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Identificação do efeito antitumoral de um polipeptídeo isolado da ...

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“IDENTIFICAÇÃO DO EFEITO ANTITUMORALDE UM POLIPEPTÍDEO ISOLADO DA PEÇONHADO PEIXE-ESCORPIÃO Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri EAVALIAÇÃO DO SEU POTENCIAL USO NODIAGNÓSTICO DE TUMORES”Juliana SopraniDissertação apresenta<strong>da</strong> ao Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciênciae Tecnologia <strong>da</strong>s Radiações, Minerais e Materiais como requisitoparcial à obtenção <strong>do</strong> Grau <strong>de</strong> Mestre.2008


Comissão Nacional <strong>de</strong> Energia NuclearCENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEARPrograma <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia <strong>da</strong>s Radiações,Minerais e Materiais“IDENTIFICAÇÃO DO EFEITO ANTITUMORAL DE UM POLIPEPTÍDEOISOLADO DA PEÇONHA DO PEIXE-ESCORPIÃO Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri EAVALIAÇÃO DO SEU POTENCIAL USO NO DIAGNÓSTICO DE TUMORES”JULIANA SOPRANIDissertação apresenta<strong>da</strong> ao curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia <strong>da</strong>sRadiações, Minerais e Materiais como requisito parcial à obtenção <strong>do</strong> Grau <strong>de</strong> Mestre.Área <strong>de</strong> concentração: Ciência e Tecnologia <strong>da</strong>s Radiações: Técnicas NuclearesAplica<strong>da</strong>s à Saú<strong>de</strong> e a Biologia.Orienta<strong>do</strong>ra: Dra. Raquel Gouvêa <strong>do</strong>s SantosBelo Horizonte2008II


III


“‘São fúteis e cheias <strong>de</strong> erros asciências que não nasceram <strong>da</strong>experimentação, mãe <strong>de</strong> to<strong>do</strong>conhecimento...”Leonar<strong>do</strong> <strong>da</strong> VinciIV


Agra<strong>de</strong>ço a (os)...Deus, pela vi<strong>da</strong>, e por tornar tu<strong>do</strong> possível apesar <strong>de</strong> minhas fraquezas... por teril<strong>um</strong>ina<strong>do</strong> meu caminho com pessoas maravilhosas que me <strong>de</strong>ram força para seguir emfrente...Meus pais, Luiz e Eliane, pelo amor incondicional... por ca<strong>da</strong> palavra <strong>de</strong> carinho, porme apoiarem em ca<strong>da</strong> <strong>de</strong>cisão, pela presença constante nos momentos difíceis em quepensei em <strong>de</strong>sistir... por me ensinarem o caminho <strong>do</strong> bem e <strong>da</strong> perseverança. Obriga<strong>da</strong>por serem pessoas tão maravilhosas. Não teria consegui<strong>do</strong> mais essa vitória semvocês...Minha irmã, Taisla, futura farmacêutica, pelas horas gastas ao msn, pela amiza<strong>de</strong> econfiança apesar <strong>da</strong> distância, pelo conforto nos momentos <strong>de</strong> sau<strong>da</strong><strong>de</strong>...Meu irmãozinho, Luiz Enrico, que trouxe mais felici<strong>da</strong><strong>de</strong> e amor para minha vi<strong>da</strong>...Jefferson, por ser meu companheiro... por seu carinho, paciência, atenção e <strong>de</strong>dicação,me apoian<strong>do</strong> nessa caminha<strong>da</strong> e me <strong>da</strong>n<strong>do</strong> força para seguir em frente apesar <strong>da</strong>distância e <strong>da</strong> sau<strong>da</strong><strong>de</strong>... por seu amor e generosi<strong>da</strong><strong>de</strong>... por me fazer tão feliz!Dra. Raquel, minha orienta<strong>do</strong>ra, por to<strong>da</strong> sua atenção, <strong>de</strong>dicação, confiança, e porto<strong>do</strong>s seus valiosos ensinamentos.Marcella e Priscilla, pessoas maravilhosas sem as quais não teria consegui<strong>do</strong> realizaresse trabalho. Obriga<strong>da</strong> por ca<strong>da</strong> dica, ca<strong>da</strong> técnica ensina<strong>da</strong>, ca<strong>da</strong> pensamentocompartilha<strong>do</strong>... por estarem sempre dispostas a me aju<strong>da</strong>r... obriga<strong>da</strong> pelos passeiosmaravilhosos e pela alegria <strong>de</strong> viver... por terem <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ser colegas e terem setorna<strong>do</strong> amigas... vocês vão estar sempre no meu coração...Amigos <strong>do</strong> Laboratório <strong>de</strong> Radiobiologia, Lu, Paulo, Nino, Thaíssa, Jú Lage, Fred,Bárbara, Márcia, Estefânia, pelo convívio diário, pelas risa<strong>da</strong>s, pelos <strong>de</strong>sabafos... porse tornarem minha família nesta ci<strong>da</strong><strong>de</strong>... a<strong>do</strong>ro vocês!Ju Cassoli e Roberta por terem compartilha<strong>do</strong> meus dias mais difíceis e torna<strong>do</strong> minhajorna<strong>da</strong> mais leve e alegre... pelas horas intermináveis <strong>de</strong> conversas e risa<strong>da</strong>s no sofá,pelos filmes horrorosos, pelo companheirismo e amiza<strong>de</strong>, enfim... por esses <strong>do</strong>is anos<strong>de</strong> casa compartilha<strong>da</strong>... a<strong>do</strong>ro vocês! Ju... obriga<strong>da</strong> por sua prontidão e generosi<strong>da</strong><strong>de</strong>em estar sempre disposta a me ensinar...Amigos <strong>do</strong> Laboratório <strong>de</strong> Química <strong>de</strong> Proteínas (UFES), Jú Bambrilla, Rafa, Renan,Pedro, e Felipe, por tantos momentos diverti<strong>do</strong>s! Em especial a Gillian, por suadisposição em me aju<strong>da</strong>r, pelo incentivo, pela paciência em ouvir minhas intermináveisreclamações... por to<strong>da</strong>s as risa<strong>da</strong>s compartilha<strong>da</strong>s... obriga<strong>da</strong> por sua amiza<strong>de</strong> ecarinho...Minha turma <strong>da</strong> Pós-Graduação, pela convivência alegre e pelos momentos <strong>de</strong>aprendizagem compartilha<strong>do</strong>s...V


IDENTIFICAÇÃO DO EFEITO ANTITUMORAL DE UM POLIPEPTÍDEOISOLADO DA PEÇONHA DO PEIXE-ESCORPIÃO Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri EAVALIAÇÃO DO SEU POTENCIAL USO NO DIAGNÓSTICO DE TUMORESRESUMOJuliana SopraniO câncer tem leva<strong>do</strong> a óbito milhões <strong>de</strong> pessoas em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Apesar <strong>do</strong>s conhecimentos arespeito <strong>do</strong>s mecanismos moleculares <strong>de</strong>sta patologia estarem a<strong>um</strong>entan<strong>do</strong> rapi<strong>da</strong>mente, poucosavanços estão sen<strong>do</strong> consegui<strong>do</strong>s nas clínicas <strong>de</strong> terapia e diagnósticos <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores, o que torna<strong>de</strong> extrema importância o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas moléculas para fins terapêuticos ediagnósticos. Toxinas animais possuem <strong>um</strong>a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas efarmacológicas e têm se mostra<strong>do</strong> fonte rica <strong>de</strong> moléculas com potencial terapêutico. Diversostrabalhos têm si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s com toxinas <strong>de</strong> animais terrestres, mas toxinas <strong>de</strong> peixesvenenosos marinhos são <strong>um</strong>a fonte potencial e ain<strong>da</strong> inexplora<strong>da</strong> <strong>de</strong> novas moléculas. Nestetrabalho a peçonha bruta <strong>do</strong> peixe-escorpião Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri (SPB) e <strong>um</strong>a enzimagelatinolítica (SPGP) purifica<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong>sta peçonha, foram avalia<strong>da</strong>s quanto a suaaplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> na <strong>de</strong>tecção diferencial <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores. Os resulta<strong>do</strong>s in vitro <strong>de</strong>monstraram quetanto SPB quanto SPGP possuem potente <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> sobre células <strong>de</strong> glioblastoma p-53selvagem (DL 50 = 3,9±0,98µg/mL e 8,00x10 -12 ±2,94x10 -12 M, respectivamente) e células <strong>de</strong>carcinoma ascítico <strong>de</strong> Ehrlich (DL 50 =14,05±2,95µg/mL e 1,22x10 -11 ±6,56x10 -12 M,respectivamente), sen<strong>do</strong> células <strong>de</strong> glioblastoma p53-mutante mais resistentes, para ambas assubstâncias (DL 50 > 125µg/mL para SPB e DL 50 > 1,39x10 -9 M para SPGP). As alteraçõesmorfológicas observa<strong>da</strong>s nestas linhagens quan<strong>do</strong> trata<strong>da</strong>s com SPB e SPGP, e os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong>coloração com DAPI, indicam que o <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>de</strong>stas substâncias ocorre via apoptose.Son<strong>da</strong>s radioativas <strong>de</strong> SPB ([ 99m Tc]SPB) e SPGP ([ 131/125 I]SPGP) foram sintetiza<strong>da</strong>s com altaativi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica e alta pureza radioquímica. Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> biodistribuição, realiza<strong>do</strong>s porinjeções via en<strong>do</strong>venosa cau<strong>da</strong>l, em camun<strong>do</strong>ngos implanta<strong>do</strong>s nos coxins plantares com t<strong>um</strong>or<strong>de</strong> Ehrlich mostraram que a SPB não é capta<strong>da</strong> significativamente pelo t<strong>um</strong>or. Por outro la<strong>do</strong>, aSPGP foi significativamente capta<strong>da</strong> pela pata com t<strong>um</strong>or, em to<strong>do</strong>s os tempos avalia<strong>do</strong>s(p


IDENTIFICATION OF ANTITUMORAL EFFECT OF A POLYPEPTIDEISOLATED FROM SCORPIONFISH Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri VENOM ANDEVALUATION OF ITS POTENTIAL USE FOR TUMOR DIAGNOSISJuliana SopraniABSTRACTCancer has killed millions of people worldwi<strong>de</strong>. Despite the increasing knowledge about themolecular basis of t<strong>um</strong>or <strong>de</strong>velopment, few advances have been reached in clinical therapy anddiagnoses, which shows the importance of new drugs <strong>de</strong>velopment for therapeutic and diagnosispurpose. Venomous creatures have been studied as potential sources of pharmacological agentsand physiological tools. A lot of work has been <strong>do</strong>ne about biological activity of terrestrialanimals, but comparatively less research has been un<strong>de</strong>rtaken on venomous marine creature,particularly fish, which means that marine toxins represent a vast and unexplored source ofnovel molecules with therapeutical potential. In this work, the scorpionfish Scorpaena pl<strong>um</strong>iericru<strong>de</strong> venom (SPB) and a gelatinolytic protease purified from this venom (SPGP) wereevaluated for their applicability for in vivo t<strong>um</strong>or <strong>de</strong>tection. In vitro results showed that both,SPB and SPGP, possess a powerful antit<strong>um</strong>or effects on p53-wild-type glioblastoma cells(LD 50 = 3,9±0,98µg/mL and 8,00x10 -12 ±2,94x10 -12 M, respectively) and Ehrlich ascitescarcinoma cells (LD 50 =14,05±2,95µg/mL and 1,22x10 -11 ±6,56x10 -12 M, respectively). P53-mutant glioblastoma cells were more resistant to both, SPB and SPGP treatment (LD 50 >125µg/mL and LD 50 > 1,39x10 -9 M, respectively). The morphological changes observed in thecell lines treated with SPB and SPGP, and the <strong>da</strong>ta of DAPI staining, indicate that the antit<strong>um</strong>oreffect of these substances occurs via apoptosis. Radioactive probes of SPB ([99mTc] SPB) andSPGP ([125I] SPGP) with high specific activity and high radiochemical purity weresynthesized. Data of biodistribution studies, performed by intravenous injections in Swiss micebearing Ehrlich carcinoma cells, showed that SPB has poor uptake in t<strong>um</strong>or region. On the otherhand, SPGP had a substantial uptake in t<strong>um</strong>or at all analyzed times. Intrat<strong>um</strong>oral administrationof [ 125 I]SPGP increased its uptake by the t<strong>um</strong>oral region and substantially reduced the uptake byother organs. Biodistribution studies in animals with e<strong>de</strong>ma confirmed that SPGP presentslonger resi<strong>de</strong>nce time in t<strong>um</strong>oral region than into inflammation site. Hematologic andhistopathologic studies showed that SPB and SPGP did not present acute toxicity, even atconcentrations ten times higher than those used in biodistribution studies. These results indicatethe potential of SPGP as template for the <strong>de</strong>velopment of new drugs and radiopharmaceuticalsfor t<strong>um</strong>ors diagnosis and therapy.VIII


FIG.15: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células RT2: alterações morfológicas após 48 horas<strong>de</strong> tratamento com SPB...................................................................................................91FIG.16: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células CAE: alterações morfológicas após 48 horas<strong>de</strong> tratamento com SPB...................................................................................................92FIG.17: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células T98: alterações morfológicas após 48 horas<strong>de</strong> tratamento com SPB...................................................................................................93FIG.18: Análise <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células RT2 após 48h <strong>de</strong> tratamento comSPB, na concentração <strong>de</strong> 3µg/mL...................................................................................95FIG.19: Alterações <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células CAE cora<strong>da</strong>s com DAPI, após 48horas <strong>de</strong> tratamento com 10µg/mL <strong>de</strong> SPB.....................................................................96FIG.20: Células T98 cora<strong>da</strong>s com DAPI, após 48 horas <strong>de</strong> tratamento com SPB(125µg/mL)......................................................................................................................97FIG.21: Avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB após radiomarcaçãocom 99m Tc. MTT em células RT2....................................................................................99FIG.22: Avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB após radiomarcaçãocom 99m Tc. MTT em células CAE ..................................................................................99FIG.23: Avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB após radiomarcaçãocom 99m Tc. MTT em células T98...................................................................................100FIG.24: Verificação in vivo <strong>da</strong> pureza radioquímica <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB...........................101FIG.25: Comparação <strong>da</strong> concentração <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB na pata implanta<strong>da</strong> com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong>Ehrlich e pata sem t<strong>um</strong>or (pata normal), ao longo <strong>do</strong> tempo........................................103FIG.26: Fluxograma <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> purificação <strong>da</strong> SPGP a partir <strong>da</strong> SPB. (Modifica<strong>do</strong><strong>de</strong> Andrich, 2005)..........................................................................................................104FIG.27: Perfil cromatográfico <strong>da</strong> Filtração em Gel <strong>da</strong> fração solúvel <strong>da</strong> SPB em ColunaSephacryl S 200 HR (1,2 x 120cm)..............................................................................105FIG.28: Perfil cromatográfico <strong>da</strong> troca aniônica <strong>da</strong> fração FIII. Coluna <strong>de</strong> trocaaniônica (DEAE Celulose, 1,0 x 10cm).......................................................................106X


FIG.29: Zimograma <strong>da</strong>s frações obti<strong>da</strong>s <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> etapa <strong>de</strong> purificaçãocromatográfica...............................................................................................................107FIG.30: Perfil cromatográfico obti<strong>do</strong> <strong>da</strong> etapa 3 <strong>de</strong> purificação: Coluna <strong>de</strong> fase reversaC4 (Supelco, 0,46 x 15cm) equilibra<strong>da</strong> com solução <strong>de</strong> 0,1% <strong>de</strong> TFA emágua................................................................................................................................108FIG.31: Zimograma <strong>da</strong>s frações obti<strong>da</strong>s <strong>da</strong> terceira etapa <strong>de</strong> purificaçãocromatográfica...............................................................................................................108FIG.32: Perfil <strong>da</strong> recromatografia em Fase Reversa (HPLC) <strong>da</strong> fraçãoFIII200/2........................................................................................................................109FIG.33: Eletroforese em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong> sistema gradiente Laemmili paraverificação <strong>da</strong> homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> enzima purifica<strong>da</strong> (SPGP).......................................110FIG.34: Efeito citotóxico <strong>da</strong> SPGP sobre células RT2.................................................111FIG.35: Efeito citotóxico <strong>da</strong> SPGP sobre células CAE................................................112FIG.36: Efeito citotóxico <strong>da</strong> SPGP sobre células T98.................................................112FIG.37: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células RT2: alterações morfológicas após 48 horas<strong>de</strong> tratamento com SPGP...............................................................................................114FIG.38: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células CAE: alterações morfológicas após 48 horas<strong>de</strong> tratamento com SPGP...............................................................................................115FIG.39: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células T98: alterações morfológicas após 48 horas<strong>de</strong> tratamento com SPGP...............................................................................................116FIG.40: Análise <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células RT2 cora<strong>da</strong>s com DAPI, após 48horas <strong>de</strong> tratamento com SPGP (8,01x10 -11 M).............................................................118FIG.41: Análise <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células CAE cora<strong>da</strong>s com DAPI, após 48horas <strong>de</strong> tratamento com SPGP (1,01x10 -11 M).............................................................119FIG.42: Análise <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células T98 cora<strong>da</strong>s com DAPI, após 48horas <strong>de</strong> tratamento com SPGP (1,39x10 -9 M)...............................................................120XI


FIG.43: Controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> [125I]SPGP: avaliação <strong>da</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong> estrutural. Perfilcromatográfico obti<strong>do</strong> em Coluna <strong>de</strong> fase reversa C18 (Supelco, 0,46 x 25cm) equilibra<strong>da</strong> comsolução <strong>de</strong> 0,1% <strong>de</strong> TFA em água..............................................................................................122FIG.44: Avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica <strong>da</strong> SPGP após reação <strong>de</strong>radioio<strong>da</strong>ção...................................................................................................................123FIG.45: Verificação in vivo <strong>da</strong> pureza radioquímica <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP. Comparação <strong>do</strong>sperfis <strong>de</strong> biodistribuição <strong>da</strong> molécula radiomarca<strong>da</strong> e <strong>do</strong> possível contaminante presente(Na 125 I) após 30 minutos <strong>da</strong> injeção..............................................................................124FIG.46: Comparação <strong>da</strong> captação <strong>de</strong> [ 125 I]SPGP, injeta<strong>da</strong> via en<strong>do</strong>venosa, na pataimplanta<strong>da</strong> com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich e na pata sem t<strong>um</strong>or (pata normal), ao longo <strong>do</strong>tempo.............................................................................................................................126FIG.47: Comparação <strong>da</strong> captação <strong>de</strong> [ 125 I]SPGP na pata implanta<strong>da</strong> com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong>Ehrlich e na pata sem t<strong>um</strong>or (pata normal), quan<strong>do</strong> administra<strong>da</strong> por viaintrat<strong>um</strong>oral...................................................................................................................128FIG.48: Comparação <strong>da</strong> captação <strong>de</strong> [ 125 I]SPGP e <strong>do</strong> Na 125 I na pata com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong>Ehrlich, após injeção intrat<strong>um</strong>oral.................................................................................129FIG.49: Comparação <strong>da</strong> captação <strong>de</strong> [ 125 I]SPGP na pata com e<strong>de</strong>ma e na pata comt<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich, com injeções administra<strong>da</strong>s por via intrae<strong>de</strong>ma eintrat<strong>um</strong>oral...................................................................................................................130FIG.50: Análise <strong>da</strong>s alterações hematológicas, nas células <strong>da</strong> série vermelha, gera<strong>da</strong>spela administração <strong>de</strong> SPB e SPGP, em <strong>um</strong>a <strong>do</strong>se 10 vezes maior que a <strong>do</strong>se utiliza<strong>da</strong>em experimentos <strong>de</strong> biodistribuição..............................................................................132FIG.51: Análise <strong>da</strong>s alterações hematológicas, nas células <strong>da</strong> série branca, gera<strong>da</strong>s pelaadministração <strong>de</strong> SPB e SPGP, em <strong>um</strong>a <strong>do</strong>se 10 vezes maior que a <strong>do</strong>se utiliza<strong>da</strong> emexperimentos <strong>de</strong> biodistribuição....................................................................................133FIG.52: Análise <strong>da</strong>s Proteínas Plasmáticas Totais (PPT) e plaquetas em animaistrata<strong>do</strong>s com SPB e SPGP.............................................................................................134FIG.53: Fotomicrografia <strong>do</strong> rim, fíga<strong>do</strong>, cérebro e coração <strong>de</strong> <strong>um</strong> animal representativo<strong>do</strong> grupo trata<strong>do</strong> com 3µg <strong>de</strong> SPB, por 24 horas...........................................................135XII


FIG.54: Fotomicrografia <strong>do</strong> rim, fíga<strong>do</strong>, cérebro e coração <strong>de</strong> <strong>um</strong> animal representativo<strong>do</strong> grupo trata<strong>do</strong> com 0,3µg <strong>de</strong> SPGP, por 24 horas.....................................................136FIG.55: Fotomicrografia <strong>do</strong> pulmão <strong>de</strong> animais representativos <strong>do</strong>s grupos A) Controle,B) trata<strong>do</strong> com 3µg <strong>de</strong> SPB, C) trata<strong>do</strong> com 0,3 µg <strong>de</strong> SPGPpor, por 24 horas...........136FIG.56:Emissão <strong>de</strong> partículas e raios gama por núcleos instáveis (Fonte: Car<strong>do</strong>so,2003)..............................................................................................................................168FIG.57: Diferentes tipos <strong>de</strong> emissões radioativas e seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> penetração (A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong><strong>de</strong> Andreucci, 2005) .....................................................................................................168FIG.58: Efeitos diretos e indiretos <strong>da</strong> radiação ionizante sobre os sistemas biológicos(Fonte: Nouailhetas, 2006)............................................................................................171FIG.59: Imagem planar <strong>de</strong> corpo inteiro <strong>de</strong> camun<strong>do</strong>ngos injeta<strong>do</strong>s via en<strong>do</strong>venosacom a son<strong>da</strong> [ 131 I]SPGP.................................................................................................173XIII


LISTA DE TABELASTabela 1: Res<strong>um</strong>o <strong>da</strong>s características morfológicas, bioquímicas e fisiológicas quediferenciam os processos <strong>de</strong> morte celular por necrose e apoptose. (Modifica<strong>da</strong> <strong>de</strong> Soláet al., 2001)......................................................................................................................33Tabela 2: Principais emissores <strong>de</strong> pósitrons utiliza<strong>do</strong>s na Medicina Nuclear e suasrespectivas meias-vi<strong>da</strong>s (A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Robilota, 2006)...................................................47Tabela 3:Cinética <strong>da</strong> biodistribuição <strong>da</strong> [99mTc]SPB (%DI/g) injeta<strong>da</strong> via en<strong>do</strong>venosa,em animais com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich. (n=4; p


LISTA DE ABREVIATURAS• %DI: porcentagem <strong>de</strong> <strong>do</strong>se injeta<strong>da</strong>• µg: micrograma• µL: microlitro• [ 125 I]SPGP: SPGP radiomarca<strong>da</strong> com 125 I• [ 131 I]SPGP: SPGP radiomarca<strong>da</strong> com 131 I• [ 99m Tc]SPB: SPB radiomarca<strong>da</strong> com 99m Tc•11 B: boro-11•11 C: carbono-11•125 I: io<strong>do</strong>-125•131 I: io<strong>do</strong>-131•13 N: nitrogênio-13•15 O: oxigênio-15•18 F: flúor-18•201 Ta: tálio-201•67 Ga: gálio-67•99m Tc: tecnécio -99-metaestável•99m Tc-DMSA: 99m Tc-áci<strong>do</strong> dimercaptossuccínico•99m Tc-DTPA: 99m Tc-áci<strong>do</strong>-dietilenotriaminopentacético•99m Tc-MDP: 99m Tc-medronato•99m TcO 2 : tecnécio coloi<strong>da</strong>l•99m TcO - 4 : pertecnetato• AA: áci<strong>do</strong> araquidônico• ACN: acetonitrila• AIF: fator <strong>de</strong> indução <strong>da</strong> apoptose (apoptosis-inducing factor)• Apaf-1: fator <strong>de</strong> ativação <strong>da</strong> apoptose• Bad: promotor <strong>de</strong> morte associa<strong>do</strong> a Bcl-2• Bax: proteína x associa<strong>da</strong> a Bcl2• Bcl2: B-linfoma celular-2• Bid: agonista <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> morte <strong>de</strong> interação com BH 3• Bq: BecquerelXV


INDICERESUMO...................................................................................................................................VIIABSTRACT.............................................................................................................................VIIILISTA DE FIGURAS................................................................................................................IXLISTA DE TABELAS.............................................................................................................XIVLISTA DE ABREVIATURAS................................................................................................XV1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................241.1. O Câncer...................................................................................................................251.1.1. Definição e estatística...............................................................................251.1.2. Formação <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores................................................................................261.2. Apoptose: a morte celular programa<strong>da</strong>.....................................................................311.3. Tratamento <strong>do</strong> câncer...............................................................................................391.3.1. Cirurgia.....................................................................................................391.3.2. Quimioterapia...........................................................................................391.3.3. Radioterapia.............................................................................................421.3.3.1. Dosimetria interna...................................................................421.3.4. Uso combina<strong>do</strong> <strong>da</strong> radioterapia e quimioterapia....................................431.4. Radiação ionizante e o diagnóstico <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores........................................................441.5. A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> busca <strong>de</strong> novos compostos para tratamento e diagnóstico...........481.6. As toxinas animais....................................................................................................501.7. O Peixe escorpião: biologia e classificação..............................................................511.8. Enzimas proteolíticas: Metaloproteinases................................................................541.9. Parâmetros farmacocinéticos e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos fármacos..................562. JUSTIFICATIVA..............................................................................................................58XIX


3. OBJETIVOS......................................................................................................................603.1. Objetivo geral...........................................................................................................613.2. Objetivos específicos................................................................................................614. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................624.1. Reagentes..................................................................................................................634.2. Obtenção <strong>da</strong> peçonha <strong>de</strong> S. pl<strong>um</strong>ieri........................................................................634.3. Determinação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> protéico <strong>da</strong> SPB e suas frações....................................644.4. Purificação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a enzima gelatinolítica a partir <strong>da</strong> SPB.......................................644.4.1. Etapa 1 – Cromatografia por filtração em Gel .........................................654.4.2. Etapa 2 – Cromatografia por Troca Iônica...............................................654.4.3. Etapa 3 – Cromatografia em Fase Reversa...............................................664.4.4. Etapa 4 - Recromatografia em Fase Reversa............................................664.5. Avaliação <strong>do</strong> peso molecular aparente e <strong>da</strong> pureza <strong>da</strong> SPGP: eletroforese em gel <strong>de</strong>poliacrilami<strong>da</strong>-SDS.........................................................................................................674.6. Monitoramento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica <strong>da</strong> SPGP durante as etapascromatográficas...............................................................................................................674.7. Cultivo celular..........................................................................................................684.8. Células <strong>de</strong> Carcinoma Ascítico <strong>de</strong> Ehrlich (CAE)...................................................694.9. Estu<strong>do</strong> in vitro <strong>do</strong> <strong>efeito</strong> citotóxico <strong>da</strong> SPB e SPGP sobre células t<strong>um</strong>orais...........704.10. Análises morfológicas in vitro................................................................................714.11. Análise <strong>da</strong>s alterações <strong>do</strong> DNA cromossomal através <strong>da</strong> coloração com DAPI....714.12. Controle positivo <strong>de</strong> apoptose: a Cisplatina...........................................................724.13. Síntese <strong>de</strong> son<strong>da</strong>s radioativas utilizan<strong>do</strong>99m Tc,125 I e131 I comoradiotraça<strong>do</strong>res.................................................................................................................724.13.1. Manipulação <strong>de</strong> radioisótopos................................................................72XX


4.13.2. Radiomarcação <strong>de</strong> SPB com 99m Tc: radiosíntese <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB .........734.13.3. Radiomarcação <strong>da</strong> SPGP com 125 I: radiosíntese <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP............764.13.4. Marcação <strong>da</strong> SPGP com 131 I: radiosíntese <strong>da</strong> [ 131 I]SPGP.......................794.14. Manipulação <strong>de</strong> Animais........................................................................................794.15. Mo<strong>de</strong>lo animal........................................................................................................794.15.1. Mo<strong>de</strong>lo animal t<strong>um</strong>oral...........................................................................794.15.2. Mo<strong>de</strong>lo animal <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma........................................................................804.16. Cálculo <strong>do</strong> número experimental <strong>de</strong> animais.........................................................814.17. Experimentos <strong>de</strong> biodistribuição e <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> sítios antit<strong>um</strong>orais in vivo............824.18. Avaliação <strong>da</strong> toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> agu<strong>da</strong> produzi<strong>da</strong> pela administração <strong>de</strong> SPB e SPGP invivo...................................................................................................................................834.19. Cálculos farmacocinéticos......................................................................................844.20. Análise estatística...................................................................................................855. RESULTADOS....................................................................................................................865. 1. Avaliação <strong>do</strong> <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB..................................................................875.1.1. Avaliação <strong>do</strong> <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> in vitro <strong>da</strong> SPB sobre célulast<strong>um</strong>orais..............................................................................................................885.1.2. Análise <strong>da</strong> morfologia celular <strong>de</strong> células submeti<strong>da</strong>s à tratamento comSPB ....................................................................................................................905.1.3. Análise <strong>da</strong>s alterações <strong>do</strong> DNA cromossomal induzi<strong>da</strong>s pela SPB eSPGP...................................................................................................................935.2. Síntese, avaliação <strong>da</strong> preservação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> e avaliação <strong>da</strong> purezaradioquímica <strong>da</strong> son<strong>da</strong> radioativa <strong>de</strong> SPB utilizan<strong>do</strong> 99m Tc como radiotraça<strong>do</strong>r..........985.3. Determinação <strong>do</strong>s parâmetros farmacocinéticos e avaliação <strong>da</strong> interação in vivo <strong>da</strong>[ 99m Tc]SPB com sítios t<strong>um</strong>orais: Biodistribuição em animais com T<strong>um</strong>or <strong>de</strong>Ehrlich...........................................................................................................................1015.4. Purificação <strong>da</strong> enzima gelatinolítica SPGP à partir <strong>da</strong> peçonha <strong>de</strong> S. pl<strong>um</strong>ieri....104XXI


5.4.1. Cromatografia <strong>de</strong> filtração em Gel em coluna Sephacryl S200HR.......1055.4.2. Cromatografia <strong>de</strong> troca aniônica em coluna DEAE Celulose..............1065.4.3. Cromatografia em Coluna <strong>de</strong> Fase Reversa C4 .....................................1075.4.4. Recromatografia em Coluna <strong>de</strong> Fase Reversa C18 ...............................1095.4.5. Verificação <strong>da</strong> pureza <strong>da</strong> SPGP..............................................................1095.5. Avaliação <strong>do</strong> <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> a SPGP................................................................1105.5.1. Avaliação <strong>do</strong> <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> in vitro <strong>da</strong> SPGP sobre célulast<strong>um</strong>orais............................................................................................................1105.5.2. Análise <strong>da</strong> morfologia celular <strong>de</strong> células submeti<strong>da</strong>s à tratamento comSPB e SPGP......................................................................................................1135.5.3. Análise <strong>da</strong>s alterações <strong>do</strong> DNA cromossomal induzi<strong>da</strong>s pela SPGP.....1175.6. Síntese, avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e avaliação <strong>da</strong> pureza radioquímica<strong>da</strong> son<strong>da</strong> radioativa <strong>de</strong> SPGP utilizan<strong>do</strong> 125 I como radiotraça<strong>do</strong>r.................................1215.7. Determinação <strong>do</strong>s parâmetros farmacocinéticos e avaliação <strong>da</strong> interação in vivo <strong>da</strong>[ 125 I]SPGP: Biodistribuição em animais com T<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich..................................1245.8. Avaliação <strong>da</strong> toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> agu<strong>da</strong> <strong>da</strong> SPB e SPGP produzi<strong>da</strong> pela <strong>do</strong>se administra<strong>da</strong>para experimentos <strong>de</strong> biodistribuição............................................................................1306. DISCUSSÃO......................................................................................................................1376.1. Avaliação <strong>da</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> in vitro <strong>da</strong> SPB e SPGP.............................................1396.2. Obtenção <strong>de</strong> son<strong>da</strong>s radioativa <strong>de</strong> SPB e SPGP para estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> biodistribuição eimagem......................................................................................................................... 1427. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS................................................................................1477.1. Conclusões ..........................................................................................................................1487.2.Perspectivas..........................................................................................................................1498. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................150APÊNDICE...............................................................................................................................166XXII


APÊNDICE A: Radiações ionizantes e seus <strong>efeito</strong>s biológicos.....................................167APÊNDICE B: Avaliação preliminar <strong>do</strong> potencial uso <strong>da</strong> [ 131 I]SPGP pararadiodiagnóstico na Medicina Nuclear..........................................................................172ANEXOS...................................................................................................................................174ANEXO 1: Certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> aprovação <strong>do</strong> Comite <strong>de</strong> Ética em experimentação Animal...........175ANEXO 2: Trabalhos publica<strong>do</strong>s em anais <strong>de</strong> congressos.................................................176XXIII


241. INTRODUÇÃO


1. INTRODUÇÃO1.1. O Câncer1.1.1. Definição e estatísticaCâncer é <strong>um</strong> termo genérico utiliza<strong>do</strong> para <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100 <strong>do</strong>enças quepo<strong>de</strong>m afetar qualquer parte <strong>do</strong> corpo. Elas são resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> processo <strong>de</strong>crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> <strong>de</strong> células anormais que crescem além <strong>de</strong> seus limites usuais epo<strong>de</strong>m invadir partes adjacentes <strong>do</strong> corpo e/ou se propagarem para outros órgãos, n<strong>um</strong>processo conheci<strong>do</strong> como metástase (Chambers, 2002). Os termos câncer, neoplasiamaligna e t<strong>um</strong>or maligno são sinônimos e distinguem-se <strong>do</strong>s t<strong>um</strong>ores benignosprincipalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> invasão e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> metastatizar (Rang et al.,2003). Além disso, diferente <strong>da</strong>s neoplasias benignas, as quais apresentam células bemdiferencia<strong>da</strong>s, as neoplasias malignas são caracteriza<strong>da</strong>s por possuírem células em <strong>um</strong>avarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> graus <strong>de</strong> diferenciação (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> células muito bem diferencia<strong>da</strong>s atécompletamente indiferencia<strong>da</strong>s).O câncer é <strong>um</strong>a <strong>da</strong>s maiores causas <strong>de</strong> morte em to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> responsável por13% <strong>do</strong>s óbitos em 2005 (OMS, 2006). O número <strong>de</strong> casos <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença tem cresci<strong>do</strong>anualmente, e segun<strong>do</strong> estimativas <strong>da</strong> Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (2006), no ano2020 serão mais <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong> novos casos e mais <strong>de</strong> 12 milhões <strong>de</strong> mortes pelocâncer. Deve-se ressaltar ain<strong>da</strong> que esses índices estão subestima<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àsdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> notificação e registro <strong>de</strong>ssa patologia em muitos paísessub<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s (De Carvalho, 2006).No Brasil, a incidência <strong>de</strong> câncer na população acompanha as estatísticas mundiais. Asneoplasias representam a segun<strong>da</strong> maior causa <strong>de</strong> morte por <strong>do</strong>enças, fican<strong>do</strong> atrásapenas <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças <strong>do</strong> aparelho circulatório. Nos últimos cinco anos o SUS (SistemaÚnico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>) tem registra<strong>do</strong> <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento expressivo no número <strong>de</strong> pacientesoncológicos atendi<strong>do</strong>s por suas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> alta complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Só em 2006 foram 1,6milhão <strong>de</strong> consultas ambulatoriais na área <strong>de</strong> oncologia, sen<strong>do</strong> registra<strong>do</strong>s 472 milnovos casos e 423 mil internações (Men<strong>do</strong>nça et al., 2006; INCA, 2007).25


Segun<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s pela IARC (Agência Internacional para Pesquisa contra oCâncer), o a<strong>um</strong>ento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> câncer em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser explica<strong>do</strong>pelo contínuo crescimento <strong>da</strong> população e pelo a<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> expectativa <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.Também a propagação <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco tais como o tabaco, o cons<strong>um</strong>o excessivo <strong>de</strong>enlata<strong>do</strong>s e corantes artificiais e os altos índices <strong>de</strong> estresse po<strong>de</strong>m contribuir para aelevação <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> câncer (IARC, 2006).Existem vários fatores que elevam a propensão individual ao câncer. As mu<strong>da</strong>nçasprovoca<strong>da</strong>s no meio ambiente pelo próprio homem, os hábitos e o estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>pelas pessoas, em si, não produzem o câncer, mas a<strong>um</strong>entam a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mutações genéticas resultarem em câncer. Esses fatores po<strong>de</strong>m ser externos ou internosao organismo, estan<strong>do</strong> inter-relaciona<strong>do</strong>s. Fatores externos referem-se ao meio ambientee aos hábitos ou cost<strong>um</strong>es próprios <strong>de</strong> <strong>um</strong> ambiente sócio-cultural. Por exemplo, já sesabe que cigarro e a exposição excessiva ao sol po<strong>de</strong>m causar, respectivamente, câncer<strong>de</strong> pulmão e <strong>de</strong> pele. Uma dieta rica em corante, conservantes e gorduras tambémcontribuem para o a<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> carcinogênese (Pusztai et al., 1996). Os fatores internossão, na maioria <strong>da</strong>s vezes geneticamente pré-<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s, e estão liga<strong>da</strong>s à capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>do</strong> organismo <strong>de</strong> se recuperar <strong>da</strong>s agressões externas. Estima-se que aproxima<strong>da</strong>mente5-10% <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os t<strong>um</strong>ores estão liga<strong>do</strong>s s fatores hereditários (American Brain T<strong>um</strong>orAssociation, 2006). Também têm si<strong>do</strong> relata<strong>do</strong>s como fatores internos agentesbiológicos capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar o processo <strong>de</strong> t<strong>um</strong>origênese. O papiloma vírus, porexemplo, tem si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> em 18 a 95% <strong>do</strong>s carcinomas <strong>de</strong> colo uterino e embora ainfecção viral sozinha não seja suficiente para iniciar o processo <strong>de</strong> transformaçãomaligna <strong>do</strong> epitélio cervical, n<strong>um</strong>erosas evidências indicam que a presença <strong>do</strong> víruspredispõe a alterações genéticas adicionais (Zur Hausen, 2001). São raros casos <strong>de</strong>cânceres que ocorrem somente por fatores internos. Na maioria, fatores externos einternos interagem <strong>de</strong> várias formas, a<strong>um</strong>entan<strong>do</strong> a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transformaçõesmalignas nas células normais. O surgimento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> também <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>e duração <strong>da</strong> exposição <strong>da</strong>s células aos agentes causa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> câncer (INCA 2007).1.1.2. Formação <strong>de</strong> t<strong>um</strong>oresO crescimento anormal <strong>da</strong>s células no t<strong>um</strong>or é resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sucessivas modificaçõesgenéticas e moleculares, que geralmente ocorrem e se ac<strong>um</strong>ulam no organismo através26


<strong>de</strong> déca<strong>da</strong>s (Crowell, 2005). O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> câncer tem forte relação com <strong>da</strong>nose reparos <strong>do</strong> material genético <strong>da</strong>s células, o DNA (Reddy et al., 2003).Células cancerosas possuem d<strong>efeito</strong>s nas vias regulatórias que governam os processos<strong>de</strong> proliferação e homeostase em células normais. A enorme varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tipos t<strong>um</strong>oraisexistentes e a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alterações genéticas encontra<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>les levantamquestões a respeito <strong>de</strong> sua formação, como por exemplo: quantas vias regulatórias<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> tipo celular <strong>de</strong>vem ser altera<strong>da</strong>s para que ela se torne cancerosa? Omesmo grupo <strong>de</strong> alterações, em tipos celulares diferentes, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>aria o mesmo tipo<strong>de</strong> resposta, encaminhan<strong>do</strong> células normais para o <strong>de</strong>senvolvimento neoplásico? O<strong>um</strong>esmo, é possível que a imensa e diversa gama <strong>de</strong> genes associa<strong>do</strong>s ao câncer seja parte<strong>de</strong> <strong>um</strong> pequeno número <strong>de</strong> vias regulatórias? (Michali<strong>de</strong>s et al., 2002).Sabe-se com certeza que a t<strong>um</strong>origênese em h<strong>um</strong>anos é <strong>um</strong> processo <strong>de</strong> múltiplospassos, on<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> passo reflete alterações genéticas que dirigem a progressivatransformação <strong>da</strong>s células normais em suas <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> crescimento maligno (Renan,1993). Apesar <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa <strong>do</strong>ença, pesquisa<strong>do</strong>res têm sugeri<strong>do</strong> que a gama<strong>de</strong> alterações encontra<strong>da</strong>s nas células cancerosas é a manifestação direta <strong>de</strong> seisalterações fisiológicas básicas que, coletivamente ditariam o crescimento neoplásico.Seriam elas: a auto-suficiência em fatores <strong>de</strong> crescimento, a insensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a fatoresantiproliferativos, a evasão <strong>da</strong> apoptose, a aquisição <strong>de</strong> potencial replicativo ilimita<strong>do</strong>, aangiogênese auto-sustenta<strong>da</strong> e a invasão tecidual (FIG.1) (Hanahan & Weinberg, 2000).Ca<strong>da</strong> <strong>um</strong>a <strong>de</strong>ssas alterações fisiológicas constitui <strong>um</strong>a nova capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> adquiri<strong>da</strong> pelacélula, e representa a quebra <strong>de</strong> <strong>um</strong> po<strong>de</strong>roso sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa anticâncer existente emto<strong>do</strong>s os teci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> organismo.Segue abaixo <strong>um</strong>a breve explanação <strong>de</strong> como ca<strong>da</strong> <strong>um</strong>a <strong>de</strong>stas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong> seradquiri<strong>da</strong> e como colaboram para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> câncer.27


FIG.1: Alterações fisiológicas essenciais para estabelecimento e crescimento neoplásico. Amaior parte, se não to<strong>do</strong>s os cânceres, sofrem as mesmas alterações funcionais durante seu<strong>de</strong>senvolvimento, embora as alterações possam ocorrer por <strong>da</strong>nos em diferentes pontos <strong>da</strong>s vias.A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Hanahan & Weinberg (2000).Auto-suficiência em fatores <strong>de</strong> crescimento: To<strong>da</strong> célula inicia o processo <strong>de</strong>proliferação celular <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> receber <strong>um</strong> sinal externo, rigi<strong>da</strong>mente controla<strong>do</strong> (Mareel& Leroy, 2003). Os estímulos proliferativos (tais como fatores <strong>de</strong> crescimento TGF ePDGF) são então transduzi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> meio extracelular para o interior <strong>da</strong>s células através<strong>de</strong> receptores <strong>de</strong> membrana. A aquisição <strong>de</strong> auto-suficiência em fatores <strong>de</strong> crescimentopo<strong>de</strong> ocorrer por diferentes mecanismos. Alg<strong>um</strong>as adquirem a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produziros fatores <strong>de</strong> crescimento que <strong>de</strong>veriam ser provi<strong>do</strong>s por outras células, ou superexpressam esses receptores, o que permite que níveis extracelulares normais <strong>de</strong> fatores<strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iem <strong>um</strong> processo proliferativo acelera<strong>do</strong> (Pauwels et a.l,1998). Outra alteração com<strong>um</strong> é a expressão <strong>de</strong> receptores constitutivamente ativos, osquais propagam o sinal <strong>de</strong> crescimento mesmo sem a presença <strong>do</strong> ligante externo (Fediet al., 1997; Bertram, 2001).28


Insensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a fatores antiproliferativos: Em <strong>um</strong> teci<strong>do</strong> normal, vários sinaisantiproliferativos operam para manter a quiescência celular e a homeostase tecidual. Ossinais antiproliferativos, assim como os <strong>de</strong> crescimento, interagem com receptorestransmembrana que possuem <strong>um</strong> <strong>do</strong>mínio citoplasmático acopla<strong>do</strong> a <strong>um</strong>a cascata <strong>de</strong>sinalização interna (Chin et al., 1998). Em nível molecular, a maioria <strong>da</strong>s célulast<strong>um</strong>orais escapa <strong>da</strong> sinalização antiproliferativa por alterações nos receptores <strong>de</strong>membrana, que param <strong>de</strong> transduzir sinais extracelulares para o interior <strong>da</strong> célula,fazen<strong>do</strong> com que ela perca a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretar o estímulo inibitório (Bertram,2001).Potencial replicativo ilimita<strong>do</strong>: Em teoria, células normais possuem <strong>um</strong> número limite<strong>de</strong> divisões celulares após o qual entram em senescência e morrem. Essa característica,inicialmente <strong>de</strong>scrito por Hayflick e por isso batiza<strong>da</strong> “Limite <strong>de</strong> Hayflick”, seria <strong>um</strong>aproteção <strong>do</strong> organismo contra a imortali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s células, e garantiria a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>steci<strong>do</strong>s. Este limite foi observa<strong>do</strong> em cultura <strong>de</strong> células, on<strong>de</strong> o número máximo <strong>de</strong>divisões antes que a célula morra gira em torno <strong>de</strong> 50-70 (Holt et al., 1999). Nat<strong>um</strong>origênese, as células per<strong>de</strong>m a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar este limite e adquirempotencial replicativo ilimita<strong>do</strong>. Em geral, essa fuga ocorre graças a <strong>um</strong>a super expressão<strong>da</strong> telomerase, <strong>um</strong>a enzima responsável pela reposição <strong>do</strong>s telômeros, os quais sãoseqüências <strong>de</strong> DNA forma<strong>do</strong>s por milhares <strong>de</strong> elementos repetitivos <strong>de</strong> seis pares <strong>de</strong>base (pb). Ca<strong>da</strong> telômero per<strong>de</strong> <strong>de</strong> 50 a 100pb a ca<strong>da</strong> divisão celular e sua erosãoprogressiva ao longo <strong>da</strong>s duplicações causa <strong>um</strong>a instabili<strong>da</strong><strong>de</strong> cromossômica que elevaa ocorrência <strong>de</strong> <strong>da</strong>nos não corrigi<strong>do</strong>s (tais como fusões) capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar a mortecelular apoptótica. Essa expressão a<strong>um</strong>enta<strong>da</strong> é observa<strong>da</strong> em 85% <strong>do</strong>s t<strong>um</strong>oresh<strong>um</strong>anos, e já foi <strong>de</strong>scrita também em t<strong>um</strong>ores obti<strong>do</strong>s em camun<strong>do</strong>ngos predispostosao câncer (p16 INK4A-/- ) (Ainsner et al., 2002).Angiogênese auto-sustenta<strong>da</strong>: A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio e nutrientes <strong>de</strong>termina que amaioria <strong>da</strong>s células <strong>do</strong> organismo estejam localiza<strong>da</strong>s junto a <strong>um</strong> capilar sanguíneo(Mareel & Leroy, 2003). Contu<strong>do</strong>, durante o processo inicial <strong>de</strong> transformação maligna,o crescimento celular rápi<strong>do</strong> e <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong> não é acompanha<strong>do</strong> pela proliferaçãovascular e provoca a morte massiva <strong>da</strong>s células t<strong>um</strong>orais. Para que o t<strong>um</strong>or avance, ascélulas precisam então adquirir a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> induzir a proliferação vascular(angiogênese ou neovascularização), e possibilitar a obtenção <strong>de</strong> nutrientes (Skobe et29


al., 1997). Os t<strong>um</strong>ores promovem a vascularização através <strong>da</strong> quebra <strong>do</strong> equilíbrio entreindutores e inibi<strong>do</strong>res, sen<strong>do</strong> com<strong>um</strong> observar o a<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> expressão <strong>de</strong> indutorescomo VEGF (vascular en<strong>do</strong>thelial growth factor) e FGF (fibroblast growth factor), ou adiminuição <strong>da</strong> expressão <strong>de</strong> inibi<strong>do</strong>res (trombospondina-1 e interferonβ) ou mesmo aocorrência <strong>de</strong> ambos os processos simultaneamente (O’Reilly et al., 1994; Hahn et al.,1999, Skobe et al., 2001).Resistência a apoptose: A aquisição <strong>de</strong> resistência a apoptose é <strong>um</strong>a característicainerente a to<strong>do</strong>s os cânceres. Certamente, os mecanismos apoptóticos constituem agran<strong>de</strong> barreira para a progressão t<strong>um</strong>oral e <strong>um</strong>a célula cancerosa para ser bem sucedi<strong>da</strong><strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> burlar mais este controle <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong> homeostase tecidual. Omecanismo <strong>de</strong> evasão po<strong>de</strong> residir na inativação <strong>de</strong> vias relaciona<strong>da</strong>s à indução <strong>de</strong>morte, na super expressão <strong>de</strong> genes anti-apoptóticos (como IAPs), e nas <strong>de</strong>leções emgenes pró- apoptóticos (como BCL2). Mas o mecanismo <strong>de</strong> evasão encontra<strong>do</strong> namaioria <strong>do</strong>s cânceres é a inativação <strong>do</strong> gene P53, ou <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>a molécula <strong>de</strong> sua via <strong>de</strong>sinalização (Igney & Krammer, 2002; Shivapurkar et al., 2003). Mutações que inativamp53 ou moléculas efetoras <strong>de</strong> sua via, e possibilitam a fuga aos sinais apoptóticos, sãoencontra<strong>da</strong>s em mais <strong>de</strong> 50% <strong>do</strong>s t<strong>um</strong>ores h<strong>um</strong>anos (Igney & Krammer, 2002).Invasão tecidual e metástase: Mais <strong>de</strong> 90% <strong>da</strong>s mortes por câncer acontecem quan<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ença atinge o processo <strong>de</strong> metástase e para que esse processo aconteça, a célulat<strong>um</strong>oral <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> migrar <strong>de</strong> seu teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> origem e se estabelecer com sucessoem outras regiões <strong>do</strong> corpo (Sporn, 1996). O fenômeno <strong>da</strong> invasão tecidual pelas célulast<strong>um</strong>orais talvez seja o mais complexo e o menos compreendi<strong>do</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s (Mareel &Leroy, 2003). Resulta<strong>do</strong>s experimentais indicam que moléculas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são intercelular,<strong>de</strong> a<strong>de</strong>são a matriz extracelular e proteases intersticiais são os principais componentes<strong>de</strong>ste complica<strong>do</strong> processo (Hananhan & Weinberg, 2000). Entre as moléculas <strong>de</strong>a<strong>de</strong>são célula-célula, ou CAMs (cell-cell adhesion molecules), estão as integrinas, <strong>um</strong>afamília <strong>de</strong> receptores glicoprotéicos transmembrana que participam <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são célulamatrizextracelular (Thorne et al., 2000). Elas me<strong>de</strong>iam a ancoragem e migração viareconhecimento <strong>de</strong> diferentes moléculas <strong>da</strong> matriz extracelular. Mais que isso, sinaisintracelulares gera<strong>do</strong>s pelos <strong>do</strong>mínios citoplasmáticos <strong>de</strong>sses receptores influenciam aexpressão gênica, afetam o controle <strong>de</strong> sobrevivência celular, a proliferação ediferenciação (Cepek et al., 1994; Aplin et al., 1998; Giancotti & Ruoslahti, 1999).30


Uma vez que os diferentes teci<strong>do</strong>s invadi<strong>do</strong>s possuem diferentes componentes em suamatriz, células malignas experimentam alterações em seu micro ambiente à medi<strong>da</strong> queexecutam sua jorna<strong>da</strong> migratória, e a colonização bem sucedi<strong>da</strong> <strong>de</strong> novos locais<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação celular consegui<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> alterações nos padrões <strong>de</strong>expressão <strong>da</strong>s integrinas (Bergers & Coussens, 2000; Vihinen et al., 2000, Furuta et al.,2007).O estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s alterações que levam <strong>um</strong>a célula normal a se torna maligna, e a aquisição<strong>de</strong> conhecimentos sobre as vias moleculares pelas quais essas alterações ocorrem é <strong>de</strong>extrema importância para o tratamento <strong>do</strong> câncer. A utilização <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>sadquiri<strong>da</strong>s pelas células t<strong>um</strong>orais como marca<strong>do</strong>res para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novosfármacos, po<strong>de</strong> permitir a geração <strong>de</strong> drogas específicas para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> t<strong>um</strong>or e paraca<strong>da</strong> estágio <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, ou mesmo drogas capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar células apenaspotencialmente cancerosas (Hanahan & Weinberg, 2000).1.2. Apoptose: a morte celular programa<strong>da</strong>A apoptose ou morte celular programa<strong>da</strong> é <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> eventos or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s queculminam na remoção seletiva <strong>de</strong> células <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s (Los et al., 2003). É <strong>um</strong>acontecimento com<strong>um</strong> no organismo, tanto em situações fisiológicas quantopatológicas, e permite que organismos multicelulares controlem o número <strong>de</strong> células emseus teci<strong>do</strong>s e eliminem células individuais que possam trazer alg<strong>um</strong> risco a suasobrevivência, tais como células que sofreram <strong>da</strong>nos em seu material genético, ou queestejam infecta<strong>da</strong>s por vírus (Arends & Wyllie, 1991; Cohen, 1997). Os mecanismosfisiológicos <strong>de</strong> morte celular são essenciais no <strong>de</strong>senvolvimento e homeostase <strong>do</strong>sorganismos, ocorren<strong>do</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento embrionário durante a morfogênese, emadultos durante a renovação tecidual e mesmo ao fim <strong>de</strong> <strong>um</strong>a resposta imune(Thompson, 1995).Diferente <strong>do</strong> que ocorre na morte necrótica (que provoca <strong>um</strong>a resposta inflamatóriapotencialmente prejudicial ao organismo), alterações na membrana plasmática <strong>de</strong>células apoptóticas resultam em seu reconhecimento e fagocitose pelos macrófagosantes <strong>da</strong> liberação <strong>do</strong> seu conteú<strong>do</strong> citoplasmático para o meio extracelular, o que31


previne o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> <strong>um</strong> processo <strong>de</strong> inflamação <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> (Ziegler et al.,1997; Ashkenasi & Dixit, 1998). Enquanto a necrose é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como <strong>um</strong> processo<strong>de</strong>scontrola<strong>do</strong> <strong>de</strong> colapso celular, inicia<strong>do</strong> como conseqüência <strong>de</strong> <strong>da</strong>nos significativos eirreversíveis, a apoptose é <strong>um</strong> processo controla<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sintegração celular (Fa<strong>de</strong>el &Orrenius, 2005). Diversas características morfológicas, fisiológicas e bioquímicasdistinguem os processos <strong>de</strong> morte celular por necrose e apoptose. A Tabela 1, trás asprincipais diferenças existentes entre estes <strong>do</strong>is processos. Na apoptose, a cromatinanuclear se con<strong>de</strong>nsa se marginaliza em torno <strong>da</strong> carioteca, e é fragmenta<strong>da</strong> em pontosespecíficos <strong>de</strong> 180 pares <strong>de</strong> base. Também ocorre compactação <strong>da</strong>s organelascitoplasmáticas, e <strong>um</strong>a dilatação <strong>do</strong> retículo en<strong>do</strong>plasmático, além <strong>de</strong> <strong>um</strong>a marcanteredução no vol<strong>um</strong>e celular. Ao fim <strong>do</strong> processo são origina<strong>do</strong>s os corpos apoptóticos, osquais são fagocita<strong>do</strong>s pelos macrófagos (FIG.2).Devi<strong>do</strong> à importância <strong>de</strong>sse mecanismo fisiológico, falhas em sua regulação po<strong>de</strong>mfavorecer o aparecimento <strong>de</strong> diversas patologias e serem fatais para o organismo. Emcertos neurônios, por exemplo, o a<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> taxa apoptótica contribui para oaparecimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças neuro<strong>de</strong>generativas, tais como as Doenças <strong>de</strong> Alzheimer eParkinson. Já a ocorrência reduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong>ste processo po<strong>de</strong> levar ao surgimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>ençasauto-imunes e ao aparecimento <strong>do</strong>s mais diversos tipos <strong>de</strong> câncer (Thompson, 1995;Solá et al., 2001).32


Tabela 1: Res<strong>um</strong>o <strong>da</strong>s características morfológicas, bioquímicas e fisiológicas quediferenciam os processos <strong>de</strong> morte celular por necrose e apoptose. Modifica<strong>da</strong> <strong>de</strong> Solá etal., 2001.Características Necrose ApoptoseMorfológicasBioquímicasFisiológicas• Per<strong>da</strong> <strong>da</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>membrana celular;• Lise total <strong>da</strong> célula;• Não há formação <strong>de</strong>vesículas;• Desintegração <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong><strong>da</strong>s organelas celulares.• Per<strong>da</strong> <strong>da</strong> regulação <strong>da</strong>homeostase iônica;• Não requer gasto <strong>de</strong> energia;• Degra<strong>da</strong>ção aleatória <strong>do</strong>DNA.• Afeta grupos <strong>de</strong> células;• Inicia<strong>da</strong> por estímulos nãofisiológicos;• Gera resposta inflamatória.• Não ocorre per<strong>da</strong> <strong>da</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> membrana;• Con<strong>de</strong>nsação e fragmentação <strong>da</strong>cromatina nuclear;• Redução <strong>do</strong> vol<strong>um</strong>ecitoplasmático;• Fragmentação <strong>da</strong> célula emcorpos apoptóticos;• A<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>mitocondrial.• Processo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ativaçãoenzimática;• Depen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ATP;• Degra<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> DNA em porçõesespecíficas <strong>de</strong> 180pb;• Ativação <strong>da</strong> cascata <strong>de</strong> caspases;• Alterações direciona<strong>da</strong>s namembrana plasmática.• Afeta células individuais;• Induzi<strong>da</strong> por estímulosfisiológicos;• Fagocitose por macrófagos;• Não gera resposta inflamatória.33


FIG.2: Imagens ilustrativas <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> apoptose e necrose. (A) Imagem ilustrativa <strong>do</strong>sprocessos <strong>de</strong> necrose e apoptose (Modifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> Cruchten & Broeck, 2002). (B) Alteraçõescelulares sofri<strong>da</strong>s durante os processos <strong>de</strong> morte por necrose e apoptose: a) MicroscopiaEletrônica <strong>de</strong> Transmissão (MET) <strong>de</strong> <strong>um</strong>a célula necrótica, on<strong>de</strong> é possível visualizar a<strong>de</strong>sintegração <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong>s organelas e <strong>da</strong> membrana celular (a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 10000 vezes). b)MET <strong>de</strong> <strong>um</strong>a célula normal (1) e <strong>de</strong> <strong>um</strong>a célula apoptótica (2). Observe a con<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong>cromatina característica <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> apoptose (a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 8000 vezes). c) MicroscopiaEletrônica <strong>de</strong> Varredura (MEV) <strong>de</strong> <strong>um</strong>a célula necrótica mostran<strong>do</strong> a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>membrana plasmática (a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 5000 vezes). d) MEV <strong>de</strong> célula apoptótica, e visualização <strong>da</strong>fragmentação or<strong>de</strong>na<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong> formação <strong>do</strong>s corpos apoptóticos (a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 5000 vezes).Modifica<strong>do</strong> <strong>de</strong>: Pu<strong>de</strong>nce University Cytometry Laboratories, On line, 2005.Este tipo <strong>de</strong> morte celular exige, portanto, <strong>um</strong> processo <strong>de</strong> regulação muito fino, on<strong>de</strong> o<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou <strong>de</strong> morte celular é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pelo balanço entre proteínasanti e pro-apoptóticas. Normalmente, sinais <strong>de</strong> sobrevivência vin<strong>do</strong>s <strong>da</strong> vizinhançacelular e sensores internos para manutenção <strong>da</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> célula mantêm amaquinaria apoptótica <strong>de</strong>sliga<strong>da</strong>. Quan<strong>do</strong>, por alg<strong>um</strong> motivo a célula per<strong>de</strong> contato comsua vizinhança, ou apresenta <strong>um</strong> <strong>da</strong>no interno irreparável inicia-se o processo <strong>de</strong>apoptose. Células que recebam sinais confusos <strong>de</strong> pausa e/ou avanço no ciclo celulartambém iniciam o suicídio apoptótico (Evan & Littlewood, 1998). Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, muitosgenes que controlam o ciclo celular, tais como P53, MYC e RB1, e proteínas <strong>da</strong> famíliapBCL2 (Bcl2, Bax, Bad, Bid, <strong>de</strong>ntre outros), estão envolvi<strong>do</strong>s no processo <strong>de</strong> morte por34


apoptose (Ricci et al., 2006). Outra classe <strong>de</strong> proteínas que <strong>de</strong>sempenha papel centralneste processo são as caspases, as quais são <strong>um</strong>a família <strong>de</strong> cisteíno-proteases, queclivam especificamente substratos com resíduos <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> aspártico (Martin & Green,1995). Elas existem no citosol <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s células na forma inativa (<strong>de</strong> procaspases),como <strong>um</strong>a única ca<strong>de</strong>ia polipeptídica. Sua ativação ocorre por meio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a clivagemproteolítica que consiste na remoção <strong>do</strong> pro-<strong>do</strong>mínio aminoterminal e na clivagem <strong>do</strong>peptí<strong>de</strong>o resultante em duas subuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que uni<strong>da</strong>s produzem a enzima funcional(Putcha et al., 2002).Em mamíferos, as cascatas <strong>de</strong> sinalização que culminam na apoptose po<strong>de</strong>m serinicia<strong>da</strong>s por duas vias principais: a via mitocondrial ou intrínseca, e a via <strong>de</strong> receptores<strong>de</strong> morte ou extrínseca (Green & Kroemer, 2004). No final, ambas as vias convergempara as mesmas ações, e resultam na clivagem <strong>da</strong>s moléculas estruturais e regula<strong>do</strong>ras<strong>da</strong> célula. Os <strong>do</strong>is caminhos se interconectam através <strong>da</strong> mitocôndria, e a separação <strong>do</strong>smesmos em processos distintos é, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, meramente didática (Klener Jr et al.,2006).Dentre os fatores que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar a via intrínseca <strong>da</strong> apoptose estão às injúriasfísicas e químicas (radiação UV, hipoxia, <strong>de</strong>sbalanço osmótico, alterações bruscas <strong>de</strong>temperatura, etc.), alterações na expressão <strong>de</strong> oncogenes ou genes supressores <strong>de</strong> t<strong>um</strong>or(MYC, FOS, P53, etc.), <strong>da</strong>nos ao citoesqueleto, <strong>da</strong>nos irreversíveis ao material genético(por agentes mutagênicos, citostáticos, radiação ionizante, etc.), fatores <strong>de</strong> crescimentocelular, <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> nucleotí<strong>de</strong>os ou ATP, acúmulo <strong>de</strong> proteínas <strong>de</strong>snatura<strong>da</strong>s, entreoutros fatores <strong>de</strong> estresse (Thorburn, 2004). Apesar <strong>de</strong> diferentes fatores funcionaremcomo inicia<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ssa via, to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam os mesmos <strong>efeito</strong>s na célula, a saber: oa<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> membrana mitocondrial externa e o a<strong>um</strong>ento <strong>da</strong>produção <strong>de</strong> espécies reativas <strong>de</strong> oxigênio (ROS), que culminam na liberação para ocitoplasma, <strong>de</strong> citocromo-c e outras moléculas pró-apoptóticas, tais comoSmac/DIABLO, AIF e en<strong>do</strong>nuclease-G (Li et al., 2001). O mecanismo pelo qual ocorrea liberação <strong>de</strong>sses fatores pró-apoptóticos a partir <strong>do</strong> espaço intermembranarmitocondrial ain<strong>da</strong> não é totalmente compreendi<strong>do</strong>. Acredita-se que, em resposta adiferentes fatores <strong>de</strong> estresse, proteínas pró-apoptóticas tais como Bcl2 (Bax, Bak, Bid,Bad), ligam-se a membrana mitocondrial externa e inativam proteínas anti-apoptóticas,o que induz a formação <strong>de</strong> poros transmembranares, por meio <strong>do</strong>s quais são libera<strong>do</strong>s o35


citocromo-c (Green & Kroemer, 2004). No citoplasma, o citocromo-c se liga, napresença <strong>de</strong> ATP, à proteína a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong>ra Apaf-1 e à procaspase-9, forman<strong>do</strong> <strong>um</strong>complexo multiprotéico, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> apoptosoma (Klener et al, 2006). O apoptossomaativa caspase-9, a qual ativa caspase-3, o que resulta na morte celular (FIG.3).FIG.3: Desenho esquema <strong>da</strong> via apoptótica intrínseca ou mitocondrial. Vários estímulospró-apoptóticos estimulam proteínas <strong>da</strong> família Bcl2 (Bax, Bad, Bak, Bid) a formarem poros namembrana mitocondrial externa. A liberação <strong>de</strong> citocromo-c por meio <strong>de</strong>sses poros permite aformação <strong>do</strong>s apoptossomos, o que ativa a caspase-9. Esta por sua vez, ativa caspases efetoras,propagan<strong>do</strong> o sinal <strong>de</strong> morte. Outras moléculas (ex. Smac/DIABLO) colaboram com a execução<strong>do</strong> sinal apoptótico inibin<strong>do</strong> moléculas anti-apoptóticas (IAPs). A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Klener et al., 2006.Também a liberação <strong>de</strong> Ca 2+ , pelo retículo en<strong>do</strong>plasmático, <strong>de</strong>sempenha papel crucialna via intrínseca. Quan<strong>do</strong> libera<strong>do</strong> para o citosol é rapi<strong>da</strong>mente capita<strong>do</strong> pelamitocôndria, o que estimula a formação <strong>de</strong> ROS e facilita a abertura <strong>do</strong>s poros36


transitórios forma<strong>do</strong>s pelas proteínas <strong>da</strong> família Bcl2 e conseqüentemente a liberação<strong>do</strong>s fatores pró-apoptóticos (Brookes et al., 2004).A via extrínseca é ativa<strong>da</strong> por receptores <strong>de</strong> morte <strong>da</strong> superfamília <strong>de</strong> receptores TNFR(T<strong>um</strong>or Necrosis Factor Receptors), e atua mais diretamente sobre a cascata <strong>de</strong>caspases. Os receptores <strong>de</strong> morte são proteínas transmembranas tipo I, que transmitemsinais <strong>de</strong> apoptose para o interior <strong>da</strong> célula quan<strong>do</strong> ligantes específicos se conectam aeles. São caracteriza<strong>do</strong>s pela presença <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>do</strong>mínio extracelular rico em cisteína quese repete 2-5, o qual me<strong>de</strong>ia à ligação receptor-ligante, e <strong>um</strong> <strong>do</strong>mínio intracelularextremamente conserva<strong>do</strong> chama<strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> morte (DD – Death Domain),responsável pela transmissão <strong>do</strong> sinal para o interior <strong>da</strong> célula Os ligantes <strong>de</strong> morte sãoglicoproteínas <strong>de</strong> membrana <strong>do</strong> tipo II, pertencentes à superfamília TNF (MacEwan,2002). Essas moléculas se tornam disponíveis para ligação aos receptores quan<strong>do</strong> sãofisiologicamente libera<strong>da</strong>s <strong>da</strong> membrana, ou quan<strong>do</strong> são cliva<strong>da</strong>s por metaloproteasesespecíficas e se tornam solúveis. A ligação <strong>do</strong> ligante ao seu receptor induz alteraçõesconformacionais ou permite a formação <strong>de</strong> complexos moleculares capazes <strong>de</strong> ativarcaspases (FIG.4B).Por exemplo: a interação <strong>de</strong> Fas (<strong>um</strong> membro <strong>da</strong> família TNFR) com seu ligante (Fas-L) no meio extracelular dispara a formação <strong>de</strong> <strong>um</strong> complexo <strong>de</strong> sinalização <strong>de</strong> indução<strong>de</strong> morte (DISC - <strong>do</strong> inglês Death-inducing signaling complex). Nessa via <strong>de</strong>sinalização, que inclui a molécula a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong>ra FADD (Fas-associated <strong>de</strong>ath <strong>do</strong>main), aprocaspase-8 é recruta<strong>da</strong>, e a ligação FADD-procaspase-8 leva formação <strong>de</strong> caspase-8,por meio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a clivagem autoproteolítica. A caspase-8 então é capaz <strong>de</strong> ativar outrascaspases, propagan<strong>do</strong> o sinal <strong>de</strong> morte celular, como mostra a FIG.4A (Salvesen &Dixit, 1999; Kang et al., 2003). A partir <strong>da</strong> clivagem <strong>da</strong> procaspase-8 a caspase-8, oscaminhos apoptóticos <strong>da</strong>s vias intrínseca e extrínseca se interconectam.Há ain<strong>da</strong> <strong>um</strong> terceiro mecanismo que não envolve nem os receptores <strong>de</strong> morte nem asinalização por <strong>da</strong>nos à mitocôndria. Este caminho está associa<strong>do</strong> à ativação <strong>da</strong>proteína nuclear p53 em resposta a <strong>da</strong>nos no material genético (Shivapurkar et al.,2003).37


FIG.4: Desenho esquemático <strong>da</strong> Via Extrínseca <strong>da</strong> apoptose e <strong>do</strong> Receptortransmembrana <strong>de</strong> Morte. (A) Esquema <strong>da</strong> via extrínseca <strong>da</strong> apoptose. Sinais <strong>de</strong> mortevin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> meio extracelular <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam a cascata <strong>de</strong> ativação <strong>da</strong>s caspases, o que culmina noprocesso <strong>de</strong> suicídio celular. (B) Detalhe <strong>do</strong> Receptor <strong>de</strong> Morte e seus <strong>do</strong>mínios. A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong>Klener et al., 2006. (Modifica<strong>do</strong> <strong>de</strong>: Espreafico, 2005. Disponível em:http://rbp.fmrp.usp.br/di<strong>da</strong>tico/Medicina- BiologiaCelular/ Aula15%20 Apoptose.ppt. Acessa<strong>do</strong>em: 03/03/2007.A p53 é <strong>um</strong>a fosfoproteína nuclear, implica<strong>da</strong> no controle <strong>do</strong> ciclo, reparo e síntese <strong>de</strong>DNA e diferenciação celular. Age como <strong>um</strong> fator <strong>de</strong> transcrição capaz <strong>de</strong> regular muitosgenes e <strong>de</strong>sempenha papel central nos pontos <strong>de</strong> checagem <strong>do</strong> ciclo celular. (Prives etal., 1999). Apesar <strong>de</strong> seu papel nos processos <strong>de</strong> checagem <strong>do</strong> ciclo celular, esse gene étambém capaz <strong>de</strong> induzir a morte apoptótica. Quan<strong>do</strong> <strong>um</strong> <strong>da</strong>no ao material genético é<strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>, esta proteína retar<strong>da</strong> a passagem <strong>da</strong> célula <strong>da</strong> fase G1 à fase S <strong>do</strong> ciclocelular, até que haja o reparo no DNA. Se o <strong>da</strong>no for grave, e o reparo inviável, amolécula p53 sinaliza para o início <strong>da</strong> apoptose, através <strong>do</strong> estímulo para expressão <strong>de</strong>genes pro-apoptóticos <strong>da</strong> família BCL2, e pela inibição <strong>de</strong> fatores anti-apoptóticos(Miyashita & Reed, 1995). P53 também po<strong>de</strong> a<strong>um</strong>entar a expressão <strong>do</strong> gene FAS ou38


facilitar seu transporte <strong>do</strong> complexo <strong>de</strong> Golgi para a membrana celular (Hahn, et al.,1999).1.3. Tratamento <strong>do</strong> câncerDiferentes técnicas po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s no tratamento <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores. O tipo e o número<strong>de</strong> tratamentos emprega<strong>do</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> tamanho, localização, taxa <strong>de</strong> crescimento e<strong>do</strong>s sintomas apresenta<strong>do</strong>s pelo paciente (Taraph<strong>da</strong>r et al., 2001). Tratamentos locaisconvencionalmente incluem a cirurgia e a radioterapia, sen<strong>do</strong> a quimioterapia utiliza<strong>da</strong>para tratamentos regionais. T<strong>um</strong>ores sóli<strong>do</strong>s são <strong>de</strong> difícil tratamento, mas avanços naquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s drogas quimioterápicas têm permiti<strong>do</strong> maior índice <strong>de</strong> cura em t<strong>um</strong>oreslocais e maior controle <strong>da</strong>s metástases (Parnell & Woll, 2006; INCA, 2007).1.3.1. CirurgiaA cirurgia é a forma mais antiga <strong>de</strong> tratamento para o câncer. Avanços nas técnicascirúrgicas têm possibilita<strong>do</strong> o a<strong>um</strong>ento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> procedimentos realiza<strong>do</strong>s comsucesso. Atualmente, cirurgias menos invasivas freqüentemente são capazes <strong>de</strong> removert<strong>um</strong>ores maiores sem afetar áreas sadias <strong>do</strong> órgão. Esse méto<strong>do</strong> é utiliza<strong>do</strong> comotratamento principal para a maioria <strong>do</strong>s cânceres não metastáticos, sen<strong>do</strong> geralmenterealiza<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> o t<strong>um</strong>or gera risco <strong>de</strong> morte ou afeta <strong>de</strong>masia<strong>da</strong>mente a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> paciente. Entretanto, mesmo alivian<strong>do</strong> os sintomas <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, na maioria <strong>do</strong>scasos a cirurgia não é capaz <strong>de</strong> curar por si só: são necessários méto<strong>do</strong>s pós-cirúrgicoscomplementares, tais como a radio e a quimioterapia (Pollock & Morton, 2003). Outrogran<strong>de</strong> problema <strong>do</strong> tratamento cirúrgico, é que ele se torna inviável em muitos casosnos quais o t<strong>um</strong>or está inacessível ou localiza<strong>do</strong> próximo a estruturas cerebrais vitais,ou mesmo quan<strong>do</strong> o paciente está <strong>de</strong>bilita<strong>do</strong> <strong>de</strong>mais para resistir ao procedimentocirúrgico (IRSA, 2006).1.3.2. QuimioterapiaA quimioterapia consiste na utilização <strong>de</strong> substâncias químicas para combater célulast<strong>um</strong>orais. A maioria <strong>do</strong>s agentes quimioterápicos exerce seus <strong>efeito</strong>s pela inibição <strong>de</strong>39


<strong>um</strong> ou mais processos envolvi<strong>do</strong>s na divisão celular e po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com seu mecanismo <strong>de</strong> ação em agente alquilantes, antimetabólitos, inibi<strong>do</strong>res <strong>de</strong>mitose e antibióticos antit<strong>um</strong>orais.Agentes alquilantes são drogas quimicamente reativas que interagem covalentementecom DNA, causan<strong>do</strong> quebras duplas ou simples na fita, e ligações cruza<strong>da</strong>s inter eintrafita. Também são capazes <strong>de</strong> interagir com outras moléculas celulares, fazen<strong>do</strong> comque percam suas funções. Antimetabólitos são agentes citotóxicos que estruturalmentese assemelham as purinas, pirimidinas e áci<strong>do</strong>s nucléicos, e são capazes <strong>de</strong> inibirenzimas <strong>da</strong> via <strong>de</strong> síntese <strong>do</strong> DNA ou RNA, causar quebras na fita ou mesmo causartérmino prematuro <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> replicação. A citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes agentes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tratamento, não sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Inibi<strong>do</strong>res <strong>de</strong> mitose po<strong>de</strong>m atuarpor inibição <strong>da</strong> ação <strong>da</strong> topoisomerase, <strong>um</strong> grupo <strong>de</strong> enzimas que controla a estruturatridimensional <strong>da</strong> molécula <strong>de</strong> DNA durante o processo <strong>de</strong> replicação, ou pela ligação adímeros <strong>de</strong> tubulina. No primeiro caso a inativação <strong>da</strong> enzima leva a <strong>um</strong>a<strong>de</strong>sestabilização <strong>do</strong> material genético, causan<strong>do</strong> quebras e ligações cruza<strong>da</strong>s. Já osegun<strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> compostos se liga aos dímeros <strong>de</strong> tubulina, a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> básica <strong>de</strong>formação <strong>do</strong>s microtúbulos, impedin<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong>ssas estruturas, as quais exercemfunções cruciais durante a mitose, meiose, processos <strong>de</strong> transporte intracelular esecreção. O último grupo <strong>de</strong> compostos, os antibióticos antit<strong>um</strong>orais, possuemdiferentes mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ação, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> realizar ligações cruza<strong>da</strong>s com DNA ou mesmoinibir a mitose, através <strong>da</strong> liberação <strong>de</strong> radicais livres e alterações na membranaplasmática (Sikic, 1999; Lind, 2004; Parnel & Woll, 2006).Agentes quimioterápicos freqüentemente po<strong>de</strong> trazer <strong>um</strong> alívio temporário <strong>do</strong>ssintomas, prolongan<strong>do</strong> a vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s pacientes, e po<strong>de</strong>m até mesmo fornecer a cura. Aquimioterapia po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> em combinação com outros tratamentos, ou mesmoisola<strong>da</strong>mente, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser:Curativa: quan<strong>do</strong> utiliza<strong>da</strong> como tratamento principal. É administra<strong>da</strong> em <strong>um</strong> pequenogrupo <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores quimiossensíveis, os quais respon<strong>de</strong>m à combinação <strong>de</strong> drogas <strong>de</strong>forma positiva, permitin<strong>do</strong> a eliminação <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores vol<strong>um</strong>osos ou mesmo metástases.40


Neoadjuvante: quan<strong>do</strong> administra<strong>da</strong> antes <strong>do</strong> tratamento local principal (cirurgia ouradioterapia), com objetivo <strong>de</strong> reduzir o tamanho <strong>da</strong> massa t<strong>um</strong>oral e inibir possíveismicrometástases. Sua aplicação facilita o processo cirúrgico, melhoran<strong>do</strong> a preservaçãoe manutenção <strong>do</strong> aspecto normal <strong>do</strong> órgão.Potencializa<strong>do</strong>ra: quan<strong>do</strong> administra<strong>da</strong> juntamente com a radioterapia, visan<strong>do</strong> reduzira <strong>do</strong>se <strong>de</strong> radiação e elevar o potencial terapêutico <strong>do</strong> tratamento.Adjuvante: quan<strong>do</strong> administra<strong>da</strong> após o tratamento principal (cirurgia ou radioterapia).Visa eliminar células não <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s capazes <strong>de</strong> gerar metástases. Em pacientes comalto risco <strong>de</strong> recidiva, a quimioterapia adjuvante eleva a sobrevi<strong>da</strong> e as taxas <strong>de</strong> cura.Paliativa: para a maioria <strong>do</strong>s t<strong>um</strong>ores metastáticos sóli<strong>do</strong>s, a quimioterapia não écurativa, mais po<strong>de</strong> reduzir a massa t<strong>um</strong>oral, aliviar os sintomas e esten<strong>de</strong>r a sobrevi<strong>da</strong><strong>do</strong>s pacientes. Quan<strong>do</strong> utiliza<strong>da</strong> com esse objetivo, a quimioterapia é dita paliativa.A escolha <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> administração quimioterápica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> diretamente <strong>do</strong> tipo elocalização <strong>do</strong> t<strong>um</strong>or, <strong>do</strong> estágio <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> ação <strong>da</strong> droga (inibi<strong>do</strong>r <strong>de</strong>mitose, quelante <strong>de</strong> DNA, etc.), <strong>da</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> resistência à drogapelas células t<strong>um</strong>orais, <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> agente, <strong>da</strong> compatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssesagentes com a radiação ionizante e <strong>da</strong>s condições <strong>do</strong> paciente.Apesar <strong>de</strong> serem eficazes no tratamento <strong>de</strong> muitos tipos <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores, os agentesquimioterápicos convencionais agem <strong>de</strong> forma não específica, atuan<strong>do</strong> também emteci<strong>do</strong>s normais <strong>de</strong> multiplicação rápi<strong>da</strong>, como as <strong>do</strong> sistema hematopoiético e asmucosas. Por esse motivo a quimioterapia ten<strong>de</strong> a produzir, em maior ou menor grau, osseguintes <strong>efeito</strong>s tóxicos gerais: mielossupressão, cicatrização <strong>de</strong>ficiente, alopecia, lesão<strong>do</strong> epitélio gastrointestinal; <strong>de</strong>pressão <strong>do</strong> crescimento em crianças, esterili<strong>da</strong><strong>de</strong> eteratogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> (Workman, 2002). Por este motivo, a ca<strong>da</strong> ano, novas drogas ecombinações <strong>de</strong> drogas são utiliza<strong>da</strong>s em pesquisas com intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverquimioterápicos mais efetivos, que causem menos <strong>efeito</strong>s colaterais (IRSA, 2006).41


1.3.3. RadioterapiaA radioterapia po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como <strong>um</strong> méto<strong>do</strong> terapêutico que utiliza aadministração local, regional ou geral <strong>de</strong> radiação ionizante com objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>struirteci<strong>do</strong>s alvo <strong>do</strong>entes (Brans et al., 2007). O Apêndice 1 trás <strong>um</strong>a visão geral <strong>do</strong>s tipos<strong>de</strong> radiação ionizante e seus respectivos <strong>efeito</strong>s biológicos. É <strong>um</strong>a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> crucialno tratamento contra o câncer, sen<strong>do</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> cirurgia, o méto<strong>do</strong> curativo maisaplica<strong>do</strong>. Constitui também a maior fonte <strong>de</strong> alívio <strong>da</strong>s <strong>do</strong>res e sintomas <strong>de</strong> cânceresmetastáticos (radioterapia paliativa). Atualmente, a maioria <strong>do</strong>s tratamentosradioterápicos são realiza<strong>do</strong>s com <strong>do</strong>ses padrões pré-estabeleci<strong>da</strong>s na literatura, as quaisvariam para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> t<strong>um</strong>or (Symonds & Foweraker, 2006).O <strong>efeito</strong> <strong>da</strong> radioterapia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> localização <strong>do</strong> t<strong>um</strong>or, <strong>da</strong> <strong>do</strong>se total aplica<strong>da</strong>, <strong>do</strong>fracionamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>se, <strong>da</strong> duração total <strong>do</strong> tratamento e <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> radiação ionizanteemprega<strong>do</strong>. Características teciduais tais como oxigenação, radiossensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>intrínseca e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> proliferativa também influenciam o resulta<strong>do</strong> total <strong>da</strong>radioterapia (Falk, 2006).1.3.3.1. Dosimetria internaA <strong>do</strong>simetria interna tem como finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a <strong>do</strong>se <strong>de</strong> radiação recebi<strong>da</strong> pelosdiversos órgãos e teci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> corpo h<strong>um</strong>ano em <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> tratamento radioterápico.Diferentemente <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais tratamentos sistêmicos utiliza<strong>do</strong>s no combate aos t<strong>um</strong>ores,os <strong>efeito</strong>s biológicos <strong>da</strong> radioterapia são conheci<strong>do</strong>s e po<strong>de</strong>m ser medi<strong>do</strong>s por <strong>um</strong>auni<strong>da</strong><strong>de</strong> física bem <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>, a <strong>do</strong>se absorvi<strong>da</strong>, a qual é dita como a energia absorvi<strong>da</strong>por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> massa <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> (Sgouros, 2005). Observações realiza<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong>stratamentos radioterápicos mostraram que é possível prever os <strong>efeito</strong>s biológicos <strong>da</strong>terapia a partir <strong>da</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> <strong>do</strong>se absorvi<strong>da</strong> total administra<strong>da</strong> ao paciente(Hellmans, 2001). Também nas fases pré-clínicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novosradiofármacos os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>do</strong>simetria têm si<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s obrigatórios. A avaliação<strong>da</strong> <strong>do</strong>se absorvi<strong>da</strong> nestas fases tem permiti<strong>do</strong> o acúmulo <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre <strong>do</strong>ses máximastolera<strong>da</strong>s pelos pacientes, sobre a relação <strong>do</strong>se absorvi<strong>da</strong>/resposta biológica e sobre aefetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s novas terapias, o que tem viabiliza<strong>do</strong> a otimização <strong>da</strong>42


utilização <strong>de</strong> radionuclí<strong>de</strong>os e reduzi<strong>do</strong> os <strong>efeito</strong>s colaterais <strong>da</strong> terapia (Brans et al.,2007).Atualmente, a <strong>do</strong>se absorvi<strong>da</strong> em órgãos alvos e t<strong>um</strong>ores tem si<strong>do</strong> calcula<strong>da</strong> através <strong>de</strong><strong>um</strong> sistema <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pelo Medical Internal Radiation Dose (MIRD) Committee ofthe Society of Nuclear Medicine, o qual utiliza <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> biodistribuição espacial etemporal <strong>do</strong> radiofármaco e os converte em <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>do</strong>se absorvi<strong>da</strong> (Stabin, 2006a). Osoftware MIRDOSE, por exemplo, faz cálculos para mais <strong>de</strong> 200 radionuclí<strong>de</strong>osdiferentes e leva em conta o sexo e a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa no qual a biodistribuição estásen<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong>. Uma versão mais atual <strong>do</strong> software, o OLINDA/EX (Organ LevelInternal Dose Assessement/ Exponencial Mo<strong>de</strong>ling) funciona com banco <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s paramais <strong>de</strong> 800 radioisótopos, incluin<strong>do</strong> emissores alpha, e diferencia <strong>do</strong>ses entre homense mulheres, mulheres grávi<strong>da</strong>s e crianças (Stabin, 2006b).1.3.4. Uso combina<strong>do</strong> <strong>da</strong> radioterapia e quimioterapiaTerapias multimo<strong>da</strong>is são ca<strong>da</strong> vez mais rotineiras no combate ao câncer. A utilizaçãoconcomitante <strong>de</strong> radio e quimioterapia têm eleva<strong>do</strong> às expectativas <strong>de</strong> cura e semostra<strong>do</strong> <strong>um</strong>a excelente escolha para tratamento <strong>de</strong>ssa <strong>do</strong>ença.Nem to<strong>da</strong>s as drogas po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s em conjunto com a radioterapia. Agentescitotóxicos tais como <strong>do</strong>xorrubicina a<strong>um</strong>entam os <strong>da</strong>nos causa<strong>do</strong>s pela radiação aosteci<strong>do</strong>s normais. Mas alguns quimioterápicos, tais como a cisplatina e o 5-fluoruracil,são capazes <strong>de</strong> potencializar o <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> radiação sem elevar os <strong>da</strong>nos aosteci<strong>do</strong>s normais (McKnight, 2003).As bases moleculares e os mecanismos <strong>de</strong> ação pelos quais essa cooperação ocorre têmsi<strong>do</strong> investiga<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s anos. Em 1979, Steel e Peckham introduziram as basesteóricas <strong>de</strong> tais mecanismos, aceitas até hoje (Seiwert et al., 2007). O primeiromecanismo é o <strong>da</strong> cooperação espacial. O termo “cooperação espacial” é utiliza<strong>do</strong> para<strong>de</strong>screver <strong>um</strong> cenário no qual não existe interação direta entre esses <strong>do</strong>is agentes, e sim<strong>um</strong>a complementação <strong>de</strong> <strong>efeito</strong>s, on<strong>de</strong> se somariam as ações antit<strong>um</strong>orais. A radiaçãotrabalharia localmente e a quimioterapia reduziria o aparecimento <strong>de</strong> micrometástasespor meio <strong>de</strong> sua ação regional. Nesse caso, a toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s agentes <strong>de</strong>ve sercomplementar, para que <strong>do</strong>ses efetivas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> <strong>um</strong> possam ser usa<strong>da</strong>s separa<strong>da</strong>mente43


sem que se elevem os <strong>da</strong>nos aos teci<strong>do</strong>s normais. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> poucas drogas aten<strong>de</strong>messe critério, sen<strong>do</strong> mais com<strong>um</strong> a utilização <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>do</strong>se reduzi<strong>da</strong> <strong>do</strong> quimioterápico(Brizel et al., 2000). Em alguns casos a cooperação ocorre através <strong>da</strong> “proteção seletiva<strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s normais” pelo agente quimioterápico, o que permite que maiores <strong>do</strong>ses <strong>de</strong>radiação sejam emprega<strong>da</strong>s sem <strong>da</strong>nos adicionais aos teci<strong>do</strong>s saudáveis. Ou ain<strong>da</strong>, os<strong>do</strong>is agentes atuam sobre as mesmas células t<strong>um</strong>orais, potencializan<strong>do</strong> diretamente os<strong>efeito</strong>s <strong>um</strong> <strong>do</strong> outro e “elevan<strong>do</strong> a resposta <strong>de</strong> morte t<strong>um</strong>oral” (Falk, 2006; Seiwert et al,2007).1.4. Radiação ionizante e o diagnóstico <strong>de</strong> t<strong>um</strong>oresA <strong>de</strong>tecção precoce <strong>do</strong> câncer é <strong>um</strong> passo chave para o processo <strong>de</strong> cura <strong>do</strong>s pacientes.Uma característica com<strong>um</strong> aos tipos <strong>de</strong> cânceres <strong>de</strong> maior ocorrência é que oprognóstico é melhor e o tratamento obtém maior índice <strong>de</strong> sucesso se a <strong>do</strong>ença for<strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> está localiza<strong>da</strong>, em seus estágios iniciais. O diagnóstico precocepermite intervenções locais, <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> focos potencialmente invasivos, alteração <strong>do</strong>curso natural <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença através <strong>do</strong> bloqueio <strong>do</strong> crescimento maligno e a prevenção <strong>da</strong>morte <strong>do</strong> paciente (Eyre et al., 2000).O diagnóstico <strong>do</strong> câncer po<strong>de</strong> ser feito através <strong>de</strong> análises bioquímicas <strong>do</strong> sangue,estu<strong>do</strong>s citopatológicos e anátomopatológicos, imuno-histoquímica e imagem (Oliveiraet al., 2006). De forma geral têm-se busca<strong>do</strong> méto<strong>do</strong>s diagnósticos menos invasivos, oque têm torna<strong>do</strong> o diagnóstico por imagem <strong>um</strong>a <strong>da</strong>s mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais utiliza<strong>da</strong>s pelosespecialistas. T<strong>um</strong>ores malignos freqüentemente alteram sua relação espacial com osteci<strong>do</strong>s normais <strong>do</strong> corpo, e a imagem é extremamente importante, não só para odiagnóstico, mas também para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> estágio <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença e para omonitoramento <strong>do</strong> paciente após o tratamento.A rápi<strong>da</strong> revolução tecnológica tem permiti<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res emáquinas ca<strong>da</strong> vez mais po<strong>de</strong>rosas, e tem afeta<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as áreas <strong>da</strong> medicina, masnenh<strong>um</strong>a tanto quanto o diagnóstico por imagem. N<strong>um</strong> futuro próximo, os avançostecnológicos <strong>de</strong>vem permitir aos clínicos não só a visualização <strong>do</strong> t<strong>um</strong>or, mas também a44


eluci<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> parâmetros t<strong>um</strong>orais e a avaliação <strong>da</strong> eficácia <strong>do</strong> tratamento (Steckel,2000). Técnicas convencionais <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> imagem, tais como a RessonânciaMagnética (RM), a Tomografia Computa<strong>do</strong>riza<strong>da</strong> (TC) e o ultra-som são ferramentasimportantes na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> massas t<strong>um</strong>orais, mas não po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s sozinhas.Pelo fato <strong>de</strong> sua imagem significar o mapa <strong>de</strong> atenuação <strong>do</strong> objeto, ou seja, as variações<strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> presentes no teci<strong>do</strong>, esses exames permitem apenas a caracterização <strong>de</strong>alterações anatômicas, não sen<strong>do</strong> possível a partir <strong>de</strong>les avaliar alterações funcionais emetabólicas (Tinoiz, 2005). A presença <strong>de</strong> massa residual em pacientes com boaresposta ao tratamento, assim como a infiltração <strong>de</strong> linfono<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pequenas dimensões,são exemplos <strong>de</strong> situações nas quais a avaliação estrutural é insuficiente (Oliveira et al.,2006).Atualmente, os exames que permitem a caracterização metabólica e a observação <strong>do</strong>funcionamento dinâmico <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s são obti<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Medicina Nuclear, a qual sefun<strong>da</strong>menta na <strong>de</strong>tecção <strong>do</strong> padrão <strong>de</strong> distribuição biológica <strong>de</strong> fármacos acopla<strong>do</strong>s aisótopos radioativos (radiofármacos), por meio <strong>de</strong> <strong>um</strong> equipamento <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> gamacâmara(Coutinho, 2004). O diagnóstico po<strong>de</strong> ser feito por <strong>do</strong>is diferentes exames:Tomografia por Emissão <strong>de</strong> Fóton Único (SPECT) e Tomografia por Emissão <strong>de</strong>Pósitron (PET), os quais são geralmente utiliza<strong>do</strong>s em conjunto com TC o que permite alocalização anatômica <strong>da</strong>s alterações metabólicas/funcionais, otimizan<strong>do</strong> o diagnósticoe o tratamento <strong>do</strong>s pacientes (Venneri, 2007).A SPECT utiliza radiofármacos emissores gama <strong>de</strong> meia vi<strong>da</strong> curta, e é capaz <strong>de</strong> gerarimagens planares ou tridimensionais. Dentre os fatores <strong>de</strong> seleção para utilização <strong>de</strong> <strong>um</strong>radioisótopo estão seu tempo <strong>de</strong> meia-vi<strong>da</strong>, sua disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> comercial, seu tipo <strong>de</strong>emissão e a energia <strong>de</strong> sua emissão. As gama-câmaras atualmente disponíveis possuemsensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para adquirir imagem a partir <strong>de</strong> fótons <strong>de</strong> energia entre 50-500keV, sen<strong>do</strong>a melhor resolução consegui<strong>da</strong> na faixa <strong>de</strong> 140keV (Hustinx & Alavi, 2005).Os radiofármacos mais com<strong>um</strong>ente usa<strong>do</strong>s na imagem oncológica em SPECT sãoaqueles marca<strong>do</strong>s com os radioisótopos 131 I (364keV), 67 Ga (93keV), 201 Ta (135 e167keV) e o 99m Tc (140keV). O 131 I é principalmente utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>carcinomas <strong>de</strong> tireói<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à alta captação <strong>de</strong> io<strong>do</strong> por esse órgão. O 99m Tctransformou-se em <strong>um</strong> traça<strong>do</strong>r muito importante para diagnóstico t<strong>um</strong>oral, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a45


sua disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> comercial, <strong>do</strong>simetria favorável, meia vi<strong>da</strong> curta (T ½ = 6 horas) eemissão <strong>de</strong> fóton gama único <strong>de</strong> energia favorável para a imagem. Alguns <strong>do</strong>sradiofármacos que utilizam o 99m Tc como traça<strong>do</strong>r para <strong>de</strong>tectar t<strong>um</strong>ores primários o<strong>um</strong>etastáticos são: 99m Tc-medronato ( 99m Tc-MDP) para <strong>de</strong>tecção óssea, 99m Tc-enxofrecoloi<strong>da</strong>l para fíga<strong>do</strong> e baço,99m Tc-gluco-heptonato e99m Tc-áci<strong>do</strong>dietilenotriaminopentacético( 99m Tc-DTPA) para cérebro, e99m Tc-áci<strong>do</strong>dimercaptossuccínico ( 99m Tc-DMSA) para imagem <strong>do</strong> córtex renal (Thrall, 2003;Venneri, 2007).O PET é <strong>um</strong>a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tomografia que utiliza compostos biológicos marca<strong>do</strong>scom elementos <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> instabili<strong>da</strong><strong>de</strong> atômica que sejam emissores <strong>de</strong> pósitrons.Quan<strong>do</strong> o pósitron é emiti<strong>do</strong> por <strong>um</strong> núcleo instável, ele segue sua trajetória atéencontrar <strong>um</strong> elétron negativo <strong>do</strong> meio, com o qual se combina. Essa união causa aaniquilação <strong>do</strong> par pósitron-elétron e conseqüente liberação <strong>de</strong> energia na forma <strong>de</strong> <strong>do</strong>isfótons gama <strong>de</strong> 511kev ca<strong>da</strong>, <strong>de</strong> mesma direção e senti<strong>do</strong>s opostos (FIG.5). Esses fótonssão <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s externamente, e a informação é usa<strong>da</strong> para a reconstrução <strong>da</strong>stomografias (Robilota, 2006).FIG.5: Esquema <strong>da</strong> formação <strong>de</strong> raios gama a partir <strong>da</strong> aniquilação <strong>de</strong> pósitrons.Exemplo <strong>do</strong> <strong>de</strong>caimento <strong>do</strong> 11 C para 11 B e <strong>da</strong> aniquilação pósitron-elétron e conseqüenteformação <strong>do</strong> par <strong>de</strong> fótons <strong>de</strong> 511 keV ca<strong>da</strong>, <strong>de</strong> mesma direção e senti<strong>do</strong>s opostos. Positrônio éo sistema pósitron-elétron forma<strong>do</strong> antes <strong>da</strong> aniquilação, e que resulta na produção <strong>do</strong> par <strong>de</strong>fótons. Fonte: Robilota, 2006.46


Os radionuclí<strong>de</strong>os emissores <strong>de</strong> pósitron utiliza<strong>do</strong>s atualmente na Medicina Nuclear sãoproduzi<strong>do</strong>s por cíclotrons, e estão representa<strong>do</strong>s na Tabela 2. O 11 C e 15 O são <strong>de</strong>elementos constituintes <strong>do</strong>s organismos vivos, fato que os torna muito a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para amarcação <strong>de</strong> biomoléculas. Por outro la<strong>do</strong>, como suas meias-vi<strong>da</strong>s físicas são muitocurtas, assim como a <strong>do</strong> 13 N, só po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>do</strong>s se o acelera<strong>do</strong>r para sua produçãoestiver nas <strong>de</strong>pendências <strong>do</strong> próprio centro diagnóstico o que é muito raro (Fraser et al.,1999).Hoje, o radionuclí<strong>de</strong>o mais usa<strong>do</strong> é o 18 F, marcan<strong>do</strong> a fluor<strong>de</strong>oxiglicose (FDG), <strong>um</strong>análogo <strong>da</strong> glicose que é cons<strong>um</strong>i<strong>do</strong> pelas células ativas <strong>de</strong> tal maneira que sua presençaindica função metabólica tecidual. Os quase 110 minutos <strong>de</strong> meia-vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> 18 F permitemque a 18 F- FDG seja transporta<strong>da</strong> a locais <strong>de</strong> exame razoavelmente afasta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> centro<strong>de</strong> produção (em torno <strong>de</strong> 100 km por transporte terrestre) e viabilizam sua amplautilização (Robilota, 2006).Tabela 2: Principais emissores <strong>de</strong> pósitrons utiliza<strong>do</strong>s na Medicina Nuclear e suasrespectivas meias-vi<strong>da</strong>s. (A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Robilota, 2006).RADIONUCLÍDEOT 1/2 (minutos)Carbono-11 ( 11 C ) 20,4Nitrogênio-13 ( 13 N ) 9,96Oxigênio-15 ( 15 O ) 2,07Flúor-18 ( 18 F ) 109,8Gálio-68 ( 68 Ga ) 68Rubídio-82 ( 82 Rb ) 1,3Apesar <strong>de</strong> amplamente utiliza<strong>do</strong>s, os radiofármacos atualmente disponíveis para exames<strong>de</strong> PET e SPECT não são específicos para t<strong>um</strong>ores, e sim para órgãos, <strong>de</strong>tectan<strong>do</strong> “áreasquentes” (hipercaptantes) e “áreas frias” (hipocaptantes ou não captantes). É a maiorvascularização <strong>da</strong>s áreas neoplásicas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a seu metabolismo acelera<strong>do</strong> que levam aoac<strong>um</strong>ulação <strong>de</strong>sse radiofármaco em regiões <strong>de</strong> células t<strong>um</strong>orais e permitem a <strong>de</strong>tecção<strong>da</strong>s mesmas.47


Esse mecanismo <strong>de</strong> ac<strong>um</strong>ulação e <strong>de</strong>tecção po<strong>de</strong> gerar falsos positivos quan<strong>do</strong> existe,por exemplo, a presença <strong>de</strong> inflamação ou infecção (Thrall et al., 2003). Para <strong>de</strong>tecção<strong>de</strong> inflamações e infecções o gálio-67 e leucócitos radiomarca<strong>do</strong>s com 99m Tc, mas estasmoléculas também não possuem reconhecimento específico para imagens <strong>de</strong> sítios <strong>de</strong>infecção ou inflamação (Lupetti et al., 2003).diagnóstico1.5. A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> busca <strong>de</strong> novos compostos para tratamento eUma droga anticâncer i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>ve matar ou incapacitar as células t<strong>um</strong>orais sem causar<strong>da</strong>nos excessivos às células normais. Como dito anteriormente, essa situação i<strong>de</strong>al ain<strong>da</strong>não foi alcança<strong>da</strong> com os tratamentos atualmente disponíveis, os quais acabam geran<strong>do</strong><strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>efeito</strong>s colaterais. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, a toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> para as célulasnormais e a resistência <strong>de</strong> alguns tipos t<strong>um</strong>orais às drogas têm si<strong>do</strong> aponta<strong>da</strong>s como asprincipais causas <strong>da</strong> falha terapêutica e per<strong>da</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>s durante o tratamento <strong>do</strong> câncer.Por isso, ca<strong>da</strong> vez mais, se torna necessária à busca <strong>de</strong> novos agentes com potencialterapêutico, seletivos para células t<strong>um</strong>orais, capazes <strong>de</strong> reduzir os <strong>da</strong>nos aos teci<strong>do</strong>ssaudáveis <strong>do</strong> organismo e a<strong>um</strong>entar a sobrevi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s pacientes.Atualmente, o maior esforço <strong>da</strong>s pesquisas está concentra<strong>do</strong> em utilizar biomoléculasque reconheçam seletivamente estruturas moleculares que só existam na superfíciet<strong>um</strong>oral (Winberg, 2005). Para tal, o conhecimento <strong>do</strong>s mecanismos pelos quais <strong>um</strong>acélula normal se torna maligna é <strong>de</strong> extrema importância e permite saber, com ca<strong>da</strong> vezmais precisão, como e porque <strong>um</strong>a droga <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> foi bem sucedi<strong>da</strong> ou não (Hanahan& Weinberg, 2000). Por exemplo, alguns antígenos associa<strong>do</strong>s a t<strong>um</strong>ores, ou mesmoreceptores celulares (tais como hormônios <strong>de</strong> crescimento, vitaminas e lipí<strong>de</strong>os) sãosuper expressos na superfície t<strong>um</strong>oral e po<strong>de</strong>m ser usa<strong>do</strong>s como alvos para terapia.Pesquisas recentes também mostraram que a indução seletiva <strong>de</strong> apoptose em célulascancerosas, através <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> marca<strong>do</strong>res específicos expressos por essas células,po<strong>de</strong> modular os níveis <strong>de</strong> apoptose, o que seria <strong>um</strong> alvo para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>novos medicamentos e terapias anticâncer (Taraph<strong>da</strong>r et al., 2001).48


Também para o diagnóstico por imagem <strong>do</strong> câncer, diversos estu<strong>do</strong>s têm si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>scom objetivo <strong>de</strong> obter <strong>um</strong> radiofármaco capaz <strong>de</strong> se dirigir com alto grau <strong>de</strong> captação,especifica e seletivamente aos t<strong>um</strong>ores malignos, o que permitiria a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> t<strong>um</strong>oresain<strong>da</strong> pequenos e a realização <strong>do</strong> tratamento nos estágios iniciais <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (Reubi,2007). O gran<strong>de</strong> objetivo <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res é <strong>de</strong>senvolver <strong>um</strong>a molécula com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>antit<strong>um</strong>oral</strong>, passível <strong>de</strong> ligação a <strong>um</strong> radionuclí<strong>de</strong>o, que se concentre somente nosteci<strong>do</strong>s t<strong>um</strong>orais. A gran<strong>de</strong> vantagem <strong>de</strong>stas novas moléculas é que a união <strong>de</strong> <strong>um</strong>adroga <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> a <strong>um</strong> radionuclí<strong>de</strong>o seria útil não somente para diagnóstico, mastambém para o tratamento, <strong>um</strong>a vez que po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s como carrea<strong>do</strong>ras diretas<strong>de</strong> radiação gama ou beta para a região t<strong>um</strong>oral. (Pauwels et al., 1998)A vasta quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisas com substâncias sintéticas tem contribuí<strong>do</strong>relativamente pouco para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas drogas e radiofármacos.Entretanto a busca <strong>de</strong>sses protótipos tem si<strong>do</strong> significativamente bem sucedi<strong>da</strong> quan<strong>do</strong><strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> produtos naturais (Extermann et al., 2002; Lewis & Garcia,2003; ABTA, 2006). Henry Wagner (1996), nas comemorações <strong>do</strong>s 100 anos <strong>da</strong>Medicina Nuclear, disse que, marca<strong>do</strong>res t<strong>um</strong>orais gera<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> peptí<strong>de</strong>os naturaisrepresentam <strong>um</strong>a <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> pesquisa mais promissoras <strong>do</strong> século XXI. Muitosfármacos disponíveis no merca<strong>do</strong>, ou em fase <strong>de</strong> teste clínico, foram obti<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong>produtos naturais <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> plantas, como por exemplo, a morfina (analgésico),taxol, po<strong>do</strong>filotoxina, camptotecina e alcalói<strong>de</strong>s <strong>da</strong> vinca (antit<strong>um</strong>orais), artemisinina(antimalárico), aspirina (antiinflamatório, analgésico, antipirético e inibi<strong>do</strong>r <strong>de</strong>agregação plaquetária) (David et al., 2002), ou <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> venenos animais comocaptopril (anti-hipertensivo, <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>da</strong> peçonha <strong>de</strong> Bothrops jararaca) e crotalfina(analgésico <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>da</strong> peçonha <strong>de</strong> Crotalus durissus terrificus).Atualmente, estu<strong>do</strong>s pré-clínicos estão sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s com a TM-601 radiomarca<strong>da</strong>com 131I. Essa molécula é <strong>um</strong>a versão sintética <strong>da</strong> clorotoxina, <strong>um</strong> peptí<strong>de</strong>o purifica<strong>do</strong><strong>da</strong> peçonha <strong>do</strong> escorpião Leiurus quinquestriatus. A TM-601 tem forte afini<strong>da</strong><strong>de</strong> port<strong>um</strong>ores cerebrais malignos e é forte candi<strong>da</strong>ta a radiofármaco padrão para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>gliomas (Hocka<strong>da</strong>y et al., 2005, Mamelak et al., 2006).Os primeiros testes utilizan<strong>do</strong> venenos como agentes antit<strong>um</strong>orais foram realiza<strong>do</strong>s noinício <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> Calmette et al. (1933) relataram a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>49


peçonha <strong>de</strong> Naja sp. em células <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nocarcinoma. (Balasubashini et al., 2006). Des<strong>de</strong>então o <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>de</strong> várias moléculas <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> peçonhas animais têm si<strong>do</strong><strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>. O veneno <strong>da</strong> aranha Macrothele raven mostrou-se citotóxico in vitro <strong>de</strong>forma <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte para células <strong>de</strong> carcinoma mamário (Gao et. al., 2007).Pesquisas atualmente realiza<strong>da</strong>s mostraram que proteínas purifica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> peçonha <strong>de</strong>cobra têm seletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> citotóxica para células t<strong>um</strong>orais. Omran (2003) relatou o feitocitotóxico <strong>do</strong> veneno <strong>do</strong> escorpião Leiurus quinquestriatus em células <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong>próstata e mama. Karthkeijam et al., (2008) relataram a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong>peçonha <strong>da</strong> cobra Lapemis curtus em testes in vitro com células <strong>de</strong> carcinoma <strong>de</strong> laringeh<strong>um</strong>ano e carcinoma <strong>de</strong> colo <strong>do</strong> útero h<strong>um</strong>ano. Para a mesma peçonha também foiverifica<strong>da</strong> a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir o crescimento t<strong>um</strong>oral in vivo, <strong>de</strong> animaisimplanta<strong>do</strong>s com t<strong>um</strong>or ascítico <strong>de</strong> Ehrlich. Mady (2002) Trabalhan<strong>do</strong> com a peçonhabruta <strong>da</strong> cobra Echis coloratus relatou a redução <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> metabólica <strong>de</strong> células <strong>de</strong>t<strong>um</strong>or ascítico <strong>de</strong> Ehrlich quan<strong>do</strong> trata<strong>da</strong>s com tal peçonha, in vitro e in vivo.Balasubashini et al. (2006) mostrou <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> peptí<strong>de</strong>o isola<strong>do</strong> <strong>do</strong>veneno <strong>do</strong> peixe leão Ptérios volitans em células <strong>de</strong> carcinoma alveolar e câncercervical.1.6. As toxinas animaisCriaturas venenosas produzem e utilizam seu veneno como parte <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong>ataque, captura, digestão e <strong>de</strong>fesa contra pre<strong>da</strong><strong>do</strong>res, agressores e competi<strong>do</strong>res.(Halstead, 1988; Bulaj et al., 2003). Venenos têm evolui<strong>do</strong> em diferentes filos (plantas,animais e microorganismos), e são encontra<strong>da</strong>s em animais qua habitam tanto oambiente aquático, tais como águas vivas (Caryb<strong>de</strong>a), anêmonas (Bunossoma) e peixes(Pterois, Scorpaena), como em animais <strong>de</strong> hábitos terrestres, como aranhas(Latro<strong>de</strong>ctus), cobras (Bothrops, Crotalus) e escorpiões (Tityus) (McCormick &Meinwald, 1993; Lewis & Garcia, 2003).De maneira geral, os venenos são <strong>um</strong>a mistura complexa <strong>de</strong> substâncias <strong>de</strong> composiçãoquímica diversifica<strong>da</strong> e varia<strong>do</strong> espectro <strong>de</strong> ação farmacológica. Dentre estassubstâncias encontram-se enzimas, neurotransmissores, áci<strong>do</strong>s nucléicos, sais50


inorgânicos, monoaminas, toxinas protéicas, toxinas não-protéicas e outros compostosorgânicos ain<strong>da</strong> não i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s (Figueire<strong>do</strong>, 1995).Historicamente, o interesse inicial no estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s peçonhas era volta<strong>do</strong> para <strong>de</strong>scoberta<strong>de</strong> terapias anti-envenenamento, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao número relativamente alto <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e àgravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mesmos. As pesquisas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s eram realiza<strong>da</strong>s com animais queapresentavam maior interesse epi<strong>de</strong>miológico, ou seja, foram concentra<strong>da</strong>s nosorganismos terrestres (Church & Hodgson, 2002). Entretanto, o avanço <strong>da</strong>s <strong>de</strong>scobertascom toxinas <strong>de</strong>monstrou a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e seletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> farmacológica <strong>da</strong>s mesmas,colocan<strong>do</strong>-as como fontes <strong>de</strong> moléculas biologicamente ativas com potencialfarmacológico e/ou terapêutico, e também como instr<strong>um</strong>entos <strong>de</strong> investigação <strong>de</strong>mecanismos moleculares relaciona<strong>do</strong>s à suas ações (Andrich, 2005). Des<strong>de</strong> então,criaturas venenosas têm si<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s como fontes potenciais <strong>de</strong> agentesfarmacológicos e ferramentas para estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mecanismos fisiológicos (Smith &Wheeler, 2006).Muitos são os trabalhos caracterizan<strong>do</strong> as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas/farmacológicas <strong>de</strong>peçonhas <strong>de</strong> animais terrestres, mas existem pouquíssimas pesquisas sen<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong>scom animais venenosos marinhos, particularmente com os peixes venenosos. Isso se<strong>de</strong>ve, além <strong>do</strong> fator histórico anteriormente menciona<strong>do</strong>, a maior dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>obtenção/criação <strong>de</strong> espécimes marinhos e <strong>da</strong> maior dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> suaspeçonhas (Church & Hodgson, 2002).Desta forma, as toxinas origina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> animais marinhos representam <strong>um</strong>a vasta e ain<strong>da</strong>inexplora<strong>da</strong> fonte <strong>de</strong> novos componentes farmacológicos e moléculas capazes <strong>de</strong> setornarem mol<strong>de</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos agentes terapêuticos.1.7. O Peixe escorpião: biologia e classificaçãoOs peixes constituem quase meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> número <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> vertebra<strong>do</strong>s na terra,sen<strong>do</strong> classifica<strong>do</strong>s em 50 or<strong>de</strong>ns, as quais abrigam 445 famílias com <strong>um</strong> total <strong>de</strong> 22000 espécies (Nelson, 1984). Deste total, mais <strong>de</strong> 200 espécies <strong>de</strong> peixes marinhos,incluin<strong>do</strong> os peixes-escorpião (Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri), peixes-zebra (Danio rerio), peixes-51


pedra (Synanceia verrucosa), arraias (Pastinachus sp.), peixe-aranha (Trachinus draco),niquin (Thalassophryne nattereri), caboz gigante (Lipophrys pholis) e alg<strong>um</strong>as espécies<strong>de</strong> tubarões, possuem alg<strong>um</strong> tipo <strong>de</strong> substância tóxica (Russel, 1996).Para ser classifica<strong>da</strong> como venenosa, <strong>um</strong>a espécie <strong>de</strong> peixe além <strong>de</strong> secretar alg<strong>um</strong> tipo<strong>de</strong> substância nociva a partir <strong>de</strong> glândulas especializa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>ve também possuir alg<strong>um</strong>aparato especializa<strong>do</strong> para a inoculação <strong>do</strong> veneno. Em peixes, esse aparatoinvariavelmente consiste <strong>de</strong> espinhos, os quais po<strong>de</strong>m estar localiza<strong>do</strong>s na região <strong>do</strong>rsal(mais com<strong>um</strong>), peitoral, opercular, pélvica, anal ou cau<strong>da</strong>l <strong>do</strong> animal, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong>espécie (Williamson, 1995).A família Scorpaeni<strong>da</strong>e é a mais venenosa <strong>da</strong> costa brasileira, e consiste <strong>de</strong> oitodiferentes gêneros, totalizan<strong>do</strong> 18 espécies, sen<strong>do</strong> que somente peixes <strong>do</strong> gêneroScorpaena estão associa<strong>do</strong>s a aci<strong>de</strong>ntes com seres h<strong>um</strong>anos. O peixe-escorpião S.pl<strong>um</strong>ieri é popularmente conheci<strong>do</strong> como moréia-atí ou mangangá e, assim como outrosScorpaena, tem o hábito <strong>de</strong> permanecer imóvel e parcialmente escondi<strong>do</strong> por longosperío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tempo e é com<strong>um</strong>ente encontra<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro ou perto <strong>de</strong> rochas, recifes <strong>de</strong> coralou algas marinhas, com os quais cost<strong>um</strong>am se camuflar <strong>de</strong> maneira muito eficaz o queeleva a ocorrência <strong>do</strong>s aci<strong>de</strong>ntes. É consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o peixe mais venenoso <strong>do</strong> litoralbrasileiro (Russel, 1965; Schaeffer et al., 1971; Had<strong>da</strong>d Jr., 2000; Khoo, 2002).A i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> espécie é realiza<strong>da</strong> através <strong>da</strong> visualização <strong>de</strong> manchas brancas queaparecem sobre a coloração negra <strong>da</strong> região axilar <strong>da</strong>s na<strong>da</strong><strong>de</strong>iras peitorais (FIG.6).Estes animais possuem <strong>um</strong> aparato primitivo <strong>de</strong> inoculação <strong>da</strong> peçonha, e a utilizamprincipalmente como forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Possuem treze espinhos no <strong>do</strong>rso, <strong>do</strong>is nasna<strong>da</strong><strong>de</strong>iras pélvicas e três anais, to<strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s por membranas teg<strong>um</strong>entares(Had<strong>da</strong>d Jr. et al., 2003). O envenenamento ocorre por pressão mecânica quan<strong>do</strong> oanimal é toca<strong>do</strong> ou pisa<strong>do</strong>. Neste momento os espinhos se tornam eretos e perfuram osteci<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s vítimas, e a bainha teg<strong>um</strong>entária que envolve os espinhos é rompi<strong>da</strong>permitin<strong>do</strong> que a peçonha penetre no ferimento (Carvalho-Filho, 1999).Recentemente, Had<strong>da</strong>d Jr. et al. (2003) relataram as manifestações clínicas <strong>de</strong> 14aci<strong>de</strong>ntes h<strong>um</strong>anos com o peixe escorpião Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri. Dentre os sintomas,incluem-se: <strong>do</strong>r intensa e irradia<strong>da</strong>, a<strong>de</strong>nopatia precoce na raiz <strong>do</strong> membro afeta<strong>do</strong>,52


e<strong>de</strong>ma, eritema, náuseas, vômitos, febre, agitação, mal-estar, su<strong>do</strong>rese, diarréia,taquicardia, arritmias e hipotensão arterial, não sen<strong>do</strong> relata<strong>do</strong>s óbitos.Apesar <strong>da</strong> sintomatologia causa<strong>da</strong> pelos aci<strong>de</strong>ntes com a peçonha <strong>de</strong> S. pl<strong>um</strong>ieri estarbem estabeleci<strong>da</strong>, pouco se sabe sobre as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s fisio-farmacológicas ebioquímicas <strong>de</strong>sta peçonha, assim como também sobre seus possíveis componentes <strong>de</strong>interesse terapêutico e os mecanismos <strong>de</strong> ação envolvi<strong>do</strong>s em tais <strong>efeito</strong>s. Para estapeçonha já foram relata<strong>do</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> hemolítica e hemorrágica (Andrich et al., 2004;Cassoli et al., 2004). Carrijo et al. (2003), em suas investigações sobre a peçonha <strong>de</strong>stepeixe-escorpião, <strong>de</strong>tectou a presença <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> tóxica/letal enzimática (proteolítica)em camun<strong>do</strong>ngos albinos com <strong>um</strong>a DL 50 <strong>de</strong> 0,28mg <strong>de</strong> proteína/Kg. No mesmotrabalho, Carrijo et al. (2003) <strong>de</strong>screveu a purificação, a partir <strong>da</strong> peçonha bruta, <strong>de</strong> <strong>um</strong>aenzima proteolítica com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica. Tentativas <strong>de</strong> seqüenciamento <strong>de</strong>staenzima não foram bem sucedi<strong>da</strong>s, sugerin<strong>do</strong> que a molécula possui a região N-terminalbloquea<strong>da</strong>. Apesar disso, as seqüências <strong>de</strong> aminoáci<strong>do</strong>s obti<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> fragmentos<strong>de</strong>sta enzima <strong>de</strong>monstraram sua semelhança com metaloproteinases já <strong>de</strong>scritas naliteratura.53


FIG.6: O peixe escorpião Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri. A) Vista lateral <strong>de</strong> <strong>um</strong> exemplar coleta<strong>do</strong> nailha <strong>de</strong> Vitória - ES, com os espinhos <strong>do</strong>rsais eretos. B) Na<strong>da</strong><strong>de</strong>ira anal e espinhos anais. C)Manchas brancas sobre coloração negra na região axilar <strong>da</strong>s na<strong>da</strong><strong>de</strong>iras peitorais, as quais sãocaracterísticas <strong>de</strong>sta espécie (Fonte: Laboratório <strong>de</strong> Química <strong>de</strong> Proteínas – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Espírito Santo).1.8. Enzimas proteolíticas: MetaloproteinasesAs enzimas proteolíticas realizam a hidrólise <strong>de</strong> ligações peptídicas, e por isso sãotambém chama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ami<strong>da</strong>-hidrolases. São classifica<strong>da</strong>s em ami<strong>da</strong>ses, as quais<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>m ami<strong>da</strong>s lineares e cíclicas, ou proteases, que <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>m peptí<strong>de</strong>os e proteínas.No grupo <strong>da</strong>s proteases encontram-se as exopepti<strong>da</strong><strong>de</strong>s (pepti<strong>da</strong>ses), capazes realizarclivagens próximas ao grupo N- ou C-terminal, e as en<strong>do</strong>pepti<strong>da</strong>ses, as quais catalisamhidrólise <strong>de</strong> ligações peptídicas internas. As en<strong>do</strong>pepti<strong>da</strong>ses são classifica<strong>da</strong>s em quatrodiferentes classes, distintas em sua estrutura catalítica e seu mecanismo <strong>de</strong> ação:cisteíno, aspartato, serino e metaloproteinases (Antonov, 1993).54


As metaloproteinases contêm <strong>um</strong> íon metálico importante no sítio catalítico, egeralmente atuam em meio neutro e/ou fracamente alcalino (Rawlings & Barrett, 1995).Metaloproteinases <strong>de</strong> matriz (MMPs) são <strong>um</strong>a família <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 23 en<strong>do</strong>pepti<strong>da</strong>sesneutras <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> zinco que coletivamente são capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>r componentesestruturais <strong>da</strong> matriz extracelular (Engeblad & Werb, 2002). Mas existem tambémaquelas capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>rem proteínas liga<strong>da</strong>s a fatores <strong>de</strong> crescimento, precursoreshormonais e <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> crescimento, receptores <strong>da</strong> superfície celular, bem comomoléculas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são celular (como por exemplo, integrinas) (Sternlicht & Werb, 2001).As MMPs estão amplamente distribuí<strong>da</strong>s no organismo h<strong>um</strong>ano on<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenham<strong>um</strong>a série <strong>de</strong> funções fisiológicas como, por exemplo, na cicatrização (Wolf et al,1992), na reabsorção óssea (Delaissé et al, 1992), na involução mamária (Talhouk et al,1992) e em outras funções fisiológicas associa<strong>da</strong>s a gravi<strong>de</strong>z e parto (Jeffrey, 1991). Porsua vasta ação nos teci<strong>do</strong>s, as MMPs são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s enzimas chave em diversosprocessos fisiológicos e patológicos, incluin<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento t<strong>um</strong>oral. A expressãoe ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas enzimas aparecem a<strong>um</strong>enta<strong>da</strong>s em quase to<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong> câncerh<strong>um</strong>anos, e na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, virtualmente, as MMPs po<strong>de</strong>m contribuir em to<strong>do</strong>s os estágios<strong>de</strong> progressão <strong>do</strong> câncer, incluin<strong>do</strong> o crescimento, angiogênese, apoptose, bem comoinvasão tecidual e formação <strong>de</strong> metástase.Até hoje, a maior parte <strong>da</strong>s proteases isola<strong>da</strong>s <strong>de</strong> peçonhas animais pertence a classe <strong>da</strong>sserino ou metaloproteases existin<strong>do</strong> apenas poucas evidências <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> cisteíno easpartato-proteinases (Felicori et al., 2003). As metaloproteinases <strong>de</strong> peçonhas <strong>de</strong>serpentes (Snake Venom MetalloProteinases - SVMP’s), por exemplo, são enzimasenvolvi<strong>da</strong>s nos <strong>efeito</strong>s tóxicos observa<strong>do</strong>s nos envenenamentos h<strong>um</strong>anos (Bjarnason eFox, 1995). Mais <strong>de</strong> 100 SVMP’s já foram purifica<strong>da</strong>s, a maioria <strong>da</strong>s quais têm ahabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> hidrolisar componentes protéicos <strong>da</strong> matriz extracelular comofibronectina, enactina, laminina e colágeno tipo IV, além <strong>de</strong> clivar gelatina <strong>de</strong>snatura<strong>da</strong>(Baramova et al., 1989; Bjarnason e Fox, 1995). Essa enzimas possuem fortessemelhanças estruturais com as MMPs <strong>de</strong> mamíferos (Ho et al., 2002; Teixeira et al.,2005), e <strong>do</strong>is membros <strong>da</strong> família <strong>de</strong> MMP’s bem caracteriza<strong>do</strong>s, as progelatinases A eB h<strong>um</strong>anas, são enzimas ativas na <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> colágeno <strong>de</strong>snatura<strong>do</strong> (gelatina)(Murphy & Crabe, 1995).55


Estruturalmente, duas classes <strong>de</strong> metaloproteinases isola<strong>da</strong>s <strong>de</strong> venenos animais, as PIIe PIII, possuem <strong>do</strong>mínios <strong>de</strong>sintegrinas em sua estrutura, ou seja, possuem regiõescapazes <strong>de</strong> se ligarem a integrinas na superfície celular, e impedir que estas moléculasexecutem suas funções celulares. A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ligação com as integrinas presentesem linhagens <strong>de</strong> células t<strong>um</strong>orais e a conseqüente inibição <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são <strong>de</strong>stas células àsproteínas presentes na membrana basal faz com que muitas <strong>de</strong>sintegrinas sejam capazes<strong>de</strong> inibir a formação <strong>de</strong> metástases e sejam potenciais moléculas para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>t<strong>um</strong>ores.1.9. Parâmetros farmacocinéticos e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos fármacosA distribuição, metabolismo e a excreção <strong>de</strong> <strong>um</strong> composto exógeno em <strong>um</strong> organismovivo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> fatores físicos, químicos e fisiológicos. Esses fatores controlam adispersão <strong>do</strong> composto <strong>de</strong> seu local <strong>de</strong> administração, permitem sua difusão, promovemsua passagem através <strong>da</strong> membrana plasmática e finalmente <strong>de</strong>terminam seus locais <strong>de</strong>ac<strong>um</strong>ulo e excreção (Silva et al., 2006).A farmacocinética é a divisão <strong>da</strong> farmacologia que usa mo<strong>de</strong>los matemáticos para<strong>de</strong>screver e prever a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s medicamentos e suas concentrações em váriosflui<strong>do</strong>s <strong>do</strong> organismo e as mu<strong>da</strong>nças nestas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s com o tempo (Jang et al.,2001).Para o <strong>de</strong>senvolvimento racional <strong>de</strong> novas drogas esses parâmetros <strong>de</strong>vem serprimariamente avalia<strong>do</strong>s. São os perfis <strong>de</strong> absorção, distribuição, metabolismo eexcreção <strong>da</strong> molécula que <strong>de</strong>terminarão seu potencial terapêutico e seus possíveisórgãos alvo (Terasaki & Ohtsuki, 2005).Existem quatro etapas <strong>de</strong>terminantes na farmacocinética, geralmente chama<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ADME: absorção, distribuição, metabolismo e excreção. A absorção <strong>de</strong>screve osprocessos pelos quais as moléculas <strong>do</strong> fármaco se movimentam <strong>do</strong> local <strong>de</strong>administração para a circulação sistêmica. Quan<strong>do</strong> a administração é feita por viaen<strong>do</strong>venosa/en<strong>do</strong>arterial não são realiza<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta natureza. A distribuição<strong>de</strong>screve o movimento <strong>da</strong>s moléculas <strong>da</strong> circulação sistêmica para teci<strong>do</strong>s56


extravasculares. O metabolismo, ou biotransformação, <strong>de</strong>screve a ação enzimática <strong>do</strong>organismo sobre a droga. Freqüentemente é <strong>um</strong> mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa primário através<strong>do</strong> qual o corpo tenta evitar a exposição aos xenobióticos. Tipicamente, as moléculassão converti<strong>da</strong>s em metabólitos mais hidrofílicos e inativos, os quais são posteriormenteexcreta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> corpo. Mas alg<strong>um</strong>as vezes os metabólitos gera<strong>do</strong>s pelo metabolismoenzimático po<strong>de</strong>m contribuir para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> droga ou mesmo elevar sua toxici<strong>da</strong><strong>de</strong>.Finalmente a excreção diz respeito ao transporte ativo ou passivo <strong>de</strong> transporte <strong>da</strong>smoléculas para a bile ou urina (Rowland & Tozer, 1995).Durante o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> novo fármaco é necessário o estabelecimento <strong>de</strong>quais proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s a nova molécula <strong>de</strong>ve possuir para permitir seu uso. Segun<strong>do</strong> Knigth(2006), no caso <strong>de</strong> moléculas para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores por imagem é interessante queela possua <strong>um</strong> <strong>de</strong>caimento sanguíneo rápi<strong>do</strong>, para permitir a aquisição <strong>de</strong> <strong>um</strong>a imagemcom background reduzi<strong>do</strong>. Sua excreção <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> preferencialmente pelosrins, sem fixação renal, e rapi<strong>da</strong>mente ser elimina<strong>do</strong> pela urina, para que o tempo <strong>de</strong>exposição <strong>do</strong> paciente a altas <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> radiação seja reduzi<strong>do</strong>.57


582. JUSTIFICATIVA


2. JUSTIFICATIVAO câncer têm mata<strong>do</strong> milhões <strong>de</strong> pessoas em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> estimativas <strong>da</strong>Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (2006), no ano 2020 serão mais <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong> novoscasos e mais <strong>de</strong> 12 milhões <strong>de</strong> mortes pelo câncer. No Brasil, a incidência <strong>de</strong>ssa <strong>do</strong>ençana população acompanha as estatísticas mundiais. As neoplasias representam a segun<strong>da</strong>maior causa <strong>de</strong> morte por <strong>do</strong>enças, fican<strong>do</strong> atrás apenas <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças <strong>do</strong> aparelhocirculatório. Os tratamentos atualmente disponíveis, na maioria <strong>do</strong>s casos, mesmoquan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s em conjunto, não são capazes <strong>de</strong> curar totalmente, e não discriminameficientemente teci<strong>do</strong>s normais <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s t<strong>um</strong>orais. Também a falta <strong>de</strong> diagnósticosprecisos e realiza<strong>do</strong>s nos estágios iniciais <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença contribuem para o a<strong>um</strong>ento <strong>do</strong>número <strong>de</strong> mortes pelo câncer. Apesar <strong>de</strong> diversos radionuclí<strong>de</strong>os serem amplamenteutiliza<strong>do</strong>s no diagnóstico câncer, ain<strong>da</strong> não existe na Medicina Nuclear <strong>um</strong> fármacoreconheci<strong>do</strong> com específico para imagem <strong>de</strong> sítios t<strong>um</strong>orais.Poucos avanços estão sen<strong>do</strong> consegui<strong>do</strong>s nas clínicas <strong>de</strong> terapia e diagnósticos <strong>de</strong>t<strong>um</strong>ores, o que torna <strong>de</strong> extrema importância o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas moléculascom potencial terapêutico e diagnóstico que permitam o diagnóstico precoce e oa<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> sobrevi<strong>da</strong> <strong>do</strong> paciente. Atualmente, o maior esforço <strong>da</strong>s pesquisas estáconcentra<strong>do</strong> em utilizar biomoléculas que reconheçam especificamente estruturasmoleculares que só existam na superfície t<strong>um</strong>oral. Pesquisas com substâncias sintéticastem contribuí<strong>do</strong> relativamente pouco para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas drogasanticâncer. Entretanto, a busca <strong>de</strong>sses protótipos tem si<strong>do</strong> significativamente bemsucedi<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> produtos naturais e têm <strong>de</strong>sperta<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vezmais o interesse <strong>da</strong> indústria farmacêutica.Toxinas animais possuem <strong>um</strong>a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas e farmacológicas etêm-se mostra<strong>do</strong> fonte rica <strong>de</strong> moléculas com potencial terapêutico. Diversos trabalhostêm-se realiza<strong>do</strong> com toxinas <strong>de</strong> animais terrestres, mas toxinas <strong>de</strong> peixes venenososmarinhos são <strong>um</strong>a fonte potencial e ain<strong>da</strong> inexplora<strong>da</strong> <strong>de</strong> novas substâncias capazes <strong>de</strong>se tornarem mol<strong>de</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses novos agentes. Neste projeto, apeçonha bruta <strong>do</strong> peixe marinho Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri e <strong>um</strong>a enzima gelatinolíticapurifica<strong>da</strong> à partir <strong>de</strong>sta peçonha, foram avalia<strong>do</strong>s quanto a seu potencial uso comomoléculas alternativas para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> sítios t<strong>um</strong>orais in vivo.59


603. OBJETIVOS


3. OBJETIVOS3.1. Objetivo geralAvaliar e caracterizar parcialmente a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> peçonha <strong>do</strong> peixeescorpiãoScorpaena pl<strong>um</strong>ieri (SPB), bem como <strong>de</strong> <strong>um</strong>a enzima gelatinolítica (SPGP),previamente purifica<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong>sta peçonha, e avaliar o potencial uso <strong>de</strong>stassubstâncias na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> sítios t<strong>um</strong>orais in vivo.3.2. Objetivos específicos3.2.1. I<strong>de</strong>ntificar o <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> peçonha <strong>de</strong> Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri (SPB),através <strong>da</strong> avaliação <strong>de</strong> sua citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> em linhagens <strong>de</strong> células <strong>de</strong> glioblastoma p53-mutante (RT2), glioblastoma p53-selvagem (T98) e carcinoma mamário p53-selvagem(carcinoma ascítico <strong>de</strong> Ehrlich - CAE);3.2.2. Obter, a partir <strong>da</strong> peçonha bruta, a SPGP, em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> suficiente pararealização <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s propostos;3.2.3. Radiomarcar a SPB e a SPGP, utilizan<strong>do</strong> 99m Tc, 125 I e 131 I comoradiotraça<strong>do</strong>res;3.2.4. Realizar o controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> radioquímico <strong>da</strong>s moléculasradiomarca<strong>da</strong>s;3.2.5. Avaliar a manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica <strong>da</strong>s moléculasradiomarca<strong>da</strong>s;3.2.6. Estu<strong>da</strong>r o padrão <strong>de</strong> biodistribuição <strong>da</strong>s moléculas radiomarca<strong>da</strong>s emanimais com T<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich;3.2.7. Avaliar a eficiência <strong>da</strong>s moléculas radiomarca<strong>da</strong>s em <strong>de</strong>tectar sítiost<strong>um</strong>orais in vivo <strong>de</strong> forma a verificar seu potencial uso para diagnóstico por imagem;3.2.8. Avaliar a toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> agu<strong>da</strong> <strong>da</strong>s moléculas radiomarca<strong>da</strong>s, quan<strong>do</strong>administra<strong>da</strong>s n<strong>um</strong>a <strong>do</strong>se 10 vezes maior que a <strong>do</strong>se injeta<strong>da</strong> nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>biodistribuição e imagem.61


4. MATERIAIS E MÉTODOS4.1. ReagentesTo<strong>do</strong>s os reagentes utiliza<strong>do</strong>s neste trabalho foram <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> analítica, sen<strong>do</strong> ascromatografias realiza<strong>da</strong>s com reagentes grau HPLC. As soluções utiliza<strong>da</strong>s nascromatografias foram prepara<strong>da</strong>s em água purifica<strong>da</strong> em sistema milli-Q, e as utiliza<strong>da</strong>snos <strong>de</strong>mais experimentos em água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong>.4.2. Obtenção <strong>da</strong> peçonha <strong>de</strong> S. pl<strong>um</strong>ieriOs exemplares <strong>de</strong> peixe-escorpião Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri (FIG.6A) foram captura<strong>do</strong>s pormergulha<strong>do</strong>res licencia<strong>do</strong>s pelo IBAMA, com auxílio <strong>de</strong> puçá manual, em locais <strong>de</strong>águas rasas, próximo <strong>de</strong> rochas e recifes <strong>de</strong> coral na baía <strong>de</strong> Vitória-ES. Os exemplaresforam i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s e manti<strong>do</strong>s em aquário com água marinha e suprimento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong><strong>de</strong> oxigênio até momento <strong>da</strong> extração <strong>da</strong> peçonha. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s espécimes foifeita pela visualização <strong>de</strong> manchas brancas sobre coloração negra na região axilar <strong>da</strong>sna<strong>da</strong><strong>de</strong>iras peitorais, as quais são características <strong>de</strong>sta espécie (FIG.6C).A peçonha foi extraí<strong>da</strong> <strong>do</strong>s espinhos <strong>do</strong>rsais e anais <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Schaeffer et al.(1971), utilizan<strong>do</strong> méto<strong>do</strong> Batch. Os espinhos foram removi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> peixe, previamenteanestesia<strong>do</strong> por resfriamento (-20°C), e fatia<strong>do</strong>s manualmente com auxílio <strong>de</strong> alicate.Os fragmentos foram transferi<strong>do</strong>s para <strong>um</strong> frasco conten<strong>do</strong> água ultrapura (4°C) emanualmente homogeneiza<strong>do</strong>s para solubilização <strong>da</strong> peçonha. To<strong>do</strong> o processo foirealiza<strong>do</strong> em banho <strong>de</strong> gelo. O extrato foi centrifuga<strong>do</strong> a 4ºC e 6000g por 15 minutospara remoção <strong>de</strong> partículas insolúveis. O sobrena<strong>da</strong>nte obti<strong>do</strong> <strong>da</strong> centrifugaçãocorrespon<strong>de</strong> à fração solúvel <strong>da</strong> peçonha bruta (SPB), e foi imediatamente aliquota<strong>do</strong> eliofiliza<strong>do</strong>. A FIG.7 mostra os passos <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> extração <strong>da</strong> peçonha <strong>de</strong> S.pl<strong>um</strong>ieri.63


A obtenção <strong>de</strong> <strong>um</strong> componente protéico purifica<strong>do</strong> com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica, foirealiza<strong>da</strong> através <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Carrijo et al (2005), utilizan<strong>do</strong> quatroetapas cromatográficas. O peso molecular aparente <strong>da</strong> proteína foi avalia<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong>eletroforese em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong>-SDS, conforme <strong>de</strong>scrito no item 4.5. A presença<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica foi monitora<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> zimografia (conforme <strong>de</strong>scrito noitem 4.6.).4.4.1. Etapa 1 – Cromatografia por filtração em GelImediatamente após a extração, <strong>um</strong>a amostra <strong>da</strong> SPB foi aplica<strong>da</strong> em coluna <strong>de</strong> filtraçãomolecular Sephacryl S 200 HR (1,2 x 120cm), equilibra<strong>da</strong> e eluí<strong>da</strong> com tampão fosfato<strong>de</strong> sódio 10mM pH 7,4 conten<strong>do</strong> 0,4M <strong>de</strong> NaCl. O fracionamento foi realiza<strong>do</strong> a 4°C,com fluxo <strong>de</strong> 5,4ml/hora, as frações foram coleta<strong>da</strong>s com vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> 1,8mL e tiveramsua absorbância li<strong>da</strong> a 280nm. Este comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> foi escolhi<strong>do</strong> paramonitoramento <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> eluição <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> protéico <strong>da</strong>s amostras, pois representao pico máximo <strong>de</strong> absorção <strong>da</strong> radiação eletromagnética na região <strong>do</strong> ultravioleta,gera<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>slocalização eletrônica presente nos anéis aromáticos que compõe<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s aminoáci<strong>do</strong>s (Dickson, 1999).Após quantificação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> protéico através <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> absorbância a 280nm, aativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica foi avalia<strong>da</strong>. As frações <strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> foram agrupa<strong>da</strong>s edialisa<strong>da</strong>s contra água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong> por 24h a 4ºC. A amostra resultante foi liofiliza<strong>da</strong> emanti<strong>da</strong> a -20°C até ser submeti<strong>da</strong> à próxima etapa <strong>de</strong> fracionamento.4.4.2. Etapa 2 – Cromatografia por Troca IônicaO material com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica obti<strong>do</strong> por filtração em gel foi submeti<strong>do</strong> àcromatografia <strong>de</strong> troca iônica em coluna <strong>de</strong> DEAE-Celulose (1,0 x 10cm), previamenteequilibra<strong>da</strong> com o tampão fosfato 0,1M pH 7,6. A amostra foi solubiliza<strong>da</strong> e aplica<strong>da</strong>com tampão fosfato 0,1M pH 7,6 e, após adsorção, eluí<strong>da</strong> com gradiente não-linear(“step-wise”). Para eluição foram utiliza<strong>da</strong>s soluções <strong>do</strong> tampão <strong>de</strong> equilíbrio conten<strong>do</strong>diferentes concentrações <strong>de</strong> NaCl (0,1; 0,2 e 0,4M). O fluxo foi <strong>de</strong> ~1,5mL/min e foramcoleta<strong>da</strong>s frações <strong>de</strong> 1,5mL. Para avaliação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> protéico, as frações coleta<strong>da</strong>sforam li<strong>da</strong>s à 280nm. As frações eluí<strong>da</strong>s na mesma concentração <strong>de</strong> sal foram agrupa<strong>da</strong>s65


e testa<strong>da</strong>s quanto à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica, conforme item 4.6. A amostra ativa foimanti<strong>da</strong> a –20°C até ser submeti<strong>da</strong> à próxima etapa <strong>de</strong> fracionamento.4.4.3. Etapa 3 – Cromatografia em Fase ReversaO material bioativo obti<strong>do</strong> <strong>da</strong> cromatografia em troca iônica foi submeti<strong>do</strong> àcromatografia em fase reversa em sistema HPLC, High Pressure LiquidChromatography (Shimadzu, mo<strong>de</strong>lo LC20AD/T).A amostra foi centrifuga<strong>da</strong> a 16000g por 15 minutos, para retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> partículasinsolúveis, e aplica<strong>da</strong> em coluna <strong>de</strong> fase reversa Supelco C4 (0,46 x 15cm), previamenteequilibra<strong>da</strong> com a fase móvel A (0,1% <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> trifluoracético (TFA) em água) a 23°C.As proteínas foram eluí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> coluna usan<strong>do</strong> gradiente linear <strong>de</strong>scontínuo <strong>da</strong> fase móvelB, a qual era composta <strong>de</strong> 0,1% TFA em acetonitrila (ACN), <strong>de</strong> 0 a 50%, segun<strong>do</strong> oprograma: 0% <strong>de</strong> B <strong>de</strong> 0 a 10 minutos; 0 → 20% <strong>de</strong> B <strong>de</strong> 10 a 15 minutos; 20 → 50%<strong>de</strong> B <strong>de</strong> 15 a 90 minutos. O fluxo utiliza<strong>do</strong> foi <strong>de</strong> 1mL/min, sen<strong>do</strong> as proteínas<strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s pela absorção a 280nm. O material eluí<strong>do</strong> foi coleta<strong>do</strong> manualmente, e asfrações foram liofiliza<strong>da</strong>s e testa<strong>da</strong>s quanto à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica (conforme <strong>de</strong>scritono item 4.6.).4.4.4. Etapa 4 - Recromatografia em Fase ReversaO material ativo liofiliza<strong>do</strong> proveniente <strong>da</strong> terceira etapa <strong>de</strong> fracionamento foisolubiliza<strong>do</strong> em solução 0,1% <strong>de</strong> TFA em água, filtra<strong>do</strong> em filtro Millipore Millex0,22µm, e submeti<strong>do</strong> à recromatografia em fase reversa em coluna <strong>de</strong> fase reversaSupelco C18 (0,46 x 25cm) A cromatografia foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> a 23°C, em condiçõesidênticas à etapa 3 (item 4.4.3.). As proteínas foram <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s a 280nm, e o materialeluí<strong>do</strong>, conten<strong>do</strong> a proteína gelatinolítica pura, foi liofiliza<strong>do</strong> e armazena<strong>do</strong> a -20°Cpara posterior utilização. A proteína purifica<strong>da</strong> foi <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> SPGP (Scorpaenapl<strong>um</strong>ieri gelatinolytic protein).66


4.5. Avaliação <strong>do</strong> peso molecular aparente e <strong>da</strong> pureza <strong>da</strong> SPGP:eletroforese em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong>-SDSA eletroforese em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong>-SDS foi realiza<strong>da</strong> conforme <strong>de</strong>scrito porLaemmli (1970). O gel <strong>de</strong> separação (gradiente <strong>de</strong> 10 a 20%) foi prepara<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong><strong>um</strong>a solução <strong>de</strong> acrilami<strong>da</strong>-bisacrilami<strong>da</strong> em água (29,2: 0,8%), conten<strong>do</strong> 0,1% SDSp/v, 0,1% persulfato <strong>de</strong> amônio p/v, 0,1% <strong>de</strong> tetrametiletilenodiamina (TEMED) v/v e0,375M Tris-HCl pH 8,8. O gel <strong>de</strong> concentração foi prepara<strong>do</strong> a 10% a partir <strong>da</strong> mesmasolução <strong>de</strong> acrilami<strong>da</strong>-bisacrilami<strong>da</strong>, conten<strong>do</strong> as mesmas proporções <strong>de</strong> SDS, TEMEDe persulfato <strong>de</strong> amônio <strong>do</strong> gel <strong>de</strong> separação, e Tris-HCl 0,0625M pH 6,8. O gel foipolimeriza<strong>do</strong> em <strong>um</strong> minisistema <strong>de</strong> eletroforese Bio-rad, no qual a dimensão <strong>da</strong>s placaspara polimerização é <strong>de</strong> 10,0cm <strong>de</strong> comprimento por 8,2cm largura e 0,75mm <strong>de</strong>espessura. Como padrão <strong>de</strong> peso molecular, foi utiliza<strong>do</strong> o marca<strong>do</strong>r <strong>de</strong> baixo e altopeso molecular Full Range Rainbow Protein Molecular Weight.As amostras foram solubiliza<strong>da</strong>s em tampão <strong>da</strong> amostra (Tris-HCl 0,125M pH 6,8conten<strong>do</strong> 4% SDS p/v, 20% glicerol p/v e 1% azul <strong>de</strong> bromofenol p/v), e as soluçõesresultantes foram incuba<strong>da</strong>s por 5 minutos a 100°C. Posteriormente, foram resfria<strong>da</strong>s àtemperatura ambiente e aplica<strong>da</strong>s no poço <strong>do</strong> gel (20µL <strong>da</strong> solução conten<strong>do</strong> 10µg <strong>de</strong>proteína). A eletroforese foi conduzi<strong>da</strong> à temperatura ambiente à 50V por 40minutos eposteriormente a 100V até o término <strong>da</strong> corri<strong>da</strong>, a qual foi realiza<strong>da</strong> com tampão Tris-HCl 0,025M, glicina 0,2M, conten<strong>do</strong> 0,1% <strong>de</strong> SDS, pH 8,3. O gel foi cora<strong>do</strong> por 1 horaem solução 0,25% <strong>de</strong> azul <strong>de</strong> coomassie (R-250) em metanol: áci<strong>do</strong> acético: água (5: 1:5) e o <strong>de</strong>scora<strong>do</strong> em metanol: áci<strong>do</strong> acético: água (1: 2: 19).4.6. Monitoramento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica <strong>da</strong> SPGP durante as etapascromatográficasPara avaliação <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica na peçonha bruta e em suasfrações cromatográficas, foram realiza<strong>da</strong>s eletroforeses em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong> comsubstrato protéico (gelatina) copolimeriza<strong>do</strong> (zimografia), segun<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logia<strong>de</strong>scrita por Heussen & Dowdle (1980).67


celular através <strong>de</strong>ste teste consiste em incubar as células por 1 minuto com este corantee quantificá-las com o auxílio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a câmara <strong>de</strong> Neubauer (FIG.8). O azul <strong>de</strong> Tripan é<strong>um</strong> corante <strong>de</strong> alto peso molecular capaz <strong>de</strong> entrar apenas em células mortas ou quepossuam a<strong>um</strong>ento na permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> membrana. Células vivas, em perfeito esta<strong>do</strong>(membrana impermeável), permanecem incolores enquanto células mortas ou com apermeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> membrana a<strong>um</strong>enta<strong>da</strong> são visualiza<strong>da</strong>s em azul. Para realização <strong>do</strong>sexperimentos foram utiliza<strong>da</strong>s células viáveis (incolores) na faixa <strong>de</strong> passagem: 5-20,para ambas as linhagens.A manutenção <strong>da</strong>s culturas foi garanti<strong>da</strong> através <strong>do</strong> congelamento a -20ºC, -80ºC e -120ºC <strong>de</strong> alíquotas conten<strong>do</strong> 5x10 6 células em DMEM enriqueci<strong>do</strong> <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong> soro fetalbovino (SFB),1% <strong>de</strong> penicilina e 10% <strong>de</strong> DMSO.FIG.8: Câmara <strong>de</strong> Neubauer4.8. Células <strong>de</strong> Carcinoma Ascítico <strong>de</strong> Ehrlich (CAE)Inicialmente, células <strong>de</strong> Carcinoma Ascítico <strong>de</strong> Ehrlich (CAE) foram cedi<strong>da</strong>s pelo Dr.Geovanni Dantas Cassali, <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Patologia Geral - ICB/UFMG (Instituto<strong>de</strong> Ciências Biológicas/ Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais). A propagação <strong>do</strong>t<strong>um</strong>or, para manutenção <strong>da</strong> cultura <strong>de</strong> células in vivo, foi realiza<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> injeções69


intraperitoneais <strong>de</strong> 0,2mL <strong>de</strong> flui<strong>do</strong> ascítico recém extraí<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> camun<strong>do</strong>ngo <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r(inocula<strong>do</strong> 7/8 dias antes) em <strong>um</strong> camun<strong>do</strong>ngo receptor. O transplante foi realiza<strong>do</strong>utilizan<strong>do</strong>-se agulhas (25 x 0,7mm) e seringas estéreis, sob condições <strong>de</strong> assepsia. Ascélulas foram utiliza<strong>da</strong>s nos experimentos <strong>de</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> in vitro e para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo animal <strong>de</strong> t<strong>um</strong>or em camun<strong>do</strong>ngos Swiss fêmeas.Para realização <strong>do</strong>s testes in vitro, <strong>um</strong>a alíquota <strong>de</strong> 2mL <strong>de</strong> flui<strong>do</strong> ascítico foi retira<strong>da</strong> <strong>de</strong>animais com t<strong>um</strong>or ascítico <strong>de</strong> Ehrlich (inocula<strong>do</strong>s 7/8 dias antes) e imediatamenteleva<strong>da</strong> a centrifugação por 7 minutos a 1000g. Após centrifugação, as células <strong>de</strong> CAE(as quais aparecem como <strong>um</strong>a fase esbranquiça<strong>da</strong> sobre as hemácias e no soro) foramremovi<strong>da</strong>s <strong>do</strong> flui<strong>do</strong>, ressuspensas em 5mL <strong>de</strong> PBS estéril e novamente centrifuga<strong>da</strong>spor 7 minutos a 1000g. O sobrena<strong>da</strong>nte foi <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong> e o pellet <strong>de</strong> células foiressuspendi<strong>do</strong> em 5mL <strong>de</strong> meio Dulbecco’s modified Eagle’s (DMEM) suplementa<strong>do</strong>com 10% <strong>de</strong> soro fetal bovino (SFB) e 1% <strong>de</strong> penicilina/estreptomicina. Para avaliação<strong>da</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> celular foi realiza<strong>do</strong> o teste <strong>de</strong> exclusão <strong>do</strong> Azul <strong>de</strong> Tripan (como <strong>de</strong>scritono item 4.7.). Células viáveis (incolores) foram imediatamente utiliza<strong>da</strong>s nosexperimentos.t<strong>um</strong>orais4.9. Estu<strong>do</strong> in vitro <strong>do</strong> <strong>efeito</strong> citotóxico <strong>da</strong> SPB e SPGP sobre célulasA citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> SPB e <strong>da</strong> SPGP foi avalia<strong>da</strong> através <strong>do</strong> teste <strong>do</strong> MTT, seguin<strong>do</strong>meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>scrita por Pl<strong>um</strong>b e colabora<strong>do</strong>res (1989). O ensaio <strong>do</strong> brometo <strong>de</strong> [3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazolio] (MTT), foi primeiramente <strong>de</strong>scrito porMosmann em 1983, e se baseia na capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> celular <strong>de</strong> converter anéis <strong>do</strong> sal <strong>de</strong>tetrazólio, <strong>de</strong> coloração amarela, em cristais <strong>de</strong> formazan (<strong>de</strong> coloração azul escura).Essa reação é realiza<strong>da</strong> por enzimas <strong>de</strong>sidrogenases mitocondriais <strong>de</strong> célulasmetabolicamente viáveis, e os cristais insolúveis forma<strong>do</strong>s se ac<strong>um</strong>ulam no interior <strong>da</strong>scélulas. O número <strong>de</strong> células viáveis é diretamente proporcional ao nível <strong>de</strong> formazanproduzi<strong>do</strong>, e é avalia<strong>do</strong> pela leitura <strong>de</strong> absorbância a 570nm, após solubilização <strong>do</strong>scristais.70


Para realização <strong>do</strong>s experimentos células <strong>de</strong> diferentes linhagens foram semea<strong>da</strong>s emplacas <strong>de</strong> 96 poços (RT2 e T98: 500 células viáveis/poço; CAE: 2500 células/poço) emanti<strong>da</strong>s em estufa <strong>de</strong> CO2 (5% CO2 - Cole Parmer) com atmosfera úmi<strong>da</strong> à 37ºC por24 horas para completa a<strong>de</strong>são. Após esse perío<strong>do</strong>, as células foram incuba<strong>da</strong>s por 48hcom diferentes concentrações <strong>da</strong> SPB e <strong>da</strong> SPGP. Após 48h <strong>de</strong> exposição aostratamentos, as células foram lava<strong>da</strong>s com PBS e incuba<strong>da</strong>s por 4h, ao abrigo <strong>da</strong> luz, napresença <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> MTT (0,5mg/mL <strong>de</strong> tampão glicina). Os cristais forma<strong>do</strong>s foramentão solubiliza<strong>do</strong>s com 100µL <strong>de</strong> DMSO, e a citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> celular foi medi<strong>da</strong>espectrofotometricamente em <strong>um</strong> leitor <strong>de</strong> microplaca UV-visível (Molecular Devices)a 570nm.A fração <strong>de</strong> células sobreviventes nos grupos trata<strong>do</strong>s foi calcula<strong>da</strong> como porcentagem<strong>do</strong> grupo controle, sen<strong>do</strong> a absorbância no controle consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> 100% <strong>de</strong> sobrevivência.Os valores obti<strong>do</strong>s são resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>is experimentos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, realiza<strong>do</strong>s emquadruplicata.4.10. Análises morfológicas in vitroAnálises morfológicas <strong>da</strong>s células foram realiza<strong>da</strong>s rotineiramente durante a realização<strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong>, utilizan<strong>do</strong>-se Microscópio Óptico Inverti<strong>do</strong> Nikon. Asculturas foram fotografa<strong>da</strong>s periodicamente para registros <strong>de</strong> possíveis alterações namorfologia celular, sen<strong>do</strong> as imagens capta<strong>da</strong>s com Câmera Digital Nikon Coolpix4500 utilizan<strong>do</strong> contraste <strong>de</strong> fase.DAPI4.11. Análise <strong>da</strong>s alterações <strong>do</strong> DNA cromossomal através <strong>da</strong> coloração comO DAPI (4´,6- diamidina- 2´- fenin<strong>do</strong>le dihidroclori<strong>do</strong>) é <strong>um</strong> corante fluorescente,capaz <strong>de</strong> se ligar especificamente às fitas duplas <strong>do</strong> DNA cromossomal (Kubota et al.,2000). Para análise <strong>da</strong>s alterações <strong>do</strong> DNA cromossomal, células foram semea<strong>da</strong>s emplacas <strong>de</strong> 96 poços (RT2 e T98: 500 células viáveis/poço; Ehrlich: 2500 células/poço)manti<strong>da</strong>s por 24h em estufa <strong>de</strong> CO 2 para completa a<strong>de</strong>são, e foram posteriormente71


incuba<strong>da</strong>s com diferentes concentrações <strong>da</strong> SPB e SPGP. Após 48h <strong>de</strong> tratamento, ascélulas foram lava<strong>da</strong>s 1x com PBS estéril e incuba<strong>da</strong>s em Metanol 100% (gela<strong>do</strong>) por20 minutos para fixação. Após fixação, foram novamente lava<strong>da</strong>s em PBS e incuba<strong>da</strong>spor 30 minutos com DAPI (SIGMA – Chemical Co.) na concentração <strong>de</strong> 400ng/mL,diluí<strong>do</strong> em PBS. Logo após, o sobrena<strong>da</strong>nte conten<strong>do</strong> DAPI foi retira<strong>do</strong>, e as célulasforam lava<strong>da</strong>s 5x com PBS. Os núcleos <strong>da</strong>s células cora<strong>do</strong>s com DAPI foramvisualiza<strong>do</strong>s em microscópio <strong>de</strong> fluorescência (Nikon- 385-410nm) e fotografa<strong>do</strong>s comCâmera Digital Nikon Coolpix 4500.4.12. Controle positivo <strong>de</strong> apoptose: a CisplatinaA cisplatina é <strong>um</strong> agente antineoplásico utiliza<strong>do</strong> na clínica para o tratamento <strong>de</strong> algunstipos <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores. Alguns autores já <strong>de</strong>monstraram que a cisplatina induz a morteapoptótica (Mi-Rieong et al., 2004; Fukotomi et al., 2006) e, por este motivo, ela foiutiliza<strong>da</strong> nos experimentos como controle positivo <strong>de</strong> apoptose.Para realização <strong>do</strong>s mesmos, a cisplatina em pó (Sigma Chemical Co.) foi inicialmentedissolvi<strong>da</strong> em DMSO (quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> suficiente para diluição) e filtra<strong>da</strong> em filtro MilliporeMillex 0.22µm. Em segui<strong>da</strong>, foi diluí<strong>da</strong> em meio completo DMEM e adiciona<strong>da</strong> emdiferentes concentrações às culturas <strong>de</strong> células utiliza<strong>da</strong>s nos experimentos <strong>de</strong>citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> e coloração com DAPI. A concentração máxima <strong>de</strong> DMSO utiliza<strong>da</strong> foi<strong>de</strong> 5% e não causou alterações significativas na viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> celular. To<strong>da</strong>s asmanipulações <strong>da</strong> cisplatina foram feitas ao abrigo <strong>da</strong> luz. To<strong>do</strong> material utiliza<strong>do</strong> namanipulação <strong>da</strong> cisplatina foi neutraliza<strong>do</strong> em hipoclorito, por 24 horas, antes <strong>do</strong><strong>de</strong>scarte.4.13. Síntese <strong>de</strong> son<strong>da</strong>s radioativas utilizan<strong>do</strong> 99m Tc, 125 I e 131 I comoradiotraça<strong>do</strong>res4.13.1. Manipulação <strong>de</strong> radioisótopos72


Para síntese <strong>de</strong> son<strong>da</strong>s radioativas com a SPB e SPGP foram utiliza<strong>do</strong>s os radioisótopostecnécio-99m ( 99m Tc), io<strong>do</strong>-125 ( 125 I) e io<strong>do</strong>-131 ( 131 I), os quais, segun<strong>do</strong> NormaCNEN-NE-6.02 são classifica<strong>do</strong>s respectivamente como radioisótopos <strong>de</strong> relativa e altaradiotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por esse motivo to<strong>do</strong>s os experimentos utilizan<strong>do</strong> material radioativoforam realiza<strong>do</strong>s toman<strong>do</strong>-se os <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> radioproteção, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com anorma CNEN-NE-3.01. As banca<strong>da</strong>s foram <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente forra<strong>da</strong>s, e o opera<strong>do</strong>r fez uso<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os EPI necessários (jaleco, luvas, filme <strong>do</strong>simétrico, <strong>do</strong>símetro digital (RADALARM DOSIMETER 50/51/52/60/62) e óculos <strong>de</strong> proteção. Os <strong>de</strong>scartes <strong>de</strong> rejeitosforam etiqueta<strong>do</strong>s com as informações pertinentes (i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> radioisótopo, tipo<strong>de</strong> emissão e o tipo <strong>de</strong> rejeito), a blin<strong>da</strong>gem a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> foi utiliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com ca<strong>da</strong>radioisótopo, e o monitoramento <strong>da</strong>s possíveis contaminações <strong>de</strong> superfície foi feitocom o <strong>de</strong>tector Geiger-Müller. Os rejeitos radioativos foram segrega<strong>do</strong>s quanto ao tipo<strong>de</strong> radioisótopo, tempo <strong>de</strong> meia vi<strong>da</strong>, separa<strong>do</strong>s em material sóli<strong>do</strong> e material líqui<strong>do</strong>, eacondiciona<strong>do</strong>s em embalagens próprias (saco plástico e bombonas <strong>de</strong> polipropileno,respectivamente) manti<strong>do</strong>s blin<strong>da</strong><strong>do</strong>s até completo <strong>de</strong>caimento. Após <strong>de</strong>caimento, osrejeitos foram recolhi<strong>do</strong>s pelo setor <strong>de</strong> rejeitos <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong>Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), o qual é responsável pelo correto <strong>de</strong>scarte <strong>do</strong>smesmos.Após os experimentos com animais, as carcaças e órgãos foram acondiciona<strong>do</strong>s emfreezer -80ºC, em embalagens com blin<strong>da</strong>gem a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, por <strong>um</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> temposuficiente para permitir o <strong>de</strong>caimento <strong>do</strong>s radioisótopos (<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a norma CNENNE 6.05). Após <strong>de</strong>caimento, as carcaças e órgãos foram monitora<strong>do</strong>s com <strong>de</strong>tector <strong>de</strong>exposição <strong>de</strong> <strong>do</strong>se RADIATION SURVEY METER PRM301, e <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s comoresíduo <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (Anvisa, 2006).[ 99m Tc]SPB4.13.2. Radiomarcação <strong>de</strong> SPB com99m Tc: radiosíntese <strong>da</strong>O 99m Tc é <strong>um</strong> metal <strong>de</strong> transição que po<strong>de</strong> existir em 9 diferentes esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção,apresentan<strong>do</strong> Nox que variam <strong>de</strong> -1 a +7. Essa variação permite que o 99m Tc formediferentes complexos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação, com diferentes quelantes, mais o metal só éreativo quan<strong>do</strong> em esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção inferiores ao +7. O 99m Tc utiliza<strong>do</strong> em reações<strong>de</strong> radiomarcação é obti<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> <strong>um</strong> gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> molibdênio sob a forma oxi<strong>da</strong><strong>da</strong>73


Na 99m TcO - 4 (pertecnetato <strong>de</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção +7), que é quimicamente estável. Aoser reduzi<strong>do</strong>, entretanto, o 99m TcO - 4 po<strong>de</strong> se complexar a ligantes que contenham grupos<strong>do</strong>a<strong>do</strong>res <strong>de</strong> elétrons, tornan<strong>do</strong>-se parte <strong>da</strong> molécula e geran<strong>do</strong> compostos radioativos. O99m TcO - 4 que não encontra ligantes no meio <strong>de</strong> reação forma <strong>um</strong> colói<strong>de</strong> composto pormoléculas <strong>de</strong> 99m TcO - 2 (Jurisson et al., 1999).A SPB foi radiomarca<strong>da</strong> com 99m Tc utilizan<strong>do</strong> cloreto estanoso (SnCl 2 ) e borohidreto <strong>de</strong>sódio (NaBH 4 ) como agentes redutores, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>scrito por Pauwels etal. (1993). Estu<strong>do</strong>s preliminares foram realiza<strong>do</strong>s para avaliação <strong>da</strong>s condições ótimas<strong>de</strong> reação para obtenção <strong>de</strong> maior rendimento <strong>de</strong> marcação <strong>de</strong>ssa peçonha.Em <strong>um</strong> tubo foram mistura<strong>do</strong>s 2µL <strong>de</strong> solução cloreto estanoso em HCl (2mg/mL),2µL <strong>de</strong> solução borohidreto <strong>de</strong> sódio em NaOH (10mg/mL) e 100µg <strong>de</strong> SPB. Apósajuste <strong>do</strong> pH, com NaOH, para 7,5 a mistura foi incuba<strong>da</strong> com 3,7MBq <strong>de</strong> Na 99m TcO 4por <strong>um</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 30 minutos, sob condições <strong>de</strong> vácuo e à temperatura ambiente.Posteriormente, 500µL <strong>de</strong> solução salina (NaCl 0,9%) foram acrescenta<strong>do</strong>s ao meio,para completo bloqueio <strong>da</strong> reação <strong>de</strong> radiomarcação.Devi<strong>do</strong> a formação <strong>de</strong> colói<strong>de</strong> e a presença <strong>de</strong> 99m -TcO 4 livre no meio <strong>de</strong> reação énecessária a realização <strong>de</strong> <strong>um</strong> controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> após a radiosíntese, o qual garanta aquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> radiofármaco produzi<strong>do</strong>. O controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> inclui a avaliação <strong>da</strong>pureza físico-química <strong>do</strong> material e a avaliação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica após a reação <strong>de</strong>radiosíntese. O controle físico é realiza<strong>do</strong> através <strong>da</strong> observação <strong>do</strong> aspecto <strong>da</strong> solução,que <strong>de</strong>ve ser límpi<strong>da</strong>, sem alterações <strong>de</strong> cor e sem partículas visíveis. As análisesradioquímicas <strong>de</strong>terminam quanto <strong>da</strong> radioativi<strong>da</strong><strong>de</strong> total na amostra está presente naforma <strong>de</strong>seja<strong>da</strong> (liga<strong>da</strong> as moléculas <strong>de</strong> interesse) e foi realiza<strong>da</strong> por méto<strong>do</strong> a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong><strong>da</strong> Farmacopéia Norte-americana-USP 21 (United States Pharmacopeia, 1995),utilizan<strong>do</strong> <strong>do</strong>is sistemas cromatográficos: cromatografia ascen<strong>de</strong>nte em Sílica gel 60(Merck), ten<strong>do</strong> acetona como fase móvel; e <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte em papel Whattman nº 1,utilizan<strong>do</strong> solução salina 0,9% como fase móvel. No sistema cromatográfico <strong>da</strong> SílicaGel, quaisquer impurezas hidrofílicas origina<strong>da</strong>s <strong>da</strong> reação com o 99m Tc, que nãoestejam liga<strong>da</strong>s a substância radiomarca<strong>da</strong>, tais como 99m Tc-pertecnetato ( 99m TcO - 4 ),migram ao longo <strong>da</strong> fita <strong>de</strong> sílica, enquanto as moléculas protéicas radiomarca<strong>da</strong>spermanecem no ponto <strong>de</strong> aplicação. Já na cromatografia realiza<strong>da</strong> em papel, as74


proteínas radiomarca<strong>da</strong>s migram através <strong>da</strong> fita juntamente com a solução salina, equaisquer espécies insolúveis <strong>de</strong> 99m Tc (tal como o coli<strong>de</strong> 99m TcO 2 ) permanecem nolocal <strong>de</strong> aplicação (FIG.9).FIG.9: Desenho esquemático <strong>da</strong>s cromatografias realiza<strong>da</strong>s para o controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> radiomarcação com 99m Tc. O controle foi realiza<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> cromatografia <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nteem papel Whattman nº1 utilizan<strong>do</strong> solução salina 0,9% como fase móvel, e cromatografiaascen<strong>de</strong>nte em Sílica Gel 60 utilizan<strong>do</strong> acetona como fase móvel.Após a migração cromatográfica, as fitas foram corta<strong>da</strong>s em tiras <strong>de</strong> 1cm e tiveram suaradioativi<strong>da</strong><strong>de</strong> medi<strong>da</strong> em <strong>um</strong> conta<strong>do</strong>r gama (Wallac Wizard 1480 - Janela:140keV -Eficiência <strong>do</strong> aparelho para o 99m Tc: 80%). Através <strong>de</strong>stes <strong>da</strong><strong>do</strong>s foi possível calcular orendimento <strong>de</strong> reação, ou seja, qual proporção <strong>do</strong> 99m Tc se ligou às moléculas protéicas<strong>da</strong> peçonha e qual porcentagem reagiu forman<strong>do</strong> outros compostos, segun<strong>do</strong> a fórmula:RENDIMENTO = 100% - (X+Y), on<strong>de</strong>X= % 99m TcO4 -Y= % 99m TcO275


lactoperoxi<strong>da</strong>se/H 2 O 2 no meio <strong>de</strong> reação. Méto<strong>do</strong>s diretos <strong>de</strong> iodinação são muito eficientes,rápi<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> simples execução, o que permite a redução <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> exposição <strong>do</strong> opera<strong>do</strong>r àfonte <strong>de</strong> radiação .Em moléculas <strong>de</strong> proteínas, os locais com maior probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> marcação são asregiões que apresentam o aminoáci<strong>do</strong> tirosina, o qual apresenta a seguinte estrutura:FIG.10: O aminoáci<strong>do</strong> aromático Tirosina.A SPGP é <strong>um</strong>a enzima proteolítica primeiramente purifica<strong>da</strong> <strong>da</strong> peçonha <strong>do</strong> peixeescorpião Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri por Carrijo et al. (2005) e possui treze resíduos <strong>de</strong>tirosina em sua região já seqüencia<strong>da</strong>, o que a torna <strong>um</strong>a boa candi<strong>da</strong>ta a radioio<strong>da</strong>ção.Desta forma a síntese <strong>da</strong> son<strong>da</strong> radioativa [ 125 I]SPGP foi realiza<strong>da</strong> por <strong>um</strong>a reação <strong>de</strong>substituição eletrofílica, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Santos et al., 2002, misturan<strong>do</strong>-se 0,6nmol <strong>de</strong>SPGP com 0,5mCi <strong>de</strong> Na 125 I e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> lactoperoxi<strong>da</strong>se. A reação foiinicia<strong>da</strong> pela adição <strong>de</strong> 10µL <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> peróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> hidrogênio e, após <strong>do</strong>isminutos, foi interrompi<strong>da</strong> através <strong>da</strong> diluição <strong>da</strong> mistura <strong>de</strong> reagentes em <strong>um</strong>a soluçãoconten<strong>do</strong> 0,05M <strong>de</strong> PBS e 0,1% <strong>de</strong> BSA. A separação <strong>do</strong> io<strong>do</strong> livre ( 125 I - ) presente nomeio <strong>de</strong> reação foi feita em resina <strong>de</strong> troca aniônica (DOWEX ® 1X), previamentesatura<strong>da</strong> com solução <strong>de</strong> 0,05M <strong>de</strong> PBS (pH= 7,4) e 0,1% <strong>de</strong> BSA.O controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> síntese <strong>da</strong> radiomarcação foi feito por cromatografiaascen<strong>de</strong>nte em papel Whattman Nº1 (2x20cm) usan<strong>do</strong> como fase móvel metanolsatura<strong>do</strong> com io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> potássio (FIG.11). Após a corri<strong>da</strong> cromatográfica, as fitas foramcorta<strong>da</strong>s em tiras <strong>de</strong> 1cm e a radioativi<strong>da</strong><strong>de</strong> foi medi<strong>da</strong> em <strong>um</strong> aparelho <strong>de</strong>espectrometria gama (Wallac Wizard 1480 - Janela:35keV - Eficiência <strong>do</strong> aparelho para77


o 125 I: 80%). Após o cálculo <strong>da</strong> eficiência <strong>da</strong> radiomarcação, foi possível <strong>de</strong>terminar aativi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica <strong>da</strong> SPGP radiomarca<strong>da</strong>.FIG.11: Esquema <strong>da</strong> cromatografia em papel Whattman nº1 utilizan<strong>do</strong> como fase móvelmetanol satura<strong>do</strong> com io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> potássio. A cromatografia foi realiza<strong>da</strong> para controle <strong>de</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> radioio<strong>da</strong>ção e <strong>de</strong>terminar o rendimento <strong>da</strong> marcação.A avaliação <strong>da</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong> estrutural <strong>da</strong> SPGP após radioio<strong>da</strong>ção foi realiza<strong>da</strong> porcromatografia em HPLC. Após a radiosíntese, a mistura <strong>de</strong> reação foi submeti<strong>da</strong> àcromatografia em coluna <strong>de</strong> fase reversa Supelco C18 (0,46 x 25cm) previamenteequilibra<strong>da</strong> com a fase móvel A (0,1% <strong>de</strong> TFA. A cromatografia foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> a23°C e as proteínas eluí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> coluna usan<strong>do</strong> gradiente linear <strong>da</strong> fase móvel B(composta <strong>de</strong> 0,1% TFA em ACN), segun<strong>do</strong> o programa: 0 → 60% <strong>de</strong> B <strong>de</strong> 0 a 70minutos. O fluxo utiliza<strong>do</strong> foi <strong>de</strong> 1,2ml/min, sen<strong>do</strong> as proteínas <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s pelaabsorção a 280nm. Para vali<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>, também a SPGP nativa e NaI foramsubmeti<strong>do</strong>s a cromatografia em HPLC, nas mesmas condições, e foram utiliza<strong>do</strong>s comopadrões.A avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP após a reação <strong>de</strong>radiomarcação foi confirma<strong>da</strong> pela realização <strong>de</strong> eletroforeses em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong>com substrato protéico (gelatina) copolimeriza<strong>do</strong> (zimografia), segun<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logia<strong>de</strong>scrita no item 4.6.78


4.13.4. Marcação <strong>da</strong> SPGP com 131 I: radiosíntese <strong>da</strong> [ 131 I]SPGPA síntese <strong>da</strong> son<strong>da</strong> radioativa <strong>de</strong> SPGP com 131 I foi realiza<strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> marcaçãodireta, segun<strong>do</strong> <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong> item 4.13.3, utilizan<strong>do</strong>-se 131 I como radioisótopo. Os<strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> proteção radiológica, pertinentes ao manuseio <strong>de</strong>ste radioisótopo,foram toma<strong>do</strong>s. O 131 I possui meia vi<strong>da</strong> física <strong>de</strong> 8,02 dias e <strong>de</strong>cai por emissão <strong>de</strong>radiação gama <strong>de</strong> 365 keV (81,2%), 637 keV (7,3%) e 284 keV (6,1%) e <strong>de</strong> radiaçãobeta <strong>de</strong> energia máxima <strong>de</strong> 606 keV.4.14. Manipulação <strong>de</strong> AnimaisOs experimentos envolven<strong>do</strong> animais foram feitos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o Guia <strong>de</strong> Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s eUtilização <strong>de</strong> Animais <strong>de</strong> Laboratório <strong>da</strong> NRC (National Research Council,Institucional Animal Care and Use Committee Gui<strong>de</strong>book, 1996) utilizan<strong>do</strong> protocolopreviamente aprova<strong>do</strong> pelo Comitê <strong>de</strong> Ética em Experimentação Animal <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais (processo nº152/2007). Foram utiliza<strong>do</strong>scamun<strong>do</strong>ngos Swiss fêmeas, pesan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 25-30g, obti<strong>do</strong>s no Centro <strong>de</strong> bioterismo(CEBIO) <strong>do</strong> ICB/UFMG. Durante to<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> experimental os animais receberamágua (filtra<strong>da</strong>) e comi<strong>da</strong> (ração com<strong>um</strong> sem suplementação) ad libit<strong>um</strong> e forammanti<strong>do</strong>s em sala com temperatura controla<strong>da</strong> <strong>de</strong> 25ºC em estante ventila<strong>da</strong> Alesco comsistema <strong>de</strong> fotoperío<strong>do</strong> ciclos dia/noite (12/12 horas), sistema <strong>de</strong> filtros <strong>de</strong> ar com fluxo<strong>de</strong> troca <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> 54 trocas/hora. Foram acondiciona<strong>do</strong>s em gaiolas pequenas(30x20x15cm = 600cm 2 ) forra<strong>da</strong>s com palha e higieniza<strong>da</strong>s to<strong>do</strong>s os dias. Ca<strong>da</strong> caixaabrigou o número máximo <strong>de</strong> 7 (sete) animais. O cálculo <strong>do</strong> número <strong>de</strong> animais porgaiola foi realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Guia <strong>de</strong> Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s e Utilização <strong>de</strong> Animais <strong>de</strong>Laboratório (NRC, 1996), segun<strong>do</strong> o qual ca<strong>da</strong> camun<strong>do</strong>ngo necessita <strong>de</strong> 77cm 2 parasobrevivência. To<strong>do</strong>s os animais foram eutanasia<strong>do</strong>s ao final <strong>do</strong>s experimentos.4.15. Mo<strong>de</strong>lo animal4.15.1. Mo<strong>de</strong>lo animal t<strong>um</strong>oral79


O comportamento e interação <strong>da</strong>s son<strong>da</strong>s radioativas [ 99m Tc]SPB e [ 125 I]SPGP foramavalia<strong>da</strong>s in vivo em camun<strong>do</strong>ngos implanta<strong>do</strong>s com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich.O t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich foi <strong>de</strong>scrito em 1906, como <strong>um</strong> carcinoma mamário murino sóli<strong>do</strong>que se <strong>de</strong>senvolvia em fêmeas. Em 1932, Loewenthal & Jahn <strong>de</strong>screveram a formaascítica <strong>do</strong> t<strong>um</strong>or, a qual se crescia no peritônio <strong>de</strong> animais inocula<strong>do</strong>s com as célulast<strong>um</strong>orais. Este tipo <strong>de</strong> t<strong>um</strong>or possui alto índice mitótico, e se caracteriza pela presença<strong>de</strong> poucas células inflamatórias, estroma escasso e presença <strong>de</strong> células extremamenteanaplásicas. Além disso, é facilmente induzi<strong>do</strong> em animais saudáveis nãoimunossuprimi<strong>do</strong>s, através <strong>do</strong> transplante direto <strong>de</strong> células t<strong>um</strong>orais retira<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>um</strong>animal que já possua a neoplasia <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>. Devi<strong>do</strong> a suas característicashistológicas e sua facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> manuseio experimental, o t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich tem si<strong>do</strong>extensamente aplica<strong>do</strong> como mo<strong>de</strong>lo t<strong>um</strong>oral animal em estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> OncologiaExperimental (Dagli, 1989).O preparo <strong>da</strong>s células t<strong>um</strong>orais para implante incluiu a lavagem, contagem e teste <strong>de</strong>viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s mesmas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com procedimento <strong>de</strong>scrito no item 4.8. Com oauxílio <strong>de</strong> seringas e agulhas <strong>de</strong>scartáveis estéreis, foram retira<strong>do</strong>s 3mL <strong>do</strong> flui<strong>do</strong>ascítico <strong>de</strong> camun<strong>do</strong>ngos pré-inocula<strong>do</strong>s há 10 dias com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong>peritoneal. O flui<strong>do</strong> foi lava<strong>do</strong> 3x em salina fisiológica para a obtenção <strong>de</strong> <strong>um</strong> líqui<strong>do</strong><strong>de</strong>nso e claro, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a <strong>um</strong>a suspensão celular com o mínimo <strong>de</strong> fibrina ehemácias. A viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> celular foi então avalia<strong>da</strong> através <strong>da</strong> exclusão <strong>do</strong> Azul <strong>de</strong>Tripan e as células <strong>de</strong> carcinoma ascítico <strong>de</strong> Ehrlich (2,5×10 6 ) foram inocula<strong>da</strong>s entre oscoxins plantares <strong>do</strong> membro posterior esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong>s animais (com auxílio <strong>de</strong> agulhasestéreis) para obtenção <strong>do</strong> t<strong>um</strong>or na forma sóli<strong>da</strong>. Após seis dias <strong>do</strong> implante <strong>do</strong> t<strong>um</strong>or,os animais foram utiliza<strong>do</strong>s nos experimentos <strong>de</strong> biodistribuição.4.15.2. Mo<strong>de</strong>lo animal <strong>de</strong> e<strong>de</strong>maNa Medicina Nuclear, a busca por radiofármacos capazes <strong>de</strong> fazer a <strong>de</strong>tecção diferencialentre patologias como câncer, inflamação e infecção é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância. Osradiofármacos tradicionais para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores são em sua maioria marca<strong>do</strong>res <strong>de</strong>presença <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> metabólica eleva<strong>da</strong>, e po<strong>de</strong>m gerar falsos positivos quan<strong>do</strong> <strong>da</strong>presença <strong>de</strong> inflamação e infecção. No caso <strong>de</strong> países tropicais, como o Brasil, a80


situação se agrava com a problemática <strong>de</strong> infeções crônicas torácicas, como é o caso <strong>da</strong>tuberculose e alg<strong>um</strong>as infeções fúngicas, <strong>um</strong>a vez que alguns radiofármacos tradicionaispo<strong>de</strong>m marcar o pulmão in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> infecção (Peters, 1998;Lupetti et al., 2003).Para avaliar o potencial <strong>da</strong> SPGP em <strong>de</strong>tectar diferencialmente inflamação e sítiost<strong>um</strong>orais, testou-se a captação <strong>da</strong> mesma por sítios inflamatórios em animais come<strong>de</strong>ma.O processo inflamatório é <strong>um</strong>a resposta <strong>do</strong>s organismos vivos a estímulos lesivos, coma finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reconstituir a estrutura e a função <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> ou órgão afeta<strong>do</strong>.In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> natureza <strong>do</strong> estímulo lesivo observa-se fenômenos como a<strong>um</strong>ento <strong>do</strong>fluxo sanguíneo e a<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> vascular resultan<strong>do</strong> na formação <strong>de</strong>e<strong>de</strong>ma. A carragenina é <strong>um</strong> agente lesivo que estimula o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>do</strong>sfenômenos <strong>de</strong> transformações nos teci<strong>do</strong>s (Garcia et al., 1993).Para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> e<strong>de</strong>ma os animais foram inocula<strong>do</strong>s entre os coxins plantares<strong>do</strong> membro inferior esquer<strong>do</strong> com 30µL <strong>de</strong> <strong>um</strong>a solução 4,5mg/mL <strong>de</strong> Carrageninadissolvi<strong>da</strong> em solução salina estéril (0,9%), e após 3 horas <strong>da</strong> estimulação <strong>do</strong> e<strong>de</strong>ma,utiliza<strong>do</strong>s em experimentos <strong>de</strong> biodistribuição.4.16. Cálculo <strong>do</strong> número experimental <strong>de</strong> animaisO tamanho <strong>da</strong> amostra para realização <strong>do</strong>s experimentos in vivo foi calcula<strong>do</strong> pelométo<strong>do</strong> estatístico <strong>de</strong> cálculo <strong>da</strong> amostra para análise <strong>de</strong> grupos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, segun<strong>do</strong>Callegari-Jaques, 2003.Realiza<strong>do</strong>s os cálculos, verificou-se que o número <strong>de</strong> animais necessário para i<strong>de</strong>ntificar<strong>um</strong>a diferença <strong>de</strong> pelo menos 30% entre o grupo controle e trata<strong>do</strong>, com <strong>um</strong> nível <strong>de</strong>0,05 <strong>de</strong> significância e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> 70%, é <strong>de</strong> no mínimo 4 animais por ponto <strong>de</strong> análise.81


4.17. Experimentos <strong>de</strong> biodistribuição e <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> sítios t<strong>um</strong>orais in vivoPara os experimentos <strong>de</strong> biodistribuição, animais implanta<strong>do</strong>s com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlichforam injeta<strong>do</strong>s com 17kBq <strong>de</strong> [ 99m Tc]SPB ou [ 125 ]SPGP. As injeções foramministra<strong>da</strong>s por via en<strong>do</strong>venosa cau<strong>da</strong>l, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o <strong>de</strong>scrito por Pujatti et al (2005)sen<strong>do</strong> os animais sacrifica<strong>do</strong>s por guilhotinamento (Guilhotina insight mo<strong>de</strong>lo EB271)em diferentes tempos após a injeção (0, 10, 30, 60, 180, 360, 1440 minutos).Além <strong>da</strong>s son<strong>da</strong>s radioativas acima cita<strong>da</strong>s, o 99m TcO 2 , 99m TcO 4 - e Na 125 I também foraminjeta<strong>do</strong>s, nas mesmas condições, para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> biodistribuição <strong>do</strong>spossíveis contaminantes químicos presentes nos meios <strong>de</strong> reação.N<strong>um</strong>a tentativa <strong>de</strong> otimizar a <strong>de</strong>tecção <strong>do</strong> t<strong>um</strong>or e a<strong>um</strong>entar o tempo <strong>de</strong> residência <strong>do</strong>radiofármaco no sítio t<strong>um</strong>oral, também foram realiza<strong>do</strong>s experimentos <strong>de</strong>biodistribuição com injeções ministra<strong>da</strong>s via intrat<strong>um</strong>oral. Nestes experimentos, além<strong>do</strong> grupo controle constituí<strong>do</strong> por animais injeta<strong>do</strong>s somente com o radioisótopo <strong>de</strong>interesse ( 99m Tc ou 125 I), animais possuin<strong>do</strong> e<strong>de</strong>ma também foram utiliza<strong>do</strong>s comogrupo controle. Neste experimento, os animais foram sacrifica<strong>do</strong>s 10, 30 e 60 minutosapós a injeção <strong>da</strong> molécula radiomarca<strong>da</strong>.Após as injeções, os animais foram manti<strong>do</strong>s atrás <strong>de</strong> blin<strong>da</strong>gens <strong>de</strong> ch<strong>um</strong>bo a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>saté momento <strong>do</strong> sacrifício, para evitar <strong>do</strong>ses <strong>de</strong>snecessárias <strong>de</strong> radição nos opera<strong>do</strong>res(<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com norma <strong>de</strong> radioproteção 3.01 <strong>da</strong> CNEN). A guilhotina foi escolhi<strong>da</strong>como méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> eutanásia por ser eficaz e causar morte instantânea, o que é muitoimportante em experimentos <strong>de</strong> biodistribuição pois, além <strong>de</strong> evitar o sofrimento <strong>do</strong>animal permite maior exatidão nos tempos <strong>de</strong> sacrifício. Além disso, possui baixo custoe pouco risco para o opera<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o mesmo receba treinamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Apóso sacrifício, foram coleta<strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong> sangue, e orgãos (tireói<strong>de</strong>, coração, pulmões,fíga<strong>do</strong>, estômago, intestino, bexiga, rins, músculo esquelético, osso, aparelhoreprodutor, cérebro, cerebelo e cau<strong>da</strong>) foram removi<strong>do</strong>s, pesa<strong>do</strong>s analisa<strong>do</strong>s em <strong>um</strong>espectrometro gama automático (1480 Wizard 3’’ Wallac).Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram analisa<strong>do</strong>s pelo software Excel e apresenta<strong>do</strong>s comoporcentagem <strong>da</strong> <strong>do</strong>se injeta<strong>da</strong> por vol<strong>um</strong>e/peso <strong>do</strong> órgão (%DI/mL ou %DI/g). Nos82


animais injeta<strong>do</strong>s via en<strong>do</strong>venosa cau<strong>da</strong>l, os valores <strong>da</strong> <strong>do</strong>se injeta<strong>da</strong> foram ajusta<strong>do</strong>satravés <strong>da</strong> subtração <strong>da</strong> radioativi<strong>da</strong><strong>de</strong> remanescente na cau<strong>da</strong>. As <strong>do</strong>ses <strong>de</strong>radioativi<strong>da</strong><strong>de</strong> injeta<strong>da</strong>s nos animais foram calcula<strong>da</strong>s com base nas <strong>do</strong>ses clínicasutiliza<strong>da</strong>s em h<strong>um</strong>anos, garantin<strong>do</strong>-se que a injeção <strong>da</strong> substância radioativa não geresofrimento físico ou fisiológico ao animal.4.18. Avaliação <strong>da</strong> toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> agu<strong>da</strong> produzi<strong>da</strong> pela administração <strong>de</strong> SPBe SPGP in vivoPara verificar a toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> SPB e SPGP in vivo, camun<strong>do</strong>ngos Swiss fêmeassaudáveis, pesan<strong>do</strong> entre 25-30g, foram injeta<strong>do</strong>s com <strong>um</strong>a concentração 10 vezesmaior que a concentração <strong>de</strong> SPB e SPGP ministra<strong>da</strong> nos experimentos <strong>de</strong>biodistribuição. Para este experimento os animais foram dividi<strong>do</strong>s em 3 grupos:controle, o qual foi injeta<strong>do</strong> com solução salina estéril (0,9%); grupo trata<strong>do</strong> 1, injeta<strong>do</strong>scom 3µg <strong>de</strong> SPB; grupo trata<strong>do</strong> 2, injeta<strong>do</strong>s com 0,3µg <strong>de</strong> SPGP. Após 24 horas, osanimais foram eutanasia<strong>do</strong>s por guilhotinamento, e <strong>um</strong>a alíquota <strong>de</strong> sangue foiimediatamente coleta<strong>da</strong> em solução EDTA 10%, para avaliação <strong>da</strong>s alteraçõeshematológicas gera<strong>da</strong>s pela SPB e SPGP. As análises sanguíneas foram realiza<strong>da</strong>s noLaboratório <strong>de</strong> Patologia Clínica <strong>do</strong> Hospital Veterinário <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Minas Gerais. Para quantificação <strong>de</strong> leucócitos foi utiliza<strong>do</strong> <strong>um</strong> conta<strong>do</strong>r automático <strong>de</strong>células- Ábacos, enquanto para a quantificação <strong>de</strong> hemácias as amostras <strong>de</strong> sangueforam centrifuga<strong>da</strong>s à 3000rpm por 10 minutos e as células vermelhas foramtransferi<strong>da</strong>s para <strong>um</strong> tubo conten<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> dilui<strong>do</strong>r (Líqui<strong>do</strong> <strong>de</strong> Dacie- Citrato <strong>de</strong> sódio3,1%, Formol 0,4% e água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong>). Posteriormente, as hemácias foram conta<strong>da</strong>s emMicroscópio Óptico com o auxílio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a câmara <strong>de</strong> Neubauer.Também os órgãos (coração, pulmão, fíga<strong>do</strong>, rins e cérebro) foram retira<strong>do</strong>s paraavaliação <strong>da</strong>s possíveis alterações histológicas.83


4.19. Cálculos farmacocinéticosA caracterização <strong>do</strong> perfil farmacocinético <strong>de</strong> <strong>um</strong>a nova molécula é obti<strong>da</strong> <strong>do</strong> cálculo <strong>de</strong>parâmetros matemáticos calcula<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> biodistribuição. Os principaisparâmetros são a área sob a curva (ASC), o vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> distribuição (Vd), a <strong>de</strong>puração(ou clearance), a meia-vi<strong>da</strong> e a biodisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Para simplificação <strong>do</strong>s cálculos realiza<strong>do</strong>s neste trabalho foi ass<strong>um</strong>i<strong>do</strong> que o perfilfarmacocinético correspondia ao mo<strong>de</strong>lo monocompartimental, no qual o corpo éconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>um</strong> compartimento único. Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>screve a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente asalterações sofri<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong> tempo na concentração plasmática e na via <strong>de</strong> excreção<strong>de</strong> fármacos que após a administração se distribuem rapi<strong>da</strong>mente para os teci<strong>do</strong>s.A biodisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> diz respeito à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>a substância que, introduzi<strong>da</strong> noorganismo, ganha a circulação e torna-se disponível para exercer sua atuaçãoterapêutica. O cálculo <strong>de</strong>ste parâmetro é dispensável quan<strong>do</strong> a via <strong>de</strong> administração é aen<strong>do</strong>venosa, pois 100% <strong>da</strong> droga está disponível na circulação.A ASC foi calcula<strong>da</strong> a partir <strong>do</strong> gráfico <strong>de</strong> cinética sanguínea <strong>da</strong>s moléculas e foiutiliza<strong>da</strong> para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s tempos <strong>de</strong> meia-vi<strong>da</strong>, vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> distribuição e<strong>de</strong>puração.A <strong>de</strong>puração indica o vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong> biológico (sangue/ plasma) totalmente livre <strong>do</strong>fármaco em <strong>um</strong>a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, é a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> eficiência<strong>do</strong> corpo na eliminação <strong>da</strong> molécula. A <strong>de</strong>puração plasmática (C L ) foi calcula<strong>da</strong> pelafórmula:C L = D/ASC (mL/min)On<strong>de</strong>:D = massa <strong>da</strong> droga administra<strong>da</strong>ASC = área sob a curva no gráfico que <strong>de</strong>screve a concentração <strong>da</strong> molécula nacirculação sanguínea.84


O vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> distribuição é a constante <strong>de</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> que <strong>de</strong>screve a relaçãoentre a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fármaco em to<strong>do</strong> o organismo e a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> existente no sangueou plasma e foi calcula<strong>do</strong> pela fórmula:Vd = D/Cp (µg/mL)On<strong>de</strong>:Vd = vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> distribuição aparenteD: massa <strong>da</strong> droga administra<strong>da</strong>Cp: concentração sanguínea após completa administração.O tempo <strong>de</strong> meia-vi<strong>da</strong> é o intervalo <strong>de</strong> tempo durante o qual <strong>um</strong> fármaco tem suaconcentração plasmática reduzi<strong>da</strong> em 50%. A meia vi<strong>da</strong> também po<strong>de</strong> ser calcula<strong>da</strong>in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente para ca<strong>da</strong> órgão no qual a molécula se ac<strong>um</strong>ula. Os valores <strong>de</strong> meiavi<strong>da</strong>foram <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s diretamente a partir <strong>do</strong>s gráficos <strong>de</strong> cinética, para ca<strong>da</strong> órgão<strong>de</strong> interesse.4.20. Análise estatísticaTo<strong>do</strong>s os experimentos in vitro foram realiza<strong>do</strong>s em quadruplicata, inclusive osrespectivos grupos controles. Os resulta<strong>do</strong>s foram expressos como a média ±DP <strong>de</strong> pelomenos <strong>do</strong>is experimentos. Os testes in vivo foram realiza<strong>do</strong>s em duplicata, e osresulta<strong>do</strong>s expressos como a média ±DP <strong>de</strong> pelo menos <strong>do</strong>is experimentos. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>sforam analisa<strong>do</strong>s pelo teste t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt não parea<strong>do</strong>; foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s significativosaqueles <strong>da</strong><strong>do</strong>s com p


865. RESULTADOS


5. RESULTADOSVários trabalhos têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> o potencial <strong>do</strong>s produtos naturais como fontes <strong>de</strong>moléculas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos produtos terapêuticos. Os estu<strong>do</strong>s têm seconcentra<strong>do</strong> em plantas e toxinas <strong>de</strong> animais terrestres, e poucos são os estu<strong>do</strong>srealiza<strong>do</strong>s com peçonhas <strong>de</strong> animais marinhos, principalmente peixes. O peixeescorpiãoS. pl<strong>um</strong>ieri é pouquíssimo estu<strong>da</strong><strong>do</strong> e as referências a esta espécie naliteratura se res<strong>um</strong>em a relatos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com h<strong>um</strong>anos e à sintomatologia gera<strong>da</strong> portais aci<strong>de</strong>ntes. Trabalhos atualmente realiza<strong>do</strong>s por nossos colabora<strong>do</strong>res têm<strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s varia<strong>da</strong>s na peçonha <strong>de</strong>ste peixe, tais comohialuroni<strong>da</strong>se, fibrinogenolítica, e<strong>de</strong>matogênica, caseinolítica e gelatinolítica. Apenas<strong>um</strong>a enzima, com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica, foi purifica<strong>da</strong> com sucesso a partir <strong>de</strong>stapeçonha, e manteve sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> intacta após to<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> purificação (Carrijo etal., 2005.Apesar <strong>de</strong>sta gama <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s, ain<strong>da</strong> não existem trabalhos avalian<strong>do</strong> opotencial terapêutico <strong>de</strong>sta peçonha nem <strong>da</strong> enzima purifica<strong>da</strong>. Por esse motivo opresente estu<strong>do</strong> representa <strong>um</strong>a investigação pioneira <strong>da</strong>s possíveis proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>santit<strong>um</strong>orais e diagnósticas <strong>da</strong> peçonha bruta <strong>do</strong> peixe escorpião (SPB), bem como <strong>da</strong>enzima gelatinolítica purifica<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong>sta peçonha (SPGP), estan<strong>do</strong> foca<strong>do</strong>principalmente na capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> sítios t<strong>um</strong>orais in vivo.5. 1. Avaliação <strong>do</strong> <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPBVenenos animais são misturas complexas <strong>de</strong> proteínas e peptí<strong>de</strong>os biologicamenteativos. A variação na composição <strong>de</strong>stes venenos é <strong>um</strong> fenômeno natural que ocorre emto<strong>da</strong>s as espécies <strong>de</strong> animais venenosos. Geralmente a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>conjunto protéico, em maior ou menor grau, varia <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a época <strong>do</strong> ano, ai<strong>da</strong><strong>de</strong>, sexo, hábito alimentar e região <strong>de</strong> origem <strong>do</strong> indivíduo (Mackessy et al., 2003).Por esse motivo para realização <strong>do</strong>s experimentos com SPB e para purificação <strong>da</strong>SPGP, foram utiliza<strong>do</strong>s “pools” <strong>de</strong> soluções protéicas, origina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> vários exemplares<strong>de</strong> peixes escorpião <strong>de</strong> diferentes i<strong>da</strong><strong>de</strong>s, tamanhos e regiões <strong>do</strong> litoral <strong>de</strong> Vitória, ES.87


t<strong>um</strong>orais5.1.1. Avaliação <strong>do</strong> <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> in vitro <strong>da</strong> SPB sobre célulasPara avaliar o potencial terapêutico <strong>da</strong> SPB foram realiza<strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong>,através <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> MTT, em células RT2 (glioblastoma p53-selvagem), T98(glioblastoma p53-mutante) e CAE (carcinoma mamário p53-selvagem). As célulasforam trata<strong>da</strong>s com diferentes concentrações <strong>de</strong> SPB e após 48h foram avalia<strong>da</strong>s quantoà sobrevivência.Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s mostraram que a SPB foi citotóxica, <strong>de</strong> maneira <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,para células RT2 e CAE. O <strong>efeito</strong> <strong>da</strong> SPB sobre a viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> células RT2 é mostra<strong>do</strong>na FIG.12. Foram testa<strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> 0,5 a 125µg/mL, e a DL 50 foi calcula<strong>da</strong> em3,90±0,98µg/mL (concentração capaz <strong>de</strong> reduzir o número <strong>de</strong> células vivas pelameta<strong>de</strong>).Também para células CAE a SPB foi citotóxica <strong>de</strong> forma <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, apesar <strong>de</strong>stascélulas apresentarem maior resistência à ação <strong>da</strong> SBP que células RT2. Foram testa<strong>da</strong>sconcentrações <strong>de</strong> 0,25 a 200µg/mL, e a DL 50 foi <strong>de</strong> 14,05±2,95µg/mL. Após 48h <strong>de</strong>tratamento, na concentração <strong>de</strong> 200µg/mL, não foram encontra<strong>da</strong>s células vivas(FIG.13).O <strong>efeito</strong> citotóxico <strong>da</strong> SPB sobre células T98 é mostra<strong>do</strong> na FIG.14. Foram testa<strong>da</strong>sconcentrações <strong>de</strong> 0,5 a 125µg/mL, e após 48 horas <strong>de</strong> tratamento o <strong>efeito</strong> citotóxicomáximo observa<strong>do</strong> ocorreu na concentração <strong>de</strong> 125µg/mL <strong>de</strong> SPB, on<strong>de</strong> a peçonha foiletal para apenas 25 ±2,48% <strong>da</strong>s células. O <strong>efeito</strong> <strong>da</strong> SPB sobre esta linhagem não foi<strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, na faixa <strong>de</strong> concentrações avalia<strong>da</strong>s, e mesmo a maior concentração<strong>de</strong> SPB testa<strong>da</strong> sobre essas células não foi capaz <strong>de</strong> reduzir o número <strong>de</strong> células vivaspela meta<strong>de</strong>, o que impossibilitou o cálculo <strong>da</strong> DL 50 por meio <strong>de</strong>ste experimento. Esteresulta<strong>do</strong> sugere que glioblastomas malignos mutantes para o gene P53 são resistentesao <strong>efeito</strong> citotóxico <strong>da</strong> SPB.88


100Sobrevivência (%controle)75502502 3 4 5 6Log [SPB] (ng/mL)FIG.12: Efeito citotóxico <strong>da</strong> SPB sobre células RT2. Células RT2 foram semea<strong>da</strong>s em placas<strong>de</strong> 96 poços e incuba<strong>da</strong>s com diferentes concentrações <strong>de</strong> peçonha a 37ºC por 48 horas. A taxa<strong>de</strong> sobrevivência foi medi<strong>da</strong> pelo MTT. A menor concentração <strong>de</strong> peçonha utiliza<strong>da</strong> não semostrou significativamente citotóxica para as células testa<strong>da</strong>s. As <strong>de</strong>mais <strong>do</strong>ses (a partir <strong>de</strong>1µg/mL) foram significativamente citotóxicas, <strong>de</strong> maneira <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, com DL 50 <strong>de</strong>3,90±0,98µg/mL. (p < 0,05).100Sobrevivência (%controle)75502502 3 4 5 6Log [SPB] (ng/mL)FIG.13: Efeito citotóxico <strong>da</strong> SPB sobre células CAE. Células foram semea<strong>da</strong>s em placas <strong>de</strong>96 poços e incuba<strong>da</strong>s com diferentes concentrações <strong>da</strong> peçonha a 37ºC por 48 horas. A taxa <strong>de</strong>sobrevivência foi medi<strong>da</strong> pelo MTT. A menor concentração <strong>de</strong> peçonha utiliza<strong>da</strong> não semostrou citotóxica para as células testa<strong>da</strong>s. As <strong>de</strong>mais <strong>do</strong>ses (a partir <strong>de</strong> 1µg/mL) foramsignificativamente citotóxicas, <strong>de</strong> maneira <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, com <strong>um</strong>a DL 50 <strong>de</strong>14,05±2,95µg/mL. (p < 0,05).89


100Sobrevivência (%controle)8060402002 3 4 5 6Log [SPB] ng/mLFIG.14: Efeito citotóxico <strong>da</strong> SPB sobre células T98. Células T98 foram semea<strong>da</strong>s em placas<strong>de</strong> 96 poços e incuba<strong>da</strong>s com diferentes concentrações <strong>da</strong> peçonha bruta <strong>de</strong> S. pl<strong>um</strong>ieri a 37ºCpor 48 horas. A taxa <strong>de</strong> sobrevivência foi medi<strong>da</strong> pelo MTT. O <strong>efeito</strong> citotóxico máximo <strong>da</strong>SPB ocorreu na concentração <strong>de</strong> 125µg/mL, on<strong>de</strong> a peçonha foi letal para 25 ±2,48% <strong>da</strong>scélulas. (p < 0,05).5.1.2. Análise <strong>da</strong> morfologia celular <strong>de</strong> células submeti<strong>da</strong>s aotratamento com SPBAs análises morfológicas foram realiza<strong>da</strong>s com auxílio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a câmera fotográficadigital acopla<strong>da</strong> à microscópio óptico (MO), on<strong>de</strong> as células foram visualiza<strong>da</strong>s efotografa<strong>da</strong>s. As alterações sofri<strong>da</strong>s pelas células RT2, CAE e T98, quan<strong>do</strong> submeti<strong>da</strong>sao tratamento com SPB po<strong>de</strong>m ser observa<strong>da</strong>s nas FIG. 15, 16 e 17, respectivamente. Otratamento <strong>da</strong>s linhagens com SPB causou significativas alterações na morfologia <strong>da</strong>scélulas. Mesmo células T98, apesar <strong>de</strong> sua resistência a ação citotóxica <strong>da</strong> peçonha,sofreram significativas alterações em sua morfologia. As alterações mais aparentesforam <strong>um</strong>a redução <strong>do</strong> vol<strong>um</strong>e citoplasmático, com conseqüente redução <strong>do</strong> tamanhocelular, formação <strong>de</strong> vesículas (ou vacúolos) no citoplasma, irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s namembrana plasmática e arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong>mento celular. Em to<strong>da</strong>s as linhagens essas alteraçõesforam agrava<strong>da</strong>s com o a<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> SPB no meio. Em células RT2 eCAE também foi observa<strong>da</strong> a formação <strong>de</strong> blebs, os quais são protuberâncias irregulares<strong>da</strong> membrana citoplasmática forma<strong>da</strong>s em conseqüência <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>citoesqueleto celular durante o processo <strong>de</strong> apoptose. O tratamento <strong>da</strong>s células T98 comSPB não levou a formação <strong>de</strong> blebs, mesmo nas concentrações mais altas.90


**FIG.15: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células RT2: alterações morfológicas após 48 horas <strong>de</strong>tratamento com SPB. Imagens adquiri<strong>da</strong>s em Câmera fotográfica Digital Nikon Coolpix4500, acopla<strong>da</strong> ao MO (a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x). Células trata<strong>da</strong>s com SPB apresentaram redução <strong>do</strong>vol<strong>um</strong>e celular e irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s na membrana plasmática (indica<strong>da</strong>s pelos asteriscos). Otratamento também causou a formação <strong>de</strong> blebs, os quais são indica<strong>do</strong>s pelas setas pretas.91


FIG.16: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células CAE: alterações morfológicas após 48 horas <strong>de</strong>tratamento com SPB. Imagens adquiri<strong>da</strong>s em Câmera fotográfica Digital Nikon Coolpix4500, acopla<strong>da</strong> ao MO (a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x). O tratamento causou irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> membranaplasmática (indica<strong>do</strong>s pelos asteriscos) e formação <strong>de</strong> blebs(setas pretas).92


FIG.17: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células T98: alterações morfológicas após 48 horas <strong>de</strong>tratamento com SPB. Imagens adquiri<strong>da</strong>s em Câmera fotográfica Digital Nikon Coolpix4500, acopla<strong>da</strong> ao MO (a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x). Apesar <strong>da</strong> resistência <strong>de</strong>ssa linhagem ao <strong>efeito</strong>citotóxico <strong>da</strong> peçonha, o a<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> <strong>do</strong>se <strong>de</strong> SPB gerou arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong>mento e redução <strong>do</strong> vol<strong>um</strong>ecelular.SPB5.1.3. Análise <strong>da</strong>s alterações <strong>do</strong> DNA cromossomal induzi<strong>da</strong>s pelaA morfologia <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células submeti<strong>da</strong>s a tratamento com SPB foiavalia<strong>da</strong> através <strong>da</strong> coloração com DAPI. Este corante é específico para DNA e seintercala entre as duplas fitas, reagin<strong>do</strong> com as bases nitrogena<strong>da</strong>s e forman<strong>do</strong>complexos fluorescentes. Essa técnica permite não só avaliar fragmentações no materialgenético <strong>da</strong> célula, mas também outras características <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> apoptose taiscomo a con<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong> cromatina e a formação <strong>do</strong>s corpos apoptóticos, e permite a93


complementação <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s durante a análise morfológica <strong>da</strong>s células(Tarnowski et al., 1991).Para realização <strong>do</strong>s experimentos <strong>de</strong> coloração com DAPI, células RT2 e CAE foramtrata<strong>da</strong>s com concentrações <strong>de</strong> SPB próximas a DL 50 (a qual foi previamenteestabeleci<strong>da</strong> pelos experimentos <strong>de</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong>: 3µg/mL e 10µg/mL, respectivamente).Células T98 foram trata<strong>da</strong>s com a maior <strong>do</strong>se utiliza<strong>da</strong> nos experimentos <strong>de</strong>citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> (125µg/mL). Células RT2 e CAE, após 48h <strong>de</strong> tratamento apresentaramcon<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong> cromatina, fragmentação <strong>do</strong> DNA, e formação <strong>de</strong> corpos apoptóticos(FIG. 18 e 19). Em células T98, após 48 horas <strong>de</strong> tratamento, foi possível visualizar acon<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong> cromatina, formação <strong>de</strong> poucos corpos apoptóticos (FIG.20). To<strong>da</strong>s asalterações morfológicas observa<strong>da</strong>s no DNA cromossomal, em to<strong>da</strong>s as linhagens, sãocaracterísticas <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> morte celular programa<strong>da</strong>.94


FIG.18: Análise <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células RT2 após 48h <strong>de</strong> tratamento com SPB,na concentração <strong>de</strong> 3µg/mL. Células RT2 cora<strong>da</strong>s com DAPI após tratamento com SPB,. A)a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200x; B) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x. Setas finas indicam con<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong> cromatina e setasgrossas indicam corpos apoptóticos.95


FIG.19: Alterações <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células CAE cora<strong>da</strong>s com DAPI, após 48horas <strong>de</strong> tratamento com 10µg/mL <strong>de</strong> SPB. A) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200x; B) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x. Setasfinas indicam con<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong> cromatina e setas grossas indicam corpos apoptóticos.96


FIG.20: Células T98 cora<strong>da</strong>s com DAPI, após 48 horas <strong>de</strong> tratamento com SPB(125µg/mL). A cromatina apresentou pontos <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação, mas poucos corpos apoptóticosforam forma<strong>do</strong>s. A) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200x; B) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x. Setas finas indicam con<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong>cromatina e setas grossas indicam corpos apoptóticos.97


5.2. Síntese, avaliação <strong>da</strong> preservação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> e avaliação<strong>da</strong> pureza radioquímica <strong>da</strong> son<strong>da</strong> radioativa <strong>de</strong> SPB utilizan<strong>do</strong> 99m Tc comoradiotraça<strong>do</strong>rPouco se sabe sobre as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s fisio-farmacológicas e bioquímicas <strong>da</strong> SPB, bemcomo sobre seus possíveis componentes tóxicos e <strong>de</strong> interesse terapêutico, e osmecanismos <strong>de</strong> ação pelos quais agem tais componentes. Não existem estu<strong>do</strong>s sobreradiomarcação e perfil <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong>sta peçonha <strong>de</strong>scritos na literatura. Por estemotivo, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o perfil <strong>de</strong> biodistribuição <strong>da</strong> SPB, eposteriormente avaliar sua interação com células t<strong>um</strong>orais in vivo, a peçonha bruta foiradiomarca<strong>da</strong> com 99m Tc, <strong>de</strong> forma a se obter <strong>um</strong>a son<strong>da</strong> radioativa. Como este é oprimeiro trabalho relatan<strong>do</strong> a radiomarcação <strong>da</strong> SPB, foram realiza<strong>da</strong>s diversas reações<strong>de</strong> síntese, sob diferentes condições <strong>de</strong> pH, temperatura e saturação <strong>de</strong> oxigênio(condição ambiente e <strong>de</strong> vácuo), <strong>de</strong> forma a se obter o melhor protocolo para a reação<strong>de</strong> radiomarcação. Em condições ambientes, o rendimento médio <strong>da</strong>s radiomarcaçõesfoi <strong>de</strong> 55%. O maior rendimento foi obti<strong>do</strong> em pH 7,6, em condições <strong>de</strong> vácuo. Em taiscondições, o rendimento médio <strong>da</strong>s reações <strong>de</strong> radiosíntese foi <strong>de</strong> 74,77%. A son<strong>da</strong>radioativa sintetiza<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> peçonha bruta foi chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> [ 99m Tc]SPB.A radiomarcação com 99m Tc consiste em <strong>um</strong> processo <strong>de</strong> marcação não isotópico, on<strong>de</strong>ocorre a introdução <strong>de</strong> <strong>um</strong> elemento “estranho” nas moléculas, o que po<strong>de</strong> levar a suaruptura e/ou à per<strong>da</strong> <strong>de</strong> suas funções. Desta forma, para garantir que o processo <strong>de</strong>radiomarcação não alterou os componentes <strong>da</strong> peçonha <strong>de</strong> forma a reduzir sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>antit<strong>um</strong>oral</strong>, a [ 99m Tc]SPB foi testa<strong>da</strong> sobre células RT2, CAE e T98 quanto a suacitotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong>.Em células RT2, a união <strong>da</strong>s proteínas <strong>da</strong> peçonha com a emissão <strong>de</strong> radiação gama <strong>do</strong>99m Tc possibilitou <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB. Na menorconcentração testa<strong>da</strong> (0,5µg/mL) a [ 99m Tc]SPB foi citotóxica para 76,75±2,08% <strong>da</strong>scélulas (FIG. 21). As FIG. 22 e 23, <strong>de</strong>monstram que a radiomarcação <strong>da</strong> peçonha nãoreduziu significativamente sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> em células CAE (DL 50 =16,98±2.93µg/mL) e T98 (on<strong>de</strong> a concentração <strong>de</strong> 125µg/mL foi citotóxica para24,03±2,486% <strong>da</strong>s células, respectivamente.98


100Sobrevivência (%controle)75502502 3 4 5Log[SPB] (ng/mL)SPB nativa[ 99m Tc]SPBFIG.21: Avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB após radiomarcaçãocom 99m Tc. Teste <strong>do</strong> MTT sobre células RT2. Comparação <strong>da</strong> ação <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB e[ 99m Tc]SPB em células RT2. A peçonha radiomarca<strong>da</strong> teve sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong>a<strong>um</strong>enta<strong>da</strong>, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> que a marcação não causou <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ou per<strong>da</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>scomponentes antit<strong>um</strong>orais <strong>da</strong> SPB. Na menor concentração testa<strong>da</strong> (0,5µg/mL) a[ 99m Tc]SPB foi citotóxica para 76,75±2,08% <strong>da</strong>s células100Sobrevivência (%controle)75502502 3 4 5 6Log[SPB] (ng/mL)SPB nativa[99mTc]SPBFIG.22: Avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB após radiomarcaçãocom 99m Tc. MTT sobre células CAE. Comparação <strong>da</strong> ação <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB e [ 99m Tc]SPBem células CAE. A peçonha radiomarca<strong>da</strong> manteve sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong>, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong>que a marcação não causou <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ou per<strong>da</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s componentes antit<strong>um</strong>orais <strong>da</strong>SPB (DL 50 = 16,98±2.93µg/mL).99


125Sobrevivência (%controle)10075502502 3 4 5 6Log[SPB] ng/mLSPB nativa[ 99m Tc]SPBFIG.23: Avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB após radiomarcaçãocom 99m Tc. Comparação <strong>da</strong> ação <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB e [ 99m Tc]SPB em células T98. A peçonharadiomarca<strong>da</strong> manteve seu perfil citotóxico, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> que a marcação não causou per<strong>da</strong> ouganho <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s componentes antit<strong>um</strong>orais <strong>da</strong> SPB. A concentração <strong>de</strong> 125µg/mL foicitotóxica para 24,03±2,486% <strong>da</strong>s células.As análises cromatográficas realiza<strong>da</strong>s para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> rendimento <strong>da</strong>s reações,mostrou que 24% <strong>da</strong> radioativi<strong>da</strong><strong>de</strong> total encontra<strong>da</strong> estava na forma <strong>de</strong> colói<strong>de</strong>( 99m TcO 2 ) e 1% na forma <strong>de</strong> 99m TcO - 4 . Para verificar se tais impurezas po<strong>de</strong>riaminterferir no perfil <strong>de</strong> biodistribuição <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB, foram realiza<strong>da</strong>s análisescomparativas in vivo entre os perfis <strong>de</strong> biodistribuição <strong>de</strong>sta son<strong>da</strong> e <strong>do</strong>s contaminantesgera<strong>do</strong>s nas reações <strong>de</strong> radiomarcação ( 99m TcO 2 , 99m TcO - 4 ). Para tal, camun<strong>do</strong>ngosSwiss fêmeas foram injeta<strong>do</strong>s via en<strong>do</strong>venosa cau<strong>da</strong>l com 16,67x10 3 Bq <strong>de</strong> [ 99m Tc]SPB,99m TcO 2 , 99m TcO - 4 , e disseca<strong>do</strong>s para avaliação <strong>da</strong> radioativi<strong>da</strong><strong>de</strong> capta<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong>órgão. Os resulta<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s na FIG.24 e <strong>de</strong>monstram que os possíveiscontaminantes e a SPB radiomarca<strong>da</strong> apresentam perfis completamente distintos <strong>de</strong>biodistribuição.Nos experimentos, os contaminantes foram consi<strong>de</strong>ravelmente capta<strong>do</strong>s pela tireói<strong>de</strong> eestômago, o que não ocorreu com a [ 99m Tc]SPB. Este é outro <strong>da</strong><strong>do</strong> que confirma apureza radioquímica <strong>da</strong> preparação, <strong>um</strong>a vez que amostras com altas proporções <strong>de</strong>100


99m TcO 2 , 99m TcO 4 - são altamente capta<strong>da</strong>s pela tireói<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a afini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste órgãopor estas moléculas.Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s acima expostos <strong>de</strong>monstraram que a realização <strong>de</strong> reações sob condições <strong>de</strong>vácuo possibilitou a síntese <strong>de</strong> <strong>um</strong>a son<strong>da</strong> radioativa com alta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica(0,352x10 9 Bq/mg) e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica preserva<strong>da</strong>, e com alta pureza radioquímica. Aboa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> son<strong>da</strong> sintetiza<strong>da</strong> possibilitou sua utilização em experimentos <strong>de</strong>biodistribuição e interações com sítios t<strong>um</strong>orais in vivo.A7599m TcO 2%DI/g5099m TcO 4-[ 99m Tc]SPB250Sangue Tireói<strong>de</strong> Coração Pulmão Fíga<strong>do</strong> Estômago Baço Intestino Rins Músculo Osso Cérebro30 min após injeçãoFIG.24: Verificação in vivo <strong>da</strong> pureza radioquímica <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB . Comparação <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong>biodistribuição <strong>da</strong>s moléculas radiomarca<strong>da</strong>s e <strong>do</strong>s possíveis contaminantes presentes nosradiofármacos ( 99m TcO 2 , 99m TcO - 4 ) após 30 minutos <strong>da</strong> injeção via en<strong>do</strong>venosa cau<strong>da</strong>l. A distinçãoentre os perfis <strong>de</strong> biodistribuição <strong>do</strong>s contaminantes e <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB confirma a pureza <strong>da</strong>mesma.5.3. Determinação <strong>do</strong>s parâmetros farmacocinéticos e avaliação <strong>da</strong>interação in vivo <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB com sítios t<strong>um</strong>orais: Biodistribuição em animaiscom T<strong>um</strong>or <strong>de</strong> EhrlichA capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> interação com sítios t<strong>um</strong>orais in vivo <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB foi <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>através <strong>de</strong> experimentos <strong>de</strong> biodistribuição em camun<strong>do</strong>ngos Swiss fêmeas implanta<strong>do</strong>scom t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich.101


Os animais receberam injeções com 16,67x10 3 Bq <strong>da</strong> peçonha radiomarca<strong>da</strong> e tiveramos órgãos retira<strong>do</strong>s para análise. A Tabela 3 trás a cinética <strong>de</strong> biodistribuição <strong>da</strong>[ 99m Tc]SPB e permite a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s órgão que a ac<strong>um</strong>ularam.Tabela 3: Cinética <strong>da</strong> biodistribuição <strong>da</strong> [99mTc]SPB (%DI/g), em animais com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong>Ehrlich, injeta<strong>do</strong>s via en<strong>do</strong>venosa com 16,67x10 3 Bq (n=4; p


<strong>de</strong>sta preparação. A concentração <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB no coração, pulmão e pâncreas seguiua cinética sanguínea, sen<strong>do</strong> reduzi<strong>da</strong> ao longo <strong>do</strong> tempo. A captação <strong>de</strong>sta molécula nocérebro e cerebelo foi <strong>de</strong>sprezível, indican<strong>do</strong> que a peçonha bruta não foi capaz <strong>de</strong>atravessar a barreira hematoencefálica e provavelmente não produz <strong>efeito</strong>s neurotóxicosdiretos quan<strong>do</strong> injeta<strong>do</strong> via intravenosa.A captação <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB no fíga<strong>do</strong> e rins indica que estes órgão são os responsáveispela metabolização e excreção <strong>de</strong>sta molécula. Após 24horas <strong>da</strong> injeção esta moléculajá havia si<strong>do</strong> quase completamente elimina<strong>da</strong> (0,75±0,09%DI/g)A concentração <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB na região t<strong>um</strong>oral, em diferentes tempos, é mostra<strong>da</strong> naFIG.25. Em nenh<strong>um</strong> <strong>do</strong>s tempos analisa<strong>do</strong>s houve diferença significativa entre acaptação na pata implanta<strong>da</strong> com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich e na pata contralateral normal. Amaior captação observa<strong>da</strong> no t<strong>um</strong>or ocorreu 10 minutos após a injeção(0,51±0,1%DI/g), sen<strong>do</strong> gra<strong>da</strong>tivamente reduzi<strong>da</strong> nos tempos subseqüentes, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com a cinética sanguínea. Estes <strong>da</strong><strong>do</strong>s mostraram que a SPB não possui afini<strong>da</strong><strong>de</strong> pelascélulas t<strong>um</strong>orais.0.75%DI/g0.500.250.001 10 30 60 180 360 1440Tempo após injeção (minutos)Pata Normal Pata T<strong>um</strong>orFIG.25: Comparação <strong>da</strong> concentração <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPB na pata implanta<strong>da</strong> com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong>Ehrlich e pata sem t<strong>um</strong>or (pata normal), ao longo <strong>do</strong> tempo. A concentração <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPBna pata com t<strong>um</strong>or não foi significativamente diferente <strong>de</strong> sua concentração na pata normal.(n=4; p


pl<strong>um</strong>ieri5.4. Purificação <strong>da</strong> enzima gelatinolítica SPGP à partir <strong>da</strong> peçonha <strong>de</strong> S.Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com a SPB mostraram que essa peçonha possui <strong>efeito</strong><strong>antit<strong>um</strong>oral</strong>, e permitiram a avaliação <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s antit<strong>um</strong>orais <strong>da</strong> enzima comativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica, a SPGP, purifica<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong>sta peçonha, para verificar se estaenzima colabora ou é responsável pelo <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>da</strong> SPB.Por meio <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptações na meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>scrita por Carrijo et al. (2005), a SPGP foiisola<strong>da</strong> <strong>da</strong> SPB. Para purificação foram realiza<strong>da</strong>s 4 cromatografias, sen<strong>do</strong> o rendimento<strong>da</strong> purificação <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 1,5% em relação ao material <strong>de</strong> parti<strong>da</strong>. A FIG.26trás o fluxograma <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> purificação <strong>de</strong>ssa enzima.FIG.26: Fluxograma <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> purificação <strong>da</strong> SPGP a partir <strong>da</strong> SPB. (Modifica<strong>do</strong> <strong>de</strong>Andrich, 2005).104


S200HR5.4.1. Cromatografia <strong>de</strong> filtração em Gel em coluna SephacrylA FIG.27 mostra o perfil cromatográfico obti<strong>do</strong> <strong>do</strong> fracionamento <strong>da</strong> fração solúvel <strong>da</strong>SPB em coluna <strong>de</strong> Sephacryl S 200 HR. Esta primeira etapa <strong>de</strong> purificação resultou emseis picos principais, sen<strong>do</strong> o conteú<strong>do</strong> protéico agrupa<strong>do</strong> em seis frações <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>sFI a FVI. Os testes eletroforéticos <strong>de</strong>monstraram que a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica estáprincipalmente associa<strong>da</strong> às frações FIII e FV (<strong>da</strong><strong>do</strong> não mostra<strong>do</strong>). A fração FIII, porapresentar maior conteú<strong>do</strong> protéico e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica intensa, foi seleciona<strong>da</strong>para <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> fracionamento.FIG.27: Perfil cromatográfico <strong>da</strong> Filtração em Gel <strong>da</strong> fração solúvel <strong>da</strong> SPB em ColunaSephacryl S 200 HR (1,2 x 120cm). A coluna foi equilibra<strong>da</strong> e eluí<strong>da</strong> com tampão fosfato10mM pH 7,4, a 4°C. O fluxo foi <strong>de</strong> 5,4ml/hora com frações <strong>de</strong> 1,8ml/tubo. O conteú<strong>do</strong>protéico <strong>do</strong> eluato foi estima<strong>do</strong> pela leitura <strong>da</strong> absorbância a 280nm. As abreviações FI a FVIcorrespon<strong>de</strong>m às frações agrupa<strong>da</strong>s.105


5.4.2. Cromatografia <strong>de</strong> troca aniônica em coluna DEAE CeluloseA fração FIII, com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica intensa foi submeti<strong>da</strong> à cromatografia <strong>de</strong>troca aniônica em coluna <strong>de</strong> DEAE-Celulose. Três grupos <strong>de</strong> proteínas foram obti<strong>do</strong>s e<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a concentração <strong>de</strong> sal necessária para sua eluição (FIII100,FIII200 e FIII400). A FIG.28 mostra o perfil obti<strong>do</strong> neste processo cromatográfico. Aativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica pre<strong>do</strong>minante estava associa<strong>da</strong> à fração FIII200 (FIG.29), a qualfoi utiliza<strong>da</strong> para <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> purificação.1,2FIII 2000,41A 280nm0,80,60,4FIII 3000,30,2[ NaCl ] M (-----)0,10,2FIII 10001 9 17 25 33 41 49 57 65 73 80 88Tubos0FIG.28: Perfil cromatográfico <strong>da</strong> troca aniônica <strong>da</strong> fração FIII. Coluna <strong>de</strong> troca aniônica(DEAE Celulose, 1,0 x 10cm). A coluna foi equilibra<strong>da</strong> e eluí<strong>da</strong> com tampão fosfato 10mM pH7,6, a 4°C e as proteínas foram eluí<strong>da</strong>s com <strong>um</strong> gradiente “step-wise” <strong>de</strong> NaCl (0; 0,1; 0,2 e0,4M). O fluxo foi <strong>de</strong> ~1,5ml/min com frações <strong>de</strong> 1,5ml/tubo. O conteú<strong>do</strong> protéico <strong>do</strong> eluato foiestima<strong>do</strong> pela leitura <strong>da</strong> absorbância a 280nm. As abreviações FIII100, FIII200 e FIII400correspon<strong>de</strong>m às frações agrupa<strong>da</strong>s.106


FIG.29: Zimograma <strong>da</strong>s frações obti<strong>da</strong>s <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> etapa <strong>de</strong> purificação cromatográfica.O zimograma em <strong>de</strong>talhe mostra a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica <strong>da</strong>s frações (~5µg) (A) FIII100, (B)FIII200 e (C) FIII400, utilizan<strong>do</strong> gel 7,5% <strong>de</strong> acrilami<strong>da</strong> em Tris- HCl pH 8,8 conten<strong>do</strong> 0,1% <strong>de</strong>gelatina. Após remoção <strong>do</strong> SDS <strong>do</strong> gel com Triton X-100, este foi incuba<strong>do</strong> em tampão fosfato0,1M pH 7,5 por 16h a 37°C. O gel foi revela<strong>do</strong> com azul <strong>de</strong> coomassie. A fração FIII200 foiseleciona<strong>da</strong> para <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> ao processo <strong>de</strong> purificação.5.4.3. Cromatografia em Coluna <strong>de</strong> Fase Reversa C4Nesta etapa, a fração FIII200 foi submeti<strong>da</strong> à cromatografia <strong>de</strong> fase reversa em HPLCutilizan<strong>do</strong> coluna analítica Supelco C4. Neste processo foram obti<strong>do</strong>s três picosprincipais, <strong>do</strong>is durante o gradiente <strong>de</strong> ACN (<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s FIII200/1 e FIII200/2), e <strong>um</strong>eluí<strong>do</strong> à 100% <strong>de</strong> ACN (<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> FIII200/3) (FIG.30). Os três picos foram testa<strong>do</strong>squanto à presença <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica, sen<strong>do</strong> FIII200/2, eluí<strong>do</strong> comaproxima<strong>da</strong>mente 39% <strong>de</strong> ACN, o único a apresentar tal ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> (FIG.31).107


FIG.30: Perfil cromatográfico obti<strong>do</strong> <strong>da</strong> etapa 3 <strong>de</strong> purificação: Coluna <strong>de</strong> fase reversa C4(Supelco, 0,46 x 15cm) equilibra<strong>da</strong> com solução <strong>de</strong> 0,1% <strong>de</strong> TFA em água. A cromatografiafoi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> usan<strong>do</strong> <strong>um</strong> gradiente linear <strong>de</strong> 0 a 50% <strong>de</strong> acetonitrila conten<strong>do</strong> 0,1% <strong>de</strong> TFAa 23°C. Amostra: FIIID200. O fluxo foi <strong>de</strong> 1,0ml/min. O conteú<strong>do</strong> protéico <strong>do</strong> eluato foiestima<strong>do</strong> pela absorbância a 280nm. A barra horizontal correspon<strong>de</strong> à fração com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>gelatinolítica.FIG.31: Zimograma <strong>da</strong>s frações obti<strong>da</strong>s <strong>da</strong> terceira etapa <strong>de</strong> purificação cromatográfica.O zimograma em <strong>de</strong>talhe mostra a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica <strong>da</strong> fração aplica<strong>da</strong> FIII200 (~5µg) e<strong>da</strong>s frações obti<strong>da</strong>s: FIII200/1, FIII200/2 e FIII200/3, utilizan<strong>do</strong> gel 7,5% <strong>de</strong> acrilami<strong>da</strong> emTris- HCl pH 8,8 conten<strong>do</strong> 0,1% <strong>de</strong> gelatina. Após remoção <strong>do</strong> SDS <strong>do</strong> gel com Triton X-100,este foi incuba<strong>do</strong> em tampão fosfato 0,1M pH 7,5 por 4h a 37°C. O gel foi revela<strong>do</strong> com azul <strong>de</strong>coomassie. Apenas a fração FIII200/2 apresentou ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica.108


5.4.4. Recromatografia em Coluna <strong>de</strong> Fase Reversa C18O perfil <strong>da</strong> recromatografia em Coluna <strong>de</strong> Fase Reversa C18 Supelco está mostra<strong>do</strong> naFIG.32. As proteínas foram eluí<strong>da</strong>s (com 48% <strong>de</strong> ACN), m <strong>um</strong> pico único e simétrico, oqual correspon<strong>de</strong> a enzima gelatinolítica SPGP.800100Abs 280nm600400806040%ACN20020000 10 20 30 40 50 60 70 80 90Tempo (minutos)FIG.32: Perfil <strong>da</strong> recromatografia em Fase Reversa (HPLC) <strong>da</strong> fração FIII200/2. A corri<strong>da</strong>cromatográfica foi realiza<strong>da</strong> em Coluna Supelco C18 (0,46 x 25cm) equilibra<strong>da</strong> com solução<strong>de</strong> 0,1% <strong>de</strong> TFA em água. A cromatografia foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> usan<strong>do</strong> <strong>um</strong> gradiente linear <strong>de</strong> 0 a60% <strong>de</strong> acetonitrila conten<strong>do</strong> 0,1% <strong>de</strong> TFA a 23°C. Amostra: FIIID200/2. O fluxo foi <strong>de</strong>1,0ml/min. O conteú<strong>do</strong> protéico <strong>do</strong> eluato foi estima<strong>do</strong> pela absorbância a 280nm, sen<strong>do</strong> oúnico pico encontra<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>nte a enzima gelatinolítica SPGP.5.4.5. Verificação <strong>da</strong> pureza <strong>da</strong> SPGPA verificação <strong>da</strong> pureza <strong>da</strong> SPGP foi avalia<strong>da</strong> por eletroforese em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong>(gradiente Laemmili), o qual está representa<strong>do</strong> na FIG.33. A observação <strong>de</strong> que aamostra conten<strong>do</strong> SPGP migrou como <strong>um</strong>a única ban<strong>da</strong> protéica sugere ahomogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> e pureza <strong>de</strong>ste componente, o qual foi então confirma<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> aenzima gelatinolítica SPGP (conforme previamente <strong>de</strong>scrito por Carrijo et al., 2005). Opeso molecular aparente <strong>da</strong> enzima purifica<strong>da</strong> está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com <strong>da</strong><strong>do</strong>s anteriormente109


publica<strong>do</strong>s por Carrijo et al. (2005), em torno <strong>de</strong> 80 kDa, quan<strong>do</strong> sob condições nãoredutoras.kDa2501055030FIG.33: Eletroforese em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong> sistema gradiente Laemmili paraverificação <strong>da</strong> homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> enzima purifica<strong>da</strong> (SPGP). (A) Marca<strong>do</strong>r <strong>de</strong> pesomolecular Rainbow; (B) SPB (~ 15µg); (C) FIII (~ 10µg); (D) FIII200 (~ 10µg); (E) SPGP (~5µg). Gel 7,5% <strong>de</strong> acrilami<strong>da</strong> em Tris-HCl, pH 8,8. As ban<strong>da</strong>s protéicas foram revela<strong>da</strong>s comazul <strong>de</strong> comassie.5.5. Avaliação <strong>do</strong> <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> a SPGPcélulas t<strong>um</strong>orais5.5.1. Avaliação <strong>do</strong> <strong>efeito</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> in vitro <strong>da</strong> SPGP sobreAssim com a SPB, a citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> SPGP foi avalia<strong>da</strong> sobre células RT2, CAE eT98. A FIG.34 mostra a citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> SPGP sobre células RT2, após 48 horas <strong>de</strong>tratamento. Foram testa<strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> 3,35x10 -13 M à 6,95x10 -10 M. Os resulta<strong>do</strong>sobti<strong>do</strong>s mostraram que células RT2 são mais sensíveis a SPGP que à SPB, como po<strong>de</strong>ser observa<strong>do</strong> pelo valor <strong>da</strong> DL 50 , calcula<strong>do</strong> em 8,81x10 -12 ±2,94x10 -12 M para essa110


enzima. Após 48 horas <strong>de</strong> tratamento, na maior concentração testa<strong>da</strong>, não foram encontra<strong>da</strong>scélulas vivas.100Sobrevivência (%controle)7550250-13 -12 -11 -10 -9 -8Log [SPGP] (Molar)FIG.34: Efeito citotóxico <strong>da</strong> SPGP sobre células RT2. Células RT2 foram semea<strong>da</strong>s emplacas <strong>de</strong> 96 poços e incuba<strong>da</strong>s com diferentes concentrações <strong>de</strong> SPGP a 37ºC por 48 horas. Ataxa <strong>de</strong> sobrevivência foi medi<strong>da</strong> pelo MTT. A SPGP foi significativamente citotóxica, <strong>de</strong>maneira <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, com <strong>um</strong>a DL 50 <strong>de</strong> 8,81x10 -12 ±2,94x10 -12 M. (p < 0,05).O <strong>efeito</strong> citotóxico <strong>da</strong> SPGP sobre células <strong>do</strong> CAE, após 48 horas <strong>de</strong> tratamento, émostra<strong>do</strong> na FIG.35. Foram testa<strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> 3,35x10 -13 M à 1,41x10e -9 M,sen<strong>do</strong> a DL 50 <strong>de</strong> 1,22x10 -11 ±6,56x10 -12 M. Células CAE foram mais resistentes quecélulas RT2 ao tratamento com SPGP, assim como ocorreu para a SPB.O <strong>efeito</strong> <strong>da</strong> SPGP sobre a sobrevivência <strong>de</strong> células T98 é mostra<strong>do</strong> na FIG.36. A SPGPfoi mais citotóxica que a SPB em células T98. Assim como nos testes com a peçonhabruta, as concentrações testa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> SPGP sobre células T98, não foram citotóxicas paramais <strong>de</strong> 50% <strong>da</strong>s células, o que impossibilitou o cálculo <strong>da</strong> DL 50 para essa linhagem. Acitotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima observa<strong>da</strong>, após 48 horas <strong>de</strong> tratamento, ocorreu nasconcentrações <strong>de</strong> 6,95x10 -10 M e 1,39x10 -9 M, on<strong>de</strong> a SPGP foi letal para 40 ±4,69% <strong>da</strong>scélulas.111


100Sobrevivência (%controle)7550250-13 -12 -11 -10 -9 -8Log [SPGP] MolarFIG.35: Efeito citotóxico <strong>da</strong> SPGP sobre células CAE. Células foram semea<strong>da</strong>s em placas <strong>de</strong>96 poços e incuba<strong>da</strong>s com diferentes concentrações <strong>de</strong> SPGP a 37ºC por 48 horas. A taxa <strong>de</strong>sobrevivência foi medi<strong>da</strong> pelo MTT, e a enzima foi significativamente citotóxica, <strong>de</strong> maneira<strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, com <strong>um</strong>a DL 50 <strong>de</strong> 1,22x10 -11 ±6,56x10 -12 M . (p < 0,05).100Sobrevivência (%controle)7550250-13 -12 -11 -10 -9 -8Log[SPGP] MolarFIG.36: Efeito citotóxico <strong>da</strong> SPGP sobre células T98. Células T98 foram semea<strong>da</strong>s em placas<strong>de</strong> 96 poços e incuba<strong>da</strong>s com diferentes concentrações <strong>da</strong> SPGP a 37ºC por 48 horas. A taxa <strong>de</strong>sobrevivência foi medi<strong>da</strong> pelo MTT. O <strong>efeito</strong> citotóxico máximo <strong>da</strong> SPGP ocorreu nas maioresconcentrações testa<strong>da</strong>s, on<strong>de</strong> a SPGP foi letal para 40,00 ±4,69% <strong>da</strong>s células. (p < 0,05).112


5.5.2. Análise <strong>da</strong> morfologia celular <strong>de</strong> células submeti<strong>da</strong>s àtratamento com SPGPAs análises morfológicas foram realiza<strong>da</strong>s com auxílio <strong>de</strong> <strong>um</strong>a câmera fotográficadigital acopla<strong>da</strong> à microscópio óptico (MO), on<strong>de</strong> as células foram visualiza<strong>da</strong>s efotografa<strong>da</strong>s.As alterações sofri<strong>da</strong>s pelas células RT2, CAE e T98, quan<strong>do</strong> submeti<strong>da</strong>s ao tratamentocom SPB e SPGP po<strong>de</strong>m ser observa<strong>da</strong>s nas FIG. 37, 38 e 39, respectivamente.O tratamento <strong>de</strong> células RT2 e CAE, com a SPGP, causou significativas alterações namorfologia <strong>de</strong>ssas células, as quais foram agrava<strong>da</strong>s com o a<strong>um</strong>ento <strong>da</strong> concentração<strong>de</strong>sta molécula no meio. Células T98 também apresentaram tais alterações, apesar <strong>de</strong>sua resistência a ação citotóxica <strong>da</strong> SPGP. As alterações mais aparentes foram a redução<strong>do</strong> vol<strong>um</strong>e citoplasmático, formação <strong>de</strong> vesículas (ou vacúolos) no citoplasma,irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s na membrana plasmática e arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong>mento celular. Também foiobserva<strong>da</strong> a formação <strong>de</strong> blebs.113


*FIG.37: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células RT2: alterações morfológicas após 48 horas <strong>de</strong>tratamento com SPGP. Imagens adquiri<strong>da</strong>s em Câmera fotográfica Digital Nikon Coolpix4500, acopla<strong>da</strong> ao MO (a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x). Células trata<strong>da</strong>s com SPGP sofreram redução <strong>do</strong>vol<strong>um</strong>e celular e apresentaram irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s na membrana plasmática (indica<strong>da</strong>s pelosasteriscos). O tratamento também causou a formação <strong>de</strong> blebs, os quais estão indica<strong>do</strong>s pelassetas pretas.114


FIG.38: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células CAE: alterações morfológicas após 48 horas <strong>de</strong>tratamento com SPGP. Imagens adquiri<strong>da</strong>s em Câmera fotográfica Digital Nikon Coolpix4500, acopla<strong>da</strong> ao MO (a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x). Os asteriscos indicam formação <strong>de</strong> blebs., enquantoas setas pretas mostram irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> membrana plasmática.115


FIG.39: Fotomicrografia óptica <strong>de</strong> células T98: alterações morfológicas após 48 horas <strong>de</strong>tratamento com SPGP. Imagens adquiri<strong>da</strong>s em Câmera fotográfica Digital Nikon Coolpix4500, acopla<strong>da</strong> ao MO (a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x). Po<strong>de</strong> –se observar a formação <strong>do</strong>s blebs (setaspretas) e irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> membrana plasmática (asteriscos), além <strong>do</strong> crescentearre<strong>do</strong>n<strong>da</strong>mento celular.116


SPGP5.5.3. Análise <strong>da</strong>s alterações <strong>do</strong> DNA cromossomal induzi<strong>da</strong>s pelaComo anteriormente menciona<strong>do</strong>, as análises <strong>de</strong> alterações <strong>do</strong> DNA cromossomal foramrealiza<strong>da</strong>s por meio <strong>de</strong> coloração com DAPI.Para realização <strong>do</strong>s experimentos células RT2 e CAE foram trata<strong>da</strong>s com SPGPrespectivamente nas concentrações <strong>de</strong> 8,01x10 -11 M e 1,01x10 -11 M, próximas a DL 50 (aqual foi previamente estabeleci<strong>da</strong> pelos experimentos <strong>de</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong>). Células T98foram trata<strong>da</strong>s com a maior <strong>do</strong>se utiliza<strong>da</strong> nos experimentos <strong>de</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> (1,39x10 -9 M). Células RT2 e CAE, após 48h <strong>de</strong> tratamento apresentaram con<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong>cromatina, fragmentação <strong>do</strong> DNA, e formação <strong>de</strong> corpos apoptóticos (FIG. 40 e 41).To<strong>da</strong>s as alterações morfológicas no DNA cromossomal observa<strong>da</strong>s são características<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> morte celular programa<strong>da</strong>. Em células T98, após 48 horas <strong>de</strong> tratamento,foi possível visualizar a con<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong> cromatina, mas as células não apresentaramformação <strong>de</strong> corpos apoptóticos (FIG.42).117


FIG.40: Análise <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células RT2 cora<strong>da</strong>s com DAPI, após 48horas <strong>de</strong> tratamento com SPGP (8,01x10 -11 M). Células RT2 cora<strong>da</strong>s com DAPI, após48 horas <strong>de</strong> tratamento com SPGP. A) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200x; B) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x. Setasfinas indicam con<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong> cromatina e setas grossas indicam corpos apoptóticos.118


FIG.41: Análise <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células CAE cora<strong>da</strong>s com DAPI, após 48horas <strong>de</strong> tratamento com SPGP (1,01x10 -11 M). A) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200x; B) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong>400x. Setas finas indicam con<strong>de</strong>nsação <strong>da</strong> cromatina e setas grossas indicam corposapoptóticos.119


FIG.42: Análise <strong>do</strong> DNA cromossomal <strong>de</strong> células T98 cora<strong>da</strong>s com DAPI, após 48horas <strong>de</strong> tratamento com SPGP (1,39x10 -9 M). Não foi observa<strong>da</strong> a formação <strong>de</strong>corpos apoptóticos, apesar <strong>da</strong> cromatina apresentar pontos <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação (indica<strong>do</strong>spelas setas). A) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200x; B) a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 400x.120


5.6. Síntese, avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica e avaliação <strong>da</strong>pureza radioquímica <strong>da</strong> son<strong>da</strong> radioativa <strong>de</strong> SPGP utilizan<strong>do</strong>125 I comoradiotraça<strong>do</strong>rCom o objetivo <strong>de</strong> avaliar o perfil <strong>de</strong> biodistribuição e a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> interação <strong>da</strong>SPGP com sítios <strong>de</strong> células t<strong>um</strong>orais in vivo, esta enzima foi radiomarca<strong>da</strong> com 125 I, <strong>de</strong>forma a se obter <strong>um</strong>a son<strong>da</strong> radioativa. Assim como a radiomarcação <strong>de</strong> moléculas com99m Tc, a radioio<strong>da</strong>ção consiste em <strong>um</strong> processo <strong>de</strong> marcação não isotópico. Por essemotivo a reação foi realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma a permitir a incorporação <strong>do</strong> radioisótopo apenasem concentrações traço, o que reduz possíveis alterações estruturais e eleva apreservação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica <strong>da</strong> molécula.Da reação <strong>de</strong> radiomarcação, obteve-se <strong>um</strong>a son<strong>da</strong> radioativa <strong>de</strong> alta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>específica (1,375x10 13 Bq/mmol) <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> [ 125 I]SPGP, a qual foi avalia<strong>da</strong> quanto asua pureza radioquímica, integri<strong>da</strong><strong>de</strong> estrutural e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica. A avaliação <strong>da</strong>pureza radioquímica por cromatografia em papel Whattman nº1, mostrou que orendimento <strong>da</strong> reação foi <strong>de</strong> 85% e a porcentagem <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP apóssua lavagem na resina cromatográfica DOWEX, foi <strong>de</strong> 99%.A integri<strong>da</strong><strong>de</strong> estrutural <strong>da</strong> molécula radiomarca<strong>da</strong> foi confirma<strong>da</strong> por cromatografia emsistema HPLC. Os perfis cromatográficos encontra<strong>do</strong>s foram os mesmos para SPGPnativa (FIG.43A) e radiomarca<strong>da</strong> (FIG.43B), sen<strong>do</strong> ambas eluí<strong>da</strong>s a 48% <strong>de</strong> ACN, em<strong>um</strong> pico simétrico, assim como ocorreu durante o processo <strong>de</strong> purificação <strong>de</strong>sta enzima.121


FIG.43: Controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> [125I]SPGP: avaliação <strong>da</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong> estrutural. Perfilcromatográfico obti<strong>do</strong> em Coluna <strong>de</strong> fase reversa C18 (Supelco, 0,46 x 25cm) equilibra<strong>da</strong>com solução <strong>de</strong> 0,1% <strong>de</strong> TFA em água. A cromatografia foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> usan<strong>do</strong> <strong>um</strong>gradiente linear <strong>de</strong> 0 a 60% <strong>de</strong> acetonitrila conten<strong>do</strong> 0,1% <strong>de</strong> TFA a 23°C, com fluxo <strong>de</strong>1,2ml/min. O conteú<strong>do</strong> protéico <strong>do</strong> eluato foi estima<strong>do</strong> pela absorbância a 280nm. A) Perfil <strong>da</strong>SPGP nativa. B) Perfil <strong>da</strong> [125I]SPGP. Ambas as moléculas foram eluí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> coluna com omesmo perfil e mesmo tempo <strong>de</strong> retenção, o que mostra a integri<strong>da</strong><strong>de</strong> estrutural <strong>da</strong> molécularadiomarca<strong>da</strong>.122


A avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica <strong>da</strong> SPGP foi realiza<strong>do</strong> através <strong>de</strong>eletroforese em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong> com substrato protéico (gelatina) copolimeriza<strong>do</strong>(zimografia), segun<strong>do</strong> item 5.6. O resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstraram que a e [ 125 I]SPGPmanteve seu padrão <strong>de</strong> migração e sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica, o que permitiu sua utilização nosexperimentos <strong>de</strong> biodistribuição e <strong>de</strong>tecção in vivo <strong>de</strong> sítios t<strong>um</strong>orais (FIG.44).FIG.44: Avaliação <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica <strong>da</strong> SPGP após reação <strong>de</strong>radioio<strong>da</strong>ção. O zimograma em <strong>de</strong>talhe mostra a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica (A) <strong>da</strong> SPGP nativa(5µg) e (B) <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP (~5µg). O gel mostra que a [ 125 I]SPGP manteve seu padrão <strong>de</strong>migração e sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica, o que permitiu sua utilização nos experimentos <strong>de</strong>biodistribuição e <strong>de</strong>tecção in vivo <strong>de</strong> sítios t<strong>um</strong>orais.Para verificar a pureza radioquímica <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP , foram realiza<strong>da</strong>s análisescomparativas in vivo entre seu perfil <strong>de</strong> biodistribuição e o possível contaminantegera<strong>do</strong> na reação <strong>de</strong> radiomarcação (Na 125 I). Para tal, camun<strong>do</strong>ngos Swiss fêmeas foraminjeta<strong>do</strong>s via en<strong>do</strong>venosa cau<strong>da</strong>l com 16,67x10 3 Bq <strong>de</strong> [ 125 I]SPGP e Na 125 I e disseca<strong>do</strong>spara avaliação <strong>da</strong> radioativi<strong>da</strong><strong>de</strong> capta<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> órgão. Os resulta<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>sna FIG.45 e <strong>de</strong>monstram que [ 125 I]SPGP e Na 125 I apresentam perfis completamentedistintos <strong>de</strong> biodistribuição. Também a eleva<strong>da</strong> captação <strong>de</strong> Na 125 I pela tireói<strong>de</strong>, comomenciona<strong>do</strong> anteriormente, po<strong>de</strong> ser <strong>um</strong> indica<strong>do</strong>r <strong>da</strong> pureza radioquímica, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a suajá estabeleci<strong>da</strong> afini<strong>da</strong><strong>de</strong> por essas moléculas. Nos experimentos, o contaminante foiconsi<strong>de</strong>ravelmente capta<strong>do</strong> pela tireói<strong>de</strong>, o que não ocorreu com a [ 125 I]SPGP. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s123


acima expostos confirmam a boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>ste radiofármacosintetiza<strong>do</strong>s como ferramenta para estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> biodistribuição in vivo.B50%DI/g403020Na 125 I[ 125 I]SPGP100Sangue Tireió<strong>de</strong> Coração Pulmão Fíga<strong>do</strong> Estômago Baço Intestino Rins Músculo Osso Cérebro30 min após injeçãoFIG.45: Verificação in vivo <strong>da</strong> pureza radioquímica <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP. Comparação <strong>do</strong>s perfis<strong>de</strong> biodistribuição <strong>da</strong> molécula radiomarca<strong>da</strong> e <strong>do</strong> possível contaminante presente (Na 125 I)após 30 minutos <strong>da</strong> injeção. Perfil <strong>de</strong> biodistribuição <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP e <strong>do</strong> Na 125 I. A distinção entreos perfis <strong>de</strong> biodistribuição <strong>do</strong>s contaminantes e <strong>da</strong> molécula radiomarca<strong>da</strong> confirma sua pureza.5.7. Determinação <strong>do</strong>s parâmetros farmacocinéticos e avaliação <strong>da</strong>interação in vivo <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP: Biodistribuição em animais com T<strong>um</strong>or <strong>de</strong> EhrlichEstu<strong>do</strong>s <strong>da</strong> cinética <strong>de</strong> biodistribuição também foram realiza<strong>do</strong>s com a son<strong>da</strong> radioativa[ 125 I]SPGP (Tabela 4). A concentração <strong>de</strong>sta molécula no sangue se manteve alta até otempo <strong>de</strong> 360 minutos (5,14±0,89%DI/g), se tornan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sprezível apenas 24 horas apósa injeção (0,39±0,01%DI/g). O T 1/2 no sangue foi <strong>de</strong> 47,88±2,79min, com <strong>um</strong>a<strong>de</strong>puração plasmática <strong>de</strong> 0,02mL/min e <strong>um</strong> vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> 0,25mL/g. Nocoração e no fíga<strong>do</strong>, a [ 125 I]SPGP apresentou-se em concentração significativa somenteno tempo <strong>de</strong> 1 min, com subseqüente redução em seus níveis. A baixa captaçãoencontra<strong>da</strong> no cérebro e cerebelo indica que a SPGP, bem como a SPB, não é capaz <strong>de</strong>atravessar a barreira hematoencefálica, provavelmente não exercen<strong>do</strong> ação direta sobreo Sistema Nervoso Central. Houve <strong>um</strong> acúmulo <strong>de</strong> [ 125 I]SPGP nos rins, com pico <strong>de</strong>captação no tempo <strong>de</strong> 30 minutos após injeção (30,23±6,69%DI/g), o que sugere que,assim com a SPB, a SPGP é preferencialmente excreta<strong>da</strong> por esse órgão. Apesar <strong>da</strong> alta124


captação renal, 24 horas após a injeção a [ 125 I]SPGP já havia si<strong>do</strong> quase completamenteelimina<strong>da</strong> (0,43±0,15%DI/g). Diferentemente <strong>da</strong> SPB, a [ 125 I]SPGP foisignificativamente capta<strong>da</strong> pelos ossos, e pâncreas.A FIG.46 mostra a comparação <strong>da</strong> concentração <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP na pata implanta<strong>da</strong> comt<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich e na pata contralateral normal. Ao contrário <strong>da</strong> peçonha bruta, a SPGPfoi significativamente capta<strong>da</strong> pelo t<strong>um</strong>or já no tempo <strong>de</strong> 10 minutos após a injeção(Pata com t<strong>um</strong>or: 2,43±0,32%DI/g; Pata normal: 1,39±0,09%DI/g). Além disso, aconcentração <strong>de</strong> [ 125 I]SPGP no t<strong>um</strong>or se manteve estável até 360 minutos após ainjeção, e mesmo após 24 horas, <strong>um</strong>a concentração significativa <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP ain<strong>da</strong>permanecia no t<strong>um</strong>or (0,68±0,1%DI/g).Tabela 4: Cinética <strong>da</strong> biodistribuição <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP (%DI/g), injeta<strong>da</strong> via en<strong>do</strong>venosa, emanimais com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich. (n=4; p


4%DI/g32* ** *101 10 30 60 180 360 1440Tem po após injeção (m inutos)Pata Normal Pata T<strong>um</strong>or*FIG.46: Comparação <strong>da</strong> captação <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP, injeta<strong>da</strong> via en<strong>do</strong>venosa, na pataimplanta<strong>da</strong> com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich e na pata sem t<strong>um</strong>or (pata normal), ao longo <strong>do</strong> tempo.A concentração <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP na região t<strong>um</strong>oral foi significativamente maior que na pata semt<strong>um</strong>or, após 10, 30, 60, 180 e 1440 minutos após a injeção en<strong>do</strong>venosa cau<strong>da</strong>l <strong>de</strong> 16,67x10 3 Bq<strong>da</strong> SPGP radiomarca<strong>da</strong> (n=4; *p


no perfil <strong>de</strong> biodistribuição e/ou interação com o t<strong>um</strong>or. Foram avalia<strong>do</strong>s os tempos 10,30 e 60 minutos pós-injeção. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> cinética <strong>de</strong> biodistribuição são mostra<strong>do</strong>sna Tabela 6.A via intrat<strong>um</strong>oral alterou o perfil <strong>de</strong> biodistribuição <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP, o que po<strong>de</strong> serexplica<strong>do</strong> pela alteração <strong>da</strong> biodisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta molécula. Na via intravenosa,100% <strong>da</strong> molécula administra<strong>da</strong> entra imediatamente na corrente sanguínea e ficadisponível para distribuição pelos órgãos, enquanto na via intrat<strong>um</strong>oral somente o que éextraí<strong>do</strong> <strong>da</strong> região <strong>da</strong> aplicação se encontra disponível para distribuição.Tabela 6: Cinética <strong>da</strong> biodistribuição <strong>da</strong> [125I]SPGP (%DI/g), injeta<strong>da</strong> via intrat<strong>um</strong>oral,em animais com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich (n=2; p


as concentrações <strong>de</strong>sta molécula quan<strong>do</strong> compara<strong>da</strong>s aos valores <strong>da</strong> biodistribuição viaintravenosa, no coração e pulmão. A captação renal foi significativamente reduzi<strong>da</strong>,passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 10,39±2,72%DI/g na via intravenosa para 2,56±0,59%DI/g naadministração intrat<strong>um</strong>oral, no tempo <strong>de</strong> 60 minutos. Também a captação nos ossos foidrasticamente reduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong> 18,20±8,30%DI/g (via intravenosa) para 0,96±0,75%DI/g(via intrat<strong>um</strong>oral), no tempo <strong>de</strong> 60 minutos após a injeção. A alteração <strong>da</strong> via <strong>de</strong>administração foi capaz <strong>de</strong> elevar os níveis <strong>de</strong> [ 125 I]SPGP na região t<strong>um</strong>oral e retar<strong>da</strong>r asaí<strong>da</strong> <strong>de</strong>sta molécula <strong>do</strong> t<strong>um</strong>or, como mostra a FIG.47. Mesmo após 60 minutos <strong>da</strong>injeção, 75,50±10,54%DI/g <strong>do</strong> radiofármaco permanecia no t<strong>um</strong>or.Para avaliar se essa permanência se <strong>de</strong>via simplesmente a aplicação local <strong>da</strong> molécula,ou se havia <strong>um</strong>a afini<strong>da</strong><strong>de</strong> real pelo t<strong>um</strong>or, animais com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich foraminjeta<strong>do</strong>s via intrat<strong>um</strong>oral com o possível contaminante <strong>do</strong> radiofármaco: o Na 125 I. AFIG.48 mostra a comparação <strong>da</strong> concentração <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP e <strong>do</strong> Na 125 I na pata comt<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich, após 10, 30 e 60 minutos <strong>da</strong> injeção intrat<strong>um</strong>oral. A concentração <strong>de</strong>Na 125 I no t<strong>um</strong>or diminui consi<strong>de</strong>ravelmente ao longo <strong>do</strong> tempo enquanto a [ 125 I]SPGPpermanece na região t<strong>um</strong>oral.10075***%DI/g5025010 30 60Tempo após injeção (minutos)Pata NormalPata T<strong>um</strong>orFIG.47: Comparação <strong>da</strong> captação <strong>de</strong> [ 125 I]SPGP na pata implanta<strong>da</strong> com t<strong>um</strong>or <strong>de</strong>Ehrlich e na pata sem t<strong>um</strong>or (pata normal), quan<strong>do</strong> administra<strong>da</strong> por via intrat<strong>um</strong>oral. Aconcentração <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP na região t<strong>um</strong>oral foi significativamente maior que na pata sem128


t<strong>um</strong>or, em to<strong>do</strong>s os tempos pós-injeção analisa<strong>do</strong>s, após injeção intrat<strong>um</strong>oral <strong>de</strong> 16,67x10 3 Bq <strong>da</strong>SPGP radiomarca<strong>da</strong> (n=2; *p


Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstraram que a concentração <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP diminuiconsi<strong>de</strong>ravelmente ao longo <strong>do</strong> tempo no e<strong>de</strong>ma, enquanto permaneceu estável naregião <strong>do</strong> t<strong>um</strong>or, o que indica o potencial uso <strong>de</strong>sta molécula para <strong>de</strong>tecção diferencial<strong>de</strong> sítios t<strong>um</strong>orais (FIG.49).10075***%DI/g5025010 30 60Tempo (minutos)E<strong>de</strong>maT<strong>um</strong>orFIG.49: Comparação <strong>da</strong> captação <strong>de</strong> [ 125 I]SPGP na pata com e<strong>de</strong>ma e na pata com t<strong>um</strong>or<strong>de</strong> Ehrlich, com injeções administra<strong>da</strong>s por via intrae<strong>de</strong>ma e intrat<strong>um</strong>oral. A concentração<strong>de</strong> [ 125 I]SPGP diminui consi<strong>de</strong>ravelmente ao longo <strong>do</strong> tempo na região <strong>do</strong> e<strong>de</strong>ma enquantopermaneceu estável na região t<strong>um</strong>oral. (n=2; *p


e os índices hematimétricos: seu tamanho (VCM– vol<strong>um</strong>e corpuscular médio), cor(HCM– hemoglobina corpuscular média e CHCM– concentração <strong>de</strong> hemoglobinacorpuscular média) e variações <strong>de</strong> diâmetro (RDW – cell distribution width), to<strong>do</strong>sparâmetros relaciona<strong>do</strong>s à presença <strong>de</strong> anemia. Também foram <strong>do</strong>sa<strong>da</strong>s hemoglobina,leucócitos totais, mielócitos, metamielócitos, neutrófilos bastonetes, neutrófilossegmenta<strong>do</strong>s, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos.A Tabela 7 trás os valores <strong>de</strong> referência <strong>do</strong>s parâmetros avalia<strong>do</strong>s no eritograma eleucograma, para <strong>um</strong> camun<strong>do</strong>ngo adulto (Jain, 1993).Tabela 7: Valores <strong>de</strong> referência em análises hematológicas <strong>de</strong> camun<strong>do</strong>ngos adultos.ERITOGRAMAHemoglobina (g/dL) 10,1 – 16,1Hemácias (x10 6 céls/µL) 6,5 – 10,1VCM (fL) 42,3 – 55,9CHCM (g/dL) 29,5 – 35,1HCM (g/dL) 13,7 – 18,1RDW (%) 11 - 16LEUCOGRAMA (céls/µL)Leucócitos totais 2610 – 10050Mielócitos 0Metamielócitos 0Neutrófilos bastonetes 0Neutrófilos segmenta<strong>do</strong>s 400 – 2000Eosinófilos 0 – 170BasófilosRarosLinfócitos 1270 - 8440Monócitos 0 - 290As análises realiza<strong>da</strong>s mostraram que o número, a forma e a cor <strong>da</strong>s hemáciaspermaneceram normais após o tratamento com SPB e SPGP, assim como asconcentrações <strong>de</strong> hemoglobina e <strong>de</strong>monstraram que a administração <strong>de</strong>stas substâncias131


não gerou anemia, hemólise ou eritrocitose (redução no número <strong>de</strong> hemácias). Osresulta<strong>do</strong>s são mostra<strong>do</strong>s na FIG.50.AHemácias (x10 6 céls/µL)15105B020Controle SPB SPGPHemoglobina (g/dL)10C5040300Controle SPB SPGPControleSPBSPGP20100VCM (fL) CHCM (g/dL) HCM (g/dL) RDW (%)FIG.50: Análise <strong>da</strong>s alterações hematológicas, nas células <strong>da</strong> série vermelha, gera<strong>da</strong>s pelaadministração <strong>de</strong> SPB e SPGP, em <strong>um</strong>a <strong>do</strong>se 10 vezes maior que a <strong>do</strong>se utiliza<strong>da</strong> emexperimentos <strong>de</strong> biodistribuição. (A) Contagem <strong>de</strong> hemácias <strong>do</strong>s animais controle e trata<strong>do</strong>s132


com SPB e SPGP. (B) Concentração <strong>da</strong> hemoglobina nas amostras analisa<strong>da</strong>s. (C) Valores <strong>do</strong>síndices hematimétricos. Nenh<strong>um</strong> <strong>do</strong>s parâmetros avalia<strong>do</strong>s foi significativamentealtera<strong>do</strong> pelos tratamentos com SPB e SPGP. (n=3) (p


metamielócitos, neutrófilos bastonetes, neutrófilos segmenta<strong>do</strong>s, eosinófilos e basófilos.Os níveis <strong>de</strong> totós os tipos celulares avalia<strong>do</strong>s permaneceu normal nos grupostrata<strong>do</strong>s.(n=3) (p


encontra<strong>da</strong> nos rins, fíga<strong>do</strong>, cérebro e coração, em ambos os tratamentos (FIG.53 e 54).O pulmão <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os animais, inclusive controle, apresentou leve dilatação <strong>do</strong>salvéolos pulmonares, indican<strong>do</strong> <strong>um</strong> início <strong>de</strong> enfisema pulmonar. Como esta alteraçãoocorreu também no grupo <strong>de</strong> camun<strong>do</strong>ngos controle é possível que seja resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>estresse, ou mesmo <strong>da</strong> forma <strong>de</strong> sacrifício emprega<strong>da</strong> (FIG.55).FIG.53: Fotomicrografia <strong>do</strong> rim, fíga<strong>do</strong>, cérebro e coração <strong>de</strong> <strong>um</strong> animal representativo<strong>do</strong> grupo trata<strong>do</strong> com 3µg <strong>de</strong> SPB, por 24 horas. Não foi observa<strong>da</strong> nenh<strong>um</strong>a alteraçãomorfológica aparente nos órgãos avalia<strong>do</strong>s. Coloração H.E. Foto adquiri<strong>da</strong> em MO, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong>200x.135


FIG.54: Fotomicrografia <strong>do</strong> rim, fíga<strong>do</strong>, cérebro e coração <strong>de</strong> <strong>um</strong> animal representativo<strong>do</strong> grupo trata<strong>do</strong> com 0,3µg <strong>de</strong> SPGP, por 24 horas. Não foi observa<strong>da</strong> nenh<strong>um</strong>a alteraçãomorfológica aparente nos órgãos avalia<strong>do</strong>s. Coloração H.E. Foto adquiri<strong>da</strong> em MO, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong>200x.FIG.55: Fotomicrografia <strong>do</strong> pulmão <strong>de</strong> animais representativos <strong>do</strong>s grupos A) Controle,B) trata<strong>do</strong> com 3µg <strong>de</strong> SPB, C) trata<strong>do</strong> com 0,3 µg <strong>de</strong> SPGP por, por 24 horas. Em to<strong>do</strong>s osgrupos foi observa<strong>da</strong> a presença <strong>de</strong> leve dilatação <strong>do</strong>s alvéolos pulmonares. Coloração H.E.Foto adquiri<strong>da</strong> em MO, a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> 200x.136


1376. DISCUSSÃO


6. DISCUSSÃOO câncer é a segun<strong>da</strong> causa <strong>de</strong> morte na maioria <strong>do</strong>s países <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, fican<strong>do</strong> atrásapenas <strong>da</strong>s mortes por problemas cardiovasculares. A Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>estima que 12,5% <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as mortes no mun<strong>do</strong> sejam conseqüência <strong>do</strong> câncer, sen<strong>do</strong>mais <strong>de</strong> 11 milhões <strong>de</strong> novos casos <strong>de</strong>scobertos to<strong>do</strong>s os anos.Para que o tratamento seja eficiente, é crucial que o diagnóstico seja realiza<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> nosestágios iniciais <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença. Mas apesar <strong>do</strong>s esforços atuais para redução <strong>do</strong>s casos fatais<strong>de</strong> câncer, a falta <strong>de</strong> fármacos capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar pequenas regiões potencialmenteneoplásicas e a inespecifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s quimioterápicos disponíveis levam a maioria <strong>do</strong>scasos <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença a serem diagnostica<strong>do</strong>s em estágios tardios, o que reduz as chances <strong>de</strong>cura total (OMS, 2006; Reubi et al., 2007).Uma droga eficiente no tratamento <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores <strong>de</strong>ve ser citotóxica para as célulast<strong>um</strong>orais, sem causar <strong>da</strong>nos excessivos às células normais (Vorherr, 1984). Tem si<strong>do</strong><strong>um</strong> <strong>de</strong>safio para físicos, químicos e biólogos i<strong>de</strong>ntificar e sintetizar essa molécula única,capaz <strong>de</strong> localizar e combater especifica e seletivamente células t<strong>um</strong>orais, ain<strong>da</strong> nosestágios iniciais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Pesquisas realiza<strong>da</strong>s com peçonhas animais (tais como <strong>de</strong> serpentes, aranhas, abelhas eescorpiões) têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que essas substâncias possuem alta toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> para célulast<strong>um</strong>orais e baixa toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre culturas <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s normais (Balasubashini et al.,2006). Diversos autores têm reporta<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> que a administração <strong>de</strong> <strong>do</strong>ses subletais <strong>de</strong>peçonha em camun<strong>do</strong>ngos implanta<strong>do</strong>s com t<strong>um</strong>or é capaz <strong>de</strong> reduzir o crescimentot<strong>um</strong>oral sem gerar <strong>da</strong>nos aos teci<strong>do</strong>s normais. Geralmente tal ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> está associa<strong>da</strong> àporção protéica <strong>de</strong>stas peçonhas (Mayer, 1999; Abu-Sinna et al., 2003).Enquanto peçonhas <strong>de</strong> animais terrestres têm si<strong>do</strong> bastante explora<strong>da</strong>s, os peixesvenenosos têm si<strong>do</strong> ignora<strong>do</strong>s nas pesquisas pela busca <strong>de</strong> substâncias com potencialterapêutico (Smith & Wheeler, 2006). Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, menos <strong>de</strong> 8% <strong>da</strong>s toxinas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>spertencem a peixes venenosos (Church & Hodgson, 2002). Essa <strong>de</strong>ficiência é em parte<strong>de</strong>vi<strong>da</strong> à falta <strong>de</strong> estimativas reais <strong>do</strong> número e diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong> peixes138


venenosos, e em parte <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> à dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> captura <strong>de</strong>stes animais para obtenção <strong>da</strong>speçonhas (Had<strong>da</strong>d Jr. et al., 2003).O peixe-escorpião Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri é o peixe mais venenoso <strong>do</strong> Oceano Atlântico.Ele pertence à família Scorpaeni<strong>da</strong>e, a qual é inclui os peixes-pedra (Synanceiaverrucosa) e os peixes-leão (Pterois volitans), entre outros (Church & Hodgson, 2002;Carrijo et al., 2005). O veneno <strong>do</strong>s Scorpaeni<strong>da</strong>e contém <strong>um</strong>a mistura <strong>de</strong> proteínas, emsua maioria consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s lábeis, e geralmente apresentam proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s fisiofarmacológicasem com<strong>um</strong> tais como hipotensão, hemólise e citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> (Aunstin etal. 1961; Carrijo et al., 2005). Quase não existem informações sobre as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sfarmacológicas e terapêuticas <strong>da</strong> peçonha <strong>do</strong> peixe-escorpião <strong>um</strong>a vez que a maior parte<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s com peçonhas <strong>de</strong> peixe têm se concentra<strong>do</strong> nos peixes-leão (Pteroisvolitans) e peixes-pedra (Garnier et al., 1995). Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong>scritos naliteratura para S. pl<strong>um</strong>ieri são limita<strong>do</strong>s ao estu<strong>do</strong> clínico e epi<strong>de</strong>miológico <strong>do</strong>senvenenamentos (Had<strong>da</strong>d Jr. et al., 2003), a <strong>um</strong>a caracterização inicial <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sbiológicas <strong>de</strong> sua peçonha e à purificação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a enzima com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> gelatinolítica apartir <strong>de</strong>sta peçonha (Carrijo et al., 2005).Desta forma, o presente estu<strong>do</strong> representa <strong>um</strong>a investigação pioneira <strong>da</strong>s possíveisproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s antit<strong>um</strong>orais <strong>de</strong>sta peçonha, bem como <strong>da</strong> única enzima purifica a partir<strong>de</strong>la. Também a radiomarcação e biodistribuição <strong>de</strong>stas substâncias, bem como aavaliação <strong>de</strong> seu potencial uso na <strong>de</strong>tecção in vivo <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores foram estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelaprimeira vez neste trabalho.6.1. Avaliação <strong>da</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> in vitro <strong>da</strong> SPB e SPGPCulturas <strong>de</strong> células t<strong>um</strong>orais têm se mostra<strong>do</strong> <strong>um</strong> excelente mo<strong>de</strong>lo para<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> experimentos in vitro que objetivem avaliar alterações <strong>de</strong>crescimento e proliferação celular, bem como estabelecer os mecanismos pelos quaisocorrem tais alterações (Correa et al., 2002).Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> in vitro <strong>de</strong> peçonhas <strong>de</strong> peixe foi anteriormente relata<strong>da</strong> para opeixe-leão Pterois volitans, a qual induz apoptose seletivamente em células <strong>de</strong> câncer.139


Os experimentos <strong>de</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> mostraram que a SPB foi significativamente maiscitotóxica para células RT2 e CAE que para células T98. O mesmo ocorreu para SPGP,a qual foi menos citotóxica para células T98. Apesar disso, os valores <strong>de</strong> DL 50mostraram que esse polipeptí<strong>de</strong>o foi significativamente mais citotóxico que a cisplatina,<strong>um</strong> agente quimioterápico clinicamente utiliza<strong>do</strong> para o tratamento <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores. ATabela 8 trás <strong>um</strong>a comparação <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> DL 50 obti<strong>do</strong>s para essas duas substâncias epara cisplatina.Tabela 8: Comparação <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> DL50 em células RT, CAE e T98 quan<strong>do</strong>trata<strong>da</strong>s com SPB, SPGP e cisplatinaLinhagem Valor <strong>da</strong> DL 50SPB (µg/mL) SPGP (Molar) Cisplatina (Molar)RT2 3,90±0,98 8,80x10 -12 ±2,94x10 -12 1,65x10 -5 ± 0,14x10 -5CAE 14,05±2,95 1,22x10 -11 ±6,56x10 -12 5,12x10 -7 ±1,33x10 -7T98 > 125 >1,39x10 -9 5,31x10 -6 ±1,94x10 -6Vários autores têm relata<strong>do</strong> que peptí<strong>de</strong>os <strong>de</strong> peçonhas animais têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> emexperimentos in vitro, que <strong>de</strong>sempenham importantes papéis na regulação <strong>de</strong> diversostipos <strong>de</strong> câncer, sugerin<strong>do</strong> que o tratamento em longo prazo, com o peptí<strong>de</strong>o a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>,ou moléculas análogas, po<strong>de</strong>m reduzir, ou mesmo bloquear o crescimento t<strong>um</strong>oral(Reubi et al, 2007). Balasubashini et al., (2006), relataram a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> <strong>de</strong><strong>um</strong> peptí<strong>de</strong>o purifica<strong>do</strong> <strong>da</strong> peçonha <strong>do</strong> peixe-leão Pterois volitans, o qual foi capaz <strong>de</strong>reduzir o crescimento t<strong>um</strong>oral in vivo em camun<strong>do</strong>ngos implanta<strong>do</strong>s com t<strong>um</strong>or ascítico<strong>de</strong> Ehrlich.O acompanhamento <strong>da</strong>s alterações morfológicas nas linhagens celulares pelo tratamentocom SPB e SPGP,e os experimentos <strong>de</strong> coloração com DAPI evi<strong>de</strong>nciaram alteraçõesobserva<strong>da</strong>s quan<strong>do</strong> a ação citotóxica <strong>do</strong> tratamento <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia a morte células porapoptose. Mesmo na linhagem celular mais resistente aos tratamentos, a T98, foipossível tais alterações morfológicas, mas com menor intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>.140


Wang & Ji (2005) em seus trabalhos com a peçonha bruta <strong>do</strong> escorpião Buthusmartensii relatou apoptose em células <strong>de</strong> glioblastoma murino, após tratamento <strong>da</strong>scélulas com 10 µg/mL <strong>de</strong>sta peçonha. A apoptose foi observa<strong>da</strong> por coloração comDAPI, e após 40 horas <strong>de</strong> tratamento, 63,08% <strong>da</strong>s células estavam em processo <strong>de</strong>apoptose. Também Debnath e colabora<strong>do</strong>res (2007) relataram que a peçonha <strong>da</strong>serpente Naja kaouthia induziu alterações morfológicas características <strong>da</strong> apoptose emcélulas <strong>de</strong> CAE. A peçonha <strong>do</strong> escorpião branco Heterometrus bengalensis foicitotóxica e apoptogênica para células h<strong>um</strong>anas leucêmicas, com <strong>um</strong>a DL 50 <strong>de</strong>41,5µg/mL para células U937 e 88,3 µg/mL para células K562 (após 48 horas <strong>de</strong>tratamento) (Gupta et al., 2007).A SPGP é <strong>um</strong>a enzima proteolítica, com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre substrato <strong>de</strong> gelatina, a qual foicaracteriza<strong>da</strong> como <strong>um</strong>a metaloprotease. As metaloproteases contém em sua estrutura<strong>um</strong> íon importante para sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> catalítica (Rawlings & Barrett, 1995), e <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong>sta família estão incluí<strong>da</strong>s as gelatinases, as quais são metaloen<strong>do</strong>pepti<strong>da</strong>sesespecíficas para a gelatina, atuam em pH neutro e têm pouca ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre outrossubstratos, como a caseína e a hemoglobina (Almei<strong>da</strong>, 2000). A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>metaloproteases <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar o processo <strong>de</strong> morte celular por apoptose já foianteriormente <strong>de</strong>scrito. A haliase, <strong>um</strong>a metaloprotease isola<strong>da</strong> <strong>do</strong> veneno <strong>da</strong> cobraGloydius halys induz apoptose em células en<strong>do</strong>teliais. Ela é capaz <strong>de</strong> hidrolisarcomponentes <strong>da</strong> matriz extracelular tais como fibronectina e colágeno, como tambémimpe<strong>de</strong> a interação <strong>de</strong> diferentes integrinas com a matriz. O mecanismo eluci<strong>da</strong><strong>do</strong> paraação <strong>de</strong> tal enzima <strong>de</strong>ixa clara sua estreita relação coma ativação <strong>da</strong> caspase-3 e <strong>um</strong>aredução nos níveis <strong>de</strong> Bcl2 e Bax, <strong>um</strong>a cascata que leva a apoptose através <strong>da</strong> ativação<strong>da</strong> via extrínseca (You et al., 2003). Tr<strong>um</strong>mal et al. (2005), também isolaram <strong>da</strong>peçonha <strong>da</strong> cobra Vipera labetina <strong>um</strong>a metaloprotease indutora <strong>de</strong> apoptose. Essamolécula mostrou a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar a apoptose em células en<strong>do</strong>teliaisHUVEC. O mecanismo <strong>de</strong> ação pelo qual ocorre ain<strong>da</strong> precisa ser estu<strong>da</strong><strong>do</strong>.Durante os últimos 15 anos, o interesse <strong>da</strong> ciência clínica e básica na influência <strong>da</strong>morte celular programa<strong>da</strong> sobre a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores tem cresci<strong>do</strong>dramaticamente (Brown & Wouters, 1999). Atualmente se aceita que a morte celularapós <strong>da</strong>nos no DNA por agentes anticâncer é primariamente resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> apoptose, eque células que por alg<strong>um</strong> motivo são capazes <strong>de</strong> evitá-la se tornam resistentes. A141


necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> presença <strong>do</strong> gene P53 selvagem para o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>da</strong> apoptoseapós <strong>da</strong>nos genotóxicos por tais agentes, incluin<strong>do</strong> a radiação ionizante e substâncias <strong>de</strong>origem natural, tem si<strong>do</strong> claramente <strong>de</strong>monstra<strong>da</strong>, principalmente em célulastransforma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> roe<strong>do</strong>res (Lowe et al., 1993; Komarova et al., 1997).Se o mecanismo <strong>de</strong> ação citotóxico <strong>da</strong> SPB e SPGP ocorre através <strong>do</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento<strong>da</strong> apoptose, a resistência <strong>da</strong>s células T98 e maior sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> RT2 e CAE a essassubstâncias po<strong>de</strong>m estar relaciona<strong>da</strong>s justamente ao status <strong>do</strong> gene P53 <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> <strong>um</strong>a<strong>de</strong>stas linhagens. Células RT2 e CAE possuem o gene p53 selvagem (regula<strong>do</strong>normalmente) enquanto células T98 são mutantes para tal gene, o que permitiria <strong>um</strong>aresistência a apoptose nestas células.Mas, apesar <strong>de</strong> sua maior resistência, as células T98 apresentaram as alteraçõesmorfológicas características <strong>do</strong> início <strong>da</strong> apoptose. Igney e Krammer (2002),arg<strong>um</strong>entam que mesmo com to<strong>da</strong>s as evidências <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> gene P53 selvagempara o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>da</strong> apoptose, alguns estu<strong>do</strong>s vêm reunin<strong>do</strong> indicações <strong>de</strong> queexistem rotas alternativas que levam as células a morte por apoptose mesmo quan<strong>do</strong>elas não possuem o gene P53 funcionan<strong>do</strong> corretamente. Esses resulta<strong>do</strong>s aparecemquan<strong>do</strong> as células são expostas por maior perío<strong>do</strong> ou a maiores concentrações às drogas(Brown & Wouters, 1999;). É necessário então que se realizem novos testes com célulasT98, elevan<strong>do</strong> seu tempo <strong>de</strong> exposição à SPB e SPGP, e elevan<strong>do</strong> as concentrações<strong>de</strong>stas substâncias.Outros testes <strong>de</strong>vem ser realiza<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>terminar com maior precisão o mecanismopelo qual se dá o <strong>efeito</strong> citotóxico <strong>da</strong> SPB e SPGP, tais como citometria <strong>de</strong> fluxo,coloração com anexina/PI, testes para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> caspases, etc.6.2. Obtenção <strong>de</strong> son<strong>da</strong>s radioativa <strong>de</strong> SPB e SPGP para estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>biodistribuição e imagemA <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s parâmetros farmacocinéticos e <strong>da</strong> toxicologia são aspectos muitoimportantes durante a pesquisa para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos fármacos. Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>distribuição, concentração, função e localização <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> molécula são142


fun<strong>da</strong>mentais para enten<strong>de</strong>r seu papel biológico e eluci<strong>da</strong>r seus potenciais usos paratratamento <strong>do</strong>s mais diversos distúrbios. Para realizar tais estu<strong>do</strong>s, utilizam-se versões<strong>de</strong>stas moléculas liga<strong>da</strong>s a <strong>um</strong>a substância capaz <strong>de</strong> ser localiza<strong>da</strong>. Na maioria <strong>da</strong>s vezesessa substância é <strong>um</strong> átomo radioativo. Os radionuclí<strong>de</strong>os mais utiliza<strong>do</strong>s são o io<strong>do</strong>-125 e o tecnécio-99m.Neste trabalho son<strong>da</strong>s radioativas foram sintetiza<strong>da</strong>s com alta eficiência (75-85% <strong>de</strong>rendimento) e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica bastante satisfatória, ([ 99m Tc]SPB =0,352x10 9 Bq/mg/ [ 125 I]SPGP = 375x10 13 Bq/mmol) na mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong>moléculas radiomarca<strong>da</strong>s comerciais. Após as reações <strong>de</strong> síntese tanto a SPB quanto aSPGP continuaram biologicamente ativas, o que permitiu sua utilização nosexperimentos <strong>de</strong> biodistribuiçãoA administração <strong>de</strong> <strong>do</strong>ses <strong>de</strong>z vezes maiores que as <strong>do</strong>ses utiliza<strong>da</strong>s nos experimentos<strong>de</strong> biodistribuição não gerou alterações hematológicas significativas e nem alteraçõesmorfológicas visíveis. O aparecimento <strong>de</strong> <strong>um</strong>a dilatação <strong>do</strong>s alvéolos pulmonares po<strong>de</strong>ser <strong>um</strong>a conseqüência <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> sacrifício emprega<strong>do</strong> e <strong>um</strong>a ação <strong>da</strong>s substânciasinjeta<strong>da</strong>s, <strong>um</strong>a vez que o controle também apresentou tal alteração. Segun<strong>do</strong> McInnes(2005), as alterações morfológicas observa<strong>da</strong>s ao microscópio nem sempre estãorelaciona<strong>da</strong>s a <strong>um</strong>a patologia tecidual. Os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sacrifício, bem como ascondições anteriores à morte <strong>do</strong>s animais po<strong>de</strong> gerar tais alterações, as quais não sãoconseqüência direta <strong>da</strong> administração <strong>de</strong> <strong>um</strong>a droga O aparecimento <strong>de</strong> dilataçãoalveolar geralmente está relaciona<strong>do</strong> a alg<strong>um</strong> tipo <strong>de</strong> estresse no momento <strong>do</strong> sacrifício.A guilhotina foi escolhi<strong>da</strong> como méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> sacrifício por ser rápi<strong>da</strong>, não geraralterações nos parâmetros hematológicos e permitir precisão nos tempos <strong>de</strong> sacrifícioem experimentos <strong>de</strong> cinética <strong>de</strong> biodistribuição. Outros méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sacrifício, tais como<strong>do</strong>ses eleva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> anestésicos, também po<strong>de</strong>m gerar alterações hematológicas eteciduais, irritação <strong>da</strong>s vias aéreas entre outros, o que po<strong>de</strong> ocasionar o aparecimento <strong>de</strong>resulta<strong>do</strong>s semelhantes ao encontra<strong>do</strong>s neste trabalho.A son<strong>da</strong> radioativa [ 99m Tc]SPB foi mais citotóxica para células RT2 que a SPB nativa,sen<strong>do</strong> a menor concentração testa<strong>da</strong> (0,5µg/mL) citotóxica para 77,75±2,08% <strong>da</strong>scélulas. Segun<strong>do</strong> Salvajoli et al. (1999), além <strong>do</strong>s tratamentos antineoplásicostradicionais, como a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, <strong>um</strong>a <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s143


estratégias terapêuticas contra t<strong>um</strong>ores é a utilização combina<strong>da</strong> <strong>de</strong> radiação com <strong>um</strong>amolécula quimioterápica capaz <strong>de</strong> elevar a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s células à radiação. Estes<strong>da</strong><strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m indicar que a SPB possui potencial radiossensibiliza<strong>do</strong>r sobre célulasRT2.Para avaliar o perfil <strong>de</strong> biodistribuição e a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> interação com t<strong>um</strong>ores in vivo,a [ 99m Tc]SPGP e a [ 125 I]SPGP foram administra<strong>da</strong>s via en<strong>do</strong>venosa em animais comt<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich. Este mo<strong>de</strong>lo animal é bastante utiliza<strong>do</strong> na oncologia experimental,pois permite o conhecimento prévio <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e características iniciais <strong>da</strong>s célulast<strong>um</strong>orais inocula<strong>da</strong>s, e possui <strong>um</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rápi<strong>do</strong>, o que diminui os tempos <strong>de</strong>estu<strong>do</strong> (Da Silva et al., 2004).O estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> cinética <strong>de</strong> biodistribuição <strong>da</strong> SPB mostrou que esta peçonha possui rápi<strong>da</strong><strong>de</strong>puração plasmática (0,02mL/min com <strong>um</strong> T 1/2 <strong>de</strong> 6,31±0,41min), o que é <strong>um</strong>acaracterística favorável para aquisição <strong>de</strong> imagem, <strong>um</strong>a vez que baixas concentraçõessanguíneas <strong>da</strong> molécula reduzem o background nas imagens. A captação <strong>da</strong> [ 99m Tc]SPBno fíga<strong>do</strong> e rins indica que estes órgão são os responsáveis pela metabolização eexcreção <strong>de</strong>sta molécula, e a baixa captação no cérebro e cerebelo mostram que a SPBnão é capaz <strong>de</strong> ultrapassar a barreira hematoencefálica.Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s mostraram que a SPGP é preferencialmente excreta<strong>da</strong> pelos rins, e não ésignificativamente capta<strong>da</strong> pelo cérebro e cerebelo.Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> biodistribuição mostraram que as moléculas testa<strong>da</strong>s não foram capazes <strong>de</strong>atravessar significativamente a barreira hematoencefálica, o que seria <strong>um</strong> problemadurante a administração en<strong>do</strong>venosa <strong>de</strong>stas moléculas em mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores cerebrais.Entretanto, segun<strong>do</strong> Wrensch et al. (2002), gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong>s moléculas são capazes <strong>de</strong>atravessar a barreira quan<strong>do</strong> ocorrem gran<strong>de</strong>s distúrbios cerebrais, tais como oestabelecimento <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores <strong>da</strong> glia, como gliobastomas. Desta forma os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>snão impe<strong>de</strong>m futuros estu<strong>do</strong>s em mo<strong>de</strong>los animais com t<strong>um</strong>ores cerebrais.O processo <strong>de</strong> radiomarcação por iodinação direta <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> tirosinas em proteínasgera estruturas semelhantes a tiroxinas, as quais são facilmente <strong>de</strong>salogena<strong>da</strong>s noorganismo. Desta forma, proteínas radiomarca<strong>da</strong>s pelo méto<strong>do</strong> direto freqüentemente144


sofrem <strong>de</strong>salogenações e liberam io<strong>do</strong> no organismo, o qual se ac<strong>um</strong>ula na tireói<strong>de</strong> e noestômago (Hulme, 1991). Os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> biodistribuição mostraram que a [ 125 I]SPGPé estável no organismo, sofren<strong>do</strong> baixa <strong>de</strong>salogenação, <strong>um</strong>a vez que a captação nosórgãos acima cita<strong>do</strong>s foi muito baixa.A SPGP apresentou <strong>um</strong>a <strong>de</strong>puração plasmática mais lenta que a SPGP (0,217mL/mincom T 1/2 <strong>de</strong> 47,88±2,79min). Apesar disto, após 24 horas apenas concentrações<strong>de</strong>sprezíveis foram encontra<strong>da</strong>s no sangue. O 111 In-DTPA-Octreoti<strong>de</strong>o, <strong>um</strong> análogosintético <strong>da</strong> somatostatina amplamente utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> t<strong>um</strong>oresneuroendócrinos, possui clearance sanguíneo ain<strong>da</strong> mais lento, e as imagens a partir<strong>de</strong>ste radiofármaco só po<strong>de</strong>m ser obti<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 4 a 24 horas após sua administração(Knight, 2005).O vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong> SPB (0,45mL/g) foi maior que o <strong>da</strong> SPGP (0,25/mL),indican<strong>do</strong> que a SPB é mais rápi<strong>da</strong> e amplamente distribuí<strong>da</strong> para os teci<strong>do</strong>s.Também foi observa<strong>da</strong> <strong>um</strong>a captação eleva<strong>da</strong> <strong>da</strong> SPGP nos ossos. Segun<strong>do</strong> Delaissé etal. (1992) diversas metaloproteinases participam <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> reabsorção ósseaatravés <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> matriz, e este é <strong>um</strong> processo contínuo no organismo, o quepo<strong>de</strong> justificar o direcionamento <strong>de</strong>sta molécula para os ossos.Apesar <strong>da</strong> SPB não ter se liga<strong>do</strong> especificamente ao t<strong>um</strong>or, a SPGP apresentousignificativa captação nesta região, apresentan<strong>do</strong>-se em altas proporções no t<strong>um</strong>ormesmo após 24 horas após a administração. A ligação <strong>da</strong> SPGP ao teci<strong>do</strong> t<strong>um</strong>oral, e amanutenção <strong>de</strong>sta ligação mesmo após 24 horas, <strong>de</strong>ve ser vista <strong>de</strong> forma positiva. Issopermite a <strong>de</strong>tecção após a <strong>um</strong>a redução <strong>do</strong>s níveis <strong>da</strong> molécula no sangue, osso,músculos e rins, o que reduz o background na imagem e permite <strong>um</strong>a <strong>de</strong>tecção maiscorreta <strong>do</strong>s sítios t<strong>um</strong>orais.A administração <strong>da</strong> droga por injeção direta na região t<strong>um</strong>oral tem si<strong>do</strong> vastamenteestu<strong>da</strong><strong>da</strong> na última déca<strong>da</strong>, mais tem si<strong>do</strong> pouco utiliza<strong>da</strong> nas clínicas. Em parte, a baixautilização <strong>de</strong>sta via se <strong>de</strong>ve a natureza invasiva <strong>da</strong> administração, e à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>conhecimento <strong>da</strong> localização <strong>do</strong> t<strong>um</strong>or. Mas, estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> biodistribuição com drogasadministra<strong>da</strong>s por essa via são importantes para <strong>de</strong>terminar alterações no perfil <strong>de</strong>145


distribuição e captação <strong>do</strong> fármaco, além <strong>de</strong> avaliar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> geração <strong>de</strong>fármacos <strong>de</strong> aplicação tópica. (Lammers et al., 2006)Segun<strong>do</strong> Shen et al. (2005), a vantagem <strong>da</strong> administração intrat<strong>um</strong>oral <strong>do</strong> radiofármacoé que <strong>de</strong>sta forma a radiação po<strong>de</strong> agir mais intensa e localmente, sem que os órgãosvizinhos sadios sejam significativamente irradia<strong>do</strong>s. Esse mesmo autor, em testes com aTM-601, <strong>um</strong> peptí<strong>de</strong>o <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>da</strong> peçonha <strong>do</strong> escorpião Leiurus quinquestriatus,administrou a toxina via intracranial, visan<strong>do</strong> <strong>de</strong>tectar e tratar <strong>um</strong> glioma maligno. Aalteração <strong>da</strong> via <strong>de</strong> injeção elevou a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> imagem adquiri<strong>da</strong> e reduziu aconcentração <strong>da</strong> toxina nos <strong>de</strong>mais órgãos, o que conseqüentemente diminuiu os <strong>efeito</strong>scolaterais gra<strong>do</strong>s pela TM-601.Também para a SPGP, a administração intrat<strong>um</strong>oral elevou os níveis <strong>da</strong> molécula not<strong>um</strong>or e seu tempo <strong>de</strong> residência, além <strong>de</strong> reduzir a exposição <strong>do</strong>s outros órgãos àradiação (<strong>de</strong>vi<strong>da</strong> a menor captação pelos mesmos). As biodistribuições realiza<strong>da</strong>s comNa 125 I mostraram que o io<strong>do</strong> não permanece em altas concentrações no t<strong>um</strong>or, mesmoquan<strong>do</strong> administra<strong>do</strong> intrat<strong>um</strong>oralmente. A SPGP também não permanece no local <strong>da</strong>injeção quan<strong>do</strong> injeta<strong>da</strong> em animais com e<strong>de</strong>ma, o que indica <strong>um</strong>a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>diferenciar sítios t<strong>um</strong>orais <strong>de</strong> inflamatórios.146


7. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS147


7.1. CONCLUSÕES• A peçonha <strong>do</strong> peixe escorpião, SPB, bem como a enzima purifica<strong>da</strong> a partir<strong>de</strong>sta peçonha, possuem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> contra células <strong>de</strong> t<strong>um</strong>orescerebrais e carcinoma <strong>de</strong> mama murino;• A SPGP foi mais citotóxica para as linhagens celulares testa<strong>da</strong>s que a cisplatina,o controle positivo <strong>de</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> utiliza<strong>do</strong>;• Células RT2 são mais sensíveis a SPB e SPGP que células CAE e T98;• Células T98 são mais resistentes que células RT2 e CAE, para ambas assubstâncias testa<strong>da</strong>s;• SPB e SPGP possivelmente <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam morte celular por apoptose;• Uma son<strong>da</strong> radioativa <strong>de</strong> SPB utilizan<strong>do</strong> 99m Tc como radiotraça<strong>do</strong>r foisintetiza<strong>da</strong> com sucesso, alta pureza radioquímica e alta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica;• Uma son<strong>da</strong> radioativa <strong>de</strong> SPGP utilizan<strong>do</strong> 125 I como radiotraça<strong>do</strong>r foi sintetiza<strong>da</strong>com sucesso, alta pureza radioquímica e alta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica;• SPB e SPGP não atravessam a barreira hematoencefálica, nas condiçõestesta<strong>da</strong>s;• A SGP se liga muito mais ao t<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich que a SPB in vivo;• A SPGP permanece em concentração significativa na região t<strong>um</strong>oral por até 24horas;• A administração intrat<strong>um</strong>oral <strong>da</strong> SPGP elevou seu tempo <strong>de</strong> residência no t<strong>um</strong>ore reduziu a captação <strong>do</strong>s órgãos <strong>de</strong> excreção, nos tempos observa<strong>do</strong>s;• A SPB e SPGP não provocaram alterações hematológicas em camun<strong>do</strong>ngos,mesmo quan<strong>do</strong> administra<strong>da</strong>s em concentrações <strong>de</strong>z vezes maiores que asutiliza<strong>da</strong>s nos experimentos <strong>de</strong> biodistribuição;• Os resulta<strong>do</strong>s indicam o potencial <strong>da</strong> SOB como fonte <strong>de</strong> moléculas para<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos fármacos;• Os resulta<strong>do</strong>s indicam potencial uso <strong>da</strong> SPGP como mol<strong>de</strong> para<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos fármacos para diagnóstico e tratamento <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores.148


7.2. PERSPECTIVAS• I<strong>de</strong>ntificar outras moléculas <strong>da</strong> SPB envolvi<strong>da</strong>s em sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong>;• Realizar estu<strong>do</strong>s para verificação <strong>do</strong> mecanismo <strong>de</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> SPB eSPGP;• Realizar estu<strong>do</strong>s <strong>da</strong> cinética completa <strong>da</strong> SPGP administra<strong>da</strong> via intrat<strong>um</strong>oral;• Realizar novos experimentos <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> imagem cintilográfica, pordiferentes vias <strong>de</strong> injeção, para confirmação <strong>do</strong> potencial uso <strong>da</strong> SPGPradiomarca<strong>da</strong> com 131 I para radiodiagnóstico.• Ten<strong>do</strong> em vista que a [ 125 I]SPGP foi <strong>um</strong> bom marca<strong>do</strong>r t<strong>um</strong>oral in vivo, suaversão radiomarca<strong>da</strong> com 131 I po<strong>de</strong>ria ser utiliza<strong>da</strong> para radiodiagnóstico in vivoe radioterapia interna. De fato, experimentos preliminares sugerem que a versão<strong>de</strong> SPGP radiomarca<strong>da</strong> com 131 I se mantém ativa após a reação <strong>de</strong> radiosíntese, epo<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> para <strong>de</strong>tecção em gama-câmara (conforme po<strong>de</strong> servisualiza<strong>do</strong> no Apêndice B).149


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166APÊNDICE


APÊNDICE ARadiações ionizantes e seus <strong>efeito</strong>s biológicosA radiação é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como qualquer processo físico <strong>de</strong> emissão e propagação <strong>de</strong>energia, seja por intermédio <strong>de</strong> fenômenos ondulatórios, seja por meio <strong>de</strong> partículas<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> energia cinética (Car<strong>do</strong>so, 2006).Radiação ionizante é a radiação cuja energia é superior à energia <strong>de</strong> ligação <strong>do</strong>s elétronsao átomo. Elas possuem energia suficiente para atravessar a matéria e remover seuselétrons, geran<strong>do</strong> átomos e moléculas ioniza<strong>da</strong>s. A radiação ionizante po<strong>de</strong> serparticula<strong>da</strong> (partículas alfa, beta e nêutrons) ou eletromagnética (radiação gama e raiosX), ambas emiti<strong>da</strong>s por núcleos <strong>de</strong> átomos instáveis (FIG.1) (Thrall, 2003).As partículas alfa (α) são constituí<strong>da</strong>s por <strong>do</strong>is prótons e <strong>do</strong>is neutros, o que caracteriza<strong>um</strong> núcleo <strong>de</strong> hélio ( 4 2He). Por possuírem carga elétrica e massa, essas partículas nãopossuem gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> penetração, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser barra<strong>da</strong>s por <strong>um</strong>a folha <strong>de</strong> papel o<strong>um</strong>esmo pela epi<strong>de</strong>rme. Por esse motivo, só representam perigo a saú<strong>de</strong> se ingeri<strong>da</strong>s(Biral, 2002). As partículas beta (β) são elétrons emiti<strong>do</strong>s por núcleos atômicosinstáveis, e po<strong>de</strong>m possuir carga elétrica negativa (β - , o negatron), quan<strong>do</strong> o núcleopossui excesso <strong>de</strong> nêutrons, ou positiva (β + , o pósitron) quan<strong>do</strong> existe <strong>um</strong> excesso <strong>de</strong>prótons. A partícula β - é resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> conversão <strong>de</strong> <strong>um</strong> nêutron em <strong>um</strong> próton, enquantopartículas β + surgem <strong>da</strong> conversão <strong>de</strong> <strong>um</strong> próton em <strong>um</strong> nêutron. Por possuírem massamuito pequena tem po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> penetração maior que o <strong>da</strong>s partículas α, mas po<strong>de</strong>m serfacilmente conti<strong>da</strong>s por alguns centímetros <strong>de</strong> acrílico ou plástico. Nos teci<strong>do</strong>s sãocapazes <strong>de</strong> penetrar cerca <strong>um</strong> cm, ocasionan<strong>do</strong> <strong>da</strong>nos à pele mas não aos órgãosinternos, a não ser que sejam ingeri<strong>da</strong>s ou aspira<strong>da</strong>s. Os raios gama (γ) são on<strong>da</strong>seletromagnéticas emiti<strong>da</strong>s por núcleos instáveis logo após a emissão <strong>de</strong> <strong>um</strong>a partícula αou β. Sua emissão permite o <strong>de</strong>scarte <strong>do</strong> excesso <strong>de</strong> energia que ain<strong>da</strong> persistia nonúcleo, levan<strong>do</strong> o átomo a <strong>um</strong> esta<strong>do</strong> estável. Por não possuírem massa ou carga, essesraios possuem gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> penetração, sen<strong>do</strong> para<strong>do</strong>s apenas por grossas barreiras<strong>de</strong> concreto ou metal <strong>de</strong> alto número atômico (FIG.2) (Turner, 1995; Goodhead, 1999;Thrall, 2003; Andreucci, 2005; Car<strong>do</strong>so, 2006; Nouailhetas, 2006).167


FIG.56: Emissão <strong>de</strong> partículas e raios gama por núcleos instáveis. Para alcançar aestabili<strong>da</strong><strong>de</strong> núcleos muito energéticos emitem partículas visan<strong>do</strong> reduzir seu nível energético.Quan<strong>do</strong> a emissão particula<strong>da</strong> não é suficiente, o excesso <strong>de</strong> energia é <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong> na forma <strong>de</strong>raios gama. Fonte: Car<strong>do</strong>so, 2006.FIG.57: Diferentes tipos <strong>de</strong> emissões radioativas e seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> penetração. Radiação Alfaconsiste em <strong>um</strong> núcleo <strong>de</strong> hélio e é <strong>de</strong>ti<strong>da</strong> por <strong>um</strong>a folha <strong>de</strong> papel. Radiação Beta são elétrons, eé <strong>de</strong>ti<strong>da</strong> por <strong>um</strong>a folha <strong>de</strong> al<strong>um</strong>ínio. Radiação Gama e X são on<strong>da</strong>s eletromagnéticas e éparcialmente absorvi<strong>da</strong> ao penetrar em <strong>um</strong> material <strong>de</strong>nso. A<strong>da</strong>pta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Andreucci, 2005.168


As emissões <strong>de</strong> radiação por <strong>um</strong> átomo são realiza<strong>da</strong>s ao acaso, não sen<strong>do</strong> possível<strong>de</strong>terminar o momento em que <strong>um</strong> núcleo irá <strong>de</strong>cair liberan<strong>do</strong> radiação. Apesar disso,em <strong>um</strong>a amostra com gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> átomos é possível avaliar a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>certo número <strong>de</strong> emissões ocorrerem em <strong>um</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo. Essa taxa <strong>de</strong> emissões échama<strong>da</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Car<strong>do</strong>so, 2006). A uni<strong>da</strong><strong>de</strong> padrão <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>radioisótopo é o Becquerel (Bq), equivalente a <strong>um</strong> átomo se <strong>de</strong>sintegran<strong>do</strong> por segun<strong>do</strong>(1Bq = 1dps). Porém, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> também po<strong>de</strong> ser medi<strong>da</strong> em Curie (Ci), on<strong>de</strong> 1 Ciequivale a 3,7x 10 10 dps ou 3,7x 10 10 Bq (Turner, 1995). Ou seja, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>radioisótopo em <strong>um</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong> momento é proporcional ao número <strong>de</strong> átomos instáveispresentes na amostra.O tempo necessário para que meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s átomos <strong>de</strong> <strong>um</strong> elemento radioativo se tornemestáveis é chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tempo <strong>de</strong> meia vi<strong>da</strong> (T 1/2 ). Ca<strong>da</strong> elemento <strong>de</strong>cai a <strong>um</strong>aveloci<strong>da</strong><strong>de</strong> característica, o que faz com que o T 1/2 seja diferente entre elementosradioativos (Andreucci, 2005).A quantificação <strong>da</strong> transferência <strong>de</strong> energia radioativa para o meio é <strong>da</strong><strong>da</strong> pela gran<strong>de</strong>za<strong>do</strong>se absorvi<strong>da</strong>. A uni<strong>da</strong><strong>de</strong> usual <strong>de</strong> <strong>do</strong>se <strong>de</strong> radiação absorvi<strong>da</strong> é o Gray (Gy), sen<strong>do</strong> 1Gy correspon<strong>de</strong>nte à absorção <strong>de</strong> 1 Joule <strong>de</strong> energia por quilograma <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>. Noentanto, ela também po<strong>de</strong> ser medi<strong>da</strong> em rads que é equivalente a 0,01Gy (1Gy =100rads), apesar <strong>de</strong>sta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> não estar sen<strong>do</strong> mais utiliza<strong>da</strong> (Salvajoli, 1999).Efeitos biológicos <strong>da</strong> radiaçãoAs diferentes células e teci<strong>do</strong>s biológicos apresentam sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes à ação<strong>da</strong>s radiações. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, em sistemas biológicos, o grau e a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> com queocorrem os <strong>efeito</strong>s nocivos <strong>da</strong> radiação ionizante são significativamente variáveis, e<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> tipo e estágio <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento celular, e <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e taxa <strong>de</strong> <strong>do</strong>se<strong>da</strong> radiação. Em 1959, Bergonie e Tribon<strong>de</strong>au lançaram o princípio <strong>de</strong> que células comalta taxa reprodutiva e pouco diferencia<strong>da</strong>s são mais radiossensíveis que célulasdiferencia<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> pouca taxa mitótica (Botelho, 2004). Por exemplo: células t<strong>um</strong>orais,que são pouco diferencia<strong>da</strong>s proliferam rapi<strong>da</strong>mente, são mais radiossensíveis queneurônios, os quais são altamente especializa<strong>do</strong>s e não se divi<strong>de</strong>m. Por esse motivo aradiação ionizante é utiliza<strong>da</strong> como tratamento para o câncer.169


Quan<strong>do</strong> <strong>um</strong> feixe <strong>de</strong> radiação ionizante interage com <strong>um</strong>a célula, a transferência <strong>de</strong>energia aos componentes celulares po<strong>de</strong> ocorrer diretamente para moléculasintracelulares tais como lipí<strong>de</strong>os e proteínas, o que caracteriza os <strong>efeito</strong>s diretos <strong>da</strong>radiação. A energia também po<strong>de</strong> ser transferi<strong>da</strong> para moléculas <strong>de</strong> água, causan<strong>do</strong> suaradiólise e a liberação <strong>de</strong> radicais livres, geran<strong>do</strong> os <strong>efeito</strong>s indiretos <strong>da</strong> radiação(Nouailhetas, 2006). Os radicais livres forma<strong>do</strong>s pela hidrólise <strong>da</strong> água são enti<strong>da</strong><strong>de</strong>squímicas altamente reativas (<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>de</strong> átomos cuja última cama<strong>da</strong> eletrônicaestá incompleta), e po<strong>de</strong>m atuar como agentes oxi<strong>da</strong>ntes e redutores, além <strong>de</strong> formarperóxi<strong>do</strong>s, e são capazes <strong>de</strong> reagir e alterar estruturas celulares. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, como aágua é o componente principal <strong>do</strong>s seres vivos, mais <strong>de</strong> 80% <strong>do</strong>s <strong>da</strong>nos observa<strong>do</strong>s nossistemas biológicos são <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong>s <strong>efeito</strong>s indiretos <strong>da</strong> radiação (Ramalho, 2000;Botelho, 2004).Potencialmente, qualquer molécula intracelular po<strong>de</strong> ser ioniza<strong>da</strong>/excita<strong>da</strong> e per<strong>de</strong>r suafunção. A transformação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a molécula específica pela ação <strong>da</strong> radiação ionizantegera conseqüências <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a função celular <strong>de</strong>sempenha<strong>da</strong> por tal molécula.Proteínas e outras biomoléculas, quan<strong>do</strong> <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>m ser sintetiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> novo sea estrutura <strong>do</strong> DNA estiver íntegra. Por esse motivo, são os <strong>da</strong>nos causa<strong>do</strong>s ao materialgenético <strong>da</strong> célula o ponto crítico para a sua sobrevivência. Danos muito extensos aomaterial genético po<strong>de</strong>m impedir a replicação celular ou mesmo levar a célula à morte(Osipov et al., 1996).A FIG.3 trás <strong>um</strong> res<strong>um</strong>o <strong>do</strong>s mecanismos pelos quais acontecem os <strong>da</strong>nos biológicos <strong>da</strong>radiação ionizante. A radiação, por <strong>efeito</strong> direto ou indireto, po<strong>de</strong> causar ligaçõescruza<strong>da</strong>s intraca<strong>de</strong>ia DNA-DNA e ligações DNA-proteína, as quais impe<strong>de</strong>m areplicação correta <strong>do</strong> material genético e po<strong>de</strong>m levar a mutações. Também po<strong>de</strong>mocorrer <strong>da</strong>nos e per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> bases nitrogena<strong>da</strong>s, e neste caso, quan<strong>do</strong> houver replicação <strong>do</strong>material genético, sítios sem base ou com a base <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong> impe<strong>de</strong>m a especificaçãocorreta <strong>da</strong> base complementar, geran<strong>do</strong> mutações por alterações na seqüência <strong>de</strong> bases<strong>do</strong> DNA. Quebras simples ou duplas nas fitas <strong>de</strong> DNA, que ocasionam a união <strong>de</strong> partesnão seqüenciais <strong>do</strong> DNA e a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> genes inteiros também são comuns em célulassubmeti<strong>da</strong>s à radiação.170


FIG.58: Efeitos diretos e indiretos <strong>da</strong> radiação ionizante sobre os sistemas biológicos.Efeitos diretos são observa<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> a radiação transfere energia e ioniza diretamente oscomponentes celulares. Já <strong>efeito</strong>s indiretos ocorrem quan<strong>do</strong> componentes celulares são oxi<strong>da</strong><strong>do</strong>sou reduzi<strong>do</strong>s pela ação <strong>de</strong> radicais livres, os quais foram previamente forma<strong>do</strong>s pelatransferência <strong>de</strong> energia <strong>da</strong> radiação para moléculas <strong>de</strong> água. Fonte: Nouailhetas, 2006.171


APENDICE BAvaliação preliminar <strong>do</strong> potencial uso <strong>da</strong> [ 131 I]SPGP para radiodiagnósticona Medicina NuclearOs resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> biodistribuição <strong>da</strong> [ 125 I]SPGP em animais comt<strong>um</strong>or <strong>de</strong> Ehrlich, <strong>de</strong>mosntraram o potencial <strong>da</strong> SPGP para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> sítios t<strong>um</strong>oraisin vivo, e permitiram a avaliação <strong>do</strong> melhor tempo para captação ótima <strong>da</strong> molécularadiomarca<strong>da</strong> pela região t<strong>um</strong>oral.Uma avaliação preliminar <strong>do</strong> potencial uso <strong>da</strong> SPGP na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> t<strong>um</strong>ores porimagem cintilográfica, quan<strong>do</strong> injeta<strong>do</strong> via en<strong>do</strong>venosa cau<strong>da</strong>l,foi realiza<strong>do</strong> com ason<strong>da</strong> radioativa <strong>de</strong> [ 131 I]SPGP. A molécula foi radiomarca<strong>da</strong> com 131 I, <strong>um</strong> radioisótopoamplamente utiliza<strong>do</strong> em para diagnóticos por imagem <strong>de</strong> problemas <strong>da</strong> Tireói<strong>de</strong>,emissor <strong>de</strong> raios gama na faixa <strong>de</strong> 365keV, o qual é <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong> pela gâma-câra utiliza<strong>da</strong>.As imagens foram obti<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 2 animais, nos tempos 30 e 60 minutos após a injeçãoen<strong>do</strong>venosa cau<strong>da</strong>l <strong>de</strong> 6,15MBq <strong>de</strong> [ 131 ]SPGP. Nos tempos pós injeção acima<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s os animais foram anestesia<strong>do</strong>s intraperitonealmente por Virboxil®(cloridrato <strong>de</strong> xilazina) associa<strong>do</strong> a Francotar® (Quetamina). Após anestesia os animaisforam posiciona<strong>do</strong>s e fixa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma a garantir a completa imobilização, o que énecessário para a perfeita aquisição <strong>da</strong> imagem. Imagens ventrais <strong>de</strong> corpo inteiro foramadquiri<strong>da</strong>s por 15 minutos em Gama Câmara G&E Healthcare Milleni<strong>um</strong> (FIG.55).172


FIG.59: Imagem planar <strong>de</strong> corpo inteiro <strong>de</strong> camun<strong>do</strong>ngos injeta<strong>do</strong>s viaen<strong>do</strong>venosa com a son<strong>da</strong> [ 131 I]SPGP. As áreas hipercaptantes são o caminho <strong>de</strong>excreção <strong>da</strong> molécula. Apenas a pata com t<strong>um</strong>or foi <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> na cintilografia.173


174ANEXOS


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XXXVI Reunião Anual <strong>da</strong> SBBq e 10th IUBMB Conference, 2007, Salva<strong>do</strong>r. Livro <strong>de</strong>Res<strong>um</strong>os <strong>da</strong> XXXVI Reunião Anual <strong>da</strong> SBBq, 2007.Effect of SCORPAENA PLUMIERI venom and fractions on murine glioblastomacells.Soprani J. 1 , Soares M. A. 1 , Cassoli J. S. 2 Figueire<strong>do</strong> S.G. 3 , Santos R.G. 11 Lab. Radiobiologia, Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong> Tecnologia Nuclear,CDTN/CNEN, Minas Gerais, Brazil. 2 Lab. Venenos e Toxinas Animais, ICB, UFMG,Minas Gerais, Brazil. 3 Depto <strong>de</strong> Ciências Fisiológicas, UFES, Espírito Santo, Brazil.Animal venoms are source of structural templates for <strong>de</strong>velopment of new therapeuticagents against cancer. The aim of this work was to i<strong>de</strong>ntify and characterize the<strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> effect of Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri venom (SP) and fractions on cultured murineglioblastoma cells. Glioma cells were sensitive to SP in a <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt way.Significant reduction in metabolism followed by morphological disturbs (roun<strong>de</strong>d cellshape and reduction of the cytoplasmic vol<strong>um</strong>e) could be observed after treatment bySP. These cytotoxic effects were time and <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt (IC 50 = 3,48µg/mL).Inhibition of cell adhesion and proliferation could also be observed at concentrationshigher than 10µg/mL. Tests of metabolic viability with the fractions have shown thatthe FI, FII, FIV and FVI fractions were equally powerful, reducing the metabolism in70% at concentration of 10µg/mL. Theses fractions proved to have important kallikreinlike,e<strong>de</strong>matogenic, hyaluroni<strong>da</strong>se and caseinolytic activity, respectively. These resultsare an evi<strong>de</strong>nce of the worthy anticancer activity of SP and fractions, and morphologicaldisturbs of cells treated with SP are suggestive of the apoptosis occurrence. Furtherstudies are in <strong>de</strong>velopment in or<strong>de</strong>r to characterize the <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> mechanisms ofaction of the SP venom and its components.KEY WORDS: scorpionfish, venom, glioblastoma, cytotoxicityFINANCIAL SUPPORT: CNPq, CDTN/CNEN176


IX CONGRESSO BRASILEIRO DE TOXINOLOGIA, 2006, FORTALEZA.JOURNAL VENOMOUS ANIMALS AND TOXINS INCLUDING TROPICALDISEASES, 2006. V. 13. P. 268-268.TITLE: Effect of scorpionfish (SCORPAENA PLUMIERI) venom on culturedmurine glioblastomas cells (RT2) .AUTHORS: SOPRANI J. (1) SILVA P.R.O.(1) SOARES M. A.(1) FIGUEIREDOS.G.(2) SANTOS R.G. (1)AFFILIATIONS: (1) Lab. Radiobiologia, Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong> TecnologiaNuclear – CDTN/CNEN, Minas Gerais, Brasil (2) Depto <strong>de</strong> Ciências Fisiológicas,Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Espírito Santo, Espírito Santo, Brasil.ABSTRACT: Animal venoms have been recognized as potential sources ofpharmacological agents and physiological tools. The scorpionfishes (Scorpaena) are themost venomous fishes in the Atlantic Ocean. There is very little information on thevenom of scorpionfishes whereas studies <strong>de</strong>scribing biological properties of fishvenoms have focused mainly on lionfishes. These venoms often contain activecomponents such as catecholamines, acetylcholine and some enzymatic activities suchas proteolytic hyaluroni<strong>da</strong>ses and phosphatases. The effect of Scorpaena pl<strong>um</strong>ierivenom (SP) on t<strong>um</strong>oral cells has not been studied yet. The aim of this work was toi<strong>de</strong>ntify and characterize the <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> effect of SP on cultured murine glioblastomascells (RT2). RT2 cells were treated with varying concentrations of SP and cytotoxicitywas established using MTT assay. RT2 cells were sensitive to SP in a <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntway. Low concentrations of SP venom did not modified significantly the metabolism ofRT2 cells, but significant reduction in metabolism could be observed at SPconcentrations higher than 5µg/mL (IC 50 =16,7µg/mL) followed by morphologicaldisturbs, such as roun<strong>de</strong>d cell shape and reduction of the cytoplasmic vol<strong>um</strong>e. SPeffects on cell adhesion and clonogenicity were also evaluated. Inhibition of celladhesion and proliferation could be observed at concentrations higher than 10µg/mL. Atconcentration of 100µg/mL the cells were completely lysed. Metalloproteases areinvolved in cell-matrix interactions. Since proteolytic activity has been found in manyfish venoms, we evaluated the SP venom proteolytic activity on gelatin by zymography,in or<strong>de</strong>r to shed some light on the mechanisms of its effects. We found that SP venompresents gelatinolytic activity that could stand, at least partially, for the anti-t<strong>um</strong>oraleffect of SP.KEY WORDS: scorpionfish, venom, glioblastoma, metabolismFINANCIAL SUPPORT: CNPq, CDTN/CNENCORRESPONDENCE TO:RG Santos, Lab <strong>de</strong> Radiobiologia; CDTN/CNEN; C. P. 941; 30123-970; BH- MG –Brasil, santosr@cdtn.br177


9TH PAN AMERICAM SECTION CONGRESS IST, 2007, JURIQUILA- MÉXICO.ABSTRACT BOOK PANAN IST, 2007.BIODISTRIBUTION AND PHARMACOLOGICAL EFFECTS OFSCORPAENA PLUMIERI VENOMJ. Soprani 1 , Figueire<strong>do</strong> S.G. 2 , R.G. Santos 11 Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong> Tecnologia Nuclear, Comissão Nacional <strong>de</strong> EnergiaNuclear, Belo Horizonte, Brasil, 2 Laboratório <strong>de</strong> Química <strong>de</strong> Proteínas, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Espírito Santo, Vitória, Brasil. Email: santosr@cdtn.brThe venomous fish Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri is found along the Brazilian coast, whereprovokes a great n<strong>um</strong>ber of acci<strong>de</strong>nts causing severe injuries, characterized by local andsystemic effects such as intense pain, e<strong>de</strong>ma, haemorrhagic and cardiovasculardisor<strong>de</strong>rs. However, there are few studies on the effects of this venom and clinicalaspects of h<strong>um</strong>an envenomation. Our group has worked to unravel the puzzlingmolecular components of its venom and their pharmacological effects. In the presentstudy were evaluated the e<strong>de</strong>matogenic activity of Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri venom (SP) andits tissue distribution using a radiotracer as probe. Intraplantar injection of SP in thehind paw produced an immediate <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt local e<strong>de</strong>ma with maxim<strong>um</strong> responseat 30 minutes post injection which correlated with the nociceptive effect. Althoughe<strong>de</strong>ma <strong>de</strong>creased after the pick phase, it maintained significant over 24 hours. Thise<strong>de</strong>matogenic effect is associated with an inflammatory response and lymphocyterecruitment which can be triggered by a casca<strong>de</strong> of cell signaling pathways involvingproteolytic cleavage of several substrates. The role of SP venom proteolytic activities onSP induced e<strong>de</strong>ma is un<strong>de</strong>r investigation. Radiolabeled venom was obtained with highyield and biological activity preserved, suggesting that 99m Tc-SP could be an useful toolfor in vivo studies. Following intravenous injection of 17kBq (0,6µg/mouse) of 99m Tc-SP, it was <strong>de</strong>tected in the kidney (36.21%ID/g of tissue), spleen (1.08 %ID/g), brain(0.13%ID/g), lung (2.37 %ID/g) and heart (1,42%ID/g). The analysis indicated that SPis excreted mainly by the kidneys with a slow clearance rate (0.07mL/minute). It hasbeen shown that SP contains potent enzymatic activities. The significant [ 99m Tc]SPuptake by the heart and lungs are in agreement with toxicological <strong>da</strong>ta from h<strong>um</strong>anenvenomation reporting respiratory distress, tachycardia, intense pain and swelling.This report presents for the first time the pharmacokinetics and biodistribution profile ofSP and points lung, heart and kidneys as potential targets for SP pharmacologicaleffects. Although our <strong>da</strong>ta shed some light on the toxicology of SP, a lot of work last tobe <strong>do</strong>ne to make clear the pharmacological effects of the components of this venom aswell as the role of proteolytic activities in the envenomation symptoms.Key words: Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri, radiolabeling, biodistribution, e<strong>de</strong>maFinancial support: CNPq , CAPES, CDTN/CNEN178


2007 INTERNATIONAL NUCLEAR ATLANTIC CONFERENCE - INAC 2007SANTOS, SP, BRAZIL, SEPTEMBER 29 TO OCTOBER 5, 2007ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA NUCLEAR – ABEN99m Tc RADIOLABELING AND BIODISTRIBUTION STUDY OFSCORPIONFISH (Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri) VENOM IN SWISS MICESoprani, J. 1 ; Pujatti, P.B. 1 ; Figueire<strong>do</strong>, S.G. 2 ; Simal, C. 3 ; Santos, R.G. 1 .1Lab. Radiobiologia, Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong> TecnologiaNuclear(CDTN/CNEN)Rua Professor Mário Werneck s/n, Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Universitária/UFMG31120-970 Belo Horizonte, MG, Brasil.falejs@yahoo.com.brpriscillapujatti@yahoo.com.brsantosr@cdtn.br2 Depto <strong>de</strong> Ciências Fisiológicas, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Espírito SantoAveni<strong>da</strong> Marechal Campos, 146829060-900 Vitória, ES, Brasil.suelygf@gmail.com3 Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina/UFMGAveni<strong>da</strong> Prof. Alfre<strong>do</strong> Balena 190 / sala 6000Belo Horizonte - MGCEP 30.130-100csimal@brfree.com.brABSTRACTThe use of radiotracers in research of animal venom has been scarce, although it allowsan excellent approach to follow the process of biodistribution and kinetics of toxins, andtissue distribution studies are very important for clinical use. Our group has<strong>de</strong>monstrated that Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri venom (SP) possess high <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> activity andcan be a source of template molecules for the <strong>de</strong>velopment of <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> drugs. Thepurpose of this study was to radiolabel SP with 99m Tc and investigate itsbiodistribution profile. High labeling yield was obtained and the results suggest that[ 99m Tc]SP can be an useful tool for in vivo studies. The analysis indicated that SP isexcreted manly by the kidneys with a slow clearance rate. The significative [ 99m Tc]SPuptake in the heart and lungs may explain, at least partially, the pulmonar e<strong>de</strong>ma an<strong>de</strong>ffect cardiac observed by the envenoming.1. INTRODUTION179


The genus Scorpaena, which inclu<strong>de</strong>s the scorpionfish (Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri), has themost venomous fishes in the Atlantic Ocean. These venoms often contain bioactivecomponents such as catecholamines, acetylcholine and some enzymatic activities suchas proteolytic, hyaluroni<strong>da</strong>ses and phosphatases (Garnier et al., 1996; Church andHodgson, 2002).S. pl<strong>um</strong>ieri is commonly called moreia-atí or mangangá and is the most venomous an<strong>do</strong>ne of the most abun<strong>da</strong>nt fish specie of the Brazilian coast (Had<strong>da</strong>d et al., 2003). Thereis very little information on the bioactivity/pharmacological activity of this fish venom(Carrijo et al., 2005).Our group has <strong>de</strong>monstrated that SP possess high <strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> activity against malignantt<strong>um</strong>ours and can be a source of template molecules for the <strong>de</strong>velopment (<strong>de</strong>sign) of<strong>antit<strong>um</strong>oral</strong> drugs (Soprani et al., 2006). Determination of pharmacokinetics parametersand toxicological evaluation are very important during the research for newpharmaceuticals.Techneti<strong>um</strong>-99m ( 99m Tc) has been selected as a radiotracer of choice for severalexperimental studies and nuclear medicine procedures. Over 80% of theradiopharmaceuticals currently being used make use of this short-lived, metastableradionucli<strong>de</strong>. The preminence of 99m Tc is ascribed to its optimal nuclear properties of ashort half-life (about 6 hours) and a high energy gamma photon emission of 140 keV,which is suitable for high-efficiency <strong>de</strong>tection and which results in low radiationexposure (Banerjee et al, 2001).Here we report the 99m Tc radiolabeling of Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri (SP) and its utility forbiodistribution study in or<strong>de</strong>r to <strong>de</strong>termine pharmacokinetics parameters of this venom,excretion pathway and evaluate potential target organs for pharmacological and toxiceffects.2.1. Reagents2. MATERIAL AND METHODSUnless otherwise noted all chemicals and media were purchased from Sigma (St. Louis,MO). 99m Tc radionucli<strong>de</strong> was extracted from 99 Mo/ 99m Tc generator (obtained fromIPEN, São Paulo, Brazil), using solvent extraction procedures. All other reagents werefrom Sigma Co.2.2.VenomCru<strong>de</strong> SP was obtained from wild specimens of S. pl<strong>um</strong>ieri, collected on shallow waterbeaches on the coast of the State of Espírito Santo- Brazil. The venom extraction wascarried out according to the batch method, previously <strong>de</strong>scribed by Schaeffer et al.(1971).2.3.Animals180


Adult female Swiss mice (25-30g body weight) were obtained from Central Biotery ofUniversi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais (UFMG) and used in the biodistribution studies.All animals received food and water ad libit<strong>um</strong> and were kept in a room with naturallight and controlled temperature (25ºC).2.4. SP labeling with 99m TcCru<strong>de</strong> venom saline extract was labeled with 99m Tc using stannous chlori<strong>de</strong> and sodi<strong>um</strong>borohydri<strong>de</strong> as reducing agents according to Pauwels et al. (1993). Preliminary studieswere <strong>do</strong>ne to establish the optim<strong>um</strong> conditions for obtaining the highest yield of labeledvenom. Briefly, stannous chlori<strong>de</strong> (2-4 µg) and sodi<strong>um</strong> borohydri<strong>de</strong> (20 µg) weretransferred to a vial containing SP (100µg) for reduction of pertechnetate anions. ThepH was adjusted to 7.5 with sodi<strong>um</strong> hydroxi<strong>de</strong>. Na 99m TcO 4 (3.7MBq) freshly elutedfrom a 99 Mo/ 99m Tc generator was ad<strong>de</strong>d to the reaction vial. The mixture was incubatedfor 30 min at room temperature un<strong>de</strong>r vacu<strong>um</strong> condition. After this time 500µL ofsaline solution were ad<strong>de</strong>d to reaction vial in or<strong>de</strong>r to interrupt the labeling reaction.2.5. Labeling yieldRadiochemical analyses were performed by the method a<strong>da</strong>pted from United StatesPharmacopeia-USP 21 (United States Pharmacopeia, 1995) using two chromatographicsystems: ascending chromatography in silica gel 60 (Merck) <strong>de</strong>veloped in acetone and<strong>de</strong>scending chromatography in Whatman paper n° 1 <strong>de</strong>veloped in saturated sodi<strong>um</strong>chlori<strong>de</strong> solvent. Any unbound hydrophilic99m Tc–impurities such as99m Tcpertechnetate( 99m TcO - 4 ) migrate to RF 1.0, and [ 99m Tc]SP remains at RF 0.0 in ITLC-SG chromatograms <strong>de</strong>veloped in acetone solvent. In paper chromatography <strong>de</strong>velopedin saline solution, [ 99m Tc]SP migrates to RF 1.0 whereas any insoluble 99m Tc ( 99m TcO 2 )species remain at RF 0.0.2.6. In vivo assayFor biodistribution studies, female Swiss mice were injected in the tail vein with 17KBqof [ 99m Tc]SP. Animals were sacrificed after different times post-injection (5, 30, 60,180, 1280 minutes), blood samples and organs (thyroid, heart, lungs, liver, stomach,spleen, kidneys, skeletal muscle, brain, cerebell<strong>um</strong> and tail) were removed and had the<strong>de</strong>posited activity measured in an automatic gamma spectrometer (1480 Wizard 3’’Wallac). The injected <strong>do</strong>se was adjusted by the subtraction of the radioactivityremaining in the tail. The <strong>da</strong>ta were expressed as percentage uptake of injected <strong>do</strong>se pervol<strong>um</strong>e/gram of organ (%ID/mL or %ID/g).3. RESULTS and DISCUSSIONSP labeling yield and the specific radioactivity (27.6MBq/mg [ 99m Tc]SP) were a<strong>de</strong>quateindicating that [ 99m Tc]SP could be an useful tool for in vivo biodistribution studies.Thyroid actively uptakes 99m -TcO 4 can be used as a physiological indicator of the181


preparation radiochemical purity. The low thyroid uptake of [ 99m Tc]SP confirmed itsgood quality.The distribution, metabolism and excretion (DME) of an exogenouscompound in a living organism <strong>de</strong>pends on physicals, chemicals and physiologicalfactors. These factors remove and dilute the compound from its place of entrance in thebiological system, carry it to different tissues, allow its diffusion or promote itspermeation through cell membrane and finally <strong>de</strong>termine its acc<strong>um</strong>ulation, dispositionand excretion.Kinetic profile of [ 99m Tc]SP in each organ is <strong>de</strong>picted in fig. 1 and allows thei<strong>de</strong>ntification of the organs that acc<strong>um</strong>ulate [ 99m Tc]SP (Fig. 1). Figure 2 s<strong>um</strong>marize thekinetics for [ 99m Tc]SP in different organs. This kind of analysis facilitates thevisualization of the [ 99m Tc]SP biodistribution profile during the DME process.Our results showed that [ 99m Tc]SP is excreted slowly and preferentially by the kidneys(the calculated clearance was 0,07mL/minute), but after 24 hours of injection it wasalmost completely eliminated (6.32%ID/g). The enzymatic activities present in thisvenom and the slow renal clearance also make us to think in a possible nephrotoxiceffect of this venom. Hepatobilliary pathway is also involved in the excretionmechanism of [ 99m Tc]SP as it can be504540%ID/mL or %ID/g35302520151050BLO HEA LUN STC LIV SPL KID THY MUS BRA CER5-10mim30min60min180min1280minFigure 1: [ 99m Tc]SP <strong>de</strong>tected on the blood (BLO) and in different organs: heart (HEA),lungs (LUN), stomach (STC), liver (LIV), spleen (SPL), kidneys (KID), thyroid (THY),skeletal muscle (MUS), brain (BRA) and cerebell<strong>um</strong> (CER) at different times.182


Figure 2: [ 99m Tc]SP kinetics behavior in each organs and blood over 24 hours afterintravenous administration. Data were expressed as the percentage of total injected <strong>do</strong>seper tissue weight (%ID/g).seen in Fig 1 and Fig.2. Brain uptake was negligible indicating that this venom can notpass through the blood brain barrier and probably SP may not has direct centralneurotoxic effect when injected intravenously.183


In spite of slight, lung (2.3%ID/g) and heart (1.4%ID/g) uptake were significant andsustained high ratio against blood up to 3 hours (Fig. 3). It has been reported that SPinduces acute lung injury by protein passage from the vascular to the alveolar space andinfiltration of macrophages, secretion of cytokines and proteinases with gelatinolyticactivity, but the mechanism of action of these effects remains to be clarified (Boletini etal., 2006). Colasante et al. (1996) working with Scorpaena fishes reported ahypotenseve effect of this venom. Andrich, 2005 also reported that S. pl<strong>um</strong>ieri venomhave a cardiovascular effect causing reduction of cardiac frequency and arterial bloodpressure.Figure 3: Ratio of [ 99m Tc]SP in lungs and heart against the blood up 180 minutes. The[ 99m Tc]SP increases with time in lung and heart when compared with blood percentage.Consi<strong>de</strong>ring the enzymatic activities present in SP venom and the sustained uptakeobserved on lungs and heart, our <strong>da</strong>ta suggest that SP venom may produce some tissue<strong>da</strong>mage directly on these organs triggering a panel of pharmacological effects such asvascular permeability disturbances, extravascular proteolytic products leakage,activation of signaling casca<strong>de</strong>s (chemotaxy, inflammation, clotting alteration, etc.).4. CONCLUSIONSThese report present for the first time the pharmacokinetics profile of SP venom using aradiolabeled probe and indicate lung, heart and kidney as the potential targets forpharmacological effects of this venom. Although our <strong>da</strong>ta shed more light on thetoxicology of SP venom a lot of work last to be <strong>do</strong>ne to make clear the pharmacologicaleffects of the components of this venom.ACKNOWLEDGMENTSWe thank CNPq (Conselho Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico)and CDTN/CNEN (Centro <strong>de</strong> Desnvolvimento <strong>da</strong> Tecnologia Nuclear/ ComissãoNacional <strong>de</strong> Energia Nuclear) by finacial support.REFERENCES184


1. ANDRICH, F. Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas <strong>da</strong> peçonha <strong>do</strong> peixe-escorpião(Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri) e purificação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a protease gelatinolítica. Tese <strong>de</strong>Mestra<strong>do</strong> – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais, Belo Horizonte, 121p. 2005.2. BANERJEE, S.; PILLAI, M.R.A.; RAMAMOORTHY, N. Evolution of Tc-99min Diagnostic Radiopharmaceuticals., Seminars in Nuclear Medicine, XXXI,260-277. 2001.3. BOLETINI, S.D.; HADDAD JR., V.; FIGUEIREDO, S.G.; LOPES, F.M.;LIMA, C. Evalution of the acute lung injury in a murine mo<strong>de</strong>l induced byScorpana pl<strong>um</strong>ieri fish venom. In: Abstract book, XV World Congress onAnimal, Plant and Microbial Toxins. Glasgow, Scotland. 2006.4. CARRIJO, L.C.; ANDRICH, F.; LIMA, M.E.; RICHARDSON, M.;FIGUEIREDO S.G. Biological properties of the venom from the scorpionfish(Sorpaena pl<strong>um</strong>ieri) and purification of a gelatinolytic protease. Toxicon,45(7):843-50. 2005.5. CHURCH, J.E.; HODGSON, W.C. The pharmacological activity of fishvenoms. Toxicon, 40: 1083-1093. 2002.6. COLASANTE, C.; MEUNIER, F.A.; KREGER, A.S.; MOLGO, J. Selective<strong>de</strong>pletion of clear synaptic vesicles and enhanced quantal transmitter release atfrog motor nerve endings produced by trachynilysin, a protein toxin isolatedfrom stonefish (Synanceia trachynis) venom. Eur. J. Neurosci. 8: 2149–2156.1996.7. GARNIER, P.; GOUDEY-PERRIÈRE, F.; BRETON, P.; DEWULF, C.;PETEK, F.; PERRÈIRE, C. Enzymatic properties of the stonefish (Synanceiaverrucosa Bloch and Schnei<strong>de</strong>r, 1801) venom and purification of a lethal,hypotensive and cytolytic factor. Toxicon, 33: 143-155. 1995.8. HADDAD, V. JR.; MARTINS, I.A.; MAKYAMA, H.M. Injuries caused byscorpionfishes (Scorpaena pl<strong>um</strong>ieri Bloch, 1789 and Scorpaena brasiliensisCuvier, 1829) in the Southwestern Atlantic Ocean (Brazilian coast):epi<strong>de</strong>miologic, clinic and therapeutic aspects of 23 stings in h<strong>um</strong>ans. Toxicon,42: 79-83. 2003.9. PAUWELS, E.K.J.; WELLING, M.M.; FEITSMA, R.I.J.; ATSMA D.E.;NIEUWENHVIZEN, W. The labeling of proteins and LDL with 99m Tc: a newdirect method employing KBH4 and stannous chlori<strong>de</strong>., Nucl. Med.Biol., 20,825-833. 1993.10. SCHAEFFER, R.C. JR.; CARLSON, R.W.; RUSSEL, F.E. Some chemicalproperties of the venom of the scorpionfish Scorpaena guttata. Toxicon, 9: 69-78. 1971.11. SOPRANI, J.; SILVA, P.R.O.; SOARES M.A.; FIGUEIREDO, S.G.; SANTOS,R.G. Effect of Scorpionfish (Scorpana pl<strong>um</strong>ieri) venom on cultured murineglioblastoma cells (RT2). IX Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Toxinologia, Fortaleza,Brazil. 2006.185

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