecuáriaA globalização, que intensifica o comércio mundial e os contatos rápi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> difícil controleentre os países, aumenta os riscos <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> pragas e epi<strong>de</strong>mias na agropecuária,como a <strong>do</strong>ença da vaca louca, a febre aftosa e, mais recentemente, a gripe aviária, parafalar apenas da pecuária. Embora tenham melhora<strong>do</strong> bastante, em to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, os sistemas<strong>de</strong> monitoramento e controle <strong>de</strong> pragas, cresce também a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação dasativida<strong>de</strong>s agropecuárias, ameaçan<strong>do</strong> a produção mundial <strong>de</strong> importantes produtosalimentícios. A eventual <strong>de</strong>sorganização da produção agropecuária mundial em algumas<strong>de</strong>stas áreas po<strong>de</strong> ter impactos diferencia<strong>do</strong>s nos centros produtores, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m daintensida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> ritmo <strong>de</strong> propagação e das características próprias <strong>de</strong> cada território. Apecuária <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, classificada por alguns como “boi ver<strong>de</strong>”, beneficiou-se da<strong>do</strong>ença da vaca louca, à medida que substituiu países produtores afeta<strong>do</strong>s que tiveram seusrebanhos <strong>de</strong>struí<strong>do</strong>s e que per<strong>de</strong>ram credibilida<strong>de</strong> nos merca<strong>do</strong>s. No entanto, a <strong>de</strong>scoberta<strong>de</strong> focos <strong>de</strong> febre aftosa no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> teve o efeito contrário <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> importação <strong>de</strong>alguns países compra<strong>do</strong>res da carne brasileira.149


5. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTODiante das oportunida<strong>de</strong>s e das ameaças que <strong>de</strong>vem amadurecer <strong>do</strong> contexto externo,mundial e nacional, nas próximas décadas, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir priorida<strong>de</strong>sestratégicas, concentran<strong>do</strong> suas ações no equacionamento <strong>do</strong>s seus estrangulamentos e noaproveitamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> das suas potencialida<strong>de</strong>s. Desta forma, a Região melhora suaposição no ambiente externo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s mudanças e incertezas, e prepara o caminho paraa construção da visão <strong>de</strong> futuro (cenário <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>). A estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong><strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> representa, portanto, um conjunto consistente e articula<strong>do</strong> <strong>de</strong> açõesestratégicas <strong>de</strong> alta priorida<strong>de</strong> capaz <strong>de</strong> alcançar o futuro <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> pela socieda<strong>de</strong> nascondições que <strong>de</strong>ve enfrentar no ambiente mundial e nacional.A estratégia é organizada em torno <strong>de</strong> vetores estratégicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento queexplicitam as gran<strong>de</strong>s escolhas e pilares básicos ao estruturar as iniciativas e ações quepromovem as mudanças necessárias no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Os vetores <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>sagrega<strong>do</strong>sem programas e projetos, através <strong>do</strong>s quais se operacionaliza as ações para o<strong>de</strong>senvolvimento regional, e converge para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma carteira <strong>de</strong> projetosprioritários. Toda a estratégia orienta-se para alcançar os macro-objetivos <strong>do</strong><strong>de</strong>senvolvimento, traduzin<strong>do</strong> a visão <strong>de</strong> futuro em focos centrais <strong>de</strong> uma nova realida<strong>de</strong>regional. Os macro-objetivos, por seu turno, expressam-se em metas quantificadas <strong>de</strong>resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s nos principais indica<strong>do</strong>res econômicos, sociais e ambientais,permitin<strong>do</strong> o monitoramento da estratégia.5.1 Macro-ObjetivosA estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem como objetivo geral promover umareorientação <strong>do</strong> estilo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da Região, que leve ao <strong>de</strong>senvolvimentosustentável, expressan<strong>do</strong> a visão <strong>de</strong> futuro da socieda<strong>de</strong>. Este objetivo geral se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>branos seguintes macro-objetivos específicos:a) Conservação <strong>do</strong>s ecossistemas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, com redução das pressõesantrópicas e recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas;b) Melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população e redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>ssociais, garantin<strong>do</strong> que o dinamismo da economia se traduza em efetivobenefício <strong>do</strong>s centro-oestinos;150


c) Aumento das oportunida<strong>de</strong>s sociais pela universalização <strong>do</strong> acesso ao ensino<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>;d) Elevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> e redução drástica da taxa <strong>de</strong>analfabetismo <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>;e) Aumento da competitivida<strong>de</strong> econômica regional, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a consolidar suaposição como gran<strong>de</strong> centro <strong>de</strong> exportação <strong>do</strong> Brasil, com diversificação da pauta<strong>de</strong> produtos volta<strong>do</strong>s para o merca<strong>do</strong> nacional e o merca<strong>do</strong> externo;f) Formação <strong>de</strong> um ambiente <strong>de</strong> inovação na economia regional com aampliação das pesquisas, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias e aumento <strong>do</strong> nível <strong>de</strong>qualificação <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res e empresários centro-oestinos;g) <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> tecnologias limpas e compatíveis com o meio ambiente<strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, favorecen<strong>do</strong> a difusão <strong>de</strong> processos sustentáveis <strong>de</strong>aproveitamento <strong>do</strong>s recursos naturais;h) Integração <strong>do</strong>s territórios e Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> com redução das<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s intrarregionais <strong>de</strong> dinamismo e <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> renda, e formação <strong>de</strong>uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s integradas e hierarquizadas;i) Integração físico-territorial <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> com o resto <strong>do</strong> Brasil e com aAmérica <strong>do</strong> Sul, contribuin<strong>do</strong> para a intensificação <strong>do</strong> comércio regional;j) Redução da vulnerabilida<strong>de</strong> da economia regional que <strong>de</strong>corre da excessivaconcentração da estrutura produtiva e da pauta <strong>de</strong> exportações no agronegócio;k) Ampliação da agregação <strong>de</strong> valor da produção primária regional coma<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivas e beneficiamento <strong>do</strong>s produtosagropecuários, vegetais e minerais;l) Aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> setor público regional, Esta<strong>do</strong>s eMunicípios, para melhorar a eficiência e eficácia da aplicação <strong>do</strong>s recursospúblicos, e garantir os resulta<strong>do</strong>s no <strong>de</strong>senvolvimento regional.5.2 Metas GlobaisAs metas globais representam os macro-objetivos em indica<strong>do</strong>res que po<strong>de</strong>m serquantifica<strong>do</strong>s e medi<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a permitir o monitoramento da estratégia, e indicar o quese preten<strong>de</strong> e se po<strong>de</strong> alcançar no horizonte 2015 e 2020. Os números traduzem osresulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Cenário B, entendi<strong>do</strong> como o cenário <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>, consciente que os mesmos151


serão alcança<strong>do</strong>s apenas se as condições <strong>do</strong> contexto externo, mundial e nacional, evoluirsegun<strong>do</strong> as hipóteses <strong>do</strong>s cenários mais favoráveis. Desta forma, perseguin<strong>do</strong> estas metas,a estratégia po<strong>de</strong>rá aproximar-se o máximo <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s à medida que os fatores fora <strong>de</strong>controle regional sejam favoráveis. As metas globais perseguidas pela estratégia(apresentadas no quadro 8, <strong>de</strong> forma esquemática e para os intervalos <strong>de</strong> tempo) são asseguintes:a) Redução <strong>do</strong> ritmo <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento e recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, <strong>de</strong>mo<strong>do</strong> que o percentual <strong>de</strong> cobertura florestal <strong>de</strong> Cerra<strong>do</strong> alcance, em 2020,cerca <strong>de</strong> 43,86% <strong>do</strong> total (correspon<strong>de</strong>, atualmente, a 43%), embora registre umleve <strong>de</strong>clínio até 2010, e <strong>de</strong>cline para 41,73%, com parcial recuperação em 2015(<strong>de</strong>ve chegar a 42,14%), <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inércia e à lentidão na implantação <strong>de</strong> projetose na difusão <strong>de</strong> manejo sustentável;b) Redução <strong>do</strong> ritmo <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento e recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, <strong>de</strong>mo<strong>do</strong> que o percentual <strong>de</strong> cobertura florestal da Floresta Tropical alcance, em2020, cerca <strong>de</strong> 60,9% <strong>do</strong> total (estimada hoje em 61,20%), e recupere-se <strong>de</strong> umagravamento em 2010, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve cair para 58,8%, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inércia e àlentidão na implantação <strong>de</strong> projetos e na difusão <strong>de</strong> manejo sustentável, volte acrescer, levemente, em 2015, e chegue a 59,4% <strong>de</strong> cobertura florestal;c) Redução <strong>do</strong> ritmo <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento e recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, <strong>de</strong>mo<strong>do</strong> que o percentual <strong>de</strong> cobertura florestal <strong>do</strong> Pantanal alcance, em 2020,cerca <strong>de</strong> 84,7% <strong>do</strong> total; embora registre <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> quadro atual (estima<strong>do</strong>em 83%) até 2010, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve chegar a 82,2%, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inércia e à lentidão naimplantação <strong>de</strong> projetos e na difusão <strong>de</strong> manejo sustentável, comece arecuperação a partir <strong>de</strong> 2015, voltan<strong>do</strong> aos 83% <strong>de</strong> cobertura florestal;d) Aumento <strong>do</strong> percentual <strong>de</strong> <strong>do</strong>micílios com abastecimento <strong>de</strong> água <strong>do</strong>s atuais87,30%, para 94,5%, em 2015, e chega a pouco mais <strong>de</strong> 99% em 2020, maislento nos primeiros anos <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inércia e, principalmente, limitação <strong>de</strong> recursos;e) Aumento <strong>do</strong> percentual <strong>de</strong> <strong>do</strong>micílios com esgoto sanitário <strong>do</strong>s atuai 39,4%,para 61,18%, em 2015, a alcançar cerca <strong>de</strong> 89,9% em 2020, mais <strong>do</strong> que<strong>do</strong>bran<strong>do</strong> em 15 anos, sen<strong>do</strong> mais lento nos primeiros anos <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inércia e,principalmente, limitação <strong>de</strong> recursos;f) Redução da mortalida<strong>de</strong> infantil <strong>do</strong>s atuais 20,7 óbitos em mil crianças nascidasvivas, para 10,6 óbitos, em 2015, o que representa um <strong>de</strong>clínio continua<strong>do</strong>, aalcançar nível próximo <strong>de</strong> 5,6 óbitos, em 2020, à medida que amadurecem ascondições sanitárias da região.g) Declínio <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> pobreza <strong>do</strong>s atuais 25,4% da população, para 12,9%, em2015, e aproxima-se <strong>de</strong> 8,5%, em 2020, à medida que se combinem os efeitos <strong>do</strong>crescimento da economia e das políticas sociais;152


h) Redução da concentração <strong>de</strong> renda na Região, expressa hoje por um índice <strong>de</strong>Gini <strong>de</strong> 0,570, que alcance em 2015 um índice <strong>de</strong> 0,53 (ainda acima <strong>do</strong> nívelatual da Região Sul, estima<strong>do</strong> em 0,514, menor grau <strong>de</strong> concentração), e <strong>de</strong>clinepara 0,51 em 2020, à medida que amadurecem as políticas sociais que ampliamas oportunida<strong>de</strong>s sociais;i) Aumento <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> médio <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> para 10,5 anos, em2015, cerca <strong>de</strong> 3,4 anos <strong>do</strong> nível atual, estima<strong>do</strong> em 7,1 anos, e <strong>de</strong>ve avançarpara 12,79 anos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, em 2020, à medida que se acelerem as políticas e osresulta<strong>do</strong>s da ampliação freqüência <strong>do</strong>s jovens à escola;j) Redução da taxa <strong>de</strong> analfabetismo da marca atual <strong>de</strong> 9,2% da população com15 anos ou mais para cerca <strong>de</strong> 6,5%, em 2015 (cerca <strong>de</strong> 2,7 pontos percentuaismenos), e <strong>de</strong>cline para 5,94%, em 2020.k) Redução na taxa <strong>de</strong> analfabetismo funcional, estimada hoje em 22,5% dapopulação com mais <strong>de</strong> 15 anos, a <strong>de</strong>clinar cerca <strong>de</strong> 6,5 pontos percentuais até2015, alcançar, portanto, 15,55% da população, e cair para apenas 14,2%, em2020;l) Elevação <strong>do</strong> número <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>r por milhão <strong>de</strong> habitantes para 783, em2015, alcançar o patamar atual da Região Sul (quase 50% em <strong>de</strong>z anos sobre osatuais 529). Inicia lentamente nos primeiros anos, mas acelere à medida que seformem e incorporem novos pesquisa<strong>do</strong>res ao sistema regional <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, em2020, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tenha 953 pesquisa<strong>do</strong>res por milhão <strong>de</strong> habitantes.m) Aceleração <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> inclusão digital (percentual <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios urbanos comcomputa<strong>do</strong>r e acesso à internet), que passa <strong>do</strong>s atuais 14,8% para 21,9% em2015, e amplia-se para 26,65% em 2020, a acompanhar o crescimento da rendae da educação da população;n) Crescimento da economia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> numa taxa média <strong>de</strong> 7,5% ao ano aolongo <strong>do</strong>s 15 anos <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, acelera-se a partir <strong>de</strong> 2010 quan<strong>do</strong> amadurecemos projetos e as políticas <strong>de</strong> integração, diversificação produtiva e a<strong>de</strong>nsamentodas ca<strong>de</strong>ias produtivas. Em 2015, o PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>ve alcançar cerca<strong>de</strong> R$ 282,0 bilhões (a preços <strong>de</strong> 2004), mais <strong>do</strong> que o <strong>do</strong>bro em <strong>de</strong>z anos(estima<strong>do</strong> em R$ 136,5 bilhões, em 2005). Com taxas mais elevadas no últimoqüinqüênio <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, o PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> chega a R$ 417 bilhões, em 2020.Com isso, a economia centro-oestina eleva sua participação no PIB brasileiro<strong>do</strong>s atuais 7,55% para cerca <strong>de</strong> 8,98%, em 2015, e 9,8%, em 2020 ( vale lembrarque a economia brasileira também cresce a taxas elevadas);o) Ao acompanhar o crescimento da economia com uma expansão mais lenta dapopulação (levemente acima <strong>de</strong> média nacional), o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> registracontinua<strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> PIB per capita, que alcança cerca <strong>de</strong> R$ 18.930,00 em153


2015 (a preços <strong>de</strong> 2004), o que significa aumento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 80,0% em relação a2005, estima<strong>do</strong> em R$ 10.518,00 reais, e salta para R$ 26.519,00, em 2020, ecombina <strong>de</strong>saceleração da população com rápi<strong>do</strong> crescimento econômico;p) Mo<strong>de</strong>ração <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong> peso das exportações no PIB regional até 2015,quan<strong>do</strong> começa a <strong>de</strong>clinar o percentual <strong>de</strong> produtos exporta<strong>do</strong>s no total daprodução <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, refletin<strong>do</strong> a integração na economia brasileira e aampliação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno regional. Até 2015, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>ve ampliarsua abertura externa (expressa no percentual <strong>de</strong> exportações), e passar <strong>do</strong>satuais 15,39% para cerca <strong>de</strong> 21,6%, mais <strong>de</strong> 6 pontos percentuais; entretanto, opeso relativo das exportações inicia um lento <strong>de</strong>clínio, chegan<strong>do</strong> a 20,1%, em2020;q) Diversificação da pauta <strong>de</strong> exportação <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> com aumento daparticipação <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> maior valor agrega<strong>do</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que o percentual <strong>de</strong>bens primários no total vendi<strong>do</strong>s ao exterior cai <strong>do</strong>s 70% atuais para 63,3%, em2015, que <strong>de</strong>ve chegar a 2020 com cerca <strong>de</strong> 57,81% <strong>do</strong> total, à medida queamadurecem os processos <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivas regionaisnos bens primários;r) Melhoria da qualida<strong>de</strong> da malha ro<strong>do</strong>viária regional com aumento <strong>do</strong> percentualdas estradas em bom esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação e tráfego, como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>sinvestimentos na recuperação e manutenção <strong>do</strong> sistema viário. Até 2015, opercentual <strong>de</strong> ro<strong>do</strong>vias em bom esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação, estima<strong>do</strong> atualmente emapenas 23,38%, eleva-se para 39,9%, e para 58,8%, em 2020, resultan<strong>do</strong> daampliação <strong>do</strong>s recursos e da maturação <strong>do</strong>s projetos.154


Quadro 7 - Resumo das Metas Globais - Resumo das Metas GlobaisINDICADORES Cena atual 2010 2015 2020Cobertura florestal no Cerra<strong>do</strong>(percentual)Cobertura florestal na Floresta tropical(percentual)Cobertura florestal no Pantanal(percentual)Abastecimento <strong>de</strong> água (% <strong>de</strong><strong>do</strong>micílios)Esgotamento sanitário (% <strong>de</strong><strong>do</strong>micílios)Mortalida<strong>de</strong> infantil (óbitos em milnasci<strong>do</strong>s vivos)Índice <strong>de</strong> pobreza (% da populaçãoabaixo da linha)43.00 41.73 42.14 43.8661.20 58.79 59.38 60.8883.00 82.17 83.00 84.6787.30 90.85 94.54 99.3639.40 47.94 61.18 89.8920.70 16.02 10.56 5.5725.40 19.65 12.95 8.54Concentração <strong>de</strong> renda (Índice <strong>de</strong> Gini) 0.57 0.55 0.53 0.51Nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> (anos médios <strong>de</strong>estu<strong>do</strong>)Taxa <strong>de</strong> analfabetismo (% napopulação acima <strong>de</strong> 15 anos)Taxa <strong>de</strong> analfabetismo funcional (% napopulação acima <strong>de</strong> 15 anos)Capacida<strong>de</strong> C&T (pesquisa<strong>do</strong>r pormilhão <strong>de</strong> habitantes)Inclusão digital (% <strong>de</strong> <strong>do</strong>micílios comcomputa<strong>do</strong>r e acesso à internet)Crescimento <strong>do</strong> PIB (% anual médio noperío<strong>do</strong>)7.10 8.64 10.51 12.799.20 7.38 6.50 5.9422.00 17.66 15.55 14.20529.30 643.97 783.49 953.2414.80 18.01 21.91 26.656.8 8.0 8.2PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (R$ bilhões) 136,45 191,54 281,82 417,47PIB per capita R$ 10.518,59 13.672,30 18.930,84 26.519,32Participação <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> no PIB<strong>do</strong> Brasil (percentual)Abertura externa (% das exportaçõesno PIB regional)Pauta <strong>de</strong> exportação (% <strong>de</strong> bensprimários no total das exportações)Malha ro<strong>do</strong>viária (percentual <strong>de</strong>estradas em bom esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>conservação)7,55 8,21 8,98 9,8015.39 20.55 21.62 20.1070.00 67.24 63.31 57.8128.38 31.33 39.99 58.76155


5.3 Vetores Estratégicos <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong>A estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> estrutura-se em base a seis eixosestratégicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que, conduzi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma articulada e convergentepromovem o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável da Região no médio e longo prazo. Os vetoresestratégicos indicam a resposta <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> aos estrangulamentos e problemasinternos e para o aproveitamento das suas potencialida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a situar-sepositivamente no contexto nacional e mundial, vale dizer, preparar-se para aproveitar asoportunida<strong>de</strong>s exógenas e se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r das ameaças exógenas. Em outras palavras,<strong>de</strong>stacam on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser concentradas as ações para promover o <strong>de</strong>senvolvimento,aproximar-se da visão <strong>de</strong> futuro, e alcançar as metas globais <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>. As potencialida<strong>de</strong>sindicam segmentos que po<strong>de</strong>m constituir oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento para osempresários; os estrangulamentos mostram as <strong>de</strong>mandas e necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimentona região para equacionar os fatores que emperram o <strong>de</strong>senvolvimento, impe<strong>de</strong>m o melhoraproveitamento das oportunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>ixam a região vulnerável diante das ameaçasexternas (os estrangulamentos, especialmente nas ca<strong>de</strong>ias produtivas, po<strong>de</strong>m constituirtambém oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios lucrativos para os empresários). Os seis vetoresestratégicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento são <strong>de</strong>scrimina<strong>do</strong>s a seguir.5.3.1. Democratização e Melhoria da Gestão PúblicaDemocratização e Melhoria da Gestão Pública, para aumentar a eficácia <strong>do</strong>sprogramas e projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regionais e assegurar os seus resulta<strong>do</strong>sefetivos na mudança da realida<strong>de</strong> regional, favorecen<strong>do</strong> o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s outrosvetores;5.3.2. Gestão Ambiental e Recuperação <strong>do</strong> Meio AmbienteGestão Ambiental e Recuperação <strong>do</strong> Meio Ambiente, para assegurar aconservação <strong>do</strong>s ecossistemas mesmo com crescimento da economia, eestabelecer, portanto, uma mediação das ativida<strong>de</strong>s econômicas com o meioambiente regional;5.3.3. Melhoria da Educação e Fortalecimento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> P&DMelhoria da Educação e Fortalecimento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> P&D, para aumentar asoportunida<strong>de</strong>s sociais pela universalização <strong>do</strong> acesso ao ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, econtribuição para a competitivida<strong>de</strong> regional, por meio <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> nível <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong> e da criação <strong>de</strong> um ambiente <strong>de</strong> inovação tecnológica. Além <strong>do</strong>favorecimento à introdução <strong>de</strong> tecnologias ambientalmente compatíveis quereorientem as relações da ativida<strong>de</strong> produtiva com o meio ambiente;156


5.3.4. Ampliação da Infra-estrutura Social e UrbanaAmpliação da Infra-estrutura Social e Urbana, para garantir que o dinamismoeconômico se traduza, efetivamente, na melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população<strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>;5.3.5. Ampliação da Infra-estrutura Econômica e LogísticaAmpliação da Infra-estrutura Econômica e Logística, para aumentar acompetitivida<strong>de</strong> econômica regional, sua integração territorial interna e aos merca<strong>do</strong>sconsumi<strong>do</strong>res, no Brasil e no exterior;5.3.6. Diversificação e A<strong>de</strong>nsamento das Ca<strong>de</strong>ias ProdutivasDiversificação e A<strong>de</strong>nsamento das Ca<strong>de</strong>ias Produtivas, para reduzir avulnerabilida<strong>de</strong> econômica e ampliar a agregação <strong>de</strong> valor à produção agropecuáriaregional.Estes vetores integra<strong>do</strong>s, operacionaliza<strong>do</strong>s através <strong>do</strong>s programas e projetos,<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam um processo <strong>de</strong> mudança que combina aumento da competitivida<strong>de</strong>regional, conservação <strong>do</strong>s seus ecossistemas, e melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dapopulação, levan<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, como mostra o diagrama abaixo:Vetores <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong>157


A estratégia, seus programas e projetos <strong>de</strong>vem ser distribuí<strong>do</strong>s no território <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> comas características diferenciadas das microrregiões, seus estrangulamentos e principaispotencialida<strong>de</strong>s.5.4 Programas e ProjetosOs vetores estratégicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sagregam-se e são operacionaliza<strong>do</strong>satravés <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> programas e projetos. Estes estão apresenta<strong>do</strong>s a seguir,agrupa<strong>do</strong>s nos vetores que articulam e integram suas ações.VETOR 1 – Democratização e Melhoria da Gestão PúblicaO eixo estratégico <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> Democratização e Melhoria da Gestão Pública seoperacionaliza através <strong>de</strong> <strong>do</strong>is programas e quatro projetos, como apresenta<strong>do</strong> abaixo:Programa 1 - Melhoria da gestão públicaDe um mo<strong>do</strong> geral, os governos brasileiros (nas diversas esferas) <strong>de</strong>monstramuma baixa eficácia e limitada eficiência na gestão <strong>do</strong>s projetos e execução <strong>do</strong>orçamento, que gera gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> recursos e limita o impacto dasações governamentais. Para o <strong>de</strong>senvolvimento regional, é fundamental quemelhore a gestão pública na implementação <strong>do</strong>s programas e projetos, o que<strong>de</strong>manda uma mo<strong>de</strong>rnização e reestruturação da máquina pública e capacitação<strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res públicos. O programa se volta para a melhoria da eficiência, daeficácia e da efetivida<strong>de</strong>, operacionaliza<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s seguintes projetos:Fortalecimento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestãoO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Fortalecimento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão das prefeituras <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>por meio <strong>de</strong> capacitação, tecnologia da informação, aprimoramentogerencial etc.;• Estímulo à integração das políticas públicas e da articulação institucionalem to<strong>do</strong>s os segmentos e órgãos da socieda<strong>de</strong> civil organizadas;• Redução <strong>do</strong> <strong>de</strong>sperdício <strong>do</strong>s recursos públicos;• Combate à corrupção na administração pública;• Re<strong>de</strong>finição das competências <strong>de</strong> atribuições e distribuições <strong>de</strong> recursosfinanceiros fe<strong>de</strong>rais e estaduais para os municípios;158


• Redução <strong>do</strong> número <strong>de</strong> cargos comissiona<strong>do</strong>s em todas as esferas;• Serieda<strong>de</strong>, transparência e honestida<strong>de</strong> na administração pública, queinclui dar publicida<strong>de</strong> às ativida<strong>de</strong>s, ações e gastos públicos, com acriação <strong>do</strong>s Conselhos <strong>de</strong> Gestão Fiscal (esta<strong>do</strong>s e municípios) emobediência a Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal;• Introdução da gestão por resulta<strong>do</strong>s e mecanismos <strong>de</strong> avaliaçãogerencial.Qualificação <strong>do</strong>s recursos humanosO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Capacitação e qualificação a<strong>de</strong>quadas <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res e agentes dagestão pública local, visan<strong>do</strong> à eficiência;• Estímulo à profissionalização <strong>do</strong>s secretários <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, técnicos egerentes <strong>do</strong>s órgãos públicos, que impe<strong>de</strong> os políticos <strong>de</strong> <strong>de</strong>smontar amáquina pública, propician<strong>do</strong> políticas <strong>de</strong> longo prazo.Parceria e <strong>de</strong>scentralização administrativaO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Criação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> integrada entre po<strong>de</strong>r público e ONG, voltada para ocontrole social nas diversas áreas <strong>de</strong> atuação;• Descentralização institucional com mais po<strong>de</strong>r para os municípios, paraa<strong>de</strong>quar e capacitar suas estruturas organizacionais para execução <strong>de</strong>políticas e gestão, incluin<strong>do</strong> gestão ambiental <strong>de</strong> impacto local;• Descentralização da execução <strong>de</strong> projetos com transferência <strong>de</strong> parte dasresponsabilida<strong>de</strong>s para as comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> são implementa<strong>do</strong>s.Programa 2 - Fortalecimento da organização da socieda<strong>de</strong> e da participação socialApesar <strong>de</strong> avanços importantes, registra<strong>do</strong>s nas últimas décadas, a gestãopública brasileira ainda é pouco transparente e <strong>de</strong>mocrática nos processos<strong>de</strong>cisórios. Embora tenha se amplia<strong>do</strong> bastante a participação da socieda<strong>de</strong> nadiscussão das priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> projetos, as <strong>de</strong>cisões aindasão controladas por grupos dirigentes e técnicos <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> aparelho <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Para ampliar a participação e a <strong>de</strong>mocratização das instituições públicas, énecessário aumentar a organização da socieda<strong>de</strong> e ampliar os canais <strong>de</strong>representação e participação, através <strong>do</strong>s projetos seguir.Aumento da organização da socieda<strong>de</strong>O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Fortalecimento das entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> representação <strong>do</strong>s produtores;159


• Fortalecimento institucional <strong>de</strong> organizações não governamentais, rurais,urbanas, associações, cooperativas e OSCIP - Organizações daSocieda<strong>de</strong> Civil <strong>de</strong> Interesse Público;• Qualificação <strong>do</strong>s conselhos e agentes sociais para implementação <strong>do</strong>controle e fiscalização social;• Implementação <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> apoio prático <strong>de</strong> assessoria na áreajurídica, técnica e operacional para cooperativas e associaçõesprodutivas;• Incentivo à organização rural e ao associativismo.Ampliação <strong>do</strong>s espaços <strong>de</strong> participação e representaçãoO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Criação <strong>de</strong> fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates com participação <strong>de</strong> diferentes segmentosda socieda<strong>de</strong>;• Criação <strong>de</strong> fórum empresarial <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>;• Fortalecimento da participação política da socieda<strong>de</strong> civil organizada noprocesso <strong>de</strong> gestão pública;• Concessão <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> veto aos conselheiros das instâncias <strong>de</strong>liberativas<strong>de</strong> participação nos Esta<strong>do</strong>s e municípios com mandato mínimo <strong>de</strong> 2 anos(irremovíveis durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> seu mandato);• Criação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> controle social, que possibilitam a participação<strong>do</strong>s diferentes segmentos da socieda<strong>de</strong> nas tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão;• Democratização das <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> aplicação orçamentária e financeira <strong>do</strong>srecursos públicos, assim como no monitoramento e avaliação das políticase orçamentos públicos.VETOR 2 - Gestão Ambiental e Recuperação <strong>do</strong> Meio AmbienteO eixo estratégico <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento Gestão Ambiental e Recuperação <strong>do</strong>Meio Ambiente operacionaliza-se através <strong>de</strong> três programas, <strong>de</strong>sagrega<strong>do</strong>s emnove projetos.Programa 1 - Gestão integrada <strong>de</strong> recursos hídricosA Região <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem um <strong>do</strong>s maiores mananciais <strong>de</strong> recursos hídricos <strong>do</strong>Brasil, constituin<strong>do</strong> centro importante <strong>do</strong> sistema hidrográfico da América <strong>do</strong> Sul.Entretanto, as pressões antrópicas que <strong>de</strong>correm da expansão da fronteiraagrícola e da exploração hidrelétrica provocam <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>s recursos hídricose <strong>de</strong> bacias hidrográficas e ameaçam uma das principais riquezas da região. Emresposta a esta situação será implanta<strong>do</strong> o programa <strong>de</strong> gestão integrada <strong>de</strong>160


ecursos hídricos, utilizan<strong>do</strong> as bacias hidrográficas como base <strong>do</strong> planejamento.O programa será implementa<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s seguintes projetos:Montagem <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> prevenção e controle da poluição da água comabordagem nas diferentes bacias hidrográficas da região, em base aos Comitês<strong>de</strong> Bacias, asseguran<strong>do</strong> proteção a to<strong>do</strong>s os mananciais.Revitalização, conservação e recuperação <strong>do</strong>s lagos e rios, das matas ciliares enascentes.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Recuperação das matas ciliares e das nascentes <strong>do</strong>s principais rios daRegião;• Revitalização <strong>do</strong>s lagos e rios;• Contenção das ativida<strong>de</strong>s econômicas potencialmente polui<strong>do</strong>ras <strong>do</strong>s rios,lagos e nascentes.Definição <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> para as hidrovias, especialmente ashidrovias Araguaia/Tocantins e Paraguai, a<strong>de</strong>quan<strong>do</strong> o modal hidroviário (barca,chata) ao meio ambiente.Definição <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte local das bacias para orientar os padrões <strong>de</strong>utilização das áreas <strong>de</strong> bacia, vetan<strong>do</strong> interferências que alteram a dinâmica <strong>do</strong>regime hídrico.Proteção das zonas <strong>de</strong> carga e recarga <strong>do</strong> Aqüífero Guarani.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Definição <strong>de</strong> parâmetros para carga e recarga;• Montagem <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> monitoramento.Programa 2 - Reestruturação e fortalecimento da gestão ambientalA gestão ambiental <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, tanto <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral quanto <strong>do</strong>s órgãosestaduais, apresenta gran<strong>de</strong>s lacunas institucionais e <strong>de</strong> instrumentos paratécnicos e operacionais a fim <strong>de</strong> exercer o efetivo controle das ativida<strong>de</strong>seconômicas sobre o meio ambiente, apesar <strong>do</strong>s elementos normativos gerais.Para contornar estas limitações e, portanto, promover uma reorientação <strong>do</strong>mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e das relações da economia e socieda<strong>de</strong> com anatureza, será implementa<strong>do</strong> o programa <strong>de</strong> reestruturação e fortalecimento dagestão ambiental, estrutura<strong>do</strong> nos seguintes projetos:161


Definição <strong>de</strong> instrumentos e mecanismos <strong>de</strong> gestão e controle <strong>do</strong> meio ambiente.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Elaboração <strong>de</strong> Zoneamento Econômico e Ecológico Regional, ecompatibilização <strong>do</strong>s zoneamentos <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral e <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s,incluin<strong>do</strong> cartografia geológica (para recursos hídricos e minerais);• Fomento para elaboração <strong>de</strong> Agendas 21 locais;• Fortalecimento <strong>do</strong> licenciamento ambiental para prevenção, controle emonitoramento da exploração econômica <strong>de</strong> recursos naturais em áreasprivadas e da poluição <strong>do</strong> ar e <strong>do</strong> solo;• Definição <strong>de</strong> competências e regras para preservação <strong>do</strong> meio ambiente eutilização sustentável <strong>do</strong>s recursos naturais;• Definição <strong>de</strong> normas para exploração econômica <strong>do</strong>s recursos naturaisem áreas privadas;• Montagem <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> prevenção e controle da poluição <strong>do</strong> ar e <strong>do</strong>solo.Implementação <strong>de</strong> normas e procedimentos operacionais <strong>de</strong> controle ambientalO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Regularização e controle das áreas <strong>de</strong>volutas;• Mecanismos operacionais <strong>de</strong> controle e comercialização <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>agrotóxico, implementan<strong>do</strong> a lei que regulamenta o uso <strong>de</strong> agrotóxico;• Proteção das cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s efeitos da aplicação aérea <strong>de</strong> agrotóxicos;• Consi<strong>de</strong>ração integral das planícies aluviais como reserva legal dasproprieda<strong>de</strong>s rurais, visan<strong>do</strong> a sua proteção;• Proibição da exploração <strong>de</strong> carvoarias <strong>de</strong> abastecimento das si<strong>de</strong>rúrgicas;• Controle da introdução e invasão <strong>de</strong> espécimes exóticos ina<strong>de</strong>quada aosbiomas;• Proteção <strong>de</strong> áreas e espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção, mecanismos,instrumentos para a recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas;• Contenção rigorosa <strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento na forma da lei;• Combate à erosão e incentivo à recuperação <strong>de</strong> solos <strong>de</strong>grada<strong>do</strong>s.162


Estruturação e fortalecimento <strong>do</strong>s organismos <strong>de</strong> gestão ambiental fe<strong>de</strong>ral,estaduais e municipais.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Melhoria da infra-estrutura material das instituições <strong>de</strong> gestão ambiental;• Qualificação e ampliação <strong>do</strong>s recursos humanos <strong>do</strong>s órgãos fiscaliza<strong>do</strong>res<strong>do</strong> meio ambiente;• Ampliação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fiscalização <strong>do</strong> IBAMA com cre<strong>de</strong>nciamento<strong>de</strong> profissionais e com trabalho articula<strong>do</strong> junto às outras entida<strong>de</strong>spúblicas <strong>de</strong> meio ambiente (estaduais e municipais);• Fortalecimento <strong>do</strong> Sistema Nacional <strong>do</strong> Meio Ambiente - SISNAMA;• Montagem <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>s impactos ambientaisdas ativida<strong>de</strong>s produtivas;• Fortalecimento <strong>do</strong>s mecanismos e participação social no controle,fiscalização, monitoramento e cumprimento da legislação ambiental.Programa 3 - Valorização e conservação <strong>do</strong> meio ambienteA forma mais eficaz <strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> meio ambiente resi<strong>de</strong> na sua valorizaçãoe utilização econômica <strong>de</strong> forma racional, com base em tecnologias a<strong>de</strong>quadas<strong>de</strong>senvolvidas diretamente para os ecossistemas regionais. O programa <strong>de</strong>valorização e conservação <strong>do</strong> meio ambiente concentra - se em <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>sprojetos:Estímulo e orientação para uso econômico sustentável da biodiversida<strong>de</strong>regionalO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Intensificação e ampliação <strong>de</strong> pesquisas da biodiversida<strong>de</strong> (in situ e invitro) para classificação e patenteamento <strong>de</strong> espécies naturais;• Realização <strong>de</strong> ações para preservação e conservação ambiental dabiodiversida<strong>de</strong>;• Combate a todas as formas biopirataria com criação <strong>de</strong> mecanismos maiseficientes <strong>de</strong> controle e punição;• Regulamentação <strong>de</strong> legislação sobre as patentes <strong>de</strong> espécies naturais dabiodiversida<strong>de</strong>.3.2 Manejo sustentável das florestasO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Promoção <strong>de</strong> manejo florestal com rendimento sustenta<strong>do</strong> em gran<strong>de</strong>sestabelecimentos ou associações <strong>de</strong> pequenos e médios produtores;163


• Difusão <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> manejo sustentável;• Incentivo ao aproveitamento <strong>do</strong>s subprodutos florestais;• Criação e regularização <strong>de</strong> UC - Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação - e reservasextrativistas (públicas e privadas) em diferentes ecossistemas, queassegure a manutenção e, quan<strong>do</strong> pertinente, exploração sustentável <strong>do</strong>srecursos florestais, para integrar as populações tradicionais e regionais;• Conscientização <strong>de</strong> empresários e pequenos produtores sobre a questãoambiental.Implementação <strong>de</strong> corre<strong>do</strong>res ecológicos.Regularização fundiária das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação.VETOR 3 - Melhoria da Educação e Fortalecimento <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> P&DO eixo estratégico <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento Melhoria da Educação e Fortalecimento<strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> P&D <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> operacionaliza-se por meio <strong>de</strong> <strong>do</strong>isprogramas e oito projetos, como apresenta<strong>do</strong> a seguir:Programa 1 - <strong>Desenvolvimento</strong> e melhoria da educaçãoA educação da população centro-oestina é fator fundamental para a melhoria daqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e aumento das oportunida<strong>de</strong>s sociais, ao mesmo tempo emque representa uma contribuição <strong>de</strong>cisiva para a competitivida<strong>de</strong> regional,facilitan<strong>do</strong> a preparação da mão-<strong>de</strong>-obra e os avanços tecnológicos. O programa<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e melhoria da educação se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra nos seguintes projetos:Melhoria da educação básicaO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Implantação <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> nas escolas da Região;• Formação <strong>de</strong> quadros <strong>do</strong>centes, com valorização <strong>do</strong> professor (comremuneração digna, concurso público, e apoio tecnológico);• Qualificação continuada <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> educação básica;• Estu<strong>do</strong> e pesquisas sobre educação (com correção <strong>do</strong> fluxo escolar);• Implantação <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> gestão única da educação;• Introdução da educação ambiental <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> projeto pedagógico dasescolas formais.164


Ampliação da educação superiorO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Consolidar universida<strong>de</strong>s públicas integradas a instituições <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento e voltadas para as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoregional;• Ampliação <strong>de</strong> vagas, cursos e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> extensão para atendimentodas necessida<strong>de</strong>s da população.Formação e qualificação profissionalO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Promoção da educação profissional (básico, técnico e tecnológico);• Capacitação e qualificação profissional e técnica;• Capacitação <strong>do</strong>s agentes econômicos, incluin<strong>do</strong> gestão empresarial e <strong>de</strong>projetos;• Realização <strong>de</strong> inventário das reais necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação profissional;• Criação e implantação <strong>de</strong> <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Ensino Tecnológico Fe<strong>de</strong>ral (CEFET)em to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>;• Criação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> excelência para a formação e aperfeiçoamento damão-<strong>de</strong>-obra;• Fortalecimento e ampliação das escolas agrotécnicas.Combate ao analfabetismoPrograma 2 - Inovação, <strong>de</strong>senvolvimento e difusão <strong>de</strong> tecnologiaO <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico é uma necessida<strong>de</strong> básica para que a regiãoconsoli<strong>de</strong> e amplie sua competitivida<strong>de</strong> e, ao mesmo tempo, altere os processos<strong>de</strong> aproveitamento <strong>do</strong>s recursos naturais, contribuin<strong>do</strong> para a sustentabilida<strong>de</strong>ambiental da região, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver novos produtos e formas <strong>de</strong> utilizaçãoambiental sustentável. O programa <strong>de</strong> inovação, <strong>de</strong>senvolvimento e difusão <strong>de</strong>tecnologias implementa-se através <strong>do</strong>s seguintes projetos:Criação e qualificação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias(incluin<strong>do</strong> Universida<strong>de</strong>s)O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Ampliação da infra-estrutura <strong>de</strong> P&D nos centros regionais;• Formação <strong>de</strong> quadros e recursos humanos para pesquisa efuncionamento <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> pesquisa;165


• Intercâmbio <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> P&D com as universida<strong>de</strong>s regionais,brasileiras e estrangeiras, com <strong>de</strong>staque para os países da América <strong>do</strong>Sul.Implementação <strong>de</strong> pesquisa e o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico para geração <strong>de</strong>processos produtivos que aumentem a produtivida<strong>de</strong> e assegurem asustentabilida<strong>de</strong>, concentran<strong>do</strong> nos seguintes segmentos:O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Tecnologias das ca<strong>de</strong>ias produtivas prioritárias e seus elos centrais;• Tecnologias <strong>de</strong> novos segmentos da diversificação da estrutura produtiva;• Geração <strong>de</strong> tecnologias e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos produtosambientalmente sustentáveis, com alternativas ao uso <strong>de</strong> agrotóxicos,mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> produção agroflorestal, diversos usos florestais;• Ampliação <strong>do</strong> conhecimento e aproveitamento da biodiversida<strong>de</strong>;• <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> técnicas e processos <strong>de</strong> recuperação ambiental;• <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> gerenciamento integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> resíduossóli<strong>do</strong>s, com técnicas <strong>de</strong> reciclagem e aproveitamento <strong>do</strong> lixo.Montagem <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> metrologia, transferência e difusão <strong>de</strong> tecnologia parao sistema produtivo, com <strong>de</strong>staque para pequena e média empresa.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Implantar sistema <strong>de</strong> metrologia, proprieda<strong>de</strong> intelectual, informaçãotecnológica e tecnologia <strong>de</strong> gestão;• Criação <strong>de</strong> facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso aos conhecimentos tecnológicos jáexistentes;• Criação <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tecnologia;• Consolidação <strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> difusão e extensão tecnológica;• Implantação <strong>de</strong> incuba<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> empresas;• Reativação <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> assistência técnica e extensão rural comprofissionais capacita<strong>do</strong>s e valorizar o extencionista rural como agentedissemina<strong>do</strong>r <strong>de</strong> tecnologias para produtores rurais;Fortalecimento e integração <strong>do</strong>s sistemas estaduais <strong>de</strong> C&TO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Planejamento e articulação com diferentes segmentos <strong>do</strong> sistema(fomento, pesquisa, universida<strong>de</strong>s, setor produtivo etc.);• Capacitação em gestão tecnológica;• Fomento da articulação <strong>de</strong> pesquisa, ensino e socieda<strong>de</strong>, integran<strong>do</strong> asações <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimentotecnológico e sua difusão e extensão.166


VETOR 4 - Ampliação da Infra-Estrutura Social e UrbanaO eixo estratégico Ampliação da Infra-estrutura social e urbana se implementaatravés <strong>de</strong> quatro programas e nove projetos, como <strong>de</strong>scrito abaixo:Programa 1 - Ampliação e melhoria da infra-estrutura socialO <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem <strong>de</strong>ficiência no abastecimento <strong>de</strong> água e, principalmente,esgoto sanitário, influencian<strong>do</strong> negativamente na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e na saú<strong>de</strong>pública da população. O programa <strong>de</strong> ampliação e melhoria da infra-estruturasocial visa reverter este quadro através <strong>do</strong>s seguintes projetos:Fortalecimento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> regional.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Criação, fortalecimento e valorização da saú<strong>de</strong> preventiva;• Reestruturação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> respeitan<strong>do</strong> as características enecessida<strong>de</strong>s regionais, garantin<strong>do</strong> o atendimento regionaliza<strong>do</strong>;• Criação e fortalecimento <strong>de</strong> <strong>Centro</strong>s <strong>de</strong> Referência Regionais paraatendimento médico-hospitalar e tratamento integral a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à sua área<strong>de</strong> influência;• Monitoramento da saú<strong>de</strong> das populações que vivem em regiões <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mineração e expostas ao uso intensivo <strong>de</strong> agrotóxico;• Promoção e tratamento diferencia<strong>do</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s povos indígenas epopulações tradicionais, especialmente quilombolas.Ampliação <strong>do</strong> saneamento básicoO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Incremento e melhoria <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saneamento básico e ambiental,eliminan<strong>do</strong> o escoamento <strong>do</strong>s resíduos líqui<strong>do</strong>s e sóli<strong>do</strong>s nos rios;• Implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> instalações sanitárias mínimas (kit banheiro,tanque, fossa séptica etc.);• Gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s, contemplan<strong>do</strong> o processamento e<strong>de</strong>stinação nos municípios, e apoio aos municípios com estruturas <strong>de</strong>coleta e transporte;• Implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> coleta seletiva <strong>de</strong> lixo urbano;• Incentivo à reciclagem <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s com criação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong>reciclagem regional.167


Incentivo a práticas <strong>de</strong> lazer com a criação <strong>de</strong> parques, praças, ciclovias, centrospoliesportivos, teatros etc.Programa 2 - Valorização da diversida<strong>de</strong> cultural e construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> culturalA região <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> cultural, que constitui umaimportante potencialida<strong>de</strong> e riqueza, mas não valoriza esse patrimônio e temmanifesta<strong>do</strong> <strong>de</strong>srespeito pelas culturas e grupos étnicos tradicionais. Para o<strong>de</strong>senvolvimento sustentável, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem que ter respeito e apreço pelasdiversas representações culturais e construir sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sobre a diversida<strong>de</strong>.Este programa se operacionaliza através <strong>do</strong>s seguintes projetos:Fortalecimento da cultura regionalO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Revitalização <strong>do</strong> patrimônio histórico, cultural e artístico;• Fomento às manifestações culturais populares da região;• Criação <strong>de</strong> centro <strong>de</strong> tradição regional;• Fomento à criação <strong>de</strong> elementos simbólicos centro-oestinos, com base nasócio-biodiversida<strong>de</strong>;• Preservação <strong>do</strong> patrimônio cultural da região;• Intercâmbio entre universida<strong>de</strong>s sul-americanas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a valorizardiferentes manifestações culturais históricas e artísticas que formam umai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da região.Respeito e <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong>s povos indígenasO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Criação <strong>de</strong> conselhos <strong>de</strong> direitos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s povos indígenas no<strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (inclusive municipais);• Estímulo à manutenção e consolidação da integração das populaçõestradicionais visan<strong>do</strong> sua sustentabilida<strong>de</strong>;• Incentivo à criação <strong>de</strong> um mecanismo <strong>de</strong> unificação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> eregistro indígena e civil, garantin<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntificação étnica;• Orientação das ações públicas – educação, habitação e saú<strong>de</strong> - paraatendimento especial à população indígena e às minorias étnicas, <strong>de</strong>raças e <strong>de</strong> gênero;• Criação <strong>de</strong> regras e medidas <strong>de</strong> respeito e <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong>s povosindígenas e populações tradicionais, especialmente quilombolas.168


Programa 3 - Cidadania e segurança públicaA qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população passa necessariamente pela redução daviolência, <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais e discriminação, que <strong>de</strong>manda, portanto, umprograma volta<strong>do</strong> para esses problemas. Por outro la<strong>do</strong>, a persistência <strong>de</strong> altosíndices <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong> na região po<strong>de</strong> inibir os investimentos e acompetitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. O mesmo se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra nos seguintes projetos:Aumento da segurança públicaO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Aumento da eficácia da segurança pública na fronteira para eliminar a rota<strong>do</strong> tráfico na região, crian<strong>do</strong> parcerias entre os órgãos e as instânciasresponsáveis;• Mecanismos <strong>de</strong> combate à impunida<strong>de</strong> e criminalida<strong>de</strong>;• Criação e efetivação <strong>de</strong> dispositivos para a educação no trânsito;• Fortalecimento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> inteligência no combate à criminalida<strong>de</strong>,fundamentada em indica<strong>do</strong>res e monitoramento <strong>do</strong> crime organiza<strong>do</strong>;• Construção <strong>de</strong> presídios regionais <strong>de</strong> segurança máxima que permita oisolamento efetivo <strong>do</strong>s prisioneiros <strong>de</strong> alta periculosida<strong>de</strong>.Combate à discriminação social e inclusão social.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Erradicação <strong>do</strong> trabalho escravo, infantil e exploração sexual;• Combate à exploração sexual infanto-juvenil;• Criação <strong>de</strong> instrumentos para coibir qualquer tipo <strong>de</strong> discriminação social;• Conscientização <strong>de</strong> empresários e pequenos produtores sobre a questãosocial, estimulan<strong>do</strong> a responsabilida<strong>de</strong> social;• Conscientização <strong>do</strong>s proprietários da importância da reserva legal;• Criação <strong>de</strong> centros tecnológicos <strong>de</strong> inclusão digital acessíveis às camadas<strong>de</strong> baixa renda;• Incentivo à instalação <strong>de</strong> laboratórios <strong>de</strong> informática em associações,sindicatos e instituições públicas e privadas;• Criação <strong>de</strong> mecanismos para prove<strong>do</strong>res <strong>de</strong> internet com redução <strong>de</strong>custos para ampliação <strong>do</strong>s usuários <strong>de</strong> menor renda;• Implementação <strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> planejamento familiar.Programa 4 - Formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> urbana regionalA velocida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sorganização da expansão econômica <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>dificultaram a formação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s estruturada e hierarquizada comos fluxos qualifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pessoas e serviços que melhoram a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e169


criam competitivida<strong>de</strong> regional. Para enfrentar este problema, o programa <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> urbana no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>ve se organizar em torno <strong>do</strong>sseguintes projetos:Distribuição <strong>do</strong>s investimentos e ofertas <strong>de</strong> serviços sociais urbanos segun<strong>do</strong>critérios <strong>de</strong> integração e hierarquia <strong>de</strong> serviços por complexida<strong>de</strong> (saú<strong>de</strong>,educação, correios, bancos etc.);Integração da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s regional ao sistema nacional <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s comênfase ao <strong>Plano</strong> Nacional <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Urbano e Regional.Melhoria da gestão urbana e municipal.O projeto se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra nos seguintes subprojetos:• Regularização fundiária <strong>do</strong>s espaços urbanos;• Capacitação técnica e gerencial <strong>do</strong>s municípios;• Elaboração <strong>de</strong> <strong>Plano</strong>s Diretores.VETOR 5 – Ampliação da Infra-Estrutura Econômica e LogísticaO eixo estratégico <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento Ampliação da Infra-estrutura Econômica eLogística conta com três gran<strong>de</strong>s programas que se <strong>de</strong>sagregam em <strong>de</strong>zprojetos, como apresenta<strong>do</strong> abaixo:Programa 1 - Ampliação e recuperação <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> transporteO programa <strong>de</strong> ampliação e recuperação <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> transporte tem o objetivo<strong>de</strong> aumentar a competitivida<strong>de</strong> da economia, ao enfrentar os estrangulamentos<strong>de</strong> transporte e integrar fisicamente o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> com o resto <strong>do</strong> Brasil e <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, particularmente com os países andinos. A integração multimodal <strong>de</strong>transporte <strong>de</strong>ve abrir duas alternativas <strong>de</strong> escoamento da produção <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>: saída pelo Porto <strong>de</strong> Santarém, enfrentan<strong>do</strong> os <strong>de</strong>safios logísticos da BR163 e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoamento <strong>do</strong> porto; ou saída pelo Porto <strong>de</strong> Itaqui(Maranhão) combinan<strong>do</strong> hidrovia (até Couto Magalhães às margens <strong>do</strong> Araguaiacom ferrovia Norte-Sul e Carajás).O programa será implementan<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s nos seguintes projetos:Recuperação, ampliação, duplicação, pavimentação e melhoria da malharo<strong>do</strong>viária.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Pavimentação, asfaltamento e melhoria das seguintes ro<strong>do</strong>vias:170


- BR 364 - 124 km em Mato Grosso;- BR 163 - 1.174 km entre Nova Santa Helena (MT) e Santarém (PA);- BR 158 - 390 km entre Ribeirão Cascalheira (PA) e Vila Rica (MT);- BR 359 – entre Coxim (MS) e Mineiros (GO);- BR 050 – 52 km entre as divisas <strong>de</strong> GO, MG, e SP;- Ro<strong>do</strong>via ligan<strong>do</strong> Mato Grosso a Santa Cruz <strong>de</strong> la Sierra;- MS 040 – 240 km com ponte sobre o Rio Paraná (MS);- MS 306 – 72 km em Mato Grosso <strong>do</strong> Sul;- MT 100 – Mato Grosso;• Duplicação das seguintes ro<strong>do</strong>vias:- BR 163 <strong>de</strong> Cuiabá a Campo Gran<strong>de</strong>- R 040/050 – 72 km entre Luziânia e Cristalina.• Implantação das seguintes ro<strong>do</strong>vias:- Ro<strong>do</strong>via Transoceânica;- Anel regional-internacional (Goiânia – Campo Gran<strong>de</strong> - Cuiabá – SantaCruz – Salta e Assunção) que viabiliza a ligação Andina através daBolívia;- Projetos <strong>do</strong> IIRSA que viabilizam a integração continental e a saídapara o Pacífico.Ampliação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ferrovias e operacionalização <strong>do</strong> sistemaO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Implantação <strong>do</strong> trem turístico <strong>do</strong> Pantanal com melhoria em trecho <strong>de</strong> 467km entre Corumbá e Campo Gran<strong>de</strong>;• Construção <strong>do</strong> trecho <strong>de</strong> 400 km da Ferronorte entre Alto Araguaia (MT) eCuiabá (MT);• Construção <strong>do</strong> ramal ferroviário <strong>de</strong> Cuiabá e Porto Velho.Complementação e organização das hidrovias, incluin<strong>do</strong> eclusas.Ampliação e melhoria <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> aeroportos da Região.Implantação <strong>de</strong> plataformas logísticas multimodais.171


Programa 2 - Distribuição e diversificação da oferta <strong>de</strong> energiaEmbora tenha superávit <strong>de</strong> energia elétrica, o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> conta ainda com<strong>de</strong>ficiência na oferta <strong>de</strong> energia para áreas mais isoladas <strong>do</strong> território regional,<strong>de</strong>mandan<strong>do</strong> ampliação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão e, ao mesmo tempo, a criação<strong>de</strong> fontes alternativas. O programa <strong>de</strong> distribuição e diversificação <strong>de</strong> energia seimplementa através <strong>de</strong> quatro programas:Ampliação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> energia elétrica.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Implantação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão;• Implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> distribuição para enfrentar os principaisgargalos.Intensificação e a<strong>de</strong>nsamento da eletrificação rural na região.Ampliação <strong>de</strong> gasoduto aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao Norte <strong>de</strong> MS, Sul <strong>do</strong> MT, Goiás, e DF,mediante implantação <strong>de</strong> ramais <strong>do</strong> gasoduto.Diversificação da matriz energética.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Fomento à utilização <strong>de</strong> gás natural nas empresas;• Fomento à co-geração <strong>de</strong> energia elétrica;• Promoção da produção <strong>de</strong> biodíesel utilizan<strong>do</strong> produtos regionais;• Implantação <strong>de</strong> sistemas experimentais <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia eólica esolar.Além <strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> energia e <strong>de</strong> diversificação da matrizenergética <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, <strong>de</strong> interesse direto da Região, está prevista aimplantação <strong>de</strong> vários projetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia elétrica <strong>de</strong> interessenacional, aproveita o potencial <strong>de</strong> recursos hídricos, e viabiliza a exportação <strong>de</strong>energia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> para o resto <strong>do</strong> país. São as seguintes as usinashidrelétricas e térmicas <strong>de</strong>finidas para implantação na Região:172


Quadro 8 - Projetos <strong>de</strong> Hidrelétricas para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>USINA CAPACIDADE MW ESTADOCUSTO R$MILHÕESUsina Hidrelétrica Serra <strong>do</strong> Facão 212 GO 550Usina Hidrelétrica Corumbá IV 127 GO 321Usina Hidrelétrica Salto <strong>do</strong> RioVerdinho93 GO 223Usina Hidrelétrica <strong>de</strong> Salto 108 GO 195Usina Hidrelétrica Corumbá III 94 GO 187Usina Hidrelétrica Caçu 65 GO 180Usina Hidrelétrica Barra <strong>do</strong>s Coqueiros 90 GO 139Usina Hidrelétrica Olho d' Água 33 GO 108Usina Hidrelétrica Itumirim 50 GO 98Usina Hidrelétrica Espora 32 GO 82Usina Hidrelétrica Couto Magalhães 150. GO e MT 280Usina Hidrelétrica São Domingos 48. MS 153Usina Hidrelétrica Ponte <strong>de</strong> Pedra 176 MS e MT 259Usina Termelétrica Ibirité 852 MS 1.278Usina Termelétrica Três Lagoas 466 MS 699Nota: Estes projetos já estão previstos para implantação na Região até 2010, segun<strong>do</strong> levantamento feito pela RevistaExame.Programa 3 - Ampliação da telecomunicaçãoA dispersão da população no amplo território regional dificulta a universalização<strong>do</strong> acesso aos sistemas convencionais <strong>de</strong> telefonia. A telefonia celular, pela suaflexibilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> ser ampliada para áreas mais distantes e isoladas <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, permitin<strong>do</strong> uma integração e comunicação ampla da população, além <strong>de</strong>facilitar os negócios em áreas rurais. O programa se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra em <strong>do</strong>is projetos:Aumento da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> telefonia celularDifusão da internet e incentivo à criação <strong>de</strong> prove<strong>do</strong>res nos municípios ecomunida<strong>de</strong>s.173


VETOR 6 - Diversificação e A<strong>de</strong>nsamento das Ca<strong>de</strong>ias ProdutivasO eixo estratégico Diversificação e A<strong>de</strong>nsamento das Ca<strong>de</strong>ias Produtivas seimplementam através <strong>de</strong> sete programas e 35 projetos, como apresenta<strong>do</strong> aseguir:Programa 1 - Fortalecimento da agropecuáriaA agropecuária é o segmento mais dinâmico da economia centro-oestina e,embora com baixo valor agrega<strong>do</strong>, representa base importante para o<strong>de</strong>senvolvimento da economia e mesmo para a agregação <strong>de</strong> valor nobeneficiamento <strong>do</strong>s seus produtos. Desta forma, o programa <strong>de</strong> fortalecimento daagropecuária se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra nos seguintes projetos:Fortalecimento <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesas sanitárias animal e vegetal, abrangen<strong>do</strong>os países fronteiriços.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Montagem <strong>de</strong> sistema integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> pragas e <strong>do</strong>ençasna agropecuária;• Ampliação <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> vacinas e controle orgânico <strong>de</strong><strong>do</strong>enças e pragas;• Implementação <strong>de</strong> vacinação continuada e sistemática.Criação <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> produtos ecologicamente corretos (selo ver<strong>de</strong>) para osprodutos da região.Estímulo à melhoria tecnológica e aumento da produtivida<strong>de</strong> e da qualida<strong>de</strong> daagropecuária.Implantação <strong>de</strong> sistemas agroflorestais em pequenos e médios estabelecimentosrurais.Projetos <strong>de</strong> perímetros <strong>de</strong> irrigação.Programa 2 - Regularização fundiária e fortalecimento da agricultura familiarO <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> ainda não tem uma ampla e completa regularização fundiária etitulação <strong>de</strong> terras, representan<strong>do</strong> um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> conflitos fundiários; poroutro la<strong>do</strong>, a Região apresenta uma alta concentração fundiária com limita<strong>do</strong>espaço para a pequena produção e a agricultura familiar. Como resposta a este174


problema, o programa <strong>de</strong> regularização e fortalecimento da agricultura familiar,conta com os seguintes projetos:Regularização fundiária <strong>do</strong>tan<strong>do</strong> a região <strong>de</strong> pequenas e médias proprieda<strong>de</strong>srurais (titulação e assentamentos <strong>de</strong> reforma agrária).Promoção da agricultura familiar e da pequena agroindústria familiar.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Estímulo às associações e ao cooperativismo;• Criação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> comercialização e re<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> seusprodutos;• Assistência técnica e difusão <strong>de</strong> tecnologias.Estímulo à produção orgânica.O projeto se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra nos seguintes subprojetos:• Incentivo aos pequenos produtores para produção orgânica;• Assistência técnica e difusão <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> produção orgânica;• Implantação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> comercialização para produtos orgânicos;• Criação <strong>de</strong> selo <strong>de</strong> procedência e qualida<strong>de</strong> ambiental.Programa 3 - <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> turismo e <strong>do</strong> ecoturismoO programa orienta-se para o aproveitamento racional e sustentável <strong>do</strong>s atrativosnaturais e das belezas cênicas da Região para atração <strong>de</strong> turistas nacionais einternacionais, geran<strong>do</strong> renda e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho. O programa <strong>de</strong>turismo <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra-se nos seguintes projetos:Criação <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> turismo.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Recuperação e ampliação <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> transporte e acesso aos principaispontos turísticos da Região;• Fomento à recuperação <strong>de</strong> atrativos turísticos regionais.Ampliação e melhoria <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> apoio ao turismo.175


Capacitação e qualificação da mão-<strong>de</strong>-obra turística.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Implantação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> educação ambiental e turística nas regiões <strong>de</strong>incidência da ativida<strong>de</strong> turística;• Regulamentação da profissão <strong>de</strong> turismólogo.Criação e promoção <strong>de</strong> roteiros turísticos integra<strong>do</strong>s na Região, articulan<strong>do</strong> osdiferentes <strong>de</strong>stinos e atrativos.Programa 4 - Formação <strong>de</strong> parque industrial e <strong>de</strong> serviços avança<strong>do</strong>sO merca<strong>do</strong> interno e as potencialida<strong>de</strong>s regionais po<strong>de</strong>m viabilizar a formação <strong>de</strong>um parque industrial no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, por meio da diversificação da estruturaprodutiva,a fim <strong>de</strong> ampliar as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> renda e emprego da população.Este programa se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra nos seguintes projetos:Formação <strong>de</strong> uma capacida<strong>de</strong> produtiva <strong>de</strong> produtos industriais com base nabiodiversida<strong>de</strong> regional.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Difusão <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> aproveitamento da biodiversida<strong>de</strong> e dainformação genética;• Incentivo às empresas para investimento na bio-indústria;• Promoção <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> comercialização <strong>do</strong>s produtos.Criação <strong>de</strong> um pólo químico industrial <strong>de</strong> alta tecnologia.Implantação <strong>de</strong> indústrias <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo para a <strong>de</strong>manda regional.Fortalecimento da indústria extrativa mineral e da minera-metalurgia.Ampliação da indústria da construção civil.Instalação <strong>de</strong> áreas industriais nos Esta<strong>do</strong>s da Região.Ampliação <strong>do</strong>s serviços avança<strong>do</strong>s (tecnologia, sistemas <strong>de</strong> inteligência elogística, setor médico-hospitalar, serviços educacionais etc.).176


Programa 5 - A<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivasComo forma <strong>de</strong> agregar valor à produção regional e diversificar a base produtiva<strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, <strong>de</strong> forma a reduzir sua vulnerabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pendência daagropecuária, <strong>de</strong>ve promover o a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivas, e contribuirpara diversificar a pauta <strong>de</strong> exportação com inclusão <strong>de</strong> bens industrializa<strong>do</strong>s,programa que se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra nos seguintes projetos:Beneficiamento e industrialização das ca<strong>de</strong>ias produtivas <strong>do</strong>s grãos.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Fomento à implantação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processamento <strong>do</strong>s grãos naprodução <strong>de</strong> óleos, pastas e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s;• Promoção da implantação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> biocombustível àbase <strong>de</strong> grãos;• Assistência técnica e difusão <strong>de</strong> tecnologias para novos elos da ca<strong>de</strong>ia;• Apoio na montagem <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> comercialização das novas ativida<strong>de</strong>sprodutivas.Beneficiamento e industrialização da ca<strong>de</strong>ia produtiva da pecuária <strong>de</strong> corteO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Fomento à implantação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> beneficiamento da pecuária <strong>de</strong>corte na produção <strong>de</strong> carnes especiais e embutidas (bovina, suína eavícola, além <strong>de</strong> jacaré, peixe, ovinos e outros);• Fomento a curtumes para beneficiamento <strong>do</strong> couro da pecuária;• Incentivo à implantação <strong>de</strong> indústria <strong>de</strong> calça<strong>do</strong>s que aproveite <strong>do</strong> couroproduzi<strong>do</strong> na região;• Assistência técnica e difusão <strong>de</strong> tecnologias para novos elos da ca<strong>de</strong>iaprodutiva;• Apoio na montagem <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> comercialização das novas ativida<strong>de</strong>sprodutivas.Enca<strong>de</strong>amento da ca<strong>de</strong>ia <strong>do</strong> algodão com implantação <strong>de</strong> tecelagens e indústria<strong>de</strong> confecçõesEnca<strong>de</strong>amento da produção florestal-ma<strong>de</strong>ireira para usos múltiplosO projeto contempla os seguintes subprojetos:• Fomento à implantação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> beneficiamento da ma<strong>de</strong>ira naprodução <strong>de</strong> prensa<strong>do</strong>s, compensa<strong>do</strong>s etc.;177


• Fomento à instalação <strong>de</strong> indústria moveleira regional;• Incentivo à produção <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> biomassa e aproveitamento <strong>do</strong>sresíduos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira;• Assistência técnica e difusão <strong>de</strong> tecnologias para novos elos da ca<strong>de</strong>iaprodutiva;• Apoio na montagem <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> comercialização das novas ativida<strong>de</strong>sprodutivas.Implantação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s industriais para a produção <strong>de</strong> matérias primas einsumos da agropecuária, como implementos agrícolas, embalagens, e adubos e<strong>de</strong>fensivos (submeti<strong>do</strong>s ao controle ambiental quan<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivosquímicos), incluin<strong>do</strong> <strong>de</strong>fensivos orgânicos para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda da agriculturaorgânica regional.Dinamização <strong>do</strong>s Arranjos Produtivos Locais, para estimular as economias <strong>de</strong>base local (<strong>de</strong>staque para piscicultura, pequena indústria láctea, apicultura,ovinocaprinocultura, confecções, e artesanato)O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Apoio tecnológico para melhoria da qualida<strong>de</strong> e aumento daprodutivida<strong>de</strong>;• Capacitação <strong>do</strong>s produtores e da mão-<strong>de</strong>-obra qualificada(empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e gestão <strong>de</strong> negócios);• Formação <strong>de</strong> cooperativa e <strong>de</strong> associações <strong>de</strong> produtores;• Montagem <strong>de</strong> re<strong>de</strong> e sistema <strong>de</strong> comercialização;• Criação <strong>de</strong> selo procedência e <strong>de</strong> autenticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos com ai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> centro-oestina.Programa 7 – Projetos <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbonoO <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> tem gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> geração e venda <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono,ao combinar aumento <strong>de</strong> receita com a conservação e mesmo recuperação <strong>do</strong>meio ambiente. Pelo menos em duas áreas o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> po<strong>de</strong> se tornar umven<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono. Este programa <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra-se nos seguintesprojetos:Reflorestamento <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas para venda <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Fomento ao reflorestamento <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas (consorcia<strong>do</strong> comespécies nativas) cre<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> como crédito <strong>de</strong> carbono;178


• Estímulo à indústria ma<strong>de</strong>ireira e moveleira em áreas reflorestadas;• Assistência técnica aos produtores para utilização a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>reflorestamento e estímulo à indústria ma<strong>de</strong>ireira e moveleira em áreasreflorestadas.Tratamento <strong>de</strong> efluentes e resíduos sóli<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s centros urbanos comprocessamento na forma <strong>de</strong> aterros sanitários.Processamento e tratamento <strong>do</strong>s efluentes da suinocultura.O projeto contempla os seguintes subprojetos:• Apoio tecnológico aos produtores para adaptação <strong>do</strong> processo etratamento <strong>do</strong>s efluentes;• Controle e fiscalização da suinocultura;• Fomento ao tratamento <strong>do</strong>s efluentes e seu cre<strong>de</strong>nciamento como crédito<strong>de</strong> carbono.5.5 Carteira <strong>de</strong> Projetos PrioritáriosO conjunto <strong>de</strong> projetos que formam a estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional foiprioriza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma Carteira <strong>de</strong> Projetos Prioritários. Destacam-seaqueles <strong>de</strong> maior relevância para o <strong>de</strong>senvolvimento regional 16 e nos quais<strong>de</strong>vem ser concentra<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os esforços das instituições comprometidas como futuro <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Os 25 projetos <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s na carteira representamaqueles consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> altíssima priorida<strong>de</strong>, e procuram contemplar to<strong>do</strong>s osvetores estratégicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a assegurar a sinergia ecomplementarida<strong>de</strong>. Os projetos da carteira estão apresenta<strong>do</strong>s a seguir,explicitan<strong>do</strong> objetivos, resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s e subprojetos. Para implementaçãoda estratégia será necessário melhorar e refinar a informação e, principalmente,complementar os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s projetos com a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> metas, custos, fontes<strong>do</strong>s recursos, e indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s para o acompanhamento.16 A priorida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>finida na Oficina Regional utilizan<strong>do</strong> uma matriz multi-critério que analisou a contribuição <strong>de</strong> cada projetopara três macro-objetivos: melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, conservação ambiental e competitivida<strong>de</strong> econômica da Região.179


Projeto 1 - Criação <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> turismoObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosAumento das ativida<strong>de</strong>sturísticas no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>,contribuin<strong>do</strong> para adiversificação da estruturaprodutiva.Elevação da renda e dasoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empregoda população.Fluxo turístico para a Regiãoamplia<strong>do</strong>.Participação <strong>do</strong> turismo naeconomia regional elevada.1. recuperação e ampliação <strong>de</strong> vias <strong>de</strong>transporte e acesso aos principais pontosturísticos da Região;2. fomento à recuperação <strong>de</strong> atrativosturísticos.Projeto 2 - Recuperação, ampliação, duplicação, pavimentação e melhoria da malharo<strong>do</strong>viária.Objetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosMelhoria <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong>transporte ro<strong>do</strong>viário daRegião.Aumento da competitivida<strong>de</strong>da economia regional.Melhoria da mobilida<strong>de</strong> eacessibilida<strong>de</strong> dapopulação.Integração físico-territorial<strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> com oresto <strong>do</strong> país e com osgran<strong>de</strong>s merca<strong>do</strong>sconsumi<strong>do</strong>res, incluin<strong>do</strong> aAmérica <strong>do</strong> Sul.Custo <strong>de</strong> transporte <strong>do</strong>sprodutos regionais reduzi<strong>do</strong>Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte ro<strong>do</strong>viáriarecuperada e ampliada1. Pavimentação, asfaltamento e melhoriadas seguintes ro<strong>do</strong>vias: BR-364 (124 kmem Mato Grosso), BR-163 (1.174 km entreNova Santa Helena e Santarém), BR-158(390 km entre Ribeirão Cascalheira e VilaRica), BR-359 (entre Coxim e Mineiros),BR-050 (52 km entre as divisas <strong>de</strong> GO,MG, e SP), ro<strong>do</strong>via ligan<strong>do</strong> Mato Grosso aSanta Cruz <strong>de</strong> la Sierra), MS-040 (240 kmcom ponte sobre o Rio Paraná-MS), MS-306 (72 km em Mato Grosso <strong>do</strong> Sul), MT-100 em Mato Grosso);2. Duplicação das ro<strong>do</strong>vias BR-163 <strong>de</strong>Cuiabá a São Paulo e BR-040 e 050 (72km entre Luziânia e Cristalina);3. Implantação das ro<strong>do</strong>vias Transoceânica,Anel regional-internacional (Goiânia –Campo Gran<strong>de</strong> - Cuiabá – Santa Cruz –Salta e Assunção), e projetos <strong>do</strong> IIRSA queviabiliza a integração continental e a Saídapara o Pacífico.180


Projeto 3 - Ampliação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ferrovias e operacionalização <strong>do</strong> sistemaObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosAumento da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>transportes ferroviário daRegião.Aumento da competitivida<strong>de</strong>da economia regional.Custo <strong>de</strong> transporte reduzi<strong>do</strong>.Sistema <strong>de</strong> transportecomplementa<strong>do</strong> epossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>multimodalida<strong>de</strong> ampliadas.1. Implantação <strong>do</strong> trem turístico <strong>do</strong> Pantanalcom melhoria em trecho <strong>de</strong> 467 km entreCorumbá (MS) e Campo Gran<strong>de</strong>;2. Construção <strong>do</strong> trecho <strong>de</strong> 400 km daFerronorte entre Alto Araguaia (MT) eCuiabá (MT);3. Construção <strong>do</strong> ramal ferroviário <strong>de</strong> Cuiabá ePorto Velho.Projeto 4 - Revitalização, Conservação e recuperação <strong>do</strong>s lagos e rios, das matasciliares e nascentesObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosConservação <strong>do</strong>s recursoshídricos <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.Rios e lagos <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>revitaliza<strong>do</strong>s e conserva<strong>do</strong>s.1. Recuperação das matas ciliares e dasnascentes <strong>do</strong>s principais rios da Região;2. Revitalização <strong>do</strong>s lagos e rios;3. Contenção das ativida<strong>de</strong>s econômicaspotencialmente polui<strong>do</strong>ras <strong>do</strong>s rios, lagos enascentes.Projeto 5 - Beneficiamento e industrialização das ca<strong>de</strong>ias produtivas <strong>do</strong>s grãosObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosA<strong>de</strong>nsamento da ca<strong>de</strong>iaprodutiva <strong>de</strong> grãos.Agregação <strong>de</strong> valor aosprodutos da agriculturamo<strong>de</strong>rna regional.Aumento da renda e dasoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego.Ca<strong>de</strong>ia produtiva integrada ecomplementada nos seusprincipais elos.1. Fomento à implantação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>processamento <strong>do</strong>s grãos na produção <strong>de</strong>óleos, pastas e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s;2. Promoção da implantação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>produção <strong>de</strong> biocombustível à base <strong>de</strong>grãos;3. Assistência técnica e difusão <strong>de</strong> tecnologiaspara novos elos da ca<strong>de</strong>ia;4. Apoio na montagem <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong>comercialização das novas ativida<strong>de</strong>sprodutivas .181


Projeto 6 - Enca<strong>de</strong>amento da produção florestal-ma<strong>de</strong>ireira para usos múltiplosObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosA<strong>de</strong>nsamento da ca<strong>de</strong>iaprodutiva florestalma<strong>de</strong>ireira.Agregação <strong>de</strong> valor aosprodutos da ativida<strong>de</strong>florestal-ma<strong>de</strong>ireira.Aumento da renda e dasoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego.Ca<strong>de</strong>ia produtiva integrada ecomplementada nos seusprincipais elos.1. Fomento à implantação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>beneficiamento da ma<strong>de</strong>ira na produção <strong>de</strong>prensa<strong>do</strong>s, compensa<strong>do</strong>s;.2. Fomento à instalação <strong>de</strong> indústria moveleiraregional;3. Incentivo à produção <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>biomassa e aproveitamento <strong>do</strong>s resíduos<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira;4. Assistência técnica e difusão <strong>de</strong> tecnologiaspara novos elos da ca<strong>de</strong>ia produtiva;5. Apoio na montagem <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong>comercialização das novas ativida<strong>de</strong>sprodutivas;Projeto 7 - Beneficiamento e industrialização da ca<strong>de</strong>ia produtiva da pecuária <strong>de</strong> corteObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosA<strong>de</strong>nsamento da ca<strong>de</strong>iaprodutiva da pecuária <strong>de</strong>corte;Agregação <strong>de</strong> valor aosprodutos da pecuária;Aumento da renda e dasoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego;Ca<strong>de</strong>ia produtiva integrada ecomplementada nos seusprincipais elos.1. Fomento à implantação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>beneficiamento da pecuária <strong>de</strong> corte naprodução <strong>de</strong> carnes especiais e embutidas(bovina, suína e avícola, além <strong>de</strong> jacaré,peixe, ovinos e outros);2. Fomento a curtumes para beneficiamento <strong>do</strong>couro da pecuária;3. Incentivo à implantação <strong>de</strong> indústria <strong>de</strong>calça<strong>do</strong>s que aproveite <strong>do</strong> couro produzi<strong>do</strong>na região;4. Assistência técnica e difusão <strong>de</strong> tecnologiaspara novos elos da ca<strong>de</strong>ia produtiva;5. Apoio na montagem <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong>comercialização das novas ativida<strong>de</strong>sprodutivas.182


Projeto 8 - Criação e qualificação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>tecnologiasObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s Subprojetos<strong>Desenvolvimento</strong> científico etecnológico da Região.Criação <strong>de</strong> ambiente <strong>de</strong>inovação na Região.Introdução <strong>de</strong> novastecnologias para elevaçãoda produtivida<strong>de</strong> e para asustentabilida<strong>de</strong> ambiental.Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa e<strong>de</strong>senvolvimento tecnológicoda Região ampliada.Recursos humanos para P&Damplia<strong>do</strong>s.1. Ampliação da infra-estrutura <strong>de</strong> P&D noscentros regionais;2. Formação <strong>de</strong> quadros e recursos humanospara pesquisa e funcionamento <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong>pesquisa;3. Intercâmbio <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> P&D com asuniversida<strong>de</strong>s regionais, brasileiras eestrangeiras, com <strong>de</strong>staque para os países daAmérica <strong>do</strong> Sul.Projeto 9 - Diversificação da matriz energéticaObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosAmpliação das fontes <strong>de</strong>energia alternativa <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.Aumento da participação dasenergias limpas na matrizenergética.Matriz energética regionaldiversificada.1. Fomento à utilização <strong>de</strong> gás natural nasempresas;2. Fomento à co-geração <strong>de</strong> energia elétrica;3. Promoção da produção <strong>de</strong> biodíeselutilizan<strong>do</strong> produtos regionais;4. Implantação <strong>de</strong> sistemas experimentais <strong>de</strong>geração <strong>de</strong> energia eólica e solar.Projeto 10 - Promoção da agricultura familiar e da pequena agroindústria familiarObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosMelhoria da renda <strong>do</strong>pequeno agricultor familiar.Agregação <strong>de</strong> valor aosprodutos da agriculturafamiliar.Agricultura familiar consolidadae fortalecida.1. Estímulo às associações e ao cooperativismo;2. Criação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> comercialização e re<strong>de</strong><strong>de</strong> abastecimento <strong>do</strong>s produtos da agriculturafamiliar;3. Assistência técnica e difusão <strong>de</strong> tecnologias.183


Projeto 11 - Proteção das zonas <strong>de</strong> carga e recarga <strong>do</strong> Aqüífero GuaraniObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosConservação <strong>do</strong>s recursoshídricos <strong>do</strong> aqüíferoGuarani.Carga e recarga <strong>do</strong> AqüíferoGuarani controlada.1. Definição <strong>de</strong> parâmetros para carga erecarga;2. Montagem <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> monitoramento.Projeto 12 - Formação e qualificação profissionalObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosMelhora da qualificaçãotécnica e profissional damão-<strong>de</strong>-obra regional.Aumento da oferta <strong>de</strong> mão<strong>de</strong>-obraqualificada para asnecessida<strong>de</strong>s da economiaregional.Aumento da renda e dasoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong><strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.Instituições <strong>de</strong> formaçãoprofissional e tecnológicafortalecidas e qualificadas.Capacitação profissional etécnica ampliada.Demanda <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obraqualificada regional atendida.1. Promoção da educação profissional(básico, técnico e tecnológico);2. Capacitação e qualificação profissional etécnica;3. Capacitação <strong>do</strong>s agentes econômicos,incluin<strong>do</strong> gestão empresarial e gestão <strong>de</strong>projetos;4. Realização <strong>de</strong> inventário das reaisnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação profissional;5. Criação e implantação <strong>de</strong> centro <strong>de</strong> ensinotecnológico fe<strong>de</strong>ral (CEFET) em to<strong>do</strong>s osesta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>;6. Criação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> excelência para aformação e aperfeiçoamento da mão <strong>de</strong>obra;7. Fortalecimento e ampliação das escolasagrotécnicas.Projeto 13 - Ampliação <strong>do</strong> saneamento básicoObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosMelhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida e das condiçõessanitárias da população.Ampliação das condições<strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong> urbana daregião.Abastecimento <strong>de</strong> água <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios regionais amplia<strong>do</strong>.Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgotamento sanitárioda região ampliada.Coleta e tratamento <strong>de</strong>resíduos sóli<strong>do</strong>s ampliada.1. Incremento e melhoria <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong>saneamento básico e ambiental,eliminan<strong>do</strong> o escoamento <strong>do</strong>s resíduoslíqui<strong>do</strong>s e sóli<strong>do</strong>s nos rios;2. Implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> instalaçõessanitárias mínimas (kit banheiro, tanque,fossa séptica, etc.);3. Gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s,contemplan<strong>do</strong> o processamento e<strong>de</strong>stinação nos municípios, e apoio aosmunicípios com estruturas <strong>de</strong> coleta etransporte;4. Implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> coleta seletiva<strong>de</strong> lixo urbano;5. Incentivo à reciclagem <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>scom criação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> reciclagemregional.184


Projeto 14 - Fortalecimento da cultura regionalObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosFormação <strong>de</strong> umai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural centrooestina.Revitalização <strong>do</strong> patrimôniohistórico, cultural e artísticoda Região.Fortalecimento <strong>do</strong>imaginário social.Patrimônio histórico, cultural eartístico <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>revitaliza<strong>do</strong>.1. Revitalização <strong>do</strong> patrimônio histórico,cultural e artístico;2. Fomento às manifestações culturaispopulares da região;3. Criação <strong>de</strong> centro <strong>de</strong> tradição regional;4. Fomento à criação <strong>de</strong> elementossimbólicos centro-oestinos, com basena sócio-biodiversida<strong>de</strong>;5. Preservação <strong>do</strong> patrimônio cultural daregião6. Intercâmbio entre universida<strong>de</strong>s sulamericanas,valorizan<strong>do</strong> diferentesmanifestações culturais históricas eartísticas que formam uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>da região.Projeto 15 - Melhoria da gestão urbana e municipalObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosAumento da eficiência dagestão <strong>do</strong>s municípios.Ampliação <strong>do</strong>s instrumentos<strong>de</strong> gestão urbana.Sistemas <strong>de</strong> gestão urbanaqualifica<strong>do</strong>s e capacita<strong>do</strong>s.1. Regularização fundiária <strong>do</strong>s espaçosurbanos;2. Capacitação técnica e gerencial <strong>do</strong>smunicípios;3. Elaboração <strong>de</strong> <strong>Plano</strong>s Diretores.Projeto 16 - Melhoria da educação básicaObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosElevação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong> da populaçãoregional.Elevação da formaçãointelectual e técnica dascrianças e jovens.Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino nasescolas <strong>de</strong> educação básicamelhorada.Sistema <strong>de</strong> ensino em tempointegral implanta<strong>do</strong> eamplia<strong>do</strong>.Eficiência e eficácia da gestão<strong>do</strong> sistema educacionalaumentada.1. Implantação <strong>de</strong> infra-estruturaa<strong>de</strong>quada;2. Formação <strong>de</strong> quadros <strong>do</strong>centes, comvalorização <strong>do</strong> professor (inclusiveremuneração digna, concurso público,e apoio tecnológico);3. Qualificação continuada <strong>de</strong>profissionais <strong>de</strong> educação básica;4. Estu<strong>do</strong> e pesquisas sobre educação(inclui correção <strong>do</strong> fluxo escolar);5. Implantação <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> gestãoúnica da educação;6. Introdução da educação ambiental<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> projeto pedagógico dasescolas formais.185


Projeto 17 - Reflorestamento <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadasObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosRecuperação da coberturaflorestal da região.Aumento da renda e <strong>do</strong>emprego através <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>carbono e da indústriama<strong>de</strong>ireira sustentável.Participação <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>na venda <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>carbono ampliada.Cobertura florestal aumentada.Indústria ma<strong>de</strong>ireira emoveleira sustentávelampliada.1. Fomento ao reflorestamento <strong>de</strong> áreas<strong>de</strong>gradadas (consorcia<strong>do</strong> comespécies nativas) cre<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> comocrédito <strong>de</strong> carbono;2. Estímulo à indústria ma<strong>de</strong>ireira emoveleira em áreas reflorestadas;3. Assistência técnica aos produtorespara utilização a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>reflorestamento.Projeto 18 - Estímulo e orientação para uso econômico sustentável da biodiversida<strong>de</strong>Objetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosRedução <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><strong>de</strong>struição dabiodiversida<strong>de</strong> regional.Domínio da informaçãogenética da biodiversida<strong>de</strong>pela Região.Número <strong>de</strong> patentes <strong>de</strong>espécies naturais pelasinstituições regionaisaumentada.Pirataria da biodiversida<strong>de</strong> eda informação genéticacontida.1. Intensificação e ampliação <strong>de</strong>pesquisas da biodiversida<strong>de</strong> (in situ ein vitro) para classificação epatenteamento <strong>de</strong> espécies naturais;2. Realização <strong>de</strong> ações para preservaçãoe conservação ambiental dabiodiversida<strong>de</strong>;3. Combate a todas as formas <strong>de</strong>biopirataria com criação <strong>de</strong>mecanismos mais eficientes <strong>de</strong>controle e punição;4. Regulamentação <strong>de</strong> legislação sobreas patentes <strong>de</strong> espécies naturais dabiodiversida<strong>de</strong>.Projeto 19 - Ampliação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> energia elétricaObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosAumento da competitivida<strong>de</strong>da economia regional.A<strong>de</strong>nsamento da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>transmissão <strong>de</strong> energiaelétrica no território regional.Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong>energia elétrica a<strong>de</strong>nsada noterritório.1. Implantação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão;2. Implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> distribuiçãopara enfrentar os principais gargalos.186


Projeto 20 - Estímulo à produção orgânicaObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosAumento da ativida<strong>de</strong>agropecuário orgânica.Aproveitamento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>nacional e internacional <strong>de</strong>produtos orgânicos.Produção <strong>de</strong> produtosorgânicos aumentada.Renda <strong>do</strong>s pequenosprodutores rurais elevada.1. Incentivo aos pequenos produtorespara produção orgânica;2. Assistência técnica e difusão <strong>de</strong>tecnologias <strong>de</strong> produção orgânica;3. Implantação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong>comercialização para produtosorgânicos;4. Criação <strong>de</strong> selo <strong>de</strong> procedência equalida<strong>de</strong> ambiental.Projeto 21 - Fortalecimento <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesas sanitárias animal e vegetalObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosAumento das condiçõessanitárias da agropecuáriaregional.Ampliação da credibilida<strong>de</strong>nos merca<strong>do</strong>s mundiais <strong>do</strong>sprodutos da agropecuáriaregional.Aftosa erradicada <strong>do</strong> ga<strong>do</strong>centro-oestino.Propagação <strong>de</strong> pragasreduzida.1. Montagem <strong>de</strong> sistema integra<strong>do</strong> <strong>de</strong>monitoramento <strong>de</strong> pragas e <strong>do</strong>ençasna agropecuária;2. Ampliação <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>vacinas e controle orgânico <strong>de</strong><strong>do</strong>enças e pragas;3. Implementação <strong>de</strong> vacinaçãocontinuada e sistemática.Projeto 22 - Manejo sustentável das florestasObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosConservação <strong>do</strong>s recursosflorestais pela difusão <strong>de</strong>técnicas <strong>de</strong> manejo.Aproveitamento sustentável<strong>do</strong>s recursos florestais daRegião.Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento daativida<strong>de</strong> florestal-ma<strong>de</strong>ireirareduzida.Aproveitamento <strong>do</strong>s recursosflorestais amplia<strong>do</strong>.1. Promoção <strong>de</strong> manejo florestal comrendimento sustenta<strong>do</strong> em gran<strong>de</strong>sestabelecimentos ou associações <strong>de</strong>pequenos e médios produtores;2. Difusão <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> manejosustentável;3. Incentivo ao aproveitamento <strong>do</strong>ssubprodutos florestais;4. Criação e regularização <strong>de</strong> UC -Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação - ereservas extrativistas (públicas eprivadas) em diferentes ecossistemas,que assegura a manutenção e,quan<strong>do</strong> pertinente, exploraçãosustentável <strong>do</strong>s recursos florestais, ebusca integração das populaçõestradicionais e regionais;5. Conscientização <strong>de</strong> empresários epequenos produtores sobre a questãoambiental.187


Projeto 23 - Formação <strong>de</strong> uma capacida<strong>de</strong> produtiva da indústria com base nabiodiversida<strong>de</strong>Objetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosReorientação da produçãopara aproveitamentosustentável <strong>do</strong>s recursosnaturais.Aumento da renda e <strong>do</strong>emprego <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> naRegião.Empresas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>essências, cosméticos, eespéciesmedicinaisimplantadas.1. Difusão <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong>aproveitamento da biodiversida<strong>de</strong> e dainformação genética;2. Incentivo às empresas parainvestimento na bio-indústria;3. Promoção <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong>comercialização <strong>do</strong>s produtos.Projeto 24 - Dinamização <strong>do</strong>s Arranjos Produtivos LocaisObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosAumento da competitivida<strong>de</strong> daeconomia <strong>de</strong> base local e dapequena produção.<strong>Desenvolvimento</strong> local em base àsvocações e capacida<strong>de</strong>empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra.Geração <strong>de</strong> renda e emprego.Arranjos produtivos locaisconsolida<strong>do</strong>s e competitivos.1. Apoio tecnológico paramelhoria da qualida<strong>de</strong> eaumento da produtivida<strong>de</strong>;2. Capacitação <strong>do</strong>sprodutores e da mão-<strong>de</strong>obraqualificada(empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo egestão <strong>de</strong> negócios);3. Formação <strong>de</strong> cooperativa e<strong>de</strong> associações <strong>de</strong>produtores;4. Montagem <strong>de</strong> re<strong>de</strong> esistema<strong>de</strong>comercialização;5. Criação <strong>de</strong> seloprocedência e <strong>de</strong>autenticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtoscom a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> centrooestina.Projeto 25 - Processamento e tratamento <strong>do</strong>s efluentes da suinoculturaObjetivos Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s SubprojetosRedução da <strong>de</strong>gradação ambientalcausada pela suinocultura.Efluentes da suinoculturaprocessa<strong>do</strong>s e trata<strong>do</strong>s.Participação <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> navenda <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbonoampliada.1. Apoio tecnológico aosprodutores para adaptação<strong>do</strong> processo e tratamento<strong>do</strong>s efluentes;2. Controle e fiscalização dasuinocultura;3. Fomento ao tratamento<strong>do</strong>s efluentes e seucre<strong>de</strong>nciamento comocrédito <strong>de</strong> carbono.188


5.6 Investimentos NecessáriosA estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, operacionalizada pelos programas eprojetos, <strong>de</strong>manda um gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> investimentos públicos e priva<strong>do</strong>s, orientan<strong>do</strong> umaparte <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os recursos investi<strong>do</strong>s na Região para os projetos prioritários que promovemo <strong>de</strong>senvolvimento sustentável regional. O capítulo procura estimar o volume total <strong>de</strong>investimentos necessários para viabilização <strong>do</strong> crescimento da economia regional, nosquatro primeiros anos (<strong>2007</strong>/2010), e apresenta valores aproxima<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s recursos que<strong>de</strong>vem ser aloca<strong>do</strong>s nos vetores estratégicos no primeiro perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> 17 .O investimento total previsto para a economia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> nos quatro anos estáestima<strong>do</strong> em R$ 147,34 bilhões <strong>de</strong> reais (Formação Bruta <strong>de</strong> Capital Fixo), cerca <strong>de</strong> R$35,83 bilhões <strong>de</strong> reais por ano 18 , necessários para viabilizar uma taxa média <strong>de</strong> crescimento<strong>de</strong> 7% ao ano no perío<strong>do</strong> (como estima<strong>do</strong> no Cenário B e indica<strong>do</strong> nas metas globais). Osinvestimentos permitem que a economia <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> se eleve <strong>de</strong> R$ 145,74 bilhões <strong>de</strong>reais, em 2006 (a preços <strong>de</strong> 2004) para cerca <strong>de</strong> R$ 191,54 bilhões em 2010. Uma parcela<strong>de</strong>sses investimentos <strong>de</strong>corre <strong>do</strong>s programas e projetos organiza<strong>do</strong>s nos vetores que<strong>de</strong>finem o futuro estilo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, articulan<strong>do</strong> apenas aspriorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> redirecionamento estratégico (a explicação <strong>do</strong>s parâmetros e hipótesesutilizadas nas estimativas está apresentada em memória <strong>de</strong> cálculo separada).Para a implementação <strong>do</strong>s vetores estratégicos, nos primeiros quatro anos, foram previstosinvestimentos totais (públicos e priva<strong>do</strong>s) superiores a R$ 52 bilhões <strong>de</strong> reais (equivalentesa R$ 13 bilhões <strong>de</strong> reais por ano), calcula<strong>do</strong>s pela soma da estimativa <strong>do</strong>s recursosaloca<strong>do</strong>s nos seis vetores estratégicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento 19 . Os recursos previstos para osvetores representam, assim, cerca <strong>de</strong> 35% <strong>do</strong> investimento total (FBKF) que se estima serárealiza<strong>do</strong> no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> no perío<strong>do</strong>. O quadro abaixo <strong>de</strong>talha a estimativa <strong>de</strong> recursos aserem aloca<strong>do</strong>s nos vetores:17 Os custos específicos <strong>de</strong> cada projeto da Carteira <strong>de</strong>vem ser calcula<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s posteriormente, em articulação daSCO com os ministérios setoriais pertinentes, quan<strong>do</strong> será possível chegar a estimativas <strong>de</strong> investimentos mais precisas erigorosas.18 Este valor foi estima<strong>do</strong> com base na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Formação Bruta <strong>de</strong> Capital Fixo para promover a ampliação da baseprodutiva da Região em torno <strong>de</strong> 7% ao ano no perío<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> o formula<strong>do</strong> no Cenário B que constitui a referência para aestratégia e suas metas.19 Os recursos <strong>do</strong>s vetores foram estima<strong>do</strong>s com base em hipóteses <strong>de</strong> ampliação da disponibilida<strong>de</strong> e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mobilização <strong>de</strong> investimentos (consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as condições <strong>do</strong> Cenário B), e nas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recursos <strong>do</strong>s projetos noperío<strong>do</strong> (como explica<strong>do</strong> na memória <strong>de</strong> cálculo).189


Quadro 9 - Investimento no <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> por VetoresEstratégicos - <strong>2007</strong>/2010VETORES INVESTIMENTO R$milhõesPERCENTUAL MÉDIA ANUAL R$milhõesDemocratização e Melhoria da GestãoPública780 1,5 195Gestão ambiental e recuperação <strong>do</strong> meioambiente1.200 2,3 300Melhoria da Educação e Fortalecimento<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> P&D10.880 20,9 2.720Ampliação da infra-estrutura social eurbana2.653 5,1 663,25Ampliação da Infra-estrutura Econômica eLogística7.955 15,3 1.988,75Diversificação e a<strong>de</strong>nsamento dasca<strong>de</strong>ias produtivas28.630 54,9 7.157,50TOTAL 52.118 100 13.029,50Fonte: FCO e <strong>do</strong> BNDESRecursos da União e <strong>do</strong>s três Esta<strong>do</strong>s previstos para a área <strong>de</strong> meio ambiente em 2005somam R$ 165 milhões, a maior parte <strong>do</strong>s quais <strong>do</strong> Projeto Pantanal.Para C&T estimam-se recursos <strong>de</strong> R$ 7,46 bilhões para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, incluin<strong>do</strong> gastosempresariais (estimativa consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a ampliação <strong>do</strong>s gastos nacionais e seu percentual<strong>do</strong> PIB, assim como o aumento da participação para a região); os recursos previstos paraeducação são suficientes para alcançar as metas <strong>de</strong> ampliação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> em1,54 anos nos quatro anos.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a importância <strong>do</strong> vetor <strong>de</strong> Gestão Ambiental e Recuperação <strong>do</strong> MeioAmbiente, foi estima<strong>do</strong> um investimento total <strong>de</strong> R$ 1,2 bilhão no perío<strong>do</strong> (R$ 300 milhõespor ano), o que representa 1,87% <strong>do</strong> total <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, incluin<strong>do</strong> projetos <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>carbono; a recuperação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento torna viável esta alocação <strong>de</strong>recursos, quase <strong>do</strong>bran<strong>do</strong> o valor <strong>de</strong> 2005 (R$ 165 milhões). Para o vetor Melhoria daEducação e Fortalecimento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> P&D estimam-se recursos <strong>de</strong> R$ 10,88 bilhões <strong>de</strong>reais (quase 21% <strong>do</strong> total), <strong>do</strong>s quais, R$ 7,95 bilhões para C&T, incluin<strong>do</strong> gastosempresariais 20 . Os recursos previstos para educação, R$ 2,93 bilhões <strong>de</strong> reais, foram20 Estimativa consi<strong>de</strong>ra a ampliação <strong>do</strong>s gastos nacionais com C&T como percentual <strong>do</strong> PIB, assim como o aumento daparticipação para a região no total das <strong>de</strong>spesas brasileiras no segmento.190


<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s com base nos custos necessários para alcançar as metas <strong>de</strong> ampliação <strong>do</strong> nível<strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> em 1,54 anos e <strong>de</strong> redução <strong>do</strong> analfabetismo regional no perío<strong>do</strong>.Do total estima<strong>do</strong> <strong>do</strong>s investimentos nos vetores estratégicos, quase 55% <strong>de</strong>vem seraloca<strong>do</strong>s na Diversificação e A<strong>de</strong>nsamento das Ca<strong>de</strong>ias Produtivas, <strong>de</strong> iniciativa <strong>do</strong> setorpriva<strong>do</strong> com financiamento <strong>do</strong> FCO e <strong>do</strong> BNDES 21 . Desta forma, <strong>de</strong>vem ser investi<strong>do</strong>s emempreendimentos priva<strong>do</strong>s com incentivo, principalmente produtivos, cerca <strong>de</strong> R$ 7,16bilhões <strong>de</strong> reais por ano no perío<strong>do</strong>. Na Infra-estrutura Econômica e Logística estima-seinvestimentos <strong>de</strong> R$ 7,95 bilhões <strong>de</strong> reais (cerca <strong>de</strong> 15,3% <strong>do</strong> total), sen<strong>do</strong> R$ 4,95 bilhões<strong>de</strong> reais em transporte (ro<strong>do</strong>vias e ferrovias) 22 e R$ 2,97 bilhões na construção <strong>de</strong> váriashidrelétricas no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong> interesse estratégico (ver obras na Memória <strong>de</strong> Cálculo).Para implementação <strong>do</strong>s projetos <strong>do</strong> vetor <strong>de</strong> Ampliação da Infra-estrutura Social e Urbanaestima-se a alocação <strong>de</strong> R$ 2,65 bilhões <strong>de</strong> reais, cerca <strong>de</strong> 5,1% <strong>do</strong> total, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>sprincipalmente ao saneamento básico (ver memória <strong>de</strong> cálculo).Finalmente, para implementação <strong>do</strong>s projetos <strong>do</strong> vetor <strong>de</strong> Democratização e Melhoria daGestão Pública foram estima<strong>do</strong>s R$ 780 milhões <strong>de</strong> reais, em quatro anos, conten<strong>do</strong>investimentos em equipamentos e sistemas e, principalmente, na capacitação <strong>do</strong>s recursoshumanos <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s e Municípios da Região (ver Memória <strong>de</strong> Cálculo). Estes recursosrepresentam 1,5% <strong>do</strong> total previsto para a estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional nospróximos quatro anos.5.7 Diretrizes para RegionalizaçãoA estratégia e seus programas e projetos não po<strong>de</strong>m nem <strong>de</strong>vem ser implanta<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> oespaço regional, à medida que o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> congrega diversos territórios e subespaçoscom potencialida<strong>de</strong>s diversas e problemas diferencia<strong>do</strong>s. Desta forma, a distribuição <strong>do</strong>sprojetos no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>ve ser orientada pelas diferenças <strong>de</strong> características sócioeconômicase ambientais <strong>do</strong> território, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a otimizar seus resulta<strong>do</strong>s e promover aintegração intra-regional. Por outro la<strong>do</strong>, a alocação no espaço das ações prioritárias <strong>de</strong>veser orientada pelo propósito <strong>de</strong> redução das disparida<strong>de</strong>s internas <strong>de</strong> dinamismo econômicoe <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, promoven<strong>do</strong> a convergência e o equilíbrio regional. Os projetos searticulam no território, ao respon<strong>de</strong>r às suas características diferenciadas, explorar aspotencialida<strong>de</strong>s econômicas, enfrentar os estrangulamentos econômicos e os problemassociais, conter as pressões antrópicas e recuperar áreas <strong>de</strong>gradadas.21 A estimativa foi feita com base na previsão <strong>de</strong> financiamento <strong>do</strong> FCO e <strong>do</strong> BNDES para projetos produtivos da Região e seupo<strong>de</strong>r <strong>de</strong> alavancagem <strong>do</strong> investimento produtivo, como explica<strong>do</strong> na Memória <strong>de</strong> Cálculo.22 Parte relevante <strong>de</strong>stes investimentos <strong>de</strong>ve contar com recursos públicos, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> seu papel estratégico e baixo retornofinanceiro <strong>de</strong> curto prazo; mas o setor priva<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve se associar em alguns projetos com o governo na forma <strong>de</strong> ParceriaPúblico-privada.191


As diretrizes para regionalização da estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> partemdas orientações gerais da PNDR - Política Nacional <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional - que<strong>de</strong>fine quatro tipos <strong>de</strong> território (microrregiões), e diferenciam as priorida<strong>de</strong>s segun<strong>do</strong> suascaracterísticas (nível <strong>de</strong> renda e <strong>de</strong> dinamismo econômico): microrregiões <strong>de</strong> altorendimento <strong>do</strong>miciliar, microrregiões dinâmicas <strong>de</strong> menor renda, microrregiões <strong>de</strong> médiarenda e médio ou baixo dinamismo, e microrregiões <strong>de</strong> baixa renda com médio oubaixo dinamismo. Para a PNDR, a partir <strong>de</strong> um enfoque econômico, as microrregiões <strong>de</strong>alto rendimento <strong>do</strong>miciliar não constituem alvo prioritário, embora possam contar com oapoio <strong>do</strong> Ministério <strong>de</strong> Integração Nacional, à medida que já concentram meios suficientespara lidar com seus projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Entretanto, algumas <strong>de</strong>ssas regiõespo<strong>de</strong>m apresentar dificulda<strong>de</strong>s para consolidação e manutenção da competitivida<strong>de</strong> e,normalmente, são espaços com graves impactos ambientais, que <strong>de</strong>mandam ações diretas<strong>de</strong> conservação e recuperação ambiental.Desta forma, as diretrizes para regionalização da estratégia partem <strong>do</strong> tratamento territorialda PNDR, amplia e complementa a abordagem, explicita as diferenças <strong>de</strong> problemas epotencialida<strong>de</strong>s e as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ação estratégica para promover o <strong>de</strong>senvolvimentoequilibra<strong>do</strong> e integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> território 23 :5.7.1. Microrregiões <strong>de</strong> alto rendimento <strong>do</strong>miciliarAs regiões <strong>de</strong> alto rendimento familiar po<strong>de</strong>m ser divididas em três subtipos, cada um<strong>de</strong>les <strong>de</strong>mandan<strong>do</strong> projetos diferencia<strong>do</strong>s: microrregiões estagnadas, microrregiõesconsolidadas com alta competitivida<strong>de</strong>, e centros urbanos regionais. Nos territóriosestagna<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser prioriza<strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> recuperação da capacida<strong>de</strong> competitiva,incluin<strong>do</strong> infra-estrutura e logística, educação e inovação tecnológica, para estimular suaintegração com os espaços dinâmicos. Os territórios com economia consolidada ecompetitiva são espaços a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para os projetos <strong>de</strong> diversificação e a<strong>de</strong>nsamento dasca<strong>de</strong>ias produtivas. Além disso, ten<strong>de</strong>m a apresentar graves problemas ambientais, e<strong>de</strong>mandam projetos <strong>de</strong> conservação e recuperação <strong>do</strong> meio ambiente. Os centros urbanos,particularmente o aglomera<strong>do</strong> Brasília - Goiânia - Anápolis, Cuiabá e Campo Gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vemexercer papel central na diversificação da economia regional, através da expansão <strong>do</strong>sserviços mo<strong>de</strong>rnos e avança<strong>do</strong>s, e na irradiação <strong>do</strong> dinamismo na economia centro-oestina.5.7.2. Microrregiões dinâmicas <strong>de</strong> menor rendaAs novas frentes <strong>de</strong> dinamismo econômico, ainda com renda média (ou mesmo baixa)apresentam potencialida<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong> que atraem os investimentos produtivos, em23 A <strong>de</strong>limitação precisa <strong>de</strong>stes territórios e a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s projetos a serem distribuí<strong>do</strong>s nos mesmos <strong>de</strong>ve constituir umaprimeira ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento da estratégia.192


gran<strong>de</strong> parte, estimula<strong>do</strong>s pela infra-estrutura <strong>de</strong> transporte e as condições favoráveis <strong>de</strong>solo e clima. Normalmente, contu<strong>do</strong>, o dinamismo econômico vem acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> fortespressões antrópicas que po<strong>de</strong>m provocar <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> meio ambiente. Desta forma, osprojetos prioritários para essas regiões são <strong>de</strong> promoção <strong>do</strong> a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>iasprodutivas e <strong>de</strong> conservação e recuperação das áreas <strong>de</strong>gradadas. Além disso, <strong>de</strong>vem serimplanta<strong>do</strong>s projetos para consolidar e mesmo ampliar as condições competitivas damicrorregião, especialmente em educação e inovação tecnológica. E, como aindaapresentam renda média (ou baixa), as microrregiões <strong>de</strong>vem receber investimentos <strong>do</strong>sprojetos <strong>de</strong> infra-estrutura social para assegurar a tradução <strong>do</strong> dinamismo em qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida.5.7.3. Microrregiões <strong>de</strong> média renda e médio ou baixo dinamismoAs regiões com médio ou baixo dinamismo <strong>de</strong>vem, prioritariamente, receber projetos <strong>de</strong><strong>do</strong>is eixos que contribuem para ampliar a competitivida<strong>de</strong> regional: educação e inovaçãotecnológica, e infra-estrutura e logística. A infra-estrutura favorece a melhoria dacompetitivida<strong>de</strong> e, ao mesmo tempo, articula as regiões <strong>de</strong> baixo dinamismo com as áreasdinâmicas. Este grupo <strong>de</strong> microrregiões também <strong>de</strong>ve contar com projetos <strong>de</strong> infra-estruturasocial que compensem a média renda regional, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com as outras regiões<strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.5.7.4. Microrregiões <strong>de</strong> baixa renda com médio ou baixo dinamismoAs microrregiões <strong>de</strong> baixa renda e baixo dinamismo econômico <strong>de</strong>vem receber atençãoespecial da estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, e congregar projetos quepromovam a dinamização da economia regional e que melhorem as condições <strong>de</strong> vida dapopulação, comprometida pelo baixo nível <strong>de</strong> renda. Para a ampliação da competitivida<strong>de</strong> earticulação com as áreas dinâmicas, <strong>de</strong>vem ser aloca<strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> infra-estruturaeconômica e logística e projetos <strong>de</strong> educação e inovação tecnológica. E para melhorar aqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>vem ser implementa<strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> infra-estrutura social e urbana,particularmente saneamento básico, a compensar o baixo nível <strong>de</strong> renda e as limitaçõesfinanceiras <strong>do</strong>s governos municipais para os investimentos sociais. Embora, normalmente,as regiões <strong>de</strong> baixo dinamismo tendam a registrar poucas pressões antrópicas, é possívelque existam também processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental, <strong>de</strong>corrente mais da pobreza que<strong>do</strong> crescimento da economia; neste caso, as regiões <strong>de</strong>vem receber também projetosespecíficos <strong>de</strong> conservação e, principalmente, recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas (comunsem regiões em processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cadência econômica).193


6. INSTRUMENTOSOs instrumentos explicitam os meios a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s e necessários para a implementação <strong>do</strong>sprojetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> os recursos financeiros,principalmente públicos, que permitem viabilizar a estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional. Éimportante consi<strong>de</strong>rar que o <strong>de</strong>senvolvimento regional <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das <strong>de</strong>cisões e iniciativas<strong>do</strong>s atores sociais e não apenas <strong>do</strong>s governos, particularmente <strong>do</strong>s investimentos priva<strong>do</strong>s<strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong>. Em to<strong>do</strong> caso, estes serão mobiliza<strong>do</strong>s sempre que os investimentospúblicos contribuírem para criar o ambiente que estimule a <strong>de</strong>cisão empresarial em termos<strong>de</strong> infra-estrutura, capacida<strong>de</strong> tecnológica, qualificação da mão-<strong>de</strong>-obra, habitabilida<strong>de</strong>urbana, etc. A formação <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> inovações na região <strong>de</strong>ve ser parcial etransitoriamente, complementada por incentivos fiscais que estimulem as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>investimento <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong> e compensem eventuais <strong>de</strong>svantagens competitivas regionais.Os instrumentos <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> estãoorganiza<strong>do</strong>s em três blocos, diferencia<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> suas características:6.1 Instrumentos FinanceirosOs instrumentos financeiros <strong>de</strong>stinam-se a diferentes programas e projetos, inclusive osincentivos financeiros e creditícios para fomento aos investimentos e à produção privada.Em to<strong>do</strong> caso, mesmo os incentivos financeiros priva<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem contar com <strong>de</strong>terminadasmodalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> funcionamento e a<strong>do</strong>tar critérios consistentes com as priorida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>sprojetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional.6.1.1 Fomento às ativida<strong>de</strong>s produtivas 24O principal instrumento <strong>de</strong> financiamento <strong>do</strong>s investimentos e da produção empresarial é oFCO-Fun<strong>do</strong> Constitucional <strong>de</strong> Financiamento <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, que conta com recursosassegura<strong>do</strong>s como percentual da arrecadação <strong>de</strong> IPI e IR da União. Com base nashipóteses <strong>de</strong> crescimento <strong>do</strong> PIB brasileiro <strong>do</strong> cenário <strong>de</strong> referência (Cenário B) e mesmoconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que se mantenha o mesmo percentual da arrecadação para o FCO (0,11% <strong>do</strong>24 Para <strong>de</strong>mocratização <strong>do</strong>s incentivos financeiros e fiscais ao investimento produtivo <strong>de</strong>ve ser produzi<strong>do</strong> e amplamentedistribuí<strong>do</strong> um Manual <strong>do</strong> Investi<strong>do</strong>r no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> as modalida<strong>de</strong>s, os critérios e as condições <strong>de</strong>financiamento.194


PIB brasileiro), nos próximos quatro anos (<strong>2007</strong>/2010), o Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve contar com cerca <strong>de</strong>R$ 2,48 bilhões <strong>de</strong> reais por ano para financiamento aos investimentos na região 25 .Na perspectiva <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e das priorida<strong>de</strong>s e necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>financiamento <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, o FCO <strong>de</strong>veampliar suas áreas <strong>de</strong> fomento e introduzir mecanismos <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> técnicas eprocedimentos sustentáveis 26 :• Introduzir critério ambiental na análise <strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> financiamento e naconcessão <strong>do</strong> empréstimo com vantagens diferenciadas para os que <strong>de</strong>monstremprocessos e técnicas sustentáveis (práticas “limpas”), premian<strong>do</strong> com volume <strong>de</strong>recursos, carência, taxa <strong>de</strong> juros, e prazo;• Incluir financiamento para projetos que possam gerar crédito <strong>de</strong> carbono,principalmente reflorestamento, com lento prazo <strong>de</strong> maturação e retorno;• Definir modalida<strong>de</strong>s especiais <strong>de</strong> financiamento para empreendimentos quecontemplem benefícios sociais comprova<strong>do</strong>s para as comunida<strong>de</strong>s;• Contemplar o financiamento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> infra-estrutura econômica, logística,transporte <strong>de</strong> passageiros e construção civil;• Promover o fomento às pequenas e micro empresas nos diversos setores;• Promover a <strong>de</strong>sburocratização <strong>do</strong>s financiamentos, principalmente aos pequenosprodutores (FCO) rural e empresarial, e compartilhar a gestão <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> comoutras entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crédito, além <strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Brasil, como cooperativas <strong>de</strong>créditos e bancos oficiais, para facilitar e <strong>de</strong>mocratizar o acesso ao fun<strong>do</strong>.Além <strong>de</strong>ssas adaptações no FCO, o <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong><strong>de</strong>ve contar com os seguintes instrumentos <strong>de</strong> fomento à ativida<strong>de</strong> privada, com introdução<strong>de</strong> adaptações e ajustes às diretrizes estratégicas:• Introduzir no <strong>Plano</strong> Safra vantagens para os projetos e empreendimentos queocupem áreas <strong>de</strong>gradadas, produzam ou utilizem ma<strong>de</strong>ira registrada com manejosustentável, aproveitem efluentes <strong>de</strong> outras etapas das ca<strong>de</strong>ias produtivas,operem com sistema <strong>de</strong> produção integrada, etc.;• Aumentar os opera<strong>do</strong>res financeiros <strong>do</strong> PRONAF - Programa Nacional <strong>de</strong>Fortalecimento da Agricultura Familiar - como cooperativas <strong>de</strong> crédito;25 Este valor <strong>de</strong>ve estar subestima<strong>do</strong>, por um la<strong>do</strong>, à medida que <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra o processo cumulativo <strong>de</strong> uma transferênciaanual <strong>do</strong> Tesouro Nacional <strong>de</strong>, aproximadamente, R$ 858 milhões (estimativa para 2006); mas, por outro la<strong>do</strong>, a estimativatambém não consi<strong>de</strong>ra a redução das transferências <strong>do</strong> Tesouro que <strong>de</strong>correria da menor carga tributária, prevista nocenário B.26 Parte da Região <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, nomeadamente o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mato Grosso, po<strong>de</strong> receber recursos <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong>Investimentos da Amazônia gerencia<strong>do</strong> pela ADA - Agência <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> da Amazônia; embora este obe<strong>de</strong>ça a195


• Constituir fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> investimentos Públicos e Priva<strong>do</strong>s para investimentos naspotencialida<strong>de</strong>s regionais;• Introduzir pedágios em estradas selecionadas;• Renegociar dívidas vencidas <strong>de</strong> indústria, comércio, serviços e agricultura;• Criar linhas <strong>de</strong> créditos com baixas taxas <strong>de</strong> juros para que o homem <strong>do</strong> campopossa resgatar suas dívidas.6.1.2 Fun<strong>do</strong>s setoriaisPara viabilizar os investimentos em alguns programas e projetos, <strong>de</strong>vem ser cria<strong>do</strong>s oureforça<strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s e fontes específicas <strong>de</strong> recursos, entre os quais se <strong>de</strong>stacam:• Aumentar a transferência e repasse <strong>do</strong>s recursos da CIDE - Contribuição <strong>de</strong>Intervenção no Domínio Econômico - para os Esta<strong>do</strong>s e municípios paraampliação e consolidação da malha viária;• Criar sistema <strong>de</strong> financiamento <strong>do</strong> ensino superior público, contemplan<strong>do</strong> bolsa<strong>de</strong> estu<strong>do</strong> com estágio para projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sócio-econômico;• Constituir fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> incentivo a pesquisa para o <strong>de</strong>senvolvimento da região<strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, por meio da ampliação <strong>do</strong>s recursos (principalmente fe<strong>de</strong>rais) paraas instituições <strong>de</strong> pesquisa da região, inclusive linhas <strong>de</strong> crédito para o<strong>de</strong>senvolvimento e a transferência <strong>de</strong> tecnologias, orienta<strong>do</strong> para as priorida<strong>de</strong>sestratégicas;• Estimular a captação <strong>de</strong> recursos priva<strong>do</strong>s e públicos para investimentos empesquisas aplicadas;• Formar fun<strong>do</strong> para o investimento na recuperação e conservação <strong>do</strong> patrimôniohistórico-cultural;• Utilizar sistema <strong>de</strong> cobrança da água em base aos Comitês <strong>de</strong> Bacia, forman<strong>do</strong>funding para investimento no abastecimento <strong>de</strong> água e no esgotamentosanitário 27 .critérios <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s para a região amazônica, os gestores <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>vemnegociar a adaptação <strong>do</strong>s critérios às priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional.27 Para efeito <strong>de</strong> comparação, na França a cobrança <strong>de</strong> água representa US$ 30 dólares por habitante, o Brasil hoje chega aapenas US$ 1 por pessoa.196


6.2 Instrumentos FiscaisO principal instrumento fiscal para promoção e atração <strong>do</strong>s investimentos para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> será o incentivo na forma <strong>de</strong> isenção <strong>do</strong> Imposto <strong>de</strong> Renda para novosempreendimentos propostos para a Região, que <strong>de</strong>vem ser administra<strong>do</strong>s pela SUDECO,com as características <strong>do</strong>s incentivos fiscais <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste e da Amazônia 28 . Os critérios e aspriorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong>stes incentivos <strong>de</strong>vem incorporar as diretrizes estratégicas <strong>do</strong><strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, contemplan<strong>do</strong> os seguintesmecanismos:• Conce<strong>de</strong>r isenção plena apenas para investimentos (implantação ou ampliação)que <strong>de</strong>monstrem utilização <strong>de</strong> processos e técnicas sustentáveis (práticas“limpas”);• Conce<strong>de</strong>r isenção plena para projetos que possam gerar crédito <strong>de</strong> carbono,principalmente <strong>de</strong> reflorestamento <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas;• Utilizar o incentivo fiscal para projetos que complementem os elos mais frágeis erelevantes das ca<strong>de</strong>ias produtivas, com agroindústrias, indústrias e segmentosindustriais que aproveitem e preservem a biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s ecossistemasregionais;• Fomentar com incentivos fiscais a conservação e a recuperação <strong>do</strong> meioambiente (áreas <strong>de</strong>gradadas), e a preservação da biodiversida<strong>de</strong>;• Conce<strong>de</strong>r incentivos fiscais para a produção integrada <strong>de</strong> produtosagroindustriais e a sistemas <strong>de</strong> cooperativas e associações que preservem omeio ambiente.Além <strong>do</strong>s incentivos fiscais para orientar as ativida<strong>de</strong>s produtivas na região, <strong>de</strong>vem sercria<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is outros mecanismos fiscais:• Criar ICMS ecológico nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>;• Definir uma sobretaxa para as ativida<strong>de</strong>s polui<strong>do</strong>ras na região, como agrotóxico,queimada, etc.Por outro la<strong>do</strong>, os gestores <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong><strong>de</strong>vem negociar medidas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> fe<strong>de</strong>ral que po<strong>de</strong>m constituir incentivos fiscaisdiferencia<strong>do</strong>s para a Região, entre os quais se <strong>de</strong>stacam:• Desonerar a produção primária;28 Proposta <strong>de</strong> criação <strong>de</strong>ste incentivo fiscal foi apresentada em emenda ao Projeto <strong>de</strong> constituição da SUDECO-Superintendência <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (Projeto <strong>de</strong> Lei Complementar nr. 184 <strong>de</strong> 7/6/2004)197


• Diminuir a carga tributária <strong>de</strong> empresas que paguem melhor aos seusfuncionários ou que possuam políticas <strong>de</strong> benefícios aos funcionários ou açõessociais;• Definir incentivo para importação <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> capital sem similar no merca<strong>do</strong>nacional para a Região (impostos e contribuição);• Aumentar o percentual <strong>de</strong> participação <strong>do</strong>s municípios no bolo tributário e ampliaro FPM - Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Participação <strong>do</strong>s Municípios - <strong>do</strong>s municípios turísticos;• Incentivar a comunicação por meio <strong>de</strong> tarifa local entre as cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>;• Subsidiar o transporte aeroviário regional, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a viabilizar o a<strong>de</strong>nsamento <strong>do</strong>transporte <strong>de</strong> longa distância no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.6.3 Instrumentos OrganizacionaisO principal instrumento organizacional <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> será a SUDECO - Superintendência <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>,apresentada no capítulo seguinte como instância central <strong>do</strong> seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão. Além<strong>de</strong>sse, <strong>de</strong>vem ser utiliza<strong>do</strong>s os seguintes meios organizacionais ou institucionais paraexecução eficaz, eficiente e efetiva <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>:• Fortalecer as parcerias entre entida<strong>de</strong>s públicas e privadas (Terceiro Setor), com<strong>de</strong>staque para as PPP entre o governo, a socieda<strong>de</strong> e as entida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>sprodutores;• Articular e integrar as instituições públicas e privadas atuantes na capacitação <strong>de</strong>recursos humanos, principalmente <strong>do</strong> Sistema “S” na Região (<strong>de</strong>staque para oSEBRAE), e o setor produtivo;• Assegurar a participação da socieda<strong>de</strong> em diferentes fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoe investimento, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> o Fun<strong>do</strong> Estadual <strong>de</strong> Floresta;• Criar um sistema integra<strong>do</strong> entre os esta<strong>do</strong>s que compõem a região <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> para unificação e equalização da política tributaria e <strong>do</strong>s incentivosestaduais, incluin<strong>do</strong> a unificação da legislação <strong>do</strong> ICM ecológico;• Estimular criação <strong>de</strong> fórum para disseminação <strong>de</strong> tecnologias, buscan<strong>do</strong> aintegração institucional da região;• Intensificar parcerias comerciais e <strong>de</strong> cooperação governamental entre osEsta<strong>do</strong>s da região e com outros países;• Institucionalizar um espaço permanente <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong> políticas, programas eprojetos <strong>de</strong> integração <strong>do</strong> <strong>Centro</strong> Sul-Americano, assim como a estruturação <strong>de</strong>parceria com países fronteiriços.198


7. MODELO DE GESTÃOO mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão apresenta a forma em que o Esta<strong>do</strong> e a socieda<strong>de</strong> organizam-separa a implementação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, ao criar um sistema <strong>de</strong> planejamento na Região comdiferentes instituições articuladas em papéis complementares, que <strong>de</strong>staca a função daSUDECO como âncora da re<strong>de</strong> institucional regional. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir aarquitetura institucional, o processo e os fluxos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão na re<strong>de</strong> institucional para aexecução <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, distribuin<strong>do</strong> os papéis e as responsabilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s parceiros.Consistente com o processo participativo <strong>de</strong> elaboração, o sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>vecontemplar estrutura organizacional e funcional que envolva o setor público e os atoressociais <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>.O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>ve contemplar, além da forma <strong>de</strong> execução <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, osmecanismos <strong>de</strong> permanente e continua<strong>do</strong> monitoramento para eventual ajuste ereformulação das <strong>de</strong>cisões diante das incertezas e mudanças das condições e resulta<strong>do</strong>sdas ações. O sistema <strong>de</strong> monitoramento <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> <strong>de</strong>ve ser estrutura<strong>do</strong> em três níveiscomplementares, incorporan<strong>do</strong> o processo participativo:a) monitoramento das mudanças <strong>do</strong> ambiente externo <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntificarmovimentos no contexto mundial e nacional que alteram o cenário <strong>de</strong> referência<strong>do</strong> <strong>Plano</strong> e que, eventualmente, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>mandar reformulação na estratégia enas priorida<strong>de</strong>s;b) avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da implementação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, seus programas eprojetos para verificar a sua efetivida<strong>de</strong> diante <strong>do</strong>s objetivos e resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong><strong>de</strong>senvolvimento sustentável, materializa<strong>do</strong>s em metas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. Paratanto, <strong>de</strong>ve comparar os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s com a implementação <strong>do</strong>sprojetos prioritários com as metas <strong>de</strong> transformações previstas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> aconsi<strong>de</strong>rar os eventuais ajustes necessários para melhorar o <strong>de</strong>sempenho geral<strong>do</strong> <strong>Plano</strong>;c) avaliação da eficácia <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> acompanhar o ritmo e nível <strong>de</strong>efetiva implementação <strong>do</strong>s projetos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a verificar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>reformulações e aprimoramentos no sistema gerencial, bem como na estrutura <strong>de</strong>implementação da estratégia e seus projetos.199


7.1 Diretrizes GeraisA formatação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> orienta-se por um conjunto <strong>de</strong> diretrizes e pressupostos consistentes com aconcepção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e planejamento e com as formas gerenciaiscontemporâneas.a) O <strong>Plano</strong> é referencial estratégico da socieda<strong>de</strong> regional e não apenas umplano <strong>de</strong> governo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à limitação e transitorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste, embora a presença<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> seja fundamental para a sua implementação;b) O <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> e os programas e projetos <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>sagrega<strong>do</strong>s emdiferentes cortes territoriais, que <strong>de</strong>mandam <strong>de</strong>sagregação <strong>do</strong> mesmo emescalas territoriais menores para operacionalização das ações e projetos;c) O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>ve articular múltiplas dimensões - econômica, sóciocultural,ambiental, tecnológica e institucional – <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a conciliar seusresulta<strong>do</strong>s, que <strong>de</strong>mandam capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> sistemas complexos <strong>do</strong><strong>de</strong>senvolvimento sustentável;d) A participação da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser articulada em to<strong>do</strong>s os níveis e nosdiversos momentos da elaboração, execução e monitoramento <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, paraassegurar a sua efetivida<strong>de</strong>, numa gestão compartilhada e participativa dasações e medidas <strong>de</strong> regulação e controle, que envolve os diferentes atoressociais e os múltiplos agentes públicos interessa<strong>do</strong>s e responsáveis pelofuncionamento <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional;e) O sistema <strong>de</strong>ve organizar re<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituições e organizações articuladas eque compartilhem a negociação, a <strong>de</strong>cisão e a execução, para dar conta dacomplexida<strong>de</strong>, da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses e <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios regionais,com diferentes responsabilida<strong>de</strong>s. As instituições representam nós <strong>de</strong> umsistema gerencial li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> e articula<strong>do</strong> por instituição lí<strong>de</strong>r <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>gestão;f) A re<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve estruturar instâncias colegiadas <strong>de</strong> acompanhamento e<strong>de</strong>liberação, com a participação das diferentes instituições parceiras e <strong>de</strong>segmentos da socieda<strong>de</strong>, com níveis hierárquicos diferencia<strong>do</strong>s <strong>de</strong>representação (<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a escala e nível <strong>de</strong> agregação das <strong>de</strong>liberações);g) O processo gerencial <strong>de</strong>ve ter flexibilida<strong>de</strong> e agilida<strong>de</strong> para permitir adaptaçõese respostas rápidas às mudanças e às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimento e<strong>de</strong>senvolvimento regional. Flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organização e <strong>de</strong> formas institucionaispara respon<strong>de</strong>r, rapidamente, aos <strong>de</strong>safios e dar conta da complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sproblemas e das potencialida<strong>de</strong>s, articular e conviver com múltiplos arranjos eformatos organizacionais;200


h) A re<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve promover a convergência e a complementarida<strong>de</strong> das funçõesdas instituições atuantes na Região e suas múltiplas e diversificadas iniciativas.O sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> promover a articulação <strong>de</strong> múltiplosparceiros com diferentes áreas <strong>de</strong> atuação e papéis diferencia<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> aassegurar a convergência e complementarida<strong>de</strong> das ações e instituições emtorno das priorida<strong>de</strong>s regionais, seus programas e projetos;i) O sistema <strong>de</strong>ve apresentar capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão eficaz para implementação<strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as metas <strong>de</strong> execução e com racionalização <strong>do</strong>scustos, contemplan<strong>do</strong> alta capacida<strong>de</strong> técnica e gerencial <strong>do</strong>s recursos humanos;j) Os projetos <strong>de</strong>vem introduzir a abordagem <strong>de</strong> gestão por resulta<strong>do</strong>, que reduz asobrevalorização <strong>do</strong>s processos e cria uma cultura gerencial <strong>de</strong> focalização nosresulta<strong>do</strong>s finais das ações no <strong>de</strong>senvolvimento regional;k) O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>ve estruturar ampla capilarida<strong>de</strong> no território regional, quecontemple a <strong>de</strong>scentralização das instituições e a articulação das instânciaspúblicas e privadas no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a assegurar a presença e ampladistribuição das ações e seus resulta<strong>do</strong>s no conjunto <strong>do</strong> espaço regional.7.2 Estrutura <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> GestãoCom base nas diretrizes acima, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>ve organizar e estruturar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong>instituições comprometidas com a implementação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> os papéis, ali<strong>de</strong>rança institucional, e os colegia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> participação da socieda<strong>de</strong>, em <strong>do</strong>is níveisdiferencia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> agregação <strong>do</strong>s temas e abordagens (ver fluxograma).7.2.1. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituiçõesAs instituições públicas e privadas com atuação no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> ou nas áreas <strong>de</strong>priorida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> <strong>de</strong>vem compor uma re<strong>de</strong> institucional, li<strong>de</strong>rada pela SUDECO-Superintendência <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, autarquia fe<strong>de</strong>ral comrecursos financeiros e capacida<strong>de</strong> administrativa para articular e promover o<strong>de</strong>senvolvimento regional. A SUDECO é criada com a missão <strong>de</strong> articular diferentesinstituições e agentes para implementação das priorida<strong>de</strong>s que promovam o<strong>de</strong>senvolvimento sustentável da Região <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, e assumir o papel <strong>de</strong> agentearticula<strong>do</strong>r e coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> atores públicos e priva<strong>do</strong>s 29 . Para ganhar força comoinstituição <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional, a SUDECO <strong>de</strong>ve contar com fonteprópria <strong>de</strong> recursos em base a um percentual <strong>do</strong> FCO, para investimentos em áreas201


estratégicas (incluin<strong>do</strong> pré-investimento): pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico,educação, capacitação da força <strong>de</strong> trabalho, estu<strong>do</strong>s básicos, e fomento a ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> tecnológica.Para fortalecimento da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento e garantia da implementação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>,a SUDECO <strong>de</strong>ve contar com Assessoria <strong>de</strong> Planejamento tecnicamente qualificada,forman<strong>do</strong> a Sala <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, como núcleo central <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong><strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, como forma <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> umagestão eficaz e orientada para resulta<strong>do</strong>s, a Assessoria <strong>de</strong> Planejamento <strong>de</strong>ve coor<strong>de</strong>naras diversas gerências e unida<strong>de</strong>s da instituição, com responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> condução <strong>do</strong>sdiferentes programas e projetos prioritários <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>.7.2.2. Colegia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> participaçãoA SUDECO, instituição lí<strong>de</strong>r <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>, <strong>de</strong>verá funcionar com oapoio e a negociação participativa <strong>de</strong> <strong>do</strong>is colegia<strong>do</strong>s 30 com características eresponsabilida<strong>de</strong>s complementares: Conselho Deliberativo e Câmaras Temáticas.a) Conselho DeliberativoO Conselho Deliberativo é uma instância colegiada formada pelos ministros <strong>de</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s pelo Presi<strong>de</strong>nte da República (entre eles o Ministro <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> daIntegração Nacional); os governa<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Mato Grosso, Mato Grosso<strong>do</strong> Sul, Goiás e <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral; três representantes <strong>do</strong>s Municípios <strong>de</strong> sua área<strong>de</strong> atuação, sen<strong>do</strong> um <strong>de</strong> cada Esta<strong>do</strong>, escolhi<strong>do</strong>s na forma a ser <strong>de</strong>finida em ato <strong>do</strong>Po<strong>de</strong>r Executivo; <strong>do</strong>is representantes das classes empresariais; <strong>do</strong>is representantesdas classes <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res e um representante <strong>de</strong> organizações nãogovernamentais, <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong> atuação, indica<strong>do</strong>s na forma a ser <strong>de</strong>finida em ato<strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Executivo, e pelo Diretor da SUDECO.29 Projeto <strong>de</strong> Lei Complementar nr. 184 <strong>de</strong> 7/6/2004 que cria a SUDECO30 Para <strong>de</strong>talhes sobre a estrutura organizacional e os órgãos que constituem a SUDECO ver Projeto <strong>de</strong> Lei Complementar nr.184, <strong>de</strong> 7/6/2004.202


O Conselho Deliberativo tem como responsabilida<strong>de</strong>s: apoiar o órgão <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>, por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação e <strong>de</strong>cisões políticascompartilhadas; negociação <strong>de</strong> interesses e projetos regionais,acompanhamento da execução das <strong>de</strong>cisões e <strong>do</strong>s projetos, e aprovação <strong>do</strong><strong>Plano</strong> Estratégico; projetos e priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento 31 .b) Câmaras TemáticasA SUDECO contará com instâncias colegiadas voltadas para temas e dimensõesespecíficas da realida<strong>de</strong> regional, para reforçar a participação da socieda<strong>de</strong> e, aomesmo tempo, apoiar a instituição nas <strong>de</strong>cisões e no acompanhamento dasações e projetos específicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional. As Câmaras Temáticas<strong>de</strong>vem ser formadas por representantes <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral e <strong>do</strong>s governosestaduais, e por representações qualificadas da socieda<strong>de</strong> civil organizada comcompetência e responsabilida<strong>de</strong> nos temas específicos.A SUDECO <strong>de</strong>ve criar Câmaras para os temas <strong>de</strong> maior priorida<strong>de</strong> regional, <strong>de</strong>mo<strong>do</strong> a aprofundar a análise e as negociações nos aspectos relevantes para o<strong>de</strong>senvolvimento regional, segun<strong>do</strong> as priorida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>Plano</strong>. Po<strong>de</strong>m ser criadas31 Detalhes sobre o Conselho no Projeto <strong>de</strong> Lei Complementar nr. 184 <strong>de</strong> 7/6/2004203


câmaras para os vetores estratégicos, que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>sagregadas parafocalização em aspectos específicos <strong>do</strong>s mesmos. Ao longo <strong>do</strong> <strong>de</strong>talhamento eimplementação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional, a SUDECOpo<strong>de</strong> criar novas câmaras, permanentes ou ad hoc, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a necessida<strong>de</strong>.7.2.3. Agência <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> LocaisO <strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>sagrega<strong>do</strong> emplanos e projetos territoriais <strong>de</strong> pequena escala (bacias, meso ou microrregiões,aglomera<strong>do</strong>s e municípios, ecossistemas, etc.) <strong>de</strong> caráter operacional. A SUDECO eseus parceiros na re<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem estimular a elaboração participativa <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>splanos e, ao mesmo tempo, a configuração <strong>de</strong> instâncias locais <strong>de</strong> gestãoparticipativa. Embora ten<strong>do</strong> flexibilida<strong>de</strong> para a formação <strong>de</strong> múltiplos mo<strong>de</strong>losinstitucionais, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as características e escolhas <strong>de</strong> cada território, seráestimulada a constituição <strong>de</strong> organizações multi-institucionais, nos mol<strong>de</strong>s dasagências <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento locais, que comprometem o governo fe<strong>de</strong>ral,governos estaduais e municipais, e envolve instituições privadas.204


ANEXO - MEMÓRIA DE CÁLCULO1. FCO - parte <strong>do</strong> atual percentual <strong>do</strong> FCO no PIB <strong>do</strong> Brasil, cerca <strong>de</strong> 0,11%, econsi<strong>de</strong>ra que o percentual se mantém constante nos quatro anos na medida em quea redução na carga tributária (consi<strong>de</strong>rada no cenário <strong>de</strong> referência) <strong>de</strong>ve seconcentrar nas taxas e contribuições e não nas fontes <strong>do</strong> fun<strong>do</strong>.2. Financiamento <strong>do</strong> BNDES - <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Fabrício Augusto <strong>de</strong> Oliveira(2002), a região recebeu, em média, R$ 1,66 bilhões <strong>de</strong> reais <strong>de</strong> financiamento <strong>do</strong>BNDES no perío<strong>do</strong> 1990/1999 32 (atualiza<strong>do</strong> para preços <strong>de</strong> 2006); para os próximosquatro consi<strong>de</strong>ra-se que a participação <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong> BNDES para o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>no PIB <strong>do</strong> Brasil (0,08%, em 2006) eleva-se lentamente, principalmente noa<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivas (industrialização).3. Investimentos com financiamento <strong>do</strong> FCO e <strong>do</strong> BNDES - consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que oFCO po<strong>de</strong> financiar até 70% <strong>do</strong>s projetos (po<strong>de</strong> chegar até 100% para microempresasrurais) e que os projetos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte <strong>de</strong>vem receber tambémfinanciamento <strong>do</strong> BNDES, parece razoável consi<strong>de</strong>rar o total <strong>de</strong> financiamentocontribui, na média, com 60% <strong>do</strong>s investimentos. Deste total, 10% são realiza<strong>do</strong>s nainfra-estrutura, fican<strong>do</strong> os restantes 90% nas ativida<strong>de</strong>s produtivas, com orienta<strong>do</strong>para diversificação e a<strong>de</strong>nsamento das ca<strong>de</strong>ias produtivas.4. Investimento em C&T - o investimento em C&T no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> correspon<strong>de</strong> emmédia a 3,91% <strong>do</strong> investimento geral no Brasil (MCT), estima<strong>do</strong> em R$ 22,69 bilhões<strong>de</strong> reais (2005), incluin<strong>do</strong> gastos empresariais; os investimentos em C&T <strong>do</strong> Brasil<strong>de</strong>vem crescer lentamente como percentuais <strong>do</strong> PIB brasileiro (<strong>de</strong> 1,3%, em 2006,média <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> 2000/2004, segun<strong>do</strong> MCT - para 2%, em 2010) 33 ; como o <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>de</strong>ve (e precisa, para viabilizar os projetos da área) elevar sua participação nototal <strong>do</strong> Brasil, estima-se que passa para 4%, em <strong>2007</strong>, 4,8%, em 2008, 5,2%, em2009, e 6%, em 2010 (aumento <strong>de</strong> 50% em quatro anos).5. Investimento em educação – estima<strong>do</strong>s com base em levantamentos junto adiversas fontes, principalmente publicações especializadas, além <strong>de</strong> órgãos públicos,sites <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s e organizações privadas, etc.: Educação <strong>de</strong> jovens e adultosanalfabetos, R$ 534,00 (aluno/ano); construção <strong>de</strong> escolas, 498,00 (m2 <strong>de</strong> sala <strong>de</strong>aula); Ensino fundamental para jovens e adultos, R$ 1.475,00 (aluno/ano); ensinosupletivo, R$ 1.354,00 (aluno/ano); Capacitação tecnológica e gerencial <strong>de</strong>servi<strong>do</strong>res e gestores públicos, R$ 205,00 (aluno/ano); treinamento e reciclagem <strong>de</strong>empresários e trabalha<strong>do</strong>res, R$ 205,00 (aluno/ano); Formação <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res,R$ 312.000,00 (por pesquisa<strong>do</strong>r forma<strong>do</strong>).32 Segun<strong>do</strong> Fabrício Augusto <strong>de</strong> Oliveira a “Região passou a receber montantes significativos a partir <strong>de</strong> 1992, ten<strong>do</strong> o picosi<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong> em 1997, quan<strong>do</strong> o total <strong>do</strong>s empréstimos <strong>do</strong> BNDES ao <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> superou R$ 2,1 bilhões”.33 Evolui da seguinte forma: 1.3%, em 2006, 1,3%, em <strong>2007</strong>, 1.5%, em 2008, 1.8%, em 2009, e 2%, em 2010.205


6. Gastos em projetos ambientais – parte da base <strong>de</strong> 2005 quan<strong>do</strong> foram aloca<strong>do</strong>scerca <strong>de</strong> R$ 165 milhões no PPA da União e <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração, fortementeconcentra<strong>do</strong>s no Projeto Pantanal. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a relevância da dimensãoambiental na estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e a abrangência <strong>do</strong>sprojetos na área, estima-se que os recursos anuais po<strong>de</strong>m crescer rapidamente,quase <strong>do</strong>bran<strong>do</strong> o valor anual na média no perío<strong>do</strong>; embora seja um salto eleva<strong>do</strong>, ovolume <strong>de</strong> recursos aplica<strong>do</strong>s no segmento é relativamente baixo.7. Investimento em infra-estrutura econômica e logística - a<strong>do</strong>tou-se a hipótese <strong>de</strong>que serão implanta<strong>do</strong>s até 2010 <strong>do</strong>s seguintes projetos:a) Pavimentação e/ou duplicação das ro<strong>do</strong>vias BR-364 (124 km em MT); BR-163(1.614 km), BR-158 (390 km), BR-359 (200 km, BR-050 (52 km); MS-040 (240km); MS-306 (72 km), MT-100 (200 km); BR-163 (1200 km), BR-040/050 (72km); 1/3 da Ro<strong>do</strong>via Transoceânica/IIRSA (756 km), esta última viabilizan<strong>do</strong>apenas a parte <strong>do</strong> Brasil (custo médio estima<strong>do</strong> em R$ 450 mil por quilômetro);b) Implantação <strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> ferrovias Trem Turístico <strong>do</strong> Pantanal (467 km);Ferronorte (525 km);c) Implantação das hidrelétricas e térmicas: Serra <strong>do</strong> Facão (212 mW); Corumbá IV(127 mW); Salto <strong>do</strong> Rio Verdinho (93 mW); Salto (108 mW); Corumbá III (94mW); Caçu (65 mW); Barra <strong>do</strong>s Coqueiros (90 mW); Olho d’Água (33 mW);Itumirim (50 mW); Espora (32 mW); Couto Magalhães (150 mW); São Domingos(48 mW); Ponte <strong>de</strong> Pedra (176 mW); Ibirité (852 mW); e Três Lagoas (466 mW);custo total estima<strong>do</strong> situa-se em torno <strong>de</strong> R$ 4,75 bilhões.8. Investimento na infra-estrutura social e urbana – Abastecimento <strong>de</strong> água, R$1.040,00 (por ligação/<strong>do</strong>micílio); Re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto, R$ 1.627,00, (porligação/<strong>do</strong>micílio); Coleta direta <strong>de</strong> lixo, R$ 153,00 (por ligação <strong>do</strong>micílio); Drenagem,captação <strong>de</strong> águas pluviais, R$ 7.006,00 (<strong>do</strong>micílio/ligação); Habitações populares,R$ 11.000,00 (unida<strong>de</strong>/família); Eletrificação urbana, R$ 1.864,60 (<strong>do</strong>micílio/ligação);Eletrificação rural, R$ 9.323,00 (<strong>do</strong>micílio/ligação); Telefonia fixa, R$ 432,00(<strong>do</strong>micílio/ligação); Construção/pavimentação <strong>de</strong> ro<strong>do</strong>vias, R$ 428.000,00 (por km);Construção <strong>de</strong> ferrovias, R$ 2,6 milhões (por km); Hidrovias, R$ 692.000,00 (por km);Portos e terminais com armazéns, R$ 15,4 milhões (terminal) e R$ 10,8 milhões (porporto); e Investimentos em máquinas e equipamentos, <strong>de</strong> 0,2% a 1,2% <strong>do</strong> PIB noperío<strong>do</strong>; Programa Bolsa Família, R$ 55,83 (família/mês); Programa saú<strong>de</strong> família,R$ 27.000,00 (por equipe/mês); Combate à mortalida<strong>de</strong> infantil, R$ 0,50 (porcriança/dia); Oferta <strong>de</strong> leitos hospitalares, R$ 158.000,00 (por leito);<strong>Centro</strong>s Postos<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, R$ 40.000,00 (por unida<strong>de</strong>); Creches e educação infantil, R$ 958,00(criança/ano); Erradicação <strong>do</strong> trabalho infantil, R$ 40,00 (criança/mês); Capacitação<strong>de</strong> jovens carentes, R$ 175,00 (jovem/mês); Capacitação e aumento <strong>do</strong> efetivopolicial, R$ 2.600,00 (policial/ano); Atenção aos i<strong>do</strong>sos e <strong>de</strong>ficientes, R$ 350,00(i<strong>do</strong>so/mês).206


9. Indica<strong>do</strong>res:Indica<strong>do</strong>res/perío<strong>do</strong>s2006 <strong>2007</strong> 2008 2009 2010 TotalPIB <strong>do</strong> Brasil (R$ bilhões) 2.097 2.291 2.326 2.362 2.398PIB <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (R$ bilhões) 145,6 161,7 179,6 199,5 221,6FBKF <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (R$ bilhões) 31,8 35,64 39,94 44,76 50,18 170,52FCO aplica<strong>do</strong> (R$ bilhões) 2,22 2,43 2,46 2,5 2,54 9,93Financiamento <strong>do</strong> BNDES (R$ bilhões) 1,66 1,83 2,33 2,36 2,64 9,16Total <strong>de</strong> financiamentos (FCO+BNDES) 3,88 4,26 4,79 4,86 5,18 19,09Investimento total com financiamento(FCO+BNDES)Investimento produtivo (diversificação ea<strong>de</strong>nsamento)6,47 7,1 7,98 8,1 8,63 31,815,82 6,39 7,18 7,29 7,76 28,62Investimento em C&T Brasil (R$ milhões) 27,26 29,78 34,89 42,52 47,96 155,15Investimento em C&T CO (R$ milhões) 1,07 1,19 1,67 2,21 2,88 7,95Gastos em educação (R$ milhões) 650 750 750 780 2930Investimentos em Infra-estrutura econômica(R$ milhões)Investimentos em infra-estrutura social(milhões)1.000 2.000 2.000 2.950 7.950450 550 800 850 2.650Gastos em meio ambiente (R$ milhões) 180 240 380 500 1.300Melhoria da gestão pública (R$ milhões) 150 150 250 250 800207


BIBLIOGRAFIAALCANO, Joseph; DOELL, Petra; KASPAR, Frank; SIEBERT, Stefan – “Global change andglobal scenarios of water use and availability: an application of WaterGAP1.0” – Center forEnvironmental Systems Research (CESR)/University of Kassel – Germany – June 1997.AZEREDO LOUREIRO, Luiz Cezar– “Investimento em infra-estrutura no <strong>Plano</strong> Plurianual(PPA) 2004-<strong>2007</strong> – Uma visão geral” – IPEA – Texto para Discussão nº. 1024 – Brasília –Junho <strong>de</strong> 2004.BECKER, Bertha – in “Brasil - o esta<strong>do</strong> da nação” – IPEA - cap. VI – 2005.BM&F (ESALQ/USP e FGV) – “Atualização <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> a Abertura <strong>de</strong> um Eixo <strong>de</strong> ComércioExterior no Oceano Pacífico e o Impacto Econômico e Espacial da Ocupação <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> <strong>do</strong> Brasil” – (mimeo) – sem data.BUARQUE, Sérgio C. - “Estratégias <strong>de</strong> Combate à Pobreza – reflexões e recomendações(relatório técnico)” – IICA – mimeo – 2005.(www.carbotra<strong>de</strong>r.com/mbre)CARVALHO DE MELO, Serafim – “Mato Grosso no <strong>Centro</strong> <strong>Oeste</strong> Sul-americano” – Editorada UFMT – Cuiabá – 2005.CNI/SESI/SENAI/IEL – “A infra-estrutura no Brasil em 2005” – mimeo – Brasília – 2005.CNT- Confe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Transportes - “Pesquisa Ro<strong>do</strong>viária 2005”(http://www.cnt.org.br).Conjuntura Econômica – FGV - Fundação Getúlio Vargas - Maio <strong>de</strong> 2005 – vol. 59 nr. 05.DIAS, José Guilherme e Alli – “Brazil investiment climate assessment (volume II)” –Document of World Bank – (mimeo) - 2006.DIAZ CÁNOVAS, Abelar<strong>do</strong> – “Demanda mundial por produtos orgânicos vem aumentan<strong>do</strong>” -Embrapa- 28/07/03 – site da internet.ECO-ÓLEO – “Crédito <strong>de</strong> Carbono - MDL” - in www.biodieselecooleo.com.br .EMBRATUR – Instituto <strong>de</strong> Turismo <strong>do</strong> Brasil - “Anuário Estatístico <strong>do</strong> Brasil 2004” - vol. 31.FARNSWORTH, N. “Testan<strong>do</strong> plantas para novos remédios. In Biodiversida<strong>de</strong>” - Edita<strong>do</strong> eorg. por E. O.Wilson - Editora Nova Fronteira -1977.208


FIEMT -Fe<strong>de</strong>ração das Indústrias no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mato Grosso – “Projeto Logística <strong>de</strong>Transportes no <strong>Centro</strong> <strong>Oeste</strong> Sul-americano” – Cuiabá – Julho <strong>de</strong> 2000GALLOPIN, Gilberto C.; Rijsberman, Frank – “Three Global Water Scenarios” – sem data,(mimeo).GARCIA, Maria Isabel – “Bons prognósticos para a agricultura limpa” – site na internetGEOBRASIL – “O Esta<strong>do</strong> da biodiversida<strong>de</strong>” - (site da internet) – 2002.GODET, Michel - "Manuel <strong>de</strong> Prospective Stratégique" - Vol. I: "Une indiscipline intelectuel"- Editorial Dunod - Paris – 1997.GODET, Michel - "Prospective et Planification Stratégique" - CPE - Paris – 1985.GOVERNO FEDERAL – “I Carteira <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> Infra-estrutura Econômica – ParceriaPúblico-Privada” – Dezembro <strong>de</strong> 2003HSM Management - nr. 53, ano 9, volume 6 – novembro/<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005.HSM - Management – Número 53, ano 9, Volume 6 – Novembro/<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005 –“Dossiê/China: o mapa <strong>do</strong> gigante”IBAMA – site www.ibama.gov.br .IBGE – Atlas <strong>do</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Humano <strong>do</strong> Brasil.IBGE - Contas Nacionais.IBGE – Censo Demográfico.IBGE – Censo Agropecuário.IBGE – Geografia <strong>do</strong> Brasil.IBGE – PNAD.IBGE – Produção Pecuária Municipal.IICA – “Demanda <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da forma como evoluem alguns condicionantes(IICA - Proyecto: Potencial Agroalimentario <strong>de</strong>l MERCOSUR - primer informe parcial <strong>de</strong>avance” - abril <strong>de</strong> 2001.IMPERATRIZ FONSECA, Vera; e DOV POR, Francis – “Ecossistemas” - sem data, sitewww.mre.gov.br.209


IMPERATRIZ FONSECA, Vera; DOV POR, Francis; e LENCIONI NETO, Fre<strong>de</strong>rico –“Economia <strong>do</strong> Pantanal” - sem data, site www.mre.gov.br.KLABIN, Israel – “O Mecanismo <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Limpo e as Oportunida<strong>de</strong>s Brasileiras”-in Meio Ambiente e <strong>Desenvolvimento</strong> (site).KUME, Honório; PIANI, Guida - “ALCA: uma estimativa <strong>do</strong> impacto no comércio bilateral.Brasil - Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s” – IPEA – Texto para Discussão N° 1058 - Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2004.Lester Brown – “Escassez <strong>de</strong> água contribui para déficitna colheita mundial <strong>de</strong> grãos” - EPI-Earth Policy Institute/UMA-Universida<strong>de</strong> Livre da Mata Atlântica - www.wwiuma.org.brMacha<strong>do</strong>, R.B., M.B. Ramos Neto, P.G.P. Pereira, E.F. Caldas, D.A. Gonçalves, N.S.Santos, K. Tabor e M. Steininger. 2004. “Estimativas <strong>de</strong> perda da área <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> brasileiro”– Relatório técnico não publica<strong>do</strong>. Conservação Internacional, Brasília, DF- Julho, 2004.MCRAE, Hamish - "O Mun<strong>do</strong> em 2020 - Po<strong>de</strong>r, cultura e prosperida<strong>de</strong>: uma visão <strong>do</strong> futuro"- Editora Record - São Paulo – 1998.MDIC - Ministério <strong>do</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Indústria e Comércio - SECEX .Ministério da Integração Nacional – “Documento Básico <strong>de</strong> Recriação da Superintendência<strong>do</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (SUDECO)” - Brasília 2004.MMA - Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente – “Agenda 21 Brasileira Encontro Regional <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>” – Brasília - Novembro <strong>de</strong> 2001.MMA-Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente – “Agenda 21 Brasileira - Bases para Discussão”MMA/PNUD – Brasília – 2000.Ministério <strong>do</strong> Planejamento – PPA (site <strong>do</strong> Ministério)MONTEIRO NETO, Aristi<strong>de</strong>s <strong>de</strong>; MAIA GOMES, Gustavo – “Quatro Décadas <strong>de</strong>Crescimento Econômico no <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> Brasileiro: Recursos Públicos em Ação” - IPEA.Texto para Discussão n. 712. Brasília 2000.NOVAES, Washington; RIBAS, Otto – “Visões <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> sobre a Agenda 21Brasileira” – MMA - Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente - Encontro Regional <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>Brasília - Novembro <strong>de</strong> 2001.OLIVEIRA, Fabrício Augusto <strong>de</strong> – “Fun<strong>do</strong> Constitucional <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>/FCO – Avaliação<strong>do</strong> Desempenho Econômico – Perío<strong>do</strong> 1990-2001” - SCO - Ministério da IntegraçãoNacional - Brasília – 2002.210


PASTORE, José – “Legislação trabalhista, emprego e renda: a reforma necessária” –palestra no Seminário sobre <strong>Desenvolvimento</strong> com Liberda<strong>de</strong> - Brasília – 2005.PORTER, Michael – “Vantagem Competitiva - crian<strong>do</strong> e sustentan<strong>do</strong> um <strong>de</strong>sempenhosuperior” - Ed. Campus - Rio <strong>de</strong> Janeiro - 1989.PURUSHOTHAMAN, Roopa e WILSON, Dominic - “Dreaming with BRICs: The Path to2050” - Goldman Sachs - Global Economics Paper nr. 99 - October – 2003.REVISTA EXAME - “Guia 2005 - Agronegócio. Editora Abril. Agosto <strong>de</strong> 2005. Opronunciamento referi<strong>do</strong> foi <strong>do</strong> Ministro <strong>de</strong> Agricultura Roberto RodriguesREZENDE, Fernan<strong>do</strong> e THAFNER, Paulo (organiza<strong>do</strong>res) – “Brasil – o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> umanação” - IPEA - 2005.ROSEGRANT, Mark W.; RINGLER, Claudia - “Crises económica en Asia: un futuro <strong>de</strong>menor crecimiento y mayor pobreza?”).ROSSETTI, J. P. - “Brasil 2005-2006 - Orientação Estratégia, Desafios e Gargalos” -(coleção <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s) - 2004 .SCO-Secretaria <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>/Ministério da IntegraçãoNacional/Multivisão – “Estu<strong>do</strong> Retrospectivo <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (<strong>do</strong>cumento base para o <strong>Plano</strong>Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>” – Brasília – Outubro <strong>de</strong> 2005.<strong>de</strong> SEIXAS CORRÊA, Luiz Felipe – “A Visão Estratégica Brasileira no Processo <strong>de</strong>Integração” - sem data - in www.mercosul.gov.brSHELL INTERNATIONAL – “Exploring the Future: Energy Needs, Choices and PossibilitiesScenarios to 2050” - Global Business Environment - 2001SEPRE - Secretaria Especial <strong>de</strong> Políticas Regionais/IICA - Instituto Interamericano <strong>de</strong>Cooperação para a Agricultura – “<strong>Plano</strong> Estratégico <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Sustentável daRegião <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong> (PLANOESTE)” - Brasília – 1999.THEOTO ROCHA, Marcelo – “Aquecimento Global e o Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Carbono: uma aplicação<strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo CERT” (tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>) – (mimeo) – Piracicaba - 2003.WILLIAMSON, Peter e ZENG, Ming - in HSM Management - nr. 53, ano 9, volume 6 –novembro/<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005.211


PESSOAS E INSTITUIÇÕES QUE PARTICIPARAM DO PROCESSOATRAVÉS DAS TRÊS FORMAS DE CONSULTA:Pesquisa QualitativaEsta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Goiás1. Agenor Braga e Silva Filho;2. José Carlos Siqueira;3. Hélio Rodrigues;4. Alberto Borges;5. Antônio Carlos da Costa;6. Ari Soares <strong>do</strong>s Santos;7. Eduar<strong>do</strong> da Silva Rodrigues;8. Eurípe<strong>de</strong>s Custódio Borges;9. Francisco Almeida;10. Gilberto Santana;11. Harol<strong>do</strong> Naves Soares;12. Maria Tereza Umbelino;13. Paulo Afonso Ferreira;14. Paulo Roberto da Costa;15. Pedro Arantes;16. Pedro Bittar;17. Valter Casseti;18. Wilson Hermuth Gottens;Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso <strong>do</strong> Sul1. Álvaro Banducci Júnior;2. Antônio Men<strong>de</strong>s Canale;3. Antonio Jacó Brand;4. Celso <strong>de</strong> Souza Martins;5. Edval<strong>do</strong> César Moretti;6. Elúsio Guerreiro <strong>de</strong> Carvalho;7. Ivo Martins Cezar;8. Jaime Verruck;9. Lisandra Pereira Lamoso;10. Mário Artemio Urchei;11. Maurício Gomes <strong>de</strong> Arruda;12. Michel Chaim;13. Nil<strong>de</strong> Clara <strong>de</strong> Souza Benites Brun;14. Paulo Shiguenori Kanazawa;15. Paulo Roberto Cimó Queiroz;16. Silvana <strong>de</strong> Abreu.Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso1. Alexandre Furlan;2. Antonio Camacho;3. Antonio Carlos Maximo;4. Bento Porto;5. Clovis Vetorato;6. Dante <strong>de</strong> Oliveira;7. Homero Pereira;8. José Guilherme;9. José Pedro;10. José Manoel Marta;11. Marcos Macha<strong>do</strong>;12. Nereu Pasini;13. Rui Carlos Otoni;14. Wilson Santos;15. Yeda Marli.Distrito Fe<strong>de</strong>ral1. Marcel Bursztyn;2. Lynal<strong>do</strong> Cavalcanti <strong>de</strong> Albuquerque;3. Marcos Formiga;4. Cássio Aurélio Branco Gonçalves;5. Renato Simplício Lopes;6. Antonio Fábio Ribeiro;7. Antônio Maria Gomes <strong>de</strong> Castro;8. Josezito Nascimento Andra<strong>de</strong>;9. Lindberg A. Cury;10. A<strong>do</strong>nias <strong>do</strong>s Reis Santiago;11. Ennius Marcus <strong>de</strong> Moraes Muniz;12. Newton <strong>de</strong> Castro;13. Walker Roberto Moura;14. José Otamar <strong>de</strong> Carvalho;15. Fernan<strong>do</strong> Pedro <strong>de</strong> Brites;16. Josemar Xavier Me<strong>de</strong>iros.212


Participantes da Consulta DelfosEntrevista<strong>do</strong>s1. A<strong>de</strong>mir Araújo Santana2. Afonso Antunes3. Alci<strong>de</strong>s Faria4. Alfre<strong>do</strong> Menezes5. Altevir Magalhães6. André Puccinelli7. Carlos Heitor8. Carlos Reis Mal<strong>do</strong>nato9. Carlos Roberto Fonseca10. Celene Cunha Monteiro Antunes Barreira11. Charles Mueller12. Cláudio A. Egler13. Cláudio Brüehmüeller14. Clóvis Nobre <strong>de</strong> Miranda15. Dario Hiromoto16. Eloísa Castro Berro17. Fábio Fae<strong>do</strong>18. Flávio Traldi19. Francis Maris Cruz20. Francisco Anis Faiad21. Francisco Antônio Vuolo22. Francisco Itami Campos23. Geral<strong>do</strong> Men<strong>de</strong>s24. Guilherme Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Moura Muller25. Hermano José Honório <strong>de</strong> Melo26. Homero José Figliolini27. Humberto Tannús Junior28. I<strong>do</strong> Michels29. Jéferson <strong>de</strong> Castro30. João Apareci<strong>do</strong> Spontoni31. João Bosco Umbelino <strong>do</strong>s Santos32. João Carlos Vicente Ferreira33. José Augusto Abreu Sá Fortes34. José Garcia Gasques35. Juacy Silva36. Julio Miragaya37. Junji MiyaKawa38. Leôncio <strong>de</strong> Souza Brito Filho39. Lílian Maria Silva Pra<strong>do</strong>40. Lourembergue Alves41. Luis Carlos Ribeiro42. Luiz Fernan<strong>do</strong> Cruvinel Teixeira43. Luiz Fernan<strong>do</strong> Magalhães44. Marco Antônio Lopes45. Maria Celeste Mace<strong>do</strong> Dominici46. Maria <strong>do</strong> Amparo Albuquerque Aguiar47. Maria Liiza Peluso e Ignez Costa BarbosaFerreira48. Maurício Neves49. Maurílio Alves Marcelo50. Mayra Regina S. <strong>de</strong> Abreu51. Michele Satto52. Moacir Kohl53. Nely A <strong>de</strong> Melo54. Onofre Ribeiro55. Paulo Guilherme Francisco Cabral56. Paulo Pitanga <strong>do</strong> Amparo57. Paulo Roberto Costa58. Pedro Calmon Pepeu G. Vieira Santana59. Percival Muniz60. Raphael Mello Moraes Gualberto61. Regina Falbo62. Reinal<strong>do</strong> Fonseca <strong>do</strong>s Reis63. Rogério Pio Teixeira64. Rogério Salles65. Rogério Scumann Rosso/Luís Fernan<strong>do</strong> daCosta e Silva66. Rosário Congro Neto67. Rubens Trombini Garcia68. Ságuas Moraes Sousa69. Serafim Carvalho Melo70. Ueze Zahran71. Ulisses Aesse72. Val<strong>de</strong>ci Martinelli73. Vicente Puhl74. Zilmar Melatte75. Zozimo Wellington Ferreira213


Participantes das Oficinas TerritoriaisAruana1 A<strong>de</strong>rval Junior2 A<strong>do</strong>nias Coelho <strong>de</strong> Morais3 Alipio Rodrigues4 Anestor A.5 Antonio Paulo6 Ari Seges Amaral7 Ary Soares <strong>do</strong> Santos8 Berenice Alves9 Bruna Ferreira10 Celia Marcia11 Celso Marques12 Ciro Gomes13 Cleomar B.14 Davi Carvalho15 Dirceu Lino16 Douglas Martins Rezen<strong>de</strong>17 Edilza Santana18 Edmilson A. Oliveira19 Edson Marcos20 Eli Jose21 Emival A. Barros22 Enilda S. Cantuário23 Fabrizio <strong>de</strong> Almeida24 Fausto Sardinha25 Geovacir José Nunes26 Geralda De Castro Silva27 Geral<strong>do</strong> G.28 Gilson J.Romanelli29 Gustavo R. <strong>de</strong> Men<strong>do</strong>nça30 Hermano Carvalho31 Jailton Paulo N.32 João Carlos P.33 João Cor<strong>de</strong>iro Rolim34 João M.35 João Soares <strong>de</strong> Oliveira36 Jose Gomes37 Jose Jacson38 Jose Ribeiro39 Kelly Vitalina40 Laecio Pinheiro <strong>de</strong> Souza41 Leonel J. Rezen<strong>de</strong>42 Lívia leite43 Lucio Warley Lippi44 Lucy Pereira Silva45 Luiz Antonio Cruvinel Gor<strong>do</strong>46 Luiz <strong>de</strong> Camargo Costa47 Lyvia karla48 Marcilene Vasconcelos49 Marco Antonio50 Maria Aparecida51 Maria Laurinete <strong>de</strong> Araújo52 Maria Sonia53 Mary Brandão54 Mauro Célio55 Mauro Mello56 Maycon Charles57 Milton Ferreira58 Nilo Carneiro59 Nilo P.60 Niva <strong>de</strong> Santana61 Patrícia Noleto62 Patrícia Rodrigues63 Paulo Silvano64 Plínio Carlos S. Nunes65 Raul Mauri66 Regina Celia67 Ricar<strong>do</strong> B.68 Ro<strong>do</strong>lfo Esteves69 Ronal<strong>do</strong> E. D.70 Solange Maria71 Sonia Helena C. Pinto72 Telma C.<strong>de</strong> Souza73 Tereza J.Ferreira74 Thiago Ribeiro75 Walter Car<strong>do</strong>so214


Campo Gran<strong>de</strong>1 Adauto Pelle2 A<strong>de</strong>mar Silva Júnior3 Adierson V Mota4 Ângelo Arruda5 Ângelo Mateus Prochuam6 Arisoli S. Neves7 Arnal<strong>do</strong> Leite8 Astúrio Ferreira <strong>do</strong>s Santos9 Bianca10 Carlos Alberto Dudra11 Carlos Santana12 Célia Maria Roe<strong>de</strong>l13 Célia Pa<strong>do</strong>van14 Clarice Zanoni Fontes15 Cleuto Soares16 Clo<strong>do</strong>al<strong>do</strong> Larias <strong>de</strong> Oliveira17 Domingos Ventorin18 Douglas Ramos19 Edymar Cintra20 Eliane Cabral21 Evelyn Morales22 Fábio Lagos23 Fausto Mattogrosso24 Fernan<strong>do</strong> Vicente25 Francisco Silva26 Fre<strong>de</strong>rico Valente27 Gabriel Tenório Katter28 Geremias Rigom29 Graciliano Rocha30 Hélio Filho31 Hermínio F. Gomes32 Homero Scapinelli33 Inácio Leite Reis34 Jair Bezerra Xavier35 João Batista Taucchio36 João Carlos S. Mattos37 João Men<strong>do</strong>nça38 João Ramos Martins39 José C. Ribas40 Jose Carlos Siqueira41 José Geral<strong>do</strong> Lima42 Jose Luis Neto43 José Simeão <strong>do</strong> N. Filho44 Joyce Sabalho45 Juberty Antonio Souza46 Juliane Barbosa47 Junji Miyavawa48 Laurin<strong>do</strong> Pipelivka49 Levi Amaral50 Ligia Regina F. Yule51 Luciniara Klolm Boing52 Luiz Hi<strong>de</strong>o Shimabucuro53 Macello Naglis54 Macelo Matos Oliveira55 Marco Antonio M. Pereira56 Maria Raquel Garcia Azeve<strong>do</strong>57 Maria Antonia C Souza Kuendig58 Maria Cecília Sales Teixeira59 Mario <strong>de</strong> Dea60 Marisa Maria Valente61 Natel Morris62 Nilo Carneiro Assis63 Orlan<strong>do</strong> Corrêa Sampaio64 Osmar Dantas65 Raquel L Ramalho66 Reginal<strong>do</strong> Alves67 Reginal<strong>do</strong> Alves68 Reinal<strong>do</strong> Donatti Gomes69 Roberto T. Oshiro Junior70 Romeo Jacoby71 Thales S. Campos72 Wilson E. Pinto73 Wilson P. <strong>de</strong> Oliveira74 Wilson Rodrigues75 Zenai<strong>de</strong> <strong>de</strong> Souza <strong>do</strong>s Santos215


Chapadão <strong>do</strong> Sul1 Adão A. Hoffmann2 A<strong>de</strong>lvair Silva Resen<strong>de</strong>3 A<strong>de</strong>mar Pláci<strong>do</strong>4 Agnes Welter5 Agoncílio Corrêa Barbas6 Aguinal<strong>do</strong> L. <strong>de</strong> Melo7 Ailton R. Carvalho8 Airton da Cunha9 Alessandra c. Conforte10 Alírio José Bacca11 Almira Coneleiro12 Amaril<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pra<strong>do</strong>13 Ana Cláudia B. Andra<strong>de</strong>14 Arisoli L. Neves15 Arnal<strong>do</strong> A. <strong>de</strong> Sousa Neto16 Arol<strong>do</strong> A. Figueiró17 Assis E. Oliveira18 Athos Magno Costa e Silva19 Avenir Soares Bernar<strong>de</strong>s20 Carlos José Reis <strong>de</strong> Almeida21 Cynthia Pior22 Degmarcos S. Franco23 Edson G. Oliveira24 Edson Rodrigues Silva25 Edson William P. Vieira26 Eduar<strong>do</strong> Belotti27 Eduar<strong>do</strong> P. Pimenta28 Egon Krakhecke29 Eliane C. da Silva30 Eliane Ribeiro Chaves31 Elo Ramires Loeff32 Erory Scaim33 Fausto Teixeira Sanches34 Francisco Antonio35 Francisco Cézar Dias36 Germano Ramos37 Gerson Luis Schivengber38 Gil<strong>do</strong> Ferreira <strong>do</strong>s Santos39 Guerino Perius40 Guilherme Colagiovanni Girona41 Hélio Antonio Paço'42 Hélio Rasva43 Idalino Alves da Silva44 Irani Ribeiro Silva45 Irineu C. X. da Cunha46 Javi Alves <strong>de</strong> Souza47 João Paulo Lisbôa Campaneri48 João Ramos Martins49 Jocelito Krug50 Joenio A. Araújo51 Jorge Luiz Manari52 José Carlos Ribas53 José Luiz54 Jovanesn Macha<strong>do</strong>55 Jucelei Garcia Rodrigues56 Laci Alves Nunes57 Laurentina Agnes58 Levi da Silva59 Luceni Grassi <strong>de</strong> Oliveira60 Lucia Helena Melo61 Luiz Antonio Cruvinel Gor<strong>do</strong>62 Maiquel Gaspere63 Manuelina M. Cabral64 Marcelo Matos <strong>de</strong> Oliveira65 Marcos Scheer66 Maria Aparecida <strong>de</strong> Lima e Silva67 Maria das Dores Z.Krug68 Maria Edite Lompa69 Maria José Monteiro70 Maria Luzia Ferreira71 Maristela F. Dominy72 Mauro Sérgio Oliveira73 Moisés Neri74 Nara Foletto B.75 Neila Campos76 Neusa Maria Bacatto77 Newton P.Filho78 Nilo Peçanha Coelho Filho79 Olavo Strigures80 Onei A. De Castro81 Osmar Camilo Sanches82 Padre Luiz A. <strong>do</strong>s Santos83 Paolo João Rosa84 Paulo Cesar P. Rosa85 Pedro Carlos Calgaro86 Regina Faria <strong>de</strong> Souza87 Roberto M.B. Cézar88 Rosangela Aparecida Rosa89 Rosiney Moreira Santana90 Sebastião <strong>de</strong> Almeida Filho91 Serafim C. Melo92 Silvio Y. Kanamaru93 Simone Pereira da Silva94 Thales S. Campos95 Ubirajara G. Lima96 Venturino Colleto97 Wilton Paulino Júnior216


Cuiabá1 A<strong>de</strong>cio Marcon<strong>de</strong>s2 Alessandro Donato3 Almir Arantes4 Álvaro Juces <strong>do</strong> A5 Amir Kavil6 Athos Magno7 Benedito Mario Ribeiro8 Camila Borges <strong>de</strong> Oliveira9 Carlos Avalone Junior10 Carlos Mal<strong>do</strong>na<strong>do</strong>11 Celia Alves Borges12 Claudia V. A. Gonzaga13 Clelia Araujo Brito14 Clemil<strong>de</strong>s Andra15 Clóvis Miranda16 Dimas Gomes NC17 Eduar<strong>do</strong> C18 Efraim O M19 Elanir <strong>de</strong> Almeida20 Eliana Martinez21 Elizabete F. Silva22 Elizethe R Castilho23 Fabiana <strong>de</strong> F Correa Barros24 Fransoize Jesus <strong>de</strong> Magalhaes25 Glacia Maria G Muñoz26 Guaracy P Calaza27 Helenise A L S Ferreira28 Helio Tito Simoes Arruda29 Ieda Marli30 Il<strong>do</strong>mar F Oliveira31 Ilma Alves <strong>de</strong> Castro32 Iraci Aguiar33 Ires J Rossalo34 Irion Francisco Silva35 Ivo Cuiabano Scafe36 Jan G A Asekar37 Jorge Amadio Filin38 Jose G39 Jose Gonzaga Tonon40 Jose Humberto41 José Juarez P. Faria42 Jose Manuel C Myrta43 Jose Roberto Borges Montero44 Julia Satie Yokokura Matsuoka45 Julio Cesar Maltinsvina46 Leila Francisca <strong>de</strong> Souza47 Ligia Camargo48 Luceni Grassi <strong>de</strong> Oliveira49 Luis Mario D Campos50 Luiz B P51 Luzia F A52 Luzia Helena T. N. Souza53 Marcia Vanda <strong>de</strong> Alencar54 Marco C Neves55 Marcos F Borges56 Marcos Ferraz57 Maria Jose Monteiro58 Maria S <strong>de</strong> Mello59 Marina P Crepaldi60 Marise Marinho Freitas61 Marize Bueno S. Soares62 Mucio F. Ripas63 Olcio Alves Pereira64 Osmar Foner Mello65 Paulo <strong>de</strong> Brito Candi<strong>do</strong>66 Pepeu Garcia67 Priscila G. Pompiani68 Rain69 Regina Vaz Campos70 Rita Cassia Ayoub71 Rita <strong>de</strong> Cassia D. Matos72 Rosa M F Atrimio73 Rosemeira Cristina <strong>do</strong>s Santos74 Saluy Bosco <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong>75 Samuel Lemes Silva76 Sandra Sinohara77 Sergio Kermivh78 Sivia A Carmacleo79 Susan Dignart80 Tereza Nei<strong>de</strong> Nunes81 Val<strong>de</strong>te Ourives82 Van<strong>de</strong>rley83 Van<strong>de</strong>vina da Silva84 Verton S Marques85 Vicente Falcao A G86 Vicente Jose Puhl87 Walmir Zeliz <strong>do</strong>s Santos88 Walter Max89 Wellington Pereira90 Zwinglio Rodrigues Freire217


Pirenópolis1 Adriana Brandão2 Adriana Valle Vieira3 Ana Isabel L. Men<strong>do</strong>nça4 Ana Maria Simão5 Aril<strong>do</strong> F. Costa6 Artur N. Santos Junior.7 Célia Márcia Godinho8 Célia Maria C.P.Roe<strong>de</strong>l9 Cláudio B. M. Pinto10 Cleiton Alves11 Cristiano <strong>de</strong> Oliveira12 Edmar Carvalho Oliveira13 Edson Alves Novaes14 Enéas Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Aguiar15 Fre<strong>de</strong>rico A. D. <strong>de</strong> Araújo16 Fre<strong>de</strong>rico Valente17 Genismar F. <strong>de</strong> Souza18 Geralda P. Reis19 Grace Isaac20 Gustavo B. <strong>de</strong> Men<strong>do</strong>nça21 Humberto Tannus22 Itamar Queiroz23 João Bosco V.<strong>do</strong>s Santos24 João Martins Neto25 Jose Carlos Nunes26 Jose Carlos Romancini27 Jose Simão28 Joy Penafer29 Levi Craveiro Ramos30 Lívia Leite Santos31 Luara Graziele32 Lucia G.Costa Figueire<strong>do</strong>33 Lucio Warley Lippi34 Luiz Antonio Cervina Borba35 Luiza Guiar36 Marco Antonio Mello e Cunha37 Marco Aurélio Ferreira38 Maria Benavenuta39 Maria das Gracas Langs<strong>do</strong>rff40 Maria <strong>de</strong> A Men<strong>de</strong>s41 Maria Jose Monteiro42 Nara Regina Salles43 Nilo Carneiro44 Regina Célia <strong>de</strong> A.C. Folb45 Renee Fernan<strong>de</strong>s46 Sebastião A. da Luz47 Sergio Frias Franco48 Solange Maria Silva49 Stenio Gonçalves50 Sulamita <strong>de</strong> A.Porto M.Cunha51 Telma Cunha <strong>de</strong> Souza52 Terezinha E. Ferreira53 Valeria <strong>de</strong> F. Queiroz54 Vival<strong>do</strong> Marcos Filho55 Walter Car<strong>do</strong>so56 Zenon da Costa Silva218


Sinop1 A<strong>de</strong>lcio Mileski2 A<strong>de</strong>lia Stedila <strong>de</strong> Matos3 Adriana Franco Bonfim4 Alcir P. <strong>de</strong> Oliveira5 Alen Daiana Palu<strong>do</strong>6 Aluizio P. Barros7 Alvaro Lucas <strong>do</strong> Amaral8 Ana Flavia H.A.Santos9 Angela M. V.10 Antonio Galvan11 Antonio P.C. Melo12 Asterio Gomes13 Carlos A . C. Scholtao14 Celia Maria Roe<strong>de</strong>l15 Claudia M. Nobre16 Cristiane Cesco17 Daniel B. Campos18 Deral<strong>do</strong> Campos19 Edinama R. Nogueira20 Edival<strong>do</strong> Costa21 Eliane Ribeiro Chaves22 Eliani Maria Nervo23 Fernanda Vasconcelos24 Fernan<strong>do</strong> O . P.25 Fiorelo Picoli26 Fre<strong>de</strong>rico V. Valente27 Hel<strong>de</strong>r Umburano28 Henrique Lopes <strong>do</strong> Nascimento29 Hil<strong>de</strong>bran<strong>do</strong> Franca30 Jair Pessine31 Jal<strong>de</strong>s Langer32 Joao Paulo Barbon33 Jose Dival<strong>do</strong>34 Jose Plinio Silva Filho35 Juarez Ribeiro Costa36 Julita B. Duleba37 Laura Bastos38 Leandro M.F.Pimtl39 Luceni Grassi <strong>de</strong> Oliveira40 Lucia Martins da Silva41 Luis Otavio42 Marcia Regina Vieira43 Marco Cezar Neves44 Maria Cleonice <strong>do</strong>s Santos45 Maria Jose46 Maria Jose Monteiro47 Maril<strong>de</strong> Brito Lima48 Marines Orlandi49 Marino Hernablan<strong>do</strong>50 Marize Bueno Soares51 Moacir Locolotto52 Munefuni Matsubar53 Nei<strong>de</strong> Lopes54 Nilo Carneiro55 Nilso Francio56 Nilson Leitao57 Norival Batista <strong>do</strong>s Santos58 Norival Campos Cura<strong>do</strong>59 Olvi<strong>de</strong> Galina60 Otaviano Muniz61 Patricia Silvestre62 Paulo Cezar <strong>de</strong> Castro63 Paulo Mattge64 Quelen Gianezini65 Raimun<strong>do</strong> Hedval<strong>do</strong> Costa66 Renato Curvo Sobrinho67 Roberto D.Moraes68 Rogerio L. Rodrigues69 Rosileila H. Medra<strong>do</strong>70 Rubens Denardi71 Samuel Acha Gaya72 Serlene Anar<strong>de</strong> Carli73 Silvia Caetano74 Silvia Maria75 Sineia Abreu76 Solange A. T. Notario77 Susan Dignart78 Tarciso Schmit79 Val<strong>de</strong>mir Alcantra80 Val<strong>de</strong>nicio Santos81 Valdir A.Sartorelo82 Valmir J. Cantreira83 Vera Miquelin84 Walter <strong>de</strong> Mello85 Yenes J. Magalhaes86 Zeno N.Schnei<strong>de</strong>r219


OFICINA REGIONAL1. Adierson Venâncio Mota2. Arisoli Silva Neves3. Artur Nogueira Santos Junior4. Ciro Gomes <strong>de</strong> Freitas5. Dirceu Lino6. Eliana Martinez7. Eliane Ribeiro Chaves8. Elidio Mariani9. Francisca Puga Lopes10. Glaucia <strong>do</strong> Nascimento Melo11. Guaracy Pinto Calaza12. Guilherme Colagiovani13. Il<strong>do</strong>mar Freitas <strong>de</strong> Oliveira14. Jair Bezerra Xavier15. José Agmar <strong>de</strong> Souza16. José Carlos Romancini17. Juliane Barbosa18. Kurt Luiz Matte19. Luceni Grassi <strong>de</strong> Oliveira20. Maria Cecília Sales Teixeira21. Maria José Monteiro22. Marize Breno <strong>de</strong> Souza23. Mauro Célio Elias Melo24. Múcio Pereira Ribas25. Nilo Peçanha Coelho Filho26. Nilo Carneiro <strong>de</strong> Assis27. Paolo João Rosa28. Reinal<strong>do</strong> Donatti Gomes29. Roberto Tarashigue Oshiro Junior30. Silvia Maria Silva31. Vival<strong>do</strong> Matos Filho32. Wilton Paulino Junior220


EQUIPE TÉCNICACoor<strong>de</strong>nação Geral – Secretaria <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>:Fre<strong>de</strong>rico Vitório Valente – Diretor <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional - SCO/MITécnicos:Nilo Carneiro <strong>de</strong> Assis – SCO/MICélia Maria C. Pinho Roe<strong>de</strong>l – SCO/MIApoio – Secretaria <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional:Paulo Pitanga <strong>do</strong> Amparo – SDR/MIMaria José Monteiro – SDR/MIUbajara Berocan Leite – SDR/MIApoio nos esta<strong>do</strong>s e DF:Mato Grosso <strong>do</strong> SulEgon Krakecke – Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Planejamento, Ciência e Tecnologia e Vice Governa<strong>do</strong>rEliane Cabral da Silva – SEPLANCTMarcelo Matos <strong>de</strong> Oliveira – SEBRAEMato GrossoYênes Magalhães – Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Planejamento SEPLANArnal<strong>do</strong> Alves <strong>de</strong> Souza Neto – Secretário-Adjunto SEPLANLuceni Grassi <strong>de</strong> Oliveira – SEPLANSusan Dignart - SEPLANEliane Ribeiro Chaves – SEBRAEGoiásJosé Carlos Siqueira – Secretário <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> PlanejamentoHumberto Tanus – Secretário-Adjunto SEPLANPaula Pinto Silva <strong>de</strong> Amorim – SEPLANSulamita <strong>de</strong> Aquino Porto – SEPLANLuiz Antonio Cruvinel Gor<strong>do</strong> – SEPLANLucelena Fátima <strong>de</strong> Melo - SEPLANMarco Antonio <strong>de</strong> Mello e Cunha – SEBRAEDistrito Fe<strong>de</strong>ralGláucia <strong>do</strong> Nascimento Melo – SEPLANJosé Agmar <strong>de</strong> Souza – SEPLANJoão Carlos <strong>de</strong> Souza Mattos – SEPLAN221


Ministério <strong>do</strong> Meio AmbienteMário Schwingel222


EQUIPE TÉCNICA DA MULTIVISÃOCoor<strong>de</strong>nação:Enéas Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> AguiarElaboração:Sérgio C. BuarqueEster Aguiar <strong>de</strong> SousaRevisão:Enéas Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> AguiarJosé Raymun<strong>do</strong> F. <strong>de</strong> AguiarConsultores Locais:Cynthia Men<strong>de</strong>s Fior (MT)Dogercy Nunes <strong>do</strong>s Santos (DF)Edval<strong>do</strong> Martiniano <strong>de</strong> Luna (DF)Francisco Fausto Matto Grosso Pereira (MS)Gabriel Tenório Kater (DF)Walter Car<strong>do</strong>so Sobrinho (GO)Editoração e Arte FinalVilton GonzagaAndré Luis Fernan<strong>de</strong>sSecretaria <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>do</strong> <strong>Centro</strong>-<strong>Oeste</strong>Secretaria <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Regional223


Milhares <strong>de</strong> Livros para Download:Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )Baixar livros <strong>de</strong> AdministraçãoBaixar livros <strong>de</strong> AgronomiaBaixar livros <strong>de</strong> ArquiteturaBaixar livros <strong>de</strong> ArtesBaixar livros <strong>de</strong> AstronomiaBaixar livros <strong>de</strong> Biologia GeralBaixar livros <strong>de</strong> Ciência da ComputaçãoBaixar livros <strong>de</strong> Ciência da InformaçãoBaixar livros <strong>de</strong> Ciência PolíticaBaixar livros <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong>Baixar livros <strong>de</strong> ComunicaçãoBaixar livros <strong>do</strong> Conselho Nacional <strong>de</strong> Educação - CNEBaixar livros <strong>de</strong> Defesa civilBaixar livros <strong>de</strong> DireitoBaixar livros <strong>de</strong> Direitos humanosBaixar livros <strong>de</strong> EconomiaBaixar livros <strong>de</strong> Economia DomésticaBaixar livros <strong>de</strong> EducaçãoBaixar livros <strong>de</strong> Educação - TrânsitoBaixar livros <strong>de</strong> Educação FísicaBaixar livros <strong>de</strong> Engenharia AeroespacialBaixar livros <strong>de</strong> FarmáciaBaixar livros <strong>de</strong> FilosofiaBaixar livros <strong>de</strong> FísicaBaixar livros <strong>de</strong> GeociênciasBaixar livros <strong>de</strong> GeografiaBaixar livros <strong>de</strong> HistóriaBaixar livros <strong>de</strong> Línguas


Baixar livros <strong>de</strong> LiteraturaBaixar livros <strong>de</strong> Literatura <strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>lBaixar livros <strong>de</strong> Literatura InfantilBaixar livros <strong>de</strong> MatemáticaBaixar livros <strong>de</strong> MedicinaBaixar livros <strong>de</strong> Medicina VeterináriaBaixar livros <strong>de</strong> Meio AmbienteBaixar livros <strong>de</strong> MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros <strong>de</strong> MúsicaBaixar livros <strong>de</strong> PsicologiaBaixar livros <strong>de</strong> QuímicaBaixar livros <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ColetivaBaixar livros <strong>de</strong> Serviço SocialBaixar livros <strong>de</strong> SociologiaBaixar livros <strong>de</strong> TeologiaBaixar livros <strong>de</strong> TrabalhoBaixar livros <strong>de</strong> Turismo

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